Boletim 5.pmd - Instituto Aqualung

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Boletim 5.pmd - Instituto Aqualung
Boletim IEA
Número 5 - Ano I - jul / ago 2013
Foto: Gabriela Szpilman
Instituto Ecológico Aqualung levando até você notícias sobre meio
ambiente, sustentabilidade, preservação, natureza e vida animal.
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Boletim do Instituto Ecológico Aqualung
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Auxiliar-administrativo
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EDIÇÃO E REDAÇÃO
Marcelo Szpilman
Boletim do Instituto Ecológico Aqualung
2
Por Marcelo Szpilman
Exterminar tubarões em Recife para Evitar Ataques
Nos dias de hoje ainda cabem atitudes insanas como essa?
Ao ver o vídeo da matéria “Grupo de surfistas quer
extermínio de tubarões em PE: ‘tubarão na panela’” (veja
no link abaixo), veiculada no site do Fantástico na semana
passada (dia 18 de setembro), fiquei estarrecido com a
ignorância e a insensatez que algumas pessoas
insistentemente decidem pautar suas ações e opiniões.
Pichações com os dizeres “tubarão na panela”, declarações
comparando os tubarões a “ratos invasores que devem
ser exterminados” e operações de pesca que tratam os
tubarões como “inimigos” da população, são atitudes
ineptas que devem ser combatidas por todos. Não há mais
espaço para se admitir que cidadãos se reúnam para
incentivar e perpetrar condutas insanas e criminosas, como
a matança inconsequente de seres vivos na Natureza.
Em benefício do esclarecimento, pontuo abaixo, mais uma
vez, o que eu penso sobre o assunto.
1 – Incentivar a captura dos tubarões para
evitar ataques
Achar que exterminando os tubarões os ataques serão
interrompidos é um pensamento lógico, mas
completamente disparatado e antiecológico. É tão óbvio e
absurdo quanto dizer que eliminando os leões na África
cessarão os ataques desses animais. E é antiecológico
porque os tubarões exercem um papel crucial na
manutenção da saúde e do equilíbrio dos ecossistemas
marinhos, incluindo o litoral pernambucano, e, sem a
presença deles, as consequências serão incontroláveis __
diferente dos ataques, que podem ser evitados com o
simples respeito às placas de sinalização nas praias de
Recife.
2
–
Contribuir
para
a
imagem
sensacionalista e irreal dos tubarões
Ao acreditar que a solução para dar segurança nas praias
passa por “limpar as águas infestadas por essas feras”,
essas pessoas contribuem para fortalecer a distorcida
imagem do tubarão como um animal perverso e
sanguinário e para estimular a fobia coletiva.
3 – TTratar
ratar a questão dos ataques de forma
leviana
Os incidentes com os tubarões na Grande Recife
começaram após um desequilíbrio ambiental provocado
pelo homem, com a construção do Porto de Suape no início
da década de 1990, que conjugou fatores locais específicos
que aumentaram tremendamente a interação entre o
homem e o tubarão e, consequentemente, os riscos de
ataque. E, desde então, ataques de tubarão, com
mutilações e mortes, passaram a ser um problema real
que exigia soluções (foram 15 ataques somente em 1994).
E para tratar do problema, pode-se atuar sobre duas pontas:
os tubarões ou as pessoas.
O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com
Tubarões (Cemit) fez a escolha certa e de bom-senso __
atuar principalmente sobre as pessoas. Composto por
representantes dos mais diversos segmentos da sociedade,
o Cemit foi criado pelo Governo do Estado de Pernambuco,
em maio de 2004, com o objetivo de discutir, deliberar e
implantar ações recomendadas pelos workshops realizados
em 1995 e 2004 (do qual participei). Desta forma, o Cemit
realizou campanhas educativas, estabeleceu fiscalização,
orientação e segurança nas praias e promoveu a pesquisa
e o monitoramento dos tubarões.
Apesar dos interesses conflitantes dos diversos setores da
sociedade pernambucana, não obstante o respeito devido
aos atacados e seus familiares, os números comprovam
que o Cemit fez e continua fazendo um excelente trabalho
de esclarecimento e de educação dos surfistas e banhistas,
com visíveis resultados na prevenção e queda dos ataques.
De 1990 a 2004, foram 46 ataques com 18 fatalidades, o
que dá uma média de 3,3 ataques por ano. Depois da
criação do Cemit, de 2005 a 2012, houve apenas 9 ataques
com 3 fatalidades, configurando uma média de 1,3 ataque
por ano.
Espero que eu tenha sido capaz de me fazer entender e
almejo que os órgãos competentes cumpram suas
atribuições para coibir tais práticas insustentáveis.
Veja a matéria nesse link:
http://g1.globo.com/fantastico/quadros/canal-f/noticia/2013/09/grupo-de-surfistas-quer-exterminio-de-tubaroes-em-petubarao-na-panela.html
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Boletim Sustentável
Cobiçadas árvores de madeira nobre 1
Diversas espécies de árvores de madeira nobre
brasileiras sempre foram muito cobiçadas e derrubadas.
A partir desse boletim falaremos sobre algumas delas.
E a primeira não poderia deixar de ser o belo Pau-Brasil,
árvore que deu nome ao país.
Encontrada na Mata Atlântica, restingas e baixas
encostas, essa espécie pode atingir até 20 metros de
altura e viver 500 anos.
Seu principal uso, como madeira nobre, sempre foi a
construção de instrumentos musicais, principalmente
o violino.
O pau-Brasil foi o primeiro produto brasileiro de
exportação com monopólio.
Entre 1503 e 1530, as remessas já giravam em torno
de 300 toneladas por ano.
Não é por outra razão que hoje seu risco de extinção é
altíssimo.
Cobiçadas árvores de madeira nobre 2
Nesse boletim continuamos a falar das espécies de
árvores de madeira nobre brasileiras que sempre foram
muito cobiçadas e derrubadas.
Hoje falaremos sobre o resistente mogno, árvore com
tão baixa densidade que somente um exemplar é
encontrado por quilometro quadrado.
Encontrada nas florestas tropicais da América do Sul e
Central, essa espécie pode atingir até 40 metros de
altura e viver 200 anos.
Seu principal uso, como madeira nobre resistente à
água, sempre foi a construção naval.
Atualmente, seu risco de extinção é alto.
Cobiçadas árvores de madeira nobre 4
Nesse boletim continuamos a falar das espécies de
árvores de madeira nobre brasileiras que sempre foram
muito cobiçadas e derrubadas.
Hoje falaremos sobre o elegante cedro, árvore com tão
baixa densidade que somente um exemplar é
encontrado a cada 10 quilometros quadrado.
Encontrada nas florestas tropicais da América do Sul e
Central, essa espécie pode atingir até 35 metros de
altura e viver 200 anos.
Seu principal uso, como madeira nobre, sempre foi na
construção civil e na fabricação de peças de decoração.
Atualmente, seu risco de extinção é médio.
Hoje falaremos sobre o majestoso jacarandá, árvore
muito requisitada pelos europeus e seus palácios.
Encontrada na Mata Atlântica, especialmente no norte
do Espirito Santo e sul da Bahia, essa espécie pode
atingir até 20 metros de altura e viver 300 anos.
Seu principal uso, como madeira nobre, sempre foi a
fabricação de móveis de luxo.
Muito explorada no passado, hoje seu risco de extinção
é alto.
Cobiçadas árvores de madeira nobre 5
Nesse boletim continuamos a falar das espécies de
árvores de madeira nobre brasileiras que sempre foram
muito cobiçadas e derrubadas.
Hoje falaremos sobre a versátil peroba, árvore usada
como referência de qualidade.
Encontrada na Mata Atlântica, especialmente no norte
do Rio de Janeiro e sul do espírito Santo, essa espécie
pode atingir até 40 metros de altura e viver 300 anos.
Cobiçadas árvores de madeira nobre 3
Nesse boletim continuamos a falar das espécies de
árvores de madeira nobre brasileiras que sempre foram
muito cobiçadas e derrubadas.
Como madeira nobre, pela qualidade e por não
apodrecer e deformar, sempre foi usada como padrão
para a construção civil e na fabricação de móveis.
Atualmente, seu risco de extinção é altíssimo.
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Boletim Sustentável
Cobiçadas árvores de madeira nobre 6
Efeitos das mudanças climáticas
Nesse boletim fechamos a série em que falamos das
espécies de árvores de madeira nobre brasileiras que
sempre foram muito cobiçadas e derrubadas.
Você sabia que as mudanças climáticas poderão mudar
itens que fazem parte do nosso dia a dia? E alguns
ficarão mais caros.
E fechamos com o jatobá, árvore com tão baixa
densidade que somente um exemplar é encontrado a
cada 10 quilometros quadrados.
A produção de vinhos, por exemplo, na região de
Bordeaux, na França, poderá cair 60% por conta do
clima mais quente e úmido.
Encontrada em toda extensão da Amazônia e da Mata
Atlântica, essa espécie pode atingir até 30 metros de
altura e viver 500 anos.
Pesquisadores ingleses calculam que 40% das atuais
áreas de plantio de café serão afetadas nos próximos
70 anos.
Além de ter fruto com polpa comestível, como madeira
nobre, por sua forte resistência à água, sempre foi
usada em móveis de decoração, pisos e laminados que
ficam expostos ao tempo.
Com o trigo e com o chocolate aconteceria o mesmo,
tornando-se produtos de luxo.
Seu risco de extinção atual é médio, tendendo para
alto.
Até os voos de avião poderão ser afetados, tornandose mais turbulentos nos próximos 50 anos.
Telhados verdes
Poluição atmosférica dentro de casa
Os telhados verdes vem sendo adotados em várias
partes do mundo.
Você sabia que existe poluição atmosférica dentro de
casa? E o pior, que ela é também perigosa e mata?
Eles são uteis para evitar enchentes e ilhas de calor
nas cidades.
Pois é, cerca de 3,5 milhões de pessoas morrem todos
os anos por conta da poluição atmosférica dentro de
suas próprias casas.
Agora eles poderão ser obrigatórios nas novas
construções em Cutitiba.
E entre as principais causas, estão as lareiras e os fornos
à lenha usados em larga escala nos países em
desenvolvimento.
Um projeto de lei exigirá que os prédios residenciais
ou comerciais com mais de 3 unidades tenham um
telhado verde na cobertura.
Taí um grande ideia para outras cidades.
Só pra comparar, morrem outras 3,3 milhões de
pessoas por ano por efeito da poluição fora de casa.
Nova York, por exemplo, já tem legislação que incentiva
os telhados verdes há 5 anos.
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Boletim Sustentável
Energia alternativa competitiva
Você sabe o que quer dizer Amazônia Azul?
Você sabia que na Itália e na Índia a energia solar já
custa o mesmo preço das outras fontes?
Amazônia azul foi um nome criado pela Marinha
brasileira para designar nosso mar territorial, em alusão
ao tamanho de sua biodiversidade e a importância que
ele tem na regulação do clima.
Essa informação faz parte de um estudo alemão que
prevê a queda do preço em outros países em 2014.
A China, que já é o maior fabricante, deverá se tornar
o maior mercado de energia solar no final de 2013.
O estudo acrescenta que os projetos na Índia e na Itália
são implantados com incentivos mínimos do governo
ou até sem eles.
Trata-se, na verdade, da nossa zona econômica
exclusiva. Uma área de 3,5 milhões de quilômetros
quadrados que banha o Brasil.
E começa a ganhar corpo no congresso nacional uma
lei que pode garantir sua preservação.
Tomara que ela chegue a tempo de preservar diversas
espécies que já se encontram ameaçadas.
Pumas americanos
O puma americano, felino famoso por sua bela
pelagem e grande agilidade, está cada vez mais
ameaçado pela expansão urbana.
As fazendas, cidades e estradas construídas no lugar
das matas e florestas reduzem consideravelmente a
área disponível para os pumas.
Só pra você ter uma ideia, durante o período de
acasalamento os pumas chegam a precisar de uma área
quatro vezes do que aquela necessária para
alimentação.
Além disso, a expansão urbana e rural causa muitos
atropelamentos e provoca mudanças em seu
comportamento, como atacar o gado das fazendas.
Ciclovias no Brasil
Essa notícia é muito legal.
O Brasil já tem mais de mil quilômetros de ciclovias,
instaladas em 13 capitais.
O Rio de Janeiro é líder nacional com 300 quilômetros,
seguido por Brasília com 160.
São bons números, mas pouco se comparado com
algumas cidades internacionais.
Berlim, a campeã mundial, tem 750 quilômetros.
Em Nova York, só nos últimos quatro anos, foram
construídos mais de 400 quilômetros de vias exclusivos
para bicicletas.
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Boletim Sustentável
Controle de temperatura
Campanha pelo fim da caça de elefantes
Já pensou em ligar e controlar seu ar-condicionado via
wi-fi de seu celular?
Uma nova campanha internacional está pedindo o fim
da caça de elefantes e do comércio de marfim.
Pois é, um novo dispositivo testado em Nova York
permitirá monitorar os aparelhos de ar-condicionado
através de um aplicativo em seu smarthphone.
A ONG ElephantVoices está promovendo uma
mobilização na internet para que os compradores em
potencial saibam o mal que estão provocando.
O dispositivo combina uma tomada inteligente com
um programa instalado no celular.
As presas de marfim são dentes inervados, compostos
por dentina, que crescem durante toda a vida do
animal e não podem ser removidas de elefantes vivos.
Dará para ligar ou desligar o ar, regular a temperatura
e escolher a hora certa para funcionar.
Florestas em perigo
Imagens de satélite mostram que as florestas do
Sudeste Asiático estão em sério perigo.
O slogan é: “Cada presa custa uma vida, não compre
marfim”.
O comércio de marfim vem causando a matança de
milhares de elefantes todos os anos. E a maior demanda
hoje vem da China.
Como todo comércio ilegal, o único modo de coibir é
reprimir a demanda.
Nos últimos 35 anos, houve uma redução de um terço
das matas de cinco países asiáticos.
Embalagem inteligente
O desmatamento mais crítico foi no Vietnã, com a
destruição de 43% de sua área verde.
Já imaginou uma embalagem que avisa se um produto
está ou não próprio para o consumo?
Laos e Myanmar tiveram redução de 24%. Já o Camboja
perdeu 22% de suas matas.
Uma embalagem biodegradável, criada pela escola
politécnica da USP, é capaz de mudar de cor quando o
alimento começa a estragar.
Nesse ritmo, em 2030, restarão somente 10% da área
original.
Ela é feira de fécula de mandioca e possui um pigmento
chamado antocianina.
Quando o produto se deteriora, o PH se altera e
provoca a mudança de cor na embalagem.
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Boletim Sustentável
Engajamento das empresas 1
Engajamento das empresas 2
Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral, com 172
empresas, mostrou que o engajamento em temas
ligados à sustentabilidade ainda é muito baixo.
No boletim de ontem falamos que uma pesquisa com
172 empresas, mostrou que o engajamento em temas
ligados à sustentabilidade ainda é muito baixo e o foco
principal continua sendo melhorar a imagem da
empresa.
Infelizmente, o foco principal continua sendo melhorar
a imagem da empresa.
Há cinco graus possíveis de evolução da empresa em
termos de sustentabilidade, ou cidadania corporativa:
Elementar, engajado, inovador, integrado e
transformador.
Na média, as empresas brasileiras estariam no segundo
nível, o engajado.
Conta de luz inteligente
Já pensou em usar aqueles eletrodomésticos que
gastam muita energia em horários de energia mais
barata?
Pois é, esse ano a Ampla começou a instalar medidores
inteligentes nas residências e estabelecimentos
comerciais de Búzios.
Conhecidos como smart grid, esses medidores
permitem que os consumidores tenham tarifas
diferenciadas conforme o horário de uso da energia.
Além disso, pelo celular será possível ligar e desligar
alguns circuitos da casa.
É a conta de luz inteligente e sustentável.
Mas os executivos dessas empresas precisam conhecer
uma pesquisa da Universidade de Harvard, com as
maiores empresas globais com ações na bolsa.
De 1992 a 2010, as empresas mais sustentáveis tiveram
uma valorização do patrimônio 30% maior do que as
outras. Mesmo em tempos de vacas magras.
Ou seja, a sustentabilidade não é só o caminho mais
correto, mas também o mais lucrativo.
Aquecimento e ondas
Todos nós sabemos que o aquecimento global vai
provocar vários efeitos na natureza que nos atingirão.
Mas você sabia que entre esses efeitos está a altura
das ondas?
Pois é, um recente estudo de cientistas australianos
indicou que as mudanças climáticas poderão fazer a
altura das ondas diminuírem mais de 25% em várias
partes do mundo.
E esse problema não afetará apenas os surfistas.
Afetará também a vida de muitas espécies que vivem
em áreas costeiras e dependem que essas ondas levem
água para elas.
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Boletim Sustentável
Poluição do ar
Planta vitória régia
Embora a fuligem seja a parte mais visível da poluição
atmosférica, são os gases que causam mais danos à
nossa saúde.
Você sabia que a origem do nome da planta vitória
régia é uma homenagem à rainha Vitória, da
Inglaterra?
E um dos principais é o dióxido de nitrogênio, expelido
pela queima de combustíveis fósseis em motores,
usinas elétricas e siderúrgicas.
A folha redonda da vitória régia pode chegar a mais
de dois metros de diâmetro.
A exposição a níveis elevados e constantes pode causar
crises respiratórias graves.
Além disso, esse gás é responsável por 5% das mortes
anuais por problemas cardiovasculares em todo o
mundo.
E são as nervuras dessa folha que aprisionam ar. Isso
permite que a planta flutue na água e seja capaz de
suportar até 60 kg.
Vários animais, como sucuris, jacarés e pássaros,
aproveitam essa capacidade para apoio e descanso.
Outra que você não sabia: a vitória régia não fica à deriva
nos lagos amazônicos. Uma espécie de caule, chamado
pecíolo, se estica até o fundo e se fixa no solo.
Serviços de limpeza
Você sabe de onde vem a palavra “gari”, usada para
se referir ao funcionário que limpa as ruas no Rio?
Os padrões de higiene e os serviços de limpeza na
cidade eram muito ruins até o final do século dezenove.
Em 1876, a empresa do senhor Aleixo Gary foi
contratada para limpar as ruas, e atuou até 1891. Daí
veio a palavra gari.
Depois a Inspetoria de Limpeza Pública iniciou em
1895 a queima do lixo, em Manguinhos. Isso durou
até 1970.
Em 1975, surgiu a Companhia de Limpeza Urbana,
mais conhecida como Comlurb, que permanece hoje
fazendo um excelente trabalho.
Agrotóxicos
Não sei se você sabe, mas há seis anos o Brasil detém
o título de campeão mundial no consumo de
agrotóxicos.
Cerca de 20% de todos os inseticidas, fungicidas e
herbicidas fabricados no mundo são vendidos por aqui.
Finalmente, nossos nobres deputados resolveram agir
nesse sentido.
A assembleia legislativa do Rio aprovou um projeto
de lei para controlar o uso de defensivos agrícolas no
estado.
Essa nova lei vai também proibir a aplicação de
substâncias que já foram banidas em outros países.
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Boletim Sustentável
Sharknado
Dumping ecológico
Na semana passada recebi alguns e-mails sobre um
filme catástrofe que mistura tubarões e tornados, cujo
trailer está bombando nas redes sociais.
É claro que você conhece a expressão amigos, amigos,
negócios à parte. E isso vale agora para amigos da
natureza.
Com o sugestivo nome “Sharknado”, combinação das
palavras shark e tornado, feito para a TV americana, o
filme mostra tubarões caindo do céu e causando morte
e destruição em Los Angeles.
A União Europeia, que sempre tem uma imagem
ecologicamente correta, estabeleceu um limite. E esse
limite é econômico.
Apesar de o roteiro ser um total absurdo, beirando o
grotesco, mais uma vez tem-se um filme passando a
imagem do tubarão como inimigo, o monstro e fera
assassina que persegue o homem.
É importante frisar que os riscos de ataque de tubarão
no mundo, dentro d’água, são praticamente
desprezíveis. Fora da água, como sugere o filme, só
em ficção científica de baixíssimo nível como essa.
Gordura gerando energia
A Inglaterra está construindo uma usina energética
movida a óleo de cozinha usado.
Previsto para inaugurar em 2015, o projeto deverá
gerar energia suficiente para abastecer 40 mil casas.
Ele irão recolher 30 toneladas de gordura por dia, em
restaurantes, bares, cafés e empresas de Londres e
outras cidades próximas.
Uma excelente ideia sustentável.
Ela anunciou que serão impostas tarifas punitivas de
bilhões de euros sobre a venda de painéis solares da
China no continente europeu.
Os europeus acusam os fabricantes chineses de
venderem os painéis abaixo do preço de custo.
Essa prática, conhecida como dumping, não é aceita
pelo mercado, mesmo quando se trata de energia limpa
e renovável.
Morrer de ffome
ome
Você tem noção de quantas pessoas morreram de fome
na Somália entre 2011 e 2012?
Pois é, nesse período, 258 mil pessoas morreram de
fome. E mais da metade eram crianças de até cinco
anos de idade.
As principais causas dessa fome em massa foram a
instabilidade política, os conflitos armados, a falta de
chuva e, por fim, os altos preços dos alimentos.
Quando você for desperdiçar comida, pense nisso.
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Boletim Sustentável
Ataque de tubarão 1
Ataque de tubarão 2
Em função do recente ataque de tubarão fatal em
Recife, decidi falar sobre o tema.
Ontem falei que ninguém precisa ter medo de ataques
de tubarão no Brasil, mas que há uma exceção.
É importante esclarecer que o risco de ataque nos oito
mil quilômetros de costa brasileira é absolutamente
desprezível.
Existe uma faixa de apenas 20 quilômetros, no litoral
de Recife, onde há risco real de acidentes com
tubarões.
Nos últimos 200 anos, só houve 8 ataques de tubarão
no litoral do Rio de Janeiro. E o último foi na década
de 1960.
E esse problema foi provocado pelo homem ao
construir o Porto de Suape no início da década de
1990.
Ou seja, ninguém precisa ter medo de ataques de
tubarão no Brasil.
Aterraram o mangue da região e fecharam duas bocas
de rios onde as fêmeas do tubarão cabeça-chata
pariam seus filhotes.
Mas há uma exceção. Existe uma faixa de apenas 20
quilômetros, no litoral de Recife, onde há risco real de
acidentes com tubarões.
Sugestões da Rio+20
Quase um ano depois, saiu o primeiro rascunho com
as sugestões dos dez objetivos do desenvolvimento
sustentável.
Por essas razões, essa população, que nunca
apresentou problema naquela região, se deslocou para
Recife.
E foi isso que provocou o aumento da interação entre
o homem e o tubarão. Com o aumento dessa interação,
houve o aumento no número de acidentes.
Mudanças climáticas
Mas infelizmente ele não trata de metas nem de prazos.
Ou seja é muito pouco objetivo.
Há muita controvérsia quando o tema é mudanças
climáticas.
Fala em erradicar a pobreza, crescer dentro dos limites,
igualdade de gêneros, saúde para todos, frear as
mudanças climáticas e boa gestão dos recursos
naturais.
Tem uma turma que acha que o aquecimento global é
natural, provocado por um novo ciclo de aquecimento
da terra. Outra turma acha que o grande responsável
é o homem. Agora, um recente estudo deu razão para
a segunda turma.
Muito boas intensões, mas nada de prático e objetivo.
O tema ainda será discutido na ONU em setembro.
Quem sabe eles façam algo de prático.
O levantamento indicou que 97% dos 12 mil artigos
científicos publicados sobre mudanças climáticas, entre
1991 e 2011, consideram que o aquecimento global
vem sendo causado pelas atividades humanas.
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11
Boletim Sustentável
Baratas
Leonardo DiCaprio Ecológico
Só em falar o nome barata, já deve ter provocado
aquela cara de nojo em muita gente, especialmente
nas mulheres.
No mês passado, o ator Leonardo DiCaprio arrecadou
38 milhões de dólares pra serem investidos em projetos
de conservação da natureza.
Mas saiba que as baratas não podem ser eliminadas.
Ele convenceu outros artistas a doarem obras de arte
para serem leiloadas em Nova York.
Existem mais de 5 mil espécies de baratas no mundo e
a maioria tem um papel ecológico muito importante.
Além de contribuírem para a polinização de muitas
plantas, sevem como alimento para muitos pássaros,
inclusive o pica-pau-de-topete-vermelho, famoso pelo
desenho animado do pica-pau.
Até mesmo a barata urbana, que tem péssima imagem,
é útil por comer todos os restos que deixamos cair no
chão.
Multa de caminhões e ônibus
Quem nunca viu um caminhão ou um ônibus soltando
aquela fumaça preta horrorosa?
Na abertura do evento, o ator lembrou que 140 mil
espécies de plantas e animais tornam-se extintos todos
os anos.
E disse: “Existem menos de 3.200 tigres no mundo, já
perdemos 90% dos tubarões e se nada fizermos todos
os elefantes africanos vão desaparecer”.
Taí bons exemplos para agirmos logo, como ele está
fazendo.
Reciclagem de carros
É lógico que você já deve ter visto um carro sendo
triturado em um filme americano.
Pois é, finalmente eles serão multados pela poluição.
Pois é, nos Estados Unidos e na Europa a reciclagem
dos carros velhos supera 90%.
Por incrível que pareça, só agora a antiga determinação
do código de transito brasileiro foi regulamentada.
Quase todos os componentes podem ser
reaproveitados ou reciclados.
Com isso, que for pego soltando fumaça preta vai pagar
multa e perder cinco pontos na carteira.
Mas no Brasil, menos de 2% dos veículos que saem de
circulação são reciclados.
Um total despropósito. Já está na hora de mudar isso.
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12
Boletim Sustentável
Consumo de carne
Gases de efeito estufa
O papel do consumo de carne no aquecimento global
pode ser muito maior do se imaginava.
Fala-se muito em gases de efeito estufa, mas você sabe
quais são? Se não sabe, preste atenção.
De acordo com o Word Watch Institute, o ciclo de vida
da criação de animais para o abate responde por
metade das emissões de gases de efeito estufa no
Planeta.
O mais abundante é o CO2, ou dióxido de carbono.
Inodoro e sem cor, esse gás fica cerca de 100 anos na
atmosfera.
Em 2006, a ONU estimou que 18%, dos bilhões de
toneladas de carbono que lançamos na atmosfera,
deveriam ser atribuídas à criação de gado e outros
animais.
Depois do CO2, o mais importante é o metano, que
contribui muito para o aquecimento global.
Logo depois, vem o óxido nitroso, que é 270 vezes
mais eficiente do que o CO2 na retenção de calor. E
pode ficar 150 anos na atmosfera.
Agora, os cálculos apontam para 51% do total.
Em seguida, temos os CFCs e os HFCs. São gases
inventados pelo homem para serem usados em
refrigeração. Felizmente seu uso está em declínio.
Migrantes do clima
Em 2012, mais de 32 milhões de pessoas no mundo
foram forçadas a deixar suas casas e cidades por conta
dos desastres naturais.
Desse total, 98% ocorreram em países da África e da
Ásia.
Esse número é quase o dobro do registrado em 2011.
Tratamento de água
Pesquisadores brasileiros descobriram que o nabo e a
uva podem ser usados no tratamento de efluentes.
As pesquisas indicaram que enzimas contidas no
bagaço do nabo e da uva podem remover corantes da
água.
Ao todo, 144 milhões de pessoas tiveram que ser
deslocadas em razão de enchentes, tempestades,
furacões e terremotos nos últimos cinco anos.
E hoje, para esse fim, a indústria usa enzimas
comerciais mais caras.
Índia e Nigéria lideram essa triste estatística.
E a descoberta abre caminho para eliminar até mesmo
resíduo de medicamentos na água.
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Boletim Sustentável
Cidades amigas das bicicletas
Divulgaram recentemente o ranking de 2012 das
cidades do mundo mais amigas das bicicletas.
E o Rio de Janeiro, com seus mais de 300 quilômetros
de ciclovias aparece na 16ª posição.
Amsterdã, na Holanda, foi eleita, pelo segundo ano
consecutivo, a melhor cidade do mundo para se andar
de bicicleta.
Depois, vem Copenhagen, na Dinamarca, Ultrech na
Holanda, Sevilha na Espanha e Bordeaux na França.
Quem sabe se melhoramos a educação no trânsito
carioca, ganhamos posições no próximo ranking.
Bebedouros
Essa notícia vem dos Estados Unidos.
O movimento Viva os Bebedouros vem crescendo e já
atinge quase 100 universidades.
A ideia é combater o uso indiscriminado das
garrafinhas plásticas que tanto mal fazem ao ambiente
quando descartadas incorretamente.
No início de cada ano letivo, os calouros são recebidos
pelos veteranos e funcionários com garrafas
reutilizáveis e um mapa dos bebedouros disponíveis
no campus da universidade.
Ciclovias que dão lucro
Mais um bom exemplo que vem de Nova York.
Um estudo feito pelo departamento de transporte da
cidade constatou que nas ruas onde pedestres e
ciclistas circulam com segurança, o comércio vende
mais.
Após a construção da ciclovia na nona avenida, as
empresas locais registraram crescimento de 49% nas
vendas.
No mesmo período, o aumento dos negócios no resto
da cidade foi de apenas 3%.
Grande exemplo de união entre sustentabilidade e
economia.
Proteção para o tigre
Sabendo que o tigre-de-bengala é um dos felinos com
maior risco de extinção, o Nepal investiu na sua
proteção.
Nos últimos cinco anos, o Nepal aumentou a
fiscalização ambiental dentro dos parques nacionais e
o combate à caça ilegal.
Com essas medidas, viu o número de tigres-de-bengala
aumentar 63%.
No passado, milhares de tigre habitavam as florestas
de Bangladesh, Índia e Nepal. Hoje só restam cerca de
3 mil.
Taí uma boa ideia para o Brasil.
Boletim do Instituto Ecológico Aqualung
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Artigo de Reflexão
A Cultura do “Deixa pra Lá”
Com grande frequência nos deparamos com
situações de desvio de conduta que fogem aos
padrões morais (ou éticos) sem nos importarmos.
Deixamos pra lá como que anestesiados pelo
costume complacente. E não estou falando dos
crimes de corrupção, falcatrua e suborno
cometidos em total desprezo às leis e
(improváveis) sanções, mas sim das rotineiras
transgressões que muitas pessoas cometem sem
se dar conta.
Um bom exemplo é o uso da carteira de
estudante falsa para pagar meia-entrada.
Milhões de pessoas se utilizam dessa artimanha
e lesam cinemas, teatros e shows em 15, 30 ou
90 reais em um único ingresso. E se ao invés
disso, uma dessas pessoas falsificasse a sua
assinatura num cheque de 15, 30 ou 90 reais.
Você deixaria pra lá?
Outro exemplo é o lixo descartado nas áreas
públicas. Milhares de pessoas jogam lixo nas ruas
e emporcalham nossa cidade. E se uma delas
jogasse lixo na sua sala, você deixaria pra lá?
Por Marcelo Szpilman
Quer mais um? Centenas de pessoas compram,
nas feiras e estradas, animais silvestres retirados
de seu ambiente natural. E se alguém retirasse
seu animal de estimação de sua casa para vender
na esquina, você deixaria pra lá?
Pois é, milhões de tubarões são mortos apenas
por suas barbatanas, milhares de tigres são
caçados apenas por seus pênis e centenas de
elefantes são abatidos somente por seus marfins,
mas nós continuamos deixando pra lá.
Os valores morais, éticos e ambientais da
sociedade devem ser prezados, ainda que alguns
insistam em desqualificar essa conduta.
O certo é ser correto. O certo é ser sustentável.
O certo é evitar o desperdício. O certo é
preservar a Natureza.
Tenha atitude! Não deixe pra lá! Apoie e
participe de ações e projetos respeitados por
seu trabalho correto em favor das causas
socioambientais.
Boletim do Instituto Ecológico Aqualung
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