Toyota Prius
Transcrição
Toyota Prius
Toyota Prius Hora: 19:00h, Lisboa, Parque do importador Toyota. Viatura para ensaio: Prius Hibryd. Visualizada a viatura a ser cedida e transposta a questão burocrática, dirijo-me à garagem para levantar a viatura. A habituação (ou experiência dos ensaios) diz-me que basta chegar à viatura, ligar e arrancar. Ainda antes de entrar, percorro ligeiramente o meu olhar pelo Prius e verifico estaticamente que o mesmo está melhor conseguido, mais “estético”, mais actual. Ou será que o branco da pintura a isso ajuda? Não me parece. As alterações a que foi sujeito tornaram-mo ainda mais interessante. Acedo ao interior e a primeira sensação é de que estou a entrar num simulador de voo, ou numa aeronave, tal o arrojo do interior. O painel de instrumentos totalmente digital faz as delícias de qualquer um. Mais um pouco e parece-nos uma PSP. A consola central totalmente elevada e suspensa, possui a alavanca da caixa que mais se assemelha a um joystick para PC’s com uma altura de 12 cm sensivelmente. E pela primeira vez, fico sem saber o que fazer!! Pela hora tardia a que fui levantar a viatura, desta vez dava mesmo jeito ter o briefing habitual que a marca nos faz. Mas onde foi parar o travão de mão? Carrego no Start para ligar o o carro e somente liga o painel. Estará mesmo ligado? Aproveito para deambular pelos botões para perceber se me esqueci de carregar nalgum botão. Eis que alguém surge e felizmente me explica. Travão de mão é de pé e idêntico ao Mercedes (com a escuridão não o tinha visto). E sim, o carro estava ligado pois liga inicialmente somente o motor eléctrico. Tal como o ruído, as vibrações são nulas, a dúvida estava explicada. Saio da garagem da Toyota e o silêncio continua a imperar. Somente alguns quilómetros depois e com alguma velocidade o motor a combustão liga. Paragem numa zona mais recatada de modo a não voltar a “pecar” por não saber onde está a maioria dos botões. Percorro o painel de instrumentos que me mostra a velocidade, os meus records de consumo (0,3 litros nos últimos 5kms), outro que me mostra quais os sistemas (bateria e/ou motor) que estão ligados. De facto um must. Tudo muito userfriendly mas a necessitar de um auto-estudo inicial. Escolho o modo Eco. Com este novo modelo substitui-se o modelo com 1.500 de cilindrada pelo 1.800 mas ganha-se em binário e em consumos mais reduzidos. Tudo isto, juntamente com o motor eléctrico, as emissões passam para 89 g/km!! Em travagem ou desaceleração, o motor eléctrico funciona com um gerador de elevada performance, usado para recarregar a bateria, sem qualquer emissão. Resolvo testar o modo EV (Veículo Eléctrico) para conduzir em modo exclusivamente eléctrico a velocidades até 45 km/h. Silêncio total. Em estrada, o sistema funciona em regime misto e o Prius, com o seu pack de estofos em pele, tecto de abrir, radar activo (é verdade!), deambula com facilidade pelas estradas. No entanto, com caixa de Transmissão Variável Contínua Controlada Electronicamente (ECVT) e cruise control ligado, o sistema reage de um modo algo brusco para manter a velocidade determinada e nota-se aí um ruído algo elevado do motor, que parece ir em esforço à procura da velocidade determinada. Uma vez atingida, e com o cruise control ligado, o descanso é absoluto e o nível de segurança é grande, contribuindo para isso a direcção que transmite um correcto feeling da estrada. Ao longo do teste damos por nós a tentar controlar o pé direito e a reeducar-nos no sentido de procurar o mais baixo consumo possível. E este sistema tem esse mérito. Sabemos que, qualquer acto do nosso pé direito tem óbvios reflexos no consumo. Além do painel de instrumentos, constantemente nos mostrar as “penalizações” que cometemos, a projecção da velocidade no vidro dianteiro e do esforço que fazemos no pé direito, ajuda-nos a manter ritmos ambientais (o que não significa necessariamente lentos). Os consumos revelam-se ao longo do ensaio, próximo dos 6, 4 em estrada a ritmos de 120-140km/h e em cidade chegámos a fazer 3,2 litros durante bastante tempo. Em resumo, foi com satisfação que ensaiámos este Prius híbrido que nos mostra o muito que a industria já evoluiu e que é possível uma sã convivência entre os motores de combustão e as baterias, com óbvios reflexos na componente ambiental e também nos consumos. É certo que no limite poderemos vir a assistir à abolição plena dos combustíveis fósseis mas enquanto tal não surge, a Toyota apresenta um produto bem pensado, estruturado e que convence. O preço da viatura ensaiada (a mais completa é de 30.000€) Jorge Santos [email protected]