reposição de andrógenos - Hormônios Bioidênticos
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reposição de andrógenos - Hormônios Bioidênticos
REPOSIÇÃO DE ANDRÓGENOS Reginalda Russo Aguiar É cada vez maior o interesse da classe médica em diagnosticar e tratar deficiências hormonais, tanto em homens quanto em mulheres. O aumento da expectativa de vida e a busca da longevidade com qualidade de vida justificam esta preocupação. Enquanto nas mulheres, o climatério se manifesta em todas as mulheres mais cedo ou mais tarde devido ao processo fisiológico de queda abrupta e quase completa dos níveis hormonais, nos homens, o declínio androgênico atinge apenas um percentual dos homens e a queda da testosterona circulante é lenta e parcial. A sintomatologia do climatério e menopausa é muito nítida e bem estabelecida tanto clinicamente quanto em resultados laboratoriais, não deixando dúvidas quanto ao seu diagnóstico, já nos homens as queixas e os sinais são muito mais sutis, tornando o tema bem mais controverso. Questiona-se desde a real existência do quadro de declínio metabólico, que pode ser confundido com o processo natural de envelhecimento celular até a necessidade concreta da reposição de andrógenos. Controvérsias à parte, o fato é que apesar de existirem evidências científicas tanto a favor quanto contra, a experiência e observação clínica tem mostrado o quanto a reposição de andrógenos tem trazido benefícios em qualidade de vida tanto para mulheres quanto homens. Não se trata da suplementação em níveis acima dos fisiológicos, mas sim uma modulação natural controlada e estudada caso a caso. MODULAÇÂO ANDROGÊNICA EM HOMENS As alterações endócrinas e bioquímicas que ocorrem em homens entre 50 e 60 anos resultam em: • Diminuição da testosterona circulante, com a maior parte ligada a SHBG. • Aumento de estrógenos plasmáticos, resultando no desequilíbrio andrógeno/estrógeno. Uma das soluções para resolver a questão do excesso de estrógenos é bloquear conversão de andrógenos em estrógenos, através da inibição da aromatase. Essa é uma estratégia para prevenção e tratamento de doenças estrógeno-dependentes como o câncer de mama e de próstata, ginecomastia, HPB. OS BENEFÍCIOS: • Disfunção eréctil: embora a DE tenha outras causas fisiológicas e psicológicas, a deficiência androgênica é a principal delas. • Efeito benéfico no perfil lipídico, • Melhora na densidade mineral óssea • Aumento da massa e força muscular • Melhora na performance cognitiva e intelectual, na depressão e no humor. • Redução dos fatores de risco cardíaco • Contenção do acúmulo de gordura visceral. OS RISCOS • Uma das maiores preocupações da reposição de testosterona é o risco de causar ou promover câncer de próstata, mas este risco é controverso. A aromatização de andrógenos em estrógenos na próstata e a presença local de estrógenos podem ser os fatores de risco na etiologia da HPB e do câncer, com efeitos no crescimento e diferenciação celular . • Elevados riscos estão envolvidos com uso indiscriminado e desnecessário, além de ilícito, no caso de atletas e freqüentadores de academias em função do efeito anabolizante com aumento de massa muscular, provocando sérios danos, principalmente hepáticos. • Alguns riscos estão envolvidos com a forma de administração. REPOSIÇÃO ANDROGÊNICA EM MULHERES A Testosterona, o principal andrógeno nas mulheres é produzido principalmente pelo estroma ovariano. Sua produção é consideravelmente reduzida após a menopausa fisiológica e praticamente inexistente após a retirada cirúrgica dos ovários. Componente importante na sexualidade feminina, está associada à sensação de bem-estar e a redução de ansiedade e depressão, ação de relevante importância durante o climatério. AÇÃO BENÉFICA A reposição de testosterona vem sendo largamente investigada como adjunto a terapia de reposição de estrógenos, em mulheres sintomáticas em relação a deficiência androgênica e com reduzidos níveis plasmáticos, a fim de aliviar sintomas físicos e psicológicos. AÇÃO INDESEJÁVEL A dose e a via de administração exercem influência no risco de efeitos indesejáveis, as doses usadas são reduzidas para evitar níveis acima dos fisiológicos e possibilidade de virilização.. Os compostos sintéticos não bioidênticos (metiltestosterona, propionato de testosterona) apresentam maior risco de induzir conseqüências hepáticas. AS FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO: - Injeções intramusculares: Forma muito utilizada no Brasil em função dos bons resultados e baixo custo. São utilizados ésteres de testosterona: enantato, cipionato e propionato ou undecanoato. Porem, a grande ressalva é que não se tratam de hormônio bioidênticos, como se pretende. A absorção por esta via, evidentemente, é totalmente satisfatória, porém, os problemas são a baixa adesão em função das doloridas injeções e a forma não natural de reposição, que não reproduz ciclos fisiológicos de metabolismo hormonal, determinando níveis ora supra ora infrafisiológicos no decorrer das etapas de tratamento. - Via oral: Existem formas de testosterona para administração por via oral, metiltestosterona, porém desencadeia a elevada toxicidade hepática. - A aplicação transdérmica em adesivos Disponíveis no mercado internacional, o maior inconveniente é a irritação provocada na pele, especialmente em paises tropicais de temperaturas mais elevadas. - A modulação hormonal com testosterona bioidêntica: O hormônio mais apropriado para reposição de andrógenos é a TESTOSTERONA obtida a partir do colesterol ou DHEA e cuja molécula é quimicamente idêntica a fisiológica produzida nos testículos ou ovários humanos, e por isso é assim chamada, disponível em farmácias magistrais. As vias mais adequadas para administração deste hormônio são: SUBLINGUAL: - Eleva a testosterona e DHT séricas de forma eficiente, atingindo e mantendo níveis fisiológicos, esta via é muito bem tolerada pelos pacientes. - Por essa via, o tempo de vida media é mais curto. PELA PELE - Produz elevação plasmática gradativa e prolongada, com manutenção de níveis fisiológicos. - Restaura e mantêm constantes os níveis de testosterona durante todo o período, apresentando um perfil farmacocinético semelhante ao fisiológico. - Evita metabolização hepática (melhor biodisponibilidade e baixa toxicidade hepática). LOCAL - Ação local importante na estimulação sexual e libido. - Produz rápida elevação plasmática, pois não deposita em tecido adiposo como ocorre pela pele. DOSES A dose deve ser controlada e individualizada caso a caso para apresentar os efeitos benéficos sem manifestar sinais indesejáveis, inclusive virilização em mulheres. Obs.: - As referências bibliográficas citadas neste trabalho encontram-se à disposição, caso seja necessário.
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