No 3 - Abril / 2001 - Clube Excursionista Carioca
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8 - C.E.C. É notícia Permanecendo Vivo: Chuvas e Tempestades Informativo do Clube Excursionista Carioca C.E.C. É notícia Ano 55 - No 3 - Abril / 2001 Três Pontões do Bananal: • Sílvio (ele de novo) pelo visto é fã do Hanibal Lecter: - Eu adoro comer figos, vou até plantar um PÉ DE FÍ• Cris (Ana) estava procurando a cha- GADO! (os pés de cana do clube agrave do chaveiro do quadro de chaves. decem) Será que alguém viu isso por aí? • No meio de uma conversa, o Marcelo • Cris (Ana) falando sobre um sócio: Roberto perguntou: -Como assim o fu- Ele é muito pontual e ainda chega na lano foi assassinado? Ele se suicidou hora... (esse cara é bom) duas vezes!! • Silvio ficou revoltado com o último • Segundo o Marcelo Roberto existe alta sociedade: - Eu não falei uma nova música do Tom Jobim: “As “bumbum” de maneira nenhuma! Se fos- águas de maio”. - Ah não, as noivas é se bunda, pandeiro ou ganha-pão, aí que são de maio... tudo bem. 4Alta Sociedade Clube Excursionista Carioca Fundado em 21 de fevereiro de 1946 Rua Hilário de Gouveia, 71 / 206 Copacabana - Rio de Janeiro CEP: 22040-020 Tel: 255-1348 Internet: www.carioca.org.br Reuniões sociais às quartas e sextas a partir de 20:30hs • Hernando estava ensinando espanhol pra gente e informou que Ñ é uma letra que aparece no dicionário. Imediatamente perguntamos se existiam palavras começada com ñ. - Claro, ñato por exemplo. - E o que é ñato?? Ah...é aquele cara sem nariz... (?!?!?!) Nova conquista em Minas Gerais 2 - C.E.C. É notícia C.E.C. É notícia - 7 4Por dentro do CEC 4Editorial • Está no ar a lista de comunicados do CEC na internet. Por ela serão enviadas informações sobre datas de reuniões, programação do mês, eventos, decisões de diretoria e etc. Para receber os avisos, envie um email para: [email protected]. No corpo da mensagem (e não no título) coloque a palavra “subscribe” (sem aspas) e pronto! • Lembramos que o número de mensalidades pagas pode ser visto entre parenteses na etiqueta do informativo. Se for negativo indica o número de meses em atraso. • Foi aprovada na última reunião de diretoria a proposta de que sócios de outros clubes não precisam pagar jóia (matrícula) para se associar ao Carioca. A idéia que foi apresentada aos diretores dos outros clubes visa promover a integração dos clubes do Rio membros da FEMERJ. • O CEC plantou no dia 10 último mais 60 mudas de espécies nativas no Morro da Urca junto à face do Pão de Açúcar. O sócio Sérgio Bula informa também que a retirada excessiva de capim colonião feita por alguém (bem intencionado, diga-se) neste mesmo setor está sendo realizada contrariamente ao nosso projeto inicial. • Próxima reunião de diretoria: 19/4 Estamos nos preparando para mais um CBM (Curso Básico de Montanhismo), que começará dia 3 de maio. O CBM ainda é a melhor forma de acesso de uma pessoa leiga ao montanhismo, pois é indiscutível a sua importância para que se evitem acidentes e se formem pessoas conscientes da relação homem-natureza. É um período bastante trabalhoso para todos aqueles que participam na realização do curso. Esse trabalho poderá ser amenizado se contarmos com a participação do maior número possível de sócios. Além disto, aprendemos muito realizando o curso básico. É uma experiência engrandecedora na formação de qualquer montanhista. Todos os sócios estão convidados para a reunião de Departamento Técnico a ser realizada dia 3 de abril às 20:30. Nesta reunião serão discutidas as questões finais de organização do curso básico e sua participação é importante. Teresa Lindoso (Presidente) C.E.C. É notícia Uma publicação do Clube Excursionista Carioca Editor: Guilherme Dias Colaboradores: Miguel Freitas Bula Capa: Três Pontões do Bananal - MG Programação de Abril / 2001 Dia E ve nt o T ipo G rau L oca l O r ga niz a çã o 1 Dom Via dos Aust r ía cos E sca la da A1 C or cova do Iva n 1 Dom Ve r me lho E sca la da 2 IV Mor r o da Ur ca Alfr e do 1 Dom P3 E sca la da 3° V P ico da T ij uca R e na t a 1 Dom Ve r e da Tr opica l E sca la da 4° V P Ico da T ij uca C r is 7 Sa b L uis Ar na uld E sca la da 3° IV Ba bilonia Alfr e do 7 Sa b Ta r cisio R e z e nde E sca la da 3° III P ã o de Açú ca r Te r e sa 21 Sa b Be m-Me -Q ue r E sca la da 4° V P r a inha C r is 21 Sa b P a ulo de Fa r ia E sca la da 3° III+ P r a inha R e na t a 4Ranking 2001 PARTICIPANTES GUIAS 1°Sérgio Bula 2°Alfredo Neto 3°Adrian 4°Bernardo 5°Rinelli 5°Teresa 6° Ivan 7°Miguel Freitas 8°Cris Jorge 9°Piu Piu Pts 64 39 29 19 19 18 15 14 10 10 Exc 19 10 09 05 03 05 04 03 03 02 1°Pedro “Pow”Aragão 2°Mariana 3°Cris(Ana) 4°Carla 5°Cissa 6°Zé Antônio 7° Leo Heineken 8° Marcelo Roberto 9° Adrian 10° Cris (Jorge) Pts 40 33 33 26 25 24 20 20 19 18 Exc 17 13 10 09 09 08 07 06 06 05 6 - C.E.C. É notícia invisível devido à via que você estiver escalando. Um aviso de alguns minutos pode ser tudo que você vai ter. Tempestades de trovões podem durar apenas um par de horas, mas elas são muito intensas com água bem fria, fortes ventos e raios. A correnteza formada pode ser rápida suficiente para causar queda de pedras. Um resultado comum é uma retirada em pânico, uma corda entalada e gritos de socorro. N.T.: Uma ótima referência sobre raios para escaladores é o artigo da revista Fator 2 n°12. Sem solo para absorvê-la, a chuva nas paredes rapidamente se junta em corredeiras e cachoeiras caindo dos negativos e nos cantos em que você está tentando dormir ou se abrigar. O vento sopra a água em todas as direções, incluindo para cima, de forma que o seu abrigo pode não ser tão bom quanto se imaginava. Uma vez frio e molhado, você está com problemas de verdade e está ficando sem opções. Se você sair de seu abrigo para escalar ou rapelar, você deteriora mais rápido devido à chuva e ao vento. Mesmo com material bom, a água entra por suas mangas toda vez que você estica os braços para cima. Conforme sua C.E.C. É notícia - 3 temperatura corporal baixa, você começa a cometer erros estúpidos, tais como costurar a corda erradamente ou deixar cair o seu material. Você está sériamente hipotérmico e logo vai apenas ficar alí pendurado sem se preocupar mais. Isto acontece muito rápido. Em dois incidentes separados, escaladores no último esticão do “The Nose” deixaram toda proteção que eles tinham para fazer uma corrida ao cume. Todos eles morreram neste esticão. N.T.: Casos de hipotermia também são bastante frequentes por nossas bandas. Serra dos Órgão e Salinas, com suas mudanças bruscas de tempo e rapeis por vezes delicados já foram palcos de inúmeros incidentes, alguns fatais. Ficar parado pode não ser melhor. Se você precisar de ajuda, ninguém vai vê-lo ou ouví-lo, e chegar a você provavelmente só acontecerá quando o tempo estiver bom. Os sobreviventes dizem que não tinham idéia de quão desamparados eles ficariam até acontecer com eles. Para descobrir por sí próprio, fique de pé no “spray” de uma mangueira de jardim numa noite fria e com vento. Quanto tempo você dura? Rua Buenos Aires 41 / 2°andar - Telefone: 223-1573 AS MELHORES MARCAS DE IMPORTADOS MAIS A QUALIDADE EQUINOX A ÚNICA COM GARANTIA TOTAL 4Três Pontões do Bananal Tio Zé Após “trocentas” mudanças de planos, aceitei o convite do André Ilha para, durante o carnaval, conquistar umas montanhas virgens no Espírito Santo, região por onde ele e a Kate haviam explorado ano passado. Chegamos na cidade de Mantena (fronteira entre Minas e Espírito Santo). Dia seguinte (24/02) fomos em direção ao nosso objetivo, Três Pontões do Bananal. A idéia era conquistar o pico médio e o menor, visto que o Andre e a Kate já haviam conquistado o pico maior. Chegamos na casa do seu Alencar, dona Alzeida, Ronaldo, seu filho Richard e toda aquela simpática família que gentilmente permitiram passarmos pelas terras. Havíamos visualizado umas fendas e julgamos que usaríamos poucos grampos, mas antes havia uma difícil trilha a ser vencida. Estávamos com muito material, e fomos subindo na base do facão. Não esperávamos uma trilha tão ruim. Muito fechada e com MUITO espinho e urtigas. Teve de tudo. O André foi atacado por marimbondos (em torno de 05 ferroadas). A trilha continuava horrível. Um desmoronamento de pedras quase causou um acidente mais grave. Já perto do final quase aconteceu o pior. Uma Surucucu me deu um bote e, por um milagre dos “deuses”, ela não alcançou minha perna. Na verdade, por sorte, quando ela deu o bote eu já estava recuando antes de visualizá-la. Ainda lembro dos “dentes” dela a um palmo da minha perna........ Não sei como ela não mordeu o André, afinal ele passou por ali batendo facão e bem devagar. Se ela morde a coisa ia ficar preta, estavamos os dois exaustos e a horas do carro e muito longe de um local que tivesse o soro. Após 06 horas batendo facão, chegamos perto da base, caiu uma agradável chuva e deixamos todo o material e cinco litros de água, para, no dia seguinte, começarmos realmente a escalada. Dia seguinte fizemos a “trilha” em 01:15 hora. Visto que nosso objetivo era chegar ao cume o mais rápido possível, afinal tinha a chuva da tarde e nosso tempo era pequeno. Fomos procurando os caminhos mais fáceis. Encontramos um sistema de chaminés. Fizemos os primeiros lances. Muitas pedras grandes e soltas deixavam o participante numa situação perigosa. Quem guiava tinha que ter cuidados redobrados com as pedras e o participante vinha jogando tudo para baixo. Chegamos no colo entre ao pico médio e o menor. Atravessamos em direção ao médio e a fenda que havíamos visto de baixo não seria feita em livre. Entramos a direita numa grande horizontal 4 - C.E.C. É notícia (uns 30 m) e conseguimos subir um pouco mais por umas fendas que surgiram. Depois o André entrou numa linda fenda, mas que infelizmente, não tinha continuidade e ele teve que voltar. Já estavamos perto do cume e se chovesse iríamos perder mais um dia. Quando eu estava me preparando para entrar em outra fenda o André encontrou, já na face oposta ao colo, um costão (3º) que nos levou ao cume. Uma vez no cume, com aquela ótima sensação de estar onde ninguém ainda havia estado, deixamos um livro de cume, batemos fotos e soltamos dois rojões. A via chamasse: Cobra Criada 3º V - toda em móvel. Sendo necessário peças grandes. Para descer fixamos um grampo no cume e com duas cordas de 50m é possível chegar no colo. Depois fomos fazer o pontão menor. Do colo tem um lance de 5º (duas ou três passadas) e já vira caminhada e cume. Batemos outro grampo para descer desse cume. Finalizamos os rapeis e passamos pela casa do seu Alencar. Dia seguinte arrumamos a tralha e partimos para Águia Branca e depois para Nova Venécia, mas isso é outra história que depois iremos contá-la, caso contrário esse texto vai ficar tão grande que nem eu vou conseguir ler. Valeu “meu jovem”. C.E.C. É notícia - 5 4Dicionário de termos de escalada em inglês Agora quando aparecer aquele gringo querendo escalar você já vai saber como se comunicar... Aderência: Friction Agarra: Hold Aresta: Edge ou Arête Baudrier: Harnesses Capacete: Helmet Chapeleta (ou grampo): Bolt Corda: Rope Cordelete: Cord Costura: Quickdraw Croqui: Topo Cume: Summit Dar segurança: Belay Diedro: Inside Corner Entalamento: Jamming Escalada em artificial: Aid climbing Escalada em livre: Free climbing Esticão: Pitch Estribo: Aider Fenda: Crack Fita: Sling Guia: Leader Laca: Slab Magnésia: Chalk Mosquetão: Carabinner ou binner Oposição: Lieback Parada: Station ou Stance Participante: Second Plato: Ledge Rebocar: Haul Retesar: Take Trilha: Trail Via: Route 4Por Dentro da Montanha • O endereço do fórum da FEMERJ na internet é: http://groups.yahoo.com/group/FEMERJ • II Encontro de Escaladores da Serra do Lenheiro: Neste ano o encontro foi ainda melhor. Um grande número de escaladores prestigiaram esse grande encontro. No sábado era possível ver muitas pessoas nas bases, no cume e outras tantas nas mais diversas vias. A visão era bonita. Após as palestras noturnas a galera se reuniu num barzinho e foi aquela bagunça gostosa. Parabéns aos organizadores e ano que vem tem mais. • Brilho da Noite é a nova via conquistada no Cantagalo à esquerda da Paixão de Cris, em breve teremos mais informações na croquiteca do CEC. • A tradicional escada do Dedo de Deus foi trocada por uma nova. A escada velha será deixada no Museu do Montanhista que está sendo montado na sede do Parque. • O PNSO está construindo um abrigo que será levado de helicoptero até onde ficava o abrigo 4. A construção terá capacidade para 35 pessoas e terá gestão terceirizada. • Data das reuniões da FEMERJ (Novo horário 19:00h) : 24/04 - CERJ, 29/05 - Limite Vertical, 26/ 06 - CEL, 31/07 - CEC, 28/08 - CEB, 25/ 09 - CERJ, 30/10 - Limite Vertical, 27/11 - CEL, 18/12 - CEC 4Permanecendo Vivo Esta coluna é uma livre adaptação dos dados apresentados no texto “Staying Alive” de autoria de John Dill (National Park Service - Yosemite). Acreditamos que a melhor forma de evitar acidentes é conhecendo suas causas mais frequentes e os erros cometidos por outros escaladores. Os fatores que levaram o Parque Yosemite a ter mais de cem acidentes todos os anos foram reunidos ao longo de 21 anos de trabalho do NPS e serão apresentados aqui, sempre que adequados a realidade do esporte no Brasil. Chuvas e tempestades Ao contrário do que ocorre no Brasil (principalmente durante o verão), alguns os escaladores do Yosemite dizem que lá nunca chove. Ainda assim devido às sérias tempestades que ocorrem de vez em quando, quatro escaladores morreram de hipotermia e quase 50 foram resgatados, a maioria dos quais não teria sobrevivido de outro modo. Muitos deles eram bastante experientes, com escaladas alpinas de inverno, paredes de Yosemite e bivaques chuvosos em seus créditos — especialistas, pela maioria das medidas. Em muitos casos eles levaram material abaixo dos padrões necessários, acrescentaram algum outro erro ou dois e não puderam lidar com o tempo. No verão brasileiro tempestades de raios são muito comuns, matando anualmente algumas dúzias de pessoas. Elas podem aparecer de repente de um céu azul e claro e mudar rapidamente de posição, estando
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