Clipagem CRL - 05.03.2011 - Câmara Rio

Transcrição

Clipagem CRL - 05.03.2011 - Câmara Rio
05.03.2011
Correio do Povo
Cidades – Página 03
05.03.2011
Folha de S. Paulo
Ilustrada – Página E4
05.03.2011
Zero Hora
Geral – Página 27
06.03.2011
Correio do Povo
Do Leitor – Página 02
08.03.2011
Correio do Povo
Cidades – Página 04
04.03.2011
Folha de S. Paulo
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0403201109.htm
Frágil ministério
Polêmica com Emir Sader e cabo de guerra em torno da reforma na Lei do Direito
Autoral preocupam o Planalto; assessores da presidente Dilma pedem que ministra
Ana de Hollanda neutralize opositores e mostre "agenda positiva"
O recado do Palácio do Planalto é claro: o MinC (Ministério da Cultura) precisa, com urgência,
desvencilhar-se da "agenda negativa".
Num governo norteado pelo mantra da "agenda positiva" e pelo velho ditado que diz que "o
peixe morre pela boca", a pasta comandada por Ana de Hollanda tem aparecido como
exceção.
A despeito de ter um dos menores orçamentos da Esplanada, é um dos que mais tem
aparecido na mídia. Não raro, metido em confusão.
Fontes ouvidas pela Folha confirmam que a exposição já causa desconforto no Planalto. Esta
semana, a presidente Dilma Rousseff teria comentado, com interlocutores, que Hollanda
precisa aprender a neutralizar os movimentos de oposição -venham eles do setor cultural ou do
próprio ministério.
E se a presidente passou a se preocupar é porque, esta semana, a crise na cultura virou uma
crise de governo.
O CASO EMIR SADER
Após entrevista publicada pela Folha em que o sociólogo Emir Sader, que deveria assumir a
Casa de Rui Barbosa, chamou Hollanda de "meio autista", a ministra decidiu cancelar sua
nomeação para o cargo.
Enfrentou, porém, resistências junto ao setor cultural do PT, que se sentia representado na
pasta por Sader.
Numa tentativa de apaziguar o partido, foi escolhido, para seu lugar, o cientista político carioca
Wanderley Guilherme dos Santos, ideologicamente próximo a Sader e ligado à diretoria do PT.
"Há setores do PT muito descontentes com a ministra", diz o cientista político Giuseppe Cocco,
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Esse ministério é o grande erro do governo Dilma.
É inexplicável a ruptura feita com a gestão anterior."
A sensação de ruptura, negada pela ministra, que prefere a expressão "continuidade", tem
origem, sobretudo, na discussão sobre a reforma na Lei do Direito Autoral, proposta por Juca
Ferreira, ministro do governo Lula.
A reforma da lei, um assunto explosivo e complexo, tornou-se o tema central da nova gestão.
"Parte do setor cultural tem reagido com ansiedade", diz o secretário-executivo do Ministério,
Vitor Ortiz. "Não se pode demonizar a discussão. O debate não foi finalizado ainda."
O DIREITO AUTORAL
O que está em jogo, nesse caso, é a flexibilização do tradicional "copyright", que, segundo
alguns criadores e consumidores, já não cabe no mundo atual, marcado pelos avanços
tecnológicos.
"É lamentável que uma discussão que foi pautada pelo debate público possa vir a ser concluída
a portas fechadas, com a participação direta de pessoas ligadas ao Ecad, órgão que nem
sempre se alinha aos interesses dos autores", diz o músico Dudu Falcão. O Ecad é o órgão
que recolhe os direitos autorais.
O produtor de cinema Luiz Carlos Barreto, por sua vez, diz que a ministra, ao propor um recuo
na revisão da reforma, está agindo com "prudência e sabedoria".
"Essa consulta pública só ouviu os músicos", diz Barreto. "A indústria cultural é muito maior que
isso. A ministra está preservando o Brasil de um vexame. A reforma que tinham proposta não
tinha pé nem cabeça."
Esta semana, o técnico que cuidava desse assunto no ministério, Marcos Souza, foi trocado
por Márcia Regina Barbosa, servidora da Advocacia Geral da União (AGU).
"É natural que a ministra monte uma nova equipe. Ela tem que ter liberdade para escolher
quem quiser", diz o secretário-executivo. "É preciso dar um tempo para que as coisas se
acomodem. São só 60 dias de gestão. No centésimo dia, ela vai apresentar um plano de
metas."
VOTO DE CONFIANÇA
O tom do "ainda é cedo" é adotado também por quem fazia oposição a Juca Ferreira e a
Gilberto Gil. "Tenho restrições à postura acuada da ministra, mas temos que dar um voto de
confiança", diz o ator Odilon Wagner, opositor dos antigos ministros.
Wagner teme, por exemplo, que Hollanda não tenha força suficiente para fazer com que a nova
Lei Rouanet, em trâmite no Congresso, seja efetivamente votada.
O artista plástico Waltércio Caldas é outro que prefere trabalhar com a dúvida: "Há muitas
fragilidades. Só não sei até que ponto são problemas que ela herdou ou problemas que está
criando".
06.03.2011
O Estado de S. Paulo
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110306/not_imp688382,0.php
Livrarias dos EUA lutam para sobreviver
A Borders decretou concordata; Barnes & Noble corre o risco de ter o mesmo fim
As duas maiores livrarias dos Estados Unidos lutam para sobreviver. A Borders decretou
concordata na semana passada, fechou 200 de suas lojas, demitiu um terço dos funcionários e
está em estado terminal. A concorrente Barnes&Noble também corre o risco de seguir o
mesmo caminho.
O consumo de livros nos EUA se dá principalmente por meio da internet, com o crescimento na
venda das versões virtuais das publicações, enquanto as impressas perdem mercado,
especialmente nas lojas. Já há quem enxergue um futuro próximo no qual as livrarias
desaparecerão de muitas cidades americanas. Até Nova York vê as suas lojas de livros
fecharem as portas.
No início de janeiro, um funcionário da Barnes&Noble anunciou pelo alto falante o fim da filial
do Lincoln Center. "Obrigado a todos os clientes pelos últimos 15 anos. São oito horas e esta
Barnes&Noble está fechando para sempre", afirmou, em meio a vaias dos clientes. Na semana
passada, foi a vez da Borders. Entre as 200 megastores com as atividades encerradas, estão a
da sede, em Ann Harbor (Michigan), e quatro de suas filiais em Manhattan.
Ao anunciar a concordata, o presidente da Borders, Mike Edwards, afirmou que sua empresa
"não tem os recursos financeiros para se manter como um competidor viável". As dívidas,
estimadas em US$ 1,29 bilhão, superam o patrimônio desta rede de livrarias fundada em 1971.
Na rival Barnes&Noble do Lincoln Center, clientes lamentavam o fechamento, que foi encarado
como um funeral. "Vinha aqui todos os dias ver os lançamentos, ler as revistas. Mas devo
admitir que não comprava mais livros", disse um músico do bairro que visitava a loja todos os
dias. Era comum ver a loja lotada e as filas curtas. Um vendedor de livros usados a um
quarteirão de distância ironizava que seus negócios andavam "melhor" do que o da gigantesca
vizinha, com seus quatro andares de estantes.
Como se estivesse parafraseando o livro Crônica de uma Morte Anunciada, que, para alguns,
representa o destino da Borders e da própria Barnes&Noble, o porteiro de um prédio no Upper
West Side comentou com o Estado "que hoje é o dia em que a livraria será fechada".
Consumidores levaram câmeras e ficaram até o último minuto para registrar o fim de uma
livraria que era um dos símbolos do Upper West Side, um dos bairros mais intelectualizados de
Nova York. Seria como se a Livraria Cultura fechasse para os moradores dos Jardins, ou a
Livraria da Vila para os da Vila Madalena. Durante anos, era comum aos habitantes do bairro
saírem de um dos cinemas da região para comprar um livro na Barnes&Noble. Ou então para
passar o tempo antes de ir à Ópera, à Filarmônica ou ao Ballet, no Lincoln Center.
O cenário é parecido com o das lojas de CD e das locadoras de vídeo. Em cidades como Nova
York existe o temor de que a Barnes&Noble e a Borders cedam lugar às farmácias e lojas de
departamento, como ocorreu com a Virgin e a Blockbuster. Inclusive, no lugar da
Barnes&Noble do Lincoln Center, será aberta uma Century 21, que vende roupas a preços
baixos. O irônico é que as mega livrarias foram, no passado, consideradas culpadas pelo
fechamento de outras menores. O filme You''ve got mail (Mensagem para você, em português),
com Meg Ryan, registrou justamente o momento em que as gigantes Barnes&Noble e Borders
levavam à falência pequenas livrarias.
Motivos. Quatro fatores contribuem para o enfraquecimento das livrarias nos EUA. O primeiro
deles é a difusão de e-readers como o Kindle e o iPad. Segundo a Amazon, são vendidos 115
livros virtuais para cada 110 impressos - a empresa não divulga os valores brutos, apenas a
relação entre os dois.
Segundo a Association of American Publishers, que reúne as principais editoras dos EUA, a
venda de livros virtuais para e-readers cresceu 164,8% (em valores anualizados) em dezembro
de 2010, quando comparado ao mesmo mês no ano anterior, e já representa mais de 8,34% do
mercado de livros -, mais do que o dobro em relação a 2009. Em 2002, era apenas 0,05% do
total. A tendência, segundo a entidade, é de um crescimento maior com a proliferação de
computadores, tablets e e-readers mais avançados. Já o faturamento com livros físicos teve
seu pior resultado desde 2004 - levando em conta que os EUA estavam em recessão em 2008
e 2009.
O segundo fator que tem afetado as livrarias é a venda de livros impressos pela internet. Em
vez de ir até uma loja comprar um título, consumidores passaram a encomendá-los nos sites
como o da Amazon e da própria Barnes&Noble. Lamentando e admitindo essa tendência, o
escritor e crítico literário Scott Eyman afirmou que "nunca foi difícil comprar um livro que já
queríamos, e agora está ainda mais fácil e mais barato. Mas será cada vez mais complicado
comprar um livro que não sabíamos que queríamos até nos depararmos com ele. E esta
sempre foi a função da livraria, que te permitia descobri-los."
A entrada de hipermercados como o Wall Mart no mercado de livros também foi um duro golpe
na Barnes&Noble e na Borders, e seria o terceiro fator responsável pelo fim das livrarias. Com
foco em best sellers e vendas por meio da internet, o gigante varejista tem conseguido roubar o
mercado não apenas das livrarias como também da própria Amazon. O quarto e último
responsável pela má situação das livrarias é a administração.