catering petrolífero

Transcrição

catering petrolífero
NÚMERO DA SEMANA
30
Mil milhões de usd
É quanto foi arrecadado com as exportações de
petróleo durante o ano de 2011
Unitel premiada
A operadora de telefonia móvel Unitel venceu o prémio de
melhor participação “Expo
Angotic 2012”, que decorreu
de 17 a 20 deste mês, na Feira
Internacional de Luanda.
Segundo José Henriques, da
UNITEL, o primeiro fórum da
Feira Internacional das Tecnologias de Informação e Comunicação “Angoptic” serviu
para divulgar o objecto social
da operadora.
Movicel investe
A operadora de telefonia móvel, Movicel, investiu cerca de
100 milhões de dólares nos
serviços de quarta geração
“4G”, anunciou o chefe de
departamento de infra-estrutura, Pepino Prazer.
Este serviço vai proporcionar
vantagens como a largura de
banda, vídeo-chamadas, escritório virtual e comunicação
de dados de alta velocidade.
A aposta visa acompanhar o
dinamismo e o ritmo das novas tecnologias de informação, que o país está a registar,
disse o responsável da Movicel
Fez-se luz
Uma nova central termoeléctrica começou a funcionar,
nesta quinta-feira, na cidade
de Saurimo, Lunda-Sul. Com
capacidade de gerar 7,5 megawatts de energia eléctrica,
a nova central beneficiará
mais de cinco mil clientes.
Na cidade de Saurimo foram
instalados vários postos de
transformação de energia e
dois mil, trezentos e trinta
e três postos de iluminação
pública.
Catering petrolífero
Logística
encalha
negócio
>>P.06
conjuntura
actual
fecho
Vendas
2010/11
A nova
moda
Nota
positiva
Petróleo
>>P. 05
BUEs
>> P.08
Fitch
>>P.11
02
25 Maio 2012
Análise
Seguros
Proteger os bens
ainda não é uma
atitude comum
Falta quase tudo no sector dos seguros em Angola, apesar dos avanços,
das perspectivas animadoras e do pontecial existente. Estas são
algumas das conclusões percebidas pela KPMG Angola no estudo sobre
o sector, que o Novo Jornal tem vindo a publicar.
Ainda não existe de forma generalizada uma cultura de seguros na
população angolana, e a valorização dos princípios da protecção de
bens e pessoas ainda não é comum.
O grau de conhecimento pelos consumidores de produtos de seguros e
dos seus direitos e deveres é ainda
limitado, factor comprovado pelos
baixos níveis de participação de sinistros no Ramo Automóvel.
Outro dos factores que demonstra
esta tendência, é a reduzida penetração no mercado dos seguros de
Vida, tanto na vertente de risco como financeira. Progressivamente,
com o aumento do nível médio de
rendimento, com o fortalecimento da classe média e com a melhoria
do nível médio de vida em Angola,
é expectável que também a propensão para procurar proteger bens e
pessoas e para a poupança seja superior.
O crescimento do sector e a progressiva cobertura do território angolano, quer através da rede própria,
quer através da utilização de canais
de distribuição alternativos (mediação ou canal bancário), bem como as diversas campanhas de sensibilização em desenvolvimento
pelas Companhias, contribuirão para o reforço desta cultura de protecção e poupança.
Nível regulamentar
Do ponto de vista regulamentar
tem-se assistido a um reforço progressivo do regime jurídico e do papel da supervisão. Depois de uma
primeira fase após a liberalização
do mercado em 2001, em que a prioridade foi dada à criação e aprova-
O crescimento
do Sector
deverá implicar
uma maior
intensidade
regulamentar
e um reforço
das práticas de
supervisão.
ção do enquadramento legal em vigor, seguiu-se uma segunda fase de
evolução, com o surgimento após
2005 de novos operadores no mercado. Na terceira fase, actualmente
em curso, o principal objectivo será
de reforçar a presença no mercado
com o início das primeiras inspecções e com o reforço do seu papel
na expansão da cultura de seguros
e fundos de pensões junto do público, tornando-se numa organização
moderna, profissional, actuante e
eficiente.
O crescimento do Sector deverá implicar uma maior intensidade regulamentar e um reforço das práticas
de supervisão, promovendo a utilização de práticas e instrumentos
destinados a garantir a solidez financeira dos operadores e reforçando as estruturas e mecanismos de
governação, com especial incidência no cumprimento de princípios
de conduta de mercado e prestação de informação que lhe está associada. Num plano complementar,
prevê-se um progressivo reforço do
alinhamento com os standards internacionais e as boas práticas de
mercado. A nível nacional, destacase o protocolo com o INE bem como
as relações regulares com o Banco
Nacional de Angola e com a Comissão do Mercado de Capitais.
A participação do ISS em diversos
fóruns Internacionais, como o International Association of Insurance Supervisors (IAIS) ou o Comité
dos Órgãos Supervisores das Instituições Financeiras Não Bancárias,
vão igualmente contribuir para o
reforço regulamentar, esperandose um enfoque em temas como a
Neste primeiro estudo, procurámos
partilhar o nosso entendimento sobre
alguns dos principais desafios que
o Sector Segurador em Angola está
a enfrentar, ou irá enfrentar nos
próximos anos.
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03
A oferta disponível no mercado, está
maioritariamente ligada a produtos e
coberturas obrigatórias.
governação, gestão de risco e controlo interno, conduta de mercado e prestação de informação. Adicionalmente, num mercado em que
a cultura de efectuar seguros para
protecção de bens e pessoas, bem
como o valor da poupança, ainda é
limitada, a adopção da obrigatoriedade de alguns seguros tem sido, e
deverá continuar a ser, um importante factor de crescimento do mercado.
Actualmente, os Ramos obrigatórios são os seguintes:
- Acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais;
- Responsabilidade Civil de Aviação,
Transportes Aéreos, Infra- estruturas Aeronáuticas e Serviços Auxiliares;
- Responsabilidade Civil Automóvel.
O reenquadramento dos benefícios
tributários e fiscais bem como a regulamentação de novos segmentos
como o microsseguro ou os seguros
populares serão importantes factores para o crescimento do mercado.
Em suma, neste quadro de evolução torna-se fundamental a existência de uma actuação concertada que permita dar resposta a estas
tendências do Sector, tanto numa
perspectiva de estratégia de negócio, como operacional pelos diversos intervenientes neste mercado.
Apresentamos de seguida a nossa
visão sobre alguns dos principais
desafios que se colocam ao Sector
Segurador e de Fundos de Pensões.
Principais Desafios
A constante evolução deste Sector,
apresenta, sem dúvida, inúmeras
oportunidades de crescimento mas
também alguns desafios. Neste primeiro estudo, procurámos partilhar
o nosso entendimento sobre alguns
dos principais desafios que o Sector
Segurador em Angola está a enfrentar, ou irá enfrentar nos próximos
anos, e sobre os quais entendemos
que as Instituições devem fazer alguma reflexão, endereçando os
mesmos de forma assertiva, nomeadamente: Procuraremos concretizar
os desafios apresentados, ilustrando não apenas os principais constrangimentos e dificuldades que
as Companhias poderão encontrar,
mas também algumas iniciativas
que poderão vir a desenvolver para
os endereçar de forma adequada.
1 - Reforçar o grau de conhecimento dos clientes e desenvolver novos
produtos, canais de distribuição e
parcerias;
2 - Melhorar a eficiência das suas
operações e Cobertura dos Sistemas de Informação;
3 - Reforçar a formação e melhorar
os mecanismos de retenção de talentos;
4 - Adequar o modelo de Governo
aos novos desafios de mercado e regulamentares (Auditoria, Risco e
Compliance).
Nesta fase inicial de desenvolvimento, o mercado de seguros em Angola tem-se caracterizado em geral por
uma abordagem pouco diferenciada
por segmentos de clientes. A nível
de canais, apesar das primeiras experiências de venda através do Sector Bancário, ainda existe um predomínio da venda directa, através
dos balcões das Companhias. Também o número de mediadores a actuar no mercado é ainda reduzido,
fazendo com que este canal ainda
tenha comparativamente um peso
reduzido no total de vendas.
Relativamente a produtos, a oferta
disponível no mercado, está maioritariamente ligada a produtos e
coberturas obrigatórias, havendo
ainda uma reduzida penetração de
alguns produtos, nomeadamente
relacionados com o Ramo Vida. Relativamente à mediação, espera-se
também uma supervisão cada vez
mais eficiente com o objectivo de
reforçar a protecção dos consumidores, de incrementar a profissionalização e valorização da actividade
de mediação.
Para melhor conhecer os clientes
é fundamental o tratamento da informação já disponível nas Companhias. Adicionalmente, uma recolha sistematizada de informação de
mercado sobre o seu comportamento e perfil poderá igualmente contribuir para melhor conhecer o tipo de necessidades e preferências e,
deste modo, desenvolver uma oferta mais adequada a cada segmento
de clientes.
Desenvolvimento de novos canais
e parcerias
O desenvolvimento de novos canais
de distribuição e parcerias, principalmente na área da gestão de sinistros, é outro dos desafios para o
todo o Sector. A necessidade de garantir uma maior cobertura geográ-
fica e melhor responder às necessidades dos diversos segmentos,
justifica o desenvolvimento de novos canais de distribuição, complementarmente ao alargamento dos
canais mais utilizados actualmente
(venda directa e corretores/mediadores). O desenvolvimento de parcerias, principalmente na área de
gestão de sinistros, poderá contribuir para a diferenciação e aumento dos níveis de serviço e qualidade
percebida pelos clientes no serviço
prestado pela seguradora.
O desenvolvimento
de parcerias,
principalmente na
área de gestão de
sinistros, poderá
contribuir para
a diferenciação
e aumento dos
níveis de serviço e
qualidade.
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25 Maio 2012
Negócios
A Rede de Supermercados Nosso Super
reinaugura hoje a loja do Gamek, a primeira
de um total de 29 a serem reabertas em todo
o país
Na ZEE
Fábricas detidas pela Sonangol
ainda sem destino
A Sonangol Investimentos Industriais, Limitada (SIIND) continuará
a gerir as fábricas que construiu na
Zona Económica Especial (ZEE) Luanda/Bengo, até que o Executivo
decida o futuro a ser atribuído às
mesmas, declarou o Presidente da
Comissão Executiva deste complexo
industrial.
“No que respeita à adjudicação
das fábricas, devo dizer que a Sonangol não tem ainda qualquer
orientação do Executivo. As fábricas estão a ser geridas pela SIIND,
pois elas constituem seus activos e
investimentos e enquanto não haver orientação contrária a esta, a
Sonangol é que tem a titularidade
das fábricas e responde pela coordenação de todos estes empreendimentos industriais”, salientou
Eugénio Bravo da Rosa.
O gestor falava durante uma conferência nesta segunda-feira, 21, depois da cerimónia que assinalou a
inauguração de mais seis fábricas
da Zona Económica Especial.
“Enquanto não haver essa orientação, a Sonangol continuará a fazer
a gestão destas unidades industriais. Cabe ao Executivo definir e
decidir relativamente ao futuro a
dar a todas estas unidades industriais”, acrescentou.
No entanto, este responsável admitiu a possibilidade de intervenção
do sector privado na futura gestão
das mesmas, mediante parcerias
Quintiliano dos Santos
com o Estado.
“É intenção da Sonangol abrir a
gestão dessas fábricas a parcerias
que poderão ser privadas e para
esse caso a empresa negociará com
diversas entidades privadas a sua
entrada no capital social das diferentes fábricas, definindo uma
quota de capital, a adquirir pelas
diferentes empresas privadas interessadas e depois fazendo-se
também na mesma proporção a
repartição do capital investido”,
especificou.
Na segunda-feira entraram em funcionamento na ZEE, seis unidades
fabris, nomeadamente a Telhafal
Lda, vocacionada à produção de
telhas metálicas, com capacidade
produtiva de 2.700 metros quadrados de telhas por ano e emprega 63
trabalhadores.
A outra unidade é a Transplás,
Lda. Concebida para fabricar aces-
sórios de tubos PVC e polietileno,
cuja produção ascende as 1900
toneladas anuais, conta com 50
operários. Já a MTBT, Lda, produz
material eléctrico de média e baixa
tensão, com 20 mil unidades por
turno de trabalho de oito horas.
Por seu lado, a Inducabos, Lda, fabrica cabos e fios eléctricos de cobre e alumínio. Tem a capacidade
de cerca de 72 milhões de metros
de cabo no primeiro ano de activi-
Debilidades da indústria nacional
O ministro da Geologia e Minas e
Indústria, Joaquim David, destapou as debilidades da indústria
nacional, frisando pertencerem
ao passado, ao reconhecer que a
mesma era caracterizada por actividades exclusivamente ligadas
ao sector petrolífero e diamantífero.
“Noutros domínios havia um predomínio acentuado de unidades de
pequena dimensão, de fabrico
pouco diversificado,
voltados quase exclusivamente ao
consumo interno”, afirmou Joaquim
David.
O governante fez estas considerações
antes de inaugurar as unidades fabris
da ZEE, assinalando que na altura
havia consideráveis dificuldades de
recrutamento de mão-de-obra especializada em várias categorias profissionais, associadas ao também baixo
nível de conhecimento de gestão,
capacidade técnica e mentalidade
industrial em muitos sectores da indústria transformadora.
“Havia dificuldades na colocação dos
produtos no mercado nacional e com
custos acentuados na aquisição de
matérias-primas. Os custos de
energia eram elevados e havia
outros factores básicos da produção industrial que resulta-
vam em graves insuficiências e falta
gritante de produtos de qualidade e
de controlo para a maioria dos produtos fabricados, além de insuficiência
gritante de investimentos”, afirmou.
No entanto, com o surgimento da
Zona Económica Especial Luanda/
Bengo, o ministro deixou a entender
que houve uma viragem no parque
industrial nacional, cujos indicadores
revelam “substantivo crescimento”,
o que fica a dever-se ao empenho do
Estado e empreendedores privados.
“Os investimentos públicos ultimamente realizados em termos de
estradas e transportes, produção,
distribuição de energia e da água
potável apontam para um funcionamento mais eficiente e sustentável
da actividade industrial”, sublinhou.
H.S.
dade, passando para 163 milhões
no ano seguinte. Esta emprega 87
profissionais.
Figura também a Ninhoflex, Lda,
cuja vocação é fabricar colchões e
almofadas, com capacidade produtiva de 42 mil (unidades em espuma), 4.200 (unidades em molas),
além de 4 mil almofadas mensais.
Por fim, a Indotubos, Lda, está capacitada para produzir 5.082 toneladas de tubos por ano, dispõe de
33 trabalhadores.
Na conferência de imprensa, Eugénio Bravo da Rosa, escusou-se
a avançar o valor individual das
unidades fabris ora inauguradas,
referindo que as mesmas custaram
ao todo 78 milhões de dólares, que
somados às outras oito fábricas
que entraram em actividade no ano
passado, perfaz um volume global
de investimentos, na ordem dos
128 milhões de dólares, aplicados
pelo Executivo, por intermédio da
Sonangol e sem qualquer recurso à
financiamentos bancários. Ao todo
estão projectadas 73 fábricas.
Questionado sobre os eventuais
investimentos que a SIIND poderia realizar noutras regiões do país,
Eugénio Bravo da Rosa disse que a
este organismo ligado à companhia
petrolífera estatal compete apenas
gerir as unidades industriais transferidas pelo Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN) à Sonangol.
HORTÊNCIO SEBASTIÃO
Fábricas
funcionam
a 50%
A responsável dos Recursos
Humanos da SIIND, Eremita de
Carvalho Marques, informou
no entanto que, as 14 fábricas
que compõem até agora a Zona
Económica Especial funcionam
apenas a 50% da capacidade
instalada.
Com cerca de três mil trabalhadores que operam no complexo
industrial, repartidos em 1500
com empregos directos e dois
mil outros ligados à empresas de
apoio (segurança, empreiteiras
e logística), as fábricas encontram-se ainda em fase de impulso e sustentadas com recursos da
Sonangol.
H.S.
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Conjuntura
05
O PCA da Endiama EP, Carlos Sumbula, afirmou
que o Processo Kimberley cumpriu eficazmente
com os objectivos que estiveram na base da sua
criação, banindo os diamantes de conflito
Crescem exportações
e vendas de petróleo
As exportações de petróleo
bruto da Sonangol no ano passado
totalizaram 301 milhões, 608 mil e
585 barris, que resultaram na receita de 30 mil milhões, 375 milhões e
595 mil dólares, refere o relatório de
actividades do respectivo ano económico a que o NJ teve acesso.
O documento revela que, nesse período o preço médio por barril cifrouse em 100.71 dólares, enquanto as
vendas ao exterior do ano anterior
renderam 22 mil milhões, 714 milhões, 285 mil e 637 dólares, com
291 milhões, 518 mil e 450 barris
vendidos. Aqui o preço médio por
barril sofreu queda, situando-se em
77.90 dólares.
Segundo o relatório, as exportações
foram feitas a partir de 14 campos
petrolíferos, nomeadamente Cabinda, Nemba, Palanca, Kuito, Girassol, Xikomba, Mondo, Kissanje, Dália, Plutónio, Gimboa, Xaxi-batuque
e Paz-Flor, dos quais o que mais exportou em 2011, foi o campo Dália
com 52 milhões, 288 mil, 769 barris,
enquanto o campo Xikomba menos
exportou, com 475 mil e 615 barris.
Outros dados da exportação de
petróleo bruto no ano transacto indicam que se seguem os campos Kissanje (43,394,217 barris),
Nemba (43,037,704 barris), Hungo (37,018,688 barris) e Cabinda
(31,451,053 barris).
Enquanto isso, no ano anterior, do
campo Kissanje saíram 49 milhões,
459 mil, 167 barris, como o que
mais exportou e novamente o Xikomba com menor nível de exportação, com 1,924,470 barris.
Entre os produtos refinados da Sonangol, durante o ano passado as
exportações do país atingiram 849
milhões, 396 mil e 85 dólares, contra 530 milhões, 255 mil e oito dólares no ano anterior. Relativamente
às quantidades em 2011 cifraram-
Investimentos
crescentes
Três mil milhões, 259 milhões e 943 mil dólares foi o
volume de investimentos realizado pela Sonangol EP em
2011, segundo o relatório
das actividades e em idêntico período do ano que antecedeu esse volume situou-se
em dois mil milhões, 898 milhões e 684 mil dólares.
se em 964 mil e 52 toneladas métricas, das quais em fuel óleo alcançou
(748.16), nafta (153,999), gasolina (4,715), kerosene (1,952), jet
A1 (10,853), gás butano (35,359),
gás propano (94,050) e oil bend
(31,189).
Já em 2010, a exportação desses produtos forneceu indicadores, como 842,251 toneladas métricas repartidas entre fuel óleo com
(544,389), nafta (150,031), gasolina (6,183), jet A1(22,806), gás butano (25,191) e propano (66,174).
O relatório menciona ainda que as
vendas internas de derivados de
petróleo em 2011 totalizaram 3 milhões, 789 mil, 147 toneladas métricas, ao passo que no ano anterior
cifraram-se em 3 milhões, 637 mil e
548 toneladas métricas.
Por regiões, Luanda/Bengo foi a que
mais vendeu em 2011 (2,318,601
toneladas métricas), seguida da
região Oeste (422,956), Norte
(246,516), Sul (222,077), Nordeste (200,507), Cabinda (193,366) e
Centro Leste (185,125).
Em 2010, as vendas registaram um
volume de 2,170,609 toneladas métricas na região Luanda/Bengo,
Oeste (388,726), Norte (294,996),
Sul (265,545), Nordeste (189,633),
Centro Leste (185,600) e Cabinda
(142,440).
Nas vendas de derivados por segmentos de negócios, o relatório da companhia estatal aponta que em 2011,
resultou 3 milhões, 789 mil, 147 toneladas métricas, em segmentos de
mercado, como de retalho, consumo, aviação, marinha e lubrificantes. Comparativamente, no ano anterior essas vendas quedaram-se em 3
milhões, 637 mil, 548 toneladas métricas, representando uma variação
de 4.17 por cento, onde pontificaram
produtos derivados como o gás butano, gasolina, jet A1 e B, gás de aviação, kerosene, gasóleo, “fuel oil”,
“extra heavy”, asfalto, “cutback”, lubrificantes, entre outros.
Note-se que 328 postos de abastecimento de combustíveis estiveram em
funcionamento em 2011, enquanto
no ano anterior esta cifra situava-se
em 432, representando um decréscimo na ordem de menos 24.07 por
cento.
HORTÊNCIO SEBASTIÃO
Angola e Moçambique nas contas do Brasil
O Brasil está a afirmar-se como
“grande actor político e económico” em Angola, Moçambique e em
outros países africanos, com as suas empresas a investirem nos mesmos sectores que importantes interesses chineses ou indianos, afirma
o investigador Loro Horta.
No artigo “O abraço da anaconda:
Um Brasil em ascensão entra em
África”, publicado este mês na Latin
Business Chronicle, Horta afirma
que a crescente presença brasileira tem passado despercebida, com
o foco a incidir sobre a China e a Índia, duas outras grandes economias
emergentes.
“Um Brasil em ascensão com uma
comunidade empresarial cada vez
mais poderosa está ansioso por encontrar novos mercados para investir a sua riqueza recentemente adquirida”, afirma o investigador.
As empresas brasileiras estão a
avançar com projectos em países como o Malawi, Zimbabwe e Namíbia,
mas o principal destino deste investimento está a ser a África de língua
portuguesa, em particular Angola e
Moçambique, sublinha.
A economia moçambicana vai receber mesmo o maior investimento
brasileiro até à data no continente:
uma linha de caminho-de-ferro de
41,7 mil milhões de dólares lançada
pelo grupo mineiro Vale.
“A maior parte do investimento brasileiro deverá ir para o sector mineiro e particularmente para a extracção de carvão”, afirma.
Mas também a agricultura poderá
tornar-se noutro importante destino de investimento brasileiro, tendo sido noticiado que o governo de
Moçambique procura atrair ao país
produtores de algodão, soja ou milho disponibilizando terras.
Outro foco tem sido a produção de
biocombustíveis, a que o governo brasileiro destinou uma linha
de crédito de 97 milhões de dólares
para pequenos projectos agrícolas,
mais tarde alargada para 300 milhões de dólares.
Em Angola, o investimento brasileiro cresceu 20 vezes entre 2002 e
2008, envolvendo grandes grupos
como a Petrobras, Odebrecht, Andrade Gutierrez ou Vale.
Uma nova linha de crédito no valor
de 2 mil milhões de dólares criada
pelo governo do Brasil para Angola foi formalmente constituída em
Brasília com a assinatura formal do
documento.
Durante a sua visita a Angola, a pre-
sidente brasileira Dilma Rousseff definiu como princípios para o envolvimento em África que as empresas
brasileiras se esforcem por contratar nacionais, façam da transferência de tecnologia uma prioridade e
que lancem parcerias com parceiros
locais e respeitem a legislação.
Para Loro Horta, “não foi coincidência” estas declarações terem sido
feitas em Angola, onde foram algumas vezes feitas críticas públicas à
alegada baixa contratação de mãode-obra local pelas empresas chinesas, pelo que esta postura brasileira mostra a “crescente concorrência
com a China, outra potência emergente que tem estado a construir
uma presença impressionante em
todo o continente”.
Embora a maior presença chinesa em Angola seja inquestionável,
responsáveis da delegação brasileira “fizeram questão de notar” que
as empresas brasileiras “são o maior
empregador do país”, adianta.
06
25 Maio 2012
Entrevista
Luís Fonseca
director da Express Support Services
“A grande dificuldade é a questão da logística”
Assume-se como a empresa nacional líder do
catering às petrolíferas que operam no país
e olha para o sector mineiro como a próxima
aposta. Em conversa com o NJ, o director
da Express Support Services falou sobre os
desafios do sector.
Texto de Faustino Diogo
Fotos de Ampe rogério
O catering é um sector específico.
Como é que funciona, atendendo
à multiplicidade de nacionalidades que trabalham no sector petrolífero em Angola?
Esta actividade de catering tem
duas vertentes. Tem uma, a que
chamamos o catering industrial,
que procura responder às necessidades dos nossos clientes com
um tipo de alimentação, de acordo
com as nacionalidades, que nos é
solicitado. A outra questão muito
importante é que não existem no
país escolas profissionais no sector de catering que permitam ter
quadros nacionais que possam
responder a esta diversidade de
exigências que os nossos clientes apresentam.
Tendo em atenção esta lacuna e dentro daquilo que
consideramos o processo
de angolanização, que é
fundamental para a nossa empresa, decidimos
construir o nosso próprio centro de formação profissional na
região do Soyo, que
pensamos ser a
região futuro
do sector petroquímico
do país.
Este centro de formação só recebe
funcionários vossos?
Numa primeira fase sim. A nossa
ideia é abrir o centro a todos os empresários angolanos do sector que,
com certeza, vão utilizar, não só o
nosso centro de formação em termos de aprendizagem, mas também
estamos perfeitamente abertos a
proporcionar estágios a profissionais que não venham a trabalhar directamente com a nossa empresa.
Qual é o segredo para ganhar os
contratos nestas bases petrolíferas?
Temos usado uma vertente comercial que está ligada aquilo que é a
relação custo benefício. Uma outra
vertente que é muito importante
para os nossos clientes é o forte investimento que fazemos na higiene
e segurança, com a criação de um
único departamento.
Eventualmente, somos das contratadas do sector petrolífero que menos
acidentes tem tido no desenvolvimento da sua actividade. A questão
da higiene e segurança é fundamental para os nossos clientes.
Os nossos clientes valorizam também a aquisição de produtos no
mercado nacional. Essa questão é
estratégica para aquilo que tem sido
o nosso trabalho. Temos feito um
esforço muito grande e vamos continuar a fazer, reduzindo drasticamente as nossas importações.
Como é que se abastece para
poder manter um serviço de
catering activo?
Essa é a parte mais difícil
de todo este projecto. Na
nossa actividade económica a grande dificuldade é a questão
da logística, sobretudo do abastecimento.
Sabemos os constrangimentos que temos,
25 Maio 2012
07
“A concorrência para um sector tão técnico como
o nosso só é possível com know how, e isso nós
temos”.
sobretudo ao nível do transporte
internacional, razão pela qual temos que ter stocks com bastante
antecedência. Para reduzir estes
constrangimentos, criámos na região do Soyo estufas de produção
própria. Estamos a colaborar com
o Ministério da Agricultura e com
os agricultores para a aquisição de
produtos de produção local.
Esta questão da logística permitenos do ponto de vista estratégico
fornecer aos nossos clientes produtos com qualidade e de acordo
com as suas necessidades. Neste
momento, estamos em condições
de, em qualquer parte do país, responder às necessidades dos nossos
clientes e não só.
Quantas bases logísticas têm no
país?
Neste momento, temos bases nas
províncias do Bengo, Cabinda, Luanda, Benguela e Zaire
Em termos de produtos, como carne e peixe, como é que funciona?
As proteínas são o calcanhar de
Aquiles do país. A questão não se
coloca no fornecimento casual devido às grandes quantidades que
utilizamos. Estamos a tentar trabalhar com o Namibe na busca de um
operador consistente que nos possa
garantir determinada regularidade.
Penso que, no futuro, poderemos estabelecer protocolos com os centros
logísticos em construção no país.
Infelizmente, nesta questão das
proteínas recorremos ainda ao mercado externo.
E tem sido fácil importar?
Relativamente à importação penso
que as coisas estão bastante melhore. Já tivemos alguns problemas no
passado, felizmente, com os novos
processos e reorganização do comércio tudo tem corrido bastante
bem. Contudo, penso que seria de
olhar para este sector com outros
olhos porque é um dos grandes défices que temos neste momento.
O sector petrolífero exige grandes
investimentos. Como prestador de
serviços quanto é que investiram
neste projecto?
Não diria que os investimentos são
avultados. Agora, o que eu diria é
que a dependência do sector das
proteínas, e sobretudo as linhas de
transporte para as nossas águas,
obrigam de alguma maneira a uma
stocagem que é superior a outros
mercados, exigindo assim mais investimentos em termos de mobili-
zados. É esta questão que exige um
maior investimento à nossa empresa.
Esses riscos afectam o retorno nos
investimentos que vão fazendo?
Consegue-se ter margens. Obviamente há aqui uma questão que tem
muito a ver com a nacionalidade das
pessoas, tem muito a ver com aquilo
que é a particularidade dos serviços
prestados.
De qualquer maneira, esta actividade de catering não deixa de ser um
gigantesco restaurante. Com isso
quero dizer que os menus que são
negociados com os clientes é que
definem as margens que poderemos
ter ou não ter. As margens poderão
ser maiores ou menores, dependendo da organização da empresa, sobretudo da logística, é aqui onde se
ganha ou perde nesta actividade.
Como é discutida a ementa, o
cliente tem a liberdade de escolher o que quer?
O cliente define a ementa com três
meses de antecedência. Provocamos uma rotatividade dos menus
para não haver um certo cansaço.
Esse menu é provado pelo cliente e
tem um custo. É na base deste menu
negociado que fazemos as importações necessárias, tendo em consideração o mercado local.
Têm recebido pedidos específicos?
Não. Quer os nacionais, quer os estrangeiros que operam nas bases
petrolíferas, de certa forma, conhecem as contingências do mercado.
Quando estamos num local de trabalho tão ermo como o offshore ou
dentro das bases, digamos, que um
dos grandes prazeres que temos é
Apostar na certificação
Para além do catering, a Express Support Services
desenvolve outra actividade?
A nossa actividade, em termos gerais, é a assistência
à base vida. Fazemos a gestão do campo, serviços de
alimentação, que chamamos em termos técnicos catering. Fazemos também a parte ligada à limpeza dos
escritórios e acomodações, toda a parte ligada à lavandaria e em alguns casos a manutenção ligeira.
Em 2005, começámos a expandir-nos para o sul do
país, para outros operadores diferentes do inicial, os
petrolíferos, o que provocou a nossa expansão da província de Cabinda para a do Zaire, na cidade do Soyo.
Somos uma empresa de direito angolano, constituída
em 2004, e tivemos como primeiro contrato a gestão
da base da Chevron na província de Cabinda. Esse contrato deu-nos uma experiência profissional e alargámos o nosso trabalho para o offshore.
Quantos trabalhadores têm?
Neste momento em que terminou o projecto do Angola
LNG, andamos a volta dos 2400 trabalhadores por todo
o país, incluindo o offshore angolano.
No entanto, temos desenvolvido um trabalho social
junto das comunidades nas localidades em que operamos, dando emprego às mulheres, apoiando as
crianças para um desenvolvimento integrado destas
comunidades.
realmente a qualidade da comida.
Portanto, é fundamental satisfazer
o cliente. Isso significa, não só fazer
a comida de acordo com o sabor que
a pessoa gosta, mas ter em consideração os aspectos todos da higiene
e segurança alimentar e isso só se
consegue através da formação profissional contínua, do desenvolvimento dos quadros.
Com a experiência adquirida já
começa a olhar para o catering
noutros sectores?
Os nossos alvos são os sectores com
grande volume e, sobretudo, sectores com dificuldades em termos de
acessos, aquilo que chamamos zonas isoladas, e dentro destes alvos
podemos constituir uma panóplia
de investimentos.
O sector extrativo, como os diamantes, o ferro e outros, vão criar uma
grande demanda fora da costa e a
nossa filosofia é apostar em áreas
que movimentam um grande volume de pessoas.
Sente que o mercado já é concorrencial?
A concorrência para um sector tão
técnico como o nosso só é possível
com know how, e isso nós temos.
Experiência e crescimento sustentado.
A questão da higiene e segurança,
apoio às populações, responsabilidade no desenvolvimento integrado
e colaboração com a produção local
são factores determinantes para o
sucesso destas empresas. E as empresas que queiram trabalhar neste
sector terão que ter estas questões
em atenção.
08
25 Maio 2012
Actual
A China comprou a Portugal, entre Janeiro e Março
deste ano, produtos no valor de 374 milhões de
dólares, mais 73,8% que nos primeiros três meses
de 2011
Abertura do BUE
Mais oportunidades de negócio
Para simplificar o processo de
constituição e licenciamento de
empresas, a regularização da actividade dos que se encontram no mercado informal e de actos anexos, o
Executivo, através da Ministério da
Justiça, abriu nesta segunda-feira,
21, em Cacuaco e Viana, o Balcão
Único do Empreendedor, denominado abreviadamente por BUE.
A ministra da Justiça assegurou
que o BUE é a concretização de um
projecto do
Governo que consiste em dar mais
apoios e oportunidades aos cidadãos e jovens para realizarem os
seus pequenos negócios.
“Aqueles jovens que têm as suas
pequenas actividades, como uma
oficina de serralharia, o pintor ou
canalizador e outras pessoas individuais terão a possibilidade de serem legalizados no mercado formal
com um número de contribuinte
e registo na Segurança Social. Os
seus direitos serão devidamente
protegidos e, acima de tudo, beneficiarão de um financiamento
dentro de programas como o «Meu
Negócio, Minha Vida» ou «Angola
Investe», este último destinado
às micro, pequenas e médias empresas”, frisou Guilhermina Prata,
acrescentando que, para além de
combater a pobreza e materializar
o empreendedorismo, a instituição
congrega ainda vários intervenientes para o processo de licenciamento da actividade económica.
Os empreendedores individuais
poderão fazer um crédito até 7 mil
dólares no banco BCI.
E as médias e pequenas empresas
poderão atingir cerca de 200 mil,
segundo o programa.
O BUE é um projecto de âmbito
nacional e conta com as áreas da
Direcção de Impostos, Instituto
de Estatística, Ficheiro Central de
Denominação Social, Instituto de
Segurança Social, Direcção do Comércio e do Instituto dos Serviços
de Veterinária.
Por seu turno, a administradora
municipal, Rosa Janota dos Santos, garantiu que o projecto é uma
mais valia que vem responder aos
constantes gritos dos cidadãos em
assegurarem os seus pequenos negócios.
“Queremos assegurar aos nossos
jovens que fazem as formações nos
centros do município. Agruparemos
alguns para a criação de pequenas e
médias empresas, trabalhando com
os outros que as desejem criar”, referiu, acrescentando que o objectivo é criar e regularizar os pequenos
empregos que ajudarão a reduzir a
demanda do emprego”, culminou.
A partir desta semana o trabalho de
registo para os cidadãos que ainda
não possuem o bilhete de identidade será a prioridade, conforme
assegurou a ministra.
Testemunhou o acto de abertura do
Balcão Único do Empreendedor, o
governador da província de Luanda, Bento Bento.
Fernando Guelengue
Cacuaco é zona de risco
na falsificação
Durante a ronda que efectuou às instalações do Balcão
de Emprendedorismo de Cacuaco, Guilhermina Prata reconheceu que existem nos arquivos
do seu pelouro dados volumosos da existência de falsificação
de documentos no município.
“O Cacuaco é uma zona de risco
em termos de falsificação, pois
os amigos do alheio acorrem a
este município com documentos falsos, mas graças a Deus
eles são apanhados”, frisou,
assegurando que tem tomado
todas as medidas necessárias,
como a participação à polícia,
para acabar com o fenómeno. F.G.
Feira de Benguela distingue
empresas participantes
A II edição da Feira Internacional de Benguela (FIB) distinguiu
entre outras as empresas Unitel,
Sonangol e Ensa com o prémio de
melhor participação no certame
que decorreu entre 16 e 20 do mês
em curso, naquela cidade.
A organização do evento justifica a atribuição dos prémios com o
incentivar da participação “activa
e dinâmica” das empresas na FIB,
sobretudo nas respectivas áreas de
negócios.
No ramo da indústria, construção
civil e obras públicas, o prémio coube à empresa Angolaca, enquanto
no domínio da agricultura, pecuária e pescas, a empresa Clusa/Próagro. O título de melhor participação
no sector do comércio, máquinas e
equipamentos pertenceu a empresa
Angolauto/Angomotors.
No sector de serviços, o prémio foi
entregue à Empresa de Águas e Saneamento de Benguela (EASBL) e a
melhor participação internacional,
à empresa Electricidade e Automação Industrial (ESTPOR).
A Feira Internacional de Benguela
foi, de acordo com os organizadores, um verdadeiro sucesso, com o
registo de 30 mil visitantes.
Para Manuel Novais, Director da
Eventos Arena, “a FIB 2012 excedeu todas as expectativas, não só
em termos do número de empresas
participantes, mas como de visitantes que passaram pelo Estádio
Nacional de Ombaka, local que acolheu o evento”.
“Recebemos o dobro do que esperávamos, o que veio acentuar o ambiente de festa que se viveu durante
aqueles dias”, observou.
Considerada uma das maiores feiras
multi-sectoriais do país, a FIB contou com a presença de 226 expositores que tiveram a oportunidade
de dar a conhecer a sua actividade,
serviços, e de reforçar as redes de
contactos e parcerias.
Para os empresários que se deslocaram a Benguela, esta foi uma excelente plataforma para a promoção
dos seus negócios e, consequentemente, para o desenvolvimento
económico da região, explica o promotor.
“Criámos esta feira com o objectivo
de destacar as potencialidades económicas e industriais das regiões
de Benguela e Lobito, assim como
das áreas envolventes e seus circuitos comerciais, pois essa é a melhor
forma de atrair investimentos nacionais e internacionais capazes de
apoiar o desenvolvimento da região
e contribuir para o seu crescimento.
É com muita satisfação que vemos
esse propósito novamente cumprido.”, afirmou Manuel Novais.
25 Maio 2012
Opinião
09
O BNA procedeu esta semana na cidade do Waku
Kungo, província do Kwanza Sul, ao lançamento
do programa financeiro “Bankita”, para
incentivar os cidadãos a aderirem ao processo
Crescimento concentra-se
cada vez mais nos mercados
emergentes
Cada vez mais executivos internacionais acreditam que o crescimento das suas empresas dependem das economias emergentes de países
como Angola. Contudo, um número significativo
assume, com preocupação, não ter uma estratégia ou as capacidades operacionais necessárias
para tirar partido de oportunidades nos mercados-alvo de grande crescimento.
Estas conclusões constam do relatório da Accenture “Fast Forward to Growth: Seizing opportunities in high-growth markets”, que também revela
que 73% dos inquiridos acredita que, para obter
quota de mercado suficiente nos mercados emergentes, deve acelerar os seus esforços, caso contrário, pode ser demasiado tarde para o fazer.
Este documento indica ainda que 57% dos líderes mundiais auscultados acreditam que a sua
empresa terá de “reavaliar” ou “repensar profundamente” as abordagens e as capacidades de
que necessitam para competir nestes mercados.
Os dados não revelam diferenças significativas
entre empresas de mercados maduros e de mercados emergentes quanto ao grau de preparação
para obter quota de mercado nestas geografias.
O relatório analisa a diversidade de taxas de crescimento dos rendimentos familiares em determinadas economias e sugere que existem oportunidades significativas em mercados que são muitas
vezes pouco compreendidas pelas empresas multinacionais. De forma a potenciar estas oportunidades, o relatório recomenda como prioridade
máxima o investimento no acompanhamento e
previsão de alterações rápidas no poder de compra e das tendências de consumo de mercados
emergentes, assim como da concorrência nestas
geografias.
“Há uma tendência das empresas em hesitar
quando definem as prioridades dos seus investimentos em novos mercados, preferindo muitas
vezes poupar ou abandonar alguns locais até que
o ambiente económico global se torne mais claro”, refere Mark Spelman, Responsável global da
Accenture pela área de Estratégia, acrescentando: “Muitas organizações estão a manter reservas
de dinheiro avultadas que podem ser usadas para
expandirem o seu negócio, e na nossa pesquisa
identificámos países com mercados de consumo de elevado crescimento e que podem vir a
representar oportunidades significativas. Ainda
assim, as empresas continuam a ter dúvidas, e
essa hesitação pode ser um dos grandes riscos do
ambiente competitivo de hoje. O primeiro passo é
conhecer melhor novos mercados”.
RECESSÃO ACELEROU COMÉRCIO
NOS MERCADOS EMERGENTES
Para além dos resultados apresentados, o estudo
contém ainda uma pesquisa que indica que, se
a tendência actual continuar, o valor das trocas
comerciais entre as economias emergentes (E2E)
irá superar pela primeira vez, até ao final de 2013,
o valor deste indicador entre os mercados desenvolvidos (D2D). Até há pouco tempo, as trocas
D2D dominaram o volume global de trocas e até
ao ano 2000, as trocas E2E eram a componente
mais pequena dos fluxos de mercado global. De
acordo com a Accenture, a mudança tem sido
acelerada pela recessão económica.
“À medida que o volume de trocas comerciais
se transfere para os mercados de grande crescimento, também as empresas se devem posicionar
nestes mercados sob pena de não capitalizar esta
tendência”, afirma Mark Spelman. “Mas o cenário dos mercados de consumo de elevado crescimento está a mudar rapidamente e as empresas
devem olhar para além das opções óbvias, como
os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), quando
desenvolvem os seus planos de crescimento. A
diversidade de taxas de crescimento entre as
diferentes geografias significa que as empresas
devem analisar uma série mais alargada de oportunidades e tornarem-se mais específicas na sua
segmentação do mercado”.
DESCOBRIR NOVOS SEGMENTOS DE MERCADO
O relatório da Accenture demonstra como as empresas terão de olhar para além dos segmentos de
mercado convencionais para conquistar novos
grupos de consumidores. Um dos métodos passa
por desenvolver segmentos comuns aos vários
países com necessidades e preferências similares. Por exemplo, uma empresa multinacional
teve sucesso ao identificar as necessidades dos
consumidores masculinos em áreas com escasso
acesso a água e desenvolveu produtos de higiene
pessoal especificamente para este grupo de consumidores, que replicou em vários mercados.
De acordo com a Accenture, outro método consiste no desenvolvimento de planos de negócio baseados no potencial que pode ser encontrado em
cidades ou regiões, em vez de países. Por exemplo, uma empresa chinesa de bebidas assegurou
uma vantagem de mercado ao definir como alvo
600 cidades mais pequenas, em vez de entrar
em cidades maiores onde a concorrência é mais
agressiva. Ao utilizar os canais de distribuição local tradicionais nestas cidades mais pequenas, a
empresa beneficiou de uma taxa de crescimento
anual composta de mais de 100% desde 2005.
“Há uma tendência das
empresas em hesitar
quando definem as
prioridades dos seus
investimentos em novos
mercados, preferindo
muitas vezes poupar
ou abandonar alguns
locais até que o ambiente
económico se torne mais
claro”
Christine Lagarde,
directora do FMI
ANGOLA
FMI prevê
crescimento de 8%
O Fundo Monetário Internacional
(FMI) previu um crescimento de 8% da
economia angolana para este ano, graças ao aumento da procura petrolífera e
aos programas de investimento público.
“O ritmo de actividade económica deverá aumentar em 2012, com a produção
petrolífera a recuperar. O crescimento
previsto deverá acelerar para os 8%. A
actividade económica em diversos sectores beneficia do aumento dos programas
do investimento público”, refere em comunicado Mauro Mecagni, líder da delegação do FMI que esteve em Angola entre
2 de Maio e 17 de Maio.
Esta foi a primeira missão do FMI ao país
desde que terminou, em finais de Março,
o acordo de “stand by” com Angola, ao
abrigo do qual o fundo concedeu ao país
um financiamento de 1,4 mil milhões de
dólares.
A missão do FMI considerou, no comunicado, que o programa de “stand by” com
Angola alcançou os principais objectivos,
sobretudo no que toca ao equilíbrio das
contas públicas e ao pagamento das dívidas do Estado.
“Três anos após a queda abrupta dos preços do petróleo, que afectou a economia
com severidade, Angola conseguiu melhorar a sua posição fiscal, um nível mais
confortável de reservas cambiais, uma
taxa de câmbio estável e uma inflação
mais baixa. As dívidas estatais domésticas foram pagas e foram feitos progressos significativos quanto à melhoria da
transparência e responsabilidade orçamental”, refere ainda o comunicado do
fundo.
O FMI alerta ainda que, no futuro próximo, cabe às autoridades de Luanda
preparar a economia do país para os possíveis efeitos de contágio da crise de dívida que afecta as economias dos países
desenvolvidos.
“Várias economias desenvolvidas estão
a passar por uma fase de crescimento
mais reduzido devido à consolidação orçamental e à redução do endividamento
bancário. Estes desenvolvimentos podem afectar indirectamente Angola devido à menor procura pelas exportações e
ao aumento da aversão dos investidores
ao risco”, diz o fundo.
“Neste contexto, as autoridades angolanas reconhecem a necessidade de
equilibrar um aumento progressivo, mas
sensato, do investimento público face à
aconselhável acumulação de novas reservas cambiais e orçamentais”, acrescenta.
“O ritmo de
actividade
económica deverá
aumentar em 2012,
com a produção
petrolífera a
recuperar. O
crescimento previsto
deverá acelerar para
os 8%.
10
25 Maio 2012
Mercados
Dados cedidos pelo
ACTIVIDADE ECONÓMICA
Comparação dos Títulos de Dívida Pública em relação à Alemanha
Fitch corta o rating do Japão para A+(
A agência de notação, Fitch pectiva negativa sugere assim
baixou, nesta Terça-feira dia a possibilidade de se seguirem
22, o ‘rating’ da dívida de lon- novos cortes. Este corte reflecgo prazo do Japão em dois ní- te os riscos crescentes quanto
veis, de AA para A+, com uma ao perfil da dívida pública do
perspectiva negativa. A pers- Japão. A agência argumenta
PAÍS
que o país não está a tomar
nenhuma medida de consolidação fiscal, em comparação
com os outros países desenvolvidos com alto nível de endividamento público. A agência
afirmou ainda que a dívida do
país deve atingir 239% do PIB
no final 2012, passando assim
a ser o nível mais elevado entre
os países que a Fitch acompanha.
Vendas de casas usadas nos EUA disparam para máximo de dois anos
As vendas de casas usadas
nos EUA subiram em Abril
pela primeira vez em três meses, dando sinais de uma estabilização do sector imobiliário. De acordo com os dados
da Associação Nacional de
Corretores Imobiliários, divulgados na Terça-feira dia
22, as vendas de imóveis usados cresceram 3,4%, para um
valor anual de 4,62 milhões
de unidades no mês passado, atingindo o nível mais
alto desde Maio de 2010. Em
2011, foram vendidas 4,26
milhões de casas de segunda
mão nos EUA, acima do valor
de 4,19 milhões de unidades
em 2010. A mediana das previsões dos 73 economistas
consultados pela Bloomberg
News, que situava-se no intervalo de 4,47 a 4,8 milhões
de unidades, era de um aumento de 2,9% para o valor
de 4,61 milhões. Por outro
lado, o aumento do emprego,
os preços baixos das casas assim como os níveis de taxas
de hipoteca mais baixos de
sempre, podem trazer mais
propriedades ao alcance dos
compradores; acrescentando
assim mais um sinal de boa
saúde da maior economia do
teorologia daquele país) e
com a queda das vendas dos
combustíveis. As vendas, incluindo os combustíveis para
automóveis, caíram 2,3%,
pior que as estimativas dos
Serviços Nacionais de Estatística, que previam um recuo
TBC- 63 dias
TBC- 182 dias
EURIBOR 1 M
EURIBOR 6 M
EURIBOR 12 M
LIBOR 1 M
LIBOR 6 M
LIBOR 12 M
Fonte: Bloomberg
mundo. Ao mesmo tempo, todos os esforços para reduzir
as execuções de hipotecas e
aumentar o acesso ao financiamento estão apenas a dar
frutos, sinalizando que uma
recuperação “W-Shape” e
sustentada da habitação vai
levar tempo para se desenvolver.
de 2% e aquém da mediana
de 24 analistas entrevistados pela agência de notícias
Bloomberg News que previa
uma queda de apenas 0,8%.
A queda das vendas foi conduzida pela queda dos vestuários e calçados em 5,2%
e alimentos nos 0,6%. O consumo tem sido cortado com
a superação da inflação em
relação aos rendimentos das
famílias e com o desemprego
(8,20%) a manter-se no nível
mais alto dos últimos dezasseis anos.
EMPRESAS
termos homólogos, para £11,5
mil milhões (cerca de $10 mil
milhões) depois da venda da
sua participação na francesa
SFR. A sua “joint venture”, Verizon Wireless, com o concor-
rente americano Verizon Communications Inc., representa
cerca de 42% do valor total.
de serviços de energia e química (E & C), ao grupo francês do
ramo petrolífero Technip por
$300 milhões.
Shaw Group vende a sua actividade E&C por $300 milhões
A empresa de engenharia americana deu mais um passo para
estreitar o seu foco de actividade, com a venda da sua divisão
Facebook: quando uma das maiores IPO da historia sofre de sobreavaliação
As acções da empresa baixaram 11% no segundo dia de
negociação no seguimento
do IPO, deixando alguns in-
vestidores com um prejuízo
de 25%, em relação ao ponto
mais alto atingindo na última
sexta-feira.
mercados
Alemanha vende dívida soberana a dois anos a taxa recorde de 0,07%
As obrigações governamentais da Alemanha, a maior
economia europeia, que
têm sido consideradas como
o investimento mais seguro
e, de referência, por muitas
economias do mundo, viu
as suas yields a caírem para
o nível mais baixo recorde.
O Tesouro alemão realizou,
na Quarta-feira dia 23,
um leilão de títulos a dois
anos, onde previa adquirir
um financiamento máximo
de €5 mil milhões (cerca de $6,33 mil milhões),
de acordo com o relatório
da instituição, porém, foi
1,2545
Nível mais baixo atingido na quarta-feira,
pelo par EUR/USD, desde Julho de 2010,
segundo a agência de notícias Bloomberg.
Var. Sem.
Spread (Bp)
1,381
1,714
11,819
7,13
5,639
28,45
6,162
3,218
2,728
1,768
0,862
33,30
1043,80
574,90
425,80
2706,90
478,10
183,70
134,70
38,70
-51,90
3,10
19,30
14,50
17,40
39,40
21,80
8,80
4,20
-1,30
9,40
71,42
28,40
1214,77
709,36
488,64
N.A
526,35
269,15
211,90
97,50
-22,40
MOEDA
AKZ
AKZ
EUR
EUR
EUR
USD
USD
USD
21-Mai-12
4,78
3,91
0,393
0,969
1,264
0,240
0,736
1,069
Var. Sm. Bp
-75
-189
0
-1
-1
0
1
1
Var. Ac. Bp
-231
-289
-72
-69
-72
-5
-7
-5
Var. Sem.
0,00%
-1,87%
-2,96%
-0,50%
-1,89%
1,25%
2,29%
0,03%
Var. Acum.
-0,19%
-2,08%
-3,05%
-2,05%
1,20%
2,85%
11,14%
0,46%
Taxas de CÂMBIO SPOT
21-Mai-12
Cotação
USD/AKZ
EUR/AKZ
ZAR/AKZ
EUR/USD
GBP/USD
USD/ZAR
USD/BRL
USD/CNY
95,339
121,057
11,425
1,2782
1,5803
8,2682
2,0419
6,323
Mercados Accionistas
Índice
DOW JONES
S & P 500
NASDAQ
FTSE 100
BOVESPA
PSI 20
Nikkei 225
21-Mai-12
12.504,48
1.315,99
2.847,21
5.304,48
56.590,24
4.742,05
8.729,29
Var.Sem.
-1,50%
-1,67%
-1,91%
-2,95%
-1,65%
-6,63%
-1,93%
Var.Acum.
0,38%
3,05%
7,49%
-6,94%
-4,09%
-16,82%
3,24%
Commodities Vodafone regista uma queda de 2,4% no seu lucro
O lucro líquido da empresa europeia de telefonia móvel recuou 2,4% no ano passado, em
Spread (Bp)
Taxas de JURO
Vendas a retalho na Inglaterra caem 2,3%
As vendas a retalho no Reino Unido caíram de Março a
Abril, para o nível mais baixo de dois anos, dificultadas
pelo clima (que registou no
mês de Abril o seu nível recorde, desde o ano 1910,
segundo o Instituto de Me-
Alemanha
E.U.A.
Portugal
Irlanda
Itália
Grécia
Espanha
Bélgica
França
Reino Unido
Japão
CDS 5 anos
10 anos
Yelds
vendido €4,56 mil milhões
da dívida soberana, a uma
taxa média de 0,07%.
As apostas dos investidores
para os títulos a dois anos
ascendiam os €7,74 mil milhões, considerados como
os mais seguros. Por outro
lado, os títulos a cinco e
trinta anos também caíram
para o nível recorde, com a
especulação que o encontro
marcado na Quarta-feira
dia 23 dos líderes da União
Europeia, não chegariam
a uma medida para conter
a crise de dívida na Zona
Euro.
$12,5 mil milhões
Valor que a google paga pela aquisição da
Motorola Mobility.
Matérias primas
Brent
Crud oil (Angola)
Gas Natural
Ouro Spot
Platina
21-Mai-12
111,10
109,85
2,21
1.591,69
1.460,25
Var. Sem.
-0,45%
-0,80%
10,50%
1,95%
1,25%
Var.Acum.
2,55%
-1,57%
-18,75%
1,68%
4,75%
petróleo baixa com inspectores no Irão
O preço “spot” do crude baixou
1% depois do Irão ter permitido a entrada de inspectores
nucleares internacionais. A
entrada dos mesmos levanta
a dúvida se o conflito em torno o seu programa de energia
nuclear poderá eventualmente
interromper o abastecimento a
partir do Médio Oriente. Yukiya
Amano, Secretário-geral da
Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), afirmou
hoje em Viena (Áustria), após
o seu regresso de Tierão, que
o acordo foi estabelecido na
passada Segunda-Feira, e prevê a assinatura do mesmo para
breve. É a primeira vez desde
2007 que o Irão aceita colaborar com a AIEA e permite a visita de inspectores aquele país,
sublinhando sempre que o seu
programa nuclear resume-se
simplesmente a fins pacíficos.
O petróleo para ser entregue
em Junho baixou cerca de 31
cêntimos, 0.3%, para $92.26,
no New York Mercantile Exchange (NYMEX). A entrega para Julho desceu 0.30 para $92.56.
€9 mil milhões
Valor do aumento de capital, que a Espanha
realizará no quarto maior banco para cumprir
com as regras de fundos própios (Basileia).
25 Maio 2012
Fecho
11
O Ministério dos Transportes
inaugura domingo , a ponte cais
do Porto de Cabinda
Dívida soberana
de Angola em alta
A agência de notação de risco Fitch
Ratings reviu em alta a perspectiva
(“outlook”) da dívida soberana de
Angola, passando de estável para
positiva, apresentando como justificação políticas monetária e fiscal
mais prudentes.
“A revisão da perspectiva de Angola para positiva reflecte as políticas
económicas prudentes do Governo
que ajudaram a repor e a fortalecer
as contas públicas, o que faz com
que o país fique menos vulnerável
a uma quebra nos preços do petróleo”, pode ler-se no comunicado divulgado pela Fitch.
Dizendo ser necessária a introdução de melhorias nos domínios da
regulação, governação e respeito pela lei, a agência adianta que a
inflação mantém-se teimosamente
elevada devido aos elevados custos
com transportes e elevada percentagem dos produtos que têm de ser
importados.
A notação de risco da dívida soberana de Angola atribuída pela Fitch Ratings encontra-se três níveis
abaixo da classificação com qualidade para investimento.
Huíla ganha
complexo
agro-industrial
O primeiro complexo agro-industrial de secagem e armazenamento de milho da província da
Huíla foi esta semana inaugurado
em Matala pelo ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e
das Pescas, Afonso Pedro Canga.
Adjudicado à Incatema Consulting, empresa espanhola de consultoria e engenharia, o complexo, que custou 8,3 milhões de
dólares, comporta um secadouro
de milho e três silos para armazenagem de milho com capacidade
total de 12 mil toneladas.
O complexo dispõe ainda de uma
zona de recepção do grão e um silo de carga sobre transporte, escritórios e laboratório de controlo de qualidade.
O projecto inclui o fornecimento de uma debulhadora, um armazém de 450 metros quadrados,
transporte mecanizado, báscu-
la de pesagem, central de água e
electricidade.
De acordo com um comunicado da Incatema Consulting, ainda este mês devem ser inaugurados o complexo agro-industrial
de desidratação de banana, assim
como de processamento e embalagem de polpa de tomate em Caxito, orçado em 24 milhões de dólares, e o projecto de irrigação no
perímetro do Mucoso, município
do Dondo, província do Kwanza
Norte, orçado em mais de 20 milhões de euros.
O município da Matala, situado
a 120 quilómetros a leste do Lubango, ostenta o segundo maior
parque industrial da província da
Huíla, sendo igualmente um importante pólo de desenvolvimento agrícola, suportado por um
canal de irrigação de 42 quilómetros.
Deutsche Bank, quer nova moeda para Grécia
O Deutsche Bank, maior banco privado alemão, propôs esta semana a introdução de uma moeda
paralela ao euro na Grécia, caso os
adversários das medidas de austeridade ganhem as eleições legislativas de 17 de Junho.
A medida garantiria a continuação
dos apoios financeiros internacionais, para que a Grécia possa pagar
as suas dívidas, afirma-se num estudo dos economistas do Deutsche
Bank, publicado terça-feira.
“A Grécia poderia assim desvalori-
zar a sua própria moeda, sem sair
formalmente do euro”, explicam
os mesmos especialistas, que sugerem também o nome de geuro para
a moeda paralela grega.
A nova unidade monetária consistiria em títulos da dívida pública
emitidos pelo Estado helénico, que
poderiam ser vendidos nos mercados de capitais.
Inicialmente, o geuro sofreria uma
forte desvalorização em relação ao
euro, mas de acordo com o estudo
do Deutsche Bank o governo gre-
go teria a possibilidade de reforçar
a nova moeda, através de uma sólida política orçamental.
A par da introdução de novas reformas estruturais, a referida política
facultaria o regresso em pleno ao
euro, explicam os economistas alemães.
Uma renúncia total da Grécia ao
euro é considerada “improvável”
no mesmo estudo, porque a maioria dos gregos deseja continuar na
moeda única, referem ainda os autores do estudo.
O Deutsche Bank considera ainda “pouco provável” que a troika
(FMI, UE e o BCE) suspenda totalmente as ajudas à Grécia, em caso
de victória das forças políticas que
querem renegociar o memorando
assinado por Atenas nas legislativas de Junho.
O pagamento de novas prestações
do pacote de ajudas de 130 mil milhões de euros, aprovado em Março, seria anulado, mas o serviço da
dívida grega deveria continuar a
ser assegurado pelos parceiros in-
ternacionais, para que os bancos
gregos pudessem ser apoiados por
um bad bank europeu, onde seriam
depositados os chamados títulos
tóxicos, prevê o banco alemão.
A proposta de introdução de uma
moeda paralela ao euro na Grécia
já foi avançada anteriormente por
outros economistas, mas voltou a
ganhar actualidade, face à instabilidade política que se gerou após as
legislativas de 6 de Maio, que não
permitiram formar novo Governo
em Atenas.