noticias apícolas - As
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JULHO 201 3 Edição Mensal Ano I Nº--1 Proprietário, Diretor e Editor - http://as-abelhas.com Redação - Dr. Eduardo Gomes Públicidade - Francisco Rogão Administração - as-abelhas.com Telefone: 917559401 Portugal [] Assinatura: Online Gratuita [] Site: http://as-abelhas.com Composição e Informatica :::: Plataforma: as-abelhas.com :::: Esta publicação tem direitos de autor NOTICIAS APÍCOLAS EDITORIAL INDICE Pág.1 Editorial Analises qualitativas da cera Pág.2 Análises qualitativas da cera (cont.) Pág.3 Noções sobre HACCP Pág.4 Noções sobre HACCPl (cont.) Vespa velutina Pág.5 Vespa veluitna (cont.) Raças de abelhas Bruxelas proibe mais um insecticida Pág.6 Algumas considerações sobre a segurança Pág.7 Algumas considerações sobre a segurança (cont.) Curiosidades Mel e saúde Pág.8 Mel e saúde (cont.) Curiosidade da história na apicultura Pág.9 Mel na culinária Classificados Pág.1 0 Eventos No seguimento da edição especial do mês de Junho, estamos a apresentar a edição nº 1 do JORNAL AS-ABELHAS, que desejamos seja do V. agrado. O nosso sentido obrigado a todos os que corresponderam ao nosso pedido e nos enviaram felicitações, ideias e disponibilidade para colaboração. O Apicultor gosta de conversar sobre tão interessante tema da apicultura, gosta de ler, gosta de partilhar as suas experiências, de aprender ainda mais e transmitir conhecimentos. Os elevados índices de qualidade dos produtos resultantes da colmeia, produzidos no nosso país, merecem a atenção de todos com vista ao seu maior reconhecimento e consequente escoamento, quer a nível nacional quer a nível internacional. Façamos do JORNAL AS-ABELHAS o nosso ponto de encontro para promovermos o desenvolvimento sustentado da nossa apicultura, não esquecendo, porém, aqueles que se dedicam à apicultura, tão só, como mero hobby. Independentemente do interesse de cada um, o JORNAL AS-ABELHAS tem como objectivo dirigir-se a todos os amantes da Apicultura. Octávio Rodrigues ANALISES QUALITATIVAS DA CERA ANALISES QUALITATIVAS DA CERA PARA DETECÇÃO DE ADULTERAÇÕES (*) Miguel Maia1 , Fernando Nunes 2 1 APISMAIA- Serviços em Apicultura ([email protected]) 2 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Química ([email protected]) As análises qualitativas são interessantes para uma rápida detecção de adulterações de forma simples e rápida, sem necessidade de métodos dispendiosos. Estas técnicas poderão inclusive dar-nos uma boa indicação da percentagem do adulterante, quando presente, numa amostra de cera. Porém, como qualquer análise / teste qualitativo surgem falsos positivos, sendo necessária a sua confirmação por outros métodos mais fiáveis, como é o caso do CG-MS ou FTIR. Para confirmar a detecção de adulterações por métodos qualitativos, numa primeira fase, determinou-se a percentagem mínima de adulterante que os método poderiam detectar, tendo sido utilizadas “pastilhas” de cera adulteradas com percentagens de 0,5% a 30% dos vários adulterantes em questão (parafina, sebo, estearina). 4.1 . - PARAFINA METODOLOGIA: O procedimento para o teste qualitativo das parafinas foi o seguinte: Foram pesadas 5 gramas de cera e colocadas com 25 mL de solução de e água destilada (1 00 mL), que após o seu aquecimento foram introduzidas no copo de pirex. ESCOLHA DE AMOSTRAS: Para este teste escolhemos as amostras que nas metodologias analíticas obtivessem um índice de acidez (IA) inferior a 1 7 (estabelecido pela NP-1 36). Por outro lado, também escolhemos amostras que tivessem um IA elevado para confirmar a possibilidade de falsos positivos, tendo sido confirmados em somente 3% das amostras como indicado na figura 1 . Fig 1 . Indicação de falsos positivos de KOH a 1 2% num copo de pirex. A solução foi aquecida e, simultaneamente, estava em aquecimento glicerina (20 mL) (Continua pag Nº2) Pagina Nº1 JULHO 201 3 (Continuação pag Nº1 ) CONFIRMAÇÃO DO TESTE: CONFIRMAÇÃO DO TESTE: É verificado que na presença de sebo, existe a Verificou-se que é possível a detecção de formação de uns grânulos de gordura, no adulteração com valores superiores a 1 0% entanto, não verificamos à vista desarmada uma relação directa com a de parafina (Figura 2 e 3). percentagem de sebo. Figura 2 Figura 2. No co- po da esquerda a detecção de parafinas (1 0%) ainda não é visível enquanto no copo da esquerda com uma percentagem de 1 5% já é visível o seu aspecto leitoso. Figura 3 4.2 - SEBO O sebo é uma massa branca, de consistência pastosa, com algum cheiro característico e de sabor levemente doce. O seu ponto de fusão varia entre os 36 e 45 ºC. É solúvel em clorofórmio e éter. METODOLOGIA: Pesar 0,5 g de cera de abelha. Juntar uma solução de 5 mL de carbonato de sódio (20%). Aquecer a mistura até derreter a cera e mexer lentamente durante 5 min. Deixar arrefecer e juntar 5 mL de água fria. ESCOLHA DE AMOSTRAS: Como o índice de iodo é um indicador de insaturados recorremos a este parâmetro para escolher as amostras para o teste qualitativo do sebo. Como não existe um limite definido para este parâmetro para indicar se as amostras estão adulteradas, ou não, escolhemos as amostras que nas metodologias analíticas obtiveram o índice de iodo mais elevado. Por outro lado, também escolhemos no conjunto de amostras analisadas que tivessem um baixo índice de iodo para confirmar a possibilidade de falsos positivos. DISCUSSÃO: Verificamos que a percentagem mínima de sebo detectável com este método foi com valores superiores a 1 5% e com 30% é fácil a visualização de grânulos de gordura (Figura 4). Das amostras de cera testadas não foram confirmadas adulterações com sebo. A admitir este facto, está a não detecção de amostras adulteradas por sebo nas amostras de cera em lamina pela metodologia de FTIR. No entanto, ao contrário dos testes para a parafina, não encontramos uma relação directa entre o número de grânulos na amostra e a percentagem de sebo como interpretação de resultados poderá ser discutível. Figura 4. Através do manuseamento das “pastilhas”, verificou-se que poderá existir outras formas de detecção da adulteração por sebo. Fig 4 Visualização de grânulos de gordura estes ficam impregnados com um leve cheiro a gordura. Também se verificou que nas “pastilhas” adulteradas com percentagens superiores a 5 - 1 0% de sebo, a cera começava a ficar pegajosa e facilmente moldada entre os dedos. Esta característica da cera adulterada com sebo faz supor que será pouco provável encontrar no mercado lâminas de ceras com consideráveis percentagens de sebo como único adulterante, pois a manufacturação de lâminas a partir destas ceras será dificultada, e as lâminas de cera seriam facilmente “derretidas” pelo calor da colmeia. 4.3 - “ESTEARINA” A estearina é constituída essencialmente por ácido esteárico, entre outros ácidos, e solúvel em álcool e clorofórmio. É uma massa branca e compacta e tem um cheiro levemente a sabão, em que o seu ponto de fusa varia de 60 a 65 ºC. METODOLOGIA: Pesar 1 grama de cera e colocar em tubo de ensaio. Juntar 7 mL de etanol e 3 mL de água destilada. Dissolver em banho-maria e deixar arrefecer a temperatura ambiente. Filtrar (os filtros podem ser de café) a solução. ESCOLHA DE AMOSTRAS: Para este teste escolhemos as amostras que nas metodologias analíticas obtiveram um índice de acidez (IA) elevado, pois nenhuma das amostras ultrapassou o limite superior de 23 estabelecido pela NP1 36. Por outro lado, também escolhemos amostras que tivessem um IA baixo para confirmar a possibilidade de falsos positivos. CONFIRMAÇÃO DO TESTE: É verificado que na presença de estearina, existe a formação de uma solução leitosa. DISCUSSÃO: Verificamos que este teste tem o seu interesse devido à possibilidade de detectar baixos níveis de estearina. Neste caso, foi possível identificar e quantificar um mínimo de 2,5% a 5% de estearina. Na Figura 35 é possível observar que numa adulteração com 2,5% de estearina, o filtrado fica esbranquiçado edida que as percentagens de adulterante aumentam, o sedimento também aumenta, indicado pela amplitude dos traços a preto Figura 5. Detecção de presença de “estearina” numa amostra adulterada com percentagem de 2,5% a 30% de “estearina”. Fig 5 Também se observou que a leitura deste teste deverá ser feita no momento da sua realização, pois passadas 24 horas a amostra não adulterada toma uma tonalidade esbranquiçada, podendo levar a conclusões erradas (falsos positivos). Esta técnica é eficaz na detecção de “estearina”, por um lado detecta níveis baixos de estearina (≥ 5%) e, por outro lado, não foram detectados falsos positivos. Este é um método bastante aconselhável a ser utilizado por Associações Apícolas devido ao material e reagentes necessários à sua realização serem acessíveis, como também ser um método de rápida realização (em cerca de 1 5 minutos é possível obter resultados). (*) PROJECTO FINANCIADO NO ÂMBITO DO PLANO APÍCOLA NACIONAL E EM COLABORAÇÃO COM FNAP (FEDERAÇÃO NACIONAL APICULTORES DE PORTUGAL) Clik Aqui: Eng. Miguel Maia http://www.apinews.com/pt Pagina Nº2 JULHO 201 3 (Continuação do numero anterior) Noções sobre HACCP Introdução: 7. Formação O sistema HACCP consiste numa abordagem sistemática e estruturada de identificação de perigos e da probabilidade da sua ocorrência em todas as etapas da produção de alimentos, definindo medidas para o seu controlo. Desta forma é um sistema preventivo que busca a produção de alimentos inócuos desde do campo até a mesa do consumidor. De forma a prevenir, eliminar ou apenas reduzir os perigos que podem vir a contaminar os géneros alimentícios durante todo o processo produtivo e ao longo da cadeia, devem ser tidos em conta prérequisitos que uma vez contemplados permitirão a aplicação efetiva do sistema HACCP. Os pré-requisitos controlam os perigos associados ao meio envolvente, ao processo de produção do género alimentício, enquanto que o sistema HACCP controla os perigos associados ao processo de produção. Para o efeito devem ser considerados os seguintes prérequisitos: 1 . Instalações e Equipamentos 2. Boas Práticas de Higiene, fabrico e higienização Definições: Aptidão Alimentar: Garantia de que o alimento é próprio para o consumo humano de acordo com o uso a que destina. Contaminação: A introdução ou presença de Diagrama de Fluxo: Representação um contaminante nos alimentos ou no meio sistemática da sequência de etapas e alimentar envolvente. operações levadas a cabo na produção ou elaboração de um determinado produto Contaminante: Qualquer agente biológico alimentício. ou químico, matéria estranha ou outras substâncias não adicionadas Etapa: Qualquer ponto, procedimento, intencionalmente aos alimentos e que operação ou fase da cadeia alimentar, possam comprometer a segurança ou incluindo as matérias primas, desde a aptidão dos alimentos. produção primária até ao consumidor final. Desinfeção: A redução do número de Perigo: Um agente biológico, químico ou microrganismos presentes no meio físico presente no alimento ou situação por ambiente, por meios físicos e/ou agentes ele causada que tenha um efeito adverso na químicos, a um nível que não comprometa a saúde. segurança ou aptidão do alimento. Análise de Perigos: Processo de recolha e Higiene dos Alimentos: Todas as condições análise de informação sobre os perigos e as e medidas necessárias para garantir a condições que os originam, decidindo quais segurança e a aptidão dos alimentos em se revelam importantes para a segurança todas as fases da cadeia alimentar. dos alimentos e, por conseguinte, devem ser incluídos no Plano HACCP. Instalação: Qualquer edifício ou zona em que se manipulam alimentos e suas Controlado: Condição obtida pelo redondezas sob o controlo da mesma cumprimento dos procedimentos e critérios direção. definidos. Limpeza: A remoção de solo, resíduos de Controlar: Adotar todas as medidas alimentos, sujidade, gordura, ou outras necessárias para assegurar e manter o matérias objeccionáveis. cumprimento dos critérios estabelecidos no 3. Controlo de Pragas plano de HACCP. Manipulador de Alimentos: Toda a pessoa que manipule diretamente alimentos, Desvio: Situação existente quando um limite embalados ou não embalados, crítico não é cumprido. equipamentos ou utensílios utilizados para os alimentos, superfícies que entrem em Limite Crítico: Critério que diferencia a contacto com os alimentos e, por aceitabilidade ou não do processo numa conseguinte, se espera que cumpra com os determinada fase. requisitos de higiene alimentar. Valores Alvo: Valores de um parâmetro, num Produção Primária: As fases da cadeia Ponto Critico de Controlo, que provaram alimentar até inclusive, por exemplo, a eliminar ou controlar um perigo. colheita, ordenha, abate ou pesca. Tolerância: Grau de latitude a volta do valor Segurança Alimentar: Garantia de que o alvo que e permitido, isto é, valores que alimento não causará danos no consumidor estão abaixo e acima do valor alvo mas 4. Abastecimento de água quando preparado e/ou consumido de ainda dentro do limite critico. 5. Recolha de resíduos acordo com o uso a que se destina. 6. Material para contacto com os alimentos Risco: Hipótese ou probabilidade de um dado perigo ocorrer, colocando em causa a salubridade do produto. Severidade: Seriedade ou impacto de um perigo na saúde do consumidor. (Continua pag Nº4) Pagina Nº3 JULHO 201 3 (Continuação pag Nº3) PRINCÍPIOS GERAIS DO SISTEMA DE Medida Corretiva: Ação que se tem que HACCP realizar quando a monitorização dos PCC’s indica perda de controlo do processo. O Sistema de HACCP baseia-se em 7 Principios que devem ser usados e Medida Preventiva: Qualquer medida e considerados na sua aplicação. atividade que se possa realizar para prevenir ou eliminar um perigo para a 1 º Princípio segurança dos alimentos, ou reduzi-lo para Elaboração de um fluxograma do processo. um nível aceitável. Identificação dos perigos e avaliação da sua severidade. Listagem dos perigos e Monitorizar: Levar a cabo uma série especificação das medidas de controlo. planificada de observações ou medições dos parâmetros de controlo para avaliar se 2º Princípio um PCC está sob controlo. Determinação dos pontos críticos de controlo (PCC’s) usando a árvore de Sistema de Monitorização: decisão. Conjunto de observações ou medições dos parâmetros de controlo para avaliar se um ponto crítico de controlo esta sob controlo. Ponto de Controlo (PC): Ponto, procedimento, operação ou etapa no qual o controlo pode ser exercido ou aplicado. Ponto Crítico de Controlo (PCC): Etapa em que se pode aplicar um controlo e que é essencial para prevenir ou eliminar um perigo para a segurança dos alimentos, ou reduzir-lo para um nível aceitável. 3º Princípio Especificação de critérios - limites e tolerância que indicam se uma operação esta sob controlo num dado PCC. 6. Verificação (in loco) do diagrama de fluxo e esquema da fábrica 7. Identificação de perigos associados a cada passo (Principio 1 ) 8. Aplicação da árvore de decisão HACCP para determinação dos PCC’s (Princípio 2) 9. Estabelecimento dos valores alvo e dos limites críticos para os PCC’s (Princípio 3) 1 0. Estabelecimento dos procedimentos de monitorização (Princípio 4) 11 . Estabelecimento das ações corretivas (Princípio 5) 1 2. Estabelecimento de procedimentos de verificação (Princípio 7) 1 3. Estabelecimento de sistemas de registo e arquivo de dados que documentam o plano de HACCP (Princípio 6) 1 4. Revisão do plano de HACCP Eng. Virgilio Bastos (Continua proxima edição) 4º Princípio Estabelecimento e implementação de PUBLICIDADE procedimentos de monitorização para Anuncie neste jornal, controlo dos PCCs. a publicidade é o meio mais abrangente 5º Princípio de dar a conhecer o Estabelecimento das ações corretivas a seu negoçio, este Nível de Preocupação: E uma expressão da tomar quando num dado ponto crítico de seriedade da falha em controlar um Ponto controlo se identifica um desvio revelado espaço pode ser seu. Critico de Controlo. Deriva do conhecimento pela monitorização. do perigo, incluindo a sua severidade e o risco de ocorrer. Os níveis de preocupação 6º Princípio são: Vespa velutina Estabelecimento de sistemas de registo e - Elevada Preocupação: Sem controlo, pode arquivo de dados que documentam o plano ameaçar a vida do consumidor; Com a chegada da primavera, as vespas HACCP. - Média Preocupação: Uma ameaça ao fundadoras estão capacitadas a sair da consumidor que deve ser controlada; hibernação. Após saírem de hibernação, a 7º Princípio - Baixa Preocupação: Pequena ameaça ao Estabelecimento de procedimentos para a sua primeira intenção é a construção de um consumidor que pode ser vantajoso verificação do sistema HACCP, incluindo ninho primário. controlar; testes complementares, e revisão do Este ninho primário pode variar de - Nenhuma preocupação: Nenhuma amea- sistema que mostrem que ele funciona tamanho, desde as dimensões aproximadas ça. de meia bola de pingue-pongue até uma efetivamente. bola de andebol. Em abril de 201 3 já foram Validação: avistadas algumas vespas velutinas a rondarem os apiários em concelhos do Constatação de que os conteúdos e distrito de Viana do Castelo, de Braga e do técnicas científicas da análise de perigos do Porto como também já foram detetados plano de HACCP são efetivos. ninhos primários. Verificação: Depois de validar os elementos do plano de HACCP, e importante assegurar a eficácia do sistema. Analisar se o que este a ser feito corresponde ao planeado. Plano de HACCP: Documento preparado de acordo com os princípios do sistema HACCP, de tal forma que o seu cumprimento assegure o controlo dos perigos significativos para a segurança alimentar no segmento da cadeia alimentar considerado. Os 7 Principios do Sistema de HACCP podem ser implementados em 1 4 passos lógicos e sequenciais: 1 . Definir os termos de referência - âmbito do Plano de HACCP 2. Formação da equipa HACCP 3. Descrição do produto Sistema HACCP: Sistema que permite 4. Identificação do uso pretendido do identificar, avaliar e controlar perigos produto significativos para a segurança dos 5. Elaboração de diagrama de fluxo e esquema da área de fabrico alimentos. Figura 1 . Ninho primário de Vespa velutina. Reparar que na fase inicial o ninho primário e a vespa têm tamanho semelhante. (Continua pag Nº5) Pagina Nº 4 (Continuação pag Nº4) Os ninhos primários poderão ser avistados em: • Interior de colmeias abandonadas, • Interior de colmeias fracas, • Interior de telhados, • Sótãos, • Caixas de eletricidade, • Lenha armazenada, • Garagens, • Buracos de paredes, • Caves, • Janelas interiores, • Pipas de vinho, Caso sejam identificados estes ninhos é importante a sua monitorização. Assim, pedimos a sua localização e o envio de uma fotografia (pode ser pelo telemóvel) para a seguinte morada: [email protected] Direção Geral de Alimentação e Veterinária [email protected] Associação Apícola Entre Minho e Lima [email protected] Eng. Miguel Maia RAÇAS DE ABELHAS Abelha Caucasiana Muito se escreve sobre raças de abelhas e suas qualidades, pouco sobre os seus defeitos, algumas das vezes quem redige, limita-se a transcrever o que leu sem conhecimento de causa. Hoje dissertamos um pouco sobre a nossa experiência com a raça Caucasiana. Oriunda da Geórgia e regiões montanhosas do Cáucaso Central, é conhecida nos E.U.A. por abelha Russa ou abelha Gorbachev. É uma abelha ligeiramente maior que a nossa autóctone, uma rainha fecundada pesa em média entre os 200 e os 250mgr, esta raça possui uma língua maior que as outras, podendo ultrapassar os 7mm, e um abdómen cinzelado com listagens duma cor acinzentada. Quem não for bom conhecedor desta raça em pleno campo facilmente pode confundi-la com a nativa abelha ibérica. Da nossa experiência, podemos confirmar tratar-se duma abelha que hiberna bem na zona de montanha; num infeliz inverno em que tivemos uma mortandade na ordem dos 30% num apiário de cerca de 1 00 unidades composto por duas raças, predominando mais de 50% de caucasianas, tivemos zero (0) de colmeias caucasianas mortas. Chegámos à conclusão que, por alterações climatéricas inusuais, tínhamos uma infestação de varroa não tendo esta afectado as abelhas caucásicas. É uma abelha que tem tendência em propolizar as entradas da colmeia. A partir de meados do verão, começa a tapar as entradas dos alvados para a preparação do inverno. Deixa uns reduzidos orifícios por onde se limitam a passar as abelhas, dificultando a entrada de inimigos estranhos à colmeia. No que toca ao maneio, é uma abelha muito nervosa. Todo o enxame estremece com ruídos estranhos, as abelhas não param nos quadros, pois encontram-se sempre em inquieto movimento. Embora com facilidade levantem voo dos quadros, ou subam pelas mãos do apicultor, raramente manifestam sinais de agressividade quando a raça se mantem pura. Não é fácil ao apicultor menos experiente controlar a enxameação porque muitas das vezes ainda antes de ter o ninho cheio ou subir às alças, a colmeia despovoa-se com a consequente redução ou mesmo nula safra de mel. À medida que vai hibridando, este defeito acentua-se significativamente. Quanto à pilhagem, sempre que há falta de entrada de néctares na colmeia, elas não hesitam em assaltar outras colmeias mais fracas que estejam no mesmo apiário. , dificultando a entrada de inimigos estranhos à colmeia. No que toca ao maneio, é uma abelha muito nervosa. Todo o enxame estremece com ruídos estranhos, as abelhas não param nos quadros, pois encontram-se sempre em inquieto movimento. Embora com facilidade levantem voo dos quadros, ou subam pelas mãos do apicultor, raramente manifestam sinais de agressividade quando a raça se mantem pura. Quanto a produção de mel, um bom enxame de raça pura, ou híbrido em primeiro grau, pode produzir, com facilidade entre os 30 e os 60 quilos num apiário fixista. Diria mesmo que das raças por nós experimentadas, esta foi a melhor colectora de mel. Arranca muito cedo na Primavera, trabalha com temperaturas ambiente inferiores a outras estirpes, e o enxame desenvolve-se a um ritmo muito elevado. Como não há bela sem senão, dois grandes defeitos temos a apontar a esta raça, são eles a elevada propensão à enxameação e a pilhagem. Não é fácil ao apicultor menos experiente controlar a enxameação porque muitas das vezes ainda antes de ter o ninho cheio ou subir às alças, a colmeia despovoa-se com a consequente redução ou mesmo nula safra de mel. À medida que vai hibridando, este defeito acentua-se significativamente. Quanto à pilhagem, sempre que há falta de entrada de néctares na colmeia, elas não hesitam em assaltar outras colmeias mais fracas que estejam no mesmo apiário. Como têm tendência em substituir frequentemente as mestras, também não é raro ver enxames, ou mesmo garfos, entrarem noutras colmeias povoadas com rainhas mais decrépitas, instalarem-se e repovoarem a colmeia eliminando a rainha residente. Quem quiser iniciar-se com esta raça deverá usar a técnica da inseminação artificial para a manter pura, ou no mínimo, adquirir de dois em dois anos uma nova matriz . Na ilha de Yeu, a 1 0Km da costa francesa, encontramos o maior produtor europeu da raça caucasiana com exportação para todo o mundo, praticando preços interessantes para as rainhas produzidas e fecundadas livremente na ilha. Nalguns países, como em França, esta abelha tem grande aceitação entre os apicultores devido à sua rusticidade, a grande resistência à varroa, e ao tamanho da sua língua. Quem tiver a intenção de se dedicar à exploração do própolis, esta é, sem dúvida alguma, a raça por excelência indicada para esta actividade. Julio Salvado Bruxelas proíbe mais um insecticida prejudicial para as abelhas Após parecer científico da Autoridade Europeia da Segurança Alimentar de que as sementes tratadas com pesticidas contendo Fipronil representam "...sério risco para a população das abelhas europeias...", só serão autorizadas as sementeiras tratadas com o pesticida em causa, até 28 de Fevereiro de 201 4. É mais um produto a juntar à lista que desde Maio já constam outros pesticidas, tais como, clotiadidina, imidaclopride e tiametoxame, da família dos denominados neonicotinóides. Recordamos que este pesticida havia sido aprovado por decisão da execução da Comissão Europeia (em 06.05.2011 ), com base em pareceres da Agência Europeia dos Medicamentos e Comité Permanente dos Medicamentos Veterinários. Urbano Rosa Pagina Nº 5 JULHO 201 3 Algumas considerações sobre a Segurança no Apiário no que respeita à Picada da Abelha O Ferrão da abelha, localizado na parte final do abdómen, é constituído por um estilete usado na perfuração e duas lancetas que possuem farpas que prendem o ferrão e dificultam a retirada do mesmo. O ferrão está ligado a uma pequena bolsa onde o veneno fica armazenado. Estas estruturas são movidas por músculos que auxiliam na introdução do ferrão e injecção do veneno. As contrações musculares da bolsa do veneno permitem que esse veneno continue sendo injectado mesmo depois da retirada da abelha. Quando a abelha pica normalmente injecta cerca de 0,1 5 a 0,30 mg de veneno e quando pica perde o ferrão, o saco do veneno, músculos, nervos e intestino. A perda de tão considerável parte do seu corpo é-lhe fatal. Algumas pessoas podem ficar hipersensíveis com efeitos progressivos depois de algumas picadas, outras nascem já com hipersensibilidade aumentada. Os efeitos para o homem costumam manifestar-se da seguinte maneira: • - dor forte durante 2-3 min dependendo do local da picada e número de abelhas que picaram • - edema local mais ou menos acentuado consoante o local da picada, pele, mucosas • - Eritema, comichão, aumento da temperatura local • - Reacções mais graves: falta de ar e dificuldade em respirar, mau funcionamento do coração Desde sempre se conhece o poder do veneno da abelha Cleópatra usava o veneno da abelha para eliminar os seus inimigos E a sabedoria popular foi ao longo dos anos tentando solucionar os efeitos nocivos da picada da abelha É grande a lista de mezinhas que chegaram até hoje ao nosso 1 -Composição química do veneno da conhecimento variando por vezes com as diferentes regiões do nosso país abelha A apitoxina mais frequentemente conhecida por veneno da abelha é uma substância produzida por uma glândula de secreção acida e outra alcalina. Solidifica à temperatura ambiente, tem uma cor branca ou muito levemente amarelada. Sendo a sua composição de, 88% de agua e tem pelo menos 1 8 componentes farmacológicos; enzimas, peptídeos e aminas Os mais activos são a histamina, melitina e enzimas como a hialuronidase e fosfolipase Efeitos do veneno da abelha: O veneno da abelha é responsável por 3 efeitos específicos no organismo: Neurotóxico – actua no sistema nervoso central Hemorrágico – aumenta a permeabilidade dos capilares sanguíneos Hemolítico – destruição dos glóbulos vermelhos Os efeitos da picada da abelha não são os mesmos em todas as pessoas. Umas pessoas resistem a muitas picadas e outras não. A maioria das vezes uma picada provoca apenas reacções locais enquanto em outras pessoas o efeito é sistémico, em todo o corpo. Enumerando algumas • Uma moeda colocada sobre a picada • colocar amónia • esfregar alho • cebola • folhas de tanchagem • barro húmido/lama • faca na zona da picada • folha de cacto aloé • azeite • gelo/agua • urina • álcool • vinagre • fé - O ataque de abelhas apenas começa após a motivação ao instinto de defesa por isso evite molestar as abelhas, evite ruídos, vibrações, choques, aproximação de veículos próximo das colmeias - Use vestuário de cor branca e de origem vegetal; o tecido de lã é desagradável para as abelhas - Quando abrir uma colmeia evite respirar em cima das abelhas; o hálito irrita as abelhas - as abelhas detectam facilmente objectos em movimentos por isso atacam mais no rosto, mãos e pés. - Os cabelos também são alvo fácil devido aos óleos e perfumes Atitude correcta no apiário: Devidamente protegido com fato adequado que cubra todo o corpo, tendo especial atenção ao rosto, mãos e pés Atenção aos movimentos bruscos, ruídos, uso do fumigador Atenção as colmeias com abelhas mais agressivas que devem ser manuseadas no fim Atenção ao clima e atendendo a época estival todo o apicultor deve ter consigo água de preferência gelada Recomendações do CIAV (Centro de Informação Anti-venenos) 1 - No caso dos sintomas se restringirem ao local da picada: • Remover o ferrão da pele por raspagem tangencial da pele com um cartão (por ex um cartão MB) • Aplicação de gelo • Aplicação de uma pomada à base de anti-histamínicos/analgésico/corticoide 2- No caso de sintomatologia sistémica de que o choque anafilático constitui a expressão mais grave: • Adrenalina subcutânea Adulto-0,3 a 0,5 Não pondo de lado a crença popular estes ml de solução de 1 :1 000;Criançassão os procedimentos a ter: 0,01 ml/Kg até um máximo de 0,5 ml. Estas doses podem ser repetidas com - Não mexa nas abelhas se não forem intervalos de 20 a 30 minutos apicultores e não tiverem conhecimento da • Hidrocortisona per os biologia das abelhas para não contrariar a • B-agonistas inalados ( ex: salbutamol) organização das abelhas • A escolha ou a ordem dos fármacos a - Vestuário adequado administrar depende da situação clínica - Fumigador da vítima -Não mexa nas abelhas em dias • No local da picada aplicam-se os chuvosos, a colmeia está mais populosa, procedimentos acima referido as abelhas mais agressivas Outras considerações: - Vestuário limpo e sem cheiros - Evite esmagar abelhas, o cheiro do 1 - A hipersensibilidade não é dose veneno espalha-se entre as demais (Continua pag Nº7) Pagina Nº 6 dependente ou seja, mesmo uma única picada pode ser suficiente para o desenvolvimento de um choque anafilático; a inversa também é verdadeira ou seja, múltiplas picadas não implicam necessariamente um choque anafilático 2- Grandes reacções locais não determinam obrigatoriamente reações sistémicas 3- Indivíduos que tiveram uma reação anafilática têm entre 35 a 60 % de probabilidade de nova reação anafilática em picadas subsequentes. Daí a importância dos tratamentos de dessensibilização 4- Alerto ainda para a necessidade de em grupos de risco, como é o caso dos apicultores, ter sempre ”à mão”uma seringa pré-preparada de adrenalina As situações de reacções alérgicas mais graves ou mesmo choque anafilático são situações de emergência médica que determinam um pedido de socorro para o número nacional de emergência 11 2 Fonte: CIAV e INEM Efeitos e aplicações terapêuticas do veneno da abelha O veneno da abelha tem propriedades: Antibacterianas, Antinflamatórias, Anticoagulantes, Reforça o sistema imunitário. Doenças osteoarticulares e reumáticas Quimioterapia Cientistas da Washington University de St. Louis, nos Estados Unidos, desenvolveram um método que usa veneno de abelhas para matar células cancerosas, ao mesmo tempo em que deixa células saudáveis intactas. Os pesquisadores acoplaram a toxina melitina, presente no veneno de abelhas, a moléculas, ou nanopartículas, que batizaram de "nanoabelhas". Depois disso, essas "nanoabelhas" foram introduzidas em ratos com tumores. As partículas então atacaram e destruíram apenas as células cancerosas, protegendo outros tecidos do poder destrutivo da melitina. CURIOSIDADES Em taxonomia, quase todas as palavras utilizadas provêm do grego ou do latim. E no caso da nossa abelhinha não há excepção . A palavra Apis era usada pelos romanos que seguiram a tradição dos gregos. Mas em grego a palavra que designa abelha é Melissa. Então como acabamos a chamar-lhe Apis ?? A tradição tem uma origem muito mais antiga. Se por um lado as abelhas são associadas à civilidade e ao benefício, também a elas estão associadas outras tradições. Alguns naturalistas consideravam-nas imperfeitas em resultado da sua geração envolver uma forma larvar. Em várias culturas considerava-se que tinham a sua origem em carcaças de animais em decomposição,. precisamente pela larva ter forma diferente do insecto adulto. Esta curiosa tradição originária do Egipto, está presente nos primeiros escritos gregos onde se refere que as abelhas nascem dos corpos em decomposição. Os egípcios diziam que as abelhas nasciam de Apis, o boi sagrado, personificação de Osíris, deus da ressurreição. Um touro enterrado ou sufocado , era suposto gerar novas abelhas. Esta tradição foi transmitida aos gregos e depois aos escritores romanos. De acordo com Vergílio, o herói e apicultor Aristeu, que perseguiu Eurídice e acidentalmente causou a sua morte, foi castigado com a destruição de todas as suas abelhas. Arrependido , foi aconselhado por Próteu a sacrificar gado como apaziguamento dos deuses e , nove dias depois do sacrifício, encontrou novos enxames nas carcaças. Ovídio inclui também esta história nas suas metamorfoses. Assim o nome Apis dos egípcios, ficou na tradição e foi transmitido aos gregos e aos romanos, que o adoptaram para a nossa abelha. Ana Carvalho (médica/apicultora) PUBLICIDADE Anuncie neste jornal, a publicidade é o meio mais abrangente de dar a conhecer o seu negoçio, este espaço pode ser seu. Dr. António Hermenegildo JULHO 201 3 (Continuação do numero anterior) O Mel e a Saúde Vamos primeiro dar uma vista de olhos sobre as substâncias contidas no mel, para melhor percebermos os seus efeitos. A sua constituição, variável em função da origem floral, da espécie de abelhas, das condições ambientais e solos e do modo como é recolhido e processado, é em si própria uma triaga, de onde se destacam pela sua predominância os açúcares simples - glicose e frutose seguidos da sacarose e de oligossacáridos. Contém vitaminas C, D, E, e do complexo B em pequenas doses e alguns minerais também em pequenas quantidades - cálcio, cobre, ferro, magnésio e fósforo. Contém ainda ácidos orgânicos e um teor considerável de anti-oxidantes flavonóides e fenólicos de que se destacam o ácidos cinâmico, cafeico, ferúlico e cumárico e ainda crisina, quercetina e canferol. Tem ainda um elevado teor em enzimas, uns de origem vegetal, outros adicionados pelas abelhas. O que se destaca dos efeitos dos seus constituintes : 1 - glicose – por ser um monossacárido é rapidamente absorvida no tubo digestivo (boca e ileon). Eleva a glicémia e estimula a produção de insulina sendo portanto uma fonte de energia rapidamente disponível. 2 – frutose – também um monossacárido assimilável, metabolizado principalmente no fígado. Tem o inconveniente de, em doses altas (>25% do aporte calórico diário) perturbar o metabolismo da glicose das suas vias de captação. Leve a um aumento da taxa de lipogénese e da síntese de triglicéridos devido a um aumento do fluxo de glicerol e do radical acil da molécula de triglicéridos resultantes do catabolismo da frutose. Estas perturbações metabólicas parecem ser a base da resistência à insulina, geralmente observada nos modelos alimentares ricos em frutose. Esta resistência é caracterizada por uma profunda dislipidémia que aparece, como resultado de um aumento de produção pelo fígado e intestinos de partículas lipoproteicas aterogénicas. No entanto, pequenas quantidades a frutose têm um efeito catalítico positivo e, verifica-se que diminuem a resposta hiperglicémica a cargas de glicose, melhorando também a tolerância a este açúcar. Estes efeitos benéficos também são observados, sem alteração da resposta á insulina , nos ácidos gordos não esterificados e nos níveis de triglicéridos. (Continua pag Nº8) Pagina Nº7 JUNHO 201 3 (Continuação pag Nº7) 3 – oligossacáridos – são carbohidratos de três a dez monossacáridos. Muitos são fracamente absorvidos pelo intestino delgado e chamaram recentemente a atenção como “pré-bióticos”. Os fruto-oligossacáridos são cadeias não digeríveis e fermentadas de forma selectiva pelo organismo e não calóricos, pelo que cumprem os critérios para serem considerados pré-bióticos, uma vez que estimulam o crescimento de bifidobactérias da flora intestinal normal. Têm efeitos na resposta imunitária , na inflamação e na infecção. Ainda apresentam benefícios, pelo seu consumo diário, em indivíduos com obstipação, uma vez que aumentam o peso das fezes e conferem-lhes uma composição mais suave, estimulando e encurtando assim o seu trânsito no cólon. Mecanismo de acção dos oligossacáridos Como resultado da fermentação intestinal e do crescimento da microflora normal, estimula as defesas do hospedeiro, aumentando o número de bifidobactérias que competem com as bactérias patogénicas. As bactérias que fazem parte da microflora ou os componentes da sua parede celular e os antigénios citoplasmáticos, podem atravessar a barreira intestinal até às placas de Peyer, activando as células imunitárias , estimulando assim a imunidade. As espécies de bifidobactérias e de lactobacilos produzem substâncias que podem inibir o crescimento e sobrevivência dos organismos patogénicos. A fermentação dos pré-bióticos por bifidobactérias produz ácidos gordos de cadeia curta que por sua vez têm os seguintes efeitos: a) Acidificação do cólon, o que é prejudicial para coliformes, bacteroides e clostridium. b) A acidificação do cólon favorece a produção de mucina, que melhora a morfologia da mucosa, reduzindo a colonização e translocação de bactérias prejudiciais. c) A ligação aos receptores dos ácidos gordos de cadeia curta das células imunitárias, no interior do tecido linfoide associado à mucosa intestinal. d) O butirato é um ácido gordo volátil resultante da degradação bacteriana dos fruto-oligossacáridos. Reduz as necessidades em glutamina das células epiteliais, deixando assim uma maior disponibilidade para as células do sistema imunitário. e) O butirato também pode alterar a expressão dos genes das células epiteliais e de proteína quimiotáctica dos monócitos, o que por sua vez irá modificar a sinalização das células epiteliais para o sistema imunitário da mucosa. Compostos fenólicos Fenóis e flavonóides com acção antioxidante Variável consoante o tipo floral de mel e de grande importância biológica. Os fenóis , entre outros derivados do ácido cinâmico, ácido cumárico e do ácido cafeico. Têm teores mais elevados nos méis de urze e eucalipto e menor nos de laranjeira Os flavonoides, entre eles a pinocembrina, pinobanksina, crisina, galangina e quercetina. Embora o própolis seja a fonte mais rica de compostos fenólicos, estes encontram-se também no pólen e no néctar. São elevados também nos méis de urze e menores nos de eucalipto. Parece haver uma correlação entre a cor do mel e a sua capacidade anti-oxidante e a capacidade de resgate de radicais livres. Enzimas Existentes no néctar ou adicionados pelas abelhas, como a invertase, que desdobra a sacarose do néctar, transformando-o em glicose e frutose. Este enzima permanece no mel conservando a sua actividade por algum tempo , a menos que seja inactivado por aquecimento. Outros enzimas detectados são a diastase, catalase, alfa-glicosidase, peroxidase, lipase ,amilase, fosfatase ácida e outros. A diastase é instável a elevadas temperaturas e a catalase parece depender da origem floral. A glicose-oxidase é mais activa em soluções diluídas e reage com a glicose para formar ácido glucónico (principal ácido do mel) e peróxido de hidrogénio, tendo este último actividade inibidora bacteriana. Diversos estudos indicam que uma das razões para a actividade antibacteriana do mel é o peróxido de hidrogénio cuja quantidade depende tanto dos níveis de glicose-oxidase como de catalase, uma vez que este degrada o peróxido de hidrogénio. Ácidos Os ácidos orgânicos representam menos que o,5% dos sólidos. Têm um efeito sobre o aroma. Foram identificados mais de 1 8, sendo o mais abundante o ácido glucónico. Entre outros identificam-se os ácidos acético, butírico, láctico, oxálico, fórmico, málico, sucínico, pirúvico, glicólico, tartárico e málico. Em alguns tipos de mel monofloral, encontramse ácidos aromáticos que não estão presentes no néctar das flores donde provêm. Minerais Alguns vestigiais : cálcio, ferro, cobre, magnésio, fósforo, boro, potássio, enxofre, sódio e zinco. Vitaminas Quantidades ínfimas de B1 , B2, B3, B5, B6, C e D. Dr. António Hermenegildo (Continua no próximo número) Curiosidade da História na Apicultura Devido ao enorme desenvolvimento da apicultura no nosso reino, essencialmente a partir da segunda metade do séc. XIII, chegouse ao ponto de, já em Regulamento elaborado em 1 368, para a região de Serpa e, relativamente aos quase 1 0 milhares de cortiços, aí explorados, constar a seguinte observação sobre a postura de alguns apicultores na instalação dos seus colmeais: "...em lugares onde não deviam pela qual razão se danavam as malhadas forreiras outros sim por verem como punham em Proteínas malhadas e há muitas colmeias em outras Para além dos enzimas, são apenas poucas de guisa que não serão compartidas vestigiais. Encontram-se alguns amino- nem como cada uma malhada há-de ter e ácidos livres, sendo o teor mais elevado o como se perdiam por isso muitas colmeias..." de proteínas o proveniente de secreções salivares das abelhas. Pagina Nº8 JULHO 201 3 MEL NA CULINARIA EVENTOS DOCE DE ABOBORA INGREDIENTES: Abobora Mel Agua 2,000 gramas 1 ,500 gramas 1 ,000 dcl MODO DE PREPARAÇÃO Corta-se a abóbora em fatias e leva-se ao lume a cozer em água. Depois de cozida , retira-se do lume e transforma-se , por exemplo com um passador manual, em pasta. Por cada 2 kg de pasta, adicionam-se 1 ,5 kg de mel e 1 dl de água, misturando bem. Pode aromatizar-se a gosto com casca de limão ou canela e adicionar nozes ou amêndoas picadas de forma grosseira. Colocar de novo em lume brando, mexendo sempre para não pegar. Quando estiver no ponto, retirar do lume e colocar em boiões bem fechados. Bom apetite ! Dr. António Hermenegildo CLASSIFICADOS PROGRAMA - CONTEUDOS 1 º Breve introdução, história. 2º Fundamentos da fermentação etílica. 3º Composição dos mostos. Necessidades básicas. 4º Carências dos mostos de mel. 5º Analises elementares. 6º Correcções e suas razão. 7º Elaboração de fermentos. 8º Condução das fermentações. 9º Acidentes e soluções. 1 0º Resultado final e exemplo pratico. Formador:- Dr. Antonio Hermenegildo Publicita grátis o teu evento Formação, Exposições, Feiras etc Pagina Nº9 JULHO 201 3 Pagina Nº1 0