Obras seleccionadas [sinopses]

Transcrição

Obras seleccionadas [sinopses]
OBRAS A CONCURSO PNL – Ensino Secundário
O Violino de Auschwitz
Maria Angels Anglada
NARRATIVA
Uma obra de ficção, sobre ambição e loucura
Páginas: 144
O Holocausto nazi foi dos momentos mais difíceis de entender da
História do século XX. Por muitas investigações que se façam, por muitas
especulações que se escrevam, não se percebe como é que alguém
tratou seres humanos daquela forma. E foram milhões os que perderam
a vida às mãos dos carrascos hitlerianos, à sombra de uma ideologia
política e social execrável que elegeu o povo judeu como grande inimigo
da Humanidade. Os campos de concentração foram verdadeiras fábricas
de morte, onde milhões de judeus seriam sujeitos a situações
inimagináveis, perpetradas por pessoas sem o mínimo respeito pela
condição humana. Tendo como ponto de partida um violino fantástico
que um músico, que esteve naquele campo de concentração, detecta nas mãos de uma violinista durante um
concerto.
Com uma sonoridade de palavras digna da afinação dos melhores violinos, vamos conhecer Daniel, um
carpinteiro judeu preso no diabólico campo de morte situado na Polónia, que é encarregado pelo melómano e
mefistofélico comandante de construir um instrumento com a qualidade de um Stradivarius. Uma tarefa quase
impossível de consumar e que não estaria ao alcance de qualquer um. Com o conhecimento que herdou do pai,
Daniel conseguiu criar uma verdadeira preciosidade, apesar das condições miseráveis em que foi obrigado a
trabalhar. Assim, o comandante do campo, o mesmo que comanda o processo de desumanização dos
prisioneiros, ao encomendar ao artesão Daniel a criação de um instrumento capaz de gerar a música mais pura,
faz com que ele reafirme, de forma palpável, a profundidade de sua condição humana. Faz, também – e este é
outro tema do livro –, com que Daniel encontre força para sobreviver. O violino, de quem dependeu a sua
sobrevivência, veio a perdurar no tempo como que numa homenagem ao talento e capacidade de sofrimento do
seu inspirado autor. Muitos anos depois do holocausto, um músico famoso assiste a um concerto e reconhece o
som inconfundível do violino de Daniel, que tinha utilizado em Auschwitz. Através do contacto com o violinista
que agora possui o instrumento, desencadeia-se uma viagem ao passado que fundamenta o romance.
A autora ainda acrescenta uma crua dimensão documental ao livro, ao abrir os capítulos com passagens de
documentos reais dos campos de extermínio nazistas, que funcionam como uma terrível moldura para sua
história – em que a dor e a música convivem lado a lado –, e aprofundam ainda mais a sua dura e pura
O romance de Maria Àngels Anglada tem apenas 140 páginas e lê-se de um só fôlego. Recomenda-se porque o
tempo aqui retratado não pode cair no esquecimento. E dificilmente isso algum dia será possível.
Biografia da autora (nascimento - Vic, 1930 – morte Figueres, 1999).
Licenciada em Filologia clássica pela Universidade de
Barcelona, traduziu textos do latim e do grego para o
catalão. Produziu obras em diferentes géneros literários
como poesia, narrativa, crítica literária e ensaio.
Colaborou também com numerosas publicações
periódicas e escreveu contos acerca da mitologia grega
para adolescentes.
O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo
Germano de Almeida
Páginas 158
NARRATIVA
O romance retrata a história de um dos mais ricos comerciantes de Cabo Verde,
revelada através do seu testamento e que enriquecera à custa de um insólito
engano numa encomenda de guarda-chuvas. Quando morreu, o Sr. Napumoceno
era um conceituado comerciante do Mindelo. A reputação da sua casa comercial
tinha uma correspondência perfeita na sua reputação pessoal – bom, íntegro,
sério, sem vícios, rico e respeitado.~
Dez anos antes de morrer, o sr. Napumoceno
escreveu um testamento de "trezentas e oitenta e
sete laudas de papel almaço pautado". Ninguém
imaginava que pudesse haver tanta novidade na
vida do comerciante solteirão, de hábitos
rigorosamente metódicos. Mas, nas centenas de
folhas onde o sr. Napumoceno registou a própria
vida com toda a sinceridade, não se conta apenas a história do garoto de pés
descalços que enriqueceu com trabalho, sorte e alguma malandragem:
entrelaçado àquela existência surpreendente, emerge o quadro vivo do
quotidiano em uma cidade de Cabo Verde antes da independência de
Portugal.
A leitura das centenas de páginas do seu testamento lançou, pois, «uma nova luz sobre a vida e a pessoa do
ilustre extinto». Página a página, o leitor vai assistindo à construção de uma personagem fascinante, rica,
complexa, contraditória, fortemente enquadrada no pano de fundo que é a sociedade cabo-verdiana. Este
romance de Germano Almeida foi adaptado ao cinema.
Biografia do autor
Germano de Almeida nasceu na ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1945. Licenciou-se
em Direito em Lisboa e exerce actualmente advocacia na cidade do Mindelo. Estreouse como contista no início da década de 80, colaborando na revista Ponto & Vírgula. A
sua obra de ficção representa uma nova etapa na rica história literária de Cabo Verde.
Está publicada em Portugal pela Caminho e começa a despertar interesse no
estrangeiro, nomeadamente o romance O Testamento do Senhor Napumoceno da Silva
Araújo, do qual vários países compraram os direitos, encontrando-se já publicado no
Brasil, em Itália e França.
OBRAS A CONCURSO PNL – Ensino Básico
CÃO COMO NÓS
Manuel Alegre
NARRATIVA – Novela
Este é um livro onde Manuel Alegre nos fala do seu cão. Um cão especial,
um cão que não queria ser cão e até, parecia, almejava um dia falar! Enfim, um
cão presunçoso!
Manuel Alegre é/era caçador e nesta encantadora narrativa dá-nos a
conhecer um dos seus cães que o marcou como mais nenhum - Kurika um
épagneul-breton.
Kurika era um cão de teimosias e de carácter, assim como cada membro da família, daí a expressão
"cão como nós".
Manuel Alegre tal como o seu pai (e como o meu até) defendia que "cão é cão"! Daí que deveria ser
tratado como tal. Porém, com o decorrer da convivência e com a influência dos seus filhos, Manuel Alegre
vai deixando-se "entregar" àquele amigo teimoso e resmungão que até "implicava" com ele, mas que
somente buscava o amor da família com a qual vivia. Assim, a amizade vai crescendo entre os dois, sem que
Manuel Alegre se aperceba, até que chegam os derradeiros dias em que essa amizade torna-se notória e
indispensável até!
O autor escreve-nos este livro para que Kurika jamais seja esquecido e para que o seu espírito
permaneça para sempre presente. Afinal este foi o amigo que ensinou a Manuel Alegre que "Cão é cão,
mas é cão como nós"!
Biografia do autor
Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda.
Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um activo dirigente
estudantil. Apoiou a candidatura do General Humberto Delgado. Foi fundador do
CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, membro do TEUC –
Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, campeão nacional de natação
e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra.
A sua tomada de posição sobre a ditadura e a guerra colonial levam o regime de
Salazar a chamá-lo para o serviço militar em 1961, sendo colocado nos Açores,
onde tenta uma ocupação da ilha de S. Miguel, com Melo Antunes. Em 1962 é
mobilizado para Angola, onde dirige uma revolta militar. É preso pela PIDE em Luanda, em 1963, durante 6
meses. Na cadeia, conhece escritores angolanos como Luandino Vieira, António Jacinto e António Cardoso.
Colocado com residência fixa em Coimbra, acaba por passar à clandestinidade e sair para o exílio em 1964.
Passa dez anos exilado em Argel, onde é dirigente da Frente Patriótica de Libertação Nacional. Aos
microfones da emissora A Voz da Liberdade, a sua voz converte-se num símbolo de resistência e liberdade.
Entretanto, os seus dois primeiros livros, Praça da Canção (1965) e O Canto e as Armas (1967) são
apreendidos pela censura, mas passam de mão em mão em cópias clandestinas, manuscritas ou
dactilografadas. Poemas seus, cantados, entre outros, por Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel
Freire e Luís Cília, tornam-se emblemáticos da luta pela liberdade. Regressa finalmente a Portugal em 2 de
Maio de 1974, dias após o 25 de Abril. Entra no Partido Socialista onde, ao lado de Mário Soares, promove as
grandes mobilizações populares que permitem a consolidação da democracia e a aprovação da Constituição
de 1976, de cujo preâmbulo é redactor. Manteve a sua produção literária e intervenção na vida política até
aos nossos dias.
Tristes Armas
Marina Mayoral
NARRATIVA – Novela
Tristes Armas é a história de uma carta que nunca chegou ao seu destino.
É também a história de duas crianças exiladas na Rússia, de dois amigos
que se encontram em grupos opostos, de una mulher lutadora, de um
carteiro enamorado, de um rapaz empenhado em apagar a tristeza dos
olhos de uma rapariga.
É a história de filhos que foram separados dos pais, de casais desfeitos,
de homens e mulheres açoitados e maltratados pelos ventos do ódio.
Mas Tristes Armas é sobretudo uma história de amor.
Biografia da autora
Marina Mayoral (Mondoñedo, Lugo, setembro de 1942) é uma
escritora e colunista que escreve em galego e espanhol.
Professora aposentada de Literatura Espanhola na Universidade
Complutense, Codiretora da Coleção “Biblioteca de Escritores” da
Editorial Castalia, dirigiu ainda a coleção "Relatos" da Editora
Edhasa e a coleção “Club de Clássicos” das Edições SM. Colabora
semanalmente na “Voz de Galícia”, desde 1990.
Como narradora a sua visão de mundo é caracterizada por uma original conceção do amor e da morte
como forças condicionantes do destino humano.
As notas formais que mais se destacam na sua escrita são a subtileza da análise psicológica, o humor e
a simplicidade da prosa. A ação da maioria dos seus romances desenrola-se num lugar imaginário,
localizado na Galiza, chamado Brétema, nome que, em castelhano, significa "nevoeiro".
Vários dos seus romances foram traduzidos para alemão, italiano, polaco, português, Catalão e chinês.

Documentos relacionados