O Espelho Verbo Divino - Sindicato dos Bancários

Transcrição

O Espelho Verbo Divino - Sindicato dos Bancários
Especial verbo divino
Jor­nal dos Fun­cio­ná­rios do Ban­co do Bra­sil | Sin­di­ca­to dos Ban­cá­rios e Fi­nan­ciá­rios de São Pau­lo, Osas­co e Re­gião-CUT | dezembro de 2011
Trabalhadores em
protesto na Verbo Divino
Risco de
interdição
Complexo Verbo Divino sofreu fiscalização
do Ministério do Trabalho e terá de se
adequar às normas de segurança
O
s cerca de 3 mil trabalhadores – entre bancários e terceirizados
– do Complexo Verbo Divino,
concentração do Banco do
Brasil, passam boa parte de
suas vidas em um prédio que
não apresenta as condições de
segurança exigidas pelas normas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em uma fiscalização realizada em setembro, a Seção
de Segurança e Saúde do
Trabalhador, da Delegacia
Regional do Trabalho (DRT),
constatou uma série de irregularidades que precisam
ser sanadas, principalmente
em relação à proteção contra
incêndios. Entre elas, a instalação de portas corta-fogo na
única escada do prédio, e a
construção de novas escadas
internas para facilitar a evacuação das pessoas em caso
de incêndio.
No Termo de Notificação,
a DRT classifica essas medidas como “imediatas”. O problema é que, em reunião com
o Sindicato e o MTE, em dezembro, a direção da CSL assumiu prazos maiores do que
se poderia considerar “imediatos”. Comprometeu-se a
instalar portas corta-fogo até
março de 2012, mas a cons-
trução das escadas demoraria
pelo menos dois anos, período entre o processo de licitação e a conclusão da obra.
O Sindicato considera que
a demora é excessiva e exige
a transferência dos trabalhadores. “Queremos agilidade
e não vamos aceitar que as
reformas sejam feitas com os
funcionários lá dentro. Por
isso, reivindicamos que o BB
transfira os trabalhadores para outro local durante a obra.
Caso isso não ocorra, existe a
possibilidade de intervenção
do prédio pelo Ministério do
Trabalho”, lembra o diretor
do Sindicato Ernesto Izumi.
Vigilantes sem
local adequado
para almoço
Outro problema
constatado durante a
fiscalização da DRT foi
a total inadequação
do local de almoço e
banheiro dos vigilantes.
“Não havia espaço
adequado entre a copa
e os sanitários usados
pelos vigilantes”,
denuncia Ernesto Izumi,
diretor do Sindicato.
No Termo de
Notificação, a DRT
determina “manter
sanitários, vestiários e
refeitório dos vigilantes
no 1º andar, em
condições adequadas
de higiene e conforto”,
e dá o prazo máximo
de 60 dias para o
banco providenciar as
mudanças necessárias.
“A direção da
concentração realizou
uma adequação
provisória, mas a
medida é paliativa e o
Sindicato vai continuar
cobrando do banco que
dê condições dignas a
esses trabalhadores”,
acrescenta Ernesto.
Escorpiões
no prédio
Funcionários da
Verbo Divino tiveram a
desagradável surpresa
de encontrar escorpiões
no prédio. Segundo
denúncias levadas ao
Sindicato, os bichos
teriam sido vistos pelo
menos nove vezes ao
longo de 2011, inclusive
nos terminais de autoatendimento. O pior é
que, pelas descrições,
acredita-se que o animal
é da espécie escorpiãoamarelo, venenosa e
muito comum na região
sudeste do país.
O Sindicato enviou
mensagem ao
Serviço Especializado
em Engenharia de
Segurança e Medicina
do Trabalho (Sesmt)
do BB, cobrando
providências, mas ainda
não foi informado
das medidas a serem
tomadas pela empresa.
“Continuaremos
cobrando”, reforça o
dirigente sindical Getúlio
Maciel.
Distorções na Central
de Atendimento
Sindicato exige remuneração igual para
atendentes A e B e comissão de 55% do salário
discriminação na CenA
tral de Atendimento do
BB (CABB) na Verbo Divino persiste. A direção do
banco continua pagando
salários diferenciados para
atendentes A e B, ainda que
eles, na prática, cumpram a
mesma função.
O Sindicato já cobrou
que os atendentes B passem a
receber o mesmo salário dos
atendentes A. Esta foi, inclusive, uma das reivindicações
da Campanha 2011 da cate-
goria, mas o banco insiste na
diferenciação.
O assunto será retomado
pelos trabalhadores na segunda rodada da mesa temática de Planos de Carreiras e
Comissões, que ainda não foi
marcada pela instituição.
“O BB afirma que está
analisando o assunto e que ele
será avaliado juntamente com
a questão das comissões em
geral – pois há outras distorções a serem corrigidas em todo o banco – e com a jornada
de seis horas”, diz o dirigente
sindical João Fukunaga.
Outra reivindicação em
relação aos atendentes é
que eles também recebam,
assim como os demais comissionados da instituição,
comissão que corresponda a
55% de seus salários. “Esses
bancários têm condições específicas de trabalho, como
o monitoramento constante
e tempo escasso para comer
ou ir ao banheiro. Eles merecem comissão maior.”
Fim das metas abusivas
no SAC e melhores
condições de trabalho
Os bancários do Serviço de Apoio ao Cliente (SAC)
da Verbo Divino estão sendo pressionados para o
cumprimento de metas cada vez maiores
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a meta era de
EApósmcincojulho,
processos por dia.
a greve da categoria,
que se encerrou em 17 de
outubro, a meta passou para
sete processos por dia. Agora
está em nove processos diários e há denúncias de que
alguns gestores estão cobrando ainda mais.
“Metas confusas e cada
vez mais pesadas fomentam
o assédio moral. O Sindicato não aceitará isso”, afirma
o dirigente sindical Getúlio
Maciel.
Em parte, acrescenta Getúlio, isso já vem acontecendo porque alguns gestores,
por meio de anotações no
sistema de avaliação do BB,
o GDC (Gestão de Desem-
penho e Competência), têm
cobrado e pressionado funcionários.
“Recentemente conversamos com a administração do
SAC e eles nos informaram
que pediram aos gerentes de
grupo para que fizessem as
anotações com mais cuidado. Mas voltaremos a entrar
em contato, reivindicando
metas mais claras e não abusivas”, disse o dirigente.
Falta de espaço – Se o
Banco do Brasil cumprisse
com sua palavra, os bancários
do SAC já estariam trabalhando há pelo menos 30 dias no
novo prédio que está sendo
reformado para abrigá-los,
próximo da Verbo Divino.
Estariam, portanto, com melhores condições físicas para
exercer suas funções.
Mas o prazo para a mudança, que foi anunciado
pelo banco como “uma realidade” e não como “promessa”, encerrou-se em 30 de
novembro e os funcionários
continuam convivendo com
falta de espaço, mesas pequenas e desconforto.
Na reunião de dezembro com o MTE, o banco se
comprometeu com um novo
prazo: até final de março.
“Esperamos que dessa vez o
BB cumpra sua palavra. Até
porque ela faz parte do Termo de Compromisso acertado com o MTE”, ressalta
Getúlio.