ELLES: Mulheres Artistas na Coleção do Centro
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ELLES: Mulheres Artistas na Coleção do Centro
KIT DE MEDIAÇÃO Banco do Brasil apresenta e patrocina ELLES: 24 DE MAIO A 14 DE JULHO DE 2013 MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU CCBB EDUCATIVO O universo feminino é tema recorrente nas Artes Visuais desde a Pré-História. Sua representação geralmente é focada no corpo ou inserida em contextos como a família ou os cuidados da casa. Até meados do século XVII, a mulher é modelo e inspiração, mas não assume o protagonismo como artista, papel destinado quase que exclusivamente aos homens. No período Barroco, no século XVII, Judith Leyster e Artemizia Gentileschi começaram a pintar publicamente e tornaram-se pioneiras na produção de obras de arte. Nesse tempo histórico, a mulher ocupava um lugar secundário na sociedade ocidental. Em que momento esse cenário mudou? Quando as mulheres começaram a se tornar artistas? A exposição Elles: Artistas Mulheres na Coleção do Centro Pompidou traz à tona essas questões e insere definitivamente a mulher como autora de sua própria história. Inovadora, a exposição abre caminho para que mulheres artistas tenham sua produção evidenciada em um panorama das Artes Plásticas dos séculos XX e XXI, especificamente de 1909 a 2007. Obras pertencentes aos movimentos de vanguarda, como o Surrealismo, o Cubismo e o Dadaísmo, fazem parte da seleção da curadoria. Mais do que uma exposição de Arte Moderna e Contemporânea, Elles se configura como um espaço fundamental para a discussão do que é ser feminino. ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU KIT DE MEDIAÇÃO Qual a diferença entre uma fábrica e um museu? Um museu pode ser também uma fábrica de ideias criativas? O Centro Pompidou, em Paris, é um bom exemplo para responder a essas perguntas. Em um edifício com design High Tech, criado com todas as características de uma fábrica (elevador com aparência de container, chaminés e tubulação aparente), estão galerias de arte, biblioteca pública, espaço educativo, centro de design e musical. O Centro Pompidou foi construído em 1977 pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers num concurso internacional de arquitetura que tinha Oscar Niemeyer como júri. O objetivo era a revitalização do centro de Paris e a integração do público com o acervo. Diariamente, centenas de pessoas acessam a biblioteca pública, e outras tantas aproveitam para ver o acervo do Museu Nacional de Arte Moderna ou mesmo assistir às performances que acontecem na praça em frente ao monumento. Assim como o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro Pompidou funciona como um espaço plural e democrático. E para você, como seria um museu ideal? Suzanne Valadon O Quarto Azul, 1923 Óleo sobre tela, 116 x 90 cm Foto Centre Pompidou, MNAMCCI/Jacqueline Hyde/ Dist.RMN-GP © domínio público SUZANNE VALADON ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU Suzanne Valadon foi garçonete e trapezista no bairro boêmio de Montmartre, em Paris, onde conheceu vários artistas. A vida no circo foi interrompida por uma queda, que fez com que Suzane começasse a trabalhar como modelo de pintores impressionistas, como Renoir e Toulouse-Lautrec. De modelo a pintora - Enquanto posava, ela observava, tornando-se uma artista autodidata. Edgar Degas comprou algumas de suas peças e a encorajou a iniciar sua carreira como artista. Em 1894, Valadon foi a primeira mulher a figurar na Sociedade Nacional de Belas Artes da França, conquistando o espaço anteriormente ocupado apenas por artistas homens. Observe, nesta obra, como o volume foi construído nas dobras dos tecidos da colcha e da roupa da mulher a partir de pinceladas e contornos fortes. Olhe bem a imagem e depois experimente tapar os livros vermelho e amarelo (pintados com cores quentes), que contrastam com o tom mais frio do azul, predominante na tela. E perceba para onde vai o seu olhar em ambos os momentos. O Quarto Azul apresenta um tema clássico da pintura ao representar em pose reclinada uma mulher. Ao longo dos séculos, o mesmo tema tornou-se recorrente nas telas. Pesquise na internet as pinturas Vênus de Urbino, Olympia e Mulher Nua. Em 2012, o coletivo de artes americano Guerrilla Girls, composto somente por mulheres, lançou um cartaz com o seguinte slogan: “Mulheres precisam estar nuas para entrar no museu? Menos de 4% dos artistas nas salas de arte moderna são mulheres, mas 76% dos corpos nus são femininos.” KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO Louise Bourgeois Sem título, 1989 Tinta vermelha e linha azul costurada sobre papel, 30 x 22.7 cm Foto Centre Pompidou, MNAMCCI/Philippe Migeat/ Dist.RMN-GP © Louise Bourgeois Trust/VAGA, NY/AUTVIS, Brasil, 2013 LOUISE BOURGEOIS ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU Louise Bourgeois nasceu em uma família proprietária de uma loja de tapeçarias no interior da França. A relação mal resolvida com o pai associada à admiração por sua mãe estão presentes em muitas de suas obras. Em 2011, foi exposta no Rio de Janeiro, no MAM - Museu de Arte Moderna, uma das obras mais famosas da artista, Maman, uma imensa aranha feita em bronze com cerca de dez metros de altura e pesando quase onze toneladas. Uma forte referência à sua relação com a mãe. Observe a obra desta lâmina. Louise Bourgeois cria um universo particular com símbolos relacionados à sua vida pessoal. A cor vermelha significa afirmação, agressão. Azul representa a paz, a meditação. Branco seria voltar à estaca zero, renovar, começar de novo. A linha e a costura fazem referência ao seu passado no atelier de restauro. Sobre as formas em espirais costuradas em linha azul, Bourgeois escreve: “Começar pelo lado externo é o medo de perder o controle; as voltas são um aperto, um recuo, uma compactação até o ponto de desaparecimento. Começar pelo centro é afirmação, o movimento para fora é representação de dar, de abandonar o controle; de confiança, de energia positiva, a própria vida”. BOURGEOIS, Louise. Louise Bourgeois: Destruição do Pai, Reconstrução do Pai. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000. p. 222-223. Procure por artistas como Leonilson e Arthur Bispo do Rosário. O que eles têm em comum com a artista? KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO Barbara Kruger Sem título (Que músculos grandes você tem!), 1986 Fitas autoadesivas e letraset sobre painel de acrílico, 208 x 152.5 cm Foto Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat / Dist.RMN-GP © Barbara Kruger BARBARA KRUGER Você não é o que você compra! ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU Uma frase em vermelho encobre as outras frases em cinza, quase imperceptíveis quando contrastadas com o fundo branco. “Que grandes músculos você tem!”, ela exclama. Em segundo plano estão as outras frases, todas se referindo a características de “príncipes encantados” que as mulheres poderiam encontrar. POPEYE, RAMBO, QUATERBACK (ZAGUEIRO), MUSCLES! Procure identificar as palavras em inglês que você reconhece. Essa obra é um exemplo de arte engajada, que discute padrões estabelecidos de nossa sociedade. A artista proporciona um olhar crítico sobre os conceitos relacionados à imagem do homem como um ser forte e viril, reservando à mulher a fragilidade e a dependência. A americana Barbara Kruger inicia sua formação em Artes e Design com a artista Diane Arbus, também presente nesta exposição e conhecida pelo conteúdo crítico e social de suas obras. Kruger aplica elementos da linguagem da propaganda para produzir obras que lembram anúncios publicitários. Para saber mais A Pop Art é um estilo artístico que se utilizou dos meios de comunicação de massa na sociedade americana na década de 1950 com o objetivo de banalizar de forma irônica a obra de arte. A artista, mesmo não pertencendo a esse período, apropriase dessa linguagem em suas obras. KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO Germaine Richier A Água, 1953–1954 Bronze, 98 x 62 x 147 cm Foto Centre Pompidou, MNAMCCI/Adam Rzepka / Dist.RMN-GP © Richier, Germaine /Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013 GERMAINE RICHIER Somos capazes de dar novos sentidos aos objetos? MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU Observe a escultura desta lâmina: um fragmento de vaso, uma forma feminina, a pose e o material utilizado em sua confecção, o bronze. Como estabelecer uma leitura a partir do título da obra A Água? ELLES: Germaine Richier trabalha frequentemente com peças que recolhe visitando praias e campos. Ela se apropria desses elementos e lhes dá um novo sentido através da escultura. A obra L'eau (A Água) é esculpida a partir de um vaso antigo, mais conhecido como ânfora, utilizado para carregar líquidos pelos gregos e romanos. No início de sua trajetória, Richie esculpiu bustos, torsos e figuras, trabalhando com modelos vivos seguindo as regras da escultura clássica e realista. Na década de 1940, face à tragédia da II Guerra Mundial, suas obras adquirem um novo aspecto. O horror da guerra estará presente através dos corpos híbridos, misturando o humano e o animal. Curiosidade Por ocasião de uma viagem à Itália, ficou muito impressionada com os cadáveres petrificados dos habitantes de Pompeia. Procure percorrer com o olhar a superfície da obra. A textura dessa escultura foi trabalhada na argila pelas mãos da artista antes de ser fundida em bronze. Essa textura rugosa incomoda você? Provoca que tipo de sensação? KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO Frida Kahlo O Quadro, 1938 Óleo sobre alumínio, vidro e moldura em madeira pintada, 20.7 x 28.5 cm Foto Centre Pompidou, MNAMCCI/Jean-Claude Planchet/ Dist.RMN-GP D.R. © 2013 Banco de México, “Fiduciario” en el Fideicomiso relativo a los Museos Diego Rivera y Frida Kahlo. Av. 5 de Mayo No. 2, Col. Centro, Del. Cuauhtémoc 06059, México, D.F. ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU FRIDA KAHLO A artista mexicana Frida Kahlo se tornou um símbolo do feminino na arte e uma das mais importantes representantes da arte latino-americana no mundo. Entre uma relação amorosa complicada com o artista mexicano Diego Rivera e as dificuldades impostas por sua saúde regularmente debilitada, conseguiu produzir ao longo dos seus 47 anos de vida em torno de 140 obras, sendo a maior parte dessas autorretratos. Frida inspira-se na turbulenta história pessoal para criar seus quadros e, para ornamentá-los, utiliza imagens e técnicas da cultura popular mexicana, evidenciando suas origens. Seu trabalho antecipa questões da Arte Contemporânea, como a eleição da vida do artista como temática de sua obra. O Quadro foi a primeira obra de um artista latino-americano vendido ao Museu do Louvre, no século XX. Esse autorretrato é peculiar, pois utiliza uma técnica típica no México: o repujado, na qual a pintura é feita sobre alumínio. O repujado é utilizado para imagens de santos, e a artista se coloca nesse lugar. Os ornamentos postos em volta de seu rosto e a construção do quadro, de uma forma geral, remetem aos retablos (ou retábulos), que podem estar ligados ou não à religiosidade. Por qual razão ela se coloca nessa pintura como uma santa? Sobrancelhas, pintas, marcas de expressão... Pensando em hoje em dia, com os inúmeros recursos tecnológicos para a edição de imagens, como você se representaria? Crie sua carteira de identidade artística e, em vez de informações escritas, utilize imagens que possam lhe identificar. KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO Sonia Delaunay Ritmo Cor, 1959-1960 Óleo sobre tela, 81 x 65 cm Foto Centre Pompidou, MNAMCCI/Jacqueline Hyde/ Dist.RMN-GP © Pracusa 2013027 SONIA DELAUNAY ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU [Ritmo] - Sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares na natureza e nas artes (na linguagem, na poesia, na música); cadência, compasso: ritmo poético. A palavra vem do grego rhythmos, que significa movimento compassado. Sonya Delaunay nasceu em 1885, no então Império Russo (atual Ucrânia). Ela é associada, juntamente de seu marido Robert Delaunay, ao movimento Orfista, termo cunhado pelo poeta francês Apollinaire no início do século XX. Orfeu, poeta e tocador de lira da mitologia grega, buscou formas puras de música que simbolizam a possível fusão desta com as outras artes. Os artistas orfistas viviam a efervescência do mundo moderno e, influenciados pelo Cubismo, acreditavam na comunicação através das cores e das formas abstratas. Delaunay produziu obras em que as formas geométricas e as cores são importantes para provocar a sensação de movimento e ritmo visual. Quando pensamos na palavra ritmo, geralmente a associamos apenas ao som. O que seria o ritmo visual, o ritmo de cores? Podemos entender o ritmo como o fluxo de movimento, que pode ser sonoro ou visual. Quando escutamos uma música ou olhamos um quadro, podemos ter uma ideia de movimento na relação entre as partes de tal obra. Olhe para o quadro de Delaunay. Você acha que a relação de cores e formas cria dinâmica e movimento? Se uma imagem pode expressar ritmo, podemos pensar que ela também pode ter outras qualidades geralmente associadas ao meio sonoro? Frequência, tonalidade, textura, timbre? E poderia uma imagem evocar sons? KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO Valérie Belin Sem título, no. 4 (da série Manequins, 2003) Gelatina de prata, 158.5 x 128.8 x 4 cm Foto Centro Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/ Dist.RMN-GP © Belin, Valérie /Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013 VALÉRIE BELIN ELLES: MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO CENTRO POMPIDOU A fotografia surgiu no século XIX, fruto de experimentos de cientistas com a luz. Com o passar do tempo, tornou-se o meio mais popular de reproduzir a realidade. O mais antigo registro de imagem formada em uma câmara foi criado em 1826, há 187 anos atrás. Antes da fotografia, o compromisso de representação do real era realizado pela pintura. Na obra da artista Valérie Belin, deparamo-nos com a fotografia de uma mulher de olhar enigmático e, ao mesmo tempo, insinuante, que parece posar para um anúncio publicitário. A pele da modelo é bem maquiada e esconde as eventuais marcas do tempo. Belin apresenta como é possível manipular uma imagem ao ponto de quase enganar o nosso olhar. Será que você percebeu algo de diferente na imagem? O que vemos é um manequim de cera usado em vitrine de loja que, mantendo a aparência de objeto inanimado, transmite uma bela ilusão da vida. Dessa forma, Valérie Belin propõe uma ambiguidade sobre o que é real e o que é virtual, revelada no extremo naturalismo de seus retratos. Pesquise na Internet As fotografias do artista argentino Esteban Pastorino que transforma paisagens reais num mundo de miniaturas e maquetes. O escultor australiano Ron Mueck. Seus corpos humanos gigantes e hiper-realistas chamam a atenção pela textura, imperfeições da pele, rugas e detalhes, como unhas, sobrancelhas e cabelo. KIT DE MEDIAÇÃO CCBB EDUCATIVO PATROCÍNIO EDUCADORES Banco do Brasil Camila Alves Fabiano Cesar Martha Soares Vinicius Veloso REALIZAÇÃO Centro Cultural Banco do Brasil PRODUÇÃO ESTAGIÁRIOS Graviola Promoções e Eventos COORDENAÇÃO GERAL Daniela Chindler COORDENAÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS Alexandre Diniz COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Cristiane Leal Flávia Rocha Graziela Domingues COORDENAÇÃO DE ARTES CÊNICAS E MÚSICA Gabriel Sant’Anna CONSULTORIA EM KIT DE MEDIAÇÃO Redação e Pesquisa Carlos Eduardo Proença Camila Cunha Carolina Angelici Caroline Lucena Fernanda Paixão Fernanda Silva Mariana Leocádio Matheus Peçanha Nina Balbi Roberto Campanerut Sylvio Moura Yuri Jahara AÇÕES EDUCATIVAS Juliana Rodrigues Alexandre Diniz Juliana Rodrigues Camila Cunha Luísa Tavares Marcelo Augustinho Matheus Peçanha Roberto Campanerut Edição Daniela Chindler Revisão Tatiane Souza Projeto Gráfico André Ferreira Lima EXPOSIÇÃO ELLES: Mulheres Artistas na Coleção do Centro Pompidou Curadoria Cécile Debray Emma Lavigne SUPERVISÃO OPERACIONAL Elaine de Souza Joubert Assumpção Leonardo Fontainha Coordenação da exposição Centro Pompidou Produção arte3 Material elaborado para distribuição gratuita. Coordenação Rua Primeiro de Março, 66 Centro 20010-000 Rio de Janeiro, RJ Informações e agendamento Tels. 21 3808 2070 / 3808 2254 De segunda a sexta, das 10h às 18h bb.com.br/cultura facebook.com/ccbb.rj twitter.com/ccbb_rj CCBB EDUCATIVO – 1º andar Serviço de transporte gratuito para escolas públicas e ONG SAC 0800 729 0722 Ouvidoria BB 0800 729 5678 Deficientes Auditivos 0800 729 0088 Realização Ministério da Cultura