EDITORIAL A Petrobras ainda sangra

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EDITORIAL A Petrobras ainda sangra
OPI N IÃO
SALVADOR SÁBADO 14/5/2016
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SIMANCA
EDITORIAL
A Petrobras
ainda sangra
Soberana
voz
A cegueira dos
lulistas-dilmistas
Parque genial com
skate, livros e games
Walter Queiroz Jr.
Luiz Mott
Nelson Pretto
Advogado, poeta, compositor, membro da
Confraria dos Saberes
Professor titular de antropologia da Ufba
Professor da Faculdade de Educação da Ufba
[email protected]
[email protected]
onstatei que nos últimos tempos
venho colecionando mais inimigos
do que amigos, sobretudo devido à
venezuelização do nosso país, antagonicamente dividido entre petralhas e coxinhas. Já me chamaram de golpista e
fascista, por entender, como a maioria
dos brasileiros, que mesmo que Lula e
Dilma ignorassem a desbragada roubalheira cometida por seus asseclas, não
escapam do crime de prevaricação: foram incompetentes em desvendar e
omissos em punir os corruptos. Elementar, meu caro Watson!
O que mais choca é ver brilhantes acadêmicos, alguns amigos meus há décadas, completamente cegos pelo fundamentalismo esquerdopata, recusando
constar o óbvio: o enriquecimento escandaloso de Lula e seus familiares, a
reeleição de Dilma baseada na fraude
eleitoral, o acerto do Supremo Tribunal
da Justiça (9 dos 10 juízes indicados pelo
PT!) em reconhecer a legalidade do impeachment.
Pior ainda é ver minha Ufba e a maioria das universidades federais, assim como muitos artistas e vips que tanto admiramos, incluindo os movimentos sociais, todos encabrestados e obcecados
pelo engodo de que nossas conquistas
sociais dos últimos anos foram obra e
graça exclusiva do chefe da quadrilha,
detentor de mais de 30 doutorados honoris causa... E que nós da oposição seríamos inocentes úteis do capitalismo
ianque, e qualquer governo não petista
seria inapelavelmente antidemocrático,
fascista, machista, homofóbico, o diabo a
quatro.
Não possuo corruptos queridinhos: Papuda a todos os réus que comprovadamente delinquiram, de todos os partidos.
Prisões mais severas, sequestro dos milhões surrupiados, inelegibilidade perpétua.
Michel Temer: fique na História do lado bom, não faça concessões, só escolha
assessores competentes e honestos. Não
decepcione a nação, nem destrua o pouquinho de esperança que nos resta.
stive dias atrás em Passo Fundo, no
Rio Grande do Sul. Cidade bem arrumada, com boa comida e um polo
universitário que cresce a olhos vistos. A
tradicional Universidade de Passo Fundo
é uma das 250 universidades comunitárias existentes no país e uma referência
na região. Passo Fundo também ficou conhecida nacionalmente pelas sensacionais Jornadas Nacionais de Literatura, organizadas sob a liderança forte da professora Tania Rösing.
Pois foi com ela que, dias atrás, visitei
um enorme parque em construção, o Parque da Gare, com uma área de 50 mil m²,
antes largada ao abandono e, hoje, sendo
transformada num espaço público para a
cidade, com uma variedade de equipamentos urbanos. Caminhava pelas obras
ao lado das equipes da prefeitura, ouvindo explicações da própria Tania, que
me pedia uns pitacos no projeto.
A pista de skate, no alto, foi desenhada
em conjunto com a meninada, pois para
projetá-la precisavam saber mais detalhes
do esporte. Um pouco abaixo, o teatro a céu
aberto. Mais ao lado, as quadras de esporte,
acima de um lago, fruto do represamento
da água oriunda de algumas fontes da região. Chegamos à menina dos olhos da
professora Tania: o Prisma. Um prédio desenhado por um grupo espanhol em formato de prisma, projetado inicialmente para ser um biblioteca. Aqui nossa conversa
ficou mais interessante. A biblioteca do projeto passará a ser a Estação Cultural da Gare,
com 664 m² de edificação, abrigando, além
dos livros impressos, um conjunto de objetos tecnológicos, digitais ou não, para estimular as juventudes nas leituras, ambas
aqui escritas nesse plural pleno. Computador, tablet, videojogo, gamão, dama, xadrez, televisão, equipamentos múltiplos para leituras múltiplas. A formação plena das
juventudes era o nosso foco.
Para fortalecê-las, necessário oferecer-lhes generosos espaços públicos, e isso é sempre um bom caminho para a
construção de uma sociedade menos intolerante, coisa que precisamos muito
neste momento brasileiro.
[email protected]
rgulhosos herdeiros da lúcida inquietação política de Glauber Rocha,
eu e meu compadre (sempre para a
minha grande honra e saudade), o escritor
João Ubaldo Ribeiro, varávamos horas diagnosticando o país. Certa feita, um pouco
antes de nos deixar, ele me disse: “O Brasil
tornou-se um ser adulto, dono do seu nariz,
e nada pode mais impedir seu vitorioso
caminhar”. Os atuais e tensos acontecimentos da vida nacional parecem dar razão ao
imortal escritor. Nunca, em nossa história
recente, houve tantos confrontos e dissensões ideológicas nas ruas, no jornalismo,
nos bares, nos lares, com laivos de agressividade mas todas as tendências respeitadas pelo poder público, fato só possível
pela plena vigência do Estado de Direito.
Apesar do estranhamento de ideais, a
última grande manifestação popular deixou claro que a maioria dos brasileiros
professa a mesma esperança numa nova
nação passada a limpo, privilégios derrogados e leniência zero com a corrupção
e o cinismo no trato da coisa pública. Diz
a sabedoria milenar: uma caminhada de
mil léguas começa com um primeiro passo! Propugnamos, prioridade absoluta,
por uma ampla e profunda reforma política, oxigenando a nossa democracia e
permitindo o surgimento de novas e expressivas lideranças. Ficou muito aquém
das sofridas expectativas do nosso povo o
ministério do governo de transição.
Não dá mais para vacilar, confundir, postergar. Ou ganha rapidamente a nossa confiança ou voltará a ouvir o clamor das ruas,
a soberana voz do Brasil. Mutirão de trabalho ocupando toda a mão de obra disponível tornando os mais carentes construtores do seus próprios projetos, com a
parceria do governo, é claro, mas sem o
assistencialismo que nos tem deixado reféns
do populismo. Ferir de morte o narcotráfico
com uma revolução educacional, diversão e
arte, ocupando e gratificando as novas gerações, plenas de vida e esperança num
futuro mais bonito. Lembrar que política,
não sendo um sacerdócio, é contrafação.
“...Vem, vamos embora que esperar não é
saber/ quem sabe faz a hora... (G. Vandré).
O
C
E
O estrago feito nas contas da Petrobras
pela má gestão, desvio de recursos por
diretores corruptos e uso da empresa como instrumento de atração de votos na
última campanha eleitoral, ao lado da
quedanacotaçãodopetróleonomercado
externo, continua mostrando seus efeitos
na contabilidade da estatal.
Nos três primeiros meses deste ano o
prejuízo líquido registrado chegou a
R$ 1,246 bilhão, no terceiro trimestre seguido de perdas, ainda mais significativo
quando se compara com o trimestre inicial de 2015, um lucro líquido de R$ 5,33
bilhões.
O resultado negativo entre janeiro e
março últimos foi agravado por gastos
com juros cambiais; redução na produção de petróleo e gás natural; queda na
venda de derivados dentro do país; aumento de custos com depreciação e maiores gastos com
ociosidade de
equipamentos –
principalmente
sondas, e vendas
mais baixas no
mercado interno, por causa da
crise na economia.
Para voltar a
crescer, a Petrobras necessariamente terá que
encolher, com a
venda de ativos e
a redução de investimentos,
movimentos que
precisam
ser
complementados com a modernização de suas práticas
gerenciais, a transparência e os cuidados
com a lisura e a ética em suas relações
comerciais.
A Petrobras está no centro das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia
Federal, tendo perdido mais de R$ 6,194
bilhões com a corrupção praticada por
vários de seus diretores e o desvio de recursos para alimentar campanhas políticas.
A estatal ainda enfrenta uma série de
processos bilionários no exterior, por perdas decorrentes das investigações sobre
suborno e propina envolvendo a companhia. Em fevereiro, um juiz dos Estados
Unidos abriu caminho para que investidoresprocessemaPetrobrasemgrupo,o
que poderá levar a prejuízos ainda impossíveis de serem previstos.
Símbolodaprosperidadebrasileiraeda
capacidade de sua engenharia, a estatal
do petróleo foi dilapidada, no maior escândalo da história do país e um dos
maiores do mundo. Vai precisar de muito
tempo para se recuperar.
A estatal
do
petróleo
foi
dilapidada
e vai
precisar de
muito
tempo
para se
recuperar
Fundado em 15/10/1912
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