Edição 10
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Edição 10
Ano 3 - n° 10 - fevereiro/março de 2015 SUPERAGRO 2015 A Agro100 reuniu mais de mil produtores rurais no seu maior evento anual de difusão de tecnologia, o Superagro 2015 - “Uma viagem ao centro da terra”. Página 3 Máquinas na pista Nesta época de colheita e plantio os produtores devem ter muito cuidado com o deslocamento de máquinas agrícolas. Página 12 Irmãos Biezus Desde 2003, os irmãos Biezus e a Agro100 têm caminhado juntos nesta saga de produzir soja no Mato Grosso do Sul. Página 10 Agricultura de precisão A mais nova ferramenta à disposição dos produtores rurais, a agricultura de precisão, vem ganhando espaço na região. Página 8 Pioneiros 40 anos no Mundo Novo Londrina - Matriz Av. 10 de Dezembro, 6930 - (43) 3373-1100 Alvorada do Sul - PR Av. Beira Lago, nº 78 - (43) 3661-1439 Assaí - PR Av. Paul Harris, 125 - (43) 3262-5289 Bela Vista do Paraiso - PR Rua Carlos Dias Reis, 261 - (43) 3242-3626 Borrazópolis - PR Rod. Br 466 Km1 nº 1.334 - (43) 3452-2116 Cambé - PR Av. Inglaterra, 2013 - (43) 3154-0123 Eldorado - MS Rua Ruy Barbosa,87 Jardim Novo Eldorado - MS (67) 3473-2000 Iepê - SP Rod. SP - 457, s/n - fundos - Bairro Rural (18) 9790-5463 Itambé - PR Rua Dr. Lafayete Grenier, 22 - (44) 3231-2311 Maringá - PR Av. Prefeito Sincler Sambati, nº 2370 (44) 3029-4888 Mauá da Serra -PR Rua Projetada, 02 Parque Industrial (43) 3464-1623 Naviraí - MS Av. Weimar Gonçalves Torres, 1093 - sala 3 (67) 3461-5725 Nova Santa Bárbara - PR Rua João Jurandir de Moraes, 432 - (43) 3266-1134 Ponta Porã - MS Rua Comandante Lincoln Paiva, 26 (67) 3433-3000 Primeiro de Maio -PR Rodovia PR 445, Km 448 - (43) 3235-1007 Sabáudia - PR Rod. PR 218 Km 14 - Pq. Industrial (44) 3251-1300 São Jorge do Ivaí - PR Rod. PR-554 - Km 17,1 - (44) 3243-1003 Sertanópolis - PR Rod. PR-323 - Km 426 - (43) 3232-2620 Tamarana - PR Estrada p/ Marilândia do Sul - Km 2 - (43) 3398-1600 Londrina - sede Rodovia Celso Garcia Cid, 1545 - (43) 3374-1100 Cambé - PR Estrada da Prata - Km 4 - (43) 3251-5353 Bela Vista do Paraíso - PR Rod. PR-090 - Km 4 - (43) 9195-5927 Eldorado - MS Rod. BR-163 - Km 43,3 - (67) 3471-3402 Guaravera (Londrina) - PR Rod. PR-538 - Km 2 - (43) 3398-3330 Primeiro de Maio - PR Rod. PR-445 - Km448 - (43) 3235-1000 Sertanópolis - PR Rod. PR-323 - Km 426 - (43) 3232-5050 Tamarana - PR Estrada p/ Marilândia do Sul - Km 2 - (43) 3398-0120 Iguatemi - MS Rodovia MS 295 Km 01 - (044) 9136-6781 Rolândia - PR Estrada Rolândia Cambé BR 369 - (43) 3156-1600 Alvorada do Sul - PR Rod PR 090 Km 06 - (43) 3235-1007 Maracaí - SP Avenida Central, 447 – (18) 3264 -1181 Rolândia- PR Terminal de Transbordo Rod BR-369 - Cambé / Rolândia, (43) 3156-1600 Orgão de divulgação da AGRO100 Produção: (43) 3024-4084 - (43) 9139-3933 [email protected] Jornalista Responsável Nilson Herrero - MTB 2113 Colaboradores Marcelo Côrtes Roberto Gajardoni Programação Visual William Inumaru Revisão Maria Christina Ribeiro Boni 2 E Valdecir Arruda André com Marcelo Luiz Kraeski, Consultor Técnico de Vendas na filial de Eldorado m 1976, o jovem Valdeci Arruda André deixou a sua terra, Mariluz, no Noroeste do Paraná, para mudar-se com a família para o sertão do Mato Grosso. Isso mesmo, o Mato Grosso ainda não tinha sido dividido e chegava até as barrancas do Rio Paraná. Um ano antes, no dia 18 de julho de 1975, a “geada negra” tinha dizimado os cafezais e a economia dos pequenos cafeicultores de Mariluz e de todo o Paraná. A família Arruda André buscou novas alternativas e transferiu-se para um lote de 38 hectares de terras na gleba 4 do projeto de colonização do Incra no então distrito de Jacareí, que pertencia ao município de Iguatemi. No ano seguinte, em 1977, o Estado foi dividido e o pequeno distrito passou a ser o município de Mundo Novo do recém-criado Estado do Mato Grosso do Sul. Trouxeram do Paraná a tradição do trabalho. E na nova terra recomeçaram a vida plantando amendoim e algodão. Chegaram a cultivar 250 alqueires de algodão no Mato Grosso do Sul. Em 1986, a família iniciou de forma pioneira o plantio de soja. “Com o aparecimento do bicudo, cultivar algodão estava ficando muito caro”, conta Valdeci. Com o dinheiro ganho na lavoura ele comprou terras de pastagens e passou a criar gado. Em 2003, foi reduzindo as áreas de pecuária e voltou para a agricultura, plantando soja e milho. E desde então é cliente fiel da Agro100 no Mato Grosso do Sul. Atualmente, com o filho Alessandro, ele cultiva 330 alqueires de lavouras. Ele conta que nos primeiros anos de plantio de soja as chuvas eram mais abundantes e havia poucas pragas para atacar as lavouras. “Se colhia mais e com custos mais baixos”, lembra. Para ele, atualmente só se consegue boa produtividade porque empresas como a Agro100 disponibilizam para os produtores muita tecnologia e insumos diferenciados. Para encerrar a conversa, Valdeci diz que a mudança do Paraná e a luta em Mundo Novo valeram muito a pena. “Aqui construí a minha vida. Criei minha família e me realizei economicamente”, diz ele com o orgulho dos pioneiros. SuperAgro 2015 E A Agro100 reuniu mais de mil produtores parceiros nos dias 11 e 12 do mês de fevereiro, no seu maior evento anual de transferência e atualização tecnológica, o SuperAgro 2015. ste ano o tema foi “uma viagem ao centro da terra”, com palestras num auditório escavado no solo vermelho onde poderia se ver as raízes do milho buscando nas profundezas da terra roxa os nutrientes para o seu crescimento. Palestras sobre mercado, tecnologias, agroquímicos, máquinas e oportunidades de bons negócios foram apresentadas aos mais de mil produtores do Paraná e Sul de São Paulo, parceiros da Agro100, que compareceram ao evento. O SuperAgro é o maior encontro técnico/comercial da Agro100 e será sempre um evento diferenciado e inovador no agronegócio. O objetivo é demonstrar aos produtores os novos materiais genéticos com seus potenciais produtivos e genes tolerantes à seca, lagartas, ferrugem e outras doenças, além de todo o portfólio de tecnologias, fertilizantes e agroquímicos fornecidos aos produtores pela empresa e as indústrias parceiras. João Fernando Garcia, sócio proprietário da Agro100, na abertura do encontro, salientou que a evolução tecnológica do setor é muito rápida, exigindo uma reciclagem cons- tante de técnicas de produção. “No início da década de 90 fiquei cinco anos fora do campo, trabalhando na área comercial. Voltei, em 96, quando criamos a Agro100. Sem falsa modéstia, não senti nenhuma dificuldade e pude trabalhar tranquilamente na assistência técnica aos produtores. As variedades plantadas e os agroquímicos utilizados eram praticamente os mesmos. Nos dias atuais, com a constante evolução na tecnologia de produção, genética das plantas, fertilizantes, agroquímicos e máquinas, eu voltaria como um “ET” no campo. Não conseguiria orientar ninguém, nem mesmo regular uma máquina. A evolução é muito rápida. Por isso reciclamos o nosso quadro técnico constantemente e repassamos as novas tecnologias aos senhores em eventos como este”, disse ele. O evento aconteceu numa área de 15 hectares de campos experimentais montados pela nossa equipe técnica e das empresas parceiras na Fazenda Cegonha, propriedade da Agro100, em Londrina. Além dos campos com as culturas de soja e milho, foram movimentadas 600 toneladas de solo para a construção do auditório escavado. Os produtores puderam conhecer o portfólio de tecnologias e produtos em 16 estandes montados pelas empresas parceiras, assim como máquinas agrícolas, equipamentos e caminhões expostos no local. Segundo Rodrigo Tramontina, gerente de marketing da Agro100 e coordenador do SuperAgro 2015, o evento contou também com a presença de pesquisadores e representantes de órgãos oficiais, como Embrapa, Iapar e Emater, além de engenheiros agrônomos e executivos de inúmeras multinacionais do agronegócio, também de acadêmicos de agronomia de universidades de Londrina e experts do mercado de commodities. 3 O “Uma viagem ao centro da terra” engenheiro agrônomo Geraldo Chavarria, professor-doutor em fisiologia vegetal na Universidade Federal de Passo Fundo (RS), abriu a sessão de palestras técnicas no anfiteatro escavado no solo. Foi uma verdadeira viagem ao centro da terra, onde se podiam observar as raízes do milho descendo pelos barrancos à procura dos nutrientes, e o agricultor pode visualizar, abaixo do nível do solo, como se dá a nutrição da planta e os demais processos – químicos, físicos e biológicos – envolvidos em seu crescimento. Chavarria falou aos produtores da importância da fertilidade dos solos, da boa nutrição das plantas e do fortaleci- mento das raízes. “Infelizmente, a maior parte dos produtores esquece que melhorar o solo, aumentar sua fertilidade, é melhorar a capacidade da planta de fixar carbono e produzir”, segundo ele. O pesquisador salientou que solos arejados e de boa fertilidade é uma garantia de boa produção mesmo nos períodos de veranico. Ele enalteceu a ideia da Agro100 em construir um anfiteatro escavado no solo para as palestras do SuperAgro 2015. “Essa iniciativa serve como alerta ao produtor para que ele cuide melhor da sua terra, pois aqui ele vê que sua propriedade não é só aquilo que está acima do solo”, concluiu. Geraldo Chavarria “Parte da safra de 2016 se faz em 2015” P 4 ara o engenheiro agrônomo e analista de mercado da empresa de consultoria Agência Rural Commodities Agrícolas, Fernando Muraro Junior, que falou sobre as expectativas de preços futuros das commodities no mercado, parte da safra de 2016 o produtor deve fazer em 2015, vendendo parceladamente a produção no mercado futuro. “Safra se comercializa em pelo menos 10 vezes”, disse ele. Para Muraro, hoje o que determina os preços de mercados das commodities não é a produção, estoque ou consumo, mas, sim, a disponibilidade de dinheiro no mercado de investimento. Os grãos passaram a ser moedas de troca e especulação do mercado financeiro. Segundo ele, no último mês de janeiro foram negociados na Bolsa de Chicago 7,3 milhões de contratos de venda de soja. Como cada contrato engloba no mínimo 5 mil bushels de soja, foram comercializados 993 milhões de toneladas de soja. “Em um mês comercializou-se em soja, na Bolsa, o equivalente a 21 vezes a safra mundial desse grão já que a safra mundial é de pouco mais de 300 milhões de toneladas”, informou. Ainda segundo ele, no ano passado, Chicago comercializou um volume de soja em papéis correspondente a 21 ve- zes a safra de soja produzida. E a de milho foi vendida 10 vezes. “Portanto - diz ele - temos que ficar de olho é na disponibilidade de dinheiro e na movimentação do mercado financeiro no mundo. Principalmente na tendência de investimentos do dinheiro dos fundos.” Segundo ele, é pouco significativa uma queda de 3 milhões de toneladas na safra brasileira de soja, quando o mercado de papéis movimenta 21 vezes a safra total do mundo. Esse volume de negócios no mercado de papéis corresponde a um volume de mais de 6 bilhões de toneladas comercializadas no ano. Ele aconselhou os produtores a venderem a safra no mercado futuro e em pelo menos 10 frações. “O negócio do produtor, que não tem como especular neste mercado que é tão complicado, é fazer um preço médio da sua safra, aproveitando as oportunidades que vão surgindo. Não se esqueçam, levantem as mãos e mostrem os dedos. São 10 vezes no mínimo, não se esqueçam, Gauchada”, repetia em tom de brincadeira. Muraro diz que os produtores do Paraná retardam a venda das safras porque estão capitalizados. “Os americanos já venderam 95% da próxima safra, enquanto nós não vendemos pouco mais de 30%. O produtor não pode esquecer que uma Fernando Muraro parte da safra de 2016 se faz em 2015, comercializando-a em boas oportunidades de negócios”, alerta ele. E para finalizar ele diz que acredita que no futuro o plantio de milho vai ser um bom negócio para os produtores. Os americanos estão plantando mais soja e menos milho. Hoje a relação de preços entre a soja e o milho é de 2,4 para 1. Segundo ele, quando esta relação estiver em 2 por 1, isto é, quando duas sacas de milho corresponder ao valor de uma saca de soja, o milho trará mais vantagens aos produtores. E ele acredita que esta paridade vai acontecer em breve. Refúgio, uma necessidade! E dson Hirose, engenheiro agrônomo e entomologista do Centro Nacional de Pesquisa de Soja da Embrapa, falou aos produtores sobre o plantio de refúgios nas lavouras com tecnologia transgênica, durante o SuperAgro 2015. O produtor deve plantar pelo menos 10% da área total cultivada com milho Bt, com variedades sem este gene da proteína Bt. No caso da soja a área de refúgio é 20% de soja convencional em relação à área total plantada com soja Bt. Segundo ele, os produtores têm grande responsabilidade na preservação da eficiência das plantas geneticamente modificadas. “E isso só é possível fazendo com que as lagartas mantenham as suas características originais.” Os refúgios servem para que as mariposas geradas nestas áreas não desenvolvam resistência à proteína Bt. E as lavou- O s produtores Edson Galera Pulice e José Saturnino Peres, de Primeiro de Maio, gostaram do SuperA- gro 2015 “Vou sempre nos eventos. Sempre aprendo, conheço novas tecnologias e me atualizo sobre os produtos que utilizo nas lavouras. Esse evento da Agro100 está ótimo”, disse Edson Galega. Já para José Saturnino eventos como Superagro são muito bons porque os produtores podem ter contato direto com os técnicos e tirar as dúvidas sobre a utilização dos produtos. Ele faz questão de salientar que é 100% cliente da Agro100. João Suzuki, de Borrazópolis, conhece as características do caminhão com os produtores de Sertanópolis, Domingos Garcia Gomes, Edmilson Henrique Melo e Angelino Pelizaro ras refúgio devem estar a uma distância máxima de 800 metros da última planta geneticamente modificada para que as mariposas resistentes e não resistentes se cruzem para reproduzirem lagartas não resistentes à proteína. Segundo o pesquisador, o produtor não deve esperar pela ação do vizinho. “Muitos dizem que, se o vizinho faz refúgio automaticamente, ele não precisa fazer. Precisa sim. As mariposas não vão voar pra longe para se acasalarem, pois perto elas encontram parceiros para este ato de reprodução. E, se todos pensarem assim, logo as variedades de milho e soja com tecnologia Bt não terão eficiência produtiva”, alerta o pesquisador. Uma nova tecnologia custa muito dinheiro e trabalho para ser criada. Se as plantas geneticamente modificadas com a tecnologia Bt não funcionarem, a pesqui- Gostaram Edson Hirose sa automaticamente vai criar outra tecnologia, mas estes custos serão repassados a toda a cadeia produtiva. “É melhor preservarmos o que já temos”, avisa Edson Hirose. Edson Galera Pulice e José Saturnino Peres “Planto e uso o que os técnicos da Agro100 produção na Nutri100. Tenho certeza que me indicam e nunca nem pergunto o pre- os meus interesses são bem cuidados”, gaço dos produtos, e entrego toda a minha rante ele. Os londrinenses Valdecir Maziero, Tadeu Luciano Batista e José Francisco Costeski, visitando a exposição de máquinas e equipamentos 5 6 No estande Timac Agro, produtores de Maracaí, Pedrinhas, Cruzália e Iepê Produtores de Tamarana recebidos pelos diretores do Grupo Agro100, Walter Bussadori e João Fernando Garcia (agachados à direita da foto) Parceiros de São Jorge do Ivaí, com a equipe da Agroceres Os diretores Roger Bolsoni e Antonio Luis Giuliangeli (à direita na foto) recebendo os visitantes Produtores de Assaí conheceram a tecnologia da variedades de soja da TMG Técnicos da Agro100 com parceiros de Nova Santa Bárbara, Santa Cecília do Pavão, Santo Antonio do Paraíso e São Jerônimo da Serra Técnicos e produtores de Alvorada do Sul Técnicos e produtores de Maringá Parceiros paulistas de Iepê, Nantes e paranaenses de Assaí, com técnicos da Dupont Produtores de Santa Inácio no estande da Terra Nossa Produtores foram divididos em grupos para as palestras nos estandes das empresas parceiras Técnicos da Dupont apresentando as novidades tecnológicas aos produtores de Assaí Diretoria, técnicos e parceiros comemoram o sucesso do SuperAgro João Fernando Garcia, Carlos Garcia, Roger Bolsoni, Walter Bussadori e Antônio Luis Giuliangeli, sócios proprietários da Agro100 Rodrigo e Walter Bussadori 7 Agricultura de precisão A nova ferramenta para aumentar a produtividade A mais nova ferramenta à disposição dos produtores rurais, a agricultura de precisão, vem ganhando espaço na região. Só na filial da Agro100, em Cambé, por exemplo, a área implantada com esta nova tecnologia cresceu de 600 hectares em 2013 para mais de 3.500 hectares em 2014. C 8 onhecida como AP, a agricultura de precisão é um conjunto de práticas de cultivo agrícola que utilizam dados mensurados pela tecnologia de informação para a tomada de decisões na implantação e condução das culturas. A aplicação desta técnica foi iniciada embarcando nas máquinas agrícolas, como colheitadeiras e semeadeiras, receptores GNSS (Global Navigation Satelite System), sofisticados computadores de bordo e sistemas que possibilitam a geração de mapas de produtividade e aplicação de insumos. No Brasil a prática mais disseminada dentro das operações da agricultura de precisão é a aplicação de corretivos e fertilizantes em taxas variáveis. Para tanto, empresas especializadas reúnem informações captadas por satélite de áreas georrefenciadas. Essas informações coletadas o mais próximo possível dos estágios de definição de produção das lavouras orientam na localização dos pontos de coleta de amostras para a análise do solo e finalização dos mapas de produção e pontos de coleta de amostras de solos para análise de fertilidade. No entanto, a agricultura de precisão ainda está sendo pouco utilizada nas lavouras brasileiras. Calcula-se que em menos de 20% da área plantada os produtores utilizam tecnologias de precisão. Técnicos e órgãos ligados à pesquisa agrícola preveem que até 2020, a utilização da agricultura de precisão tenha um crescimento em torno de 25% ao ano. Esta previsão otimista baseia-se no avanço das ferramentas para a sua aplicação, surgiram novos sensores e equipamentos, tornando a prática da AP cada vez mais acessível, com custos mais compatíveis e integráveis ao dia a dia das propriedades agrícolas. A Agro100 tem uma parceria com a APMax, empresa especializada em agricultura de precisão que atua no Brasil e em vários países da América Latina. No Paraná, segundo Nelson de Melo Neto, responsável pela Agricultura de precisão “Não prometemos economia de corretiAPMax no Estado, os trabalhos foram iniciados há três anos, nas áreas de plantio próprias vos e fertilizantes, mas geralmente ela ocorre”, da Agro100 e posteriormente a tecnologia foi garante Neto. Segundo ele, em muitas áreas disponibilizada para os demais produtores. trabalhadas é constatado o excesso de salini“Do primeiro para o segundo ano registra- zação dos solos causado pela aplicação do clomos um crescimento de 130%. Já do segundo reto de potássio. “Só de tirar o cloreto da lipara o terceiro crescemos mais de 250%.” Mas nha de plantio e aplicá-lo na medida certa e a ele salienta que o maior fomento foi dentre os lanço, a produtividade da soja tem aumentado próprios clientes que experimentaram a tec- em 3 sacas por alqueire”, garante ele. Para o produtor aderir a esta tecnologia é nologia. “Todos os produtores que iniciaram a só procurar um dos nossos técnicos em uma aplicação da agricultura de precisão em parte de suas lavouras estão ampliando a área, pois das filiais da empresa no Paraná, Mato Grosso os bons resultados levam a esta ampliação”, do Sul e Sul do Estado de São Paulo. conclui Neto. Os irmãos Bertoletti buscam igualar Segundo ele, a APMax, através dos dados a fertilidade nas áreas de plantio coletados pelo satélite que registra os dados da Em 2013, os irmãos Bertoletti, Valdemir região a cada 12 dias, monta um mapa de produção das lavouras instaladas anteriormen- Antônio e José Mario iniciaram a agricultute na área. Com este mapa são marcados os ra de precisão com a aplicação de corretivos e pontos de coleta de solo para análise. Após as fertilizantes em taxas variáveis em 200 hectares análises de solo e de acordo com a expectati- plantados com soja. Na atual safra de verão, exva de produção do produtor, é gerado o mapa pandiram esta tecnologia para 1.250 hectares de aplicação dos corretivos (calcário/gesso) e de suas lavouras. Para Valdemir a agricultura dos fertilizantes em taxas variáveis, corrigindo de precisão é mais uma ferramenta que pode as deficiências dentro dos talhões, garantindo ser utilizada para melhorar a produtividade das lavouras. Segundo ele, com os mapas de produprodutividade homogênea. Agricultura de precisão Nelson de Melo Neto, da APMax; o produtor Sebastião Inocente com Ricardo Cardoso Fernandes e Denilson Gerioni Filho da Agro100 em Cambé Valdemir Bortoletti ção e produtividade gerados anualmente, pelos levantamentos de satélites e dos equipamentos de mensuração das colheitadeiras, o objetivo é homogeneizar a fertilidade das áreas de plantio. “De acordo com nossos mapas, no primeiro ano que adotamos a agricultura de precisão, tínhamos apenas 25% de nossa área com solos de fertilidade média. Já neste segundo ano, constatamos que 40% da nossa área estava com média fertilidade”, informa Valdemir. A meta dos irmãos Bortoletti, com a utilização de mais esta ferramenta, é chegar à produtividade média de 180 sacas de soja por alqueire e 320 sacas de milho safrinha nas suas áreas de plantio. Valdemir conta que com as correções e adubações com taxas variáveis, implantadas na soja passada, a produtividade da última safra de milho safrinha teve um aumento entre 6% e 7%, comparando-se com as áreas sem a agricultura de precisão. Por outro lado, mesmo não sendo o objetivo principal da agricultura de precisão a redução do uso de corretivos e adubos nas lavouras, Valdemir Bortoletti garante que na área em que esta tecnologia foi iniciada, do primeiro para o segundo ano houve uma queda na necessidade de aplicação de cloreto de potássio, por exemplo. “Nas áreas em que não fizemos a aplicação com taxa variável, tivemos que utilizar 180 qui- los de cloreto de potássio por alqueire. Já nas áreas onde fizemos a agricultura de precisão foi necessária, em média, a aplicação de 107 quilos de cloreto de potássio por alqueire. Em algumas áreas nem tivemos que entrar com a máquina para aplicar cloreto”, diz o produtor. Para Sebastião Inocente é a tecnologia do futuro Na safra passada de soja, o produtor Sebastião Inocente fez agricultura de precisão em 80 alqueires da sua área plantada no município de Cambé. Segundo ele, mesmo sofrendo com a seca, a lavoura produziu mais que o esperado. Já na atual safra ele decidiu aumentar a aplicação desta nova tecnologia em mais 200 alqueires da área que cultiva em Bataguassu, no Mato Grosso do Sul. Tião Inocente, como ele é mais conhecido, adquiriu uma carreta para aplicação de insumos em taxa variável e garante que vai fazer agricultura de precisão em toda a sua área, mais de 500 alqueires plantados com lavouras de soja e milho. Segundo ele, a intenção é melhorar a produtividade, passando da média de 140 sacas de soja, para uma produtividade média entre 170 sacas e 180 sacas por alqueire. “A agricultura de precisão é a tecnologia do futuro, com Carreta para aplicação de corretivos e fertilizantes em taxas variáveis ela podemos aumentar a produtividade de nossas áreas, evitando o desperdício de insumos, atendendo perfeitamente às necessidades do solo e consequentemente das plantas”, finaliza Tião Inocente. Dalmas quer fazer em toda a área Os produtores Angelo Dalmas, Angelo Dalmas Junior e Wagner Dalmas, de Cambé, implantaram nesta safra de soja a agricultura de precisão com a aplicação de corretivos e fertilizantes em taxa variável em 200 alqueires, dos quase mil alqueires que a família cultiva na região. Esta área escolhida para iniciar o trabalho com a agricultura de precisão teve produtividade variando entre 120 e 150 sacas por alqueire na última safra de soja. Com a aplicação de gesso, calcário e fósforo em taxas variáveis, a expectativa de Dalmas é chegar a uma produção média de 170 sacas por alqueire, com a padronização da fertilidade do solo. Adepto das novas tecnologias, Angelo Dalmas acredita que a agricultura de precisão seja o caminho para o aumento da produtividade, racionalização do uso de insumos e proteção do meio ambiente. Ele pretende expandir a utilização da agricultura de precisão para toda a área cultivada. Angelo Dalmas 9 Parceiro E 10 Irmãos Biezus: “Somos 100% Agro100” m 2002, os irmãos Alberto e Luiz Carlos deixaram Polotina, no Oeste do Paraná, para plantar soja nos pastos do Mato Grosso do Sul. Nessa mesma época a Agro100 criava a sua filial em Eldorado, com o objetivo de incentivar a agricultura nesta nova fronteira agrícola. Desde o início, os irmãos Biezus e a Agro100 têm caminhado juntos nesta saga de produzir soja no Mato Grosso do Sul. A empresa tem buscado novas tecnologias, plantas melhoradas geneticamente, fertilizantes e agroquímicos para tornar as lavouras mais produtivas. Assim, produtores como os irmãos Alberto e Luiz Carlos têm transformado as áreas de pastagens, muitas vezes de baixa produtividade, em áreas de alta produtividade de alimentos, vencendo barreiras impostas pelo clima, características de solo e pragas. Os Biezus plantavam 60 alqueires de soja em Palotina, região de fronteira agrícola esgotada e terras muito valorizadas. Alberto e Luiz Carlos enxergaram a solução para o crescimento na atividade a pouco mais de 100 quilômetros de casa, no Mato Grosso do Sul, onde as terras eram mais em conta, já que a atividade econômica predominante era a pecuária extensiva. Assim, convenceram o pai, Ampelio Biezus, a investir na nova fronteira, onde a soja iniciava a sua expansão. Começaram plantando 190 alqueires, o triplo do que plantavam em Palotina. E não pararam mais de expandir a área de plantio no MS. Na atual safra de soja plantaram 900 alqueires. “No primeiro ano que plantamos trouxemos adubo e sementes do Paraná. Já no segundo ano, em 2003, compramos tudo da Agro100 que, além dos insumos, nos ofereceu todo o suporte e acompanhamento técnico de que precisávamos para as Luiz Carlos e Alberto Biezus lavouras através de sua filial em Eldorado. De lá pra cá temos caminhado juntos. Somos 100% Agro100”, brinca Alberto Biezus, acrescentando que com a construção da unidade de recebimento e armazenamento de grãos da Nutri100, em Eldorado, a entrega e comercialização da safra melhoraram muito para os produtores da região. O produtor conta que nos primeiros anos todo o trabalho nas lavouras era feito por ele, o irmão e um empregado. Hoje o trabalho é mais tranquilo, mas para se produzir ficou mais difícil. “O clima tem mudado muito”, diz ele. A região é sujeita a veranicos que ocorrem geralmente na segunda quinzena de dezembro e a primeira quinzena de janeiro. Para fugir destas intempéries do clima Alberto diz que o negócio é plantar a soja mais cedo, a partir do dia 20 de setembro. Nos 900 alqueires plantados com soja no verão, no inverno eles cultivam entre 65% e 70% desta área com milho, lavouras que devem ser plantadas o mais cedo possível, a partir de fevereiro e com variedades mais precoces para não correr o risco de atrasar o plantio da soja. Para os irmãos Biezus valeu a pena o trabalho e a persistência no Mato Grosso do Sul. Suas famílias continuam morando em Palotina. Mas Alberto garante que assim que os filhos forem para a faculdade ele vai se mudar com a esposa para Eldorado. “Aqui tudo tem melhorado muito.” an mosaic microessentials 19x29cm balanco agro100.pdf 1 19/08/14 10:26 C M Y CM MY CY CMY K 11 Serviço O Trigo, variedades indicadas departamento comercial da Nutri100 está orientando os produtores para que plantem variedades de trigo que tenham maior aceitação no mercado. Ronan Giuliangeli, operador de mercado da empresa, explica que as variedades que produzem trigo para panifi- C 12 produzem grãos para panificação são: BRS Gralha Azul, BRS Pardela, CD 104, CD 150, CD 151, CD 154, CD 1252, IPR Catuara, Sintonia, IPR 85, IPR 144, TBIO Bandeirantes e TBIO Mestre. E Marfim, Supera e TBIO Tibagi, são as variedades que produzem grãos branqueador. Cuidado, máquinas na pista! om a aproximação das colheitas da safra de verão e o início do plantio de inverno, aumenta o deslocamento de máquinas agrícolas na região, um risco para operadores e população, quando o trajeto é feito por estradas, exigindo muito cuidado dos condutores para evitar acidentes. Legalmente as máquinas agrícolas são proibidas de trafegarem por rodovias. Pela lei, o deslocamento somente pode ser realizado sobre caminhões, plataformas próprias para o transporte ou pelas marginais das rodovias, próprias para o tráfego dos equipamentos agrícolas. Mas o deslocamento das máquinas acaba mesmo sendo feito pelo leito das rodovias. É a necessidade de trabalho dos produtores e por não possuírem equipamentos para o transporte dos maquinários agrícolas, pela pequena distância a ser percorrida e pela inexistência das marginais próprias para o tráfego dos equipamentos agrícolas na grande maioria das rodovias. O cação ou que são utilizadas como branqueador de farinhas são comercializadas com mais facilidades do que as que são utilizadas para fabricação de massas ou as variedades que produzem os chamados grãos standard. As variedades mais indicadas, pois Quando o deslocamento for feito pelas rodovias, recomenda-se que seja feita em horários adequados com menos tráfego de veículos e fora nos crepúsculos da manhã e da tarde, aquele horário que não está claro e nem escuro e que dificulta a visibilidade. Por outro lado, sempre que for possível, usar batedores com veículos sinalizados de faróis acesos e pisca alerta ligado a uma boa distância, à frente e atrás do equipamento a ser deslocado. No Estado de Santa Catarina, por exemplo, produtores e Polícia Rodoviária Federal fizeram um acordo para o deslocamento de máquinas pelas suas rodovias. Ficou definido que o trânsito de colheitadeiras terá de ser comunicado aos postos policiais com antecedência e que a escolta deve ser feita por batedores sinalizados. Não é permitido o tráfego à noite, em dias de chuva, com neblina ou cerração e muito menos em véspera e logo após feriados. Os tratores e carretas devem possuir faixas refletivas nas traseiras e todo maquinário só poderá ser conduzido por pessoa habilitada como motorista. Pesquisas sobre os acidentes ocorridos com tratores em vias públicas mostram que os casos envolvendo máquinas agrícolas são até nove vezes mais fatais, se comparados aos acidentes que ocorrem entre carros. Enquanto apenas 0,58% dos acidentes de automóvel e 1,69% dos acidentes de motocicleta causam mortes, nos casos de acidentes com tratores as vítimas fatais chegam a 9,38%. Desta forma, todo cuidado é pouco para preservar vidas e evitar danos materiais. Placa nos tratores Conselho Nacional de Trânsito (Contran) adiou por dois anos o prazo para o emplacamento obrigatório das máquinas agrícolas. Com a decisão, os tratores e outros equipamentos deverão estar emplacados para transitar em vias públicas a partir de 1º de janeiro de 2017. O emplacamento não se estende para tratores de grande porte com mais de 2,60 metros de largura. Neste caso, continua sendo proibida a circulação desses veículos em vias públicas. A regra é a mesma para pulverizadores e colheitadeiras que só podem ser transportados em cima de caminhões prancha. De acordo com a resolução, o emplacamento não será cobrado de proprietários de máquinas mais antigas ou que foram compradas antes de agosto de 2014. A documentação e cobrança de taxas serão de responsabilidade dos governos estaduais e será exigida a Carteira Nacional de Habilitação “categoria B” dos condutores destes equipamentos. Os produtores rurais defendem que as máquinas agrícolas não sejam emplacadas, pois são ferramentas de trabalho e esta nova tributação implicaria no aumento de despesas que elevariam o custo de produção. Mercado Barter é o sistema de troca que gera segurança aos produtores C om os bons resultados nas últimas safras, que capitalizaram grande parte do setor rural e a facilidade na contratação de financiamentos no mercado, os produtores estão deixando de lado uma das operações que deram sustentação à agricultura brasileira, o “barter”, sistema de troca de parte da produção pelos insumos para a implantação e condução das lavouras. No entanto, os diretores da Agro100, Antonio Luis Giuliangeli e João Fernando Garcia, lembram que este instrumento de financiamento de safra dá segurança e tranquilidade ao produtor rural em épocas de instabilidade política, financeira e de política cambial, e outros fatores que influenciam nos preços de grãos e insumos industrializados para o agronegócio. “O sistema de troca é excelente e teve um papel fundamental para o agronegócio ao longo dos anos. Ajudou muito os produto- Antonio Luis Giuliangeli e João Fernando Garcia res paranaenses em épocas difíceis e impulsiona o desenvolvimento da agricultura nas novas fronteiras como Mato Grosso e Goiás”, lembra Giuliangeli. Ele acrescenta que com ele o produtor sabe exatamente quanto vai lhe custar a safra. “Não é porque vivemos vários anos de bons preços que podemos abandonar esta ferramenta. Não podemos ficar vulneráveis em época de câmbio variável com valo- rização do dólar e, consequentemente, das commodities, não podemos esquecer que esse mesmo câmbio é acompanhado pelas indústrias. Câmbio que pode estar muito atrativo hoje pode piorar muito na semana seguinte. A trava que podemos fazer no sistema de troca é que garante tranquilidade ao produtor”, diz Giuliangeli. João Fernando Garcia diz que, através do “barter”, as relações de troca dos produtores não oscilam muito, mantendo uma estabilidade de custo em relação à renda da lavoura. “Já vimos várias vezes situações de custos altos e preços baixos dos grãos. Nunca podemos nos esquecer que o mercado é cíclico e influenciado por muitos fatores que nos fogem do controle. Sempre podemos ter que enfrentar situações inversas às atuais. Por isso que aconselhamos os produtores a utilizar ferramentas para se proteger destas variações, como o sistema de troca”, alerta Fernando. O sistema de troca viabiliza produtores P ara os produtores Eduvirgens Joaquim Rodrigues e seu sobrinho Evandro João Rodrigues, de Primeiro de Maio, o sistema de troca os salvou de situação difícil. Eduvirgens conta que em 2006, depois de três frustrações seguidas nas safras de 2003, 2004 e 2005, a situação ficou insustentável. Não sobrou nada da estrutura que ele e os irmãos mantinham no Pontal do Paranapanema, em São Paulo. Perdeu o arrendamento de 75 alqueires onde cultivava soja e milho. “Os bancos e a empresa que nos fornecia insumos arrestaram a colheita e levaram máquinas e implementos. “Só sobraram as dívidas e um pedaço de terra que era do meu pai em Primeiro de Maio”, conta. P ara pleitear a negociação de troca, o produtor deve procurar a empresa de posse de um levantamento feito por um técnico discriminando a necessidade de semente, fertilizante e agroquímicos para instalação e condução da lavoura até a colheita. Eduvirgens e o sobrinho Evandro Sem dinheiro e sem crédito para plantar, ele recorreu à Agro100 que lhe forneceu semente, adubos e os agroquímicos à base de troca pela produção a ser colhida. “Foi a única porta que me abriram depois que perdi todo o crédito. Como funciona Com base neste levantamento, a empresa vai calcular a relação de troca do produto a ser colhido pelos insumos para a condução da lavoura, baseando-se no preço de mercado de grãos e dos preços previamente negociados com as indústrias. Concluída a negociação entre a empresa Foi a minha salvação, senão estaria fora do sistema e estaria na cidade trabalhando de empregado. Não devo nada a ninguém. Compro tudo que preciso e entrego minha produção ao grupo Agro100. Estou negociando a troca dos insumos por grãos já para a safra de soja que vou plantar em outubro”, conta Eduvirgens. Evandro, o sobrinho dele, também cultiva com soja e milho uma parte da propriedade do avô e, desde 2009, quando começou a plantar, faz o sistema de barter. “O sistema de troca me dá segurança e com ele a Agro100 viabilizou a minha entrada na agricultura. Sem ele não teria condições de plantar, pois não tinha cadastro para fazer financiamento em banco”, diz Evandro. e o produtor, é feita a chamada “trava”. Não se reajusta mais nenhum preço de produto e a dívida do produtor é transformada em equivalentes sacas de grãos para serem entregues à empresa após a colheita. E como garantia o produtor emite uma Cédula de Produtor Rural. 13 Tecnologia O Terra Nossa/MicroXisto lança Enxofre com tecnologia Nano Enxofre (S) é um macronutriente aniônico secundário muito importante para o desenvolvimento das plantas. As exigências de enxofre para as culturas agrícolas são similares ou superiores às de fósforo. Apesar disso, o enxofre é, muitas vezes, erroneamente relegado a segundo plano no manejo da adubação de culturas. Os casos de respostas de plantas à aplicação de enxofre são crescentes em função do uso de adubos concentrados, que contêm pouco ou nenhum enxofre, e da natural limitação de disponibilidade deste elemento na maioria dos solos tropicais do Brasil e América do Sul. Após alguns anos de cultivo, o suprimento de enxofre normalmente declina a partir dos baixos teores de matéria orgânica existentes em nossos solos. 95% do enxofre do solo encontra-se na forma orgânica, que constitui importante reserva desse nutriente. A mineralização da matéria orgânica do solo (MOS) controla o fornecimento de enxofre para os vegetais. Porém, o íon SO42- é a espécie química preferencialmente absorvida pelas plantas. As principais funções do enxofre estão ligadas à fotossíntese, respiração, síntese de aminoácidos e proteínas, e metabolismo de vitaminas. Dois dos aminoácidos essenciais – metionina e cisteína – são formados por enxofre, motivo pelo qual a deficiência deste O 14 nutriente interrompe a síntese de proteínas. É um nutriente essencial na transformação do Nitrogênio mineral em orgânico, que é a forma que as plantas utilizam. Também são essenciais a FBN e nodulação da soja, além de aumentar a resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças, ao frio e à seca. Em plantas deficientes em enxofre, o crescimento é retardado, as plantas se apresentam uniformemente cloróticas, os internódios são curtos e há redução no florescimento. Para produzir 4.000 Kg/ha, a soja necessita 60 Kg de enxofre, sendo que destes, 20 Kg são exportados com os grãos. O nível ideal de enxofre no solo situa-se entre 12 e 15 mg/dm3. Por ser móvel no solo, sua maior concentração está entre 20 e 40 cm de profundidade. Nas folhas, o enxofre é considerado pouco móvel a parcialmente móvel. Programas de adubação na agricultura moderna não podem prescindir do adequado fornecimento de enxofre, elemento este que vem sendo cada vez mais estudado e aplicado na agricultura, nas mais diversas formas. Para isso, a Terra Nossa, parceira comercial da Agro100, com o intuito de apresentar produtos que venham ao encontro das necessidades dos produtores, está lançando ao mercado um fertilizante foliar à base de enxofre com 50% de concentração – Nanoxisto S-50, prontamente disponível, produzido através da Nanotecnologia, ou seja, um equipamento transforma todas as partículas em nanopartículas – substâncias menores, que conseguem penetrar com mais facilidade nos estômatos da folha. Desta forma, obtemos um produto com uma maior concentração de nutrientes com um menor volume aplicado por área, o que garante uma melhor absorção e um melhor aproveitamento pela planta. O Nanoxisto S-50 é comercializado pela Agro100 aos produtores e clientes, para aplicações nas culturas de soja, milho e trigo, nos estágios vegetativo e reprodutivo da planta. Termina em maio prazo do Cadastro Ambiental Rural Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico obrigatório para todos os imóveis rurais. O cadastro tem por finalidade integrar informações ambientais, criando assim um banco de dados de nível nacional para planejamento ambiental e econômico. Com o CAR os órgãos governamentais vão identificar os remanescentes de vegetação nativa (Reserva Legal), as áreas de uso restrito e as áreas consolidadas das propriedades rurais. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), até o final de janeiro apenas 10% dos imóveis rurais foram cadastrados, em um universo de 5,2 milhões imóveis. O prazo para fazer o CAR vai até o dia 06 de maio de 2015. Os produtores que não se cadastrarem até esta data irão perder o benefício de conversão de multas (imóveis que não aderirem ao PRA – Programa de Recuperação Ambiental). Além disto, as atividades podem ser embargadas, o proprietário pode ser processado por crime ambiental, e deverá pagar uma multa de R$ 5mil por hectare. Por fim os bancos não concederão crédito agrícola para proprietários que não fizerem o CAR. Nossa Gente E Índio: “Minha vida melhorou!” lso Alves de Oliveira, o “Índio”, CTV da Agro100 na filial de Eldorado-MS, trabalhou na roça, jogou futebol profissionalmente, se aventurou pela política e trabalhou em várias empresas do agronegócio, mas diz que se encontrou trabalhando na empresa. Índio é natural do interior de São Paulo e chegou com a família em Mundo Novo-MS em 1975, quando seu pai comprou uma propriedade formada com café. O café acabou logo e passaram a plantar amendoim, feijão e algodão, até a chegada da mandioca e da soja na região, o que cultivam atualmente. Em 1983, foi fazer o curso de técnico em agropecuária no Colégio Agrícola de Garça-SP. Voltou em 1986 e trabalhou em empresas de planejamento agrícola, fecularias e cooperativa. Jogou futebol nos times profissionais de Umuarama e Naviraí e se enveredou pela política, foi secretário de agricultura da Prefeitu- M Em 1999, ele foi tentar a vida no Japão, onde ficou por 10 anos. Em 2010, de volta ao Brasil, foi contratado novamente pela Agro100. Foi locado no setor de estoque, onde ficou por um ano. Hoje está no setor de lançamentos e logística de fertilizantes e semente e nos lançamentos de segundo grau, e no suporte às filiais na operação do sistema. “Aqui me sinto em casa. Fiz muitos amigos e temos um ambiente familiar na empresa. A diretoria tem uma relação de respeito e amizade com todos os seus funcionários. E proporciona oportunidades de crescimento na vida profissional e pessoal de todos nós”, finaliza Kiyoshi, sempre com o seu sorriso amigo. Casado com dona Cristina, é pai de Carolina, de 16 anos, e Lucas, de sete anos, que nasceu no Japão. Kiyoshi, colaborando sempre! arcos Kiyoshi Nemoto é a imagem da simpatia. Autêntico, humilde e limpo de coração e alma. Amigo de todos e sempre disposto a ajudar os companheiros. Ele foi contratado para trabalhar na primeira loja da Agro100 em 1997. Conta que na época fazia entrega, controlava estoque e fazia faturamento. “Éramos somente cinco funcionários. Era o começo. E como todo começo tudo era difícil, todos, de funcionários aos donos, fazíamos de tudo, entregas com os carros particulares dos diretores, faxina e descarga dos caminhões. E esse espírito de colaboração dos funcionários e diretores continua até hoje na empresa”, conta Kiyoshi. N ra por dois anos, no final da década de 90. Em 2005, largou definitivamente a política para trabalhar na Agro100, onde está até hoje. “Minha vida melhorou muito depois que deixei a política e entrei na empresa”, diz ele, orgulhoso. Bem relacionado e conhecendo todos os agricultores da região, conta que nos primeiros anos suas vendas dobravam a cada ano. “O agricultor tem apenas um objetivo: ganhar dinheiro na sua atividade, e a confiança no técnico e na empresa é fundamental para ele. A Agro100 cresceu junto com a agricultura, que hoje é muito diversificada, e caminha junto com a pecuária que sempre foi a atividade principal da região. A agricultura passou a ser uma fonte de diversificação, produzindo soja, milho, feijão, cana-de-açúcar, mandioca, melancia, melão e abóbora. Essas culturas contribuem para a estabilidade econômica dos produtores e promovem a reforma das pastagens, melhorando o solo e controlando o nematoide e outras pragas”, explica. Ele atende cerca de 30 clientes de Eldorado, Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Iguatemi e alguns no Paraguai. “Não troco a Agro100 por empresa nenhuma. Aqui eu faço o meu salário e ainda continuo plantando as minhas lavouras”, finaliza. Temos melancia também em só de soja e milho vivem os clientes da Agro100. Tem plantador de melancia também. Um dos principais produtores de melancia do Mato Grosso do Sul, Sérgio Correia da Silva, é nosso cliente desde que foi instalada a filial em Eldorado. Jovem e bem-sucedido, Sérgio pode ser considerado um bom empreendedor rural. Nasceu lá mesmo em Eldorado e, segundo ele, ainda menino teve a sorte de ter conhecido o catarinense Sebastião Luiz de Campos, que chegou de Chapecó em 1991 para plantar melancia em pastagens arrendadas no município. Sebastião voltou para a sua terra catarinense, mas a melancia ficou em Eldorado e na vida do Sérgio. Há 13 anos ele se dedica ao cultivo da fruta e à atividade de atacadista de frutas e hortaliças na região. Suas melancias são comercializadas no Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E desses estados vêm outros produtos que ele fornece aos comerciantes varejistas da região. No ano passado, plantou 22 alqueires de melancia, 4 alqueires de abóbora cabotiá e 2 alqueires de melão caipira. O plantio, segundo Sérgio, sempre é feito em terras arrendadas, de preferência em pastagens degradadas. A produtividade de 100 toneladas destas frutas (média das suas lavoras) é conseguida, segundo ele, com a aplicação de muita adubação, mais de 1.500 quilos por alqueire e bons tratos culturais. A Agro100 fornece tudo que ele precisa para o cultivo das suas lavouras. O plantio tem que ser itinerante, sempre em áreas diferentes para evitar o aparecimento de doenças. E a produtividade, que em anos atrás era de 50 a 60 toneladas por alqueire, saltou para 100 toneladas, graças ao desenvolvimento da tecnologia de cultivo, dos insumos e ao melhoramento genético das plantas, garante Sérgio, que agora investe no cultivo de abacaxi na região. A sua primeira lavoura desta fruta, com 400 mil pés, está implantada em uma de suas propriedades desde o ano passado. 15 RINO COM O Herbicida cOm efeitO residual que cOntribui para a prOdutividade da sua lavOura. Sumisoya é um herbicida pré-emergente cujo princípio ativo é a flumioxazina. É recomendado pelo Sistema Roundup Ready Plus como importante parceiro de Roundup no controle de plantas daninhas resistentes e de difícil controle na cultura da soja, como a buva.