Análise do Uso das Palmeiras, Juncos e Gramíneas para o
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Análise do Uso das Palmeiras, Juncos e Gramíneas para o
ANEXO IV Análise do Uso das Palmeiras, Juncos e Gramíneas para o artesanato em Santa Luzia do Itanhy, SE, Brasil Celly Kelly Neivas dos Santos 1 Novembro de 2010 2 Índice 1 Introdução e Objetivos 3 2 Método de Trabalho 4 3 Caracterização das Áreas Coleta 7 4 Caracterização dos Exemplares Visitados 12 5 Discussão dos Resultados 14 6 Referências Bibliográficas 16 1 Introdução e Objetivos N o município de Santa Luzia do Itanhy, estado do Sergipe, um grupo de artesãos confecciona persianas com fibras naturais extraídas das adjacências. Folhas e caules de palmeiras, junco e gramíneas constituem a matéria prima destes artesãos, que em pouco mais de seis meses de trabalho vislumbram a possibilidade de melhorar a renda familiar, formalizar o grupo como cooperados ou associados e a profissionalização. O grupo é liderado por um experiente designer com um ateliê na cidade de Itapecerica da Serra, em São Paulo, e tem também o apoio do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação – IPTI. Ainda sem sede 3 própria ocupam um galpão da administração pública municipal onde abrigam três teares que além da confecção das persianas – o artefato carro-chefe tecem jogos americanos, balaios e luminárias. O município de Santa Luzia do Itanhy dista 76 km da capital sergipana Aracaju. Completamente sob o domínio do bioma Mata Atlântica vale-se da proximidade com o litoral para compor sua paisagem com mangues. Deste e outros ambientes o grupo de artesão extrai espécies vegetais nativas como matéria prima, sendo algumas com ocorrência específica no Nordeste. Com a expectativa da ampliação da demanda de trabalho em decorrência dos esforços do grupo e de seus colaboradores, surgiu a preocupação com a sustentabilidade social e ambiental da atividade. Deste modo encomendou-se um diagnóstico rápido das espécies a fim de se conhecer a biologia de crescimento e reprodução, status de conservação das áreas de coleta e a prática de coleta. Como resultado deste trabalho obteve-se a diferenciação de três grupos vegetais coletados, a partir do que se diferenciaram os aspectos biológicos intereferentes na coleta da matéria prima; verificou-se a vulnerabilidade do sistema de coleta, particularmente das áreas de coleta e evidenciou-se a necessidade de diagnósticos mais aprofundados. Neste trabalho as matérias prima são tratadas pelo gênero, uma vez que não há absoluta certeza sobre a taxonomia das plantas amostradas e para a qual se sugere a condução de um trabalho de campo para 2 identificação taxonômica. Da mesma forma sugere-se uma investigação sobre a prática de coleta quando a produção dos artefatos estiver estabelecida, com o objetivo de averiguar o impacto da quantidade e da recorrência da coleta. Contudo, o conhecimento sobre a biologia das plantas a partir de seus grupos taxonômicos oferece ao grupo artesão a possibilidade de planejar suas atividades de coleta e produção face à sustentabilidade. Conhecerem não apenas o tempo entre uma coleta e outra, mas também as práticas conservacionistas que favorecem a reprodução das espécies e mantém o equilíbrio da paisagem. Levando em consideração estas informações será passível estabelecer a manutenção contínua, quantitativa e qualitativa da oferta da matéria prima, diminuindo os riscos de baixa na produção e, por conseguinte estabilizando o fluxo de renda dos artesãos num cenário de produção em maior escala que o atual. Método de Trabalho Três práticas de coleta de dados foram utilizadas para a composição deste trabalho. A primeira prática empregada constitui-se na visitação in loco das áreas onde os grupos realizam a coleta direta das espécies. Foram visitadas duas áreas, sendo uma o povoado Cajazeiras e duas outras áreas nas proximidades da sede do município. As áreas serão mais bem descritas em capítulo posterior. O grupo identificou no campo todas as espécies que são coletadas, informando quais partes lhe interessam mais, como é efetuada a coleta e quais produtos são confeccionados. As espécies visitadas foram fotografadas dando destaque quando possível ao tipo de solo, caules ou talos, tipo de folhagens e presença de frutos ou flores. 4 Figura 4| Detalhes de corte Figura 3 | Detalhes de florescência A segunda prática utilizada constou da execução de uma oficina com os artesãos para um diagnóstico rápido. As técnicas empregadas estão relatadas no quadro abaixo: Figura 2 | Visita às áreas de coleta 5 Figura 1 | Tipos de folhagens 1. 2. Quebra-gelo | Apresentação da facilitadora e dos participantes: a. Nome, idade e um sonho; Apresentação dos objetivos: Escrever num painel. a. Diagnóstico Ambiental; b. Diagnostico Socioambiental, por isso precisaremos saber: i. Que plantas são colhidas; ii. Onde são colhidas; iii. Como são colhidas; c. Para podermos futuramente responder: i. São suficientes para nossa produção de médio ao longo prazo! ii. Estamos manejando as espécies da melhor forma possível! iii. Nossa atividade está no caminho da sustentabilidade! Atividade I – Brainstorm Os participantes são solicitados e declamar todas as espécies de plantas que trabalham e depois, em grupos pequenos, correlacionar a espécie com o trabalho efetuado. Exemplo: do junco se faz: jogo americano e persiana. Atividade II – Mapa da Mina Divididos por suas respectivas localidades, os grupos vão desenhar um mapa de onde se encontram as espécies mencionadas, levando em consideração a referência de posição das vilas, brejos, córregos, marés, mangues, etc. Atividade III– Siga-me! Enquanto o grupo me auxilia e discute entre si, vou colocando no papel a sequencia da atividade deles: colhe-se, separa-se, estoca-se... Atividade IV - Fogo na Mata Dinâmica pra despertar o interesse pelo tema degradação ambiental. Depois de duas rodadas, conversamos sobre o tema, sobre o que eles acreditam ser degradação paras as espécies utilizadas. 6 Figura 6 | Introdução da reunião Figura 5 | Grupo de artesãos reunidos Das práticas adotadas na oficina, as iniciais constaram de atividades de integração entre a facilitação e o grupo de artesãos. Teve também como objetivo a discussão inicial com o grupo à respeito da necessidade de uma avaliação desta natureza, com vistas ao melhor desempenho e resultados do trabalho que efetuam. O conjunto de atividades escolhido para a oficina prezaram pelas metodologias inclusivas e participativas, valendo-se em mesma medida pelos direcionamentos inquisitivos e afirmativos, importantes para integrar os presentes num ambiente de discussão colaborativo e dinâmico. Compuseram também as técnicas, as atividades de mapeamento e descrição, importantes para reter no trabalho as informações de processo. O lúdico, utilizado na última técnica, se constitui numa abordagem simples sobre como o grupo identifica problemas ambientais com sua relação de trabalho e vivência pessoal. Uma terceira etapa de coleta de dados caracterizou-se pela sistematização das informações coletadas em campo e do diagnóstico rápido efetuado com o grupo, com a pesquisa de informações sobre as espécies vegetais numa base de informações científicas. A partir do nome popular dado pelos artesãos para identificar cada espécie, buscou-se o nome científico em bibliografia especializada. Cabe ressaltar que nenhuma espécie fora coletada para prosseguimento de uma análise morfológica, com a qual poderia se identificar o táxon correspondente. Esta técnica é sugerida na apresentação deste documento e conterá no capítulo de discussão dos resultados o embasamento para tanto. 7 3 Caracterização das Áreas de Coleta De acordo com a Lei 11.428/06 o município de Santa Luzia do Itanhy encontra-se 100% sob o domínio do bioma Mata Atlântica tendo 28% do remanescente florestal, dos quais 7.666 ha são matas e 1.617 ha constituem o ecossistema de mangue. A porção sudeste do município, onde se encontram os mangues, enquadra-se no polígono das Áreas Prioritárias para Conservação sob a categoria de prioridade Extremamente Alta. 8 Figura 7 | Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, município de Santa Luzia do Itanhy. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica O grupo de artesãos de Santa Luzia do Itanhy em sete meses1 de atividade realizou a coleta da matéria prima em quatro oportunidades. Das áreas escolhidas, o povoado Cajazeiras que dista cerca de 80 km da sede do município, desponta como fornecedora do maior número de espécies. A área visitada, segundo o grupo artesão, é uma área particular cujo proprietário ignora a atividade de coleta, mas que, no entanto o grupo acredita não haver problemas quanto a isso. A propriedade contém áreas de mangue onde as coletas são efetuadas. Das espécies visitadas cita-se o Buriu (Allagoptera Nee), a Adicuri (Syagrus Mart.), o Capim-sapé (Imperata Cirillo), o Junco (Juncus L.) e o panicum, uma fibra da Palmeira (Cocos nucifera L.). Do Buriu (Allagoptera Nee) são utilizados a palha, o talo e as folhas juvenis. As espécies visitadas foram encontradas em solo de brejo, a 50 metros do mangue, e apresentavam entre 4 e 6 metros de altura. Desta palmeira se produz cadernos, jogos americanos e persianas. Figura 8 | Folha do Buriu 1 Á época da visita, Outubro de 2010. 9 Da Adicuri (Syagrus Mart.) os artesãos utilizam a fibra retirada das folhas do qual se faz o imbé. Com o imbé faz-se os acabamentos das persianas e costuras os jogos americanos. Os exemplares visitados foram encontrados em solo arenoso e distantes cerca de 100 metros do mangue. Figura 9 | Exemplar em florescência de Adicuri O Capim-sapé (Imperata Cirillo) fora encontrado adjacente às áreas de mangue. Material desta espécie fora coletado e encontra-se estocado, entretanto o grupo ainda não decidiu sobre quais produtos serão confeccionados com esta matéria prima. Figura 10 | Capim-sapé na adjacência do mangue Uma variedade de Junco (Juncus L.) denominado pelos artesãos como Junco – estrela, devido à ponta triangular, é encontrado nos mangues da propriedade. Esta variedade é muito usada para a confecção de luminárias, esteiras e persianas. 10 Figura 11 | Junco - estrela encontrado no mangue O panicum, uma fibra da Palmeira (Cocos nucifera L.) é usada para o acabamento dos cadernos e luminárias. Das folhas do coqueiro (ou plameira) também são utilizados os talos para a confecção de jogos americanos. Esta espécie é largamente encontrada na região. Figura 12 | Panicum (ou manicum) que recobre as folhagens novas das palmeiras Durante a incursão o grupo apontou uma espécie como Piaçaba (Attalea Kunth). O exemplar visitado tinha em média 3 metros de altura e encontrava-se em solo arenoso e mais distante dos mangues (cerca de 100 metros). Entretanto, de acordo com as referências bibliográficas e as provas fotográficas, é certo que não se trate de um exemplar da espécie Attalea como são as Piaçabas (ou Piaçavas), pois esta espécie apresenta sempre talos solitários (Pintaud, 2008) e (Reis, 2006), diferentemente dos exemplares visitados como visto na figura. Os artesãos cozinham as folhas desta palmeira para deixar as fibras mais maleáveis. As folhas juvenis também são utilizadas com preferência devido à coloração e resistência das fibras. Os artefatos Figura 13 | Destaque para o talo múltiplo produzidos pela piaçaba são as luminárias, jogos americanos e persianas. Por se tratar de uma espécie de largo uso, é necessária uma avaliação morfológica da espécie para conhecimento mais específico de sua biologia. Entretanto, por se tratar de uma espécie pertencente à famílias Arecaceae, as implicações gerais da família adotada para outras espécies aqui descritas, será com efeito válido para a mesma. Uma questão metodológica deste trabalho implica na não utilização dos termos científicos para a morfologia das plantas, pois este material destina-se a público não especializado e portanto cabe empregar os mesmos termos (nomeações às partes das plantas) que são utilizados pelo artesãos. Ainda em Cajazeiras o grupo informou sobre outras áreas das quais a matéria prima para o artesanato é retirada, entretanto estas áreas não foram visitadas. As espécies lá coletadas 11 mencionadas pelo grupo é o Maçambará, Jaraguá e a Palha do Dendê. O presente trabalho não aborda a taxonomia destas espécies por que elas não foram visitadas e, portanto não estão compreendidas na metodologia deste diagnóstico. Próximo à sede do município ficam as duas outras áreas onde o grupo efetuou coleta. A primeira delas visitada também é uma área particular adjacente à rodovia SE 160 que liga o povoado de Cajazeiras à sede do município. Nesta área o proprietário tem conhecimento da coleta e permite tal atividade. Ali apenas uma espécie fora visitada tratando-se de uma palmeira (Cocos L.). Figura 14 | Palmeira ou coqueiro A terceira área visitada fica ás margens da rodovia SE 160 próximo ao trevo de entrada do município. A área também é privada e como na primeira área visitada, os proprietários não tem conhecimento da atividade de coleta das espécies. Ali foi encontrada a Junça (Cyperus L.). Figura 15 | Inflorescência do junco Assi m como para a Piaçaba, o nome popular dado ao capimmassambará (Sorghum Moench.), apontado pelos artesãos nesta última área visitada, não coincide com as informações bibliográficas. De acordo com a bibliografia a ocorrência deste gênero é endêmica do Maranhão. 12 Figura 16 | Capim – massambará, de acordo com os artesãos 13 Caracterização dos Exemplares Visitados Sim Cyperaceae, Cyperus L.7 Não Não Não Não Não Endemismo BR Não N, NE, CO, SE e S N, NE, CO, SE e S NE, CO e SE NE e SE N, NE, CO, SE e S NE, CO e SE Distribuição Geográfica J.densiflorus, J. micranthus, e J. microcephalus (NE) C. almensis, C. brumadoi, C. cearaensis, C. coriifulus, C.davidsei, C. exaltatus,C. grossianus, C.maritimus, C.meyenianus, C. pernambucensis,C. planifolius, C. pseudopetiolatus, C.subterax, C.virens (NE) Espécies Ocorrência NE A. brevicalyx (Bahia, Sergipe) S. botryophora (Bahia, Sergipe), S. coronata (Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe) e S. schizophilla (Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe) C. nucifera (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe) I. brasiliensis (NE) 3 (Leitman, 2010) (Leitman, 2010) 4 (Leitman, 2010) 5 (Filgueiras, 2010) 6 (Alves M. A., 2010) 7 (Alves M. A., 2010) 2 14 A fenologia é o ramo de ciência que se ocupa com as relações entre clima e fenômenos biológicos periódicos (como as migrações e a reprodução de aves ou a floração e frutificação de plantas). Relação entre clima e fenômenos biológicos periódicos. A análise fenológica tomou como referência os gêneros encontrados no NE para cada família, conforme demonstrado na tabela 2. Junça Junco Sim Sub Sim Arecaceae, Cocos L.4 Palmeira, Coqueiro Sim Nativa do Bioma Sim Poaceae (subfam.), Panicoideae, Imperata Cirillo5 Juncaceae, Juncus L.6 Arecaceae, Syagrus Mart.3 Adicuri, Uricuri Capim - sapé Allagoptera Nee2 Hierarquia Taxonômica Buriu, Buri Nome Comum Tabela 1 | Hierarquia Taxonômica e Distribuição das Espécies Visitadas A caracterização das espécies vegetais utilizadas como matéria prima para o artesanato do grupo de Santa Luzia do Itanhy deu-se com base no correlacionamento dos nomes populares fornecidos pelos artesãos com as referências bibliográficas especializadas, conforme tabela 1. 4 Juncus L Cyperus L Gênero Allagoptera Nee Syagrus Mart Cocos L Imperata Cirillo Não especificado Jan17 Dez19 Jan16 Nov - Dez18 Frutificação Não especificado Out - Dez10 Jul - Fev12 Ago - Set14 Floração Jun - Jul8 Mar - Jul9 Jan - Abr11 Não especificado Não especificado Não especificado Germinação Não especificado Não especificado 12 meses 9 15 (Viana, 2006) (Bondar, 1983) 10 (Lorenzi, Árvores do Brasil vol 1: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, 2002) 11 (Lorenzi, Árvores do Brasil vol 1: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, 2002) 12 (Lorenzi, Árvores do Brasil vol 1: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, 2002) 13 (Lorenzi, Árvores do Brasil vol 1: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, 2002) 14 (Vitoria-Filho) 15 (Lorenzi, Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas, tóxicas e medicinais. 2ed, 1991) 16 (Tannus & Assis, 2006) 17 (Tannus & Assis, 2006) 18 (Tannus & Assis, 2006) 19 (Tannus & Assis, 2006) 8 Poaceae (subfam.), Panicoideae Juncaceae Cyperacea Família Arecaceae Tabela 2 | Aspectos Fenológicos Não especificado Não especificado Rápido15 Crescimento Não especificado Não especificado Lento13 Discussão dos Resultados Identificação dos meses em que ocorre a florescência. Identificação dos meses em que ocorre a frutificação. Identificação do tempo de germinação da semente. Identificação em escala do tempo de crescimento total do espécime. Conforme relatado pelo grupo não há uma sistemática para a coleta do material. Questionados sobre a quantidade o grupo Coleta de Material 16 Os estudos fenológicos foram pesquisados segundo os gêneros observados para a região nordeste, dentre as famílias atribuídas de acordo com a consulta bibliográfica com base nos nomes populares fornecidos pelos artesãos. Na literatura técnicocientífica pouco se observou sobre os gêneros utilizados pelos artesãos. As informações disponíveis quase sempre estão relacionadas a caracterizações genéricas, sem aprofundamento nas informações mais específicas sobre a florística e a estrutura da vegetação, bem como da relação com os diferentes tipos de solos e clima. No entanto, dentre as informações averiguadas destacase a fenologia das inflorescências e frutificação, imprescindíveis para a caracterização das coletas do grupo. Estudos Fenológicos No caso das palmeiras, tendo em vista a preferência do grupo pelas folhas jovens, sugere-se que o grupo separe um grupo de plantas e anote o tempo entre a abertura de uma folhagem e outra. O intervalo entre a abertura das plantas informará ao grupo o tempo de espera e a quantidade coletada que cause menor prejuízo ao desenvolvimento da planta. Sugere-se, no entanto a coleta de até 10% das folhas. Após as orientações acima é imprescindível que o grupo organize o Um calendário de coleta pode se formar a partir desta observação, indicando quais espécies estarão aptas para a coleta, e consequente produção do material; O grupo deve observar e anotar as épocas de inflorescências das plantas, incluindo a NÃO coleta dos espécimes que são arrancados por inteiro; Os resultados deste trabalho serão discutidos em partes: estudos fenológicos, coleta do material e áreas de coleta. Um quadro de orientação das atividades baseado nos resultados averiguados identifica as tomadas de decisões que o grupo pode tomar para 5 Floração Frutificação Germinação Crescimento Tabela 3 | Esclarecimento sobre os tópicos de fenologia Área de Coleta 17 As áreas de coleta visitadas pelo trabalho pode se dividir em três tipos de paisagens principais: mangue, florestal e charcos.Numa análise ambiental cabe ressaltar a importância de se adequar a atividades às leis de proteção ambiental, referindo-se especialmente ao Código Florestal Lei Nº 4.771/65. informou não haver uma referência como peso ou braçadas coletadas, assim como a periodicidade da coleta não está determinada. No senso comum do grupo as espécies possuem uma taxa alta de recomposição das folhas e das plantas inteiras. De acordo com o relato do grupo ao retirarem as folhas das palmeiras eles verificam que novas folhagens estão em recrutamento. Cabe ressaltar aqui a preferência do grupo pelas folhagens novas, de cores amareladas que ainda não abriram ramificação. As variedades de junco e o capim-sapé são arrancados por inteiro do terreno, e o mesmo senso de alta taxa de aparecimento de novos indivíduos é comentado pelo grupo. Sugere-se também a adoção de uma área experimental para cultivo das espécies, a qual deve ter um plano de manejo estruturado e licenças correlatas com os órgãos da administração pública; Sugere-se observação quanto ao armazenamento das matérias primas com vistas às menores perdas do material. Sugere-se que o grupo converse com os proprietários das terras que ignoram a atividade, estabelecendo um acordo de uso que apresente ao proprietário o comprometimento do grupo com a conservação da área; Sugere-se que as coletas tenham métrica, exemplo: braçadas, peso inteiro e peso seco; Sugere-se que as coletas sejam efetuadas durante a não floração e frutificação, para permitir os ciclos de reprodução das espécies e os serviços ecossistêmicos (polinização, alimentação, etc); esquema de coleta. 18 6 Referências Bibliográficas Alves, M. A. (2010). Cyperaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ Alves, M. A. ( 2010). Juncaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Fonte: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: //floradobrasil.jbrj.gov.br Bondar, G. O. (1983). O licurizeiro e suas potencialidades na economia brasileira. Instituto Central de Desenvolvimento Econômico da Bahia. Filgueiras, T. S. (2010). 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