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TEMPUS
TEMPUS
Actas de Saúde Coletiva
Ano IX - Número 1 - Suplemento
Resumos do 1º Simpósio Internacional de Práticas
Integrativas e Complementares Baseadas em
Evidências.
Proceedings of 1º International Symposium on
Evidences Based Integrative and Complementary
Practices
Resumenes del 1º Simposio Internacional de
Practicas Integrativas y Complementarias Basadas en
Evidencias
TEMPUS
TEMPUS
Actas de Saúde Coletiva
Ano IV - Número 03
Ano IX - Número 1- Suplemento
Resumos do 1º Simpósio Internacional de Práticas
Integrativas e Complementares Baseadas em
Evidências.
Proceedings of 1º International Symposium on
Evidences Based Integrative and Complementary
Practices.
Resumenes del 1º Simposio Internacional de
Practicas Integrativas y Complementarias Basadas en
Evidencias.
Ano IX - Número 1 - Suplemento
Resumos do 1º Simpósio Internacional de Práticas Integrativas e Complementares
Baseadas em Evidências.
Proceedings of 1º International Symposium on Evidences Based Integrative and Complementary
Practices
Resumenes del 1º Simposio Internacional de Practicas Integrativas y Complementarias Basadas
en Evidencias
Brasilia, Março, 11-13, 2015
Organização: Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, FS/UnB
Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil
Organização: Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Brasil
Apoio: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, PPGCF/UnB. NESP/UnB; Laboratório de Produtos
Naturais, LaProNat/UnB; Laboratório de Controle da Qualidade, LCQ/UnB
Patrocinadores: Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da
Saúde, Edital de Apoio a Eventos 2014 DECIT/OPAS; Zodiac Produtos Farmacêuticos; Laboratório SABIN; Conselho Federal de Farmácia – CFF; Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal - CRF-DF; Conselho Regional
de Farmácia de Goiás – CRF-GO; Prótons Científica Materiais e Equipamentos para Laboratório; Lobov Científica;
QMeD produtos científicos Ltda
Objetivos:
Estimular a troca de experiências entre profissionais da saúde brasileiros e estrangeiros, divulgando experiências
exitosas de implementação de práticas integrativas e complementares no SUS. Fornecer a estudantes da área da Saúde
os primeiros contatos com as políticas públicas relacionadas às práticas integrativas e complementares-, estimulando
o contato entre profissionais, estudantes e cientistas que atuem na área relacionada ao tema.
COORDENAÇÃO
Profa. Dra. Dâmaris Silveira
Profa. Dra. Yris Maria Fonseca
COMISSÃO ORGANIZADORA
Profa. Dra. Dâmaris Silveira
Profa. Dra. Yris Maria Fonseca
Profa Dra Pérola de Oliveira Magalhães
Profa Dra Maria de Fátima Borin
Prof Dr Oviromar Flores
COMISSÃO CIENTÍFICA
Profa. Dra. Pérola de Oliveira Magalhães (UnB)
(Presidente)
Profa. Dra. Ana Valeria Mendonça (UnB)
Profa. Dra. Claudia Masrouah Jamal (UFES)
Profa. Dra. Dayde Lane Mendonça da Silva (UnB)
Prof. Dr. Edemilson Cardoso da Conceição (UFG)
Prof. Dr. Ely Eduardo Saranz Camargo (Unorp)
Prof. Dr. Jose Maria Prieto (UCL)
Profa. Dra. Karin Eleonora Savio de Oliveira (UnB)
Prof. Dr. Leandro Machado Rocha (UFF)
Dr. Leonardo Luiz Borges (UFG)
Profa. Dra Maria de Fátima Souza (UnB)
Profa. Dra. Maria Ines Isla (UNT)
Profa. Dra. Martha Gattuso (UNR)
Dra Paloma Michelle Sales (SES-DF)
Dr. Peter Taylor (IVEC)
Profa. Dra. Silvia Ribeiro (UnB)
Profa. Dra. Tania Mari Belle Bresolin (Univali)
Ronaldo Bordin
COMISSÃO DE APOIO TÉCNICO
Adria Alexandre Albarado
Amanda de Assis Carneiro
Alexandre Soares Barros
Ana Terra Roque de Araujo
Artur Fiuza Borges Arantes
Camila Pinto da Silva
Carla Rayane Alves Santos
Carolina da Silva Canielles Caprara
Cassio Henrique Oliveira da Conceição
Catarina Bernardes Pereira
Cristian Aldemar Gasca Silva
Diegue Henrique Nascimento Martins
Ekaly Ivoneth Porto Apangha
Elizabeth Alves de Jesus Prado
Ellen Carollyane Alves Furtado
Gabriela Corezzi Wernek
João Armando Alves
João Paulo Fernandes da Silva
Jorge Henrique Santos de Oliveira
Juliana Cunha Frazão
Juliana de Freitas Ferreira
Laís Bié P. Bandeira
Leonardo Pimenta Brito
Livia da Silva Rezende
Lorena Ferreira Gomes
Luana Dias da Costa
Luana Lima da Cunha
Lucas Felipe Carvalho Oliveira
Magda Machado Saraiva
Marcela Medeiros de Freitas
Mariane Sanches Leonel
Marline Dassoler
Michelle Ferreira Cordeiro
Michele Medeiros de A. Veríssimo
Natália Fernandes Andrade
Nathalia Almeida Morais
Patricia Marques Rodrigues
Paula Monteiro de Souza
Priscila Torres de Brito
Raelma Paz Silva
Rachel Bedatt Silva
Raquel Dall’Agnol Marterello
Raul Santos
Sandra Márcia Mazutti da Silva
Taináh Mota e Silva
Tâmara Rios de Sousa
Tamires Marinho dos Santos
Thiago Botelho de Azevedo
Yure Rodrigues Araujo Martins
Yuri Yabu de Barros
Zita Dinis Lopes da Silva
Editorial
Nove anos de Políticas Públicas relacionadas às Práticas Integrativas e Complementares.
O ano de 2006 foi um marco no que se refere à utilização de práticas integrativas e
complementares (PIC) na saúde pública brasileira. A publicação da PNPIC – Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares- e da PNPMF – Política Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos fortaleceu os programas existentes em alguns Estados brasileiros e incentivou
a inclusão de Programas de Fitoterapia, Farmácias Vivas e Núcleos de Práticas Integrativas e
Complementares em Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde. Contudo, mesmo com todos os
avanços na área e no aumento do acesso, pelos usuários do Sistema Único de Saúde – SUS – às
PIC, há ainda lacunas que devem ser preenchidas de forma a expandir o acesso às PIC e garantir a
qualidade, eficácia e segurança dos serviços oferecidos.
Os pontos mais críticos referem-se à 1) formação de profissionais da área da Saúde aptos a
atuarem quer como prescritores, quer como executores das PIC; 2) capacitação dos profissionais
que já atuam nos serviços de saúde, principalmente aqueles que prescrevem; e, por fim, mas
não menos importante, 3) buscar e publicar as evidências científicas e/ou clínicas das práticas
integrativas e complementares utilizadas, fortalecendo aquelas com evidências estabelecidas e
descartando aquelas que porventura não apresentem evidências de eficácia, segurança e qualidade,
4) substituição do preconceito contra as PIC, por parte de alguns seguimentos da Academia, pela
curiosidade científica que leve à pesquisa em busca de evidências que corroborem ou refutem a
utilização de determinadas práticas.
Para que essas lacunas sejam preenchidas é fundamental a parceria entre gestores, profissionais
que atuam “na ponta” do serviço, ou seja, aqueles que estão em contato direto com os usuários dos
serviços de saúde que oferecem PIC e a Academia, contribuindo para a pesquisa e sistematização
dos dados. A conclusão de que uma determinada PIC apresenta evidências suficientes, facilitará
o preenchimento das duas outras lacunas, ou seja, a formação e a capacitação; e permitirá que
profissionais da área da Saúde se sintam mais seguros em aplicar/prescrever tais práticas. Por outro
lado, a exclusão daquelas práticas que porventura não mostrem evidências que corroborem sua
utilização, possibilitará o acesso a serviços de Saúde com maior qualidade, redução de custos e o
uso racional dessas práticas.
Nesse sentido, a proposta do 1º Simpósio Internacional de Práticas Integrativas e Complementares
Baseadas em Evidências, SIPIC-UnB, foi estimular a busca de evidências das PIC, sendo
interlocutor entre pesquisadores, profissionais da área da Saúde, gestores e estudantes. Durante
o período de 11-13 de março de 2015, cerca de 400 participantes inscritos no evento, além de
cerca de 200 outros profissionais, estudantes e pesquisadores que participaram informalmente
das diversas atividades, puderam compartilhar experiências, conhecer trabalhos já realizados e
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fomentar parcerias. A participação de convidados estrangeiros foi essencial para que trouxessem
experiências semelhantes de seus países de origem e também pudessem conhecer o que tem sido
realizado no SUS.
A Comissão Organizadora do SIPIC-UnB agradece a todos que participaram e contribuíram
direta ou indiretamente para que esse evento ocorresse e espera que os frutos dessa experiência
possam ser percebidos no Sistema Único da Saúde, na forma do uso racional das PIC, nas
publicações relacionadas ao tema e no impacto positivo na saúde pública
Dâmaris SILVEIRA
Yris Maria FONSECA
Pérola de Oliveira MAGALHÃES
Maria de Fátima BORIN
Oviromar FLORES
Comissão Organizadora - [email protected]
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P01 - Sistemas médicos complexos.
Carmem de SIMONI 1
A conferência sobre Sistemas Médicos Complexos versará sobre a apresentação do trabalho
desenvolvido nos últimos 20 anos pelo grupo de Pesquisa CNPq, Racionalidades Médicas1, liderado
por Prof. Dra. Madel T. Luz, posto que a partir desse estudo temos no âmbito Brasil a definição
da importante Categoria e suas repercussões tanto na educação como na pesquisa.A categoria
de análise racionalidade médica (RM), emergiu no Campo da Saúde Coletiva, área das Ciências
Sociais e Humanas em Saúde, no início da década de 1990. O projeto RM propôs a comparação
das medicinas homeopática, tradicional chinesa, ayurvédica e ocidental contemporânea, também
denominada biomedicina2. Sua aplicação permitiu constatar a presença, de traços ou dimensões
fundamentais dos sistemas médicos estudados1. Trata-se de seis dimensões básicas, estruturadas
em termos teóricos, práticos e simbólicos, conforme se segue1:
1) Morfologia humana(na biomedicina, anatomia), que define a estrutura e a forma de organização
do corpo
2) Dinâmica vital humana(na biomedicina, fisiologia), que define o movimento da vitalidade,
seu equilíbrio ou desequilíbrio no corpo, suas origens ou causas
3) Doutrina médicaque define, em cada sistema, o que é o processo saúde-doença, o que é
a doença ou adoecimento, em suas origens ou causas, o que é passível de tratar ou curar (na
biomedicina, o que pertence ou não à clínica)
4) Sistema de diagnose, pelo qual se determina se há ou não um processo mórbido, sua natureza,
fase e evolução provável, origem ou causa
5) Sistema terapêutico, pelo qual se determinam as formas de intervenção adequadas a cada
processo mórbido (ou doença) identificado pela diagnose
6) Cosmologia: própria da cultura em que se insere, é enraizada em um universo simbólico de
sentidos que incluem imagens, metáforas
A primeira fase do estudo ainda destaca a presença de dois paradigmas em saúde: o biomédico
(ou da normalidade-patologia) e o vitalista (ou da vitalidade-energia). A segunda fase do projeto
RM teve início em 1994 e foi desenvolvida junto a profissionais e usuários de serviços de saúde da
rede pública do município do Rio de Janeiro, por meio de entrevista e observação direta. Analisou
1 Grupo Racionalidades em Saúde. Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS/FEPECS. Secretaria de Saúde do
Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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representações e sentidos atribuídos à doença, saúde, tratamento, cura, corpo, relação corpo-mente,
entre outras, em médicos ou terapeutas e pacientes de três racionalidades médicas (biomedicina,
homeopatia e medicina tradicional chinesa)3,4,5. A terceira fase do projeto RM, iniciada em 1997,
centrada nas práticas terapêuticas, constatou a diferença existente entre racionalidades médicas e
práticas terapêuticas. Foi possível verificar no desenvolvimento da terceira fase do projeto RM,
novas práticas de saúde, que valorizam a tríade beleza-vigor-juventude, tomando como referencial
de saúde a boa forma (fitness), identificada à beleza das formas, ou o bem-estar (wellness),
geralmente visto como estar equilibrado, ou harmonizado, ou ainda ‘bem consigo mesmo3Em
sua quarta e atual fase, o projeto RM descreveu a Medicina Antroposófica como racionalidade
médica coexistindo na sociedade atual no campo da saúde, juntamente com outras racionalidades
já estudadas na primeira fase do grupo de pesquisa1.
A criação da categoria Racionalidade Médica, possibilitou a ampliação da pesquisa para o
Campo, vide Tabela 1 e incentivou a inclusão do ensino das mesmas nos cursos de graduação na
área da saúde.
Isto posto, ao se falar em pesquisa baseada em evidência fica claro que para esse campo,
não poderemos trabalhar apenas com evidências pautadas numa cosmologia pertencente a uma
Racionalidade. Paradigmas distintos devemter distintas bases para a pesquisa. No campo prático o
que se deseja é o intercâmbio solidário entre saberes e práticas tanto no ensino como na pesquisa
que se coloquem serviço das necessidades do Ser Humano
REFERÊNCIAS
1) Nascimento, M. C; Barros, N. F.; Nogueira, M. I.; Luz, M. T. A categoria racionalidade
médica e uma nova epistemologia em saúde.Ciênc. saúde coletiva. 2013, 18 (12):3595-3604
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2) Luz, M. T. Racionalidades Médicas e Sistemas de Conhecimento, roteiro teórico para uma
abordagem comparativa de “Medicinas Alternativas”. In: II Seminário do Projeto Racionalidades
Médicas, IMS/UERJ, 1992, p. 22.; LUZ, M. T. Racionalidades Médicas e Terapêuticas Alternativas.
Rio de Janeiro; UERJ/ IMS; 1993
3) Barros, N. F.; Simoni, C.; Trajano, M. .Da Medicina Alternativa a Práticas Integrativas: da
história a um desafio histórico. PROMEF - Programa de Atualização, 2011. 5: 9-42
4) Luz, M. T. Racionalidades Médicas e Terapêuticas Alternativas. Rio de Janeiro; UERJ/ IMS;
1993
5) Luz, M. T.Novos Saberes e Práticas em Saúde Coletiva, São Paulo, Editora Hucitec, 2003
P02 - Neuralgia Primária do Trigêmeo: Acupuntura
como ferramenta terapêutica acessível ao CirurgiãoDentista.
Edson Dias COSTA JUNIOR 1
Neuralgia do trigêmeo (NT) é caracterizada por dor severa, paroxística, que compromete
predominantemente um lado da face. As crises são geralmente desencadeadas por estímulos locais,
em “pontos de gatilho”, na região de abrangência do nervo, com momentos de atividade e silêncio
clínico, gerando péssima qualidade de vida. Vários fármacos, como carbamazepina, oxcarbazepina,
fenitoína, gabapentina, e baclofen, têm sido usados para tratar a NT, podendo chegar até a
necessidade de recursos invasivos, tais como o bloqueio do nervo trigêmeo no nível do gânglio
esfenopalatino, descompressão microvascular, rizotomia por radiofreqüência e injeção de toxina
botulínica. Entretanto, estes procedimentos não são isentos de efeitos colaterais ou pode deixar
sequelas graves. Nesta revisão da literatura pode-se observar que a acupuntura é uma alternativa
eficaz para o tratamento das NT com bons resultados, tanto utilizada como recurso único de
tratamento quanto associada aos tratamentos convencionais descritos na medicina ocidental, com
baixo risco de produzir efeitos colaterais ou sequelas. Esta ferramenta terapêutica está ao alcance
do Cirurgião-Dentista habilitado ou especializado em acupuntura.
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia – UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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P03 - Nuevo paradigma de atención de pacientes
crónicos y sus familias: Una experiencia en Rosario.
Diana Odalí CABRERA 1
Desde finales del siglo XX se habla cada vez más de medicinas alternativas en contextos
académicos. La OMS (WHO) comenzó llamándolas Medicinas Complementarias y Alternativas
(CAM). Con el tiempo se priorizó el término “Complementarias”. Actualmente se las ha incluido
dentro del modelo llamado Medicina Integrativa (MI).Fueron claves en esta evolución, los
aportes de dos epistemólogos:1- Thomas S. Kuhn: Explica que un cuerpo de teorías vigentes en
una época, comienza a mostrar deficiencias, a modo de punto ciego. Esto genera la necesidad
de nuevas hipótesis, resultando un nuevo paradigma. 12- Edgar Morin: El actual paradigma,
fuertemente cartesiano, se basa en los principios de la disyunción, la reducción y la abstracción.
“Desafortunadamente, la visión mutilante y unidimensional se paga cruelmente en los fenómenos
humanos: la mutilación corta la carne, derrama la sangre, disemina el sufrimiento”.2Se destaca
la necesidad de que la ciencia esté enmarcada en su contexto ético, histórico y filosófico. Y la
utilidad de sumar a la metodología científica cuantitativa, la cualitativa.Medicina integrativa
(MI): un nuevo modelo de atención de la salud: Sus objetivos son sumar todas las intervenciones
terapéuticas (farmacológicas y no farmacológicas, tanto preventivas como curativas), planificadas
racionalmente, de los sistemas médicos occidentales y orientales. Rakel y Weil destacan: en
los procesos más lineales de causa y efecto (traumas y cirugías, microorganismos infecciosos y
urgencias en general) el enfoque reduccionista ha sido muy exitoso. Pero en los procesos crónicos,
eminentemente complejos y multifactoriales, el enfoque holístico es el más indicado. 3La MI
rescata el principio ético hipocrático “lo primero es no dañar”. Varios estudios han alertado sobre
las reacciones adversas a medicamentos.4, 5
Clasificaciones CAM:
1) Por modalidades terapéuticas: Aunque puede producir una sectorización de la concepción
holística, es necesaria para una mejor comprensión del tema y también para la educación médica
y la organización de políticas de salud. El National Center for Complementary and Alternative
Medicine (NCCAM), parte del National Institute of Health de EEUU (NIH) las divide en 5:
Sistemas médicos completos (conforman una unidad filosófica-terapéutica), Medicinas mentecuerpo, Terapias biológicas, Terapias corporales y manuales, Medicinas energéticas verificables.
2) Por mecanismo de acción: en revisión permanente, pero ya se incluye un mecanismo llamado
“no local”, dentro del cual está lo religioso y espiritual.6
1 Universidad Nacional de Rosario; Hospital Provincial Del Centenario de la ciudad de Rosario, Argentina. E-mail:
[email protected]
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Se reseñaron los sistemas más representativos (fitoterapia, medicina tradicional china -acupuntura
y auriculoterapia, ayurveda, reflexología, terapias mente-cuerpo, terapia neural, nutrición funcional,
homeopatía y antroposofía), con ejemplos de estudios científicos. 7-16 En relación a nuevos enfoques
sobre dosificación, se destaca el trabajo de un grupo de investigadores de nuestra ciudad: “En el
año 2000 el Dr. Isaiah Fidler desarrolló un concepto que, probablemente…, constituya un hito en
la historia del cáncer: planteó que “el cáncer es una enfermedad crónica y debería ser tratada como
otras enfermedades crónicas” (I.J. Fidler & L.M. Ellis, Nature Medicine 2000; 6:500). El mensaje
subyacente es: “En terapia antineoplásica, menos es mejor, cuando se administra crónicamente”.
17; 18 La administración metronómica de Cyclofosfamida a bajas dosis en un plan de tres veces
a la semana a ratas con linfomas y sarcomas demostró ser una terapia antitumoral exitosa en sí
misma, que no causó pérdida de peso y estuvo exenta de toxicidad hematológica, cardíaca, hepática
y renal. 17Revisiones Sistemáticas: THE COCHRANE LIBRARY 19: Los resultados positivos
que figuran en las revisiones sistemáticas Cochrane avalan: los tratamientos locales con Arnica
compuesta; Calendula tópica para la dermatitis por radioterapia y buches con Arnica compuesta
en la estomatitis por quimioterapia; suplementación con vitaminas, minerales y fitoquímicos (con
efectos antioxidantes, entre muchos otros): Omega 3 administrados en pacientes fibroquísticos;
acupresión, acupuntura y reflexología (eficacia, seguridad y bajo costo); electroacupuntura y
acupresión autoadministrada en el tratamiento de náuseas y vómitos inducidos por quimioterapia;
terapias de mente-cuerpo (control de síntomas como dolor, ansiedad y disnea entre muchos otros).
Los primeros pasos que pudimos recabar en Rosario, Argentina, datan de 1920 cuando la Dra Di
Pascal, farmacéutica, inicia la cátedra de Botánica de la entonces Escuela de Farmacia dependiente
de la Facultad de Medicina de Rosario y cultiva numerosas especies de plantas medicinales en los
jardines del Hospital Escuela Del Centenario dependiente de la mencionada Facultad. Muchos
profesionales se formaron desde entonces. A partir del movimiento generado desde la OMS (www.
who.int ) en 2006 se inicia el Curso Curricular de Postgrado en Acupuntura y en 2014, el de
Homeopatía, entre otros. Desde el 2007 a la fecha, un grupo voluntario de payasos de hospital
(www.payadoctoresrosario.com) trabaja generando encuentros positivos y alegres, o catárticos, en
el medio hospitalario, paracontribuir a la salud integral de los pacientes. El grupo de investigación
básica en Terapia Metronómica invitó en 2013 al Dr Andre del Hospital de Marsella, donde esta
terapia se utiliza clínicamente. Nuestra Universidad adhiere a la Declaración Latinoamericana
por una Ciencia Digna. En 2013, con el antecedente etnobotánico de los manuscritos del Padre
Montenegro (Misionero Jesuita, 1663-1728), dimos inicio a un protocolo clínico (junto a cirujanos
del Hospital) sobre uso de decocción de corteza de seibo (Erythrina crista galli L.) para úlceras
cutáneas. Fomentamos el autocuidado 20 y la educación de los pacientes y sus familias para promover
la salud y resiliencia. Dos epistemólogos dieron marco para nuevos paradigmas: Kuhn describió
que un nuevo paradigma emerge de los “bordes” del anterior; Morin alertó sobre los riesgos de
la visión de disyunción y reduccionismo.El modelo de atención de la MI no contradice en nada a
la medicina convencional, sino que suma lo mejor de cada una de las herramientas terapéuticas.
Según éste, problemas agudos (causalidad lineal) y crónicos (causalidad multifactorial y compleja)
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requieren distinto abordaje; los problemas de causa mecánica son un capítulo particular (requieren
solución mecánica). Pero los seres vivos presentamos mecanismos de autorreparación que pueden
ser estimulados. Se requiere de un plan racional, escalonado (análisis de beneficio / costo / daño
potencial) y de equipos de trabajo inter y transdisciplinario. Si el equipo de salud maneja estas
estrategias terapéuticas, disminuyen los riesgos para la población. Es importante conocer las
interacciones negativas como así también las sinergias positivas entre tratamientos. Este modelo de
atención promueve el autocuidado en el paciente y su familia. Y también en el equipo de salud. Esto
funciona como en factor promotor de resiliencia, basado enel autoconocimiento. Se puede sumar el
enfoque ecológico. Por ejemplo, se ha organizado el movimiento Hospitales Verdes y Saludables,
dentro del grupo NOHARM (www.noharm.org ).La investigación ya no se concibe como un mero
acto de búsqueda de una verdad como fin en sí mismo, debe servir para proponer líneas de acción
que permitan solucionar, o mejorar parcialmente, una situación problemática.Muchas terapéuticas
ya tienen aval de Revisiones Sistemáticas. Además de éstas, se destacan: uso de congorosa, ambay,
caléndula y carqueja (APS Misiones Argentina, Dr Alonso); la Terapia Neural (por su eficacia,
seguridad y bajo costo); el uso de regimenes fitoterápicos de detoxificación (por la polimedicación
que reciben los pacientes crónicos); la Aromaterapia; las técnicas corporales y manuales (por su
efecto sistémico además del local). También de aplicación accesible, la Musicoterapia. Sin olvidar
la educación permanente de la familia (participación activa y promoción de hábitos saludables).Las
medicinas complementarias son aplicables tanto a niños como a adultos. Todo apoyo terapéutico
que se logre en los adultos a cargo siempre va a potenciar la mejoría del niño.“La salud es tan
contagiosa como la enfermedad. La Medicina ha estado tan ocupada en reconocer en la enfermedad
el acaecer individual y singular de una posibilidad general, que no ha adquirido todavía capacidad
para entender que, así como un enfermo es capaz de enfermar a toda su familia, un sano es capaz
de mantenerla con salud e incólume”.Dr Florencio Escardó (pediatra y homeópata argentino).
AGRADECIMIENTOS: Comisión organizadora 1° SIPIC UnB. Dra Martha Gattuso. Dr
H.H. Berra. Dr R. Pereyra. Sociedad de Pediatría de Rosario y Hospital V.J.Vilela, Servicio de
Gastroenterología Infantil, Rosario.
REFERÊNCIAS
1) Kuhn, T. S. 2011 “La estructura de las revoluciones científicas”. Fondo de Cultura Económica.
(Google e Book).
2) Morin, E. 1999 “La cabeza bien puesta”. Ed. Nueva Visión. Bs As. Argentina.
3) Rakel D. y Weil A. 2009 “Medicina Integrativa”. 2º Ed. Elsevier Masson. España.
4) Lazarou J, Pomerananz B. H., Corey P.N. 1998 “Incidente of adverse drug reactions in
hospitalizad patients”: JAMA Vol. 279 p1200-1205.
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6) www.nih.gov; www.nccam.nih.gov 2007 “What is Complementary and Alternative
Medicine”. CAM Basics-US Department of health and human service. NIH_NCCAM. National
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7) Cacciapuoti, F., Scognamiglio A., Palumbo, R., Forte, R. and Cacciapuoti F. 2013 “Silymarin
in non alcoholic fatty liver disease”. World J. Hepatol.,2013 Vol.5 n3 p109-113.
8) Movafegh A., Alizadeh R., Hajimohamadi F., Esfehani F., Nejatfar M. 2008 “Preoperative
Oral Passiflora incarnata Reduces Anxiety in Ambulatory Surgery Patients: A Double-Blind,
Placebo-Controlled Study”. Anesth Analg. Vol.106 p728 –32.
9) Alimi, D., Rubino, C., Pichard-Léandri, E., Fermand-Brulé, S., Dubreuil-Lemaire, M.L.
and Hill C. 2003 “Analgesic Effect of Auricular Acupuncture for Cancer Pain: A Randomized,
Blinded, Controlled Trial”. J. Clin. Oncol. Vol. 21 p4120-4126.
10) Belcaro G. 2013 “A Controlled Study of a Lecithinized Delivery System of Curcumin to
Alleviate the Adverse Effects of Cancer Treatment”. Phytotherapy research. (wileyonlinelibrary.
com) DOI: 10.1002/ptr.5014.
11) Zhang Y. 2013 “Assessing the Metabolic Effects of Aromatherapy in Human Volunteers”.
Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. Article ID 356381.
12) Stephenson, N. L. and Dalton J. 2003 “Using Reflexology for Pain Management. A Review”.
Journal of Holistic Nursing, Vol. 21 n2, p179-191. www.reflexology-usa.net.
13) Dunne J. 2011 “Toward an understanding of non-dual mindfulness”. Contemporary
Buddhism, Vol. 12 n1 pp 1-18.
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local anesthetics”. Current Opinion in Anaesthesiology Vol.21 p651–656.
15) Riley, D., Fischer, M., Betsy Singh, B., Haidvogl, M. and Heger, M. 2001 “Homeopathy and
Conventional Medicine: An Outcomes Study Comparing Effectiveness in a Primary Care Setting”.
The Journal of Alternative and Complementary Medicine. Vol.7 n2 p.149–159.
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17) Rozados, V. R., Sánchez, A. M., Gervasoni, S. I., Berra, H. H., Pablo Matar, P., Scharovsky, G.
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20) Sapag, J. C., Lange, I., Campos S. y Piette, J. D. 2010 “Estrategias innovadoras para el
cuidado y el autocuidado de personas con enfermedades crónicas en América Latina”. Rev Panam
Salud Pública. Vol.27 n1 p1–9.
P04 - Práticas Integrativas como objeto da educação
popular em saúde.
Marcos de Barros FREIRE JUNIOR 1
O CENTRO DE REFERÊNCIA EM PRÁTICAS INTEGRATIVAS EM SAÚDE (CERPIS) é um
órgão ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) através da Diretoria Regional de Atenção Primária
em Saúde (DIRAPS), da Coordenação Geral de Saúde de Planaltina (CGSPL), da Secretaria de
Estado de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). Tem como objetivo a atenção primária em saúde,
com ênfase na promoção da saúde, na educação popular em saúde, na formação de servidores de
saúde, na pesquisa em Práticas Integrativas em Saúde (PIS), na cooperação com entidades afins e
em atendimentos com uma visão integral do ser humano e da natureza. Teve início em 1983, com o
plantio de um pequeno canteiro com algumas plantas medicinais oriundas da coleção do Professor
Jean Kleber da Universidade de Brasília e acompanhamento de um raizeiro. Com a participação
comunitária, atraída pela troca de saberes em torno das plantas medicinais, desenvolveu-se com
a ampliação do plantio e construção de local próprio para atendimentos nas áreas de fitoterapia,
acupuntura, homeopatia, psicologia e medicina e terapias antroposóficas. Não tardou muito para
implantação de grupos regulares de educação popular em saúde abertos à comunidade. Ao grupo
inicial de automassagem e medicina chinesa, foram incorporados outros como, tai chi chuan
e lian gong, psicoterapia, bordado, oficinas da medicina antroposófica, entre outras PIS, todos
voltados para o autoconhecimento e o empoderamento da comunidade. O CERPIS interage com
várias entidades comunitárias e governamentais e, também, oferece cursos, oficinas, vivências e
exposições atendendo solicitações de escolas, associações, feiras de saúde, etc. A nível central da
SES/DF, está articulado com a Gerência de Práticas Integrativas em Saúde (GERPIS) responsável
1 Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde - CERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES/
DF, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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pela implementação das PIS no SUS/DF, em consonância com a Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares do Ministério da Saúde, e em conjunto com outras Políticas Nacionais
como as de Fitoterapia, Promoção da Saúde, Educação Popular em Saúde e de Humanização.
P05 - Experiencias sobre los huertos mixtos familiares
en Guatemala.
Armando CÁCERES 1
El huerto mixto familiar (HMF) es un concepto agroecológico de un sistema de producción
doméstica que se desarrolló en Mesoamérica desde tiempos prehispánicos. Los datos históricos
de Mesoamérica (sur de México, península de Yucatán y altiplano de Guatemala) indican que
se practicaba este tipo de microagricultura en condiciones de bosque y en el entorno familiar.
La agricultura maya se desarrolló a partir del asentamiento de grupos humanos en las forestas
tropicales y subtropicales, donde se comienza a deforestar para crear nuevos campos de cultivo,
creándose los huertos mixtos que son una colección de la diversidad del entorno, que luego
durante la colonia se ven enriquecidos con los cultivos introducidos por los españoles. Con el
tiempo se desarrollan estos modelos de microagricultura con fines de abastecer las necesidades
familiares y eventualmente los excedentes comercializarlos en la región o a acopiadores que luego
los venden en los mercados urbanos.Los cronistas del siglo XVI refieren la existencia de estos
espacios, particularmente en Las relaciones de las cosas de Yucatán escrito por fray Diego de Landa
en 1566 y en Las relaciones histórico-geográficas de la Gobernación de Yucatán, un acopio de
información generada en 1578. Durante la colonia y la república persisten estas formas domésticas
de producción agrícola en diversos entornos y aprovechando la biodiversidad de cada región.En
1976 a raíz de las actividades de reconstrucción como consecuencia del terremoto del 2 de febrero
que afectó gran parte de Guatemala, se identificaron una veintena de tecnologías a documentar,
rescatar, actualizar y difundir su uso entre la población. Una de estas tecnologías fue el HMF
que incluyó tres componentes, el alimenticio (hierbas, legumbres, granos y frutas), el culinario
(especies, aromas, sabores y colores) y el terapéutico (plantas medicinales). En este espacio se
integraron cultivos anuales y perennes, de diversos hábitos de raíces superficiales y profundas,
que en conjunto formaron una colección de la biodiversidad nativa e introducida en un concepto
de policultivo.A partir de estas experiencias se desarrollaron los Formularios Medicinales, que
son establecimientos rurales destinados a lasiembra, procesamiento, empaque y distribución de
especies vegetales con fines terapéuticos, a la vez de servir como un instrumento de enseñanza y
conservación. Si bien no se han logrado institucionalizar en forma sistemática, si son pioneros en
la región y se ha difundido esta iniciativa entre grupos de iglesia, amas de casa y en asociación
con los centros de salud para apoyar la atención primaria de salud.Desde 2012, se han adoptado
1 Universidad de San Carlos de Guatemala – USAC, Guatemala; Laboratorio de Productos Naturales Farmaya,
Guatemala. E-mail: [email protected]
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parte de estas ideas en la promoción de los huertos para la seguridad alimentaria en el marco del
Pacto Hambre Cero. Esto ha involucrado a diversas instituciones nacionales e internacionales que
están promoviendo los huertos mixtos en entornos familiares o comunitarios para promover la
producción doméstica de alimentos y contribuir a combatir la alarmante desnutrición que prevalece
en el área rural.
P06 - Racionalidades médicas. Homeopatía.
Diana Odalí CABRERA 1
“Homeopatía” proviene de ὅμοιοσ [hómoios], ‘semejante’, y πάθοσ [páthos], ‘sufrimiento’
(griego). Es un sistema diagnóstico y terapéutico, basado en la ley de semejanza. Este principio se
usó desde la antigüedad, pero fue sistematizado por Hahnemann (1755-1853). Así, lleva 200 años
de experiencia.Un creciente número de investigaciones demuestran: el principio curativo de la ley
de semejanza, el efecto biológico de las dosis infinitesimales “dinamizadas” y la especificidad del
tropismo biológico; los efectos son frecuentemente opuestos cuando se compara la misma sustancia
a dinamizaciones bajas y altas. También que la eficacia del tratamiento homeopático es la misma
que la del convencional, con la ventaja de no producir efectos tóxicos y/o de rebote de las dosis
farmacológicas.Recordemos el momento de los siglos XV a XVIII, precursores de la revolución del
pensamiento. [Dr Casale]. 200 años después (1788) el Dr Hahnemann concibe su método, a partir
de la observación de los efectos de la quina. Resumió sus estudios en la 1º Edición del Organon de
la Medicina en 1810 y siguientes ediciones, entre muchos escritos. Le siguieron destacados colegas
(Hering, Kent, entre muchos). 1. La ciencia nos proporciona un método que nos ayuda a no caer
en los “extremos del status quo ni de la locura” (E. Morin)2. Respecto del mecanismo de acción de
la homeopatía, estamos en terreno hipotético, aunque se puede decir que no pueden ser explicados
desde la farmacología y la biología molecular. Es necesario abrirse a nuevos paradigmas científicos
(T. Khun, 1922: nos explica que los avances de la ciencia no han sido lineales, sino avances y
retrocesos), como el de la complejidad y la ciencia del caos, la información y la nanociencia.
A pesar de la imperiosa necesidad de evidencia para fundamentar una práctica terapéutica, no
debemos dejarnos caer en la “inteligencia ciega” (E. Morin), haciendo imprescindible dar un marco
ético – filosófico a la práctica científica2. Hipótesis: “1) se refiere… a hechos no sujetos hasta
ahora a experiencia o, en general, no sometibles a la misma, y 2) corregible a la vista de nuevo
conocimiento”.Ley: “es una hipótesis de una clase especial, a saber: una hipótesis confirmada… El
lugar central de las leyes en la ciencia (es)… que el objetivo capital de la investigación científica
es el descubrimiento de pautas o regularidades. Las leyes condensan nuestro conocimiento de lo
actual y lo posible; si son profundas, llegarán cerca de las esencias… Las teorías unifican leyes
(son tejidos de leyes) y a través de ellas entendemos y preveemos los acontecimientos”.Modelos:
1 Universidad Nacional de Rosario; Hospital Provincial Del Centenario de la ciudad de Rosario, Argentina. E-mail:
[email protected]
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“esquematizaciones teoréticas, o sea, sistemas conceptuales que intentan representar algunos
aspectos interrelacionados de sistemas reales”. 3
Definiciones homeopáticas clásicas (Ley de semejanza: similimum/ similia; Organon, parágrafo
#26. Energía o fuerza vital: #16: “spirit-like dynamis”. El concepto de enfermedad y enfermo
no pueden ser separados: Organon, #11. Los diagnósticosdel homeópata: clínico, individual,
biopatográfico, medicamentoso y miasmático. Leyes de curación: Hering y Kent. Evolución y
pronóstico homeopático).1
El National Institute of Health de EEUU (NIH) (National Center for Complementary and
Alternative Medicine, NCCAM) divide a las CAM en 5: Sistemas médicos completos (poseen
una filosofía o cosmovisión particular); Medicinas mente-cuerpo; Terapias biológicas; Terapias
corporales y manuales; Medicinas energéticas verificables. Según esto, la Homeopatía pertenece: a
bajas dinamizaciones a sistemas médicos completos; a altas dinamizaciones a medicinas energéticas
verificables. 4
Evidencias: Clasificación de los trabajos científicos.5
• Observaciones (reino animal y ser humano niño y adulto; reino vegetal; reinomineral)
• Experimentación: Básica (en células in vitro, animales y vegetales; en órganos aislados in vitro
y animales in vivo; en animales y seres humanos sanos). Clínica (en animales; en seres humanos).
• Revisiones sistemáticas Cochrane.
• Modelos matemáticos y cibernéticos.
Como antecedente, a partir de los estudios de Benveniste, 1981, que recibieron muchas
críticas metodológicas, la investigación en homeopatía se ha formalizado. Revistas oficiales
como Thrombosis Research y British Medical Journal han publicado sobre dosis infinitesimales o
ultrabajas.Recientemente se ha publicado un estado del arte, con una revisión de la investigación
en homeopatía desde 4 perspectivas: 1- estudios de laboratorio; 2- ensayos clínicos; 3- estudios
observacionales; y 4- trabajos teoréticos.En la revisión sistemática de ensayos clínicos sobre
Homeopatía para condiciones específicas se resume que sobre 97 estudios, 70 tienen conclusiones
favorables. Respecto a los modelos teoréticos, los clasifica en: Locales (deben ser reproducibles) y
No locales (verdaderos dilemas científicos). 6 En compromiso por mejorar la calidad científica, se
ha desarrollado un instrumento (el Score for Assessment of Physical Experiments on Homeopathy)
de validación para los experimentos publicados. Es un score de calidad (máximo puntaje es 10;
hasta 6 = baja calidad; mayor de 7 = alta calidad). De 36 experimentos evaluados sólo 6 fueron de
calidad alta según este score. Se recomienda repetir los demás con metodología más estricta. 7Se
ha desarrollado una técnica promisoria para preparaciones homeopáticas, midiendo los patrones de
termoluminiscencia generados por la emisión de fotones, encontrándose diferencias significativas
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entre distintas soluciones. 8Numerosos trabajos relacionan los principios energéticos del Ayurveda
y la Medicina Tradicional China, revisando las bases físicas de la química; los campos energéticos
y cuánticos y sus fluctuaciones en la “Termodinámica lejos del equilibrio”. Todo esto sería
aplicable además a la naturopatía y a las diluciones homeopáticas. 9. También algunas teorías
se basan en modelos matemáticos, cibernéticos y cuánticos (L. R. Milgrom, Ph.D., UK, “Falling
trees, fractals, and sophistry: some philosophical ‘‘biohazards’’ en route to reconciling biomedicine
and homeopathy”. The Journal Alternative Complementary Medicine. Vol. 15, n° 11, 2009, pp.
1247–1254): relaciona modelos no determinísticos, modelos fractales demostrables). No serían
excluyentes entre sí, sino complementarios. En 2009, LucMontagnier (Premio Nobel Medicina
2008) et al describen una nueva propiedad del ADN, la capacidad de inducir ondas electromagnéticas
en diluciones acuosas. Esta publicación provee la 1° caracterización de señales electromagnéticas
de nanoestructuras (Mycoplasma pirum y E. coli). Sólo podrían emitir estas señales cuando las
partículas son pocas como para no interferir entre ellas.10- Y en 2010, un Instituto de Tecnología
en India demuestra la presencia de nanopartículas en diluciones homeopáticas extremas (30
c = 10 -60; 200 c = 10 -400) por medio de Transmission electron microscopy (TEM), electron
diffraction (SAED) y inductively coupled plasma-atomic emission spectroscopy (ICP-AES). 11En
una perspectiva ecológica, “Agrohomeopatía” resume los fundamentos de la disciplina y la forma
de determinar un medicamento apropiado para los cultivos. Considera un cuadrinomio: sueloplanta-animal-humano como un sistema integrado indisoluble, con antecedente en la agricultura
biodinámica de la Antroposofía. 12- En los Cochrane Reviews (Palliative & Supportive Care),
“Homeopathic medicines for adverse effects of cancer treatments”, concluyen en la eficacia
de Calendula tópica para profilaxis de dermatitis aguda por radioterapia y de buches de Arnica
compuesta para estomatitis inducida por quimioterapia. 13Como integración, en una revisión del
2007, se describen 3 posibles mecanismos del efecto de la ley de semejanza: 1- relación dosisrespuesta no lineal; 2- estado fisiopatológico inicial distinto en el enfermo; 3- farmacodinamia en el
cuerpo físico- electromagnético y cuántico. La reorganización de los sistemas regulatorios a nivel
celular involucraría el sistema de homeodinamia psico-inmuno-neuro-endocrino.14. Aún antes
de Aristóteles, los observadores de la naturaleza han querido percibir un orden en la diversidad de
la vida. Hasta hoy usamos la taxonomía de C. von Linné (1707-1778). En el reino animal, el ser
humano está constituido por células, tejidos, órganos y sistemas (teoría general de sistemas de L.
von Bertalanffy). Nos permite entender la interrelación entre estructuras nerviosas (somáticas y
autonómicas), endocrinas e inmunes con nuestras emociones. El stress sería una respuesta normal
de adaptación, y cuando esa adaptación no se consigue aparece eldistress. Se manifestará según la
individualidad del sujeto, primero a nivel energético, luego con síntomas y signos en lo mental, y
progresivamente en su estado general, en el aspecto orgánico (físico-químico, molecular), primero
funcionalmente y al final, a nivel estructural.La vida es cambio, y estos cambios presentan ciclos
o ritmos. El control homeostático oscila alrededor de valor de equilibrio (atractor) por mecanismos
de retroalimentación. Nuestro organismo intercambia información entre sus subsistemas y con el
entorno (suprasistema) en base a un código de señales eléctricas (y electromagnéticas) y químicas.
La última frontera en neurociencia se está acercando a la comprensión de los fenómenos de la
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conciencia. Y se ha generado una verdadera la interfase psicología cognitiva – neurociencia
(Kandel, Premio Nobel Medicina 2000).Aunque existen controversias respecto a los experimentos
de Masaru Emoto, que no se han podido reproducir, en http://www.bibliotecapleyades.net/salud/
esp_salud16a.htm las imágenes de Matricariachamomilla(Matricaria recutita) y Foeniculum
vulgare, recuerdan el concepto de hologramas y fractales que la ciencia actual reconoce. Pensemos
que T. Kuhn explica que ciertas “anomalías” son negadas (punto ciego) por no entrar dentro del
paradigma oficial.La búsqueda de certezas es inherente al ser humano, y tanto la filosofía como la
religión y la ciencia han hecho de ésta su misión. La actitud científica se abre a la experiencia, sin
sesgos sectarios ni tribales. “Quizás estemos ahora en el punto de equilibrio de la balanza entre
el extremo del pensamiento mágico y el del racionalismo ciego, objetivo, aséptico” (E. Morin).
Estamos presenciando el cambio del paradigma bioquímico al biofísico. Recordemos que aún
nuestros mediadores químicos con funciones autorreguladoras trabajan en escala micro- nanomolar.
Existen evidencias crecientes sobre la eficacia y seguridad de la homeopatía, tanto en ciencias
básicas como en ensayos clínicos veterinarios y médicos. También se abre la línea antroposófica
/ agrohomeopatía para cultivos.Además, la Homeopatía funciona como una medicina preventiva
porque puede ser diagnosticado y tratado un trastorno funcional aún antes de manifestarse en los
estudios y en la anatomía patológica.La preparación es económica. Y permite gran respeto al medio
ambiente al usar poca materia prima. Hahnemann definió un “miasma sycósico” de proliferación
seguida de autodestrucción, que espeja la situación ecológica actual.La ayuda que la ciencia puede
dar para mejorar la calidad de vida de los seres humanos y el resto de los seres vivos en un entorno
autosustentable es inapreciable. Se destaca la importancia del trabajo interdisciplinario, la suma de
criterios positivistas cuantitativos a los de la metodología cualitativa y la difusión de actualizaciones
y perspectivas. Sin olvidar que “lo primero es no dañar”.
AGRADECIMIENTOS:Comisión Organizadora 1° SIPIC UnB. Dra Martha Gattuso. Dr H.H.
Berra. Dres M. Orlando; O. Varela; N. Curutchet; M. Miñones y Prof. E. Mateos. Asociación
Médica Homeopática Argentina.
REFERÊNCIAS:
1) Ambros, Casale 2004 “Tratado de doctrina médica homeopática”. Ed. AMHA. Bs. As.
Argentina.
2) Morin, E. 1994 “Introducción al pensamiento complejo”. Ed. Gedisa.
3) Bunge, M. 2002 “La investigación científica: su estrategia y su filosofía”. Siglo XXI. 2º Ed.
Barcelona.
4) www.nccam.nih.gov 2007 “What is complementary and alternative medicine”. CAM basicsUS Department of Health and Human Service.NIH_NCCAM.
5) Cabrera, D. 2010 “Investigación científica sobre la ley de semejanza”. Homeopatía Vol. 75
ISSN 1982-8829
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20 //
p13-44.
6) Walach, H. 2005 “Research on homeopathy: State of the Art”. The Journal of Alternative and
Complementary Medicine (JACM). 2005 Vol. 11, n5 p813–829.
7) Becker-Witt, C., Thorolf E. R., Lüdtke R. and Willich, E. N. 2003. “Quality assessment of
physical research in homeopathy”.The Journal of Alternative and Complementary Medicine Vol.
9 n1 p113–132.
8) Van Wijk, R., Bosman, S. and Van Wijk, E. 2006 “Thermoluminescence in ultra-high dilution
research”.The Journal of Alternative and Complementary Medicine Vol.12 n5 p 437–443.
9) Hankey, A. 2004 “Are we close to a theory of energy medicine?”.The Journal of Alternative
and Complementary Medicine.Vol. 10 n1 p 83–86.
10) Montagnier, L., Aïssa, J., Ferris, S., Montagnier, J. L., Lavallee C. 2009 “Electromagnetic
signals are produced by aqueous nanostructures derived from bacterial DNA sequences”.
Interdisciplinary Science: Computational Life Science. Vol.1 p 81-90.
11) Chikramane, P. S., Suresh, A. K., Bellare, Y. R. and Kane S. G. 2010 “Extreme homeopathic
dilutions retain starting materials: a nanoparticulate perspective”. Homeopathy Vol. 99 p231-242.
doi:10.1016/j.homp.2010.05.006, available online at http://www.sciencedirect.com.
12) Mercado S. 2014 “Agrohomeopatía”. Homeopatía Vol. 79 p. 5-12.
13) www.compmed.umm.edu/cochrane_reviews.asp
14) Bellavite P. 2007 “Immunology and homeopathy. The rationale of the ‘Simile’”. Italy.
Advance Access Publication. eCAM Vol.4 n2 p149–163. doi:10.1093/ecam/nel117.
P07 - Farmácias Vivas: a Experiência do Distrito
Federal.
Nilton Luz NETTO JUNIOR1
A Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal iniciou no ano de 1989 o seu Projeto de
Fitoterapia como parte do Programa de Desenvolvimento de Terapias Não Convencionais no Sistema
de Saúde (Portaria SES-DF Nº 13, de 14 de agosto de 1989). O Projeto foi criado com o objetivo
de integrar a Fitoterapia, como opção terapêutica, nos programas existentes nos Centros e Postos
de Saúde da rede pública do Distrito Federal. Para a padronização do primeiro elenco de espécies
1 Núcleo de Farmácia Viva, Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil. E-mail: luznetto@
gmail.com
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vegetais medicinais, levou-se em consideração, como prioridade, a escolha daquelas que fossem
estudadas cientificamente, fizessem parte do Elenco do Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais
da Central de Medicamentos - Ceme ou constassem na Farmacopeia Brasileira. Inicialmente
foram selecionadas 10 espécies vegetais medicinais: Ageratum conyzoides (mentrasto), Allium
sativum (alho), Aloe vera (babosa), Cymbopogon citratus (capim santo), Lippia sidoides (alecrim
pimenta), Matricharia recutita (camomila), Maytenus ilicifolia (espinheira santa), Mentha x villosa
(hortelã), Mikania glomerata - M. laevigata (guaco) e Plecthranthus barbatus (boldo nacional). A
divulgação aos profissionais de saúde quanto às informações botânicas, agronômicas, constituintes
químicos, aspectos farmacológicos e utilizações terapêuticas das espécies vegetais medicinais
selecionadas, foi realizada por meio da realização do I Curso de Especialização em Fitofármacos
e Fitoterapia do Sistema de Saúde do Distrito Federal,ocorrido entre os anos de 1989 e 1990 e
pela elaboração e distribuição, no ano de 1992, da publicação: Plantas & Saúde: Guia Introdutório
à Fitoterapia. Naquele ano também foi criada a Oficina de Processamento Vegetal, cujo objetivo
era o de transformar as espécies selecionadas em droga vegetal, passando a serem prescritas pelos
profissionais capacitados, para o preparo de infusos. Para esta atividade, foram escolhidas 5 das 10
espécies padronizadas: guaco, espinheira santa, camomila, capim santo e boldo nacional. No ano de
1998 foi inaugurado o Laboratório de Manipulação de Medicamentos Fitoterápicos, mantendo-se a
produção e a dispensação de drogas vegetais para o preparo de infusos. No ano de 2000, a manipulação
de derivados vegetais e fitoterápicos teve início. Foram padronizados os seguintes para comporem
o primeiro elenco: xarope de guaco, tinturas de camomila, de boldo nacional,de espinheira santa
e de alecrim pimenta; gel debabosa e pomadas de mentrasto e de confrei(Symphytum officinale),
espécie incluída no elenco naquele ano. Com o aumento da oferta de fitoterápicos às Unidades de
Saúde, intensificou-se a adesão de profissionais prescritores e dispensadores, inserindo, portanto, de
forma decisiva, a fitoterapia no ciclo da assistência farmacêutica do SUS-DF. Em 2008 incluiu-se
no elenco a espécie Cordia verbenacea (erva baleeira), sendo desenvolvidas as formas gel e pomada
a partir do seu extrato hidroalcoólico. A criação da Farmácia Vivano ano de 2010, em atendimento
à Portaria MS Nº 886, de 20 de abril de 2010, seguida da publicação, em 2011, do Formulário
de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, 1ª edição (FFFB I), possibilitaram a reavaliação da
padronização das espécies vegetais destinadas a produção de fitoterápicos e os aspectos técnicos de
funcionamento do Programa. Neste sentido, foram considerados dois critérios: 1) possibilidade de
cultivo e processamento próprios e 2) formulação farmacopeica constante do FFFB I. Com relação
ao primeiro critério, a Farmácia Viva da SES-DF, cultiva e processa 7 espécies vegetais: Aloe vera
(babosa), Cordia verbenacea (erva baleeira), Lippia sidoides (alecrim pimenta), Mikania glomerata
- M. laevigata (guaco), Plecthranthus barbatus (boldo nacional), Symphytum officinale (confrei)
e funcho (Foeniculum vulgare). Quanto ao segundo critério, as formulações, desenvolvidas com
as espécies cultivadas pela Farmácia Viva, constavam do FFFB I, portanto, foram mantidas: gel
de babosa e de erva baleeira, pomada de confrei e de erva baleeira, tintura e xarope de guaco,
tintura de boldo nacional e iniciada a tintura de funcho no ano de 2014. Considerando o início da
manipulação de fitoterápicos no ano de 2000 e seu seguimento até o último ano de 2014, foram
distribuídos cerca de 245.000 unidades as Unidades de Saúde cadastradas. Apenas no ano de 2014
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foram aviadas 9543 receitas de fitoterápicos, destas ,7247 emitidas por médicos. Farmácia Viva
possui abrangência de atendimento a 23 Unidades de Saúde da SES-DF, sendo 16 Unidades Básicas,
4 Hospitais, 1 Estratégia Saúde da Família, 1 Clínica da Família e 1 Unidade Especializada.
P08 - La etnofarmacología y su contribución a la
terapéutica moderna: Algunos ejemplos de aplicación
en Guatemala.
Armando CÁCERES1
La etnofarmacología es el estudio de detección, rescate y validación de la diversidad de uso
medicinal por las poblaciones tradicionales. La búsqueda de nuevos agentes terapéuticos sigue
una cadena multidisciplinaria que implica la prospección, producción, validación, transformación
fitofarmacéutica y uso fitoterápico. La investigación etnobotánica permite detectar las especies
vegetales de uso popular para un tratamiento particular, a través de actividades de campo y
gabinete. Este trabajo debe hacerse con buenas prácticas de colecta y procurando el respeto de
la naturaleza. Se propone que la búsqueda de extractos bioactivos, es una función que podría ser
desarrollado efectivamente por los sectores académicos en asociación con empresas, particularmente
cuando los extractos crudos se analizan por “high throughput screening” que permite un análisis
masivo de extractos y moléculas. Estudios con varios enfoques demuestran que la detección
por etnofarmacología es superior a la bioprospección masiva, la primera usada por los sectores
académicos y la segunda por los sectores industriales. Para que la información etnobotánica
adquiera validez basada en la evidencia es necesario pasar por un proceso de validación preclínica
(in vitro e in vivo) y clínica. En esta conferencia se resumen las actividades de prospección llevadas
a cabo durante 1976-83 en una asociación civil no gubernamental (Centro Mesoamericano de
Estudios sobre Tecnología Apropiada, CEMAT) y las de validación conducidas por un equipo
multidisciplinario en la USAC en Gatemala desde 1985. Las actividades iniciales consistieron
en validar el uso popular en lo relacionado con la actividad antimicrobiana, antiinflamatoria y
antioxidante. Recientemente se realizaron estudios sistemáticos de algunas especies con diversas
propiedades, con el fin de desarrollar productos fitoterápicos para el mercado nacional. La
información preclínica y clínica permitió formular productos fitoterápicos que se ensayaron en
escala piloto y luego a nivel industrial, aunque en pequeña escala, en el Laboratorio de Productos
Naturales Farmaya. La integración de drogas vegetales de amplio uso en la literatura internacional,
con productos naturales nativos validados, permitió la generación de varios productos populares
en formas de tizana, tintura, elixir, jarabe o cápsula que se encuentran actualmente en el mercado
nacional. La información difundida y los productos generados han permitido que los formularios
medicinales rurales y algunos laboratorios de productos naturales elaboren productos similares que
están contribuyendo a ampliar la cobertura de salud en sistemas de atención primaria. La demanda
1 Universidad de San Carlos de Guatemala –USAC, Guatemala; Laboratorio de Productos Naturales Farmaya,
Guatemala. E-mail: [email protected]
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de nuevos productos por empresas y grupos rurales ha fortalecido a Farmaya que contribuye con
servicios de diseño y maquila para la generación de varios productos.
P09 - Diálogo de Saberes em Movimento: Ambulatório
de Saúde Indígena do Hospital Universitário de
Brasília – HUB/UnB.
Maria da Graca HOEFEL1
Ximena Pamela Díaz BERMUDEZ
Edgar Merchan HAMANN
O Sistema Único de Saúde - SUS representa uma proposta inovadora de transformação e
organização dos serviços de saúde brasileiros, no qual o modelo de assistência pautado em uma
atuação meramente curativa, reabilitadora e hospitalocêntrica,deu lugar a um modelo assistencial
promotor da saúde, preventivo e interdisciplinar, com ações voltadas para acompanhamento,
cuidado e tratamento da saúde coletiva e individual da população.Cabe lembrar que em 1988,
a Constituição Federal definiu os princípios gerais do SUS e estabeleceu que a direção única e a
responsabilidade da gestão federal do Sistema são do Ministério da Saúde. Além disso, estipulou
o reconhecimento e respeito das organizações socioculturais dos povos indígenas, assegurandolhes a capacidade civil plena e estabeleceu a competência privativa da União para legislar e tratar
sobre a questão indígena. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena foi criado como componente
do SUS e obedecendo aos seus princípios mediante a Lei nº 9.836, de 23/9/1999 e, na época,
a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), ente autárquicoadscrito ao Ministério da Saúde, foi
designada como responsável por sua estruturação (Brasil. Presidência da República, Casa Civil,
1999). A gestão do Subsistema por parte da FUNASA vigorou até 2010. Nesse ano, foi extinto
o Departamento de Saúde Indígena (DESAI-FUNASA) e criada a Secretaria Especial de Saúde
Indígena (SESAI), mediante a Lei nº 12.314 de 19/08/2010. Em 2002, mediante a Portaria/MS
Nº 254 (Brasil. Ministério da Saúde, Gabinete do Ministro, 2002) foi promulgada a Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) em consonância com políticas de
saúde mais abrangentes. A mesma prevê a garantia do direito das populações indígenas a um
atendimento diferenciado pelo SUS, que respeite suas especificidades culturais.A atenção à saúde
indígena corresponde a um sistema territorial regionalizado, organizado em Distritos de Saúde
Indígena (DSEIs), polos-base e Casas de Saúde do Índio (CASAIs). Os distritos de saúde indígena
foram concebidos como espaços étnico-culturais dinâmicos que dos pontos de vista geográfico,
populacional e administrativo, se encontram bem delimitados. As delimitações não correspondem
aos limites dos Estados e municípios onde estão localizadas as terras indígenas e frequentemente
os ultrapassam, pois tais territórios respondem à distribuição geográfica, antropológica e de acesso
aos serviços de saúde dos povos indígenas. O intuito dessa organização é promover a reordenação
da rede de atenção à saúde e de outras práticas sanitárias dirigidas aos primeiros povos do país.A
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília – UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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rede de cuidados à saúde do indígena inclui a referência a partir de postos de saúde e centros
localizados nas aldeias compondo os polos-base, para as CASAI, que por sua vez constituem a
ponte para a atenção mais complexa em hospitais. No âmbito do Distrito Federal, a CASAI local
(com sede em Sobradinho, DF) se encarrega da triagem e referência a atendimento hospitalar que
é efetivado nos hospitais da rede do Distrito Federal ou no Hospital Universitário de Brasília. Um
dos pressupostos mais importantes da política de saúde indígena é o respeito à cultura ancestral
dos diversos grupos étnicos e a inclusão de práticas terapêuticas integrativas e complementares
oriundas dos saberes dessas culturas. Este desejo nunca chegou a se concretizar e, nesse sentido,
há dificuldades e barreiras que dependem dos diversos contextos locais, regionais / estaduais e do
próprio cenário nacional. Pretende-se relatar a experiência de extensão universitária que consistiu
na criação de um ambulatório de saúde indígena em um hospital universitário, com a participação
ativa de estudantes (indígenas e não indígenas) e de Pajés. O Diálogo de saberes com Pajés de
8 etnias (Pataxó, Fulni-ô, Potiguara, Santa Isabel, Macuxi-Wapichana, Kariri-Xoxó, Atikum e
Tupinikim) permitiu a construção da proposta de atenção a saúde indígena de forma a auxiliar a
mediar das relações interculturais que ocorrem no momento do acesso ao nível terciário de atenção
à saúde.
P10 - As bases científicas da homeopatia.
Carla HOLANDINO1
A Ciência Homeopática nasceu no ano de 1796 após publicação do artigo intitulado: “Ensaio
para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários
sobre os princípios curativos admitidos até nossos dias”. O autor desse artigo foi o médico alemão
Cristiano Frederico Samuel Hahnemann, criador da terapêutica homeopática. Hahnemann nasceu
no leste da Alemanha, na cidade de Meissen, no ano de 1755. Personalidade marcada por uma
aguçada inteligência e espírito científico extremamente crítico o motivaram desde cedo ao estudo
da medicina e da química. Antes do desenvolvimento da homeopatia, Hahnemann já possuía
uma impressionante produtividade, tendo publicado entre traduções científicas e obras literárias
originais, um total de oito trabalhos, num período curto de três anos (1786 – 1788). A terapêutica
homeopática é baseada em 4 pilares principais, que são: Princípio da Similitude (Similia similibu
scurantur); Experimentação no Homem São; Doses Mínimas; Medicamento Único. Estes e outros
princípios foram publicados por Hahnemann ao longo do desenvolvimento da homeopatia em
três livros principais: O Organon da Arte de Curar; Matéria Médica Pura; Doenças Crônicas.
A homeopatia chegou ao Brasil em 1840 pelo médico francês Dr. Benoit Jules Mure. Naquela
época, o Brasil não possuía autonomia para a produção dos medicamentos, sendo as matériasprimas homeopáticas (tinturas, minerais, vegetais) importadas, principalmente da Europa. O
1 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: [email protected]
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cenário nos dias de hoje é bastante diferente e vemos a homeopatia difundida em vários países pelo
mundo. No Brasil, o preparo dos medicamentos homeopáticos é respaldado pela Farmacopeia
Homeopática Brasileira que é um dos produtos da Farmacopeia Brasileira. Trata-se de um código
oficial, constantemente atualizado, que deve ser seguido em todo o território nacional por todos
os farmacêuticos homeopatas, responsáveis pela manipulação e produção dos medicamentos
homeopáticos. Estes medicamentos são prescritos por profissionais habilitados (médicos,
veterinários, odontólogos e farmacêuticos) e tem a sua qualidade garantida pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Ciência Homeopática continua em franco desenvolvimento,
com trabalhos científicos sendo realizados em vários países, através de diferentes modelos, tais
como: animais de laboratório, culturas de células, modelos físico-químicos, ensaios clínicos, dentre
outros. Uma das teorias atualmente aceitas é a de que os medicamentos homeopáticos são capazes
de disparar sinais bioeletromagnéticos, através da participação de agregados hídricos (clusters) e
outras estruturas aquosas geradas durante o processo de dinamização. Trabalhos recentes indicam
que a resposta ao estímulo homeopático não depende necessariamente da presença de moléculas.
O organismo vivo é capaz de responder a sinais bioletromagnéticos desencadeando uma série de
respostas biológicas, tais como: ativação de células imunológicas; alterações no metabolismo
energético; ativação de apoptose, etc. Em resumo, a farmacologia das ultradiluições homeopáticas
vem emergindo como um assunto pioneiro dentro do campo da nanomedicina, promovendo o
reconhecimento desta terapêutica como uma medicina eficaz, segura e que merece ser investigada.
P11 - A experiência das Práticas Integrativas em Saúde
(PIS) no Distrito Federal, DF.
Adelyany Batista dos SANTOS1
A experiência das PIS no DF teve início em 1983, com iniciativas relacionadas à fitoterapia
e plantas medicinais, homeopatia, acupuntura, alimentação natural. A institucionalização dessas
práticas no serviço público de saúde do DF começa a se consolidar em 1989 com a criação do
Programa de Desenvolvimento das Terapias não Convencionais (PDTNC), substituído pelo
Serviço de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (SEMENTI), em 1998, e em seguida
pelo Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (NUMENATI), em 2000. Em 2011
foi criada a Gerência de Práticas Integrativas em Saúde (GERPIS) para desenvolver e ampliar as
ações que eram desenvolvidas pelo NUMENATI. A GERPIS tem como missão o desenvolvimento,
a gestão e a produção de conhecimento na área das PIS, com foco na prevenção das doenças,
na promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, na integralidade e humanização do
1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil.
E-mail: [email protected]
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cuidado da saúde e no exercício da clínica ampliada. O campo teórico e conceitual que fundamenta
o trabalho com as PIS na experiência do DF está baseado nos Sistemas Médicos Complexos
(Luz, 2003), na filosofia vitalista e em valores culturais. Como terapêuticas são usadas de modo
completar, coadjuvante ou principal em diversas condições clínicas e de saúde. São práticas
socialmente muito aceitas, e possuem um caráter emancipador na medida em que estimulam o
protagonismo, a corresponsabilidade, a autonomia e autodeterminação do sujeito com o objetivo
de produzir saúde. Em 2014 foi publicada a Política Distrital de Práticas Integrativas em Saúde
(PDPIS), em conformidade com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
em Saúde (PNPIC). Nela as PIS são definidas como “... tecnologias que abordam a saúde do Ser
Humano na sua multidimensionalidade – física, mental, psíquica, afetiva e espiritual – promovendo
seu protagonismo, corresponsabilidade, emancipação, liberdade e atitude ética, como o objetivo
de promover, manter e recuperar sua saúde. Tendo o seu desenvolvimento caráter transversal,
transdisciplinar e intersetorial. A validação das PIS no SUS-DF será confirmada pelo critério da
tradicionalidade de seu uso e/ou pelas comprovações de seus benefícios por metodologias científicas
contemporâneas.” São objetivos da PDPIS:
1 – Desenvolver as PIS no âmbito do DF, no contexto da promoção, recuperação e reabilitação
da saúde e na prevenção de agravos em todos os níveis de atenção, com ênfase na Atenção Primária
à Saúde;
2 – Contribuir para aumentar a resolubilidade do sistema e ampliar o acesso às PIS, garantido
qualidade, eficácia, eficiência e segurança no seu uso;
3 – Racionalizar as ações em saúde, com estímulo para alternativas inovadoras e socialmente
contributivas ao desenvolvimento sustentável da comunidade;
4 – Promover o envolvimento responsável, ético e continuado dos usuários, trabalhadores e
gestores com as PIS;
5 – Ampliar o acesso ao controle e à participação social, fomentando espaços para o exercício
da cidadania.
Atualmente são oferecidas as práticas de Acupuntura, Arteterapia, Automassagem, Fitoterapia,
Hatha Yoga, Homeopatia, Lian Gong em 18 Terapias, Medicina e Terapias Antroposóficas,
Meditação, Musicoterapia, Reiki, Shantala, Tai Chi Chuan e Terapia Comunitária Integrativa em
123 locais da rede, o que corresponde a 58% das unidades de saúde oferecendo pelo menos uma
PIS, por profissionais devidamente habilitados e qualificados. O maior desafio atual é ampliar a
oferta de PIS nas unidades de saúde do DF, com ênfase na Atenção Primária à Saúde e ampliar
a variedade de modalidades diferentes por unidade, propiciando que a população tenha acesso a
serviços de saúde que considerem o ser humano em sua multidimensionalidade.
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REFERÊNCIAS
DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Política Distrital de Práticas
Integrativas em Saúde. Brasília: FEPECS, 2014.
Luz, M. D.. Novos Saberes e Práticas em Saúde Coletiva. São Paulo: Hucitec, 2003.
P12 - Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares – avanços e perspectivas.
Tiago Pires de CAMPOS1
As práticas integrativas e complementares (PICs), denominadas pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) como medicinas tradicionais e/ou complementares, foram institucionalizadas
no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), aprovada pela Portaria GM/MS no 971, de 3 de maio de 2006. A
PNPIC contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para oferta de serviços e produtos
de homeopatia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, além
de constituir observatórios de medicina antroposófica e termalismo social/crenoterapia. O texto
completo está disponível em http://goo.gl/YAa9lJ. A PNPIC vem cumprir os objetivos primordiais
da OMS e das Conferências Mundiais voltados para medicina tradicional e a medicina complementar
e alternativa (MT/MCA), quais sejam: i) promover a integração dessas práticas aos sistemas oficiais
de saúde; ii) desenvolver legislação/normatização para oferta de serviços e produtos de qualidade;
iii) propiciar o desenvolvimento dos conhecimentos na área; e iv) qualificar os profissionais
envolvidos com práticas complementares. Além disso, a Política trouxe avanços para a saúde no
país, por meio da normatização e institucionalização das experiências com essas práticas na rede
pública e como indutora de políticas, programas e legislação nas três instâncias de governo – fato
que pode ser observado pelo aumento significativo de ações, programas e políticas nos estados
e municípios brasileiros após sua aprovação. Hoje, segundo dados do Programa de Melhoria do
Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), as práticas integrativas e complementares são
ofertadas por 20% das equipes de atenção básica. Atualmente, o MS está financiando 17 projetos
de estruturação de serviço em PIC envolvendo municípios e estados. Atualmente, estão registrados
no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) mais de 4.000 estabelecimentos de
saúde que ofertam esses serviços e as PICs estão presentes em todas as capitais brasileiras. Contudo,
ainda há desconhecimento por parte de profissionais de saúde e gestores com relação à PNPIC,
principalmente no que diz respeito à racionalidade em saúde que a sustenta enquanto prática do
1 Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares*, Coordenação Geral de Áreas Técnicas, Departamento de
Atenção Básica, SAS/Ministério da Saúde, Brasil
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cuidado. Neste sentido o ministério vem promovendo cursos de capacitação e formação na área.
Em 2013 foram lançados dois cursos, na comunidade de práticas (CdP) (www.atencaobasica.org.
br) um voltado à sensibilização dos gestores e outro aos agentes comunitários de saúde. Estão
previstos para 2015 mais três cursos: Introdução à medicina tradicional chinesa, introdução às
práticas corporais e mentais da medicina tradicional chinesa e capacitação em auriculoterapia,
sendo esse último em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para 3.200
profissionais. Além destes, está em elaboração um curso de prescrição de plantas medicinais e
fitoterápicos para 1.000 profissionais da atenção básica, em parceria com a FIOCRUZ. Entre as
diretrizes da política está o incentivo à pesquisa em PICs, com vistas ao aprimoramento da atenção
à saúde, avaliando-se eficiência, eficácia, efetividade e segurança dos cuidados prestados. Essas
ações têm se dado de maneira transversal, integradas a outras ações e aos diversos programas
do Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde (MS) e com outros setores
do MS, especialmente o Departamento de Assistência Farmacêutica -SCTIE/MS, além de outros
órgãos do governo federal. As PICs estão contempladas na Agenda Nacional de Prioridades de
Pesquisa em Saúde e nos diversos formatos de apoio a pesquisas disponibilizados pelo MS. Nesse
sentido, o DAB, em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia - SCTIE/MS, financiou
o desenvolvimento de 27 projetos de pesquisas nas áreas de plantas medicinais e fitoterapia, bem
como de homeopatia, antroposofia e Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura. Historicamente,
as pesquisas relacionadas ao tema estavam voltadas à validação e desenvolvimento de produtos,
principalmente fitoterápicos e, em menor instância, medicamentos homeopáticos. A demanda atual
é criar estratégias para gestores das diversas instâncias de governo e profissionais de saúde, visando
ampliar a oferta de práticas integrativas e complementares no SUS. Na oficina nacional de gestores
promovida pelo DAB e realizada em Brasília em 2014, com a participação de 60 pesquisadores
de mais de 20 entidades, envolvidas com a pesquisa em PICs, foi destacada a importância de se
ressaltar a necessidade de valorização da singularidade dos saberes distintos das racionalidades
em saúde em PICs para produção do conhecimento e avaliação da eficácia terapêutica, passando
pelo desenvolvimento de novas metodologias de pesquisa e de práticas de cuidado em saúde. O
relatório desse encontro destaca a necessidade de priorizar o embasamento teórico metodológico
diferenciado, amparado em racionalidades médicas, vitalismo, teoria sistêmica e quântica, práticas
tradicionais com legitimidade histórica, além de outras bases que orientam o cuidado a partir da
integralidade humana.
*Equipe da Área Técnica de Práticas Integrativas e Complementares*: Luciana Alves Pereira
(Coordenadora); Daniel Mielle Amado; Flávia Santos de Oliveira; Paulo Roberto Sousa Rocha;
Thais Severino da Silva; Tiago Pires de Campos.
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P13 - A implantação da Fitoterapia no SUS no Estado
da Bahia: desafios e estratégia.
Mara Zélia de ALMEIDA1
A origem do conhecimento do homem sobre as virtudes das plantas medicinais confunde-se
com sua própria história. Através de séculos, a humanidade tem recorrido à natureza em função de
suas necessidades básicas para produção de alimentos, abrigos, vestimentas, meios de transporte,
fertilizantes, condimentos, óleos essenciais, e não em menor parcela, para as práticas medicinais1,2.
As plantas têm formado a base dos sistemas médicos tradicionais que existem a milhares de anos,
tais como a Medicina Tradicional Chinesa, Ayurveda, Greco-romana, e continuam sendo fonte de
propostas terapêuticas, aonde por meio de estudos etnobotânicos, farmacológicos pré-clínico e
clínico vêm certificando plantas medicinais de amplo uso tradicional como fitoterápicos, como, por
exemplo, Hypericum perforatum L., Ginkgo biloba L., Valeriana officinalis L., Piper methysticum
Forst.3. O uso da expressão sistema médicos tradicionais não implica admitir que se trata de um
sistema estático ou uma forma de retardo cultural, que não responde ou contrasta com a racionalidade
e a modernidade. A coexistência de vários sistemas de saúde usados no mundo todo e sua utilização
por diversos grupos sociais são evidências consideráveis de que a interação é dinâmica, levando a
alterações em todos os sistemas que coexistem4.No Brasil, a medicina popular e o conhecimento
tradicional sobre plantas medicinais surgiram das diversas etnias que contribuíram com suas
heranças culturais em hábitos de saúde que levaram a formação de uma “medicina popular
brasileira”.Atualmente, a Etnobotânica é um ramo da ciência, chave para a bioprospecção e a busca
racional de novos fármacos de origem vegetal e constitui-se numa ponte entre o saber popular e o
científico, estimulando a valorização do conhecimento tradicional, a conservação dos recursos
vegetais e o desenvolvimento sustentável. Estudos indicam o uso da Etnobiologia como ponto de
partida para o estudo de novos produtos úteis a saúde; chega-se a resultados mais rápidos e efetivos
com menos gastos para a pesquisa fitoquímica e farmacológica em relação ao estudo randômico5.
Assim, em 2002 a OMS estabeleceu uma estratégia abrangente para a medicina tradicional, que,
dentre outros objetivos, se destina a dar assistência aos países membros para desenvolver políticas
nacionais de avaliação e regulação da prática da Medicina Tradicional. Visando a ampliar e
fortalecer as práticas tradicionais de saúde na atenção básica à saúde, tal estratégia recomenda, aos
signatários, a formulação de políticas e regulamentos nacionais para promover o uso adequado,
seguro e eficaz tendo como base a investigação e inovação de modo a permitir a inclusão desse
conhecimento nos seus sistemas nacionais de saúde.No Brasil, a criação do Sistema Único de
Saúde (SUS) pela Constituição de Federal de 1988, regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde
(Leis n.º 8080/90 e nº 8.142/90), possibilitou a criação de mecanismos que permitiram maior
participação da sociedade civil na construção de políticas de saúde, bem como no fortalecimento
1 Departamento de Medicamentos, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal da Bahia – UFBA, Campus Ondina,
BA, Brasil. E-mail: [email protected]
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da atenção básica com estratégias voltadas para atenção e cuidado da saúde das famílias.Ambas as
políticas abordam a importância da valorização do conhecimento tradicional e o respeito às práticas
culturais de cura e manutenção da saúde, conforme preconizado pela OMS. Dentre as diretrizes da
PNPIC, na área de plantas medicinais, destaca-se: “Resgatar e valorizar o conhecimento tradicional
e promover a troca de informações entre grupos de usuários, detentores de conhecimento tradicional,
pesquisadores, técnicos, trabalhadores em saúde e representantes da cadeia produtiva de plantas
medicinais e fitoterápicos”6. Enquanto a PNPMF recomenda: “Promover e reconhecer as práticas
populares de uso de plantas medicinais e remédios caseiros7.” A criação dessas políticas possibilitou
a revisão e a elaboração de novos marcos regulatórios sanitários para permitir o uso de drogas
vegetais e fitoterápicos na perspectiva de ampliar as opcões terapêuticas na atenção básica de saúde
para atender a regionalização. Tal perspectiva pode ser vislumbrada pela avaliação das espécies
nativas usadas no SUS de cada município ou em uso pela população local, mas ainda não reconhecida
oficialmente. Deste modo, a elaboração destas políticas foi essencial para a valorização da
tradicionalidade, em equiparação aos critérios dos perfis fitoquímico e farmacológico para a seleção
de plantas medicinais, estimulando o diálogo entre os saberes tácito e científico, valorizando as
diferentes visões sobre doença e saúde8.Ainda, a PNPIC configura-se como uma política fundamental
para o processo de institucionalização destas abordagens no SUS, passando a ser a referência para a
estruturação das práticas integrativas no sistema de saúde brasileiro por empregar um modelo de
atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, contribuindo ao fortalecimento dos
princípios fundamentais do SUS3.Para tanto, torna-se necessário o emprego de metodologias
próprias de etnopesquisa no sentido de inventariar as práticas de saúde e, por sua vez, identificar as
espécies utilizadas nessas práticas, mas ainda não reconhecida oficialmente, contribuindo para a
regionalização das atividades voltadas para a fitoterapia na atenção básica, especialmente pela alta
taxa de endemismo e de sócio-biodiversidade presente no Brasil. Orientado por essas prerrogativas,
o Núcleo de Plantas Medicinais do Estado da Bahia (FitoBahia)em parceria com o Programa
Farmácia da Terra/UFBA, buscou investigar, utilizando metodologias próprias de etnopesquisa, no
município de São Francisco do Conde/Bahia (SFC/BA) as espécies utilizadas pela população local,
visando fornecer informação para a implantação do serviço de fitoterapia na Atenção Básica local,
especialmente na Estratégia da Saúde da Família. Avaliando as hipóteses de que a população utiliza
espécies da flora nos cuidados à saúde agregando saberes e práticas à cultura local para o
fortalecimento das características regionais e culturais das localidades estudadas9.A escolha desse
município deu-se em função do seu passado, com economia baseada na monocultura de cana-deaçúcar. O uso intensivo de mão de obra africana, propiciou-se a mistura das culturas indígenas com
a europeia e africana, contribuindo para a diversidade no uso da biodiversidade local, que à luz das
atuais políticas de saúde podem ser avaliadas quanto à pertinência de incorporação nas práticas
completares e integrativas no SUS regionalizado. Estas ações intersetoriais devem ser voltadas para
promover o desenvolvimento sustentado na região, buscando minimizar as desigualdades
socioeconômicas provocadas pela forte atuação da atividade petrolífera, base da economia local
atualmente10. Por meio de projetos financiados pela FAPESB (Fundação de apoio a Pesquisa do
Estado da Bahia) e Prefeitura de S. Francisco do Conde, além dos levantamentos etnobotânicos e as
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palestras nas Unidades Básicas de Saúde, estamos realizando a capacitação em serviço, para os
servidores de nível médio (Agentes Comunitários de Saúde e Técnicos de enfermagem) e nível
universitário para médicos, enfermeiros e odontólogos e conforme orientação da Política Nacional
de Educação Permanente em Saúde (Portaria GM/MS 1.996 de 20/08/2007). Em outros municípios
do estado da Bahia também foram realizados cursos de atualização em Fitoterapia e estímulo aos
gestores para a compra dos 12 fitoterápicos que constam da RENAME- Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais11, como Ilhéus, Itapetinga, Palmeiras, Salvador.Assim, o retrato da
atenção a saúde num dado momento é a resultante de processo constantes de reconstrução, que se
ajustam uns aos outros, e a superação das insuficiências percebidas não ocorre pela produção de
pequenos ajustes em pontos isolados no sistema médico, sendo o maior desafio introduzir a
ampliação nas formas de abordagens dos problemas de saúde. Porém, isso não implica somente em
despertar ou permitir uma nova vontade nos profissionais, mas na reorientação de atividades que
demandam diferentes níveis de abordagens tanto nas suas descrições quanto nas técnicas de
enfrentamento12. Diante disso, as etnociências podem ser utilizadas com sucesso, como eixo e
suas ferramentas tornam-se necessárias e insubstituíveis nesse percurso.É importante que os
profissionais de saúde compreendam que os clientes SUS têm diferentes visões de mundo e
interpretações sobre saúde e doença, com base na sua cultura e crenças religiosas, daí o grande
valor da capacitação dos profissionais que irão atuar nas Práticas Integrativas e Complementares no
SUS. Tal fato proporcionará maior adesão ao tratamento, satisfação com o serviço, além de
promover os princípios da Política Nacional de Atenção Básica-PNAB13, a qual considera o sujeito
em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção integral baseadas nos
seus pilares: humanizar, acolher, criar vínculo e responsabilizar. A Bahia é constituída por 417
municípios, localizados nos Biomas Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Zona Costeira e Transição
Cerrado-Caatinga. Deste modo é necessário considerar, na introdução de novas práticas com uso de
plantas nas Unidaes básicas de Saúde a diversidade do recurso genético vegetal das localidades, o
perfil epidemiológico de cada município ou região, além das características culturais referente às
práticas de saúde da população local. Essas análises enriqueceriam as praticas de saúde ao tempo
que valorizaria a cultura local aliado a um planejamento para a conservação das espécies e dos
ecossistemas.
REFERÊNCIAS
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2) Fakim AG. 2006; Medicinal plants: Traditions of yesterday and drugs of tomorrow. Mol
Aspects Med, 27: 1-93.
3) Saad GA; Léda PHO; Sá IM; Seixlack AC. 2009; Fitoterapia Contemporânea: tradição e
ciência na prática clínica. Ed. Elsevier .
4) Elisabetsky E. 2003; Etnofarmacologia. Ciência & Cultura 55(3): 35-36
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5) Bôas GKV; Gadelha CAG. 2007; Oportunidades na indústria de medicamentos e a lógica
do desenvolvimento local baseado nos biomas brasileiros: bases para a discussão de uma política
nacional. Cad. Saúde Pública, 23: 1463-1471.
6) BRASIL. 2006; Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC) no Sistema a Único de Saúde. Ministério da Saúde. Portaria 971 de 03 de Maio de 2006.
Publicado no D.O.U. de 04 de Maio de 2006. Brasília, DF.
7) BRASIL. 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá
outras providências. Decreto nº 5813, de 22 de Junho de 2006. Publicado no D. O.U. de 23 de
Junho de 2006. Brasília, DF.
8) Branquinho F. 2007; O poder das ervas na sabedoria popular e no saber cientifico. Ed.
Mauad X.155p.
9) Almeida MZ; Silva MQOR; Guedes ML; Lisboa M; Léda PHO Peixoto AL 2012;
Etnopesquisa como estratégia na seleção de plantas medicinas nativas para compor os mementos
estadual e municipais: contribuição para a implantação da fitoterapia no SUS no Estado da Bahia.
III Congreso Iberoamericano de Fitoterapia, 3 a 5 de maio de 2012, Foz do Iguaçu, Paraná
10) Almeida MZ; Silva MQOR; Guedes ML; Lisboa M; Léda PHO; Peixoto AL. 2014;Espécies
com usos medicinais e místico-religiosas em São Francisco do Conde, Bahia, Brasil: uma
contribuição para a seleção de espécies para introdução no local, Sistema Único de Saúde,Rev
Bras Farmacogn 24(2):171-184.
11)BRASIL. 2008. Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e
dá outras providências. Decreto nº, de 09 de Dezembro de 2008. Publicado no D. O. U. 10 de
Dezembro de 2008, Brasília, DF.
12) Camargo Jr KR. 2003; Biomedicina saber & ciência: uma abordagem crítica. Ed. Hucitec.
195p.
13)BRASIL. 2012. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica.Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção
à Saúde.Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 110 p. : il. – (Série E.
Legislação em Saúde.
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
ISSN 1982-8829
33 //
P14 - Medicina Antroposófica.
Miriam K Menescal1
Medicina Antroposófica é uma racionalidade médicaAntroposofia ( Antrophos = Homem,
Sophia=Sabedoria) que foi criada pelofilósofo e educador austríaco Rudolf Steiner. É um
método deconhecimento da natureza humana que amplia aquele obtido pelo método científicoconvencional. A partir da médica holandesa Ita Wegmanteve origem todo o movimento terapêutico
derivado dos fundamentos daAntroposofia.A Medicina Antroposófica é uma racionalidade médica
que amplia a visãodo diagnóstico e da terapêutica. Uma das formas de se avaliar a estrutura humana
para intervençãomédica é através da Trimembração e da Quadrimembração.Na Trimembração se
divide o Corpo Humano em Sistema Neurossensorial (Cabeça), Sistema Rítmico (Tórax) e Sistema
metabólico motor (Abdomen eMembros), que estão relacionados respectivamente com o Pensar,
oSentir e o Querer.Na Quadrimembração, se divide em Corpo Físico, Corpo Vital, CorpoAnnímico
e Organização do Eu. O Corpo Físico ETA relacionado àmaterialidade, o Corpo Vital aos
processos relacionados à vida, comocrescimento e reprodução; o Corpo Anímico esta relacionado
ao estadode vigília, e formação de sensações e reações como o mundo ao redor ea Organização
do Eu está relacionadaà auto-consciência.O Sistema de avaliação clínica envolve a anamnese, a
análise dabiografia humana e o diagnóstico dos processos em desarmonia (tri equadrimembração).
A Enxaqueca, por exemplo, apesar do sintoma selocalizar na cabeça, pode ser devido a um excesso
de atividade dosistema metabólico.O Sistema terapêutico inclui, além de medicamentos naturais
dosreinos mineral, vegetal e animal, também terapiascomplementares tais como terapia artística,
euritmia, massagemrítmica, terapias externas, musicoterapia, aconselhamento biográfico.
1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil.
E-mail: [email protected]
P16 - As práticas integrativas e complementares e os
aspectos regulatórios.
Ana Cecília Bezerra CARVALHO 1
Regular práticas integrativas é complexo no Brasil pois a legislação sanitária nacional está
centrada na medicina convencional e nos medicamentos sintéticos, havendo sempre restrições
legais a mudanças necessárias para as práticas integrativas. Este trabalho tem o objetivo de discutir
os aspectos regulatórios relacionados às práticas integrativas, para tanto, foram revisados os
regulamentos publicados pela Anvisa e disponíveis em seu portal eletrônico. Não serão discutidos
regulamentos de outros órgãos também envolvidos na regulação destas práticas, como as do
Ministério da Agricultura ou do Meio Ambiente. A Anvisa foi criada em 1999 pela Lei 9782 com o
1 Agência Nacional de Vigilância Sanitária –Anvisa, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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objetivo de regular todos os produtos e serviços que interfiram com a saúde da população brasileira.
Assim, a Anvisa não regula profissionais ou terapias, mas sim, o estabelecimento e os produtos
em que as práticas integrativas são utilizadas. Desde sua criação, já estavam previstos na lei 9782
a regulação de medicamentos fitoterápicos, incluindo dentre eles os produtos tradicionais, os
medicamentos homeopáticos e a farmácia de manipulação. Desde 2006, quando foram publicadas
a Política de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) e a Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, diferentes áreas da Anvisa, em parceria com o
Ministério da Saúde, vêm discutindo a republicação dos regulamentos sanitários no intuito de
melhor regular estas práticas. Várias Resoluções e Instruções Normativas já foram publicadas,
estando dentre elas a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) 18/2013 que regulamenta as
boas práticas de manipulação em Farmácias Vivas, as normas que regulamentaram o Produto
Tradicional Fitoterápico (PTF), que são as RDC 26 (regulamenta o registro de medicamentos
fitoterápicos e o registro e a notificação de PTF), 38/2014 (regulamenta o pós-registro destes
produtos) e RDC 13/2013 (trata das boas práticas de fabricação de PTF), além das Instruções
Normativas (IN) 2 (registro simplificado de medicamento fitoterápico e PTF), 4 (Guia sobre
registro e notificação de fitoterápicos) e 5 (complementa o pós-registro) de 2014. Também foram
atualizados os regulamentos para insumos de origem vegetal por meio da RDC 69/2014. Na área
de medicamentos dinamizados, que englobam os medicamentos homeopáticos, antroposóficos e
anti-homotóxicos, as normas vigentes são ainda de 2007, essas normas irão passar em breve por
novo processo de discussão, visando a simplificação da liberação destes produtos, são elas: a RDC
26/2007 (regulamenta o registro, pós-registro e notificação de medicamentos dinamizados) e as
IN 3 (Lista de referências bibliográficas para avaliação de segurança e eficácia de medicamentos
dinamizados), 4 (Guia para a realização de estudos de estabilidade para medicamentos dinamizados)
e 5 (Limites de potência para registro e notificação). Além destas, a Anvisa inovou criando o
acompanhamento do uso dos produtos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), por meio da
RDC 21/14, que desobriga por um período de três anos o registro dos produtos, fazendo com
eles o acompanhamento do uso por meio de controle dos insumos importados e das notificações
de eventos adversos. Neste período foi também publicado o Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopeia Brasileira em 2011, que oficializa formulações a serem manipuladas em farmácias
de manipulação e farmácias Vivas, além de orientar que fitoterápicos podem ser notificados. Este
formulário será rediscutido para ampliação e atualização em 2015. Além deste documento, será
também discutido em 2015, o Memento de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, com o intuito
de orientar a prescrição de fitoterápicos pelos diferentes profissionais atualmente habilitados. A
Farmacopeia Brasileira também foi republicada, agora em sua 5ª edição a qual revogou, pela
primeira vez, todas as edições anteriores, incluindo novas monografias de plantas medicinais. Está
também sendo discutida por meio de consulta pública a Farmacopeia Mercosul, com o objetivo
de harmonizar métodos e monografias entre os diferentes países do bloco econômico. A legislação
sanitária brasileira (Lei 6360/1976) prevê a regulamentação de produtos apenas nas classes de
medicamentos, alimentos, produtos para saúde, saneantes e cosméticos, não havendo uma classe
intermediária, como a dos suplementos existente em outros países. Deste modo, produtos com fins
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medicinais no Brasil são enquadrados como medicamentos e seguem os requisitos aplicados a estes
produtos. Sendo uma agência reguladora, a Anvisa não pode inovar, ficando restrita a regulação
dos assuntos já previstos em Lei, incluindo nisto as taxas cobradas que não podem ser modificadas.
Esta situação dificulta a regulamentação das especificidades das práticas integrativas, quando se
discutiu, por exemplo, a criação da Farmácia Viva, não se conseguia prever por meio de RDC
características comuns a este tipo de estabelecimento o qual não está definido nas Leis nacionais.
Assim, a Farmácia Viva precisava ser regulada seguindo as definições legais de farmácia, apesar
de ser a fornecedora do próprio insumo e fazer a dispensação fora do estabelecimento onde ocorre
a manipulação, características que não são previstas legalmente para farmácias. Também não
houve possibilidade de alterar a taxa de autorização de funcionamento, ou prever o não pagamento
das mesmas, mesmo sendo a Farmácia Viva regulamentada apenas para o SUS. Problemas assim
também ocorreram na regulação de produtos da MTC, sendo necessário criar o acompanhamento
dos produtos, considerando que as previsões legais para medicamentos no Brasil eram difíceis
de serem alcançadas por produtos complexos elaborados a partir de diversas matérias-primas
obtidas dos reinos animal, vegetal e mineral. Nestes anos, várias discussões e regulamentos foram
publicados no intuito de regulamentar adequadamente as práticas integrativas, dentro do que é
legalmente previsto, mas alguns pontos ainda não estão claramente resolvidos, sendo necessário
avançar na discussão de leis que prevejam as especificidades destas práticas, além disso, a discussão
precisa evoluir ainda quanto às outras ainda não reguladas claramente, como os florais e produtos
utilizados em outras medicinas, como a KAMPO, UNANI e Ayurveda dentre outras.
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: http://portal.Anvisa.
gov.br/wps/portal/Anvisa/home. Acesso em: 12 dez. 2014.normas da COFID. V. Disponível
em:
http://portal.Anvisa.gov.br/
wps/wcm/connect/42f4868048008178ad8dadbdc15bfe28/
Consolidado+COFID+V.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 12 fev. 2015.
2. BRASIL. Farmacopeia Brasileira. Disponível em: http://www.Anvisa.gov.br/hotsite/cd_
farmacopeia/index.htm. Acesso em: 12 dez. 2014.
3. BRASIL. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Disponível em: http://
www.Anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/Formulario_de_Fitoterapicos_da_
Farmacopeia_Brasileira.pdf. Acesso em: 12 dez. 2014.
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P17 - Redescobrindo as plantas medicinais na escola.
Maria das Graças Lins BRANDÃO1
As plantas têm sido utilizadas como fontes de alimentos e medicamentos por milhares de anos
pelos Ameríndios. Os Portugueses e Espanhóis levaram várias dessas espécies para a Europa, ainda
no início do século 16, e o uso de remédios de plantas brasileiras como a copaíba (Copaifera spp.),
ipecacuanha (Carapichea ipecacuanha) e curares (Chondrodendron spp.) foi expandido para várias
partes do mundo. Infelizmente, grande parte das plantas usadas no passado são pouco conhecidas
hoje, e isto deve-se, entre outros fatores, à intensa e contínua destruição da vegetação nativa
brasileira, iniciada com a exploração do pau-brasil, em 1500. Nosso grupo (CEPLAMT –UFMG)
vem se empenhando nos últimos anos em recuperar informações históricas sobre as plantas úteis
e medicinais nativas do Brasil, especialmente aquelas de origem Ameríndia. Dados e imagens
das plantas são recuperados em acervos bibliográficos e botânicos, depositados em Instituições
nacionais e da Europa. As informações tratadas são então devolvidas à população, por meio do
banco de dados www.dataplamt.org.br e de publicações. Desde 2011, está sendo desenvolvido
também um projeto específico para as escolas públicas do interior de Minas Gerais. As escolas
recebem, gratuitamente, vários materiais com informações auto-explicativas sobre as plantas:
livros, CDs, documentários, web-série, jogos, cartazes e painéis, além de um mini laboratório
no qual os princípios ativos das plantas podem ser detectados a partir de testes muito simples.
Estudantes de algumas escolas foram selecionados e foram/ são bolsistas de Iniciação Científica
Júnior do CNPq. Eles auxiliam diretamente no desenvolvimento de várias atividades. O trabalho
nas Escolas visa, especificamente, despertar vocações científicas. O objetivo de todos os trabalhos é
divulgar a importância da biodiversidade brasileira, suas plantas úteis e medicinais e a necessidade
de conservá-las. A população é alertada também da necessidade de submeter as plantas brasileiras a
estudos científicos, única forma de se transformá-las em produtos de valor agregado e uso coletivo.
FINANCIAMENTO: Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (PPM-2010) e Conselho
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 474897/ 2013-3, 405519/ 2013-3, 563563/
2010-9).
1 CEPLAMT, Museu de História Natural e Jardim Botânico. MG, Brasil; Faculdade de Farmáci, Universidade Federal
de Minas Gerais, 30180-010, Belo Horizonte, MG, Brasil.E-mail: [email protected]; Webpage: www.ceplamt.org.br
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P18 - Fitoterapia no Sistema Único de Saúde do Ceará.
Júlio César Oliveira PEIXE 1
É o Campo das práticas integrativas e complementares que contempla sistemas médicos
complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar e/ou alternativa (MT/MCA). Tais sistemas
e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de
agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta
acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio
ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse
campo são a visão ampliada no processo saúde-doença e a promoção global do cuidado humano,
especialmente do autocuidado. (Ministério da Saúde – Política Nacional de Práticas Integrativas
e Complementares em Saúde - PNPICS). O Programa Farmácias Vivas, idealizado pelo Prof. Dr.
José de Abreu Matos e instituído pela Portaria Nº 886/GM/MS, 20 de abril de 2010, revolucionou
a saúde pública no Ceará, em meados de 1983, buscando atender as classes menos abastadas de
medicamentos suprindo essa necessidade da população com as Plantas Medicinais e seus derivados.
Sendo copiado para o Município de Maracanaú somente em 1990. Levado pela Farmacêutica Dra.
Marlene de Andrade e Dr. Matos, permanecendo até os dias de hoje como modelo de atenção
primária à saúde. Com a Criação da Lei estadual da Fitoterapia em Saúde Pública No 12.591 de
07/10/1999, veio a consolidação da Fitoterapia no SUS do Estado, seguindo com publicação do
Decreto Regulamentar No 016 de 30/12/2009. Regulando assim a lei No 12.591. E em que consiste
esta Lei? Nada mais é, na divisão de modelos de Farmácias Vivas em I, II e III, com o intuito
de estabelecer normas para implantação dos vários modelos e consequentemente o planejamento
de cada modelo de acordo com os níveis de recursos de cada município. O objetivo é atender a
grande massa de usuários do SUS, na implantação de hortas de plantas medicinais nas comunidades
capacitando a população quanto a: informação, identificação, cultivo, manipulação, qualidade,
preparação. Modelo I - Este modelo se aplica à instalação de hortas de plantas medicinais em
unidades de Farmácias Vivas Comunitárias e/ou unidades do SUS mantidas sob a supervisão dos
profissionais do serviço público estadual/municipal de fitoterapia. Tem como finalidade realizar o
cultivo e garantir à comunidade assistida o acesso às plantas medicinais “in natura” e a orientação
sobre a preparação e o uso correto dos remédios caseiros, realizada por profissionais capacitados.
As preparações caseiras de plantas medicinais são descritas quanto a composição, preparação e
uso através de Manual Específico fornecido pela Assessoria Técnica para estes tipos de remédios.
Esse Modelo de Farmácia Viva I poderá também ser instalado em escolas públicas como uma
metodologia de ensino em Biologia. Modelo II - Este modelo se aplica à instalação de hortas de
1 Prefeitura Municipal de Maracanaú, CE, Brasil. E-mail: [email protected]
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plantas medicinais em unidades de Farmácias Vivas Comunitárias e/ou unidades do SUS, com a
produção/dispensação de plantas medicinais secas (droga vegetal) destinadas ao provimento das
unidades de saúde do SUS. A matéria-prima vegetal será submetida às operações primárias, em
áreas específicas, de acordo com as Boas Práticas de Processamento (BPP) e poderá também ser
produzida através do desenvolvimento da agricultura familiar credenciada. A Farmácia-viva II
poderá ainda realizar as atividades previstas para a Farmácia-Viva I, atendidas as especificações
técnicas desse. Modelo III - Este modelo se destina à preparação de “fitoterápicos padronizados”,
para o provimento das unidades do SUS. A droga vegetal para a preparação desses fitoterápicos
manipulados deve ser oriunda de hortas e/ou hortos oficiais ou credenciados, desde que processada
de acordo com as BPP. Os fitoterápicos serão preparados em áreas específicas para as operações
farmacêuticas, de acordo com as Boas Práticas de Preparação. O modelo III poderá ainda realizar
as atividades previstas para os modelos I e II. A partir de 2007, devido a pedidos oriundos dos
profissionais das Unidades Básicas de Saúde das Famílias – UBASF, foi desenvolvido um pequeno
livro capaz de orientar estes profissionais de saúde acerca das preparações da Farmácia Viva para
os usuários do SUS, incluindo neste Memento dividido em dois momentos: 1) o uso correto das
plantas medicinais, levando ao conhecimento desta população, a concentração da droga vegetal
utilizada em cada prescrição, sua posologia, a fórmula do medicamento fitoterápico tradicional e
da terapêutica como todo. 2) as outras preparações feitas pela Farmácia Viva, as fórmulas oficinais,
oriundas de compêndios oficiais e farmacopeias.
Os serviços realizados pela Farmácia Viva de Maracanaú, município com uma população
de 210.000 habitantes atendem a: UBASF, com equipe constituída de Médico, Enfermeiro,
Odontólogo e Farmacêutico, atendendo uma demanda mensal de 8.000 unidades, com produção de
12 medicamentos fitoterápicos; HOSPITAL, preparando gel para ultrassonografia e gel antisséptico;
PROGRAMA DST/AIDS, fornecendo gel lubrificante; Aldeia indígena da tribo dos Pitaguaris
Pacatuba/CE (2.940 Hab.), com oficina farmacêutica sobre plantas medicinais e chás. E, ainda, o
Programa elaborou um Memento Terapêutico Fitoterápicopara divulgação para os profissionais
prescritores. O Horto de Maracanaú tem aproximadamente 10.000m2, 40 canteiros de 10 m x 1 m,
conta com dois Farmacêuticos, oito Funcionários, sendo que das 71 plantas do programa Nacional,
41 espécies são da região Nordeste, sendo que 18 espécies são produzidas no horto. Várias são as
ações educativas promovidas no Horto, tais como: Semana do idoso, com palestras orientando os
idosos no cuidado com a saúde, higiene pessoal com aferição de pressão, glicemia, orientações
farmacêuticas sobre medicamentos, medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais. Capacitação
aos professores da Escola de Ensino Fundamental Eduardo Carlos Magalhães no bairro de Jaçanaú
em Maracanaú.Palestra no Horto da Escola de Ensino Fundamental Eduardo Carlos Magalhães com
distribuição de mudas de plantas medicinais.Aulas teóricas e práticas sobre plantas medicinais para
alunos de 5° ao 9° Ano, do Polo Base Luzardo Viana.Encontro anual com os índios da aldeia dos
pitaguaris no bairro Monguba no Município de Pacatuba, CE.Oficina de manipulação de plantas
Medicinais e chás. CRAS Piratininga.Preparo de chás, colônia, cidreira, capim-santo, goiabeira
vermelha e supositório de babosa.
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Relação das plantas medicinais do Comitê Estadual de Fitoterapia do Estado do Ceará
Espécie
Nome popular
uso
Mentrasto; erva-de-sãoAgeratum conyzoides L.
Analgésico e antiiflamatório
joão; catinga-de-bode, etc.
Acmella uliginosa (Swartz.)
Agrião-Bravo
Anestésico
Cass.
Tratamento tópico de queimaduras e
Aloe vera (L) Burm. F
Babosa
hemorroidas
Alpinia
zerumbet
(Pers.)
Colônia
Antihipertensivo
G.L.Burt et R.M
Amburana cearensis (Fr. Al.) A.
Cumaru
Broncodilatador
S.Smith.
Bauhinia ungullata Link.
Mororó; Pata-de-vaca
Hipoglicemiante
Chemopodium ambrosioides L.
Mastruço; Mentruz; ErvaContusões e fraturas
de-Santa-Maria.
Curcuma longa L.
Açafroa
Hipercolesterolemia
Cymbopogon citratus Stapf.
Capim santo
Tranquilizante
Eucalyptus tereticornis Smith. Eucalipto-medicinal
Balsâmico
Foeniculum vulgare Mill.
Funcho; erva-doce
Insônia
Justicia
pectoralis
var.
Chambá
Broncodilatador
stenophylla Leonard
Lippia alba (Mill.) N.E.Brown Erva cidreira; cidreira Tranquilizante, anticonvulsivante e
quimiotipo citral-limoneno
carmelitana.
espasmolítica suave.
Lippia sidoides Cham.
Alecrim pimenta
Antifúngico e Bactericida
Mentha arvensis L.
Hortelã japonesa; vique
Eliminação de
gastrointestinal
Mentha X villosa Huds
Hortelã rasteira
Giardiase e amebíase
Mikania glomerata Spreng.
Guaco
Broncodilatador
Mormodica charantia L.
Melão-de-são-caetano
Antimicrobiano
gases
no
Myracroduon urundeuva Fr. All.Aroeira-do-sertão
Antiinflamatório e Adstringente
Ocimum gratissimum L.
Alfavaca-cravo
Antisséptico bucal
Passiflora edulis Sims.
Maracujá
Tranquilizante
Phyllanthus amarus Schum. Et
Quebra pedra
Thorn.
Plectranthus amboinicus (Lour.)
Malvariço
Spreng.
Plectranthus barbatus Andr.
Malva Santa
Hipossecretor gástrico
Psidium guajava L.
Goiabeira vermelha
Tratamento da diarréia
Punica granatum L.
Romanzeira
Antimicrobiana,
adstringente
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trato
Litíase renal
Antisséptico bucal e balsâmico
antiviral
e
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Spondias mombin L.
Cajazeira
Herpes simplex
Symphytum officinale L.
Confrei
Cicatrizante
Tabebuia avellanedae Lor. Ex Pau d’arco - Ipê roxo Adstringente, Tendinite
Grised.
Ipê-roxo-da-mata
Zingiber officinale Roscoe.
Gengibre
Digestivo
P18 - O ensino da fitoterapia nos cursos de graduação
da área de Saúde.
Benilson Beloti BARRETO 1
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos reforçam a necessidade de formação de recursos humanos e
educação permanente dos profissionais relacionados às plantas medicinais e fitoterápicos. Uma
das principais ações definidas nas diretrizes dessas políticas é a introdução de disciplinas sobre
o tema nas graduações e pós-graduação. Vários conselhos de classes profissionais da área da
saúde (Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Odontologia) apresentam
resoluções que reconhecem as práticas integrativas, entre elas a Fitoterapia, como especialidade
e/ou qualificação do profissional de saúde. Assim, verificou-se na matriz curricular desses cursos
a presença de disciplinas referentes ao tema Plantas Medicinais e Fitoterapia em Instituições de
Ensino Superior públicas federais. A análise dos dados obtidos mostrou que apenas o curso de
Farmácia oferece disciplinas obrigatórias sobre Plantas Medicinais e Fitoterapia. Das instituições
de ensino superior pesquisadas, trinta e seis oferecem disciplinas eletivas sobre o tema. Os dados
obtidos indicaram que o curso de Farmácia oferece o maior número de disciplinas eletivas sobre o
tema selecionado, enquanto Fisioterapia e Odontologia oferecem o menor número de disciplinas
eletivas. Tal resultado é ratificado por diversos estudos publicados em que os profissionais relatam a
falta de conhecimento sobre o tema, como principal dificuldade para atuação na área de Fitoterapia.
Assim, conclui-se que há disciplinas obrigatórias somente no curso de Farmácia e as disciplinas
eletivas ainda não são constantes em muitos cursos de saúde. Para atingir a qualificação profissional
é fundamental a discussão para inclusão de disciplinas nos cursos de saúde.
1 Departamento de Atenção Básica- Ministério da Saúde, Brasilia, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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MC01 - Fitoterapia para todos: do conhecimento
científico à prática popular.
Catarina Vilar VIANA 1
Rinalda Araujo Guerra OLIVEIRA 2
Existe o ditado ‘’ o natural não faz mal‘’, que tem como contraponto o fato de os mais potentes
venenos vêm da natureza. Sendo assim, as ações que visam à promoção do uso racional das plantas
medicinais e dos fitoterápicos na saúde se revestem de grande importância, porque a população
tradicionalmente as utiliza, ainda que, muitas vezes de forma incorreta, e sem a observação de
cuidados necessários à garantia da eficácia. Assim, o minicurso teve início com a apresentação
dos conceitos Fitoterapia e plantas medicinais, bem comocom a descrição das principais formas
de preparo: Infusão: utilizada para plantas medicinais ricas em componente voláteis, como aromas
delicados e princípios ativos que se degradam pela ação combinada da água e do calor prolongados.
Banho: são utilizadas principalmente as partes mais frágeis das plantas, como flores, botões ou
folhas. Cataplasma: Consiste na aplicação, sobre a pele, de uma substância pastosa entre dois panos
finos, ao qual podem ser adicionadas diversas plantas com poderes curativos em seguida aplicada.
Compressa: Uma compressa pode ser feita embebendo-se panos, chumaços de algodão ou gaze
no infuso, decocto ou sumo da planta dissolvido em água. Outros métodos de utilização foram
citados, tais como Inalação, Maceração, Óleos, Suco ou Sumo, Pó e Xaropes. Exemplos deplantas
com ação em cada sistema do corpo humano foram apresentados. Plantas com Ação Estimulante:
Café (Coffea arábica. L) – seu principio ativo é a cafeína. Éindicado para indisposição, sonolência,
cefaléia e tem ação diurética. As partes usadas são as sementes e o modo de preparo é decocto.
Alucinógenos – Maconha (Cannabiis sativa) – são diversos estudos e trabalhos científicos, efeitos
clínicos, reconhecimento de suas ações terapêuticas. As suas ações são analgésica, estimulante
do apetite, evita vômitos e náuseas que são decorrentes da quimioterapia com pacientes com
câncer. No Brasil a planta é conhecida como alucinógena. Plantas Ulcerogênicas: têm propriedades
anti-inflamatórias e cicatrizantes. Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia), indicada para gastrites,
úlceras. A parte usada são as folhas e ramos. Pode serpreparada por infusão, tintura, cápsulas.
Plantas que agem no Aparelho Respiratório: Alho (Allium sativum. L) – diminui o colesterol,
diminui a secreções, viroses, hipertensão arterial e verminoses. Parte usada bulbo. Tem atividade
anti-inflamatória e é contra – indicado para pacientes com gastrites, pois causa irritação no trato
digestivo. Saúde Bucal – Cravo da Índia (Syzygium aromaticum) – possui eugenol, ceras e gomas,
flavonoides. Tem ação antioxidante, anti-agregante plaquetário (protege contra trombose), possui
ação antimicrobiana contra fungos e bactérias. Trato Urinário – Aroeira ( Schinus terebinthifolia
1 Centro de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde –Cpics, Prefeitura Municipal de João Pessoa, PB, Brasil.
2 Departamento de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal da Paraiba –UFPB, João Pessoa, PB, Brasil. E-mail:
[email protected]
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rod) – tem ação adstringente, anti-inflamatória,hemostática, cicatrizante e antimicrobiana contra
fungos e bactérias. Sistema Nervoso Central (SNC) – Papoula Oriental (Papaver somniferum) – seu
principal uso é atenuar as dores, principio ativo é a morfina, um alcaloide, extraído do ópio. É um
poderoso analgésico e causa dependência. Um ponto importante levantado durante o mini-curso
que deve ser observado quando utilizadas plantas terapêuticas é o efeito toxico que podem ocorrer,
e a quantidade que deve ser utilizada para evitar esses efeitos. É importante também observar as
restrições quanto ao por gestantes.Na visão holística, o homem é composto por pensamentos, desejos,
emoções e sentimentos que refletem nas condições de vida de cada um. Portanto, primeiramente
para ter saúde é preciso ter paz, saúde mental. Para conquistá-la é necessário conectar-se com
o próximo, afastar o egocentrismo. Além disso, é importante promover o equilíbrio energético.
A fitoterapia tem o potencial de energizar o homem com a natureza do qual é oriundo. Por isso,
apresenta-se como uma terapia coadjuvante à vigente para se alcançar a promoção, prevenção e
recuperação da saúde e da energia vital.
MC02 - Bases da Terapia Comunitária.
Muna Muhammad ODEH 1
A Terapia comunitária (TC) nasceu no Brasil com a tentativa de dialogar entre o conhecimento
científico e a sabedoria popular, buscando soluções para conflitos e sofrimentos humanos. A
metodologia da Terapia Comunitária (TC) foi criada e sistematizada pelo psiquiatra e antropólogo
Adalberto Barreto no ano de 1987 na Favela de Pirambu/Fortaleza/Ceará. Ela surgiu devido
à necessidade de atendimento a milhares de pessoas com problemas emocionais e psíquicos e
adequação das propostas acadêmicas de promoção a saúde às reais carências apresentadas pela
comunidade. Esta técnica pode ser utilizada nas comunidades de bairro, equipes de trabalho,
empresas, escolas, dentre outros grupos. A TC sai da ideia de terapia individual para o comunitária.
Assim, Esse projeto se estendeu de espaços abertos à comunidade até a hospitais públicos a órgãos
privados, no intuito de construir laços sociais, apoio emocionais, troca de experiências, prevenção
de doença. Essa pratica tem como objetivos reforçar a dinâmica interna através da descoberta
pelo individuo de seus valores, potencialidades, autonomia e independência, além de reforçar a
sua autoestima, valorizar o papel da família e da rede relacional, facilitar a comunicação entre
as diferentes formas de saber: popular e científico.A criação dessa metodologia está embasada
e motivada pela constatação de que as pessoas carentes vivendo problemas os mais variados
demonstram, ao mesmo tempo, riqueza nas possibilidades de soluções. Entende-se que os
profissionais de saúde, educação e áreas sociais devem ser um instrumento catalisador das soluções
emergentes da própria comunidade, arregimentando-se os vínculos sociais, as redes de solidariedade
e melhorando a auto-estima. Dessa forma, a terapia comunitária é uma roda onde há partilha de
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília –UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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experiências e sabedoria, na qual o acolhimento e o respeito ao outro é fundamental. Nesse processo
todos são corresponsáveis na busca de soluções para sofrimentos e problemas do cotidiano. Sendo
que todos os comentários são relevantes e incluídos no grupo, havendo assim o fortalecimento dos
vínculos sociais e os conflitos são redimensionados. Os preconceitos e estereótipos são quebrados,
a reconquista de espaços comunitários saudáveis, onde são encontrados valorização, aconchego
e confiança, á troca de vivências e sentimentos, como também a partilha de canções, provérbios,
poesias, lendas; tudo é material que enriquece os grupos de trabalho e faz de cada um deles uma
experiência única e marcante. Está construída em cinco pilares: resiliência (o enfrentamento das
dificuldades produz o saber para superar as adversidades contextuais; processo de sair da inércia
para o movimento); pensamento sistêmico(sou parte do problema e parte da solução); Antropologia
Cultural (quem sou passa pelo que creio, como ando, falo, como me visto); Teoria da Comunicação
(tudo é comunicação); Paulo Freire (aprendizado por meio da vivência, o aprendizado a partir
de uma situação). Seguindo o modelo co-participativo, que se baseia na busca de identificar
potenciais e na circulação da informação, suscita a corresponsabilidade, onde cada um é parte
do problema e da solução, cada um procura mudar a si mesmo e não mudar o outro. No Distrito
Federal existe o Movimento Integrado de Saúde Comunitária do Distrito Federal (MISMEC-DF)
que é uma organização sem fins lucrativos que trabalha com a formação de terapeutas – sendo
que tal formação pode ser feita por qualquer pessoa basta o interesse pelo assunto. Com a terapia
comunitária e sabendo-se que a maior parte dos quadros de saúde mental podem ser tratados sem
o uso de medicamentos e internações em hospitais psiquiátricos, a terapia comunitária é uma
alternativa interessante e daí a existência de centros e serviços para orientação em saúde mental
como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Serviços Residências Terapêuticas (SRT),
os Centros de Convivência e Cultura e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos
CAPS III). Ao término do minicurso foi feita uma Roda de Terapia, que é um espaço de conversa,
escuta, partilha de sentimentos e experiências de vida a qual tem o objetivo as trocas, aprendizados
uns com os outros e de fazer com que as pessoas percebam que não são só elas que possuem
problemas e sim que existem outras pessoas com problemas mais delicados, fáceis ou até difíceis
de serem solucionados. A Roda de Terapia foi organizada em círculo para que as pessoas pudessem
ter uma melhor visão em relação às outras, algumas pessoas falaram sobre situações que lhes
causam angustia, tais como: insegurança em frente ao mercado de trabalho, a falta de respeito
pelo próximo, entre outros, diante disso, a situação de aflição compartilhada fora escolhida pelas
pessoas que compunham a roda, e subsequente a votação, perguntas foram feitas para a pessoa cuja
ânsia tinha sido escolhida, posteriormente as pessoas da roda puderam compartilhar situações que
as fizeram tomar grandes decisões para que pudessem alcançar seus desejos, ou seja, abrir mão de
algo em prol de outra coisa.
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MC03 - Como sistematizar resultados para registros
de evidências.
Edgard Merchan-HARMANN1
Evidência, na língua portuguesa, indica a certeza manifesta, enquanto na língua inglesa
significa a comprovação de algo. O registro é a etapa mais importante para a sistematização de
resultados, devendo-se optar pelos métodos qualitativos ou quantitativos.As fontes de evidências
são: Levantamentos de dados (já existentes), Coleta de dados (novos), Observação e registros de
fatos, coleta de dados a partir de fatos ou de outras formas de expressão.A análise dos dados para
a construção de evidência depende do método, podendo ser: Quantitativo, por meio de cálculo de
indicadores, ou qualitativos, por meio da determinação de categorias, sistematização do material,
análise e interpretação, qualificação ou clínica. Vivemos na hegemonia da ciência dura (Hard
Science), supostamente baseadas em ciências exatas, utilizando métodos quantitativos. Contudo,
a ciência deve ser ampla o suficiente para responder a questões de acordo com a complexidade e
diversidade de objetos variados. Assim, Evidência é aquilo que comprova, descarta ou refuta. É
uma certeza manifesta; objeto de conhecimento que não comporta dúvida quanto sua veracidade
ou falsidade. O Registro é importante para criar evidências e comprovações. Objetos legítimos
de pesquisa são variados, tais como dor (presença ou ausência); limitação, incapacidade,
deficiência; qualidade de vida; felicidade; “bem viver (welfare)”, felicidade suprema. As Fontes
de Evidênciaconsistem em levantamento de dados já existentes (quantitativo); coleta de novos
dados (qualitativo ou quantitativo); observação e registros de fatos (qualitativo ou quantitativo).
Os métodos de estudo das fontes de evidência dependem da pergunta norteadora da pesquisa, quer
utilizando métodos quantitativos (epidemiológicos/estatísticos), quer qualitativos, por meio da
expressão do paciente, e dependem também de dados da realidade. Métodos quantitativosreferemse a epidemiologia/estatística; categorização de variáveis; tubulação; cálculo de indicadores; análise
de associações entre variáveis. E Métodos qualitativos são mais utilizados nass ciências sociais e
humanas; arte e crítica cultural. A importância de registrarreside na possibilidade de formação de
dados de pesquisa. O registro de evidências parte de uma pergunta inicial. Por exemplo, “Qual a
resolutividade da homeopatia no tratamento de doenças respiratórias nos centros de saúde do DF?”
Para responder a essa pergunta há necessidade de certas informações fundamentais, tais como:
Sexo, Idade, percepção do indivíduo ao tratamento farmacológico e em relação ao homeopático,
credibilidade dos profissionais e usuários, acesso ao medicamento, adesão, aparecimento de efeitos
adversos e tempo de tratamento. É importante lembrar a necessidade de o trabalho ser aprovado por
comitê de ética antes de ser iniciado.
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília –UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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MC04 - Meditação: um caminho para o
autoconhecimento, autocuidado e autotransformação.
Ana Beatriz Duarte VIEIRA
Valéria Ciryaco da Silva FROTA1
A meditaçãoexiste há centenasde anos e é cada vez mais praticada no Ocidente.Muitas técnicas de
meditação exigem a quietude e o silêncio. Mas para amaioria das pessoas, o estresse acumulado em
nosso corpo/mente torna isso difícil. Antes depoder acessar a casa de força interior da consciência,
há necessidade de liberar tensões. O minicurso ocorreu de forma essencialmente prática. A primeira
consistiu em comer uma uva passa ou uma castanha, naturalmente.Foram feitos exercícios de
respiração, e logo depois foi solicito que os participantes ingerissem uva passa ou castanha, mas
dessa vez,tendo consci^ncia do alimento o alimento dentroda boca, antes de mastigá¬lo. Após
inspirações e expirações lentas, pausadas e profundas foi solicitado que os participantes saboreassem
o alimento de maneira lenta e apreciativa e, em seguida, foram indagados a relatar a experiência .
No dia a dia, na maioria dos momentos, as pessoas não se concentram ao exercerem tarefas vitais,
deixando de apreciar coisasessenciais para o bem estar. Durante o minicurso foram abordadas as
principais maneiras de se realizar a meditação, local, tempo e modo deexercício, os mitos presentes
na cultura ocidental.Foram realizadas técnicas de meditação, com música relaxante e movimentos
leves e ritmados, que exercitam a paciência, calma e equilíbrio.O mais importante é concentrar na
própria respiração, pois namaioria das vezes , as pessoas respiram de forma superficial: Inspirar
lenta e profundamente. Esperar uma média de quatro segundos eExpirar também de maneira
lenta. Esperar mais uma vez em média quatro segundos para inspirar novamente. Meditar é uma
experiência que proporciona bem-estar, autocontrole, de inestimável valor para os profissionais,
para que assim, ao cuidar de si mesmos são capazes de cuidar melhor de seus pacientes.
1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil.
E-mail: [email protected]
MC05 - Gestão de referências bibliográficas e criação
de bibliografias.
Luiz Alberto SIMEONI 1
Com o advento da tecnologia, o acesso à informação foi aprimorado, e para gerenciá-las existem
1 Laboratório de Farmacologia Molecular ,Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia, DF, Brasil.
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programas adequados, como EndNote (pago), o Mendeley (gratuito) e o Zotero (gratuito). Tais
programas são utilizados para armazenar e organizar referências bibliográficas. O criador do
programa EndNote teve a ideia de criá-lo ao ver sua esposa dedicando muito tempo às citações
de sua dissertação. O programa possibilita a criação de bibliotecas de referências bibliográficas,
buscar referências de outras bases de dados, ligar referências com documentos do Word e gerenciar
referências de acordo com as normas de cada periódico científico. Também pode utilizar o programa
online pelo link “ web of science”, que trará ainda informações como o índice H, que mostra
quanto seu arquivo está sendo citado em outros trabalhos. Uma limitação a está relacionada com
as informações baixadas pelo EndNote. Esses dados são salvos no disco rígido do computador,
incluindo os arquivos anexados, como os PDF dos artigos. Entretanto, estes dados permanecem
apenas no computador do usuário, no qual existe o risco de perda ou extravio, as quais não são
disponíveis online pelo EndNote Web. Durante o minicurso foi mostrado o passo a passo de cada
parte desde a criação de uma nova biblioteca até a edição de um novo estilo de formatação.. Em
casos de o programa não conter o estilo de citação desejado, ou uma referência, esses podem ser
inseridos manualmente. Ao final da edição, o trabalho redigido conterá as referências bibliográficas
devidamente editadas, localizadas e redigidas de acordo com as opções desejadas.
MC06 - Fundamentos da Medicina Tradicional
Chinesa – Práticas Corporais.
Aristein Tai-Shy WOO 1
Para compreender qualquer tipo de racionalidade médica, é necessário que se compreenda
o conceito de saúde - seja como ausência de doença, seja como equilíbrio de diversos fatores
que influenciam nas pessoas. Na medicina tradicional chinesa, utiliza-se o conceito de yin e
yang (contemplação e análise da natureza) onde tudo possui dois lados, um lado iluminado e
outro sombreado; onde ambos os lados podem se inverter em variadas situações. Além disso,
o entendimento da doença, desenvolvimento, diagnóstico e tratamento se diferem da medicina
ocidental onde pode se observar a existência de um raciocínio multidirecional e multicausal. A
pessoa humana na MTC é vista como feita de conexões através de rede de meridianos e pontos,
que são locais que passam o Qi - formador de todas as coisas existentes no universo. O Yin é o lado
sombreado da montanha e o Yang é o lado da montanha no qual batem os raios do sol. Quando o
sol se move, o lado que era sombreado fica iluminado e o lado iluminado fica sombreado. Há 5
fases que correspondem aos 5 elementos (fogo, terra, metal, água e madeira) e um gera e controla
o outro. Por exemplo, o fogo gera a terra que gera o metal que gera a água e esta, por sua vez, gera
1 Gerência de Práticas Integrativas em Saúde –GERPIS, Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil.
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a madeira. Um se transforma no outro. Ação sobre o exterior acontece por intermédio das práticas
corporais como a automassagem. A ação sobre os órgãos internos (Zang fu) pode ser dividida
em massagem por ação respiratória e também em circulação do Qi dos meridianos para que eles
cheguem aos orgãos internos. Os pulmões são ligados ao metal e ao outono e são responsáveis por
extrair o Qi do ar e mistura-o com o Qi dos alimentos e o pré-natal (que é herdado dos ancestrais)
do rim para nutrir todo o corpo. Quanto melhor a absorção do Qi, melhor o pulmão cumprirá a
função. A pessoa saudável sente tristeza e é mesquinha, além de ser angustiada e irresponsável.
O pulmão é o órgão ligado à coragem, pureza e generosidade. O rim faz par com a bexiga e está
relacionado à água e a estação é o inverno. O rim armazena o Qi pré-natal. Quando o indivíduo
tem alguma patologia, ele sente medo, indecisão, dor lombar e no joelho, tem osteoporose e
envelhecimento prematuro. E se a pessoa está bem, ela é branda e delicada. O fígado faz par
com a vesícula biliar e mantém a harmonia do fluxo e Qi. O elemento é a madeira e a estação
é a primavera. Pessoas saudáveis tem unhas fortes e intelogência com benevolência. Já pessoas
doentes apresentam irritabilidade, raiva, tremores, AVC, dores e TPM. O coração está pareado com
o intestino e governa o Qi e o sangue. Se a pessoa estiver doente, ela fica apática e insensível. A
estação do coração é o verão. O baço está pareado com o estômago e é responsável pelo transporte
e pela transferencia dos alimentos, retirando o Qi deles. Está associado ao elemento terra e dá vigor
muscular, espontaneidade, hospitalidade, quando a pessoa está saudável. Atualmente são oito os
principais métodos de tratamento da Medicina Tradicional Chinesa: fitoterapia chinesa (fármacos),
acupunctura, tuina ou Tui Ná (massagem e osteopatia chinesa), dietoterapia (terapia alimentar
chinesa), auriculoterapia (tratamento pela orelha), moxabustão e ventosaterapia. Práticas físicas
(exercícios integrados de respiração e circulação de energia, e meditação como: Chi Kung, o Tai
Chi Chuan e algumas artes marciais) são consideradas métodos profiláticos para a manutenção da
saúde ou formas de intervenção para recuperá-la. Dessa forma, a terapêutica baseada na medicina
tradicional chinesa tem o objetivo de restabelecer o fluxo da energia vital pelo organismo, e para
isso surgiram então as diversas práticas dessa medicina tradicional chinesa.
MC07- O agente comunitário de saúde e o uso racional
de medicamentos.
Janeth Oliveira NAVES 1
Noemia Urruth Leão TAVARES
O agente comunitário de saúde é reconhecidamente um trabalhador, que tem um importante
papel na organização de algumas ações de saúde, na promoção do cuidado da saúde da população,
na conscientização para o autocuidado e na divulgação de informações essenciais à saúde. É o
disseminador fundamental na gestão de ensinamentos seguros sobre o uso correto e racional de
medicamentos para a manutenção da saúde das pessoas atendidas. A Política Nacional de Assistência
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia. DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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Farmacêutica do Ministério da Saúde é parte integrante da Política Nacional de Saúde, e envolve
um conjunto de ações para a promoção, a proteção e a recuperação da saúde, tendo o medicamento
o seu insumo essencial. Nesse sentido, é fundamental o papel o agente para a promoção do uso
racional de medicamentos que ganha importância na dimensão do acesso racional, caracterizando
o medicamento como instrumento às ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. O
agente comunitário humaniza o atendimento e traz orientações valiosas para que o cidadão possa
fazer o uso racional de medicamentos e ter uma efetiva melhora em sua saúde e consequentemente
um efetivo aumento em sua qualidade de vida. Vários problemas são observados e são comuns
no dia-a-dia da população entre eles o uso incorreto de medicamentos, a posologia, a guarda dos
mesmos em lugares incorretos, além da automedicação, com isso é necessário e importante maior
conhecimento desses problemas pela comunidade principalmente em relação ao uso racional de
medicamentos (quando os pacientes recebem os medicamentos apropriados à sua condição clinica,
em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor
custo possível). Uma das formas de levar a esse uso consciente seria a instrução da população por
intermédio dos agentes comunitários. Muitas vezes coisas simples levam a confusão da população,
desde termos como a distinção entre remédio - que é todo e qualquer tipo de produto que não
passa por processo de fabricação e medicamento - que é um produto que passa por um processo
técnico para a sua fabricação que é vendido em drogarias, farmácias magistrais e modificada ou
explora sistemas fisiológicas ou estados patológicos. O agente de saúde tem papel fundamental na
informação, então conhecimento básico sobre orientação no que se refere às formas farmacêuticas,
fazendo com que o medicamento seja administrado de forma correta. A partir disso, é importante
falar sobre o papel dos medicamentos, uma vez que o agente de saúde não é especialista na área.
O agente pode ter conhecimento das informações do medicamento, para que detecte algum erro
no tratamento. Essas informações devem ser fornecidas pela equipe de saúde local. O agente deve
saber a eficácia clínica, indicações definidas, margens de segurança, reações adversas conveniência
de uso, administração, contra¬indicações, etc. O acesso é deve ser bem avaliado, pois deve¬se
levar em consideração o custo, disponibilidade no sistema.
R01 - Avaliação do uso de plantas medicinais por
idosos cadastrados na Estratégia Saúde da Família em
Ceilândia-DF.
Letícia Santana da Silva SOARES 1
Paula Melo MARTINS
O uso de plantas medicinais é uma alternativa para a manutenção da saúde ou o tratamento de
doenças de muitas comunidades. O reconhecimento e resgate do saber local sobre plantas medicinais
são fundamentais, pois a inserção das práticas integrativas e complementares ao SUS, através da
1 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília - UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected].
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ISSN 1982-8829
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PNPIC, traz valorização da diversidade cultural e fortalecimento da fitoterapia como alternativa de
tratamento. Para tanto, procurou-se saber sobre o conhecimento das plantas medicinais utilizadas
por idosos cadastrados na ESF em Ceilândia/DF.A pesquisa foi feita através de questionário semiestruturado, com entrevistas realizadas com idosos cadastrados na ESF do CS 04-Ceilândia. A
análise dos dados foi descritiva com uso de distribuição de frequências e os resultados obtidos
foram processados e analisados pelo software Epi-Info®.Dos 50 idosos entrevistados, 66%
(n=33) utilizavam plantas medicinais para tratar enfermidades e destes, 75,8% (n=25) disseram
já ter se curado ao fazer uso exclusivo de plantas medicinais. Das 32 espécies citadas, as mais
frequentes foram: erva cidreira (18/20,68%), camomila (11/12,65%), capim santo (11/12,65%),
boldo (7/8,05%), erva doce (6/6,89%) e gengibre (6/6,89%). Sobre o efeito das plantas medicinais,
39,4% (n=13) disseram ser forte e 36,4% (n=12) moderado. Sobre já terem sentido algum mal
estar durante o uso, 93,9% (n=31) declararam nunca terem sentido.Assim, foi possível termos um
panorama geral sobre uso e conhecimento das plantas medicinais pelos idosos. Esse projeto vem
fomentar a necessidade de ampliação e fortalecimento das práticas integrativas e complementares
dentro do SUS, já que existe conhecimento popular para respaldar esse uso.
R02-Plantas medicinais no contexto da permacultura:
relato de experiência.
Alynne Mendonça Saraiva NAGASHIMA 1
Francisco Douglas Cabral LEITE
Fábio Henrique de Miranda dos SANTOS
Ivonilde Alves TEIXEIRA
Maria de Oliveira FERREIRA FILHA
Permacultura é um conhecimento transdisciplinar, que abrange práticas ancestrais com
tecnologias modernas, que englobam a agricultura, arquitetura, design, ciências naturais, economia
solidária, geografia e biologia, utilizando-se de elementos como plantas, animais, edificações e infraestruturas, relacionados ao uso da água, da energia e das comunicações, para proporcionar práticas
alternativas de sustentabilidade e promover a interação do ser humano e natureza. Sendo assim,
esse trabalho objetiva relatar a experiência do cultivo de plantas medicinais dentro do contexto
da permacultura. Trata-se de um relato de experiência sobre o cultivo e conhecimento das plantas
medicinais durante as práticas da permacultura, realizadas no Centro de Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde “Equilíbrio do Ser”, no município de João Pessoa/PB. A permacultura
iniciou-se em 2012 e vem sendo realizada como uma prática integrativa de cuidado, à medida
que estabelece a visão do ser humano como parte integrante da natureza. Essa prática é realizada
1 Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, PB, Brasil. E-mail: [email protected].
ISSN 1982-8829
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por três terapeutas juntamente com os usuários, duas vezes por semana. Profissionais e usuários
construíram mandalas, nas quais foram cultivadas em torno de 20 tipos de plantas medicinais e
estudadas suas propriedades, formas de uso e contra indicações. Os usuários fazem uso das plantas
e repassam o conhecimento adquiridos em feira realizada quinzenalmente nos serviço, e aberta ao
público. A partir do cultivo das plantas medicinais, os usuários tomam conhecimento sobre seus
benefícios, de forma responsável e racional e assumem uma posição de pertencimento à natureza,
bem como repassam os ensinamentos construídos para a família e comunidade.
AGRADECIMENTOS: Aos usuários que fazem parte da Permacultura do Centro de Práticas
Integrativas e Complementares “Equilíbrio do Ser”na cidade de João Pessoa/PB.
R03 - Uso de plantas medicinais pelos agentes
comunitários de saúde.
Alynne Mendonça Saraiva NAGASHIMA 1
Jefferson Washington Corcino FREIRE
Priscilla Maria Castro SILVA
Maria de Oliveira FERREIRA FILHA
As ações com plantas medicinais no SUS, acontecem prioritariamente na Saúde da Família,
pelos fundamentos e princípios desse nível de atenção e pela característica terapêutica, que envolve
interação entre saberes, parcerias nos cuidados com a saúde, ações de promoção e prevenção, entre
outras. Nesse sentindo, o objetivo da pesquisa foi, conhecer as plantas medicinais utilizadas pelo
Agente Comunitário de Saúde (ACS), acreditando ser este profissional um dos grandes responsáveis
pela disseminação e troca de saberes entre a comunidade e o serviço. Pesquisa quantitativa,
exploratória e transversal, realizada entre os meses de outubro e novembro com 32 ACS da cidade
da Cuité-PB, através da aplicação de questionário. Dentre os participantes 75% afirmaram utilizar
plantas medicinais no cotidiano. O boldo foi a planta mais utilizada com 19%, tendo como principal
forma de uso o chá (62%) e 62,5% referiram não conhecerem os efeitos tóxicos das plantas. Dos
ACS entrevistados, 81,25% afirmaram já ter participado de algum evento sobre plantas medicinais
e 78,12% indicam o uso de plantas medicinais na comunidade em que trabalha. No entanto, 50%
disseram não discutir sobre esse assunto com a equipe. Observou-se que os ACS são profissionais
importantes na disseminação do uso de plantas medicinais na comunidade. No entanto, embora
tenham participado de eventos sobre a temática, o estudo demonstrou conhecimento incipiente
sobre a toxicidade das plantas e fragilidade no envolvimento da equipe de saúde no que concerne
ao conhecimento, e importância desse recurso para a comunidade.
1 Universidade Federal de Campina Grande -UFCG, PB, Brasil. E-mail: [email protected].
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R04-Plantas medicinais como alternativa na atenção
primaria em uma comunidade rural de Monte Azul,
MG.
Eurislene Moreira Antunes DAMASCENO 1
Jose Fernando CAMARGO
Alexandra CUSTODIO
Bruna FERNANDES
Thiago XAVIER
Sibele Nascimento AQUINO
O uso terapêutico das plantas medicinais tem levantado grande interesse na área da saúde, pois
gera conhecimentos úteis ao desenvolvimento de novos medicamentos, tem sido muitas vezes o
único recurso no tratamento e na cura de enfermidades, principalmente nas regiões mais pobres
do país. O objetivo do presente trabalho é identificar a ocorrência do uso de plantas medicinais em
residências da comunidade Cana Brava município de Monte Azul, MG, quais plantas utilizadas
por esses moradores, verificar o conhecimento sobre forma de preparo, reconhecimento, obtenção
e conservação da planta, com quem esses moradores aprenderam a utilizar tais plantas e se utilizam
de forma correta, com a finalidade de prevenir, controlar ou reduzir os valores tensionais do uso
de plantas medicinais. Para a obtenção dos dados optou-se pela pesquisa exploratório-descritiva,
a amostra correspondeu a 100 moradores da comunidade, representando aproximadamente 10%
da população, a coleta foi realizada por meio de um formulário estruturado, o trabalho foi enviado
para o comitê de ética com parecer número 83827. Através da coleta realizada, foram selecionadas
para estudo as cinco plantas mais citada pelos entrevistados, são elas: Transagem (Plantago major),
Boldo (Plectranthus barbatus Andrews), Jatobá (Hymenaea Stigonocarpa Mart), Hortelã (Mentha )
e Velame do campo (Croton campestris). A maioria das plantas utilizadas são preparadas na forma
de chá (82%) e obtidas em cultivo próprio (78%), sendo que, em geral, o conhecimento sobre o
uso e modo de preparo da plantas medicinais foi obtido dos familiares (82%). Quanto ao sexo
dos entrevistados predominou o feminino com (87%) mulheres e (13%) homens. A faixa etária
predominante foi de 35 a 60 anos, o grau de instrução predominante foi o ensino fundamentalincompleto e a transmissão do conhecimento predominou a tradição oral. A maioria das espécies
citadas e utilizadas popularmente possui atividade farmacológica já comprovada na literatura
necessitando, no entanto, de orientação correta sobre seu cultivo e emprego terapêutico. A pesquisa
revelou um quadro de enorme riqueza cultural associado às precárias condições econômicas vividas
pela maior parte de sua população.
1 Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, MG, Brasil. E-mail: [email protected].
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R05 - O ensino das práticas integrativas e
complementares na graduação de enfermagem.
Priscilla Maria de Castro SILVA 1
Alynne Mendonça Saraiva NAGASHIMA
As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) abarcam recursos terapêuticos que procuram
estimular as possibilidades naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio
de tecnologias eficazes e seguras. Estas práticas abordam o processo saúde-doença de maneira
diferenciada, possibilitando uma ampliação das possibilidades terapêuticas, contribuindo para um
cuidado integral. O ensino das Práticas Integrativas nos cursos de saúde permite uma reflexão sobre
esses recursos enquanto formas de cuidado complementares ao modelo biomédico. Este trabalho
tem como objetivo relatar a experiência de ensino das práticas integrativas em uma universidade
pública. Trata-se de um relato de experiência sobre o ensino das PICs na Universidade Federal de
Campina Grande. A disciplina que aborda esses recursos é intitulada de Terapias Complementares
em Saúde e está instituída na grade curricular do Curso de Bacharelado em Enfermagem, como
disciplina optativa. A disciplina contribuiu para a formação crítica dos discentes, através do
conhecimento sobre as PICs e a importância dessas para a promoção de um cuidado ético do ser
humano. Percebeu-se como principal dificuldade a quebra do paradigma hegemônico do ensino
biomédico, presente nos cursos de saúde nas instituições de ensino. No entanto, a disciplina
permitiu importantes reflexões e discussões sobre formas complementares de cuidado e sobre
uma visão integral do ser humano perante o processo saúde-doença. A formação de profissionais
com conhecimento das PICs faz-se necessária, já que essas práticas estão pautadas em uma escuta
qualificada, no resgate da identidade cultural, e na relação de corresponsabilidade do usuário no
seu processo de cuidado.
1 Universidade Federal de Campina Grande -UFCG, PB, Brasil. E-mail: [email protected].
R06 - Análise dos efeitos da acupuntura em pacientes
com dor na Unidade de Saúde da Família do Candeal.
Renata ROSEGHINI 1
Gabriele Galvão Santos de SANTANA
Juliana Guimarães de SOUZA
A acupuntura é um antigo método terapêutico da Medicina Tradicional Chinesa que consiste em
estimular determinados pontos espalhados pelo corpo (chamados de acupontos) inserindo agulhas,
a fim de restaurar e manter a saúde do corpo e da mente. Segundo o princípio da acupuntura, a dor
é resultante de um desequilíbrio energético envolvendo o Yin/Yang, os Cinco Elementos e os Doze
1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP, BA, Brasil. E-mail: [email protected].
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ISSN 1982-8829
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Meridianos, e que pode ser amenizada reestabelecendo este equilíbrio. Este trabalho analisou o
efeito da acupuntura em pacientes com dor na USF Candeal, Salvador-BA ao longo de oito meses.
Foram selecionados 6 pacientes e a coleta de dados foi realizada através do preenchimento das
fichas de anamnese elaboradas de acordo com os princípios da Medicina Tradicional Chinesa
e da aplicação do Inventário Breve de Dor, antes da primeira sessão e após a última sessão. Os
resultados demonstraram que houve melhoras nas dores iniciais, além dos sintomas gerais (como
sono, humor, regularidade intestinal). Desta forma, a acupuntura mostrou ser uma técnica eficaz
para o tratamento de pacientes com dores crônicas e de possível aplicação em unidades básicas de
saúde, reforçando as diretrizes das Práticas Integrativas e Complementares no SUS.
R07 - A acupuntura como prática complemnetar no
tratamento de pacientes com doença falciforme.
Renata ROSEGHINI 1
Aline Taranto CARLETTO
Ana Luisa Valadares CERQUEIRA
A Doença Falciforme é considerada, no Brasil, a doença hereditária mais frequente, sendo
que a dor configura-se como a complicação mais frequente da doença falciforme e é a sua
primeira manifestação, podendo ser revertida com o uso de anti inflamatórios ou analgésicos,
mas sem controle satisfatório do quadro. A acupuntura vem ganhando visibilidade como técnica
complementar ao tratamento medicamentoso para diversas doenças e no controle da dor. Este
trabalho visa avaliar a conduta terapêutica e o efeito da acupuntura em pacientes com Doença
Falciforme. Os pacientes cadastrados no Programa Nacional de Atenção Integral às Pessoas com
Doença Falciforme se submeteram a dez sessões semanais de acupuntura na EBMSP, SalvadorBA. utilizando-se pontos de equilíbrio energético (SU) e pontos sintomáticos, de acordo com
o diagnóstico energético. Foram analisadas 14 fichas de anamnese, observando-se os dados de
alterações energéticas, presença dos sintomas e variações na escala de dor (Inventário Breve de
Dor). Os dados coletados indicam a localização predominante da dor nos meridianos da Bexiga
(58,7%) e Vesícula Biliar (71,4%), presença da dor do tipo Yin (100%) e alterações energéticas nos
meridianos do Baço-Pâncreas (100%), Rins (85,7%) e Fígado (85,6%). Os pacientes encontramse em fase de tratamento e, portanto os dados sobre os efeitos da terapia ainda são inconclusivos.
No entanto, pode-se notar pelos dados preliminares que houve uma queda nos níveis da escala
de dor na maioria dos pacientes, sugerindo que a utilização da acupuntura pode ser um método
complementar eficiente no tratamento de pacientes com Doenças Falciformes.
1 Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP, BA, Brasil. E-mail: [email protected].
ISSN 1982-8829
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54 //
R08 - O acesso e a oferta da homeopatia aos pacientes
pediátricos atendidos no Centro Materno Infantil do
Município de Santa Cruz do Sul – RS.
Cassinéli GARSKE 1
Lisoni Muller MORSCH
Ana Paula Helfer SCHNEIDER
Este trabalho consiste em um estudo sobre a Homeopatia, uma prática médica alternativa
inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde
(SUS), que tem por finalidade apresentar ao sistema outras alternativas médicas para a promoção
e recuperação da saúde dos usuários do SUS, incluindo a homeopatia, acupuntura, fitoterapia
e o termalismo. Neste contexto, busca-se determinar a prevalência do uso de medicamentos
homeopáticos pelos pacientes pediátricos atendidos no Centro Materno Infantil – CEMAI - do
município de Santa Cruz do Sul, RS, e o conhecimento dos seus responsáveis e dos profissionais
da saúde que lá atuam sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
no SUS. Para tanto foi aplicado um questionário direcionado aos responsáveis pelos pacientes
pediátricos (n=90) e outro para os profissionais de saúde (n=10), abordando dados relacionados
ao conhecimento e o interesse na prática homeopática, bem como a implantação das práticas
integrativas e complementares nesses locais. Dos resultados obtidos constatou-se que 83,3% dos
responsáveis pelos pacientes pediátricos não possuem informações a respeito da PIC, mas já a
utilizaram em algum momento, e 37,8% conhecem a homeopatia. Quanto aos profissionais de saúde
60% sabem o que são as PIC e 30% desconhecem os medicamentos homeopáticos e não sabem
como agem no organismo. Sendo assim, considera-se a necessidade e a importância da inserção das
PIC no CEMAI, pelas vantagens que trará aos frequentadores mais carentes, ao mesmo tempo em
que proporcionará acentuada diminuição de gastos para o município.
1 Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, RS, Brasil. E-mail: [email protected]
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
ISSN 1982-8829
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R09 - Triagem fitoquímica e avaliação das atividades
trombolítica e citotóxica de Ipomoea alba, Solanum
cordifolium e Myrciaria strigipes.
Rafael Destefani FAITANIN 1
João Victor Dutra GOMES
Claudia Masrouah JAMAL
O uso popular de plantas medicinais é uma ferramenta útil na investigação químico-biológica de
produtos naturais. Ipomoea alba (Convolvulaceae), Solanum cordifolium (Solanaceae) e Myrciaria
strigipes (Myrtaceae) são utilizadas popularmente em rituais religiosos, desordens hepáticas e dor
abdominal, respectivamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil químico, a citotoxicidade
e a atividade trombolítica dos extratos etanólicos das folhas destas espécies. As folhas de I. alba, S.
cordifoliume M. strigipes foram coletadas e secas em estufa. O material vegetal foi, separadamente,
pulverizado e extraído por maceração com etanol, posteriormente eliminado em rotaevaporador. Os
extratos foram submetidos a testes fitoquímicos clássicos, para detectar as classes de metabólitos
presentes. Foi realizado o ensaio de citotoxicidade dos extratos frente a larvas de Artemia salina.
A atividade trombolítica foi avaliada in vitro, através da capacidade do extrato causar lise em
coágulo. Os testes fitoquímicos indicaram presença de alcaloides, flavonoides, esteroides, taninos
e cumarinas nos extratos. A presença de saponinas foi detectada em I. alba e M. strigipes. Os
extratos de I. alba e S. cordifolium não apresentaram citotoxicidade frente A. salina (DL50>1000
ppm), ao contrário do extrato de M. strigipes (DL50= 648,17 ppm). No ensaio trombolítico, S.
cordifolium apresentou maior atividade quando comparada a I. alba e M. strigipes (17,65, 10,60 e
3,88% de lise, respectivamente). As espécies estudadas apresentaram baixa atividade trombolítica.
Apenas M. strigipes demonstrou citotoxicidade a larvas de A. salina, o que desperta maior atenção
à segurança do uso desta planta medicinal. AGRADECIMENTOS: UFES.
1 Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, ES, Brasil. E-mail: [email protected]
ISSN 1982-8829
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R010 - Medicamentos homeopáticos prescritos e/ou
dispensados em farmácias do Vale do Rio Pardo - RS
e sua correlação com as principais situações clínicas e
sazonalidade.
Sabrina SCHIMUNECK 1
Cassinéli GARSKE
Lisoni Muller MORSCH
Ana Paula Helfer SCHINEIDER
A homeopatia é uma especialidade médica que utiliza doses mínimas do medicamento no
doente para estimular a reação orgânica e reduzir os riscos de intoxicação. Os medicamentos
homeopáticos estão disponíveis em diferentes formas farmacêuticas e a sua preparação consiste na
seleção do método de dinamização seguido da escala de diluição dos insumos ativos e da técnica
de dinamização. O objetivo deste estudo foi identificar os medicamentos homeopáticos mais
prescritos e/ou dispensados no Vale do Rio Pardo - RS. O estudo foi retrospectivo transversal, onde
buscou-se dados informatizados dos medicamento mais prescritos e/ou dispensados de janeiro
a dezembro de 2013 em cinco farmácias. Os dados foram digitados no Microsoft Office Excel
2010 e analisados utilizando software SPSS versão 18.0. Foram identificados 3320 prescrições
homeopáticas totalizando 6796 insumos ativos e dentre estes os mais prescritos e/ou dispensados
foram Arnica montana (3,54%), Atropa belladona (3,04%), Pulsatilla nigricans (2,81%), Thuya
occidentalis (2,63%), Causticum hahnemanni (2,17%), Natrum muriaticum (2,03%), Hydrastis
canadensis (1,63%) e Sulphur (1,32%). Verificou-se que 73,6% dos medicamentos eram compostos
por mais de um insumo çativo e que 87,1% foram dispensados com prescrição médica. A escala
de diluição centesimal (96,57%) e a forma farmacêutica solução oral (66,40%) foram as mais
encontradas. Dentre as potências na escala centesimal destacaram-se a 5 (30,69%), 6 (37,72%) e 30
(9,53%). Os medicamentos homeopáticos mais prescritos são os que possuem ricas patogenesias e
são muito utilizados na clínica médica.
1 Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, RS, Brasil. E-mail: [email protected]
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R11 - Práticas integrativas em saúde na atenção básica
no Distrito Federal: dificuldades e potencialidades.
Tatiana Lotfi de SAMPAIO
1
Maria Fatima de SOUSA 2
Este é um estudo sobre práticas integrativas em saúde: Homeopatia, Acupuntura e Automassagem,
no Sistema Único de Saúde do Distrito Federal nas Unidades Básicas de Saúde das Regionais
Planaltina, Sobradinho e Paranoá. Tomou-se como referência a base conceitual e diretrizes da
Política Nacional das Praticas Integrativas e Complementares no SUS e suas potencialidades e
limites. Este estudo qualitativo adotou como critérios de seleção analisar as unidades básicas com
alguma das três abordagem das práticas integrativas implantadas há pelo menos um ano. Foram
entrevistadas vinte e nove pessoas entre eles nove gestores, sete profissionais e treze usuários.
Os dados foram coletados por meio de instrumento semi-estruturado. A análise do material foi
realizada por procedimentos de análise de conteúdo, o que possibilitou dar visibilidade a importantes
objetivos da pesquisa: protagonismo de profissionais de saúde aliados a alguns gestores mais
sensibilizados; fragilidades da sua inserção na rede: desconhecimento dessas práticas no sistema
e na sociedade em geral; oferta pouco visível e insipiente. Foi identificado que essas praticas
caminham em direção a promoção da saúde e da humanização da atenção, reafirmando os valores,
princípios e bases organizativas da Estratégia Saúde da Família. O estudo aponta, sobretudo para a
necessidade de divulgar e informar sobre as PIS junto ao sistema de saúde do Distrito Federal e na
sociedade em geral. Ainda, aponta a necessidade de sensibilizar gestores e profissionais, melhorar
a infraestrutura e incentivar a formação de profissionais que possam contribuir na expansão com
qualidade das ações e serviços das Práticas Integrativas.
Palavras Chave: Medicina Alternativa;Homeopatia; Medicina Tradicional chinesa; Atenção
Primaria à Saúde, Estrategia Saúde da Familia; Praticas Integraticas e complementares
1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil E-mail: [email protected]
2 Universidade de Brasilia –UnB, DF, Brasil.
ISSN 1982-8829
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R12 - Garantia da qualidade de produtos fitoterápicos
e homeopáticos.
Marina L. S. LEITE 1
Maira C. M. FONSECA 2
Claudia. L. O. PINTO ²
Joaquim. M. D. ALMEIDA¹
No Brasil, a fitoterapia e a homeopatia têm crescido com consequente aumento do número de
farmácias de manipulação de medicamentos homeopáticos e fitoterápicos. Portanto, é importante a
implementação de políticas de qualidade. Com a finalidade de adequar as matérias-primas vegetais
dispensadas nesses estabelecimentos as exigências da legislação brasileira. Avaliaram-se tinturas
de Avena sativa L, Arnica montana L. e Valeriana officinalis L. provenientes de três laboratórios
nacionais: Fitoterápico (LAB1) e Homeopáticos (LAB2 e LAB3). Realizaram-se determinações:
volume, teor alcoólico, pH, resíduo seco, densidade relativa, Cromatografia em Camada Delgada
(CCD), dosagem dos teores dos compostos fenólicos e flavonoides totais. Constataram-se
diferenças entre as características avaliadas das tinturas com as descritas nos certificados de análise
ou com as monografias das farmacopeias. Observou-se baixos valores de resíduo seco nas tinturas
fitoterápicas de aveia e de arnica (LAB 1) comparados com a recomendação das farmacopeias.
Baixos valores de densidade nas tinturas homeopáticas (LAB 2 e 3) comparados com os certificados
de análise. Houve diferença entre o teor de compostos fenólicos e flavonoides totais entre as tinturas
homeopáticas e fitoterápicas. Através da CCD constataram-se perfis de retenção (Rf) semelhantes
aos respectivos marcadores de identidade das tinturas. Embora não tenham sido constatadas
adulterações e falsificações nas tinturas, os desvios de qualidade observados quanto ao resíduo seco
e a densidade podem comprometer a terapêutica. Assim, há necessidade de padronizar o processo
produtivo. Aconselham-se estudos para criar parâmetros que avaliam a qualidade fitoquímica com
ênfase nos princípios ativos, como os compostos fenólicos e flavonoides.
1 Universidade Federal de São João Del Rei Campus Centro-Oeste Dona Lindu/CCO, MG, Brasil.
2 Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado de Minas Gerais – EPAMIG, MG, Brasil. E-mail: marylesle@hotmail.
com
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R13 - Avaliação do perfil de dispensação de
medicamentos homeopáticos de uma das principais
farmácias homeopáticas do Estado de Sergipe.
Ana Carolina Viana SIMÕES 1
Wanderson Esteves PRAXEDES 1
Tereza Josefina Dantas AMARAL 2
Mairim Russo SERAFINI
1
Atualmente a homeopatia faz parte da vida de muitas pessoas. Um dos principais motivos da
busca por esse tratamento é que a homeopatia valoriza a individualidade humana, trazendo cada
vez mais adeptos devido à insatisfação da população com a medicina alopática. O objetivo deste
estudo foi avaliar o perfil de dispensação de medicamentos homeopáticos de uma das principais
farmácias homeopáticas do estado de Sergipe. Foi avaliado o quantitativo de dispensação das
principais formas farmacêuticas homeopáticas, bem como o quantitativo de dispensação de 50
dos principais insumos farmacêuticos homeopáticos nos anos de 2013 e 2014. De acordo com
os resultados podemos observar que, no ano de 2013, a forma farmacêutica líquida foi a mais
dispensada seguida de glóbulos, depois dose única e por último, tabletes. Já em 2014 a forma líquida
continuou sendo a mais dispensada, porém a dose única foi mais dispensada do que glóbulos,
mas os tabletes continuaram sendo a forma farmacêutica menos dispensada. Já entre os insumos
ativos podemos observar um aumento geral na dispensação da maioria dos 50 insumos estudados,
com destaque para Belladona, Pulsatila, Lycopodium, Nux Vomica e Carsinosinum que foram os
mais dispensados tanto em 2013 quanto em 2014. Concluímos com esse trabalho que a forma
farmacêutica líquida é a forma mais dispensada e os insumos farmacêuticos mais dispensados
foram Belladona, Pulsatila, Lycopodium, Nux Vomica e Carsinosinum com um aumento geral de
mais de 30% na dispensação dos principais insumos no ano de 2014 em relação ao ano de 2013.
1 Universidade Federal de Sergipe – UFS, SE, Brasil
2 Farmácia Brumar, SE, Brasil. E-mail: [email protected]
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R14 - Alterações bioeletrográfica após ingestão de
infuso de Cymbopogon citratus. Passiflora incarnata
L. e Chamomilla recutita.
Patricia Graciela Campero COUTINHO 1
Priscylla Silveira RAMOS 1
Maria do Socorro SOUSA 1
O presente trabalho refere-se ao projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Federal da
Paraíba com plantas medicinais e bioeletrografia. O estudo foi realizado com 13 sujeitos adultos,
em novembro de 2014, divididos em três grupos. O primeiro grupo usou infuso a 5% de folhas
frescas de Cymbopogon citratus (Capim Santo), o segundo, infuso a 5% de folhas e frutos secos
de Passiflora incarnata L. (Maracujá) e o terceiro, infuso a 5% de flores frescas de Chamomilla
recutita (Camomila). Nestes indivíduos foi feita a exposição fotográfica do dedo indicador direito,
e comparadas estas bioeletrografias em dois momentos: antes e depois da ingestão de 150 ml do
infuso estudado. As fotos foram analisadas segundo o padrão Milhomens, sendo considerados nove
diferentes aspectos: Integridade do halo; Equilíbrio yin-yang; Sinais de alterações físicas; Sinais de
estresse; Conflitos emocionais; Ansiedade; Sinais de contrariedade ou raiva; Halo branco e Halo
interno. A bioeletrografia foi capaz de evidenciar diferenças entre os dois momentos do estudo.
Os elementos com maior diferencial foram: Integridade do halo, equilíbrio ying/yang, conflitos
emocionais e halo branco, correspondendo uma melhora em 71% dos sujeitos do primeiro grupo,
66% do segundo e 66% do terceiro. Os sujeitos estudados eram na maioria (dez) estudantes que
se encontravam em período de provas, quase todos referindo preocupações e cansaço. Concluímos
que, apesar da amostra ter sido pequena para dados mais conclusivos, ela aponta a bioeletrografia
como um possível método de avaliação diagnóstica de elementos de natureza emocional.
1 Universidade Federal da Paraíba – UFPB, PB, Brasil. Email: [email protected]
R15 - Efecto del tratamiento de úlceras cutáneas con
plantas medicinales (seibo, Erythrina crista galli).
Héctor Hugo BERRA 1
Ricardo PEREYRA 1
Diana Odalí CABRERA 1
Las úlceras en las piernas representan un problema clínico mayor en nuestro hospital. Se
realiza un diseño experimental con corteza de Erythrina crista galli (ceibo), para comparar con
1Universidad Nacional de Rosario; Hospital Provincial Del Centenario de la ciudad de Rosario, Argentina. E-mail:
[email protected]
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tratamientos habituales. Determinar eficacia y seguridad de decocción de corteza de ceibo (dcc)
para tratamiento de úlceras cutáneas de origen venoso; y validar científicamente el uso medicinal
de plantas autóctonas. Estudio prospectivo, terapéutico con pacientes de ambos sexos con
exclusión de embarazadas y alérgicos. Se realiza Ecografía Doppler venosa y arterial, Biopsia
de úlcera, Cultivo y Tratamiento quirúrgico (comunicantes y/o safenectomía); curaciones diarias
con dcc en compresas y evaluación de diámetros, forma, color y profundidad del lecho ulceroso;
y Encuesta de SatisfacciónSe incluyeron 9 pacientes, 2 mujeres y 7 varones de 40 a 73 años de
edad. 4 abandonaron por diversos motivos. Los restantes continúan hasta la fecha con evolución
satisfactoria. Todos consideran fácil la preparación y aplicación, manifiestan menor dolor, según
Escala Visual Analógica. Evolución: disminución del tamaño y profundidad de las úlceras, mejoría
del lecho ulceroso, signos de reparación tisular, sin signos de sobreinfección. 1 paciente se ha
reintegrado al trabajo. El tratamiento con decocción de corteza de ceibo ha mostrado eficacia e
inocuidad y efecto antinociceptivo en úlceras cutáneas de origen vascular y no se han constatado
sobreinfecciones. Agradecimiento: residentes Cirugía.
AGRADECIMIENTOS: a residentes de Cirugía General del Hospital Provincial Del Centenario.
R16 - Plantas medicinais: aprendizagem de promoção
de saúde para futuros enfermeiros.
Melissa Maciel FERNANDES 1
Vivianne Melo ARAGÃO 1
Michell Ângelo Marques ARAÚJO 1
A utilização de plantas medicinais faz parte do cotidiano das pessoas, por isso os profissionais de
saúde precisam estar atentos aos cuidados com uso, indicação e acompanhamento. Os enfermeiros
são importantes nesse processo, pois são integrantes da equipe da atenção básica e vivem mais perto
da realidade familiar e comunitária dos pacientes. Pensando nisso, a Enfermagem deve se dedicar a
acompanhar a promoção do uso seguro e responsável dessas plantas. Objetivo: Discutir a importância
das plantas medicinais para o cuidado em saúde e para a formação dos futuros enfermeiros. Tratase de um relato de experiência das visitas semanais ao horto de plantas medicinais da Universidade
Federal do Ceará. Os acadêmicos de Enfermagem contam com um espaço que pode atender essa
necessidade de formação. O Horto, conjuntamente com o Laboratório de Produtos Naturais, serve
como base para o desenvolvimento de Farmácias Vivas, com características de um programa de
medicina social tendo como metas: oferecer assistência farmacêutica fitoterápica de base científica
às entidades públicas e privadas e comunidades interessadas no emprego terapêutico de plantas da
região sem fins lucrativos; estudar cientificamente as plantas medicinais, desde a fase de cultivo das
1 Universidade Federal do Ceará – UFC, CE, Brasil. E-mail: [email protected]
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espécies até a produção; e distribuir medicamentos fabricados a partir das espécies. Percebemos
que a participação dos estudantes nas atividades ofertadas pelo Horto qualifica-os para atuarem
eficazmente na promoção e na divulgação do conhecimento científico e o uso racional e seguro
das plantas medicinais e recomendamos um maior engajamento acadêmico nas atividades do horto
para benefício da comunidade e promoção da saúde.
R17 - Farmácia Viva: visibilidade e fronteiras.
Renata Cavalcanti CARNEVALE1
Nelson Filice de BARROS
Embora as plantas medicinais e fitoterápicos estejam inseridos no Sistema Único de Saúde
(SUS) e no Brasil exista um dos programas mais importantes de plantas medicinais e fitoterápicos
denominado Farmácia Viva, desenvolvido no Ceará, pelo professor Francisco José de Abreu Matos,
ainda existem fronteiras que trazem uma pequena visibilidade à fitoterapia. O objetivo deste estudo
foi analisar a presença do Programa Farmácia Viva no Brasil. Material e Métodos. Foi realizada
uma busca no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) de Programas de Farmácia
Viva existentes no Brasil. Foram identificados 30 estabelecimentos de saúde em 19 municípios do
Brasil que possuem o Programa Farmácia Viva: 6 estabelecimentos no Rio de Janeiro (RJ) e Nova
Petrópolis (RS); 2 estabelecimentos em Governador Valadares (MG) e 1 estabelecimento em Lagoa
Santa (MG), Betim (MG), Engenheiro Caldas (MG), Heliodora (MG), Campinas (SP), Teodoro
Sampaio (SP), Ubirajara (SP), Planaltina (DF), Riacho Fundo (DF), Goiânia (GO), Valparaíso de
Goiás (GO), Brejo Maria de Deus (PE), Custódia (PE), Pedreiras (MA), Olivença (AL) e Quixada
(CE). Trata-se de um número bastante pequeno, reflexo possivelmente de um subcadastramento
por parte dos estabelecimentos, por não seguirem todas as especificações referentes à legislação
da Farmácia Viva, e reflexo da presença de fronteiras sociais, epistemológicas, simbólicas e
organizacionais que desvalorizam e deslegitimam a fitoterapia associando-a muitas vezes apenas
às crendices populares. Há poucos municípios no Brasil que possuem o Programa Farmácia Viva,
o que pode ser explicado pelo subcadastramento e pela existência de fronteiras.
1 Departamento de Saúde Coletiva, Faculdade de Ciências Médicas- UNICAMP, SP, Brasil. E-mail: recarnevale@
yahoo.com.br
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R18 - Aplicação da Chamomilla recutita em reações
inflamatórias na pele: revisão integrativa.
Elaine Barros FERREIRA 1
Paula Elaine Diniz dos REIS
O incentivo ao uso de plantas medicinais com aplicabilidade profilática ou terapêutica é
crescente, estimulando a produção de estudos que avaliam a utilidade clínica de produtos naturais
no tratamento de inflamações cutâneas. Nesse contexto, destaca-se a Chamomilla recutita, que
apresenta propriedades farmacológicas em sua flor, ressaltando-se os constituintes químicos
com atividade anti-inflamatória, como é o caso dos flavonóides. O objetivo do estudo foi avaliar
as evidências disponíveis na literatura sobre o uso da Chamomilla recutita, em pacientes que
apresentam alterações inflamatórias na pele. Revisão integrativa, com busca nas seguintes bases
eletrônicas de dados: PubMed/MEDLINE, CINAHL, LILACS, Cochrane Library e Coleção
Principal da Web of Science, utilizando descritores controlados e não controlados, sem restrições
para idioma e data de publicação. A amostra foi composta por 10 estudos que abordaram o uso
da Chamomilla recutita em lesões periestomais em pacientes com colostomia, eritrodisestesia
palmo-plantar, eritema, radiodermatite, dermatite de contato e dermatite atópica. A maioria das
evidências apresentou resultados benéficos para tratamento das dermatoses inflamatórias com o
uso da Chamomilla recutita, com exceção de estudo que avalia efeito anti-inflamatório de extratos
vegetais, no qual o efeito da Aloe vera foi superior. Em caráter profilático, a Chamomilla recutita
não previne o surgimento do eritema, porém, retarda o aparecimento da reação inflamatória, no
caso do eritema induzido por radiação.
1 Universidade de Brasília – UnB, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
R19 - Educação continuada: atualização em fitoterapia
para profissionais de saúde em municípios da Bacia
do Paraná III.
Bettina M. RUPPELT 1
O diagnóstico do uso de plantas medicinais na Bacia do Paraná III indicou o interesse dos
municípios em implantar a fitoterapia no sistema de saúde. O presente trabalho teve como objetivo
contribuir para a implantação da fitoterapia em 14 municípios da Bacia do Paraná III através da
1 Universidade Federal do Paraná –UFPR, Setor Palotina, PR, Brasil. E-mail: [email protected]
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atualização dos profissionais de saúde. O curso de atualização ocorreu, em 2010, nos Municípios
de Altônia, Cascavel, Entre Rios do Oeste, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Mercedes, Nova
Santa Rosa, Palotina, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Terra Roxa, Toledo no
Paraná e Mundo Novo no Matogrosso do Sul. Os conteúdos abordados nos três módulos de 8 horas
cada, foram: legislação; noções de cultivo; colheita; secagem; armazenamento; principais formas
farmacêuticas dos fitoterápicos; noções de fitoquímica; farmacologia e toxicologia de plantas
medicinais empregadas no tratamento da hipertensão e do diabetes; plantas medicinais, aromáticas
e condimentares aplicadas a nutrição. No terceiro módulo foram abordados os temas sugeridos
pelo público durante o segundo módulo, e a discussão trouxe diversas experiências realizadas pelos
profissionais de saúde no município. Participaram dos cursos 524 profissionais de saúde, educação
e meio ambiente e estudantes. Como prescritores participaram enfermeiros (98), médicos (40),
odontólogos (28), farmacêuticos (26), nutricionistas (22) e médicos veterinários (1). Dentre os não
prescritores destacaram-se os ACS (49), técnicos em enfermagem (30) e auxiliares de enfermagem
(3). Ao final do curso os prescritores elaboraram protocolos utilizando fitoterápicos no controle da
hipertensão, diabetes e afecções bucais.
AGRADECIMENTOS: ASCIENS, Itaipu Binacional, PROEC – UFPR
R20 - Atividade inibitória sobre as enzimas
hialuronidase e α-glicosidase de espécies vegetais da
região do Cauca-Colombia.
Cristian A. GASCA 1
Dâmaris SILVEIRA 1
Fabio CABEZAS 2
Oscar BERMUDEZ 2
As espécies vegetais são fonte de numerosos compostos químicos com atividade biológica.
Colômbia tem sido reconhecida a nível mundial como um dos países com maior diversidade vegetal
e animal do planeta. Na região do Cauca existem plantas com atividade biológica reconhecida,
como a Pavonia sepioides com atividade antioxidante e plantas da família Amaryllidaceae com
potencial atividade inibitória da enzima acetilcolinesterase. Nessa direção, esta pesquisa busca
avaliar a atividade do extrato etanólico das espécies Pavonia sepioides, Crinum x powellii e
Caliphruria subedentata quanto à inibição das enzimas α-glicosidase e hialuronidase, com uso
potencial para tratamento da diabetes e de doenças epiteliais respectivamente. Como controle
positivo da inibição da hialuronidase e α-glicosidase foi usado o inibidor ácido tânico e ascarbose
1 Universidade de Brasilia – UnB, DF, Brasil;
2 Universidad de Cauca – UCAUCA, Colômbia. E-mail: [email protected]
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respectivamente. Quanto à inibição da α-glicosidase apenas os bulbos de Caliphruria subedentata
mostraram boa atividade inibitória sobre a enzima (IC50 8.21±0.97 µg/mL) quando comparado ao
controle positivo (IC50 5.31±0.37 µg/mL), possivelmente pela presença de compostos de natureza
alcaloídica. Todas as espécies vegetais revelaram baixa atividade inibitória da enzima hialuronidase
com valor IC50 entre 43-63 µg/mL quando comparado com o controle (IC50 1.49±0.15 µg/mL).
Os resultados sugerem que o extrato etanólico dos bulbos de Caliphruria subedentata apresenta
promissora atividade inibitória sobre α-glicosidase, enquanto que todos os extratos avaliados
mostraram moderada atividade inibitória sobre a enzima hialuronidase.
AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de
Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal
(FAP/DF), Universidad de Cauca.
R21 - Inibição do crescimento do fungo Colletotrichum
musae por Sapindus saponaria L. variedade inaequalis
(DC.) por meio de teste de disco-difusão.
Marline DASSOLER 1
Dâmaris SILVEIRA
Pérola de Oliveira Magalhães Dias BATISTA
O cultivo da banana,Musa spp., destaca-se como atividade de grande importância econômica
e social para o Brasil, principalmente como fonte de renda para a agricultura familiar. Mas esta
fruta é bastante perecível, sendo atacada facilmente por doenças pós-colheita. Dentre estas,
destaca-se a antracnose (podridão) causada pelo fundo Colletotrichum musae, que, em muitos
casos, inviabiliza a comercialização da mesma. Como alternativa aos agrotóxicos, utiliza-se para
combater à antracnose os biofungicidas, podendo ser utilizados no cultivo agroecológico. Dentre
estas plantas destaca-se a Sapindus saponaria var. inaequalis da família Sapindaceae objeto deste
estudo. Conhecida popularmente como saboneteira, sabãozinho, sabão-de-soldado, fruta-de-sabão,
pau-de-sabão, sabão-de-mico, ocorre no Brasil nas regiões sudeste, centro-oeste e nordeste.O
objetivo deste estudo foi verificar o potencial de ação antifúngica de extratos de Sapindus saponaria
L. variedade inaequalis (DC.), frente ao fungo Colletotrichum musae por meio de estudo químico
biomonitorado. Para isso foi confeccionado os extratos hexânico e etanólico dos pericarpos da
planta, bem como, feito o teste de disco-difusão para buscar a concentração mínima inibitória
em culturas dos fungos Colletotrichum musae, Colletotrichum boninense e Colletotrichum
gloeosporioides. Neste teste, percebeu-se que, somente o extrato etanólico de Sapindus saponaria
1 Universidade de Brasília, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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L. variedade inaequalis (DC.) nas concentrações de 2mg/disco e 1mg/disco, tiveram resultados
expressivos na inibição do crescimento do fungo quando comparado ao controle. Além disso, a
inibição do crescimento foi observada somente com a cultura de Colletotrichum musae e não nos
demais fungos. A partir deste resultado, iniciou-se o fracionamento do extrato etanólico, obtendo
daí uma fração hexânica, uma fração Acetato de etila e uma fração aquosa, as quais foram testadas
por meio de teste de disco-difusão, afim de buscar a concentração mínima inibitória em culturas
de Colletotrichum musae. Percebeu-se que as frações Acetato de etila e aquosa promoveram a
inibição do crescimento do fungo nas doses 2mg/disco e 1 mg/disco, mas a fração Acetato de etila
obteve maior expressividade nos resultados quando comparada ao controle. Conclue-se, portanto,
que o extrato etanólico de Sapindus saponaria variedade inaequalis (DC.) na sua fração Acetato de
etila é uma alternativa ao combate da antracnose de bananas na pós-colheita causada pelo fungo
Colletotrichum musae. Outro aspecto relevante do estudo é o uso deste biofungicida por famílias de
pequenos agricultores que utilizam o cultivo agroecológico da banana como fonte de subsistência.
AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de
Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal
(FAP/DF) pelo apoio financeiro.
R22 - Inibição
daphnites.
de a-amilase por Erythroxylum
Diegue Henrique Nascimento MARTINS 1
Patrícia Marques RODRIGUES1
Christopher William FAGG 2
Pérola de Oliveira Magalhães Dias BATISTA1
Dâmaris SILVEIRA
Yris Maria FONSECA-BAZZO1
A família Erytrhoxylaceae apresenta espécies popularmente empregadas como antibacterianos,
antinflamatórios, diuréticos, em disfunções hepáticas, renais, vesiculares e respiratórias. As espécies
desse gênero são caracterizadas pela presença de alcalóides, taninos, terpenos, fenilpropanoides e
flavonoides. A Erythroxylum daphnites é popularmente conhecida como “muxiba”, pertence ao
bioma cerrado e apresenta escassez frente a relatos científicos quanto a suas atividades medicinais.
O objetivo deste estudo foi realizar uma investigação preliminar para verificar a capacidade de
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, CEP: 70910-900, Brasil
2 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília, Ceilândia, Distrito Federal, CEP: 70910-900, Brasil.E-mail:
[email protected]
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
ISSN 1982-8829
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inibição enzimática do extrato etanólico de E. daphnites frente a α-amilase e analisar o perfil
cromatográfico desse extrato por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). As folhas da
espécie vegetal foram coletadas na área de cerrado sensu stricto da Fazenda Água Limpa – FAL/
UnB e identificadas com voucher Façgg CW2305. O perfil cromatográfico foi obtido pelo método
descrito por Leite et al [1]. A avaliação da inibição enzimática da α-amilase foi realizada pelo
método de Bernfeld [2]. No perfil cromatográfico por CLAE foi observado presença de compostos
fenólicos, como derivados do ácido clorogênico e flavonoides derivados de quercetina. Quanto a
atividade biológica o extrato demonstrou maior porcentagem de inibição de α-amilase (1mg/mL
= 93,58%) quando comparado ao padrão acarbose (1 mg/mL = 85,97%). A atividade inibitória do
extrato pode ser atribuída a presença de compostos fenólicos, pois na literatura científica existem
relatos que correlacionam a presença de flavonoides como bons inibidores de α-amilase [3]. Esta
evidência de boa atividade inibidora de alfa-amilase pelo extrato de E. daphnites deve ser melhor
explorada em estudos futuros para caracterizar melhor esta atividade.
AGRADECIMENTOS
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB
(DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS
Leite CFM, Leite BHM, Barros IMC, Gomes SM, Fagg CW, Simeoni LA et al. Determination of
rutin in Erythroxylum suberosum extract by liquid chromatography: applicability in standardization
of herbs and stability studies Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y
Aromáticas. 2013; 13(2):135–4.
2.Bernfeld P. Amylases, α and β. Methods in Enzymology. 1995; 1:149-58.
3.Tadera K. MInami Y. Takamatsu K. Matsuoka T. Inhibition of alpha-glucosidade and alphaamylse by flavonoids. Journal of nutritional science and vitaminology. 2006; 52(2):149-53.
ISSN 1982-8829
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015
68 //
.........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva
R23 - Catechin in Eugenia dysenterica DC. Dry
aqueous extract: analytical method validation.
Sandra M.M. da SILVA 1
Fabielle M. ZORZIN
Marcela M. FREITAS
Renata; P.A. COPPINI
Paula M. SOUZA
Dâmaris SILVEIRA
Yris M. FONSECA-BASSO
Luiz A. SIMEONI
Maurício HOMEM-DE-MELLO
Pérola O. MAGALHÃES
Eugenia dysenterica DC. popularly known as “cagaita”, is a fruit tree belonging to Myrtaceae
family, native to the Brazilian Cerrado. In general, its leaves are used as antidiarrheal as its
fruits have laxative properties according to popular use. Preliminary analysis indicated the
presence of catechin and epicatechin, catechin being the largest concentration. Thus, the present
study aimed at the development and validation of an analytical method by ultra performance
liquid chromatography (UPLC) for the determination of catechin in a standardized dry aqueous
extract of leaves E. dysenterica. Secondary metabolites of this species have great importance in
pharmaceutical industry, due to pharmacological activities. This described method may be applied
to the standardization of herbs, extracts or phytomedicines commercialized, as well as to perform
stability studies of this plant drug.The powdered plant material was extracted by infusion and then
lyophilized for analysis by UPLC.The detection and quantification limits of catechin were 0.57 and
1.54 μg/mL, respectively. The proposed method has demonstrated good linearity with correlation
coefficient (r) of 0.9956. It has shown to be selective to detect catechin before degradation products
generated by acidic and basic hydrolysis of the extract. For the used concentrations of 13.6, 17.0
and 20.4 μg/mL, the accuracy of the proposed method was 90.7, 98 and 97%, respectively. There
was also robustness against flow rate, temperature and wavelength variations.The methodology
used was efficient and proper to establish the chemical quality control of medicinal plant species
from the Cerrado.
1 Natural Product Laboratory, School of Health Sciences, Campus Darcy Ribeiro, University of Brasilia, 70910-900
Brasilia, DF, Brazil. E-mail: [email protected]
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
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.........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva
R24 - Avaliação da inibição da enzima α-amilase por
extratos e frações de folhas de Pouteria ramiflora.
Laís Bié Pinto BANDEIRA 1
Christopher William FAGG 2
Paloma Michelle de SALES 3
Pérola de OliveiraMAGALHÃES¹
Yris Maria FONSECA¹
Dâmaris SILVEIRA¹
O emprego de plantas medicinais é uma prática antiga e disseminada pelo mundo. Como exemplo
tem-se a Pouteria ramiflora, espécie representada no Cerrado evulgarmente conhecida como frutado-veado. Raiz e frutos são popularmente utilizados no tratamento de dor, inflamações e obesidade.
Seus extratos possuem atividade citotóxica, antioxidante, anti-inflamatória. Esse estudo tem como
objetivo avaliar a atividade inibitória da P. ramiflora sobre a enzima α-amilase. Material e métodos:
Folhas da P. ramiflora foram coletadas e secas. Através de infusão obteve-se o extrato bruto aquoso
(EBA) e de maceração o extrato bruto hexânico (EBH) e extrato bruto etanólico (EBE). Os extratos
foram submetidos ao ensaio enzimático α-amilase. Foi realizada partição liquido-liquido trifásica
com o EBE originando as frações aquosa (FrA), acetonitrila:clorofórmio (FrAC) e hexânica (FrH).
As frações foram testadas em ensaio enzimático de inibição da α-amilase. A FrA foi fracionada em
cromatografia em coluna e as frações coletadas foram monitoradas por cromatografia em camada
delgada. O EBA teve capacidade de inibição enzimática de 96%, o EBE de 97%, e o EBH de 65%.
Na curva dose-resposta, o EBE apresentou IC50 24,20µg/mL. A FrA mostrou inibição de 98%, a
frH de 91% e a frAC de 62%. Na curva dose-resposta da FrA o IC50 foi 3,37µg/mL. As folhas de
P. ramiflora possuem um potencial de inibição sobre a enzima α-amilase. O EBE mostrou valor de
IC50 próximo ao padrão acarbose (15,33µg/mL). A FrA do EBE se mostrou promissora na busca
pelo agente inibidor da enzima α-amilase.
AGRADECIMENTOS: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa
do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro.
1 Laboratorio de Produtos Naturais, Universidade de Brasília -UnB, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília,
DF, Brasil.
2 Faculdade de Ceilândia, Universidade de Brasília -UnB, DF, Brasil.
3 Secretaria de Saúde do Distrito Federal SES/DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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.........................................................................................................................................Tempus - Actas de Saúde Coletiva
R25 - Atenção básica: a importancia da utilização
correta de plantas medicinais e fitoterapicos.
Thaís W. PEREIRA 1
Aline V. de GODOI1
Aline S. LIMA1
Susana OGAVA 2
Adriana L. M. ALBIERO1
A OMS, afirma que 70% da população utilizam plantas medicinais, porém, não se deve
esquecer que drogas vegetais não estão ausentes dos efeitos colaterais. O uso sem orientação dos
profissionais da saúde e a crença de que as plantas medicinais são “naturais e não causam mal”,
pode levar à práticas de automedicação igualmente nocivas a saúde. Este projeto visa capacitar o
Agente Comunitário de Saúde (ACS) que é o elo entre a comunidade e o sistema. A qualificação
profissional é um dos caminhos para se alcançar maior qualidade dos serviços de atenção à saúde
no reconhecimento e uso correto de plantas medicinais e fitoterápicos. Para o desenvolvimento
do projeto foram escolhidas 5 Unidades de saúde, o método de trabalho deu-se pela realização de
reuniões com os agentes e suas equipes, ministrando-se cursos com conteúdo técnico – cientifico.
Estão previstas ainda oficinas, visitas ao Horto de Plantas Medicinais da Universidade Estadual
de Maringá (UEM) e ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM, além do desenvolvimento
e a correção de materiais didáticos que serão distribuídos aos agentes e a comunidade. Foram
realizados 10 encontros, 2 em cada Unidade, sendo o primeiro uma coleta de informações para o
preparo do curso, ministrado num segundo encontro. Foram esclarecidas dúvidas e curiosidades
da equipe, composta por ACSs e outros profissionais, em uma média de 15 participantes por
encontro. A próxima etapa a ser realizada são as oficinas para aplicação do conteúdo ministrado.
Posteriormente este projeto será expandido para toda a rede de saúde do Município de Maringá.
AGRADECIMENTOS: A Secretaria Municipal de Saúde de Maringá e ao Museu Dinâmico
Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá.
1 Universidade Estadual de Maringá, PR, Brasil
2 Secretaria Municipal de Saúde de Maringá, PR, Brasil. E-mail: [email protected]
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R26 - Gente é pra brilhar.
Hellen RODRIGUES 1
Isa Paula HAMOUCHE
Liliane FEITOSA
Marta de CASTRO
Marta ROMÃO
Patrícia LIBERATO
Patrícia TROIS
Salvador da SILVA
Este projeto, implementado pela equipe Bem Me Quer, da Clínica da Família de Sobradinho
II, SES-DF, foi iniciado em abril de 2014, visando romper com a forma tradicional disseminada
na atenção básica de grupos terapêuticos focados em doenças. A equipe busca empoderar as
pessoas do seu potencial, fortalecendo a sua autoestima e o seu auto conhecimento para que
possam alcançar uma melhor condição de saúde física e mental, capacitando-as para enfrentar
com criatividade e tranquilidade os desafios que surgem ao longo da vida.São utilizados recursos
das práticas integrativas em saúde: lian gong, automassagem, alongamento, dança, canto, pintura
de mandalas, programações de lazer, homeopatia, acupuntura, terapia floral e recursos da própria
medicina convencional, configurando-se um trabalho transdisciplinar. Foi observada diminuição na
procura por serviços do pronto atendimento, melhora da autoestima, da depressão, com diminuição
e/ou suspensão de medicamentos psicotrópicos, controle da dor crônica, da hipertensão, diabete e
outras doenças.Conclui-se desta forma a importância das práticas integrativas na terapêutica, pois
contribui para que as pessoas resgatem a sua integralidade melhorando a saúde física e mental
conscientizando-se sobre os múltiplos fatores que influenciam a saúde, tais com: fatores mentais,
sociais e ambientais, hábitos de vida, aumento da percepção em relação a seu corpo e mente.
1 Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, -SES-DF, Brasil. E-mail: [email protected]
R27 - Prática Corporal Chinesa Lian Gong Shibafa:
nova perspectiva na Promoção à Saúde.
Gabriela Duarte Azevedo SILVA 1
Luciano Vieira MIRANDA
1 Prefeitura Municipal de Itabirito, MG, Brasil. E-mail: [email protected]
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Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015
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Lian Gong foi introduzido em Itabirito, MG, através do Centro Municipal de Reabilitação para
implantação das Práticas Integrativas e Complementares no NASF.Os objetivos foram prevenir e
tratar pacientes com patologia osteomusculares crônicas; melhorar a qualidade de vida e do sono;
aumentar a flexibilidade e o tônus muscular; diminuir quadros álgicos articulares e musculares e
melhorar a concentração e o equilíbrio corporal. O Lian Gong é realizado no Parque Ecológico,
Praça Municipal e em Unidades de Saúde, com duração de quarenta minutos. O principal alvo são
os pacientes com história de tratamento conservador sem sucesso oriundo do Centro de Reabilitação
e UAPS. O Fisioterapeuta acompanha, avalia a evolução e os benefícios obtidos, considerando a
peculiaridade de cada um. Os praticantes relatam satisfação com a prática corporal, principalmente
alívio das dores, mais disposição para as atividades de vida diária, redução da ansiedade, melhora
postural e da qualidade do sono, aumento da auto-estima, além de permitir a criação de laços
sociais.
R28 - Avaliação da inibição enzimática de Plectranthus
neochilus.
Rachel Bedatt SILVA 1
Juliana de Freitas FERREIRA1
Patrícia Marques RODRIGUES¹
Sueli Maria GOMES 2
Yris Maria FONSECA-BAZZO1
Pérola de Oliveira MAGALHÃES1
Luiz Alberto SIMEONI1 Dâmaris SILVEIRA1
A vasta biodiversidade encontrada no Brasil e o estabelecimento de políticas públicas que
incentivam o uso racional de plantas medicinais fazem com que haja estímulo para pesquisas em
seu território. Muitas das espécies estudadas no país são utilizadas pela população para diversos
agravos da saúde. Contudo, muitas vezes a utilização ocorre sem o conhecimento dos riscos do
uso indiscriminado de plantas medicinais. A família Lamiaceae engloba cerca de 23 gêneros e 232
espécies, dentre estas, Plectranthus neochilus. Esta espécie, conhecida popularmente como boldinho
ou boldo-gambá, é utilizada na medicina popular no tratamento de doenças hepáticas, dispepsia e
outras patologias. O presente estudo investigou a atividade inibitória de Plectranthus neochilus frente
às enzimas α-amilase, α-glicosidase e tirosinase, envolvidas em diversos processos fisiológicos e
patológicos.O extrato bruto hexânico (EB) foi submetido à filtração em sílica, utilizando solventes
em polaridade crescente, sendo obtidas 5 frações. O EB e suas frações foram analisados por método
colorimétrico quanto à atividade inibitória às enzimas α-amilase, α-glicosidase e tirosinase.A
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília –UnB, DF, Brasil
2 Instituto de Biologia, Universidade de Brasília – UnB, Brasil. Email:[email protected]
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
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identificação de possíveis inibidores de determinadas enzimas contribui para o controle de doenças
como diabetes e distúrbios de pigmentação dérmica. As enzimas α-amilase e a α-glicosidase são
responsáveis pela hidrólise de carboidratos no trato digestivo diminuindo a absorção de glicose
pelo organismo. Inibidores destas enzimas são potenciais compostos a serem aplicados no controle
da diabetes. A tirosinase está envolvida em outro processo metabólico, a formação da melanina, e,
neste caso, os compostos que inibem esta enzima, podem ser utilizados em pacientes com distúrbios
de hiperpigmentação. Na avaliação da enzima α-amilase foi verificado que a fração hexânica
(FH) apresentou potencial inibitório significativo, indicando 89,25% de inibição, enquanto as
demais frações apresentaram inibição enzimática menor que 50%. Quanto às enzimas tirosinase
e α-glicosidase, não foi observada atividade inibitória em qualquer das amostras (EB e frações).O
potencial inibitório de FH à α-amilase sugere a necessidade demais estudos a fim de compreender
o mecanismo de ação e o isolamento dos compostos responsáveis por tal atividade. Os resultados
obtidos neste trabalho são promissores e contribuem para as pesquisas realizadas com Plectranthus
neochilus, visto que é o primeiro relado da investigação desta espécie frente às enzimas α-amilase,
α-glicosidase e tirosinase.
AGRADECIMENTOS: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa
do Distrito Federal (FAP/DF) pelo apoio financeiro.
R29 - Levantamento etnofarmacológico do uso de
plantas medicinais por funcionários da Universidade
Federal de Ouro Preto, MG, Brasil.
Fernanda Souza MARQUES 1
Rosana Gonçalves Rodrigues das DORES
A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) tem três mil servidores. O perfil destes é
arraigado de tradicionalidade, que engloba costumes religiosos, alimentares e hábitos de saúde.
Com o objetivo de verificar a prevalência do uso de plantas medicinais foi realizada entrevista
por meio de questionário-inquérito, em 10 setores, totalizando 255 servidores. Os dados foram
analisados em estatística descritiva em função de frequência relativa, de índice de prevalência (IP)
amostral e relevância populacional (IR). Os resultados mostraram que 29,41 % dos entrevistados
afirmaram fazer uso de plantas medicinais (IP=0,30). A forma de uso é em chás medicinais, que são
preparados, em 100% dos relatos, por infusão. Foram citadas 24 espécies distintas. No levantamento
da incidência das plantas mais utilizadas destaca-se hortelã (Mentha L.) utilizada por 30,66 % dos
1 Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP, MG, Brasil. E-mail: [email protected]
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Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015
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entrevistados (IP=0,1; IR= IR=0,31). Seu uso foi atribuído a ação calmante ou relaxante. Outras
espécies citadas foram chá-mate (Ilex paraguariensis A. St. Hil), com 25,3% (IP=0,067; IR=0,226);
camomila (Matricaria recutita L) com 21% (IP=0,062; IR=0,213). Foram citadas igualmente a
erva-doce (Pimpinella anisum L), erva-cidreira (Melissa officinalis L), funcho (Foeniculum vulgare
Mill) e quebra-pedra (Phyllanthus niruri L) com uso de 6,66% (IP=0,026; IR=0,089). Os dados
nos permitem concluir que a relação de uso de plantas medicinais como opção terapêutica pelos
entrevistados é de 3,4; sendo este índice, considerando a amostragem e diversidade, significativo.
Das espécies citadas, o uso farmacológico como calmante ou relaxante é prevalente (71,64 %) e
pode ser associadas ao adoecimento dos servidores como doenças cardiovasculares e estresse.
R30 - Between two worlds: indigenous health care in
the Upper Negro river - Amazonas, Brazil.
Carolina Weber KFFURI 1
Rodolfo Weber MAYER
The Upper Negro river region is considered to be the sui generis cultural region; as, in this area,
more than 90% of the inhabitants are indigenous, 23 languages are spoken, and more than 22 ethnic
groups exist. The health care in the region is precarious due among other factors, the lack of funds,
large distances, and the difficulty in accessing the communities. Between 2010 and 2013, semistructured interviews were conducted with 89 indigenous people in 5 indigenous communities to
record the experiences in malaria treatment in the only local hospital. 98% of informants reported
having difficulties in communication with doctors and nurses, and reported going to the hospital
only in advanced cases. The difficulty was due to the lack of knowledge of non-indigenous health
workers on indigenous language, local culture and indigenous medicine. Some relevant cultural
aspects of the disease are also related to environmental and spiritual factors and are unknown by
health agents: a multivariate origin, malaria acquired by sopro (a cultural disease), the transmission
(by drinking water, different mosquitoes species, dreams, etc.) and the treatment. Training health
agents through courses about cultural aspects of the disease is fundamental to fight against malaria,
to improve the communication between doctor and patient and the health care quality.
ACKNOWLEDGMENTS: Thanks to CNPq and CAPES for financial support.
1 Universidade Estadual Paulista – UNESP, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
ISSN 1982-8829
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R31 - Farmácias Vivas: desenvolvendo educação em
saúde voltada à Fitoterapia.
Julio Cesar Oliveira PEIXE 1
Mary Anne Medeiros BANDEIRA
O Programa Farmácias Vivas do município de Maracanaú - CE instituído desde 1992,
constituído de um Laboratório de Preparação de Fitoterápicos e Oficinais (LPFO) e um Horto de
Plantas Medicinais com área de 10.000m2. Cultiva vinte e uma espécies, para produção de matériaprima e mudas, as quais são distribuídas nas Unidades Básicas de Saúde, escolas, praças, eventos
da Saúde quando da realização de trabalhos educativos em fitoterapia, em consonância com a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e com a Política Nacional
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que, determina prover formação e educação permanente em
fitoterapia. O objetivo foi difundir o uso correto e racional das plantas medicinais com embasamento
científico no município de Maracanaú.Organizou-se no período do ano de 2014, oficinas práticas
sobre preparação de remédios caseiros com plantas medicinais e distribuição de mudas, com foco
na identificação botânica, cultivo, utilização, preparação e posologia.Os trabalhos apresentados
em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBASF), nos Núcleos de Apoio a Saúde da Família
(NASF), nos Centros de Referência de Assistência Social – (CRAS). As formas de preparo que
despertaram mais interesse foram: lambedores (90%), chás (50%), sabonetes (30%) e macerados
(20%).A fitoterapia tem mostrado significativa importância e interesse das comunidades, mas nas
práticas das oficinas há grande maioria dos usuários não sabem utilizar as plantas medicinais de
maneira racional.
1 Prefeitura Municipal de Maracanaú, CE, Brasil; Universidade Federal do Ceará – UFC, CE, Brasil. E-mail: jcopeixe@
gmail.com
R32 - Aspects of the use of saracura-mirá
(Ampelozizyphus amazonicus Ducke) as preventive
medicine by indigenous people of Alto Negro river Amazonas, Brazil.
Carolina Weber KFFURI 1
Lin Chau MING
More than 90% of the inhabitants of Upper Negro river region are indigenous. The forest is
preserved and unknown to science. In many communities the access to conventional medicine,
1 Universidade Estadual Paulista – UNESP, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
ISSN 1982-8829
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015
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often unnecessary, caused a decrease in the plants utilization. Beetween 2010 and 2013, semistructured interviews were conducted with 89 indigenous people in 5 indigenous communities to
record the plants used to treat malaria. The second most cited plant (n=46) was saracura-mirá native
to the Amazonia phytogeographical area, used as malaria preventive, energy drink, aphrodisiac and
contraceptive. Several studies related negative results to its antimalarial activity but recent studies
point to an immunostimulatory activity. It is the only plant widely prepared and distributed by
indigenous health agents, prepared by decoction of the root and stem bark, stirred until it foams
which must be removed. According to them there are two species of saracura-mirá: the male,
effective if used only by men, and the female used only by women. The difference between them
is in the root morphology. The male saracura has the taproot without secondary roots similar to
the human male organ, and the female has secondary roots similar to a women pubic hair. An
example of the «Theory of Signatures». The administration is contraindicated in pregnant women
because the plant is considered abortive. The use of this plant by indigenous health agents can be
an example for the reinforcement of phytotherapy programs in indigenous communities and the
traditional information are important guide in the search for more effective drugs.
ACKNOWLEDGMENTS: Thanks to CNPq and CAPES for financial support.
R33 - Medicinal plants and herbal medicines as
therapeutical practices in primary care by Health
workers from Ceilândia, Distrito Federal, Brazil.
Érica Luiza Andrade RUAS 1
Diegue Henrique Nascimento MARTINS 2
Nathalia de Almeida MORAIS 1;
Patrícia Maria Fonseca ESCALDA 3
Paula Melo MARTINS3
Dâmaris SILVEIRA1
In Brazil, 82% of the population use herbal medicines. The use of these products, as well as
of medicinal plants, is stimulated by National Integrative and Complementary Practices Policy
(PNPIC) and National Policy of Medicinal Plants and Herbal Medicines (PNPMF), that introduced
Phytomedicine and others Complementary and Alternative Practices (CAP) in Brazilian Public
Health Services (SUS). However, there is a lack of knowledge, among Health Workers, about
safety, quality and efficacy of herbal medicines. And because this fact, Phytotherapy practice is not
fully implemented in SUS. For this reason, this study was conducted to evaluate the knowledge of
health workers from Primary Care Centers at Ceilândia - Distrito Federal, about herbal medicines
and medicinal plants. The study was observational and exploratory, by using a semi-structured
1 Secretaria de Saúde do Distrito Federal – SES-DF, Brasil
2 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia, DF, Brasil.
3 Faculdade de Ceilâandia, Universidade de Brasilia, DF, Brasil.E-mail: [email protected]
Tempus, actas de saúde colet, Brasília, 9(1) - s, mar, 2015.
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questionnaire that containing the follow questions: professional information, socio-demographic
characteristics, use and knowledge of medicinal plants and herbal medicines. The results showed
that 83% of subjects were women; 73% presented age between 36 and 55 years old, and 63.7%
were married. Regarding the use of herbal and medicinal plants, 85% said they were interested to
prescribe these products for their patients, despite 68% of respondents claimed never had being
worked with phytotherapy. On the other hand, the health workers were able to cite several medicinal
plants and the most cited were: “Guaco” - Mikania glomerata (36%), “Chamomile” - Matricaria
recutita L. (19%) and “Boldo” - Plectranthus barbatus Benth. (16%). From the data obtained, it was
observed that respondents in Ceilândia Primary Care Centers are favorable to use medicinal plants
and herbal medicine as therapeutical options. However, it was possible to note there is a gap in
the professional training about these products. For this reason, stimulate these workers to receive
courses about phytotherapy is important in order to spread the prescription of medicinal plants and
herbal medicines at Primary Health Care.
ACKNOWLEDGMENTS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES); Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP/DF)
R34 - Atividade antioxidante de extratos de
Erythroxylum suberosum pelo método do
fosfomolibdênio.
Nathalia de Almeida MORAIS 1
Reis MML1
Christopher William FAGG 2
Pérola Oliveira e MAGALHÃES1
Dâmaris SILVEIRA1
Yris Maria FONSECA-BAZZO1
A atividade antioxidante possui destaque no tratamento de doenças, bem como na manutenção
dos radicais livres. Antioxidantes estão presentes na renovação celular e no tratamento de doenças
ligadas ao estresse oxidativo, tais como diabetes, hiperlipidêmicas, e entre outras. O objetivo do
estudo foi avaliar a atividade antioxidante dos extratos das folhas de Erythroxylum suberosum
pelo método fosfomolibdênio.Método: As folhas de E. suberosum foram coletadas no campus
Universidade de Brasília e identificadas com depósito de voucher n° Fagg CW2192. Foram
preparados extrato aquoso (infusão), etanólico (maceração) e hexânico (maceração) das folhas.
A atividade antioxidante destes extratos foi avaliada pelo método fosfomolibdênio, utilizando
vitamina C como substância referência.Resultados e Discussão: Os extratos obtidos apresentaram
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasilia, DF, Brasil
2 Faculdade de Ceilâandia, Universidade de Brasilia, DF, Brasil.E-mail: [email protected].
ISSN 1982-8829
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atividade antioxidante frente ao método de fosfomolibdênio, apresentando valores de equivalentes
a vitamina C de 67,6 mEq/mL, 235,3mEq/mL e 212 mEq/mL para extrato hexânico, aquoso e
etanólico, respectivamente. O extrato que apresentou maior atividade antioxidante, frente ao método
fosfomolibdênio foi o extrato aquoso, seguido pelos extratos etanólicos e hexânico.Conclusão:
Os extratos das folhas de E. suberosum apresentam atividade antioxidante frente a metodologia
proposta, e pode vir a ser um agente em potencial para o tratamento/prevenção de doenças ligadas
ao estresse oxidativo. Contudo, este potencial precisa ser melhor investigado em estudos futuros.
AGRADECIMENTOS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de
Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal
(FAP/DF) pelo apoio financeiro.
R35 - Isolation of a triterpene from Pouteria ramiflora
(Mart.) Radlk leaves (Sapotaceae).
Patrícia Marques RODRIGUES 1
João Victor Dutra GOMES 2
Claudia Masrouah JAMAL2
Álvaro CUNHA NETO 3
Christopher William FAGG 4
Yris Maria FONSECA-BAZZO1
Pérola de Oliveira MAGALHÃES1
Paloma Michelle de SALES 5
Dâmaris SILVEIRA1
Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk (Sapotaceae) is a species commonly found in Cerrado, popularly
known as fruta-do veado, massaranduba, and others. It produces edible fruits and is used in folk
medicine for treatment of hyperlipidemia, obesity, worms, dysentery, pain and inflammation.
Extracts of this species exhibit biological activity, cytotoxic, antimicrobial, anti-inflammatory,
antinociceptive, antioxidant and of α-amylase inhibition. About chemical composition, are rare the
reports in the literature. This study aimed to the phytochemical study of leaves Pouteria ramiflora
occurring in the Cerrado. Leaves of P. ramiflora were collected at the campus of UnB in 2013, and
a voucher specimen was deposited in the Herbário da UnB (UB). After dry and powdered, the plant
1 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília - UnB, DF, Brasil.
2 Departamento de Ciências Farmacêuticas – CCS, Universidade Federal do Espírito Santo –UFES, ES, Brasil.
3 Departamento. de Química – CCE, Universidade Federal do Espírito Santo –UFES, ES, Brasil.
4 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília - UnB, DF, Brasil.
5 Secretaria de Saúde do Distrito Federal -SES/DF, DF, Brasil. E-mail: [email protected]
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material was subjected to extraction by maceration using hexane as solvent. The crude extract, after
solvent removal under vacuum, was subjected to silica gel filtration. The fraction hexane:AcOEt
was subjected to chromatographic techniques (TLC and CC) for isolation and characterization of the
compounds. The isolated compounds were subjected to spectrophotometric analysis. Fractionation
of fraction Hex: EtOAc (1:1) by CC, led to the isolation of triterpenes. FH2/5 has been identified as
an fatty acid ester from oleanolic acid, by comparing the data of 1H and 13C NMR with literature
data. As far we know, this is the first report of the presence of oleanolic acid esters in P. ramiflora.
As some oleanolic acid esters can present antibacterial activity, the presence of this compound may
justify, at least in part, the activity observed in the extracts of this plant.
Keywords: Pouteria, oleanolic acid acetate, Cerrado
ACKNOWLEDGMENTS: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Decanato de
Pesquisa e Pós-Graduação-UnB (DPP/UnB) e Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal
(FAP/DF)
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