File - Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Seia

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File - Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Seia
Intervenção Nutricional
em Cuidados Paliativos
Nutricionista Sónia Velho
Hospital Beatriz Ângelo

60% da Mortalidade→ Doenças crónicas:
◦ Doenças oncológicas
◦ Insuficiências orgânicas (doença respiratória,
cardíaca, renal, hepática, etc.)
◦ Doenças neurologicas progressivas
Mortalidade em Portugal
www.portaldasaude.pt/nr/rdonlyres/0c255ef1-e3ab-46cf-b79c
e9a210f60f6d/0/programanacionalcuidadospaliativos.pdf
◦ 5-15%- Insuficiência cardiaca
◦ 50%- Doença de Alzheimer
◦ 50-80%- Doença oncológica avançada
Prevalência de Caquexia
Haehling S, 2014. J Cachexia Sarcopenia Muscle (2014) 5:261–263
Doenças
Crónicas
Anorexia
Inflamação
↓ Tecido
Adiposo
Resistência
à insulina
↓Hormonas
anabólicas
↓ Massa Muscular
Perda de Peso
Evans W J et al Clinical Nutrition (2008)27:793-799.
Fadiga
Anemia
Caquexia
Evans W J et al Clinical Nutrition (2008)27:793-799.
Caquexia-Critérios de diagnóstico
em doentes oncológicos
Fearon K , Lancet Oncol (2011);12:489-95
Avalição do risco nutricional:
◦ Adultos: Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), Nutritional Risk
Screening 2002 (NRS2002)
◦ Idosos: Mini Nutritional Assessment (MNA)
◦ Crianças: Strong Kids
Avaliação nutricional:
Aspectos socioeconómicos, exame objectivo,
antropometria, inquérito alimentar, parâmetros
bioquimicos
Intervenção Nutricional centrada no
doente
Intervenção Nutricional-Quando?
Mortalidade
J Natl Cancer Inst 2012;104:1–15
Qualidade de vida
J Natl Cancer Inst 2012;104:1–15
Melhoria da Qualidade de Vida
• Promover conforto
• Instituir dietoterapia para facilitar o controlo
de sintomas
• Optimizar o estado nutricional do doente
Objectivos
Aconselhamento Suporte Artificial
Dietético
de Nutrição
Estratégias

Introduzir as Confort foods

Liberalizar dietas terapêuticas (ex: restrição de sal,
açúcar, etc)

Evitar a alimentação/hidratação forçada

Tolerar a baixa ingestão alimentar→ Dieta zero

Dialogo com os familiares/Cuidadores

Abordagem multidisciplinar
Promover conforto
Dieta zero
Nenhum alimento per os:
Desidratação:
Cetogénese e libertação de
Não provoca dor, nem desconforto,
opioides no cérebro
desde que a cavidade oral
 inibição da sensação de fome
seja humedecida
Cuidados à boca, raspas de gelo…
Efeitos fisiológicos da Dieta Zero
Fuhrman M P e col; Nutr Clinc Pract (2006) 21:134-41
Preval: 100%
↑ Densidade
energética
Sem horário
Anorexia
Preval: 84,6%
↓ Quatidade
Várias refeições
Saciedade
precoce
Preval: 47,7%
Ervas aromáticas,
molho de soja,
Gotas de limão
Alteração
do paladar
Preval: 49% e
26,2%
Preval: 53,8%
Alim. frios e secos
Gengibre
↑Hidratação
↑ Fibra, Gordura
Consistência
homogenia
Obstipação
Disfagia
Nauseas/
Vómitos
Espessante
Controlo de Sintomas
Duval et al Revista Brasileira de Cancerologia, 2010; 56(2):207-212

Reforço energético-proteico:
◦ Alimentos correntes
◦ Suplementação

Promover actividade física/exercício físico
Optimização do estado nutricional
Proteínas
Fortificação
Lípidos
Suplementos
alimentares
Batidos
caseiros

A via oral deve ser privilegiada

Aconselhamento dietetico→ aporte satisfatorio

Suporte artificial de nutrição?
◦
◦
◦
◦
◦
Idosos
Doenças neurologicas
Demência
Doença oncologica
...Caquexia
Suporte artificial de nutrição
Riscos
Beneficios
Prova
Terapeutica
• Raramente
melhora a
qualidade de
vida
• Não parece
alterar o curso
da doença
Suporte artificial de nutrição- Quando
iniciar?
Fuhrman M P e col; Nutr Clinc Pract (2006) 21:134-41;Morss S,Am J Hosp Pallia Med (2006); 23(5):36977; Moyniham T e col; J Clinc Oncol (2005), 23(25):6256-9.
Nutrição enterica
Prospectivo aleatorizado- 39 doentes com neoplasia da cabeça e pescoço
6 meses; QV global foi superior nos doentes com PEG profilática
Prospectivo aleatorizado-33 doentes com neoplasia da cabeça e pescoço
Ausência de diferença na pontuação global da qualidade de vida
Quality of life and home enteral tube feeding: a French
prospective study in patients with head and neck or
oesophageal cancer
Prospectivo- Doentes com neoplasia da cabeça e pescoço e esofago
Melhoria ligeira na pontuação global da qualidade de vida
Salas S, Radiotherapy and Oncology (2009); Corry J J Med Imag Rad Oncol (2008) 52,503-10; Roberge B
J Cancer(2000) 82(2), 263-69
Dificuldade em avaliar a qualidade de vida

AVC

Demência

Idosos
◦ 859 doentes, SNG precoce ↓ mortalidede (↓Risco Absoluto5.8%; IC (-0.8 A 12.5; p=0.09), mas sobreviventes com um mau
resultado clinico.
◦ Não existe consenso-PEG. Doença avançada a NE parece
estar associada a ↑Riscos/Vantagens
◦ Indicação/formulas e tecnica semelhante aos adultos
◦ Dificuldade em avaliar a qualidade de vida
Acidente Vascular Cerebral
(AVC)/Demencia/Idosos
Denis M, Lancet (2005);365:764-72; www.uptodade.org, e-SPEN 4(2009) e81-e85
Nutrição parenterica
Estudo prospectivo
82 doentes com cancro colorectal avançado
Quimioterapia paliativa randomizados em 2 grupos
Suplementos
Suplementos+ NP
Colorectal Disease 2010 The Association of Coloproctology of Great Britain and Ireland. 12, e190–e199

A intervenção nutricional deve ser precoce
e centrada no doente→Processo dinâmico

Privilegiar a via oral com o objectivo de
reduzir o desconforto associado à
alimentação, maximizar o prazer e
optimizar o aporte

Limitar uso do suporte artificial de
nutrição-Decisão multidisciplinar
Conclusão

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