- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
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www.jornalistasp.org.br Jornal UNIDADE - [email protected] JORNAL DOS JORNALISTAS Filiado à FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS Órgão mensal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo número 315 FEVEREIRO/2009 e R r ó p r e t Será que há motivo para comemorar Págs. 5 a 7 Jornalistas da Editora Símbolo entram em greve Pág.3 Juízes contra demissões coletivas Pág. 3 Eleições no Sindicato têm data marcada. Roteiro das urnas Pág. 3 16 de fevereiro, dia do 2 Editorial UNIDADE FEVEREIRO/2009 A É a hora de fortalecer o Sindicato s empresas começaram o ano à espera do desenrolar da crise financeira internacional. Alguns ramos, notadamente o metalúrgico, esgrimem o argumento da crise para tentar, mais uma vez, precarizar os direitos trabalhistas e assim tirar alguma vantagem deste momento delicado. No mercado da comunicação isso ainda não aconteceu. As demissões nas redações neste período não tiveram, por parte das empresas, a desculpa da crise. Mudanças ocorreram, mas a rotatividade de mão-de-obra no meio jornalístico é grande e as redações – como sabem aqueles que trabalham nelas – estão enxutas. Além disso, os primeiros meses do ano, tradicionalmente, não são os melhores do ponto de vista publicitário. Mesmo assim, não deixam de ser preocupantes as recentes demissões na TV Cultura, resultado do processo de mudança de gestão iniciado com a posse de Paulo Markum na presidência da casa. Sem contar o drama do DCI e da Editora Símbolo, que vêm de um longo histórico de problemas financeiros. Não foram, portanto, causados por alterações bruscas trazidas pelo “tsunami” da crise. Nada disso serve de consolo. Pelo contrário, acende o sinal de alerta. Se persistir a crise, isso realmente será utilizado como uma boa desculpa patronal para embarcar de vez na canoa da Fiesp, que pede a flexibilização dos contratos de trabalho (o que, à primeira vista, pode parecer impossível, dada a epidemia de PJs e frilas fixos na categoria; mas sempre se pode esperar algo mais da “criatividade empresarial”). Também é bom lembrar que a próxima campanha salarial dos jornalistas terá início ainda no primeiro semestre, com a data-base de assessoria de imprensa e jornais e revistas – Capital e Interior, em 1º de junho. Até lá ainda teremos a incerteza da crise. Importância do Interior Com a difusão dos modernos meios de comunicação, o jornalismo se faz cada vez mais presente fora da Capital, o que exige do SJSP uma atuação cada vez mais ampla. Como o Sindicato dos Jornalistas é estadual, responde por problemas em todas as cidades onde exista um veículo de comunicação - os jornalistas do Interior e Litoral são alvos dessa mesma realidade. É preciso um projeto claro para a atuação sindical nestes locais, por isso a necessidade de reforçar as regionais. Essas constatações são óbvias para quem acompanha o noticiário sobre a crise financeira ou sobre o movimento dos jornalistas. Mas, especificamente para o Sindicato dos Jornalistas, esse quadro se reveste de uma particularidade. Quem enfrentará o desdobramento desses acontecimentos será a nova diretoria a ser eleita nos dias 24, 25 e 26 de março. A campanha eleitoral dos jornalistas começa agora e, certamente, o estabelecimento de uma política sindical para fazer frente a esses problemas fará parte dos programas das chapas inscritas. A nova diretoria do SJSP não irá enfrentar apenas os desafios econômicos, sabemos disso. Mas estes, certamente, são centrais para o dia-a-dia do associado. Assim sendo, passado o processo eleitoral, feito o debate sobre a futura política sindical a ser implantada e empossada a nova diretoria – resultado deste grande processo democrático –, podemos tomar emprestada e adaptar ao nosso interesse a famosa frase de Marx e Engels e dizer: jornalistas de todo o Estado, uni-vos em torno do seu sindicato. Diretoria do Sindicato Atenção para a edição de março. O Unidade terá um encarte especial sobre a histórica greve dos jornalistas de São Paulo que está completando 30 anos. Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 E-mail: [email protected] - site: www.jornalistasp.org.br EXPEDIENTE Diretor responsável: Wladimir Miranda (MTb 14.639/SP) Editor: Carlos Ferreira Lima (MTb 15.791/SP) Reportagem: Evelize Pacheco (MTb 31.122/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299 Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Prol Gráfica e Editora Ltda Fone (11) 2169-6199 Tiragem:10.000 exemplares DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - José Augusto de Oliveira Camargo (Guto); Secretária Geral Lourdes Augusto (Lourdeca); Secretário de Finanças - Moacir Assunção; Secretário do Interior - Kepler Fidalgo Polamarçuk; Secretário de Cultura e Comunicação - Wladimir Miranda; Secretário de Relações Sindicais e Sociais - Eurenides Pereira (Eureni); Secretária Jurídica e de Assistência - Evany Conceição Francheschi Sessa; Secretário de Ação e Formação Sindical - Clélia Cardim (Telé); Secretário de Sindicalização JoséDonizeti Costa. CONSELHO DE DIRETORES Franklin Larrubia Valverde; Frederico Barbosa Ghedini (licenciado); Jaime Aparecido da Silva; Joel Scala; José Roberto Antonio; Manoel Bezerra Júnior; Mara Cristina Ribeiro; Rudinaldo Gonçalves e Terlânia M. T. Bruno DIRETORES REGIONAIS Bauru - Alcimir Antonio do Carmo Campinas - Márcia Regina Quintanilha Oeste Paulista - Tânia Brandão Piracicaba - Martim Vieira Ribeirão Preto - Brás Aparecido Peripato Santos - Nilson Regalado M. da Silva S. José do Rio Preto - Daniele Jammal Sorocaba - José Antonio Rosa Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira - André Freire COM. REG. E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Titulares: Anderson Fazoli, Fábio César Venturini e Mário Iório Lopes Suplente: Benedito Egydio dos Santos Neto CONSELHO FISCAL Titulares: Alexandre Hernandez Mota (licenciado), Hugo Henrique Cilo e Raul Antônio Varassin Suplentes: José Aparecido dos Santos e Nataniel Honorato DIRETORIAS DE BASE Bauru: Angelo Sottovia Aranha, Jorge Alberto da C. Arruda, Juliano Maurício de Carvalho, Luis Victorelli, Luiz Augusto Teixeira Ribeiro, Rita de Cássia Cornélio e Sandra Mara Faria Firmino. Campinas: Agildo Nogueira Júnior, Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Lílian Mary Parise, Maria Ap. dos Passos Ramos, Renata Maria Sanches, Suely Torres de Andrade e Vera Lúcia Longuini. Oeste Paulista: Fernando Sávio e Sérgio Barbosa Piracicaba: Adriana Nanias de Aro Passari, Fabrice Desmonts da Silva, Marisa Wildner Benachio, Vanderlei Zampaulo, Noedi Monteiro, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara de Toledo. Ribeirão Preto: Elisangela Vigil do Espírito Santo, Antonio Claret Gouveia, Antonio Expedito de Figueiredo Filho (licenciado), David Batista Radesca, Jacinta Inocência Sad, Luiz Henrique Jovenato Porto e Ronaldo Augusto Maguetas. Santos: Carlos Alberto Ratton Ferreira, Francisco Ribeiro do Nascimento, Joaquim Ordonhez Fernandes Souza, José Rodrigues, Luigi Bongiovanni e Mário Jorge de Oliveira. Sorocaba: Adriane Mendes, Carla de Campos, Janaina Simões Caldeira,João J. Oliveira Negrão (licenciado) e Patrícia Moraes Ribeiro. São José do Rio Preto: Augusto Fiorin, Carlos Eduardo de Souza, Dulcimara Cirino, Júlio Cezar Garcia e Nelson Gonçalves. Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: Rita de Cássia Dell‘Aquila, Avelino Israel de Souza Neto, Edvaldo Antonio de Almeida, Fernanda Soares Andrade, Neusa Maria de Melo e Suely Ap. Rezende Guinsburg. Comissão de Ética: Denise Santana Fon, José Roberto Melo, Daniel Castro, Alcides Rocha, Flávio Tiné e Roland Marinho Sierra (suplente), Fernando Jorge, Lúcio França e Kenarik Boujikian Felippe e Juarez Pedro de Castro. Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Nilton Fukuda, Luiz Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Carlos Mello, Assis Ângelo, Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz. Diretorias Regionais: Bauru: R. Primeiro de Agosto, 4-47, Sala 604 E. Telefax: (14) 3222.4194 Campinas: R. Dr. Quirino, 1319, 9º andar. Tel.: (19) 3231.1638 Oeste Paulista: R. Pedro de Oliveira Costa, 64, Bosque, Presidente Prudente. Tel.: (18) 3901.1633 Piracicaba: Pça. José Bonifácio, 799 - Sl. 22. Tel: (19) 3434.8152 Ribeirão Preto: R. Dr. Américo Brasiliense, 405, sl. 404. Tel.: (16) 3610.3740 Santos: R. Martim Afonso, 101 - 6º andar. Tels: (13) 3219.2546/3219.4359 S. J. do Rio Preto: R. Major Joaquim Borges de Carvalho, 497, Vila Angélica. Tel: (17) 32153500 (provisório) CEP:15050-170 Sorocaba: Rua Cesário Mota, 482 CEP 18035-200. Tel.: (15) 3342 8678 e-mail:[email protected] Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: R.Conselheiro Rodrigues Alves, 203, Casa 2, Centro, S.José dos Campos. Tel.: (12) 3941.2686 Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato Ação sindical 3 André Freire UNIDADE FEVEREIRO/2009 SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ: 62.584.230/0001-00 EDITAL DE CONVOCAÇÃO DAS ELEIÇÕES SINDICAIS A Comissão Eleitoral escolhida na assembléia geral ordinária eleitoral realizada no dia 02 de fevereiro passado, nos termos do artigo 92 e seu parágrafo único dos estatutos sociais do Sindicato, faz publicar o presente edital a fim de convocar todos os associados eleitores a participarem do pleito eleitoral para renovação dos órgãos do sistema diretivo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, a realizar-se nos dias 24, 25 e 26 de março do corrente ano, sendo que os locais e horários de votação serão os constantes da tabela abaixo: URNAS Terça-feira 24 de março Quarta-feira 25 de março Quinta-feira 26 de março Urna 1 Sede Sede 10h às 20h Sede 10h às 20h Sede 10h às 20h Urna 2 SP (Volante) Assembléia Legislativa de SP 10h às 14h Editora Abril 15h às 20h Sindicato dos Bancários 12h às 15h30 Diário do Comércio 16h30 às 19h Valor Econômico Meio e Mensagem Editora Globo 11h às 20h Urna 3 SP (Volante) Jornal Folha de S.Paulo 12h às 20h TV Globo 9h às 19h TV Bandeirantes 11h às 19h Urna 4 SP (Volante) Rádio Jovem Pan 9h às 12h Fundação Cásper Líbero 13h às 16h Rádio CBN 9h às 12h Jornal Diário de S.Paulo 14h às 20h Jornal da Cidade (Jundiaí) 11h às 14h30 Jornal de Jundiaí (Jundiaí) 15h às 16h30 Sede 10h às 19h TV Record 9h às 19h TV Cultura 11h às 15h Editora Três 16h às 20h Agência Estado 10h às 12h Jornal O Estado de S.Paulo 13h às 19h Prefeitura de São Paulo 10h às 13h Imprensa Oficial Estado SP 14h às 20h Câmara Municipal de SP 12h às 15h Diário do Grande ABC (Santo André) 16h30 às 20h SBT (Osasco) 11h às 17h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Jornal Correio Popular 10h às 15h EPTV 13h às 19h ----- Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Editora Alto Astral 9h às 13h Jornal Bom Dia 15h às 18h Jornal da Cidade 14h às 19h ----- Sede 10h às 12h Jornal de Piracicaba 13h às 18h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Urna 14 Santos (Volante) TV Tribuna 13h às 19h Jornal A Tribuna 10h às 19h ----- Urna 15 Sede 10h às 12h Jornal Diário da Região 13h às 18h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Jornal Folha de Araçatuba 13h às 18h Sede 10h às 12h TV Fronteira Paulista 13h às 18h Sede 10h às 19h Sorocaba TV TEM 10h às 14h Jornal Cruzeiro do Sul 14h30 às 19h Sede 10h às 19h Sede 10h às 19h Urna 19 Votos por correspondência Sede SP 9h às 18h Sede SP 9h às 18h Sede SP 9h às 18h Urna 5 SP (Volante) Urna 6 Grande SP Urna 7 Campinas (Fixa) Urna 8 Campinas (Volante) Urna 9 Bauru (Fixa) Urna 10 Bauru (Volante) Urna 11 Piracicaba Urna 12 Ribeirão Preto Urna 13 Santos (Fixa) São José do Rio Preto Urna 16 S.José dos Campos (Fixa) Urna 17 Presidente Prudente Urna 18 A Comissão Eleitoral comunica, ainda, que o prazo para registro de chapas será de 15 (quinze) dias a contar da publicação do presente edital, nos termos do artigo 93 dos estatutos sociais, iniciando-se em 13 de fevereiro de 2.009 e terminando em 27 de fevereiro de 2.009. As chapas deverão requerer o registro de suas candidaturas na secretaria do Sindicato, situada na sede do mesmo à Rua Rego Freitas, n° 530, sobreloja, São Paulo – Capital, nos termos do artigo 94 dos estatutos sociais. Para fins do recebimento do requerimento de chapas a secretaria do Sindicato funcionará durante o prazo de inscrição de chapas, nos dias úteis, das 09 horas até as 18 horas. Por fim a Comissão Eleitoral comunica que o prazo para impugnação de candidaturas, conforme disposto no artigo 138 dos estatutos sociais, será de 3 (três) dias a contar da publicação da relação das chapas registradas. São Paulo, em 12 de fevereiro de 2.009. COMISSÃO ELEITORAL Medo, greve e demissões O ano começou conturbado para os jornalistas, com greve por falta de pagamentos e demissões. A paralisação aconteceu na Editora Símbolo (foto acima). Sem receber salários há quase dois meses, os cerca de 30 jornalistas da empresa (que edita entre outras as revistas “Uma”, “Um”, “Meu Nenê”, “Zero”, “Baby & Cia.”, “Donna” e a semanal “Chiques e Famosos”) cruzaram os braços desde 9/2 reclamando os pagamentos de dezembro, o 13º e o salário de janeiro de 2009 – os jornalistas receberam apenas o adiantamento de dezembro de 2008. Outra denúncia é que a Símbolo não estaria depositando o FGTS há um ano. O Sindicato entrou na Justiça do Trabalho com pedido de julgamento da legalidade da greve para garantir os direitos dos profissionais. Na TV Cultura houve demissão de 31 profissionais, sendo oito jornalistas. A justificativa foi uma reestruturação do departamento de jornalismo. A informação, que já circulava no mercado, foi confirmada em 11/02. Os jornalistas demitidos são: Vicente Adorno, Lázaro de Oliveira, Maria Zulmira, Ana Lúcia França, Daniel Greco, Silvia Verônica, Paulo Castilho e Thaís Rentel. O programa Opinião Nacional, apresentado pelo jornalista Alexandre Machado, foi extinto, mas o âncora continua na emissora. E o jornalista Flávio Carranza saiu da Rádio Cultura dia 5/2. Ocupava a chefia do núcleo de jornalismo das emissoras AM e FM. No dia 30/1, o DCI mandou embora 12 jornalistas. Entre os que deixaram a casa estão editores, sub-editores, repórteres, estagiários e correspondentes, como Juliana Emmes, do Rio, e Paula Andrade, de Brasília. As demissões atingiram também a área de arte e tecnologia, cargos nos sites Panorama Brasil e no suplemento Shopping News, chegando a 30 pessoas no total. Em Santos, as redações de A Tribuna e Expresso Popular, com 110 funcionários entre jornalistas, diagramadores e fotógrafos, vivem um clima de terrorismo, como receio de iminentes demissões e unificação das duas redações. Boatos de demissões também correm outras redações. Ao mesmo tempo, o IVC (Instituto Verificador de Circulação) anunciou que os jornais brasileiros tiveram aumento de circulação de 5% em 2008 comparado a 2007, desafiando quem fala em crise no setor. Juízes contra dispensas coletivas Um grupo de cerca de 300 juízes, advogados e estudantes de Direito lançou manifesto, em janeiro, contra as ameaças de demissões coletivas. Com o título “Contra oportunismos e em defesa do direito social” (leia íntegra no www. sjsp.org.br., seção tribuna livre) eles lembram que “além de constituir atentado à ordem jurídica, por ferir o disposto no inciso I, do art. 7º. da Constituição Federal, as ameaças de dispensas coletivas representam meras estratégias de natureza política, para se extrair vantagens econômicas a partir do temor e da insegurança que geram sobre os trabalhadores e, por via indireta, ao governo”. O juiz do trabalho Jorge Luiz Souto Maior, da 3º Vara do Trabalho de Jundiaí, que redigiu o documento, afirma que redução de postos de trabalho para garantir ganhos financeiros pode ser punida legalmente. Por sua vez, o Ministério Público do Trabalho da 2ª Região de São Paulo encaminhou recomendação aos sindicatos quanto às negociações sobre redução de jornada e de salários. A procuradora-geral Okzana Maria Dziura Boldo orienta entidades a garantir que estas medidas, que deverão ser temporárias, sejam debatidas com os trabalhadores por meio das assembleias. E, principalmente, que os sindicatos cobrem das empresas provas documentais da insuficiência econômica que provoquem a redução dos postos de trabalho. Celebração U Gisela Gutarra m emocionante e ao mesmo tempo festivo encontro, na sexta-feira (23/1), no auditório Vladimir Herzog, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, marcou a entrega da primeira edição do diploma de reconhecimento ‘Suma Cum Laude’ a jornalistas paulistas que não estão mais na ativa. O evento fez parte das homenagens do Dia Nacional do Aposentado. A organização foi da Ajaesp – Associação dos Jornalistas Aposentados no Estado de São Paulo e do próprio Sindicato. Foram confeccionados diplomas a 18 mais antigos associados, sendo que cinco não puderam comparecer e justificaram a ausência. Os homenageados foram Eduardo Sucupira (com 102 anos e único com 100% de presença nas reuniões mensais ordinárias da Ajaesp, desde 1979), Mario de Oliveira, João Scatimburgo, Venicios Orlandi, Murillo Antunes Alves, Erasmo Instituto Henfil será aberto no Rio de Janeiro No próximo dia 12 de março de 2009 às 19h haverá o ato de fundação do Instituto Henfil, na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Rua Araújo Porto Alegre, 71, no Rio de Janeiro. O Instituto terá como objetivo preservar a obra e a imagem do Henfil, organizando eventos culturais, além de apoiar e organizar projetos sociais, educacionais, ecológicos de F. Nuzzi, Enoch E. Pereira, Ary Coelho da Silva, Heitor Dias Negrão, João Padilha, Candido Cerqueira Silva (o único vivo da primeira diretoria da Ajaesp), Oswaldo Benedictis, Hernani Donato, Edy Maria D. C. Lima, Paulo Santos Mattos, Helio Conceição de Sá, Vlada Sanalios e Henrique Nicolini. A música ficou por conta dos veteranos do grupo “Pulo do gato’, do fotógrafo Antônio Pereira de Oliveira, o Polenta. “Foi um sucesso. Em vez de ficar apenas reclamando da situação dos aposentados, resolvemos fazer uma homenagem aos profissionais, por seu trabalho e dedicação em benefício da sociedade e do jornalismo paulista. E muitos colegas que estavam um pouco afastados, depois deste evento, já nos ligaram para regularizar a situação e participar efetivamente da associação”, afirma Amadeu Mêmolo, presidente da Ajaesp. Como já havia antecipado o presidente do Sindicato, Guto Camargo, este encontro “foi uma oportunidade de rever jornalistas de longas jornadas e desfrutar do prazer não só de um bom papo, mas também de ouvir boas músicas ao vivo. Foi uma homenagem prestada com justiça aos nossos mais idosos e já aposentados jornalistas, os quais, por tudo o que significam, continuarão a servir, não só aos mais jovens, de exemplo maior dentro da história de nosso jornalismo”. e de saúde, envolvendo assuntos como doação de sangue, hemofilia e Aids. Este é um projeto que Ivan Cosenza de Souza, filho de Henfil, tentava realizar há muito tempo e que se torna realidade. “Como único filho do Henfil, venho batalhando para manter viva a memória do meu pai, apresentando sua obra às novas gerações e participando, através de seus desenhos, de campanhas, e atividades sociais. Com o Instituto Henfil espero poder cada vez mais contribuir, utilizando sua obra e sua imagem da maneira que ele sempre usou, além de poder preservar sua obra da maneira que ela merece. Convido a todos a participar do lançamento, onde será feita uma homenagem a ele, além de uma pequena exposição com alguns de seus principais trabalhos.” Para lembrar o que dizia Henfil: “Morro mas meu desenho fica” Cidade ganhou o Memorial da Resistência Sonia Mele Grande animação no Sindicato pelo Dia Nacional do Aposentado Foi inaugurado dia 24/1 o Memorial da Resistência (Estação Pinacoteca - Largo General Osório, 66, com estacionamento no local) depois de muita luta e insistência dos expresos políticos de São Paulo. Na verdade foi uma reinauguração do mesmo espaço com a instalação pública de um projeto museólogo criativo e marcante do período de ditaduras em nosso País, como lembram Raphael Martinelli, Maurice Politi e Ivan Seixas, do Fórum Permanente dos ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo. O velho prédio do Largo General Osório, que foi sede de estação ferroviária e do antigo DEOPS/SP, havia passado por uma descaracterização. Foram destruídas duas celas e o Fundão (antigas celas fortes solitárias), todo o espaço havia recebido pinturas modernosas e destruídos os infectos banheiros, assim como raspadas as paredes onde estavam inscrições feitas por gerações de presos políticos das várias ditaduras e períodos de repressão do movimento operário e popular do Brasil. O lugar maquiado havia recebido o nome de Memorial da Liberdade. Vários ex-presos políticos que lutaram pela reconstituição do lugar como marco de lutas começaram por exigir a mudança de nome para Memorial da Resistência e a mudança foi feita. Foram instalados ainda vários equi- Sindicalista completa 35 anos de filiação Sonia Mele 4 UNIDADE FEVEREIRO/2009 O jornalista Eurenides Pereira, de 66 anos (faz 67 em março), completa no dia 25 de fevereiro 35 de filiação ao Sindicato. Seu número de matrícula é 4.452. Eurenides começou em 1974, no MFS – Movimento de Fortalecimento do Sindicato para a eleição de 1975 e pouco depois de a diretoria (com Audálio Dantas presidente) assumir teve de enfrentar a morte de Vladimir Herzog no DOI-Codi, em outubro daquele ano, além de prisões de outros colegas. Eram tempos de censura nas redações, muitas vezes por telefonemas dados diretamente por agentes da Polícia Federal. Nesses 35 anos Eurenides participou de lutas sindicais, ora como militante, ora como integrante de diretorias presididas por Antônio Carlos Fon, Everaldo Gou- pamentos audiovisuais que permitem ao visitante saber o que foi aquele lugar e as barbaridades cometidas contra o povo e seus mais destacados militantes. Uma das celas foi reconstituída para mostrar as condições de vida dos presos e, para não esconder as torturas e assassinatos cometidos pelos carrascos, os equipamentos mostram depoimentos de pessoas que por lá passaram. Desde o ano passado o Fórum dos exPresos Políticos realiza no auditório daquele prédio palestras e debates para jovens e todas as pessoas interessadas. São os Sábados Resistentes, que reune uma média de 70 pessoas por evento. veia, Frederico Barbosa Ghedini e agora José Augusto de Oliveira Camargo. E de campanhas como as das greves da Gazeta Mercantil, em 2001, e da TV Cultura, em 2004, ou da longa greve da Rede Manchete, que durou nove meses – de setembro de 1998 a maio de 1999 (os processos estão paralisados na Justiça do Trabalho, alguns em fase de execução, por causa de uma liminar concedida pelo STJ, de Brasília, aos donos da TV Ômega/Rede TV!, que adquiriram a tevê). Sem contar a greve da categoria de 1979, que reivindicava melhores salários, condições de trabalho e a oficialização da denominada CCRR – Comissão Consultiva de Representantes de Redação. Na época Eurenides foi demitido da Rádio Bandeirantes e da Rádio Nacional-Excelsior, atual CBN/Globo. Sua inspiração para a participação sindical, ele diz, vem do movimento estudantil nas décadas de 50/60 e do tio e padrinho Jazão Pereira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários e da extinta Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Dia do repórter T Reportagem virou um artigo de luxo odo 16 de fevereiro é lembrado como Dia do Repórter, mas o que há para comemorar? Bons repórteres são elogiados por demonstrações de vocação, energia, compromisso com a pauta, curiosidade sem fim, habilidade de ouvir, responsabilidade, bom texto, disciplina, sagacidade, entre outras qualidades que fazem dos focas bons profissionais. E gastar sola de sapato, como dizem os mais experientes. Mas quem banca uma boa reportagem? Josmar Jozino, 51 anos, 25 de jornalismo, hoje repórter do Jornal da Tarde, lembra do tempo em que não havia ‘miséria’ em número de páginas dos jornais para contar boas histórias. “Não tem mais espaço. Deve ser problema de custo, crise de papel, projeto gráfico, sei lá. Quando tem matéria boa mandam segurar. Isso acontece na maioria dos jornais.” As redações também estão cada vez mais enxutas. Josmar trabalhou no extinto Diário Popular, que tinha, segundo ele, 15 repórteres na editoria de polícia, mais três estagiários para fazer checagem, dois subeditores, um editor e um chefe de reportagem. Pauteiros, então, principal suporte para garantir boas reportagens, hoje são coisa rara. Nas rádios, já dizia Zalo Comucci, o coordenador de jornalismo da CBN, no Unidade de novembro 2007: “Até a década de 90 havia seis pessoas na pauta, duas por turno. Hoje existem produtores, chefes de reportagem, repórteres, âncoras, rádio escutas e até repórteres aéreos. Mas pauteiros, nada.” Jornalismo de qualidade não é um produto barato, diz Mário Magalhães, 44, 22 de profissão, repórter especial da Folha de São Paulo. Ele foi vencedor do Prêmio Herzog de 2008 em reportagem na categoria jornal com “Os anti-heróis – o submundo da cana”, que fez em companhia do repórter fotográfico Joel Silva, sobre os cortadores de cana no Interior paulista. “Não considero que boas reportagens sejam raras. Há reportagens veiculadas em plataformas diversas, dos jornais impressos aos digitais. Elas não são, contudo, numerosas como poderiam ser. Um dos motivos essenciais é que muitas empresas não podem ou não se dispõem a investir em investigações jornalísticas de fôlego.” Como escreveu Gerson Moreira Lima, no livro Releasemania – Uma contribuição para o estudo do press-release no Brasil, cada vez mais a redação vem perdendo autonomia em função do crescimento dos interesses econômicos e políticos da empresa, em geral um grande grupo monopolista. “Com isso, a autonomia passou às mãos de tecnocratas, que são fiéis representantes dessa nova política empresarial. A pergunta que cabe é a seguinte: como solucionar esse impasse do crescimento da empresa com a perda de autonomia, dentro da perspectiva do jornalista profissional.” O Estadão recentemente mandou um repórter de ônibus, em vez de carro da empresa, para fazer matérias no Interior do Estado, a 315 km da Capital. Telefo- nemas a cobrar para a redação? Nem pensar. Na TV TEM, afiliada da Globo, três representantes da empresa tiveram de ir à mesa de mediação no Ofício de Sorocaba do Ministério Público do Trabalho – MPT, atendendo à convocação que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo apresentou na Procuradoria do Trabalho da 15ª região. O motivo foi a série de irregularidades no quadro de jornalistas da emissora: desvio, acúmulo de funções, acusação de assédio moral. Em pelo menos um dos temas levados para a mediação, e conforme os termos da ata, estava escrito: “A empresa reconhece que os repórteres ou repórteres cinematográficos atuam como motoristas para elaboração das matérias, já que foi uma decisão empresarial...” A reportagem, porém, como na letra do samba, não morre. Pelo menos é no que acreditam profissionais como Ricardo Kotscho. Falando a Unidade, em uma entrevista no número de janeiro/fevereiro de 2005, Kotscho afirmava que desde quando começou dizem que a reportagem está em crise. “É como Carnaval, Natal, tudo está em crise permanente, mas não acaba.” Kotscho lembrava ainda que a reportagem não vai morrer enquanto existir repórter. “A verdade é que temos cada vez menos repórteres capazes de fazer uma boa reportagem (...). Posso garantir que existem repórteres ainda. Poucos, mas existem, em todas as redações.” Helio Campos Mello, diretor responsável da revista mensal Brasileiros, concorda com Kotscho: “A reportagem não vai morrer.” Kotscho é diretor adjunto da revista, ao lado de Nirlando Beirão. Mas fazer este tipo de jornalismo hoje exige uma equação difícil, diz Mello. “A contas têm de ser feitas na ponta do lápis. Não temos um capitalista que nos banque”, afirma o diretor, que dirigiu a semanal Istoé por 12 anos. A Brasileiros é uma aposta em reportagens, “com um pouco mais de espaço, o fetiche que é marca das revistas, com seu tipo de texto, espaços, aberturas com capitulares”. “É uma competição difícil, a informação hoje está nas telas, tanto das tevês, quanto dos sites, dos celulares, ou nas rádios. Procuramos fazer uma revista que dê prazer de ler, mas com a ‘temperatura’ das semanais.” Apesar de mensal, revistas como a Brasileiros, segundo ele, têm que explorar os temas mais atuais. Para mantê-la, porém, a redação é enxuta e conta com colaboradores do Brasil inteiro, “na base do boca-a-boca”. Em fevereiro sai a edição nº 19. “Estamos em ascensão”, comemora Mello. Perguntamos: quais as metas? “Arrumar um capitalista que tenha R$ 150 mil para investir aqui”, disse rindo o diretor responsável. (Evelize Pacheco e Carlos Ferreira Lima) UNIDADE FEVEREIRO/2009 5 Interatividade está ganhando espaço Os portais procuram o caminho para o manancial de informações que circulam nas “redes sociais” – as comunidades virtuais e os blogs que dominam a net. Este foi o ponto central do debate “Estratégias de mídias sociais nos portais” realizado no Palco Blog do Campus Party 2009, em São Paulo, com a participação de Caio Túlio Costa, do IG; Guilherme Ribenboim, do Yahoo Brasil; e Paulo Castro, do Terra. A troca de informação com o internauta através de canais específicos já faz parte da produção dos portais. No IG, por exemplo, existe o Canal Minha Notícia, editado com fotos e textos produzidos pelos internautas. No Yahoo! há ferramentas que integram os blogs criados pelos usuários e o Terra abre canais com os internautas para ampliar a cobertura do noticiário tradicional produzido pela redação e pelas agências. Um campuseiro perguntou aos debatedores se essas ferramentas não seriam uma maneira de “enjaular” o conteúdo publicado nos blogs. Ou seja, de censurar ou alterar as informações originadas dos internautas. Castro, do Terra, garantiu que não há interferência no material publicado nos blogs. “Fazemos referências ao conteúdo publicado.” Mas ele explicou que o material encaminhado pelos internautas nos canais de notícias é editado conforme a legislação trabalhista dos jornalistas. Para Caio Túlio, os portais ainda precisam apurar as ferramentas de interatividade que aproximem mais os participantes das redes sociais com o conteúdo tradicional dos portais. “Quem oferecer essa ferramenta com qualidade terá uma integração maior com a rede”, argumenta. (E.P.) Matéria-prima em extinção A Pouca reportagem, economia em curto prazo e prejuízo a perder de vista no jornalismo atividade jornalística é marcada por conflitos que se expressam em toda a sua trajetória. Conflitos entre o Estado e as empresas que comercializam as notícias. Conflitos entre os editores e os anunciantes. Conflitos entre os cidadãos que protagonizam os acontecimentos e os meios de difusão. Conflitos entre os patrões e os jornalistas. E muito mais, escreveu o professor José Marques de Melo no prefácio do livro Releasemania, de Gerson Moreira Lima. Marques de Melo é jornalista, professor universitário, pesquisador científico e consultor acadêmico. Formou várias gerações de jornalistas e de pesquisadores acadêmicos, tendo orientado uma centena de pós-graduandos dos quais 72 Mestres e 28 Doutores no âmbito das Ciências da Comunicação. A releasemania, como o livro defende, assumiu tal proporção nos dias atuais que muitos jornais encontrariam dificuldades em manter suas portas abertas se não pudessem contar com o material distribuído pelas assessorias de imprensa. Nesse contexto, como fica a reportagem, cujos repórteres têm seu ‘dia’ para comemorar em 16 de fevereiro? José Marques de Melo respondeu por e-mail. 1) Existe mesmo uma pesquisa em que se chegou a esse número de 78% de produção de matérias dos jornais por meio de releases? Não sei precisamente a que pesquisa se refere. Talvez seja aquela realizada pelo meu orientando de mestrado, Gerson Soares Lima sobre a releasemania. Os dados por ele apresentados não fogem à realidade descrita nesta pergunta, sobretudo no caso de alguns veículos que se nutrem quase exclusivamente de informações geradas pelas assessorias de imprensa. 2) Dia do repórter Como a pesquisa foi feita? Foi publicada? A pesquisa foi feita através de clipagem. As noticias focalizam a posse de Mauro Salles para comandar os Diários e Emissoras Associados, rede midiática fundada por Assis Chateaubriand. Várias notícias foram produzidas pela assessoria de imprensa em que atuava o pesquisador, que monitorava o aproveitamento pelos jornais de todo o país. Foi contratada uma empresa para recortar os jornais, que eram catalogados e mensurados de acordo com o método de jornalismo comparado de Kayser. Depois de defendida a tese, a pesquisa foi publicada pela editora Summus, com o título Releasemania. 3) É o fim da reportagem? Não creio que seja o fim da reportagem. Ao contrário, os textos produzidos pelas assessorias podem gerar novas pautas e nutrir relatos fascinantes, desde que o repórter tenha faro para garimpar os fatos e apurar com exatidão. Acredito que o declínio da reportagem é fruto das políticas de contenção adotadas pelas empresas jornalísticas que não desejam investir em trabalho de campo, em apuração, inviabilizando a presença do repórter no palco dos acontecimentos. Novas tecnologias estão deixando os profissionais da notícia mais acomodados? 4) Homenagem internacional Não compartilho atitudes tecnofóbicas. Portanto, não gosto de colocar as novas tecnologias no banco dos réus. Creio que a acomodação dos jovens profissionais começa a ser estimulada dentro da universidade, onde os futuros repórteres são induzidos a pensar de forma ideologicamente enviesada. Muitos recebem o diploma, mas renunciaram precocemente ao trabalho de rua. São jornalistas sem paixão, sem entusiasmo. E por isso, mais propensos a ficar dentro da redação. Exercitam atividades cerebrais (equivocadamente chamadas críticas) e perdem a chance de usar todos os sentidos na apuração da notícia. 5) Como explicar o fato de que antes da informática o Jornal da Tarde, por exemplo, fechava às 2h e podia dar matérias mais bem apuradas. Depois da informatização, passou a fechar às 21h, fazendo depois pequenas e seguidas trocas até não mais de meia-noite. Rubens Chiri 6 UNIDADE FEVEREIRO/2009 O Centro Internacional de Estúdios Superiores de Comunicación para América Latina (CIESPAL), organismo mantido, desde 1959, em Quito, Equador, por iniciativa da UNESCO, está completando seu Jubileu de Ouro. Com apoio do governo equatoriano, o CIESPAL teve papel decisivo na renovação e fortalecimento do ensino e da pesquisa comunicacional no continente. Faz parte dessa agenda comemorativa o lançamento da revista CHASQUI, nº 104, cujo dossiê principal – Personaje – é dedicado à trajetória do Professor José Marques de Melo, que também está celebrando 50 anos de jornalismo em 2009. Marques de Melo dirige a Cátedra UNESCO de Comunicação na Universidade Metodista de São Paulo, destacando-se no panorama nacional como docente-fundador da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e integrante da vanguarda acadêmica que fundou a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – INTERCOM. O editorial da “Chasqui”, assinado pelo editor Pablo Escandón, explica que “dedicar este número a José Marques de Melo foi um redescobrimento da sua obra e pensamento, mas, fundamentalmente, pretende motivar os sul-americanos para olhar melhor o Brasil, um polo pós-industrial de desenvolvimento e pesquisa que desperta o interesse estrangeiro pela problemática brasileira e pelos efeitos em todos os âmbitos da comunicação.” Mais informações pelo www.ciespal.net. Fonte: Cibermemorial Marques de Melo Insisto na tese de que as rotinas de produção jornalística são determinadas pelas estratégias empresariais. Trata-se de políticas de investimentos. Não basta investir em máquinas modernas, que naturalmente são mais velozes, exigindo prontidão dos jornalistas. Pelo que conheço, na literatura e na vida cotidiana, a informatização ajuda mais do que atrapalha o jornalista em atividade. 6) Poderíamos dizer que estamos tendo acesso mais a declarações ‘oficiais’ de assessorias em detrimento de produção jornalística, de notícia? A lei do menor esforço é o principal fator responsável pelo jornalismo chapabranca. Privilegiar declarações oficiais depende do arbítrio dos repórteres. Ou seja, da margem de barganha que eles tenham dentro da redação. Reproduzir textos oficiais é mais cômodo do que checar as informações, pois isso pressupõe que o repórter vá observar o cenário dos acontecimentos, ouvir a reconstituição de protagonistas, perguntar, questionar. 7) Essa nova forma de fazer jornal seria consequência da administração das empresas, como se fossem fabricantes de bens duráveis, com corte de custos e prioridade de busca de lucro, em vez de informação? O jornal sempre foi uma fábrica de notícias. Em meados do século passado, essa filosofia se incorporou gradativamente à mentalidade dos novos profissionais. Deixando de ser um burocrata de colarinho branco, os novos jornalistas vestiram o macacão do operário-padrão. Não vejo demérito nessa mudança. O jornalista deixa de ser alguém que vive acima do cotidiano e assume sua identidade de trabalhador que tem os pés fincados na terra. 8) A aposta das empresas em novos talentos, mandando embora repórteres mais experientes seria outro lado do problema? Esta é uma questão puramente financeira. Se conduzida desta maneira, vai ocasio- Dia do repórter passaram a abocanhar maior fatia do bolo publicitário. dades para lograr essa aproximação estão na carência de conhecimento das novas gerações em relação ao imaginário popular. As formas devem mudar sempre, para manter sintonia fina com os desejos e as necessidades dos leitores ou telespectadores. O problema é encontrar “boas histórias”. E nem sempre o que os jornalistas escolhem como pautas para contá-las são apreciadas pelos que vão comprar o jornal na banca ou dedilhar a tecla do controle remoto. O segredo está na capacidade empática do jornalista. Se ele não age como se estivesse na posição do leitor, corre o risco de equivocar-se. Por outro lado, as dificul- Conheça o Formar melhor os focas, estimulando-os a farejar com mais argúcia e sensibilidade. Oferecer uma educação balanceada entre a competência técnica e a base humanística. Um jornalista que não tem referencial cognitivo, nem apetência para ser um eterno estudioso, pode ser bom operador de equipamentos, mas não ultrapassará o pelotão da mediocridade. Por isso, as faculdades de jornalismo precisam ser completamente reinventadas e atualizadas. IVA O EXCLUS PROMOÇÃ o: d ia c o sta ass para Jornali EIROS IL S A TA BR IS V E R E IN S AS e PAGUE 8 .br RECEBA 12 rasileiros.com lance | Economia em crise – proteja seu bolso | A viagem A REVISTA MENSAL DE BRASIL, A , e Comércioministro do Desenvol Exterior vimento, LUCY SOUZA , president da Associaç e nacional do Mercado ão dos Analistas e Profissionais de Capitais ? A INCRÍVEL TRAJETÓR QUE VIVE IA EM BUSCA DO PADRE DAS OBRAS SACRAS ROUBAD por SILVIA AS E HEITOR ROBERTO da Agricultu RODRIGUES, ex-minist ra ro ZEINA LATIF GA ta-chefe do TEDESCO Banco ING LINS | O padre que resgata CAUBFICYO MONTADO EM CAVALOS GRUPO REFAZ E MULAS, OS PRIMEIR A VIAGEM QUE OS TROPEIR OS FIZERAM EM 1733 por PAULA obras sacras ELE JÁ CANTOU E BING CROSBY COM NAT KING COLE E CONTINU LEGIÕES A LEVANDO DE SHOWS PARAFÃS AOS SEUS OUVIR SUA ETERNA CONCEIÇ CINQUET TI ÃO por FERNAND O GRANATO | Encontro de arte em Olho no Juazeiro EXCLUSIVO R$ 7,90 18 maisa a dança SILVIO LUIZ O PAI DA ALEGR IA ENTREVISTADO de Milhazes | as “bundinh as” do Ofi cina de REALI LOPE NO TEM PO , economis ANTONIE TA DEL de 2009 CA Ê O SAND TO ELES MIGUEL JORGETÊM A DIZER SOBRE ELA: Indústria por MARIA 18 – janeiro REPORTAG ENS R E ACRILSE E O QUE O MAGNÍ dos tropeiros FOTO: LUIZA SIGULEM de olho no TODAS AS HISTÓRIAS QUE VALE A PENA CONTAR número Silvio Luiz histórias. RO 20 09 personagens, suas ssineb acesse www.a jornalista01 a: nh digite a se JA N E I Brasil, seus 12) Qual o papel das faculdades de jornalismo nesse quadro? 0 0 0 1 8 11) Mudarão as formas de se contar boas histórias, fazer boas reportagens? 9 Compreendo a situação desequilibrada. nais, mudanças climáticas, desenhos da cidade e das serras da região. Diários dos combatentes, poemas populares e profecias apocalípticas depois passariam para o jornal e em seguida para o livro que se transformaria em uma obra de referência. Ele estruturou “Os Sertões” em três partes: “A Terra”, “O Homem” e “A Luta”. Só entra no conflito depois dos dados geográficos e culturais da região. Ainda que o capítulo sobre a luta seja o mais lido e conhecido, a grande contribuição do escritor foi justamente a descrição detalhada que ele fez da terra e do sertanejo. Como escreveu na época do lançamento o jornalista José Veríssimo, “é o livro de um homem de ciência, um geólogo, um etnógrafo, um homem de pensamento, um filósofo, um sociólogo, um historiador, de sentimento, um poeta, um romancista, um artista, que sabe ver e descrever”. 1 559 00 10) O caminho parece difícil, quando revistas que apostam mais em reportagem, como a Brasileiros, por exemplo, reclamam que não recebem tantos anúncios quanto as semanais? Mas existe uma lógica de mercado. Os anunciantes escolhem veículos capazes de atingir o maior número possível de consumidores potenciais. Logo, as revistas que primam pela qualidade da informação, mas não logram sensibilizar o público leitor, precisam revisar suas estratégias produtivas. Jornalismo é a arte de informar corretamente, de acordo com as aspirações da audiência. Produzir matérias que a redação julga de boa qualidade, mas o público não se sente atraído implica em reconhecer um problema de comunicabilidade. A mensagem tem ruído, que precisa ser neutralizado. Lembro o caso da imprensa alternativa dos anos 60-70. No início, os nanicos não recebiam anúncios, porque tinham poucos leitores. Na medida em que suas tiragens aumentaram dado a escrever em “A Província de São Paulo”, que se tornaria depois “O Estado de S. Paulo” e mais tarde no “Estadão”. Formado em 1892 pela Escola Superior de Guerra, foi nomeado auxiliar de ensino teórico da Escola Militar do Rio. No ano seguinte escreveu um artigo com críticas ao governo de Floriano Peixoto, que foi vetado pelo jornal. Em 1897, já desligado do Exército, em companhia do jornalista Alfredo Silva acompanha como correspondente as tropas que combatiam Antonio Conselheiro e seus seguidores em Canudos. O arraial no interior baiano, que prosperou com a chegada de Conselheiro em 1893 e se firmou como um contestado, teve 15 mil habitantes. Foi arrasado por tropas federais, depois de três tentativas da polícia estadual. Os soldados tinham ordem de não fazer prisioneiros. Euclides, além do horror da guerra, anotou expressões populares e regio- ISSN 1981-5590 Trata-se de um problema ético, que precisa ser bem equacionado. O principal compromisso do jornalista é com a verdade. Não existe meia verdade. Ou ele trabalha com retidão, honestidade, seriedade ou perde a credibilidade profissional. Não conheço as motivações do repórter demitido. Mas se ele publicou informação falseada, tem que arcar com as consequências. A reportagem pode ter sido feita com a atriz, mas o jornalista não pode reapresentar e dizer que esteve ontem com a entrevistada quando na verdade a entrevistou há um ano. Dia 15 de agosto de 2009 marcará o centenário de morte trágica de Euclides da Cunha, jornalista e escritor de “Os Sertões”, assassinado por Dilermando de Assis, que tinha romance com Ana Solon, mulher de Euclides. O texto de “Os Sertões”, antes de se tornar um clássico, lançado em 1902, foi a primeira grande reportagem publicada em um jornal no País, no “O Estado de S. Paulo”, sobre a Guerra de Canudos, na Bahia. Ele foi como correspondente do jornal, em outubro de 1897, à quarta e derradeira expedição que massacrou mulheres, velhos e crianças em um dos maiores conflitos sociais do Brasil envolvendo as populações pobres pela posse da terra. Euclides, nascido em 1866, no Rio, matriculou-se na Escola Militar em 1886, no curso do Estado Maior e Engenharia Militar. Tinha entre os colegas Cândido Rondon. Em 1888, foi convi- 77198 9) Acompanhou o caso do Jornal da Tarde, que demitiu e expôs em suas páginas um repórter que afirmou ter feito matéria recente com Tônia Carrero, sendo que o texto estava há um ano na gaveta? Há 100 anos morria o grande repórter de “Os Sertões” 9 nar prejuízo à empresa. Não existe dicotomia entre talento e experiência. Existe diferença na folha de pagamento. Dispensar um jornalista experiente significa muitas vezes economia em curto prazo e prejuízo a perder de vista. Seguramente aquele profissional melhor remunerado por sua competência já foi talentoso quando jovem. A empresa gastou para formá-lo, aperfeiçoalo, e quando ele está no pico da produtividade é mandado embora. Dificilmente será substituído por um jovem talentoso, por mais criativo que seja. 7 UNIDADE FEVEREIRO/2009 POR RICARDO KOTS CHO Agosto | o documen tário sobre o Lira | a edição FERNANDO FIGUEIREDO E HÉLIO CAMPO MELLO S MELLO FOTO sem cortes J.R. DURAN de On the Road | a natureza de Araquém 8 Geral UNIDADE FEVEREIRO/2009 Conferência Nacional de Comunicação já tem data marcada O presidente Lula anunciou durante o 9º Fórum Social Mundial em Belém (PA) a realização da Conferência Nacional de Comunicação neste ano. Datas indicativas já foram anunciadas pelo governo e pela Comissão Pró-Conferência (formada por representantes das entidades e movimentos pela democratização da comunicação). A realização da Conferência Nacional está na pauta de reivindicações dos movimentos pela democratização da comunicação há mais de 20 anos. A Conferência Nacional poderá ser feita entre os dias 2 e 3 de dezembro, antecedida das conferências municipais a serem realizadas até junho e as estaduais também, até setembro. O governo também destinou recursos da União para a conferência e o Mi- nistério das Comunicações deverá formar um grupo de trabalho com representantes das empresas de comunicações e dos movimentos sociais para organizar a pauta e a estrutura da conferência. Mobilização da sociedade - Na plenária organizada pela comissão pró-conferência durante o Fórum Social, no campus da Universidade Federal do Pará, houve o entendimento de que mudanças democráticas no marco regulatório das comunicações, a ser construído nesta conferência, dependem da mobilização e da formulação de políticas públicas por parte dos próprios movimentos sociais. A previsão é que haverá muitos interesses divergentes nesta disputa. Há dois anos, os movimentos como o FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) aumentaram as ações para concretizar a Conferência com audiências e seminários pelo País. Um resultado foi a publicação da Resolução pró-Conferência, elaborada no Encontro Nacional sobre o tema realizado em dezembro do ano passado, em Brasília. Neste documento estão previstos um calendário para a realização das conferências municipais e estaduais que abasteceriam a pauta em instância nacional; o papel dos agentes envolvidos para a organização da Conferência – governo, sociedade e empresários e os temas a serem considerados no debate. De acordo com a resolução, a comunicação deve ser tratada na Conferência como Direito Humano, que garante a soberania, a liberdade de expressão, de gênero e de igualdade racial. Com informações da FENAJ - www.fenaj. org.br e FNDC - www.fndc.org.br Fórum Social tem seu próprio caminho de informação Cerca de 150 mil pessoas de todos os continentes se reuniram entre os dias 27 de janeiro e 01 de fevereiro, na cidade de Belém (PA), para participar do Fórum Social Mundial 2009, cujo tema deste ano foi a Amazônia. Perto de seis mil organizações promoveram mais de 2.300 atividades autogestionadas, que se somaram às 100 atividades culturais. Para a cobertura havia 4.500 jornalistas, profissionais de comunicação e de mídias livres, sendo que, somente de jornais, 800 vindos de 30 países. Mesmo assim, no mês em que a categoria comemora o Dia do Repórter, uma pergunta ficar no ar: apesar dos números expressivos, um acontecimento desse porte é praticamente ignorado pela grande imprensa brasileira. Ou, pior ainda, se limita a mostrar apenas o lado mais curioso e burlesco do evento, passando ao largo das muitas propostas de transformação. Durante o “Dia da Pan-Amazônia“, organizado pelo Fórum, os movimentos e os povos da região falaram ao mundo estreitando laços e criando novas alianças a partir de discussões em assembléias, plenárias, caravanas viárias e fluviais. Como informa a própria assessoria do Fórum, “é hora de o Brasil colocar no centro do debate as respostas à crise global - econômica, financeira, Por Paulo Martinho ambiental e alimentar –, com particular atenção à perspectiva dos povos indígenas”. Assim, o Conselho Internacional do FSM escolheu celebrar esta nona edição na cidade de Belém, no coração da selva Amazônica, região que se estende por nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. Para mostrar suas atividades, o Fórum usou meios de comunicação alternativos. A Ciranda foi um espaço de intercâmbio através do qual comunicadores puderam produzir, enviar e receber materiais e notícias sobre o evento (www. ciranda.net).A WSF-TV foi outro espaço aberto para se mostrar desenvolvidos no FSM e licenciados via Creative Commons: (www.wsftv.net). E o Fórum das Rádios mobilizou emissoras pelo endereço openfsm.net/projects/fsm2009radio/ summary. Organizações de todo o mundo também poderão participar do FSM 2009 a partir da sua própria cidade por meio de iniciativas descentralizadas e autogestionadas com conexões via internet, TV e rádio. De Bogotá a Kinshasa, de Malmo, na Suécia, à Palestina, de Paris a Faluja, mais de 100 atividades paralelas aconteceram nos dias do Fórum em dezenas de países. Muitos profissionais de veículos e organizações alternativas trabalharam com sacrifício e abnegação para dar voz a um bom punhado de pautas não abordadas pela grande imprensa. Um bom exemplo foi dado pela equipe do Núcleo Piratininga de Comunicação, do Rio de Janeiro, formada por jornalistas, professores, ativistas sindicais e de movimentos sociais, que organizam uma série de cursos gratuitos. Além da cobertura do Fórum, esses comunicadores promoveram debates bastante concorridos: criminalização dos pobres e dos movimentos sociais pela mídia brasileira e novos rumos para a imprensa sindical no País. Para a jornalista Cláudia Santiago, coordenadora do Núcleo Piratininga, que há 20 anos atua em diversos segmentos da comunicação sindical, é claro que as técnicas de reportagem são as mesmas em um grande jornal ou em uma modesta e combativa redação da chamada imprensa alternativa. Nas pequenas redações ela acredita que “existe mais tempo para se digerir as informações, ampliar as pesquisas sobre o tema abordado e preparar melhor as entrevistas, apesar de ainda carecer de recursos e de estrutura; muitas vezes há somente um jornalista ‘faz tudo’.” Programação de cursos para o mês de março Curso de Gestão de Crise – o papel do assessor de imprensa. Período: 16 a 20 de março de 2009, segunda à sexta, das 19h30 às 22h30. É destinado a jornalistas que atuam em assessoria de imprensa e estudantes. São 30 vagas e os cursos serão dados na Ação Educativa, Rua General Jardim, 660. O professor será Walmir de Medeiros Lima, jornalista formado pela Metodista, que trabalhou em diversos veículos cobrindo Variedades e Cultura. Valores: R$ 130,00 à vista para sindicalizados e pré-sindicalizados; R$ 220,00 à vista para os não sindicalizados. O curso é uma continuação do II Ciclo de Palestras Jornalismo, os rumos da profissão, com patrocínio do Portal Terra e parceria da Ação Educativa e Universidade Cidade de S. Paulo - Unicid. Mais informações no Depto. de Formação, tel. (11) 3217-6294/3217 6297, das 9h às 18h com Marlene ou Daniela, e-mail: [email protected]. Especialização – O Sindicato firmou convênio com a Escola de Comunicações e Artes da USP para o curso de especialização lato sensu “Gestão da Comunicação: Políticas, Educação e Cultura”. Será concedido desconto de 10% sobre a semestralidade, em um total de três semestres, para os sete jornalistas mais bem colocados dentro do grupo de selecionados. O curso é aberto a profissionais que tenham formação superior em qualquer campo, foi criado há 16 anos e é ministrado por professores com larga experiência em pós-graduação na USP. As inscrições se encerram no dia 27/2. Mais informações na secretaria, prédio Central da ECA, 2º andar - sala 209 - telefone (11) 3091-4341, e-mail: gestcom@ edu.usp.br ou no site www.eca. usp.br/gestcom. Confira mais convênios do Sindicato com estabelecimentos de ensino no www.sjsp.org.br Livros jornal i s t a Carlos Moraes lançou seu novo livro “Desculpem, sou novo aqui”, que conta a história de um ex-padre gaúcho, recém-saído de uma prisão política, e chegando a São Paulo para recomeçar sua vida do zero. O livro é uma continuação da obra anterior, “Agora Deus vai te pegar lá fora”, lançada também pela Record em 2004, livres memórias do tempo em que o autor ficou preso em uma cadeia da fronteira gaúcha. Mesmo escrito em primeira pessoa e seguindo de perto a vida do autor, Moraes avisa que “Desculpem, sou novo aqui” é uma obra de ficção. Para começar, ele diz, a própria redação da revista pela qual o personagem trabalha nada tem a ver com aquela da revista Realidade, da qual o autor fez parte em princípios da década de 70: “Ali dei a sorte de trabalhar com jornalistas do nível de José Hamilton Ribeiro e Audálio Dantas. Mas não há nem sombra deles na história. Ao escrever um livro desses, a gente apenas delimita o terreiro, mas não tem nenhum controle sobre os santos que nele vão baixar. Se controla, a coisa vira relatório, tese ou, pior, autobiografia.” Próximas da realidade ficaram apenas as duas primeiras matérias que fez na nova profissão e que refletem aquelas que são, até hoje, suas duas maiores devoções na vida, Jesus de Nazaré e Corinthians Paulista. Divulgação O Ambiente em redação de revista nos anos 70 é tema de ficção em livro O U T R O S L A N Ç A M E N T O S UNIDADE FEVEREIRO/2009 A 9 caba de ser lançado Falar é fácil, escrever também (Difusão Editora), de Olavo Avalone Filho ([email protected]). A narrativa tem como ponto de partida a escrita que se aprende no exercício do bom jornalismo e, em dez capítulos, focaliza temas como primeiros passos, construção, organização, edição, ética e direito autoral. F oi lançado no final de janeiro o livro Mais de um século de história, contado em capas do jornal Cruzeiro do Sul. O livro traz uma seleção de 105 capas digitalizadas do jornal e uma linha do tempo, cujo ponto de partida é a primeira edição, de 12 de junho de 1903. E stá previsto para este mês o lançamento de A Ilha Roubada, livro que Sandro Vaia escreveu sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. M artha San Juan e Sérgio Adeodato escreveram Reciclagem – Ontem, hoje, sempre, sobre a prática da reciclagem. A revista Horizonte Geográfico lançou, de autoria de Sérgio Túlio Caldas, Portos do Brasil: a história passa pelo mar. O s livros Vento da Manhã e Vendo a Vida, de poesias, e Avenida Central, de contos, de Wanderley Midei, começaram a ser vendidos a preços populares nas maquininhas instaladas nas estações do metrô paulistano. O s Irmãos Karamabloch - Ascensão e queda de um império, de Arnaldo Bloch, conta a história da família que criou, entre outras, a revista Manchete. 10 Moagem UNIDADE FEVEREIRO/2009 Foi intensa a movimentação nas redações e assessorias de comunicação nessas semanas que antecedem o carnaval. Em destaque nomes como Luis Nassif, Antonio Prado, Paulo Nogueira, João Caminoto, Wilson Gomes e Antenor Braido, entre outros. Boa leitura! JORNAL A ntonio Alberto Prado está de volta a São Paulo, vindo de Luanda, Angola, onde coordenou o lançamento do primeiro Jornal de Economia e Finanças do País. A driana Teixeira foi promovida a editora-executiva no Diário de S. Paulo. Ainda por lá, registro para as chegadas de Larissa Moraes, na Economia, e de Felipe Sansone, para São Paulo. D aniel Bergamasco regressou de Nova York e está na editoria de Cotidiano da Folha de S.Paulo. circular duas vezes por semana (às 3ªs. e 6ªs.feiras), com os mesmos 40 mil exemplares entregues de casa em casa nas sete cidades da região. O projeto contempla ainda os programas ABCD Maior no Ar (Rádio ABC AM 1570) e ABCD Maior na TV (na NGT e na TV+) e a versão online do impresso (www.abcdmaior.com. br). Para ingressar na nova fase, a redação, que é chefiada por Walter Venturini, ganhou o reforço da editora Valéria Cabrera. Completam a equipe a sub Illenia Negrin, o editor de Fotografia Luciano Vicioni, os repórteres Ana Haertel, Juliana Finardi, Júlio Gardesani, Liora Mindrisz, Marcelo de Paula e Vanessa Selicani, o repórter fotográfico Antonio Ledes e os estagiários Carol Scorce, Deise Cavignato e Paulo Silva Júnior. R No enata Rondino deixou o Diário do Comércio para se dedicar à sua própria empresa de jornalismo, a Scriptum. Cintia Esteves começou em Admi- repórter Maurício Oliveira foi promovido a editor de Núcleo no Lance. Diário do Comércio, Sonaira Sanpedro saiu de licença para estudar mandarim na China. nistração & Serviços da Gazeta Mercantil, no lugar de Amarilis Bertachini, que foi para a revista Líderes e é assessora de imprensa do World Trade Center. Fábio Suzuki deixou o Meio & Men- sagem após quatro anos de casa. A partir deste semestre, o programa de treinamento da Folha de S.Paulo terá suas atividades ampliadas para incluir ferramentas e linguagem multimídia. Alguns dos trainées da última turma, formada em dezembro, permaneceram na empresa. São eles: Matheus Magenta, Vanessa Corrêa e Leonardo Feder, na Folha Online; e Nancy Dutra, Chico Felitti, Tai Nalon, Sofia Fernandes, Catharina Nakashima e Desireê Antônio, na Folha de S.Paulo. O semanário ABCD Maior passa a O REVISTA P aulo Nogueira, já em Londres, é agora correspondente da Época na Inglaterra. Além de escrever para a revista, manterá um blog com informações gerais sobre a capital inglesa. N a Criativa, Katia del Bianco, vinda da Marie Claire, assumiu a Direção de Redação e Mariana Weber foi promovida a redatora-chefe. Ricardo Moreno deixou a revista para ser editor-chefe da Galileu. Entrou no lugar de Hélio Gomes, que saiu. Também despediu-se da Galileu a editora de Arte Lourdes Rodrigues A. Salerno, a Lu, na empresa havia 17 anos. Na Marie Claire, registro para as chega- das da repórter Maria Laura Neves e da editora Marina Caruso (vinda da sucursal Rio da Quem), para o lugar de Sandra Boccia, que foi para Pequenas Empresas Grandes Negócios, como editora-chefe. E dson Porto, vindo da BBC Brasil, em Londres, começou como editor-executivo da Época Negócios no lugar de Cynthia Rosenburg, que saiu. Também saíram Marcelo Coppolla e Gustavo Poloni, que foi ser editor-executivo dos canais Diversão e Vida do portal Terra; e foram contratados Sílvia Baliero e Marcos Todeschini. Sílvia vai inicialmente cuidar do site da revista, no lugar de Karla Spotorno, que saiu de licençamaternidade. O site Época Negócios, a propósito, ganhou reforços: Soraia Yoshida, Elisa Campos e Viviane Maia da Silva. J oão Caminoto assumiu a Editoria de Economia e Negócios da Época. Ainda por lá, registro para a saída do repórter Flavio Machado da editoria de Geral. I vone Santana e Ana Luíza Mahlmeister deixaram a Teletime, da Converge, que foi assumida por Samuel Possebon, até então responsável pelo noticiário online Teletime News e chefe da sucursal de Brasília da empresa. A driano Griecco é o novo editor da Car and Driver Brasil. M ariana Nadai foi efetivada no Guia do Estudante e Almanaque Abril, na vaga de Mariana Delfini, que foi para a Editora Cosac. J uan Esteves está coordenando O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro/2008, pela Editora Europa, que dará início a uma série anual, dentro da coleção Biblioteca Fotografe. Na revista Vegetarianos, Samira Menezes foi efetivada como repórter. A revista Jet Magazine, da RMC, deixou de circular pouco antes do Natal, após oito edições. Com a descontinuidade, deixaram a empresa Paulo D’Amaro e Sérgio Tauhata. E rnesto Zanon sucedeu Daniel Lima na Direção de Redação da Livre Mercado, publicação assumida pela consultoria especializada em recuperação tributária, Best Work do Brasil. Zanon acumulará a nova função com as de diretor de Redação do jornal Guarulhos Hoje, do portal de notícias GuarulhosWeb e do Jornal do Farol. TELEVISÃO M auro Tagliaferri, pela Record, e Pedro Bassan, pela Globo, estão agora como correspondentes em Lisboa das duas emissoras. Com a saída de Bassan de Pequim, a Globo decidiu inaugurar um novo endereço na Ásia, em Tóquio, para lá mandando Roberto Kovalick, por sua vez substituído em Nova York por Rodrigo Bocardi. O rodízio também leva Ari Peixoto a deixar Buenos Aires e assumir o posto em Israel, no lugar do Alberto Gaspar, que se reintegra à redação de SP; Carlos de Lannoy é o novo correspondente na Argentina. Paris não terá movimentação até junho, quando Sônia Bridi e Paulo Zero retornam ao Brasil. A emissora também vai abrir um posto na África do Sul, com vistas à Copa de 2010, vaga que será ocupada por Renato Ribeiro. L uis Nassif deixou a TV Cultura, onde atuava como comentarista. Seu contrato não foi renovado, segundo a emissora, por conta da reestruturação efetuada no Jornal da Cultura, cujo formato já não mais comporta a figura de comentaristas. Nassif divergiu publicamente das explicações, como demonstrou em seu blog (http://colunistas.ig.com.br/luisnassif). Comentarista e diretor do SporTv, UNIDADE FEVEREIRO/2009 João Carlos Assumpção deixou a Globo para se dedicar a um projeto literário, com direito a temporada de estudos na Europa. AGÊNCIA junho na Inglaterra em temporada de estudos e disponível para frilas. RÁDIO a Agência Leia, para uma recém-criada vaga de editor-assistente, chegou Fernando Bortolin ([email protected]). uliano Dantas está de volta à Comunicação da Alcatel-Lucent, após temporada de estudos no Canadá. Na CBN, com a saída de Daniel Piza, Victor Birner passou a ser o primeiro comentarista do futebol da emissora e Paulo Passos, o segundo. Ainda no time de esportes, Raphael Prates veio para a vaga de Carlos Alberto Cereto. Outra novidade foi a transferência de Osvaldo Stella para Brasília, para ser comentarista do CBN Total, ali tratando de ciência e meio ambiente. No CBN São Paulo, Cid Torquato está de volta com um boletim semanal tratando de acessibilidade urbana e conscientização dos direitos dos deficientes. Wellington Ramalhoso, do Repórter CBN, saiu e foi morar em São Carlos, abrindo caminho para a chegada de Plínio Teodoro na sua vaga. Diego Veja, que era trainée, passou a produtor do CBN Total e foi substituído pela estagiária Fernanda Campagnucci. N o esporte da Rádio Globo, o narrador Reinaldo Moreira foi substituído por Gustavo Villani, que voltou recentemente de uma temporada de estudos na Espanha. INTERIOR N a Rede Bom Dia, que já contava com diários em Bauru, Jundiaí, Rio Preto e Sorocaba, e dominicais em Itapetininga e Itu/Salto, integrou à rede Fernandópolis. O jornal, que era semanário e virou diário, continua a pertencer ao Sistema Mega de Comunicação, mas além de adotar o nome Bom Dia, usará todo o noticiário geral da CEC – Central de Edição Compartilhada da rede, ficando responsável pela produção do noticiário local. A equipe de Fernandópolis, que trabalhou na mudança sob a supervisão de Edimilson Zanetti, de Rio Preto, é dirigida por Valdecir Cremon, e com ele estão Elissandra Hurtado, Marco Antonio e Valter Duarte, além dos estagiários Bruna Bassan, Célia Souza, Darien Santana e Poliane Matos. A tiragem média do jornal é de 23 mil exemplares. D eixaram de circular os jornais Cidade de Itapira, que tinha 101 anos de vida, e O Impacto, de Mogi Mirim, que encerrou suas atividades após 27 anos de mercado. Itapira viu seu prejuízo ser reduzido com o lançamento do semanário A Cidade, que passou N a fazer companhia aos outros dois jornais da cidade: Tribuna de Itapira e A Gazeta Itapirense, que agora também conta com um site, o www.gazetaitapirense.com.br. Ângela Pepe deixou A Cidade, de Ribeirão Preto, e foi morar na França. Na mesma cidade, Luiza Pellicani deixou a Texto e Cia e está à disposição para frilas. A Regional de São José do Rio Preto do nosso Sindicato está em novo endereço: rua Major Joaquim Borges de Carvalho, 497, no bairro Vila Angélica, no mesmo prédio da CUT. ASSESSORIAS José Roberto Mello, ex-diretor de nosso Sindicato, deixou a Chefia da Comunicação do Ministério do Turismo e assumiu a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Mauá. Denise Pragana saiu da TV Cultura, onde coordenava a Comunicação Corporativa, e começou como gerente de Comunicação da Divisão de Engenharia e Construção da Camargo Corrêa. Edmar Luz de Almeida é o novo se- cretário de Comunicação de São Bernardo do Campo. Raimundo Silva assumiu como diretor de Comunicação. A ntenor Braido assumiu a assessoria de imprensa do deputado estadual Barros Munhoz, líder do governo Serra na Assembleia Legislativa de São Paulo. C ristina Iglecio é a nova presidente da The Jeffrey Group Brasil. Sucede, no cargo, a Ediana Balleroni, que passou a atuar como consultora regional da organização. J T hiago Dunley assumiu a Assessoria de Imprensa do Shopping Metrô Itaquera. L uana Ribeiro, que respondeu durante nove meses pelo núcleo de Turismo da A4, deixou a agência. D aniela Serres é a nova supervisora de Comunicação Corporativa da LG do Brasil. R egina Rebello assumiu a Gerência de Comunicação Corporativa da União da Indústria de Cana de Açúcar e responderá pelo atendimento à imprensa nacional e produção editorial para o site da entidade. E liel Cardoso despediu-se da Secretaria de Gestão da Prefeitura de São Paulo, onde vinha atuando como contratado da S.A. Comunicação. L uciana Marin deixou a Voice, onde estava havia nove meses. S olange Gonçalves sucedeu Suze Smaniotto como diretora de Contas da Accesso. Suze deixou a agência. C arolina Stanisci deixou a assessoria de comunicação do Movimento do Ministério Público Democrático. PESSOAIS J oão Rodarte, presidente da CDN, passou a integrar o Conselho Curador da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado). W Luciane Crippa foi contratada pela Andreoli/MS&L para atender a conta do Sebrae SP. ilson Gomes, que curte no interior paulista a sua aposentadoria, mudou de residência: av. dos Pioneiros, 360, casa 39, Condomínio dos Jacarandás, no Parque Villa Flores, em Sumaré (13175-668), telefones 19-3873-3395 / 7807-1430. Ximena Morales Leiva permanecerá até Luthero Maynard e Laurentino Gomes 11 tomaram posse como membros do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. TELEGRÁFICAS E stá no ar o portal Living Alone (www. livingalone.com.br), versão web da revista homônima da Custom Editora, de André Cheron e Fernando Paiva. O editor-chefe é Daniel Japiassu. C omeçou a circular em São Paulo o semanário gratuito MotoVrum, da L.C. Comunicação, focado no segmento de motos. A tiragem é de 20 mil exemplares. Hugo Lacerda é o diretor. T rês amigos jornalistas de São Paulo juntaram-se para criar o blog Desilusões Perdidas (http://desilusoesperdidas.blogspot.com), que aborda, com bom humor, os prazeres e as dificuldades da profissão, ilusões e desilusões, sonhos e realidade, além das angústias do homem moderno. A identidade deles é segredo, mas não a de seus personagens, que são Duda Rangel e Ortiz Madureira. A Segmento Comunicação Corporativa, dirigida por Carlos Battesti (battesti@ segmentocomunicacao.com.br), transferiu suas instalações para a rua Bráulio Gomes, 25, Edifício Vicentina, 2º, conj. 207 (01047-020). Com isso, mudaram também os telefones: 11-3256-0453 e 3129-4232. REGISTRO F aleceu em 3/1, de parada cardíaca, em Avaré, aos 78 anos, Fausto Augusto Battistete, o Fausto Canova, que se notabilizou por seus conhecimentos de música e por ter apresentado o famoso Show da Manhã na Jovem Pan, na década de 1970. Nascido em Marília, trabalhou também nas rádios Excelsior, Bandeirantes e Cultura, entre outras. Era viúvo e não tinha filhos. J osé Vieira Rebello, 78 anos, morreu em dezembro. Foi diretor do Sindicato de 1972 a 1975. Deixa esposa e quatro filhos. D ia 27/1 faleceu Edson Luis dos Santos, o Magrão, de 56 anos, vítima de câncer. Magrão trabalhou no Esporte do Estadão, pelo qual cobriu as Copas de 1982, 1986 e 1990, e foi editor assistente do Diário de São Paulo de 1999 a 2004. 12 UNIDADE FEVEREIRO/2009 C Imagem Toques de fino traço arlinhos Müller (aliás, José Carlos Santos, o Müller foi adotado de uma avó), cartunista do Estadão desde 1989, está andando nas alturas. Torcedor do Corinthians, foi chamado para fazer um pôster de 6 metros com caricatura de Ronaldo Fenômeno, que serviu para ilustrar a chegada do atacante ao Parque São Jorge. O desenho correu o mundo, a fama de Ronaldo extrapola o País e o continente. Essa história toda começou quando fez as gravuras do livro de Sergio Grois- mann, ‘Meu pequeno corintiano’, uma série da Editora Belas Letras, que tem ainda Flamengo, Grêmio, entre outros, e caiu no gosto da diretoria corintiana. Daí para o desenho do Fenômeno foi só um pequeno toque de bola. O traço de Carlinhos já havia atravessado o oceano antes, levado na passagem dos Rolling Stones por São Paulo, em 1998, depois das apresentações do show ‘Bridge to Babylon’ no Ibirapuera. Ele fez uma ilustração do grupo para o Caderno 2, o original foi enviado a uma feira organizada pelo cartunista Jal e caiu nas mãos do artista plástico Ivald Granato, que a apresentou ao guitarrista Ron Wood, dos Stones. Rendeu a Carlinhos, que toca sax nas horas vagas, um convite VIP para aquele show. O cara bate mesmo um bolão: venceu o Salão de Humor de Piracicaba quatro vezes, foi premiado pela Sociedade Interamericana de Prensa (2001), ganhou medalha na Turquia, na Argentina, sem contar outros tantos prêmios internos no próprio Estadão.