Evaristo Carriego(Spisy #4)

Transcrição

Evaristo Carriego(Spisy #4)
Evaristo Carriego(Spisy #4)
by Jorge Luis Borges
Originally, when I read this biography of Argentinean poet Evaristo Carriego, I gave it only three stars. As part of
my preparation for visiting Argentina, I have been seeking out Jorge Luis Borges's earlier works, if only to see how
the colossus of his later years rose from uncertain beginnings as a regional Porteño author of the 1920s. Now that
I have read more of his work, I see in Evaristo Carriego a fault line between the Borges that was and the Borges
that was to be. I can almost pinpoint the paragraph where this happens:One day in 1904, in a house that still
stands on Honduras Street, Evaristo Carriego regretfully and eagerly read the adventures of Charles de Baatz, lord
of Artagnan. Eagerly, because Dumas offered Carriego what others are offered by Shakespeare or Balzac or Walt
Whitman—a taste of the fullness of life. Regretfully, because Carriego was young, proud, shy, and poor, and he
believed himself remote from life. Life was in France, he thought, in the sharp clash of steel or when Napoleon’s
armies were inundating the earth, but my lot has fallen to the twentieth century—the too late twentieth
century—and a shabby South American suburb. Carriego was in the midst of this brooding reflection when
something happened. The laborious tuning of a guitar, the uneven row of low houses seen from his window, Juan
Muraña touching the brim of his hat in reply to a greeting (the same Muraña who two nights earlier had slashed
the face of Suárez the Chilean), the moon from the square of a patio, an old man with a fighting cock—something,
anything. Something we cannot pinpoint, something whose meaning we know but not its shape, something
commonplace and hitherto unnoticed which revealed to Carriego that life (which offers itself wholly at every
moment, anywhere, and not just in the works of Dumas) was there as well, in the despised present, in Palermo, in
the year 1904. “Come in,” said Heraclitus to those who found him warming himself in the kitchen, “the gods are
here as well.” [Italics Mine]Except this revelation wasn’t really made to Carriego: It was made to Borges, who, ever
afterward, while his feet still stood in the Palermo of his youth, became a world writer whose reputation has only
grown—everywhere but in certain pusillanimous corners of Scandinavia. (Borges was denied the Nobel Prize for
Literature repeatedly because he allegedly had accepted an award from the hands of Chilean dictator Augusto
Pinochet Ugarte.)
In a way, in the middle of the 1955 reissue of his “biography,” Borges all but abandons Carriego, one of the heroes
of his youth, and places him slightly south of pantheon status while reveling in the fact that the gods may also be
found on Honduras Street in Palermo.
Perhaps, if you are not as interested in Borges as I am, you would find three stars to be a generous rating, but I am
in search of bigger game.
|Borges se vale de resenhas ao poeta entrerriano Evaristo Carriego para discorrer, em livro homônimo (1930),
acerca do que seria uma "argentinidade". Com interpolações posteriores de sua própria mão, além da anexação
de duas cartas escritas por leitores dispostos a lhe oferecer variantes de uma luta de facas contada por Borges na
"Historia del Tango", o autor se pergunta nesses dois tempos o que é ser essencialmente argentino: buscar
vincular-se à figura mítica do gaucho que despreza as cidades e o sedentarismo, bem simbolizado pelas "Historias
de Jinetes", ou às figuras heroicas e em algum sentido históricas - mas também lendárias - de argentinos que
abandonaram sua república na luta pela libertação das Américas?
Deste livro, antes de o ler, desde que comprei o volume I das Obras Completas de Borges e que o inclui, estava já
então curioso pela "Historia del Tango". Como minha atenção para Borges voltava-se exclusivamente para aqueles
que segundo o próprio autor argentino são seus melhores livros - "El Aleph" e "Ficciones" - comecei a ler o
compêndio de trás para frente, e só agora, um par de anos depois, cheguei ao "Evaristo Carriego".
Pragmaticamente, há mais de história do tango numa nota de rodapé (pág. 142) do texto "Las 'Misas Herejes'",
onde se nos é dito que o tango é em sua origem incerta tanto afro-montevideano quanto afro-portenho, mas
sempre afro em seus primeiros passos. Como dito, a Borges interessa mais em sua história do tango a alma dos
homens que o encetaram: homens que só se tornam de fato homens quando matam a outro. Trata-se, pois, do
nascimento do argentino mítico e profundo - se é que ele existe ou um dia existiu de fato.
Da "História del Tango" de Borges não me perdoaria se deixasse de citar os seguintes trechos:
"Antes era una orgiástica diablura- hoy es una manera de caminar." (pág. 186).
"Tal vez la misión del tango sea ésa: dar a los argentinos la certidumbre de hacer sido valientes, de haber
cumplido ya con las exigencias del valor y del honor." (pág. 188).
E quando Borges se pergunta se o tango é essencialmente argentino, ele se vê obrigado a lembrar a si mesmo
que "los criollos viejos que engendraron el tango se llamaban Bevilacqua, Greco o de Bassi..." (pág. 191). Dos pais
afro-platenses do tango, porém, parece que não nos ficaram os nomes. Ainda assim, e em nossos tempos de
tango eletrônico como os feitos por Gotan Project, banda meio portenha e meio parisiense - e foi em Paris, afinal,
que o tango se "amaciou", esqueceu-se de sua origem nos puteiros e permitiu às mulheres que o dançassem -,
Borges concede-nos uma certa dose de ufanismo, mas não sem sua característica genialidade:
"Diríase que sin atardeceres y noches de Buenos Aires no puede hacerse un tango y que en el cielo nos espera a
los argentinos la idea platónica del tango, su forma universal (...), y que esa especie venturosa tiene, aunque
humilde, su lugar en el universo." (pág. 192).
Valendo-se de um estratagema retórico, o cleuasmo, também conhecido como modéstia afetada, onde o autor
diz não estar à altura da história que tem a contar, a qual aparentemente não tem muito o que ver com o tango creio não ser necessário ressaltar o "aparentemente" - Borges irrompe na sua "História del Tango" com o subtítulo
"El Dasafío", onde nos apresenta duas versões de um mesmo mito argentino: um pobre, afamado e honesto
"cuchillero" é desafiado por alguém que chega de longe e, após mesuras de ambas as partes, deseja matá-lo. Em
todas as versões o duelo é vencido pelo homem desafiado, que não deixa de manifestar a ética dos que manejam,
brincam, dançam com a faca. Morto ou poupado - e melhor teria sido ser agraciado com a dignidade da morte,
segundo Borges -, o desafiante é obrigado a reconhecer a superioridade do "cuchillero" local, e sente-se honrado
em ter sido aceito para uma dança de morte com seu oponente.
E assim é que, para Borges, sem descuidar dos aspectos sensuais do tango, tal dança, especialmente em suas
origens, é um duelo entre homens. Um duelo de morte.
E assim é que, para Borges, sem descuidar dos aspectos sensuais do tango, tal dança, especialmente em suas
origens, é um duelo entre homens. Um duelo de morte.
Resenha publicada em meu blog, no seguinte endereço: http://oritameji.blogspot.com.br/2014...|Sin duda lo mejor
del libro es la historia del tango que Borges escribe hacia el final de la obra.|Everything is “Historia del tango” and
nothing hurts.|One chapter catalogs various inscriptions found on horse-drawn wagons, which inscriptions Borges
likens to coats of arms. Another chapter supplies variant tellings of a story that illustrates courage—here, Borges’s
text resembles works which trace the dissemination of urban legends.

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