Edição 10

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Edição 10
Ano 3 - n° 10 - fevereiro/março de 2015
SUPERAGRO 2015
A Agro100 reuniu mais de mil produtores rurais no seu maior evento anual
de difusão de tecnologia, o Superagro 2015 - “Uma viagem ao centro da terra”.
Página 3
Máquinas na pista
Nesta época de colheita e
plantio os produtores devem
ter muito cuidado com o
deslocamento de máquinas agrícolas.
Página 12
Irmãos Biezus
Desde 2003,
os irmãos
Biezus e a
Agro100
têm
caminhado
juntos
nesta
saga de
produzir
soja no
Mato Grosso
do Sul.
Página 10
Agricultura de precisão
A mais nova ferramenta à
disposição dos produtores rurais,
a agricultura de precisão, vem
ganhando espaço na região.
Página 8
Pioneiros
40 anos no
Mundo Novo
Londrina - Matriz
Av. 10 de Dezembro, 6930 - (43) 3373-1100
Alvorada do Sul - PR
Av. Beira Lago, nº 78 - (43) 3661-1439
Assaí - PR
Av. Paul Harris, 125 - (43) 3262-5289
Bela Vista do Paraiso - PR
Rua Carlos Dias Reis, 261 - (43) 3242-3626
Borrazópolis - PR
Rod. Br 466 Km1 nº 1.334 - (43) 3452-2116
Cambé - PR
Av. Inglaterra, 2013 - (43) 3154-0123
Eldorado - MS
Rua Ruy Barbosa,87 Jardim Novo Eldorado - MS
(67) 3473-2000
Iepê - SP
Rod. SP - 457, s/n - fundos - Bairro Rural (18) 9790-5463
Itambé - PR
Rua Dr. Lafayete Grenier, 22 - (44) 3231-2311
Maringá - PR
Av. Prefeito Sincler Sambati, nº 2370 (44) 3029-4888
Mauá da Serra -PR
Rua Projetada, 02 Parque Industrial
(43) 3464-1623
Naviraí - MS
Av. Weimar Gonçalves Torres, 1093 - sala 3
(67) 3461-5725
Nova Santa Bárbara - PR
Rua João Jurandir de Moraes, 432 - (43) 3266-1134
Ponta Porã - MS
Rua Comandante Lincoln Paiva, 26 (67) 3433-3000
Primeiro de Maio -PR
Rodovia PR 445, Km 448 - (43) 3235-1007
Sabáudia - PR
Rod. PR 218 Km 14 - Pq. Industrial (44) 3251-1300
São Jorge do Ivaí - PR
Rod. PR-554 - Km 17,1 - (44) 3243-1003
Sertanópolis - PR
Rod. PR-323 - Km 426 - (43) 3232-2620
Tamarana - PR
Estrada p/ Marilândia do Sul - Km 2 - (43) 3398-1600
Londrina - sede
Rodovia Celso Garcia Cid, 1545 - (43) 3374-1100
Cambé - PR
Estrada da Prata - Km 4 - (43) 3251-5353
Bela Vista do Paraíso - PR
Rod. PR-090 - Km 4 - (43) 9195-5927
Eldorado - MS
Rod. BR-163 - Km 43,3 - (67) 3471-3402
Guaravera (Londrina) - PR
Rod. PR-538 - Km 2 - (43) 3398-3330
Primeiro de Maio - PR
Rod. PR-445 - Km448 - (43) 3235-1000
Sertanópolis - PR
Rod. PR-323 - Km 426 - (43) 3232-5050
Tamarana - PR
Estrada p/ Marilândia do Sul - Km 2 - (43) 3398-0120
Iguatemi - MS
Rodovia MS 295 Km 01 - (044) 9136-6781
Rolândia - PR
Estrada Rolândia Cambé BR 369 - (43) 3156-1600
Alvorada do Sul - PR
Rod PR 090 Km 06 - (43) 3235-1007
Maracaí - SP
Avenida Central, 447 – (18) 3264 -1181
Rolândia- PR
Terminal de Transbordo
Rod BR-369 - Cambé / Rolândia, (43) 3156-1600
Orgão de divulgação da AGRO100
Produção:
(43) 3024-4084 - (43) 9139-3933
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Jornalista Responsável
Nilson Herrero - MTB 2113
Colaboradores
Marcelo Côrtes
Roberto Gajardoni
Programação Visual
William Inumaru
Revisão
Maria Christina Ribeiro Boni
2
E
Valdecir Arruda André com Marcelo Luiz Kraeski,
Consultor Técnico de Vendas na filial de Eldorado
m 1976, o jovem Valdeci Arruda
André deixou a sua terra, Mariluz, no Noroeste do Paraná, para
mudar-se com a família para o sertão
do Mato Grosso. Isso mesmo, o Mato
Grosso ainda não tinha sido dividido e
chegava até as barrancas do Rio Paraná.
Um ano antes, no dia 18 de julho de
1975, a “geada negra” tinha dizimado
os cafezais e a economia dos pequenos
cafeicultores de Mariluz e de todo o
Paraná. A família Arruda André buscou novas alternativas e transferiu-se
para um lote de 38 hectares de terras
na gleba 4 do projeto de colonização
do Incra no então distrito de Jacareí,
que pertencia ao município de Iguatemi. No ano seguinte, em 1977, o Estado foi dividido e o pequeno distrito passou a ser o município de Mundo
Novo do recém-criado Estado do
Mato Grosso do Sul.
Trouxeram do Paraná a tradição
do trabalho. E na nova terra recomeçaram a vida plantando amendoim e
algodão. Chegaram a cultivar 250 alqueires de algodão no Mato Grosso do
Sul. Em 1986, a família iniciou de forma pioneira o plantio de soja. “Com
o aparecimento do bicudo, cultivar algodão estava ficando muito caro”, conta Valdeci.
Com o dinheiro ganho na lavoura
ele comprou terras de pastagens e passou a criar gado. Em 2003, foi reduzindo as áreas de pecuária e voltou para a
agricultura, plantando soja e milho. E
desde então é cliente fiel da Agro100
no Mato Grosso do Sul. Atualmente,
com o filho Alessandro, ele cultiva 330
alqueires de lavouras.
Ele conta que nos primeiros anos
de plantio de soja as chuvas eram
mais abundantes e havia poucas pragas para atacar as lavouras. “Se colhia
mais e com custos mais baixos”, lembra. Para ele, atualmente só se consegue boa produtividade porque empresas como a Agro100 disponibilizam
para os produtores muita tecnologia e
insumos diferenciados.
Para encerrar a conversa, Valdeci diz que a mudança do Paraná e a
luta em Mundo Novo valeram muito
a pena. “Aqui construí a minha vida.
Criei minha família e me realizei economicamente”, diz ele com o orgulho
dos pioneiros.
SuperAgro 2015
E
A Agro100 reuniu mais de mil produtores parceiros nos
dias 11 e 12 do mês de fevereiro, no seu maior evento anual
de transferência e atualização tecnológica, o SuperAgro 2015.
ste ano o tema foi “uma viagem ao centro da terra”, com
palestras num auditório escavado no solo vermelho onde poderia se ver as raízes do milho buscando nas profundezas da terra roxa os
nutrientes para o seu crescimento.
Palestras sobre mercado, tecnologias, agroquímicos, máquinas e
oportunidades de bons negócios
foram apresentadas aos mais de mil
produtores do Paraná e Sul de São
Paulo, parceiros da Agro100, que
compareceram ao evento.
O SuperAgro é o maior encontro técnico/comercial da Agro100
e será sempre um evento diferenciado e inovador no agronegócio.
O objetivo é demonstrar aos produtores os novos materiais genéticos com seus potenciais produtivos
e genes tolerantes à seca, lagartas,
ferrugem e outras doenças, além
de todo o portfólio de tecnologias,
fertilizantes e agroquímicos fornecidos aos produtores pela empresa
e as indústrias parceiras.
João Fernando Garcia, sócio proprietário da Agro100, na abertura do
encontro, salientou que a evolução
tecnológica do setor é muito rápida, exigindo uma reciclagem cons-
tante de técnicas de produção. “No
início da década de 90 fiquei cinco
anos fora do campo, trabalhando na
área comercial. Voltei, em 96, quando criamos a Agro100. Sem falsa
modéstia, não senti nenhuma dificuldade e pude trabalhar tranquilamente na assistência técnica aos
produtores. As variedades plantadas
e os agroquímicos utilizados eram
praticamente os mesmos. Nos dias
atuais, com a constante evolução na
tecnologia de produção, genética
das plantas, fertilizantes, agroquímicos e máquinas, eu voltaria como
um “ET” no campo. Não conseguiria orientar
ninguém, nem
mesmo regular
uma máquina.
A evolução é
muito rápida.
Por isso reciclamos o nosso
quadro técnico
constantemente
e repassamos as
novas tecnologias aos senhores em eventos
como este”, disse ele.
O evento aconteceu numa área de
15 hectares de campos experimentais montados pela nossa equipe
técnica e das empresas parceiras na
Fazenda Cegonha, propriedade da
Agro100, em Londrina. Além dos
campos com as culturas de soja e
milho, foram movimentadas 600
toneladas de solo para a construção
do auditório escavado. Os produtores puderam conhecer o portfólio
de tecnologias e produtos em 16
estandes montados pelas empresas
parceiras, assim como máquinas
agrícolas, equipamentos e caminhões expostos no local.
Segundo Rodrigo Tramontina,
gerente de marketing da Agro100
e coordenador do SuperAgro 2015,
o evento contou também com a
presença de pesquisadores e representantes de órgãos oficiais, como
Embrapa, Iapar e Emater, além de
engenheiros agrônomos e executivos de inúmeras multinacionais do
agronegócio, também de acadêmicos de agronomia de universidades
de Londrina e experts do mercado
de commodities.
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O
“Uma viagem ao centro da terra”
engenheiro agrônomo Geraldo Chavarria, professor-doutor
em fisiologia vegetal na Universidade Federal de Passo Fundo (RS),
abriu a sessão de palestras técnicas no
anfiteatro escavado no solo. Foi uma
verdadeira viagem ao centro da terra,
onde se podiam observar as raízes do
milho descendo pelos barrancos à procura dos nutrientes, e o agricultor pode
visualizar, abaixo do nível do solo, como
se dá a nutrição da planta e os demais
processos – químicos, físicos e biológicos – envolvidos em seu crescimento.
Chavarria falou aos produtores da
importância da fertilidade dos solos, da
boa nutrição das plantas e do fortaleci-
mento das raízes. “Infelizmente, a maior
parte dos produtores esquece que melhorar o solo, aumentar sua fertilidade,
é melhorar a capacidade da planta de fixar carbono e produzir”, segundo ele.
O pesquisador salientou que solos
arejados e de boa fertilidade é uma
garantia de boa produção mesmo nos
períodos de veranico. Ele enalteceu a
ideia da Agro100 em construir um anfiteatro escavado no solo para as palestras do SuperAgro 2015. “Essa iniciativa serve como alerta ao produtor
para que ele cuide melhor da sua terra, pois aqui ele vê que sua propriedade
não é só aquilo que está acima do solo”,
concluiu.
Geraldo Chavarria
“Parte da safra de 2016 se faz em 2015”
P
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ara o engenheiro agrônomo e analista de mercado da empresa de
consultoria Agência Rural Commodities Agrícolas, Fernando Muraro Junior, que falou sobre as expectativas de
preços futuros das commodities no mercado, parte da safra de 2016 o produtor
deve fazer em 2015, vendendo parceladamente a produção no mercado futuro.
“Safra se comercializa em pelo menos 10
vezes”, disse ele.
Para Muraro, hoje o que determina os
preços de mercados das commodities não
é a produção, estoque ou consumo, mas,
sim, a disponibilidade de dinheiro no
mercado de investimento.
Os grãos passaram a ser moedas de
troca e especulação do mercado financeiro. Segundo ele, no último mês de janeiro foram negociados na Bolsa de Chicago
7,3 milhões de contratos de venda de soja.
Como cada contrato engloba no mínimo
5 mil bushels de soja, foram comercializados 993 milhões de toneladas de soja.
“Em um mês comercializou-se em soja,
na Bolsa, o equivalente a 21 vezes a safra
mundial desse grão já que a safra mundial
é de pouco mais de 300 milhões de toneladas”, informou.
Ainda segundo ele, no ano passado,
Chicago comercializou um volume de
soja em papéis correspondente a 21 ve-
zes a safra de soja produzida. E a de milho
foi vendida 10 vezes. “Portanto - diz ele
- temos que ficar de olho é na disponibilidade de dinheiro e na movimentação do
mercado financeiro no mundo. Principalmente na tendência de investimentos do
dinheiro dos fundos.”
Segundo ele, é pouco significativa uma
queda de 3 milhões de toneladas na safra brasileira de soja, quando o mercado
de papéis movimenta 21 vezes a safra total do mundo. Esse volume de negócios
no mercado de papéis corresponde a um
volume de mais de 6 bilhões de toneladas
comercializadas no ano.
Ele aconselhou os produtores a venderem a safra no mercado futuro e em pelo
menos 10 frações. “O negócio do produtor, que não tem como especular neste
mercado que é tão complicado, é fazer um
preço médio da sua safra, aproveitando as
oportunidades que vão surgindo. Não se
esqueçam, levantem as mãos e mostrem
os dedos. São 10 vezes no mínimo, não se
esqueçam, Gauchada”, repetia em tom de
brincadeira.
Muraro diz que os produtores do Paraná retardam a venda das safras porque
estão capitalizados. “Os americanos já
venderam 95% da próxima safra, enquanto nós não vendemos pouco mais de 30%.
O produtor não pode esquecer que uma
Fernando Muraro
parte da safra de 2016 se faz em 2015, comercializando-a em boas oportunidades
de negócios”, alerta ele.
E para finalizar ele diz que acredita que
no futuro o plantio de milho vai ser um
bom negócio para os produtores. Os americanos estão plantando mais soja e menos milho. Hoje a relação de preços entre
a soja e o milho é de 2,4 para 1. Segundo
ele, quando esta relação estiver em 2 por
1, isto é, quando duas sacas de milho corresponder ao valor de uma saca de soja,
o milho trará mais vantagens aos produtores. E ele acredita que esta paridade vai
acontecer em breve.
Refúgio, uma necessidade!
E
dson Hirose, engenheiro agrônomo
e entomologista do Centro Nacional
de Pesquisa de Soja da Embrapa, falou aos produtores sobre o plantio de refúgios nas lavouras com tecnologia transgênica, durante o SuperAgro 2015.
O produtor deve plantar pelo menos
10% da área total cultivada com milho Bt,
com variedades sem este gene da proteína
Bt. No caso da soja a área de refúgio é 20%
de soja convencional em relação à área total plantada com soja Bt.
Segundo ele, os produtores têm grande
responsabilidade na preservação da eficiência das plantas geneticamente modificadas. “E isso só é possível fazendo com
que as lagartas mantenham as suas características originais.”
Os refúgios servem para que as mariposas geradas nestas áreas não desenvolvam resistência à proteína Bt. E as lavou-
O
s produtores Edson Galera Pulice
e José Saturnino Peres, de Primeiro de Maio, gostaram do SuperA-
gro 2015
“Vou sempre nos eventos. Sempre
aprendo, conheço novas tecnologias e me
atualizo sobre os produtos que utilizo nas
lavouras. Esse evento da Agro100 está ótimo”, disse Edson Galega.
Já para José Saturnino eventos como
Superagro são muito bons porque os produtores podem ter contato direto com os
técnicos e tirar as dúvidas sobre a utilização dos produtos. Ele faz questão de salientar que é 100% cliente da Agro100.
João Suzuki, de Borrazópolis,
conhece as características do caminhão
com os produtores de Sertanópolis,
Domingos Garcia Gomes, Edmilson
Henrique Melo e Angelino Pelizaro
ras refúgio devem estar a uma distância
máxima de 800 metros da última planta
geneticamente modificada para que as
mariposas resistentes e não resistentes se
cruzem para reproduzirem lagartas não
resistentes à proteína.
Segundo o pesquisador, o produtor
não deve esperar pela ação do vizinho.
“Muitos dizem que, se o vizinho faz refúgio automaticamente, ele não precisa
fazer. Precisa sim. As mariposas não vão
voar pra longe para se acasalarem, pois
perto elas encontram parceiros para este
ato de reprodução. E, se todos pensarem
assim, logo as variedades de milho e soja
com tecnologia Bt não terão eficiência
produtiva”, alerta o pesquisador.
Uma nova tecnologia custa muito dinheiro e trabalho para ser criada. Se as
plantas geneticamente modificadas com a
tecnologia Bt não funcionarem, a pesqui-
Gostaram
Edson Hirose
sa automaticamente vai criar outra tecnologia, mas estes custos serão repassados a
toda a cadeia produtiva. “É melhor preservarmos o que já temos”, avisa Edson
Hirose.
Edson Galera Pulice e José Saturnino Peres
“Planto e uso o que os técnicos da Agro100 produção na Nutri100. Tenho certeza que
me indicam e nunca nem pergunto o pre- os meus interesses são bem cuidados”, gaço dos produtos, e entrego toda a minha rante ele.
Os londrinenses Valdecir Maziero,
Tadeu Luciano Batista e José Francisco
Costeski, visitando a exposição de
máquinas e equipamentos
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No estande Timac Agro, produtores
de Maracaí, Pedrinhas, Cruzália e Iepê
Produtores de Tamarana recebidos pelos diretores
do Grupo Agro100, Walter Bussadori e João
Fernando Garcia (agachados à direita da foto)
Parceiros de São Jorge do Ivaí, com a equipe da Agroceres
Os diretores Roger Bolsoni e Antonio Luis Giuliangeli
(à direita na foto) recebendo os visitantes
Produtores de Assaí conheceram a
tecnologia da variedades de soja da TMG
Técnicos da Agro100 com parceiros de
Nova Santa Bárbara, Santa Cecília do Pavão,
Santo Antonio do Paraíso e São Jerônimo da Serra
Técnicos e produtores de Alvorada do Sul
Técnicos e produtores de Maringá
Parceiros paulistas de Iepê, Nantes e
paranaenses de Assaí, com técnicos da Dupont
Produtores de Santa Inácio no estande da Terra Nossa
Produtores foram divididos em grupos para as
palestras nos estandes das empresas parceiras
Técnicos da Dupont apresentando as
novidades tecnológicas aos produtores de Assaí
Diretoria, técnicos e parceiros
comemoram o sucesso do SuperAgro
João Fernando Garcia, Carlos Garcia, Roger
Bolsoni, Walter Bussadori e Antônio Luis
Giuliangeli, sócios proprietários da Agro100
Rodrigo e Walter
Bussadori
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Agricultura de precisão
A nova ferramenta para
aumentar a produtividade
A mais nova ferramenta à disposição dos produtores rurais, a agricultura
de precisão, vem ganhando espaço na região. Só na filial da Agro100, em
Cambé, por exemplo, a área implantada com esta nova tecnologia cresceu
de 600 hectares em 2013 para mais de 3.500 hectares em 2014.
C
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onhecida como AP, a agricultura de
precisão é um conjunto de práticas
de cultivo agrícola que utilizam dados
mensurados pela tecnologia de informação
para a tomada de decisões na implantação e
condução das culturas.
A aplicação desta técnica foi iniciada embarcando nas máquinas agrícolas, como colheitadeiras e semeadeiras, receptores GNSS
(Global Navigation Satelite System), sofisticados computadores de bordo e sistemas que
possibilitam a geração de mapas de produtividade e aplicação de insumos.
No Brasil a prática mais disseminada dentro das operações da agricultura de precisão
é a aplicação de corretivos e fertilizantes em
taxas variáveis. Para tanto, empresas especializadas reúnem informações captadas por
satélite de áreas georrefenciadas. Essas informações coletadas o mais próximo possível
dos estágios de definição de produção das
lavouras orientam na localização dos pontos
de coleta de amostras para a análise do solo e
finalização dos mapas de produção e pontos
de coleta de amostras de solos para análise de
fertilidade.
No entanto, a agricultura de precisão ainda está sendo pouco utilizada nas lavouras
brasileiras. Calcula-se que em menos de 20%
da área plantada os produtores utilizam tecnologias de precisão. Técnicos e órgãos ligados à pesquisa agrícola preveem que até 2020,
a utilização da agricultura de precisão tenha
um crescimento em torno de 25% ao ano. Esta
previsão otimista baseia-se no avanço das ferramentas para a sua aplicação, surgiram novos sensores e equipamentos, tornando a prática da AP cada vez mais acessível, com custos
mais compatíveis e integráveis ao dia a dia das
propriedades agrícolas.
A Agro100 tem uma parceria com a
APMax, empresa especializada em agricultura de precisão que atua no Brasil e em vários países da América Latina. No Paraná, segundo Nelson de Melo Neto, responsável pela
Agricultura de precisão
“Não prometemos economia de corretiAPMax no Estado, os trabalhos foram iniciados há três anos, nas áreas de plantio próprias vos e fertilizantes, mas geralmente ela ocorre”,
da Agro100 e posteriormente a tecnologia foi garante Neto. Segundo ele, em muitas áreas
disponibilizada para os demais produtores. trabalhadas é constatado o excesso de salini“Do primeiro para o segundo ano registra- zação dos solos causado pela aplicação do clomos um crescimento de 130%. Já do segundo reto de potássio. “Só de tirar o cloreto da lipara o terceiro crescemos mais de 250%.” Mas nha de plantio e aplicá-lo na medida certa e a
ele salienta que o maior fomento foi dentre os lanço, a produtividade da soja tem aumentado
próprios clientes que experimentaram a tec- em 3 sacas por alqueire”, garante ele.
Para o produtor aderir a esta tecnologia é
nologia. “Todos os produtores que iniciaram a
só
procurar
um dos nossos técnicos em uma
aplicação da agricultura de precisão em parte
de suas lavouras estão ampliando a área, pois das filiais da empresa no Paraná, Mato Grosso
os bons resultados levam a esta ampliação”, do Sul e Sul do Estado de São Paulo.
conclui Neto.
Os irmãos Bertoletti buscam igualar
Segundo ele, a APMax, através dos dados
a fertilidade nas áreas de plantio
coletados pelo satélite que registra os dados da
Em 2013, os irmãos Bertoletti, Valdemir
região a cada 12 dias, monta um mapa de produção das lavouras instaladas anteriormen- Antônio e José Mario iniciaram a agricultute na área. Com este mapa são marcados os ra de precisão com a aplicação de corretivos e
pontos de coleta de solo para análise. Após as fertilizantes em taxas variáveis em 200 hectares
análises de solo e de acordo com a expectati- plantados com soja. Na atual safra de verão, exva de produção do produtor, é gerado o mapa pandiram esta tecnologia para 1.250 hectares
de aplicação dos corretivos (calcário/gesso) e de suas lavouras. Para Valdemir a agricultura
dos fertilizantes em taxas variáveis, corrigindo de precisão é mais uma ferramenta que pode
as deficiências dentro dos talhões, garantindo ser utilizada para melhorar a produtividade das
lavouras. Segundo ele, com os mapas de produprodutividade homogênea.
Agricultura de precisão
Nelson de Melo Neto, da APMax; o produtor
Sebastião Inocente com Ricardo Cardoso Fernandes
e Denilson Gerioni Filho da Agro100 em Cambé
Valdemir Bortoletti
ção e produtividade gerados anualmente, pelos
levantamentos de satélites e dos equipamentos
de mensuração das colheitadeiras, o objetivo é
homogeneizar a fertilidade das áreas de plantio. “De acordo com nossos mapas, no primeiro ano que adotamos a agricultura de precisão,
tínhamos apenas 25% de nossa área com solos de fertilidade média. Já neste segundo ano,
constatamos que 40% da nossa área estava com
média fertilidade”, informa Valdemir.
A meta dos irmãos Bortoletti, com a utilização de mais esta ferramenta, é chegar à produtividade média de 180 sacas de soja por alqueire e 320 sacas de milho safrinha nas suas
áreas de plantio. Valdemir conta que com as
correções e adubações com taxas variáveis,
implantadas na soja passada, a produtividade
da última safra de milho safrinha teve um aumento entre 6% e 7%, comparando-se com as
áreas sem a agricultura de precisão.
Por outro lado, mesmo não sendo o objetivo principal da agricultura de precisão a redução do uso de corretivos e adubos nas lavouras,
Valdemir Bortoletti garante que na área em que
esta tecnologia foi iniciada, do primeiro para o
segundo ano houve uma queda na necessidade
de aplicação de cloreto de potássio, por exemplo. “Nas áreas em que não fizemos a aplicação
com taxa variável, tivemos que utilizar 180 qui-
los de cloreto de potássio por alqueire. Já nas
áreas onde fizemos a agricultura de precisão foi
necessária, em média, a aplicação de 107 quilos
de cloreto de potássio por alqueire. Em algumas áreas nem tivemos que entrar com a máquina para aplicar cloreto”, diz o produtor.
Para Sebastião Inocente
é a tecnologia do futuro
Na safra passada de soja, o produtor Sebastião Inocente fez agricultura de precisão em
80 alqueires da sua área plantada no município de Cambé. Segundo ele, mesmo sofrendo
com a seca, a lavoura produziu mais que o esperado. Já na atual safra ele decidiu aumentar
a aplicação desta nova tecnologia em mais 200
alqueires da área que cultiva em Bataguassu,
no Mato Grosso do Sul.
Tião Inocente, como ele é mais conhecido,
adquiriu uma carreta para aplicação de insumos em taxa variável e garante que vai fazer
agricultura de precisão em toda a sua área,
mais de 500 alqueires plantados com lavouras
de soja e milho.
Segundo ele, a intenção é melhorar a produtividade, passando da média de 140 sacas
de soja, para uma produtividade média entre
170 sacas e 180 sacas por alqueire. “A agricultura de precisão é a tecnologia do futuro, com
Carreta para aplicação de corretivos
e fertilizantes em taxas variáveis
ela podemos aumentar a produtividade de
nossas áreas, evitando o desperdício de insumos, atendendo perfeitamente às necessidades do solo e consequentemente das plantas”,
finaliza Tião Inocente.
Dalmas quer fazer em toda a área
Os produtores Angelo Dalmas, Angelo
Dalmas Junior e Wagner Dalmas, de Cambé,
implantaram nesta safra de soja a agricultura de precisão com a aplicação de corretivos
e fertilizantes em taxa variável em 200 alqueires, dos quase mil alqueires que a família cultiva na região.
Esta área escolhida para iniciar o trabalho com a agricultura de precisão teve produtividade variando entre 120 e 150 sacas por
alqueire na última safra de soja. Com a aplicação de gesso, calcário e fósforo em taxas
variáveis, a expectativa de Dalmas é chegar a
uma produção média de 170 sacas por alqueire, com a padronização da fertilidade do solo.
Adepto das novas tecnologias, Angelo Dalmas acredita que a agricultura de precisão seja
o caminho para o aumento da produtividade,
racionalização do uso de insumos e proteção
do meio ambiente. Ele pretende expandir a
utilização da agricultura de precisão para toda
a área cultivada.
Angelo Dalmas
9
Parceiro
E
10
Irmãos Biezus:
“Somos 100% Agro100”
m 2002, os irmãos Alberto e
Luiz Carlos deixaram Polotina,
no Oeste do Paraná, para plantar soja nos pastos do Mato Grosso do
Sul. Nessa mesma época a Agro100
criava a sua filial em Eldorado, com
o objetivo de incentivar a agricultura
nesta nova fronteira agrícola.
Desde o início, os irmãos Biezus e a
Agro100 têm caminhado juntos nesta
saga de produzir soja no Mato Grosso
do Sul. A empresa tem buscado novas
tecnologias, plantas melhoradas geneticamente, fertilizantes e agroquímicos para tornar as lavouras mais
produtivas. Assim, produtores como
os irmãos Alberto e Luiz Carlos têm
transformado as áreas de pastagens,
muitas vezes de baixa produtividade,
em áreas de alta produtividade de alimentos, vencendo barreiras impostas
pelo clima, características de solo e
pragas.
Os Biezus plantavam 60 alqueires
de soja em Palotina, região de fronteira agrícola esgotada e terras muito
valorizadas. Alberto e Luiz Carlos enxergaram a solução para o crescimento na atividade a pouco mais de 100
quilômetros de casa, no Mato Grosso
do Sul, onde as terras eram mais em
conta, já que a atividade econômica
predominante era a pecuária extensiva.
Assim, convenceram o pai, Ampelio Biezus, a investir na nova fronteira,
onde a soja iniciava a sua expansão.
Começaram plantando 190 alqueires,
o triplo do que plantavam em Palotina. E não pararam mais de expandir a
área de plantio no MS. Na atual safra
de soja plantaram 900 alqueires.
“No primeiro ano que plantamos
trouxemos adubo e sementes do Paraná. Já no segundo ano, em 2003,
compramos tudo da Agro100 que,
além dos insumos, nos ofereceu
todo o suporte e acompanhamento
técnico de que precisávamos para as
Luiz Carlos e Alberto Biezus
lavouras através de sua filial em Eldorado. De lá pra cá temos caminhado juntos. Somos 100% Agro100”,
brinca Alberto Biezus, acrescentando que com a construção da unidade
de recebimento e armazenamento
de grãos da Nutri100, em Eldorado,
a entrega e comercialização da safra
melhoraram muito para os produtores da região.
O produtor conta que nos primeiros anos todo o trabalho nas lavouras
era feito por ele, o irmão e um empregado. Hoje o trabalho é mais tranquilo, mas para se produzir ficou mais
difícil. “O clima tem mudado muito”,
diz ele.
A região é sujeita a veranicos que
ocorrem geralmente na segunda
quinzena de dezembro e a primeira
quinzena de janeiro. Para fugir destas
intempéries do clima Alberto diz que
o negócio é plantar a soja mais cedo,
a partir do dia 20 de setembro. Nos
900 alqueires plantados com soja no
verão, no inverno eles cultivam entre 65% e 70% desta área com milho,
lavouras que devem ser plantadas o
mais cedo possível, a partir de fevereiro e com variedades mais precoces
para não correr o risco de atrasar o
plantio da soja.
Para os irmãos Biezus valeu a pena
o trabalho e a persistência no Mato
Grosso do Sul. Suas famílias continuam morando em Palotina. Mas
Alberto garante que assim que os filhos forem para a faculdade ele vai se
mudar com a esposa para Eldorado.
“Aqui tudo tem melhorado muito.”
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Serviço
O
Trigo, variedades indicadas
departamento comercial da Nutri100 está orientando os produtores para que plantem variedades de trigo que tenham maior aceitação
no mercado. Ronan Giuliangeli, operador
de mercado da empresa, explica que as variedades que produzem trigo para panifi-
C
12
produzem grãos para panificação são:
BRS Gralha Azul, BRS Pardela, CD 104,
CD 150, CD 151, CD 154, CD 1252, IPR
Catuara, Sintonia, IPR 85, IPR 144, TBIO
Bandeirantes e TBIO Mestre. E Marfim,
Supera e TBIO Tibagi, são as variedades
que produzem grãos branqueador.
Cuidado, máquinas na pista!
om a aproximação das colheitas da safra de verão e o início
do plantio de inverno, aumenta o
deslocamento de máquinas agrícolas na
região, um risco para operadores e população, quando o trajeto é feito por estradas, exigindo muito cuidado dos condutores para evitar acidentes.
Legalmente as máquinas agrícolas são
proibidas de trafegarem por rodovias.
Pela lei, o deslocamento somente pode ser
realizado sobre caminhões, plataformas
próprias para o transporte ou pelas marginais das rodovias, próprias para o tráfego dos equipamentos agrícolas.
Mas o deslocamento das máquinas acaba mesmo sendo feito pelo leito das rodovias. É a necessidade de trabalho dos produtores e por não possuírem equipamentos
para o transporte dos maquinários agrícolas, pela pequena distância a ser percorrida
e pela inexistência das marginais próprias
para o tráfego dos equipamentos agrícolas
na grande maioria das rodovias.
O
cação ou que são utilizadas como branqueador de farinhas são comercializadas
com mais facilidades do que as que são
utilizadas para fabricação de massas ou
as variedades que produzem os chamados
grãos standard.
As variedades mais indicadas, pois
Quando o deslocamento for feito pelas rodovias, recomenda-se que seja feita
em horários adequados com menos tráfego de veículos e fora nos crepúsculos da
manhã e da tarde, aquele horário que não
está claro e nem escuro e que dificulta a
visibilidade. Por outro lado, sempre que
for possível, usar batedores com veículos
sinalizados de faróis acesos e pisca alerta
ligado a uma boa distância, à frente e atrás
do equipamento a ser deslocado.
No Estado de Santa Catarina, por
exemplo, produtores e Polícia Rodoviária
Federal fizeram um acordo para o deslocamento de máquinas pelas suas rodovias.
Ficou definido que o trânsito de colheitadeiras terá de ser comunicado aos postos
policiais com antecedência e que a escolta deve ser feita por batedores sinalizados.
Não é permitido o tráfego à noite, em dias
de chuva, com neblina ou cerração e muito menos em véspera e logo após feriados.
Os tratores e carretas devem possuir faixas refletivas nas traseiras e todo maquinário só poderá ser conduzido por pessoa
habilitada como motorista.
Pesquisas sobre os acidentes ocorridos com tratores em vias públicas mostram que os casos envolvendo máquinas
agrícolas são até nove vezes mais fatais, se
comparados aos acidentes que ocorrem
entre carros. Enquanto apenas 0,58% dos
acidentes de automóvel e 1,69% dos acidentes de motocicleta causam mortes, nos
casos de acidentes com tratores as vítimas
fatais chegam a 9,38%.
Desta forma, todo cuidado é pouco para preservar vidas e evitar danos
materiais.
Placa nos tratores
Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiou por
dois anos o prazo para o emplacamento obrigatório das
máquinas agrícolas. Com a decisão, os tratores e outros
equipamentos deverão estar emplacados para transitar em vias
públicas a partir de 1º de janeiro de 2017.
O emplacamento não se estende para tratores de grande porte com mais de 2,60 metros de largura. Neste caso, continua sendo
proibida a circulação desses veículos em vias públicas. A regra é a
mesma para pulverizadores e colheitadeiras que só podem ser transportados em cima de caminhões prancha. De acordo com a resolução, o emplacamento não será cobrado de proprietários de máquinas
mais antigas ou que foram compradas antes de agosto de 2014.
A documentação e cobrança de taxas serão de responsabilidade dos governos estaduais e será exigida a Carteira Nacional
de Habilitação “categoria B” dos condutores destes equipamentos.
Os produtores rurais defendem que as máquinas agrícolas não sejam emplacadas, pois são ferramentas de trabalho e esta nova tributação implicaria
no aumento de despesas que elevariam o custo de produção.
Mercado
Barter é o sistema de troca que
gera segurança aos produtores
C
om os bons resultados nas últimas
safras, que capitalizaram grande parte do setor rural e a facilidade na
contratação de financiamentos no mercado,
os produtores estão deixando de lado uma
das operações que deram sustentação à agricultura brasileira, o “barter”, sistema de troca
de parte da produção pelos insumos para a
implantação e condução das lavouras.
No entanto, os diretores da Agro100,
Antonio Luis Giuliangeli e João Fernando
Garcia, lembram que este instrumento de
financiamento de safra dá segurança e tranquilidade ao produtor rural em épocas de
instabilidade política, financeira e de política cambial, e outros fatores que influenciam
nos preços de grãos e insumos industrializados para o agronegócio.
“O sistema de troca é excelente e teve um
papel fundamental para o agronegócio ao
longo dos anos. Ajudou muito os produto-
Antonio Luis Giuliangeli e
João Fernando Garcia
res paranaenses em épocas difíceis e impulsiona o desenvolvimento da agricultura nas
novas fronteiras como Mato Grosso e Goiás”, lembra Giuliangeli.
Ele acrescenta que com ele o produtor
sabe exatamente quanto vai lhe custar a safra. “Não é porque vivemos vários anos de
bons preços que podemos abandonar esta
ferramenta. Não podemos ficar vulneráveis em época de câmbio variável com valo-
rização do dólar e, consequentemente, das
commodities, não podemos esquecer que
esse mesmo câmbio é acompanhado pelas
indústrias. Câmbio que pode estar muito
atrativo hoje pode piorar muito na semana
seguinte. A trava que podemos fazer no sistema de troca é que garante tranquilidade
ao produtor”, diz Giuliangeli.
João Fernando Garcia diz que, através do
“barter”, as relações de troca dos produtores
não oscilam muito, mantendo uma estabilidade de custo em relação à renda da lavoura. “Já
vimos várias vezes situações de custos altos e
preços baixos dos grãos. Nunca podemos nos
esquecer que o mercado é cíclico e influenciado por muitos fatores que nos fogem do
controle. Sempre podemos ter que enfrentar
situações inversas às atuais. Por isso que aconselhamos os produtores a utilizar ferramentas
para se proteger destas variações, como o sistema de troca”, alerta Fernando.
O sistema de troca viabiliza produtores
P
ara os produtores Eduvirgens Joaquim
Rodrigues e seu sobrinho Evandro João
Rodrigues, de Primeiro de Maio, o sistema de troca os salvou de situação difícil.
Eduvirgens conta que em 2006, depois de
três frustrações seguidas nas safras de 2003,
2004 e 2005, a situação ficou insustentável. Não
sobrou nada da estrutura que ele e os irmãos
mantinham no Pontal do Paranapanema, em
São Paulo. Perdeu o arrendamento de 75 alqueires onde cultivava soja e milho. “Os bancos
e a empresa que nos fornecia insumos arrestaram a colheita e levaram máquinas e implementos. “Só sobraram as dívidas e um pedaço
de terra que era do meu pai em Primeiro de
Maio”, conta.
P
ara pleitear a negociação de troca, o
produtor deve procurar a empresa
de posse de um levantamento feito
por um técnico discriminando a necessidade de semente, fertilizante e agroquímicos
para instalação e condução da lavoura até
a colheita.
Eduvirgens e o sobrinho Evandro
Sem dinheiro e sem crédito para plantar, ele
recorreu à Agro100 que lhe forneceu semente,
adubos e os agroquímicos à base de troca pela
produção a ser colhida. “Foi a única porta que
me abriram depois que perdi todo o crédito.
Como funciona
Com base neste levantamento, a empresa
vai calcular a relação de troca do produto a
ser colhido pelos insumos para a condução
da lavoura, baseando-se no preço de mercado de grãos e dos preços previamente negociados com as indústrias.
Concluída a negociação entre a empresa
Foi a minha salvação, senão estaria fora do sistema e estaria na cidade trabalhando de empregado. Não devo nada a ninguém. Compro tudo
que preciso e entrego minha produção ao grupo Agro100. Estou negociando a troca dos insumos por grãos já para a safra de soja que vou
plantar em outubro”, conta Eduvirgens.
Evandro, o sobrinho dele, também cultiva
com soja e milho uma parte da propriedade do
avô e, desde 2009, quando começou a plantar,
faz o sistema de barter. “O sistema de troca me
dá segurança e com ele a Agro100 viabilizou a
minha entrada na agricultura. Sem ele não teria condições de plantar, pois não tinha cadastro para fazer financiamento em banco”, diz
Evandro.
e o produtor, é feita a chamada “trava”. Não
se reajusta mais nenhum preço de produto
e a dívida do produtor é transformada em
equivalentes sacas de grãos para serem entregues à empresa após a colheita. E como
garantia o produtor emite uma Cédula de
Produtor Rural.
13
Tecnologia
O
Terra Nossa/MicroXisto lança
Enxofre com tecnologia Nano
Enxofre (S) é um macronutriente
aniônico secundário muito importante para o desenvolvimento das
plantas. As exigências de enxofre para as culturas agrícolas são similares ou superiores às
de fósforo. Apesar disso, o enxofre é, muitas
vezes, erroneamente relegado a segundo plano no manejo da adubação de culturas.
Os casos de respostas de plantas à aplicação de enxofre são crescentes em função do
uso de adubos concentrados, que contêm
pouco ou nenhum enxofre, e da natural limitação de disponibilidade deste elemento na
maioria dos solos tropicais do Brasil e América do Sul. Após alguns anos de cultivo, o suprimento de enxofre normalmente declina a
partir dos baixos teores de matéria orgânica
existentes em nossos solos.
95% do enxofre do solo encontra-se na forma orgânica, que constitui importante reserva
desse nutriente. A mineralização da matéria
orgânica do solo (MOS) controla o fornecimento de enxofre para os vegetais. Porém, o
íon SO42- é a espécie química preferencialmente absorvida pelas plantas.
As principais funções do enxofre estão ligadas à fotossíntese, respiração, síntese de
aminoácidos e proteínas, e metabolismo de
vitaminas. Dois dos aminoácidos essenciais
– metionina e cisteína – são formados por
enxofre, motivo pelo qual a deficiência deste
O
14
nutriente interrompe a síntese de proteínas. É
um nutriente essencial na transformação do
Nitrogênio mineral em orgânico, que é a forma que as plantas utilizam. Também são essenciais a FBN e nodulação da soja, além de
aumentar a resistência das plantas ao ataque
de pragas e doenças, ao frio e à seca.
Em plantas deficientes em enxofre, o crescimento é retardado, as plantas se apresentam
uniformemente cloróticas, os internódios são
curtos e há redução no florescimento.
Para produzir 4.000 Kg/ha, a soja necessita
60 Kg de enxofre, sendo que destes, 20 Kg são
exportados com os grãos. O nível ideal de enxofre no solo situa-se entre 12 e 15 mg/dm3.
Por ser móvel no solo, sua maior concentração está entre 20 e 40 cm de profundidade.
Nas folhas, o enxofre é considerado pouco
móvel a parcialmente móvel.
Programas de adubação na agricultura
moderna não podem prescindir do adequado
fornecimento de enxofre, elemento este que
vem sendo cada vez mais estudado e aplicado
na agricultura, nas mais diversas formas.
Para isso, a Terra Nossa, parceira comercial da Agro100, com o intuito de apresentar
produtos que venham ao encontro das necessidades dos produtores, está lançando ao mercado um fertilizante foliar à base de enxofre
com 50% de concentração – Nanoxisto S-50,
prontamente disponível, produzido através
da Nanotecnologia, ou seja, um equipamento
transforma todas as partículas em nanopartículas – substâncias menores, que conseguem
penetrar com mais facilidade nos estômatos
da folha. Desta forma, obtemos um produto
com uma maior concentração de nutrientes
com um menor volume aplicado por área, o
que garante uma melhor absorção e um melhor aproveitamento pela planta.
O Nanoxisto S-50 é comercializado pela
Agro100 aos produtores e clientes, para aplicações nas culturas de soja, milho e trigo, nos
estágios vegetativo e reprodutivo da planta.
Termina em maio prazo do
Cadastro Ambiental Rural
Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico
obrigatório para todos os imóveis rurais.
O cadastro tem por finalidade integrar informações
ambientais, criando assim um banco de dados de nível nacional
para planejamento ambiental e econômico. Com o CAR os órgãos
governamentais vão identificar os remanescentes de vegetação nativa (Reserva Legal), as áreas de uso restrito e as áreas consolidadas
das propriedades rurais.
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), até o
final de janeiro apenas 10% dos imóveis rurais foram cadastrados,
em um universo de 5,2 milhões imóveis.
O prazo para fazer o CAR vai até o dia 06 de maio de 2015. Os
produtores que não se cadastrarem até esta data irão perder o benefício de conversão de multas (imóveis que não aderirem ao PRA
– Programa de Recuperação Ambiental). Além disto, as atividades
podem ser embargadas, o proprietário pode ser processado por crime ambiental, e deverá pagar uma multa de R$ 5mil por hectare. Por fim os bancos
não concederão crédito agrícola para proprietários que não fizerem o CAR.
Nossa Gente
E
Índio: “Minha vida melhorou!”
lso Alves de Oliveira, o “Índio”, CTV da
Agro100 na filial de Eldorado-MS, trabalhou na roça, jogou futebol profissionalmente, se aventurou pela política e trabalhou em
várias empresas do agronegócio, mas diz que se
encontrou trabalhando na empresa.
Índio é natural do interior de São Paulo e
chegou com a família em Mundo Novo-MS em
1975, quando seu pai comprou uma propriedade formada com café. O café acabou logo e passaram a plantar amendoim, feijão e algodão, até
a chegada da mandioca e da soja na região, o que
cultivam atualmente. Em 1983, foi fazer o curso
de técnico em agropecuária no Colégio Agrícola de Garça-SP. Voltou em 1986 e trabalhou em
empresas de planejamento agrícola, fecularias e
cooperativa. Jogou futebol nos times profissionais de Umuarama e Naviraí e se enveredou pela
política, foi secretário de agricultura da Prefeitu-
M
Em 1999, ele foi tentar a vida no Japão, onde
ficou por 10 anos. Em 2010, de volta ao Brasil, foi
contratado novamente pela Agro100. Foi locado no setor de estoque, onde ficou por um ano.
Hoje está no setor de lançamentos e logística de
fertilizantes e semente e nos lançamentos de segundo grau, e no suporte às filiais na operação do
sistema.
“Aqui me sinto em casa. Fiz muitos amigos e
temos um ambiente familiar na empresa. A diretoria tem uma relação de respeito e amizade com
todos os seus funcionários. E proporciona oportunidades de crescimento na vida profissional e
pessoal de todos nós”, finaliza Kiyoshi, sempre
com o seu sorriso amigo.
Casado com dona Cristina, é pai de Carolina,
de 16 anos, e Lucas, de sete anos, que nasceu no
Japão.
Kiyoshi, colaborando sempre!
arcos Kiyoshi Nemoto é a imagem da
simpatia. Autêntico, humilde e limpo
de coração e alma. Amigo de todos e
sempre disposto a ajudar os companheiros.
Ele foi contratado para trabalhar na primeira
loja da Agro100 em 1997. Conta que na época fazia entrega, controlava estoque e fazia faturamento. “Éramos somente cinco funcionários. Era o
começo. E como todo começo tudo era difícil, todos, de funcionários aos donos, fazíamos de tudo,
entregas com os carros particulares dos diretores,
faxina e descarga dos caminhões. E esse espírito
de colaboração dos funcionários e diretores continua até hoje na empresa”, conta Kiyoshi.
N
ra por dois anos, no final da década de 90.
Em 2005, largou definitivamente a política
para trabalhar na Agro100, onde está até hoje.
“Minha vida melhorou muito depois que deixei
a política e entrei na empresa”, diz ele, orgulhoso.
Bem relacionado e conhecendo todos os agricultores da região, conta que nos primeiros anos
suas vendas dobravam a cada ano. “O agricultor
tem apenas um objetivo: ganhar dinheiro na sua
atividade, e a confiança no técnico e na empresa
é fundamental para ele. A Agro100 cresceu junto
com a agricultura, que hoje é muito diversificada, e caminha junto com a pecuária que sempre
foi a atividade principal da região. A agricultura
passou a ser uma fonte de diversificação, produzindo soja, milho, feijão, cana-de-açúcar, mandioca, melancia, melão e abóbora. Essas culturas
contribuem para a estabilidade econômica dos
produtores e promovem a reforma das pastagens,
melhorando o solo e controlando o nematoide e
outras pragas”, explica.
Ele atende cerca de 30 clientes de Eldorado,
Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Iguatemi e
alguns no Paraguai. “Não troco a Agro100 por
empresa nenhuma. Aqui eu faço o meu salário
e ainda continuo plantando as minhas lavouras”,
finaliza.
Temos melancia também
em só de soja e milho vivem os clientes da Agro100. Tem plantador de
melancia também. Um dos principais produtores de melancia do Mato Grosso
do Sul, Sérgio Correia da Silva, é nosso cliente desde que foi instalada a filial em Eldorado.
Jovem e bem-sucedido, Sérgio pode ser considerado um bom empreendedor rural. Nasceu
lá mesmo em Eldorado e, segundo ele, ainda
menino teve a sorte de ter conhecido o catarinense Sebastião Luiz de Campos, que chegou
de Chapecó em 1991 para plantar melancia em
pastagens arrendadas no município.
Sebastião voltou para a sua terra catarinense, mas a melancia ficou em Eldorado e na vida
do Sérgio. Há 13 anos ele se dedica ao cultivo
da fruta e à atividade de atacadista de frutas
e hortaliças na região. Suas melancias são comercializadas no Mato Grosso do Sul, Paraná,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E desses
estados vêm outros produtos que ele fornece
aos comerciantes varejistas da região.
No ano passado, plantou 22 alqueires de
melancia, 4 alqueires de abóbora cabotiá e 2
alqueires de melão caipira. O plantio, segundo
Sérgio, sempre é feito em terras arrendadas, de
preferência em pastagens degradadas. A produtividade de 100 toneladas destas frutas (média das suas lavoras) é conseguida, segundo
ele, com a aplicação de muita adubação, mais
de 1.500 quilos por alqueire e bons tratos culturais. A Agro100 fornece tudo que ele precisa
para o cultivo das suas lavouras.
O plantio tem que ser itinerante, sempre em
áreas diferentes para evitar o aparecimento de
doenças. E a produtividade, que em anos atrás
era de 50 a 60 toneladas por alqueire, saltou
para 100 toneladas, graças ao desenvolvimento
da tecnologia de cultivo, dos insumos e ao melhoramento genético das plantas, garante Sérgio, que agora investe no cultivo de abacaxi na
região. A sua primeira lavoura desta fruta, com
400 mil pés, está implantada em uma de suas
propriedades desde o ano passado.
15
RINO COM
O Herbicida cOm efeitO residual
que cOntribui para
a prOdutividade da sua lavOura.
Sumisoya é um herbicida pré-emergente cujo princípio ativo é a
flumioxazina. É recomendado pelo Sistema Roundup Ready Plus como
importante parceiro de Roundup no controle de plantas daninhas
resistentes e de difícil controle na cultura da soja, como a buva.

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