Patrono do Tradicionalismo João Cezimbra Jacques Nascido em 13

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Patrono do Tradicionalismo João Cezimbra Jacques Nascido em 13
Patrono do Tradicionalismo
João Cezimbra Jacques
Nascido em 13 de novembro de 1849 em Santa Maria – RS
Faleceu em 28 de julho de 1922 no Rio de Janeiro
INFLUENCIA DO PARTENON LITERÁRIO
Ao referirmos que século e meio ainda não se passaram após a formação oficial do Rio
Grande do Sul, é porque pelos idos de 1968, em plena Guerra do Paraguai, uma plêiade de
intelectuais gaúchos, integrantes do recém fundado Partenon Literário, fez-se porta-voz
desse telurismo, proclamando aos quatro ventos, através da sua revista, dos seus livros,
das suas conferência e em artigos de jornais, as festas e fatos desta terra tão nova e tão
sofrida, mostrando a necessidade de não se deixar morrer essa chama sentimental.
Desfraldada a bandeira nativista, até então conservada carinhosamente em estado latente,
o regionalismo começou a tomar formas, a adquirir personalidade e agigantar-se. A
pregação partenoense teve o mérito de despertar as consciências, mobilizando a imagem,
a potencialidade incubada da gente gaúcha.
Através do seu trabalho de divulgação, estímulo e realizações, conseguiram esses
integrantes do partenon Literário, Apolinário Porto Alegre, à frente, formar e firmar, fora
dos seus quadros, uma conscientização coletiva que culminaria, cerca de duas décadas
depois, na criação dos primeiros centros nativistas do Rio Grande do Sul.
Autores das primeiras obras versando assuntos regionais, quer na prosa e na poesia, quer
no teatro Caldre Fião, que já publicara A DIVINA PASTORA e O CORSÁRIO, antes do
advento do sodalício, foi um dos luminares do Partenon, avivaram no fogão sentimental
dos seus contemporâneos a chama da tradição.
CONSCIENTIZAÇÃO
Seu trabalho, que consideramos precursor e fator das origens mediatas do tradicionalismo,
veio alimentar, sem dúvida, o espírito nativista do gaúcho que por várias razões
abandonara o campo e se instalara nos maiores centros, desenvolvendo atividades outras
diferenciadas das que exercia na campanha e vivendo em seu novo ambiente, usos e
costumes diversos daqueles que orientaram suas existências até então.
Esta conscientização do homem citadino, estimulou, sem dúvida, aqueles que no campo
permaneciam e que, de certa forma, ainda mantinham, no seu dia-a-dia, os usos e
costumes dos seus avoengos.
Era o gaúcho na verdadeira acepção do termo se reencontrando. Era a semente ainda em
germinação, buscando transformar-se em frondosa árvore. As saudades do seu pingo-deandar, das conversas ao pé-do-fogo enquanto a cuia de chimarrão passava de mão-emmão, a nostalgia daquela vida ao ar livre, onde para se vencer, era necessário ser um
homem. Tudo isto, somado e recordado com emoção nas palestras com seus pares
prevalecendo o mesmo ideal: - Sentir. Foi então, amalgamando a consciência da formação
de entidades, onde periodicamente, em mutirão sentimental, prazerosa emoção, aqueles
momentos que deixara para traz e que foram os formadores principais do seu espírito e do
seu caráter. Daí, dizem as crônicas, o entusiasmo foi tão grande que grangeou simpatias e
adeptos até de muitos citadinos sem raízes campeiras e que só conheciam as coisas do
campo por ouvir dizer.
TRADIÇÃO E TRADICIONALISMO
Todos esse acontecimentos objetivos e subjetivos, culminaram com a conscientização do
gaúcho do poder transcendental da palavra tradição, cujo significativo para ele, era mais
vivido do que nostálgico, pois fazia parte integrante do seu ego.
Tradição significa: ato de transmitir ou entregar, transmissão oral de lendas, fatos etc., de
idade em idade, transmissão de valores espirituais de geração em geração, conhecimento
ou prática proveniente da transmissão oral ou de hábitos inveterados, recordação e
memória.
Para o gaúcho esse verbete tem ainda uma significação toda especial: tradição é culto, ou
porque não dizer, religião. Desconhece ou não faz questão de conhecer somente a
significação ortodoxa da palavra, acrescentando-lhe algo mais transcendental. Para o
gaúcho, tudo de bom que lhe venha do passado e que não conflite com o progresso, deve
ser preservado, vivido e cultuado, senão em sua pureza e integridade original, pelo menos
na revivência sentimental e afetiva.
Tradição não é simplesmente um tema sentimental arcaísmo estranho, de perfeição social.
Tradição não é fidelidade aos desvalores e às taras de um passado que, dada a
contingência humana, possui como possui o presente e possuirá o futuro, males, erros,
imperfeições e injustiças sociais. O que se deve amar e servir na tradição é o seu conteúdo
de valores positivos comprovados por experiências históricas seculares. É a esses valores
que devemos dar fidelidade, não por serem passados, mas por serem eternos. O presente
e o futuro valerão na medida em que os encarnarmos no interior de novas circunstância
históricas, traduzindo-os em ordenamentos sociais, mais justos e perfeitos.
A compreensão coletiva de toda esta gama de considerações cristalizou-se na alma
gaúcha, sublinhando a tradição em tradicionalismo, que para o gaúcho é uma filosofia de
vida, um modo de ser, de sentir, de pensar e de agir. Filosofia quer se transformou num
manancial de solidariedade humana, unindo corações e caracteres, proporcionando a
conscientização de nacionalismo pronto a despertar e agir no momento em que os
interesses nacionais venham a exigir o seu pronunciamento no abalizado dizer de Olinto
San Martin e já tantas vezes posto à prova e comprovado.
OS PIONEIROS
Como vimos, em fins do século passado, a idéia de mobilização e de união das
potencialidades do sentimento nativista gaúcho, começou a criar corpo e a tomar formas.
Na capital gaúcha, um pugilo de homens liderados pelo Major do Exército Nacional, João
Cezimbra Jaques, após reuniões preparatórias, cria uma agremiação congregando homens
impregnados de forte sentimento nativista.
Do perseverante trabalho realizado das reuniões preparatórias e, sobre tudo, da
convergência e comunhão de sentimentos, resultou a criação do Grêmio Gaúcho de Porto
Alegre, em 22 de maio de 1898. Nasceu então a primeira entidade inteiramente voltada às
tradições riograndenses. O primordial propósito a que se destinava, era despertar na
metrópole sulina, esse sentimento que se faz tão dignificante ao homem da raia
meridional.
É importante que saiba, meu caro leitor, que esta entidade – Grêmio Gaúcho de Porto
Alegre – se caracterizava em preservar os valores artísticos, folclóricos e culturais. Até
então, a parte campeira não se posicionava dentre esses parâmetros pela não
mentalização da importância representativa, esportiva e como parte integrante da
consistência tradição e tradicionalismo.
CTG CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS
No decorrer do ano de 1948, uma plêiade de jovens estudantes universitários, maioria do
Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em sua quase totalidade oriundos do interior do
Estado, se voltavam unidos para criação de um entidade que se caracterizasse por
preservar e difundir os costumes tradicionais em toda sua amplitude.
Este movimento originou-se da necessidade segundo eles, de um lazer capaz de diverti-los
como habitualmente faziam em suas querências. Na ocasião, esses moços dinamizaram de
tal modo a mobilização, que passou alvo das atenções: governo, imprensa, intelectuais e
povo em geral, atentaram para seus ideais que a principio parecia um tanto romanesca e
anacrônica, mas que se encontrava respaldada pelo acentuado sentimento cívico-patriotico
dos gaúchos, portanto, perfeitamente válida. Nasceu ali, o primeiro centro de tradições
gaúchas – “35 CTG”, fundado em 24 de abril de 1948.
O Editor
Bernardino Roberto de Carvalho
(Bernardo)
ATGESC
ASSOCIAÇÃO TRADICIONALISTA GAÚCHA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Esta entidade foi transformada do antigo Movimento Tradicionalista catarinense – MTC –
fundado em 18 de maio de 1973, afim de melhor abranger a sua finalidade.
Sob a denominação de Associação Tradicionalista Gaúcha do Estado de Santa Catarina –
ATEGESC -, já declarada de Utilidade Pública pela Assembléia Legislativa e Lei nº 6.411 de
17 de setembro de 1989 do Excelentíssimo Senhor Governador do estado e tem seguintes
finalidades:
1. Reunir e coordenar todas as entidades, pessoas físicas ou jurídicas, que cultuam,
se interessam ou de alguma forma direta ou indiretamente, promovem a
TRADIÇÃO GAÚCHA, em qualquer de seus aspectos, no estado de Santa Catarina,
sem credo político-partidário, religioso ou ideológico de qualquer espécie.
O termo gaúcho e respectivas variações, tal como é aqui entendido, não significa apenas
o natural do Rio Grande do Sul, mas sim o homem do campo, o estancioneiro ou o
vaqueiro, o equivalente do “Country Squire” ou do Cow Boy” das regiões meridionais da
América do Sul, tornando-se como Pátria do Gaúcho e origem de sua tradição a terra, que
começa nos pampas da Argentina e se estende pelo Uruguai e pelo Rio Grande do Sul, até
a fronteira simbólica do Rio Marombas, bastião norte da eterna Republica Farroupilha.
2. Incrementar por todos os meios de que disponha o amor pela tradição de Santa
Catarina, em todos os seus aspectos, elevando a figura do gaúcho catarinense,
como o símbolo das virtudes, hábitos e idiossincrasias, que melhor contribuem para
a preservação e desenvolvimento dos mais acendrados e dignos ideais da cultura
histórica e ecológica.
Ao cultuar a figura do gaúcho, a ATGESC não esquecerá que Anita Ribeiro Garibaldi,
nasceu em território catarinense, e conseqüentemente, colocará sempre a Mulher em
termos de igualdade com o Homem, tal como justifica a vida e atos heróicos daquela, que
representa tudo o que há de mais elevado no gauchismo.
3. Promover a cultura do campo catarinense, dissociando o gaúcho das exibições
carnavalescas dos pseudo tradicionalistas, que promovem com objetivo meramente
comerciais destituídos de sentido ético ou cultural, incentivando a fraternidade
entre todos os verdadeiros tradicionalistas.
4. Incentivar os esportes, as ciências, as artes e a literatura ligados ao campo,
apoiando competições esportivas, promovendo estudos e simpósios sobre a vida
rural, convidando expoentes da cultura campeira, para realizar conferencias, cursos
ou palestras.
5. Incentivar e auxiliar a cultura artística e folclórica que é composta pelas invernadas
artísticas e grupos folclóricos dos CTGs filiados à Associação Tradicionalista Gaúcha
do estado de Santa Catarina.
6. Manter contato com os poderes públicos, no sentido de que a vida rural seja objeto
de atenção cada vez maior por parte das autoridades pleiteando para as
promoções da ATGESC a concessão de verbas e favores pertinentes.
O antigo Movimento Tradicionalista Catarinense - MTC – agora Associação Tradicionalista
Gaúcha do Estado de Santa Catarina – ATGESC – foi fundado por um grupo de
tradicionalistas, entre eles o Dr. Afonso Alberto Ribeiro Neto (Al Neto), Desembargador
Vilson Vidal Antunes, pelo atual Presidente Sebastião Nunes de Oliveira, e tantas outras
pessoas ligadas ao tradicionalismo de Santa Catarina.
HISTÓRICO DO MTG-SC
- O MTC (Movimento Tradicionalista Catarinense), foi fundado em 18/05/1973, com
Estatutos publicados à página 22 do Diário Oficial do Estado de Santa Catarina, n° 9872,
de 07/11/1973, declarado de utilidade pública pela Lei Estadual n° 5941 de 17/09/1981,
hoje encontra-se sediado na cidade de Lages, junto ao Parque de Exposições Conta
Dinheiro. Em seguida passou a denominar-se ATGESC (Associação Tradicionalista Gaúcha
do Estado de Santa Catarina).
- O MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho), foi fundado em 29/07/1985, devidamente
registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Joaquim/SC, Livro A - Folhas 145 a
147, sob n° 097 e data de 10/09/1985, sediado no Parque de Exposições da cidade de São
Joaquim.
- Reunidas em Assembléia Geral conjunta, na cidade de Otacílio Costa, previamente
convocada nos termos dos respectivos Estatutos Sociais, RESOLVEM, tendo em vista a
Identidade de seus objetivos, fundir-se em uma só Entidade Tradicionalista, coordenadora
das atividades das Entidades filiadas, e que sucederá as que se fundem em todos os seus
direitos e obrigações, passando a reger-se pelos presentes Estatutos Sociais.
- Sob a denominação de Movimento Tradicionalista Gaúcho do Estado de Santa Catarina,
com a sigla de MTG-SC, fica constituída uma sociedade civil, sem fins lucrativos e de
duração indeterminada, que se regerá pelos presentes ESTATUTOS SOCIAIS e pela
Legislação Pertinente.
- A Sociedade ora constituída resulta da fusão das Entidades MTC (Movimento
Tradicionalista Catarinense), e MTG (Movimento Tradicionalista Gaúcho), já identificadas
no preâmbulo e lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
- A critério da Diretoria, a sociedade poderá manter escritórios ou filiais em qualquer parte
do território catarinense.
- O MTG-SC, tem por objetivo congregar os Centros de Tradições Gaúchas, entidades afins,
pessoas jurídicas ou físicas e preservar o núcleo de formação e filosofia do Movimento
Tradicionalista.
- Compete, ainda ao MTG-SC, preservar as expressões Movimento Tradicionalista Gaúcho,
Centro de Tradições Gaúchas, Movimento Tradicionalista Catarinense, Associação
Tradicionalista Gaúcha do Estado de Santa Catarina, bem como as siglas MTG, CTG, MTC,
ATGESC, evitando o uso inadequado das mesmas e sua utilização na denominação de
entidades não identificadas com o objetivo do MTG-SC, perante a Tradição Gaúcha do
Estado de Santa Catarina.
- O Termo Gaúcho e respectivas variações, tal como, é aqui entendido, não significa
apenas o natural do Rio Grande do Sul, mas sim o homem do campo das Regiões
meridionais da América do Sul, tomando-se por Pátria do gaúcho e origem de sua Tradição
à terra, que começa nos pampas da Argentina, se estendendo no Uruguai e pelos Estados
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O telurismo resultante, já não se restringe a essas
regiões limítrofes, tendendo a espraiar-se por todos os rincões da Terra Brasileira.
- Incluem-se expressamente em objetivos sociais do MTG-SC, o incentivo aos esportes, as
promoções culturais, o amparo às ciências, à literatura ligada ao campo, e tudo o mais que
possa incrementar o amor à tradição gauchesca de Santa Catarina, sem distinção de credor
políticos, partidários ou religiosos, inadmitida qualquer discriminação em razão de cor ou
raça.
- O MTG-SC, terá foro e sede na Cidade e Comarca de Lages/SC, em endereço à Avenida
Luiz de Camões - Parque de Exposições Conta Dinheiro.
- Os Investimentos do MTG-SC, só podem ser efetuados no território do Estado de Santa
Catarina, visando seus objetivos sociais.
- O MTG-SC atualmente encontra-se subdivido em 17 (dezessete) Regiões Tradicionalistas,
cada uma sob o comando de seus Coordenadores Regionais Campeiros e Artísticos.
- A Estrutura Administrativa do MTG-SC é composta pelos seguintes órgãos: Diretoria
Executiva, Conselho Deliberativo, Coordenadorias Artísticas e Campeiras e Departamentos.
- O MTG-SC foi declarado de Utilidade Pública pela Lei Estadual n° 7942, de 09/05/90.
- O MTG-SC está inscrito no Cadastro Geral do Contribuinte - CNPJ, sob n°
75.439.125/0001-11.
- O Endereço atual da Entidade é Avenida Luiz de Camões, SN - Parque de Exposições
Conta Dinheiro, Caixa Postal 224, CEP 88520-000 - LAGES/SC. Fone/Fax 049 225-3671 E
225-1323
- A Entidade conta atualmente com 579 CTGs, 2.333 Piquetes de Laçadores e 45.540
sócios
- O Presidente atual é o senhor Orides Luiz Pompeo, residente em Coronel Freitas.

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