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PROSTATITES
As inflamações da próstata, das vesículas seminais e dos colículos seminais (prostatite,
vesiculite e coliculite), que muitas vezes evoluem para a forma crónica, são as doenças
urogenitais mais frequentes nos homens. Muitas vezes associadas às infecções urinárias. De
acordo com estudos recentes, o quadro clínico de prostatite caracteriza-se, em primeiro lugar,
pelas alterações sexuais, perturbações reprodutivas e síndromes de dor, disúria e transtornos
psiconeurológicos de difícil tratamento, que afectam as relações sexuais entre os parceiros.
Sendo assim, a prostatite passa a ser, além de problema médico, um problema social. Na era
pré-antibiótica, as prostatites agudas foram as mais frequentes, ao passo que agora 98 % dos
casos são formas latentes de prostatite crónica. Um dos factores que contribuíram para esta
situação é a diminuição do potencial imunológico da população, resultado da situação
ambiental pouco favorável, abuso de tabaco e álcool entre os homens e aumento das infecções
sexualmente transmissíveis [I.F. Iunda, 1981; 1987].
A prostatite passou a ser considerada como entidade nosológica independente há mais
de cem anos. O processo inflamatório crónico nos órgãos sexuais masculinos tem, via de regra,
um carácter difuso, mas o foco patológico principal encontra-se num só órgão.
A próstata que funciona normalmente possui três barreiras de protecção:
1 - estrutura morfológica e funcional resistente; contribuem para a quebra desta barreira,
o estado psico-emocional negativo (astenia ou depressão pronunciadas) e alterações orgânicas
nos órgãos genitais (traumatismos, intoxicações, alterações da perfusão, etc.);
2 - tono fisiológico suficiente e vascularização dos órgãos genitais internos; esta barreira
é afectada nos casos de hipodinamia, disritmias sexuais, hipotermia e insuficiência
androgénica;
3 - barreira anti-infecciosa; esta barreira é ultrapassada no caso de enfraquecimento das
reacções imunobiológicas locais, que ocorrem juntamente com astenia neurocirculatória,
insuficiência androgénica, intoxicação microbiana ou medicamentosa, etc.
A função androgénica tem grande importância dentre os mecanismos de defesa
fisiológica. O nível normal de andrógenos permite manter o tono dos órgãos genitais, a
secreção activa na próstata e produzir o número suficiente dos componentes bactericidas da
secreção. Os portadores de prostatite registam o desequilíbrio andrógeno/estrógeno, que
ocorre, normalmente, devido às alterações metabólicas das hormonas esteróides. Isso acontece
na sequência das perturbações tónicas na próstata, congestão nos órgãos da pelve menor e
também inflamações das vias biliares ou função hepática (do fígado) diminuida. Juntamente
com a infecção, desenvolvem-se a auto-agressão e a degeneração hormonal.
A secreção da próstata no homem saudável é produzida constantemente (“secreção em
repouso”). Durante a micção e defecação, a próstata livra-se da secreção quase completamente.
Foi estabelecido que os principais factores que contribuem para o desenvolvimento de
prostatite e outras doenças dos órgãos sexuais masculinos são a congestão venosa e a atonia
muscular nos órgãos da pelve menor (81,1 % dos casos observados), que podem ser causados
por interrupção ou prolongamento do acto sexual, excessos sexuais, prisão de ventre crónica
que se deve a proctite, sinusite e sigmoidite, sedentarismo e hipotermia. Entre os factores
provocadores podem ser considerados traumatismos causados por exames instrumentais,
manipulações grosseiras, estado séptico geral, inflamações no fígado e nas vias biliares,
angina, otite, cárie dentária, proctite, endocardite crónica, pneumonia crónica e intoxicações.
No caso de intoxicações (tabagismo, alcoolismo, etc.), traumatismos, efeito de radiação
ionizante, perturbações autónomo-neurosas, vasculares e imunitárias, devido aos seus efeitos
secundários duradouros exercidos sobre a próstata, ocorrem alterações tróficas, alterações da
inervação autónoma e da reactividade imunitária da próstata. As alterações tróficodegenerativas destrutivas que as acompanham contribuem para que a flora não patogénica e
quasi-patogénica passe a ser patogénica e responsável pelo desenvolvimento da inflamação.
Os sintomas da Prostatite
A sintomatologia subjectiva e objectiva de prostatites caracteriza-se por grande
variabilidade e polimorfismo. No entanto, é possível distinguir uma coisa em comum nas
manifestações clínicas de prostatite. Em quase todas as formas de prostatite aparecem dores e
sensações desagradáveis na região do ânus, do períneo e da região pélvico-lombar
acompanhadas por alterações vegetativas, da função da cópula e reprodutivas. Este quadro é
completado com aspectos particulares.
Sintomatologia geral: calafrio, febre, fraqueza geral, fatigabilidade fácil, perturbações
do sono, nervosismo, obsessões.
Sintomatologia local: prostatalgia, alteração de forma, tamanho e consistência da
próstata, reacção leucocitária elevada da secreção prostática, dores extragenitais, simpatalgia
pélvica, peso na parte baixa do abdómen, prurido (uretra, períneo, ânus), parestesias nos órgãos
genitais (sensação de cócegas ou pele de galinha na uretra, resfriamento dos órgãos genitais,
etc.), excreções patológicas da uretra, vontade de urinar mais frequente, fluxo intermitente de
urina, alterações no colículo seminal, na uretra posterior e nas vesículas seminais, patologia do
recto.
Sintomatologia funcional: aumento de erecções espontáneas a par de erecções normais,
intensificação de erecções normais, enfraquecimento de erecções normais, disfunção eréctil,
impotência, ejaculação precoce, ejaculação retardada, não ejaculação, orgasmo menos
intenso, orgasmo doloroso, anorgasmia (não consegue o orgasmo), enfraquecimento de
vontade sexual, alteração do volume ejaculado, patospermia, infertilidade primária,
infertilidade secundária. As perturbações da função sexual são muitas vezes a única queixa do
portador de prostatite.
O tratamento da Prostatite
O tratamento patogénico, que deve ser acompanhado por tratamento anti-infeccioso
etiotrópico, tem cinco objectivos:
1 - imunoterapia geral e local;
2 - normalização da perfusão da próstata;
3 - recuperação do refluxo da secreção da próstata e vesículas seminais, glândulas Littre
e Cowper, graças ao aumento do tono dos músculos pélvicos e perineais e das fibras
musculares da próstata;
4 - recuperação de elementos morfológico-estruturais nos tecidos com alterações
patogénicas;
5 - normalização de todo o leque das funções dos órgãos lesados.
Estes objectivos são alcançados com êxito através de uma terapia integrada que inclui
tratamento com laser de baixa intensidade.
Os doentes com infecções não específicas da próstata, vesículas seminais, colículo
seminal (prostatites, vesiculites, coliculites) devem receber um tratamento integrado e
etiopatogénico. Muitos métodos de tratamento conservador de prostatite não conseguem atingir
o resultado desejado. A situação muda radicalmente quando a terapêutica passa a incluir o
tratamento com laser de baixa intensidade. [R.Sh. Altinbaev, N.R. Kerimova, 1993; I.N.
Danilova et al., 1985; A.K. Polonski, A.V. Tcherkassov, 1984; L.Ia. Reznikov et al., 1992;
B.V. Iassinski et al., 1990].
Graças ao efeito multinível e multicomponente da radiação laser de baixa intensidade,
capaz de normalizar o metabolismo e a circulação sanguínea, a utilização do laser no
tratamento de doenças do foro urológico faz aumentar a eficácia das restantes terapêuticas. A
melhoria considerável dos fluxos linfáticos e sanguíneo na área irradiada contribui para um
fornecimento de antibióticos mais eficaz até à próstata, o que permite diminuir as doses dos
medicamentos administrados.
Uma das questões cruciais na utilização de laserterapia é a escolha dos parâmetros de
irradiação, do método e do plano de tratamento que garantam o maior efeito terapêutico e a
ausência de efeitos colaterais.
A laserterapia é mais um meio que, nas fases aguda e subaguda, contribui para a cura
da lesão ao mobilizar os mecanismos de auto-reparação do organismo. A observação de regras
simples de tratamento e regime de actividades permite alcançar um bom resultado terapêutico,
reduzir o período de tratamento e aliviar a carga medicamentosa a que os pacientes estão
sujeitos: alimentação racional, ritmo individual de actividade e repouso, ginástica terapêutica,
higiene da vida sexual, normalização de funcionamento dos órgãos que participam na
hormonopoiese, administração de medicamentos sedativos no caso de sintomatologia
psiconeurológica, eliminação de focos de infecção potenciais.
Bibliografia:
1. V. A. Buylin “Terapia laser de baixa intensidade no tratamento das prostatites” // TOO
“Tecnica”, 1998, 72 p.
2. Moskvin C. V., Atchilov A.A. Bases da terapia de Laser// “Triada”, 2008. – 256 p.

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