Lição 6 02 de Novembro a 08 de Novembro
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Lição 6 02 de Novembro a 08 de Novembro
Lição 6 02 de Novembro a 08 de Novembro O Dia da Expiação Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Levítico 16; Levítico 23:27-32; Deuteronómio 19:16-21; Mateus 18:23-35; Isaías 6:1-6. VERSO ÁUREO: “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade, e que Te esqueces da rebelião do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade. Tornará a apiedar-se de nós: subjugará as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar.” Miqueias 7:18 e 19. O DIA DA EXPIAÇÃO, OU YOM KIPPUR, tal como está revelado em Levítico 16, é o ritual mais solene do Velho Testamento. Está deliberadamente colocado no centro do livro de Levítico (o qual, por sua vez, está no centro dos Cinco Livros de Moisés), como forma de ilustrar o caráter “santíssimo” deste ritual. Referido também como o “Sábado de Sábados” (Lev. 16:31), o dia apela a uma cessação de todo o trabalho, o que é algo de único em qualquer festival anual israelita. Este facto coloca o dia rigorosamente dentro do conceito do Sábado – um tempo para descansar naquilo que Deus, como Criador e Redentor, fez (e fará) por nós. Esta semana, vamos estudar o que acontecia no Dia da Expiação, no Santuário terrestre (especificamente, os rituais com os dois bodes), o que nos ajudará a melhor compreender verdades mais profundas a respeito da salvação e do desfecho final do pecado. Ano Bíblico: João 12 e 13. SOP: Conselhos Sobre Mordomia (Livro), (Capítulo) Vendendo Casas e Propriedades, (58) Comentário “Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade, e que Te esqueces da rebelião do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na benignidade.” Miqueias 7:18. O perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenação. É não apenas perdão pelo pecado, mas libertação do pecado. É o transbordar do amor redentor que transforma o coração. David tinha a verdadeira conceção do perdão ao orar: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.” Sal. 51:10. Se te aproximares um passo que seja, arrependido, Ele apressar-Se-á a cingir-te com os Seus braços de infinito amor. O Seu ouvido está aberto ao clamor da alma contrita. Deus conhece o primeiro anseio que o coração sinta por Ele. Nunca é proferida uma oração, por mais vacilante que seja, nunca uma lágrima vertida, por mais secreta, e nunca alimentado um sincero anseio, embora débil, que o Espírito de Deus não Se apresse para satisfazer. Antes mesmo de ser pronunciada a oração, ou expresso o desejo do coração, sai graça de Cristo para se juntar à graça que opera na alma humana. – A Fé Pela Qual Eu Vivo (Meditações Matinais, 2006), p. 134 (Ed. P. SerVir). A PURIFICAÇÃO ANUAL Domingo, 03 de Novembro. Leia Levítico 16:16, 30. O que era purificado no Dia da Expiação? Ao longo do ano, todos os tipos de pecados e impurezas rituais eram transferidos para o Santuário. Com o Dia da Expiação chegava o momento para a sua remoção. Há três partes principais no Dia da Expiação: 1. A oferta de purificação pelos sacerdotes. O sumo-sacerdote imolava um bezerro pelos seus pecados, fazendo tudo para que ele (o sacerdote) estivesse limpo ao entrar no Santuário e ao realizar o ritual para o purificar. 2. A oferta de purificação do bode “pelo Senhor” (Lev. 16:8). Durante o ano, as ofertas de purificação “levavam” todos os pecados do povo para o Santuário. O Dia da Expiação era a ocasião para se removerem esses pecados do Santuário; o processo era cumprido por meio do sangue do bode “pelo Senhor”. 3. O ritual da eliminação com o bode vivo por Azazel. Deus desejava remover do Santuário e do acampamento os pecados do Seu povo. Por isso, um bode vivo era mandado para o deserto. Leia Levítico 16:15. O que acontecia a este bode, e o que simbolizava isso? Uma vez que, com o bode “pelo Senhor”, não havia confissão de pecado nem colocação das mãos, o seu sangue não era portador de pecados. Assim, não manchava e não poluía, mas, antes, limpava. O efeito é claramente descrito nos versículos 16 e 20. O sumo-sacerdote fazia expiação com o sangue do bode do Senhor, purificando todo o Santuário. O mesmo procedimento tornava igualmente efetiva a purificação do povo, de modo que, quando o Santuário ficava purificado de todos os pecados de todo o povo, o próprio povo ficava purificado também. O Dia da Expiação era, neste sentido, único, pois só neste dia tanto o Santuário como o povo ficavam purificados. O Dia da Expiação era a segunda fase de uma expiação em duas fases. Na primeira fase, ao longo do ano, os Israelitas eram perdoados. Os seus pecados não eram apagados, mas ficavam confiados ao próprio Deus, que prometia lidar com eles. A segunda fase não tinha muito a ver com o perdão; o povo já tinha sido perdoado. Na realidade, o verbo “perdoar” nem sequer aparece em Levítico 16, nem em Levítico 23:27-32. O que tudo isto nos demonstra é que todo o Plano da Salvação tem a ver com mais do que simplesmente o perdão dos nossos pecados, um ponto que ainda faz mais sentido quando compreendido no contexto mais alargado do Grande Conflito. Ano Bíblico: João 14 e 15. Comentário Uma vez por ano, no grande dia das expiações, o sacerdote entrava no Lugar Santíssimo para a purificação do Santuário. A obra ali efetuada completava o ciclo anual do ministério. No dia das expiações eram levados dois bodes à porta do Tabernáculo, e lançavam-se sortes sobre eles, “uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode emissário” (Levítico 16:8). O bode, sobre o qual caía a sorte do Senhor, deveria ser morto como oferta pelo pecado do povo. E o sacerdote devia levar o sangue do bode para dentro do véu e aspergi-lo sobre o Propiciatório e diante do Propiciatório. Devia também aspergir o sangue sobre o Altar de incenso, que estava diante do véu. … Toda esta cerimónia tinha como objetivo impressionar os Israelitas com a santidade de Deus e o Seu horror ao pecado e, também, para lhes mostrar que não poderiam entrar em contacto com o pecado sem ficarem sujos. Exigia-se que, enquanto a obra de expiação se efetuava, cada homem afligisse a sua alma. Todas as ocupações deviam ser postas de parte, e toda a congregação de Israel devia passar o dia em solene humilhação diante de Deus, com oração, jejum e exame profundo do coração. Através do culto típico, eram ensinadas importantes verdades sobre a expiação. Era aceite um substituto em lugar do pecador, mas o pecado não se eliminava pelo sangue da vítima. Providenciava-se, desta maneira, um meio através do qual ele era transferido para o Santuário. Pela oferta do sangue, o pecador reconhecia a autoridade da Lei, confessava a sua culpa na transgressão e exprimia o desejo de perdão pela fé num Redentor vindouro, mas ainda não ficava totalmente livre da condenação da Lei. No dia das expiações, o sumo-sacerdote, tendo tomado uma oferta da congregação, entrava no Lugar Santíssimo com o sangue desta oferta, e aspergia-o sobre o Propiciatório, diretamente sobre a Lei, para satisfazer as suas reivindicações. – O Grande Conflito, p. 349 (Ed. P. SerVir). ALÉM DO PERDÃO Segunda, 04 de Novembro. Leia Levítico 16:32-34. Qual era a principal tarefa do sumo-sacerdote no Dia da Expiação? A principal função do sumo-sacerdote era mediar entre Deus e a Humanidade. No respeitante ao Santuário, ele orientava o sistema e realizava vários rituais de sacrifícios e ofertas (Heb. 8:3). A sua tarefa no Dia da Expiação era enorme. Ele realizava praticamente todos os rituais, exceto o de conduzir o bode por Azazel para o deserto, embora fosse ele a dar as ordens para que o bode fosse levado. No Dia da Expiação, o “grande” sacerdote, como era também chamado, tornava-se num exemplo vivo de Cristo. Assim como a atenção do povo de Deus se concentrava no sumo-sacerdote, também Jesus é o centro exclusivo da nossa atenção. Assim como a atuação do sumo-sacerdote, na Terra, trazia purificação ao povo, também a atuação de Jesus, no Santuário Celestial, faz o mesmo por nós (Rom. 8:34; I João 1:9). Assim como a única esperança do povo, no Dia da Expiação, estava no sumo-sacerdote, também a nossa única esperança está em Cristo. “O sangue de Cristo livraria o pecador arrependido da condenação da Lei, mas não apagaria o pecado. Este ficaria registado no Santuário até à expiação final. Da mesma maneira, no cerimonial típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no Santuário até ao dia da expiação.” – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 314, ed. P. SerVir. De acordo com Levítico 16:16-20, o sumo-sacerdote tinha de entrar no Lugar Santíssimo e purificá-lo das impurezas rituais, das transgressões e dos pecados. Depois, ele transferia todas as iniquidades, todas as transgressões e todos os pecados de Israel para o bode vivo e mandava-os, por intermédio do bode, para o deserto. Desta forma, todas as faltas morais de Israel desapareciam. Isto realizava o objetivo único do Dia da Expiação: uma purificação moral, que ia além do perdão. Já não havia mais necessidade de um novo perdão nesse dia. Deus já tinha perdoado os pecados das pessoas. Ao debatermo-nos, com toda a força que Deus nos deu, para afastar todo o pecado da nossa vida, como se aprende a depender-se totalmente dos méritos de Cristo como nossa única esperança de salvação? Ano Bíblico: João 16-18. Comentário “E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo, e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim aquele bode levará sobre si todas as iniquidades deles à terra solitária.” Antes de o bode ter sido desta maneira enviado para fora, o povo não se considerava livre do fardo dos seus pecados. Cada homem deveria afligir a sua alma, enquanto prosseguia a obra da expiação. Todo o trabalho era posto de lado, e toda a congregação de Israel passava o dia em humilhação solene perante Deus, com oração, jejum e profundo exame de coração. Por meio deste serviço anual eram ensinadas ao povo importantes verdades sobre a obra expiatória. Nas ofertas pelo pecado apresentadas durante o ano, tinha sido aceite um substituto em lugar do pecador. Mas o sangue da vítima não tinha feito completa expiação pelo pecado. Apenas providenciara o meio pelo qual este fora transferido para o Santuário. Pela oferta do sangue, o pecador reconhecia a autoridade da Lei, confessava a culpa da sua transgressão, e exprimia a sua fé n’Aquele que tiraria o pecado do mundo, mas não estava inteiramente livre da condenação da Lei. No dia da expiação, o sumo-sacerdote, tendo apresentado uma oferta pela congregação, ia ao Lugar Santíssimo com o sangue e aspergia-o sobre o Propiciatório, em cima das tábuas da Lei. Assim se satisfaziam as reivindicações da Lei, que exigia a vida do pecador. Então, na sua posição de mediador, o sacerdote tomava sobre si os pecados e, saindo do Santuário, trazia consigo o fardo das culpas de Israel. À porta do Tabernáculo colocava as mãos sobre a cabeça do bode emissário e confessava sobre ele “todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados”, pondo-as sobre a cabeça do bode. E, assim como o bode que levava esses pecados era enviado para fora, esses pecados, juntamente com o bode, eram considerados separados do povo para sempre. Este era o cerimonial efetuado como “exemplar e sombra das coisas celestiais”. Heb. 8:5. – Patriarcas e Profetas, pp. 312 e 313 (Ed. P. SerVir). Verificou-se também que, enquanto a oferta pelo pecado apontava para Cristo como um sacrifício, e o sumo-sacerdote representava Cristo como mediador, o bode emissário tipificava Satanás, autor do pecado, sobre quem os pecados dos verdadeiros penitentes serão finalmente colocados. Quando o sumo-sacerdote, pela virtude do sangue da oferta pela transgressão, removia os pecados do Santuário, colocava-os sobre o bode emissário. Quando Cristo, pelo mérito do Seu próprio sangue, remover do Santuário Celestial os pecados do Seu povo, ao encerrar-se o Seu ministério, Ele colocá-los-á sobre Satanás, que, na execução do Juízo, deverá encarar a pena final. O bode emissário era enviado para uma terra não habitada, para nunca mais voltar à congregação de Israel. Assim Satanás será para sempre banido da presença de Deus e do Seu povo, e eliminado da existência na destruição final do pecado e dos pecadores. – O Grande Conflito, p. 351 (Ed. P. SerVir). AZAZEL Terça, 05 de Novembro. Leia Levítico 16:20-22. O que acontecia ao bode vivo? O ritual com o bode vivo não era uma oferta. Depois de um lançar de sortes determinar qual dos dois bodes era por Jeová e qual era por Azazel (sendo este muitas vezes referido como o “bode expiatório”), só o bode por Jeová é mencionado como sendo uma oferta de purificação (vs. 9, 15). Em contrapartida, o bode por Azazel é chamado o “bode vivo”. Nunca chegava a ser morto, provavelmente para evitar qualquer ideia de que o ritual constituía um sacrifício. O bode vivo tinha a sua parte só depois de o sumo-sacerdote ter terminado a expiação de todo o Santuário (v. 20). Este pormenor merece ser bem enfatizado: o ritual que se seguia com o bode vivo não tinha nada a ver com a purificação, em si, do Santuário ou do povo. Estes já estavam purificados. Quem ou o quê era Azazel? Antigos intérpretes Judaicos identificavam Azazel como o primeiro pecador angélico e como o principal motivador do mal, mesmo até como dirigente de anjos iníquos. Nós reconhecemo-lo, naturalmente, como um símbolo do próprio Lúcifer. O ritual com o bode vivo era um rito de eliminação que tornava efetivo o desaparecimento final do pecado. O pecado era colocado sobre aquele que era o responsável por ele antes do mais e, depois, era levado para longe do povo para todo o sempre. A “expiação” efetuava-se sobre ele num sentido punitivo (Lev. 16:10), quando o bode transportava a responsabilidade suprema e final pelo pecado. Tem então Satanás alguma função a desempenhar na nossa salvação, como alguns falsamente nos acusam de ensinar? É óbvio que não tem. Nunca Satanás, de forma alguma, assume o pecado por nós como substituto. Só Jesus o fez, e seria blasfémia pensar que Satanás tem alguma parte na nossa redenção. O ritual com o bode vivo encontra um paralelismo na lei da testemunha maliciosa (Deut. 19:16-21). O acusador e o acusado comparecem diante do Senhor, representado pelos sacerdotes e juízes; realiza-se uma investigação; e, se o acusador se revela ser uma testemunha maliciosa, receberá a punição que intentara contra o inocente (por exemplo, o mau Haman, que ergueu uma forca para o leal Mardoqueu). Agradeçamos de novo a Deus pelo Seu misericordioso perdão e pelo facto de Ele não Se lembrar mais dos nossos pecados (Jer. 31:34). Como podemos aprender a não nos lembrarmos mais dos nossos pecados uma vez que estejam perdoados? Por que razão é muito importante que atuemos assim? Ano Bíblico: João 19-21. Comentário No culto típico, o sumo-sacerdote, depois de fazer expiação por Israel, saía e abençoava a congregação. Assim Cristo, no final da Sua obra de Mediador, aparecerá “sem pecado, … para salvação” (Hebreus 9:28), para abençoar com a vida eterna o Seu povo, que O espera. Como o sacerdote, ao remover os pecados do Santuário, os confessava sobre a cabeça do bode emissário, Cristo porá todos esses pecados sobre Satanás, o originador e instigador do pecado. O bode emissário, levando os pecados de Israel, era enviado “à terra solitária” (Lev. 16:22). De igual modo, Satanás, suportando a culpa de todos os pecados que levou o povo de Deus a cometer, estará durante mil anos circunscrito a esta Terra, que então estará desolada, sem moradores, e por fim sofrerá a pena completa do pecado nos fogos que destruirão todos os ímpios. Assim, o grande Plano da Redenção atingirá o seu cumprimento na eliminação final do pecado e na libertação de todos os que estiverem dispostos a renunciar ao mal. – O Grande Conflito, p. 406 (Ed. P. SerVir). O aspeto mais significativo deste concerto de paz, que o Senhor fez com os seres humanos, é a abundante riqueza da misericórdia perdoadora oferecida ao pecador, se ele se arrepender e se desviar do pecado. “Serei misericordioso para com as suas iniquidades”, declara o Senhor sobre os que se arrependem, “e dos seus pecados e das suas prevaricações não Me lembrarei mais” (Heb. 8:12). Deus afasta-Se da justiça, ao mostrar misericórdia para com o pecador? Não, Deus nunca pode desonrar a Sua Lei tolerando que ela seja transgredida impunemente. Sob o Novo Concerto, a perfeita obediência é a condição de vida. Se o pecador se arrepende e confessa os seus pecados, encontrará perdão. Pelo sacrifício de Cristo em seu favor, é-lhe assegurado perdão. Cristo satisfez as reivindicações da Lei por cada pecador arrependido e crente. “A todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu nome” (João 1:12). “E o Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, … cheio de graça e de verdade. … E todos nós recebemos, também, da Sua plenitude, e graça por graça” (João 1:14, 16). A expiação feita por nós por Cristo é completamente satisfatória para o Pai. Deus pode ser justo, e ainda justificador daqueles que creem. – Signs of the Times, 28 de junho de 1905. NO DIA DA EXPIAÇÃO Quarta, 06 de Novembro. “Em tais condições, no ministério do Tabernáculo e do Templo que, mais tarde, tomou o seu lugar, ensinavam-se ao povo, cada dia, as grandes verdades relativas à morte e ao ministério de Cristo, e uma vez no ano a sua mente era transportada para os acontecimentos finais do Grande Conflito entre Cristo e Satanás, e para a purificação final do Universo, que ficará limpo de pecado e pecadores.” – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 315, ed. P. SerVir. Leia Levítico 16:29-31; 23:27-32. O que esperava Deus que os Israelitas fizessem no Yom Kippur? De que modo esses princípios se aplicam a nós, nos dias de hoje, uma vez que estamos vivendo naquilo a que se tem chamado o “antítipo do Dia da Expiação”? Se alguém, no antigo Israel, não seguisse estas instruções, seria expulso e destruído (Lev. 23:29 e 30). O Dia da Expiação, na verdade, não era nada menos do que uma questão de vida ou de morte. Requeria do crente a sua total lealdade. Imagine que alguém tinha confessado os seus pecados no decorrer da primeira fase da expiação, ao longo do ano, nos sacrifícios diários, mas, depois, não levava a sério o Dia da Expiação. Mediante esse desrespeito para com aquilo que Deus planeara demonstrar neste dia, essa pessoa mostrava ser desleal para com Deus. O que isto significa é que uma pessoa que professa fé em Deus pode, mesmo assim, perder a salvação. Como Adventistas do Sétimo Dia, não acreditamos na ideia de ‘uma vez salvos, sempre salvos’, porque a Bíblia não ensina isso. Estamos seguros em Cristo, simplesmente enquanto vivermos em fé, e nos entregarmos a Ele, reclamando o Seu poder para a vitória, quando tentados, e o Seu perdão, quando caímos. Leia Mateus 18:23-35. Que lições devemos retirar desta extraordinária parábola? Ano Bíblico: Atos 1-3. Comentário No cerimonial do Santuário terrestre, que, conforme vimos, é uma figura do serviço no Santuário Celestial, quando o sumo-sacerdote, no dia da expiação, entrava no Lugar Santíssimo, cessava o ministério no primeiro compartimento. Deus tinha ordenado: “Ninguém mais deverá estar no Tabernáculo quando Arão entrar para fazer expiação no Santuário, e até ao momento em que ele sair” (Levítico 16:17, O Livro). Assim, quando Cristo entrou no Lugar Santíssimo para efetuar a obra final da expiação, terminou o Seu ministério no primeiro compartimento. Mas, quando o ministério no primeiro compartimento terminou, iniciou-se o do segundo compartimento. Quando, no cerimonial típico, o sumo-sacerdote deixava o Lugar Santo no dia da expiação, entrava perante Deus para apresentar o sangue da oferta pelo pecado, em favor de todos os Israelitas que verdadeiramente se arrependiam das suas transgressões. Assim Cristo apenas tinha completado uma parte da Sua obra como nosso intercessor para iniciar uma outra, e ainda apresenta o Seu sangue, perante o Pai, em favor dos pecadores. – O Grande Conflito, p. 357 (Ed. P. SerVir). O estado dos Judeus incrédulos ilustra a condição dos indiferentes e incrédulos entre os que se dizem Cristãos, que voluntariamente ignoram a obra do nosso misericordioso Sumo-Sacerdote. No cerimonial típico, quando o sumo-sacerdote entrava no Lugar Santíssimo, exigia-se que todos os Israelitas se reunissem em redor do Santuário, e do modo mais solene humilhassem a sua alma perante Deus, para receberem o perdão dos pecados e para não serem expulsos da congregação. Quanto mais importante não é que neste dia antitípico da expiação compreendamos a obra do nosso Sumo-Sacerdote, e saibamos quais os deveres que se requerem de nós! Os homens não podem rejeitar impunemente as advertências que Deus, na Sua misericórdia, lhes envia. No tempo de Noé, foi dirigida ao mundo uma mensagem do Céu, e a salvação do povo dependia da maneira como a recebesse. Rejeitada a advertência, o Espírito de Deus foi retirado da raça pecadora, e pereceram nas águas do Dilúvio. No tempo de Abraão, a misericórdia cessou de contender com os culpados habitantes de Sodoma, e todos, com exceção de Ló, a esposa e duas filhas, foram consumidos pelo fogo enviado do Céu. O mesmo aconteceu no tempo de Cristo. O Filho de Deus declarara aos Judeus incrédulos daquela geração: “A vossa casa vai ficar-vos deserta” (Mateus 23:38). Olhando através dos tempos para os últimos dias, o mesmo Poder Infinito declara a respeito dos que se perdem, “por não terem apreciado nem aceitado a verdade, que os podia salvar. Por isso, o Senhor permitiu que fossem dominados por uma força enganadora, que os leva a acreditarem na mentira. Assim se faz o julgamento daqueles que não acreditam na verdade, mas preferem praticar o mal” (II Tessalonicenses 2:10-12, BN). Ao serem rejeitados os ensinos da Sua Palavra, Deus retira o Seu Espírito e deixa-os entregues aos enganos que eles amam. – O Grande Conflito, p. 359 (Ed. P. SerVir). Vivemos hoje no grande dia da expiação. No cerimonial típico, enquanto o sumo-sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos que afligissem a sua alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor, para que não acontecesse serem eliminados de entre o povo. De igual modo, todos quantos desejem que o seu nome seja conservado no livro da vida, devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, humilhar-se diante de Deus, com tristeza pelo pecado e verdadeiro arrependimento. Deve haver um exame de coração, profundo e fiel. O espírito leviano e frívolo, alimentado por tantos que se dizem Cristãos, deve ser abandonado. Há uma luta intensa diante de todos os que desejam subjugar as más tendências que insistem em predominar. A obra de preparação é uma obra individual. Não somos salvos em grupos. A pureza e devoção de um, não suprirá a falta dessas qualidades no outro. Embora todas as nações devam passar em juízo perante Deus, Ele examinará o caso de cada indivíduo, com um exame tão íntimo e penetrante como se não houvesse outro ser na Terra. Cada um deve ser provado, e achado sem mancha nem defeito ou coisa semelhante. – O Grande Conflito, p. 409 (Ed. P. SerVir). O sangue de Cristo livraria o pecador arrependido da condenação da Lei, mas não apagaria o pecado. Este ficaria registado no Santuário até à expiação final. Da mesma maneira, no cerimonial típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no Santuário até ao dia da expiação. No grande dia da recompensa final, os mortos devem ser “julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras”. Apoc. 20:12. Então, em virtude do sangue expiatório de Cristo, os pecados de todo o verdadeiro arrependido serão eliminados dos livros do Céu. Assim, o Santuário estará livre ou purificado do registo de pecado. No símbolo, esta grande obra de expiação, ou erradicação dos pecados, era representada pelas cerimónias do dia da expiação, isto é, pela purificação do Santuário terrestre, a qual se realizava através da remoção dos pecados com que tinha ficado contaminado, remoção efetuada pela virtude do sangue da oferta pelo pecado. Como na expiação final os pecados dos verdadeiramente arrependidos serão apagados dos registos do Céu, para não mais serem lembrados nem virem à mente, assim no serviço típico eram levados para o deserto, separados, para sempre, da congregação. – Patriarcas e Profetas, pp. 314 e 315 (Ed. P. SerVir). O YOM KIPPUR PESSOAL DE ISAÍAS Quinta, 07 de Novembro. Em Isaías 6:1-6, o profeta vê o Rei Celestial sentado num trono, no Templo, “alto e sublime”. A visão é uma cena de tribunal, que apresenta Deus como chegando para o julgamento (Isa. 5:16). Isaías contempla o verdadeiro Rei, identificado no Evangelho de João como Jesus Cristo (João 12:41). Embora Isaías fosse um profeta de Deus e chamasse outros ao arrependimento, ele compreendeu que, na presença de Deus, estava condenado. Confrontado com a santidade e a glória de Deus, Isaías percebeu a sua própria pecaminosidade e também a impureza do seu povo. Santidade e pecado são incompatíveis. Tal como Isaías, todos precisamos de chegar à conclusão de que não podemos, por nós mesmos, sobreviver ao julgamento divino. A nossa única esperança está em termos um Substituto. Que paralelismo com o Dia da Expiação surge em Isaías 6:1-6? A combinação de um Templo cheio de fumo, um altar, um julgamento e a expiação pelo pecado e pela impureza lembra claramente o Dia da Expiação. Isaías viveu, por assim dizer, a sua própria experiência pessoal do “Dia da Expiação”. Atuando como um sacerdote, um serafim (literalmente, “um ardente”) pegou numa brasa acesa do altar, pressupondo algum tipo de oferta, para expurgar o pecado do profeta. Esta é uma imagem adequada para a purificação do pecado, a qual é possível mediante o sacrifício de Jesus e o Seu ministério sacerdotal de mediação. Isaías reconheceu isso como um ritual de purificação e ficou quieto, enquanto a brasa tocava nos seus lábios. Por meio disto, a sua “iniquidade foi tirada” e o seu pecado foi perdoado (Isa. 6:7). A voz passiva no versículo 7 mostra que o perdão é concedido por Aquele que está sentado no trono. O Juiz é também o Salvador. A obra de purificação realizada por Deus leva-nos do “Ai de mim” para o “Eis-me aqui, envia-me a mim”. A compreensão da obra celestial do Dia da Expiação conduz a uma prontidão para a proclamação, porque uma verdadeira compreensão leva à convicção e à certeza. Isto acontece porque sabemos que, no julgamento, temos um Substituto, Jesus Cristo, cuja justiça (simbolizada pelo sangue) é o único meio de nos capacitar a comparecer, sem medo de condenação (Rom. 8:1). A gratidão motiva a missão. Pecadores perdoados são os melhores embaixadores de Deus (II Co. 5:18-20), porque sabem de que foi que Deus os libertou. Ano Bíblico: Atos 4-6. Comentário Quando o Senhor estava prestes a enviar Isaías com uma mensagem para o Seu povo, permitiu, primeiro, ao profeta que olhasse para dentro do Santo dos Santos, no Santuário. De repente, a porta e o véu interior do Templo pareceram erguer-se ou ser retirados e foi-lhe permitido contemplar o interior, o Santo dos Santos, onde nem sequer os pés do profeta poderiam entrar. Então surgiu perante ele a visão de Jeová sentado sobre um Trono alto e sublime, e o séquito da Sua glória enchia o Templo. À volta do Trono havia serafins, como guardas em torno do grande Rei, e refletiam a glória que os circundava. À medida que os seus cânticos de louvor ressoavam, em profundas entoações de adoração, os umbrais da porta tremiam, como se estivessem a ser abalados por um terramoto. Com lábios não contaminados pelo pecado, estes anjos derramavam os louvores de Deus. “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos”, exclamavam eles; “toda a Terra está cheia da Sua glória” [ver Isa. 6:1-8]. Os serafins à volta do Trono estão tão cheios de solene reverência ao contemplar a glória de Deus, que nem por um instante olham para si mesmos com admiração. O seu louvor é para o Senhor dos Exércitos. Ao contemplarem o futuro, quando toda a Terra será cheia da Sua glória, o triunfante cântico ecoa de um para outro num melodioso canto: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos” (Isa. 6:3). Estão plenamente satisfeitos por glorificarem Deus; permanecendo na Sua presença, sob o Seu sorriso de aprovação, não desejam mais nada. Ao ostentarem a Sua imagem, ao obedecerem às Suas ordens e ao adorá-l’O, realizam a sua mais elevada ambição. À medida que o profeta escutava, a glória, o poder e a majestade do Senhor foram revelados aos seus olhos; e, à luz dessa revelação, a sua própria degradação interior apareceu com assustadora clareza. As suas próprias palavras pareciam-lhe vis. Em profunda humilhação, clamou: “Ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros... e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isa. 6:5). A humilhação de Isaías era genuína. Quando o contraste entre a Humanidade e o caráter divino ficou claro para ele, sentiu-se totalmente ineficiente e indigno. Como poderia ele transmitir ao povo os santos pedidos de Jeová? – Obreiros Evangélicos, pp. 21 e 22. Esta garantia do cumprimento final do propósito de Deus levou coragem ao coração de Isaías. Que importava que poderes terrestres se unissem contra Judá? Que importava que o mensageiro do Senhor enfrentasse oposição e resistência? Isaías tinha visto o Rei, o Senhor dos exércitos; ouvira o cântico dos serafins: “Toda a Terra está cheia da Sua glória” (Isa. 6:3); tinha tido a promessa de que as mensagens de Jeová ao apostatado Judá seriam acompanhadas pelo convincente poder do Espírito Santo, e o profeta foi revigorado para a obra que tinha diante de si. Através da sua longa e árdua missão, teve sempre consigo a recordação desta visão. Durante sessenta anos, ou mais, esteve diante dos filhos de Judá como um profeta de esperança, tornando-se cada vez mais ousado nas suas predições do futuro triunfo da Igreja. – Profetas e Reis, p. 207 (Ed. P. SerVir). Sexta, 08 de Novembro. ESTUDO ADICIONAL: “Ocorre agora o acontecimento prefigurado na última e solene cerimónia do dia das expiações. Quando se completava o ministério no Lugar Santíssimo, e os pecados de Israel eram removidos do Santuário em virtude do sangue da oferta pelo pecado, o bode emissário era então apresentado vivo perante o Senhor; e, na presença da congregação, o sumo-sacerdote confessava sobre ele ‘todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados’, pondo-os sobre a cabeça do bode (Levítico 16:21). De igual forma, ao terminar a obra de expiação no Santuário Celestial, na presença de Deus, dos anjos do Céu e do exército dos remidos, serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus. Será declarado que ele é o culpado de todo o mal que os fez praticar.” – Ellen G. White, O Grande Conflito, pp. 546 e 547, ed. P. SerVir. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: Por que razão qualquer entendimento do Plano da Salvação seria incompleto se deixasse de lado, ou minimizasse, a obra de Cristo como nosso Sumo-Sacerdote? O que nos ensina o Santuário sobre a importância fundamental que tem para o Plano da Salvação a obra de intercessão no Santuário? A maior parte de todo o livro de Hebreus, no Novo Testamento, é dedicada à obra de Cristo no Santuário Celestial. À vista disto, até que ponto é importante essa obra? Alguém escreveu um dia que a obra de Cristo, desde a Sua morte até ao Seu ministério no Santuário Celestial, é simplesmente parte do “método bem ordenado de Deus” de lidar com o problema do pecado de uma maneira que ajuda a dar resposta a todas as interrogações a respeito da Sua justiça, da Sua equidade e do Seu amor. Pense nas implicações deste pensamento, sobretudo à luz do Grande Conflito, e no que ele nos ensina sobre as grandes questões envolvidas na sórdida tragédia do pecado. Muitos Adventistas do Sétimo Dia foram ensinados acerca do Dia da Expiação de uma maneira que os deixou sem a certeza da salvação. Uma opinião assim resulta de uma falsa compreensão do propósito do Dia da Expiação. Pense acerca do nome “expiação”. Qual é o seu significado? Como se alcança a expiação? Quem realiza a obra de expiação? De que modo é ela realizada? Até que ponto devem as respostas a estas perguntas ajudar-nos a compreender a razão por que o Dia da Expiação é de facto uma boa-nova? Ano Bíblico: Atos 7-9. Moderador Texto-Chave: Levítico 16. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Classe Vai: Aprender: A perceber os pontos essenciais da tipologia do Dia da Expiação. Sentir: A importância da mensagem do Dia da Expiação. Fazer: Escolher ser participante dos privilégios especiais do Povo de Deus no antítipo do Dia da Expiação. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: Atividades do Dia da Expiação (Levítico 16; 23:26-32) O sacrifício “contínuo” (tamid) ardia sobre o altar durante todo o Dia da Expiação (Núm. 29:11). O que nos ensina isto acerca do fundamento da nossa aceitação por Deus, durante o julgamento investigativo? O sangue do bode do Senhor purificava o Santuário do registo acumulado dos pecados confessados (Lev. 16:3-19). Em que aspetos o antítipo do Dia da Expiação vai além do perdão? O bode emissário (ou para Azazel) representava Satanás (Lev. 16:5-10, 20-23). É Satanás o nosso “Portador de Pecados”? Explique a sua resposta. (Ver Deut. 19:15-19; Apoc. 12:10; 20:10.) Eram requeridas ao antigo Israel algumas atividades congregacionais durante o Dia da Expiação (Lev. 16:30; 23:26-32). De que maneira se aplicam essas atividades ao antítipo do Dia da Expiação? II. Sentir: Certeza no Julgamento O Dia da Expiação envolve arrependimento, purificação e julgamento investigativo. De que maneira se pode ter uma certeza jubilosa da salvação ao longo desse processo? III. Fazer: Ter os Olhos em Jesus! Decida participar nos privilégios do Israel espiritual, ao “olhar para Jesus” durante o julgamento investigativo. Sumário: As cerimónias do Dia da Expiação apontavam para a futura obra de Cristo no julgamento investigativo, no Santuário Celestial, revelando as atividades especiais do povo de Deus no decorrer dessa ocasião. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO – MOTIVAR! Realce da Escritura: Levítico 16:29 e 30. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Os rituais do Dia da Expiação, no Velho Testamento, prefiguravam a obra de Cristo e as responsabilidades do Seu povo no decorrer do antítipico Dia da Expiação. Só para o Moderador: Já alguma vez se perguntou, ou já lhe perguntaram, qual a razão por que os Adventistas do Sétimo Dia passam tanto tempo a estudar o Dia da Expiação, um tópico cujo principal fundamento bíblico está escondido num único capítulo – Levítico 16 – de uma parte obscura do Pentateuco? Medite sobre esta observação: Moisés organizou todo o Pentateuco numa admirável estrutura simétrica e colocou o livro de Levítico precisamente no vértice dessa estrutura! Que razão terá levado a que este capítulo fosse colocado no centro do Pentateuco? O Dia da Expiação era o dia mais santo de todo o ano, dia em que a pessoa mais santa de todo o Israel (o sumosacerdote) entrava no lugar mais santo da Terra (o Lugar Santíssimo), a fim de realizar a tarefa mais santa de todas (a purificação do Santuário, o serviço da expiação final). O nome “Dia da Expiação”, em hebraico, é, na realidade, Yom Hakippurim [um plural de intensificação do termo kippur, utilizado para realçar a ideia de expiação], o “Dia da [suprema e final] Expiação” (Lev. 23:27). Atividade de Abertura: Partilhe com a Classe a estrutura simétrica do Pentateuco e, a seguir, pergunte: O que torna o Dia da Expiação algo tão central para o Israel espiritual durante o antitípico Dia da Expiação? Pense Nisto: O antítipo do Dia da Expiação inclui o período culminante da história da salvação (o tempo do fim). Durante esse período, Cristo, o Sumo-Sacerdote do Universo, entra no lugar mais santo de todo o Universo (o Lugar Santíssimo do Santuário Celestial), para realizar o mais santo dos trabalhos de todos os tempos (a obra final de expiação)! 2º PASSO – ANALISAR! Só para o Moderador: Vamos ver nesta lição a tipologia do Dia da Expiação e o antítipo que é o seu cumprimento. COMENTÁRIO BÍBLICO I. Os Principais Rituais do Dia da Expiação A. A Oferta “Contínua” (Recapitule com a Classe Números 29:11.) O ministério “contínuo” (ou “diário”) dos sacerdotes não era interrompido no Dia da Expiação (Núm. 29:11; ver Êxo. 30:8, 10). As pessoas continuavam permanentemente dependentes do sangue do sacrifício e da intercessão sacerdotal simbolizada pelo incenso. A base da aceitação diante de Deus durante o antitípico Dia da Expiação continua a ser a mesma de antigamente: o sangue de Cristo, nosso Substituto, e a Sua justiça a nós imputada. B. O Bode Escolhido para o Senhor (Recapitule com a Classe Levítico 16:3-19.) Há uma série de verdades importantes que emergem da oferta do “bode escolhido para o Senhor”. (A oferta de um novilho pelo pecado do sacerdote [vs. 11, 14] não é aplicável a Cristo, o antítipo sem pecado [Heb. 7:26 e 27], e, por conseguinte, não é aqui tratada.) 1. Sangue isento de pecado. Não eram impostas mãos sobre o bode escolhido para o Senhor (vs. 9, 15); por conseguinte, nenhum pecado era transferido para ele; o seu sangue estava “isento de pecado”. Como sangue “isento de pecado”, a sua função, quando aplicado ao Santuário, não era a de o manchar, mas a de o purificar. 2. Movimento para Fora. A ação de expiar no Dia da Expiação movia-se para fora, do Lugar Santíssimo para o Pátio (vs. 15-18), mostrando simbolicamente que o sangue do bode escolhido para o Senhor não manchava o Santuário, mas purificava-o. 3. Julgamento Investigativo. O Dia da Expiação envolvia um dia de divino julgamento investigativo. Aquelas pessoas que não “afligissem a sua alma” (literalmente, que “não se humilhassem”, em arrependimento), no Dia da Expiação, seriam “extirpadas” ou excluídas, i.e., ficariam sujeitas ao divino julgamento investigativo e à respetiva retribuição final (Lev. 16:29, 31; 23:27, 29, 32). Há teólogos Judeus dos nossos dias que reconhecem esta função do Dia da Expiação. 4. Expiação é mais do que perdão. Em Levítico 16 não há nenhuma menção de perdão (em hebraico, salach), assim como também não o há em nenhuma outra passagem referente ao Dia da Expiação. No decorrer do ano, Deus assumira sobre Si a responsabilidade pelos pecados perdoados acumulados no Santuário. No Dia da Expiação, Ele estava habilitado a purificar o Santuário, pois demonstrara a Sua justiça, ao ter perdoado os pecadores ao longo do ano. 5. Purificação. O Dia da Expiação envolvia um trabalho de purificação coletiva do povo de Deus. (Ver Lev. 16:30; Eze. 36:25-27; Mal. 3:2 e 3.) Note-se, porém, que era Deus Quem assumia a responsabilidade da purificação daqueles que Lhe permitiam fazer esse trabalho na sua vida. C. O Ritual do Bode Emissário (para Azazel) (Recapitule com a Classe Levítico 16:5-10, 20-23.) Muitas linhas de evidência bíblica comprovam a conclusão de que o ritual do “bode emissário” (para Azazel) apontava para Satanás e não para Cristo, como pretendem alguns intérpretes modernos. 1. Paralelismo de seres pessoais. De acordo com Levítico 16:8, um dos dois bodes escolhidos por sorte era leYHWH – representando ou pertencendo a Jeová –, e o outro era la`aza´zel – representando ou pertencendo a Azazel. Se a primeira expressão “pelo Senhor” se refere a um ser pessoal – Yahweh –, então, no paralelismo natural, a segunda expressão “por Azazel” deve referir-se a um outro ser pessoal, em contraste com (e mesmo em oposição a) Yahweh – ou seja, Satanás. 2. No momento certo. O ritual com o bode para Azazel ocorria depois de já estar concluído o trabalho da expiação do Santuário (Lev. 16:20). 3. Não sacrificial. Ao contrário do bode pelo Senhor, o bode emissário (ou por Azazel) não era sacrificado, mas, na realidade, era levado vivo para o deserto (vs. 20-22). O bode por Azazel não fazia parte do sacrifício da oferta pelo pecado, nem lhe estava associado. 4. Rito de eliminação. O ritual do bode por Azazel não era um ritual sacrificial, mas um rito de eliminação ou supressão. O bode por Azazel era o “bode da carga” – uma espécie de “camião do lixo”, por assim dizer – para transportar ritualmente o “lixo” para fora do acampamento, depois de ter sido expiado. 5. Azazel e os demónios bodes. Levítico 17:7 avisa os Israelitas para não oferecerem sacrifício a “demónios bodes” (em hebraico, se`irim). Noutras passagens das Escrituras, estes “demónios bodes” são associados ao deserto (Isa. 13:21; 34:14). O bode por Azazel que deveria ser levado para fora, até ao deserto, era, dessa forma, associado aos poderes demoníacos representados por bodes peludos. A interpretação de Azazel como um poder demoníaco era a opinião predominante nas antigas fontes judaicas, e também estava bem representada nos ensinamentos dos Pais da Igreja, continuando a ser apoiada por académicos modernos. 6. Apocalipse 20. A tipologia do bode por Azazel encontra um cumprimento notório no destino de Satanás durante o milénio. Numa clara alusão a Levítico 16, o apóstolo João, autor do Apocalipse, em Apocalipse 20:1-3, descreve Satanás a ser “preso” (por uma cadeia, ou corrente, de circunstâncias) à Terra desolada (em grego, abyssos), sendo esta palavra grega a mesma palavra utilizada para a Terra desabitada, ou vazia, na antiga versão grega de Jeremias 4:23. 7. Testemunha maliciosa. Satanás carrega as iniquidades dos justos, não no sentido de ser o seu salvador, mas como o “acusador dos irmãos” (Apoc. 12:10). Caber-lhe-á a justa retribuição, de acordo com o princípio da testemunha maliciosa ou falsa (Deut. 19:15-19; Apoc. 20:10). II. As Atividades da Congregação no Dia da Expiação (Recapitule com a Classe Levítico 23:26-32.) Cada uma das cinco atividades da congregação de Israel no Dia da Expiação tinha uma aplicação como antítipo no Israel espiritual de hoje. A. Reunião no Santuário para uma Santa Convocação (v. 27). “O povo de Deus deve neste tempo ter os olhos fixados no Santuário Celestial.” – Ellen G. White, Life Sketches (Esboços da Vida), p. 278 (comparar com Heb. 4:16; 10:19 e 20). B. Identificação com a Oferta Feita pelo Sacerdote (v. 27). Veja Hebreus 12:22-24. “Um interesse predominará, um assunto absorverá todos os outros – Cristo, Justiça nossa.” – Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus (Meditações Matinais de 1956). C. Evitar todo o trabalho (vs. 28, 30 e 31). Veja Hebreus 4:3, 9; Ellen G. White fala do “descanso da graça”. – SDABC (Comentário Bíblico ASD), vol. 7, p. 928. D. Cada um Afligir (humilhar) a Sua Alma (vs. 27, 29, 32). Veja Isaías 58:5-11. “É a obra de Deus ao lançar a glória do homem no pó.” – Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 456. E. Passar por uma Ação de Purificação (Lev. 16:30). Veja Malaquias 3:2 e 3; Ezequiel 36:25-27. 3º PASSO – PRATICAR! Só para o Moderador: A palavra para “purificar”, em Daniel 8:14, é, em hebraico, nitsdaq, que tem uma vasta gama de significados, incluindo “purificar”, “restaurar” e “confirmar”. Em que aspetos estes significados se enquadram nas atividades do sumo-sacerdote no Dia da Expiação? Perguntas para Reflexão: Se as pessoas que vivem no antitípico Dia da Expiação não são salvas numa base diferente da daquelas pessoas que viveram antes desse tempo, por que motivo há então um trabalho especial de purificação? Qual é a importância de haver “expiação” para além do perdão, tal como era tipificado no Dia da Expiação? Por que razão é necessário que Satanás sofra o castigo dos pecados dos santos a quem ele acusou falsamente? Perguntas para Aplicação: Que aplicação prática das cinco atividades da congregação no Dia da Expiação pode ser feita na nossa vida pessoal, no antitípico Dia da Expiação? Até que ponto a mensagem do julgamento do Dia da Expiação contribui para nos dar a certeza da salvação? 4º PASSO – APLICAR! Só para o Moderador: Veja de novo a estrutura simétrica do Pentateuco, na introdução ao Ciclo de Aprendizagem. Repare como nesta estrutura a palavra-chave de Levítico, em crescendo até Levítico 16, é “sangue”, e brotando de Levítico 16 para diante é “santidade”. Atividade: Peça aos membros da Classe que analisem a colocação do Dia da Expiação (Levítico 16) no centro do Pentateuco, tendo o sangue (“justificação”) como sua base, e tendo a santidade (“santificação”) como seu fruto. Até que ponto isto ilustra o equilibrado Evangelho da segurança no julgamento (salvos completamente pela graça, mas julgados de acordo com as obras/frutos)?
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