Guia Geral do Comitê de Imprensa

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Guia Geral do Comitê de Imprensa
Guia Geral do Comitê de Imprensa
SIMULAÇÃO PARA O ENSINO MÉDIO – X EDIÇÃO
SiEM - Edição X
SUMÁRIO
OS DIRETORES __________________________________________________________________ 3
A IMPRENSA SIEM _______________________________________________________________ 5
IMPRENSA NA HISTÓRIA __________________________________________________________ 6
OS JORNALISTAS E A CERIMÔNIA DE ABERTURA ________________________________________ 7
OS JORNAIS DIÁRIOS _____________________________________________________________ 8
O REPÓRTER DE MÍDIAS DIGITAIS __________________________________________________ 20
ALÉM DOS JORNAIS _____________________________________________________________ 22
REGRAS DE PROCEDIMENTO ______________________________________________________ 23
BIBLIOGRAFIA __________________________________________________________________ 24
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“Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante
a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta
dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da
notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que
são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia
persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada
notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não
torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte. ”
(MARQUEZ, Gabriel Garcia)
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OS DIRETORES
Camila Carvalho Moura
Camila tem tantos amores que não consegue escolher um só, mas, geralmente, coisas que começam
com “C” são do coração (Cinema, câmera, cozinha, chá, cerveja, café, chocolate, Costard, etc.). Estuda Rádio,
TV e Internet e gosta de gravar e escrever coisas aleatórias da vida. É fissurada pela modelândia desde o
primeiro ano do E.M e ama tanto a SiEM que vai ter praticamente a mesma função pelo terceiro ano
consecutivo. Ama conhecer pessoas e é meio mamãe urso de vez em quando. Tenta dar uma de engraçada,
mas falha terrivelmente. Tem paixão por astrologia, militância e ainda está tentando entender como pessoas
podem achar feminismo “mimimi’.
Silvia Noffs Motta
Silvia acaba de se formar no Ensino Médio, e apesar de alguns meses de indecisão, decidiu entrar
para o curso de Artes do Corpo, na PUC, área que sempre a fascinou, principalmente na parte de dança. Além
dessa paixão, tem o hábito de ler ficções científicas e o sonho de viajar por todo o Brasil. Foi encantada pelo
mundo das simulações com sua participação na SiEM em 2014, e pretende nunca deixar de simular.
Vitor Ross Benavides
Bena, futuro historiador e escritor de biografias (dependendo da impressão causada por essa). Com
18 anos, touro com ascendente em touro (porque falam que isso já diz muito sobre a pessoa), ainda está meio
perdido na vida, sem entender bem como as coisas funcionam, nem o que esta fazendo direito, mas tentando
aprender sempre coisas novas, sendo por livros, os quais ama, pessoas, as quais também ama - em alguns
casos - e pelas experiências da vida mesmo. Outras de suas paixões são musica, cinema e arte, se arriscando
com o Ukulele e canetas numa folha em branco, tenta sempre dar seu melhor e estar de bem com a vida.
Vitoria Araújo
Vitoria era perdida em quais suas ambições. Ainda é, mas descobriu na comunicação uma paixão que
todos diziam já saber que estava lá. Agora ela estuda publicidade e propaganda na FAAP, mas ainda cambaleia
por aí se descobrindo aos poucos. Nunca esteve na SiEM, mas se encanta pelo riso que faz nascer na boca de
quem conta suas aventuras na simulação e não podia deixar de ver com os próprios olhos. Enquanto anda por
aí, sem de nada saber, ela pretende escrever e rabiscar e crescer através da cultura e deixar registrado em
seus traços parte do que ela acredita ser.
Eric Otofuji
Eric tem 20 anos e estuda Engenharia da Computação no Insper. Wait! Engenharia? Isso pode parecer
esquisito, mas o Eric já é louco, então tá tudo certo. Já participou de quase tantas simulações quanto sua
idade, mas de todos os modelos é a SiEM que fica no S2, porque SiEM é amor. Não se deixe enganar pela
carinha de psicopata – ele é mais legal do que parece (embora às vezes achamos que ele é procurado pelo
hospício).
Natália Laranjeira Costard
Natália não sabe dizer o que mais gosta do mundo. Sabe somente que o admira profundamente e
que há nele coisas que a inquietam. Acredita que a arte e o conhecimento sejam duas das armas mais fortes
de mudança social e, sendo assim, é uma devota aspirante a cineasta e professora. Conheceu a SiEM ouvindo
a irmã contar sobre as loucuras que experienciara na edição de 2011 e assim se inscreveu logo que teve idade.
Em 2014, seu destino foi a imprensa, e nela aprendeu muito acerca de seus limites e de suas vontades. Natália
é apaixonada por tudo o que faz e vive, mas admite não ter ainda encontrado um lugar tão apaixonante e
acolhedor quanto o canto o qual chamam SiEM.
Marina Frasson Montero
Marina é uma menina que navega por suas constantes crises como se fossem ondas de um mar
selvagem: atenta para não naufragar, mas principalmente, instigada pela beleza e bravura da vida. Devido a
uma incessante sede de viver experiências novas, terminou o ensino médio e logo começou a cursar Direito
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na PUC-SP, mesmo que perdida diante das opções que a faculdade dispõe, empolgada. Como uma curiosa
nata, está sempre envolvendo-se com novos projetos, diferentes pessoas e perscrutando todas suas certezas.
Por isso, raramente sabe dizer com simplicidade quem é. Também porque não muito lhe importa... Afinal,
para estar bem, basta ter um tempo de reflexão, com uma paisagem que a cative, uma boa música ou um
livro envolvente.
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A IMPRENSA SIEM
A essência da Imprensa SiEM como a conhecemos se iniciou com um grave infortúnio: apesar de
muitos pesares, a Simulação para o Ensino Médio não pôde acontecer no ano de 2012. Por sorte das gerações
que estavam por vir, em 2013 esta foi despertada e reorganizada por um grupo de antigos delegados,
apaixonados pela experiência que haviam tido anteriormente. No entanto, mais imprevistos se sucederam,
atrapalhando o fluxo da programação. Um dos mais preocupantes apertos: os jornalistas inscritos se
ausentaram da simulação, deixando-a sem imprensa.
Felizmente, a paixão presente nos organizadores novamente nos salvou. O staff se mobilizou e, por
entre escombros, a imprensa da SiEM renasceu, então com uma força antes inexistente. Neste ano, o estresse
fora crescente, caíam problemas de todos os cantos – até mesmo o papel acabara. Havia algo além desses
fatores mantendo o comitê de pé, e esse mesmo algo foi carregado nos braços da diretoria da nova imprensa
que viria em 2014, então composta por delegados os quais serão identificados como alguns de seus atuais
diretores.
Em 2014, o caos diminuíra, mas o trabalho manteve-se igualmente árduo. Não havia jornalistas o
suficiente para cobrir todo o evento, o número de diretores para delegados chegava a 2:1, e o CI ainda se
encontrava em processo de redescobrimento. Foi neste ano, porém, que a força adquirida na resistência de
2013 conseguiu ser transmitida à frente, evidenciando a todos os participantes da SiEM não somente a
importância do jornalismo, mas o vigor de uma imprensa unida e resoluta.
Ano passado a imprensa já sabia seu valor, e, tendo isso, faltava somente o aprimoramento do
diálogo com os comitês ao seu redor. Tivemos jornalistas admiravelmente capazes e tão apaixonados quanto
os anteriores, descobrindo por si só maneiras de se aproveitar das inúmeras ferramentas a sua disposição. O
evento sentiu o quão essencial fora cada detalhe proporcionado por nosso comitê: desde as intervenções
criativas dos delegados, aos sorrisos descompromissados em meio à correria dos corredores.
O que a príncipio deveria ter destruído o Comitê de Imprensa em 2012 e 2013 acabou por permitir
que laços inabaláveis se formassem. Agora, o convite é a vocês. Nossa diretoria é uma junção dos mais
diferentes fragmentos dessa tão querida simulação, e queremos que vocês nos ajudem a firmar, cada vez
mais, as partes que tornam dessa imprensa a mais especial que poderíamos experienciar.
A paixão é nosso sustento. Nossa missão: passá-la a frente.
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IMPRENSA NA HISTÓRIA
Talvez a mais antiga forma de jornalismo sejam as Actas Diurnas durante o Império de Augusto. As
Actas noticiavam as decisões tomadas no Senado à população. Eram escritas em tábuas de pedra e colocadas
em espaços públicos. Depois deste período, foi a vez dos Orientais. Notícias Diversas, na China, em 713 d.C.,
foi o primeiro jornal feito em papel.
No século XV, o alemão Johannes Gutemberg, o conhecido "pai da imprensa", criou um instrumento
pioneiro com capacidade de reproduzir conteúdo em massa: a prensa. Este instrumento era capaz de imprimir
textos usando carimbos com formas de letras para formar as palavras. Deste modo, a Bíblia pôde ser
distribuída à população - influenciando Martinho Lutero a criar suas 13 Leis - e a imprensa de massa teve
espaço para ser criada e desenvolvida.
O período mercantilista foi essencial para este cenário de criação. Veneza tornou-se a capital da
imprensa, uma vez que a forma mais básica de jornal, as Gazetas (cujo nome vem da moeda usada na época),
foram criadas com o intuito de anunciar produtos e serviços. Além destas, surgiram também os pasquins, com
notícias sobre desgraças alheias; e os libelos, com caráter opinativo. A combinação dos três formatos
fomentou um novo espaço público para debate de cunho político e social, de modo que a população agora
demandava participar dos processos de decisão.
A partir do século XIX, até os dias de hoje, a imprensa evoluiu muito. Mas pode-se dizer que a época
da industrialização foi essencial para a evolução do jornalismo. A mecanização tornou o processo de
impressão mais rápido e barato. Deste modo, diminuía-se o custo, aumentava-se as tiragens e os jornais
puderam ser mais difundidos pela população.
Foi também no século XIX que a imprensa brasileira surgiu com o Correio Braziliense, de Hipólito da
Costa. Frágil, clandestino e feito em Londres, o jornal fazia duras críticas à Coroa. Já em 1822, com a
Independência do Brasil, criou-se a Sentinela da Liberdade por Cypriano Batata, que clamava por uma
Assembleia Constituinte no país. Foi a partir deste período que a imprensa deixou de ser perseguida com tanto
furor quanto durante o governo monárquico. Em 1852, houve a primeira aparição das mulheres na imprensa
com o jornal As Senhoras no Rio de Janeiro. Os primeiros jornalistas de guerra brasileiros surgiram com a
cobertura da Guerra do Paraguai em 1865, para a revista "Semana Illustrada".
No conturbado século XX - a Era dos Extremos, segundo Hobsbawm - a imprensa se consolidou como
instituição social no Brasil e no mundo. Durante a Primeira Guerra Mundial, as agências de notícias se
dividiram geograficamente para a cobertura dos eventos em países diferentes. Contudo, foi apenas na
Segunda Guerra Mundial que os jornais começaram a ter posicionamentos editoriais efetivamente claros para
o público devido às várias ideologias efervescentes. Os diferentes posicionamentos ficam claros até hoje.
Enquanto isso, no Brasil, a quantidade dos jornais impressos e de rádio (que teve grande difusão
durante os anos 40) crescia cada vez mais. Mas foi a partir de 1950 que o jornalismo brasileiro mudou, com a
chegada da televisão e a pioneira TV Tupi, de Assis Chateaubriand. A partir do golpe militar de 1964, os jornais
começaram a ser censurados pelo governo e a TV Globo foi criada por Roberto Marinho, com o apoio dos
militares. Redações, como a do Estado de S. Paulo, eram bombardeadas, haviam agentes do governo
decidindo o que era publicado ou não, e muitas vezes os jornais publicavam receitas ou poemas em lugares
vazios, denunciando a censura para os leitores.
Apesar das heranças de momentos como a ditadura ou as guerras mundiais, o jornalismo hoje sofre
constante mudanças principalmente devido à Internet. Tanto para os jornais, quanto para à rádio e à TV, a
Internet é um veículo que vê sua influência crescer e se expandir em proporções gigantescas, tanto na
imprensa mundial, quanto na do Brasil.
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OS JORNALISTAS E A CERIMÔNIA DE
ABERTURA
Os jornalistas do Comitê de Imprensa da X SiEM deverão se comprometer a produzir os mais variados
textos ao longo da simulação, de modo a se envolver fortemente não apenas com os outros delegados do CI,
mas com os do comitê que estarão cobrindo. Todos os delegados da Imprensa trabalharão em dupla, a qual
será informada a eles anteriormente ao evento, e caberá às duplas definir como será feita a divisão dos
trabalhos a serem cumpridos.
Antes do início do cronograma diário do Comitê de Imprensa, os jornalistas já estarão envolvidos com
a produção textual. Nós esperamos que cada dupla produza pelo menos uma pequena matéria sobre a
Cerimônia de Abertura da X SiEM, as quais serão publicadas no primeiro jornal da simulação. Os detalhes
dessa matéria serão discutidos antes do evento com cada um dos delegados por meio de redes sociais (e-mail
e Facebook), para que não haja nenhuma duvida quanto ao que deverá ser produzido.
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OS JORNAIS DIÁRIOS
Ao longo dos outros dias, a proposta é publicar dois jornais diários: A) um jornal diurno, e B) um jornal
noturno. O jornal diurno será composto pelo editorial, redigido por um diretor do comitê, e pelas notícias
escritas pelas duplas sobre os últimos acontecimentos do comitê/gabinete a ser coberto. Essas notícias devem
ser escritas como se estivessem sendo publicadas no momento histórico do comitê de cobertura em questão,
a partir do ponto de vista de um jornal definido previamente pelos diretores. Diferentemente, o jornal noturno
terá o propósito de ceder um espaço para produções mais lúdicas, ainda obrigatórias e ligadas ao evento,
porém dos mais diversos gêneros textuais.
A) JORNAL DIURNO
Trazendo as informações mais diretas do dia anterior e da primeira parte do dia atual, a primeira
edição diária do jornal tem como objetivo trazer notícias e reportagens com as informações mais relevantes
do comitê/gabinete que o(a) jornalista estiver cobrindo.
A notícia é a mais simples dentre os gêneros jornalísticos. Consiste, basicamente, em relatar a
informação mais importante para o(a) jornalista sobre o comitê/gabinete. A estrutura funciona num esquema
de "pirâmide invertida", em que o jornalista precisa responder o lide/lead, ou seja, às perguntas mais
importantes para se relatar um fato: o quê, quem, quando, onde, por quê e como no primeiro parágrafo e
trazendo detalhes nos seguintes.
O esquema "pirâmide invertida" pode ser resumido em:
Diferentemente do jornal noturno, a responsabilidade do jornalista no jornal diurno é com a
neutralidade pessoal. O jornalista pode trazer várias vozes para dar credibilidade àquilo que está relatando,
mas nunca trazer sua própria voz, como num artigo de opinião, por exemplo. Por isso, a notícia nunca poderá
ser escrita na primeira pessoa. Ao invés disso, o delegado deverá assumir a visão do jornal ao qual for
designado, resignando de sua opinião pessoal.
A manchete deve sempre trazer a notícia resumida em uma frase, de modo que, se o leitor decidir
não ler a notícia, pelo menos terá uma noção do que está acontecendo. Além disso, as manchetes sempre
devem seguir o esquema: sujeito + verbo + predicado. O verbo deverá ser no tempo presente, mesmo que a
informação seja do dia anterior. Por exemplo: "Delegados discutem ameaça comunista" (O Diplomático, 3a
edição, 23/07/15).
Entrevistar pessoas envolvidas no assunto e na informação é importante. O papel do jornalista é, sim,
ser incômodo quando preciso para conseguir várias opiniões sobre um diferente assunto e, deste modo,
deixar seu leitor realmente informado. Se o entrevistado tiver uma informação extremamente relevante, mas
não quiser ter seu nome revelado, é sempre possível fazer uma entrevista em off. O nome da fonte não é
falado, mas sua informação pode ir à público. As entrevistas normais com o nome das fontes chamam-se on
e tanto o nome da fonte quanto a informação são publicados.
A apuração é tão importante quanto as entrevistas. Se não for bem feita, a notícia pode perder a
credibilidade. Há algumas vezes em que as entrevistas em off podem trazer uma informação falsa para
prejudicar alguém, então cuidado. As duplas autorizadas pela diretoria a produzir notícias com informações
falsas devem fazê-lo de maneira consciente e bem planejada. Portanto, sempre apure muito bem todas as
informações.
Para que a apuração possa ser feita de maneira adequada, os jornalistas deverão estar preparados
para cobrir os outros comitês do evento. Para isso, será necessário aprofundarem-se não somente nas
questões do funcionamento do CI, mas do comitê ao qual foram resignados. Ao escrever para o jornal, o
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profissional deve sempre ter em mente seguir o posicionamento editorial e político do veículo para o qual
está escrevendo. Por exemplo, ao escrever para o Pravda no Gabinete Soviético, o jornalista deve ter um
posicionamento pró-governo. Cada dupla atuará de maneira diferenciada dependendo de seu comitê de
cobertura.
À seguir damos uma visão geral de cada um dos comitês da X SiEM, mas é extremamente importante
que os jornalistas pesquisem por si próprios mais informações sobre o assunto que irão cobrir nas noticias.
TEATRO DE GUERRA GLOBAL (1941)
GABINETE CHINÊS: JORNAL XINHUA
Antes do inicio da Segunda Guerra Mundial, a China travava contra o Japão, já em 1937, a chamada
Guerra Sino-Japonesa, e, em 1938, a nação japonesa dominava praticamente todo o território leste chinês. As
atitudes expansionistas do Império Japonês levaram-no a invadir a Manchúria e outras regiões, invasões estas
que, somadas ao Massacre de Nanquim, acarretaram no conflito entre os dois países. Durante este curto
período, a resistência chinesa reuniu esforços de ambos os exércitos do Partido Comunista da China e do KMT,
os quais entraram em um breve acordo para combater as forças japonesas.
É considerado, porém, que a Segunda Guerra só teve inicio de fato com a invasão do exército alemão
em território polonês, em 1939. Isso devido aos líderes da França e da Grã Bretanha responderem ao ato
declarando guerra à Alemanha. Tal expansão alemã foi em muito impulsionada pelo Tratado de Versailles,
assinado após o fim da Primeira Guerra. Este foi considerado humilhante pelos governo e população alemães,
cedendo espaço para uma grave crise políticoeconomica e à consequente ascenção de partidos radicais como
o Nacional Socialista.
O Japão também fora gravemente afetado pela Grande Depressão e encontrava-se bastante
dependente da exportação de matéria prima para seu desenvolvimento, além de abrigar uma população
crescente em proporções desfavoráveis considerando seu reduzido espaço territorial. Com isso, em 1940, a
nação declarou suas intenções de estabelecer uma “nova ordem” no Leste Asiático, e, assim, apesar de possuir
objetivos distintos, aliou-se à Alemanha e à Itália, de modo a fortalecer-se em âmbito global.
Ainda que, evidentemente, a proposta tenha sido refutada por países como a China, os planos
japoneses não foram bem recebidos internacionalmente, como demonstrado pelo forte embargo econômico
realizado ao Japão por parte dos Estados Unidos. A resposta japonesa a esse fato foi um ataque surpresa à
base militar de Pearl Harbor, no Havaí, ao fim de 1941. Com isso, a potência estadunidense adentrou o conflito
como oposição ao Eixo, em ambos os polos, europeu e do Pacífico.
O Partido Nacionalista da China mostrou-se extremamente cooperativo com a liderança dos Estados
Unidos na Guerra: recebeu auxilio bélico da nação para combater as invasões, e, em troca, organizou-se para
impedir a reestruturação sobretudo da marinha japonesa. Com o fortalecimento dessa cooperação, conflitos
na China entre o CCP e o KMT tornaram-se mais recorrentes, pondo fim ao acordo de 1937. Os acontecimentos
que prosseguiram o ano de 1941 apenas geraram maior instabilidade para a China, e será a partir deste
momento histórico que os jornalistas da X SiEM, responsáveis pelo Gabinete Chinês da Segunda Guerra
Mundial, atuarão como representantes do Jornal Xinhua.
Em 1945, o Jornal Xinhua (Nova China) era coordenado pela chamada Agência de Notícias Xinhua.
Inicialmente, esta tinha o nome de Agência de Notícias da China Vermelha, órgão pertencente ao Partido
Comunista Chinês. Fundada no meio rural em 1931, onde a atividade comunista ocorria em maior grau na
China, a primeira tarefa da Agência foi a de transmitir por rádio as declarações de líderes comunistas da então
estabelecida República Soviética da China. Não demorou, porém, para que o Jornal da China Vermelha fosse
criado, ocupando a maior parte do tempo dos funcionários da Agência.
Com pouca estrutura e somente cinco pessoas diretamente envolvidas em sua produção, o jornal
abordava, principalmente, quatro diferentes assuntos: os anúncios oficiais do PCC, os triunfos do Exército
Vermelho contra o Governo Nacionalista, o desenvolvimento agricultural e educacional de áreas rurais, e as
investigações e denúncias do governo vigente. No entanto, a Agência Xinhua era consideralmente flexível
quanto ao enfoque de suas publicações. Durante a Segunda Guerra, seus jornais passaram a trazer menos
notícias nacionais e a buscar informar sua população sobre o conflito, assim como acerca do envolvimento do
exército chinês em combates. Mais ocasionalmente, charges e poesias também eram publicadas.
Após o início da Grande Marcha do Partido Comunista, a Agência foi suspendida por um ano,
ressurgindo somente em 1935, ao PCC estabelecer-se na base revolucionária de Shanxi. Em seguida, devido
ao pacto feito entre o Exército Comunista e o líder nacionalista Chiang Kai-she, com o propósito de combater
as invasões japonesas, a Agência de Notícias da China Vermelha e seu jornal foram renomeados, tornando-
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se, respectivamente, Agência de Notícias Xinhua e Jornal Xinhua. Não houve alteração significativa no
funcionamento do jornal.
Os jornalistas responsáveis por cobrir o Gabinete Chinês terão a liberdade de efetuar intervenções
com panfletos, noticias ou transmissões de rádio. Por vezes, os próprios diretores e delegados do comitê
acabarão por solicitar algum tipo de intervenção. Os jornalistas poderão intervir também por meio da
publicação de informações falsas no jornal diário (ex: “PCC se prepara para invadir território de domínio
japonês”, quando, em realidade, não há planos semelhantes). Nesse caso, os delegados deverão pedir auxilio
e permissão aos diretores do comitê, pois informações falsas influenciarão diretamente no decorrer do debate
e, portanto, devem ser publicadas de maneira extremamente estratégica.
Durante os dias de debate, a dupla de jornalistas deverá atentar-se aos detalhes históricos de ambos
a China e o Jornal Xinhua, sobretudo os anteriores à data de 1941. Os jornalistas estarão imersos em um
ambiente de guerra e poderão explorar as características específicas do momento em questão e do próprio
Xinhua (como a eventual publicação de uma poesia como parte da notícia diária). Problemas surgirão,
possivelmente haverá censura por parte do PCC e do KMT, e é essencial total envolvimento de cada jornalista
tanto com sua função, quanto com o momento histórico vivido, para que a experiência possa ser o mais
enriquecedora possivel a todos os participantes.
GABINETE DOS ALIADOS: JORNAL DAILY WORKER
Desde antes da guerra começar, a Inglaterra já havia observado e se atentado aos desejos
expansionistas de Hitler e de seu regime totalitário nazista, o qual afetava milhares de pessoas por toda a
Europa. Foi com a invasão da Alemanha em território polonês, porém, que a Inglaterra veio a declarar guerra
à Alemanha, em 1939.
A nação inglesa teve grande participação durante todo o conflito, e, apesar de, à época, ser
considerada uma grande potência, foi gravemente enfraquecida devido aos confrontos da Guerra, devastada
economicamente. Os Estados Unidos entraram no conflito somente em 1941, após o ataque japonês a Pearl
Harbor. O Presidente Roosevelt, presidente estadunidense no momento em questão, enviou suas tropas para
Europa, lutando ao lado do Reino Unido, da França e da Rússia, (Aliados). A entrada dos americanos na guerra
foi de essencial importância para o fortalecimento dos Aliados.
O tablóide “The Daily Worker” iniciou suas atividades do dia primeiro de janeiro de 1930, como parte
institucional no Partido Comunista da Grã-Bretanha. Suas publicações envolvem pautas predominantemente
de cunho político-social e sindical. A linha editorial segue a linha Comunista e socialista como orientação,
alinhando-se ao programa do Partido Comunista da Grã-Bretanha.
Com a entrada do Reino Unido na Segunda Guerra, o Daily Worker critica o imperialismo britânico e
a forma como as ações dos aliados se organizam. É importante ressaltar que as editorias do jornal seguem a
linha do governo russo e das políticas comunistas, sendo assim natural opositor do governo vigente no Reino
Unido.
Altamente crítico, o tabóide era desafeto do governo britânico e também de outros países como a
França. O posicionamento anticapitalista e, por muitas vezes, controverso, colocava o The Daily Worker em
posições delicadas no cenário vigente, podendo ser suprimido e descreditado em suas publicações.
GABINETE SOVIÉTICO: JORNAL PRAVDA
A união soviética (URSS) foi estabelecida como resultado da Grande Revolução Socialista de Outubro
em 1917 que, seguida de uma guerra civil, resultou em um novo estado com radicais mudanças políticosociais. A URSS substituía, então, o antigo Império Russo, com novas relações econômicas, estruturas e
padrões sociopolíticos. No entanto, a Rússia já passava por diversas crises desde o fim da Primeira Guerra
Mundial, causadas, principalmente, por insatisfação frente ao governo czarista.
Dentro desse contexto de instabilidade, surgiram duas alas de oposição que polarizaram a população
e tomaram conta da Rússia. De um lado, constituídos por uma burguesia liberal, os Mencheviques, os quais,
liderados por Georgy Plekanovy e Yuly Martov, tomaram o poder em fevereiro de 1917, porém falhando em
suas ambições políticas. Isso, somado à insatisfação e movimentos populares, abriu espaço para um outro
polo, indisposto a compactuar com a burguesia: o dos Bolcheviques - liderados por Vladimir Lênin e
constituído pela classe operária, os quais viam os Mencheviques como os responsáveis por todo e qualquer
problema enfrentado pelo governo, alegando ainda que este não atendia a causas populares.
No início de novembro do mesmo ano, Bolcheviques derrubaram a administração Menchevique com
uma força militar revolucionária, e Lênin, assim que tomou o poder, ao lado de outros líderes, promoveu
reformas político-econômicas, ao mesmo passo que organizou um exército de proletários para conter forças
reacionárias. Embora o novo modelo econômico (NEP) possuía características liberais economicamente, no
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âmbito político, os comunistas eram intolerantes: em dezembro do mesmo ano, Lênin pôs fim aos jornais da
oposição e passou a ordenar a prisão de líderes políticos contrários a seu governo.
Lênin faleceu em 1924 e, a partir de então, a luta pelo poder na Rússia chegou ao seu auge, baseada
principalmente na divergência das políticas que o partido deveria seguir. A disputa se deu, principalmente,
entre cinco figuras: Leon Trotsky, Lev Kamenev, Gregory Zinoviev, Nicholas Bukharin e Joseph Stalin. Entre os
anos de 1928 e 1929, Stalin manifestou diversas acusações contra alguns dos outros líderes, afirmando que
estes se opunham ao “Leninismo”. Ele garantiu sua ascensão e, uma vez no poder, deu início a uma nova
política que acabou com o NEP - proposto por Lênin - e estatizou toda propriedade da URSS.
O regime stalinista tinha como objetivo educar homens e mulheres soviéticos para pensarem,
sentirem e se comportarem de acordo com a ideologia comunista, tornou ilegal toda e qualquer oposição e
privou os cidadãos de influências fora da união soviética. Campanhas de massa contra religião, as escolas,
organizações de jovens, entre outros, foram usados como mecanismo para doutrinar as pessoas.
Quanto a participação da URSS na Segunda Guerra, tem-se conhecimento que esta assinou um
acordo de não agressão com a Alemanha já no inicio do conflito, em 1939. Este acordo contava com uma
divisão entre territórios de influência alemã e soviética. Assim como Hitler, Stálin tinha intenções de expandir
seu território e fortalecer os ideais de sua nação por outras regiões, e, sendo assim, realizou diversas invasões
entre 1939 e 1941, quando o acordo com a Alemanha passou a perder força.
Durante todo o período da União Soviética, a Rússia contou com um jornal de destaque na influência
da população: o Pravda, um jornal bolchevique direcionado ao ativismo da classe operária. Teve sua primeira
publicação em São Petersburgo, em 1912, e, embora funcionasse sob a censura do regime regente, foi fechado
oito vezes no período de dois anos, voltando sempre com um nome diferente.
Foi em 1917, juntamente com as revoluções, que o jornal reabriu e se manteve publicando
continuamente sobre a edição de Nikolai Bukarin e, irmã de Lênin, Maria Ilichna Ulyanova, até 1928 – período
no qual o jornal chegou a vender, aproximadamente, cem mil cópias diárias e resistiu a uma unificação com
os Mencheviques - quando Bukarin, em um último desentendimento sobre a política comunista, rompeu com
Stálin e foi removido do jornal quando este último ascendeu ao poder. A partir de então o jornal tornou-se
porta-voz de Stálin e ajudou a construir uma cultura em comum entre aqueles vivendo sob o regime soviético.
Embora o Pravda tratasse de assuntos de interesse nacional com artigos sobre ciência, economia,
literatura - entre outros - e incluísse um ponto de vista partidário bolchevique, não era essa sua principal
função, seu objetivo principal não consistia em entreter e informar, mas, através de uma composição
atraente, slogans militantes e fotografias, educar a população para um pensamento homogêneo, além de
publicar detalhes de programas e explicações de teorias comunistas e servir como meio de entrega de
mensagens e instruções aos oficiais, governos estrangeiros e partidos comunistas.
Os jornalistas responsáveis por cobrir o Gabinete Russo terão a liberdade de efetuar diversas
intervenções. Por vezes, os próprios diretores e delegados do comitê acabarão por solicitar algum tipo de
intervenção. Os jornalistas poderão intervir também por meio da publicação de informações falsas no jornal
diário (ex: “O exército vermelho trava acordo pacífico com a oposição”, quando, em realidade, houve um
combate violento). Nesse caso, os delegados deverão pedir auxilio e permissão aos diretores do comitê, pois
informações falsas influenciarão diretamente no decorrer do debate e, portanto, devem ser publicadas de
maneira extremamente estratégica.
Durante os dias de debate, a dupla de jornalistas deverá atentar-se aos detalhes históricos de ambos
a URSS e o Jornal Pravda, sobretudo os anteriores à data de 1941. Os jornalistas estarão imersos em um
ambiente de guerra e poderão explorar as características específicas do momento em questão e do próprio
Pravda (como a eventual publicação de uma poesia como parte da notícia diária). Problemas surgirão,
possivelmente haverá censura por parte de Stálin e do Comitê comunista, e é essencial total envolvimento de
cada jornalista tanto com sua função, quanto com o momento histórico vivido, para que a experiência possa
ser o mais enriquecedora possível a todos os participantes.
GABINETE JAPONÊS: CHUOKORON
O fim do século XIX e o começo do XX foram marcados pela abertura econômica do Japão e intensas
mudanças em sua forma de organização. Antes resistente ao imperialismo Ocidental, o país transformou sua
economia para se adequar aos padrões e às demandas capitalistas e consequentemente assiste à proliferação
de ideais democráticos. Perto da virada do século, um governo constitucional – baseado no vigente na
Alemanha – foi instaurado.
O processo para se tornar a maior economia da Ásia envolveu guerras e mudanças em sua
organização demográfica. Bateu a China e a Rússia em campos de batalha e teve um alto processo de migração
do campo para as cidades (parte da mudança de uma matriz econômica agrária para industrial). O inchaço das
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cidades culminou em altos níveis de emigração no começo do século XX. Os destinos eram locais como o
Hawaii, o Brasil e o Peru.
Os anos da Primeira Guerra Mundial foram extremamente positivos para o desenvolvimento do
Japão. Uma vez que a Europa se encontrava emaranhada em conflitos, os japoneses lutavam ao lado dos
aliados e supriam a demanda da Ásia por produtos industrializados como produtos químicos e têxteis.
Com o avanço econômico, a nação nipônica experimentou de uma maior abertura democrática com
um fim prematuro. A democracia não agradava a aristocracia, no entanto, com o fim do momento de
prosperidade, ideais socialistas e sindicais ganharam força. Ocorre a ascensão de sentimentos nacionalistas
respaldados no militarismo.
No ano de 1926, começou o governo que mais durou no Japão, o do Imperador Hirohito. Aquele que
se declarava uma divindade, assumiu as rédeas do país em um cenário de caos econômico – que foi agravado
pela crise de 1929. A instabilidade foi o cenário onde germinou o fascismo japonês calcado no populismo
centrado na figura do Imperador. O sistema democrático falha e os militares ganham cada vez mais força.
O incidente bélico com a China na região da Manchúria – e as decorrentes campanhas militares –
fizeram com que os EUA suspendessem a venda de matéria-prima para o Japão, colocando o país ainda mais
em risco. Ao mesmo tempo, os líderes socialistas, operários e liberais saíram de cena; suas vozes suprimidas
pela repressão.
Os jornalistas responsáveis por esse gabinete escreverão sob o ponto de vista da revista mensal
Chuokoron, a qual foi fundada em 1887 sob o nome de Hanseikai Zasshi, por um grupo de professores e alunos
do clube literário da Ryukoku University. De caráter interdisciplinar e altamente acadêmico, o esforço era de
se direcionar vários olhares para os assuntos, interessando não só os especialistas das áreas como também
os ‘leigos’.
De grande influência do Budismo (gerada a partir da ideologia de grupos budistas), também foi
influenciada pelo modo de vida e preceitos cristãos. Os editores também simpatizavam com as tendências
intelectuais estrangeiras, visto que estavam cientes das políticas [que consideravam] retrógradas do Japão.
Os laços com o grupo budista foram oficialmente cortados no início do século XX, depois da mudança do nome
e de sede.
Com a vitória na Guerra Sino-Japonesa, boa parte da população assimilava que o Japão já estava no
mesmo passo que o mundo ocidental enquanto respeitavam os retrocessos com relação à política como
respeito à cultura e à estrutura política nipônica. Reconhecendo isso, o Chuokoron se empenhava em informar
os japoneses sobre a situação do exterior e também traduzindo sistematicamente textos de jornais como o
London Times, o Evening Post e o The Daily Mail. A revista então consistia de duas partes: A seção política e a
literária, como se fossem duas revistas distintas coladas em uma só.
De forma geral, o Chuokoron tinha posicionamentos alinhados aos ideais democráticos ocidentais,
os defendendo como forma de desenvolver a política japonesa visto que o país passava por um governo
autoritário. A revista também carregou artigos com envergadura socialista na altura dos anos de 1920, porém,
o aumento do controle ideológico a fez ressaltar em editorial o significado de seu nome – a Revisão Central–
colocando-se como nem de direita, nem de esquerda, mas central. Essa afirmação por isso só já indicava as
divergências ideológicas entre os autores.
Ainda que o fortalecimento da direita militarista tenha mudado os ares no Japão suprimindo a
ideologia democrática, o Chuokoron continuou a defende-la, sendo acusado de ser alinhado ao ocidente e
sofrendo diversas sanções – como publicações banidas e prisão de membros da equipe – por parte do
governo.
Os jornalistas responsáveis por cobrir o Gabinete Japonês terão a liberdade de efetuar intervenções
com notícias, e, por vezes, os próprios diretores e delegados do comitê acabarão por solicitar algum tipo de
intervenção. Os jornalistas poderão intervir também por meio da publicação de informações falsas no jornal
diário (ex: “Exército nacional realoca tropas e assume atitude defensiva”, quando, em realidade, não é
verdade). Nesse caso, os delegados deverão pedir auxilio e permissão aos diretores do comitê, pois
informações falsas influenciarão diretamente no decorrer do debate e, portanto, devem ser publicadas de
maneira extremamente estratégica.
Durante os dias de debate, a dupla deverá atentar-se aos detalhes históricos de ambos a o Japão e
seu jornal, sobretudo os anteriores à data de 1941. Os jornalistas estarão imersos em um ambiente de guerra
e poderão explorar as características específicas do momento em questão e do próprio "Chuokoron",
envolvendo-se ao máximo para que a experiência possa ser o mais enriquecedora possivel a todos os
participantes.
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GABINETE ALEMÃO: JORNAL VOLKISCHER BEOBACHTER
O fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) trouxe à Alemanha graves consequências, devido
principalmente ao "Tratado de Versalhes", assinado em 1919. Por meio dele, a Alemanha foi responsabilizada
pela Primeira Guerra, trazendo, a partir disso, extensas obrigações e limitações - redução drástica de seu
exército nacional; devolução de territórios conquistados; altíssima indenização aos países vitoriosos, entre
outros.
Durante o período "entreguerras" (1918-1938), portanto, Alemanha ocupava-se das consequências
da guerra anterior, fato que a levou a uma profunda crise econômica e moral. Entre o povo alemão, que via
seu país humilhado e sem condições financeiras de se reerguer, desenvolveu-se uma noção de revanchismo
e revolta, que os governantes da República de Weimer não souberam administrar.
Paralela a estes fatos, acrescentou-se a Revolução Russa de 1917, apresentando o socialismo,
alternativa ao capitalismo – tido por um sistema falho muito devido à crise de 1929 – e suscitando a
insurgência de movimentos antidemocráticos e autoritários. Dentre eles, o nazismo.
Essa ideologia foi apresentada pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP),
que teve como líder Adolf Hitler e, em 1920, estabeleceu suas pautas, caracterizadas pelo nacionalismo, antisemitismo, anti-comunismo, críticas ao capitalismo internacional, etc. Em 1923, o partido organizou o " Putsch
de Munique", tentativa de golpe que levou Hitler à prisão, mas que acabou por disseminar ainda mais suas
ideias.
Já em 1933, diante da repercussão das ideias nazistas, foi oferecido ao líder do NASDAP o cargo de
chanceler, aproveitado para repreender seus opositores. No ano seguinte, quando o então presidente
Hindenburg faleceu, Hitler assumiu, sem abdicar do cargo anterior, proclamando-se Führer. Instaurou-se, a
partir desse momento, o Terceiro Reich.
Com uma política notoriamente expansionista, a Alemanha Nazista, em 1936, começou a recuperar
territórios perdidos e, em 1938, aproveitando-se da política de apaziguamento que guiava as atitudes da
Inglaterra e da França, anunciou o "Anschluss" entre ela e a Áustria, além de anexar ainda mais territórios,
ameaçando, em caso de confronto, guerra. No entanto, no dia 1 de setembro de 1939, quando Hitler declarou
a invasão à Polônia, finalmente obteve resposta por parte do Reino Unido e da França. No dia 3 de setembro,
a Segunda Guerra Mundial começara.
Diante de uma proposta de Estado Totalitarista, uma das principais ferramentas de disseminação de
ideias, de promover a adesão do povo e de manipulação foi a "mass media". Destaca-se, nesse rol de funções,
o jornal "Vőlkischer Beobachter".
Esse jornal, oficial do Partido Nazista, teve seu início antes da Primeira Guerra Mundial, quando
chamava-se "Münchener Beobatcher" e tinha textos de cunho de fofoca. Após a Primeira Guerra, tornou-se
"Völkischer Beobatcher", e começou a expressar ideias anti-semitas. Em 1921, quando Hitler tornou-se
responsável pelo Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, este assumiu concomitantemente a
direção do jornal.
"Völkischer Beobatcher", desde então, tornara-se a principal fonte de informação das ideias do
nazismo - a superioridade da raça ariana, o anti-semitismo, o anti-comunismo -, dos discursos de Hitler, sendo
banido apenas durante a prisão de Hitler em 1924.
Quando o ministro responsável pela propaganda nazista, Joseph Goebbles, o assumiu e passou a
dirigi-lo, a disseminação tornou-se ainda mais incisiva, com impressões diárias, e voltada para as massas, a
fim de abranger a todos, sendo cada edição analisada e aprovada diretamente por Hitler.
Os jornalistas responsáveis por cobrir o Gabinete Alemão terão a liberdade de efetuar intervenções
com panfletos e notícias. Por vezes, os próprios diretores e delegados do comitê acabarão por solicitar algum
tipo de intervenção. Os jornalistas poderão intervir também por meio da publicação de informações falsas no
jornal diário (ex: “Exército realoca tropas e assume atitude defensiva”, quando, em realidade, não é verdade).
Nesse caso, os delegados deverão pedir auxilio e permissão aos diretores do comitê, pois informações falsas
influenciarão diretamente no decorrer do debate e, portanto, devem ser publicadas de maneira
extremamente estratégica.
Durante os dias de debate, a dupla de jornalistas deverá atentar-se aos detalhes históricos de ambos
a Alemanha e o jornal "Völkischer Beobatcher", sobretudo os anteriores à data de 1941. Os jornalistas estarão
imersos em um ambiente de guerra e poderão explorar as características específicas do momento em questão
e do próprio "Völkischer Beobatcher" (como a eventual publicação de uma poesia como parte da notícia
diária). Problemas surgirão, certamente haverá censura e reprovações por parte de Hitler e é essencial total
envolvimento de cada jornalista tanto com sua função, quanto com o momento histórico vivido, para que a
experiência possa ser o mais enriquecedora possivel a todos os participantes.
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GABINETE ITALIANO: JORNAL IL POPOLO D’ITALIA
O início da Segunda Guerra Mundial mudou drasticamente o entendimento político e social, não só
na Europa, que foi um dos principais palcos da guerra, mas também na América e no Oriente. Países como a
Itália e Alemanha tiveram mudanças no âmbito ideológico antes mesmo do começo do conflito, trazendo à
tona diversas modificações econômicas, politicas e sociais. Um dos principais fatores de influência foi a forte
ascensão do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha, que transformou completamente tanto a vida civil,
quanto os meios de comunicação (jornais, principalmente) e as relações dos países com o exterior.
A Itália lutou ao lado da Alemanha e do Japão durante a guerra, e ao lado destes, sofreu diversas
consequências que só desestabilizaram ainda mais a nação econômica e socialmente, enfraquecendo,
inclusive, a influência internacional que essa possuía antes dos confrontos.
O jornal italiano Il Popolo D’Italia foi fundado em 1914 pelo líder Benito Mussolini, e, serviu para dar
voz ao Partido Socialista Italiano. No início, o jornal apoiava o movimento socialista, com alguns fundamentos
republicanos, mas, após o incidente da Primeira Guerra Mundial, o jornal deu base ao movimento fascista que
crescia pela Europa, fazendo uso de uma ‘máscara’ socialista para continuar a atrair um raio mais diverso de
leitores. Em 1922, Il Popolo D’Italia se tornou órgão do Partido Nacional Fascista, mas, nesses primeiros anos
do jornal, este ainda era pouco influente.
Para aumentar sua popularidade, o jornal passou a publicar artigos de carácter intervencionista e
revolucionário, o que acabou por funcionar até certo ponto, pois, ao assumir esse modelo, o jornal acabou
por separar ideologias de esquerda. Tal fato teve como consequência um impacto negativo no financiamento
das publicações do jornal. Com a censura durante a Primeira Guerra Mundial, o jornal chegou a quase falir,
perdeu leitores e financiadores, mas nunca chegou a fechar.
A mais forte mudança para o Il Popolo D’Italia aconteceu em 1919, quando a guerra acabou e o jornal
mudou drasticamente seu posicionamento politico, iniciando uma comunicação com o patriotismo, e
publicando, pouco a pouco, artigos e colunas fascistas. Esse momento foi de devida importância, não só para
o novo movimento que vinha tomando forma, mas também para a popularidade do jornal, que conquistou os
trabalhadores industriais, ao apoiar eles em suas lutas.
Anos após, o jornal se consolidou como um órgão para ajudar o movimento fascista a chegar ao
poder. Junto com o crescimento no âmbito ideológico e de influência, que chegava a atingir outros países da
Europa, como a Alemanha. Houve mudanças também na casa maquinária do jornal, o que ajudou na
impressão do jornal, fazendo-o prosper ainda mais.
Durante os anos, o jornal passou por diversas mudanças. Conforme os regimes iam mudando, o jornal
mudava também. A censura afetou o jornal em diferentes épocas e de diferentes maneiras. Em 1933,
Mussolini abriu as portas do jornal para estudantes universitários para atualizar suas publicações de acordo
com a nova juventude.
No começo da década de 40, o jornal passou a publicar abertamente matérias racistas e contra a
burguesia. A Segunda Guerra já havia começado e a Itália entrou em batalha em 1940, e nesse período, além
de publicações ideológicas, o jornal passou a publicar mapas de guerra e relatórios dos campos de batalha.
As publicações do jornal eram, em geral, artigos publicados pelos poucos jornalistas, alguns
universitários e outros mais próximos à gestão do jornal. O conteúdo, durante a Segunda Guerra Mundial, era,
em geral, em apoio a ideologia fascista, com denuncias de imigrantes ilegais, principalmente judeus. Trazia
mapas de guerra, diversos relatórios de batalha e enfatizações ao governo, apoiando a Itália durante todo o
conflito. Caso os jornalistas queirão publicar informações semelhantes, para que tenham certeza de que tais
mapas podem ser compartilhados publicamente, estes deverão consultar os diretores do comitê, de modo a
assegurar que nenhuma informação sigilosa seja exposta.
Os jornalistas responsáveis por cobrir o Gabinete Italiano terão de dialogar com os diretores e
delegados do comitê também para realizar intervenções. A iniciativa poderá partir tanto destes, quanto dos
próprios jornalistas. A dupla poderá intervir também por meio da publicação de informações falsas no jornal
diário (ex: “Mussolini recebe suporte dos estudantes universitários”, quando, em realidade, não é o que está
se sucedendo). Nesse caso, os delegados deverão pedir auxilio e permissão aos diretores do comitê, pois
informações falsas influenciarão diretamente no decorrer do debate, sobretudo no de outros gabinetes, e,
portanto, devem ser publicadas de maneira extremamente estratégica.
Durante os dias de debate, a dupla de jornalistas deverá atentar-se aos detalhes históricos de ambos
a Itália e o jornal "Il Popolo D’Italia", principalmente os anteriores à data de 1941. Empecilhos surgirão,
certamente haverá censura, pedidos e reprovações por parte de Mussolini, e é essencial total envolvimento
de cada jornalista tanto com sua função, quanto com o momento histórico vivido, para que a experiência
possa ser o mais enriquecedora possivel a todos os participantes.
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REVOLUÇÃO CHINESA
GABINETE REVOLUCIONÁRIO: JORNAL XINHUA
A CHINA ANTERIOR À REVOLUÇÃO CHINESA E A HISTÓRIA DO JORNAL XINHUA
Durante a Década Nanjing (1928-1937) da Republica da China, o Governo Nacionalista trouxe grandes
melhorias para a nação. A publicação de livros, revistas e jornais prosperou imensamente, e, muito por conta
disso, desenvolveu-se na China um sentimento de unidade e pertencimento.
No entanto, a perda para o Japão de importantes territórios chineses como o da Manchúria, em 1931,
assim como a política impopular de priorizar a perseguição de comunistas dentro da China ao invés de
combater inimigos externos, geraram insatisfação por parte da população chinesa. A resistência contra o
Japão só veio a demonstrar-se efetiva por volta de 1937, mudança que culminou na chamada Guerra SinoJaponesa. Esta, por sua vez, acabou por derrubar o governo vigente. Em 1940, estabeleceu-se em Nanjing o
regime de Wang Jingway, apesar de, em realidade, o poder de decisão estar concentrado nas mãos de líderes
políticos e militares japoneses.
Nesse período, conflitos entre o Partido Comunista da China e o Kuomintang faziam-se crescentes. O
PCC fora fundado em 1921 por um grupo de escritores e ativistas, e, em pouco tempo, ganhara uma força
descomunal. No início das invasões japonesas, enquanto o Governo Chinês dividia-se entre conter o Japão ou
o Exército Vermelho, o PCC buscava estreitar relações com a população rural da China, além de combater
diretamente o exército japonês.
Após a vitória da Segunda Guerra, alguns viam a China como uma superpotência sobretudo militar,
quando, em realidade, esta encontrava-se em ruínas. O ano de 1945 demonstrou-se um dos piores para a
nação, não somente em questões humanitárias, mas em econômicas e políticas. De um lado, o Partido
Nacionalista buscava reerguer-se com o auxilio dos Estados Unidos. De outro, o PCC recebia suporte da União
Soviética, armando-se para lutar contra o governo reestabelecido em Ninjang. A situação na China era crítica
e extremamente propensa para o início de uma Guerra Civil, e será a partir deste momento da História que
os jornalistas da X SiEM realizarão a cobertura do Gabinete Revolucionário do PCC, como representantes do
Jornal Xinhua.
Em 1945, o Jornal Xinhua (Nova China) era coordenado pela chamada Agência de Notícias Xinhua.
Inicialmente, esta tinha o nome de Agência de Notícias da China Vermelha, orgão pertencente ao Partido
Comunista Chinês. Fundada no meio rural em 1931, onde a atividade comunista ocorria em maior grau, a
primeira tarefa da Agência foi a de transmitir por rádio as declarações de líderes comunistas da então
estabelecida República Soviética da China. Não demorou, porém, para que o Jornal da China Vermelha fosse
criado, ocupando a maior parte do tempo dos funcionários da Agência.
Com pouca estrutura e somente cinco pessoas diretamente envolvidas em sua produção, o jornal
abordava, principalmente, quatro diferentes assuntos: os anúncios oficiais do PCC, os triunfos do Exército
Vermelho contra o Governo Nacionalista, o desenvolvimento agricultural e educacional de áreas rurais, e as
investigações e denúncias do governo vigente. Ocasionalmente, notícias de foco internacional, charges e
poesias também eram publicadas.
Após o início da Grande Marcha do Partido Comunista, a Agência foi suspendida por um ano,
ressurgindo somente em 1935, ao PCC estabelecer-se na base revolucionária de Shanxi. Em seguida, devido
ao pacto feito entre o Exército Comunista e o líder nacionalista Chiang Kai-she, com o propósito de combater
as invasões japonesas, a Agência de Notícias da China Vermelha e seu jornal foram renomeados, tornandose, respectivamente, Agência de Notícias Xinhua e Jornal Xinhua. Não houve alteração significativa no
funcionamento do jornal.
A Agência Xinhua era consideralmente flexível quanto ao enfoque de suas publicações. Durante a
Segunda Guerra, seus jornais passaram a trazer menos notícias nacionais e a buscar informar sua população
sobre os conflitos da Guerra, assim como acerca do envolvimento do exército chinês em combates. Em
momentos em que a atenção da China encontrava-se mais voltada para questões internas, porém,
praticamente não se via notícias de cunho internacional. Após 1949, com a ascenção de Mao Tse Tung ao
poder, a Agência demonstrou-se de grande suporte ao governo, sendo vista por muitos como a “voz do Partido
Comunista da China”.
Os jornalistas responsáveis por cobrir a Revolução Chinesa terão a liberdade de efetuar intervenções
com panfletos, notícias ou transmissões de rádio. Por vezes, os próprios diretores e delegados do comitê
acabarão por solicitar algum tipo de intervenção. Os jornalistas poderão intervir também por meio da
publicação de informações falsas no jornal diário (ex: “PCC se prepara para expandir área de influência militar
para o Sul”, quando, em realidade, não há planos semelhantes). Nesse caso, os delegados deverão pedir
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auxilio e permissão aos diretores do comitê, pois informações falsas influenciarão diretamente no decorrer
do debate e, portanto, devem ser publicadas de maneira extremamente estratégica.
Durante os dias de debate, a dupla de jornalistas deverá atentar-se aos detalhes históricos de ambos
a China e o Jornal Xinhua, sobretudo os anteriores à data de 1945. Os jornalistas estarão imersos em um
ambiente revolucionário e poderão explorar as características específicas do momento em questão e do
próprio Xinhua (como a eventual publicação de uma poesia como parte da notícia diária). Problemas surgirão,
possivelmente haverá censura por parte do PCC, e é essencial total envolvimento de cada jornalista tanto com
sua função, quanto com o momento histórico vivido, para que a experiência possa ser o mais enriquecedora
possivel a todos os participantes.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: VEJA E CARTA CAPITAL
Os delegados responsáveis por cobrir o Supremo Tribunal Federal deverão estar bem informados acerca das
questões a serem debatidas no comitê, sendo estas: a Lei da Anistia e a Lei da Ficha Limpa. Os jornais que
cobrirão as discussões serão a Veja e a Carta Capital.
LEI DE ANISTIA
A anistia é o esquecimento jurídico de uma ou mais infrações penais (JESUS, Damásio de) e, a
promulgação de anistia significa que o estado renuncia ao seu poder repressivo, apagando, portanto, a
infração da legislação e os efeitos da sentença. A anistia pode ser própria ou imprópria, sendo,
respectivamente, concedida antes e após a condenação. Também pode ser incondicionada, ou seja, quando
não existe nenhuma condição que se sobreponha à concessão, ou condicionada, quando existe algum
requisito a ser preenchido.
No Brasil, a Lei 6.683 concedeu Anistia “ampla, geral e irrestrita” no ano de 1979 durante o governo
do presidente João Batista Figueiredo, como parte do processo de abertura política. Os crimes políticos – e
conexos com eles, como crimes eleitorais, por exemplo- cometidos entre 02 de setembro de 1961 a 15 de
agosto de 1979 foram anistiados. Tal perdão jurídico era válido tanto para crimes cometidos por civis quanto
por militares.
A Lei permitiu que os exilados políticos pudessem retornar ao país, sendo um passo importante no
fim da perseguição aos opositores ao regime, contudo, também significou o perdão dos crimes de tortura
cometidos em instituições como DOI-CODI, por exemplo. A contradição levantada é a de que, uma vez que a
Constituição Brasileira está alinhada à Declaração dos Direitos humanos, a anistia de um crime que infringe
diretamente esses direitos é anticonstitucional.
Na marca dos 50 anos do início do Regime Militar, 2014, a Comissão Nacional da Verdade pediu a
revisão da Lei da Anistia. Criada em 2011 e instituída em 2012 a comissão “tem por finalidade apurar graves
violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. ”. A demanda
agitou as discussões sobre o que realmente ocorreu no país durante os 21 anos de ditatura militar que têm
sua história varrida para debaixo do tapete.
LEI DA FICHA LIMPA
A corrupção não é oriunda do contemporâneo no cenário político brasileiro. Desde os primórdios da
sociedade brasileira, a população reconhece a corrupção como um dos fatores que mais prejudica o
funcionamento adequado dos sistemas políticos.
O assunto começou a ser discutido mais amplamente a partir da abertura política “lenta, gradual e
segura” no governo do General Ernesto Geisel. A população se preocupava cada vez mais com a corrupção
dos eleitos no sistema, de modo a pressionar a criação de algum mecanismo de controle para as candidaturas.
Avanços foram notados no decorrer dos anos 90, mas foi em 2010 que a Lei Ficha Limpa realmente
ganhou força. Prevendo desde o impedimento de candidaturas naquela eleição até a determinação de um
período de ilegibilidade, a lei que surgiu a partir de pressão popular barrou a candidatura de candidatos para
os mais diversos cargos – até mesmo de governador.
A importância da lei é refletida não só no número de candidatos barrados, mas também na
possibilidade de haver mais nuances que não estão sendo contempladas. O momento de grande desconfiança
pública em seus políticos e de grandes investigações de corrupção, torna a Lei da Ficha Limpa ainda mais
relevante.
CARTA CAPITAL
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Fundada em 1994 pelo mesmo idealizador da Veja e da Isto é, Mino Carta – que ainda é diretor de
redação –, a Carta Capital é uma das revistas semanais de maior circulação no país. Como linha editorial, auto
afirma-se progressista, respeitadora da diversidade humana e defensora de um mundo mais justo para todos.
Inicialmente, era uma revista mensal e passou a ser semanal a partir de 2001. Entrou para o mundo
da publicação digital em 1999 e sustenta a crença de estar sempre em beta – versão teste – o que lhe permite
transformações em sua forma de organização.
Vencedora de diversos prêmios importantes de imprensa e com uma equipe relativamente pequena,
a Carta Capital busca se posicionar e fazer uma análise crítica dos principais acontecimentos da semana.
Alinha-se, apesar de fazer críticas, à esquerda política brasileira, adotando uma postura favorável aos
governos de Lula e Dilma.
A revista conta intelectuais e especialistas em diversas áreas do conhecimento que escrevem
editoriais e colunas, tornando o trabalho altamente opinativo. Tomou a cara que tem hoje em 2013 quando
se revolucionou no mundo digital. Repaginou o layout, agregaram parceiros, criaram a TV Carta, e explodiram
nas redes sociais no momento em que o país assistia as enormes manifestações de junho de 2013
Autodeclarando-se sensível aos direitos humanos com ênfase no engajamento progressista, a revista
cresce muito no âmbito digital e é um forte nome na imprensa do atual cenário político, econômico e social
do Brasil
VEJA
Nascida em 1968, após o fim de uma das revistas mais influentes do país – a Realidade –, a revista
Veja veio para competir com a Revista Manchete e com uma proposta editorial parecida com a da revista Life,
o que significava muitas imagens em suas páginas.
Já concebida como revista semanal, passou por alguns testes antes de efetivamente emplacar no
mercado editorial brasileiro. Atualmente, é a revista de maior circulação no país com uma tiragem de mais de
1 milhão de exemplares.
Controversa e polêmica, a Veja tem posicionamentos incisivos em suas reportagens, editoriais e
demais matérias, colecionando processos, apoiadores e opositores. Por isso, é alvo de críticas por demais
veículos comunicacionais e até mesmo por um de seus idealizadores, o jornalista ítalo-brasileiro Mino Carta.
Os principais assuntos abordados em suas matérias são políticos e econômicos, porém
ocasionalmente ressalta pautas sobre ciência, tecnologia, estilo de vida e religião. Conta com edições regionais
que abordam temas ligados, principalmente, à cultura e ao lazer como a Veja São Paulo, a Veja Brasília, entre
outras.
Com grande enfoque no trabalho gráfico, a revista é conhecida por matérias de capa de discurso
enfático e alinhadas, por vezes, à direita conservadora brasileira, sendo recorrentemente oposição ao governo
dos últimos 12 anos.
Um veículo poderoso e formador de opinião altamente popular, a revista Veja ocupa um posto
elevado no mercado editorial brasileiro e influencia a imprensa e a opinião pública.
E aos delegados, o que compete?
A Carta Capital e a Veja são dois veículos com linhas editoriais extremamente distintas e poderosas.
Ambos têm posicionamentos fortes sobre os acontecimentos do nosso país e, cada uma à sua maneira, dão
apoio ou repúdio editorial aos fatos e causas do Brasil. Os delegados deverão explorar as possibilidades de
cada cobertura do ponto de vista de cada um dos veículos e o que é mais interessante ser pauta em um ou
outro. Serão quatro dias de evento, dos quais dois serão analisados sob o ponto de vista da Veja, e outros dois
sob o ponto de vista da Carta Capital, somando um total de quatro notícias.
A intervenção possível é, na verdade, aquilo que vivenciamos diariamente com a mídia brasileira.
Poderosa, essa inflama as discussões dentro e fora das câmaras de Brasília, sendo assim, uma notícia
produzida pelos delegados – ou até mesmo requisitada pelos diretores – pode acender uma nova discussão
no STF ou, quem sabe, jogar algumas para debaixo do tapete.
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU
CS: JORNAIS THE NEW YORK POST E PRAVDA
THE NEW YORK POST E PRAVDA DURANTE A CRISE DOS MÍSSEIS
Em 1959, com a chamada Guerra Fria, Cuba havia se aliado à União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas. Por sua localidade geográfica próxima aos Estados Unidos, que era o maior inimigo da URSS, tal
aliança tornou o mundo ainda mais instável. EUA e URSS estavam mais próximos que nunca.
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Devido à proximidade, a URSS tomou uma vantagem sobre os EUA de poder vigiá-los e aumentar
silenciosas ameaças. Os dois polos mundiais estavam a meros quilômetros de distância após a Revolução
Cubana liderada por Fidel Castro e a estabilidade mundial dava tropeços mais uma vez. Foi neste cenário
que a URSS implantou mísseis nucleares no território de Cuba. Com a espionagem, muito comum na época
entre soviéticos e norte-americanos, EUA desvendou a conspiração e imediatamente se posicionou,
demandando a retirada dos mísseis e, em seguida, posicionando seus próprios armamentos - em sua maioria
ogivas nucleares. Neste caso, a estabilidade mundial havia chegado a um ponto crítico, onde a segurança
internacional poderia estar comprometida indefinidamente.
Em tempos anteriores à crise, os EUA haviam tentado retomar Cuba da URSS pela Baía dos Porcos,
tamanha sua importância em termos de localidade para os norte-americanos. Apesar disso, sua tentativa
falhou. Deste modo, após desvendados os mísseis que a URSS mantinha em Cuba, o ministro de relações
exteriores soviético, Nikita Kruschev, posicionou-se afirmando que a medida foi tomada para evitar uma nova
ofensiva estadunidense para a retomada de Cuba.
O então presidente estadunidense, John F. Kennedy, posicionou mísseis nucleares apontados tanto
para Cuba quanto para o território da URSS. Dentre suas medidas, também posicionou um bloqueio naval e
200 mil soldados colocados a postos na Flórida. Por treze dias, o mundo viveu um hiato, em que uma nova
guerra mundial poderia acontecer a qualquer instante. Contudo, dessa vez seria um conflito com cunho
nuclear e de muito maior alcance, com potencial de destruição ainda maior que aquele da Segunda Guerra
Mundial.
A Guerra Fria, que ainda não tinha se tornado um conflito militar propriamente dito, estava a um
passo de se tornar uma ameaça para o mundo pela possibilidade de destruir não somente os inimigos, como
também o planeta. As tensões eram tantas que cidadãos norte-americanos construíram abrigos para se
proteger dos ataques nucleares que seriam usados durante a possível e ameaçadora Terceira Guerra Mundial.
Foi principalmente após as bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaki que o mundo pôde ver o potencial
massivo de destruição que tinham as ogivas nucleares. Havia um temor pelo futuro.
Foi neste cenário que ambas potências se juntaram para tentar resolver de maneira diplomática a
crise dos mísseis, com várias demandas e condições de todas as partes envolvidas num dos órgãos mais
importantes das Nações Unidas, o Conselho de Segurança. A situação delicada em que o mundo se encontrava
poderia ser um marco importante para a diplomacia ou o começo de uma guerra de proporções nunca antes
vista. Vários jornais - tanto dos EUA quanto da URSS - se posicionaram a respeito, e daremos destaque para
os chamados The New York Post (dos EUA) e Pravda (da URSS).
O jornal bolchevique Pravda teve grande circulação durante a União Soviética, cujo público-alvo era
a classe operária. Teve sua primeira publicação em 1912 em São Petesburgo. Inicialmente, foi perseguido pelo
governo e suas redações fecharam. Já em 1917, com a Revolução Russa o jornal reabriu e manteve suas
atividades durante o governo de Vladmir Lênin.
Contudo, em 1928, Josef Stalin expulsou o então editor do Pravda e tornou o veículo seu porta-voz
para se comunicar com a população, além de ser um meio de trocas de mensagens entre oficiais do governo.
Aqueles que serão os jornalistas do Pravda no Conselho de Segurança deverão informar o povo russo
das medidas tomadas pelos embaixadores das duas potências mundiais, além de serem um meio de
intervenção agindo em parceria dos diretores deste comitê, atentando apenas com a instabilidade e ânimos
inflamados.
Já o estadunidense New York Post, um dos jornais mais antigos do país e com a sétima maior
circulação nacional, tem uma posição republicana e conservadora em relação aos demais. Durante a Guerra
Fria, tomou um posicionamento editorial de apoio aos EUA e repúdio às ações tomadas pela URSS, em especial
durante a Crise dos Mísseis.
Em 1961, Paul Sann havia recentemente se tornado editor-chefe do jornal e sua reputação como
repórter era coberta de polêmicas e acidez. Montava as primeiras páginas do jornal e escrevia as manchetes,
sempre mantendo-se numa posição conservadora.
Espera-se que os jornalistas responsáveis pela cobertura do CS tenham a habilidade de abordar um
mesmo tópico por diferentes pontos de vista, entendendo a ideologia dos dois diferentes jornais. Sendo assim,
a dupla deverá produzir notícias a partir da perspectiva de ambos os jornais, soviético e estadunidense,
podendo escolher por qual ponto de vista começar, mas produzindo, ao todo, duas noticias para cada um
(uma noticia por dia, para quatro dias de evento). Além disso, os jornalistas deverão agir em parceria com os
diretores do Conselho de Segurança para elaborar as mais diversas intervenções.
Por fim, os jornalistas que cobrirão os eventos do Conselho de Segurança em 1962 devem ter tato
para saber fazer críticas ao inimigo, que serão necessárias. Será possível veicular informações falsas,
sobretudo por meio do Jornal Pravda, porém estas devem ser publicadas sob supervisão e auxilio estratégico
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dos diretores do comitê, uma vez que poderão alterar drastricamente o rumo dos debates. Pelos ânimos à
flor da pele, os jornalistas devem, acima de tudo, ter cuidado com suas palavras. Uma vírgula pode mudar os
direcionamentos do comitê, aproximando o mundo de uma guerra fatal.
Imprescindível ressaltar que, uma vez que o Conselho de Segurança será totalmente em inglês, os
jornais produzidos para esse comitê também devem ser produzidas nessa língua.
B) JORNAL NOTURNO
Todos sabemos que jornalismo não se resume a notícias. Sendo assim, no jornal noturno os
participantes do comitê receberão a tarefa obrigatória de produzir textos que vão muito além da descrição
de fatos. É nesse momento que sua voz e sua criatividade poderão ser expressas por outros meios, incluindo:
resenha, artigo, crônica, reportagem, entrevista, charge, conto e/ou biografia. Vale lembrar que o formato
textual escolhido não pode ser repetido pela mesma dupla em outra edição do jornal, e que a produção para
o jornal noturno deve ser vista com a mesma seriedade que para com o diurno.
RESENHA: Resenha é uma descrição minuciosa de alguma expressão, geralmente artistica. Ela pode ser crítica
e consistir em um resumo do objeto em questão, seguido de uma interpretação e opinião crítica sobre o
conteúdo com o objetivo de informar o leitor a respeito da obra. No jornalismo, a resenha é um texto
opinativo com comentários e julgamentos pessoais de quem redige sobre o que está sendo analisado. Em se
tratando de termos estruturais, pode-se dizer que esta possui estrutura livre, mas é mais habitual
encontrarmos resenhas de extensão mais curta e que apresentem de maneira objetiva as principais ideias
apresentadas. O objeto da resenha pode ser de qualquer natureza: um filme, um livro, uma peça de teatro,
ou mesmo as famosas intervenções da SiEM. Os jornalistas, ao optarem por este gênero textual, poderão
relacionar alguma obra com o evento ou com seu comitê de cobertura, ou analisar algo que tenha sido
apresentado ou produzido na própria SiEM.
ARTIGO: trata-se de uma uma publicação jornalística que contém a opinião do autor sobre um tema
específico. A estrutura de um bom artigo de opinião consiste de um título, um parágrafo introdutório que
explane de forma geral o assunto a ser discutido, e parágrafos onde a argumentação é desenvolvida. A
questão em discussão e o ponto de vista do jornalista devem estar claros ao longo de todo o texto, sendo este
sempre sustentado por uma base sólida de argumentos. Ao fim, será necessário elaborar uma conclusão que
fortaleça o posicionamento apresentado. A linguagem utilizada no artigo de opinião deve ser objetiva e de
caráter persuasivo, e este poderá ser escrito tanto em primeira, quanto em terceira pessoa, contanto que a
proposta de convencer o leitor acerca de uma posição ou ideia seja mantida. Os jornalistas terão como optar
por escrever o artigo por dois pontos de vista diferentes: poderão tanto imaginar-se no momento histórico
de seu comitê de cobertura, quanto expor um posicionamento referente à sua posição como jornalista da
SiEM. Em ambos os casos, será necessário dialogar com os diretores do comitê para que todas as duvidas
sejam sanadas e não haja nenhuma discordância no conteúdo dos textos.
CRÔNICA: é um texto curto e de linguagem simples que se aproxima do leitor e torna a leitura agradável por
se tratar de uma narração em primeira pessoa, baseando-se em acontecimentos do cotidiano e, portanto,
permitindo a identificação com os personagens. A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial e exposição
dos sentimentos dos personagens são muito frequentes nas crônicas. Na SiEM, os jornalistas poderão escolher
esse meio textual criando uma narrativa que explore o ambiente histórico de seu comitê, ou a atmosfera da
simulação. Estes não terão de se limitar a acontecimentos cotidianos da realidade contemporânea, mas
poderão optar por fazê-lo. Nesse gênero textual, há uma grande liberdade criativa, o que, porém, não tornará
a revisão menos rígida e exigente.
REPORTAGEM: no jornalismo, a reportagem é considerada um gênero “problemático”, por não se encaixar
inteiramente no jornalismo opinativo – no qual a opinião do redator fica explícita – nem no jornalismo
informativo – textos com o único objetivo de noticiar e narrar acontecimentos. A reportagem apresenta
levantamento de dados, entrevistas com testemunhas e/ou especialistas, e uma análise detalhada dos fatos,
mas também apresenta um retrato do assunto de um ponto de vista pessoal. Por ao mesmo tempo colocar
outras vozes que não a do repórter, esta acaba por proporcionar um equilíbrio entre os discursos direto e
indireto. Vale ressaltar que a reportagem, diferente da notícia, não necessariamente informa acerca de um
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acontecimento recente. É muito comum reportagens tratarem de temas de relevância para o momento em
questão, mas que não necessariamente estão acontecendo no instante vivido. Os jornalistas poderão fazer
reportagens sobre temas que envolvam o evento ou o comitê de cobertura, com bastante abertura na escolha
da associação a ser apresentada.
ENTREVISTA: Trata-se de um texto marcado pela oralidade e produzido pela interação entre duas pessoas: o
entrevistador – aquele que faz as perguntas - e o entrevistado – aquele que responde às perguntas. A
entrevista costuma propor debates sobre diferentes temas e tem o discurso direto e diálogo como principal
característica, sendo assim, as palavras de ambas as partes são transcritas de maneira verídica. A entrevista
possui papel essencial na difusão do conhecimento, formação de opinião e posicionamento crítico na
sociedade. Os delegados poderão entrevistar personagens ou pessoas, dependendo de sua proposta, e em
ambos os casos deverão apresentar a proposta anteriormente aos responsáveis no CI. A entrevista deverá ser
transcrita da maneira mais fidedigna possível, e, para que seja aceita pelos diretores, terá de ser apresentada
com uma introdução de contextualização redigida pelos jornalistas.
CHARGE: A charge, presente principalmente no jornalismo, é um tipo de ilustração geralmente de caráter
humorístico que apresenta crítica sobre situações do cotidiano através da ironia. Normalmente publicadas
em meio a artigos de opinião e cartas de leitores, as charges não se resumem a imagens, mas constituem um
gênero que combina linguagem verbal e não verbal, apresentando informações através da intertextualidade.
Jornalistas que tenham interesse em produzir algo que vá além da palavra terão liberdade para produzir uma
charge relacionada a qualquer aspecto do evento. O tema deverá ser apresentado aos diretores antes da
produção ser iniciada, e a charge a ser produzida deverá conter, obrigatoriamente, ao menos alguma parte
textual.
CONTO: O conto consiste em uma narrativa apresentada por uma sucessão de acontecimentos com um
número limitado de personagens. Diferente dos textos informativos, os contos têm o objetivo principal de
entreter, apesar de também terem o propósito de ensinar. Todos os contos são ficcionais, fator que os
diferencia da crônica e da reportagem, podendo ainda ser baseados, indiretamente, em fatos reais. No caso
dos contos, estes deverão ter ligação com os momentos históricos dos comitês a serem cobertos, não com o
evento da SiEM. Os jornalistas terão total liberdade ficcional sobre o contexto e sobre as personagens, tendo
apenas de considerar o público alvo do jornal em que o conto será publicado: o de um evento acadêmico.
BIOGRAFIA: Biografia é a história escrita da vida de determinada pessoa. Conta com descrições de fatos
particulares da vida de uma pessoa, narrada, geralmente, em terceira pessoa, e podendo conter também
fotos. Caso o jornalista opte por escrever o texto em primeira pessoa, este deve pedir orientação da diretoria
para entender como poderia fazê-lo. A estrutura básica de uma biografia inclui apresentação do protagonista
– a pessoa que terá a vida relatada – introdução, descrição dos principais fatos que compõem a história e uma
conclusão de caráter subjetivo. Os jornalistas poderão biografar a vida de um personagem histórico ou de um
membro da equipe da SiEM, não podendo relatar sobre a vida de nenhum secundarista participante.
O REPÓRTER DE MÍDIAS DIGITAIS
Ao delegado(a) que aplicar para a vaga de Repórter de Mídias Digitais, a aventura é cobrir em vídeo
(com as diretoras Camila Moura e Natália Costard) as loucuras e os debates da SiEM 2016, além de produzir
outros conteúdos audiovisuais e fotográficos. Os trabalhos incluem:
COBERTURA DAS INTERVENÇÕES
Ao longo da simulação, o Repórter de Mídias deve estar atento à atuação do Comitê de Intervenções
e dos jornalistas do CI, os quais também efetuarão intervenções jornalisticas ao longo dos dias de debate. A
SiEM, diferente da maioria dos outros modelos, é conhecida por realizar inúmeras intervenções em seus
comitês, muitas delas sendo extremamente elaboradas e longas. Para que todas possam ser registradas em
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video e compartilhadas com os delegados, é preciso muita atenção e energia. O Repórter poderá ser
responsabilizado por fotografar ou filmar a intervenção, dependendo da disponibilidade dos diretores para
acompanhá-lo no momento em questão.
GIRO SIEM
O Giro SiEM é uma das mais recentes tradições da simulação. Sua primeira edição foi no ano de 2014,
mas a espontaneidade e o carinho presentes na criação foram tamanhos que este foi recebido calorosamente
pelos participantes da SiEM. O Giro trata-se de um vídeo produzido diariamente com o propósito de registrar
o cotidiano do evento. Gravado totalmente sem cortes, a câmera é guiada pela diretora e apresentadora
Camila, que caminha pelos corredores conversando com quem cruzar seu caminho, mostrando o que ocorre
de mais interessante nos arredores da SiEM. Como o Giro ocorre somente uma vez por dia, dependendo da
movimentação nos comitês, é possivel que o Repórter se isente da necessidade de produzi-lo com as diretoras.
No entanto, se este estiver disponível, será responsável por auxiliar com a filmagem.
COBERTURA DAS CERIMÔNIAS DE ABERTURA E ENCERRAMENTO
Assim como os jornalistas ficarão encarregados de produzir uma matéria sobre a cerimônia de
abertura, o Repórter do CI deverá auxiliar as Diretoras de Mídias Digitais com a produção de material do
primeiro dia, sendo a tarefa exata a ser cumprida definida com o delegado antes do início da simulação. A
mesma função se extenderá para o dia de encerramento (o profissionalismo não pode parar!).
SIEM É AMOR
O SiEM é Amor é mais uma das tão queridas tradições audiovisuais da SiEM e está atrelado ao correio
elegante da simulação, hoje conhecido pelo mesmo nome. O SiEM é Amor se resume a um ou mais vídeos no
formato de compilação, isto é, a junção de vários outros vídeos curtos que deverão ser gravados pelo Repórter
de Mídias juntamente aos diretores responsáveis. Nestes vídeos, participantes do evento respondem à
pergunta: “Por que você acha que a SiEM é Amor?”, como bem a entenderem e sem mais explicações.
OSCAR SIEM
Conhecido por ser, ano após ano, motivo de estresse no Comitê de Imprensa, o Oscar SiEM é
possivelmente a proposta mais elaborada sob cargo da equipe. Ao longo dos dias de simulação, o Repórter de
Mídias, em conjunto com os diretores do CI, deverá buscar, por entre todos os participantes da SiEM,
potenciais concorrentes aos prêmios do Oscar personalizado da simulação. A premiação funciona de maneira
bastante semelhante à da Academia e é transmitida ao fim do evento, na cerimônia de encerramento. A lista
de categorias está sujeita a alterações, mas a meta é apenas adicionar novas, mantendo as antigas:
● Melhor Imitação: os concorrentes devem saber copiar os gestos e/ou a aparência de outras
pessoas, famosas ou não.
● Melhor Vestimenta: concorrem os donos das roupas mais bem feitas do evento, podendo
englobar desde a melhor fantasia, ao melhor estilo.
● Melhor Músico: os concorrentes participarão tocando uma música de sua escolha que
expresse seu talento musical.
● Melhor Performance: os concorrentes devem possuir algum talento, variando de comédia,
à dança, atuação e outros.
● Melhor Intervenção: o CI selecionará as intervenções mais marcantes para competirem
nessa categoria.
● Melhor SiEM é Amor: os concorrentes serão os entrevistados favoritos dentre os videos
gravados para a compilação do SiEM é Amor.
● Melhor História: cada comitê poderá gravar um video realizando algo que expresse e
represente melhor o comitê e os dias vividos na SiEM 2016.
FOTOGRAFIAS DIÁRIAS
Além das fotografias das intervenções e das cerimônias de abertura e encerramento, o Repórter de
Mídias deverá estar constantemente com uma câmera em mãos, registrando cada detalhe do evento a partir
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de suas lentes. As fotos serão atualizadas diariamente na página do CI no Facebook, e, sendo assim, o Repórter
deve ser cauteloso quanto as fotografias (não queremos compartilhar informações sigilosas em momentos
inoportunos).
Por fim, tudo isso será feito por captação com câmeras DSRL e edição em Adobe Premiere Pro ou
Final Cut, sob instrução dos diretores do CI. O Repórter pode optar por trazer sua câmera e seu computador
pessoais, de modo a garantir que haja equipamento para qualquer momento de urgência, mas haverá três
câmeras disponíveis para uso de todos os responsáveis pela parte audiovisual.
ALÉM DOS JORNAIS
1. MÍDIAS SOCIAIS
Vivemos um novo tempo na Imprensa com a Internet. Atualmente, a configuração das mídias tem se
voltado para os primórdios da imprensa, quando todos eram vetores de informação em potencial. Bastam
alguns cliques no Facebook para que uma matéria seja veiculada por uma rede que envolve milhões de
pessoas de todos os cantos do mundo. A linguagem virtual ainda não está consolidada, afinal, a Internet como
conhecemos existe há menos de vinte anos, mas o Comitê de Imprensa da SiEM 2016 faz questão de incluí-la
em seus trabalhos.
Blogs, memes, textão no Facebook, página de notícias. Tudo é válido nessa loucura cibernética. Pensando
nisso, os repórteres desse ano têm a possibilidade de produzir conteúdo para as redes sociais da Imprensa
SiEM além dos seus textos em mídia impressa. As possibilidades são infinitas! Desde críticas até
entretenimento, os delegados podem explorar os gêneros textuais e a fluidez da Internet para produzir peças
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criativas e, até mesmo, peculiares. A ideia, nesse âmbito, é inovar! Entre Facebook, Twitter, YouTube e
Instagram, qual é o conteúdo que vale a pena ser compartilhado com os participantes da SiEM?
Todos os repórteres estão convidados a produzir colunas críticas, artigos engraçados e perspicazes,
trabalhos visuais (memes, fotos, etc.) que considerem pertinentes, entre tantas outras surpresas que essa
caixinha mágica chamada Mídias Sociais nos reserva. É importante ressaltar, no entanto, que a produção para
o digital não isenta os participantes de suas tarefas de mídia impressa, sendo um complemento aos trabalhos
tradicionais de simulação. A publicação do conteúdo produzido será mediante a avaliação da Coordenadora
Geral de Midias Sociais, a qual estará sempre disponível para auxiliar os delegados a postar todas as ideias
mirabolantes que lhe surgirem.
2. INTERVENÇÃO JORNALÍSTICA
Os acontecimentos históricos não se sucedem dissociados dos noticiários. Pelo contrário, por vezes
assistimos notícias guiarem populações inteiras e mudarem o rumo da história. Na SiEM, não podia ser
diferente. Além dos textos para o jornal e das peças criativas para as mídias sociais, os delegados devem
manter em mente o poder que carregam como jornalistas e inserirem-se no meio histórico de seu comitê de
cobertura para colocar esse poder em prática.
A realização de intervenções, diferente da redação dos textos, não terá hora, nem regras prévias para se
suceder. Cabe aos repórteres e aos diretores do gabinete a sofrer intervenções alinharem as ideias e as
necessidades específicas a serem consideradas. Por vezes a imprensa será censurada, impedida de publicar
ou mesmo de realizar algum tipo de intervenção. Em outros momentos, é possivel que a mesa do comitê
requisite que uma intervenção jornalística seja feita. Independente disso, nossos jornalistas devem encarnar
o jornal que estiverem representando a todo momento, de modo a imergir no contexto histórico do comitê
que estiverem cobrindo, mantendo também em mente os deadlines do jornal escrito.
Haverá somente uma intervenção que cobraremos de cada dupla de jornalistas. Ao longo dos dias de
simulação, a dupla deverá, ao lado do Comitê de Intervenção e dos diretores de seu respectivo comitê de
cobertura, pensar em uma maneira dinâmica e mais grandiosa de intervenção, seja por meio de uma
reportagem televisiva, de uma coletiva de imprensa ou de qualquer outra maneira que lhes vier a mente e
que seja considerada viável pelos diretores do CI. Dependendo da estratégia adotada pelos jornalistas, tal
intervenção poderá se desenvolver em uma crise, ou não. As duplas contarão com o suporte de toda a equipe
da imprensa e o prazo para realizar a intervenção será até o último dia de simulação, podendo ser efetuada
logo a partir da primeira sessão.
REGRAS DE PROCEDIMENTO
Para todos ficarem felizes e ninguém ficar estressado, o Comitê de Imprensa tem algumas regras a serem
seguidas. Algumas delas são gerais da SiEM, outras são particulares ao nosso Comitê.
VESTIMENTA
Como toda simulação, a SiEM demanda de seus delegados roupas sociais (salvo os trajes específicos
que alguns personagens têm a possibilidade de usar). Logo, pedimos aos delegados que evitem calças jeans,
saias muito curtas ou decotes muito grandes, assim como tênis (exceto sapatênis) e camisetas (mesmo polo).
Para quem vier de salto, aconselhamos trazer um chinelo para usar dentro da sala da Imprensa.
“Pode usar um traje do século XIX? ” Pode!
“Pode vestir peruca branca de juiz? ” Pode!
“Pode usa uma toga? ” Acho melhor não.
Só não vem de tênis, nem de moletom!
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HORÁRIO
Para nos organizarmos direitinho, temos alguns horários que devem ser seguidos. Pedimos que os
delegados evitem se atrasar no início do dia e que estejam na sala 5 minutos antes de sair para o almoço e
também antes do encerramento do dia, independente da intensidade da sessão em questão nesse momento.
Os delegados da imprensa, como todos os outros, devem almoçar, lanchar, e seguir o cronograma do evento
até segundas instruções. Os deadlines para entrega das matérias também devem ser respeitados (avisaremos
uma hora e meia hora antes deles). Tem reunião de pauta? Tem sim! E é logo após o almoço. É obrigatória a
presença de todos os jornalistas, então programe-se para chegar bem na hora! A presença de todos desde o
começo é imprescindível. Se organizar direitinho, todo mundo chega.
ENTREGA DAS MATÉRIAS
Terminou seu texto? Tá tranquilo, tá favorável? Antes de enviar para o seu diretor, verifique se você
assinou! Somos mágicos, mas ainda não temos bola de cristal (estava em falta). Feito isso, aproveite e adiante
o texto do dia seguinte, faça um meme, ajude um amiguinho jornalista!
TRÂNSITO PELOS CORREDORES
Somos o único comitê que tem acesso a salas que não a sua (YAY!), o que significa uma certa andança
pelos corredores. Mas evite deixar os diretores loucos atrás dos delegados! Fique ou no seu comitê de
cobertura ou na imprensa, facilitando assim que seja localizado (a).
PERTENCES
Trouxe câmera, celular, tablet, computador, MP3 player (oi?), mantenha-os perto de você! A SiEM
não se responsabiliza por objetos perdidos, roubados ou enviados para outro período histórico. E controle seu
vício! Celular combina com almoço, fora disso, só pra trabalho!
“SiEM É AMOR E A GENTE SABE”
A SiEM é conhecida pelo alto volume de amor envolvido entre quem participa dela, então, ame seu
colega repórter, ame seu diretor, ame todo mundo. Deixa a vida bem mais fácil.
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