noticias apícolas - As

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noticias apícolas - As
JULHO 201 3
Edição Mensal
Ano I Nº--1
Proprietário, Diretor e Editor - http://as-abelhas.com
Redação - Dr. Eduardo Gomes Públicidade - Francisco Rogão Administração - as-abelhas.com
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NOTICIAS APÍCOLAS
EDITORIAL
INDICE
Pág.1 Editorial
Analises qualitativas da cera
Pág.2 Análises qualitativas da cera (cont.)
Pág.3 Noções sobre HACCP
Pág.4 Noções sobre HACCPl (cont.)
Vespa velutina
Pág.5 Vespa veluitna (cont.)
Raças de abelhas
Bruxelas proibe mais um insecticida
Pág.6 Algumas considerações sobre a segurança
Pág.7 Algumas considerações sobre a segurança
(cont.)
Curiosidades
Mel e saúde
Pág.8 Mel e saúde (cont.)
Curiosidade da história na apicultura
Pág.9 Mel na culinária
Classificados
Pág.1 0 Eventos
No seguimento da edição especial do mês de Junho, estamos a apresentar a edição nº 1 do
JORNAL AS-ABELHAS, que desejamos seja do V. agrado.
O nosso sentido obrigado a todos os que corresponderam ao nosso pedido e nos enviaram
felicitações, ideias e disponibilidade para colaboração.
O Apicultor gosta de conversar sobre tão interessante tema da apicultura, gosta de ler, gosta
de partilhar as suas experiências, de aprender ainda mais e transmitir conhecimentos.
Os elevados índices de qualidade dos produtos resultantes da colmeia, produzidos no
nosso país, merecem a atenção de todos com vista ao seu maior reconhecimento e
consequente escoamento, quer a nível nacional quer a nível internacional.
Façamos do JORNAL AS-ABELHAS o nosso ponto de encontro para promovermos o
desenvolvimento sustentado da nossa apicultura, não esquecendo, porém, aqueles que se
dedicam à apicultura, tão só, como mero hobby.
Independentemente do interesse de cada um, o JORNAL AS-ABELHAS tem como objectivo
dirigir-se a todos os amantes da Apicultura.
Octávio Rodrigues
ANALISES QUALITATIVAS DA CERA
ANALISES QUALITATIVAS DA CERA PARA DETECÇÃO DE ADULTERAÇÕES (*)
Miguel Maia1 , Fernando Nunes 2
1 APISMAIA- Serviços em Apicultura ([email protected])
2 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Química
([email protected])
As análises qualitativas são interessantes
para uma rápida detecção de adulterações
de forma simples e rápida, sem
necessidade de métodos dispendiosos.
Estas técnicas poderão inclusive dar-nos
uma boa indicação da percentagem do
adulterante, quando presente, numa
amostra de cera. Porém, como qualquer
análise / teste qualitativo surgem falsos
positivos, sendo necessária a sua
confirmação por outros métodos mais
fiáveis, como é o caso do CG-MS ou FTIR.
Para confirmar a detecção de adulterações
por métodos qualitativos, numa primeira
fase, determinou-se a percentagem
mínima de adulterante que os método
poderiam detectar, tendo sido utilizadas
“pastilhas” de cera adulteradas com
percentagens de 0,5% a 30% dos vários
adulterantes em questão (parafina, sebo,
estearina).
4.1 . - PARAFINA
METODOLOGIA: O procedimento para o
teste qualitativo das parafinas foi o
seguinte: Foram pesadas 5 gramas de
cera e colocadas com 25 mL de solução
de
e água destilada (1 00 mL), que após o seu
aquecimento foram introduzidas no copo
de pirex.
ESCOLHA DE AMOSTRAS: Para este
teste escolhemos as amostras que nas
metodologias analíticas obtivessem um
índice de acidez (IA) inferior a 1 7
(estabelecido pela NP-1 36). Por outro lado,
também escolhemos amostras que
tivessem um IA elevado para confirmar a
possibilidade de falsos positivos, tendo sido
confirmados em somente 3% das amostras
como indicado na figura 1 .
Fig 1 . Indicação de
falsos positivos
de KOH a 1 2% num copo de pirex. A
solução foi aquecida e, simultaneamente,
estava em aquecimento glicerina (20 mL)
(Continua pag Nº2)
Pagina Nº1
JULHO 201 3
(Continuação pag Nº1 )
CONFIRMAÇÃO DO TESTE:
CONFIRMAÇÃO DO TESTE: É verificado
que na presença de sebo, existe a
Verificou-se que é possível a detecção de formação de uns grânulos de gordura, no
adulteração com valores superiores a 1 0% entanto, não verificamos à vista
desarmada uma relação directa com a
de parafina (Figura 2 e 3).
percentagem de sebo.
Figura 2
Figura 2. No co- po da esquerda a detecção
de parafinas (1 0%) ainda não é visível
enquanto no copo da esquerda com uma
percentagem de 1 5% já é visível o seu
aspecto leitoso.
Figura 3
4.2 - SEBO
O sebo é uma massa branca, de
consistência pastosa, com algum cheiro
característico e de sabor levemente doce. O
seu ponto de fusão varia entre os 36 e 45
ºC. É solúvel em clorofórmio e éter.
METODOLOGIA: Pesar 0,5 g de cera de
abelha. Juntar uma solução de 5 mL de
carbonato de sódio (20%). Aquecer a
mistura até derreter a cera e mexer
lentamente durante 5 min. Deixar arrefecer
e juntar 5 mL de água fria.
ESCOLHA DE AMOSTRAS: Como o índice
de iodo é um indicador de insaturados
recorremos a este parâmetro para escolher
as amostras para o teste qualitativo do
sebo. Como não existe um limite definido
para este parâmetro para indicar se as
amostras estão adulteradas, ou não,
escolhemos as amostras que nas
metodologias analíticas obtiveram o índice
de iodo mais elevado. Por outro lado,
também escolhemos no conjunto de
amostras analisadas que tivessem um
baixo índice de iodo para confirmar a
possibilidade de falsos positivos.
DISCUSSÃO: Verificamos que a
percentagem mínima de sebo detectável
com este método foi com valores
superiores a 1 5% e com 30% é fácil a
visualização de grânulos de gordura
(Figura 4). Das amostras de cera testadas
não foram confirmadas adulterações com
sebo. A admitir este facto, está a não
detecção de amostras adulteradas por
sebo nas amostras de cera em lamina pela
metodologia de FTIR. No entanto, ao
contrário dos testes para a parafina, não
encontramos uma relação directa entre o
número de grânulos na amostra e a
percentagem de sebo como interpretação
de resultados poderá ser discutível.
Figura 4.
Através do manuseamento
das
“pastilhas”, verificou-se que poderá existir outras
formas de detecção da adulteração por sebo. Fig 4 Visualização de grânulos de gordura
estes ficam impregnados com um leve
cheiro a gordura. Também se verificou que
nas “pastilhas” adulteradas com
percentagens superiores a 5 - 1 0% de
sebo, a cera começava a ficar pegajosa e
facilmente moldada entre os dedos. Esta
característica da cera adulterada com
sebo faz supor que será pouco provável
encontrar no mercado lâminas de ceras
com consideráveis percentagens de sebo
como único adulterante, pois a
manufacturação de lâminas a partir destas
ceras será dificultada, e as lâminas de
cera seriam facilmente “derretidas” pelo
calor da colmeia.
4.3 - “ESTEARINA”
A estearina é constituída essencialmente
por ácido esteárico, entre outros ácidos, e
solúvel em álcool e clorofórmio. É uma
massa branca e compacta e tem um
cheiro levemente a sabão, em que o seu
ponto de fusa varia de 60 a 65 ºC.
METODOLOGIA: Pesar 1 grama de cera e
colocar em tubo de ensaio. Juntar 7 mL de
etanol e 3 mL de água destilada. Dissolver
em banho-maria e deixar arrefecer a
temperatura ambiente. Filtrar (os filtros
podem ser de café) a solução.
ESCOLHA DE AMOSTRAS: Para este
teste escolhemos as amostras que nas
metodologias analíticas obtiveram um
índice de acidez (IA) elevado, pois
nenhuma das amostras ultrapassou o
limite superior de 23 estabelecido pela NP1 36. Por outro lado, também escolhemos
amostras que tivessem um IA baixo para
confirmar a possibilidade de falsos
positivos.
CONFIRMAÇÃO DO TESTE: É verificado
que na presença de estearina, existe a
formação de uma solução leitosa.
DISCUSSÃO: Verificamos que este teste
tem o seu interesse devido à possibilidade
de detectar baixos níveis de estearina.
Neste caso, foi possível identificar e
quantificar um mínimo de 2,5% a 5% de
estearina. Na Figura 35 é possível
observar que numa adulteração com 2,5%
de estearina, o filtrado fica esbranquiçado
edida que as percentagens de adulterante
aumentam, o sedimento também aumenta,
indicado pela amplitude dos traços a preto
Figura 5. Detecção
de presença de
“estearina”
numa
amostra adulterada
com percentagem de
2,5% a 30% de
“estearina”.
Fig 5
Também se observou que a leitura deste
teste deverá ser feita no momento da sua
realização, pois passadas 24 horas a
amostra não adulterada toma uma
tonalidade esbranquiçada, podendo levar a
conclusões erradas (falsos positivos).
Esta técnica é eficaz na detecção de
“estearina”, por um lado detecta níveis
baixos de estearina (≥ 5%) e, por outro
lado, não foram detectados falsos positivos.
Este é um método bastante aconselhável a
ser utilizado por Associações Apícolas
devido ao material e reagentes necessários
à sua realização serem acessíveis, como
também ser um método de rápida
realização (em cerca de 1 5 minutos é
possível obter resultados).
(*) PROJECTO FINANCIADO NO ÂMBITO
DO PLANO APÍCOLA NACIONAL E EM
COLABORAÇÃO COM FNAP (FEDERAÇÃO NACIONAL APICULTORES DE
PORTUGAL)
Clik Aqui:
Eng. Miguel Maia
http://www.apinews.com/pt
Pagina Nº2
JULHO 201 3
(Continuação do numero anterior)
Noções sobre HACCP
Introdução:
7. Formação
O sistema HACCP consiste numa
abordagem sistemática e estruturada de
identificação de perigos e da probabilidade
da sua ocorrência em todas as etapas da
produção de alimentos, definindo medidas
para o seu controlo. Desta forma é um
sistema preventivo que busca a produção
de alimentos inócuos desde do campo até
a mesa do consumidor.
De forma a prevenir, eliminar ou apenas
reduzir os perigos que podem vir a
contaminar os géneros alimentícios durante
todo o processo produtivo e ao longo da
cadeia, devem ser tidos em conta prérequisitos que uma vez contemplados
permitirão a aplicação efetiva do sistema
HACCP. Os pré-requisitos controlam os
perigos associados ao meio envolvente, ao
processo de produção do género
alimentício, enquanto que o sistema
HACCP controla os perigos associados ao
processo de produção. Para o efeito devem
ser considerados os seguintes prérequisitos:
1 . Instalações e Equipamentos
2. Boas Práticas de Higiene, fabrico e
higienização
Definições:
Aptidão Alimentar:
Garantia de que o
alimento é próprio
para o consumo
humano de acordo
com o uso a que destina.
Contaminação: A introdução ou presença de Diagrama de Fluxo: Representação
um contaminante nos alimentos ou no meio sistemática da sequência de etapas e
alimentar envolvente.
operações levadas a cabo na produção ou
elaboração de um determinado produto
Contaminante: Qualquer agente biológico alimentício.
ou químico, matéria estranha ou outras
substâncias
não
adicionadas Etapa: Qualquer ponto, procedimento,
intencionalmente aos alimentos e que operação ou fase da cadeia alimentar,
possam comprometer a segurança ou incluindo as matérias primas, desde a
aptidão dos alimentos.
produção primária até ao consumidor final.
Desinfeção: A redução do número de Perigo: Um agente biológico, químico ou
microrganismos presentes no meio físico presente no alimento ou situação por
ambiente, por meios físicos e/ou agentes ele causada que tenha um efeito adverso na
químicos, a um nível que não comprometa a saúde.
segurança ou aptidão do alimento.
Análise de Perigos: Processo de recolha e
Higiene dos Alimentos: Todas as condições análise de informação sobre os perigos e as
e medidas necessárias para garantir a condições que os originam, decidindo quais
segurança e a aptidão dos alimentos em se revelam importantes para a segurança
todas as fases da cadeia alimentar.
dos alimentos e, por conseguinte, devem ser
incluídos no Plano HACCP.
Instalação: Qualquer edifício ou zona em
que se manipulam alimentos e suas Controlado:
Condição
obtida
pelo
redondezas sob o controlo da mesma cumprimento dos procedimentos e critérios
direção.
definidos.
Limpeza: A remoção de solo, resíduos de Controlar: Adotar todas as medidas
alimentos, sujidade, gordura, ou outras necessárias para assegurar e manter o
matérias objeccionáveis.
cumprimento dos critérios estabelecidos no
3. Controlo de Pragas
plano de HACCP.
Manipulador de Alimentos: Toda a pessoa
que manipule diretamente alimentos, Desvio: Situação existente quando um limite
embalados
ou
não
embalados, crítico não é cumprido.
equipamentos ou utensílios utilizados para
os alimentos, superfícies que entrem em Limite Crítico: Critério que diferencia a
contacto com os alimentos e, por aceitabilidade ou não do processo numa
conseguinte, se espera que cumpra com os determinada fase.
requisitos de higiene alimentar.
Valores Alvo: Valores de um parâmetro, num
Produção Primária: As fases da cadeia Ponto Critico de Controlo, que provaram
alimentar até inclusive, por exemplo, a eliminar ou controlar um perigo.
colheita, ordenha, abate ou pesca.
Tolerância: Grau de latitude a volta do valor
Segurança Alimentar: Garantia de que o alvo que e permitido, isto é, valores que
alimento não causará danos no consumidor estão abaixo e acima do valor alvo mas
4. Abastecimento de água
quando preparado e/ou consumido de ainda dentro do limite critico.
5. Recolha de resíduos
acordo com o uso a que se destina.
6. Material para contacto com os alimentos
Risco: Hipótese ou probabilidade de um
dado perigo ocorrer, colocando em causa a
salubridade do produto.
Severidade: Seriedade ou impacto de um
perigo na saúde do consumidor.
(Continua pag Nº4)
Pagina Nº3
JULHO 201 3
(Continuação pag Nº3)
PRINCÍPIOS GERAIS DO SISTEMA DE
Medida Corretiva: Ação que se tem que HACCP
realizar quando a monitorização dos PCC’s
indica perda de controlo do processo.
O Sistema de HACCP baseia-se em 7
Principios que devem ser usados e
Medida Preventiva: Qualquer medida e considerados na sua aplicação.
atividade que se possa realizar para
prevenir ou eliminar um perigo para a 1 º Princípio
segurança dos alimentos, ou reduzi-lo para Elaboração de um fluxograma do processo.
um nível aceitável.
Identificação dos perigos e avaliação da sua
severidade. Listagem dos perigos e
Monitorizar: Levar a cabo uma série especificação das medidas de controlo.
planificada de observações ou medições
dos parâmetros de controlo para avaliar se 2º Princípio
um PCC está sob controlo.
Determinação dos pontos críticos de
controlo (PCC’s) usando a árvore de
Sistema de Monitorização:
decisão.
Conjunto de observações ou medições dos
parâmetros de controlo para avaliar se um
ponto crítico de controlo esta sob controlo.
Ponto de Controlo (PC): Ponto,
procedimento, operação ou etapa no qual o
controlo pode ser exercido ou aplicado.
Ponto Crítico de Controlo (PCC): Etapa em
que se pode aplicar um controlo e que é
essencial para prevenir ou eliminar um
perigo para a segurança dos alimentos, ou
reduzir-lo para um nível aceitável.
3º Princípio
Especificação de critérios - limites e
tolerância que indicam se uma operação
esta sob controlo num dado PCC.
6. Verificação (in loco) do diagrama de fluxo
e esquema da fábrica
7. Identificação de perigos associados a
cada passo (Principio 1 )
8. Aplicação da árvore de decisão HACCP
para determinação dos PCC’s (Princípio 2)
9. Estabelecimento dos valores alvo e dos
limites críticos para os PCC’s (Princípio 3)
1 0. Estabelecimento dos procedimentos de
monitorização (Princípio 4)
11 . Estabelecimento das ações corretivas
(Princípio 5)
1 2. Estabelecimento de procedimentos de
verificação (Princípio 7)
1 3. Estabelecimento de sistemas de registo
e arquivo de dados que documentam o
plano de HACCP (Princípio 6)
1 4. Revisão do plano de HACCP
Eng. Virgilio Bastos
(Continua proxima edição)
4º Princípio
Estabelecimento e implementação de PUBLICIDADE
procedimentos de monitorização para Anuncie neste jornal,
controlo dos PCCs.
a publicidade é o
meio mais abrangente
5º Princípio
de dar a conhecer o
Estabelecimento das ações corretivas a seu negoçio, este
Nível de Preocupação: E uma expressão da tomar quando num dado ponto crítico de
seriedade da falha em controlar um Ponto controlo se identifica um desvio revelado espaço pode ser seu.
Critico de Controlo. Deriva do conhecimento pela monitorização.
do perigo, incluindo a sua severidade e o
risco de ocorrer. Os níveis de preocupação 6º Princípio
são:
Vespa velutina
Estabelecimento de sistemas de registo e
- Elevada Preocupação: Sem controlo, pode arquivo de dados que documentam o plano
ameaçar a vida do consumidor;
Com a chegada da primavera, as vespas
HACCP.
- Média Preocupação: Uma ameaça ao
fundadoras estão capacitadas a sair da
consumidor que deve ser controlada;
hibernação. Após saírem de hibernação, a
7º Princípio
- Baixa Preocupação: Pequena ameaça ao Estabelecimento de procedimentos para a sua primeira intenção é a construção de um
consumidor que pode ser vantajoso verificação do sistema HACCP, incluindo ninho primário.
controlar;
testes complementares, e revisão do Este ninho primário pode variar de
- Nenhuma preocupação: Nenhuma amea- sistema que mostrem que ele funciona tamanho, desde as dimensões aproximadas
ça.
de meia bola de pingue-pongue até uma
efetivamente.
bola de andebol. Em abril de 201 3 já foram
Validação:
avistadas algumas vespas velutinas a
rondarem os apiários em concelhos do
Constatação de que os conteúdos e
distrito de Viana do Castelo, de Braga e do
técnicas científicas da análise de perigos do
Porto como também já foram detetados
plano de HACCP são efetivos.
ninhos primários.
Verificação: Depois de validar os elementos
do plano de HACCP, e importante assegurar
a eficácia do sistema. Analisar se o que este
a ser feito corresponde ao planeado.
Plano de HACCP: Documento preparado de
acordo com os princípios do sistema
HACCP, de tal forma que o seu
cumprimento assegure o controlo dos
perigos significativos para a segurança
alimentar no segmento da cadeia alimentar
considerado.
Os 7 Principios do Sistema de HACCP
podem ser implementados em 1 4 passos
lógicos e sequenciais:
1 . Definir os termos de referência - âmbito
do Plano de HACCP
2. Formação da equipa HACCP
3. Descrição do produto
Sistema HACCP: Sistema que permite 4. Identificação do uso pretendido do
identificar, avaliar e controlar perigos produto
significativos para a segurança dos 5. Elaboração de diagrama de fluxo e
esquema da área de fabrico
alimentos.
Figura 1 . Ninho primário de Vespa velutina.
Reparar que na fase inicial o ninho primário
e a vespa têm tamanho semelhante.
(Continua pag Nº5)
Pagina Nº 4
(Continuação pag Nº4)
Os ninhos primários poderão ser avistados
em:
•
Interior de colmeias abandonadas,
•
Interior de colmeias fracas,
•
Interior de telhados,
•
Sótãos,
•
Caixas de eletricidade,
•
Lenha armazenada,
•
Garagens,
•
Buracos de paredes,
•
Caves,
•
Janelas interiores,
•
Pipas de vinho,
Caso sejam identificados estes ninhos é
importante a sua monitorização. Assim,
pedimos a sua localização e o envio de
uma fotografia (pode ser pelo telemóvel)
para a seguinte morada:
[email protected]
Direção Geral de Alimentação e Veterinária
[email protected]
Associação Apícola Entre Minho e Lima
[email protected]
Eng. Miguel Maia
RAÇAS DE ABELHAS
Abelha Caucasiana
Muito se escreve sobre raças de abelhas e
suas qualidades, pouco sobre os seus
defeitos, algumas das vezes quem redige,
limita-se a transcrever o que leu sem
conhecimento de causa.
Hoje dissertamos um pouco sobre a nossa
experiência com a raça Caucasiana.
Oriunda da Geórgia e regiões
montanhosas do Cáucaso Central, é
conhecida nos E.U.A. por abelha Russa
ou abelha Gorbachev. É uma abelha
ligeiramente maior que a nossa autóctone,
uma rainha fecundada pesa em média
entre os 200 e os 250mgr, esta raça
possui uma língua maior que as outras,
podendo ultrapassar os 7mm, e um
abdómen cinzelado com listagens duma
cor acinzentada. Quem não for bom
conhecedor desta raça em pleno campo
facilmente pode confundi-la com a nativa
abelha ibérica.
Da nossa experiência, podemos confirmar
tratar-se duma abelha que hiberna bem na
zona de montanha; num infeliz inverno em
que tivemos uma mortandade na ordem
dos 30% num apiário de cerca de 1 00
unidades composto por duas raças,
predominando mais de 50% de
caucasianas, tivemos zero (0) de colmeias
caucasianas mortas.
Chegámos à conclusão que, por alterações
climatéricas inusuais, tínhamos uma
infestação de varroa não tendo esta
afectado as abelhas caucásicas.
É uma abelha que tem tendência em
propolizar as entradas da colmeia. A partir
de meados do verão, começa a tapar as
entradas dos alvados para a preparação
do inverno. Deixa uns reduzidos orifícios
por onde se limitam a passar as abelhas,
dificultando a entrada de inimigos
estranhos à colmeia.
No que toca ao maneio, é uma abelha
muito nervosa. Todo o enxame estremece
com ruídos estranhos, as abelhas não
param nos quadros, pois encontram-se
sempre em inquieto movimento. Embora
com facilidade levantem voo dos quadros,
ou subam pelas mãos do apicultor,
raramente
manifestam
sinais
de
agressividade quando a raça se mantem
pura.
Não é fácil ao apicultor menos experiente
controlar a enxameação porque muitas das
vezes ainda antes de ter o ninho cheio ou
subir às alças, a colmeia despovoa-se com
a consequente redução ou mesmo nula
safra de mel. À medida que vai hibridando,
este defeito acentua-se significativamente.
Quanto à pilhagem, sempre que há falta de
entrada de néctares na colmeia, elas não
hesitam em assaltar outras colmeias mais
fracas que estejam no mesmo apiário.
, dificultando a entrada de inimigos
estranhos à colmeia.
No que toca ao maneio, é uma abelha
muito nervosa. Todo o enxame estremece
com ruídos estranhos, as abelhas não
param nos quadros, pois encontram-se
sempre em inquieto movimento. Embora
com facilidade levantem voo dos quadros,
ou subam pelas mãos do apicultor,
raramente
manifestam
sinais
de
agressividade quando a raça se mantem
pura.
Quanto a produção de mel, um bom
enxame de raça pura, ou híbrido em
primeiro grau, pode produzir, com
facilidade entre os 30 e os 60 quilos num
apiário fixista. Diria mesmo que das raças
por nós experimentadas, esta foi a melhor
colectora de mel. Arranca muito cedo na
Primavera, trabalha com temperaturas
ambiente inferiores a outras estirpes, e o
enxame desenvolve-se a um ritmo muito
elevado. Como não há bela sem senão,
dois grandes defeitos temos a apontar a
esta raça, são eles a elevada propensão à
enxameação e a pilhagem.
Não é fácil ao apicultor menos experiente
controlar a enxameação porque muitas das
vezes ainda antes de ter o ninho cheio ou
subir às alças, a colmeia despovoa-se com
a consequente redução ou mesmo nula
safra de mel. À medida que vai hibridando,
este defeito acentua-se significativamente.
Quanto à pilhagem, sempre que há falta de
entrada de néctares na colmeia, elas não
hesitam em assaltar outras colmeias mais
fracas que estejam no mesmo apiário.
Como têm tendência em substituir
frequentemente as mestras, também não é
raro ver enxames, ou mesmo garfos,
entrarem noutras colmeias povoadas com
rainhas mais decrépitas, instalarem-se e
repovoarem a colmeia eliminando a rainha
residente.
Quem quiser iniciar-se com esta raça
deverá usar a técnica da inseminação
artificial para a manter pura, ou no mínimo,
adquirir de dois em dois anos uma nova
matriz .
Na ilha de Yeu, a 1 0Km da costa francesa,
encontramos o maior produtor europeu da
raça caucasiana com exportação para todo
o mundo, praticando preços interessantes
para as rainhas produzidas e fecundadas
livremente na ilha.
Nalguns países, como em França, esta
abelha tem grande aceitação entre os
apicultores devido à sua rusticidade, a
grande resistência à varroa, e ao tamanho
da sua língua.
Quem tiver a intenção de se dedicar à
exploração do própolis, esta é, sem dúvida
alguma, a raça por excelência indicada
para esta actividade.
Julio Salvado
Bruxelas proíbe mais um
insecticida prejudicial para as
abelhas
Após parecer científico da Autoridade
Europeia da Segurança Alimentar de que
as sementes tratadas com pesticidas
contendo Fipronil representam "...sério
risco para a população das abelhas
europeias...", só serão autorizadas as
sementeiras tratadas com o pesticida em
causa, até 28 de Fevereiro de 201 4.
É mais um produto a juntar à lista que
desde Maio já constam outros pesticidas,
tais como, clotiadidina, imidaclopride e
tiametoxame, da família dos denominados
neonicotinóides.
Recordamos que este pesticida havia sido
aprovado por decisão da execução da
Comissão Europeia (em 06.05.2011 ), com
base em pareceres da Agência Europeia
dos Medicamentos e Comité Permanente
dos
Medicamentos
Veterinários.
Urbano Rosa
Pagina Nº 5
JULHO 201 3
Algumas considerações sobre a Segurança no Apiário no que respeita à Picada da Abelha
O Ferrão
da abelha,
localizado
na parte
final do
abdómen,
é
constituído
por um
estilete usado na perfuração e duas
lancetas que possuem farpas que prendem
o ferrão e dificultam a retirada do mesmo.
O ferrão está ligado a uma pequena bolsa
onde o veneno fica armazenado. Estas
estruturas são movidas por músculos que
auxiliam na introdução do ferrão e injecção
do veneno. As contrações musculares da
bolsa do veneno permitem que esse
veneno continue sendo injectado mesmo
depois da retirada da abelha.
Quando a abelha pica normalmente injecta
cerca de 0,1 5 a 0,30 mg de veneno e
quando pica perde o ferrão, o saco do
veneno, músculos, nervos e intestino. A
perda de tão considerável parte do seu
corpo é-lhe fatal.
Algumas
pessoas
podem
ficar
hipersensíveis com efeitos progressivos
depois de algumas picadas, outras
nascem já com hipersensibilidade
aumentada.
Os efeitos para o homem costumam
manifestar-se da seguinte maneira:
• - dor forte durante 2-3 min dependendo
do local da picada e número de abelhas
que picaram
• - edema local mais ou menos acentuado
consoante o local da picada, pele,
mucosas
• - Eritema, comichão, aumento da
temperatura local
• - Reacções mais graves: falta de ar e
dificuldade
em
respirar,
mau
funcionamento do coração
Desde sempre se conhece o poder do
veneno da abelha
Cleópatra usava o veneno da abelha para
eliminar os seus inimigos
E a sabedoria popular foi ao longo dos
anos tentando solucionar os efeitos
nocivos da picada da abelha
É grande a lista de mezinhas que
chegaram até hoje ao nosso
1 -Composição química do veneno da conhecimento variando por vezes com as
diferentes regiões do nosso país
abelha
A apitoxina mais frequentemente conhecida
por veneno da abelha é uma substância
produzida por uma glândula de secreção
acida e outra alcalina. Solidifica à
temperatura ambiente, tem uma cor branca
ou muito levemente amarelada.
Sendo a sua composição de, 88% de agua
e tem pelo menos 1 8 componentes
farmacológicos; enzimas, peptídeos e
aminas
Os mais activos são a histamina, melitina e
enzimas como a hialuronidase e fosfolipase
Efeitos do veneno da abelha:
O veneno da abelha é responsável por 3
efeitos específicos no organismo:
Neurotóxico – actua no sistema nervoso
central
Hemorrágico – aumenta a permeabilidade
dos capilares sanguíneos
Hemolítico – destruição dos glóbulos
vermelhos
Os efeitos da picada da abelha não são os
mesmos em todas as pessoas. Umas
pessoas resistem a muitas picadas e outras
não.
A maioria das vezes uma picada provoca
apenas reacções locais enquanto em
outras pessoas o efeito é sistémico, em
todo o corpo.
Enumerando algumas
• Uma moeda colocada sobre a picada
• colocar amónia
• esfregar alho
• cebola
• folhas de tanchagem
• barro húmido/lama
• faca na zona da picada
• folha de cacto aloé
• azeite
• gelo/agua
• urina
• álcool
• vinagre
• fé
- O ataque de abelhas apenas começa
após a motivação ao instinto de defesa
por isso evite molestar as abelhas, evite
ruídos, vibrações, choques, aproximação
de veículos próximo das colmeias
- Use vestuário de cor branca e de origem
vegetal; o tecido de lã é desagradável
para as abelhas
- Quando abrir uma colmeia evite respirar
em cima das abelhas; o hálito irrita as
abelhas
- as abelhas detectam facilmente objectos
em movimentos por isso atacam mais no
rosto, mãos e pés.
- Os cabelos também são alvo fácil devido
aos óleos e perfumes
Atitude correcta no apiário:
Devidamente protegido com fato
adequado que cubra todo o corpo, tendo
especial atenção ao rosto, mãos e pés
Atenção aos movimentos bruscos, ruídos,
uso do fumigador
Atenção as colmeias com abelhas mais
agressivas que devem ser manuseadas
no fim
Atenção ao clima e atendendo a época
estival todo o apicultor deve ter consigo
água de preferência gelada
Recomendações do CIAV (Centro de
Informação Anti-venenos)
1 - No caso dos sintomas se restringirem
ao local da picada:
• Remover o ferrão da pele por raspagem
tangencial da pele com um cartão (por ex
um cartão MB)
• Aplicação de gelo
• Aplicação de uma pomada à base de
anti-histamínicos/analgésico/corticoide
2- No caso de sintomatologia sistémica de
que o choque anafilático constitui a
expressão mais grave:
• Adrenalina subcutânea Adulto-0,3 a 0,5
Não pondo de lado a crença popular estes ml de solução de 1 :1 000;Criançassão os procedimentos a ter:
0,01 ml/Kg até um máximo de 0,5 ml.
Estas doses podem ser repetidas com
- Não mexa nas abelhas se não forem intervalos de 20 a 30 minutos
apicultores e não tiverem conhecimento da • Hidrocortisona per os
biologia das abelhas para não contrariar a • B-agonistas inalados ( ex: salbutamol)
organização das abelhas
• A escolha ou a ordem dos fármacos a
- Vestuário adequado
administrar depende da situação clínica
- Fumigador
da vítima
-Não mexa nas abelhas em dias • No local da picada aplicam-se os
chuvosos, a colmeia está mais populosa, procedimentos acima referido
as abelhas mais agressivas
Outras considerações:
- Vestuário limpo e sem cheiros
- Evite esmagar abelhas, o cheiro do
1 - A hipersensibilidade não é dose
veneno espalha-se entre as demais
(Continua pag Nº7)
Pagina Nº 6
dependente ou seja, mesmo uma única
picada pode ser suficiente para o
desenvolvimento de um choque
anafilático; a inversa também é verdadeira
ou seja, múltiplas picadas não implicam
necessariamente um choque anafilático
2- Grandes reacções locais não
determinam obrigatoriamente reações
sistémicas
3- Indivíduos que tiveram uma reação
anafilática têm entre 35 a 60 % de
probabilidade de nova reação anafilática
em picadas subsequentes. Daí a
importância
dos
tratamentos
de
dessensibilização
4- Alerto ainda para a necessidade de em
grupos de risco, como é o caso dos
apicultores, ter sempre ”à mão”uma
seringa pré-preparada de adrenalina
As situações de reacções alérgicas mais
graves ou mesmo choque anafilático são
situações de emergência médica que
determinam um pedido de socorro para o
número nacional de emergência 11 2
Fonte: CIAV e INEM
Efeitos e aplicações terapêuticas do
veneno da abelha
O veneno da abelha tem propriedades:
Antibacterianas,
Antinflamatórias,
Anticoagulantes,
Reforça o sistema imunitário.
Doenças osteoarticulares e reumáticas
Quimioterapia
Cientistas da Washington University de St.
Louis,
nos
Estados
Unidos,
desenvolveram um método que usa
veneno de abelhas para matar células
cancerosas, ao mesmo tempo em que
deixa células saudáveis intactas.
Os pesquisadores acoplaram a toxina
melitina, presente no veneno de abelhas,
a moléculas, ou nanopartículas, que
batizaram de "nanoabelhas".
Depois disso, essas "nanoabelhas" foram
introduzidas em ratos com tumores. As
partículas então atacaram e destruíram
apenas as células cancerosas, protegendo
outros tecidos do poder destrutivo da
melitina.
CURIOSIDADES
Em taxonomia, quase todas
as palavras utilizadas provêm
do grego ou do latim. E no
caso da nossa abelhinha não
há excepção . A palavra Apis
era usada pelos romanos que seguiram a
tradição dos gregos. Mas em grego a
palavra que designa abelha é Melissa.
Então como acabamos a chamar-lhe Apis
??
A tradição tem uma origem muito mais
antiga.
Se por um lado as abelhas são
associadas à civilidade e ao benefício,
também a elas estão associadas outras
tradições.
Alguns
naturalistas
consideravam-nas
imperfeitas
em
resultado da sua geração envolver uma
forma larvar.
Em várias culturas considerava-se que
tinham a sua origem em carcaças de
animais em decomposição,. precisamente
pela larva ter forma diferente do insecto
adulto.
Esta curiosa tradição originária do Egipto,
está presente nos primeiros escritos
gregos onde se refere que as abelhas
nascem dos corpos em decomposição. Os
egípcios diziam que as abelhas nasciam
de Apis, o boi sagrado, personificação de
Osíris, deus da ressurreição. Um touro
enterrado ou sufocado , era suposto gerar
novas abelhas.
Esta tradição foi transmitida aos gregos e
depois aos escritores romanos. De acordo
com Vergílio, o herói e apicultor Aristeu,
que perseguiu Eurídice e acidentalmente
causou a sua morte, foi castigado com a
destruição de todas as suas abelhas.
Arrependido , foi aconselhado por Próteu a
sacrificar gado como apaziguamento dos
deuses e , nove dias depois do sacrifício,
encontrou novos enxames nas carcaças.
Ovídio inclui também esta história nas
suas metamorfoses.
Assim o nome Apis dos egípcios, ficou na
tradição e foi transmitido aos gregos e aos
romanos, que o adoptaram para a nossa
abelha.
Ana Carvalho (médica/apicultora)
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Dr. António Hermenegildo
JULHO 201 3
(Continuação do numero anterior)
O Mel e a Saúde
Vamos primeiro dar uma vista de
olhos sobre as substâncias
contidas no mel, para melhor
percebermos os seus efeitos.
A sua constituição, variável em função da
origem floral, da espécie de abelhas, das
condições ambientais e solos e do modo
como é recolhido e processado, é em si
própria uma triaga, de onde se destacam
pela sua predominância os açúcares simples
- glicose e frutose seguidos da sacarose e
de oligossacáridos.
Contém vitaminas C, D, E, e do complexo B
em pequenas doses e alguns minerais
também em pequenas quantidades - cálcio,
cobre, ferro, magnésio e fósforo.
Contém ainda ácidos orgânicos e um teor
considerável de anti-oxidantes flavonóides e
fenólicos de que se destacam o ácidos
cinâmico, cafeico, ferúlico e cumárico e
ainda crisina, quercetina e canferol.
Tem ainda um elevado teor em enzimas, uns
de origem vegetal, outros adicionados pelas
abelhas.
O que se destaca dos efeitos dos seus
constituintes :
1 - glicose – por ser um monossacárido é
rapidamente absorvida no tubo digestivo
(boca e ileon). Eleva a glicémia e estimula a
produção de insulina sendo portanto uma
fonte de energia rapidamente disponível.
2 – frutose – também um monossacárido
assimilável, metabolizado principalmente no
fígado. Tem o inconveniente de, em doses
altas (>25% do aporte calórico diário)
perturbar o metabolismo da glicose das suas
vias de captação. Leve a um aumento da
taxa de lipogénese e da síntese de
triglicéridos devido a um aumento do fluxo
de glicerol e do radical acil da molécula de
triglicéridos resultantes do catabolismo da
frutose.
Estas perturbações metabólicas parecem ser
a base da resistência à insulina, geralmente
observada nos modelos alimentares ricos
em frutose. Esta resistência é caracterizada
por uma profunda dislipidémia que aparece,
como resultado de um aumento de produção
pelo fígado e intestinos de partículas
lipoproteicas aterogénicas.
No entanto, pequenas quantidades a frutose
têm um efeito catalítico positivo e, verifica-se
que diminuem a resposta hiperglicémica a
cargas de glicose, melhorando também a
tolerância a este açúcar. Estes efeitos
benéficos também são observados, sem
alteração da resposta á insulina , nos ácidos
gordos não esterificados e nos níveis de
triglicéridos.
(Continua pag Nº8)
Pagina Nº7
JUNHO 201 3
(Continuação pag Nº7)
3 – oligossacáridos – são carbohidratos
de três a dez monossacáridos. Muitos são
fracamente absorvidos pelo intestino
delgado e chamaram recentemente a
atenção como “pré-bióticos”.
Os fruto-oligossacáridos são cadeias não
digeríveis e fermentadas de forma
selectiva pelo organismo e não calóricos,
pelo que cumprem os critérios para serem
considerados pré-bióticos, uma vez que
estimulam o crescimento de bifidobactérias
da flora intestinal normal.
Têm efeitos na resposta imunitária , na
inflamação e na infecção.
Ainda apresentam benefícios, pelo seu
consumo diário, em indivíduos com
obstipação, uma vez que aumentam o
peso das fezes e conferem-lhes uma
composição mais suave, estimulando e
encurtando assim o seu trânsito no cólon.
Mecanismo de acção dos oligossacáridos
Como resultado da fermentação intestinal
e do crescimento da microflora normal,
estimula as defesas do hospedeiro,
aumentando o número de bifidobactérias
que competem com as bactérias
patogénicas. As bactérias que fazem parte
da microflora ou os componentes da sua
parede celular e os antigénios
citoplasmáticos, podem atravessar a
barreira intestinal até às placas de Peyer,
activando as células imunitárias ,
estimulando assim a imunidade. As
espécies de bifidobactérias e de
lactobacilos produzem substâncias que
podem inibir o crescimento e sobrevivência
dos organismos patogénicos.
A fermentação dos pré-bióticos por
bifidobactérias produz ácidos gordos de
cadeia curta que por sua vez têm os
seguintes efeitos:
a)
Acidificação do cólon, o que é
prejudicial para coliformes, bacteroides e
clostridium.
b)
A acidificação do cólon favorece a
produção de mucina, que melhora a
morfologia da mucosa, reduzindo a
colonização e translocação de bactérias
prejudiciais.
c)
A ligação aos receptores dos ácidos
gordos de cadeia curta das células
imunitárias, no interior do tecido linfoide
associado à mucosa intestinal.
d)
O butirato é um ácido gordo volátil
resultante da degradação bacteriana dos
fruto-oligossacáridos.
Reduz
as
necessidades em glutamina das células
epiteliais, deixando assim uma maior
disponibilidade para as células do sistema
imunitário.
e)
O butirato também pode alterar a
expressão dos genes das células epiteliais
e de proteína quimiotáctica dos monócitos,
o que por sua vez irá modificar a
sinalização das células epiteliais para o
sistema imunitário da mucosa.
Compostos fenólicos
Fenóis e flavonóides com acção antioxidante
Variável consoante o tipo floral de mel e
de grande importância biológica.
Os fenóis , entre outros derivados do ácido
cinâmico, ácido cumárico e do ácido
cafeico. Têm teores mais elevados nos
méis de urze e eucalipto e menor nos de
laranjeira
Os flavonoides, entre eles a pinocembrina,
pinobanksina, crisina, galangina e
quercetina. Embora o própolis seja a fonte
mais rica de compostos fenólicos, estes
encontram-se também no pólen e no
néctar. São elevados também nos méis de
urze e menores nos de eucalipto.
Parece haver uma correlação entre a cor
do mel e a sua capacidade anti-oxidante e
a capacidade de resgate de radicais livres.
Enzimas
Existentes no néctar ou adicionados pelas
abelhas, como a invertase, que desdobra
a sacarose do néctar, transformando-o em
glicose e frutose. Este enzima permanece
no mel conservando a sua actividade por
algum tempo , a menos que seja
inactivado por aquecimento.
Outros enzimas detectados são a
diastase,
catalase,
alfa-glicosidase,
peroxidase, lipase ,amilase, fosfatase
ácida e outros. A diastase é instável a
elevadas temperaturas e a catalase
parece depender da origem floral.
A glicose-oxidase é mais activa em
soluções diluídas e reage com a glicose
para formar ácido glucónico (principal
ácido do mel) e peróxido de hidrogénio,
tendo este último actividade inibidora
bacteriana. Diversos estudos indicam que
uma das razões para a actividade
antibacteriana do mel é o peróxido de
hidrogénio cuja quantidade depende tanto
dos níveis de glicose-oxidase como de
catalase, uma vez que este degrada o
peróxido de hidrogénio.
Ácidos
Os ácidos orgânicos representam menos que
o,5% dos sólidos.
Têm um efeito sobre o aroma. Foram
identificados mais de 1 8, sendo o mais
abundante o ácido glucónico. Entre outros
identificam-se os ácidos acético, butírico,
láctico, oxálico, fórmico, málico, sucínico,
pirúvico, glicólico, tartárico e málico.
Em alguns tipos de mel monofloral, encontramse ácidos aromáticos que não estão presentes
no néctar das flores donde provêm.
Minerais
Alguns vestigiais : cálcio, ferro, cobre,
magnésio, fósforo, boro, potássio, enxofre,
sódio e zinco.
Vitaminas
Quantidades ínfimas de B1 , B2, B3, B5, B6, C
e D.
Dr. António Hermenegildo
(Continua no próximo número)
Curiosidade da História na
Apicultura
Devido ao enorme desenvolvimento da
apicultura no nosso reino, essencialmente a
partir da segunda metade do séc. XIII, chegouse ao ponto de, já em Regulamento elaborado
em 1 368, para a região de Serpa e,
relativamente aos quase 1 0 milhares de
cortiços, aí explorados, constar a seguinte
observação sobre a postura de alguns
apicultores na instalação dos seus colmeais:
"...em lugares onde não deviam pela qual
razão se danavam as malhadas forreiras
outros sim por verem como punham em
Proteínas
malhadas e há muitas colmeias em outras
Para além dos enzimas, são apenas poucas de guisa que não serão compartidas
vestigiais. Encontram-se alguns amino- nem como cada uma malhada há-de ter e
ácidos livres, sendo o teor mais elevado o como se perdiam por isso muitas colmeias..."
de proteínas o proveniente de secreções
salivares das abelhas.
Pagina Nº8
JULHO 201 3
MEL NA CULINARIA
EVENTOS
DOCE DE ABOBORA
INGREDIENTES:
Abobora
Mel
Agua
2,000 gramas
1 ,500 gramas
1 ,000 dcl
MODO
DE
PREPARAÇÃO
Corta-se a abóbora em fatias e leva-se
ao lume a cozer em água.
Depois de cozida , retira-se do lume e
transforma-se , por exemplo com um
passador manual, em pasta.
Por cada 2 kg de pasta, adicionam-se 1 ,5
kg de mel e 1 dl de água, misturando
bem.
Pode aromatizar-se a gosto com casca
de limão ou canela e adicionar nozes ou
amêndoas picadas de forma grosseira.
Colocar de novo em lume brando,
mexendo sempre para não pegar.
Quando estiver no ponto, retirar do lume
e colocar em boiões bem fechados.
Bom apetite !
Dr. António Hermenegildo
CLASSIFICADOS
PROGRAMA - CONTEUDOS
1 º Breve introdução, história.
2º Fundamentos da fermentação etílica.
3º Composição dos mostos.
Necessidades básicas.
4º Carências dos mostos de mel.
5º Analises elementares.
6º Correcções e suas razão.
7º Elaboração de fermentos.
8º Condução das fermentações.
9º Acidentes e soluções.
1 0º Resultado final e exemplo pratico.
Formador:- Dr. Antonio Hermenegildo
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Formação, Exposições, Feiras etc
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JULHO 201 3
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