RELATÓRIO VER-SUS 2015.1 VIVENTE: Aline Lopes de
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RELATÓRIO VER-SUS 2015.1 VIVENTE: Aline Lopes de
RELATÓRIO VER-SUS 2015.1 VIVENTE: Aline Lopes de Santana CURSO/ INSTITUIÇÃO: Psicologia/ Universidade federal de Alagoas (UFAL) LOCAL DA VIVÊNCIA: Arapiraca - Al O Ver-SUS verão 2015.1 ocorreu entre os dias 23 e 31 de janeiro na cidade de Arapiraca - AL. Contou com 40 participantes (10 facilitadores e 30 viventes) que ficaram alojados na Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). A metodologia da vivência foi organizada em eixos temáticos em torno dos quais foram assistidos a filmes, realizadas leituras e discussões. Houve também visitas aos dispositivos da rede de saúde da cidade e momentos para discutir opressões. Os debates sobre as opressões foram sempre acalorados e intensos, o grupo foi muito bom e diverso, as pessoas se colocavam na discussão, isso foi construtivo na construção e desconstrução de posições e ideias. Outra coisa importante sobre a metodologia é que os participantes foram divididos em alguns tipos de grupo, a saber: os NBs (núcleos de base) que ficaram responsáveis por atividades como acordar o as pessoas às 6h00min da manhã, limpar alojamentos, banheiros, plenária, refeitório, fazer a relatoria do dia e organizar a mística e cultural; os GLs (grupos de leitura) que realizavam leituras e discussões antes de discutir na plenária; os GVs (grupos de visitas) que se reunia para realizar as visitas aos locais, contava com pessoas de diferentes NBs para que a experiência das visitas pudesse circular. A divisão de atividades de limpeza e manutenção funcionou como uma estratégia de responsabilização diante da vida. Não havia especialidades ou tarefas as quais alguém poderia se negar a fazer, todos passaram por todas as tarefas, participaram de tudo o que possibilitou uma responsabilização pelo funcionamento da vivência, foi sem dúvida uma lição que vamos levar para nossas rotinas nos serviços de saúde. O início da vivência foi no dia 23/01. Nesse dia houve a recepção dos viventes, ambientação com o alojamento e a UNEAL, explicação de como seria a semana e as atividades e elaboração de um contrato de convivência. Houve uma conversa com pessoas ligadas a Secretaria de Saúde do município, por meio da qual foi possível entender e conhecer a rede de saúde de lá. Foi realizada também uma atividade sobre as impressões que cada participante trazia sobre o Sistema único de Saúde (SUS), impressões essas que eram várias mas, giravam em torno de uma desorganização e ineficiência do sistema. Além disso cada NB criou uma identidade visual e um nome para si. No sábado, dia 24/01, o eixo foi sociedade e as discussões se desenvolveram a partir: da leitura de textos sobre o marxismo, do livro “Introdução à filosofia de Marx” de Sérgio Lessa e Ivo Tonet; do vídeo “Em busca da terra sem veneno” que tratava da importância social dos agricultores para uma alimentação de qualidade e da reforma agrária. Nesse dia os grupos criaram apresentações para mostrar seu entendimento de sociedade após as discussões. As apresentações foram variadas, teve cordel, encenação e ciranda. A noite, no momento opressões, a temática foi o Racismo. Toda a noite, desde a mística até o vídeo e o debate, foi muito tocante. O dia 25/01, domingo, teve como temática o movimento sanitário. Além da leitura de textos base, retirados do livro “A construção do SUS – historias da reforma sanitária e do processo participativo”, vimos um vídeo sobre a temática e realizamos discussões. Na tarde desse mesmo dia construímos uma linha do tempo com os dados discutidos com o movimento sanitário. O momento opressões foi sobre as mulheres e oportunizou a reflexão de muitas coisas. Na segunda feira, 26/01, ocorreu a primeira visita. Os grupos foram a Unidades Básicas de Saúde (UBS) uma vez que o eixo foi a atenção básica. Nosso grupo foi a uma UBS que fica numa região remanescente de quilombos. Os momentos das visitas foram sempre muito ricos por proporcionar contato com as pessoas que fazem o SUS, tanto usuários quanto profissionais. Nesse dia a discussão ocorreu com a presença de membros da Secretaria de Saúde de Arapiraca. No dia seguinte, 27/01, o local de visita foi o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e o eixo foi Humanização e Integralidade. O CTA é o local onde são realizados testes de doenças sexualmente transmissíveis como HIV/ AIDS e sífilis. O ideal é que nele fosse realizado também o tratamento dessas doenças, mas o CTA de Arapiraca encaminha as pessoas para tratarem-se em Maceió. Uma das coisas mais construtivas dessa visita foi ver a dedicação dos profissionais do local. Alguns são profissionais antigos e outros recentes mas que dialogam e buscam fazer o serviço funcionar. O eixo Saúde Mental foi trabalhado na quarta feira, 28/01. Os viventes foram aos locais que trabalham diretamente a saúde mental na rede como CAPS, hospital psiquiátrico, comunidade terapêutica. Nosso grupo visitou o CAPS AD (álcool e drogas) que funciona numa casa alugada e tem um espaço muito agradável. Fomos recebidos pela assistente social que gerencia o centro. Conversamos sobre o acolhimento aos usuários que chagam ao local, o tratamento que no momento é ofertado apenas a 35 pessoas de cada vez, a integração de profissionais diversos que tem surtido resultados. Conversamos com os demais profissionais presentes no local no momento da visita, pudemos perceber por meio de algumas falas o estigma que a saúde mental carrega, como sendo um campo difícil e que por isso não é desejado pela maioria dos profissionais. No final da quarta feira nos dirigimos ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) José Elenilson, em Junqueiro. Chegamos lá à noite e fomos recebidos pelos trabalhadores, que prepararam uma apresentação para nós. Eles são muito organizados nas atividades do assentamento, existem funções divididas entre grupos, havia um cronograma elaborado por eles para nossa estadia no local. Ficamos com o MST até a manhã do dia 30/01, sexta feira. Nesse tempo, conhecemos pessoas, compartilhamos as atividades que eles realizam e a forma como eles vivem. Conhecemos suas ideias, suas opiniões e sonhos. Fizemos amigos. Entramos em contato com uma realidade onde as pessoas lutam por condições de trabalho e infraestrutura para viver. Foi um grande desafio para nós entendermos que estávamos lá na posição de quem vai conhecer algo e não na posição de quem já tem um saber. No final, foi consenso de que esse período foi um dos mais ricos e emocionantes do VerSUS. Com a bagagem da vivência no assentamento, voltamos a Arapiraca e utilizamos o restante da sexta feira para discutir o Público x Privado e fazer a avaliação da vivência e no sábado, dia 31/01, foi a revelação do anjo e a despedida. No último dia estávamos bastante cansados mas, muito mais felizes, transformados em relação ao início. Voltamos a nossas casas com o desejo de continuar dialogando, de construir mais espaços de diálogos e lutar sempre pelo Sistema Único de Saúde, que passamos a ver de forma diferente. A críticas que temos hoje são voltadas para a melhorá-lo, sabemos que é possível porque vivenciamos possibilidades. REFERÊNCIAS LESSA, Sérgio; TONET, Ivo. Introdução à Filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 1ª ed. 2ª tir. 2009. FALEIROS, V. P.; SILVA, J. F. S.; VASCONCELLOS, L. C. F.; SILVEIRA, R. M. G. A Construção do SUS – Histórias da Reforma Sanitária e do Processo Participativo. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
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