Plano Museológico - Museu de Ciências Naturais
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Plano Museológico - Museu de Ciências Naturais
2015 Plano Museológico 2014 Museu de Ciências Naturais da Fundação Z Plano Museológico 2014 Plano Museológico Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 2015 SECRETARIA DO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL MUSEU DE CIÊNCIAS NATURAIS FICHA TÉCNICA GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Juliano Panizza Salomon Abi Fakredin – Presidente Interino Museu de Ciências Naturais Mariana Silveira Jacques - Diretora Executiva Gabinete Direção Executiva Mariana Silveira Jacques - Diretora Executiva Lúcia Silva da Rocha - Auxiliar Administrativa Divisão de Pesquisa Glayson Ariel Bencke - Biólogo Seção de Botânica de Criptógamas Juliano Oliveira Nunes - Auxiliar de Biologia Manoel Luiz Nunes – Químico Nilson Batista Bittencourt – Téc. Nível Médio Operacional Sandra Maria Alves da Silva – Bióloga Vera Regina Werner – Bióloga Seção de Botânica de Fanerógamas Cleodir Jose Mansan - Téc. Nível Médio Operacional Juliano de Oliveira Nunes - Auxiliar de Biologia Martin Molz - Biólogo Rosana Moreno Senna – Bióloga Suzana Maria de Azevedo Martins – Bióloga Seção de Zoologia de Invertebrados Aline Barcellos Prates dos Santos – Bióloga Caroline Maria da Silva - Auxiliar de Biologia Hilda Alice de Oliveira Gastal – Bióloga e Museóloga Ingrid Heydrich – Bióloga Janine Oliveira Arruda Araújo - Bióloga Luciano de Azevedo Moura - Biólogo Ricardo Ott - Biólogo Tomaz Vital Aguzzoli - Técnico Agrícola Seção de Zoologia de Vertebrados Acácia Brito Winter - Tratadora Flavio Bergmann Carlucci – Aux. de Biologia Felipe Zilio - Biólogo Glayson Ariel Bencke - Biólogo Márcia Maria de Assis Jardim – Bióloga Marco Aurélio Azevedo – Biólogo Maria Lúcia Machado Alves – Bióloga e Museóloga Mariano Cordeiro Pairet Júnior - Técnico Agrícola Patrick Colombo - Biólogo Roberto Baptista de Oliveira - Biólogo Tatiane Campos Trigo - Bióloga Vinicius de Araújo Bertaco - Biólogo Seção de Paleontologia Ana Maria Ribeiro – Bióloga Jorge Ferigolo – Paleontólogo Seção de Conservação e Manejo Jan Karel Felix Mahler Júnior - Biólogo Josy Zarur de Matos - Bióloga Luiza Chomenko – Bióloga Divisão de Difusão Científica e Cultural Hilda Alice de Oliveira Gastal – Bióloga e Museóloga Seção de Educação Ambiental e Museologia Angelo Favila Rodrigues - Atendente/Exposição Amaro Paulino da Silva Castilhos - Atendente/Exposição Iriam Mara Scarcelli - Atendente/Exposição Laura Maria Gomes Tavares – Téc. Educação Ambiental Marcia Severo Spadoni – Téc. Educação Ambiental Rógis Flores Ferreira – Téc. Educação Ambiental Ronaldo Gemerasca da Silva – Carpinteiro Voltayre Vencato Cezar - Atendente/Exposição Seção de Informação Ambiental Ricardo Aranha Ramos – Téc. Biologia EQUIPE DE TRABALHO Elaboração: Bióloga e Museóloga Hilda Alice de Oliveira Gastal; Priscila Chagas Oliveira - estagiária no período de novembro/2013 a março/2014, enquanto acadêmica do curso de Museologia da UFRGS. Apoio e Revisão: Funcionários e colaboradores do Museu de Ciências Naturais/FZB que disponibilizaram e revisaram as informações necessárias para a elaboração desse documento; colegas da Administração Central/FZB que colaboraram prestando as informações indispensáveis sobre as diversas Seções e Setores que apoiam o MCN; Arquiteta Rosa Maria Pacheco da Silva, do Jardim Botânico/FZB, que disponibilizou as plantas da Instituição e informações necessárias sobre o prédio. Agradecimento especial: Aos acadêmicos de Museologia da UFRGS Danielle Chrystine Fontes dos Santos (estagiária no período de março/2012 a fevereiro/2013) e Pedro Augusto Girardi (estagiário no período de abril a julho/2013), pela pesquisa e trabalhos anteriores que proporcionaram a concretização desse documento; à Elisa Dias e Rita Callegaro pelo trabalho museológico desenvolvido no Museu de Ciências Naturais/FZB em julho de 2011, para a disciplina de Gestão em Museus do Curso de Museologia da FABICO/UFRGS. Porto Alegre, setembro de 2015. Museól. Hilda Alice de Oliveira Gastal COREM-3ª Região 00031-IV INTRODUÇÃO O Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB) é uma instituição de caráter museológico (dedicada por excelência a atividades de documentação, pesquisa e comunicação) de origem pública estadual, sendo da administração indireta e vinculada atualmente à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA). Tem por função preservar, através da pesquisa, dos projetos e ações de conservação da biodiversidade, das atividades de educação ambiental e do seu acervo, que abrange as áreas da zoologia, da botânica e da paleontologia, o patrimônio natural, com ênfase ao patrimônio regional. As coleções científicas de material biológico que salvaguarda, constituem o testemunho e banco de dados do conhecimento gerado pela pesquisa pregressa, realizada nas áreas da sistemática e taxonomia, biologia e ecologia. Desde o ano de 1972 integra a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), juntamente com o Jardim Botânico (JB) e o Parque Zoológico (PZ), porém possui autonomia, planejando e executando suas próprias atividades. Está localizado na área do Jardim Botânico, na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul/Brasil), sendo uma das mais importantes instituições destinadas à pesquisa e difusão das ciências naturais do país. O Plano Museológico é o documento institucional que serve de instrumento para uma boa gestão e segurança do museu. Este documento serve também para a comprovação da existência legal da instituição museológica e deve expor de forma clara e objetiva as informações gerais e específicas, abrangendo os aspectos funcionais e operacionais do museu. O Plano Museológico está previsto a partir da Lei Federal nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009 (BRASIL, 2009) e regulamentado pelo Decreto Federal nº 8.124, de 17 de outubro de 2013: Seção III- Do Plano Museológico Art. 44. É dever dos museus elaborar e implementar o Plano Museológico. Art. 45. O Plano Museológico é compreendido como ferramenta básica de planejamento estratégico, de sentido global e integrador, indispensável para a identificação da vocação da instituição museológica para a definição, o ordenamento e a priorização dos objetivos e das ações de cada uma de suas áreas de funcionamento, bem como fundamenta a criação ou a fusão de museus, constituindo instrumento fundamental para a sistematização do trabalho interno e para a atuação dos museus na sociedade. Art. 46. O Plano Museológico do museu definirá sua missão básica e sua função específica na sociedade e poderá contemplar os seguintes itens, dentre outros: I – o diagnóstico participativo da instituição, podendo ser realizado com o concurso de colaboradores externos; II – a identificação dos espaços, bem como dos conjuntos patrimoniais sob a guarda dos museus; III – a identificação dos públicos a quem se destina o trabalho dos museus; IV – detalhamento dos Programas: a) Institucional; b) de Gestão de Pessoas; c) de Acervos; d) de Exposições; e) Educativo e Cultural; f) de Pesquisa; g) Arquitetônico-urbanístico; h) de Segurança; i) de Financiamento e Fomento; j) de Comunicação. § 1º Na consolidação do Plano Museológico, deve-se levar em conta o caráter interdisciplinar dos Programas. § 2º O Plano Museológico será elaborado, preferencialmente, de forma participativa, envolvendo o conjunto dos funcionários dos museus, além de especialistas, parceiros sociais, usuários e consultores externos, levadas em conta suas especificidades. § 3º O Plano Museológico deverá ser avaliado permanentemente e revisado pela instituição com periodicidade definida em seu regimento. Art. 47. Os projetos componentes dos Programas do Plano Museológico caracterizar-se-ão pela exequibilidade, adequação às especificações dos distintos Programas, apresentação de cronograma de execução, a explicitação da metodologia adotada, a descrição das ações planejadas e a implantação de um sistema de avaliação permanente. Este documento fornece informações gerais sobre o MCN/FZB, a partir da rotina de ambas as instituições (Museu de Ciências Naturais e Fundação Zoobotânica do RS), destacando-se que essa construção deu-se a partir do conhecimento teóricometodológico da Museologia, trazido por acadêmicos do curso de Museologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com a imprescindível participação coletiva do quadro de funcionários da instituição. A participação dos acadêmicos do curso de Museologia foi viabilizada pelo convênio firmado em 2010 entre o MCN/FZB e o curso da UFRGS, que tornou o MCN/FZB um espaço aberto aos estágios dos alunos desse curso, que ao mesmo tempo, auxiliariam na construção das fases1 do Plano Museológico. 1 O Plano Museológico é construído em 3 fases, de acordo com DAVIES (2001): Fase 1 – Definição Operacional e Missão <Diagnóstico Global da situação atual>; Fase 2 – Programas < Reconhecimento das necessidades para o futuro, o que seria a situação ideal>; e a Fase 3 – Projetos < As soluções viáveis para se chegar no ideal>. Num primeiro momento será apresentado o diagnóstico que permite conhecer a situação atual da instituição, salientando pontos fortes e fracos, assim como as oportunidades e ameaças, fundamentando intervenções posteriores que venham a ser necessárias. O segundo momento será a explanação das propostas de intervenções, mudanças e reavaliações das situações que foram analisadas no diagnóstico. Intencionase dessa forma, apresentar onde a Instituição quer chegar nos próximos anos e como estrategicamente conseguirá. O diagnóstico para uma instituição museológica é de extrema importância para que se possa, futuramente, ter conhecimento pleno da situação da instituição e poder pensar posteriores intervenções no local. O Plano Museológico, objetivo final desse documento “estabelece uma visão clara a respeito de para onde se dirige o museu e como chegar até lá” (DAVIES, 2001, p.15), tornando-o ferramenta essencial para qualquer instituição museológica planejar seu futuro. Desta forma, deve ser dinâmico, aberto a revisões que se façam necessárias para adequar o Museu à realidade dos tempos e aos objetivos a que se propõe. HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO A origem do Museu de Ciências Naturais/FZB se deu a partir da criação da Divisão de Cultura na Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, ocorrida em 29 de janeiro de 1954, através da Lei 2.345. A Divisão de Cultura se dividia em Diretorias de Ciências, de Letras e de Artes. Nessa altura o Museu foi classificado como órgão de difusão cultural, com a incumbência principal de estudar, catalogar, colecionar e expor espécimes da fauna, flora e geologia do Estado. A Diretoria de Ciências, que deveria exercer suas atividades no campo das Ciências Naturais e Sociais, incumbindo-se da defesa do Patrimônio Histórico e Científico do Estado, incorporou outras três instituições estaduais já existentes: o Museu Júlio de Castilhos, o Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e o Museu Histórico Farroupilha. Assim, um novo órgão surgiu: o Instituto de Estudos Científicos e Filosóficos (IECF), subordinado à Diretoria de Ciências que ficava a cargo do Padre Balduíno Rambo. Este dividia com o Padre Pio Buck um espaço no sótão do Colégio Anchieta na Rua Duque de Caxias, em Porto Alegre, onde acomodavam as caixas de insetos do Padre Pio e o herbário do Padre Rambo. Os órgãos da Divisão de Cultura foram instalados na Praça Dom Feliciano, número 78, esquina com a Rua Pinto Bandeira, no centro da cidade. O Instituto de Estudos Científicos e Filosóficos (IECF) alojou-se no andar superior, dividindo-se em três salas e um banheiro. Dentro do IECF Padre Rambo era auxiliado por Thales de Lema, a cargo da sessão de vertebrados, por Ludwig Buckup, responsável pelos invertebrados e por Armando Brenner na Filosofia e Sociologia. A Secretaria de Educação e Cultura não disponibilizou qualquer verba para a implantação do IECF, mas os responsáveis pelo mesmo começaram a formação de uma coleção científica de representantes do reino animal no Rio Grande do Sul. Naquele momento, a que mais cresceu foi a coleção de moluscos, cuja coleta era realizada nas viagens que faziam ao litoral e outros ambientes límnicos da região sulina. A coleção de répteis de Thales de Lema e as atividades de entomólogo realizadas por Buckup resultaram em um rico acervo de amostras, colocando o IECF no lugar de maior repositor da fauna rio-grandense. Com o desmembramento das coleções do Museu Júlio de Castilhos, o IECF recebeu a coleção de borboletas que Adolfo Pompílio Mabilde reunira no século XIX e a coleção de fósseis do paleontólogo Carlos de Paula Couto, além de várias coleções de livros e periódicos que se encontravam, segundo Buckup (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005), abandonados no porão e que, depois de recuperados, formaram a base para a biblioteca do IECF. Devido à inadequação do nome da instituição diante da natureza das atividades desenvolvidas (tais como a coleta de espécimes, a identificação taxonômica, a organização de coleções científicas, além do intercâmbio com instituições congêneres que a identificavam como uma instituição de viés museológico e a excluíam de atividades experimentais ou filosóficas), o IECF desmembrou-se. Assim, através da Lei Estadual nº. 2.728, de 5 de novembro de 1955 (ANEXO 1), criava-se, na Divisão de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura, o Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, transformando o antigo IECF em Instituto de Estudos Sociais e Filosóficos. O Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais inicia, então, grande desenvolvimento, pela ampliação do seu acervo e pela produção científica a partir do aumento do quadro de técnicos. Nesse período entra a figura de José Willibaldo Thomé, convidado por Buckup a ser o curador da coleção de moluscos. Demonstrava-se a intenção em tornar o trabalho do museu mais especializado em relação às ciências naturais. Em 1957 foi editado pelo Museu o primeiro número do periódico Iheringia, série Zoologia, onde foi publicado o catálogo da coleção de moluscos e que propiciou intenso intercâmbio de publicações com instituições internacionais e resultou no acréscimo de centenas de títulos à biblioteca do Museu. Em 1958 ocorre a criação da revista Iheringia, série Botânica. Em 1967 e 1969 criam-se respectivamente as séries Geologia e Antropologia; em 1976 cria-se a publicação Natureza em Revista, substituindo a Iheringia, Série Divulgação; em 1985 cria-se a série Miscelânea e em 1987 a revista Paula-Coutiana. As séries Geologia, Antropologia, Divulgação, Miscelânea e a Paula-Coutiana extinguiram-se ao longo do tempo, mas as séries Zoologia e Botânica continuam a ser editadas até os dias atuais, sendo revistas altamente reconhecidas no meio científico. O nome da revista Iheringia é homenagem ao pesquisador Hermann von Ihering (1850-1930). Vale destacar que após sua criação, nos meados de 1956, o Museu encontravase em um prédio precário na Rua Coronel Vicente, permanecendo até 1960. Essa situação, aliada à falta de investimento por parte do Estado gerou certa revolta e uma espécie de movimento da mídia visando à defesa do patrimônio natural e cultural salvaguardado pelo Museu, como se pode ver na reportagem do Jornal A Hora de 21 de agosto de 1958 (Fig. 1) (JORNAL A HORA, 1958). Nos anos de 1960 o Museu transferiu-se novamente para a Praça Dom Feliciano, onde as visitações intensificaramse. Em 1966 vai para a Avenida Mauá, na sobreloja da Secretaria da Educação. Fig. 1. Reportagem do Jornal A Hora de 21 de agosto de 1958 A partir de 1970, iniciou-se um período de muitas reformas e inovações no governo do Estado do Rio Grande do Sul. Uma dessas novas ações foi a criação, pelo Decreto Estadual nº. 21.147 de 7 de junho de 1971, de uma comissão de estudos referente ao Patrimônio Cultural do Estado, onde foi solicitada a inclusão da avaliação da relevância do conhecimento científico e potencial cultural que poderia ter o “Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais” dentro do contexto na época. Essa comissão era formada por diversos grupos e em um deles estavam a Bióloga Cecília Volkmer Ribeiro, o Prof. José Willibaldo Thomé, a Arquiteta Lourdes Isaura Samarani e o Jornalista Jayme Copstein, que tinham como objetivo a busca de elementos e justificativas para incluir a instituição como um importante centro de inovações em pesquisa e educação. Um dos objetivos principais deste grupo era a luta por uma instituição maior que abrigasse o Museu, para aumentar a visibilidade institucional, com o argumento de que a instituição salvaguardava um grandioso número de espécimes colecionados e os trabalhos científicos que possuíam visibilidade nacional e internacional. No ano seguinte, graças à luta constante da comissão, foi criada em 20 de dezembro de 1972, através da Lei Estadual nº. 6.497 (ANEXO 2), a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que agregava o Museu de Ciências Naturais (já com uma nova nomenclatura), o Parque Zoológico e o Jardim Botânico. Sua sede era à Rua Coronel Vicente, 281. Com a criação da Fundação Zoobotânica do RS foi possível haver um melhoramento na qualidade da instituição museológica, por haver uma ligação direta entre as chefias, funcionários e comunidade científica. Com profissionais qualificados (de doutores a bolsistas e estagiários) a instituição passou a ser considerada um centro de inovações em pesquisa e referência para instituições similares. Após grandes lutas, ocupando diversos endereços, a partir de 1979 o Museu de Ciências Naturais (MCN) instalou-se definitivamente em sua atual sede na área do Jardim Botânico de Porto Alegre, à Rua Dr. Salvador França, número 1427, no Bairro Jardim Botânico (Figs. 2-4). Fig. 2. Fachada do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS Fig. 3. Painel de apresentação do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS Fig. 4. Imagem aérea do Jardim Botânico, em Porto Alegre, RS. Fonte: Google Maps, 2013 No ano de 2002, por meio do Decreto Estadual nº. 41.624 de 21 de maio, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul aprovou o Estatuto da Fundação Zoobotânica do RS, que também conta com um Regimento Interno e um Organograma, homologados em 23 de maio de 2002 através do Of. Gab/SEMA nº. 469/02 pelo então secretário da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do RS (SEMA). Atualmente a instituição museal é conhecida como Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN/FZB) e continua com a missão e compromisso de pesquisa, auxiliando na qualificação acadêmica de graduandos, mestrandos e doutorandos; com a divulgação e aperfeiçoamento científico através de periódicos; de convênios firmados entre Universidades; ações educativas e ambientais voltadas para os públicos infantil, infanto-juvenil, adulto e acadêmico; e projetos realizados em parques e praças e cursos e oficinas na própria instituição. O Museu abriga principalmente coleções científicas de fauna, flora e de fósseis da região sul do Brasil, cabendo-lhe, sob Decreto Estadual nº. 31.162 de 3 junho de 1983, a responsabilidade do gerenciamento do Banco de Dados do Ambiente Natural do Estado do Rio Grande do Sul (BDA). Desde 1982, por meio da Resolução FZB nº. 84/82, foi instituída a figura oficial do Curador de Coleção. A regulamentação do uso das coleções científicas fez-se pela Determinação nº. 146/86 (ANEXO 3), na qual também foi instituído o Conselho de Curadores com a finalidade de propor e acompanhar a efetivação de medidas necessárias à salvaguarda, manutenção e expansão do acervo. Outras datas a serem destacadas: -1988 – inclusão do Museu entre as instituições do país voltadas à pesquisa de fauna e flora no guia RIDALC2; - 2002 - cadastro do Museu no Diretório e Grupos de Pesquisas do CNPq e o credenciamento pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério de Meio Ambiente (Resolução CGEN nº. 05/2002) como instituição “Fiel Depositária” de amostras de componentes do patrimônio genético, estando apta a receber amostrastestemunho, oriundas de estudos realizados por pesquisadores de outras instituições; integração nos Programas de Bolsas de Iniciação Científica FAPERGS (PROBIC) e CNPq (PIBIC), possibilitando o aumento de bolsistas e otimizando as pesquisas dentro do Museu; - 2010 - convênio firmado entre a FZB e o curso de Museologia da UFRGS, viabilizando assim estagiários do curso para o auxílio das atividades de caráter museológico. O MCN possui as seguintes áreas de atuação, especialização e linhas de pesquisa: a) Áreas de Atuação: - Pesquisa Científica - Manutenção de Coleções Científicas - Bioindicação de Qualidade do Ar e da Água - Bioprospecção - Consultoria Ambiental a Empresas Privadas 2 Red Regional de Intercambio de Investigadores para el Desarrolo de América Latina y el Caribe. - Educação Ambiental - Estudo e apoio à implantação de Unidades de Conservação - Estudo e conservação de Sítios Paleontológicos - Extração de Peçonha - Formação de Recursos Humanos - Geoprocessamento - Manejo e Conservação de Ecossistemas - Museografia - Planejamento Ambiental b) Áreas de Especialização: - Cianobactérias - Algas - Fungos Liquenizados - Plantas vasculares - Esponjas de Água Doce - Moluscos - Aracnídeos - Insetos - Peixes - Anfíbios - Répteis - Aves - Mamíferos - Vertebrados Fósseis c) Linhas de Pesquisa: - Sistemática e Taxonomia - Biogeografia e Evolução - Biologia da Conservação - Ecologia - Gestão Ambiental MISSÃO DA INSTITUIÇÃO A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul expressa ser sua missão “gerar e disponibilizar conhecimento sobre a biodiversidade do Rio Grande do Sul e atuar em prol de sua conservação e utilização sustentável”. Ao Museu de Ciências Naturais “cabe a responsabilidade de realizar estudos e pesquisas sobre a fauna, flora e ecossistemas naturais, manter coleções científicas zoológicas, botânicas e paleontológicas de referência e colaborar com a preservação e conservação da biodiversidade”. Nota-se que a missão do Museu não explana sobre sua responsabilidade com a educação patrimonial e estudos na área da Museologia. Esse ponto deve ser revisto e trabalhado. OBJETIVOS DA INSTITUIÇÃO O “Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul tem por objetivos a pesquisa em biodiversidade, a manutenção de coleções científicas, a preservação e a conservação de espécies e ecossistemas, a difusão científica e a educação ambiental”. DIAGNÓSTICO GLOBAL Por meio deste diagnóstico, procura-se identificar a situação atual do Museu de Ciências Naturais, assim como suas potencialidades e dificuldades. A Portaria Normativa n°. 1 do IPHAN de 5 de julho de 2006, dispõe sobre a elaboração do Plano Museológico, definindo que esse deve ser baseado em um diagnóstico completo da instituição, levando em consideração seus pontos fortes e frágeis, as oportunidades e ameaças, os aspectos socioculturais, políticos, técnicos, administrativos e econômicos pertencentes à atuação do museu. Assim, este diagnóstico foi utilizado como uma estratégia metodológica para indicar a situação atual do MCN, para, através dele, reconhecer os pontos prioritários que determinarão ações futuras. Englobando as diversas áreas do museu, esta seção aborda os seguintes aspectos: 1. Institucional; 2. Coleções Científicas; 3. Coleções Didáticas; 4. Exposições; 5. Pesquisa, Educação e Comunicação; 6. Arquitetônico; 7. Acessibilidade; 8. Segurança; 9. Recursos Humanos e Financeiros. 1. INSTITUCIONAL Este capítulo refere-se ao contexto institucional do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, incluindo a análise de seus pontos fortes e fracos. 1.1. Documentos Institucionais: portaria de criação e regimento interno O Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS (originalmente Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais) possui uma portaria de sua criação, através da Lei Estadual nº. 2.728, de 5 de novembro de 1955, mas não possui um Regimento Interno específico, o que caracteriza um de seus pontos fracos. O regimento vigente é o da própria Fundação, como instituição mantenedora e foi homologado em 2002, juntamente com o organograma através do Of.Gab./SEMA nº. 469/02. Como ponto forte, vale destacar novamente que o Museu vincula-se à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e essa última é vinculada à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SADES). Essa base institucional segura gera imensa potencialidade para ações futuras. Mas, ao mesmo tempo em que proporciona maiores facilidades no que tange à gestão, pesquisa e comunicação do seu acervo, leva à falta de identidade própria dentro da Fundação, sendo o Museu de Ciências Naturais conhecido como "Museu do Jardim Botânico". 1.2 Organograma O Museu de Ciências Naturais (MCN) não é um órgão independente, pois vincula-se à estrutura da Fundação Zoobotânica do RS (FZB). Esta possui um organograma oficial (Fig. 5), contemplando a presidência e as quatro diretorias principais e suas subdivisões. O Organograma do Museu (Fig. 6) está incompleto, pois não contempla os Setores e as Coleções que fazem parte de cada Seção. É realmente importante e emergencial o reconhecimento dessas áreas dentro do MCN, criando-se assim, um organograma oficial do Museu. 18 Fig. 5. Organograma da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Fig. 6. Destaque do organograma do Museu de Ciências Naturais, dentro do organograma atual da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 1.3. Divisões, Seções e Setores do Museu de Ciências Naturais e suas Competências As descrições a seguir referem-se às competências de cada Divisão, Seção e Setor do Museu de Ciências Naturais (MCN) e foram retiradas do Estatuto, Regimento Interno e Organograma da Fundação Zoobotânica do RS (FZB) datado de junho de 2002 (artigos 13 a 24). Percebe-se que o Regimento Interno da FZB, à qual o Museu é vinculado, data de 11 anos atrás, sendo necessária sua revisão. Abaixo compila-se a íntegra de cada artigo do Regimento Interno da FZB que faz referência ao MCN. Art. 13 – À Diretoria Executiva do Museu de Ciências Naturais, além das atribuições comuns às Diretorias dos Órgãos Executivos, previstas no Capítulo IV deste Regimento, compete: a) encaminhar ao Conselho Científico e/ou Conselho de Curadoria de Coleções, órgãos informais, assuntos que representem propostas, sugestões ou consultas do corpo funcional; b) coordenar a formação do Conselho Científico e do Conselho Curador de Coleções para aprovação da programação técnico-científica do Museu de Ciências Naturais; c) apoiar na elaboração de projetos institucionais que envolvam grupos de fauna, flora e paleontologia existentes no Museu e cujos recursos sejam de auxílios à pesquisa ou através de prestações de serviços. d) coordenar e supervisionar as atividades de Editoração e de Infraestrutura e Apoio Operacional. e) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela Presidência Art.14 - À Divisão de Pesquisa compete: a) coordenar e supervisionar as atividades das Seções de Botânica de Criptógamas, Botânica de Fanerógamas, Zoologia de Invertebrados, Zoologia de Vertebrados, Paleontologia, Conservação e Manejo; b) coordenar e supervisionar os laboratórios de uso comum das Seções; c) auxiliar a Direção do MCN no exame dos projetos de pesquisa solicitadas às instituições de fomento; d) apoiar na elaboração de projetos institucionais que envolvam grupos de fauna, flora e paleontologia existentes no Museu e cujos recursos sejam de auxílios à pesquisa ou através de prestação de serviço; e) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; f) coordenar e supervisionar as atividades de pesquisa no Parque Estadual Delta do Jacuí e demais unidades de conservação; g) supervisionar e apoiar os editores e as comissões editoriais do periódico científico Iheringia; h) operacionalizar a manutenção da periodicidade, em conjunto com os editores, do periódico científico Iheringia; i) supervisionar o sistema de distribuição e intercâmbio (permuta, doações e vendas) do periódico científico Iheringia; j) supervisionar o estoque do periódico científico Iheringia; k) supervisionar a organização, informatização, conservação e atualização do banco de dados do periódico científico Iheringia; l) executar outras atividades correlatas ou que venham a ser atribuídas pela Direção. Cabe destacar que atualmente o Parque Estadual Delta do Jacuí não está mais vinculado à Fundação Zoobotânica do RS bem como não há nenhuma unidade de conservação vinculada à FZB. Abaixo as atividades designadas à cada seção que correspondem à Divisão de Pesquisa. Art. 15 - Seção de Botânica de Criptógamas: a) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Botânica de Criptógamas; b) desenvolver pesquisa sobre Botânica de Criptógamas, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral; c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos à área; d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com os mesmos; f) proporcionar cursos e palestras sobre assuntos de flora de Criptógamas, especialmente do Rio Grande do Sul; g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades; h) participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção; i) atuar como editor ou como membro da Comissão Editorial do periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas; j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção. Art. 16 - Seção de Botânica de Fanerógamas: a) desenvolver pesquisa sobre Botânica de Fanerógamas, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral; b) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Botânica de Fanerógamas; c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos à área; d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com os mesmos; f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos de flora de Fanerógamas, especialmente do Rio Grande do Sul; g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades; h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da Direção; i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas; j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção. Art. 17 - Seção de Zoologia de Invertebrados: a) desenvolver pesquisa sobre Zoologia de Invertebrados, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral; b) constituir e manter coleções científicas e didáticas na área de Zoologia de Invertebrados; c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos à área; d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integrada com as mesmas; f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna de Invertebrados, especialmente do Rio Grande do Sul; g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades; h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da Direção; i) atuar como editor ou como membro da das atividades de editoração do periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas; j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção. Art. 18 - Seção de Zoologia de Vertebrados: a) desenvolver pesquisa sobre Zoologia de Vertebrados, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral; b) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Zoologia de Vertebrados; c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos à área; d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as mesmas; f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna de Vertebrados, especialmente do Rio Grande do Sul; g) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades; h) participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção; i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas; j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção. Art. 19 - Seção de Paleontologia: a) constituir e manter coleções científicas e didáticas, na área de Paleontologia; b) desenvolver pesquisa sobre Paleontologia, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico por meio de publicação de documento científico e assessorando órgãos públicos, privados e a comunidade em geral; c) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos à área; d) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; e) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as mesmas; f) proporcionar cursos e palestras sobre assuntos da fauna Paleontológica, especialmente do Rio Grande do Sul; g) ministrar cursos e palestras sobre assuntos da fauna Paleontológica, especialmente do Rio Grande do Sul; h) atender convênios relativos à área, com universidades e outras entidades; i) participar e elaborar perícias e laudos designados pela Direção; j) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas; k) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção. Cabe ressaltar que, no que concerne ao item j, atualmente o periódico cintífico Iheringia só publica artigos versando sobre a fauna e/ou flora recentes. Art. 20 - Seção de Conservação e Manejo: a) desenvolver pesquisa sobre ecossistemas, manejo de vida silvestre, biologia da conservação, uso sustentado e gestão ambiental, assessorando órgãos públicos, privados e acomunidade em geral; b) integrar as pesquisas desenvolvidas pelas demais Seções sobre ecossistemas, manejo de vida silvestre, biologia da conservação, uso sustentado e gestão ambiental; c) apoiar os trabalhos das demais seções, trabalhando de forma integral com as mesmas; d) elaborar e executar projetos de pesquisa, conservação e gestão ambiental relativos à área; e) apoiar os trabalhos da Divisão de Difusão Científica e Cultural e suas Seções; f) ministrar cursos e palestras sobre assuntos de ecossistemas, manejo de vida silvestre, conservação e uso sustentado, especialmente do Rio Grande do Sul; g) atender convênios relativos a área, com universidades e outras entidades; h) participar de perícias e da elaboração de laudos, conforme designação da Direção; i) atuar como editor ou como membro das atividades de editoração do periódico científico Iheringia ou outras publicações científicas; j) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham ser atribuídas pela Direção. Art. 21 - À Divisão de Difusão Científica e Cultural compete: a) coordenar as atividades de Difusão Científica e Cultural do Museu de Ciências Naturais e do Centro de Interpretação Ambiental da Ilha da Casa da Pólvora; b) coordenar e supervisionar as atividades das seções de Educação Ambiental e Museologia e de Informação Ambiental; c) auxiliar a direção no exame dos projetos com solicitação de auxílio às instituições de fomento; d) apoiar na elaboração de projetos institucionais de Difusão Científica e Cultural; e) apoiar os trabalhos da Divisão de Pesquisa e suas Seções f) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela Direção. Cabe destacar que o Centro de Interpretação Ambiental da Ilha da Casa da Pólvora não está mais vinculado à Fundação Zoobotânica do RS. Art. 22 - Seção de Educação Ambiental e Museologia: a) desenvolver atividades de Educação Ambiental e Museologia do MCN de forma integrada e com o apoio da Divisão de Pesquisa b) desenvolver atividades educativas e recreativas, dinamizando o acervo do Museu através de exposições, cursos, palestras e outras ações inerentes à Educação Ambiental; c) desenvolver programas técnico-científicos, voltados à solução de problemas que afetam diretamente a comunidade; d) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela Direção. Art. 23 - Seção de Informação Ambiental: a) desenvolver trabalhos de difusão de informação científica e cultural do MCN; b) apoiar os trabalhos das seções da Divisão de Pesquisa e da Divisão de Difusão Científica e Cultural, trabalhando de forma integrada com as mesmas; c) organizar, informatizar, georreferenciar, conservar e manter atualizadas as bases de dados com informações sobre biodiversidade do Museu; d) atender ao público em geral, pesquisadores, especialistas, instituições públicas e privadas, Organizações Não Governamentais – ONG’s, sobre informações ambientais; e) executar pesquisas vinculadas ao geoprocessamento, atividades de campo e laboratório, análise e tratamento de dados espaciais e biológicos e elaborar mapas, além de elaborar perícias e laudos designados pela Direção; f) executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser atribuídas pela direção. Art. 24 - Setor de Infraestrutura e Apoio Operacional: a) dar suporte administrativo e operacional às atividades do Museu; b) apoiar as atividades da Divisão de Pesquisa, da Divisão de Difusão Científica e Cultural e de Editoração; c) responder pela utilização dos laboratórios de uso comum do Museu; d) prever a aquisição de infraestrutura e dar apoio de campo e laboratório necessário para o funcionamento das atividades da Divisão de Pesquisa e da Divisão de Difusão Científica e Cultural; e) executar tarefas administrativas inerentes aos trabalhos de editoração, definidas pelos editores do periódico científico Iheringia e pelo chefe da Divisão de Pesquisa; f) processar editoração eletrônica dos artigos a serem publicados no periódico científico Iheringia; g) organizar, informatizar, conservar e manter atualizado o banco de dados do periódico científico Iheringia; h) organizar e manter o estoque dos periódicos científicos; i) executar outras atividades correlatas ou que venham a ser atribuídas pela Direção. Atualmente a editoração eletrônica dos artigos a serem publicados na Iheringia série Zoologia e série Botânica não é feito no MCN/FZB. 1.4. Coordenadorias, Seções e Setores da Fundação Zoobotânica do RS que dão apoio ao Museu de Ciências Naturais O Museu está institucionalmente vinculado à Fundação Zoobotânica do RS e por isso é apoiado em diversas instâncias pelas Seções e Setores desta última. Cabe nesse diagnóstico citar: a) Coordenadoria de Comunicação Social Ligada diretamente à Presidência da Fundação Zoobotânica do RS, a Coordenadoria de Comunicação Social atua na divulgação de todos os eventos realizados pela Instituição, incluindo os do Museu de Ciências Naturais. Também é o elo entre a imprensa e os pesquisadores e técnicos do MCN para agendamento de reportagens e entrevistas. Atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SADES), à qual está vinculada a Fundação Zoobotânica do RS, a parte de Comunicação Social da SADES, FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB está unificada, atuando na Secretaria. b) Coordenadoria de Educação Ambiental A Coordenadoria de Educação Ambiental da FZB, ligada diretamente à Presidência, coordena as ações das Seções de Educação Ambiental dos órgãos operacionais da FZB (Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico). c) Coordenadoria de Planejamento e Projetos À Coordenadoria de Planejamento e Projetos, ligada diretamente à Presidência, compete estabelecer contatos com empresas públicas e/ou privadas, visando angariar recursos financeiros e/ou materiais bem como apoiar, acompanhar e controlar a elaboração e execução de projetos buscando aporte de recursos. d) Biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto A Biblioteca é vinculada à Seção de Documentação e Informação da Diretoria Administrativo Financeira da FZB3. Sua origem remonta à criação do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, quando foi incorporado o acervo bibliográfico do Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, RS, totalizando 895 livros e centenas de periódicos, nacionais e internacionais, sobre ciências naturais. Em fevereiro de 1975, devido à criação da Fundação Zoobotânica do RS, à qual se incorporou o Museu, a Biblioteca passou por algumas mudanças, centralizando o acervo bibliográfico dos três órgãos que fazem parte da FZB (Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico) e passando a denominar-se “Biblioteca da FZB”. A partir de 1979, a Biblioteca instalou-se na área que ocupa atualmente, com 133,52m2. O acervo da Biblioteca integra mais de 12 mil obras4, entre as quais 12 títulos de obras raras. O espaço atual é exíguo para acomodar esse acervo de maneira adequada, havendo ainda limitações quanto à infraestrutura, aos 3 Em vermelho no Organograma da FZB (Fig. 5). 4 Incluindo, por exemplo, os periódicos, que segundo informação recebida, passam dos 10 mil exemplares. Também é interessante destacar que a quantidade informada é estimada, pois, em função das mudanças e da reorganização da Biblioteca, é difícil informar com exatidão. móveis e equipamentos que não são adequados para a salvaguarda do acervo bibliográfico existente. A biblioteca é especializada em ciências naturais, cujos temas principais são biodiversidade, zoologia, botânica, paleontologia, geologia, educação ambiental e ecologia. Grande parte do acervo de periódicos é obtido através de permutas com os periódicos editados pelo MCN, a Iheringia séries Zoologia e Botânica, o que possibilita um vasto acervo de publicações periódicas nacionais e estrangeiras. Quanto aos recursos humanos, atualmente conta com uma bibliotecária do quadro efetivo, contratada no segundo semestre de 2014. Estão previstas duas vagas para estagiários, sendo uma para acadêmico de graduação e outra para estudante de nível médio. Existe no Museu de Ciências Naturais um projeto denominado “Central de Coleções”, que prevê a construção de um espaço adequado para abrigar as coleções científicas da Instituição bem como a Biblioteca. No entanto, este projeto, como requer aporte de um volume grande de recursos, está suspenso aguardando a disponibilidade dos mesmos mediante financiamentos externos. e) Seção de Informática A Seção de Informática, pertencente à Divisão Administrativa da Diretoria Administrativo Financeira da FZB, iniciou suas atividades em 2001, quando houve a contratação permanente de profissionais da área. Antes eram apenas alguns serviços básicos de tecnologia (rede, internet, manutenção de computadores) que eram mantidos no MCN, através da colaboração de profissionais de outras áreas e de estagiários. Atualmente a Seção conta com dois analistas (nível superior), dois técnicos de nível médio e um estagiário de nível médio. As atividades desenvolvidas na área de Tecnologia da Informação (TI) ao Museu envolvem suporte ao usuário, manutenção de hardware/software, administração de rede, projetos de infraestrutura de rede, consultoria e supervisão em aquisições de equipamentos, supervisão de serviços da PROCERGS (Companhia de Processamento de Dados do RS) e de terceiros, administração de sistemas governamentais, análise e desenvolvimento web/sistemas, plano anual de TI. A equipe também dá apoio a eventos desenvolvidos pelo MCN, como, por exemplo, a Jornada de Iniciação Científica – Meio Ambiente, que é realizada anualmente. O MCN utiliza atualmente cerca de 80 computadores em suas atividades, número que corresponde a aproximadamente 50% do número de computadores utilizados por todas as unidades organizacionais da FZB. Entre os pontos fracos da TI estão: a falta de pessoal e de recursos financeiros, o que dificulta a atuação nas áreas de análise e desenvolvimento de sistemas, segurança da informação e projetos de infraestrutura essenciais para o desenvolvimento das atividades da instituição. Outro ponto fraco é a qualidade da rede de internet que às vezes não funciona ou apresenta-se lenta, impossibilitando o trabalho dos funcionários. A partir de 2013 ocorreu a mudança da rede de correio eletrônico da plataforma “Direto” para a “Expresso”, utilizada pelos órgãos públicos do estado do RS. É disponibilizada para acesso a todos os servidores a rede Intranet, através da qual são obtidas as mais variadas informações, como acesso aos registros de ponto, à lista de ramais telefônicos, pedidos de material ao almoxarifado, consulta a contracheques, notícias diversas e outros assuntos de interesse. f) Seção de Recursos Humanos A Seção de Recursos Humanos está ligada à Divisão Administrativa e é a responsável pelo gerenciamento de todo o pessoal do quadro da Instituição, dos adidos (cedidos de outras instituições) e também dos estagiários remunerados que são contratados através da Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos do RS (FDRH). Esta Seção conta atualmente com dois funcionários efetivos. Atua também junto à Seção de Recursos Humanos uma Técnica em Segurança do Trabalho, que é a responsável por todo o gerenciamento referente às Normas de Segurança do Trabalho e cumprimento do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) da instituição. g) Seções de Contabilidade e de Finanças A Seção de Contabilidade e a Seção de Finanças, subordinadas respectivamente à Direção Administrativo Financeira e à Divisão Financeira, responsabilizam-se por todas as finanças da Instituição, sendo suas atribuições o pagamento de diárias para o pessoal do Museu em serviços de campo e viagens bem como o pagamento de todas as compras e serviços necessários ao desenvolvimento das atividades do Museu. A Seção de Contabilidade é responsável pelos registros contábeis da FZB, pelas questões fiscais, como recolhimento de impostos e declarações, além do registro, acompanhamento e prestações de contas de convênios e projetos. A Seção de Finanças conta com dois funcionários de nível médio e a Seção de Contabilidade conta com um funcionário de nível superior (contador) e dois de nível médio, sendo todos do quadro permanente da Instituição. h) Almoxarifado O Almoxarifado está vinculado à Administração Central da FZB, em uma sala onde armazena todos os materiais e produtos necessários ao desenvolvimento das atividades da Fundação Zoobotânica do RS. Sua administração acontece ligada às Finanças Públicas do Estado, Secretaria da Fazenda do RS, para o gerenciamento desses materiais e das solicitações das necessidades de cada Setor. Um funcionário de nível médio, do quadro permanente da Instituição, é o responsável pelo controle do Almoxarifado. Entre suas atribuições está o recebimento das solicitações de material feitas pela via eletrônica pelos funcionários da FZB, entre os quais os do Museu, e distribuição desses materiais aos solicitantes. i) Setor de Infraestrutura e Apoio O Setor de Infraestrutura e Apoio está subordinado à Divisão Administrativa da Diretoria Administrativo Financeira da FZB. Ao Setor de Infraestrutura e Apoio competem os serviços de transporte, manutenção, telefonia, reprografia, portaria, expedição e limpeza. Esse Setor tem como função desenvolver, supervisionar e auxiliar nas tarefas de rotina para andamento das atividades da Instituição. Estão sob responsabilidade desse setor, a manutenção do prédio e reparos (consertos em geral, hidráulicos, elétricos, refrigeração), limpeza das dependências, manutenção dos veículos da FZB e agendamento dos mesmos para as atividades externas. A Instituição possui uma frota de 24 veículos que atendem às atividades da Administração Central, Jardim Botânico, Parque Zoológico e Museu de Ciências Naturais, sendo seis deles caminhonetes 4x4, utilizadas em trabalhos de campo do MCN. O Setor conta com um funcionário de nível médio, responsável pelo mesmo, três motoristas terceirizados, três funcionários para serviços gerais de manutenção, sendo um do quadro e dois terceirizados, e seis auxiliares para limpeza, sendo dois do quadro de funcionários e quatro terceirizados. Além destes, conta com três funcionários do quadro que atendem a Recepção, a Telefonia e a Reprografia. j) Protocolo O Protocolo, vinculado à Divisão Administrativa da Administração Central, é atendido por um funcionário do quadro permanente e é responsável pela abertura e acompanhamento de todos os processos que tramitam na esfera administrativa da Instituição. Além da tramitação desses processos, cabe ao Protocolo também a expedição e recebimento de correspondências. k) Setor de Vigilância O Setor de Vigilância está ligado à Divisão Administrativa da Diretoria Administrativo-Financeira da FZB e conta com dois funcionários do quadro de funcionários da FZB, sendo os demais terceirizados. Além de zelar pelas dependências da Instituição, compete aos vigilantes que estão de serviço no horário de funcionamento das Salas de Exposição do Museu, proporcionar o acesso alternativo para os visitantes com dificuldades de locomoção, uma vez que há escadas para chegar a essas salas, não havendo elevadores ou rampas. l) Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e Convênios Ao Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e Convênios, ligado à Divisão Financeira da Diretoria Administrativo Financeira, estão vinculados todos os contratos (incluindo os de serviços terceirizados como a limpeza das dependências e vigilância) firmados pela Fundação Zoobotânica do RS. Apesar do nome - Setor de Acompanhamento e Fiscalização de Contratos e Convênios - atualmente os convênios não passam pelo Setor, sendo realizados pelos respectivos órgãos operacionais (Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico, Parque Zoológico). Compete a esse Setor, que conta com dois funcionários de nível médio do quadro permanente da Instituição, a publicação dos contratos no Diário Oficial do Estado (DOE) após terem sido assinados. Também cabe ao Setor o gerenciamento das empresas que prestam os serviços terceirizados. m) Setor de Patrimônio O Setor de Patrimônio é vinculado à Divisão Administrativa da Diretoria Administrativo Financeira da FZB e a ele compete a organização e registro de todos os bens móveis e imóveis da Fundação, além do inventário das coleções científicas do Museu que também são interpretadas como patrimônio do Estado. Todo ano é realizada a atualização do inventário de todos os bens registrados como da Fundação. O Setor conta com dois funcionários de nível médio do quadro permanente da Instituição. Nos períodos de inventariamento dos bens móveis da Fundação Zoobotânica do RS e das coleções científicas do MCN, são nomeadas, através de portarias expedidas pela Presidência, comissões com atribuições específicas para esses inventários. Os funcionários do Museu são convocados para participar dessas comissões. n) Setor de Compras O Setor de Compras, vinculado à Divisão Financeira da Diretoria Administrativo Financeira da FZB, conta com dois funcionários de nível médio, do quadro permanente da Instituição. Eles têm como atribuição realizar todas as aquisições de materiais de consumo, utensílios e equipamentos necessários ao desenvolvimento das atividades da Instituição, incluindo os para o Museu, cujo valor monetário não se enquadre em despesas de pronto pagamento. o) Comissão de Licitações Pelas normas administrativas do Estado do Rio Grande do Sul, todas as aquisições que não se enquadrem no limite estipulado para despesas de pronto pagamento, devem ser efetuadas por pregão eletrônico através da CELIC (Central de Licitações do Estado). A Comissão de Licitações e Pregões está vinculada à Diretoria Administrativo Financeira da FZB. Em 5 de abril de 2010 foi criada a figura do Presidente da Comissão de Licitações e Pregões que tem a função de coordenar as atividades desenvolvidas pelos membros dessa Comissão. Atualmente quem ocupa o cargo de Presidente é um funcionário de nível médio do quadro permanente da FZB, lotado no Setor de Compras. p) Assessoria Jurídica À Assessoria Jurídica está afeta a revisão de todos os contratos de prestações de serviços e convênios bem como a elaboração dos contratos para os estágios curriculares desenvolvidos por acadêmicos no Museu de Ciências Naturais além dos contratos de estágios através da Fundação para Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH). Atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), à qual está vinculada a Fundação Zoobotânica do RS, os setores jurídicos da SEMA, FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB estão unificados visando atender em conjunto as ações jurídicas da área ambiental. 1.5. Associação de Amigos O MCN/FZB criou sua Associação de Amigos em 20 de maio de 1996, chamada Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (APDM). Atualmente possui 31 membros, mas até julho/2015 não tinha uma diretoria atuante, existindo apenas de nome, em função das dificuldades em encontrar pessoal interessado em formar uma diretoria que realmente leve a Associação adiante. Em 09 de julho de 2015 foi realizada uma Assembleia Geral Ordinária na qual foi eleita uma nova Diretoria que comprometeu-se a revitalizar a APDM e desenvolver ações promovendo a aproximação entre o Museus e sua Associação de Amigos. A existência de uma Associação de Amigos em um Museu se caracteriza como um ponto forte, mas no caso do Museu de Ciências Naturais/FZB, como essa Associação atualmente não possui atividades, fica caracterizado como um ponto fraco, mas com imenso potencial de se tornar uma oportunidade, pois poderia, através de projetos, financiar demandas de pesquisa e comunicação do Museu. A organização de reuniões, conjuntamente com a Fundação Zoobotânica do RS, pode servir de espaço para o compartilhamento de ideias a fim de tornarfortalecer a APDM. A APDM tem como missão “ser reconhecida no âmbito nacional e internacional como a Associação promotora de desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da FZB em projetos educacionais e de pesquisa na proteção de flora, fauna e ecossistemas naturais para conservação da biodiversidade”. Tal missão precisa ser revista para abranger as necessidades do Museu de Ciências Naturais. 1.6. Quadro de Pontos Fortes e Fracos Pontos Fortes Pontos Fracos A FZB possui Estatuto e Regimento Regimento Interno, desatualizados. onde o MCN está Interno e Organograma contemplado. A missão e os objetivos do MCN Missão do MCN contemplam pesquisa, preservação e responsabilidade comunicação da biodiversidade. faltando comprometimento com essa área. O MCN tem apoio dos diversos Ausência de identidade própria do MCN setores da FZB. dentro da FZB, sendo conhecido como com não a contempla Museologia, Museu do Jardim Botânico Falta de uma Associação de Amigos atuante; missão da APDM falha. 2. COLEÇÕES CIENTÍFICAS As coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul estão abrigadas em dez salas, armazenadas em gavetas e armários e acondicionadas em líquido, em seco ou em lâmina, ocupando uma área de 915,30 m2. As principais coleções existentes no Museu estão representadas no diagrama abaixo (Fig. 7). Fig. 7. Esquema das principais coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS Existem também as coleções menores, que representam outros grupos, tais como zooplâncton, cnidários, helmintos, anelídeos, miriápodes, equinodermos e picnogonídeos, além de uma coleção antropológica de esqueletos recentes, totalizando em torno de 1.939 registros. Para organizar essas coleções biológicas algumas etapas: [ . . . ] devem ser cumpridas, nas quais diferentes metodologias, técnicas e pessoal capacitado são envolvidos. Inicia-se com a coleta de material no campo de determinada região ou local; seguem-se a preparação dos exemplares por meio de técnicas apropriadas a cada grupo e o registro dos dados de campo a eles pertinentes e da identificação do táxon em rótulos apensos aos espécimes. Esses dados são anotados em livros especiais que constituem o catálogo da coleção (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005, p. 59). Todas essas etapas são realizadas tendo como principal responsável o curador. Cada coleção possui um curador, que é o biólogo responsável5, além de outros funcionários (pesquisadores e técnicos), envolvidos nos processos de tombamento, acondicionamento e organização dos itens das coleções, seguindo um sistema de classificação específico das Ciências Naturais. É o curador e a equipe de pesquisaadores, técnicos e estudantes (de graduação e de pós-graduação) que aprofundam o conhecimento de suas áreas e, através de suas atividades, facilitam o acesso à informação. O curador é o responsável pela sua coleção, sua guarda, conservação, tombamento, catalogação, aquisição de novos espécimes e procedimentos de empréstimos e/ou intercâmbios. Nas práticas de conservação, documentação e pesquisa das coleções (Gestão do Acervo), geralmente não há necessidade de um profissional especializado, pois cada curador é (ou deve ser) especializado no trato de sua respectiva coleção. Nesse sentido, identifica-se um ponto fraco, pois não há profissional especializado em todas as coleções. A descrição e o registro de uma nova espécie são fundamentados em um ou mais exemplares representativos de cada entidade taxonômica. Cada um dos espécimes dessas novas espécies, ao ser incorporado ao acervo, é denominado de “tipo-nomenclatural”. A presença, nas coleções biológicas, de material-tipo enriquece-as sob o ponto de vista científico. Segue quadro com o registro patrimonial das coleções6. 5 A regulamentação do uso das coleções científicas fez-se pela Determinação nº 146/86 (ANEXO 3), na qual também foi instituído o Conselho de Curadores com a finalidade de propor e acompanhar a efetivação de medidas necessárias à salvaguarda, manutenção e expansão do acervo. 6 Conforme Inventário das Coleções Científicas do MCN/FZB realizado em dezembro/2014. COLEÇÃO REGISTRO PATRIMONIAL 2014 HERBÁRIO ALGAS - LÂMINAS 6.716 HERBÁRIO ALGAS - FRASCOS 14.882 HERBÁRIO ALGAS - EXSICATAS CIANOFÍCEAS HERBÁRIO ALGAS – MATERIAL-TIPO HERBÁRIO - EXSICATAS HERBÁRIO – MATERIAL-TIPO PORIFERA MARINHOS PORIFERA MARINHOS – MATERIAL-TIPO PORIFERA ÁGUA DOCE PORIFERA ÁGUA DOCE – MATERIAL-TIPO MOLLUSCA MOLLUSCA – MATERIAL-TIPO 471 27 100.301 173 3.756 188 4.987 108 33.503 84 CNIDARIA 148 ZOOPLANCTON 117 ANNELIDA 329 POLYCHAETA 97 HELMINTOS 201 CHILOPODA 741 DIPLOPODA 1.032 DIPLOPODA - MATERIAL-TIPO ECHINODERMATA 9 194 HYDRACARINA 43 PYCNOGONIDA 8 COLEÇÃO CRUSTACEA CRUSTACEA - MATERIAL-TIPO ARANEAE REGISTRO PATRIMONIAL 2014 2.588 33 49.813 ARANEAE – MATERIAL-TIPO 1.042 OPILIONES 2.241 OPILIONES - MATERIAL-TIPO 8 PALPIGRADI 7 PSEUDOSCORPIONES ACARI ACARI - MATERIAL-TIPO SCORPIONES SCORPIONES - MATERIAL-TIPO AMBLYPYGI 320 1.895 3 912 2 13 RICINULEI 6 SCHIZOMIDA 3 SOLIFUGAE 14 UROPYGI 6 DIPTERA 1.841 HETEROPTERA TERRESTRES HETEROPTERA TERRESTRES - MATERIAL-TIPO HETEROPTERA AQUÁTICOS HETEROPTERA AQUÁTICOS - MATERIAL-TIPO 31.512 251 7.508 18 COLEÇÃO AUCHENORRHYNCHA AUCHENORRHYNCHA - MATERIAL-TIPO ODONATA ORTHOPTERA REGISTRO PATRIMONIAL 2014 4.880 4 355 1.169 ORTHOPTERA – MATERIAL-TIPO 1 STREPSIPTERA 4 PLECOPTERA LEPIDOPTERA LEPIDOPTERA – MATERIAL-TIPO DERMAPTERA PHASMIDA 21 11.397 2 293 66 EMBIOPTERA 2 NEUROPTERA 86 NEUROPTERA – MATERIAL-TIPO 5 EPHEMEROPTERA - MATERIAL-TIPO 1 BLATTARIA 2.456 MANTODEA 74 MANTODEA - MATERIAL-TIPO HYMENOPTERA HYMENOPTERA MATERIAL-TIPO COLEOPTERA COLEOPTERA – MATERIAL-TIPO 6 9.692 86 65.805 422 COLEÇÃO TRICHOPTERA PEIXES PEIXES – MATERIAL-TIPO REGISTRO PATRIMONIAL 2014 44 19.829 87 UROCORDADOS 3 AGNATOS 1 ANFÍBIOS 14.307 ANFÍBIOS – MATERIAL-TIPO RÉPTEIS RÉPTEIS - MATERIAL-TIPO AVES – PELES 123 17.435 15 3.082 AVES – ESQUELETOS 961 AVES - NINHOS 153 AVES - OVOS 756 AVES - PENAS 336 AVES - AMOSTRAS DE TECIDO MAMÍFEROS MAMÍFEROS – MATERIAL-TIPO PALEOBOTÂNICA PALEOBOTÂNICA – MATERIAL-TIPO PALEOINVERTEBRADOS PALEOVERTEBRADOS 26 3.893 2 469 8 3.071 12.561 PALEOVERTEBRADOS - MATERIAL-TIPO 10 ANTROPOLÓGICA 86 PALEOICNOFÓSSEIS 177 COLEÇÃO REGISTRO PATRIMONIAL 2014 8 PALEOICNOFÓSSEIS - MATERIAL-TIPO TOTAL GERAL 442.421 O empréstimo de exemplares das coleções científicas ocorre somente para pesquisadores ligados a instituições de pesquisa ou a mestrandos, doutorandos e pósdoutorandos, sob responsabilidade de seus orientadores. O empréstimo ocorre através do Termo de Empréstimo (guia de remessa ou “invoice”) (ANEXO 4). Apenas o acervo didático pode ser emprestado a outras instituições culturais. Todos os exemplares incluídos nas coleções científicas estão registrados nos Catálogos de Peças e várias coleções já têm as informações dos Catálogos transferidas para meio digital, utilizando principalmente planilhas do Excel. As salas onde estão depositadas as coleções são caracterizadas como um ponto fraco, pois no geral as salas de armazenamento e laboratórios de pesquisa não possuem controle de climatização e iluminação ideal. A necessidade de ampliação do espaço é ressaltada por vários curadores, assim como a demanda por equipe especializada e/ou bolsistas para auxiliar no trabalho. Diversos riscos foram identificados e serão tratados na seção Segurança. As coleções biológicas do Museu de Ciências Naturais/FZB documentam a existência das espécies no tempo e no espaço, validam as pesquisas biológicas e contribuem efetivamente e significativamente para diversos campos, como as áreas da Biotecnologia, Medicina, Farmácia, Agricultura, Veterinária, Genética, entre outras. Elas ainda fornecem elementos para o monitoramento das mudanças dos ecossistemas, incluindo taxas de extinção de espécies, degradação dos ecossistemas, explosão de espécies exóticas, daninhas, pragas, vetores de importância médica e sanitária. São, acima de tudo, fontes de referência irrefutáveis para todo e qualquer projeto de conservação da biodiversidade, manejo sustentável e recomposição ambiental. Esta seção caracteriza um dos maiores pontos fortes do Museu de Ciências Naturais/FZB. As coleções científicas e os profissionais altamente qualificados vinculados ao Museu possuem enorme importância no âmbito nacional e internacional. Mas, apesar de cada curador ser responsável pela gestão de sua coleção e de existir uma regulamentação do uso das coleções científicas (através da Determinação nº 146/86), a figura de um profissional museólogo é necessária, para atuar, em conjunto com o curador biólogo, para a concretização da gestão do acervo a nível macro. A gestão se legitima como instrumento legal pela “Política de Gestão de Acervo”, que se fundamenta basicamente em três elementos chave que se interrelacionam: "O registro do acervo providencia uma linha de base para a responsabilidade institucional para os muitos e variados objetos, artefatos, espécimes, amostras e documentos que o museu guarda com confiança para as gerações actuais e futuras da humanidade. A preservação do acervo é um aspecto activo importante na gestão do acervo inserido sob todas as outras atividades museológicas. O acesso controlado ao acervo para efeitos de exposição ou investigação, preenche a missão do museu na educação e interpretação ao mesmo tempo que protege o acervo. A inscrição, preservação e acesso emitidas por escrito também podem ser utilizadas para providenciar uma estrutura para a política de gestão de acervo." (LADKIN, 2004, p. 17). Também é importante a implementação, juntamente com os curadores, de uma política de aquisição e descarte para as coleções, documento importante e essencial para uma gestão adequada de acervos. 2.1. Histórico das Coleções 2.1.1 Seções de Botânica A coleção de flora localiza-se no Herbário Prof. Dr. Alarich R.H Schulz (HAS) que foi criado com o objetivo de subsidiar o levantamento da flora do Estado do Rio Grande do Sul, priorizando o estudo da botânica sistemática, servindo de base para diversos diagnósticos ambientais realizados pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Sua denominação constitui uma homenagem a eminente botânico e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, falecido em 1975. Esse Herbário, juntamente com os 2.639 maiores herbários do mundo, tem sua sigla institucional (HAS) registrada e listada no Index Herbariorum (HOLMGREN et al., 1981). Em função de apresentar coleções bastante distintas e para efeitos de acondicionamento e curadoria, a partir de 1975, sua manutenção ficou a cargo de duas seções: a Seção de Botânica de Criptógamas ficou responsável pela coleção de ficologia, amostras em líquido, lâminas e exsicatas de algas subaéreas e a Seção de Botânica de Fanerógamas responsável pelas plantas vasculares e líquens (pteridófitas, gimnospermas, angiospermas e fungos liquenizados), ou seja, de exsicatas, sendo as sistemáticas organizacionais completamente diferenciadas. Dentre os 113 herbários brasileiros existentes, apenas 12 abrigam mais de 100 mil exemplares (PEIXOTO & BARBOSA, 1998). O HAS é o décimo segundo herbário do Brasil em acervo, contando com cerca de 111.000 números tombados. Dentre os 21 herbários gaúchos, ocupa a terceira colocação em número de registros. a) Seção de Botânica de Criptógamas A coleção de algas ou ficológica teve início em 1970 com amostras de diatomáceas de Santa Catarina coletadas pelo Laboratório de Ciências do Mar (CIMAR) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A coleção ficológica tem se constituído primordialmente por coletas obtidas em mananciais aquáticos do Rio Grande do Sul, inicialmente com material oriundo da região metropolitana e, com o passar dos anos, abrangendo outras regiões do Estado. O incremento do acervo contou com a participação ativa de: Clélia Medaglia, Mauro Corte Real, Gilberto Carvalho Ferraz, Lezilda Carvalho Torgan, Ieti Ungaretti, Sandra Maria Alves da Silva, Tania Carolina Busellato Toniolli, Vera Lúcia Maróstica Callegaro, Vera Regina Werner, Zulanira Meyer Rosa e Manoel Luis Nunes, através de suas participações em projetos de levantamentos da ficoflora do Rio Grande do Sul. Esta coleção é a maior em número de lotes em líquido e em lâminas de diatomáceas do Brasil, provenientes de vários ambientes lênticos e lóticos do Estado. Abriga lotes de diversas Unidades de Conservação exixtentes no estado, como o Parque Estadual de Itapuã, Estação Ecológica do Taim, Parque Nacional da Lagoa do Peixe, Parque Estadual Delta do Jacuí, Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, Jardim Botânico de Porto Alegre e Parque Estadual do Turvo, entre outros, tendo também amostras da ficoflora de outros estados. Está integrada por material predominantemente de ambientes continentais, mas abriga também, lotes de ambiente marinho. Os tipos nomenclaturais de microalgas de água doce pertencem às classes Cyanophyceae/Cianobacteria, Bacillariophyceae e Euglenophyceae. Exerceram a curadoria dessa coleção as seguintes pesquisadoras: Lucia Wilhelms Aguiar (1970–1974), Ieti Ungaretti (1975-1984). Curadora atual: Bióloga Sandra Maria Alves da Silva, desde 1984. b) Seção de Botânica de Fanerógamas O Herbário de plantas vasculares foi criado em 1975 por iniciativa de Zilda Fernandes Soares, inicialmente abrigando material de projetos desenvolvidos na região metropolitana de Porto Alegre. Contribuíram para o incremento da coleção Lúcia Wilhelms Aguiar, Lia Martau e Olinda Leites Bueno, esta última, responsável pela organização e conservação da coleção. A partir de 1981, com a participação em projetos de levantamentos florísticos em diversas regiões do estado e com o ingresso de Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves e Maria de Lourdes Abruzzi Aragão de Oliveira, a coleção teve seu acervo incrementado. A partir de 1988, Rosa Lúcia Dutra Ramos contribuiu com a organização de plantas vasculares e Suzana Maria de Azevedo Martins incrementou a coleção de fungos liquenizados. Integram esta coleção, registros de várias Unidades de Conservação do estado, como o Parque Estadual de Itapuã, o Parque Estadual Delta do Jacuí, Reserva Biológica do Ibicuí-Mirim, Reserva Biológica da Serra Geral, Estação Ecológica de Aratinga e Parque Nacional da Lagoa do Peixe, entre outras. Espécies da flora da Argentina, Venezuela e Espanha integram o acervo, decorrentes de atividades de intercâmbio. Em 1989, foi incorporada ao HAS a coleção de plantas vasculares do Herbário do Instituto de Pesquisas de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria da Agricultura do RS (IPRN), agregando cerca de 50.000 registros, duplicando o acervo e incrementando-o com material de outros estados do país, especialmente de São Paulo, colecionado pelo especialista em Myrtaceae, João Mattos. Nessa ocasião, ingressou no MCN Nelson Jorge Esquivel Silveira, vinculado ao IPRN, integrando a curadoria do Herbário como assistente. A partir de 2001, Rosana Moreno Senna incrementou e organizou a coleção de plantas vasculares, principalmente a de Pteridophyta. A coleção de plantas vasculares é bastante representativa da flora sul-riograndense, encontrando-se no HAS 163 famílias, dentre as 176 famílias de fanerógamas conhecidas no Estado. Inclui 100% das famílias de pteridófitas que ocorrem no RS. O herbário ainda apresenta 4.550 registros de líquens e 300 de fungos. A coleção de tipos nomenclaturais é integrada por espécies principalmente das famílias Myrtaceae e Leguminosae e uma de Pteridophyta. Curadores dessa coleção: Sidia Maria Callegari Jacques (1975); Olinda Leites Bueno (1976-1994); Márcia Therezinha Menna Barreto das Neves (1994-2000); Suzana Maria de Azevedo Martins (2000-2002). Curadores-assistentes: Nelson Jorge Esquivel Silveira (1994-2000); Suzana Maria de Azevedo Martins (desde 1994); Rosana Moreno Senna (desde 2002); Maria de Lourdes Abruzzi Aragão de Oliveira (2002-2013). Curadora atual: Bióloga Rosana Moreno Senna desde 2013. 2.1.2 Seções de Zoologia As coleções de Zoologia dividem-se em de Invertebrados e de Vertebrados: a) Seção de Zoologia de Invertebrados A coleção de poríferos marinhos (esponjas marinhas) teve início com as Campanhas Oceanográficas I e II, promovidas pela instituição com participação dos pesquisadores José Willibaldo Thomé, Ludwig Buckup, Mauro Côrte Real, Jeter Bertoletti e Ronaldo Mancuso, em 1959 e 1964. Foi ampliada com amostras referentes à Segunda Pesquisa Oceanográfica e Pesquisa do Atlântico Sul, realizada pelo Grupo Executivo do Desenvolvimento da Indústria de Pesca (GEDIP) do Governo do Estado do Rio Grande do Sul e pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, em 1968-1969, entre Torres (RS) e Maldonado (Uruguai). A curadoria desta coleção foi exercida a partir do ano de 1969 por Cecília Volkmer Ribeiro, passando em 1982 para a responsabilidade de Beatriz Mothes, recebendo então, espécimes coletados no Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) e pelo Programa de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva (REVIZEE - score norte, sul e parte do nordeste) e amostras da costa catarinense, obtidas por Cléa Beatriz Lerner. Coleções de referência foram doadas pelas seguintes instituições: Zoölogisch Museum, Universiteit van Amsterdan (Holanda), National Museum of Natural History e Smihsonian Institution (Estados Unidos) e Muséum d’ Historie Naturalle Genève (Suíça). Um significativo número de amostras foi recebido da Universidade Federal do Maranhão e da Universidade Federal de Pernambuco. Curadoria atual: Bióloga Maria da Conceição Tavares Frigo. A coleção de poríferos continentais (esponjas de água doce) foi inicia em 1967 pela Bióloga Cecilia Volkmer Ribeiro com espécimes coletados no Rio Grande do Sul e acrescida de duas grandes coleções da Amazônia: uma coligida por José Cândido de Mello Carvalho (rios Javari, Itacoati e Juruá) e outra por Ernst Josef Fittkau (arredores de Manaus). Conta com lâminas, exemplares inteiros e fragmentos de espécimes obtidos por intercâmbio com outras instituições como The Natural History Museum, Londres (Inglaterra), Natural History Museum of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia (Estados Unidos) e Musée Royal de l’Afrique Centrale Tervuren ( Bélgica). Esforços foram realizados para amostrar áreas de proteção ambiental como levantamentos no Parque Estadual de Itapuã e Parque Estadual Delta do Jacuí, ambos no RS, e nas Estações Ecológicas do Taim (RS), de Maracá (RR) e na Área de Proteção Ambiental dos Meandros do Rio Araguaia (MT, GO). Foram feitas prospecções em depósitos subfósseis produzidos em sistemas lênticos por esponjas, chamados espongilitos, os quais integram coleção ímpar taxonomicamente identificada. Uma coleção subsidiária, com numeração própria, foi organizada a partir de amostras de cerâmica indígena da região amazônica e do curso inferior do rio Uruguai, contendo espículas de esponjas intencionalmente agregadas ao barro pelas oleiras. Essa coleção de poríferos continentais, única no país e na América do Sul, conta com um acervo principalmente da Região Neotropical, mas com boa cobertura das regiões etiópica, australiana, neártica e oriental. A coleção beneficiou-se ainda dos esforços de amostragem de Rosária De Rosa Barbosa (MCN/FZB - 1974-2005), Luiz Carlos Alvarenga (Museu Nacional, Rio de Janeiro) e Sheila Marques Pauls (Instituto de Zoologia Tropical, Universidade da Venezuela), tendo como curadora, de 1969 até 2011, Cecília Volkmer Ribeiro. Curadoria atual, a partir de 2011, Bióloga Maria da Conceição Tavares Frigo. A coleção de moluscos ou malacológica iniciou em 1955, com coleções de conchas doadas por Ludwig Buckup e Thales de Lema e transferência do acervo do Museu Júlio de Castilhos. Mais tarde foi ampliada pelo Biólogo José Willibaldo Thomé, que assumiu o desenvolvimento e a responsabilidade dessa coleção. Posteriormente, em sua homenagem a coleção recebeu o seu nome. Importante acervo foi sendo incorporado por meio de coletas, permutas e aquisições. Em 1980, a Coleção Eliseo Duarte, procedente do Uruguai, com cerca de 20.000 lotes e aproximadamente 100.000 espécimes provenientes dos cinco continentes, foi adquirida com auxílio do CNPq e da FAPERGS. A coleção malacológica, que figura entre as seis mais importantes do país tem abrangência geográfica mundial, com maior representatividade de peças oriundas do sul da América do Sul. Abriga moluscos marinhos, terrestres e de água doce e contém espécimes de valor histórico com cinco lotes coletados por Reinhold Hensel no Rio Grande do Sul entre 1864 e 1866 e identificados por Eduard von Martens em 1868. Desempenharam atividades de curadoria em distintos grupos taxonômicos dessa coleção: Ludwig Buckup (1956-1957); José Willibaldo Thomé (1957-1980); Inga Ludmila Veitenheimer Mendes (1980 -1994); Vera Lucia Lopes Pitoni (1980-2003); Maria Cristina Dreher Mansur (1982-1996); Maria Cristina Pons da Silva (1982-1988), Sílvia Drügg-Hahn (1988-2013); Ingrid Heydrich (desde 2003). Curadora atual: Bióloga Ingrid Heydrich. A coleção de crustáceos foi organizada pelo Dr. Ludwig Buckup, no início das atividades do então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais. Possui exemplares marinhos da costa do RS obtidos em expedições efetuadas na época a bordo do navio pesqueiro PESCAL II. Possui também representantes de crustáceos parasitos de peixes, objeto de estudo da Bióloga Nice Maria Micelli da Silva e contou com intensa colaboração do Biólogo Marcelo Pereira de Barros, que incrementou o acervo principalmente com representantes terrestres e de água doce. Conta com 2.588 lotes conservados em líquido. Cada lote é constituído por um ou mais exemplares. Possui 33 espécimes-tipo. Não há especialista em crustáceos trabalhando no MCN, servindo a coleção de referência para pesquisadores de outras instituições. Foram responsáveis ou curadores: Ludwig Buckup (1956-1962); Geraldo Hoffmann (1962-1971); Arno Antonio Lise (1971-1976); Nice Maria Micelli da Silva (1976-2001). Curadoria atual: Bióloga Hilda Alice de Oliveira Gastal. A coleção de aracnídeos, iniciada em 1956, recebeu a doação da coleção particular do Biólogo Arno Antonio Lise, em 1970, oportunizando sua reorganização. A partir de 1976, contando com a participação da Bióloga Erica Helena Buckup, cresceu significativamente por meio de projetos institucionais e, mais tarde, com o incremento do intercâmbio científico aumentou sua representatividade taxonômica. Salientam-se pela colaboração e doação significativa de material para essa coleção, Antonio Domingos Brescovit, Alexandre Braggio Bonaldo e Luciano de Azevedo Moura. É uma das mais importantes da América Latina pelo seu expressivo acervo, abrangência geográfica, padrão de organização e confiabilidade de dados. Destaca-se pelo número de espécies identificadas nominalmente (em torno de 1.400 espécies), referentes a 406 gêneros e 48 famílias e significativo número de tipos nomenclaturais. A representatividade geográfica do acervo abrange grande parte do território brasileiro e as amostras provêm dos mais diversificados ecossistemas. Curadores: Arno Antônio Lise (1971-1982); Erica Helena Buckup (a partir de 1982, com a colaboração de Maria Aparecida Leão Marques, desde 1984); Ricardo Ott (opiliões e pseudoescorpiões, desde 2003). Curador atual: Biólogo Ricardo Ott. A coleção de insetos ou entomológica foi iniciada pelo Dr. Ludwig Buckup a partir de 1956. A ênfase inicial da coleção concentrou-se nos Heteroptera terrestres, grupo alvo dos estudos do Dr. Buckup. Jocélia Grazia e Miriam Becker foram as seguidoras desse trabalho, a partir de 1964. Em 1976, a coleção passou para a responsabilidade de Hilda Alice de Oliveira Gastal (heterópteros terrestres) e Maria Elizabeth Lanzer de Souza (heterópteros aquáticos). Mais tarde, foram agregados ao acervo exemplares de Lepidoptera provenientes da coleção de Adolfo Pompilio Mabilde que estavam depositados no Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, RS. Em 1974, foi adquirida a coleção de Fernando Ronna, com 3.972 espécimes. A doação, em 1995, da coleção particular de Henrique Palombini, com 1.519 exemplares, incrementou o acervo. Estas três coleções contêm lepidópteros do Rio Grande do Sul do início do século passado, fato que por si só constitui-se de grande importância científica. Recentemente, esta coleção foi reorganizada com a colaboração do pesquisador-visitante Luis Ricardo Murillo Hiller (Universidade da Costa Rica). A coleção de Coleoptera iniciou-se a partir de 1975 com o ingresso de Tania Heloísa de Araújo Arigony. Além do acervo significativo para o Estado, destaca-se o depósito de material-tipo de espécies descritas por dezenas de autores. A coleção de Blattaria foi iniciada em 1975 por Claudio José Becker. No mesmo ano, a coleção de Auchenorrhyncha (cigarras, cigarrinhas) foi organizada por Maria Helena Mainieri Galileo, com a colaboração de Keti Zanol. A coleção de Hymenoptera, com ênfase nas abelhas, foi implementada em 1984, por Dieter Wittmann (Universität Tübingen, Alemanha) através de convênio estabelecido entre as instituições, ocasião em que Magali Hoffmann - à época pós-graduanda - foi convidada para ser a representante brasileira. Mais recentemente, houve a colaboração da pesquisadora Sídia Witter Freitas, especialista em abelhas sem ferrão. Farto material tem sido coletado em inúmeras expedições, proporcionando incremento contínuo ao acervo entomológico e abrigando representantes dos diversos ecossistemas brasileiros, especialmente aqueles do sul do país. Cabe destacar a atuação de Luciano de Azevedo Moura, Alexandre Braggio Bonaldo, Antonio Domingos Brescovit e André Franco Franceschini que contribuíram sobremaneira para o incremento do acervo. O intercâmbio científico entre pesquisadores de instituições afins é rotina estabelecida e vários especialistas em diferentes grupos taxonômicos, pertencentes a instituições nacionais e de outros países, têm colaborado, tanto na identificação de espécimes, incrementando qualitativamente o acervo, como na doação de material coligido em diferentes ecossistemas da América do Sul e no depósito de tipos por ocasião da descrição de espécies novas. A coleção de insetos constitui um importante testemunho da biodiversidade entomológica, em especial do Rio Grande do Sul. Em 1974 a responsabilidade curatorial da coleção entomológica foi dividida por grupos taxonômicos, sendo exercida por vários pesquisadores: Jocélia Grazia (1975), Tania Heloísa de Araújo Arigony (1975-1986), Claudio José Becker (19751995), Maria Elizabeth Lanzer de Souza (1975-1999) e Magali Hoffmann (1984 -1994). Atualmente são curadores os Biólogos Hilda Alice de Oliveira Gastal (desde 1976), Aline Barcellos Prates dos Santos (desde 2002) e Luciano de Azevedo Moura (a partir de 2014). Com o desenvolvimento dos projetos de pesquisa, doações, aquisições e intercâmbio com outras instituições, a coleção entomológica passou a expandir-se, contando atualmente com 138.000 exemplares que abrangem as diversas ordens de Insecta. b) Seção de Zoologia de Vertebrados A coleção de peixes ou ictiológica foi iniciada em 1955 com a fundação do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais (MRCN). Os primeiros exemplares pertenciam à coleção particular de Thales de Lema, um dos fundadores do Museu e ao acervo do Museu Júlio de Castilhos, num total de 97 espécimes, parte dos quais taxidermizados. Em 1959 e 1964, pesquisadores embarcaram no Pescal II para realizar a I e a II Expedição Oceanográfica do MRCN, no litoral sul do Brasil, o que resultou em 273 lotes de peixes depositados. Seguiu-se então um período de contribuições diversas, oriundas tanto de ambientes de água doce como marinhos. A pesquisadora Karin Martha Grosser assumiu a curadoria em julho de 1976, reorganizando a coleção e facilitando o acesso às peças bem como aos dados taxonômicos e de coleta. O desenvolvimento de diversos projetos com envolvimento dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, com o apoio de bolsistas e estagiários, resultou na ampliação do acervo, com um grande número de exemplares provenientes das mais diversas localidades, incluindo principalmente espécies de água doce do Estado, embora haja também representantes de espécies marinhas e de outras regiões brasileiras (Santa Catarina, Goiás e Amazônia) e de outros países, como Argentina, Uruguai e Estados Unidos. No total, são aproximadamente 80 famílias e cerca de 300 espécies representadas. Atualmente, a coleção científica de peixes do MCN contém cerca de 20.000 lotes catalogados, distribuídos em 130 famílias e 950 espécies. Até o momento, cerca de 16 mil lotes da coleção foram também registrados no banco de dados do programa Specify. O material tipo do acervo está representado por 205 exemplares de 16 espécies de água doce e marinha, distribuídos em 87 lotes entre holótipos e parátipos. A maioria dos tipos pertence à região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul e Santa Catarina), mas também há tipos da região CentroOeste (Goiás). Os curadores da coleção de peixes foram os Biólogos Thales de Lema (1955-1976), Karin Martha Grosser (1976-2005) e Marco Aurélio Azevedo (2005-2012). Curadoria atual: Biólogo Vinicius Araújo Bertaco. Tanto a coleção de répteis quanto a coleção de anfíbios, que formam a coleção herpetológica, foram iniciadas praticamente junto à criação do então Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais com a doação, em 1955, da coleção particular de Thales de Lema. Nos anos seguintes, ambas coleções tiveram seu acervo incrementado por Thales de Lema com o auxílio dos estagiários Antônio Carlos Pradel de Azevedo e Maria Palová. No final da década de 60, passou a contar com o trabalho de Pedro Canísio Braun, Cristina Braun, Marta Elena Fabián, Moema Leitão de Araujo, Maria Lúcia Machado Alves e Marisa Ibarra Vieira. Em 1974, quando o MRCN passou a integrar a Fundação Zoobotânica, foram desenvolvidos diversos projetos de pesquisa havendo, desta forma, um incremento desta coleção científica. A coleção de répteis compõe-se de exemplares em líquido, representados, na sua grande maioria, por serpentes, e peças em seco, constituídas por crânios e múmias. Esta coleção está entre as dez maiores no Brasil e é a mais importante do gênero no sul do Brasil, sendo que seus primeiros registros datam de 1940-1950, com espécimes colecionados por Thales de Lema em áreas hoje profundamente alteradas pela ação humana, como é a região da Grande Porto Alegre, o maior centro urbano do Estado. Por isso possui imenso valor histórico e documental. Possui espécimes de outras regiões do Brasil e de outros países. Entre os registros mais significativos destacam-se alguns espécimes-tipo e outros que constituem os únicos exemplares-testemunho de várias espécies para o Estado. Através dos anos tem sido fonte de pesquisa, proporcionando a publicação de trabalhos científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado, tanto de pesquisadores do MCN, como de outras instituições. A partir de 1987, com a criação do Programa Nacional do Ofidismo, do Ministério da Saúde, e do Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), o acervo representado pelas serpentes venenosas foi indicado como Coleção de Referência para os diversos grupos de trabalho deste Programa. Sua finalidade é receber e manter em cativeiro serpentes da região, particularmente corais, para fins de extração da peçonha. O sucesso na reprodução em cativeiro de distintas espécies reduziu o impacto da retirada dessa fauna de seu habitat natural. A curadoria desta coleção esteve a cargo de Thales de Lema (1955 -1972) e, desde 1973 até 2014, da Bióloga Moema Leitão de Araujo. Já a coleção de anfíbios é certamente a mais importante do Estado, pois além do significativo número de exemplares, conta com material-tipo de várias espécies, descritas em sua maioria por Pedro Canísio Braun, nas décadas de 1960-1990. Atualmente, a coleção científica de anfíbios do MCN contém 14.430 exemplares catalogados, distribuídos em 19 famílias e aproximadamente 300 espécies. O material tipo do acervo está representado por 123 exemplares de 12 espécies da Ordem Anura. A maioria dos tipos pertence à região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul), mas também há tipos da região Sudeste e Centro-Oeste. Foram curadores dessa coleção: Thales de Lema (1955-1971); Pedro Canísio Braun (1972-1992); Stella Maris Pires Geyer (1993-1996); Maria Lúcia Machado Alves (1997-2004); Márcio Borges Martins (2004 a 2007); de 2008 a 2011 não houve designação de curador oficial; de 2012 até maio/2014, Márcia Ferret Renner. Curador atual: Biólogo Patrick Colombo A coleção de aves ou ornitológica foi iniciada por Eduardo Casado Marques em 1956 e incrementada em seguida com 380 exemplares da antiga coleção do Museu Júlio de Castilhos. Posteriormente incorporou a coleção da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, organizada durante as décadas de 1950 e 1960 por Oswaldo Camargo. O acervo também resguarda grande parte (1.240 espécimes) da importante coleção organizada por William Belton, ornitólogo norte-americano que atuou no Estado principalmente nas décadas de 1970 e 1980, a serviço da Smithsonian Institution, Washington (Estados Unidos). A abrangência espacial e temporal dessa coleção representa a base do conhecimento científico hoje existente sobre a distribuição e ocorrência das aves no Estado. Essa coleção em particular subsidiou a elaboração das obras “Birds of Rio Grande do Sul, Brazil” partes 1 e 2, publicada em meados da década de 1980 no Boletim do American Museum of Natural History, de Nova Iorque e “Aves Silvestres do Rio Grande do Sul”, editado pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Atualmente, a coleção é composta por exemplares taxidermizados, coleção osteológica, ninhos, ovos e coleção de penas, sendo a mais representativa coleção da avifauna sul-rio-grandense. O acervo de peles taxidermizadas inclui exemplares de cerca de 80% das mais de 600 espécies de aves encontradas no Rio Grande do Sul e contém itens de elevado valor histórico e documental, tais como dois dos cinco exemplares provenientes do Rio Grande do Sul do gavião-real (Harpia harpyja), ave de rapina hoje extinta no Estado, além dos únicos espécimes de Neoxolmis rufiventris (gaúcho-chocolate) e Phytotoma rutila (corta-ramos-de-rabo-branco) coletados no Brasil e do único exemplar que documenta a ocorrência do frango-d'água-menor africano (Gallinula angulata) no âmbito do Novo Mundo. Responsáveis e curadores: Eduardo Casado Marques (1958-1963), Flávio Silva (1976-1989), Walter Adolfo Woss (1990-1992), Eduardo Albuquerque (1995-1998), Maria Inês Burger (1999-2001). Curador atual: Biólogo Glayson Ariel Bencke, a partir de 2002. A coleção de mamíferos ou de mastozoologia iniciou em julho de 1975 com o tombamento de um exemplar de morcego da espécie Tadarida brasiliensis, coletado em 1943, em Porto Alegre. Destaca-se entre as demais coleções do Rio Grande do Sul não só pela expressiva representatividade da mastofauna gaúcha, mas por conter espécimes de vários estados brasileiros e um grande número de quirópteros do Ceará. Apresenta muitos exemplares de espécies de outros continentes oriundos do Parque Zoológico da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que são de grande valia para estudos de anatomia comparada. A maioria dos exemplares pertence aos grupos de quirópteros e roedores. O acervo é constituído por esqueletos completos ou parciais (crânios, sincrânios e ossadas) e animais preservados em líquido. Há também peles, múmias e animais taxidermizados. Salienta-se a presença de alguns espécimes raros, tais como o esqueleto completo de cachalote-anã (Kogia sp.), parte de um crânio de baleia-minke (Balaenoptera acutorostrata), esqueleto de baleia bicuda (Mesoplodon grayi), sendo este o primeiro registro da espécie na costa brasileira, e a pele e o esqueleto completo de focaleopardo (Hydrurga leptonyx). Merece destaque o esforço de Thales de Lema na organização inicial do acervo e a valiosa contribuição de técnicos do Museu de Ciências Naturais, bolsistas e estagiários que se dedicaram à manutenção e organização da coleção ao longo dos anos. Entre estes, destacaram-se: Fernando Saltiél Stobbe, Eduardo Sérgio Borsato, Egídio Vieira Balbé, Rosane Vera Marques, Patrícia Braun, César Jaeger Drehmer e Cibele Barros Indrusiak. Pesquisadores que foram responsáveis pela curadoria da coleção: Flávio Silva (1975- 1980), Marta Elena Fabián (1980-1992), João Carlos Dotto (19931994), Jorge Ferigolo (1994-2002), Márcio Borges Martins (2002-2003) e Márcia Maria de Assis Jardim, a partir de 2003 com sua assistente Lilian Sander Hoffmann, que exerceu até maio/2014. Curadora atual: Bióloga Márcia Maria de Assis Jardim. 2.1.3. Seção de Paleontologia A coleção paleontológica foi iniciada em 1971 pelo Professor Dr. Carlos de Paula-Couto. Em 1982, recebeu, por doação do paleontólogo Jorge Ferigolo, uma coleção de répteis e invertebrados do Permiano (idade aproximada de 280-270 milhões de anos), todos procedentes do RS e uma coleção de peixes do Cretáceo (cerca de 130 milhões de anos), procedente do nordeste do Brasil. Em 1983, iniciaram-se as coletas de mamíferos do Pleistoceno (entre 120 e 11 mil anos) do RS, estes representados principalmente por mamíferos (e.g. gliptodontes, toxodontes, mastodontes e preguiças-gigantes). A partir de 1996, com pesquisas também sobre o Triássico (250-202 milhões de anos) do RS, o acervo foi enriquecido com material de importância mundial: dinossauros primitivos, cinodontes (ancestrais dos mamíferos) e esfenodontídeos, ancestrais do atual Tuatara da Nova Zelândia, o réptil atual mais primitivo do Mundo. A coleção ainda inclui plantas fósseis, como algumas das mais antigas coníferas, além de invertebrados antes desconhecidos, como coleópteros de 220 milhões de anos. O acervo também recebeu doações de material pleistocênico, como o referente à tese de doutorado de Francisco Sekiguchi Buchmann (UFRGS) bem como do Sr. Luiz Rota, de Santa Vitória do Palmar, que inclui vários milhares de espécimes, entre eles mais de quatro mil dentes fósseis de tubarão. Atualmente a coleção, representada por paleobotânica, paleoinvertebrados, paleovertebrados e paleoicnofósseis, conta com espécimes catalogados pertencentes na sua maioria aos períodos Permiano, Triássico, Paleoceno, Mioceno e Pleistoceno. A curadoria da coleção foi exercida por Carlos de Paula Couto (1971-1982) e, a partir de 1982, por Jorge Ferigolo, tendo como assistente Ana Maria Ribeiro, desde 2002. Além disto, sempre contou com a colaboração de bolsistas de iniciação científica, mestrado e doutorado nas coletas, preparação, manutenção e estudo das coleções. Curador atual: Bióloga Ana Maria Ribeiro. 2.2. Conservação, Documentação e Pesquisa Basicamente, os exemplares depositados nas coleções científicas são acondicionados de três formas: em meio líquido, conservados a seco ou em lâminas. Os materiais estão armazenados nas chamadas “salas de coleções” que possuem, na sua maioria, climatização inadequada e ausência de umidade estável (os parâmetros para a umidade são específicos para cada coleção). Um ou mais exemplares de uma mesma espécie conservados em líquido (em geral álcool 70% ou 80% ) constitui um lote; para aqueles conservados a seco, cada exemplar é um considerado um “objeto” independente ou podem ser armazenados em lotes, como por exemplo, as conchas dos moluscos. Para o tombamento dos espécimes, o procedimento é diferenciado: para os exemplares conservados em líquido, um lote (vários exemplares) recebe um determinado número de catálogo; os exemplares conservados a seco (inseto alfinetado, por exemplo) recebe um número individualizado. Os recipientes utilizados para o acondicionamento do acervo conservado em líquido são frascos reciclados de outras funções (geralmente vidros de alimentos em conserva), com tampa de vidro, de metal ou de plástico. Quanto à documentação, o Museu de Ciências Naturais/FZB adotou um modelo chamado “Catálogo de Peças”, que é de preenchimento manual. Recentemente iniciou-se a informatização do acervo, a fim de construir bases de dados relacionais, permitindo a sistematização da informação biótica contida nas coleções e os cruzamentos com dados geográficos e demais dados do meio físico, disponibilizando maiores informações à comunidade científica e demais usuários. Várias coleções já informatizaram seus acervos, mas não são utilizadas ferramentas uniformes para essa informatização, sendo que a maioria utiliza planilhas do Excel. As equipes sentem a necessidade de utilizar algum programa mais adequado às suas necessidades. Um dos pontos fracos para essa informatização reside nos exemplares catalogados individualmente, como no caso dos insetos, devido ao grande aporte de material a ser catalogado, demandando tempo e mão-de-obra que não supre tudo que há pendente nos acervos. Para que uma coleção desempenhe seu papel funcional - subsidiar o conhecimento da biodiversidade - os exemplares devem ser identificados em nível de espécie. Em muitos grupos, principalmente os mega-diversos (aqueles que integram grande número de espécies, como os insetos, por exemplo), existe um ponto fraco, que é a carência de especialistas que possam contribuir para a identificação dos exemplares depositados no acervo. Assim, dentro do contexto atual, percebe-se a necessidade de pesquisadores nacionais e estrangeiros, especialistas nos diversos grupos existentes na coleção de invertebrados. O material não identificado é enviado para especialistas e, com a devolução do mesmo identificado, obtém-se a qualificação da coleção. Na maioria dos casos este serviço é realizado sem a necessidade de pagamento, porém eventuais exemplares poderão ser retidos pelo especialista para incrementar também seu acervo. Esta ação é prática consolidada entre a comunidade científica, constituindo uma contra-partida por parte do curador. O procedimento adotado pelo curador quando da retenção dos exemplares por parte dos especialistas, consiste na anotação do fato no catálogo, onde consta o número-tombo de cada espécime ou lote. Por outro lado, os especialistas que atuam no Museu de Ciências Naturais também recebem exemplares oriundos de outras instituições para identificação e igualmente retém espécimes que qualificam e incrementam a coleção. As coleções são complementadas a partir das doações, permuta e principalmente coletas nas saídas de campo, realizadas pelo corpo técnico, que é formado basicamente por biólogos, bolsistas e estagiários das áreas afins. Possui uma parceria com consultorias ambientais, sendo o Museu de Ciências Naturais fiel depositário dos exemplares coletados para esta análise. Um programa de intercâmbio nacional e internacional com outras instituições e diversos pesquisadores é mantido por todos os curadores do MCN, o que contribui para o incremento e a diversificação do acervo através de trocas e doações, o que ratifica a existência de empréstimos, para a pesquisa científica. Além disso, este intercâmbio propicia a identificação e atualização taxonômica de espécimes por especialistas, como citado acima. São inúmeros os trabalhos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros, nos quais são expressas credenciais explícitas ao uso das coleções científicas do Museu de Ciências Naturais/FZB. As coleções biológicas do MCN são utilizadas em estudos sobre a biodiversidade e resultam em várias publicações (livros, artigos científicos e de divulgação científica). O acervo do MCN dá suporte a dissertações e teses dos programas de pós-graduação em Botânica, Zoologia e Paleontologia e de outros cursos de áreas correlatas em diferentes universidades públicas e privadas. As coleções científicas representam importantes amostras da biodiversidade e têm por finalidade manter, identificar e ordenar o acervo de espécimes, disponibilizando tanto os exemplares quanto os dados a eles associados para serem empregados nas mais diversas pesquisas. As coleções podem ser utilizadas em estudos de sistemática, filogenia, biogeografia, morfologia, ecologia e análises genéticas e moleculares, entre outros. Além disso, informações obtidas a partir de dados de acervos científicos são frequentemente utilizadas, por exemplo, em inventários de espécies, diagnósticos ambientais, avaliações de impacto, zoneamentos ecológicos, planos de manejo e definição de unidades de conservação, mapeamento de áreas de risco, avaliações sobre o estado de conservação das espécies e elaboração de ações e políticas públicas para conservação e uso sustentável dos recursos naturais. As Coleções 2.2.1 Seções de Botânica a) Seção de Botânica de Criptógamas A obtenção e o tombamento dos lotes no herbário seguem várias etapas: coletas das amostras em campo; fixação das amostras em campo ou em laboratório; etiquetagem com os dados (nº HAS, projeto, estação de coleta, tipo de coleta, tipo de líquido preservante, data da coleta); registro das amostras em ordem crescente, de numeração corrida, em livro do herbário (nº HAS); armazenamento dos frascos em armários de aço em ordem crescente de numeração, separados por projeto; reposição periódica de conservante ou preservante nas amostras. A informatização é realizada pela curadora e bolsistas através da digitação dos dados e cerca de um terço dos lotes em líquido já estão digitalizados em planilha do Excel. A disponibilização on-line dessas informações se dá através do site specieslink do INCT- Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA). Para conservação e preservação das amostras líquidas são utilizados vários reagentes como formaldeído, solução de Transeau, solução de lugol, FAA. Como alguns desses reagentes evaporam, há necessidade de ser feita reposição periódica dos mesmos, devido ao risco de perda da amostra. Outras possibilidades de perda dos lotes em líquido são: congelamento dos mesmos quando colocados na geladeira; quebra acidental dos frascos; fungos e bactérias que podem comprometer a presença das microalgas, inutilizando a amostra; perda das lâminas permanentes através da quebra ou do intercâmbio, pela não devolução das mesmas. A coleção de algas do Herbário Prof. Dr. Alarich R.H. Schultz (HAS) possui o maior número de lotes em líquido e de lâminas permanentes de Bacillariophyta do país. É imprescindível o aumento do número de funcionários, tanto de pesquisadores como pessoal de apoio, em função do contínuo incremento de novos lotes no herbário, que necessitam, além de estudo, de constante organização e informatização dos dados oriundos das pesquisas realizadas na Seção. A equipe da Seção de Botânica de Criptógamas salienta a necessidade de ampliação do espaço para a coleção, que atualmente consta apenas da Sala do Herbário de Ficologia, com cerca de 60m2. b) Seção de Botânica de Fanerógamas O material botânico das coleções são fragmentos da planta com as estruturas reprodutivas no caso de árvores, arbustos e lianas, ou mesmo o indivíduo inteiro, no caso de ervas epífitas e líquens. O material coletado é desidratado em estufas dentro de prensas de papel e papelão. Para ser incorporado ao acervo do herbário o material é registrado no livro tombo (Catálogo de Peças) recebendo um número de coleção. Posteriormente prepara-se a exsicata, ou seja, o material é fixado em cartolinas brancas tamanho A3, juntamente com uma etiqueta que contém os dados de procedência dos espécimes: data de coleta, nome do coletor, número de coleta do coletor, hábitat, local de coleta, dados ecológicos e dados taxonômicos (família, gênero, espécie) com informações da coleta e número de tombo. Para um mesmo número de registro pode haver mais de um exemplar, denominados duplicatas. A duplicata é material proveniente do mesmo indivíduo ou população da mesma espécie e fica junto com a exsicata acondicionada dentro de folhas de papel contendo rótulos. O acondicionamento é realizado em armários dentro de uma sala climatizada, para evitar ataque de insetos que destroem o material botânico desidratado. O intercâmbio de material entre um herbário e outro é feito mediante solicitação do curador e tem fins científicos, principalmente para estudos taxonômicos. São emprestadas duplicatas do material tombado e também unicatas (coletas únicas), mediante guias de remessa de material cuja responsabilidade recai sobre o curador do herbário (ou instituição) que solicitou o empréstimo. O pesquisador que identifica o material pode reter a duplicata emprestada mediante solicitação e anuência do curador do MCN. Unicatas não são doadas, desta forma o número de registro é sempre mantido pelo menos com um exemplar. Também ocorre a doação de duplicatas para outras instituições em sistema de permuta, ou não, uma vez que permanece no herbário do MCN/FZB pelo menos um exemplar para cada número de registro. Perdas de material podem ocorrer por falta de devolução do empréstimo ou por ataque de insetos. Para evitar esta última ocorrência é feita desinfecção anual por fumigação e por congelamento quando o material retorna do empréstimo. 2.2.2. Seções de Zoologia a) Seção de Zoologia de Invertebrados Os exemplares depositados nas coleções científicas de invertebrados são armazenados de três formas: em meio líquido, a seco ou em lâminas. Como já foi mencionado, um ou mais exemplares de uma mesma espécie conservados em líquido (geralmente álcool 70% ou 80%) constitui um lote; os conservados a seco podem estar armazenados em lotes, com mais de um exemplar em frascos ou em sacos plásticos, ou mantidos individualmente sendo, neste caso, cada exemplar independente (como por exemplo, insetos em alfinete), ou podem ser tombados em lotes, como por exemplo, as conchas dos moluscos. Os frascos utilizados para o acervo conservado em líquido são, em sua maioria, vidros reciclados de alimentos em conserva, alguns possuem tampa de vidro, mas a maioria tem tampa de metal ou de plástico. As conchas dos moluscos (coleções Eliseu Duarte e José Willibaldo Thomé), em geral, são acondicionadas em seco, em recipientes de plástico ou de vidro ou em sacos plásticos. As etiquetas de identificação do material não ficam em contato direto com a peça. As partes moles dos moluscos são conservadas em álcool 70% ou álcool absoluto (para materiais destinados à análise molecular). As peças são envoltas em meia de náilon fechada com linha de algodão encerada. Cada exemplar, assim embalado, é etiquetado e colocado em frascos maiores com vários exemplares da mesma família. Estes frascos são guardados em estantes ou em armários de metal As tarefas de manutenção (limpeza da vidraria utilizada para manuseio e acondicionamento, reposição ou troca do álcool, troca de etiquetas) são realizadas por técnico de nível médio e por bolsistas, quando possível. Vale destacar que as peças que por ventura sejam descartadas dessa coleção, podem vir a incorporar o acervo da Coleção Didática. O registro dos dados da coleção é realizado em um livro tombo (Catálogo de Peças) que futuramente será transposto para uma planilha do Excel. Essas atividades são realizadas pelo curador com auxílio direto de bolsistas e estagiários. As salas onde as coleções malacológicas estão depositadas não possuem climatização adequada. No caso da coleção aracnológica o acondicionamento é realizado separadamente em tubos de ensaio com álcool 80%, vedados com algodão. Dentro do tubo, além do espécime também se encontram as etiquetas com os dados de coleta e de identificação feitas em meio digital e impressas em folha de papel vegetal. Os tubos de ensaio com o espécime são colocados em um frasco maior com álcool 80% para melhor conservação e diminuir o risco dos tubos ficarem sem álcool, o que acarretaria a perda do material. A catalogação é realizada por uma equipe constituída de técnico de nível médio, bolsistas e o curador e a digitalização desses dados está em 100% no Excel. Os tipos já estão disponibilizados on-line. O espaço de armazenamento no geral é bom, mas falta controle de climatização. Na coleção entomológica a maior parte dos exemplares é preservada a seco, em alfinetes entomológicos, e cada lote é constituído por um exemplar. Até ser incorporado à coleção cada espécime passa por procedimento especializado, que consiste na montagem do exemplar, secagem em estufa, etiquetagem, com os dados de coleta e inserção no Catálogo de Peças. A coleção entomológica a seco fica acondicionada em gavetas padrão (gavetas entomológicas), guardadas em armários fechados, ao abrigo da luz. A sala onde está acondicionada a coleção entomológica necessita controle de umidade, o que se tenta conseguir através da disposição de desumidificadores na mesma. No entanto, devido às condições climáticas no RS, que apresenta invernos úmidos e às constantes dificuldades com os desumidificadores que seguidamente estragam, não se consegue atingir a condição ideal. Os grupos melhor representados e que recebem maior incremento são coleópteros e hemípteros, por possuírem especialistas trabalhando no Museu de Ciências Naturais. O intercâmbio com instituições do país e do exterior é intenso. Os grupos que não dispõem de especialistas no MCN são frequentemente enviados a pesquisadores para identificação a fim de qualificar a coleção entomológica. Por outro lado, muitos especialistas solicitam empréstimo e a coleção tem incremento com novas inserções provenientes de doações de material. Somam-se a isto as coletas realizadas pelo pessoal do MCN e as solicitações que o Museu recebe para depósito legal de exemplares provenientes de vários projetos, tanto de instituições públicas quanto de empresas privadas de consultoria ambiental. A coleção de esponjas continentais constitui a Coleção de Referência Nacional para esse grupo, devido à sua abrangência geográfica, ao seu volume de exemplares, a maioria identificada em nível de espécie. A singularidade da coleção de esponjas continentais, em relação às demais coleções de invertebrados do MCN, é que os exemplares depositados na mesma são consultados e examinados, preferencialmente, dentro do Museu sob os cuidados da curadora, que é uma das poucas especialistas neste grupo, não sofrendo deslocamento para fora da instituição no caso de pesquisas. A coleção de esponjas marinhas está, em sua maioria, com identificação específica e tem recebido contribuição de pesquisadores especialistas quanto à atualização das determinações taxonômicas, sendo essas informações inseridas no Cadastro de Dados da coleção. As demais coleções (crustáceos, cnidários, anelídeos, quilópodes, diplópodos, equinodermados, helmintos, poliquetos, picnogonidos) não possuem especialista trabalhando no Museu de Ciências Naturais/FZB, mas servem de referência para os pesquisadores de outras instituições. Estão acondicionados em frascos de vidros reutilizados (de conserva ou de outros alimentos) que possuam tampa de vidro ou de plástico mais resistente. A conservação era feita em álcool 70%, mas atualmente está sendo utilizado álcool 80%. b) Seção de Zoologia de Vertebrados Ictiologia: Todos os exemplares adicionados à coleção ictiológica são identificados, catalogados no livro tombo (Catálogo de Peças) e incorporados no banco de dados dos programas Excel e Specify. Cada lote recebe uma etiqueta de fita vinílica numerada, além de uma etiqueta confeccionada em papel vegetal com as seguintes informações: número de catálogo, família, nome específico, número de exemplares, localidade de coleta georreferenciada, data de coleta e coletor. As etiquetas são colocadas juntamente com os peixes no interior dos frascos de vidro. A conservação dos peixes pode ser feita em meio líquido: álcool 70% para peixes inteiros e glicerina para peixes diafanizados e corados, ou a seco para peixes taxidermizados ou esqueletos. Os peixes conservados em meio líquido são acondicionados em frascos transparentes com tampa plástica e de tamanho compatível para não deformar os exemplares. Os frascos são armazenados em estantes de aço e organizados por ordem, família, gênero e espécie. Cada frasco corresponde a um lote etiquetado que pode conter mais de um exemplar da mesma espécie, localidade e data. Os exemplares de grande porte, geralmente maiores de 60 cm de comprimento, são acondicionados em tonéis plásticos de diversos tamanhos. Neste caso, cada exemplar recebe uma etiqueta vinílica apenas com o número de catálogo. Todos os tonéis são numerados e possuem uma lista individual dos exemplares armazenados. Os poucos exemplares preservados a seco na coleção científica também são etiquetados e acondicionados em embalagens plásticas e/ou de madeira e armazenados em armários de metal. Além das formas de armazenamento mencionadas acima, alguns lotes com exemplares de espécies pequenas são acondicionados em pequenos frascos contendo apenas o número de catálogo e estes colocados num frasco grande (p.ex., 5 litros) com álcool 70%. Neste caso a etiqueta contendo o número do frasco e o nome específico é fixada na parte externa do frasco. Essa forma de acondicionamento impossibilita a evaporação do álcool e, consequentemente, a desidratação dos exemplares em caso de manutenção inadequada. Por outro lado isso dificulta o exame do material por pesquisadores e colaboradores, pois são inúmeros lotes pequenos armazenados num frasco grande. Herpetologia (Anfíbios e Répteis): Todos os exemplares adicionados à coleção de anfíbios e répteis são identificados, catalogados no livro tombo (Catálogo de Peças) e incorporados no banco de dados do programa Excel. Essa tarefa é realizada pelo curador, bolsistas e estagiários. Cada exemplar recebe uma etiqueta de fita vinílica numerada. No catálogo consta o número, família, nome específico, localidade de coleta georreferenciada (quando possível), data de coleta e coletor. As etiquetas são colocadas juntamente com os exemplares no interior dos frascos. A conservação pode ser feita em meio líquido: álcool 70% para exemplares inteiros e glicerina para anfíbios diafanizados e corados. Os exemplares conservados em meio líquido são acondicionados em frascos transparentes com tampa plástica ou em vidros de conserva com tampa metálica. O tamanho é compatível para não deformar os exemplares e os frascos são armazenados em estantes de aço organizados por ordem, família, gênero e espécie. Cada frasco pode conter mais de um exemplar da mesma espécie. Cada exemplar recebe uma etiqueta vinílica com o número de catálogo. Os exemplares de grande porte, geralmente maiores de 20 cm de comprimento, são acondicionados em tonéis plásticos de 200 litros. Todos os frascos e tonéis são numerados e possuem uma lista individual dos exemplares armazenados. Uma etiqueta contendo o número do frasco, nome específico e família é fixada na parte externa do frasco. Entre a tampa e o frasco é inserida uma película transparente (plástico-filme) para impossibilitar a evaporação do álcool e, consequentemente, a desidratação dos exemplares em caso de manutenção inadequada. Os poucos exemplares preservados diafanizados na coleção científica também são etiquetados e acondicionados em embalagens de vidro, armazenados nos armários de metal. Ornitologia: Essa coleção necessita de mais profissionais especializados para trabalhar com a mesma, principalmente um taxidermista. A manutenção é feita pelo curador, bolsistas e estagiários. A catalogação é realizada em livro tombo (Catálogo de Peças) e em planilha do Excel, sendo que o material já está 100% digitalizado. As peças que são descartadas passam a integrar o acervo da Coleção Didática. A equipe atual salienta a deficiência na qualidade da sala de armazenamento que não possui climatização adequada bem como plano de segurança. Há uma sobrecarga de trabalho em função da grande demanda, o que prejudica as atividades de pesquisa. Mastozoologia: A coleção de mamíferos possui uma curadora (Bióloga), que conta com o auxílio de estagiários e bolsistas. Há necessidade de pelo menos um funcionário que possa dedicar-se à coleção em horário integral bem como um taxidermista. A documentação é realizada em livro tombo (Catálogo de Peças) e planilha do Excel, sendo que o material já está totalmente inserido. Esta tarefa é realizada pelo curador e por estagiários e bolsistas, que atuam sob supervisão. Há planos de utilizar a base de dados Specify para a documentação da coleção. O material que é descartado por péssimas condições é encaminhado ao Parque Zoológico, para utilização em atividades de Educação Ambiental. A equipe do Setor de Mastozoologia identifica que o estado de conservação geral da coleção é razoável, mas há necessidade de melhoramento das condições de armazenamento e acondicionamento, inclusive de ampliação do espaço. 2.2.3. Seção de Paleontologia A coleção de fósseis conta com dois funcionários com formação nas áreas da biologia e paleontologia, além de bolsistas de iniciação científica e pós-graduação (mestrado e doutorado) e estagiários. A catalogação é realizada em livro tombo (Catálogo de Peças) e planilha do Excel, estando 100% do material digitalizado. Quanto aos empréstimos, material tipo não sai do Museu. A equipe identifica boa climatização e conservação do material, mas há a expectativa de melhorias nessas condições. 2.2.4. Observações gerais para todas as coleções O máximo de cuidado é necessário com as coleções preservadas em álcool, quer sejam de invertebrados como de vertebrados, pois trata-se de líquido inflamável. Todas as coleções preservadas em álcool sofrem o risco de incêndio e, por isso, medidas preventivas de segurança devem ser rigorosamente cumpridas. Para todas as coleções (em líquido ou em seco) a iluminação, umidade e temperatura inadequadas podem alterar as características do material preservado. O material exposto a longos períodos de iluminação natural e/ou artificial pode sofrer com a foto-decomposição da cor dos exemplares. Isso acarreta a perda de informações importantes para a identificação correta do material, pois o colorido padrão de várias espécies, principalmente de peixes, é decisivo para a confirmação do nome específico. Em ambientes com grandes variações de temperaturas, ou sujeitos a temperaturas elevadas, pode haver a evaporação do líquido preservador (álcool) e, consequentemente, danificação do exemplar quando o álcool não for compensado. Em ambientes com umidade relativa elevada, a graduação do líquido preservador pode sofrer alteração devido ao excesso de água no ar, favorecendo o desenvolvimento de fungos e, consequentemente, a danificação ou perda total do material. A ventilação no ambiente deve ser favorável devido à constante evaporação de álcool por diversos motivos, como tampas plásticas dos frascos danificadas pela ação corrosiva do líquido conservante, evitando o risco de incêndio. Uma coleção científica deve ficar em uma sala apropriada, em ambiente totalmente escuro, protegido da luz direta, com controle de temperatura e umidade a níveis baixos (ou com mínima flutuação) e ventilação favorável. Para coleções em via úmida, a temperatura adequada do ambiente é de 18oC e a umidade relativa do ar deve estar em 50% (PAINE, 1992). Deve-se compensar periodicamente a evaporação do álcool, bastante volátil, para manter o material sempre em perfeitas condições; revisar e trocar as tampas plásticas dos frascos caso estejam quebradas devido à ação corrosiva do líquido conservante; revisar e substituir as etiquetas caso estejam danificadas devido à corrosão pelo álcool; manter o material colecionado sempre organizado por ordem, família, gênero e espécie, para facilitar sua pronta localização. 2.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos Pontos Fortes Coleções Pontos Fracos científicas de grande Meio ambiente inadequado: salas de relevância e profissionais altamente armazenamento pequenas ou insuficientes, qualificados. com falta de controle de climatização e iluminação. Existência de curador responsável Ausência de uma Política de Gestão de por cada coleção e de Acervos. regulamentação do uso das coleções científicas, através da Determinação nº 146/86 . Documentação (tombamento no Falta de especialistas para ocupar o cargo de catálogo das coleções e em planilha curador de algumas coleções; falta de do Excel) das coleções consolidada e funcionários/bolsistas/estagiários em processo de digitalização. Intercâmbio institucional para as atividades de rotina. para o aprimoramento das pesquisas. 3. COLEÇÕES DIDÁTICAS Em agosto de 1964 os acadêmicos Mauro Corte Real e Jetter Bertolleti realizaram uma aula no Instituto Santa Luzia, instituição que atende deficientes visuais, e levaram consigo peças taxidermizadas do acervo para que os cegos pudessem, através do tato, aprender sobre aquelas peças. Vê-se assim que a educação ambiental e patrimonial desde muito tempo é atividade básica do Museu de Ciências Naturais/FZB e é por meio da coleção didática que essas ações são concretizadas. Ainda conforme MARANDINO (2009): Organismos conservados e taxidermizados, os modelos reconstituídos, quando corretamente estudados, conservados, organizados e expostos são testemunhos do patrimônio científico da humanidade e, ao mesmo tempo, fundamentais para auxiliar no trabalho dos biólogos para conservação de ambientes e espécies. (MARANDINO, 2009, p. 11). No Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, conforme o Regimento Interno da FZB, cada seção possui a responsabilidade de constituir e manter coleções científicas e didáticas nas suas respectivas áreas. As coleções didáticas não possuem curadores específicos e nem uma forma de aquisição definida, podendo ser incorporados ao acervo didático espécimes aos quais faltam informações de coleta, ou peças que são descartadas por estarem danificadas ou, ainda, por peças criadas pelo artista plástico que trabalha prestando serviços ao Museu, contando com informações repassadas pelos biólogos. As coleções didáticas podem ser emprestadas a outras instituições, tais como escolas, para fins educacionais, ao contrário das peças da coleção científica que só podem ser emprestadas para finalidades de pesquisa, sob responsabilidade de pesquisador vinculado à instituição que dedique-se a essa atividade. 4. EXPOSIÇÕES A exposição é uma das formas de comunicação do Museu de Ciências Naturais/FZB com a sociedade e possibilita a interpretação do conhecimento científico, gerado através das pesquisas, em uma linguagem compreensível para um público geral. A exposição, juntamente com a documentação e a pesquisa, é uma das finalidades das instituições museológicas e caracteriza seu caráter educativo. O material a ser exposto pode ser interpretado de diferenciadas formas pelo público visitante, por isso o projeto museográfico de uma exposição, seja ela de longa, média ou curta duração ou itinerante, deve ser bem planejado e realizado a partir de uma pesquisa de acervo, visando suprir as necessidades informacionais do público. Em função disso percebe-se ser necessária a realização de um estudo de público, para que ele seja reconhecido, viabilizando assim, as estratégias de divulgação, captação de outros visitantes e melhoramento das exposições. A primeira exposição pública do Museu de Ciências Naturais ocorreu em 1961, quando ainda da sua localização na Praça Dom Feliciano. Naquela época havia uma equipe de guias para orientação dos visitantes. Apesar das várias mudanças de sede, o Museu sempre teve uma equipe responsável pelas atividades de educação e exposição. Em 1987, já na sede atual do MCN/FZB, foi inaugurada a sala de exposições de longa duração, oportunizando a visitação pública de terça-feira a domingo. Em 1988 foi criado o Centro de Educação Ambiental, que em 1995 foi transformado na Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB). Esta Seção é responsável pelos projetos expográficos e educativos no Museu de Ciências Naturais/FZB. Também no ano de 1995 o espaço do auditório existente junto à Sala de Exposição de Longa Duração passou a ser ocupado com exposições de Curta e Média Duração, com temáticas sobre a biodiversidade do Rio Grande do Sul, podendo ocorrer parcerias com outras instituições para essas exposições. As exposições de Curta Duração podem tornar-se itinerantes, percorrendo diferentes municípios e instituições. A Seção de Educação Ambiental e Museologia, além da parte expositiva, também ocupa-se com as atividades de educação ambiental, desenvolvidas pelo Museu. Conta com sete funcionários do quadro permanente da instituição, sendo três Técnicos em Educação Ambiental e quatro Atendentes. Há também um funcionário terceirizado que realiza tarefas de apoio e montagem de exposições, sendo responsável também pela criação de peças (réplicas) utilizadas nas exposições. Nas atividades expositivas há a colaboração da Museóloga responsável pela Divisão de Difusão Científica e Cultural, à qual está vinculado o MUSEAMB, que acumula essa atividade paralelamente à sua atuação como pesquisadora (Bióloga) na Seção de Zoologia de Invertebrados, sendo urgente a contratação de Museólogo que possa dedicar-se mais efetivamente a essa atividade. Atualmente o Museu de Ciências Naturais/FZB conta com três Salas de Exposições (Fig. 8), sendo uma de Longa Duração e as outras duas de Média e Curta Duração. Há ainda um Serpentário, que expõe exemplares vivos de serpentes peçonhentas e não peçonhentas, principalmente nativas do RS. A Seção recebe estagiários da área de ciências biológicas, que atuam nas visitas mediadas às Salas de Exposições e Serpentário. Fig. 8. Planta baixa das Salas de Exposições do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS As salas de exposições do MCN recebem anualmente cerca de 25 mil visitantes e o atendimento ao público é feito de terça-feira a domingo, das 9h 15min às 17h. Pode ser realizado o agendamento de visitas orientadas, de terças a sextasfeiras, através de contato por e-mail ou telefone, informações essas disponíveis no site da FZB. Esse agendamento é feito pela Seção de Educação Ambiental do Jardim Botânico/FZB e as visitas abrangem o Parque e a Salas de Exposições do Museu. Não há tarifa específica para ingressar na Sala de Exposições do MCN. A única tarifa é paga na entrada do Jardim Botânico. 4.1. Exposição de Longa Duração A Sala de Exposições de Longa Duração, com 49 vitrines e três dioramas, está organizada em sequência evolutiva por grandes grupos: inicia pelos vegetais atuais, passa para o grupo dos animais e termina com as vitrines paleontológicas. No fim do percurso pode-se observar os dioramas representativos dos ambientes característicos do Rio Grande do Sul, com a fauna e a flora típica desses ecossistemas (banhado, campo e floresta) (Fig. 9). Fig. 9. Diorama representando um banhado, localizado na Sala de Exposição de Longa Duração do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS (Foto: Mariano Cordeiro Pairet Jr.) 4.2. Exposições de Curta e Média Duração e Exposições Itinerantes São exposições onde são apresentados alguns resultados de trabalhos dos biólogos e colaboradores da Instituição. Permanecem por um período variável nas duas salas anexas à Sala de Exposições de Longa Duração e após podem tornar-se itinerantes, percorrendo diferentes locais e instituições públicas e/ou privadas. Atualmente, há uma exposição temporária montada na sala contígua à Sala de Exposições de Longa Duração, cujo título é “Fauna e Flora na Tradição Gaúcha”, que busca resgatar, no cancioneiro e nas poesias tradicionalistas, os sentimentos de admiração e respeito à natureza, seja pela beleza das formas, pela variedade de cores, pelo encanto dos sons, pelo vigor ou delicadeza dos movimentos observados nos animais e nas plantas (Fig. 10) . A exposição homenageia os autores que reconhecem a importância da natureza, dos animais e das plantas, registram os usos populares da biodiversidade nativa e cultuam as tradições vinculadas ao valioso patrimônio natural rio-grandense. Fig. 10. Detalhe da exposição "Flora e Fauna na Tradição Gaúcha". As Salas de Exposições de Curta e Média duração podem ser cedidas para uso por outras Instituições ou pessoas interessadas em expor temas relacionados à temática meio ambiente e biodiversidade. No período de 29 de abril a 28 de julho de 2013 esteve em uma das Salas de Exposição de Curta Duração do MCN a mostra coletiva "O Jardim do Rei: uma visão poética da História Natural de Buffon" (Fig. 11), criação de 19 artistas do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, que, pela bem sucedida conjunção entre o conceito e o espaço expositivo, recebeu Prêmio Especial do Júri do VIII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, concedido pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. A criação dessa exposiçao se deu a partir da obra “História Natural, Geral e Particular” do naturalista francês GeorgesLouis Leclerc, conde de Buffon. Fig. 11. Aspecto da exposição " O Jardim do Rei: uma visão poética da História Natural de Buffon". 4.3. Serpentário Com uma área de 120m², o serpentário do Museu de Ciências Naturais/FZB (Fig. 12) expõe exemplares vivos de 16 espécies de serpentes peçonhentas e não peçonhentas do Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre (NOPA), ligado à Seção de Zoologia de Vertebrados do MCN, apresentando dados de identificação das espécies (nome popular e nome científico, distribuição geográfica, alimentação, número de filhotes por gestação e ambiente em que ocorrem). Estão expostos também alguns exemplares de serpentes exóticas, recebidos pelo MCN, mas o foco principal está nos exemplares da fauna nativa do RS. Fig. 12. Vista do Serpentário do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS 4.4. Quadro de Pontos Fortes e Fracos A análise atual das exposições foi realizada pela equipe do Museu de Ciências Naturais como um exercício de autoconhecimento, contando também com a observação feita pelos acadêmicos do Curso de Museologia da UFRGS que atuaram como estagiários no decorrer da elaboração do Plano Museológico. Pontos Fortes Pontos Fracos Atividades educativas ativas e exposições Falta de funcionários para todas as atividades com temáticas que contemplam as linhas educativas de contato com o público; falta de de pesquisa do Museu. profissional Museólogo. Salas diferentes para as três tipologias de Falta exposição: longa, média e curta duração. de acessibilidade física, sensorial, intelectual, emocional, à informação cultural7; equipe sem conhecimento em estrangeira e em LIBRAS. 7 Mais detalhes na seção sobre Acessibilidade. Referências em: Tipos de Acessibilidade em Ambientes Culturais do Núcleo de Design Gráfico Ambiental da UFRGS. língua Tem exposições itinerantes e recebe Exposição de longa duração desatualizada exposições de outras instituições. (temática, expogafia e legendas); legendas sem versão em braile e em língua estrangeira. Acervo didático que pode ser manuseado Falta de treinamento da equipe em prevenção por videntes, cegos ou baixa visão. e combate de incêndio. Falta de infraestrutura (climatização, equipamentos, sistema elétrico, hidráulico, entre outros) e segurança nas salas de exposição. Inexistência de um Estudo de Público; falta de controle do número de visitantes do Museu. 5. PESQUISA, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO O Museu de Ciências Naturais/FZB conta com várias estratégias para alcançar seu público. As atividades e ferramentas identificadas abaixo visam comunicar e difundir as pesquisas geradas pelo Museu, mas também informar o quanto essas pesquisas embasam outras atividades de cunho social e cultural. Na seção dedicada às Coleções Científicas já foi informada a importância das pesquisas para o fornecimento de elementos para o monitoramento das mudanças dos ecossistemas, incluindo taxas de extinção de espécies, degradação dos ecossistemas, explosão de espécies exóticas, daninhas, pragas, vetores de importância médica e sanitária. As referências existentes na biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto, as parcerias institucionais, os intercâmbios acadêmicos, as atividades de caráter educativo, elaboradas e coordenadas pelo Museu (e pela Fundação), também merecem destaque, pois se caracterizam como pontos fortes da instituição. Outras formas de divulgação, comunicação e educação são a realização de oficinas, cursos, palestras e projetos educativos voltados à comunidade escolar e ao público em geral. 5.1. Pesquisas, Parcerias e Intercâmbio Institucional e Acadêmico Conforme já foi mencionado, o Museu de Ciências Naturais/FZB possui as seguintes áreas de atuação, especialização e linhas de pesquisa: a) Áreas de Atuação: - Pesquisa Científica - Manutenção de Coleções Científicas - Bioindicação de Qualidade do Ar e da Água - Bioprospecção - Consultoria Ambiental a Empresas Privadas - Educação Ambiental - Estudo e apoio à implantação de Unidades de Conservação - Estudo e conservação de Sítios Paleontológicos - Extração de Peçonha - Formação de Recursos Humanos - Geoprocessamento - Manejo e Conservação de Ecossistemas - Museografia - Planejamento Ambiental b) Áreas de Especialização: - Cianobactérias - Algas - Fungos Liquenizados - Plantas vasculares - Esponjas de Água Doce - Moluscos - Aracnídeos - Insetos - Peixes - Anfíbios - Répteis - Aves - Mamíferos - Vertebrados Fósseis c) Linhas de Pesquisa: - Sistemática e Taxonomia - Biogeografia e Evolução - Biologia da Conservação - Ecologia - Gestão Ambiental O Museu de Ciências Naturais e a Fundação Zoobotânica do RS trabalham realizando parcerias institucionais e buscam o intercâmbio para o enriquecimento de suas coleções e pesquisas. Cabe citar alguns casos em que, tanto as parcerias quanto os intercâmbios institucionais e acadêmicos, são atividades básicas do Museu a fim de divulgar os trabalhos realizados. a) Atividades dos especialistas do Museu de Ciências Naturais/FZB juntamente com bolsistas e pesquisadores de outras instituições. Dentro das diversas linhas de pesquisa em andamento no Museu de Ciências Naturais/FZB, levadas a efeito nas diversas seções e setores, são realizados, além da pesquisa básica com o estudo da biodiversidade nas áreas de atuação dos pesquisadores do MCN, levantamentos e observações em campo em diversas regiões do estado visando conhecer os ambientes terrestres e aquáticos bem como estabelecer a qualidade desses ambientes (terrestres, aquáticos e aéreos) através de bioindicadores. Essa produção de conhecimento possibilita a detecção e correção de impactos ambientais, particularmente os de origem antrópica. b) Pesquisas e atividades do NOPA (Núcleo Regional de Ofiologia de Porto Alegre) O NOPA, ligado à Seção de Zoologia de Vertebrados do MCN, mantém em cativeiro estoque de serpentes peçonhentas e realiza pesquisas sobre aspectos da biologia desses animais, além de fornecer peçonhas regionais ao Instituto Butantan, em São Paulo, SP, visando à produção de vacinas anti-ofídicas. c) Atividades de Conservação e Manejo As atividades realizadas servem de subsídio para a gestão de Unidades de Conservação Estaduais e Federais localizadas no RS. Atuando em conjunto com o Laboratório de Geoprocessamento, a Seção de Conservação e Manejo do MCN desenvolve atividades que subsidiam a elaboração dos Planos de Manejo das áreas de preservação, ou indicadas para criação de Unidades de Conservação. d) Atividades do Laboratório de Geoprocessamento Esse laboratório, vinculado à Seção de Informação Ambiental, funciona como instrumento de Gestão Ambiental em conjunto com as atividades da Seção de Conservação e Manejo. O levantamento em campo proporciona a produção de mapas das áreas a ser resguardadas e subsidia a apresentação dos Planos de Manejo das mesmas. A equipe de trabalho do Laboratório realiza com esses dados de pesquisa aplicada o mapeamento temático de regiões utilizando análises espaciais, classificação e interpretação de imagens de satélites, fotos aéreas e GPS. e) Projeto Biodiversidade8 Este projeto desenvolvido em parceria pela FZB, FEPAM e EMATER, inserese nas políticas do Estado de proteção e conservação dos recursos naturais e busca 8 Para saber mais sobre o Projeto, acesse:<http://www.biodiversidade.rs.gov.br/arquivos/1161787177folder.pdf>. promover a incorporação do tema nas instituições e comunidades envolvidas. A estratégia é identificar, registrar, planejar e monitorar a biodiversidade, incentivando práticas compatíveis com a sua conservação e promovendo o desenvolvimento do Rio Grande do Sul em áreas definidas como prioritárias. f) Atividades de pesquisa de bolsistas de Iniciação Científica (CNPq e FAPERGS) e de alunos de pós-graduação de diversas Universidades9 Acadêmicos e pós-graduandos que iniciam sua formação como pesquisadores a partir do aprendizado dos princípios, métodos e técnicas nas áreas da botânica, zoologia e paleontologia, são orientados ou co-orientados por especialistas do Museu de Ciências Naturais/FZB. Os resultados dessas pesquisas são apresentados em Salões de Iniciação Científica, Congressos, Seminários e outros eventos de caráter científico. Seus artigos também são publicados nos mais diversos periódicos nacionais e internacionais, divulgando as pesquisas realizadas no Museu. f) Jornada de Iniciação Científica - Meio Ambiente FZB/FEPAM A Jornada de Inicição Científica - Meio Ambiente FZB/FEPAM é realizada anualmente e tem como objetivo valorizar a iniciação científica nas atividades de pesquisa; promover a divulgação dos trabalhos de iniciação científica realizado nas instituições de pesquisa e ensino do Estado; estimular o acompanhamento e a avaliação dos trabalhos de iniciação científica especialmente dos bolsistas da FAPERGS e do CNPq; oportunizar a integração e a troca de informações entre as instituições e os bolsistas de Iniciação Científica. A Jornada de Iniciação Científica já está em sua décima edição, que foi levada a efeito em agosto/2014. O Museu de Ciênciass Naturais/FZB tem participação decisiva, em conjunto dom a FEPAM, para a concretização desse evento. 9 Os convênios são realizados com as seguintes instituições de ensino superior, públicas e/ou privadas: Centro Universitário La Salle, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Universidade de Santa Cruz do Sul e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). 5.2. Publicações e Periódicos O Museu de Ciências naturais/FZB promove a divulgação científica por meio de periódicos, guias, almanaques e outras publicações avulsas com as temáticas da flora e da fauna, da trajetória histórica do MCN, suas linhas de pesquisas, entre outros. Cabe destacar o livro “Museu de Ciências Naturais: 50 anos Pesquisando a Biodiversidade Gaúcha”, lançado em 2005 e que conta a trajetória do Museu e seus principais personagens, além das suas linhas de pesquisa e atividades educativas (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RS, 2005). O periódico Iheringia, com duas séries (Botânica e Zoologia) é uma das principais publicações do Museu de Ciências Naturais e tem seu nome em homenagem ao pesquisador alemão, naturalizado brasileiro, Hermann von Ihering (1850-1930), que se dedicou ao estudo da fauna e flora brasileiros. No site da Fundação Zoobotânica do RS, na aba referente ao Museu de Ciênciass Naturais, constam as normas para submissão de artigos para publicação nesse periódico. a) Iheringia Série Botânica A Iheringia Série Botânica é um dos periódicos científicos editados pelo Museu de Ciências Naturais/FZB. Foi criada em 1958 com o objetivo de publicar artigos, notas e revisões científicas originais e inéditas sobre assuntos relacionados às diferentes áreas da Botânica (taxonomia, morfologia, fisiologia e ecologia vegetal). Trata-se de um periódico tradicional na área de Botânica, com 57 anos de existência. Possui ampla divulgação, pois é enviado, gratuitamente, para 118 Instituições de pesquisa no Brasil e 152 no exterior, abrangendo um total de 33 países. A política editorial da revista é manter a qualidade e abrangência de assuntos de suas publicações. Esses objetivos são obtidos através do Corpo Editorial e Conselho Científico formado por pesquisadores altamente especializados, de prestígio internacional, pertencentes a diferentes instituições de pesquisa do Brasil e do exterior. Possui corpo de revisores composto, atualmente, por 207 pesquisadores especialistas doutores, sendo 174 de Instituições científicas do Brasil e 33 de Instituições internacionais, além de um grupo de apoio técnico composto por bolsistas do CNPq e da FAPERGS, funcionários e estagiários da Fundação Zoobotânica do RS e um revisor da língua inglesa. A Iheringia Série Botânica é publicada semestralmente, simultaneamente na forma impressa e eletrônica e está afiliada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC). Os artigos publicados encontram-se disponíveis no site da Fundação Zoobotânica do RS, no portal da CAPES e em vários indexadores internacionais, entre eles: Biological Abstracts, ISI Web of Science, Biosis Previews e Latindex. b) Iheringia Série Zoologia Foi a primeira da série, criada em 1957. Sempre visou publicar trabalhos completos originais em Zoologia, com ênfase em taxonomia e sistemática, morfologia, história natural e ecologia de comunidades ou populações de espécies da fauna Neotropical recente. Através da permuta com periódicos nacionais e estrangeiros, científicos abastece qualitativamente o acervo da biblioteca especializada da Fundação Zoobotânica do RS. O alto conceito atribuído à revista pela CAPES, aliado à periodicidade, à qualidade editorial e gráfica e ao ingresso no Sistema SciELO desde 2001, bem como nas bases ISI/Thomson e Scopus/Elsevier (dentre outras), tem revertido em um incremento significativo no número de manuscritos submetidos para publicação, os quais não tem mais se limitado aos países da América Latina, mas também de outros continentes. A política editorial da revista é manter a qualidade e abrangência de assuntos de suas publicações. Este periódico foi aprovado para o ingresso na coleção SciELO Brasil em função do seu alto padrão de qualidade, de nível internacional, assim seus exemplares estão todos disponíveis online <www.scielo.br/isz>. Outra ferramenta que também incrementa a acessibilidade e visibilidade da revista é a disponibilização dos artigos no Biodiversity Heritage Library (BHL) (que a partir de 2012 também integra o Portal de Periódicos em Biodiversidade, juntamente com o SciELO), por meio do projeto Encyclopedia of Life (EOL). Através de convite recebido e em parceria com a Smithsonian Institution Libraries, os volumes da ISZ desde o número 1 (publicado em 1957) até o 89 (publicado em 2000) estão digitalizados e disponíveis em uma base de dados de acesso livre (BHL/EOL). A Iheringia Série Zoologia também está enquadrada na categoria de qualidade B2 no Qualis da CAPES. Em agosto de 2011 foi implementada a submissão de manuscritos on-line através do Sistema SciELO, aumentando consideravelmente o recebimento de artigos. Com o referido sistema, toda a tramitação é feita on-line, possibilitando que os autores acompanhem cada uma das etapas do processo editorial. Outra vantagem proporcionada é que novos editores de área de instituições fora do estado e do país puderam ser convidados a integrar a comissão editorial. No que se refere ao índice de impacto, desde 2011 vem aumentando gradualmente: 0,23 (2011); 0,42 (2012) e 0,50 (2013). 5.3. Atividades Educativas Assim como as exposições, as principais atividades educativas do Museu de Ciências Naturais/FZB são efetivadas a partir da Seção de Educação Ambiental e Museologia10. A parceria com outras seções e/ou setores tanto do Museu como da Fundação Zoobotânica torna possível a realização de palestras, oficinas e cursos sobre os mais diversos temas. Outra atividade de destaque é a periódica visitação de escolas, garantida essencialmente pela tradição do Jardim Botânico e que acaba se vinculando ao Museu. No interior do Museu são realizadas mediações com bolsistas ou estagiários da área da biologia para o público interessado. Como ponto fraco salienta-se a falta de funcionários para atender a grande demanda de escolas e visitas guiadas solicitadas, sendo somente estagiários os responsáveis por essa atividade. Também se destaca a ausência de atividades educativas visando público estrangeiro ou pessoas com deficiência. Vários projetos de caráter educativo são mantidos pelo Museu de Ciências Naturais/FZB, tais como: a) “Oficinas de fauna, flora e fósseis do Rio Grande do Sul” Visam promover a expansão e a melhoria da qualidade do ensino das ciências, o desenvolvimento das inovações e aplicações da Ciência e da tecnologia, bem como a difusão e a popularização da cultura científicotecnológica junto à sociedade. Os objetivos dessa atividade são dar a conhecer e evidenciar a importância dos componentes do meio em que vivemos, a fim de estimular o interesse pelos temas ligados à biodiversidade, oportunizar uma reflexão sobre os problemas ambientais, sensibilizando a comunidade escolar professores e alunos - para a necessidade de preservação de patrimônio natural atual e fóssil, utilizando recursos museográficos como meio educativo. Atualmente há as seguintes oficinas, ministradas por biólogos do quadro da Instituição, que contam com a participação de seus bolsistas e estagiários: "Algas e Qualidade Ambiental"; "Introdução à Paleontologia"; "Observando Folhas"; "Introdução à Liquenologia". 10 Também chamada de Seção de Museologia e Educação Ambiental . Sua sigla é MUSEAMB. b) "Ciência na Praça" Tem por objetivo popularizar a ciência, diminuindo as barreiras entre o cientista e a comunidade, visando o desenvolvimento de uma tomada de consciência relacionada com a pesquisa em preservação ambiental, através da educação ambiental não formal. Essa atividade vem sendo desenvolvida desde 1986 e ocorre em dois domingos por ano, sediado principalmente no "Brique da Redenção", evento tradicional da cidade de Porto Alegre realizado aos domingos. A atividade ocorre em março (mês do aniversário da cidade) e em novembro (comemorando o aniversário do Museu de Ciências Naturais/FZB) e consiste na exposição de peças do acervo do MCN, sendo fornecidas ao público informações sobre a flora e a fauna e projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição. c) “O Museu vai à Escola” Essa atividade tem por objetivo popularizar o conhecimento científico junto aos estudantes de escolas estaduais ou municipais, estimular o interesse da comunidade escolar (professores, alunos e pais) pelos temas da biodiversidade e possibilitar contato com o acervo museológico. O Museu de Ciências Naturais estimula o diálogo para que novas questões sejam incorporadas e os cotidianos sejam repensados, ocasionando mudanças de comportamento. O projeto é executado no mínimo duas vezes por ano, em escolas de diferentes bairros da cidade de Porto Alegre bem como de outros municípios, possibilitando que um maior número de escolares sejam motivados a utilizarem o MCN como espaço educativo e cultural. d) "Educação Ambiental na Escola" Os alunos de escolas estaduais ou municipais têm contato com atividades de educação ambiental como palestras, exposições e contação de estórias, sendo também disponibilizadas peças do acervo do Museu de Ciências Naturais. e) Kit Didático "Vertebrados Fósseis do Rio Grande do Sul" É constituído de réplicas de Gliptodonte, Toxodonte, Rincossauro, Tecodonte, Mesossauro, Preguiça-Gigante, Mastodonte, Cinodonte, Dicinodonte, acompanhadas de cartilha e fichas ilustrativas sobre cada réplica. O "kit" tem por objetivo subsidiar o trabalho dos professores e despertar nos alunos do ensino fundamental e médio a curiosidade e interesse pelas Ciências Naturais. Através da observação e manuseio das réplicas de peças do acervo paleontológico do Museu de Ciências Naturais/FZB é oportunizada a motivação e sensibilização para as questões ambientais. O material pode ser retirado, sob forma de empréstimo, pelos professores da rede de ensino pública e privada, para utilização nas atividades didáticas. f) “Ciência na Praia” Esta atividade, realizada em municípios litorâneos do RS, nos meses de janeiro/fevereiro, quando grande parte da população gaúcha desloca-se para o veraneio, esteve interrompida por um longo período, sendo retomada no verão/2014, com uma edição realizada no município de Imbé, RS (Fig 13). A atividade consiste na exposição, na orla litorânea, de peças do acervo do Museu de Ciências Naturais/FZB, sendo fornecidas ao público informações sobre a flora e a fauna e projetos de pesquisa desenvolvidos na Instituição. Fig. 13. Aspecto geral da exposição realizada em 18/janeiro/2014, no município de Imbé, RS, dentro da atividade "Ciência na Praia". 5.4. Comunicação A Fundação Zoobotânica do RS tem uma Coordenadoria de Comunicação Social, ligada à Presidência, que é responsável pela área de comunicação dos três órgãos operacionais que constituem a Instituição, de maneira integrada, não havendo pessoal da área de comunicação específico para as atividades do Museu. Conforme já foi mencionado, atualmente, por determinação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA), à qual está vinculada a Fundação Zoobotânica do RS, a parte de Comunicação Social da SEMA, FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler) e FZB está unificada, atuando na Secretaria. Essa situação se caracteriza como ponto fraco, pois dessa forma a administração da identidade visual do Museu, das informações contidas no site e a criação de folders, flyers e outros materiais de divulgação ficam deficientes, pois dependem de apenas um profissional, com equipe reduzida, que fica com trabalho em excesso. O site da Fundação Zoobtânica do RS <http://www.fzb.rs.gov.br/> (Fig. 14) contempla informações sobre a FZB como um todo, o Jardim Botânico, o Museu de Ciências Naturais e o Parque Zoológico. O site é bem elaborado, mas algumas informações sobre o MCN, como a missão, os objetivos, o organograma, o inventário das coleções, que são de interesse direto do público, não estão disponíveis, caracterizando um ponto fraco Para construção do site, além dos integrantes da Coordenadoria de Comunicação Social e dos integrantes da Seção de Informática/FZB, houve a participação de representantes dos diversos órgãos operacionais da Instituição. Fig 14. Página inicial do site da Fundação Zoobotânica do RS Nas redes sociais, a FZB possui uma página <https://www.facebook.com/fzbrs> com informações básicas de contato e localização, onde são divulgadas todas as suas atividades, projetos, concursos, entre outros asssuntos. O Museu não possui página oficial na rede social Facebook. 5.5. Quadro de Pontos Fortes e Fracos Pontos Fortes Pontos Fracos Diversas estratégias de comunicação e difusão: Pouca participação nas redes sociais. publicações, eventos científicos, páginas na internet, cursos, oficinas e palestras, atividades e materiais educativos. Site com layout informativo atrativo; Faltam informações específicas do MCN de interesse informações relevantes sobre a divulgação das ao público (missão, objetivos, organograma, catálogo atividades da das peças e curadores das coleções). FZB e links e de serviços relevantes. Atividades educativas e lúdicas consolidadas e Falta de funcionários para suprir a grande demanda projetos diversos (somente do Museu ou unindo das atividades educativas; falta de profissional as seções de Educação Ambiental do Museu, do ocupando especificamente o cargo de Museólogo; Jardim Botânico e do Parque Zoológico); visitas equipe de atendimento sem qualificação para receber guiadas e atendimento a escolas de todo o estrangeiros Estado; kits didáticos; equipe motivada; espanhola e inglesa) e pessoas com deficiência; (conhecimento mínimo em língua ausência de atividades educativas direcionadas ao público estrangeiro e pessoas com deficiência. Vale ressaltar o grande potencial na elaboração de maquetes e ou animais taxidermizados que possam ser manuseados por cegos e até mesmo videntes. Parcerias firmadas e grandes intercâmbios Centralização das atividades de comunicação e institucionais confecção de materiais de divulgação, a cargo de e acadêmicos enriquecendo pesquisas e difusão de conhecimento. apenas um funcionário, com equipe reduzida, para toda a FZB; falta de dministração da identidade visual do Museu, das informações contidas no site e criação de folders, flyers e outros materiais de divulgação. 6. ARQUITETÔNICO A sede atual do Museu de Ciências Naturais encontra-se na edificação da própria Fundação Zoobotânica do RS, na área do Jardim Botânico de Porto Alegre/RS, à Rua Dr. Salvador França, 1427, no bairro Jardim Botânico. Quando da sua mudança para a atual sede própria, o MCN e a FZB tiveram que fazer adaptações de uso do edifício, pois este fora construído para abrigar a TV Educativa do Estado (TVE)11. Devido à falta de organização espacial prévia e planejada, os laboratórios e gabinetes do Museu foram se instalando desordenadamente, ficando as áreas de pesquisa mescladas com as áreas administrativas do próprio Museu ou da FZB (ver ANEXO 5 – Plantas Arquitetônicas da FZB). Tal situação causa, mais uma vez, confusão em relação à identidade do Museu, pois ela está muito atrelada à da Fundação. Assim, os espaços e as atividades se confundem, estabelecendo falta de discernimento por parte da sociedade que se refere ao Museu como sendo “o Museu do Jardim Botânico” e não como o Museu de Ciências Naturais, com força de instituição autônoma. Em consequência dessas questões, o Museu não define sua identidade e, segundo lúcida declaração de um funcionário mais antigo, “o museu com uma identidade própria se fortalece”. Ainda sobre a dispersão dos espaços, os laboratórios muitas vezes se localizam a considerável distância dos gabinetes e salas das coleções (locais de guarda do acervo). Conforme avaliação do corpo técnico da instituição, não há possibilidade atual de reorganizar os espaços, visto que os laboratórios e gabinetes não podem interromper suas atividades. Há de se destacar a falta de acessibilidade física do entorno e do edifício da Fundação, o que inclui a área expositiva do Museu (caso esse que será tratado na próxima seção). A entrada do Jardim Botânico se dá através de um grande caminho inclinado, que não proporciona autonomia aos cadeirantes e dificulta o acesso de pessoas com mobilidade reduzida, não havendo também sinalização de piso tátil. A 11 A TVE (TV Educativa do Estado) não pôde ocupar o prédio, pois o mesmo não comportou seus equipamentos, devido ao tamanho dos mesmos. Sendo o prédio construído em concreto armado, não foram possíveis adaptações. entrada para o Museu também apresenta obstáculos, pois possui uma escadaria. As pessoas com dificuldades de locomoção têm acesso ao Museu por entrada restrita aos funcionários, situada na lateral do prédio da Administração Central, necessitando, como já foi mencionado anteriormente, que um dos vigilantes que esteja de serviço possibilite esse acesso. Outros problemas de infraestrutura merecem destaque, pois poderão causar perigo ao acervo e às pessoas que circulam pelo prédio. 6.1. Laboratórios, Gabinetes e Salas de Coleções Os laboratórios são as salas dedicadas às atividades práticas, onde são manuseadas as peças do acervo. São realizadas a triagem e preparação do material obtido nas expedições a campo bem como as práticas de conservação e intervenção nas peças, visando à pesquisa futura. Os gabinetes são ocupados pelos biólogos, técnicos, bolsistas e estagiários, que os utilizam para estudos e pesquisas. Esses espaços são equipados com computadores, equipamentos ópticos, materiais de documentação e conservação e estantes com bibliografia especializada. O espaço dos gabinetes é relativamente suficiente e há pessoal responsável (funcionários terceirizados) que realizam limpeza, em geral semanalmente, pois o serviço deve atender a todo o prédio da FZB na forma de rodízio. As salas de coleções são os locais onde as peças já catalogadas são armazenadas; são de acesso restrito aos pesquisadores e aos funcionários que lidam diretamente com o acervo científico. Alguns desses espaços possuem um odor forte proveniente dos produtos utilizados, como por ex. naftalina na coleção entomológica, sendo necessário o uso de máscaras especiais para entrada nos mesmos. A naftalina, além de ser uma substância perigosa à exposição humana, está com sua utilização ultrapassada e está sendo gradativamente substituída por cânfora para a preservação da coleção de insetos em seco. Outras salas do edifício são utilizadas como auditórios, salas de reuniões e depósitos. Existem muitas salas adaptadas, por falta de local específico para alguns tipos de atividade. 6.2. Ampliação dos espaços Em 2008 foi elaborado um projeto a ser financiado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, visando à construção da Central de Coleções Científicas do Museu de Ciências Naturais e da Biblioteca da FZB, ocupando um dos três estúdios desenhados, antigamente, para as transmissões da TVE (GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, 2009). A empresa que ganhou a licitação interrompeu o andamento do projeto arquitetônico, prejudicando e atrasando os planos do Museu. Atualmente, em virtude de vários entraves burocráticos, esse projeto, que requer aporte de um volume considerável de recursos, está suspenso aguardando a disponibilidade dos mesmos mediante financiamentos externos. Com a construção dos novos espaços, retirando as coleções das salas que ocupam atualmente, poder-se-á distribuir melhor os gabinetes e laboratórios e garantir um adequado armazenamento das peças e dos produtos químicos utilizados para conservação. Além da ampliação e organização dos laboratórios, gabinetes e salas de coleções, há também a necessidade de um espaço específico para o acondicionamento e guarda de arquivo-morto centralizado da FZB, assim como para a Biblioteca Prof. Dr. Carlos de Paula Couto, que dá suporte às pesquisas realizadas na instituição. Outra possibilidade, sugerida pelos funcionários, seria construir um prédio anexo para a Administração Central da FZB, como uma forma de liberar o espaço físico existente, somente para o Museu de Ciências Naturais e para o Jardim Botânico. Segundo o corpo técnico, falta vontade política e dinheiro para executar um projeto arquitetônico que vise a organização e a perfeita adaptação da edificação para às necessidades do Museu. 6.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos Pontos Fortes Pontos Fracos A localização dentro do Jardim Iluminação inadequada. Botânico potencializa as visitações. Apoio das seções e setores da Falta de circulação de ar. Administração Central da FZB para planejamento e execução de projetos de infraestrutura. Possibilidade de ampliação espaço utilizando as arenas. do Instalações precárias com grandes infiltrações e estações elétricas expostas. Falta de equipamentos e essenciais. Interrupções no acesso à internet. serviços 7. ACESSIBILIDADE De acordo com a Lei Federal nº 10.098/2000, que estabelece normas e critérios para promover a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência12 ou com mobilidade reduzida, “acessibilidade significa dar a essas pessoas condições para alcançarem e utilizarem, com segurança e autonomia, os espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, as edificações, os transportes e os sistemas e meios de comunicação”. Nesse contexto, o Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, como espaço público, deve proporcionar condições para que toda e qualquer pessoa possa usufruir seus espaços e atividades. Mas a acessibilidade não se resume às pessoas com deficiência. Também deve-se falar de qualquer parcela da população que sinta que seus direitos foram cerceados em função de sua condição social, cultural, econômica. Por isso é dever do Museu eliminar barreiras e obstáculos físicos, informacionais, econômicos, sociais, culturais, a fim de que sua função social seja plenamente exercida. Tendo em vista que a Declaração Universal dos Direitos Humanos diz que “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos; são dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”, tornar os espaços e recursos acessíveis é dar acesso livre e autônomo às pessoas, possibilitando o exercício da sua cidadania. As questões da acessibilidade estão ligadas à ideia de Desenho Universal e Ergonomia, identificando-se os seguintes tipos13: 12 O termo correto é “pessoa com deficiência”. “No Brasil, tornou-se bastante popular, acentuadamente entre 1986 e 1996, o uso do termo portador de deficiência (e suas flexões no feminino e no plural). Pessoas com deficiência vêm ponderando que elas não portam deficiência; que a deficiência que elas têm não é como coisas que às vezes portamos e às vezes não portamos […]”. SASSAKI, Romeu Kazumi. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. Disponível em: < http://saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=7483>. Acesso em: 26 jan. 2014. 13 Referência em infográfico “Tipos de Acessibilidade em Ambientes Culturais” de autoria do NDGA - UFRGS: Prof. Me. Eduardo Cardoso - Prof. Me. Fabiano Scherer - Profa. Dra. Tânia Koltermann da Silva - Graduando em Design Visual Vinícius Ludwig Strack. Acesso Físico Deve garantir que não existam barreiras arquitetônicas. Acesso Sensorial Deve contemplar visitantes com limitações visuais, auditivas e na fala. Acesso Intelectual Deve considerar o público sem conhecimentos prévios sobre o tema do evento ou com dificuldades de aprendizagem. Acesso Econômico Deve considerar as condições financeiras dos visitantes para definir as cobranças de ingressos. Acesso Emocional Deve considerar se o local é acolhedor a novos visitantes e se os funcionários lidam com a diferença e a deficiência. Acesso à Esfera das Decisões Deve considerar a opinião de especialistas e potenciais visitantes na tomada de decisões. Acesso à Informação Deve garantir que a divulgação atividades atinja novos públicos. Acesso Cultural Deve considerar o interesse que as atividades despertam em certos públicos. das Assim, é preciso estudar a legislação vigente sobre o tema, além de identificar a situação atual do Museu de Ciências Naturais/FZB, identificando pontos fortes e fracos que deverão ser trabalhados como Programas e Projetos. 7.1. Contexto Legal Para identificar as condições de visitação e fruição que o MCN/FZB oferece à sociedade, a fim de torná-las mais acessíveis, é preciso ter em mente o contexto legal que regulamenta a questão da Acessibilidade em nível internacional, federal, estadual e municipal. Seguem as principais leis, decretos, convenções e normas. No âmbito internacional: Convenção nº. 159 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), promulgada pelo Decreto Federal nº. 129, de 22 de maio de 1991 Trata sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes Legislação Relativa ao Trabalho de Pessoas Portadoras de Deficiência; Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU (2007) - Tem o objetivo de promover, proteger e assegurar o desfrute pleno e equitativo dos direitos humanos e liberdades fundamentais por pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua inerente dignidade. No âmbito federal: Lei Federal nº. 7.405, de 11 de novembro de 1985 - Torna obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Acesso em todos os locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de deficiência e dá outras providências; Lei Federal nº 10.048 (8/11/2000) - Dá prioridade de atendimento às pessoas portadoras de deficiência física e dá outras providências; Lei Federal nº 10.098 (19/12/2000) - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências; Lei Federal nº 10.436 (24/04/2002) - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras; Instrução Normativa nº. 1, de 25 de novembro de 2003 - Dispõe sobre a acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível federal e outras categorias, conforme especifica; Decreto Federal nº 5.296/2004 - Regulamenta as Leis 10.048/2000 e 10.098/2000; Lei Federal nº 11.126 (27/06/2005) - Dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia; NBR 9050/2004 - Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos. NBR 13994/2005 – Elevadores de passageiros – elevadores para transporte de pessoas com deficiência; NBR 12255/1990 – Execução e utilização de passeios públicos – procedimentos; NBR 15599/2008 – Acessibilidade em comunicação na prestação de serviços. No âmbito estadual: Lei Estadual nº 8.103 (18/12/1985) - Estabelece prioridade de atendimento, em todas as repartições públicas estaduais, às pessoas idosas, às portadoras de defeitos físicos e às mulheres grávidas; Lei Estadual nº 8.974 (8/01/1990) - Dispõe sobre projetos de arquitetura e de engenharia destinados à construção ou reforma de edifícios públicos (para acesso de deficientes físicos); Lei Estadual nº 11.405 (31/12/1999) - Dispõe sobre a oficialização da Libras - Língua Brasileira de Sinais; Lei Estadual nº 11.739 (13/01/2002) - Dispõe sobre o ingresso e permanência de cães-guia para pessoas portadoras de deficiência visual nos locais públicos e privados. No âmbito municipal: Lei nº 7.076 (4/06/1992) - Estabelece prioridade de atendimento a idosos, portadores de deficiência física e gestantes, nas repartições públicas municipais, estaduais e federais, estabelecimentos bancários e comerciais; Lei nº 8.317 (9/06/1999) - Dispõe sobre a eliminação de barreiras arquitetônicas em edificações e logradouros de uso público e dá outras providências; Lei nº 8.632 (27/10/2000) - Torna obrigatória a apresentação de cardápios escritos no sistema braille em todos os bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis, motéis e congêneres. 7.2. Descrição da situação atual de acessibilidade do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS Circulação Externa – acessos na via pública A parada dos ônibus que fazem as linhas que servem ao bairro Jardim Botânico se encontra distante da entrada principal da Fundação Zoobotânica do RS, sendo necessária uma caminhada de, no mínimo, 15min. A área da parada no corredor de ônibus e algumas calçadas do entorno possuem rampa de acesso e piso com sinalização tátil. Recentemente a FZB remodelou o acesso ao Jardim Botânico, junto ao pórtico de entrada, executando o calçamento e ajardinamento do mesmo e individualizando as pistas para entrada e saída do Parque. O acesso dos ônibus, microônibus e vans com visitantes bem como dos caminhões e furgões de entregas, se dá por entrada alternativa, situada na Av. Prof. Cristiano Fischer (nos fundos do Jardim Botânico) cujo portão é aberto pelo vigilante, conforme a demanda. Circulação Externa - acessos à edificação Entrando no espaço do Jardim Botânico, há um extenso caminho inclinado com calçamento de pedras que, além de ser cansativo para idosos, gestantes e pessoas com pouca agilidade, não proporciona acesso facilitado e autonomia ao cadeirante e às pessoas com mobilidade reduzida. A entrada para o Museu de Ciências Naturais também apresenta um grande obstáculo, representado por uma escadaria. Para ter acesso ao Museu é necessário que os cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção entrem pela lateral do prédio da Administração Central, na dependência de que um vigilante abra esse portão, que é de acesso restrito, e percorram o interior do prédio para chegar à sala de exposições. Na área do Jardim Botânico há somente um banheiro parcialmente adaptado para pessoas com deficiência. Circulação Externa - acessos à informação A placa de identificação do Museu de Ciências Naturais é visível e com bom contraste (Fig. 3), mas não são disponibilizadas, na entrada do Museu, informações sobre o horário de funcionamento e sobre os ingressos. Sendo essas informações inexistentes, também não há versão em Braille ou em língua estrangeira. A Sala de Exposições do MCN possui apenas uma entrada e saída através do mesmo espaço. Em nenhuma lugar há sinalização de piso tátil. Circulação Interna - acessos na edificação O espaço para circulação é adequado. Não há climatização para conforto humano na sala de exposição de longa duração, havendo apenas ventiladores de teto. Há aparelhos condicionadores de ar (splits) somente nas salas de exposição temporária (curta e média duração) e no Serpentário. Não há bancos para descanso. Circulação Interna - acessos à informação Não há sinalização visível, tátil ou informação em língua estrangeira de emergência ou de localização dos banheiros ou salas de exposição. Não há mapas de orientação. Exposição A área expositiva possui diversos textos, imagens, animais taxidermizados e materiais didáticos em esquemas e dioramas. A informação apresentada não possui versão adaptada, tais como textos com contraste ou em fonte ampliada; textos em braille; textos, ambientes e esquemas audiodescritos; textos com versão em língua estrangeira (inglês e espanhol). Monitoria A monitoria é realizada com marcação prévia. Os monitores são despreparados para atendimento a pessoas com deficiência; sem conhecimento em Libras para atendimento ao público com deficiência auditiva; sem preparo para audiodescrever textos, ambientes e esquemas; sem conhecimento em língua estrangeira. Material de divulgação Na Sala de Exposições há disponibilização de folders sobre o Museu de Ciências Naturais e sobre o Jardim Botânico, mas não há versão com fonte ampliada, em Braille e em língua estrangeira. 7.3. Considerações O Museu de Ciências Naturais tem potencialidade para expôr obras táteis que possam atender a pessoas com deficiência visual, pois dispõe de funcionário terceirizado com muita habilidade como artista plástico. É recomendável que os funcionários, principalmente os que tem contato com o público na área expositiva, realizem cursos sobre a temática de Acessibilidade em Ambientes Culturais e Desenho Universal. Esses cursos podem servir como aproximação para o estudo de recursos de acessibilidade como Libras, audiodescrição e confecção de maquetes táteis. A Fundação Zoobotânica do RS poderia buscar em universidades e empresas do ramo, profissionais que pudessem oferecer capacitação aos seus funcionários com custos acessíveis ou até mesmo como parceria. Disponibilizar em línguas estrangeiras a informação constante nos folders, folhetos, site, fichas de identificação ou qualquer outro material destinado à comunicação, também é dar acessibilidade, pois muitos turistas estrangeiros procuram os espaços culturais das cidades que visitam. A questão da acessibilidade será um dos maiores desafios a serem pensados em termos de metas estratégicas para a fase de Programas do Museu de Ciências Naturais/FZB. 8. SEGURANÇA A questão da segurança em museus é tema que deve ser prioritariamente tratado, tanto em função da preocupação com a preservaçãode seu acervo, quanto pela segurança física dos trabalhadores e visitantes. Devido a isso, torna-se necessária a formulação de medidas preventivas com base em uma Política de Prevenção e Segurança, que contemple um Plano de Emergência, de acordo com as necessidades da instituição. A implantação de um Plano de Gerenciamento de Riscos deve ser estudada pela Instituição, por tratar-se de uma nova metodologia que busca investigar, detectar e bloquear os dez possíveis riscos em instituições de guarda de acervo (BRASIL-MinC-IBRAM, 2013): Forças Físicas Furto, Roubo e Vandalismo Fogo Água Pragas Poluentes Luz e Radiação Ultravioleta (UV) e Infravermelha (IV) Temperatura Incorreta Umidade Incorreta Dissociação Assim como grande parte das instituições museológicas brasileiras de caráter público, o Museu de Ciências Naturais/FZB ocupa um prédio construído para outros fins, que precisou ser adaptado às suas atividades. Como já discutido nas seções anteriores, o Museu possui uma série de problemas de adequação: segurança física (interna e externa) e patrimonial falha; infraestrutura inadequada ao acervo e às pessoas; ausência de plano de segurança e de emergência, entre outros. De acordo com a obra “Gestão de Segurança e Conservação em Museus” (DRUMONND et al. , 2010) a prevenção e a segurança incluem como temáticas: Proteção ambiental: lida com a avaliação e prevenção de desastres de causa natural, impacto de trovões, poluição do ar, chuvas intensas em alguns períodos do ano, queda de árvores, entre outros; Segurança das áreas externas: fiscalização da área, reforço de medidas de segurança, etc.; Segurança do prédio: controle de chaves, manutenção, vistorias periódicas para avaliação, entre outros; Proteção contra roubo: vigilância, alarme contra intrusos, Circuito Interno de TV (CITV), etc.; Proteção contra incêndio: alarmes, detectores de fumaça, extintores, constituição de brigada de incêndio, entre outros; Segurança do acervo: conservação, documentação, preservação das informações e dados em meio digital, controle de acesso às salas das coleções, transporte, etc.; Segurança das pessoas: controle de entrada, identificação, divulgação de normas de segurança, boas condições do prédio, preparação para emergências médicas, entre outros. Nessa lista ainda é possível incluir a Segurança das Informações geradas pelo Museu, visto ser um lugar onde inúmeras pesquisas são realizadas. As possíveis situações de risco encontradas no MCN/FZB incluem: Impacto de trovões, poluição do ar, chuvas intensas em alguns períodos do ano ocasionando alagamentos, queda de árvores, entre outros; Desastres em função da infraestrutura e equipamentos precários, períodos de falta de energia, constantes cortes de abastecimento de água, contaminação química ou biológica, incêndios por causas diversas, como vazamento de produtos químicos e líquidos inflamáveis, curtocircuito na rede elétrica pelos excessos e falta de planejamento de crescimento dos equipamentos; Ausência de um plano de auxílio em emergências médicas para servidores e público visitante, se necessário; Ausência de brigada de incêndio atuante; Diversas falhas nos procedimentos de rotina da equipe, tais como, manuseio e transporte inadequado do acervo, operação informal dos equipamentos e climatização, uso inadequado de produtos de limpeza nos ambientes de trabalho e nas salas de acervo, falta de capacitação e treinamento dos funcionários terceirizados de como agir em ambientes onde há acervo e onde são realizadas pesquisas, entre outros; Ausência de sinalização de emergência; Riscos de furto, roubo e vandalismo devido ao fato de que as chaves de algumas salas ficam disponíveis no balcão da recepção, sem controle, quando da ausência de recepcionista ou de vigilante; Possibilidade de vandalismo nas dependências do Museu por não haver vigilantes e CITV na área expositiva; Dentre as situações de risco encontradas no Museu merece destaque o risco de fogo. A segurança contra incêndio não é apenas colocar dispositivos de alarme ou combater as chamas, mas trata-se de uma série de medidas de segurança a serem planejadas e colocadas em prática. Os requisitos para uma segurança contra incêndio permeiam desde a rede elétrica adequada até o treinamento dos funcionários da instituição, o que só é possível através de projetos onerosos. No entanto deve-se pensar que resolver uma situação de sinistro já ocorrido é muito mais oneroso, acarretando não só a perda do acervo, mas também risco de morte às pessoas. Com base na obra de ONO & MOREIRA (2011), segue abaixo tabela que indica a situação ideal, esperada, para o MCN/FZB. Local Salas de exposições de longa duração e temporárias e Serpentário Recomendado CITV (Circuito Interno de TV) no interior das salas; Iluminação por sensor de presença para períodos noturnos para garantir visibilidade ao sistema de CITV; Sensores de contato nas portas e janelas; Grades/elementos estruturais nas janelas e portas, além de reforço em dobradiças e trincos; Sensores de contato ou aproximação demasiada referente ao acervo; Sensores de quebra de vidros; Vigilância e monitoramento seguranças ou monitores. CITV próximo à porta de acesso ao interior da sala; Sensores de presença do tipo infravermelho nos períodos em que não houver permanência humana; Controle de acesso; Proteção de portas e janelas (se as salas possuírem equipamentos de valor) Salas de oficinas por Auditório Biblioteca Vigilância para equipamento de projeção; Isolamento da circulação do público das demais áreas de acesso ao edifício; Acesso controlado na entrada do Museu. CITV próximo à porta de acesso ao interior da sala; Sensores de presença tipo infravermelho para períodos sem permanência humana; Sensores de contato ou grades nas janelas ou portas; Vigilância humana; Layout adequado para consulta de acervo; Controle de entrada e saída de usuários; Controle de entrada e saída de acervo da biblioteca por meio de dispositivos de alarme agregados aos livros; Controle de saída de matérias para cópia; Procedimentos de segurança para transporte de livros. CITV próximo à porta de acesso ao interior das salas; Sensores de presença infravermelho para períodos permanência humana; Laboratórios tipo sem Se houver acervo no local deve haver controle de acesso biométrico, teclado por cartão ou senhas; Reforço do material das portas, dobradiças e trincos; Reforço e proteção das janelas; CITV próximo à porta de acesso ao interior das salas; Sensores de presença infravermelho para períodos permanência humana; Salas de coleções tipo sem Controle de acesso por biometria, teclado por cartão ou senha; Reforço do material das portas (de preferência portas corta-fogo), das dobradiças e trincos; Reforço e proteção das janelas; Detectores de fumaça luminárias à prova de explosão. Áreas administrativas e CITV próximo às portas de acesso ao interior das salas; Sensores de presença tipo infravermelho para períodos sem presença de pessoas; Controle de acesso por biometria, teclado por cartão ou senha; Reforço do material das portas, das dobradiças e trincos; Reforço e proteção das janelas; Precauções contra incêndio; Guarda adequada de materiais. . Depósitos e oficinas de manutenção CITV que permita a visibilidade total do local; Lanchonete Hall de entrada/guarita/bilheteria Precauções contra incêndio; Vigilância humana; Portas e janelas reforçadas; CITV na entrada; Vigilância humana; Controle de identificação de pessoas acesso e Instalação de guarda-volumes. Criação de barreiras por elementos de alvenaria ou vegetação; Jardins, pátios e similares Separação da circulação de áreas de serviço e áreas de circulação para o público; CITV em locais que necessitam de controle; Fechamento Perimetral: Tratamento da iluminação; Vigilância humana. Sensores infravermelhos grades, muros e muretas perimetrais; Cercas elétricas Controle de vegetação; Tratamento da iluminação; CITV para monitoramento das calçadas e de intrusão pelas divisas; Retirada de elementos sirvam como escada para acesso. que A instituição deve realizar um plano de emergência e segurança que contemple pessoas (visitantes e servidores), patrimônio (edifício, acervos e equipamentos) e informações (dados catalográficos, registros de empréstimos e cópia do banco de dados). 9. RECURSOS FINANCEIROS E HUMANOS Quanto aos recursos financeiros e humanos da instituição, vale destacar que algumas considerações sobre o funcionamento da Fundação Zoobotânica do RS e do Museu já foram discutidas no Capítulo Diagnóstico Global, item 1. Institucional. Aqui são tratadas informações e análises mais pontuais. 9.1. Recursos Financeiros O Museu de Ciências Naturais integra a Fundação Zoobotânica do RS que é vinculada à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEADS) e, portanto, mantido pelo poder público estadual. O Museu não tem verba própria. Toda a renda gerada pela Fundação Zoobotânica do RS, quer através de prestações de serviços, venda de ingressos no Jardim Botânico (não há cobrança de ingresso para a entrada no Museu, sendo pago ingresso somente para a entrada no Jardim Botânico) e Parque Zoológico, ou venda de produtos na Sala de Exposições do MCN, é carreada para o Caixa Único do Estado do RS. A gestão financeira da verba recebida pela Fundação Zoobotânica do RS é realizada pela Administração Central e os recursos são destinados para atender as atividades de todos os órgãos da FZB (Administração Central, Jardim Botânico, Museu de Ciências Naturais e Parque Zoológico), não suprindo todas as necessidades do MCN. Assim, o MCN acaba dependendo de patrocinadores externos para o incremento e execução de seus vários projetos. O MCN busca fundos da FINEP, FAPERGS, CAPES e CNPq, além de patrocínios junto a empresas privadas. Atualmente o Museu de Ciências Naturais/FZB executa trabalho de prestação de serviços na área de biomonitoramento ambiental (ar e água) para empresa da iniciativa privada (BRASKEM - produtora de plásticos e PVC) que, por exigência do órgão estadual de licenciamento ambiental (FEPAM) necessita apresentar os dados desses monitoramentos. O MCN também realiza, para a BRASKEM, trabalho de acompanhamento de flora e fauna em Estação Ambiental que a empresa mantém em sua área. Os recursos advindos dessa prestação de serviços entram no caixa da Fundação Zoobotânica do RS, e consequentemente para o Caixa Único do Estado do RS, não sendo destinados integralmente para as atividades do Museu. Há necessidade de haver no quadro de funcionários do MCN um profissional responsável pela elaboração de projetos de captação de recursos nos vários programas, editais e incentivos públicos e privados disponíveis, a exemplo: Lei de Incentivo à Cultura 8313/91 (Lei Rouanet): Institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), que é formado por três mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Incentivo Fiscal (Mecenato) e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (FICART). Edital de Modernização de Museus (IBRAM): Seleção de projetos para conveniamento voltados à cultura, memória e patrimônio, para modernização dos espaços museais; tem por objetivo ampliar, estimular e viabilizar a continuidade e a sustentabilidade das atividades das instituições selecionadas, a fim de fomentar o processo sócio-cultural nacional; Edital Prêmio Modernização Microprojetos (IBRAM): Tem por objetivo o fomento e desenvolvimento de ações destinadas à preservação e difusão do patrimônio museológico e premiar iniciativas implementadas por instituições museológicas ou mantenedores de museus, constituídos como pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, com finalidade cultural, excetuando-se aquelas vinculadas à estrutura do Ministério da Cultura (MinC). Edital Prêmio Darcy Ribeiro (IBRAM): Prêmio voltado para práticas de educação não formal que objetivam a convergência entre cultura, arte e educação de modo a contribuir na ampliação do acesso às manifestações culturais e ao patrimônio cultural brasileiro; podem participar instituições museais públicas não vinculadas à estrutura do Ministério da Cultura, órgãos ou entidades públicas que possuam em sua estrutura unidades museais e instituições museais de direito privado sem fins lucrativos. Edital Seminários Museus, Patrimônio, Memória e Sociedade: Apoia a realização de seminários que tenham por temática o patrimônio, a memória e a sociedade nos museus. Programa de Preservação de Acervos BNDES: Apóia projetos culturais de instituições de direito público ou privado, sem fins lucrativos, visando à preservação de acervos museológicos, bibliográficos e arquivísticos. Petrobrás Cultural. Programa Banco do Brasil de Patrocínios. Fundações de Amparo à Pesquisa: Sua finalidade básica é dar apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, cientifico e tecnológico; por intermédio das Fundações de Amparo à Pesquisa é possível apoiar projetos de pesquisa, capacitação de recursos humanos e difusão de resultados que estimulam o desenvolvimento cientifico e tecnológico. Como no Museu de Ciências Naturais não há pessoal que ocupe-se exclusivamente da pesquisa pelos editais abertos e da elaboração de projetos para concorrer aos mesmos, esta atividade é desenvolvida pelo próprio corpo de funcionários de nível superior que, concomitantemente às suas atividades de pesquisa, ocupa-se da preparação da documentação exigida por esses editais, na maioria das vezes sem ter conhecimento adequado para preparação de orçamentos e propostas financeiras. 9.2. Recursos Humanos O quadro atual de pessoal do Museu de Ciências Naturais é constituído por funcionários concursados (contratados via CLT), funcionários cedidos de outras Instituições do Estado (adidos) e funcionários terceirizados, conforme consta no quadro abaixo. O Museu possui uma equipe qualificada e motivada. Dentre os 46 integrantes, 27 são de nível superior, na maioria Biólogos, sendo 20 com doutorado. Quadro de pessoal do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Nome Seção Cargo Situação 1 Acácia Brito Winter Zoologia de Vertebrados Tratadora Quadro Permanente 2 Ailton Luis Hyppólito da Silva - Téc.An.Clín.Fis. Quim. e Biológicas Cedido p/FEPAM 3 Aline Barcellos Prates dos Santos Bióloga Quadro Permanente 4 Amaro Paulino da Silva Castilhos Educação Ambiental e Museologia 5 Ana Maria Ribeiro Paleontologia 6 Angelo Favila Rodrigues Educação Ambiental e Museologia Zoologia de Invertebrados 7 Caroline Maria da Silva Zoologia de Invertebrados 8 Cleodir Jose Mansan Botânica de Fanerógamas 9 10 11 12 Felipe Zilio Flavio Bergmann Carlucci Glayson Ariel Bencke Hilda Alice de Oliveira Gastal (*) Zoologia de Vertebrados Zoologia de Vertebrados Zoologia de Vertebrados/Divisão de Pesquisa Zoologia de Invertebrados/Divisão de Difusão Científica e Cultural Atendente (Exposição) Bióloga Atendente (Exposição) Auxiliar de Biologia Titulação Doutorado Quadro Permanente Quadro Permanente Doutorado Quadro Permanente Quadro Permanente Téc.Nível Médio Adido Operacional Biólogo Quadro Permanente Aux. Biologia Quadro Permanente Biólogo Quadro Permanente Mestrado Bióloga Quadro Permanente Mestrado Doutorado Nome 13 Ingrid Heydrich 14 Iriam Mara Scarcelli Seção Zoologia de Invertebrados Educação Ambiental e Museologia Cargo Situação Titulação Bióloga Quadro Permanente Mestrado Atendente (Exposição) Quadro Permanente 15 Jan Karel Felix Mahler Júnior Conservação e Manejo Biólogo Quadro Permanente Doutorado 16 Janine Oliveira Arruda Araújo Zoologia de Invertebrados Bióloga Quadro Permanente Doutorado 17 Jorge Ferigolo Paleontologia Paleontólogo Quadro Permanente Doutorado 18 Josy Zarur de Matos Conservação e Manejo Bióloga Quadro Permanente Doutorado 19 Juliano Oliveira Nunes Botânica de Criptógamas/Botânica de Fanerógamas Auxiliar de Biologia Quadro Permanente 20 Laura Maria Gomes Tavares Educação Ambiental e Museologia Tec. Educação Ambiental Quadro Permanente 21 Lúcia Silva da Rocha Gabinete Direção Executiva Auxiliar Administrativo Quadro Permanente 22 Luciano de Azevedo Moura Zoologia de Invertebrados Biólogo Quadro Permanente Doutorado 23 Luiza Chomenko Conservação e Manejo Bióloga Adido Doutorado 24 Manoel Luiz Nunes Botânica de Criptógamas Químico Quadro Permanente Graduação Bióloga Quadro Permanente Doutorado Téc.em Educação Ambiental Quadro Permanente Biólogo Quadro Permanente Doutorado Bióloga Quadro Permanente Mestrado 25 26 27 28 Márcia Maria de Assis Jardim Marcia Severo Spadoni Marco Aurélio Azevedo Maria Lúcia Machado Alves (*) Zoologia de Vertebrados Educação Ambiental e Museologia Zoologia de Vertebrados Zoologia de Vertebrados Nome Seção 29 Mariana Silveira Jacques 30 Mariano Cordeiro Pairet Júnior Zoologia de Vertebrados 31 Martin Molz Botânica de Fanerógamas 32 Nilson Batista Bittencourt Botânica de Criptógamas 33 Patrick Colombo 34 Ricardo Aranha Ramos 35 Ricardo Ott 36 Roberto Baptista de Oliveira Zoologia de Vertebrados Cargo Situação Diretora Executiva CC Téc. Agrícola Biólogo Téc.Nível Médio Operacional Titulação Quadro Permanente Quadro Permanente Doutorado Quadro Permanente Biólogo Quadro Permanente Téc.em Biologia Quadro Permanente Zoologia de Invertebrados Biólogo Quadro Permanente Doutorado Zoologia de Vertebrados Biólogo Quadro Permanente Doutorado Informação Ambiental Téc.em Educação Ambiental Doutorado 37 Rógis Flores Ferreira Educação Ambiental e Museologia 38 Ronaldo Gemerasca da Silva Educação Ambiental e Museologia 39 Rosana Moreno Senna Botânica de Fanerógamas Bióloga Quadro Permanente Mestrado 40 Sandra Maria Alves da Silva Botânica de Criptógamas Bióloga Quadro Permanente Doutorado 41 Suzana Maria de Azevedo Martins Botânica de Fanerógamas Bióloga Quadro Permanente Doutorado 42 Tatiane Campos Trigo Bióloga Quadro Permanente Doutorado Téc. Agrícola Quadro Permanente Bióloga Quadro Permanente Carpinteiro Terceirizado Zoologia de Vertebrados 43 Tomaz Vital Aguzzoli 44 Vera Regina Werner Zoologia de Invertebrados Botânica de Criptógamas Quadro Permanente Doutorado Nome Seção Cargo Situação Titulação 45 Vinicius de Araújo Bertaco Zoologia de Vertebrados Biólogo Quadro Permanente Doutorado 46 Voltayre Vencato Cesar Educação Ambiental e Museologia Atendente (Exposição) Quadro Permanente (*) Museóloga A esse quadro de pessoal agregam-se estagiários contratados pela Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) e há ainda a participação de acadêmicos que realizam estágios curriculares, de bolsistas de Iniciação Científica do CNPq e FAPERGS e de alunos de Pós-Graduação de diversas Universidades que são orientados ou co-orientados por pesquisadores do Museu. A Seção responsável pelo quadro de funcionários da FZB e estagiários da FDRH é a de Recursos Humanos, que está ligada à Divisão Administrativa da FZB. Os programas de concessão de bolsas de Iniciação Científica - FAPERGS e CNPq - são coordenados, respectivamente, pela bióloga e pesquisadora Aline Barcellos Prates dos Santos e pela bióloga e pesquisadora Ana Maria Ribeiro. Para desenvolvimento especificamente do trabalho de prestação de serviços para a BRASKEM há a atuação de biólogos e acadêmicos de Biologia contratados via parceria com a BIOTA-GEOM, empresa privada de prestação de serviços e consultoria na área ambiental. Há um déficit de pessoal em diversas áreas do Museu, incluindo os setores administrativos e operacionais. Além dos biólogos especialistas nos diversos ramos das ciências naturais, o MCN necessita de pessoal especializado para desenvolvimento de suas atividades, como por exemplo taxidermista, desenhista, artesão, técnicos para preparação de peças para inclusão nas coleções e manutenção das mesmas, auxílio em atividades de campo. Em várias áreas esse pessoal está em falta, como por exemplo na área de Desenho Científico e na Taxidermia, em virtude da aposentadoria dos funcionários. Um fato a ser destacado é a falta de museólogo no MCN. O Museu tem dois museólogos, da categoria denominada anteriormente de “provisionados”, que ocupam o cargo de Biólogo e desenvolvem atividades de pesquisa e curadoria de coleções. Apenas um desses museólogos participa mais efetivamente em atividades museológicas e/ou museográficas, acumulando-as com as atividades de pesquisa e curadoria. É indispensável a existência de museólogo (sendo desejável pelo menos dois) ocupando esse cargo no quadro permanente da instituição, que dedique-se exclusivamente às atividades museológicas e museográficas. Também é necessário, em seu quadro de colaboradores temporários, mais estagiários/bolsistas de Museologia, que muito poderiam contribuir para o aprimoramento das atividades cotidianas do museu. Após 10 anos sem contratação de pessoal para o quadro efetivo, foi aberto concurso público para a Fundação Zoobotânica do RS contemplando 68 vagas de contratação imediata e outras de formação de cadastro de reserva, com provas realizadas em março/2014, sendo aberta vaga para contratação de um museólogo. 9.3. Quadro de Pontos Fortes e Fracos Pontos Fortes Pontos Fracos Apoio e gestão financeira da FZB; Verba destinada ao Museu é diluída dentro da FZB para atendimento da Administração Central, Parque Zoológico e Jardim Botânico; Apoiadores e patrocinadores externos graças Falta de profissionais em várias áreas do Museu, em aos bons projetos dos pesquisadores que especial na área de Museologia e na área de Captação viabilizam bolsas e pesquisas; de Recursos para projetos de Fomento e Financiamento; Concurso público aberto para 68 vagas na FZB, Ausência da “lojinha do Museu” administrada pela incluindo a de museólogo; Associação de Amigos, que reverta essa verba somente ao Museu; Quadro de pessoal motivado e qualificado. PROGRAMAS O Museu de Ciências Naturais mantém programas que são básicos à sua tipologia, a saber: o de Acervos, o de Pesquisas, o de Exposições e o EducativoCultural. Esses programas devem ser mantidos bem como melhorados no que couber e ampliados, visando qualificar melhor o MCN/FZB dentro das modernas práticas na área. PROGRAMA DE ACERVOS Atualmente os Programas de Acervo das diversas Seções e Setores do MCN, devido ao número reduzido de profissionais, apenas atendem às demandas rotineiras da curadoria. O incremento dos acervos não é planejado e dá-se a partir da demanda de projetos institucionais e individuais, doação de material por particulares, depósito de exemplares por empresas de consultoria ou oriundo de trabalhos acadêmicos e prestação de serviços. 1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Acervos 1.1. Inventário da Flora e Fauna atual e fóssil do RS: visando sistematizar e padronizar o incremento dos acervos através de inventários da flora e fauna continentais, atual e fóssil, em todo o território do Rio Grande do Sul. Estes inventários sistematizados poderão gerar informações sobre quais são as espécies, qual a sua abundância e como se distribuem a flora e fauna nativas, endêmicas, ameaçadas e exóticas, permitindo a melhoria na gestão ambiental do Estado. 1.2. Banco de Tecidos: em alguns grupos, como por ex. os moluscos, a sistemática e taxonomia é complexa, sendo importante a implementação de um Banco de Tecidos, para futuras pesquisas que envolvam análise molecular. O Banco de Tecidos também permite a obtenção de sequências de “DNA Barcodes” que poderão facilitar a identificação dos exemplares, principalmente, em projetos que incluam coleta de grande número de exemplares, indivíduos jovens ou fragmentados (trabalhos que envolvam ecologia/inventários, monitoramento da fauna nativa e exótica, por exemplo). 1.3. Banco de Imagens: em algumas coleções os exemplares preservados em álcool, além de modificarem-se morfologicamente (contração do tecido muscular nos moluscos), também podem perder a pigmentação original. Desta forma, é importante a implantação de um Banco de Imagens de exemplares vivos, assim como do ambiente onde ocorrem. 1.4. Adequação das Salas de Coleções e Acondicionamento do Acervo: a climatização das salas de coleções (em líquido e em seco) e o acondicionamento das peças em recipientes e armários adequados são fundamentais para evitar a degradação do acervo e a manutenção constante, como por exemplo, a reposição de álcool e limpeza de frascos. Salienta-se que nas coleções de conchas de moluscos armazenadas em armários de madeira, constata-se a ocorrência da "doença de Byne", que acarreta a perda dessas peças. Para evitar a ocorrência dessa doença, recentemente os armários de madeira utilizados no MCN para armazenamento da coleção de conchas de moluscos foram trocados por outros de metal. Além disso, deve-se prever um sistema de segurança, como por exemplo, prevenção de incêndios, para as salas do acervo. 1.5. Informatização e Gestão do Acervo: até o momento, o acervo de todas as coleções ainda não está integralmente informatizado. Deve-se prever, além da informatização do acervo, em programas específicos ou em planilhas Excel, também a construção de um Banco de Dados, incluindo georreferências, e um Sistema de Gestão das Coleções. Isto permitirá agilidade nas atividades de curadoria, produção de informação baseada em grande quantidade de dados, compartilhamento através de portais da internet, assim como, possibilidade de utilização da informação de maneira rápida, que é importante para a gestão ambiental do Estado. 2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas de Acervos atuais e implementar futuros 2.1. Pessoal: para desenvolver o programa atual é necessário pessoal qualificado, tanto biólogos especialistas nas diversas áreas, quanto técnicos para atuar especificamente nas diversas coleções, sendo desejável que cada coleção tenha um técnico que dedique-se integralmente à mesma. Para os projetos futuros, seria necessário profissionais com o cargo específico de Curador, que ficassem integralmente responsáveis pelas coleções. Também é necessário pessoal na área de informática, que seja responsável pela atualização dos bancos de dados e implementação de um sistema de gestão de coleções. 2.2. Infraestrutura: necessidade de salas climatizadas, recipientes e armários adequados e estrutura para implementação de Banco de Tecidos, que necessita de sala climatizada com freezer. 2.3. Institucional: construção de política institucional de disponibilização e acesso público aos dados e atualização do regulamento de atividades de curadoria. Também é necessária a construção de uma política institucional de inventários científicos, com previsão de recursos para expedições de campo periódicas. PROGRAMA DE PESQUISAS Atualmente as pesquisas nas diversas seções e setores envolvem a flora e fauna atual e fóssil continental do RS, terrestres e de água doce, englobando principalmente as linhas de taxonomia, ecologia, biologia, biomonitoramento de qualidade do ar e da água e gestão ambiental. 1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Pesquisas 1.1. Pesquisa em Sistemática, Taxonomia e Biogeografia: além dos estudos em taxonomia e sistemática dos diversos grupos continentais, em alguns setores, como o de malacologia, pretende-se incluir estudos envolvendo biogeografia e cladística, inclusive com estudos moleculares. 1.2. Pesquisa em Biologia e Ecologia: visando incrementar as pesquisas em Biologia e Ecologia dos diversos grupos continentais já desenvolvidas nos diversos setores, utilizando ferramentas como modelagem de nicho, biologia molecular, entre outras. Desta forma, pode-se, por exemplo, antecipar o impacto de uma espécie exótica no ambiente ou sobre determinada espécie nativa, descobrir a rota de migração de uma espécie invasora, entre outros usos. Dados de biologia das espécies, principalmente invertebrados, são insuficientes e muito importantes para tomada de decisões quanto à conservação das espécies. Estas ferramentas permitem a tomada de decisão com maior antecedência. 2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas de Pesquisa atuais e implementar futuros 2.1. Pessoal: para desenvolver as pesquisas atuais e futuras é necessário pessoal qualificado, especializado nas diversas áreas, incluindo pessoal de nível superior bem como técnicos que possam dedicar-se especificamente a essas áreas. Para a biologia molecular seria importante profissional com experiência nesta área ou convênio com laboratórios de biologia molecular. Também é importante a integração com cursos de pós-graduação para orientação de alunos. 2.2. Infraestrutura: necessidade de laboratórios com equipamentos adequados para o desenvolvimento das pesquisas, como equipamentos ópticos e estrutura para implementação de Banco de Tecidos (sala climatizada com freezer) e extração de DNA. 2.3. Institucional: a pesquisa científica deve ser a prioridade no planejamento institucional. É fundamental a manutenção de um quadro de funcionários adequado para realização dessas atividades. A capacitação dos pesquisadores através de cursos, estágios e visitas técnicas bem como a manutenção de convênios com instituições nacionais e internacionais também é fundamental para o desenvolvimento da pesquisa. PROGRAMA EDUCATIVO-CULTURAL O MCN possui um programa específico relacionado à educação, coordenado pela Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB), no qual são desenvolvidas atividades diversas como: Oficinas de Flora e Fauna Atual e Fóssil do RS, kits paleontológicos, Ciência na Praça, Ciência na Escola e Educação Ambiental na Escola. Os integrantes das demais seções e setores da Instituição participam dessas atividades levando ao público e aos escolares a apresentação de peças do acervo e disponibilizando informações sobre a flora e fauna atual e fóssil e sobre as linhas de trabalho desenvolvidas no Museu, incluindo, além da pesquisa em sistemática, biologia e ecologia, as áreas de geoprocessamento, gestão ambiental e conservação e manejo. 1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa Educativo-Cultural 1.1. Elaboração de Guias e Catálogos: alguns setores pretendem elaborar guias impressos e/ou na web para identificação da flora e fauna continental destinados para escolas (por exemplo, guia de identificação de moluscos dos jardins), para o público em geral (por ex., moluscos do litoral), produtores (pragas em culturas), pesquisadores (identificação taxonômica específica), gestores na área da saúde (vetores de zoonoses) e meio ambiente (espécies exóticas e invasoras). Também é uma ambição a elaboração de catálogos da flora e fauna continental do RS, como por exemplo, catálogo dos moluscos continentais do RS. 1.2. Elaboração de Kits e Oficinas: elaboração de kits educativos para empréstimo para instituições de ensino, versando sobre temas diversos e ampliação dos assuntos ministrados nas atuais oficinais sobre flora e fauna do RS. 2. Necessidades para desenvolver plenamente os Programas Educativo-Culturais atuais e implementar futuros 2.1. Pessoal: para desenvolver o programa atual é necessário pessoal qualificado, tanto de nível superior como médio (técnicos). É desejável que o MCN conte em seu quadro com um profissional da área da Pedagogia, o que não está previsto no atual Plano de Empregos, Funções e Salários (PEFS) da FZB. 2.2.Institucional: a instituição deve incluir no seu planejamento recursos para produção de material para educação ambiental. PROGRAMA DE EXPOSIÇÕES O MCN mantém Salas de Exposição de longa, média e curta duração bem como um Serpentário no qual são apresentadas serpentes vivas, com a presença de pessoal para atendimento ao público durante o horário de abertura, de 3ª s feiras a domingos, das 9h15min às 17h nas Salas de Exposições e das 10h às 12h e das 14h às 16h no Serpentário. 1. Propostas para melhoria e ampliação do Programa de Exposições 1.1. Ampliação do espaço: o espaço físico destinado à Sala de Exposições de longa duração é pequeno, levando em consideração a amplitude de materiais potencialmente capazes de serem expostos em função do acervo riquíssimo que o museu possui. 1.2. Realização de estudo de público: para identificar o público alvo do museu, avaliar a situação atual e conhecer o que o público espera encontrar nas exposições. 1.3. Criação de uma nova expografia: atualização dos textos expositivos, com versão em braile e inglês, e novo projeto de iluminação expositiva que potencialize os dioramas, mas que também se preocupe com a conservação e utilização de espécimes naturais. O novo projeto expositivo deve levar em consideração a circulação de pessoas com deficiência. Deve buscar também aguçar a curiosidade infantil, através das diversas formas de acesso e percepção. O espaço expositivo precisa ser mais lúdico, com aplicação de cores, pouca informação textual e o uso de tecnologias audiovisuais e informacionais que motivem as gerações atuais. 1.4. Melhoria da infraestrutura das salas de exposições: com revisão e readequação da rede elétrica, instalação de desumidificadores e aparelhos de ar-condicionado. 1.5. Implantação de recursos para acessibilidade: instalação de elevador ou rampa para acesso de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida à Sala de Exposições, disponibilidade de audioguia, monitores treinados em Libras, recursos táteis, textos em Braille e textos ampliados, audiodescrição, “close caption”. 1.6. Treinamento e capacitação dos monitores: em línguas estrangeiras (no mínimo inglês), em Libras, em atendimento a pessoas com deficiência e no uso dos recursos de acessibilidade em ambientes culturais. 2. Necessidades para desenvolver plenamente o Programa de Exposições 2.1. Pessoal: é imprescindível incluir profissional museólogo no quadro de funcionários do MCN que dedique-se integralmente às atividades expositivas. Também é necessária a participação de artesão para elaboração de peças táteis, bem como de desenhista e de profissionais para manutenção, como eletricista, marceneiro, entre outros. 2.2. Infraestrutura: necessidade de readequação da rede elétrica, implantação de climatização em todas as salas de exposição, obras para condições de acessibilidade 2.3. Institucional: conscientização por parte dos gestores de que a exposição é o cartão de visitas de um Museu, necessitando por isso de atenção constante para que os pontos negativos não manchem a imagem do mesmo junto ao público visitante. A seguir são destacados os diversos programas que compõem o Plano Museológico visando indicar as necessidades para o futuro do Museu de Ciências Naturais/FZB, objetivando o alcance de condições ideais de trabalho. Alguns programas estão intimamente ligados e por isso, ou estão unidos, como o caso dos Programas Institucional e de Gestão de Pessoas e do Programa de Pesquisa e Comunicação, ou estão diluídos dentro dos vários outros Programas, como é o caso da Acessibilidade. Indicar-se-á a manutenção de algumas ações, programas e projetos existentes no Museu (os que no Diagnóstico Global foram identificados como pontos fortes) e se recomendará novas ações e atitudes, visando o desenvolvimento da instituição. 1. Programa Institucional e de Gestão de Pessoas A implantação do Plano Museológico deverá permitir a criação e execução de projetos a médio e longo prazo. Ele também proporcionará uma melhor apropriação, por parte das novas gestões e cargos comissionados, das práticas e do funcionamento do MCN/FZB, para que as mudanças de gestões não afetem a funcionalidade e o desenvolvimento das atividades do Museu. Ações como o apoio dos diversos setores da Administração Central/FZB e a parceria institucional vinda de bons projetos que viabilizam bolsas de pesquisas pela FAPERGS e CNPq bem como a manutenção da prestação de serviços à BRASKEM devem ser aprimoradas e mantidas. Assim, para que o Plano Museológico possa servir de instrumento de gestão ao MCN deverá ser implantada uma comissão de trabalho interno e interdisciplinar para constante avaliação das práticas e andamento da execução do mesmo. Esta comissão deverá ser formada por funcionários efetivos do Museu, sendo responsabilidade da Direção Executiva em exercício a garantia de execução dos projetos e propostas do Plano Museológico. Seguem outras ações que visam aprimorar e desenvolver a gestão política, técnica e administrativa do MCN/FZB, assim como ações destinadas à valorização, capacitação e bem estar dos trabalhadores do Museu: Reformulação da missão e criação dos objetivos do Museu: através de reuniões entre as diversas seções e setores do Museu, será possível a realização de um exercício de auto-avaliação das suas respectivas funções, a fim de se formular objetivos específicos para o MCN. Revisão e atualização do Regimento Interno da FZB: cada Divisão, Seção e Setor, deverá indicar mudanças no documento, que deverá ser revisto e atualizado. Atualização do Organograma, contemplando as Coleções (com indicação dos seus respectivos curadores), os Gabinetes e os Laboratórios. A Associação Pró-Desenvolvimento do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (APDM) atualmente não exerce suas atividades, havendo a necessidade de uma estratégia de aproximação do Museu com sua Associação. Fica a cargo da equipe do Museu, pesquisar e promover as condições para o funcionamento da Associação de Amigos, conforme Portaria Normativa, n. 1 de 12 de janeiro de 2007: "Objetivo da Associação - destinada a promover o aprimoramento e o desenvolvimento das atividades do Museu, viabilizando a captação de recursos financeiros e humanos (terceirizado ou voluntariado)." Fortalecimento da Identidade Institucional do MCN, a fim de que não seja conhecido como o "Museu do Jardim Botânico" e sim como o Museu de Ciências Naturais do Rio Grande do Sul. Contratação de quadro funcional mínimo: essa questão já está em fase de implantação, com a contratação do pessoal aprovado no concurso público realizado em março/2014. No entanto ainda há deficiências em diversas áreas. 2. Programa de Acervos Este programa visa organizar o gerenciamento dos diferentes tipos de acervos da instituição. Está subdividido em: aquisição, documentação e conservação. 2.1. Aquisição No geral os processos de aquisição de cada curador, seja em trabalhos de campo, pesquisa ou intercâmbio institucional são bem estruturados e esta organização deve ser mantida, como vem sendo feita, por coleção e curador. Cabe ressaltar a importância da criação de uma Política de Aquisição e Descarte, que estará vinculada à Política de Gestão de Acervos, a ser desenvolvida pelos curadores das coleções com a participação do museólogo. 2.2. Documentação Em função da necessidade expressa pelas equipes de curadores e pesquisadores, a informatização atual, utilizando-se de planilhas do Excel, não é suficiente para que o catálogo das peças possa ser disponibilizado on-line. Portanto, é necessário: O desenvolvimento, junto à empresa especializada em informatização, de um programa específico de documentação, para que sejam modernizadas e supridas as necessidades práticas de catalogação e sistematização das coleções. O desenvolvimento de um programa de catalogação deve ser acompanhado pelos curadores a fim de contemplar adequadamente, não só os campos de informações necessários e específicos à tipologia do acervo, mas também, para o competente cruzamento e busca de informações. 2.3. Conservação As práticas de conservação realizadas pelas equipes de biólogos e técnicos são consolidadas e embasadas em referências na área da biologia, que é responsável pela organização e salvaguarda de coleções biológicas. Cada tipo de peça exige certas condições de acondicionamento para sua conservação e é a figura do curador, o responsável por essa manutenção. O estabelecimento de parâmetros para temperatura, umidade, iluminação e controle de poluentes de cada coleção deve estar documentado na Política de Gestão do Acervos. Quanto às condições do macro (entorno) e médio ambiente (edificação, salas e materiais de armazenamento) merecem serem revistas, pois possuem inadequações no que tange ao seu tamanho, sua climatização, sua iluminação e sua segurança. Portanto, indica-se a realização de um Plano de Gerenciamento de Riscos. A metodologia de gerenciamento de riscos, ainda nova no Brasil, utiliza ferramentas do gerenciamento ambiental e estudos sobre desastres para identificar fatores de riscos em acervos, indicando procedimentos para enfrentar esses riscos e protocolos de ações em caso de acidentes. Recomenda-se a participação no Grupo de Estudos do Projeto Conservação de Acervos: gerenciamento ambiental e estudos sobre desastres da Universidade Federal do Rio Grande Do Sul14. 3. Programa de Exposição O ambiente expositivo do Museu de Ciências Naturais/FZB está subdividido em exposição de longa, média e curta duração. O espaço físico destinado à sala de exposições permanentes é pequeno, levando em consideração a amplitude de materiais potencialmente capazes de serem expostos, em função do acervo riquíssimo que o museu possui. Algumas mudanças são necessárias a fim de torná-lo um espaço mais atrativo, acessível e informativo. Seguem propostas: 14 Para saber mais acesse: http://conservacaoufrgs.wordpress.com/tag/grupo-de-estudos/ Realização de um estudo de público a fim de identificar o público alvo do museu e avaliar a situação atual. Criação de uma nova expografia, com atualização dos textos expositivos (com versão em braile e inglês) e novo projeto de iluminação expositiva que potencialize os dioramas, mas que também se preocupe com a conservação e utilização de espécimes naturais. Esse novo projeto expositivo deve levar em consideração a circulação de pessoas com deficiência (Conforme NBR 9050:2004 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e NBR 15599:2008 - Acessibilidade em comunicação na prestação de serviços), nos parâmetros do Desenho Universal. Deve buscar também aguçar a curiosidade infantil, através das diversas formas de acesso e percepção. O espaço expositivo precisa ser mais lúdico, com aplicação de cores, pouca informação textual e o uso de tecnologias audiovisuais e informacionais que motivem as gerações atuais. As salas expositivas carecem de um novo layout, mais atrativo para o público predominante de visitantes, que são os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. Manutenção da infraestrutura das salas expositivas com a revisão/readequação da rede elétrica, instalação de desumidificadores e ar condicionado para conforto humano e controle de climatização. Implantação de recursos para acessibilidade em ambientes culturais, tais como: audioguia, Libras, recursos táteis (maquetes táteis, taxidermia, cerâmica e artefatos arqueológicos), Braille, texto ampliado, audiodescrição, "close caption". Treinamento e capacitação dos monitores em inglês, em Libras, em atendimento a pessoas com deficiência e no uso dos recursos de acessibilidade em ambientes culturais. 4. Programa Educativo-Cultural Visto o bom andamento e aceitação, por parte da comunidade, das atividades educativas do Museu de Ciências Naturais/FZB efetivadas pela Seção de Educação Ambiental e Museologia (MUSEAMB), torna-se necessário mantê-las, atendendo suas demandas de manutenção e revitalização. Porém, também são necessárias outras ações para que o desenvolvimento dessas atividades atenda públicos diversos com maior excelência: Número maior de funcionários e/ou estagiários e/ou bolsistas para atendimento (monitores) das escolas que marcam visitas guiadas. Treinamento da equipe para atendimento a pessoas com deficiência e estrangeiros, como já citado no Programa de Exposições; Estabelecimento de parcerias com instituições diversas e universidades que possuam cursos de extensão e/ou capacitação em recursos de acessibilidade para ambientes culturais. Criação de projeto de elaboração de objetos táteis e animais taxidermizados, com base nos itens do acervo, para serem manuseados, como já citado no Programa de Exposições. 5. Programa de Pesquisa e Comunicação As atividades de pesquisa, que contemplam a disseminação de informações, onde se destacam as linhas de pesquisa e demais projetos do Museu de Ciências Naturais/FZB, são o ponto forte da instituição. Indica-se, portanto, a manutenção das parcerias institucionais existentes, da realização de palestras e jornadas de iniciação científica, das publicações da revista Iheringia, séries Zoologia e Botânica, assim como do site. Para melhorias, indica-se: Criação de novos flyers e folders com informações atualizadas sobre os serviços e horários do Museu, indicando todas as alternativas de contato, com versão em inglês, braile e fonte ampliada (para pessoas com baixa visão). Atualização das informações do MCN no site, contemplando sua missão, objetivos, organograma e catálogo das peças e pesquisadores. Site com informações em inglês e espanhol. Criação de uma página do MCN na rede social Facebook, visando um contato mais aproximado com o público. Criação de ações dentro do MCN que visem o aprimoramento dos estudos sobre a área da Museologia, com ênfase nos Museus de Ciências Naturais. 6. Programa Arquitetônico Devido ao já citado reconhecimento, por parte da própria instituição, de que é preciso estabelecer identidade própria e consequente autonomia do Museu de Ciências Naturais/FZB perante a sociedade e ainda a existência de um pequeno espaço destinado às exposições, se fazem necessárias algumas ações dentro do Programa Arquitetônico. Essas também visam à adequação dos espaços e instalações para a guarda de acervo, para o trabalho dos funcionários e ainda para o conforto humano. Assim, indica-se: Realização de estudos estruturais, arquitetônicos e logísticos, por equipe especializada, a fim de estabelecer a viabilidade de construção de novos espaços dentro da estrutura existente, visto existirem amplas áreas ociosas. Dessa maneira, poder-se-á alojar, racional e contiguamente, os laboratórios e gabinetes do MCN e a Biblioteca. Também devem ser reorganizadas as áreas administrativas da FZB, setorizando a administração da FZB e a do MCN. Com a disponibilização das salas após a conclusão dessa reorganização, se determinaria espaço próprio para o acondicionamento do arquivo morto da FZB. Realização, junto à equipe especializada, de avaliação de acessibilidade dos espaços da FZB, visando identificar situações a serem corrigidas conforme NBR 9050:2004 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos). Ampliação da sala de exposições, o que deve ser contemplado no mesmo projeto arquitetônico de reorganização dos espaços, como acima citado. Realização de vistoria nas instalações, a fim de melhorar a rede elétrica e hidráulica, pois a falta de luz e água nos períodos de grande calor, no verão, torna penoso o trabalho dos funcionários, chegando às vezes a impossibilitá-lo. Elaboração de projeto de captação de recursos materiais e serviços para compra de novos computadores e notebooks; instalação de equipamentos para controle de temperatura, umidade e iluminação, visando melhorar as condições ambientais e de circulação de ar. Sinalização e procedimentos de emergência com versão em inglês e em braile, conforme NBR 9077:2001 (Saídas de Emergência em edifícios-Procedimento). 7. Programa de Segurança Existem vários níveis de segurança que precisam ser refletidos dentro das instituições museológicas. Sinistros tais como curtos-circuitos em equipamentos ou fiação, vazamentos de água ou esgotos, incêndios causados pelo mau uso dos líquidos inflamáveis,por exemplo, são possíveis de ocorrerem. No caso do Museu de Ciências Naturais o risco do agente fogo é o mais preocupante dentro das dependências da FZB, devido a sua inadequação à NR 23, que fornece orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados à segurança e proteção contra incêndios e o acondicionamento de materiais inflamáveis dentro das instalações da Instituição. A NR 23 indica que devem existir equipamentos suficientes para combater o fogo em seu início, as pessoas devem ser treinadas para o uso correto desses equipamentos e as saídas devem ser em número suficiente e dispostas de modo que se possa abandonar o local rapidamente e em segurança em caso de emergência. Dentro das dependências da FZB estas recomendações são vagamente atendidas o que, em face das condições de acondicionamento das coleções em material inflamável (álcool de 70 a 85%) e o tipo de construção – um “labirinto” circular em três pavimentos, onde quem não conhece o local não tem qualquer possibilidade de encontrar a saída em caso de emergência – constitui situação de alto risco. Em caso de emergência não há pessoal qualificado para auxiliar na evacuação do prédio e também não há qualquer programa de segurança que estabeleça as prioridades de salvamento do acervo em caso de incêndio Assim, recomenda-se as seguintes ações visando à segurança dos funcionários e do acervo do MCN/FZB: Implantação de um Plano de Gerenciamento de Riscos15. Tal metodologia prevê a realização de um diagnóstico da instituição, identificando o histórico de sinistros já ocorridos no local e demais riscos aos quais as coleções estão expostas. Realização de monitoramento climático do ambiente e identificação dos valores do acervo, para direcionar o seu salvamento em situação de emergência. Objetiva-se assim o gerenciamento dos riscos existentes no Museu. Deverá ser solicitada ao Corpo de Bombeiros, avaliação geral quanto à quantidade, tipo e localização ideal dos extintores para a área e as condições do Museu, bem como sinalização de saídas em caso de incêndio, práticas a serem adotadas e demais adequações necessárias à segurança. Também deverá ser solicitado ao Corpo de Bombeiros treinamento de combate e prevenção de incêndios para todos os funcionários e colaboradores da FZB, onde serão demonstradas técnicas de manejo de extintores, combate a incêndios iniciais e evacuação do prédio. Deverão ser definidas quais coleções ou equipamentos terão prioridade de salvamento, qual funcionário será responsável por cada uma destas coleções, para que local deverão ser levadas e quem deverá vigiá-las durante a situação de transtorno (decisão esta prevista dentro do Programa de Gerenciamento de Riscos). O aumento de pelo menos dois vigilantes, sendo um no período diurno para atender permanentemente as salas de exposições e outro no período noturno, a fim de fazer a ronda interna nas dependências do prédio. 15 Plano já indicado no Programa de Acervos. 8. Programa de Financiamento e Fomento O Museu possui patrocinadores externos para o incremento e execução de seus vários projetos, buscando fundos da FINEP, FAPERGS, CAPES e CNPq, além de patrocínios junto a empresas privadas e tais ações devem ser mantidas. Mas devido ao fato de o museu não ter verbas próprias suficientes, para suas necessidades materiais e de pesquisa, sugere-se: A captação de recursos fora do âmbito governamental, ou seja, na esfera privada, através de parcerias científico-tecnológicas com empresas que tenham sua atuação relacionada ao resgate de condições de excelência ambiental e que, portanto, tenham interesse em usufruir dos conhecimentos produzidos nesta área pelo Museu de Ciências Naturais e pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Criação de uma lojinha do museu, administrada pela Associação de Amigos, para a venda de materiais que carreguem a logomarca do Museu. Para a criação dessas estratégias de captação de recursos e ainda visando elaborar projetos de captação de recursos nos vários programas, editais e incentivos públicos e privados disponíveis16: Indica-se a contratação permanente ou temporária de profissional especializado na área de elaboração de projetos de captação de recursos. Esse profissional pode ser um museólogo, que se dedique em tempo integral a essa atividade. 16 A lista de Leis de Incentivo à Cultura, Editais e Programas consta no item 9.1. (Recursos Financeiros), seção 9 ( Recursos Financeiros e Humanos), capítulo 2 (Diagnóstico Global).. PROJETOS A fase 3 do Plano Museológico é dedicada à elaboração de Projetos para melhoria do Museu. Nesse capítulo apenas indicar-se-ão os Projetos ideais para cada Programa anteriormente citado. 1. Institucional e Gestão de Pessoas a) Formação de comissão de trabalho interno e interdisciplinar para avaliação das práticas e andamento do Plano Museológico. b) Reavaliação da função e da missão da Associação de Amigos. c) Contratação de mais estagiários nas áreas de Biologia e Museologia. 2. Acervo a) Criação da Política de Gestão de Acervos, contemplando a política de aquisição e descarte. b) Desenvolvimento de programa específico para catalogação e sistematização de informações biológicas. 3. Exposição a) Realização de estudo de público. b) Ampliação da área de exposição que inclua aquisição e instalação de desumidificadores e aparelhos de ar condicionado, para conforto humano e controle de climatização. c) Modernização museográfica da sala de exposição de longa duração, incluindo subprojeto de nova iluminação expositiva; d) Aquisição, implantação e manutenção de recursos para acessibilidade em ambientes culturais, tais como: audioguias, recursos táteis (maquetes táteis, taxidermia, cerâmica e artefatos arqueológicos), Braille, texto ampliado. e) Aquisição e implantação de recursos de informática para uso nas salas expositivas. f) Formação em Libras para funcionários do museu. g) Capacitação ou contratação de serviços de audiodescrição para exposições voltadas ao público deficiente visual. h) Capacitação ou contratação de serviços em inglês para exposições voltadas ao público estrangeiro. 4. Pesquisa, Educação e Comunicação a) Fortalecimento e valorização da identidade institucional do MCN, com a criação de folders e flyers com versão em inglês. b) Revitalização do MCN na internet: versão acessível e em língua estrangeira do site e redes sociais. c) Criação de grupo de estudos e pesquisa em Museologia, com ênfase na área dos Museus de Ciências Naturais. d) Manutenção e revitalização das atividades educativas do MUSEAMB. 5. Arquitetônico a) Construção de novos espaços dentro da estrutura existente e realocação dos setores administrativos. b) Acessibilidade com pavimentação, construção e adaptação da área expositiva às necessidades de acesso de deficientes físicos, incluindo adaptação de sanitários e sinalização adequada. c) Instalação de assentos e adaptação de móveis e vitrines expositivas e outros recursos para o acesso de crianças, cadeirantes e demais pessoas com deficiência. d) Captação de recursos, em empresas privadas ou editais, para compra de materiais (novos computadores e equipamentos) e serviços. 6. Segurança a) Implantação de Programa de Gerenciamento de Riscos. b) Implantação de Plano de Emergência. c) Aumento do efetivo de vigilantes terceirizados. d) Implantação de rotina anual, junto ao Corpo de Bombeiros, para treinamento de combate e prevenção de incêndios, bem como avaliação das condições da FZB e do MCN quanto à adequação às normas e à legislação (NR 23). 7. Financiamento e Fomento a) Criação da “lojinha do Museu”. b) Criação do cargo de captador de recursos, especializado na área de elaboração de projetos de captação de recursos, que se dedique em tempo integral a essa atividade. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BRASIL. 2000. Lei Federal nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm>. Acesso em: 31.jan.2014. BRASIL. 2009. Lei Federal nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009. Institui o Estatuto de Museus e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11904.htm>. Acesso em: 23.dez.2013. BRASIL; MinC; IBRAM. 2013. Cartilha 2013. Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro. Rio de Janeiro, Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de Museus. 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Disponível Acesso em: em: ANEXO 1 - Lei Estadual nº 2.728, de 5 de novembro de 1955 ANEXO 2 - Lei Estadual nº 6.497 de 20 de dezembro de 1972 ANEXO 3 – Determinação nº 146/86 – Regulamenta o Uso e a Curadoria das Coleções Científicas do MCN ANEXO 4 - Termo de Empréstimo (Invoice) e Normas sobre o Uso e Empréstimos das Coleções Botânicas e Zoológicas do Museu de Ciências Naturais – FZB ANEXO 5 – Plantas Arquitetônicas da FZB