jerónimo martins, sgps, sa

Transcrição

jerónimo martins, sgps, sa
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
Sociedade Aberta
Rua Tierno Galvan, Torre 3, Piso 9, letra J, 1099-008 Lisboa
Matriculada na Cons. do Reg. Com. de Lisboa, sob o n.º 8 122, Capital social € 479 293 220 NIPC 500 100 144
Relatório Consolidado de
Gestão
Demonstrações Financeiras
Consolidadas
Relatórios de Auditoria
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Índice
página
I MENSAGEM DO PRESIDENTE
4
II GRUPO JERÓNIMO MARTINS
6
II.1. Perfil e Posicionamento do Grupo
6
II.2. Estrutura de Negócios e Societária
7
II.4. Síntese dos Indicadores Financeiros
10
II.5. Factos Relevantes do Ano
12
II.6. Órgãos Sociais
Ð
Composição do Conselho de Administração
13
13
III GOVERNO DA SOCIEDADE
15
III.1 INFORMAÇÃO E PRÁTICAS RESPEITANTES A ACCIONISTAS
Ð
Exercício de Direito de Voto e Representação dos Accionistas
Ð
Limites ao exercício do direito de voto e Acordos Parassociais
Ð
Política de Distribuição de Dividendos
Ð
Utilização de Novas Tecnologias de Informação Quanto à Divulgação de Informação Financeira e dos
Documentos Preparatórios das Assembleias Gerais.
Ð
Gabinete de Apoio ao Investidor
Ð
Informação Financeira e sua Divulgação a Accionistas
16
16
17
III.2. ÓRGÃOS SOCIAIS
Ð
Estrutura e Funcionamento do Órgão de Administração
Ð
Comissão Executiva
Ð
Controlo Efectivo da Vida Societária pelo Conselho de Administração
Ð
Fiscal Único
Ð
Comissões de Controlo Internas
Ð
Comissão de Vencimentos
Ð
Remuneração Dependente dos Resultados da Sociedade
Ð
Remuneração dos Membros do Órgão de Administração
Ð
Plano de Opções de Aquisição de Acções
Ð
Outros Cargos Desempenhados pelos Titulares do Órgão de Administração
17
17
18
18
19
19
19
19
19
20
20
III.3. FUNCIONAMENTO E GESTÃO DA SOCIEDADE
Ð
Estrutura Organizativa do Grupo Jerónimo Martins
Ð
Estrutura e Funcionamento da Holding de Jerónimo Martins
Ð
Códigos de Conduta da Sociedade
Ð
Auditoria Interna e Controlo de Risco
21
21
22
24
24
III.4. EVOLUÇÃO DA COTAÇÃO DAS ACÇÕES
Ð
Evolução dos Títulos no Mercado
Ð
Estrutura Accionista
Ð
Plano de Aquisição de Acções Próprias
25
25
28
28
IV RELATÓRIO CONSOLIDADO DE GESTÃO
IV.1. Enquadramento Macro-económico
Ð
Economia Mundial
15
15
15
15
29
29
29
2
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð
Ð
Portugal
Polónia
29
30
IV.2. Síntese da Actividade Consolidada do Grupo
Ð
Vendas Consolidadas
Ð
Resultados Operacionais
Ð
Dívida e Resultados Financeiros
Ð
Resultados Líquidos e Cash Flow
Ð
Análise de Retorno
31
31
33
34
34
36
IV.3. Evolução da Actividade Operacional
Ð
Operações de Distribuição Alimentar
Ð
Outros Negócios
36
36
47
IV.4. Desinvestimentos
52
IV.5 Políticas e Áreas Funcionais do Grupo
Ð
Desenvolvimento e Estratégia
Ð
Operações Financeiras
Ð
Gestão de risco
Ð
Planeamento e controlo
Ð
Reporting e contabilidade
Ð
Sourcing
54
54
54
54
56
57
57
IV.6. Responsabilidade Social
Ð
Recursos humanos
Ð
Qualidade e segurança alimentar
Ð
Ambiente
Ð
Mecenato
57
57
60
62
63
IV.7. Perspectivas 2003
65
IV.8. Factos subsequentes
66
IV.9. Proposta de Aplicação dos Resultados
66
IV.10. Anexo ao Relatório Consolidado de Gestão
67
GLOSSÁRIO *
69
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Balanço Consolidado (Formato Plano Oficial de Contabilidade)
Demonstração Consolidada dos Resultados
Demonstração dos Resultados Consolidados por Funções
Balanço Consolidado
Movimentos Ocorridos no Capital Próprio Consolidado
Demonstração Consolidada dos Fluxos de Caixa
Notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas
RELATÓRIOS DE AUDITORIA
Certificação Legal de Contas
Relatório e Parecer do Fiscal Único
EXTRACTO DA ACTA DA ASSEMBLEIA GERAL ANUAL
70
72
73
74
75
76
77
108
113
3
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
I MENSAGEM DO PRESIDENTE
Um ano difícil terminou. Em 2002 o Grupo Jerónimo Martins propôs-se atingir um conjunto de objectivos
muito bem definidos: reduzir a dívida para valores inferiores a 1.000 milhões de euros, concluir o
processo de alienação de activos não estratégicos, melhorar o cash flow operacional dos negócios e
reposicionar as cadeias de retalho do Grupo em Portugal.
No final do ano os resultados alcançados confirmam que estes objectivos foram integralmente cumpridos.
De facto, a dívida financeira consolidada atingiu em 31 de Dezembro o valor de 836,7 milhões de euros,
em resultado quer da alienação de activos não estratégicos ou de performance insatisfatória, quer da
recuperação operacional dos negócios estratégicos. No referido processo de alienação foram concluídos
os processos de venda dos Supermercados Sé e da JM&M (Brasil), dos Hipermercados Jumbo (Polónia),
da Lillywhites (UK), do negócio de águas (VMPS e empresas associadas) e já no início de 2003, dos
Cash&Carry Eurocash (Polónia). Fruto da rigorosa implementação das opções estratégicas definidas, o
cash flow operacional dos activos estratégicos – activos industriais, Pingo Doce, Feira Nova, Recheio e
Biedronka - aumentou de 7,7% para 8,2% das vendas. Destas opções destacam-se o reposicionamento
comercial de Pingo Doce e a refocagem de Feira Nova no consumidor final, processos que foram
concluídos com total sucesso.
As vendas consolidadas do Grupo atingiram os 3.891,7 milhões de Euros. Em face das alienações, este
valor representa um decréscimo de 7,3 % face a 2001, mas um crescimento de 2,4% numa base
comparável (excluindo os negócios alienados).
O cash flow operacional (EBITDA), atingiu 264,3 milhões de Euros, valor que representa um crescimento
de 1,7% face a 2001 e uma melhoria da margem operacional de 6,2% para 6,8% das vendas.
Todos os negócios do Grupo têm, no final do ano, performances operacionais positivas, pelo que todas
contribuem para o esforço fundamental de reequilíbrio financeiro que o Grupo empreendeu desde meados
de 2001.
De facto, atingirmos os nossos objectivos financeiros teria sido inútil se a estes não tivéssemos
conseguido juntar o sucesso das nossas estratégias operacionais, que se orientaram decisivamente para
o consumidor, como factor central de sucesso em negócios de forte componente comercial. As condições
económicas adversas em que se desenrolou a actividade das várias empresas do Grupo valorizam ainda
mais os resultados obtidos.
Em Portugal, a cadeia Pingo Doce beneficiou do esforço de reposicionamento comercial empreendido
desde o início do ano. Este exercício teve impacto negativo nas vendas no primeiro trimestre, mas
revelou-se um sucesso a partir do segundo semestre, com as vendas em volume a atingirem um pico de
crescimento de 13% no decorrer do mês de Dezembro, fruto da maior agressividade do pricing na
cadeia, cuja percepção pelo consumidor coincidiu com o agravar do clima de confiança na economia. Com
um reduzido número de aberturas, as vendas apresentaram um decréscimo de 1,7%, performance já
claramente invertida no 2º semestre, onde o crescimento atingiu 3,1%.
A cadeia Feira Nova concluiu com sucesso a reorientação de toda a operação para o consumidor final,
com a atribuição de responsabilidades claras em matéria comercial à estrutura central a permitir
sucessos significativos em áreas tradicionalmente difíceis para a companhia, proporcionando ainda o
aumento da disciplina comercial e o maior controlo de procedimentos operacionais, fundamentais para o
sucesso num mercado crescentemente competitivo. A focagem das equipas de loja no consumidor final,
impulsionou também, no segundo semestre, uma recuperação da performance de vendas,
particularmente visível nas médias superfícies, embora no total do ano a companhia ainda apresentasse
um crescimento negativo das vendas de 5,8%.
O Recheio manteve a sua estratégia: o crescimento particularmente significativo da penetração no canal
“Horeca”, no qual as vendas aumentaram cerca de 9%, e o crescimento de vendas nos clientes
retalhistas permitiram a obtenção de ganhos sustentados de quota no mercado nacional de cash & carry.
As vendas totais do negócio progrediram 4,8%, tendo a companhia sustentado a sua margem de cash
flow operacional em 6,5% das vendas. Na Polónia, a operação da Biedronka ultrapassou um ano crítico,
tendo podido confirmar o sucesso obtido ao longo do ano de 2001. O desempenho conseguido, com um
crescimento de vendas de 17,1% numa base like for like e de 20,9% em termos totais, em simultâneo
com a melhoria da performance do cash flow operacional, de 3,3% para 3,6% das vendas, é a medida do
sucesso da estratégia seguida. Resultado de um claro posicionamento de liderança de preços num
mercado onde os níveis de agressividade provocaram já o início do processo de consolidação entre
4
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
operadores, o desempenho da Biedronka permitiu reforçar a liderança já detida no formato e o seu papel
dentro das opções estratégicas do portfolio de Jerónimo Martins.
A Polónia continua a proporcionar ao Grupo Jerónimo Martins um enorme potencial de crescimento, quer
por via da posição de liderança da cadeia Biedronka quer pelas oportunidades de desenvolvimento que o
ainda fraco nível de consumo nesse mercado proporciona. A conclusão, já no final de 2002, dos acordos
de adesão do país à União Europeia, cuja concretização está assim confirmada para 2004, reforça ainda
as excelentes perspectivas de médio e longo prazo para Jerónimo Martins.
O resultado do nosso trabalho foi também fortalecido com a conclusão, bem sucedida, do plano de
reestruturação de dívida empreendido no quarto trimestre e que nos permitirá alargar, de forma
significativa, o respectivo prazo médio de maturidade. Este alargamento suporta também o esforço de
reequilíbrio do balanço que se torna fundamental conseguir, em face do desgaste do nível de capitais
próprios decorrente do processo de alienações, e de forma a que este não se faça sobrecarregando os
accionistas.
As prioridades do Conselho de Administração mantêm-se para 2003. A continuação do esforço de
redução de dívida, por via da melhoria da eficiência do actual portfolio e de um criterioso plano de
investimentos a par da consolidação e reforço dos êxitos operacionais obtidos em Portugal e na Polónia,
levar-nos-ão, estou certo, de volta aos lucros no ano de 2003.
A empresa e os seus colaboradores encontram-se por isso preparados para os desafios que se nos
apresentam. Provámo-lo em 2002 e continuaremos a fazê-lo no novo ano.
O ponto em que nos encontramos permite-nos também olhar o futuro com base nas ideias-chave da
nossa estratégia: foco na distribuição, força das marcas e liderança do mercado. Esta será uma outra
tarefa a que o centro corporativo do Grupo dedicará atenção em 2003.
Também por isso, a importância dada ao mercado e a preocupação de excelência que temos com os
recursos humanos continuam a ser pontos fundamentais.
Assim, e na linha do desenvolvimento do “Plano de Desenvolvimento de Performance” em 2001 e 2002,
está em curso um importante esforço de formação de recursos humanos, que implicará um investimento
superior a 2,9 milhões de euros no ano de 2003.
Por outro lado, encontra-se em estudo, para ser implementado também em 2003, um novo programa de
remuneração variável para todos os quadros médios e superiores do Grupo, cuja evolução acompanhará
a implementação da metodologia EVA em todas as companhias da área da distribuição e serviços.
No final de um ano difícil, mas de sucesso, gostaria de deixar uma palavra de orgulho e agradecimento a
todos os que, interna e externamente, colaboraram neste esforço, pela dedicação e qualidade que
demonstraram.
Aos nossos clientes, pedras fundamentais na nossa estratégia, agradeço a preferência demonstrada,
confiante de que continuaremos a justificar a sua escolha, pelo valor das propostas do Grupo.
A todos os accionistas agradeço a confiança que continuam a depositar na administração a que tenho a
honra de presidir.
5
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
II GRUPO JERÓNIMO MARTINS
II.1. PERFIL E POSICIONAMENTO DO GRUPO
Jerónimo Martins é um Grupo focado no negócio de distribuição alimentar, com fortes posições de
liderança nos mercados de Portugal e da Polónia.
O Grupo tem um portfolio equilibrado, centrado no seu negócio de referência – Distribuição Alimentar –
onde a força das posições de mercado das operações de retalho e grosso em Portugal, se conjuga com o
potencial de crescimento da operação da Biedronka no mercado Polaco e a estabilidade e capacidade de
libertação de cash flow proporcionado pelos activos industriais da parceria com a Unilever.
A força das marcas e a excelência operacional constituem os elementos comuns no posicionamento das
empresas de Jerónimo Martins, visando a satisfação de mais de um milhão de consumidores que
procuram diariamente as suas lojas.
O Grupo desenvolve a sua actividade no mais estrito respeito pelos princípios de sustentabilidade
ambiental, sendo membro do Capítulo Português do World Business Council for Sustainable Development.
É sua ambição ser uma referência em segurança alimentar para todos os seus clientes, pelas suas
práticas, por via das garantias prestadas pelos seus produtos de marca própria, e pelos standards
ambientais das suas instalações industriais e logísticas.
Em Portugal o Grupo opera formatos de retalho e grosso, ocupando a liderança na distribuição de bens
de grande consumo, com as insígnias Pingo Doce (líder em supermercados), Feira Nova (terceiro
operador de Hipermercados) e Recheio (segundo operador de Cash & Carry).
Na Polónia a Biedronka é líder do seu formato com claro avanço sobre os seus concorrentes em número
de lojas e notoriedade.
Jerónimo Martins é também o maior Grupo industrial de bens de grande consumo em Portugal, através
da sua associação com a Unilever nas empresas Fima/VG (produtos alimentares), Lever/Elida (higiene
pessoal e doméstica) e Iglo/Olá (gelados e ultracongelados), ocupando posições de liderança nos
mercados de azeite, margarinas, iced tea, gelados e detergentes de roupa, entre outros.
Finalmente, os investimentos do Grupo incluem ainda actividades de serviços de marketing e distribuição
em Portugal (Jerónimo Martins Distribuição) e retalho especializado (Hussel e Jeronymo).
As acções de Jerónimo Martins encontram-se cotadas em bolsa desde 1989, integrando os índice PSI 20
e Euronext 150. Em 31 de Dezembro de 2002 encontravam-se admitidas à cotação 95.858.644 acções,
possuindo o título um free float1 de 26,8%.
1
excluíndo participações qualificadas
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Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
II.2. Estrutura de Negócios e Societária
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Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
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Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
II.3. Síntese dos Indicadores Operacionais
Números-Chave da Distribuição
* Em moeda local
** Alienado no início de 2003
€' 000.000
Margem EBITA 2002 YE
Capital Investido 2002 YE
% vendas
6 ,7%
6 ,3 %
7,0%
1.000
6,0%
4 ,7%
5,0%
800
4,0%
600
3,0%
400
2,0%
200
1,0%
0 ,2 %
0
0,0%
R etalho Portugal
C ash & C arry
M adeira
Re ta lho Po rtug a l
C a sh &
M a d e ira
Bie d ro nka
B iedronka
PreTax ROIC
25,0%
20,1%
20,0%
15,0%
13,8%
11,1%
10,0%
5,0%
0,9%
0,0%
R etalho P o rtugal
C as h & C arry
M adeira
B iedro nk a
9
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
II.4. SÍNTESE DOS INDICADORES FINANCEIROS
Vendas & Serviços
Margem EBITDA
Pre-tax ROIC
10
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Margem EBITDA Comparável *
Pre-tax ROIC - Comparável
Resultado Líquido* e Cash Flow
* Antes de intereses minoritários
Balanço
Colaboradores
11
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
II.5. FACTOS RELEVANTES DO ANO
Março
Alienação da Lillywhites
Maio
Alienação do negócio de Bakery e da Diversey
Junho
Alienação dos Supermercados Sé
Julho
Dívida Financeira do Grupo abaixo dos 1.000 milhões euros
Acordo sobre a Sonsorol
Outubro
Alienação dos Hipermercados Jumbo
Novembro
Alienação da JM&M Atacado e dissolução da Parceria com o Grupo Martins no Brasil
Dezembro
Acordo de Renegociação da Dívida com maturidade em 2003
Aquisição de 11% de Recheio, SGPS
PORTUGAL
Janeiro
Lançamento da campanha “Pingo Doce Baixou os Preços”
Abertura da 1ª Plataforma de Food Service do Recheio
Março
Lançamento da gama de marca própria Pingo Doce de frutas e legumes frescos
Setembro
Centralização Logística de Frescos de Feira Nova
Centralização Logística de Frescos do Recheio
Abertura da 14ª loja Hussel
Lançamento da gama Euroshopper em Feira Nova e Recheio
Outubro
Lançamento da loja “Mega Promo” de Feira Nova
Lançamento da nova operação logística na Madeira
Dezembro
Abertura da 1º quiosque de café Jeronymo
Gama marca própria Feira Nova ultrapassa 650 referências
Abertura da Loja de Sesimbra do Pingo Doce
Lançamento da gama de carne de marca própria Pingo Doce
POLÓNIA
Fevereiro
Início da renovação da frota logística de Biedronka
Roll out do novo Layout em todas as lojas.
Abril
Marcas exclusivas atingem 50% das vendas totais de Biedronka
Implementação do WMS SAP no armazém de Wyskow
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Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Maio
Introdução do 500º produto Marca Exclusiva
Introdução do Portable Data Terminal em todas as lojas Biedronka
Julho
Criação da primeira Região Integrada de Biedronka em Wyskow
Agosto
Início da nova Campanha de Publicidade – “Fly to Biedronka”
Setembro
Separação do Eurocash / Jeronimo Martins Dystrybucya
Dezembro
Lançamento do novo Conceito de loja Biedronka em Opole Lubelski
II.6. ÓRGÃOS SOCIAIS
Ð COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
ADMINSTRADORES EXECUTIVOS
Presidente e Administrador Delegado
Elísio Alexandre Soares dos Santos
n
n
68 anos
Em 1957 ingressa na Unilever . De 1964 a 1967 assume funções de Director de Marketing da
Unilever Brasil. Em 1968 entra para o Conselho de Administração de Jerónimo Martins como
Administrador-Delegado, cargo que acumulou com o de representante de Jerónimo Martins na joint
venture com Unilever. Desde Fevereiro de 1996 que é Presidente do Grupo.
Responsável Operações Distribuição Alimentar
Pedro Manuel de Castro Soares dos Santos
n
42 anos
n
Em 1983 ingressa na Direcção de Operações do Pingo Doce. Em 1985 assume funções no
Departamento de Vendas e Marketing da Iglo/Unilever. Em 1990 é Director Adjunto das Operações
Recheio. Em 1995 assume funções de Director Geral do Recheio sendo também eleito Administrador
de Jerónimo Martins SGPS, S.A. Entre 1999 e 2000, assume a responsabilidade pelas Operações na
Polónia e Brasil.
Responsável Área Financeira
Luís Maria Viana Palha da Silva
n
46 anos
n
Licenciatura em Gestão de Empresas – UCP.
n
Licenciatura em Economia – ISEG.
n
Administrador Executivo de Jerónimo Martins desde 2001.
n
Assistente na Universidade Católica entre 1985 e 1992, assume a partir de 1987 funções de
administração em diversas empresas, entre elas a Covina, SEFIS, EGF, CELBI, SOGEFI e IPE.
Secretário de Estado do Comércio entre 1992 e 1995. Administrador da Cimpor entre 1998 e 2001.
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS
António Mendo Castel-Branco Borges
n
53 anos.
n
Licenciatura em Economia pela UT Lisboa, Doutoramento em Economia pela U.Stanford.
n
Administrador não Executivo de Jerónimo Martins desde 2001.
n
Em 1980 ingressa no INSEAD. Em 1990 é nomeado Vice-Governador do Banco de Portugal e em
1995 Dean do INSEAD. Ensinou também na Universidade Católica e na Universidade de Stanford,
sendo consultor do Departamento do Tesouro dos EUA, da OCDE e do Governo Português. Assumiu
13
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
n
diversos cargos de administração, entre os quais no Citibank Portugal, Petrogal, Grupo Vista Alegre,
Paribas e SONAE.
Desde 2000, Vice Chairman, Goldman Sachs
Hans Eggerstedt
n
64 anos.
n
Licenciatura em Economia – Universidade de Hamburgo.
n
Administrador não Executivo Jerónimo Martins desde 2001
n
Em 1965 ingressa na Unilever onde desenvolve toda a sua carreira. Entre outros cargos, foi Director
das Operações de Retalho e de Gelados e Congelados na Alemanha, Presidente e CEO da Unilever
Turquia, Director Regional para a Europa Central e de Leste, Director Financeiro e de Informação e
Tecnologia da Unilever. É nomeado para o Conselho de Administração da Unilever N.V. e Unilever
PLC em 1985, cargo que mantém até 1999.
José Luís Nogueira de Brito
n
64 anos.
n
Licenciatura em Direito – Universidade de Coimbra.
n
Administrador Executivo de Jerónimo Martins entre 1980 e 2001.
n
Administrador não Executivo de Jerónimo Martins desde 2001.
n
Nomeado Subsecretário de Estado do Trabalho e da Previdência em 1969 e Secretário de Estado do
Urbanismo e Habitação em 1972. Administrador do Banco de Portugal em 1981, é deputado à
Assembleia da República entre 1983 e 1989. Eleito Vice-Presidente da Confederação da Industria
Portuguesa em 1989, foi Consultor Jurídico da Fima/Lever/Iglo entre 1980 e 1994.
Rui Patrício de Medeiros d`Espiney Patrício
n
70 anos.
n
Licenciatura em Direito – Faculdade de Direito de Lisboa.
n
Administrador Não Executivo de Jerónimo Martins desde 2001.
n
Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa 1958-1963, é nomeado subsecretário
de Estado do Fomento Ultramarino em 1965 e Ministro dos Negócios Estrangeiros em 1970. VicePresidente do Grupo Monteiro Aranha entre 1976 e 1991, assume a partir daí funções de
administração em diversas empresas Brasileiras, entre as quais a Monteiro Aranha, Masa-Alsthom,
Hochtief, Ericson, Telesp Celular, Axa Seguros, e como consultor do Grupo Espirito Santo.
Administrador Suplente
Álvaro Troncoso
14
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
III GOVERNO DA SOCIEDADE
Na sequência da entrada em vigor do Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários n.º
07/2001 sobre o governo das sociedades cotadas, o Conselho de Administração de Jerónimo Martins
SGPS, SA enuncia neste capítulo as principais orientações seguidas pela Sociedade nesta matéria.
Respeitando integralmente os requisitos de informação do referido regulamento, o conteúdo do presente
capítulo organiza-se da seguinte forma: (i) Informação e Práticas Respeitantes a Accionistas, (ii) Órgãos
Sociais, (iii) Funcionamento e Gestão da Sociedade e (iv) Evolução da Cotação das Acções.
III.1 INFORMAÇÃO E PRÁTICAS RESPEITANTES A ACCIONISTAS
Ð EXERCÍCIO DE DIREITO DE VOTO E REPRESENTAÇÃO DOS ACCIONISTAS
O direito de voto por representação e a forma como tal direito deve ser exercido encontram-se
plenamente assegurados de acordo com a lei e os estatutos, nos termos constantes das convocatórias
das Assembleias Gerais, estando a sociedade activamente empenhada em fomentar o exercício do direito
de voto dos accionistas.
A Sociedade tem instituído o exercício do direito de voto por correspondência de acordo com o modelo
expresso nas últimas convocatórias, o qual visa simultaneamente assegurar facilidade do voto e
segurança no procedimento.
A Sociedade ainda não instituiu a possibilidade de voto por meios electrónicos, por considerar que os
sistemas informáticos que lhe estão subjacentes não dão garantias de fiabilidade, em particular no que
diz respeito à recepção das declarações de voto.
O Conselho de Administração disponibiliza a informação adequada para que o accionista representado
possa dar instruções sobre o sentido de voto, nomeadamente facultando as propostas que serão
presentes à Assembleia Geral, dentro dos prazos legais. A partir do presente ano, a informação
preparatória das Assembleias Gerais será igualmente disponibilizada no site institucional do Grupo na
Internet.
De acordo com o disposto nos estatutos da Sociedade, poderão participar na reunião da Assembleia Geral
os accionistas com direito a voto que, até oito dias antes da realização da reunião, tenham as respectivas
acções inscritas em seu nome em conta de valores mobiliários, sendo que a cada cem acções
corresponde um voto. Os accionistas possuidores de menor número de acções poderão agrupar-se de
forma a completarem o número de cem acções exigido e fazer-se representar por um dos agrupados.
Os accionistas poderão fazer-se representar na Assembleia Geral por cônjuge, ascendente, descendente
ou outro accionista, ou ainda por um membro do Conselho de Administração da Sociedade, mediante
carta dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, indicando o nome e domicílio do representante
e data da reunião.
Os instrumentos de representação, bem como as comunicações por instituições de crédito da inscrição
das acções em conta, devem ser entregues na sociedade, dirigidos ao Presidente da Mesa da Assembleia
Geral com oito dias de antecedência relativamente à data marcada.
Ð
LIMITES AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE VOTO E ACORDOS PARASSOCIAIS
Não estão estatutariamente atribuídos direitos especiais a accionistas ou previstos limites ao exercício do
direito de voto. O Conselho de Administração desconhece a existência de acordos parassociais.
Ð POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS
O Conselho de Administração de Jerónimo Martins SGPS, SA definiu uma política de distribuição de
dividendos baseada nos seguintes pressupostos:
n
n
Valor do dividendo distribuído entre, em princípio, 40 e 50% dos resultados consolidados ordinários.
Quando da aplicação deste critério resulta uma diminuição do dividendo de determinado ano face ao
que foi atribuído no ano anterior, o Conselho de Administração, se considerar que tal diminuição
resulta de situações anormais e meramente conjunturais, poderá propor que este último valor seja
mantido, e mesmo utilizar para o efeito reservas livres existentes, caso tal utilização não ponha em
causa os princípios adoptados em matéria de gestão de balanço.
15
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Seguindo estas directrizes, foi distribuído um dividendo bruto de 60$00 relativo ao ano de 1999. No
entanto, face aos resultados consolidados negativos dos últimos exercícios, não foram distribuídos
dividendos relativamente a 2000 e 2001.
Atendendo aos resultados líquidos apresentados no presente exercício, o Conselho de Administração da
Jerónimo Martins SGPS, SA, com intuito de reforçar os capitais próprios sem exigir um esforço adicional
dos accionistas, e à semelhança dos exercícios transactos, irá propor em Assembleia Geral de accionistas
que não haja lugar à distribuição de dividendos.
Ð UTILIZAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO QUANTO À DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA E
DOS
DOCUMENTOS PREPARATÓRIOS DAS ASSEMBLEIAS GERAIS.
A Sociedade possui um web site institucional com o endereço www.jeronimomartins.com com o objectivo
de tornar a sua informação mais acessível a todos os interessados.
Este site disponibiliza informação genérica sobre o Grupo Jerónimo Martins e as companhias que o
integram, bem como outra informação considerada relevante designadamente:
n
Comunicados ao mercado relativos a factos relevantes.
n
Contas anuais, semestrais e trimestrais do Grupo.
n
Indicadores económico-financeiros e dados estatísticos actualizados semestral ou anualmente
consoante a companhia ou área de negócio.
n
Relatórios e contas das empresas do Grupo com títulos cotados em bolsa.
n
Informações sobre a performance do título em bolsa.
n
Informações relativas à Assembleia Geral de Accionistas.
n
Informação sobre o Governo da Sociedade.
Além da funcionalidade de consulta de informação, este site disponibiliza ainda um formulário de
contacto/pedido de informação que permite um rápido contacto, via correio electrónico, com a empresa e
a subscrição de uma mailing list.
Ð GABINETE DE APOIO AO INVESTIDOR
Com o objectivo de dar ao Mercado uma visão actualizada das diferentes áreas de negócio do Grupo
Jerónimo Martins, em termos de performance e perspectivas, este Gabinete constitui o interlocutor
privilegiado de todos os investidores, institucionais e privados, bem como dos analistas que elaboram
pareceres e formulam recomendações relativas a títulos cotados.
Desta forma, e para além da informação passível de influenciar a cotação dos títulos que é disponibilizada
através dos canais institucionais, nomeadamente através do site da Comissão do Mercado de Valores
Mobiliários, é também fornecida informação geral e prestados esclarecimentos sobre as diferentes áreas
de negócio.
Responsável pela elaboração de um Plano de Comunicação com Mercado Financeiro, devidamente
inserido na Estratégia de Comunicação global do Grupo, o Gabinete assegura também a sua
implementação que inclui, não só a divulgação dos Comunicados dirigidos ao Mercado, como também a
coordenação e realização de conferências telefónicas, reuniões individuais ou em Grupo, a elaboração de
apresentações e a organização de visitas às companhias.
A divulgação deste tipo de informação alicerça-se cada vez mais na sua difusão através de correio
electrónico (e-mail), disponibilizando o Gabinete um atendimento individual e personalizado por esta via,
tendo por base a solicitação de accionistas sobre informação pública e factos relevantes para o Grupo
Jerónimo Martins.
De entre as comunicações normalmente dirigidas ao Mercado, destacam-se os resultados trimestrais e as
convocatórias para as Assembleias Gerais, integralmente disponibilizados no site institucional do Grupo.
O contacto com o Gabinete poderá ser efectuado, não só através do seu Representante para as Relações
com o Mercado, Ana Luísa Abreu Coelho Virgínia, como ainda através do site institucional do Grupo, na
Internet.
16
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
As principais coordenadas de acesso ao Gabinete são as seguintes:
Telefone:
Fax:
e-mail:
+351 21 752 61 05
+351 21 752 61 65
[email protected]
Ð INFORMAÇÃO FINANCEIRA E SUA DIVULGAÇÃO A ACCIONISTAS
O Grupo utiliza desde o ano de 2000 as normas internacionais de contabilidade (IAS – International
Accounting Standards), procurando assim atingir um grau de excelência na qualidade da sua informação
financeira aos accionistas e à comunidade financeira em geral.
Esta prática permitiu já ao Grupo ultrapassar as principais dificuldades normalmente postas a uma
mudança deste tipo, sendo convicção do Conselho de Administração de que, não obstante as
transformações que se avizinham, Jerónimo Martins atingirá conformidade total com os IAS mesmo antes
dos calendários definidos pela União Europeia.
A divulgação da informação sobre a actividade e desempenho da Sociedade conheceu importantes
progressos com a criação do Gabinete do Investidor em 2001, referido no ponto 1.5. do presente
relatório, procurando o Grupo proporcionar um acesso permanente a todos os accionistas que pretendam
esclarecimentos, para além da divulgação sistemática dos factos relevantes e resultados nos calendários
pré-definidos.
No âmbito deste esforço de comunicação a proposta de Relatório de Gestão a submeter à Assembleia
Geral será divulgada no site a partir da data de apresentação pública dos resultados anuais do Grupo.
III.2. ÓRGÃOS SOCIAIS
Ð ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO
Nos termos dos estatutos o Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros
efectivos, no mínimo de sete e no máximo de vinte e um, e por um a três suplentes.
O Conselho de Administração reúne, pelo menos, quatro vezes por ano e qualquer Administrador pode
fazer-se representar nas reuniões de Conselho por outro Administrador mediante carta dirigida ao
Presidente.
Fora dos casos em que se dispõe de outro modo, as deliberações são tomadas por maioria de votos,
tendo o Presidente, em caso de empate, voto de qualidade.
O Conselho de Administração da Sociedade é actualmente composto por sete membros, sendo três deles
- um dos quais o Presidente - Administradores Executivos: Elísio Alexandre Soares dos Santos
(Presidente), Luís Palha da Silva e Pedro Soares dos Santos.
Embora, de acordo com os princípios pelos quais a sociedade se gere, todos os Administradores
respondam perante todos os accionistas por igual, a actuação independente do Conselho de
Administração perante os accionistas é ainda reforçada pela existência de Administradores
Independentes.
São considerados como tal de acordo com o entendimento que tem sido transmitido à CMVM os que não
têm ligação a qualquer accionista com posição relevante, designadamente ao accionista dominante
Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, SA, ou seja, os Senhores Drs. Luís Palha da Silva,
António Borges e Rui Patrício.
A existência de Administradores Independentes e de Administradores Não Executivos no Conselho de
Administração permite ainda a integração de competências diversificadas no seu seio e o enriquecimento
da sua contribuição para a gestão da Sociedade e reflecte o interesse de reunir um vasto conjunto de
competências técnicas, redes de contacto e ligações com entidades nacionais e internacionais que
permitam optimizar o contributo do Conselho para o Governo do Grupo Jerónimo Martins, numa óptica de
criação de valor para os seus accionistas. Este contributo constitui mais um reforço no sentido de dar
adequada cobertura à defesa dos interesses de todos os accionistas.
As competências do Conselho de Administração encontram-se descritas no artigo 11º do Pacto Social.
17
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð
COMISSÃO EXECUTIVA
A Comissão Executiva da Sociedade tem como objectivo fundamental coadjuvar o Conselho de
Administração no exercício das suas funções de gestão. Enquanto órgão delegado do Conselho de
Administração cabe, de acordo com o respectivo Regulamento, à Comissão Executiva, o exercício das
seguintes funções:
n
n
n
n
n
n
Definição da orientação estratégica do Grupo, bem como das políticas fundamentais a seguir pelas
sociedades que o integram.
Controlo da implementação pelas sociedades do Grupo da orientação estratégica e das políticas
definidas.
Controlo financeiro e contabilístico do Grupo e das sociedades que o integram.
Coordenação superior das actividades operacionais a cargo das diversas sociedades do Grupo,
integradas ou não em áreas de negócios.
Acompanhamento de novos negócios, durante a sua fase de lançamento e enquanto as respectivas
empresas não são integradas numa área de negócios.
Implementação da política de gestão de pessoal definida para os quadros superiores de todo o
Grupo.
A Comissão Executiva reúne na sede da Sociedade ou qualquer outro local, cabendo ao Presidente
convocar e dirigir as reuniões, fixando os respectivos dia e hora, bem como os assuntos a tratar.
Durante o ano de 2002, a Comissão Executiva reuniu 36 vezes.
Embora exercendo colegialmente as suas funções, cada um dos membros da Comissão Executiva tem
responsabilidades de supervisão sobre determinadas áreas específicas, a saber:
E. A. Soares dos Santos: Desenvolvimento e Estratégia, Controlo, Auditoria Interna, Recursos
Humanos, Comunicação e Relações com Investidores, Operações da área de Outros Negócios;
Luís Palha da Silva: Área Financeira e Consolidação, Relações com Investidores e Assuntos Jurídicos;
Pedro Soares dos Santos: Operações da área de Distribuição Alimentar e Sistemas de Informação.
Ð CONTROLO EFECTIVO DA VIDA SOCIETÁRIA PELO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Encontram-se vedadas à Comissão Executiva as matérias a que se refere o artigo 407º, nº 4 do Código
das Sociedades Comerciais.
Por outro lado, o Conselho de Administração, através de Regulamento, já citado, delegou na Comissão
Executiva, diversas competências, no âmbito da gestão corrente da sociedade.
Não obstante, o Conselho de Administração exerce o controlo efectivo na orientação da vida societária.
Para este efeito, reúne regularmente, tendo-o feito por 5 vezes em 2002, procurando estar sempre
devidamente informado e assegurar a supervisão da gestão da Sociedade. Todos os seus membros
participam nas discussões, pretendendo-se que utilizem um juízo independente nas suas tomadas de
posição, assegurando-se assim a diversidade de opiniões e o respeito pelo interesse de todos os
accionistas.
Neste contexto, é dado conhecimento ao Conselho de Administração de todas as actas das reuniões da
Comissão Executiva, nas quais se encontram registadas as matérias aí discutidas e as decisões tomadas.
Em cada reunião do Conselho de Administração, a Comissão Executiva apresenta informação relativa à
actividade da Sociedade desenvolvida desde a última reunião, disponibilizando-se para prestar os
esclarecimentos complementares que os Administradores Não Executivos entenderem necessários.
18
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð FISCAL ÚNICO
A fiscalização da sociedade é exercida por um Fiscal Único cujos poderes são os consignados na lei.
A Assembleia Geral nomeou em 29 de Junho de 2001 como Fiscal Único para o triénio 2001/2003, a
sociedade Bernardes, Sismeiro e Associados, representada pelo Dr. José Manuel Oliveira Vitorino.
Ð COMISSÕES DE CONTROLO INTERNAS
O Comité de Auditoria, nomeado pelo Conselho de Administração, tem como competências específicas a
supervisão e avaliação dos riscos e processos críticos e o reporte à Comissão Executiva de Jerónimo
Martins de todas as situações qualificadas como risco elevado.
O Comité de Auditoria reúne mensalmente e é composto por um Presidente e três Vogais. A este comité
é convidado a participar regularmente um partner de uma empresa de auditoria externa.
No decorrer de 2002, o Comité de Auditoria prosseguiu as suas actividades, tendo efectuado 10 reuniões
em que foram apreciados 44 relatórios preparados pelo Departamento de Auditoria Interna.
Estas reuniões contaram com a presença de um representante da Auditoria Externa, com quem aliás a
Auditoria Interna manteve uma colaboração bastante estreita, o que não só contribuiu para aumentar a
eficiência dos trabalhos efectuados como conseguir sinergias significativas.
A colaboração da Auditoria Interna estendeu-se também à sua homóloga da Ahold, tendo aquela
participado no programa de auditoria transversal que ocorreu ao mesmo tempo em todas as empresas de
que a Ahold é accionista. Dos trabalhos realizados neste âmbito é de salientar o efectuado aos controlos
gerais dos sistemas de informação.
Os relatórios emitidos em 2002, incidiram essencialmente, como seria de esperar, sobre os sistemas de
controlo interno. Em 2002 foi definida a Matriz de Risco para o Grupo, a qual ao estabelecer a
prioritização das áreas de negócio e processos em termos de risco, irá permitir uma abordagem muito
mais actual, efectiva e pró-activa das actividades de Auditoria Interna.
Ð COMISSÃO DE VENCIMENTOS
A Assembleia Geral elegeu, em 13 de Novembro de 2001, uma Comissão de Vencimentos, constituída
pelos accionistas Srs. Dr. Artur Santos Silva, Dr. José Queirós Lopes Raimundo e Dr. Arlindo do Amaral.
De acordo com o disposto na lei foi delegado nesta Comissão a determinação da retribuição dos membros
do Conselho de Administração.
Nos termos das suas competências, a Comissão de Vencimentos, reunida em 15 de Novembro de 2001,
fixou os parâmetros da referida retribuição, bem como a possibilidade do Presidente do Conselho de
Administração, após os resultados do exercício, apresentar a essa Comissão uma proposta respeitante à
atribuição aos restantes membros do Conselho de um complemento remuneratório relacionado com o
desempenho do Grupo.
Ð REMUNERAÇÃO DEPENDENTE DOS RESULTADOS DA SOCIEDADE
A remuneração dos Administradores Executivos está dependente dos resultados da sociedade e da
evolução da cotação das acções por esta emitida, na medida em que estes estão abrangidos pelo Plano
de Participação no Capital referido no n.º 10 do presente Capítulo e podem ser beneficiados com a
atribuição de complemento remuneratório de acordo com o nº7 do mesmo Capítulo.
Ð REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO
Nos termos deste nº7, a Comissão de Vencimentos da Sociedade previu a possibilidade de o Presidente
do Conselho de Administração, após os resultados do exercício, apresentar a essa Comissão uma
proposta respeitante à atribuição aos restantes membros do Conselho de um complemento
remuneratório. No entanto, tendo em conta os resultados referentes a 2001, foi entendido pelo
Presidente do Conselho de Administração, não apresentar qualquer proposta nesse sentido.
Assim, a remuneração auferida pelos elementos dos órgãos de administração durante o exercício
transacto totalizou 1.002.583,79 euros tendo os Administradores Executivos auferido 907.812,17 euros,
e os Não Executivos 98.771,62 euros.
19
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð PLANO DE OPÇÕES DE AQUISIÇÃO DE ACÇÕES
Em reunião realizada em 9 de Agosto de 1996, a Assembleia Geral da Sociedade conferiu plenos poderes
ao Conselho de Administração para estabelecer os termos e condições de um Plano de Participação no
Capital e suprimiu o direito de preferência dos accionistas na subscrição das 337.098 acções ordinárias,
que ficaram assim reservadas para serem subscritas, nos termos do Plano, pelos Administradores
Executivos e quadros superiores do Grupo.
O aumento de capital integralmente subscrito pelo Jerónimo Martins Stock Option Plan Trust é totalmente
independente da sociedade e é gerido autonomamente.
Nos termos do mecanismo do Trust, as acções Jerónimo Martins exclusivamente subscritas por aquele,
serão mantidas no Trust e apenas transferidas entre este e a própria Sociedade ao abrigo das
correspondentes autorizações de aquisição de acções próprias aprovadas pelos accionistas em
Assembleia Geral. Será desta forma que o Trust financiará as suas necessidades de fundos decorrentes
da aplicação do plano de incentivos.
A introdução deste plano está associada à implementação em todo o Grupo de um sistema de objectivos
de gestão determinado por parâmetros de análise de rentabilidade, crescimento dos negócios e geração
de valor para os accionistas que garantirá a manutenção de um elevado empenho dos quadros do Grupo
na concretização dos objectivos estratégicos delineados.
Ð OUTROS CARGOS DESEMPENHADOS PELOS TITULARES DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO
Elísio Alexandre Soares dos Santos
n
Membro do Conselho Superior do Banco Comercial Português, S.A.
n
Administrador da Sindcom, SGPS, SA
Pedro Soares dos Santos
n
Gerente da A. Soares Mendes, Lda
n
Administrador da Jerónimo Martins Serviços, SA
n
Administrador da Imocash - Imobiliário de Distribuição, SA
n
Administrador da Recheio Cash & Carry, SA
n
Administrador da Recheio, SGPS, SA
n
Administrador da Noredis-Sociedade de Representações e Distribuição do Norte SA
n
Administrador da JPS - Gestão de Imóveis, SA
n
Administrador da Lidosol II - Distribuição de Produtos Alimentares, SA
n
Administrador da Funchalgest - Sociedade Gestora de Participações Sociais, SA
n
Administrador da Lidogest - Gestão de Espaços Comerciais, SA
n
Administrador da Lidinvest - Gestão de Imóveis, SA
n
Administrador da Larantigo - Sociedade de Construções, SA
n
Gerente da Bivol - Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda
n
Gerente da Idole - Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda
n
Administrador da João Gomes Camacho, SA
n
Administrador da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A
n
Administrador da FEIRA NOVA - Hipermercados, S.A
n
Administrador da COMESPA - Gestão de Espaços Comerciais, S.A
n
Administrador da GESTIRETALHO - Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho, S.A
n
Administrador da SUPERTUR - Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A
n
Administrador da IMORETALHO - Gestão de Imóveis, S.A
n
Administrador da CUNHA & BRANCO - Distribuição Alimentar, S.A
n
Administrador da MOSER & BRANCO - Distribuição Alimentar, S.A
n
Administrador da DANTAS & VALE, S.A
n
Administrador da PINGO DOCE - Distribuição Alimentar, S.A
n
Administrador da CASAL DE S. PEDRO - Administração de Bens, S.A
n
Gerente da FRIEDMAN - Consultoria e Serviços, Lda.
n
Gerente da HERMES - Soc. de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda.
n
Gerente da SERVICOMPRA - Consultores de Aprovisionamento, Lda
20
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Luís Palha da Silva
n
Administrador da Jerónimo Martins Serviços, SA
n
Administrador da Cartão Dominó -Sociedade Gestora de Sistemas de Fidelização de Clientes, SA
n
Administrador da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A
n
Administrador da LIDOSOL II - Distribuição de Produtos Alimentares, S.A
n
Administrador da FUNCHALGEST - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A
n
Administrador da LIDOGEST - Gestão de Espaços Comerciais, S.A
n
Administrador da LIDINVEST - Gestão de Imóveis, S.A
n
Administrador da JOÃO GOMES CAMACHO, S.A
n
Administrador da LIDOGEST - Gestão de Espaços Comerciais, S.A
n
Gerente da BIVOL - Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda
n
Gerente da DESIMO - Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda
n
Gerente da EVA - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda
n
Gerente da FRIEDMAN - Consultoria e Serviços, Lda
n
Gerente da HERMES - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda
n
Gerente da IDOLE - Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda
n
Gerente da PSQ - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda
António Borges
n
Vice-Presidente da Goldman Sachs International
n
Membro do Conselho Superior da Sonae.com
n
Presidente do Conselho Fiscal do Banco Santander de Portugal
n
Presidente do Conselho Fiscal do Banco Santander de Negócios Portugal
Hans Eggerstedt
n
Membro do Conselho de Supervisão da Rodamco Europe N.V.
n
Membro do Conselho de Supervisão da Unilever Deutschland Gmbh
n
Director Não Executivo da Bolero.net Ltd.
n
Membro do Conselho Consultivo do ING Group
n
Membro do Conselho Consultivo do Amsterdam Institute of Finance
Rui Patrício
n
Membro
n
Membro
n
Membro
n
Membro
n
Membro
n
Membro
n
Membro
n
Membro
do
do
do
do
do
do
do
do
Conselho
Conselho
Conselho
Conselho
Conselho
Conselho
Conselho
Conselho
de Administração da Monteiro Aranha, SA
de Administração da Monteiro Aranha Participações, SA
de Administração da Companhia Industrial São Paulo e Rio
de Administração da Klabin SA
de Administração da Axa Seguros Brasil
de Administração da Oxiteno Industria e Comércio, SA
de Administração da Telesp Celular
Administração Companhia Brasileira de Botucatu
J. L. Nogueira de Brito
n
Presidente da Direcção Sociedade Francisco Manuel Santos, SGPS, SA
n
Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Douro – Sociedade Gestora de Participações Sociais, SA
Álvaro Troncoso
n
Director da Uniarme, crl
III.3. FUNCIONAMENTO E GESTÃO DA SOCIEDADE
Ð ESTRUTURA ORGANIZATIVA DO GRUPO JERÓNIMO MARTINS
O Grupo Jerónimo Martins encontra-se organizado em 2 áreas de negócio – Distribuição Alimentar e
Outros Negócios – sendo aquela por sua vez organizado por zonas geográficas e divisões operacionais.
21
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Jerónimo Martins, sgps, SA
Áreas Funcionais
Centro Corporativo
Core Business
Distribuição Alimentar
Portugal
Polónia
Áreas Funcionais
Apoio Operacional
Madeira
Supermercados
Cash&Carry
Pingo Doce
Supermercados
Outros Negócios
Industria
Serviços
Biedronka
Lojas Alimentares
Feira Nova
Hipermercados
Recheio
Cash&Carry
O modelo de organização do Grupo tem como objectivo assegurar o foco nos negócios de Distribuição
Alimentar e Indústria e Serviços – através das áreas de negócio - mantendo em simultâneo a
proximidade ao cliente-alvo de cada negócio – por via das divisões operacionais. A existência de Áreas
Funcionais de apoio quer ao centro corporativo quer às operações, permite ainda a partilha de recursos e
funcionalidades nos mercados relevantes, de forma a optimizar a eficiência da organização e a
transferência de capacidades e know-how nas matérias consideradas relevantes.
O Grupo tem presentemente cinco divisões operacionais no seu negócio da distribuição: Pingo Doce
(supermercados), Feira Nova (hipermercados), Recheio (cash&carry) Madeira (supermercados e
cash&carry) e Biedronka (lojas alimentares). Os outros negócios incluem para além das empresas
industriais – Fima/VG, LeverElida e Iglo/Olá – os negócios de retalho especializado da Hussel (chocolates
e confeitaria) da Jeronymo (quiosques de café) e a Jerónimo Martins Distribuição de Produtos de
Consumo (representação de marcas de grande consumo e de cosmética).
Constituem áreas funcionais de apoio operacional as direcções de Recursos Humanos, Sourcing, Sistemas
de Informação e Logística. Estas áreas são responsáveis pela prestação de serviços às diferentes divisões
operacionais e pela uniformidade das respectivas políticas e procedimentos, de acordo com as
orientações da Holding, assegurando ainda o desenvolvimento e disseminação das melhores práticas em
todo o Grupo.
Ð ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA HOLDING DE JERÓNIMO MARTINS
Compete a Jerónimo Martins SGPS, enquanto Holding do Grupo, assegurar a coerência entre os
objectivos definidos e o nível de recursos disponíveis.
Para este efeito, cabem-lhe a definição e implementação da estratégia de portfolio, o controlo do
desenvolvimento estratégico dos diferentes negócios, garantindo a sua coerência com os objectivos
globais, a definição das políticas financeiras do Grupo e respectivo controlo, e a definição das políticas
funcionais na área de recursos humanos, assumindo directamente a implementação da política de
desenvolvimento de recursos (management development).
GRUPO JERÓNIMO MARTINS
Áreas Funcionais de Apoio ao Grupo
ASSESSORIA AO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Henrique Santos
AUDITORIA INTERNA
Nuno Sereno
DESENVOLVIMENTO E ESTRATÉGIA
João Gomes da Silva
COMUNICAÇÃO
Ana Vidal
FISCALIDADE
Cíntia Melo
ASSUNTOS JURÍDICOS
António Neto Alves
PLANEAMENTO E CONTROLO
Ana Luísa Virgínia
OPERAÇÕES FINANCEIRAS
Conceição Tavares
RECURSOS HUMANOS
Felix Funcke
CONSOLIDAÇÃO E CONTABILIDADE
António Pereira
RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
Eduardo Madeira Lopes
SEGURANÇA
Eduardo Dias Costa
22
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Constituem áreas de apoio ao centro corporativo, prestando simultaneamente serviços aos negócios do
Grupo, as seguintes estruturas:
Assessoria ao Conselho de Administração e Secretário da Sociedade, responsável pela preparação
das reuniões do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, assegurando a comunicação das
decisões tomadas e o acompanhamento da sua implementação quando necessário.
Comunicação, responsável pela definição e implementação da estratégia de Comunicação Interna e
Comunicação Externa, ao nível das áreas de Assessoria nas relações com os media e de responsabilidade
social. Responsável pelo desenvolvimento dos instrumentos e acções de comunicação que envolvam a
imagem de Jerónimo Martins e pela coordenação de Projectos Especiais nesta área das várias empresas
do Grupo.
Assuntos Jurídicos, responsável pela coordenação da área jurídica do Grupo, acompanhamento dos
assuntos societários e cumprimento das obrigações legais das suas empresas. Suporta o Conselho de
Administração no aconselhamento, preparação e negociação de contratos em que Jerónimo Martins SGPS
seja parte, e lidera o desenvolvimento e implementação de estratégias para a protecção dos seus
interesses em caso de litígio, gerindo o aconselhamento externo.
Relações Institucionais, responsável pelos contactos com entidades oficiais e pela representação e
gestão dos interesses do Grupo junto de Instituições e associações empresariais do negócio de
distribuição alimentar.
Segurança, responsável pela definição e controlo de procedimentos e investimentos na prevenção da
segurança de pessoas e património no Grupo, bem como pelo acompanhamento de matérias envolvendo
autoridades policiais ou judiciárias que daí resultem. Responsável pelo apoio à auditoria a sistemas de
segurança e prevenção de risco.
Consolidação e Contabilidade, responsável pela preparação de informação financeira consolidada para
cumprimento das obrigações legais e apoio ao Conselho de Administração, bem como pela
implementação e monitorização dos princípios e políticas contabilisticas adoptadas pela Administração, e
comuns a todas as empresas do Grupo e verificação do cumprimento das respectivas obrigações
estatutárias.
Fiscalidade, responsável por assessorar em matéria fiscal todas as empresas do Grupo, assegurando o
cumprimento da legislação em vigor e a optimização das acções de gestão dos negócios, bem como a
gestão do contencioso fiscal e do relacionamento com consultores externos e com autoridades fiscais.
Operações Financeiras, responsável por assegurar a disponibilidade mais adequada de recursos
financeiros em valor, timing e custo, bem como pela escolha e implementação das opções de gestão de
risco, em articulação com a acção de identificação e controlo desenvolvida pela auditoria interna do
Grupo.
Auditoria Interna, responsável pela revisão e avaliação da qualidade e eficácia dos sistemas
operacionais e não operacionais de controlo interno estabelecidos pelo Conselho de Administração para
assegurar a sua conformidade com o Manual de Procedimentos do Grupo. Responsável por assegurar o
cumprimento integral dos procedimentos consignados no Manual de Operações de cada companhia e
zelar pelo cumprimento da legislação e regulamentação aplicável às respectivas operações.
Planeamento e Controlo, responsável pela definição e monitorização das políticas e procedimentos na
área de planeamento e controlo: validação de projecções a médio e longo prazo, análise de performance,
controlo orçamental e análise e controlo de projectos de investimento. Responsável ainda pelas relações
com o Mercado de Capitais e pela coordenação e suporte das operações de aquisição, alienação e
reestruturação societária.
Desenvolvimento e Estratégia, responsável pelo processo de planeamento de médio prazo,
assegurando a coerência do desenvolvimento estratégico dos negócios com os objectivos estratégicos do
Grupo, pelo apoio à Comissão Executiva na definição e avaliação destes mesmos objectivos e pela
liderança dos projectos de desenvolvimento daí resultantes.
Recursos Humanos, responsável pela definição das políticas de Grupo nesta área, nomeadamente a
política salarial e de incentivos, recrutamento, gestão de carreira e desenvolvimento de quadros.
Responsável ainda pelo apoio técnico às equipas de Recursos Humanos do Grupo e pelo aproveitamento
das sinergias geradas.
23
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð CÓDIGOS DE CONDUTA DA SOCIEDADE
A Sociedade rege-se pelo cumprimento da legislação em vigor e das regras de conduta próprias da sua
actividade, adoptando códigos de conduta e regulamentos internos sempre que as matérias em causa o
justifiquem.
O Grupo Jerónimo Martins sempre se pautou por uma cultura de absoluto respeito pelas regras de boa
conduta nas relações com os seus colaboradores e com terceiros, designadamente no respeitante às
matérias de conflito de interesses, incompatibilidades, confidencialidade e não utilização de informação
privilegiada.
Ainda que os instrumentos existentes e a prática se tenham mostrado adequados para regulamentar as
matérias de conflito de interesses, sigilo e incompatibilidades, entendeu-se promover a constituição de
um Grupo de Trabalho para as Normas de Conduta, cuja actividade se iniciou já em 2002 e que produziu
um conjunto de princípios orientadores relativos a estas matérias, os quais enformarão uma proposta de
codificação das regras existentes relativas às matérias supra enunciadas, bem como a outras que, pela
sua natureza, dizem particularmente respeito às actividades das empresas do Grupo Jerónimo Martins
como, por exemplo, responsabilidade perante os investidores, clientes, fornecedores, concorrentes e
colaboradores.
Esta proposta será submetida ao Conselho de Administração para aprovação durante o primeiro semestre
de 2003.
Ð AUDITORIA INTERNA E CONTROLO DE RISCO
OBJECTIVOS DA GESTÃO DE RISCO
A Gestão de Risco no Grupo Jerónimo Martins visa cumprir os seguintes objectivos:
n
Identificação e avaliação dos riscos de negócio e de processo.
n
Identificação dos Key Value Drivers e aferição regular dos respectivos pontos fortes e pontos fracos.
n
Desenvolvimento e implementação de programas de cobertura e prevenção dos riscos.
n
Integração da Gestão de Risco no planeamento dos negócios.
n
n
n
O
Definição de uma terminologia comum dentro do Grupo na identificação de riscos, sua monitorização
e gestão.
Adicionar de forma sustentada o máximo valor a todas as actividades dentro do Grupo de forma a
desenvolver em cada colaborador a consciência dos riscos corridos no Grupo e para os efeitos
positivos e negativos de todos os factores que influenciam as operações e que constituem fontes de
criação de valor.
Melhoria do processo de tomada de decisão, definição de prioridades e compreensão de forma
estruturada dos processos de negócio do Grupo, da sua volatilidade e das suas oportunidades e
ameaças.
PROCESSO DE
GESTÃO DE RISCO
A Gestão de Risco no Grupo está suportada por uma abordagem que parte do conceito de Economic
Value Added (EVA), aplicado a dois universos - Consolidado e Operacional. Pretende-se, assim, realizar
uma análise bottom-up, avaliando primeiro os elementos que estão na base quer do NOPAT (resultado
operacional após imposto) quer do custo de capital, de forma a ganhar uma noção objectiva de como
estes interagem e em última análise, quais são os principais riscos no processo de geração de valor,
enquanto objectivo central de gestão.
Os processos de negócio das diferentes actividades desenvolvidas no Grupo Jerónimo Martins inserem-se
numa cadeia de valor que incorpora um núcleo estratégico de value drivers. O processo de gestão de
risco parte assim da identificação desses key value drivers e da análise dos riscos que lhes estão
subjacentes.
Com esta abordagem desenvolve-se uma perspectiva sistematizada e interligada de riscos inerentes a
processos, funções e direcções organizacionais.
O processo de gestão de risco possui uma natureza cíclica, contemplando (i) Identificação e Avaliação de
Riscos, (ii) Definição de Estratégias de Gestão, (iii) Implementação dos Processos de Controlo e (iv)
Monitorização do Processo de Gestão de Risco.
24
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Neste âmbito, os responsáveis pelos processos críticos de negócio têm a seu cargo o desenho e
implementação de processos de controlo de risco conjuntamente com o Departamento de Gestão de
Risco. A eficiência dos processos de controlo de risco é por sua vez avaliada pelo Departamento de
Auditoria Interna.
Dos processos de controlo de risco em vigor em Jerónimo Martins destacam-se a política de seguros, a
gestão dos riscos financeiro, de crédito e de liquidez.
A
AVALIAÇÃO DO CONTROLO INTERNO
É desenvolvido anualmente um plano de auditoria interna o qual abrange as auditorias de riscos de
processo, auditorias de conformidade, auditorias financeiras e auditorias aos sistemas de informação.
Na sequência do processo de identificação dos riscos de negócio e de processo é também realizada a
ligação dos processos críticos que visam gerir esses riscos. Com esta ligação entre processos críticos e
riscos, definem-se as linhas de actuação do Departamento de Auditoria Interna, cujo detalhe se encontra
expresso no capítulo referente às áreas funcionais no presente relatório de gestão.
MONITORIZAÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DE RISCO
Na monitorização do processo de Gestão de Risco dentro do Grupo, são intervenientes o Conselho de
Administração, as Divisões Operacionais e Áreas de Suporte, o Comité de Auditoria, a Área Funcional de
Gestão de Risco e o Departamento de Auditoria interna.
Em particular, o Conselho de Administração tem o seguinte quadro de objectivos e responsabilidades
enquanto órgão responsável pelo sucesso da estratégia do Grupo:
n
n
n
n
n
n
Conhecer os riscos mais significativos que afectam o Grupo;
Assegurar a existência de níveis apropriados de conhecimento dentro do Grupo dos riscos que
afectam as operações e a forma de os gerir;
Assegurar a divulgação da estratégia de Gestão de Risco do Grupo em todos os níveis hierárquicos;
Assegurar que o Grupo tem capacidade de minimizar a probabilidade e o impacto dos riscos no
negócio;
Assegurar que o Grupo sabe como reagir a situações de crise;
Assegurar que o processo de Gestão de Risco é adequado e que a Área Funcional de Gestão de Risco
mantém uma monitorização rigorosa dos riscos de maior probabilidade e impacto para as operações
do Grupo.
III.4. EVOLUÇÃO DA COTAÇÃO DAS ACÇÕES
Ð EVOLUÇÃO DOS TÍTULOS NO MERCADO
Em 2002 o mercado bolsista caracterizou-se por
um ambiente de pessimismo e de perda de
confiança por parte dos investidores, com
aumento de aversão ao risco. Em consequência,
verificou-se uma transferência, por parte dos
investidores, para aplicações mais seguras e
menos voláteis.
Assim, manteve-se a tendência recessiva
verificada em 2001, tendo o volume médio
diário transaccionado em bolsa decrescido
53,5% em relação ao ano anterior e o PSI20
registado uma diminuição no ano de 25,6%.
O comportamento das acções de Jerónimo
Martins acompanhou a tendência do conjunto
do mercado verificando-se uma redução de
24,9% do valor da cotação, que atingiu o
máximo do ano - 9,25 euros - em Abril, no dia
25
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
anterior à divulgação dos resultados do primeiro trimestre e o mínimo - 5,40 euros - foi registado em 29
de Outubro imediatamente antes da divulgação dos resultados do terceiro trimestre.
A esta redução do volume de acções de Jerónimo Martins transaccionadas não é alheio o aumento das
participações qualificadas.
A evolução das cotações de Jerónimo Martins SGPS, SA, seguiu o desenrolar da implementação do seu
plano de reestruturação, anunciado e iniciado em 2001, e que se traduziu num conjunto importante de
alienações de activos não estratégicos ou com contribuição negativa para os resultados do Grupo.
Com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre e concluído o processo de desinvestimentos, o
título contrariou a tendência decrescente e a sua cotação em 31/12 atingiu 6,95 euros, após o anúncio do
acordo com um sindicato bancário para a renegociação da dívida financeira com maturidade em 2003.
26
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
No âmbito do desenvolvimento das relações com os investidores e com o objectivo de dar ao mercado
uma visão actualizada das diferentes áreas de negócio do Grupo, em termos de performance e
perspectivas, o Gabinete de Apoio ao Investidor de Jerónimo Martins, SGPS, no ano de 2002, assegurou
a divulgação dos resultados e das alienações efectuadas através de comunicados trimestrais e frequentes
conferências telefónicas com a comunidade financeira.
Em Junho de 2002 o Grupo disponibilizou o site institucional que constitui mais um meio público
privilegiado de comunicação com os investidores e analistas financeiros.
Em Outubro, e inserido na Estratégia de Comunicação Global do Grupo realizou-se um Road Show em
Londres e diversas cidades dos EUA, dando a conhecer as diferentes fases do processo de reestruturação
do Grupo e as perspectivas futuras.
27
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð
ESTRUTURA ACCIONISTA
Em 2002, as sociedades que, nos termos do nº 1 do artigo 20 do CVM devem ser imputadas ao Banco
Privado Português (ver nota da “Lista dos Titulares de Participações Qualificadas a 31 de Dezembro de
2002”, no capítulo IV.10-página 68), reforçaram a sua posição na Jerónimo Martins, SGPS, SA passando
a deter cerca de 15% do capital social da Sociedade.
A estrutura accionista é a que a seguir se apresenta, considerando as comunicações recebidas relativas a
participações qualificadas:
Resumo da Estrutura Accionista
26,8%
57,9%
15,3%
Soc. Francisco Manuel dos Santos
Strand Ventures+Multiplus+Fitron Management
Capital Disperso
Ð
PLANO DE AQUISIÇÃO DE ACÇÕES PRÓPRIAS
Não existe um plano de aquisição de acções próprias. Durante o ano 2002 não ocorreram transacções de
acções próprias. Não obstante, a Jerónimo Martins SGPS, SA mantém em carteira 171 800 acções
adquiridas em 1999 ao preço médio de 35.28 euros, representativas de 0.18% do seu capital social.
28
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
IV RELATÓRIO CONSOLIDADO DE GESTÃO
IV.1. ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO
Ð ECONOMIA MUNDIAL
O ano de 2002 foi marcado pela incerteza na economia mundial. O arrefecimento da actividade
ultrapassou mesmo as expectativas geradas no primeiro trimestre, ao não se confirmarem alguns dos
sinais de dinamismo verificados nos primeiros meses do ano. Em termos globais o abrandamento
económico foi assim função da degradação da confiança dos consumidores e das empresas e da falta de
dinamismo dos mercados financeiros.
A este ambiente, não é estranho o sentimento de insegurança desencadeado pela crise provocada pelos
atentados de 11 de Setembro de 2001 e prolongado pelo agravamento da situação de instabilidade
política e militar no médio oriente e a expectativa de conflito no Iraque, imediatamente transmitida ao
preço do petróleo que atingiu um máximo de USD 30,16 no mês de Dezembro.
Esta incerteza contagiou toda a economia mundial que se viu privada das suas principais locomotivas,
dado o fraco crescimento económico registado nos Estados Unidos (2,3%) e na União Europeia (0,9%) e
a continuação da crise da última década no Japão. Em termos mundiais o produto terá crescido 1,7%,
impulsionado mesmo assim pelo nível de trocas comerciais que atingiram USD 13,3 biliões, o que
representa um crescimento de 6% face a 2001.
Nos Estados Unidos, a expectativa e confiança dos agentes económicos foram enfraquecidas pelos
escândalos de natureza financeira que atingiram importantes empresas cotadas. Estes eventos
agravaram o desempenho dos mercados financeiros, cujos principais índices apresentaram
comportamentos negativos, tendo o Dow Jones perdido 17,2% e o Nasdaq 32,5%. Fruto da incerteza na
economia americana, o dólar atingiu, já no final do ano, um valor mínimo de 1,05 contra o Euro, sendo o
FED forçado, não obstante, a uma política de acomodação, traduzida na queda das taxas de juro de
referência para níveis históricos de 1,25%.
Na União Europeia, e em particular na Zona Euro, o nível insustentável de crescimento da procura interna
em países importantes da zona Euro, expresso na derrapagem do déficit público em França, na Alemanha
e na Itália, provocou a adopção de políticas pró-cíclicas, dificultando a recuperação da actividade.
O crescimento da Zona Euro atingiu 0,8%, contra 0,9% na União Europeia, com destaque para a
Alemanha onde o crescimento se limitou a 0,4% e o déficit público atingiu valores que justificaram a
emissão de um alerta prévio pela Comissão Europeia.
A taxa de inflação da Zona Euro manteve-se nos 2,2%, o que permitiu ao Banco Central Europeu seguir
uma política de manutenção das taxas de juro a níveis historicamente baixos num ano que assistiu, a 1
de Janeiro, à introdução física da nova moeda.
Não obstante o diferencial de taxas de juro para o dólar, o Euro atingiu no período do final do ano uma
taxa de câmbio superior à paridade, tendo recuperado 16 % do seu valor ao longo de 2002.
Também na Europa, o comportamento dos mercados financeiros foi negativo, tendo os principais índices
de todos os mercados da Zona Euro apresentado evoluções claramente negativas no ano. O
aparecimento da Euronext, fruto da fusão das bolsas de Lisboa, Amsterdão, Bruxelas e Paris e do
mercado de derivados de Londres, ficou assim a constituir o principal sinal de mudança dos mercados na
Europa.
Ð PORTUGAL
No ano de 2002, o desempenho da economia Portuguesa ficou marcado pelo objectivo central de redução
do déficit público, que terá mesmo atingido um valor inferior ao objectivo de 2,8% do PIB, fruto da
superação das receitas extraordinárias obtidas no final do ano.
A prioridade absoluta conferida à redução do desequilíbrio das contas públicas para valores compatíveis
com o Pacto de Estabilidade e Crescimento da Zona Euro forçou, no entanto, uma marcada degradação
das expectativas na economia Portuguesa, que se traduziu por uma queda generalizada dos níveis de
confiança e actividade, quer de consumidores quer de investidores. Por este motivo, o abrandamento da
procura interna, iniciado já em 1999, não foi interrompido, antes acentuando a sua tendência a partir do
segundo trimestre do ano.
29
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
A evolução do produto estima-se assim ter sido de 0,75%, abaixo da média de crescimento da União
Europeia (0,9%) e essencialmente alimentada pela performance externa, onde se estima que a economia
Portuguesa tenha registado ganhos de quota de mercado. A degradação das expectativas internas
coincidiu com a confirmação dos elevados níveis de endividamento das famílias e das empresas, facto
que agravou ainda mais o contexto negativo da actividade económica, confirmado aliás pelo crescimento
da taxa de desemprego para 4,6% e pela virtual estagnação do consumo privado, cujo crescimento terá
atingido 1,0%, situação que acontece pelo segundo ano consecutivo.
A evolução dos preços foi de 3,6% em termos médios, com a inflação alimentar a ser no entanto inferior
ao valor total, atingindo apenas 1,5%. Aquele valor de 3,6% representou uma ultrapassagem das metas
iniciais de política económica, fruto em particular da subida de preços dos bens não transaccionáveis.
A evolução das taxas de juro directoras do Banco Central Europeu, cuja taxa de refinanciamento atingiu o
valor mínimo de 2,75% em Dezembro permitiu, evitar uma situação mais grave no consumo e
investimento privados, embora os níveis de confiança dos consumidores tivessem atingido um mínimo
histórico no mês de Novembro, inferior mesmo ao da recessão de 1992.
Embora protegida até certo ponto do impacto dos ciclos económicos, a actividade de produção e
distribuição de bens de consumo não poderia deixar de sentir o efeito deste ambiente económico. De
facto o Indicador de Clima no Comércio apresentou valores negativos de forma consistente ao longo de
todo o ano, justificando valores do índice de volume de negócios no comércio de retalho
sistematicamente abaixo dos registados em 2001. Esta desaceleração teve particular impacto na área
não alimentar, onde o consumo de bens duráveis decresceu ao longo do ano, e reflectiu-se também na
transferência de consumo para bens alimentares básicos, em detrimento dos de maior valor
acrescentado.
Os mercados financeiros tiveram um dos piores anos de sempre, com o índice PSI20 da Euronext-Lisboa
a registar uma queda de 25,6%, recuando para 5824,7 pontos, nível idêntico ao de 1997.
Mais ainda e apesar da entrada em funcionamento da Euronext-Lisboa o n.º de negócios sofreu uma
quebra superior a 30%.
Ð POLÓNIA
A economia Polaca apresentou um dinamismo reduzido, tendo o crescimento sido muito semelhante ao
do ano anterior, situando-se em torno de 1%. Este valor foi, no entanto, fruto da recuperação verificada
na segunda metade do ano, após uma estagnação no primeiro semestre.
A dinâmica da procura interna conseguiu inverter a tendência registada em 2001, com uma evolução
positiva, se bem que reduzida, de 0,7%, a que correspondeu um crescimento do consumo das famílias de
2,5%, acima portanto do obtido em 2001 (2,1%). Também a produção industrial teve evolução positiva,
com um crescimento anual de 1,5%.
A situação do mercado de trabalho continua, no entanto, a limitar maior dinamismo no consumo privado,
tendo-se agravado mais uma vez o nível de desemprego, que atingiu o valor de 19,7%, enquanto o
volume de emprego caíu 2,3% no final do ano.
Em face da reduzida dinâmica da procura interna, a economia polaca destacou-se pelo progresso atingido
no controlo da inflação que atingiu um nível médio para o ano de 1,9%. A este valor correspondeu no
entanto uma deflação de 2,8% na classe de alimentação e bebidas.
Esta performance permitiu a continuada redução das taxas de juro nominais, que se espera reforce a
tendência de retoma e suporte a redução do nível de desemprego.
O nível do déficit público manteve-se elevado – 6,0% - traduzindo mesmo um agravamento da situação
relativamente a 2001, facto que poderá vir a colocar obstáculos a maiores reduções das taxas de juro
directoras e, a médio prazo, aos compromissos assumidos no tratado de adesão à União Europeia.
O zloty apresentou uma desvalorização face ao Euro que atingiu os 12,9% no final do ano, evolução que
não impediu a degradação do ritmo de crescimento das exportações – 5% - claramente aquém do
atingido no ano anterior em resultado da fraca procura nos mercados de destino.
Com a redução das taxas nominais, a fraca dinâmica da economia e os efeitos de contágio internacionais,
o mercado de capitais não deixou de reflectir a crise generalizada dos mercados financeiros, com o índice
WIG20 da bolsa de Varsóvia a perder 3,4% ao longo do ano.
30
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Finalmente, o ano de 2002 destacou-se pela conclusão
dos acordos de adesão da Polónia à União Europeia,
que prevêem a concessão de um envelope financeiro
no valor de 15,6 mil milhões de euros para o primeiro
período após a adesão formal, agora confirmada para
o primeiro semestre de 2004.
Conjuntura económica 2000-2002
Crescim ento do PIB
4,5%
4,0%
4,0%
3,5%
3,0%
2,5%
3,2%
1,7%
2,0%
1,6%
1,5%
1,0%
0,7%
1,1%
0,5%
0,0%
2000
2001
Portugal
2002 est.
Polónia
A conjugação do baixo nível de inflação com a
esperada injecção de fundos proporcionada pelo
acordo de adesão à União Europeia e a ampla folga no
mercado de trabalho deverá permitir um continuado
reforço dos níveis de actividade económica neste
mercado.
IV.2. SÍNTESE DA ACTIVIDADE CONSOLIDADA DO GRUPO
Durante o ano de 2002 os objectivos que o Grupo se propunha atingir foram plenamente alcançados: o
plano de alienações foi praticamente concluído2, a dívida registou uma acentuada redução e todos os
negócios do actual portfolio apresentaram melhorias operacionais face ao ano transacto.
Ð VENDAS CONSOLIDADAS
As vendas consolidadas do Grupo atingiram 3,9 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo
de 7,3% relativamente a 2001, mas um crescimento de 2,4% numa base comparável, isto apesar de um
primeiro semestre menos bom, marcado pela implementação de novas políticas comerciais em Portugal e
por um contexto macro-económico genericamente desfavorável.
No final de 2002 a Biedronka representa já 25% das vendas consolidadas do Grupo no seu portfolio
actual, tendo o seu crescimento contribuido decisivamente para o crescimento total do portfolio em base
comparável. Este negócio, cujas perspectivas de desenvolvimento se mantêm, assume assim um papel
fundamental como motor de crescimento de Jerónimo Martins.
2
Concluíram-se todas as operações de alienação com excepção da do Eurocash que apenas teve lugar no início de
2003.
31
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Nos negócios mais maduros, destaque ainda para o
comportamento das vendas do Recheio, com
crescimento total de 4,8% e de 9,4% no canal
Horeca. No 4º trimestre também Pingo Doce
apresentou
uma
evolução
notável,
com
crescimentos de +4,4% numa base like-for-like,
que representaram crescimentos totais em volume
ainda superiores, dada a descida do índice de
preços geral na cadeia.
O reforço do comportamento das vendas do Grupo
ao longo do ano é também reflectido pela evolução
dos principais indices de produtividade.
O impacto inicial das novas políticas comerciais no
retalho em Portugal marca a evolução registada em
Pingo Doce e Feira Nova, que recuperaram
significativamente no segundo semestre. A Biedronka,
com fortes performances durante todo o ano,
apresentou uma progressão positiva e sustentada em
todo o período. Por sua vez o Recheio destacou-se
pela recuperação notável, no segundo semestre, do
índice de vendas por m2, reflectindo os importantes
ganhos de quota de mercado num contexto de difícil
ambiente económico.
Vendas 2002 (YE)*
Indústria e
Serviços
10%
Outros
5%
Biedronka
25%
Retalho
Portugal
41%
Madeira Cash & Carry
3%
16%
* excluindo alienações
Vendas/m2
Unidade: moeda local em milhares
Vendas/FTE
Unidade: moeda local em milhares
32
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð RESULTADOS OPERACIONAIS
Uma vez que os negócios alienados são objecto de referência em capítulo próprio, a análise dos
resultados operacionais concentrar-se-á nos negócios que constituem o actual portfolio do Grupo.
Assim, e no que a estes negócios diz
respeito, os principais factores a
destacar são o impacto positivo, já em
2002, do reposicionamento estratégico
das marcas em Portugal, a consolidação
comercial da Biedronka no mercado
polaco e os ganhos de eficiência em
todas as áreas.
Margem EBITDA
16,0%
14,5%
14,0%
11,9%
12,0%
10,1% 10,6%
9,6%
10,0%
9,7%
7,7%
8,0%
8,2%
6,5% 6,5%
6,0%
3,3% 3,6%
4,0%
2,0%
0,0%
R etalho
P ortugal
C as h & C arry
Madeira
2001
B iedronka
2002
Indús tria e
S erviços
JM
C ons olidado
Em consequência, a margem EBITDA
acumulada e comparável aumentou 50
pontos base e o resultado operacional
(EBIT) cresceu 18,8% em relação a
2001.
Todos as Divisões Operacionais, com
excepção do conjunto da área de
negócios da Indústria e Serviços,
apresentaram progressões positivas na
sua margem operacional.
De destacar, no entanto, a progressão
conseguida no Retalho Portugal e na Biedronka, cujos peso e contribuição permitiram o reforço do
resultado consolidado.
Esta performance consolidada resultou ainda, de forma crescente e sustentada, da queda de 1,5% nos
custos em valor e 0,7 p.p. face às vendas. Este esforço de eficiência mais do que compensou o
reinvestimento em preços efectuado tanto em Portugal como na Polónia.
Com ganhos de eficiência significativos destacam-se mais uma vez a Biedronka, cujos custos caíram
cerca de 1% em valor, apesar do forte crescimento de vendas, e o Recheio, onde os ganhos de eficiência
foram reinvestidos em preço, sustentando o crescimento do negócio e reforçando, como já foi referido, a
respectiva quota de mercado. Também no Retalho Portugal, Pingo Doce e Feira Nova mantiveram
constante o seu nível de custos, fruto de um esforço notável de contenção que, em conjunto com a
redução significativa da quebra de inventário, permitiu o forte reinvestimento em preços e o reforço do
resultado operacional.
33
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
EBITDA 2002 (YE)*
Indústria e
Serviços
15%
Outros
5%
Biedronka
11%
Madeira
3% Cash & Carry
Retalho
Portugal
53%
12%
O negócio de retalho em Portugal continua a
apresentar a maior contribuição para a geração
de cash flow operacional no portfolio do Grupo.
De salientar, no entanto, que a progressão da
Biedronka, cujo EBITDA em Euros cresceu cerca
de 26%, fruto do crescimento de vendas e do
reforço da respectiva margem em 0,3pp, coloca
este negócio já numa posição paritária face às
operações de Cash&Carry e da Indústria e
Serviços, reforçando o seu papel fundamental
no conjunto de activos do Grupo.
* excluindo alienações
Ð DÍVIDA E RESULTADOS FINANCEIROS
Tal como se tinha proposto no início do ano, o Grupo Jerónimo Martins reduziu a sua dívida líquida abaixo
dos mil milhões de euros, fechando o ano com um valor de 837 milhões de euros, menos 375 milhões
que o ano anterior.
A acompanhar esta redução de dívida registou-se uma queda de 38% dos juros líquidos.
Ð RESULTADOS LÍQUIDOS E CASH FLOW
O Resultado Líquido atribuível a Jerónimo Martins de 204 milhões de euros de prejuízo reflecte
principalmente o custo da reestruturação levada a cabo pelo Grupo.
34
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Os resultados estão afectados por perdas não recorrentes no valor de 201 milhões de euros, que
incluem, entre outros items, as menos valias relativas à venda dos supermercados Sé e das lojas Apoio
(JM&M), no Brasil, e dos hipermercados Jumbo, na Polónia.
Incluem ainda a reclassificação, para resultados,
das perdas decorrentes da desvalorização cambial
das rubricas de balanço dos negócios no Brasil,
que eram anteriormente relevadas nos capitais
próprios, na rubrica de reservas para diferenças de
câmbio.
Também um montante significativo de items
financeiros
não
recorrentes
afectaram
os
resultados líquidos do ano. Para este montante
contribuíram a valorização da operação de
cobertura em dólares, desfeita já no final do ano,
que, face à desvalorização desta moeda apresenta
um efeito positivo. Pela negativa destacaram-se os
custos suportados com as operações de cobertura
do real, as menos-valias obtidas na alienação de
terrenos não afectos à operação e as provisões
para acções em carteira, derivados sobre títulos
cotados e contratos em moeda estrangeira (ver
notas n.º 30.2 e 33 das notas às demonstrações
financeiras consolidadas).
35
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Finalmente, o resultado está ainda afectado pela contribuição operacional negativa dos próprios negócios
alienados, num total de 45 milhões de euros de prejuízos.
No entanto, o cash flow apresentou uma evolução muito positiva, tendo aumentado em mais de 26%.
Ð ANÁLISE DE RETORNO
Considerando o conjunto de negócios que compõem o portfolio do Grupo após a conclusão do processo
de restruturação, o retorno ao capital investido a nível consolidado apresentou, em 2002, um reforço
significativo. Esta evolução resultou tanto da progressão generalizada das margens operacionais nos
negócios da distribuição, como do aumento do nível de eficiência da utilização de activos nestes negócios,
expresso na sua maior rotação.
Pre-tax ROIC- Comparável *
O ano de 2002 ficou mesmo marcado pelo facto de
todos os negócios que agora constituem o portfolio
de Jerónimo Martins apresentarem níveis de
retorno positivo, com destaque para a Biedronka
que o atingiu pela primeira vez e para o Recheio
cuja performance lhe permite atingir um retorno
superior a 20%. Todas as áreas de negócio
contribuiram no entanto positivamente para o
reforço da performance consolidada.
O crescimento de vendas numa base comparável
na distribuição, o controlo do Working Capital e o
esforço de racionalização
de activos não
produtivos, em particular nas operações em
Portugal, contribuiram assim também para a
performance atingida.
IV.3. EVOLUÇÃO DA ACTIVIDADE OPERACIONAL
Ð OPERAÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR
ENQUADRAMENTO SECTORIAL
Mercado Internacional de Distribuição Alimentar
O ano de 2002 constituiu um período marcado pela consolidação de operações da generalidade das
grandes empresas presentes nesta indústria, após um longo período de expansão internacional e
aquisições que se estendeu pela segunda metade da última década.
Esta consolidação envolveu a necessidade de focar a gestão operacional na obtenção de ganhos de
eficiência e na captura das sinergias reais entre insígnias, formatos e geografias, deixando para segundo
plano o desenvolvimento para novas geografias ou novas áreas como o e-commerce.
Prosseguiu, no entanto, o processo de convergência entre indústrias, com os operadores mais dinâmicos
a entrarem em novas áreas de produto ou serviço. São exemplo disto a crescente penetração das
empresas de distribuição nos mercados de combustíveis, automóveis e viagens.
O maior destaque conferido à consolidação operacional não é estranho ao ambiente económico de
pessimismo que caracterizou a evolução do consumo privado a nível mundial e que provocou um
aumento geral do nível competitivo dos mercados, fruto da disputa por um consumidor mais retraído e
sensível a propostas agressivas de valor.
Por outro lado, as dificuldades económicas e sociais atravessadas na América Latina e a crescente
saturação e extrema competitividade dos mercados da Europa Central, com destaque para a Polónia,
36
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
provocaram dificuldades pontuais numa indústria cujo processo de internacionalização é recente e onde a
entrada em novos mercados se fez frequentemente por aquisição e a custos por vezes elevados.
Em face da conjuntura negativa de consumo, prosseguiu a expansão dos formatos de discount, que
perderam em definitivo a sua natureza exclusivamente alemã, sendo hoje operações importantes em
operadores como o Carrefour, Casino e Mercadona.
Mercado de Retalho Alimentar Portugal
O mercado de distribuição alimentar em Portugal em 2002 foi influenciado sobretudo pelo abrandamento
económico e pelo acréscimo de pressão concorrencial daí decorrente. Não obstante, estima-se que a
procura tenha atingido os 6.500 milhões de euros, registando um crescimento nominal de 5% face ao
ano anterior.
Adicionalmente, a manutenção do regime de autorização prévia das UCDR (Unidade Comercial de
Dimensão Relevante) continuou a limitar a capacidade de expansão da generalidade dos operadores,
sobretudo no formato de hipermercados, tendo-se registado no âmbito do Grupo a abertura de apenas 5
novas lojas Pingo Doce (sendo duas destas de substituição) e de uma unidade Feira Nova em substituição
de uma Pingo Doce.
O aumento do parque de lojas no mercado processou-se, assim, sobretudo através dos formatos
supermercados (745 lojas no final do ano e 25 aberturas) e discount (483 lojas no final do ano e 16
aberturas) - que beneficiaram do maior número de licenças atribuído - pese embora a abertura de
apenas dois novos hipermercados ter representando cerca de 38% do crescimento anual da área de
venda disponível, que em Novembro de 2002 totalizava 1.300.000 m2.
Não se registou qualquer actividade de fusão ou aquisição de dimensão significativa, mantendo-se em
actividade os seguintes operadores de origem internacional: Auchan, Carrefour, Intermarché, Lidl,
Leclerc, Metro/Makro e Plus-Tengelmann.
O reduzido dinamismo económico provocou também uma alteração sensível nos padrões de procura, com
as vendas de artigos duráveis a serem particularmente afectadas. As propostas de maior incidência de
preço encontraram assim condições ideais de implantação junto dos consumidores, cujo padrão de
consumo privilegia nestas circunstâncias os produtos de menor valor acrescentado.
Mercado Grossista Alimentar Portugal
O mercado grossista alimentar em Portugal apresenta-se segmentado entre os canais de retalho
tradicional e de indústria hoteleira, que em conjunto registaram um valor de vendas de 2.600 milhões de
euros.
Ambos os canais são constituídos maioritariamente por empresas de pequenas dimensões, de gestão
familiar ou individual. Com efeito, o retalho tradicional é formado por supermercados pequenos, não
pertencentes a cadeias, livre serviços e mercearias e a indústria hoteleira
por cafés, snacks,
restaurantes, hotéis e bares.
Em 2002, o canal de retalho tradicional decresceu em vendas 0,5% e 3,4% em pontos de venda, com
um acréscimo de 1,5% na venda média por ponto de venda. Esta evolução indica que o processo de
reestruturação provocado pela expansão do retalho moderno neste canal seleccionou já os operadores
mais fortes e bem apetrechados.
Ao contrário do retalho tradicional, o canal de indústria hoteleira tem vindo a apresentar sucessivos
crescimentos, quer em termos de pontos de venda, quer em valor de vendas, registando em 2002
crescimentos na ordem dos +2,1% e +4,6%, respectivamente. Trata-se de um canal de grande
dimensão, cinco vezes superior ao de retalho tradicional e onde o potencial de penetração dos cash &
carry`s é bastante elevado.
O mercado grossista apresenta um elevado nível de fragmentação, estando assente em inúmeros
operadores locais e regionais, cerca de 85 companhias e 180 pontos de venda, mas onde apenas 5
cadeias representam 70% do total de vendas.
Mercado Polaco
O mercado de retalho alimentar continuou a registar um elevado número de aberturas de lojas nos
diversos formatos provocando um aumento significativo da pressão concorrencial.
37
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
No formato de Hipermercados abriram mais 21 lojas, fixando o seu número em 144 no final do ano , com
cobertura da totalidade das principais cidades do País. Assistiu-se também aos primeiros movimentos de
consolidação, com a aquisição dos Hipermercados Hit pela Tesco e dos Hipermercados Jumbo pela Ahold.
No formato Supermercados assistiu-se à abertura de mais 36 lojas que elevaram para 505 o número
destas unidades no mercado. O segmento de lojas alimentares tipo Discount foi, no entanto, o que
apresentou maior crescimento, tendo o parque de lojas aumentado em 115 unidades, fixando o seu
número em 1.125 no final do ano.
Todas as principais empresas internacionais de distribuição alimentar, com excepção da Wal Mart, estão
presentes no mercado Polaco. A área total de vendas no mercado indica mesmo um nível de saturação de
área de vendas por habitante comparável com o de mercados Europeus maduros, uma vez ajustado para
o diferencial de poder de compra. Por esta razão, a Polónia continua a constituir o mercado mais
concorrencial de toda a Europa Central.
A pressão concorrencial, em paralelo com a redução do dinamismo económico verificado em 2002,
resultou numa forte pressão sobre os preços de venda, assistindo-se a um fenómeno de deflação na
generalidade das categorias de produtos alimentares.
A evolução do padrão de consumo continuou, por outro lado, a privilegiar os formatos de proximidade,
apesar da enorme expansão de grandes formatos, especialistas e generalistas, normalmente associados
a complexos comerciais de grande dimensão.
No domínio legislativo saliente-se a introdução da nova lei de concorrência, cuja aplicação não revelou
consequências práticas relevantes, em resultado da contestação provocada por algumas das suas
disposições, que violam preceitos adquiridos na legislação de concorrência da União Europeia.
O enquadramento legal da actividade de retalho alimentar manteve por isso uma natureza na
generalidade não restritiva, dentro dos procedimentos de licenciamento já anteriormente em vigor.
RETALHO PORTUGAL
JMR- Gestão de Empresas de Retalho
A actividade da JMR envolve três grandes actores. A Gestiretalho, empresa que proporciona serviços
partilhados de apoio às insígnias operacionais; Pingo Doce, responsável pela operação de supermercados
e Feira Nova, empresa que actua em hipermercados.
GESTIRETALHO
As unidades de serviço partilhado da JMR são responsáveis pela gestão das Compras, Armazenagem e
Distribuição, destacando-se as unidades de Sourcing, Logística e Sistemas de Informação que, em
conjunto com a área Financeira e os Recursos Humanos, têm como missão garantir o nível óptimo de
prestação de serviços na sua área técnica, de acordo com os standards definidos pelos seus clientes
internos em função das necessidades dos respectivos negócios.
A Gestiretalho realizou em 2002, vendas num total de 893,6 milhões de euros às Companhias do Grupo,
originando um aumento de 11,8% face ao ano anterior.
Vendas Totais da Gestiretalho (€’000)
2002
2001
D%
Pingo Doce
610,9
627,5
-2,6%
Feira Nova
227,3
139,3
63,1%
Recheio
40,0
17,4
129,3%
Lidosol
14,6
13,8
5,5%
0,8
0,8
3,3%
893,6
798,8
11,8%
J.G.Camacho
Total
38
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Nesta evolução, destaca-se o Feira Nova que aumentou o seu volume de compras à Gestiretalho em
63%, em resultado da progressiva centralização logística da área de produtos perecíveis da sua
operação.
Sourcing
Na área de Sourcing, o estabelecimento de uma política comercial de maior transparência e rigor e o
início da simplificação dos processos comerciais, com destaque para a gestão de margem net price,
foram as actividades-chave desenvolvidas em 2002 com os fornecedores de marcas da indústria.
Na área de produtos perecíveis assistiu-se a uma racionalização estrutural, assente na escolha criteriosa
de produtores com dimensão crítica e capazes de assegurar a qualidade dos frescos. Essa qualidade é
mantida a jusante através dos processos de centralização logística e comercial, implementados
igualmente durante 2002 para todas as unidades operacionais.
As marcas próprias do Grupo Jerónimo Martins, a par da introdução de uma gama de produtos
económicos Euro Shopper – consideradas áreas vitais de diferenciação competitiva – foram alvo de um
importante programa de lançamentos, consolidação e racionalização no âmbito do Grupo e dos seus
Partners, o que permitiu a realização de importantes reduções de custos com uma proposta de valor
extremamente agressiva e adequada às necessidades do consumidor no actual contexto recessivo.
Destaque ainda para o arranque de um programa de sinergias com a cadeia polaca Biedronka e com a
estrutura europeia do sócio Ahold, que permitiu, já em 2002, a alavancagem de condições comerciais e o
desenvolvimento de fontes alternativas de abastecimento de produtos perecíveis.
Sistemas de Informação
O ano de 2002 caracterizou-se pela prioridade dada à optimização de processos de negócio, suportada
pelo sistema de informação integrado do Grupo.
Conseguiu-se assim, de forma efectiva, extrair o máximo potencial do sistema de informação
anteriormente implantado, através da automatização e reengenharia de processos administrativos e
consequente aumento de produtividade, controlo e redução de custos associados.
Simultaneamente, foi considerado como prioritário o desenvolvimento de ferramentas que permitiram a
dinamização de toda a cadeia de valor acrescentado para o consumidor. Um exemplo destas acções foi o
aumento do nível de serviço ao cliente, resultante da introdução de métodos de reaprovisionamento
automático nas lojas, tendo-se obtido um nível adequado de stocks e maior disponibilidade de artigos.
Por outro lado, foi dada especial atenção à melhoria das aplicações de gestão de categorias e sortido.
Outros projectos desenvolvidos em 2002 suportaram as diferentes operações de JMR bem como alguns
serviços partilhados. De entre estes, destaca-se o desenvolvimento da nova Ferramenta Central de
Reporte que, integrando informação de gestão extraída quer do Sistema Transaccional do Grupo, quer do
seu datawarehouse corporativo, permite dotar todas as operações e áreas de suporte de uma ferramenta
altamente sofisticada de informação de gestão, optimizando todos os processos de controlo e tomada de
decisão.
De igual forma foi desenvolvido o novo Sistema de Gestão de Armazéns, visando a total integração de
tecnologia de rádio-frequência e contribuindo para a melhoria da produtividade operacional e para o início
do desenvolvimento de uma solução B2B (Partner Relationship Management), que pretende apoiar as
relações com fornecedores e optimizar todo o ciclo de supply chain.
Noutra área, o Grupo reforçou e consolidou o seu disaster recovery plan e dinamizou um projecto global
de segurança informática, tendo ainda iniciado um projecto de reforço de formação interna para todos os
colaboradores na área de sistemas de informação.
Logística
Como resultado das novas centralizações que arrancaram durante o ano, o sistema logístico de
Gestiretalho apresentou um crescimento de volume expedido de 22% em 2002. Destaque para a
centralização de Peixe Fresco para a Madeira, das Aves para todas as operações continentais e de
perecíveis e congelados para o Recheio e Feira Nova.
39
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Em valor, as saídas de armazém apenas cresceram 11,7%, fruto da passagem ao regime de net price
nas mais importantes categorias de produtos.
O nível de serviço às lojas evoluiu favoravelmente em 2002, tendo crescido 2,6% face ao ano anterior e
atingido em termos médios 95%.
A contenção da evolução dos custos e as sinergias criadas pelo incremento da actividade e consequente
efeito de economia de escala foram determinantes para uma excelente progressão da eficiência da
operação logística.
Eficiência Logística
UMC
€
100.000.000
0,4250
90.000.000
0,4000
80.000.000
0,3750
70.000.000
60.000.000
0,3500
2001
UMC Volume
2002
De facto, os custos logísticos evoluíram muito
favoravelmente,
tendo
em
consideração
o
incremento da actividade. O custo de expedição por
Unidade de Medida de Compra (UMC) decresceu
8,7% durante 2002, com o número de caixas
expedidas/hora a crescer 12% entre Janeiro e
Novembro e o custo de pessoal por caixa expedida a
decrescer 11% no mesmo período.
Custo/UMC
Recursos Humanos
A área de recursos humanos de Gestiretalho posiciona-se como prestador de serviços aos negócios de
retalho de Jerónimo Martins em Portugal. A sua acção ficou marcada no ano de 2002 pela implementação
da nova estrutura organizacional, cujas linhas de orientação pretendem garantir o máximo foco e
eficiência operacional, em simultâneo com o aumento do nível de centralização logística e comercial dos
negócios.
Evolução dos Recursos Humanos
2001
14.061
2002
14.152
O número total de efectivos no universo de JMR manteve-se praticamente estável, em grande medida
pela reduzida expansão do negócio em 2002. Fruto da reorganização implementada o ano foi marcado,
no entanto, por numerosas transferências internas entre os vários sectores do Grupo. Das medidas com
maior impacto nesta área destacam-se:
n
O processo de centralização logística e comercial do Feira Nova, que se traduziu no reforço da
estrutura central da companhia na área de compras;
n
O esforço desenvolvido de apetrechamento em meios humanos da área do Controlo de Qualidade;
n
A criação de estruturas na área de recursos humanos em cada insígnia;
n
A conclusão do processo de criação, para cada operação, das equipas de gestão de categorias.
Como foi referido, estas movimentações visaram aumentar a eficiência e garantir total focagem de
funções por negócio.
Por outro lado, deu-se início ao projecto global do Grupo Jerónimo Martins de Employment Branding,
dirigido à retenção de colaboradores, com intervenção nas áreas de motivação e gestão de aspirações. O
projecto, embora global, foi implementado separadamente em cada unidade de negócio, respeitando as
estratégias e problemas específicos de cada uma (recrutamento, acolhimento, retenção, condições de
trabalho e remunerações, entre outros).
40
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
O programa de formação apostou no futuro e no desenvolvimento dos Recursos Humanos, sendo
realizada mais uma edição do Programa Avançado de Gestão para Executivos, destinado a quadros sem
formação específica em gestão, numa parceria com a Universidade Católica de Lisboa.
Na Gestiretalho, o trabalho continuou a focar-se particularmente na formação como via privilegiada para
um desenvolvimento profissional equilibrado e ajustado às novas tecnologias, nomeadamente na área
Informática (SAP e Office) e na utilização das ferramentas de gestão de Análise e Descrição de Funções e
Gestão de Carreiras. Foram envolvidos 140 colaboradores, a que corresponderam 2.217 horas de
formação.
No Pingo Doce, a área funcional de Recursos Humanos constitui um interveniente fundamental da
resposta ao ambiente crescentemente competitivo em que esta Empresa opera. Assim, foi traçado como
objectivo estratégico o desenvolvimento profissional, a nível pessoal e de equipas, de todos os
colaboradores. Para tal, foram realizadas acções de formação nas áreas de higiene e segurança no
trabalho, combate a incêndios e nas áreas de Padaria e Pastelaria. Foi, igualmente feita uma aposta na
formação de novos responsáveis de loja, sendo realizadas cerca de 3.790 horas de formação.
Finalmente, no Feira Nova, conscientes da importância do factor humano num mercado onde o serviço é
uma das chaves da satisfação do cliente, destacou-se a acção de formação, desenvolvida a nível
nacional, “Cliente Satisfeito Futuro Garantido”, com uma focagem na componente de atendimento nas
lojas e de motivação dos clientes, mas também dos colaboradores envolvidos. Por outro lado, o forte
compromisso que o Feira Nova definiu em termos da sua política de saúde, higiene e segurança no
trabalho, levou à repetição das acções de formação junto às chefias de loja nesta área, num total de
2.040 horas de formação em 2002.
PINGO DOCE
Da nossa missão…
“Ser a melhor cadeia de supermercados a operar produtos frescos em Portugal, com capacidade de
proporcionar aos consumidores uma solução alimentar de qualidade para toda a família, mantendo com
eles uma relação de confiança e longo prazo.”
O Pingo Doce procedeu ao longo do ano de 2002 a um importante exercício de reposicionamento
estratégico com o objectivo de cumprir a missão a que se propõe através do aumento de participação no
cabaz de despesa alimentar dos seus clientes.
Toda a actuação da companhia foi orientada para este objectivo. O programa delineado centrou-se em
primeiro lugar na redefinição da política de preços – descendo estruturalmente o nível de preços
praticado – passando a cadeia a ter permanentemente preços muito competitivos, suportados por um
esforço claro de comunicação e adaptados ao nível local de cada mercado.
Após um impacto inicial de perda de vendas, por
via da redução de preços que produziu uma
deflação anual de 2,8%, e pela ausência de
vendas a clientes que procuravam as lojas
€'000
220.000
6,0%
exclusivamente pelo esforço promocional, a
4,0%
210.000
cadeia conseguiu, no segundo semestre do ano,
2,0%
crescimentos em valor no mesmo aparelho físico
200.000
0,0%
(like for like) de 2%, equivalente a um
190.000
-2,0%
crescimento
em volume de 7,2%, dada a
-4,0%
180.000
evolução de preços registada. As vendas anuais
-6,0%
170.000
apresentaram, no entanto, um decréscimo de
-8,0%
1,7% fruto da performance do primeiro
-10,0%
160.000
semestre. Esta recuperação foi igualmente
1º Q
2º Q
3º Q
4ºQ
suportada por um agressivo programa de
Vendas
D % vendas lik e for lik e
comunicação exterior e in store, que visou alterar
a percepção de preço dos consumidores e
introduzir um tipo diferente de animação. Esta animação foi, por sua vez, implementada em simultâneo
com a revisão profunda dos conceitos de merchandising no ponto de venda.
Vendas Pingo Doce
2002
Anulada a barreira do preço, a cadeia trabalhou num segundo momento a vertente de diferenciação, com
o objectivo de criar novas razões de escolha da marca. Nesta matéria o esforço concentrou-se na criação
de factores de diferenciação em produtos perecíveis, área onde o know-how conjunto de Jerónimo
41
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Martins e a escala das suas operações se conjugam com os próprios valores da marca Pingo Doce. Em
resultado deste esforço, as vendas de produtos de marca própria na insígnia progrediram 3,7%,
atingindo uma quota de 11,1% nas vendas totais.
Associado ao novo pricing, realizou-se um importante esforço de gestão de margem, com a passagem
para net price das principais categorias de produtos, aproximando assim a decisão diária do mercado,
factor que mais contribuiu para o aumento de competitividade pretendido. Foi também levado a efeito a
racionalização e adaptação integral das linhas de sortido ao universo de lojas da cadeia, permitindo
reduzir de forma significativa a complexidade do negócio e os custos a ela associados.
A pressão negativa na margem foi assim mitigada, sendo mesmo complementada com a redução em
35% da queda de inventário e pelo esforço concertado de toda a cadeia na contenção de custos
operacionais de loja, que apresentaram em termos like for like uma redução de 0,4%.
A conjugação destes factores permitiu ultrapassar a perda de eficiência de custos produzida pela redução
de vendas.
A melhoria de eficiência de vendas foi também trabalhada através de um programa de introdução, em
lojas de provincia, de novas gamas na área não alimentar, o que conduziu à inversão da sua
performance, traduzida num crescimento de 1,7% das vendas.
O Pingo Doce abriu um total de cinco lojas nas regiões de Lisboa e do Sul do País, tendo procedido ao
encerramento e/ou transferência de três unidades que não correspondiam às expectativas de criação de
valor definidas pelo Grupo. Esta política activa de gestão de portfolio aproveitou a estratégia
multiformato de Jerónimo Martins, tendo duas das lojas encerradas sido transferidas para Feira Nova e
Recheio.
FEIRA NOVA
Da nossa missão…
“Proporcionar à mulher Portuguesa e sua família a mais adequada oferta de produtos de acordo com as
suas necessidades. Para isso as nossas lojas deverão ter os preços mais baixos em bens alimentares,
preços justos em bens não alimentares e as soluções promocionais mais simples, de forma a tornarem-se
uma parte importante do seu dia-a-dia.”
A evolução das vendas de Feira Nova ficou decisivamente marcada pela decisão tomada no final de 2001
de focar exclusivamente esta operação no consumidor final, terminando as vendas realizadas a outros
clientes e alinhando toda a organização no cumprimento da sua missão de negócio.
Feira Nova Vendas/m2
6
5,67
5,55
5,41
5
4
3
2
1
€'000
Esta alteração provocou inevitavelmente uma perda
significativa de vendas, que apresentaram um
decréscimo em termos anuais de 5,8%. A evolução do
segundo semestre, revelou-se já mais positiva, com as
vendas a caírem somente 4,6%, apesar do impacto de
uma menor performance do período de Natal, afectado
pela retracção acentuada do mercado nesta fase do
ano. Em termos gerais, verificou-se um bom
comportamento das médias-superfícies, mais uma vez
confirmando o potencial deste formato.
0
2000
2001
2002
A orientação da actividade de venda para o cliente final
permitiu, no entanto, importantes evoluções no desempenho comercial do negócio, que possibilitaram
recuperar do menor dinamismo de vendas.
Neste âmbito, procedeu-se à simplificação e clarificação dos diferentes processos comerciais de gestão do
negócio, orientando as equipas exclusivamente para o consumidor considerado estratégico para o
desenvolvimento do negócio. Esta orientação implicou a revisão total da estrutura de oferta ao
consumidor, durante a qual foram detectados e eliminados 110.000 artigos, em função da rentabilidade
pretendida para o negócio e das necessidades do cliente-alvo.
42
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
O processo de modularização de sortido, fruto desta simplificação, permitiu optimizar a gestão do parque
heterogéneo de Feira Nova, tornando possível gerir de forma eficaz e extremamente agressiva um
parque de lojas com áreas de vendas entre os 1.800 e os 10.000m2, adaptando cada uma ao mercado
onde se insere.
A eficiência assim introduzida no processo de aprovisionamento e venda terá a partir de 2003 impactos
muito significativos na performance de vendas desta operação.
Em resposta à crescente agressividade do mercado, foi também introduzida uma gama de 140 produtos
básicos de primeiro preço, e lançadas ou relançadas 97 referências de marca própria, cujo peso nas
vendas totais da companhia progrediu 0,8 p.p..
A pressão concorrencial reflectiu-se igualmente nos investimentos em comunicação, com reforço do
media Televisão, que suportaram a capacidade de Feira Nova de desenvolver campanhas promocionais
inovadoras ou de grande impacto, caracterizadoras do posicionamento da insígnia.
À semelhança das restantes operações de retalho do Grupo em Portugal, foi introduzido o net price nas
principais categorias para efeitos de gestão de margem, alteração que, em conjunto com o
desenvolvimento realizado em indicadores de gestão e rentabilidade de produto, que utilizam em pleno
as potencialidades dos sistemas de informação instalados, permitem uma gestão mais eficiente da
margem e a redução de custos operacionais.
Nesta matéria, o esforço realizado no controlo da quebra e dos custos operacionais de loja permitiu não
degradar a eficiência da operação, apesar da queda de vendas verificada.
A expansão física da insígnia Feira Nova em 2002 limitou-se à absorção de uma unidade Pingo Doce,
tendo no entanto sido concluída a construção do Hipermercado de Odivelas, integrado no Centro
Comercial Odivelas Parque, cuja abertura se mantém prevista para o início do segundo semestre de
2003. Nesta loja, ir-se-á proceder ao lançamento de um novo conceito de loja, privilegiando a
comunicação in-store e a agressividade promocional, evoluções que se adequam à missão do negócio e
ao posicionamento pretendido para a marca, bem como às características da região na qual a loja se vai
implantar.
Foi ainda relevante o esforço de remodelação e manutenção que culminou, no último quadrimestre do
ano, com a adjudicação do contrato geral de coordenação e execução de manutenção preventiva e
curativa de todo o parque de lojas da companhia.
Madeira
A actividade das operações de Pingo Doce e Recheio na região da Madeira foi condicionada pelo
abrandamento da actividade turística, facto que se verificou de forma continuada ao longo do ano.
Apesar da conjuntura, o parque de lojas de retalho e grosso no mercado aumentou, tendo-se verificado a
abertura de dois novos supermercados (entre eles um Pingo Doce) e um Cash&Carry.
Crescimento Like for Like das vendas
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
-2,00%
-4,00%
-6,00%
1º Q
2º Q
3º Q
4ºQ
As operações de Jerónimo Martins no mercado da
Madeira apresentaram um crescimento total de
1,4% e 1% em like for like. As dificuldades do
mercado turístico foram assim compensadas com a
introdução de componentes não alimentares no
sortido de lojas seleccionadas, permitindo um
significativo aumento da compra média no retalho.
Paralelamente a operação de grosso realizou um
esforço significativo na captura de quota de
mercado nos clientes retalhistas, o que lhe
permitiu também ultrapassar o menor dinamismo
do canal de hotelaria.
A abertura da nova unidade Pingo Doce no concelho de Câmara de Lobos foi acompanhada pelo
encerramento da unidade de S. Roque, cuja performance não atingia os mínimos exigidos pelo Grupo.
Este activo foi utilizado na reconversão da estrutura logística de toda a actividade do Grupo nesta região.
Esta reconversão, implicou o abandono de um armazém arrendado, o equipamento de um armazém de
raiz para perecíveis e de um outro para artigos slow movers no referido imóvel da loja de S. Roque. Com
43
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
esta acção, a operação atinge o padrão de qualidade exigido para o posicionamento das operações do
Grupo, bem como a escala necessária para suportar o seu crescimento sustentado de acordo com os
planos de médio prazo para este mercado.
A excelente performance no que se refere a quebra - uma redução de 34% face a 2001 - e custos
operacionais - que apresentaram uma redução de 5,1%, permitiu o reforço do cash flow e de resultado
operacional desta operação.
GROSSO PORTUGAL
Recheio cash & carry3
Da nossa missão…
“O nosso objectivo é responder a todas as necessidades dos clientes de retalho tradicional e do canal
horeca. Damos aos nossos clientes “value for money” e por isso acreditamos em relações de longo prazo,
oferecendo a cada segmento o valor mais adequado às suas necessidades. Os nossos colaboradores, a
sua motivação, competência e dedicação são o melhor instrumento de construção daquelas relações, seja
com clientes seja com fornecedores. O foco de todos no cliente e na eficiência da empresa são a melhor
garantia de rentabilidade e retorno ao investimento dos nossos accionistas.”
Crescimento Like for Like das vendas
3,36%
4,00%
3,00%
0,89%
2,00%
1,00%
0,00%
-1,00%
-2,00%
-1,30%
2000
2001
2002
Em 2002 o Recheio atingiu um volume de vendas de
568,3 milhões de euros, o que representa um
crescimento de 4,8% face a 2001. De referir que esta
evolução (26,3 milhões de euros) foi alcançada quase
exclusivamente no mesmo parque de lojas, o que
significou um aumento substancial da compra média dos
clientes do Recheio. Com esta performance, o Recheio
apresentou um aumento de 0.8 pp de quota de mercado
e um crescimento 4 vezes superior ao do mercado4
Relativamente à evolução de vendas torna-se no entanto necessário analisar a contribuição específica de
cada um dos canais de negócio.
O canal de retalho, registou um crescimento de 2,2% face a 2001, evolução que superou as expectativas
iniciais, em particular na zona centro do país, embora todas as zonas de vendas apresentassem
crescimentos durante o ano.
O canal de indústria hoteleira, servido pelas lojas Recheio (excluindo portanto a plataforma de Food
Service) alcançou um crescimento de 6,9% face a 2001. Para este valor contribuíram positivamente as
Áreas Sul (+12,8%) e Centro (+7,0%) sendo que a Área Norte registou um decréscimo de 2,7%. O
reforço da força de vendas, uma aposta num sortido e serviço mais adequados às necessidades deste
segmento e o aumento da capacidade de distribuição de mercadorias têm contribuído positivamente para
a fidelização dos clientes e para o consequente crescimento de negócios neste canal.
O lançamento da primeira plataforma de Food Service Masterchef em Janeiro de 2002 na cidade do
Porto, com a constituição da respectiva unidade de negócio no Recheio, constituiu um dos principais
marcos do ano. Com este novo conceito de negócio, o Recheio Cash & Carry dá mais um importante
passo no seu posicionamento junto da indústria hoteleira enquanto principal opção de fornecimento para
este segmento.
O conceito de plataforma envolve a oferta de full service - tudo o que o cliente necessita, numa só
encomenda, com uma só entrega, no momento certo - a partir de uma operação comercial e logística
3
Consolidado das seguintes Companhias: JL Pereira- Recheio Cash & Carry, Imocash, Larantigo, Noredis, A Soares
Mendes, JPS- Gestora de Imóveis e Bivol
4
De acordo com as estimativas da companhia (calculadas a partir da extrapolação de dados Nielsen).
44
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
autónoma. As plataformas caracterizam-se, assim, por cobrir todo o processo de compra, desde a
encomenda até à entrega.
Os resultados obtidos na plataforma do Porto permitiram já comprovar o potencial do negócio de Food
Service MasterChef, devendo constituir uma ferramenta fundamental para alcançar a liderança do canal
de indústria hoteleira.
Este trabalho exigiu a reforma da estrutura de vendas para a Indústria Hoteleira, seja pela melhoria e
aumento dos recursos, seja pela redefinição de políticas e sistemas de trabalho ao nível dos objectivos e
remuneração.
O crescimento do negócio levou ainda ao reforço da frota de distribuição em 40%, sendo de salientar ter
este reforço sido feito com um aumento de apenas 4% no respectivo custo. Estas alterações verificaramse nos dois últimos meses do ano, pelo que, os seus efeitos práticos incidirão principalmente em 2003.
A performance de vendas alcançada nos diversos canais foi ainda suportada por um programa coerente
de iniciativas nas áreas comerciais e operacionais, das quais se destacam o reforço da política de
shopping que abarcou os concorrentes nacionais e locais, o reforço da agressividade da estratégia de
EDLP (Every Day Low Price), procurando proporcionar maior competitividade aos clientes e a gestão
sistemática das rupturas, como meio de não perder vendas e aumentar a satisfação e fidelidade dos
clientes.
A manutenção de uma política de poupança racional a todos os níveis, permitiu manter os custos
operacionais controlados e contribuiu para o aumento da competitividade via redução das margens
praticadas.
Não tendo ocorrido a abertura de qualquer loja à excepção da plataforma de food service, o ano foi
contudo marcado pelos investimentos na loja de Leiria, cuja abertura se deu já no início do ano de 2003.
Custos Operacionais (% de vendas)
9,00%
8,81%
8,50%
8,00%
7,79%
7,50%
7,37%
7,00%
Com a melhoria da eficiência operacional, quer ao
nível de loja quer ao nível central, o Recheio
conseguiu continuar com sucesso a sua estratégia
de elevada agressividade, tendo investido em
margem cerca de 0,4pp, e em simultâneo pôde
ultrapassar o cumprimento dos objectivos de cash
flow operacional (EBITDA), o qual atingiu o valor
de 6,5% das vendas.
6,50%
2000
2001
2002
Também ao nível do Working Capital se verificou
uma melhoria significativa, tendo este apresentado em 2002 uma redução de cerca de 8,7 milhões de
euros face a 2001. A melhoria ao nível da gestão do Working Capital, juntamente com a concretização do
programa de “alienação de activos não operacionais”, dos quais resultou em 2002 uma receita líquida na
ordem dos 17 milhões de euros, e ainda o reforço dos Capitais Próprios em cerca de 10 milhões de euros,
reflectiu-se positivamente sobre os níveis de liquidez do Recheio Cash&Carry, que viu o seu
endividamento diminuir em cerca de 67 milhões de euros quando comparado com o final do ano anterior.
RETALHO POLÓNIA
Biedronka
Da nossa missão…
“Biedronka é a cadeia de lojas alimentares que oferece um sortido limitado de produtos cuidadosamente
seleccionados com grande qualidade, para as necessidades diárias, sempre a um preço baixo, todos os
dias, focado na satisfação dos seus clientes. Todos os nossos colaboradores devem garantir que a
companhia opera com grande eficiência e custos baixos”.
A Biedronka encerrou o ano de 2002 com 638 lojas, distribuídas por todo o mercado Polaco. No
cumprimento da sua missão, a cadeia pretende proporcionar a melhor solução para as necessidades
alimentares diárias de toda a população polaca, numa relação caracterizada pela confiança no Preço e na
Qualidade.
45
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Esta confiança assenta numa política rigorosa de Controlo de Qualidade que se encontra desenvolvida a
montante e a jusante, em particular na selecção e no controlo dos fornecedores e dos produtos de marca
exclusiva.
A Biedronka é também uma operação focada no crescimento contínuo e sustentado, tendo apresentado
um aumento de 20,8% das vendas totais e de 17,1% no mesmo parque de lojas (like for like). Este
crescimento permitiu reforçar a sua liderança no mercado alimentar Polaco, e levou a uma melhoria
contínua da eficiência em todas as áreas do negócio, com a consequente redução de custos e aumento da
produtividade. Por outro lado, o fortalecimento da liderança na oferta do preço mais baixo permitiu ainda
oferecer aos clientes a confiança de comprarem qualidade a preço baixo todos os dias, tendo a Biedronka
registado um total de 245 milhões de clientes ao longo do ano.
PLN' 000
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
950
850
750
650
550
Vendas / FTE
Vendas / m2
Vendas - Biedronka
450
350
2000
2001
Vendas/m2
2002
Vendas/FTE
O incremento das vendas correspondeu à
conjugação do crescimento do aparelho físico
com o aumento contínuo da densidade de
vendas, fruto do aumento de tráfego e visitas
às lojas em 22,3%. A expansão do aparelho
físico cifrou-se em 20 novas lojas, com
destaque para a abertura, em Dezembro, da
primeira loja do novo conceito Biedronka,
desenvolvido durante 2001 e início de 2002. O
esforço de crescimento foi completado com a
remodelação de 58 lojas do parque existente.
A performance de vendas foi ainda resultado de um esforço concertado na procura do aumento de
satisfação dos clientes, com destaque para a racionalização e optimização do sortido e o fortalecimento
da liderança em preço sobre todo o mercado, liderança que forçou a uma deflação dos preços da
operação de cerca de 5,6% ao longo do ano.
No trabalho realizado no sortido, destacou-se a evolução da marca exclusiva com o lançamento de 180
novos produtos e o relançamento de outros 280, que corresponderam a uma aposta muito forte de
desenvolvimento do packaging da embalagem de transporte como elemento diferenciador, melhorando o
merchandising e aumentando a eficiência na reposição.
Foi igualmente realizado o desenvolvimento das categorias de perecíveis, nomeadamente frutas e
vegetais, lacticínios, charcutaria e frango e fortalecido o conceito de In&Out nos produtos não
alimentares. Nestas áreas revelou-se fundamental o contributo do programa de procurement conjunto
com o departamento de Sourcing do Grupo em Portugal.
Marca Exclusiva 2001
Marca Exclusiva 2000
4 ,5%
Marca Exclusiva 2002
11,0 %
2 5,8 %
12 ,8 %
4 2 ,8 %
53 ,9 %
3 3 ,3 %
4 6 ,2 %
6 9 ,7%
M arca E xclus iva
M arcas de Indús tria
Outros
M arca E xclus iva
M arcas de Indús tria
Outros
M arca E xclus iva
M arcas de Indús tria
Outros
A liderança de preço foi possível pelos progressos realizados ao nível da eficiência e produtividade em
todas as áreas da operação. Assim, a melhoria de operação nas lojas permitiu a significativa redução dos
custos operacionais. A optimização dos fluxos e processos logísticos permitiram ganhos assinaláveis de
eficiência nesta área crítica da operação e finalmente o
C ustos d as L o jas (% v en d as)
desenvolvimento dos sistemas de informação e a
racionalização das estruturas permitiram ganhos de
8,2%
10,0%
eficiência notáveis ao nível do headoffice, mantendo em
7,6%
6,2%
simultâneo o controlo de um negócio em grande
8 ,0%
crescimento.
6 ,0%
4 ,0%
2 ,0%
0 ,0%
2 000
2001
2002
Também na operação de loja todas as acções realizadas
visaram melhorar a eficiência e aumentar a produtividade
com o intuito de melhor servir os clientes. Neste sentido
foi estabilizado o sortido e redefinido o novo layout
46
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
standard nas lojas e introduzidos processos semi-automatizados de reaprovisionamento.
Em consequência, os custos operacionais de loja apenas cresceram 2,1% - apesar do crescimento de
17,1% nas vendas -, tendo a produtividade (medida por vendas por empregado) aumentado em 11,2%.
O trabalho realizado ao nível dos sistemas de informação foi totalmente orientado para o suporte à
optimização dos processos do negócio, à melhoria dos sistemas de comunicação e à construção de
instrumentos de informação necessária à tomada de decisão, em paralelo, aliás, com idêntico
desenvolvimento ocorrido na operação de retalho do Grupo em Portugal.
A implementação do sistema WMS SAP em todos os centros de distribuição e a melhoria do sistema do
front office de loja, agora online com o sistema de back office, permitiram implementar o novo processo
de reaprovisionamento da loja, constituindo os pilares de actuação nesta área.
Finalmente e em consonância com Portugal, foi concluída a implementação do Disaster Recovery Plan,
permitindo ter a operação a coberto de qualquer risco de bloqueamento de sistemas.
Foram por isso adaptados todos os layouts dos centros de distribuição, optimizando os circuitos de
trabalho, renovada a frota logística dotando-a dos standards necessários à operação comum de artigos
ambiente, perecíveis e congelados, e implementado um novo sistema de gestão de rota que permitiu a
optimização final de todo o processo.
Com estas iniciativas, foi possível ainda reduzir substancialmente os leadtimes de entrega às lojas,
aumentando em simultâneo a sua pontualidade. Graças à maior eficiência conseguida, os custos de
transporte e logística registaram um aumento de 17,2%, contra uma progressão de volumes
transportados de 40,4%.
Todas as alterações introduzidas exigiram um particular esforço na área de recursos humanos da
operação. O redimensionamento da estrutura central, a preparação e criação das estruturas regionais em
que se baseia o modelo de funcionamento de Biedronka, o fortalecimento da política de management
development e career planning em articulação com as exigências das políticas da Holding do Grupo e a
implementação de um novo sistema de bónus nas áreas comercial e de operações de loja constituíram as
actividades que fundamentaram o sucesso obtido e permitiram preparar a operação para o futuro.
EBITDA Biedronka
PLN' 000
% vendas
150.000
4,0%
3,0%
100.000
2,0%
50.000
1,0%
0,0%
0
2000
2001
2002
-50.000
-1,0%
-2,0%
-3,0%
-100.000
EBITDA
Margem EBITDA
Fruto do sucesso obtido nas medidas orientadas para os
ganhos de eficiência e produtividade, o EBITDA da
companhia cresceu 32,7%, face ao ano anterior.
Prosseguiu também a política de racionalização de
stocks iniciada no ano anterior, e estritamente ligada às
actividades de optimização de sortido e às alterações
nos sistemas e métodos de reaprovisionamento nas
lojas e centros de distribuição. O nível de stocks baixou
3,3 dias comparativamente com o ano anterior o que,
aliado ao efeito conjugado das restantes rubricas, levou
à melhoria do Working Capital médio em 12,1 dias de
vendas.
As melhorias verificadas a nível operacional (Working Capital e EBITDA) permitiram gerar fundos que se
consubstanciaram no envio de cerca de 53 milhões de euros para reembolso aos accionistas.
Ð OUTROS NEGÓCIOS
INDÚSTRIA ALIMENTAR
Fima
A FIMA VG registou um decréscimo de cerca de 2% das vendas , retirado o efeito da venda do negócio do
Bakery, atingindo os 248 milhões de euros de vendas totais. O mercado doméstico apresentou, no
entanto, um crescimento de 1% o que confirmou as apostas estratégicas em termos de portfolio de
produtos.
47
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
O comportamento das vendas totais da companhia, foi fortemente influenciada por condicionantes
externas. Por um lado, as dificuldades em dois dos seus tradicionais mercados de exportação de Azeite Brasil e Venezuela - onde se registou um decréscimo de vendas de 36,7% relativamente ao ano anterior
resultante do cancelamento de contratos de exportação (que serão retomados em 2003) e por outro as
condições climatéricas anómalas durante o verão que provocaram uma contracção no mercado de
refrigerantes pela primeira vez em 10 anos, com naturais reflexos na performance de Lipton Ice Tea,
cujas vendas caíram 9,6% em volume e 14% em valor. A marca consolidou no entanto a sua quota valor
nos 9,6% impondo-se uma vez mais como a segunda marca (após Coca-Cola) no mercado de
refrigerantes.
Não obstante as condicionantes referidas e a quase estagnação dos níveis de consumo privado, a
performance das marcas Gallo (no mercado interno), Calvé e Becel, sustentaram a performance da
companhia.
Em Cremes para Barrar, Becel, impulsionada pela sua variedade Pro-Active conseguiu um impressionante
crescimento de 13,7% em valor confirmando o seu estatuto de destacada primeira marca do mercado a 8
pontos de quota do segundo.
Em Azeites, a marca Gallo consolidou a sua quota no dinâmico segmento de Extra-Virgens e a Fima
fechou o ano com a liderança de todos os seus sub-segmentos nas diversas graduações.
A marca Calvé, uma aposta no mercado crescente dos molhos e condimentos, consolidou a liderança
vendo consagrada a sua determinação numa inovação sustentada, com um crescimento de vendas que
atingiu 14,7% em valor.
Finalmente a aposta da Fima no negócio de Food Service traduziu-se numa impressionante subida de
vendas (15,8%) acompanhada de uma subida de 57,7% da sua rentabilidade. Esta performance
beneficiou já das sinergias operacionais criadas com a aquisição da BestFoods pela Unilever.
Por decisão dos seus accionistas, a Fima alienou em Abril de 2002 o negócio de bakery com a venda da
Promalte e da Panduave à CSM, com um encaixe de cerca de 30 milhões de Euros.
Na área industrial, a unidade de Victor Guedes em Abrantes obteve a certificação pela Norma ISO
9001/2000 e 14001, tendo a FIMA obtido o Award TPM (Total Productive Maintenance) Nível 1, concedido
pelo respectivo organismo internacional de certificação (Japanese Institute of Plan Maintenance). A par
da IGLO, outra participada de Jerónimo Martins, a FIMA constitui a primeira empresa Portuguesa a
receber tal distinção.
Em 2002 registou-se uma redução de 47% dos investimentos da companhia resultado de uma política de
maior foco e utilização mais eficiente dos activos. Do valor total (€2.2m), €1.2m foi investido no reforço
dos activos na área industrial e o restante destinou-se essencialmente a melhorar os nossos
equipamentos nas áreas de distribuição e informática.
A eficiência de custos ressentiu-se em particular pelo decréscimo no valor total das vendas da empresa,
apesar dos esforços de racionalização empreendidos, nomeadamente na área de pessoal.
É ainda de destacar que a Fima conseguiu, em 2002, reduzir o Working Capital em 13 dias de vendas na
sequência de um esforço de racionalização que incidiu essencialmente na redução de stocks (-6 dias de
vendas) e de clientes (-16 dias de vendas).
Lever Elida
As vendas totais da LeverElida atingiram os 248 milhões de euros tendo decrescido 7% em relação ao
ano anterior essencialmente devido à alienação da Diversey (retirando o efeito da alienação as vendas
decresceram 1,2%) e ao fortíssimo ataque à sua área chave de Detergentes para roupa, quer ao nível
dos preços quer ao nível da actividade promocional.
A companhia focou-se essencialmente na defesa intransigente das suas quotas de mercado, o que
conseguiu com assinalável êxito, nomeadamente na sua marca principal SKIP que detém 50,5% (quota
valor).
O crescimento rentável continuou a ser a palavra chave para as áreas do Personel Care (9,2% de
crescimento relativamente a 2001) e outras categorias de limpeza caseira (excluindo detergente roupa)
que cresceram 3,2%.
48
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Em 2002 prosseguiu portanto a estratégia de focagem nas áreas chave da companhia, onde se
centraram todos os esforços de suporte e inovação- SKIP, COMFORT E SUN na higiene doméstica, AXE,
DOVE, REXONA E ORGANICS na higiene pessoal.
Estas áreas apresentaram um crescimento superior a 30%, o que se traduziu no reforço da posição de
dominância em valor nos mercados chave de higiene caseira e pessoal. Na verdade, para além do SKIP,
são de salientar os progressos das quotas de mercado de Dove - Champô que ultrapassou os 5% nos
últimos meses do ano, e a progressão contínua em Dove Deo e Gel de banho proporcionando um
crescimento de 53,4%. Rexona cresceu 70% e atingiu uma quota de duplo dígito, que contribui
fortemente para o avanço de 0,8p.p. no mercado de Desodorizantes onde foi reforçada a posição
dominante para 47,5%. As inovações em Cif, fomentaram um crescimento de 10% e ganhos de quota
neste mercado (representando 18.4% do mercado, +0,6p.p.). No mercado de Gel de Banho e Sabonetes,
o lançamento de Axe Gel de Banho permitiu um reforço da nossa liderança para 33.7% (+0,6p.p.), 35%
no último bimestre.
O crescimento referido baseou-se em grande medida no impressionante ritmo de introdução de
inovações no mercado (19 iniciativas chave), nomeadamente na área de higiene pessoal. De salientar o
sucesso que a entrada de Dove no mercado do tratamento dos cabelos conseguiu alcançar, bem como a
introdução do primeiro desodorizante anti-transpirante para homem sob a marca REXONA for Men.
Também pela mão de SKIP, foram lançados novos conceitos ,tais como o primeiro detergente em pó para
roupa escura (SKIP BLACK VELVET PÓ). Finalmente é de referir ainda o lançamento do conceito inovador
no mercado dos lava-tudo, que constituiu o CIF Líquido Activo com Lixívia.
A fábrica de Sacavém confirmou uma vez mais constituir uma peça fundamental na estratégia de sucesso
da companhia, quer pelo excelente desempenho ao nível dos custos fabris onde se registou uma redução
dos Custos Fixos Operacionais de 1,2%, quer pela flexibilidade e capacidade de reacção rápida que
confere, face a um mercado muito dinâmico e agressivo.
A nova tecnologia de fabrico de detergentes sem fosfatos arrancou em Março de 2002, tendo sido
superados todos os objectivos estabelecidos. Excelentes progressos na área de TPM fabril foram também
registadas com benefícios significativos, na redução de paragem de linhas de produção para mudança de
produto de 5 para 1 hora, e no aumento da velocidade das linhas em 20%. De salientar que, Sacavém é
a primeira indústria com Sistema Integrado de Gestão (SIG) certificado para o Ambiente, Qualidade e
Segurança.
A melhoria verificada ao nível da margem (0,5 p.p.) contribuiu para a manutenção da rentabilidade
operacional em percentagem das vendas relativamente ao ano anterior.
Importa ainda realçar que os esforços de racionalização da Lever se traduziram numa redução do
Working Capital em 20 dias de vendas (sendo que o esforço e a melhoria se concentraram ao nível dos
stocks- 9%).
Iglo Olá
2002 foi um ano de performance mista para a IgloOlá tendo as vendas totais atingido os 152 milhões de
euros.
Se por um lado as categorias posicionadas nos sectores In-Home, como os Ultracongelados e as
Sobremesas Geladas, cumpriram os seus objectivos de crescimento, já as gamas vendidas em Out-ofHome, principalmente os Gelados de Impulso, sofreram as consequências dum Verão muito instável e
menos convidativo ao consumo ao ar livre do que é habitual.
Como resultado, e uma vez que a categoria de gelados Impulso tem um peso muito significativo nas
vendas, verificou-se um decréscimo de 0,5% em relação a 2001 nas vendas totais.
No negócio de Gelados, com um volume de 25 milhões de litros a Companhia decresceu 4,4%
relativamente à excelente performance que tinha tido no ano anterior, enquanto que em Ultracongelados
as vendas apresentaram um crescimento sustentado de 5,4%.
Apesar do ano difícil para as categorias out-of-home, é de salientar a performance de algumas das mais
recentes iniciativas da Olá nesta área, como é o caso do Cornetto Soft, o novo conceito de “Soft Ice”
desta marca, que fruto do grande investimento na expansão da distribuição quase triplicou vendas em
2002. Igualmente de sucesso foi a operação de venda de gelados em Centros Comerciais, que
apresentou um crescimento total de 35% e um crescimento orgânico de 23%. O lançamento de novos
produtos e a inovação dos canais de vendas estiveram na base da construção de tais sucessos
confirmando a importância destes factores no êxito do negócio.
49
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Na gama de Gelados In-Home todo o investimento se encontra focado na marca Carte d’Or, cuja
inovação e alargamento da oferta – em particular o lançamento do Carte d’Or Fruit Yoghurt – resultou
num crescimento de 14%.
Já em Ultracongelados Vegetais, com o mercado a decrescer 1,8%, a Iglo ganhou 2% de quota atingindo
os 37,8% em valor, nível máximo dos últimos 3 anos, e que consolidou a sua liderança.
Ainda em ultracongelados, efectuou-se em 2002 o relançamento da marca Capitão Iglo. O sucesso desta
iniciativa traduziu-se no crescimento de 15,1% em valor, no total da gama, com a consolidação da
liderança em Douradinhos e a entrada no segmento de Frango ocupou de imediato a 3ª posição.
Mais uma vez, a performance da fábrica de St. Iria contribuiu positivamente para o resultado financeiro
da companhia.
Graças aos ganhos de eficiência operacional resultantes da implementação do programa Total Productive
Maintenance, focado em particular na eliminação das perdas no processo produtivo, a fábrica obteve o
prémio Excelência de TPM, atribuído pelo Japan Institute of Plant Maintenance.
Entre outros indicadores, a área industrial reduziu os custos indirectos na ordem dos 0,4 milhões de
Euros, reforçando a sua competitividade no seio do network industrial europeu da Unilever.
Também neste ano, a fábrica de St. Iria obteve a certificação ISO 14001, na área do Ambiente,
reforçando a actuação da companhia na área de preservação e defesa ambiental.
Em consequência da performance das vendas e apesar do controlo de custos operacionais implementado,
os resultados de Iglo espelharam o ano difícil para o negócio tendo a rentabilidade operacional
apresentado uma descida de 4 p.p. das vendas.
Importa, no entanto, realçar a redução significativa ao nível do Working Capital (-11 dias de vendas)
fruto de um esforço de racionalização por parte da empresa.
JMD
A Jerónimo Martins Distribuição teve um ano francamente positivo, fruto do bom desempenho do seu
negócio tradicional e do sucesso de diferentes iniciativas que sustentam o seu programa estratégico de
diversificação de negócio.
De facto, o crescimento atingido no negócio de distribuidor exclusivo (+4,9%), o excelente ano da cadeia
Hussel (progressão de vendas de 20%) e a preparação e lançamento do primeiro teste de um novo
negócio – a primeira loja de cafés Jeronymo – que se espera venha a constituir uma importante alavanca
de crescimento no futuro, contribuíram para uma dinâmica em contra ciclo com a generalidade do
mercado.
A performance do negócio de distribuidor exclusivo foi naturalmente sustentada pelo forte crescimento do
negócio alimentar (+6,9%), num ano em que a divisão de cosmética sofreu mais com a conjuntura
económica.
Assim, na vertente alimentar, praticamente todas as marcas representadas tiveram prestações positivas.
Destaques para a Kellogg´s, que cresceu 11%, para a Idal/Heinz, com um crescimento de 7,9%,
validando a aposta que foi feita nos produtos de maior valor acrescentado, e a conquista de quota de
mercado da marca Kit Kat (Nestlé) num ano em que o segundo semestre foi muito difícil para os snacks
de chocolate.
Por outro lado as representadas mais recentes confirmaram as expectativas criadas nos respectivos
business plan, dando também um contributo significativo para a boa performance do ano. De entre estas
importa destacar os significativos crescimentos da
Vendas Liquídas JMD
Storck (+38,5%) , da VanMelle (+19,3%) e da Bahlsen
€'000
(+6,8%).
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2000
DPC
2001
Cosmética
2002
Caterplus
Na actividade da cosmética, a característica mais
marcante do ano foi a clara retracção do mercado, em
particular no segundo semestre. Apesar disso, este
constituiu o melhor período para esta actividade, fruto
do desempenho do mais recente lançamento da Calvin
Klein, e da melhoria de performance das restantes
representadas da Unilever cosmetics (Valentino ,
Cerrutti e Nautica) que depois de um arranque algo
50
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
lento deram, no ultimo trimestre do ano, indicações positivas quanto ao seu potencial no mercado
português.
O lançamento da primeira loja de cafés Jeronymo na galeria comercial do Hipermercado Feira Nova em
Sintra corresponde a um projecto em que se depositam expectativas para a estratégia de diversificação
de JMD, após o período de testes piloto, a realizar no decorrer do primeiro semestre de 2003.
As opções a nível de estratégia comercial tiveram impacto no mix de vendas que se traduziu numa
melhoria de margem de 0,7 p.p..
A cadeia de lojas de chocolates Hussel, por seu lado,
teve um excelente ano 2002, com um crescimento de
20% e vendas que alcançaram os 3,5 milhões de euros.
No mesmo parque de lojas a progressão de vendas foi
igualmente notável - +8,9% - fruto de uma estratégia
comercial ao nível do sortido e do merchandising, que
desafiou a evolução da conjuntura económica e venceu
o desafio de ultrapassar a sazonalidade natural do
negócio de chocolates.
A cadeia, constituída por 14 lojas no final de 2002, abriu
duas novas unidades, Oeiras Parque e Forum Almada,
ambas com assinalável sucesso.
Hussel
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
9,0
8,8
8,6
8,4
8,2
8,0
7,8
7,6
2000
2001
Vendas
2002
Vendas/m2
Nesta actividade, o desafio imediato continua a ser a
existência de uma loja Hussel em todos os centros comerciais de sucesso do País.
51
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
IV.4. DESINVESTIMENTOS
O ano de 2002 ficou marcado pela conclusão de diversas alienações, efectuadas no quadro das medidas
de reestruturação anunciadas em 2001 atendendo aos objectivos que o Grupo se tinha proposto atingir:
1. Foco no negócio de distribuição alimentar e nos negócios com maior capacidade de criação de
valor no curto prazo;
2. Redução da dívida consolidada para um montante inferior a mil milhões de euros (Dívida/Cash
flow Operacional = 3)
Estas operações foram suportadas por profundas análises internas dos vários cenários possíveis, face à
actual conjuntura macro-económica, e das diferentes alternativas estratégicas e respectivo impacto no
equilíbrio do Balanço e no potencial de crescimento e diversificação da carteira de negócios de Jerónimo
Martins, sempre com a perspectiva de criar valor para os seus accionistas.
Os acordos estabelecidos constituíram o culminar de processos competitivos de negociação, considerando
as diferentes ofertas apresentadas para cada negócio.
Nas alienações com maior impacto, o Grupo foi apoiado pela área de M&A do Deutsche Bank em todas as
fases do processo de desinvestimento: análise das opções estratégicas, preparação de informação e
negociação com os diferentes interessados.
Assim, e tendo em conta a cronologia dos diferentes acordos de alienação:
Em 12 de Março, foi vendida, à Sports Soccer, Ltd, a participação de 100% na Lillywhites, Ltd, empresa a
operar um parque de 10 lojas de retalho especializado em desporto e lazer no Reino Unido,.
No dia 20 de Março foi concluída a alienação das participações nas empresas Vidago, Melgaço e Pedras
Salgadas, SA e VMPS – Engarrafamento e Distribuição de Bebidas, SA, ao Grupo Unicer, autorizada que
foi pelo Sr. Secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, a operação de concentração
subjacente.
Em Maio a LeverElida e a FimaVG, venderam os seus negócios de higiene e limpeza industrial
(DiverseyLever – Sistemas de Higiene e Limpeza, SA) e de panificação e pastelaria (que incluia a
participação de 100% nas empresas Panduave – Panificação Ultracongelada, SA e Promalte Arkady
Panificação e Pastelaria, SA), respectivamente, à Johnson Professional – Produtos Químicos, Lda e à CSM
NV.
No último dia de Junho, celebrou-se o acordo de alienação da rede de supermercados Sé (Jerónimo
Martins Distribuição Brasil, Ltda) à Companhia Brasileira de Distribuição – Grupo Pão de Açucar.
Em 26 de Agosto foi assinado um acordo de princípios com vista à alienação dos 5 hipermercados Jumbo
na Polónia à Ahold Polska Sp. zo.o. A operação foi concluída em 31 de Outubro, após obtenção das
necessárias aprovações das Autoridades da Concorrência e do Ministério do Interior polaco.
No dia 6 de Novembro foi revogado o acordo de parceria celebrado em 1999 com o Grupo Martins, na
sequência da alienação da empresa JM&M Atacado, Ldta a um operador brasileiro. Com a venda desta
participação, o Grupo deixa de ter qualquer investimento no Brasil.
Já em Fevereiro, foi vendida a participação na cadeia de cash & carry polaca Eurocash, numa operação
de Management buy-out, a um grupo de antigos e actuais colaboradores desta empresa.
Com esta alienação, a Jerónimo Martins deu por concluído o seu plano de desinvestimentos que, no total,
permitiu um encaixe de 380 milhões de euros (excluindo o valor a receber relativamente ao Eurocash)
integralmente utilizado na redução da sua dívida financeira.
O portfolio de Jerónimo Martins passou assim, a incluir em exclusivo negócios de contribuição operacional
positiva e, simultaneamente, com potencial de crescimento, com particular ênfase para a Polónia.
52
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Negócios Alienados
€’000 000
Negócios Alienados- Contribuição para o consolidado 2002
€’000
53
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
IV.5 POLÍTICAS E ÁREAS FUNCIONAIS DO GRUPO
Ð DESENVOLVIMENTO e ESTRATÉGIA
No ano de 2002, a actividade de Desenvolvimento e Estratégia concentrou-se na implementação dos
programas que suportavam a agenda estratégica da Holding do Grupo, definida no plano de médio prazo
para o período de 2002 a 2004. Esta implementação teve como prioridade garantir consistência global
das diversas iniciativas em torno da visão estratégica definida para Jerónimo Martins.
Na mesma linha, foi assegurada a preparação e desenvolvimento do novo processo de planeamento de
médio prazo com os diversos negócios do Grupo para o período de 2003 a 2005, do qual resultaram os
respectivos Planos Estratégicos e Scorecards agora em vigor para os diferentes negócios e áreas
funcionais.
Foi igualmente assegurado o suporte aos processos de reposicionamento estratégico que decorreram nas
operações em Portugal, bem como às diversas iniciativas de desenvolvimento organizacional e de negócio
consideradas pertinentes.
No ano de 2003, constituem objectivos prioritários a consolidação do processo de planeamento de médio
prazo, com destaque para a introdução do conceito de EVA e da sua articulação com os Scorecards, e o
início da preparação do processo que deverá lançar as bases para a nova fase de desenvolvimento
estratégico do Grupo após 2004.
Ð OPERAÇÕES FINANCEIRAS
A política financeira desenvolvida pelo Grupo Jerónimo Martins durante o ano de 2002 foi fortemente
orientada para o cumprimento do compromisso assumido, no início do ano, perante accionistas e
investidores, de redução do nível de endividamento para valores abaixo de 1.000 milhões de euros.
Com vista á prossecução do objectivo proposto foram reforçadas as medidas já implementadas no final
do ano anterior, nomeadamente, as que respeitavam a uma rigorosa gestão do Working Capital,
principalmente na gestão de stocks, bem como a continuidade de uma política de forte contenção de
custos em todas as áreas de negócio.
Deste modo, (i) todos os ganhos resultantes da redução do Working Capital, (ii) a melhoria do cash flow
operacional e (iii) os encaixes realizados na sequência da alienação de alguns negócios do Grupo, foram
canalizados para a amortização da dívida consolidada.
Os investimentos realizados, tendo sido em níveis reduzidos, foram criteriosamente avaliados em termos
da sua efectiva criação de valor para o Grupo, tendo-se procurado as alternativas de financiamento
adequadas aos mesmos tanto em termos de prazo como em termos de custo.
Com a alienação dos negócios do Brasil e do Reino Unido, foram também liquidadas todas as coberturas
e responsabilidades financeiras nas moedas desses países, terminando o ano de 2002 com dívida
exclusivamente denominada nas moedas dos países onde o Grupo detém investimentos, i.e. em euros e
zloties.
Ð GESTÃO DE RISCO
A
POLÍTICA DE SEGUROS
Em 2002, o Grupo manteve a sua base de apólices de seguro, ainda que o processo de renovação do
programa de seguros decorresse num momento particularmente difícil para o mercado segurador, sendo
de salientar ter o agravamento nos prémios comerciais ficado aquém da média do mercado.
Foi igualmente decidido pela Administração, contratar uma apólice adicional, business guard, um seguro
de responsabilidade civil de administradores e directores, que visa proteger o Grupo de eventuais
incumprimentos de obrigações legais, regulamentares ou estatutárias, bem como falhas de gestão
cometidas por imprudência ou negligência, por omissão, por erro, por declaração inexacta e em geral,
todo o acto que faça incorrer em responsabilidade as pessoas seguras no exercício das respectivas
funções.
Dando cumprimento ao forte compromisso assumido pela Administração no programa de combate à
sinistralidade do Grupo, realizaram-se durante o ano de 2002, 16 auditorias de risco a outros tantos
locais de risco, 15 das quais no âmbito da Segurança, Higiene e Saúde no trabalho área na qual foram
realizadas 22 acções de formação.
54
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
A
GESTÃO DOS RISCOS FINANCEIROS
No contexto de grande incerteza que categoriza tipicamente os mercados financeiros o Grupo centrou a
sua actuação principalmente na gestão dos riscos de taxa de juro e cambial.
Risco de Taxa de Juro
Num ano em que as taxas se mantiveram em baixa, o Grupo pode beneficiar deste contexto,
especialmente na sua utilização de crédito de curto prazo, uma vez que decidiu manter esse plafond de
dívida completamente em regime de taxa variável. Já quanto à divida de médio/longo prazo, cuja
duration é muito reduzida, foi decidido manter a combinação de taxa fixa/taxa variável que já vinha do
ano anterior. O peso, das posições em taxa fixa no montante total de dívida de empréstimos
obrigacionistas, é de cerca de 30%. Os swaps de taxa de juro variável para fixa, têm uma taxa média
ponderada de 3.76%.
Risco Cambial
Com a alienação da Lillywhites, o Grupo eliminou imediata e totalmente a sua exposição ao risco da Libra
esterlina, convertendo as responsabilidades que tinha para Euros. O produto da venda foi integralmente
utilizado para anulação da divida denominada em libras que até então o Grupo mantinha, de acordo com
a política base de cobertura natural dos seus investimentos em moeda estrangeira.
No Brasil, foi contratado um conjunto de instrumentos derivados antecipando a alienação da cadeia de
supermercados Sé. Com respeito a este investimento, que estava a ser financiado parcialmente em
Dólares norte-americanos, foi igualmente encerrado o swap cambial Eur-Usd.
Na Polónia, o rápido processo de convergência das taxas de juro, levou a que o Grupo encetasse um
conjunto de medidas com o objectivo de adequar o custo da dívida a essa nova realidade. Assim, foi
possível transitar de uma taxa fixa de 10.78%, que até então era extremamente competitiva, para taxa
variável, actualmente próxima dos 6.50%, através da renegociação do swap cambial Eur-Pln. A operação
foi realizada a um câmbio bastante favorável, 3.985, especialmente do ponto de vista de médio/longo
prazo. Esta medida, permitiu ainda alongar o prazo de cobertura até 2007, em linha com a ambição
estratégica do Grupo de permanecer nesse espaço económico.
A GESTÃO DOS RISCOS DE CRÉDITO
Com vista à prossecução da política de risco de crédito destacam-se as seguintes medidas tomadas em
2002:
n
n
n
Negociação de um seguro de crédito que visa cobrir um percentual do crédito concedido a clientes;
Encaminhamento dos clientes para a Conta Recheio, a qual resulta de uma parceria entre o Grupo
BCP e o Recheio, e que assume parte do risco de crédito concedido a clientes através de crédito
bancário directo;
Reforço das estruturas de controlo de contas correntes de clientes, bem como centralização do nível
de decisão de concessão de crédito.
A GESTÃO DOS RISCOS DE LIQUIDEZ
A redução do nível de endividamento do Grupo foi efectuado principalmente na dívida de curto prazo
permitindo assim libertar plafonds de crédito bastante confortáveis com vista a fazer face a aumentos
pontuais nas necessidades de tesouraria
OUTROS RISCOS
No ano de 2002 o Grupo tomou ainda a decisão de rever a totalidade do seu sistema de fundos de
pensões, relativos às empresas Jeronimo Martins SGPS, SA, Jeronimo Martins Distribuição de Produtos de
Consumo, Lda e Jerónimo Martins Serviços, SA, , até aqui baseado no princípio de benefício definido.
Esta revisão pretende adequar as políticas nesta área às melhores práticas da industria, tendo em conta
também a evolução esperada nos regimes de segurança social. O trabalho conta com o apoio da empresa
55
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Watson and Wyatt, prevendo-se a sua conclusão e implementação no ano de 2003, com a passagem dos
referidos fundos de pensões para o regime de contribuição definida.
A
AVALIAÇÃO DO CONTROLO INTERNO
A avaliação do controlo interno é uma responsabilidade do Departamento de Auditoria Interna, cuja
actuação se encontra enquadrada na estratégia de Gestão de Risco.
Os trabalhos de auditoria interna realizados em 2002, visaram avaliar a qualidade dos controlos
existentes nas áreas críticas associadas aos riscos mais relevantes tal como definido no modelo de
Gestão de Risco, de forma a identificar as melhorias a introduzir nos processos para um controlo eficiente
dos efeitos desses riscos e da sua probabilidade de ocorrência.
A acção do Departamento de Auditoria Interna em 2002 desenvolveu-se sobre os seguintes processos
críticos, fonte dos riscos identificados como mais relevantes:
n
n
n
n
n
n
n
Vendas e reporte de caixa – Gestão de preços de venda, Controlo de crédito (actividade grossista) e
Gestão de promoções.
Logística e controlo de existências – Reaprovisionamento, Valorização, Gestão de monos e quebras.
Compras, sourcing e fornecedores – Encomenda, Recepções, Devoluções, Contas a pagar, Dados
mestre e Gestão de Contratos.
Gestão do negócio – Gestão de galerias comerciais, “Pingo Doce On Line” e Gestão de seguros.
Gestão de Recursos Humanos – Controlo de tempos.
Sistemas de Informação – Controlos gerais relativos a continuidade das operações, segurança de
informação e gestão de operações.
Gestão de Investimentos – Controlo de investimentos.
Ð PLANEAMENTO E CONTROLO
As actividades de Planeamento e Controlo mantêm-se centradas em três vectores fundamentais:
n
n
n
Monitorização do impacto dos Planos de Médio e Longo prazo das áreas de negócio no valor do
portfolio do Grupo.
Análise da performance das áreas de negócio identificando e explicando desvios em relação ao
orçamentado.
Controlo de Investimentos.
Em 2002, no quadro do plano de reestruturação de Jerónimo Martins, a área de Planeamento e Controlo
assumiu um papel fundamental no apoio às decisões de desinvestimento que se traduziram na venda de
alguns negócios, nomeadamente acompanhando passo a passo os diversos processos, em todas as suas
vertentes, em conjugação com o Deutsche Bank e realizando avaliações que permitiram balizar a
negociação de preços.
Paralelamente, procedeu-se ao aperfeiçoamento dos instrumentos de monitorização de performance das
áreas de negócio, tendo-se chegado ao fim do ano com uma ferramenta completa e integrada.
Foi ainda finalizada a revisão do Manual de Investimentos do Grupo Jerónimo Martins, tarefa que
envolveu os responsáveis financeiros das várias áreas de negócio.
Durante o ano de 2003 e tendo sempre por base o Orçamento e os Planos de Médio e Longo prazo das
Companhias, serão monitorizados os desempenhos obtidos e analisados os desvios observados. Com a
nova ferramenta de controlo, esta monitorização passará de trimestral a mensal e, sempre que os
desvios o justifiquem, avaliar-se-á a reformulação dos Planos, de forma a ter-se presente o valor (EVA –
Economic Value Added) criado e as áreas críticas de intervenção.
Por outro lado, sendo fundamental a manutenção de uma política de investimento, que, sem prejudicar a
expansão do Grupo, se mostre muito criteriosa relativamente aos projectos a aprovar, serão
implementadas importantes alterações ao Manual de Investimentos do Grupo Jerónimo Martins.
Finalmente, e com vista a uma maior eficiência de processos, continuar-se-á a trabalhar na integração de
métodos de trabalho entre as áreas funcionais da Holding e as companhias operacionais, através da
utilização de equipas conjuntas e da complementaridade das funções.
56
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð REPORTING E CONTABILIDADE
Após um longo processo de adaptação de sistemas informáticos, revisão de manuais de políticas e
procedimentos e de reporting, entendeu o Conselho de Administração em 2000 estarem reunidas as
condições para serem adoptadas pelo Grupo as normas internacionais de contabilidade (IAS Internacional Accountig Standards).
Apesar de estas normas ainda diferirem em algumas matérias face aos normativos que regulam as
práticas contabilísticas em Portugal, entendeu o Grupo ser importante prestar informação financeira que
se aproxime das práticas internacionais, que constituem não só melhor instrumento de gestão das
organizações, assim como, permitem a divulgação de informação mais relevante para o accionista e
restantes destinatários das demonstrações financeiras consolidadas.
Neste contexto, o ano de 2002 ficou marcado pela revisão do Manual de Políticas e Procedimentos
Contabilísticos, reformulando-se procedimentos de controlo, e reflectindo as mais recentes alterações
verificadas nas normas internacionais.
O ano de 2003 será um ano de grande aposta na qualidade da informação financeira, como instrumento
de credibilização nos mercados financeiros. Não obstante as grandes transformações que se avizinham
com a implementação de novas normas internacionais e com alterações aos normativos europeus, é
nossa convicção de que os obstáculos mais complexos foram já ultrapassados, perspectivando-se uma
compliance total com os IAS mesmo antes dos calendários definidos pela união europeia que prevêem
essa obrigatoriedade em 2005.
Assim, tendo presente a agenda do IASB (Internacional Accounting Standards Board) onde está prevista
a emissão e alteração de 7 standards em 2003, o Grupo Jerónimo Martins procederá à respectiva
implementação, reformulando os seus modelos de reporting, os comparativos de informação financeira e
procedimentos de controlo.
Ð SOURCING
Na área de Sourcing o estabelecimento de uma política comercial de grande transparência e rigor e o
início do processo de simplificação dos processos comerciais (com destaque para a gestão em net cost)
foram as actividades chave desenvolvidas em 2002 com os fornecedores de marcas da indústria.
Na área de produtos perecíveis, a gestão foi estruturalmente racionalizada, através da escolha criteriosa
de produtores com dimensão crítica e que assegurem a qualidade dos produtos. Esta qualidade será
mantida a jusante através de processos de centralização integral da função logística e comercial, que
foram implementados durante 2002 para todas as unidades operacionais.
As marcas próprias do Grupo Jerónimo Martins - consideradas áreas vitais de diferenciação competitiva foram alvo de um importante programa de lançamentos e de consolidação e racionalização do seu
abastecimento no âmbito do Grupo e dos seus Partners, o que permitiu a realização de importantes
reduções de custos a par da introdução de uma gama de produtos económicos Euroshopper, com uma
proposta de valor extremamente agressiva e adequada às necessidades do consumidor no actual
contexto económico.
Nesta área, destaque ainda para o arranque do programa de sinergias entre as operações polacas e
portuguesas do Grupo e com a estrutura europeia do sócio Ahold, que permitiu, já em 2002, quer a
realização de acordos à escala europeia que se traduziram numa receita de 1 milhão de Euros, quer o
desenvolvimento de fontes alternativas de abastecimento para produtos perecíveis.
IV.6. RESPONSABILIDADE SOCIAL
Ð RECURSOS HUMANOS
INTRODUÇÃO
“Uma organização geradora de Emprego”
O Grupo Jerónimo Martins acredita que o capital humano é o recurso mais valioso de qualquer negócio.
Acompanhando a evolução e o crescimento do mercado, todas as suas empresas procuram por isso atrair
os melhores profissionais das diferentes áreas, garantindo-lhes boas oportunidades de desenvolvimento
que contribuam para a realização pessoal e profissional de cada colaborador.
57
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ao empregar mais de trinta mil pessoas entre Portugal e Polónia, o Grupo é um agente de relevo na
criação de emprego e riqueza.
No ranking das empresas com maior número de colaboradores destaca-se o Pingo Doce com cerca de
9000 colaboradores.
O Grupo Jerónimo Martins é assim um importante contribuinte para a segurança social, com uma
contribuição que em 2002 atingiu, na área da Distribuição e da Indústria em Portugal, cerca de 36
milhões de euros.
Número de Colaboradores 31 de Dezembro de 2002
Holding
Distribuição Portugal
Distribuição Polónia
Industria e Serviços
Total
64
16.547
12.643
1.468
30.722
A POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS
Em actividades marcadamente comerciais como a distribuição alimentar e a indústria de grande
consumo, as pessoas e a sua qualidade constituem um factor competitivo de diferenciação fundamental,
contribuindo de forma definitiva para o sucesso do negócio.
Para atingir o objectivo estratégico de excelência e o desenvolvimento global da performance dos seus
negócios, o Grupo desenvolve uma política de recursos humanos que procura proporcionar um ambiente
de trabalho motivador e saudável, uma remuneração justa e boas oportunidades de desenvolvimento.
No seu conjunto estes factores deverão garantir não só a optimização do desempenho profissional mas
também a realização pessoal e profissional de cada um.
A igualdade de oportunidades, a qualificação das equipas, o respeito pela legislação laboral, o
desenvolvimento pessoal de todos os colaboradores e o diálogo e cooperação com os parceiros sindicais
relevantes constituem os princípios mais marcantes desta política.
O conjunto destes princípios reforça o sentido de prioridade dado por todas as empresas ao sucesso dos
seus colaboradores como pilar do sucesso colectivo.
Diversidade de Oportunidades
O Grupo Jerónimo Martins tem um papel de destaque na criação de emprego, nomeadamente na
oportunidade que faculta aos jovens de entrarem no mercado de trabalho, tendo sido preenchidos, no
ano de 2002, 3.500 novos postos de trabalho na área do retalho em Portugal.
O Grupo participou também no “Programa Contacto do ICEP, no programa de intercâmbio de estágios da
Associação Internacional de Estudantes de Economia – AIESEC e na cadeira de Seminário de Gestão da
Licenciatura de Gestão da Universidade Nova de Lisboa.
Em 2002 as empresas da área da Distribuição iniciaram ainda a implementação de um projecto global de
recursos humanos denominado Employment Branding, tendo por objectivo a criação de melhores
condições e mecanismos que permitam a retenção e fidelização dos colaboradores.
A ascensão profissional, transferências entre companhias da mesma área, movimentações laterais dentro
de cada empresa e a possibilidade de carreira internacional (no caso da Fima, Lever e Iglo/Olá) são
também acções activamente implementadas.
58
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Condições de trabalho
É objectivo do Grupo Jerónimo Martins, enquanto entidade empregadora, assegurar condições de
trabalho sãs e seguras para o universo dos seus colaboradores, adoptando medidas que protejam e
preservem o ambiente e estabelecendo um relacionamento estável pautado por elevados padrões éticos,
com os seus parceiros sociais e comerciais.
Nesta matéria foram desenvolvidas em 2002 em todas as empresas da área da distribuição acções de
formação envolvendo mais de 250 colaboradores com cargos de Chefia, Responsáveis de Recursos
Humanos e de Manutenção. Destas acções destacaram-se as que envolveram as seguintes matérias:
n
Cursos de formação de Segurança, Higiene e de Saúde no Trabalho e Combate a Incêndios.
n
Avaliações de riscos de exposição a agentes físicos como o ruído, a iluminância e o empoeiramento.
Formação e desenvolvimento profissional
As diversas empresas do Grupo estão conscientes da importância do factor humano, num mercado onde
o serviço e o atendimento personalizados são cada vez mais uma das chaves da satisfação dos
consumidores. Os planos de formação têm uma larga abrangência, incluindo formação on the job,
formação técnica especializada, informática, segurança e ambiente.
Na área industrial, o plano de formação no biénio de 2001/2002 envolveu mais de 17.500 horas de
formação, com acções que decorreram em Portugal e no estrangeiro, utilizando a network do partner
Unilever.
Na área da distribuição, destacam-se em 2002 um conjunto de acções de formação com particular
impacto na motivação e qualidade dos colaboradores do Grupo:
“Feira Nova - Cliente Satisfeito Futuro Garantido” – Um programa de formação de âmbito nacional que
visa, sobretudo, o atendimento ao cliente nas lojas Feira Nova, contribuindo como factor de motivação
dos seus colaboradores. Nas diversas acções de formação realizadas ao longo do ano, o Feira Nova
investiu cerca de 2.040 horas.
“Pingo Doce – Profissionais cada vez mais Qualificados” – Uma iniciativa que aposta no desenvolvimento
qualificado dos colaboradores, quer a nível pessoal, quer de equipas. Foram realizadas acções de
formação em áreas específicas como Padaria, Pastelaria e Gerência de Loja. No total, o Pingo Doce
realizou cerca de 3.790 horas de formação.
“Recheio – Desenvolvimento Personalizado” – Um programa que visa identificar os colaboradores com
maior potencial, apostando no seu desenvolvimento através de acções personalizadas e de estágios, com
vista à formação de novas chefias em diversas áreas operacionais.
O Grupo encara também a formação do seu management como um investimento imprescindível para o
seu sucesso e crescimento.
Em 2002, Jerónimo Martins apostou no reforço da sua valorização utilizando o seu programa de PDP Plano de Desenvolvimento Pessoal, que lhe permite identificar com rigor as reais necessidades de
formação e desenvolvimento na organização.
Prosseguiram também as acções de formação que abrangeram diferentes Instituições Académicas,
nomeadamente: Universidade Católica, Universidade Nova, INSEAD, IMD, e as Universidades de Cornell,
Harvard e Stanford.
Comunicação interna eficaz
O Grupo aposta também na informação como ferramenta de motivação de todos os seus colaboradores.
Assim, para além da revista A Nossa Gente, distribuída por todos os colaboradores do Grupo das áreas
de Distribuição e Serviços em Portugal, foi lançada em 2002 a WorkOut, dirigida aos quadros médios e
superiores do Grupo. Esta revista está vocacionada para promover a partilha de conhecimentos e
experiências, sendo um instrumento de divulgação de best practices das mais diversas áreas de negócio.
59
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð QUALIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR
INTRODUÇÃO
“Qualidade é responsabilidade de todos “
As garantias relativas à Qualidade e Segurança Alimentar dos produtos produzidos e comercializados nas
suas diversas empresas constituem, mais do que nunca, uma das prioridades do Grupo Jerónimo Martins.
Uma Política da Qualidade é pois um instrumento fundamental da sua estratégia e um factor de inegável
importância para o sucesso das suas operações.
O compromisso assumido nesta área é testemunhado pelo elevado grau de exigência com que o Grupo
pauta a sua actuação. A cooperação constante com fornecedores, um rigoroso controlo de qualidade dos
processos produtivos, a frequente realização de auditorias e análises laboratoriais, a implementação de
sistemas de rastreabilidade e a adopção de equipamentos e tecnologias cada vez mais ajustados,
asseguram o cumprimento de exigentes padrões de qualidade. A título de exemplo, as fábricas da Iglo e
da Fima foram auditadas em 2002 pelo JIPM (Instituto Japonês para a Manutenção Preventiva) tendo
obtido o Prémio Excelência.
Ciente de que as recentes crises alimentares de que são exemplos as dioxinas e a BSE suscitaram, junto
dos consumidores, sentimentos de insegurança em relação aos alimentos, o Grupo desenvolveu e aplicou
a partir de 2002 nas suas empresas de distribuição uma rigorosa Política de Segurança Alimentar,
baseada em valores de Prevenção, Vigilância e Formação, através das seguintes iniciativas:
n
Cooperação constante com fornecedores e autoridades.
n
Resposta atempada às preocupações de todos os seus clientes e consumidores.
n
Procura de melhores bases de informação técnico-científica.
Já na área industrial, a política de qualidade baseia-se nos seguintes princípios:
n
Satisfação das necessidades e das expectativas de Consumidores e Clientes.
n
Garantia de conformidade dos produtos e operações com as boas práticas, legislação e requisitos
aplicáveis.
n
n
Cooperação e/ou parceria com os fornecedores tendo em vista progressos sustentados ao nível da
Qualidade, ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos.
Utilização dos recursos de forma a garantir a Segurança Alimentar dos seus produtos, prevenindo,
em particular através da metodologia HACCP, os riscos de acidente e de contaminações que possam
atingir o consumidor e a imagem das marcas.
PRÁTICAS DE GESTÃO DE QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO
Sistema de autocontrolo HACCP
A partir de 2002 foi integralmente implementado nos centros de distribuição e lojas o sistema de autocontrolo baseado nos princípios do HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points). Este método,
caracterizado por ser rigorosamente formalizado, identifica os riscos de Segurança Alimentar na operação
e estabelece requisitos elevados de higiene pessoal, limpeza e desinfecção e controlo de temperaturas.
Em função dos riscos envolvidos, são efectuadas análises laboratoriais a produtos e superfícies, como
forma de monitorizar o nível de segurança.
Medição do Índice de Qualidade das Lojas
Implementada na totalidade em 2002, esta medição é efectuada no decorrer das auditorias de qualidade
de loja, e constitui um importante indicador da sua performance em matéria de qualidade e segurança
alimentar, avaliando factores como as instalações, equipamentos e operações de loja (ao nível de higiene
geral e pessoal, da qualidade e frescura dos produtos expostos, da forma como são manuseados,
acondicionados e rotulados).
60
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Outros Procedimentos
Para além da continuada participação em foruns de discussão técnico-científica e troca de ideias a nível
nacional e internacional – Global Food Safety Initiative e Comissões de Qualidade APED, destacaram-se
em 2002 as seguintes iniciativas:
n
n
n
Revisão e avaliação de todos os cadernos de encargos de marcas próprias que englobassem:
Caracterização das matérias primas, a formulação e demais características técnicas do produto.
Materiais e tipos de embalagem.
Compromisso dos fabricantes para com a qualidade e ambiente.
Introdução de critérios ambientais na selecção final do fornecedor, sendo objectivo do Grupo aplicar
critérios mínimos ambientais a todos os fornecedores de Marca Própria.
Definição do objectivo de certificação da maioria dos fornecedores de Marca Própria no âmbito da
Global Food Safety Initiative até final de 2004.
No âmbito da política de qualidade e segurança alimentar acima descrita, foram ainda realizadas em
2002, as seguintes iniciativas:
Em Portugal
n
No âmbito do sistema de auto-controlo foram efectuadas análises microbiológicas de
monitorização da higiene e segurança alimentar a:
759 superfícies de trabalho, utensílios e equipamentos num total de 2.277
determinações
635 manipuladores (mãos) num total de 2.540 determinações
78 produtos de Take-Away e Pastelaria num total de 254 determinações
n
Nas lojas, 928 Auditorias de Qualidade e 282 horas de formação em higiene e segurança
alimentar.
n
486 auditorias a fornecedores de produtos perecíveis.
n
Nos produtos de Marca Própria:
114 auditorias a fornecedores
899 análises laboratoriais
973 testes sensoriais
Na Polónia
No âmbito do desenvolvimento do sortido de marcas exclusivas foram efectuadas as seguintes
acções:
n
n
n
n
n
n
n
n
Produtos enviados para laboratórios independentes
Testes Comparativos
Testes Sensoriais
Pesquisa de parâmetros externos
Análise de propostas externas
Auditorias realizadas a fornecedores
Inspecções sanitárias
Controlo de Camiões nos centros de distribuição
61
99
483
617
98
102
101
22.343
PRÁTICAS DE GESTÃO DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA
Os Sistemas de Qualidade da Fima, Lever e Iglo/Olá estão certificados ao abrigo do grupo de normas
9000 e regem-se pelo estrito respeito da legislação em vigor.
De registar que, em 2002, as fábricas da Iglo e da Fima foram auditadas pelo Japanese Institute of
Preventive Maintenance, tendo obtido o Prémio Excelência, em função dos excelentes resultados obtidos
através da aplicação dos conceitos próprios dessa metodologia que visa atingir zero acidentes, zero
defeitos, zero avarias/falhas e zero pequenas paragens no processo de fabrico.
61
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Ð AMBIENTE
INTRODUÇÃO
“Respeitar o Ambiente é garantir o Futuro”
As diversas empresas do Grupo Jerónimo Martins conduzem o seu negócio de uma forma consciente e
respeitadora do Ambiente, assegurando sempre que as suas actividades tenham o mínimo de impacto
adverso no meio. Tendo por base a norma ISO 14001, em 2002 a gestão ambiental do Grupo
sistematizou-se em diversos programas de actuação em áreas tão importantes como a gestão de
resíduos, o consumo da água, a gestão do consumo da energia e a redução do impacto ambiental dos
produtos comercializados.
Para além dos programas implementados em cada empresa, onde se investiu significativamente na
formação e sensibilização de todos os colaboradores, também os consumidores foram alvo de uma
alargada sensibilização sobre esta matéria.
PRÁTICAS DE GESTÃO AMBIENTAL EM 2002
A Gestão de Resíduos
n
n
n
Separação do Papel - Teve início nas lojas em meados do ano de 2002, um projecto de recolha de
papel branco de escritório para reciclagem. Só na Polónia foram recolhidas mais de 4.000 toneladas
de papel.
Recolha de Alumínio – Na Polónia a recolha de forma selectiva de alumínio produziu, em 2002, cerca
de 950 toneladas.
Recolha e Separação – Na fábrica Vítor Guedes, por exemplo, 75% dos resíduos produzidos – valor
que decresceu 12% face a 2001 - destinaram-se à reciclagem. Na Lever a quantidade de resíduos
para reciclar aumentou em 13% face a 2001 como consequência de uma maior sensibilização para a
separação de resíduos na fonte, e pela constante procura de operadores licenciados para o efeito.
O Controlo da Qualidade e Consumo de Água
n
n
Plano de Monitorização da Qualidade da Água - A água consumida pelas empresas de Distribuição é
proveniente, na maior parte dos casos, da rede pública de abastecimento de água. Não obstante, foi
desenvolvido em 2002 um Plano de Monitorização da Qualidade da Água, a implementar durante
2003, o qual permitirá controlar mais eficientemente a qualidade e a segurança alimentar da água
consumida.
Racionalização do consumo de Água – No sentido de conseguir um consumo de água cada vez mais
eficiente, todas as remodelações de lojas efectuadas em 2002 incluíram a instalação de torneiras
com temporizadores e fluxómetros nos autoclismos e urinóis nas casas de banho dos funcionários e
dos clientes. Nas instalações industriais, a Iglo implementou um programa de controlo de consumo,
conseguindo uma redução de 19%.
A Gestão do Consumo de Energia
Durante o ano de 2002 prosseguiu o esforço de investimento na melhoria da eficiência energética em
lojas, centros de distribuição e instalações industriais, com destaque para as seguintes áreas:
n
n
n
n
Sistema de frio industrial - Implementação do sistema de gestão "Adapt-Cool” em todas as
remodelações com reduções de consumo de cerca de 20%.
Iluminação mais eficiente – Utilização exclusiva de lâmpadas de baixo consumo nomeadamente,
lâmpadas fluorescentes com balastros electrónicos e lâmpadas economizadoras.
Equipamentos mais eficientes – Substituição dos fornos de padaria por equipamento de eficiência
superior (cerca de 50%) em todas as remodelações.
Energias alternativas – Utilização de equipamento de produção de água fria por central com
acumulação de frio em todas as remodelações.
62
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
n
Redução de Consumos Industriais – Entre 2001 e 2002 foi conseguida a redução de 17% e 15% de
consumo energético, respectivamente na Fima e na Lever. No mesmo período, a fábrica Vítor
Guedes atingiu uma redução de 13%.
A Redução do Impacto Ambiental dos Produtos
n
n
Embalagens de transporte reutilizáveis – Foi implementado em 2002 um projecto de caixas plásticas
reutilizáveis para embalagens secundárias, abrangendo actualmente 60 a 70% das embalagens de
transporte no sector de frutas e vegetais.
AISE – Foram desenvolvidas em 2002 12 referências marca Pingo Doce e Feira Nova que respeitam
as exigências deste protocolo da Associação Internacional de Sabões e Produtos de Conservação e
Limpeza, que visa a minimização do impacte ambiental dos detergentes domésticos para a roupa.
A aposta na Formação e Sensibilização dos Colaboradores
No ano de 2002 iniciou-se o desenvolvimento do Manual de Boas Práticas Ambientais, que se destina a
todas as lojas e centros de distribuição, tendo como finalidade a adopção de Boas Práticas Ambientais
pelos Colaboradores no desempenho das suas actividades.
As Questões Ambientais na Construção e Remodelação das Unidades
Todas as remodelações e construção de lojas e centros de distribuição são objecto de análise ambiental,
tendo sido realizadas, em 2002, 4 projectos desta natureza.
Envolvimento com a Comunidade
Para além das iniciativas no âmbito da Comissão de Ambiente da APED – Saco Verde, Guias de
Reciclagem, Campanha de Sensibilização Ambiental – as empresas de distribuição do Grupo em Portugal
patrocinaram, em 2002, a A Campanha da Água, destinada a alertar os consumidores, clientes e
colaboradores para as questões mais importantes relacionadas com este recurso escasso.
As Iniciativas, as Campanhas, o envolvimento com a Sociedade
Em 2002 a Fima, Lever e Iglo/Olá apoiaram, como mecenas o Programa Eco-Escolas da Associação
Bandeira Azul da Europa, e a acção "Praia Limpa, Praia Segura".
Ð MECENATO
INTRODUÇÃO
“Empenhados no envolvimento com as Comunidades”
Ao longo dos seus mais de 210 anos de existência, o Grupo Jerónimo Martins sempre privilegiou, através
das suas empresas e diversas áreas de negócio, uma forte interacção com as comunidades locais,
apoiando sobretudo causas de índole social e cultural e contribuindo para o desenvolvimento de projectos
onde a sua intervenção marque efectivamente a diferença.
A POLÍTICA DE MECENATO
A política de mecenato actua nas áreas social e cultural, assente em três pilares fundamentais,
caracterizadores do posicionamento do Grupo Jerónimo Martins:
n
Mundo Alimentar.
n
Carácter Português.
n
A Inovação como postura de vida.
PRÁTICAS DE MECENATO EM 2002
A participação do Grupo nesta área traduz-se no apoio humano e financeiro prestado pelas suas
empresas a diversas instituições que acolhem ou tratam de crianças. Hospitais, escolas, centros
paroquiais, bombeiros, colectividades desportivas de natureza local e outras organizações de
solidariedade social recebem apoio que se concretiza na educação, saúde, alimentação e bem estar de
crianças carenciadas.
63
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Mecenato Social
Do programa "Jerónimo Martins Alimenta Futuros Risonhos", salientam-se, as seguintes iniciativas:
Protocolo de Apoio às Aldeias de Crianças SOS
O Grupo Jerónimo Martins financia na íntegra a alimentação das cerca de 75 crianças que residem na
Aldeia S.O.S. de Bicesse. “Vamos dar calor à vida destes meninos” e “Ponha um Sorriso no seu
Sapatinho” foram os slogans das Campanhas de Agasalhos e Natal que permitiram suprir algumas
necessidades fundamentais das crianças da Aldeia SOS de Bicesse e que obtiveram um enorme sucesso
de participação junto dos colaboradores do Grupo.
Pingo Doce
Ao longo de 2002, vários foram os contributos concedidos pelo Pingo Doce. O envolvimento desta
insígnia em acções sociais privilegiou sobretudo instituições com projectos dedicados às crianças, por
exemplo, a Ajuda de Berço, a Casa dos Rapazes, a Acreditar e a Casa Pia. Foram ainda concedidos apoios
financeiros a Associações de Bombeiros Voluntários, Juntas de Freguesia, Comunidades Juvenis,
Agrupamentos de Escuteiros e Autarquias Locais.
O Pingo Doce é ainda a cadeia de distribuição alimentar em Portugal que recolhe maior quantidade de
alimentos nas acções do Banco Alimentar. No ano de 2002, com o reforço da ligação que se estabeleceu
entre a empresa e esta instituição, houve um aumento de cerca de 10% na quantidade total de alimentos
angariados, ultrapassando-se as 322 toneladas recolhidas nas lojas Pingo Doce.
Feira Nova
Em 2002 o Feira Nova privilegiou o envolvimento activo com as comunidades onde está localmente
inserido. No final do ano o Feira Nova reuniu todo o seu stock de têxtil e distribuiu cerca de seis
toneladas de roupa de bébé, criança, jovem e adulto por instituições de solidariedade social. A Casa do
Parque, a Ajuda de Berço, a Casa do Ardina, a Comunidade Vida e Paz foram algumas das instituições
que receberam este contributo do Feira Nova.
Recheio
Com um forte vínculo local e regional junto das comunidades onde está inserida, esta insígnia orientou os
seus contributos, ao longo de 2002, para as populações mais desfavorecidas, privilegiando obras e
projectos relacionados com crianças. Das instituições apoiadas destacam-se: O Século, a Cercicomb,
Jardins de Infância, Hospitais e ainda instituições como o Banco Alimentar contra a Fome, as
Misericórdias, a Cáritas, Lares e Bombeiros Voluntários. No Natal de 2002 o Recheio organizou uma
campanha de oferta e recolha de bens alimentares para as Misericórdias existentes na área de influência
de cada uma das suas lojas, angariando cerca de 62 paletes de bens alimentares de primeira
necessidade.
Polónia
A actuação da Biedronka traduz-se na ajuda a Instituições e Organizações não governamentais dedicadas
especialmente a crianças, deficientes e idosos.
Em 2002 a empresa participou ainda nas Campanhas do Banco Alimentar, realizadas na Polónia para
apoiar as famílias e instituições mais carenciadas, sobretudo durante o Inverno e na época do Natal.
Indústria
No ano de 2002, a marca Skip lançou em colaboração com a Assistência Médica Internacional a
campanha “Mão Amiga”, em apoio dos Centros Porta Amiga em Portugal. A marca “Dove”, por seu lado,
organizou a campanha “Dove na luta contra o cancro da mama” apoiando a prevenção e rastreio desta
doença, em conjunto com a organização “Laço”.
64
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Mecenato Cultural
Através do programa “Jerónimo Martins Apoia a Cultura Nacional” o Grupo apoia importantes
projectos de preservação e divulgação do património cultural português. No ano de 2002 foram
financiados o projecto "Baixela Germain" do Palácio Nacional da Ajuda, o “Concerto de Fim de Ano” da
Orquestra Sinfónica Juvenil e a peça “Os Lusíadas”, no Centro Cultural de Belém.
Já na Polónia, o Grupo apoiou, através da Biedronka, o Center of Children Art of Poznan e voltou a
patrocinar o Local Communities Festival, onde as diversas comunidades locais partilham a sua
experiência cultural e profissional.
A política cultural da Fima, da Lever e da Iglo/Olá focaliza-se no apoio ao Clube Pessoal do próprio grupo
de empresas. Como resultado deste apoio, em 2002, registaram-se 300 participações em visitas culturais
e 550 em eventos artísticos como teatro e música.
IV.7. PERSPECTIVAS 2003
Durante o ano de 2003, o Grupo Jerónimo Martins deverá proceder à consolidação do seu processo de
recuperação em torno dos actuais negócios do seu portfolio, permitindo o regresso aos resultados
líquidos positivos. Este facto deverá, já este ano, reforçar os capitais próprios do Grupo sem esforço
adicional por parte dos accionistas.
Neste sentido, a aposta do Grupo orienta-se para a racionalização de processos, com objectivos claros de
aumento de eficiência e produtividade das operações e das suas áreas de serviços partilhados.
Num ano que não se prevê que venha a ser marcado por um ambiente económico de recuperação
significativa, sobretudo no que respeita ao consumo das famílias e à diminuição da taxa de desemprego,
tanto em Portugal como na Polónia, as operações estarão também particularmente focadas no reforço
das posições de liderança já detidas.
O Grupo espera manter a recuperação de quota de mercado de Pingo Doce iniciada no segundo semestre
de 2002, consolidando a sua imagem de cadeia de qualidade a preços competitivos. Para Feira Nova
espera-se a conclusão do processo de reorganização interna, que irá permitir recolher todas as vantagens
do seu renovado foco no consumidor final, com vantagens particulares na área Não Alimentar.
A expansão das operações de retalho em Portugal continuará a ser condicionada pelo seu enquadramento
legal, no qual não se esperam alterações com efeitos práticos no ano de 2003. Assim Jerónimo Martins
perspectiva a abertura de 3 supermercados Pingo Doce e um hipermercado Feira Nova, este último
localizado na área metropolitana de Lisboa (Odivelas).
O nível de competitividade atingida pelo Recheio, que lhe permite sustentar o seu posicionamento de
cash&carry com os melhores preços do mercado e o desenvolvimento e consolidação das operações
direccionadas para o canal de food service permitem antever a continuação da excelente performance
deste negócio, com novo aumento de penetração no canal Horeca, apesar de algum abrandamento que
se perspectiva para este mercado, fruto da conjuntura económica.
No mercado polaco, a Biedronka deverá reforçar o seu desempenho operacional, através da expansão e
remodelação do seu parque de lojas e numa estrutura de gestão já adequada ao seu posicionamento,
apresentando-se como líder sustentado do seu negócio no momento de adesão deste mercado à União
Europeia.
Na área da indústria a força das marcas e a excelência dos processos produtivos em Portugal,
recentemente premiados no caso da Fima e da Iglo, deverão permitir a manutenção dos níveis de retorno
desta actividade, apesar da conjuntura de mercado menos favorável ao nível do consumo das famílias.
Nos restantes negócios do Grupo, destaque para a continuação do crescimento do parque de lojas da
cadeia Hussel e para o teste de conceito de quiosques de café sob a insígnia “Jeronymo”.
Paralelamente às perspectivas de índole operacional, o Grupo manterá uma rigorosa política de
investimentos, cujo valor objectivo se situa em torno de 100 milhões de euros. Este valor não
comprometerá a expansão dos negócios e assegurará o nível mais adequado de investimentos em
remodelação e manutenção. Desta forma, perspectiva-se a redução continuada do nível de
endividamento, reforçando a sua sustentabilidade face aos fundos próprios gerados pelas operações do
Grupo.
65
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
IV.8. FACTOS SUBSEQUENTES
Em 3 de Fevereiro foi assinado um acordo com vista à alienação do Eurocash Sp. zo.o a um grupo de
actuais e antigos colaboradores desta empresa, em operação de management buy-out concluída com
efeitos a 1 de Março de 2003. Estima-se que o valor desta operação ascenda a um montante aproximado
de cerca de 30 milhões de euros, cujo pagamento será diferido e calendarizado em função da
performance do próprio negócio.
IV.9. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DOS RESULTADOS
No exercício de 2002, a Jerónimo Martins, SGPS, SA apresentou um prejuízo consolidado de
204.377.084,93 euros e um prejuízo nas contas individuais de 206.227.183,15 euros.
O Conselho de Administração irá propor em Assembleia Geral de Accionistas que os resultados líquidos do
exercício sejam integralmente transferidos para resultados transitados.
Lisboa, 5 de Abril de 2003
O Conselho de Administração
66
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
IV.10. ANEXO AO RELATÓRIO CONSOLIDADO DE GESTÃO
INFORMAÇÃO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE
FISCALIZAÇÃO NO CAPITAL DA EMPRESA A 31 DE DEZEMBRO DE 2002
(De acordo com a disposição no artigo 447ª do Código das Sociedades Comerciais e nos termos da alínea
b) do nº1 do artigo 7º do Regulamento da CMVM nº 24/2000)
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Membros do Conselho de
Administração
Detidas em 31.12.01
Acréscimos no exercício
Diminuições no exercício
Detidas 31,12,02
Acções Obrigações Warrants Acções Obrigações Warrants Acções Obrigações Warrants Acções Obrigações Warrants
Elisio Alexandre Soares dos
Santos
António Mendo Castel-Branco
Borges
Hans Eggerstedt
José Luís Nogueira de Brito
27.281
-
773
27.281
-
773
-
-
-
-
-
-
3.000
-
-
3.000
16.133
-
-
-
-
-
23.014
938
-
-
-
-
-
-
-
16.133
Luís Maria Viana Palha da Silva
-
-
Pedro Manuel de Castro Soares
dos Santos
23.014
938
-
-
-
933
-
-
Rui Manuel de Medeiros
d`Espiney Patrício
Álvaro Carlos Gonzalez Troncoso
-
933
Nota: O Dr. Álvaro Troncoso alienou 933 acções da Jerónimo Martins, SGPS, SA em 1 de Março de 2002,
com o valor de venda de 7,86 euros por acção.
FISCAL ÚNICO
O Fiscal Único, Bernardes Sismeiro & Associados, SROC, Lda., não detinha quaisquer acções, obrigações
e “warrants”, em 31 de Dezembro de 2002, não tendo realizado transacções com quaisquer títulos de
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
67
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
LISTA DOS TITULARES DE PARTICIPAÇÕES QUALIFICADAS A 31 DE DEZEMBRO DE 2002
De acordo com a disposição nos artigos 447º e 448º do Código das Sociedades Comerciais, nos termos
da alínea e) do nº1 do artigo 6º do regulamento da CMVM nº 11/2000 e nos termos do Código dos
Valores Mobiliários)
Accionista
Nº Acções
detidas
% Capital
% dos Direitos
de Voto*
Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS,
SA
Directamente
55.541.472
57,941%
58,045%
Directamente
7.494.786
7,819%
7,833%
Através da Sociedade Fitron Management Ltd. ( Detida
a 100% pela Sociedade Strand Ventures, Inc.)
3.177.836
3,315%
3,321%
Através da Sociedade Multiplus Investments Ltd.
(Detida a 100% pela Sociedade Strand Ventures, Inc.)
3.963.583
4,135%
4,142%
14.636.205
15,269%
15,296%
Strand Ventures Inc.**
Total Imputável
* ( % Direitos de voto = Nº Acções Detidas / (Nº Total Acções JM - Acções Próprias))
**
Nos termos e para os efeitos do n.º 3 do art. 16 do Código dos Valores Mobiliários (CVM), as
participações detidas directa e indirectamente pela Strand Ventures Inc, devem ser imputadas, nos
termos do n.º 1 do art. 20 do CVM às seguintes sociedades:
- Banco Privado Português (Cayman) Ltd., mediante contrato de gestão de carteira da totalidade da
participação na Jerónimo Martins, SGPS, SA;
- Banco Privado Português, SA, mediante acordo com diversos accionistas da sociedade Strand Ventures,
o qual lhe permite a eleição da maioria dos membros do órgão de administração.
Nota: A Sociedade Francisco Manuel dos Santos, SGPS, SA detinha em 31 de Dezembro de 2002,
1.403.869 warrants da Jerónimo Martins, SGPS, SA.
68
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
GLOSSÁRIO *
n
n
n
n
Margem EBITDA =
(+ Resultados operacionais
+ Depreciações
+ Amortizações de goodwill (diferenças de consolidação)
- Items operacionais não recorrentes)
/
Vendas e prestações de serviços
Margem EBITA =
(+ Resultados operacionais
+ Amortizações
- Items operacionais não recorrentes)
/
Vendas e prestações de serviços
COI (Capital operacional investido) =
+ Goodwill bruto
+ Activos fixos líquidos (imobilizado corpóreo e incorpóreo)
+ Capital circulante
CNOI (Capital não operacional investido) =
+ Amortização acumulada de goodwill
+ Investimentos financeiros líquidos
+ Provisão para impostos diferidos
+ Provisão para imposto sobre o rendimento
ROIC antes de imposto (Retorno ao capital investido antes de imposto) =
[Vendas e serviços / ((COI + CNOI – Prov.Impostos Diferidos + Amort. Acum. Goodwill) médio] x
Margem EBITA
n
n
n
n
n
·
Cash Flow =
+ Resultado líquido
+ Amortizações, depreciações e provisões
- Impostos diferidos
- Items Não Recorrentes (operacionais, alienações e financeiros)
Dívida Líquida =
+ Empréstimos por obrigações com warrants
+ Empréstimos por obrigações não convertíveis
+ Dívidas a instituições de crédito
+ Outros empréstimos obtidos
- Títulos negociáveis e Depósitos Bancários
+ Leasings
+ Juros em Balanço
Gearing =
+ Dívida Líquida
/
+ Fundos Próprios
Cobertura de Encargos Financeiros (Interest Cover Ratio)
+ EBITA
/
(+ Resultados financeiros (excluindo items não recorrentes)
- Juros de empréstimos accionistas
- Juros de empréstimos por obrigações cupão zero
- IAS 39)
A base deste glossário é a Demonstração de Resultados por Funções.
69
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
BALANÇO CONSOLIDADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 E 2001
ACTIVO
2002
2001
ACTIVO BRUTO AMORT/PROV
ACTIVO
LIQUIDO
ACTIVO
LIQUIDO
IMOBILIZADO
IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS
Despesas de instalação
Despesas de investigação e desenvolvimento
Propriedade industrial e outros direitos
Trespasses
Imobilizações em curso
Diferenças de consolidação
IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS
Terrenos e recursos naturais
Edifícios e outras construções
Equipamento básico
Equipamento de transporte
Ferramentas e utensílios
Equipamento administrativo
Outras imobilizações corpóreas
Imobilizações em curso
Adiantamentos por conta de imobilizações corpóreas
INVESTIMENTOS FINANCEIROS
Partes de capital em empresas associadas
Partes de capital em empresas participadas
Investimentos em imóveis e títulos
Investimentos financeiros em curso
Adiantamentos por conta de investimentos financeiros
CIRCULANTE
EXISTÊNCIAS
Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
Produtos e trabalhos em curso
Produtos acabados e intermédios
Mercadorias
DÍVIDAS DE TERCEIROS - médio e longo prazo
Outros devedores
DÍVIDAS DE TERCEIROS – curto prazo
Clientes conta corrente
Clientes – títulos a receber
Clientes de cobrança duvidosa
Empresas participadas e associadas
Adiantamentos a fornecedores
Adiantamentos a fornecedores de imobilizado
Estado e outros entes públicos
Outros devedores
TÍTULOS NEGOCIÁVEIS
Outros títulos negociáveis
Outras aplicações de tesouraria
DEPÓSITOS BANCÁRIOS E CAIXA
Depósitos bancários
Caixa
ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS
Impostos diferidos
Acréscimos de proveitos
Custos diferidos
Total de amortizações
Total de provisões
Total do activo
355
30.740
44.816
27.907
27
465.421
569.266
296
16.242
24.321
13.432
137.673
191.964
59
14.498
20.495
14.475
27
327.748
377.302
311
23.912
26.069
15.787
42
414.654
480.775
284.004
667.129
466.418
45.229
32.592
97.768
8.555
41.741
6.717
1.650.153
140.927
279.101
27.969
17.921
68.991
6.157
541.066
284.004
526.202
187.317
17.260
14.671
28.777
2.398
41.741
6.717
1.109.087
275.206
671.592
231.935
17.684
19.571
57.721
19.586
34.325
11.310
1.338.930
53
9.592
49.968
4.988
64.601
29
4.326
4.355
24
5.266
49.968
4.988
60.246
3.124
3.977
60.470
2.078
4.988
74.637
4.733
738
196
255.544
261.211
13
9.531
9.544
4.733
738
183
246.013
251.667
7.751
1.068
318
304.188
313.325
58.398
58.398
-
58.398
58.398
1.616
1.616
69.622
49
24.329
50
1.756
1.448
19.708
45.744
162.706
7.384
23.257
26.143
56.784
62.238
49
1.072
50
1.756
1.448
19.708
19.601
105.922
88.757
18
468
75
2.735
1.903
39.368
39.038
172.362
74
26.095
26.169
57
57
17
26.095
26.112
17
374
391
102.125
1.999
104.124
102.125
1.999
104.124
108.732
6.137
114.869
91.494
33.005
17.902
142.401
91.494
33.005
17.902
142.401
127.525
71.304
28.280
227.109
2.235.259
2.724.014
3.039.029
733.030
70.740
803.770
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
70
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
BALANÇO CONSOLIDADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 E 2001
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
2002
CAPITAL PRÓPRIO
Capital
Acções próprias – valor nominal
Acções próprias – descontos e prémios
Prémios de emissão de acções
Prémios de emissão de warrants
Diferenças de consolidação
Ajustamentos de partes de capital filiais e associadas
Reservas de reavaliação
Reservas legais
Reservas para incorporação em capital
Reservas para acção próprias
Diferença de conversão cambial
Resultados transitados
Resultados líquido do exercício
2001
479.293
(859)
(5.201)
24.262
4.796
(261.537)
65.080
22.054
12.424
6.060
2.813
(98.587)
(204.377)
479.293
(859)
(5.201)
24.262
4.796
(261.537)
12
39.834
22.054
12.424
6.060
(28.002)
(14.501)
(86.510)
46.221
192.125
229.063
87.492
62.270
30.745
169.919
99.760
300.065
765
12.025
582.534
93.327
159.728
274.339
369.077
1.072
871
15.774
914.188
174.579
93.327
100.211
621.575
38.998
33.920
7
228
30.048
31.767
39.697
1.164.357
371.406
640.896
44.071
111.355
7
1.140
34.425
70.652
37.945
1.311.897
36.685
80.469
33.660
150.814
30.321
114.447
42.799
187.567
Total do passivo
1.959.975
2.444.397
Total do capital próprio, interesses minoritários e passivo
2.235.259
2.724.014
Total do capital próprio
INTERESSES MINORITÁRIOS
PASSIVO
PROVISÕES PARA RISCOS E ENCARGOS
DÍVIDAS A TERCEIROS – médio e longo prazo
Empréstimos por obrigações com warrants
Empréstimos por obrigações com opção de reembolso em acções
Empréstimos por obrigações não convertíveis
Dívidas a instituições de crédito
Empresas participadas e participantes
Outros empréstimos obtidos
Fornecedores de imobilizado conta corrente
DÍVIDAS A TERCEIROS - curto prazo
Empréstimos por obrigações não convertíveis
Empréstimos por obrigações não convertíveis warrants
Dívidas a instituições de crédito
Fornecedores conta corrente
Fornecedores – facturas em recepção e conferência
Empresas participadas e participantes
Outros accionistas (sócios)
Adiantamentos de clientes
Fornecedores de imobilizado conta corrente
Estado e outros entes públicos
Outros credores
ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS
Impostos diferidos
Acréscimos de custos
Proveitos diferidos
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
71
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS RESULTADOS DE 2002 E 2001
2002
CUSTOS E PERDAS
Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas:
Mercadorias
Matérias
Fornecimentos e serviços externos
Custos com o pessoal:
Remunerações
Encargos sociais:
Pensões
Outros
Amortizações de imobilizado corpóreo e incorpóreo
Provisões
Impostos
Outros custos e perdas operacionais
(A)
Perdas em empresas do grupo e associadas
Amortizações e provisões de aplicações e investimentos financeiros
Juros e custos similares:
Relativos a empresas associadas
Outros
3.285.961
84.919
2001
3.370.880
3.560.238
109.646
3.669.884
402.623
241.062
474.600
281.973
1.854
75.287
318.203
5.438
87.432
374.843
149.731
9.722
159.453
174.992
20.363
195.355
18.892
14.631
8.916
12.670
6.222
4.270.051
4.326
106
159.930
23.547
4.738.229
15
164.362
169.335
169.350
(C)
Custos e perdas extraordinários
4.434.413
209.920
4.907.579
47.143
(E)
Imposto sobre o rendimento do exercício:
IRC
Impostos diferidos
4.644.333
4.954.722
20.902
(8.812)
(G)
Interesses minoritários
Resultado consolidado do exercício
12.090
20.373
15.299
35.672
4.656.423
20.160
(204.377)
4.990.394
13.602
(86.510)
4.472.206
4.917.486
PROVEITOS E GANHOS
Vendas:
Mercadorias
Produtos
Prestações de serviços
Variação da produção
Trabalhos para a própria empresa
Proveitos suplementares
Subsídios à exploração
Outros proveitos e ganhos operacionais
(B)
Ganhos em empresas do grupo e associadas
Rendimentos de participações de capital:
Relativos a empresas associadas
Relativos a outras empresas
Rendimentos de títulos negociáveis e outras aplicações financeiras:
Outros
Outros juros e proveitos similares:
Outros
3.869.573
10.928
11.245
4.955
190
466.705
271
5.120
-
3.891.746
477.241
4.368.987
4.131.137
51.332
17.755
6.743
169
598.819
1.868
2.931
-
113
-
282
366
72.408
72.803
4.200.224
610.530
4.810.754
37.999
38.365
(D)
Proveitos e ganhos extraordinários
4.441.790
30.416
4.849.119
68.367
(F)
4.472.206
4.917.486
Resumo:
Resultados operacionais: (B) - (A) =
Resultados financeiros: (D - B) - (C- A) =
Resultados correntes: (D) - (C) =
Resultados antes de impostos: (F) - (E) =
Resultado consolidado com interesses minoritários.: (F) - (G)
98.936
(91.559)
7.377
(172.127)
(184.217)
72.525
(130.985)
(58.460)
(37.236)
(72.908)
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
72
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS CONSOLIDADOS POR FUNÇÕES
PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 E 2001
Notas
Vendas e prestações de serviços
4
Custo das vendas
2002
2001
3.891.746
4.200.224
(3.382.906)
(3.727.221)
432.099
594.275
940.939
1.067.278
Custos de distribuição
(651.252)
(764.782)
Custos administrativos
(148.944)
(183.325)
(26.175)
(34.393)
12
(4.409)
(27.299)
Resultados operacionais
3
110.159
57.479
Custos financeiros líquidos
10
Proveitos e custos suplementares
7
Margem
Outros custos operacionais
Resultados operacionais não usuais
8
Ganhos/perdas em empresas associadas
Ganhos/perdas em outros investimentos
Ganhos/perdas na alienação de operações descontinuadas
(656)
17
6
Resultados correntes
Imposto sobre o rendimento do exercício
(104.022)
11
Resultados correntes antes de interesses minoritários
(141.593)
4.007
(4.326)
1.692
(173.945)
40.565
(172.790)
(37.850)
(11.427)
(35.058)
(184.217)
(72.908)
Interesses minoritários
23
(20.160)
(13.602)
Resultados líquidos
25
(204.377)
(86.510)
Resultado básico por acção – Euros
25
(2,1359)
(0,9041)
Resultado básico diluído por acção – Euros
25
(2,0274)
(0,8437)
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
Alteração na apresentação da demonstração por funções
Em 2002 a margem apresentada na demonstração dos resultados por funções passou a incluir os proveitos e custos
suplementares resultantes respectivamente de ganhos e perdas com a distribuição de produtos de consumo,
nomeadamente rappel, alugueres de espaço, participações em aniversários, etc. Em 2001 estes proveitos e custos
eram apresentados em “outros proveitos operacionais” e em “custos de distribuição”, respectivamente, tendo sido feito
o respectivo restatement na demonstração por funções. Esta alteração resulta da tendência para a negociação de
preços de compra líquidos destes ganhos, o que iria afectar a comparabilidade da margem entre exercícios.
73
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
BALANÇO CONSOLIDADO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 E 2001
Notas
2002
2001
Activo
Imobilizações corpóreas
13
1.109.087
Imobilizações incorpóreas
14
377.302
480.775
Partes de capital em empresas associadas
16
24
3.124
Outros investimentos
17
Devedores não correntes
18
58.398
1.616
Impostos diferidos activos
20.1
91.494
127.525
1.647.771
1.968.119
Total de activos não correntes
11.466
1.338.930
16.149
Existências
19
251.667
313.325
Activos fixos detidos para venda
15
48.756
55.364
20.3
19.708
39.368
Impostos a recuperar
Devedores e acréscimos e diferimentos
21
137.121
232.578
Caixa e equivalentes de caixa
22
130.236
115.260
587.488
755.895
2.235.259
2.724.014
479.293
479.293
Prémio de emissão
24.262
24.262
Acções próprias
(6.060)
(6.060)
(261.537)
(261.537)
71.510
13.538
(261.247)
(57.371)
Total de activos correntes
Total do activo
Capital próprio e passivo
Capital
Diferenças de consolidação
Reservas
24.1
Resultados retidos
Total do capital próprio
Interesses minoritários
Empréstimos obtidos
Benefícios concedidos a empregados
46.221
192.125
23
229.063
87.492
26
582.534
914.188
18.096
17.969
1.873
2.052
28
44.174
12.776
20.1
36.685
30.321
683.362
977.306
27.3
Proveitos diferidos – subsídios do Estado
Provisões
Impostos diferidos passivos
Total de passivos não correntes
Credores e acréscimos e diferimentos
29
832.281
897.108
Empréstimos obtidos
26
412.565
499.331
31.767
70.652
Total de passivos correntes
1.276.613
1.467.091
Total do capital próprio, interesses minoritários e passivo
2.235.259
2.724.014
Impostos a pagar
20.3
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
74
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
MOVIMENTOS OCORRIDOS NO CAPITAL PRÓPRIO CONSOLIDADO
Notas
Balanço em 1 de Janeiro de 2001
Capital
479.293
Prémios de
emissão de
acções
24.262
Acções
próprias
Diferenças
Reservas
Resultados
de
reavaliação e
retidos
consolidação outras reservas
(6.060)
(261.537)
22.257
Total do
capital
próprio
25.698
283.913
Diferença de conversão cambial do exercício de
2001
24
712
Reavaliações de terrenos para venda e afectos
à exploração
24
(3.953)
Actualização dos instrumentos financeiros ao
justo valor (IAS 39)
24
(2.463)
(2.463)
Reserva de reavaliação sobre investimentos
financeiros
24
(3.015)
(3.015)
Alterações aos resultados transitados em 2000
Balanço em 31 de Dezembro de 2001
479.293
24.262
(6.060)
(261.537)
13.538
(87.916)
314
(86.510)
(86.510)
(57.371)
192.125
(197)
(88.113)
118.731
- da transferência para o resultado da
alienação de subsidiárias
118.731
24
- do exercício de 2002
26.941
- da transferência de terrenos para venda
- pela alienação de subsidiárias
Actualização dos instrumentos financeiros ao
justo valor (IAS 39)
24
Reserva de reavaliação sobre investimentos
financeiros
24
26.941
313
(313)
-
(970)
970
-
1.284
35
1.319
(411)
Alterações aos resultados transitados em 2001
Resultado do exercício de 2002
Balanço em 31 de Dezembro de 2002
(826)
24
- do exercício de 2002
Reavaliações de terrenos:
3.127
314
Resultado do exercício de 2001
Diferença de conversão cambial:
712
479.293
24.262
(6.060)
(261.537)
71.510
(411)
6
6
(204.377)
(204.377)
(261.247)
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
75
46.221
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DOS FLUXOS DE CAIXA
PARA OS ANOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2002 E 2001
Notas
Actividades operacionais
Recebimentos de clientes
Pagamentos aos fornecedores e ao pessoal
Caixa gerada pelas operações
Juros pagos
Imposto sobre o rendimento pago
Fluxos de caixa resultantes das actividades operacionais
Actividades de investimento
Alienação de imobilizado corpóreo
Alienação de empresas do grupo e associadas
Alienação de outros investimentos
Juros recebidos
Dividendos recebidos
Aquisição de empresas do grupo e associadas
Aquisição de imobilizações corpóreas
Aquisição de imobilizações incorpóreas
13
6
13
14
Fluxos de caixa resultantes das actividades de investimento
Actividades de financiamento
Recebimentos por emissão de acções
Recebimentos por conversão de títulos
Recebimentos relativos a outros empréstimos não correntes
Reembolso de empréstimos
Pagamento de dividendos
2001
4.431.525
(3.995.012)
4.766.330
(4.300.857)
436.513
(121.656)
(12.279)
465.473
(133.002)
(12.541)
302.578
319.930
18.086
147.560
36.332
2.901
113
(7.206)
(95.804)
(34.110)
4.350
137.836
19.584
4.469
(14.437)
(179.505)
(10.761)
67.872
24.5
Fluxos de caixa resultantes das actividades de financiamento
Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa
Caixa e equivalentes de caixa no início do exercício
Variação líquida de caixa e equivalentes de caixa
Efeito das variações cambiais
Caixa e equivalentes de caixa no final do exercício
2002
(38.466)
(306.804)
(40.985)
82.699
(301.481)
(34.077)
(347.789)
(252.859)
22.661
22
28.605
115.260
22.661
(7.685)
130.236
84.936
28.605
1.719
115.260
Para ser lido em conjunto com as notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em anexo
76
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Índice das notas às demonstrações financeiras consolidadas
Página
1
Actividade ..................................................................................................................................... 78
2
Políticas contabilísticas.................................................................................................................... 78
3
Conciliação dos resultados operacionais POC com a demonstração por funções ...................................... 85
4
Reporte por segmentos de actividade ............................................................................................... 85
5
Actividades descontinuadas ............................................................................................................. 86
6
Alienação de negócios..................................................................................................................... 87
7
Proveitos e custos suplementares..................................................................................................... 87
8
Outros custos operacionais .............................................................................................................. 87
9
Custos com o pessoal ..................................................................................................................... 88
10
Custos financeiros líquidos .............................................................................................................. 88
11
Imposto sobre o rendimento do exercício .......................................................................................... 88
12
Resultados não usuais .................................................................................................................... 89
13
Imobilizações corpóreas .................................................................................................................. 89
14
Imobilizações incorpóreas ............................................................................................................... 91
15
Activos fixos detidos para venda ...................................................................................................... 91
16
Partes de capital em empresas associadas......................................................................................... 91
17
Outros investimentos...................................................................................................................... 92
18
Devedores não correntes................................................................................................................. 92
19
Existências .................................................................................................................................... 92
20
Impostos....................................................................................................................................... 92
21
Devedores e acréscimos e diferimentos............................................................................................. 94
22
Caixa e equivalentes de caixa .......................................................................................................... 94
23
Interesses minoritários ................................................................................................................... 94
24
Capital e reservas .......................................................................................................................... 95
25
Resultado por acção ....................................................................................................................... 96
26
Empréstimos obtidos ...................................................................................................................... 97
27
Benefícios dos empregados ............................................................................................................. 98
28
Provisões .................................................................................................................................... 100
29
Outros credores e acréscimos e diferimentos ................................................................................... 100
30
Instrumentos financeiros............................................................................................................... 100
31
Garantias .................................................................................................................................... 102
32
Compromissos de capital............................................................................................................... 102
33
Contingências .............................................................................................................................. 102
34
Partes relacionadas ...................................................................................................................... 103
35
Empresas do Grupo ...................................................................................................................... 104
36
Interesses em empreendimentos conjuntos ..................................................................................... 106
37
Eventos subsequentes à data do balanço ........................................................................................ 106
38
Reconciliação para os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal ................................... 106
77
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
1
Actividade
A Jerónimo Martins, SGPS, S.A. (JMH) é a empresa-mãe do Grupo Jerónimo Martins (Grupo) e está sediada em
Lisboa.
O Grupo Jerónimo Martins dedica-se fundamentalmente à produção, distribuição e venda de géneros alimentícios
e outros produtos de grande consumo. O Grupo opera em Portugal e na Polónia, tendo cerca de 30.722
empregados (em 2001 eram cerca de 38.189, onde se incluem os negócios entretanto alienados).
A JMH está cotada na Euronext Lisboa (anterior Bolsa de Valores de Lisboa e Porto) desde 1989.
2
Políticas contabilísticas
As políticas contabilísticas mais significativas utilizadas na preparação destas demonstrações financeiras
consolidadas encontram-se descritas abaixo:
2.1. Bases de apresentação
Os valores apresentados, salvo indicação em contrário, são expressos em milhares de euros (M EUR).
As demonstrações financeiras consolidadas da JMH foram preparadas de acordo com os princípios geralmente
aceites em Portugal, com as derrogações necessárias para estarem em conformidade com as Normas
Internacionais de Contabilidade (IAS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e com as
interpretações da Standings Interpretation Committee (SIC) do IASB.
As demonstrações financeiras consolidadas da JMH foram preparadas segundo o princípio do custo histórico
excepto no que respeita aos terrenos incluídos em imobilizações corpóreas, os quais se encontram registados ao
respectivo valor de reposição (para os fins a que se destinam) ou de mercado (para os activos fixos detidos para
venda) e às partes de capital referidas na nota 2.9.
A preparação de demonstrações financeiras em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente
aceites requer o uso de estimativas e assunções que afectam as quantias reportadas de activos e passivos,
assim como, as quantias reportadas de proveitos e custos durante o período de reporte. Apesar destas
estimativas serem baseadas no melhor conhecimento do management em relação aos eventos e acções
correntes, em última análise os resultados reais podem diferir dessas estimativas.
2.2
Bases de consolidação
Datas de referência
As demonstrações financeiras consolidadas, com referência a 31 de Dezembro de 2002, incluem os activos, os
passivos e os resultados das empresas do Grupo, entendido como o conjunto da JMH e das suas filiais e
associadas, as quais são apresentadas nas notas 35 e 16, respectivamente.
Participações financeiras em empresas do Grupo
Empresas do Grupo são as empresas controladas por JMH. Existe controlo quando JMH tem directa ou
indirectamente, mais de metade dos direitos de voto, ou por outro lado, tem o poder para dirigir as políticas
financeiras e operacionais da empresa com o objectivo de usufruir benefícios resultantes da sua actividade.
Presume-se que existe controlo quando a percentagem de participação é superior a 50%.
As empresas do Grupo são incluídas na consolidação pelo método da consolidação integral, desde a data em que
o controlo é adquirido até à data em que o mesmo efectivamente termina. Na contabilização de aquisição de
subsidiárias é utilizado o método da compra. O custo da aquisição corresponde ao justo valor dos activos
entregues, acções emitidas e passivos assumidos à data da aquisição, acrescido dos custos directamente
imputáveis à aquisição.
As políticas contabilísticas seguidas pelas companhias no cumprimento das suas obrigações legais e estatutárias,
foram corrigidas no processo de consolidação por forma a assegurar a consistência com as políticas adoptadas
pelo Grupo.
Participações financeiras em empresas associadas
Empresas associadas são as empresas sobre cujas políticas financeiras e operacionais a JMH exerce uma
influência significativa. Presume-se que existe influência significativa quando a percentagem de participação é
superior a 20%.
Estas participações financeiras são consolidadas pelo método da equivalência patrimonial, isto é, as
demonstrações financeiras consolidadas incluem o interesse do Grupo no total de ganhos e perdas reconhecidos
da associada desde a data em que a influência significativa começa até à data em que efectivamente termina.
Sempre que o total de perdas atribuíveis ao Grupo exceda o valor da participação financeira na associada, o
Grupo não reconhece mais perdas, excepto quando tenha incorrido em obrigações ou tenha efectuado
pagamentos em nome da associada.
78
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Participações financeiras em empresas controladas conjuntamente
As empresas controladas conjuntamente são aquelas sobre as quais o Grupo exerce um controlo conjunto
estabelecido por acordos parasociais.
Estas empresas são incluídas na consolidação pelo método da consolidação proporcional, ou seja, as
demonstrações financeiras consolidadas incluem a parcela atribuível ao Grupo dos activos, passivos e resultados
acumulados destas empresas desde a data em que o controlo conjunto se inicia até que ele efectivamente
termina.
Diferenças de consolidação
As diferenças de consolidação positivas (goodwill) representam o excesso do custo de aquisição sobre o justo
valor dos activos e passivos identificáveis atribuíveis ao Grupo à data da aquisição ou da primeira consolidação.
As diferenças de consolidação negativas representam o excesso do justo valor dos activos e passivos
identificáveis, à data da primeira consolidação ou da aquisição, sobre o valor de aquisição.
As diferenças de consolidação positivas geradas até 1991 encontram-se registadas no capital próprio. A partir de
1991, as diferenças de consolidação positivas relativas a empresas do Grupo encontram-se registadas nas
imobilizações incorpóreas, sendo amortizadas ao longo de um período de 20 anos, seguindo as melhores práticas
internacionais.
À data do balanço o Grupo deve avaliar se existe alguma indicação de imparidade. Se existir tal indicação, é
efectuada uma avaliação quanto à recuperabilidade do valor líquido do Goodwill, sendo feita uma amortização
extraordinária sempre que o valor contabilístico do Goodwill excede o seu valor recuperável (Nota 2.13).
O ganho ou perda na alienação de uma entidade inclui o valor contabilístico do Goodwill relativo a essa entidade,
excepto quando o negócio a que esse Goodwill está associado se mantenha a gerar benefícios para o Grupo.
Conversão para Euros das demonstrações financeiras em moeda estrangeira
São consideradas como operações estrangeiras que são parte integrante das operações da JMH aquelas que
levam a efeito os seus negócios como se fossem uma extensão das operações da empresa-mãe. As outras são
consideradas como entidades estrangeiras.
As demonstrações financeiras de uma operação estrangeira que seja considerada como parte integrante das
operações da JMH são convertidas para Euros utilizando o câmbio de fecho para os elementos monetários e os
câmbios históricos para os elementos não monetários e para o capital próprio. Os custos e proveitos são
convertidos ao câmbio médio mensal que é aproximadamente o câmbio da data das respectivas transacções. A
diferença cambial decorrente é reconhecida como um custo ou um proveito.
As demonstrações financeiras das entidades estrangeiras são convertidas para Euros utilizando o câmbio de
fecho para os activos e passivos e os câmbios históricos para o capital próprio. Os custos e proveitos são
convertidos ao câmbio médio mensal que é aproximadamente o câmbio da data das respectivas transacções. A
diferença cambial decorrente é registada directamente nos capitais próprios líquida do efeito gerado pelo
instrumento de cobertura (ver política contabilística descrita na nota 2.6).
Sempre que uma entidade estrangeira é alienada, a diferença cambial acumulada é reconhecida na
demonstração dos resultados como parte do ganho ou perda na venda.
O Goodwill assim como os ajustamentos ao justo valor originados na aquisição de uma entidade estrangeira, são
tratados como activos e passivos da entidade estrangeira e convertidos ao câmbio de fecho.
Saldos e transacções entre empresas do Grupo
Os saldos e as transacções, bem como ganhos não realizados, entre empresas do Grupo e entre estas e a
empresa-mãe, são anulados na consolidação. Os prejuízos não realizados são também eliminados salvo se o
custo não puder ser recuperado.
Ganhos não realizados decorrentes de transacções com empresas associadas ou empresas conjuntamente
controladas são anulados na consolidação na parte atribuível ao Grupo. As perdas não realizadas são da mesma
forma eliminadas salvo se proporcionarem prova de imparidade do activo transferido.
2.3
Reconhecimento do rédito
Vendas e prestações de serviços
Os proveitos decorrentes das vendas são reconhecidos na demonstração dos resultados quando os riscos e
vantagens significativos inerentes à posse dos activos vendidos são transferidos para o comprador. Os proveitos
associados com as prestações de serviços são reconhecidos em resultados com referência à fase de acabamento
da transacção à data de balanço. Os proveitos relativos a compras de mercadorias são reconhecidos à medida
que as mesmas são vendidas.
Subsídios
Os subsídios do governo só são reconhecidos após existir segurança de que o Grupo cumprirá as condições a
eles associadas e que os subsídios serão recebidos.
79
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Os subsídios à exploração, recebidos com o objectivo de compensar o Grupo por custos incorridos, são
reconhecidos na demonstração dos resultados de forma sistemática durante os períodos em que são
reconhecidos os custos que os mesmos visam compensar.
Os subsídios ao investimento, recebidos com o objectivo de compensar o Grupo por investimentos efectuados em
activos imobilizados, são reconhecidos em resultados durante a vida útil estimada do respectivo activo
subsidiado, com um máximo de 10 anos.
Rendas
As rendas recebidas do arrendamento de activos fixos detidos para venda são reconhecidas em resultados como
proveitos financeiros no período a que dizem respeito.
Custos financeiros líquidos
Os custos financeiros líquidos representam juros de empréstimos obtidos, juros de investimentos efectuados,
dividendos, ganhos e perdas cambiais. Os custos financeiros líquidos são reconhecidos em resultados numa base
de acréscimo durante o período a que dizem respeito.
Os dividendos são reconhecidos como proveitos quando declarados.
2.4
Transacções em moeda estrangeira
As transacções em moeda estrangeira são convertidas para Euros à taxa de câmbio em vigor à data da
transacção.
À data do balanço, os activos e passivos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de
câmbio em vigor a essa data e as diferenças de câmbio resultantes dessa conversão são reconhecidas como
resultados do exercício, excepto quando se tratam de activos e passivos que sejam classificados como de
cobertura de investimentos em entidades estrangeiras, para os quais, as diferenças de câmbio resultantes são
diferidas nos capitais próprios.
As principais cotações utilizadas à data do balanço foram as seguintes:
Zloty da Polónia
Real do Brasil
Libra Esterlina
Dólar dos Estados Unidos da América
2.5
Taxa em
31 de Dezembro de
2002
€ 0,2487
€ 0,9536
Taxa média do
ano
€ 0,2596
€ 0,4590
€ 1,6281
€ 1,0570
Derivados e derivados embutidos
Na gestão dos seus riscos operacionais e financeiros o Grupo utiliza derivados com o único objectivo de
cobertura desses riscos. De acordo com as suas políticas financeiras, o Grupo não utiliza derivados para
negociação (especulação).
Os derivados embutidos são valorizados ao valor de mercado, sendo as alterações no justo valor registadas nos
resultados do exercício.
2.6
Operações de cobertura
Risco de taxa de juro
Sempre que as expectativas de subida das taxas de juro se considerem elevadas, o Grupo procura contratar
operações de fixação de taxa de juro por prazos longos através de contratação de interest rate swaps (IRS). Nas
operações de swap de taxa de juro a diferença entre o valor de juros a receber e o valor de juros a pagar é
considerada como custo ou proveito do exercício. Os ganhos ou perdas decorrentes de rescisão antecipada de
acordo swap de taxa de juro são resultados quando da sua ocorrência.
Os juros dos financiamentos são periodificados com base na taxa efectiva do swap.
De acordo com o IAS 39, o valor de mercado do swap, correspondente ao montante que o Grupo teria de pagar
ou receber para fechar a operação de swap na data do balanço é reconhecido nas demonstrações financeiras,
sendo registado um activo/(passivo) por contrapartida do capital próprio.
Risco de taxa de câmbio
No que respeita à cobertura de risco cambial, o Grupo prossegue uma política de hedge natural recorrendo a
financiamento local sempre que as condições de mercado (nomeadamente o nível das taxas de juro) o
aconselham.
80
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Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Investimentos em operações estrangeiras
A flutuação cambial associada a empréstimos em moeda estrangeira contraídos com o objectivo de cobertura de
um investimento numa operação estrangeira é reconhecida directamente em reservas na rubrica de flutuação
cambial (Nota 2.2).
Os swaps cambiais efectuados com vista à cobertura de investimentos em operações estrangeiras são
valorizados ao mercado, com base na respectiva cotação, sendo os ganhos ou perdas potenciais reconhecidos
directamente em reservas na rubrica de flutuação cambial (Nota 2.2).
2.7
Imobilizações corpóreas
As imobilizações que não sejam terrenos são registadas ao custo de aquisição líquido das respectivas
amortizações acumuladas e de perdas de imparidade (Nota 2.13).
A classe de activos terrenos encontra-se registada pelo valor reavaliado, determinado com base em avaliações
efectuadas por peritos independentes.
Os aumentos ao valor contabilístico em resultado de reavaliações de terrenos são creditados em reservas de
reavaliação nos capitais próprios do Grupo. As reduções que possam ser compensadas por anteriores
reavaliações do mesmo activo, são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as restantes
reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados.
Os ganhos ou perdas na alienação são determinados pela comparação da receita obtida com o valor
contabilístico e reconhecida a diferença nos resultados operacionais (em resultados extraordinários na
demonstração dos resultados apresentada de acordo com o POC). Quando activos reavaliados são vendidos, o
montante que se encontra reconhecido em reservas de reavaliação é transferido para resultados transitados.
Os custos com a manutenção e reparação que não aumentam a vida útil destas imobilizações são registados
como custos do exercício em que ocorrem. O custo com grandes reparações e remodelações de lojas são
incluídas no valor contabilístico do activo sempre que é provável que benefícios económicos adicionais irão ser
originados pelo activo.
Contratos de locação financeira
Os bens cuja utilização decorre de contratos de locação financeira relativamente aos quais o Grupo assume
substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse do activo locado são classificados como
imobilizações corpóreas.
Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início como activo e passivo pelo menor do
justo valor do bem locado ou do valor actual das rendas de locação vincendas.
Os activos adquiridos em locação financeira são amortizados de acordo com a política estabelecida pelo Grupo
para as imobilizações corpóreas.
As rendas são constituídas pelo encargo financeiro e pela amortização financeira do capital. Os encargos são
imputados aos respectivos períodos durante o prazo de locação a fim de produzirem uma taxa de juro periódica
constante sobre o investimento líquido remanescente do locador.
Amortizações
As amortizações são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com
imputação duodecimal, em função da vida útil estimada para cada tipo de bem. As taxas de amortização anual
(em %) mais importantes são as seguintes:
Terrenos
Edifícios e outras construções
Equipamento básico
Equipamento de transporte
Equipamento administrativo
2.8
%
Não amortizados
2-4
10-20
25
10-25
Imobilizações incorpóreas
As imobilizações incorpóreas encontram-se registadas pelo custo de aquisição deduzido das amortizações
acumuladas e de perdas de imparidade (Nota 2.13).
Custos com goodwill gerado internamente e marcas próprias são registados na conta de resultados à medida em
que são incorridos.
Despesas de investigação e desenvolvimento
As despesas de investigação, efectuadas na procura de novos conhecimentos técnicos ou científicos ou na busca
de soluções alternativas, são reconhecidas em resultados quando incorridas.
81
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Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
As despesas de desenvolvimento são capitalizadas quando é demonstrável a executabilidade técnica do produto
ou processo em desenvolvimento e o Grupo tem a intenção e a capacidade de completar o seu desenvolvimento
e iniciar a sua comercialização ou o seu uso.
As despesas de desenvolvimento capitalizadas incluem custos de materiais utilizados, mão de obra directa e uma
proporção de gastos gerais.
Despesas com programas de computador (software)
Os custos associados ao desenvolvimento ou manutenção de Software são reconhecidos como despesas quando
incorridos, excepto quando esse custos sejam directamente associados a projectos de desenvolvimento em que
seja quantificável a geração de benefícios económicos futuros, sendo reconhecidos como activos intangíveis
incluídos no montante capitalizado das despesas de desenvolvimento.
Outros activos incorpóreos
Despesas na aquisição de Trespasses, marcas, patentes e licenças são capitalizadas sempre que seja expectável
a sua utilização pelo Grupo.
Amortizações
As amortizações são calculadas, sobre os valores de aquisição, pelo método das quotas constantes, com
imputação duodecimal. As taxas de amortização anual em % mais importantes são as seguintes:
Despesas de desenvolvimento
Trespasses e marcas comerciais
2.9
%
20-33,33
5-6,66
Investimentos financeiros
Partes de capital
As partes de capital detidas que não sejam participações em empresas do Grupo, empreendimentos conjuntos
ou associadas, são classificadas como investimentos financeiros disponíveis para venda e reconhecidos no
balanço como activos não correntes.
Estes investimentos financeiros são contabilizados ao valor de mercado, entendido como o respectivo valor de
cotação à data de balanço. Sempre que as expectativas de médio prazo de mercado apontem para valorizações
significativamente abaixo da cotação na data de balanço, são registadas provisões reflectindo essas perdas
permanentes.
Caso não exista um valor de mercado, as participações em causa são mantidas ao custo de aquisição. São
constituídas provisões para redução de valor nos casos que se justificam.
As mais e menos valias potenciais resultantes são registadas directamente em reservas até que o investimento
financeiro seja vendido, recebido ou de qualquer forma alienado, momento em que o ganho ou perda acumulado
anteriormente reconhecido no capital próprio é incluído no resultado líquido do período.
Sempre que as perdas potenciais representem mais de 20% do custo de aquisição dos investimentos financeiros
disponíveis para venda, essas perdas são transferidas de reservas para a demonstração dos resultados.
Activos fixos detidos para venda
Os activos fixos detidos para venda são contabilizados ao valor de mercado determinado por entidades
especializadas e independentes.
Alterações ao justo valor dos activos fixos detidos para venda são reconhecidos na demonstração dos resultados
de acordo com o IAS 40 e incluídos em resultados financeiros.
Sempre que, por alteração do uso esperado dos activos imobilizados corpóreos, estes são transferidos para a
rubrica activos fixos detidos para venda, o valor de transferência corresponde ao valor a que estiver registado,
que deverá corresponder ao valor de mercado a essa data.
2.10 Clientes e devedores
Os saldos de clientes e devedores são contabilizados pelo valor nominal deduzido de provisão necessária para os
colocar ao seu valor líquido de realização esperado.
2.11 Existências
As existências são valorizadas ao menor do custo ou do valor realizável líquido. O valor realizável líquido
corresponde ao preço de venda deduzido de provisões correspondentes a estimativas para perdas.
A sua valorização segue em geral o último preço de aquisição, o qual, atendendo à elevada rotação das
existências, corresponde aproximadamente ao custo real que seria determinado com base no método FIFO.
Os produtos acabados e em vias de fabrico incluem na sua valorização as matérias primas, mão-de-obra e
gastos gerais de fabrico.
82
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Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
2.12 Caixa e equivalentes de caixa
A rubrica caixa e equivalentes de caixa inclui caixa, depósitos à ordem e aplicações de tesouraria.
2.13 Imparidade
Excepto quanto aos activos fixos detidos para venda (Nota 2.9), existências (Nota 2.11) e impostos diferidos
activos (Nota 2.21), os activos do Grupo são analisados à data de cada balanço por forma a avaliar indicações de
eventuais perdas por imparidade.
Para as unidades geradoras de caixa com actividade iniciada há menos que um certo período de tempo (2 a 3
anos dependendo do segmento de negócio) o Grupo entende não efectuar a análise da imparidade porque os
respectivos negócios não terão atingido ainda maturidade suficiente.
É determinado o valor recuperável dos activos do Grupo para os quais existem indicações de potenciais perdas
por imparidade. Sempre que o valor contabilístico de um activo, ou da unidade geradora de caixa onde o mesmo
se encontra inserido, excede a sua quantia recuperável, o seu valor é reduzido ao montante recuperável sendo a
perda por imparidade reconhecida nos resultados do exercício.
Determinação da quantia recuperável dos activos
A quantia recuperável de contas a receber de médio e longo prazo corresponde ao valor actual dos futuros
recebimentos esperados utilizando como factor de desconto a taxa de juro efectiva implícita na operação original.
Para os restantes activos, a quantia recuperável é a mais alta do seu preço de venda líquido e do seu valor de
uso.
Na determinação do valor de uso de um activo, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados utilizando
uma taxa de desconto antes de impostos que reflecte as avaliações correntes de mercado do valor temporal do
dinheiro e os riscos específicos do activo em questão.
A quantia recuperável dos activos que por si só não geram fluxos de caixa independentes é determinada em
conjunto com a unidade geradora de caixa onde os mesmos se encontram inseridos.
Reversão de perdas por imparidade
Uma perda por imparidade reconhecida num valor a receber de médio e longo prazo só é revertida caso a
justificação para o aumento da respectiva quantia recuperável assente num acontecimento com ocorrência após
a data do reconhecimento da perda por imparidade.
Uma perda por imparidade reconhecida relativa a diferenças de consolidação positivas (goodwill) não é revertida.
As perdas por imparidade relativas a outros activos são revertidas sempre que existam alterações nas
estimativas usadas para a determinação da respectiva quantia recuperável. As perdas por imparidade são
revertidas até ao valor, líquido de amortizações, que o activo teria caso a perda por imparidade não tivesse sido
reconhecida.
2.14 Acções próprias
As acções próprias adquiridas são contabilizadas, pelo valor de aquisição, como um abatimento ao capital
próprio.
2.15 Dividendos
Os dividendos são reconhecidos como passivo quando declarados.
2.16 Warrants destacáveis
Os warrants destacáveis emitidos com obrigações do Grupo são reconhecidos no capital próprio.
O valor dos warrants destacáveis emitidos com as obrigações do Grupo é determinado como a diferença entre o
valor actual dos fluxos de caixa futuros das obrigações, descontados a uma taxa de mercado para operações,
sem warrants, de risco e maturidade semelhante, e o respectivo valor de emissão.
2.17 Empréstimos obrigacionistas
Obrigações de cupão-zero com opção de reembolso em acções
As obrigações de cupão-zero com opção de reembolso em acções emitidas pelo Grupo são contabilizadas como
um passivo pelo seu valor de emissão acrescido anualmente do juro decorrido sobre o capital em dívida. Os
custos com a emissão são reconhecidos no resultado do exercício ao longo da vida do empréstimo.
Outros empréstimos obrigacionistas
Os empréstimos obrigacionistas são registados no passivo pelo valor nominal. Os custos com a emissão são
reconhecidos no resultado do exercício ao longo da vida do empréstimo.
83
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Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
2.18 Pensões de reforma
Planos de contribuição definida
As contribuições do Grupo para planos de contribuição definida são contabilizadas como custo quando
efectuadas.
Planos de benefícios definidos
A responsabilidade do Grupo com planos de benefícios definidos é estimada semestralmente, à data de fecho de
contas, para cada plano separadamente, por uma entidade especializada e independente.
O cálculo actuarial é efectuado utilizando o método de crédito da unidade projectada. A taxa de desconto
aplicada corresponde à taxa de juro das obrigações de médio e longo prazo sem risco sendo a responsabilidade
assim determinada apresentada no balanço deduzida do valor dos activos dos fundos constituídos.
O custo normal do ano, o custo dos juros, o retorno dos activos do plano e os ganhos ou perdas actuariais são
reconhecidos como custo ou proveito do exercício.
O efeito, na responsabilidade do Grupo com serviços passados, das melhorias dos planos é diferido pelo período
de vida activa remanescente esperada dos trabalhadores, excepto quanto ao efeito atribuível aos pensionistas o
qual é reconhecido como um custo do ano em que as melhorias são atribuídas.
2.19 Provisões
São constituídas provisões no balanço sempre que o Grupo tem uma obrigação presente (legal ou implícita)
resultante de um acontecimento passado e sempre que é provável que uma diminuição, razoavelmente
estimável, de recursos incorporando benefícios económicos será exigida para liquidar a obrigação.
Provisão para custos de reestruturação
São constituídas provisões para custos de reestruturação sempre que um plano formal para reestruturação tenha
sido aprovado pelo Grupo e esta tenha sido iniciada ou anunciada publicamente.
2.20 Fornecedores e outros credores
Os saldos de fornecedores e outros credores são registados pelo seu valor nominal.
2.21 Impostos sobre os lucros
O imposto sobre o rendimento inclui imposto corrente e diferido. O imposto sobre o rendimento é reconhecido na
demonstração dos resultados excepto quando se relaciona com ganhos ou perdas directamente reconhecidos em
reservas caso em que é também reconhecido directamente em reservas.
O imposto sobre o rendimento corrente é calculado de acordo com os critérios fiscais vigentes à data do balanço.
O imposto diferido é calculado, com base no método da responsabilidade de balanço, sobre as diferenças
temporárias entre os valores contabilísticos dos activos e passivos e a respectiva base de tributação. Não é
calculado imposto diferido sobre as diferenças de consolidação e as diferenças de reconhecimento inicial de um
activo e passivo quando a mesma não afecta nem o resultado contabilístico nem o fiscal.
A base tributável dos activos e passivos é determinada por forma a reflectir as consequências de tributação
derivadas da forma pela qual a empresa espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada
dos seus activos e passivos.
Para a determinação do imposto diferido é utilizada a taxa que deverá estar em vigor no exercício em que as
diferenças temporárias serão revertidas.
São reconhecidos impostos diferidos activos sempre que existe razoável segurança de que serão gerados lucros
futuros contra os quais os activos poderão ser utilizados. Os impostos diferidos activos são revistos anualmente e
reduzidos sempre que deixe de ser provável que os mesmos possam ser utilizados.
2.22 Informação por segmentos
Segmento de negócio
Segmento de negócio é um componente distinguível do Grupo, comprometido em fornecer um produto ou
serviço individual, e que está sujeito a riscos e retornos diferentes dos de outros segmentos de negócio. Foram
identificados dois segmentos de negócio:
·
a distribuição de produtos de consumo em lojas de auto-serviço; e
·
a indústria de produtos de consumo alimentares e de higiene pessoal e da casa e serviços de distribuição de
produtos através de representações.
84
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Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Segmento geográfico
Segmento geográfico é uma área individualizada do Grupo comprometida em prover produtos ou serviços dentro
de um ambiente económico particular e que está sujeita a riscos e retornos que são diferentes de outras áreas
que operam em outros ambientes económicos. Foram identificados como segmentos geográficos, Portugal,
Polónia, Brasil e Reino Unido, tendo estes dois últimos sido alienados em 2002.
3
Conciliação dos resultados operacionais POC com a demonstração por funções
2002
EBITDA
Depreciações
Amortização de goodwill
EBIT
264.299
259.770
(125.590)
(24.141)
(144.571)
(30.421)
114.568
84.778
(2.014)
(2.395)
(2.053)
(25.246)
Ganhos/perdas não usuais (resultados operacionais POC)
Ganhos/perdas não usuais (resultados extraordinários POC)
Resultados operacionais demonstração por funções
110.159
57.479
Descontos p.p. e comissões cartão de crédito (resultados financeiros POC)
Ganhos/perdas não usuais (resultados extraordinários POC)
Outros ganhos/perdas não usuais (resultados extraordinários POC)
(16.789)
2.395
3.171
(10.608)
25.246
408
98.936
72.525
Resultados operacionais POC
4
2001
Reporte por segmentos de actividade
A informação por segmentos é apresentada em relação aos segmentos geográfico e de negócio do Grupo.
Os resultados, activos e passivos de cada segmento correspondem àqueles que lhes são directamente atribuíveis
assim como os que numa base razoável lhes podem ser atribuídos. Os resultados, activos e passivos não
directamente imputáveis aos segmentos consubstanciados na coluna “não alocado”, referem-se essencialmente a
operações financeiras e incluem ainda os ajustamentos de consolidação.
Informação detalhada referente aos segmentos
DISTRIBUIÇÃO
Portugal
2002
Polónia
2001
2002
2001
INDÚSTRIA E SERVIÇOS
Brasil
Portugal
2002
2001
2002
2001
192.544
192.544
449.237
449.237
296.543
503
297.046
354.602
3.260
357.862
77.027
83.387
NÃO
Inglaterra
2002
ALOCADO
2001
2002
TOTAL
2001
2002
2001
Proveitos com clientes externos
Vendas
Prestações de serviços
Proveitos inter-segmentos
TOTAL DE PROVEITOS
RESULTADO DO SEGMENTO
2.105.325 2.131.116 1.277.819 1.198.084
843
748
7.177
5.110
2.106.168 2.131.864 1.284.996 1.203.194
183
457
2.106.351 2.132.321 1.284.996 1.203.194
113.798
107.073
(17.093)
(51.332)
7.507
7.507
48.691
48.691
763
2.722
3.485
739 3.880.501 4.182.469
8.637
11.245
17.755
9.376 3.891.746 4.200.224
(77.210)
(83.844)
(74.468) 3.891.746 4.200.224
192.544
449.237
374.073
441.249
7.507
48.691
(73.725)
(37.701)
(32.295)
39.333
50.922
(1.063)
(28.561)
12.885
11.672
-
110.159
-
57.479
(104.022) (141.593)
(656)
4.007
(4.326)
1.692
(173.945)
40.565
Custos de financiamento líquidos
Ganhos/perdas em partes de capital
Ganhos/perdas em outros investimentos
Ganhos na alienação de operações
descontinuadas
RESULTADOS CORRENTES
Imposto sobre o rendimento do exercício
Resultados extraordinários
Interesses minoritários
RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
(172.790)
(37.850)
(11.427)
(20.160)
(35.058)
(13.602)
(204.377)
(86.510)
TOTAL DE ACTIVOS
1.635.110 1.543.254
508.068
591.498
-
351.318
142.253
238.349
-
30.600
(50.172)
(31.005) 2.235.259 2.724.014
TOTAL DE PASSIVOS
1.030.221 1.233.746
339.060
447.411
-
289.437
97.437
211.107
-
11.173
493.257
251.523 1.959.975 2.444.397
Fluxos de caixa de actividades operacionais
Fluxos de caixa de actividades de
investimento
302.578
319.930
67.872
(38.466)
(347.789) (252.859)
Fluxos de caixa de actividades de
financiamento
Investimento em Imobilizado Corpóreo e
Incorpóreo
77.315
101.788
73.144
35.711
-
29.694
4.469
9.007
-
459
2.927
387
157.855
177.046
Amortizações e Depreciações
87.984
91.355
46.581
48.945
10.525
18.037
5.302
14.501
355
(63)
(1.016)
2.217
149.731
174.992
85
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
5
Actividades descontinuadas
Durante o exercício de 2002 o Grupo alienou a participação que detinha nos negócios no Brasil e em Inglaterra,
bem como os negócios Panificação e Pastelaria, DiverseyLever que opera no sector de higiene e limpeza
industrial, e ainda os hipermercados Jumbo na Polónia.
Os valores de balanço destes subgrupos de sociedades na data das respectivas alienações eram sumariamente
os seguintes:
Distribuição
Activos não correntes
Activos correntes
Total do activo
Capital próprio
Industria e Serviços
Total
2002
2001
2002
2001
2002
2001
219.656
60.212
297.298
106.664
26.942
19.691
129.676
50.514
246.598
79.903
426.974
157.178
279.868
403.962
46.633
180.190
326.501
584.152
Passivos correntes
178.999
100.869
257.223
14.531
132.208
26.723
19.910
114.910
1.202
64.078
205.722
120.779
372.133
15.733
196.286
Total do passivo e capital próprio
279.868
403.962
46.633
180.190
326.501
584.152
Passivos não correntes
Em termos de resultados e em sumário, os valores constantes da Demonstração dos Resultados em 2002 e 2001
integrados no consolidado do Grupo foram os seguintes:
Distribuição
2002
2001
Indústria e Serviços(*)
Total
2002
2001
2002
17.109
124.441
267.804
673.757
2001
Vendas e prestações de serviços
250.695
549.316
Resultados operacionais antes de não usuais
(44.511)
(48.222)
(852)
(2.633)
(45.363)
(50.855)
Resultados operacionais
(44.887)
(47.467)
(530)
(24.509)
(45.417)
(71.976)
Resultados antes de impostos
(57.702)
(79.112)
(614)
(28.046)
(58.316) (107.158)
Resultados líquidos
(58.757)
(78.399)
(863)
(40.022)
(59.620) (118.421)
(*) Inclui os negócios das Águas e Turismo alienados em Dezembro de 2001
O Grupo alienou em 2003 a participação detida no negócio do Eurocash na Polónia (Nota 37). Os valores de
balanço constantes das demonstrações financeiras consolidadas em 31 de Dezembro de 2002 deste negócio
eram os seguintes:
2002
2001
Activos não correntes
28.077
37.803
Activos correntes
39.682
27.343
Total do activo
Capital próprio
67.759
65.146
Passivos não correntes
32.543
-
17.103
-
Passivos correntes
35.216
48.043
Total do passivo e capital próprio
67.759
65.146
Em termos de resultados e em sumário, os valores constantes da Demonstração dos Resultados em 2002 e 2001
integrados no consolidado do Grupo foram os seguintes:
2002
Vendas e prestações de serviços
2001
302.171
297.781
Resultados operacionais antes não usuais
(5.182)
(25.518)
Resultados operacionais
(4.766)
(25.518)
Resultados antes de impostos
(4.753)
(25.518)
Resultados líquidos
(4.753)
(25.518)
86
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
6
Alienação de negócios
Durante o ano de 2002 foram alienadas as seguintes participações que o Grupo detinha:
·
A participação de 100% na Jerónimo Martins Distribuição Brasil, cuja actividade consiste no comércio a
retalho, de géneros alimentares e de consumo. O valor da alienação do capital próprio foi de M EUR 87.286, pelo
que a operação gerou uma menos-valia de M EUR 142.770. A alienação ocorreu em Junho de 2002. A
contribuição desta empresa para o resultado consolidado foi de M EUR (47.299).
·
A participação de 100% na Lilywhites, uma empresa de retalho especializada em desporto e lazer. O valor da
alienação do capital próprio foi de M EUR 18.255, pelo que a operação gerou este ano uma menos-valia de M
EUR 2.428. A alienação ocorreu em Março de 2002. A contribuição desta empresa para o resultado consolidado
foi de M EUR (1.247).
·
A participação de 60% do negócio de Panificação e Pastelaria inserida no Grupo da Fima. O valor da alienação
do capital próprio (60%), ocorrida em Junho de 2002, foi de M EUR 15.158, pelo que a operação gerou uma
mais-valia de M EUR 11.667. A contribuição destas empresas para o resultado consolidado foi de M EUR 191.
·
A participação de 40% da DiverseyLever cuja actividade consiste na fabricação de detergentes. O valor da
alienação do capital próprio (40%), foi de M EUR 11.749, pelo que a operação gerou uma mais-valia de M EUR
6.775. A alienação ocorreu em Maio de 2002. A contribuição desta empresa para o resultado consolidado foi de
M EUR 193.
·
A participação de 50% que o Grupo detinha no Brasil na JM&M. Atacado e JM&M. Varejo e que operavam na
área comércio por grosso e retalho de géneros alimentares e de consumo. O valor da alienação do capital próprio
(50%) foi de M EUR 793, pelo que gerou uma menos-valia de M EUR de 11.812. A alienação ocorreu em
Setembro de 2002 e a contribuição destas empresas para o resultado consolidado foi de M EUR (4.271).
·
Os activos do negócio de hipermercados Jumbo detidos pela participada JM Dystrybucja na Polónia foram
alienados a Outubro de 2002. O valor da alienação foi de M EUR 17.267, pelo que a operação gerou uma menosvalia de M EUR 35.377. A contribuição deste negócio para o resultado consolidado foi de M EUR (7.187).
Efeitos das alienações
As alienações em 2002 tiveram o seguinte impacto nos activos e passivos consolidados:
Caixa (1)
2.614
Imobilizado
Existências
Dívidas a receber
Dívidas a pagar (Nota 5)
172.521
37.930
39.359
(120.779)
Goodwill
74.077
Activos líquidos alienados (Nota 5)
205.722
Diferenças de conversão cambial (Nota 24.1)
118.731
Mais/menos valias na alienação
(173.945)
Valor da alienação (2)
150.508
Valor a receber em Dezembro de 2002 (3)
334
Fluxo de caixa líquido em 31.12.2002 (2) - (3) - (1)
7
147.560
Proveitos e custos suplementares
Os proveitos suplementares respeitam a ganhos obtidos pelo Grupo com a distribuição de produtos de consumo,
nomeadamente rappel, alugueres de espaço, participações em aniversários, aluguer de topos, descontos de
pronto pagamento, etc. Os custos suplementares respeitam aos custos definidos nos proveitos, suportados pelas
companhias a operar no segmento de indústria e serviços, bem como a custos com comissões de cartão de
crédito.
8
Outros custos operacionais
Amortização de Goodwill
Impostos directos/indirectos não afectos à actividade operacional
2002
2001
24.141
30.421
2.034
3.972
26.175
34.393
87
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
9
Custos com o pessoal
Ordenados e salários
Segurança social
Custos com pensões
Outros custos com pessoal
2002
2001
241.062
281.973
51.083
58.778
1.854
5.438
24.204
28.654
318.203
374.843
Os outros custos com pessoal englobam seguros de acidentes de trabalho, acção social, formação,
indemnizações entre outros.
Do total de custos com pessoal, cerca de M EUR 30.965 correspondem aos custos com pessoal das filiais e
associadas consolidadas através do método proporcional, cujo custo integral foi de M EUR 70.054.
O número médio de empregados do Grupo ao longo do ano foi de 34.511, dos quais:
2002
2001
Portugal
18.026
18.673
Restantes países
16.485
19.359
Total de empregados
34.511
38.032
Do total de empregados, cerca de 1.971 correspondem ao pessoal das filiais e associadas consolidadas através
do método proporcional.
Do número médio de empregados de 2002, 4.128 dizem respeito a actividades descontinuadas.
O número de empregados no final do ano 2002 era de 30.722, em 2001 eram 38.189 (dos quais 8.350 de
negócios alienados em 2002).
10
Custos financeiros líquidos
Custos financeiros
Juros suportados
Outros custos financeiros (swaps, etc.)
2002
(73.768)
2001
(116.147)
(52.053)
(15.161)
(125.821)
(131.308)
Proveitos financeiros
Juros obtidos
2.573
Outros proveitos financeiros
6.503
1.399
3.001
9.076
4.400
Resultados de diferenças cambiais
(2.145)
(259)
Diferenças cambias em instrumentos financeiros não qualificados como
hedge (Nota 30.2)
14.868
(14.426)
(104.022)
(141.593)
Custos financeiros líquidos
Os outros custos financeiros incluem M EUR 30.872 relativos a menos valias potenciais no exercício de opções de
venda de acções (Nota 33).
Os outros proveitos financeiros incluem M EUR 5.810 relativos à valorização de instrumentos derivados
embutidos, relacionados com contratos de arrendamento na Polónia (Nota 30.5).
11
Imposto sobre o rendimento do exercício
11.1 Imposto corrente
Imposto corrente do exercício
Imposto diferido do exercício
Excesso/(insuficiência) de provisão
2002
2001
(20.902)
8.812
(20.373)
(15.299)
663
(11.427)
614
(35.058)
88
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
11.2 Reconciliação da taxa efectiva de imposto
2002
(172.790)
(37.850)
Imposto calculado à taxa de 33%
Efeito das diferenças de taxa nos outros países
Resultados não sujeitos a imposto e não recuperáveis
Custos não dedutíveis
Impacto da redução da taxa de imposto
Insuficiências de estimativa do ano anterior
Mais valia na venda de participações financeiras
Redução de imposto diferido por prejuízos não recuperáveis de exercícios
anteriores
Outros
57.021
(1.152)
(38.400)
(5.141)
(407)
663
2.015
(25.570)
13.323
5.598
(45.700)
(6.451)
(908)
614
11.034
(10.110)
(456)
(2.458)
Imposto do ano
(11.427)
(35.058)
Taxa efectiva de imposto
12
(6,6)%
(92,6)%
2002
(4.301)
(455)
593
2001
(13.897)
4.147
-
(246)
(17.670)
121
(4.409)
(27.299)
Resultados não usuais
Impairment de activos (Nota 14)
Ganhos/(perdas) com encerramento de lojas
Ganhos na alienação de terrenos
Abate do goodwill da Lillywhites
Outras perdas/ganhos não usuais
Resultados operacionais não usuais
13
2001
Resultados antes de imposto
Imobilizações corpóreas
13.1 Movimentos ocorridos no exercício
Terrenos e
recursos
naturais
Edifícios e
outras
construções
Equipamento
básico e
ferramentas
Equipamento Imobilizações
transporte e
em curso e
outros
adiantamentos
Total
836.513
542.788
217.573
45.635
(51.496)
(13.795)
(22.012)
(1.255)
(96.826)
18.187
17.213
47.398
91.999
Custo
Saldo inicial
Diferenças cambiais
Outros aumentos
Reavaliação
Alienação de subsidiárias
275.206
(8.268)
1.672
60.512
(27.617)
7.529
-
-
(132.493)
(44.961)
(50.034)
(3.924)
Alienações
(6.667)
(3.899)
Transferencias e abates
(2.064)
11.873
Transferencias de terrenos para venda
(8.770)
Saldo final
284.004
(898)
715
-
-
1.917.715
-
60.512
(1.514)
(256.619)
(10.789)
(119)
(25.398)
(399)
(35.000)
(24.875)
-
(6.687)
(16.355)
667.129
499.010
151.552
48.458
1.650.153
291.282
578.785
Amortizações e perdas por
imparidade
Saldo inicial
-
164.921
122.582
-
Diferenças cambiais
-
(12.249)
(6.372)
(10.679)
-
Outros aumentos
-
31.314
52.101
29.899
-
113.314
Alienação de subsidiárias
-
(37.399)
(26.118)
(21.947)
-
(85.464)
Alienações
-
(524)
(3.785)
(9.685)
-
(13.994)
Transferencias e abates
-
(5.136)
(10.086)
(7.053)
-
(22.275)
Saldo final
-
140.927
297.022
103.117
-
541.066
275.206
671.592
251.506
94.991
45.635
1.338.930
526.202
201.988
48.435
(29.300)
Valor liquido
Saldo em 1 de Janeiro de 2002
Saldo em 31 de Dezembro de 2002
284.004
48.458
1.109.087
89
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
13.2 Equipamento em regime de locação financeira
O Grupo detém diverso equipamento sob o regime de locação financeira e outras formas equivalentes. Embora
para o equipamento informático e equipamento de transporte o Grupo não vá exercer a opção de compra, outras
condições dos contratos impõem a contabilização em imobilizações. Os pagamentos de locação financeira não
incluem qualquer valor referente a rendas contingentes. As responsabilidades ainda não liquidadas relativas a
contratos de locação financeira são referidas na nota 26.5. O valor dos bens em locação financeira é o seguinte:
Terrenos e recursos naturais
Imobilizações corpóreas
Amortização acumulada
Edifícios e outras construções
Imobilizações corpóreas
Amortização acumulada
Equipamento de informática e administrativo
Imobilizações corpóreas
Amortização acumulada
Equipamento de transporte
Imobilizações corpóreas
Amortização acumulada
Imobilizações em curso
2002
2001
1.367
1.367
1.367
1.367
2.241
(270)
1.971
2.241
(211)
2.030
35.369
(21.111)
14.258
40.383
(19.071)
21.312
9.512
(3.326)
6.186
10.214
(2.996)
7.218
686
-
13.3 Garantias
Não foram dados quaisquer activos em garantia de cumprimento de obrigações bancárias ou outras.
13.4 Imobilizações corpóreas em curso
As imobilizações que se encontravam em curso em 31 de Dezembro de 2002 eram relativas a construção e
remodelação de lojas.
13.5 Reavaliações
O Grupo regista os terrenos afectos à actividade operacional ao valor de reposição. Em 2002 foram efectuadas
novas avaliações que originaram um aumento do valor de terrenos de M EUR 60.512 (Nota 24.1).
Os valores de reavaliação constantes das imobilizações corpóreas são de M EUR 141.266 (M EUR 83.165 em
2001), reflectida no capital próprio da seguinte forma:
2002
2001
Reavaliação de terrenos
141.266
83.165
Impostos diferidos
(33.198)
(21.369)
Interesses minoritários
(42.988)
(23.000)
Reavaliação líquida (Nota 24.1)
65.080
38.796
90
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
14
Imobilizações incorpóreas
Movimentos ocorridos no exercício
Despesas de
instalação
Goodwill
Software e
Imobilizações
propr. Ind. Trespasses incorpóreas
out. Dir.
em curso
Despesas
de I&D
Total
Custo
Saldo inicial
564.274
Aumentos
Alienação de subsidiárias
64.101
(95.018)
812
-
35.808
354
-
-
-
(395)
48.304
27.237
42
100
227
1.074
(617)
(1.087)
(4)
-
65.856
(96.722)
Alienações
(2.362)
Transferências e abates
(9.762)
(385)
507
(494)
-
-
(2.580)
(2.459)
(512)
Diferenças cambiais
(55.812)
(72)
(2.954)
(992)
(401)
Saldo final
465.421
355
30.740
44.816
27.907
27
569.266
149.620
501
11.896
22.235
11.450
-
195.702
22.235
182
4.375
2.046
-
35.395
(42)
-
(21.302)
(4)
-
(416)
(5)
-
(4.452)
Perdas por imparidade (Nota 12)
-
-
676.477
2.574
(242)
-
(2.761)
(7.802)
(5.551)
(60.231)
Amortizações
Saldo inicial
Aumentos
Alienação de subsidiárias
(20.942)
-
-
(173)
-
(239)
(3.344)
(348)
(169)
Alienações
Transferências e abates
6.557
Perdas por imparidade (Nota 12)
(318)
(586)
-
-
(635)
(615)
(9.723)
(39)
(1.168)
(770)
137.673
296
16.242
24.321
13.432
Saldo em 1 de Janeiro de 2002
414.654
311
23.912
26.069
15.787
42
480.775
Saldo em 31 de Dezembro de 2002
327.748
14.498
20.495
14.475
27
377.302
Diferenças cambiais
Saldo final
-
-
(13)
-
(1.250)
(11.713)
191.964
Valor líquido
59
No exercício de 2002 foi registado uma perda por imparidade de M EUR 3.789, relativo ao projecto do cartão
Dominó, por se entender não ser recuperável o valor investido. Foi ainda registada uma perda de M EUR 512,
relativa ao encerramento da loja da Superminho.
15
Activos fixos detidos para venda
2002
2001
55.364
33.556
Aumentos
22.651
21.808
Alienações
(29.259)
-
Saldo final
48.756
55.364
Saldo inicial
Os activos fixos detidos para venda referem-se a terrenos inicialmente adquiridos para uso nas operações do
Grupo, e outros que foram efectivamente utilizados nessas operações durante um certo período de tempo, mas
que se tornaram redundantes por não ser possível neles construir unidades geradoras de caixa ou por se
tornarem desnecessários para as operações efectuadas devido a reestruturações das mesmas.
Dos aumentos registados no exercício de 2002, M EUR 16.355 são relativos a terrenos e edifícios transferidos de
imobilizações corpóreas.
16
Partes de capital em empresas associadas
A movimentação da rubrica de empresas associadas em 2002 e 2001 foi a seguinte:
Valor líquido em 1 de Janeiro
Aumentos
Aplicação da equivalência patrimonial
Diminuições
Aumentos das provisões
Valor líquido em 31 de Dezembro
2002
3.124
2001
13.745
(3.100)
-
13.106
(23.723)
(4)
24
3.124
91
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
17
Outros investimentos
Participação no BCP (valor de mercado)
Provisão para acções do BCP (provisão para perdas permanentes)
Investimento em curso – Monte Dourado, S.A.
Outros
2002
7.214
(2.015)
4.988
1.279
2001
2.675
4.988
8.486
11.466
16.149
Em 2002 foram adquiridas 2.661.439 acções do BCP. Em 31 de Dezembro de 2002 a totalidade dos títulos do
BCP em carteira foram valorizados ao valor de mercado, tendo sido adicionalmente constituída uma provisão
para perdas permanentes de valor face às expectativas de mercado, encontrando-se reflectido nos resultados do
exercício uma perda em investimentos de M EUR 4.326 e uma redução de reservas de M EUR 315 (Nota 24).
18
Devedores não correntes
Do saldo em 31 de Dezembro de 2002, M EUR 58.389 é relativo a liquidações adicionais de imposto efectuadas
em 2002, sobre as quais já foi pedido o respectivo reembolso (Nota 33).
19
Existências
2002
Matérias-primas, subsidiárias e de consumo
2001
4.733
7.751
Produtos e trabalhos em curso
738
1.068
Produtos acabados e intermédios
196
340
255.544
324.793
Mercadorias
Provisões para existências (Nota 28)
Existências líquidas
261.211
333.952
(9.544)
(20.627)
251.667
313.325
Não foram consignadas existências como garantia no cumprimento de obrigações contratuais.
20
Impostos
20.1 Impostos diferidos activos e passivos
Movimentos nas contas de impostos diferidos
2002
No início do exercício
Diferenças de conversão cambial
97.204
(23.952)
Reavaliações e reservas
(13.308)
Aquisições/alienações de subsidiárias
(13.947)
No resultado do exercício
No final do exercício
8.812
54.809
2001
107.676
(1.716)
2.344
4.199
(15.299)
97.204
Os impostos diferidos são apresentados no balanço da seguinte forma:
2002
Imposto diferido activo
Imposto diferido passivo
2001
91.494
127.525
(36.685)
(30.321)
54.809
97.204
92
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Movimento das diferenças temporárias no exercício
01/01/2002
Impostos diferidos passivos
Reavaliações de activos
Warrants
24.523
565
Outras diferenças temporárias
5.233
30.321
Efeito
em
resultados
Efeito no
capital
próprio
(1.161)
(565)
(3.699)
(5.425)
Alienações/
aquisições
12.297
-
Diferenças
cambiais
31/12/2002
(413)
-
-
35.246
-
(71)
(24)
-
1.439
12.226
(437)
-
36.685
Impostos diferidos activos
Provisões além dos limites legais
Reavaliações de activos
13.385
-
(2.952)
218
-
(4.739)
-
(1.737)
-
3.957
218
Custos com pensões
Custos com operações de cobertura de risco
cambial
4.089
(3.173)
-
-
-
916
(18.189)
(986)
-
-
372
2.468
-
-
(1.805)
(663)
-
68.294
16.259
-
(6.395)
(3.429)
74.729
19.547
Diferenças de taxa de amortização do
goodwill dedutível
Prejuízos a recuperar
Lucro em existências
Provisões para stocks
Juros por pagar (Polónia)
Anulação de diferenças cambiais relativas ao
investimento na JMD Brasil
589
265
-
-
-
854
2.537
(832)
-
-
-
1.705
11.411
(5.756)
-
-
-
5.655
Outras diferenças temporárias
-
17.593
-
-
(17.593)
-
5.205
(46)
(96)
(1.445)
(530)
3.088
3.387
(1.082)
(14.384)
(23.952)
91.494
8.812
(13.308)
(13.947)
(23.952)
54.809
127.525
Variação líquida de imposto diferido
97.204
Os impostos diferidos activos decorrentes de prejuízos a recuperar desdobram-se da maneira seguinte:
Grupo Consolidado Fiscal Recheio, SGPS, S.A.
Grupo Consolidado Fiscal JMR, SGPS, S.A.
Jerónimo Martins Dystrybucja
Jerónimo Martins, SGPS, SA
JMD Brasil, Ltda
Outras
2002
33.687
18.992
22.045
5
2001
33.705
18.725
4.888
8.742
2.234
74.729
68.294
O Grupo reconheceu estes valores de impostos diferidos activos sobre prejuízos fiscais com base nas projecções
elaboradas para os negócios respectivos que demonstram que serão realizados lucros fiscais futuros que
asseguram a sua recuperabilidade.
20.2 Impostos diferidos não reconhecidos sobre prejuízos fiscais
O Grupo não reconheceu impostos diferidos activos sobre prejuízos fiscais, onde não se espera a ocorrência de
lucros fiscais suficientes para assegurar a recuperabilidade do referido imposto diferido activo. O montante de
imposto diferido activo que não foi reconhecido é de M EUR 82.246 (em 2001: M EUR 95.648). Não foram
reconhecidos impostos diferidos activos sobre os prejuízos gerados em 2002, nas Companhias inseridas no
Grupo Recheio em Portugal e em Jerónimo Martins, SGPS, S.A..
20.3 Impostos a recuperar e a pagar
Impostos a recuperar
IRC a receber
IVA a recuperar
Impostos a pagar
2002
2001
759
2.601
18.949
39.368
2002
2001
IRC a pagar
5.175
IVA a pagar
13.123
IRS retido
2.763
Segurança social
5.465
Outros impostos
36.767
19.708
5.241
31.767
5.130
52.326
3.361
5.725
4.110
70.652
93
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
21
Devedores e acréscimos e diferimentos
Clientes comerciais
Empresas associadas e participadas
Saldos devedores de fornecedores
Pessoal
Outros devedores
2002
2001
63.359
89.243
50
75
2.526
21.031
931
1.115
19.348
21.530
Acréscimos de proveitos
33.005
71.304
Custos diferidos
17.902
28.280
137.121
232.578
Os acréscimos de proveitos correspondem essencialmente ao reconhecimento de proveitos suplementares
contratados com fornecedores, no montante de M EUR 25.883, e M EUR 5.565 relativos à valorização de
instrumentos derivados embutidos, relacionados com contratos de arrendamento na Polónia (Nota 30.5).
A rubrica de custos diferidos é composta por M EUR 4.957 de rendas pagas antecipadamente, M EUR 6.022 de
custos com emissão de obrigações e aberturas de crédito, de M EUR 2.445 de juros de empréstimos bancários
pagos antecipadamente, M EUR 794 de prémios de seguros e M EUR 3.684 de outros custos imputáveis a
exercícios futuros cujo pagamento foi efectuado ainda no exercício de 2002, ou que, não tendo sido pagos, já
foram debitados pelas entidades competentes.
22
Caixa e equivalentes de caixa
Depósitos à ordem
Aplicações de tesouraria
Caixa e equivalentes de caixa
2002
2001
102.125
108.732
26.112
391
1.999
6.137
130.236
23
115.260
Interesses minoritários
Saldo a 1 de Janeiro
Resultado exercício
2002
2001
87.492
105.892
20.160
13.602
Aquisições e aumentos de capital
143.011
-
Dividendos pagos (Nota 24.5)
(40.985)
(34.077)
19.523
2.080
(138)
(5)
229.063
87.492
Reservas de reavaliação e outras reservas (Nota 24.1)
Resultados transitados
Saldo a 31 de Dezembro
94
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
24
Capital e reservas
24.1 Movimentos ocorridos em reservas
Terrenos
Terrenos e
e edifícios edifícios para
venda
Balanço em 1 de Janeiro de 2001
Terrenos transferidos para venda
Reavaliações:
- Valor bruto
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
39.663
(41)
3.086
Hedging
reserve
Reservas
cambiais
-
(28.714)
8.222
41
(3.899)
1.287
149
Reavaliação sobre investimentos financeiros:
- Valor bruto
- Imposto diferido
(3.568)
553
Diferença de conversão cambial:
- Do exercício
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
5.289
(2.208)
(2.369)
-
(3.568)
553
5.289
(2.208)
(2.369)
(3.127)
38.796
22.257
(1.489)
523
140
(3.899)
1.287
149
Transferência da reserva de reavaliação de
terrenos p/ venda p/ resultados transitados.
Total
-
(1.489)
523
140
Actualização dos instrumentos financeiros ao
justo valor (IAS 39):
- Valor bruto
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
Balanço em 31 de Dezembro de 2001
Warrants
e outras
reservas
(3.127)
(2.463)
(28.002)
5.207
13.538
Alienação de subsidiárias:
- Valor bruto
- Imposto diferido
(1.383)
413
Terrenos transferidos para venda:
- Valor bruto
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
(1.027)
54
1.286
(1.027)
54
1.286
60.512
(12.297)
(21.274)
60.512
(12.297)
(21.274)
Reavaliações:
- Valor bruto
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
141.716
(22.985)
Actualização dos instrumentos financeiros ao
justo valor (IAS 39):
- Valor bruto
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
2.348
(915)
(149)
2.348
(915)
(149)
Reavaliação sobre investimentos financeiros:
- Valor bruto
- Imposto diferido
(315)
(96)
Diferença de conversão cambial:
- Do exercício
- Imposto diferido
- Interesses minoritários
Balanço em 31 de Dezembro de 2002
140.333
(22.572)
(88.849)
(967)
1.900
65.080
-
(1.179)
2.813
(315)
(96)
(88.849)
(967)
1.900
4.796
71.510
95
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
24.2 Capital social e prémio de emissão
O capital social autorizado é composto por 95.858.644 acções ordinárias (2001: 95.858.644). Todas as acções
têm um valor nominal de Euro 5 (cinco Euros).
Os detentores de acções ordinárias têm direito a receber dividendos conforme deliberação da Assembleia Geral e
têm direito a um voto por cada 100 acções detidas. Não existem acções preferenciais. Os direitos relativos às
acções detidas em carteira pelo Grupo encontram-se suspensos até essas acções serem de novo colocadas no
mercado.
24.3 Acções próprias
A reserva para acções próprias reflecte o custo das acções detidas em carteira pelo Grupo. À data de 31 de
Dezembro de 2002 o Grupo detinha 171.800 acções próprias (2001: 171.800).
24.4 Warrants
Esta reserva reflecte o valor dos warrants destacáveis emitidos ainda em circulação (Nota 26).
24.5 Dividendos
Considerando os resultados do Grupo em 2002, o Conselho de Administração vai propor à Assembleia Geral que
não seja atribuído qualquer dividendo de Jerónimo Martins SGPS, S.A. e, portanto, não se encontra contabilizado
qualquer dividendo.
Os dividendos distribuídos em 2002, de M EUR 40.985, correspondem a dividendos pagos aos minoritários que
participam em JMR, e respeitam ao exercício de 2001.
25
Resultado por acção
25.1 Resultado básico por acção
O cálculo do resultado básico por acção baseia-se no prejuízo líquido atribuível aos accionistas ordinários de M
EUR 204.377 (2001: prejuízo de M EUR 86.510) e no número médio ponderado de acções ordinárias pendentes
no período de 95.686.844 (2001: 95.686.844).
25.2 Número médio ponderado de acções ordinárias
2002
Acções ordinárias emitidas no início do ano
Acções próprias no início do ano
Acções próprias adquiridas durante o ano
Acções emitidas durante o ano
2001
95.858.644
95.858.644
171.800
171.800
95.686.844
95.686.844
25.3 Resultado diluído por acção
O cálculo do resultado diluído por acção baseia-se no prejuízo líquido atribuível aos accionistas ordinários de
202.394 (2001: prejuízo de 84.227) e no número médio ponderado de acções ordinárias diluído pendentes no
período de 99.828.200 (2001: 99.828.200).
25.4 Resultado líquido atribuível aos accionistas ordinários (diluído)
2002
2001
Resultado líquido do exercício atribuível aos accionistas ordinários
Efeito (líquido de imposto) dos juros relativos a warrants
(204.377)
1.983
(86.510)
2.283
Resultado líquido do exercício atribuível aos accionistas ordinários (diluído)
(202.394)
(84.227)
25.5 Número médio ponderado de acções ordinárias (diluído)
Número médio ponderado de acções ordinárias
Efeito da conversão de warrants
Número médio ponderado de acções ordinárias (diluído)
Resultado por acção – Euros
Resultado por acção (diluído) – Euros
2002
2001
95.686.844
4.141.356
99.828.200
95.686.844
4.141.356
99.828.200
(2,1359)
(2,0274)
(0,9041)
(0,8437)
96
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
26
Empréstimos obtidos
Esta nota fornece informação sobre os termos de contratos dos empréstimo do Grupo e outro tipo de formas de
financiamento. Para mais informação relativamente à exposição do Grupo aos riscos de taxa de juro e taxa de
câmbio, ver nota 30.
26.1 Empréstimos correntes e não correntes
2002
2001
Empréstimos não correntes
Empréstimos bancários
300.065
369.077
Empréstimos por obrigações
269.679
527.394
-
1.072
Empréstimos de associadas
Responsabilidades com locação financeira
12.025
Outros empréstimos obtidos
15.774
765
871
582.534
914.188
Empréstimos correntes
Empréstimos por obrigações
267.906
-
Descobertos bancários
100.107
35.433
Empréstimos bancários – curto prazo
104
335.973
Empréstimos de associadas
33.920
111.355
Responsabilidades com locação financeira – curto prazo
10.528
16.570
412.565
499.331
26.2 Termos e prazo de reembolso dos empréstimos
Taxa
média
Total
Menos de 1 ano
1 a 5 anos
Papel comercial
5,19%
Cross Currency Swap PLN
6,62%
300.000
-
300.000
65
-
Empréstimo em EUR
4,00%
104
104
-
Empréstimos bancários
65
300.169
104
300.065
Empréstimos por obrigações
4,40%
537.585
267.906
269.679
Descobertos bancários
3,99%
100.107
100.107
-
Responsabilidades com locações financeiras
6,25%
22.553
10.528
12.025
4,99%
31.850
31.850
-
2.070
765
2.070
-
765
995.099
412.565
582.534
Empresas participantes e participadas
Empréstimo da Ahold
Outros
Outros empréstimos
26.3 Empréstimos obrigacionistas
Obrigações com warrants
Obrigações cupão zero com opção de reembolso em acções
Obrigações não convertíveis
2002
2001
93.327
169.919
274.339
93.327
159.728
274.339
537.585
527.394
Em Dezembro de 1996 foram emitidas 2.281.761 obrigações com warrants com direito à subscrição de acções
Jerónimo Martins de valor nominal de 5 euros ao preço unitário de 40,90 euros. Em 31 de Dezembro de 2002
encontravam-se por exercer 1.656.542 warrants correspondendo ao direito a subscrever igual número de
acções, sendo que por cada acção subscrita é atribuído a título gratuito uma acção ordinária e um direito parcial
correspondente a ½ de uma acção ordinária de valor nominal de 5 Euros. Estes warrants podem ser exercidos
entre 15 de Agosto e 15 de Setembro de cada ano até ao ano de 2003. A taxa de juro das obrigações é fixa de
3,97%.
97
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Em Dezembro de 1997 foram emitidas 25 milhões de obrigações JMH cupão zero, sendo que, na conversão para
o euro passaram a 12.469.947.427, cada uma com valor nominal de 0,01 euro. Não tendo sido exercida a opção
de reembolso antecipado em Dezembro de 2002, estas obrigações podem ser reembolsadas na maturidade em
Dezembro de 2004, em dinheiro ou por emissão de acções JM. A opção de pagamento em dinheiro ou em acções
existe apenas para a emitente. A taxa de juro é fixa de 6,38%.
As obrigações não convertíveis repartiam-se da seguinte forma em 31 de Dezembro de 2002:
· Em Junho de 1998 foi realizada uma emissão Grupada JMR – Pingo Doce – Feira Nova – Imoretalho de 25
milhões de obrigações ao valor nominal de 1.000$00, que, após conversão para o euro passaram a
12.469.947.427 obrigações com valor nominal de 0,01 euro, distribuídas da seguinte forma:
JMR:
3.242.186.331 obrigações
Pingo Doce:
3.092.546.962 obrigações
Feira Nova:
2.643.628.855 obrigações
Imoretalho:
3.491.585.279 obrigações
A maturidade destas obrigações é em Junho de 2003, e a taxa de juro é variável.
· Emissão em Agosto e Setembro de 1998, respectivamente, de 30 milhões de obrigações Recheio, SGPS, SA,
ao valor nominal de 1.000$, que após conversão passaram a 14.963.936.912 obrigações com valor nominal de
0,01 euro, divididas em duas séries:
1ª Série:
9.975.957.940 obrigações com maturidade em Agosto de 2005;
2ª Série:
4.987.978.970 obrigações com maturidade em Setembro de 2003. A taxa de juro é fixa de
3,555%.
As datas de reembolso dos empréstimos obrigacionistas à data de 31 de Dezembro de 2002 são as seguintes:
2003
2004
2005
267.906
169.919
99.760
Total
537.585
26.4 Warrants
Emissão de 2.281.761 warrants
Montantes contabilizados em reservas (Nota 24.1)
Warrants convertidos em acções
Warrants em circulação (Nota 26.3)
2002
2001
4.796
625.219
1.656.542
4.796
625.219
1.656.542
26.5 Responsabilidades com locação financeira
2002
2001
11.697
12.652
15.684
20.088
24.349
35.772
Pagamento de juros futuros
(1.796)
(3.428)
Valor presente das responsabilidades
22.553
32.344
Pagamentos até 1 ano
Pagamentos entre 1 e 5 anos
27
Benefícios dos empregados
O Grupo implementou diversos planos de pensões como segue:
27.1 Planos de benefícios definidos com fundo gerido por uma terceira entidade
Os activos dos planos são mantidos independentemente dos activos do Grupo em fundos separados
administrados por terceiros. Estes planos são avaliados semestralmente por actuários independentes, utilizando
o método da unidade projectada. As últimas avaliações actuariais são reportadas a 31 de Dezembro de 2002.
Os activos do plano incluem maioritariamente obrigações, títulos de dívida pública e acções.
98
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Os montantes envolvidos são os seguintes:
Valor presente das obrigações de benefícios definidos
Justo valor dos activos do fundo
Valor presente das obrigações não fundeadas
2002
2001
2.176
1.491
(685)
2.413
1.931
(482)
Em termos globais o Grupo tem obrigações que não se encontram financiadas no montante de M EUR 685, mas
que se traduzem em situações quer de sobrefinanciamento quer de subfinanciamento dos fundos como segue:
Sobrefinanciamento dos fundos
Subfinanciamento dos fundos
2002
2001
431
(1.116)
507
(989)
O montante de M EUR 431 relevado em custos diferidos, relativo ao sobrefinanciamento dos fundos, resulta do
Grupo ter procedido no passado a contribuições para o fundo superiores aos custos que têm vindo a ser
registados.
Em 31 de Dezembro de 2002 e 2001, as Demonstrações de Resultados e Balanço reflectem os seguintes valores:
Custos do exercício
Outros devedores e acréscimos e diferimentos
Outros credores e acréscimos e diferimentos
2002
2001
521
431
1.116
694
507
989
Pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades:
Tábua de mortalidade
Tábua de invalidez
Taxa de rendimento do fundo
Taxa de crescimento salarial
Taxa técnica actuarial
Taxa de crescimento das pensões
TV – 73/77
EVK 80
5%
3%
4%
0%
27.2 Planos de contribuição definida com fundo gerido por uma terceira entidade
O montante das contribuições efectuadas durante o exercício de 2002 e relevado na conta de resultados ascende
a M EUR 426.
27.3 Planos de benefícios definidos a cargo do Grupo
As responsabilidades decorrentes são asseguradas directamente pelo Grupo. Estes planos são igualmente
avaliados semestralmente por entidades independentes. De acordo com o cálculo actuarial reportado a 31 de
Dezembro de 2002, as responsabilidades encontram-se totalmente provisionadas.
Quantias reflectidas no Balanço:
Encontra-se registado no passivo, na rubrica de Benefícios concedidos a empregados, o valor de M EUR 18.096.
O movimento da rubrica de benefícios concedidos a empregados foi:
2002
2001
Saldo em 1 de Janeiro
Custos do exercício
Reformas pagas
Redução por desinvestimentos
17.969
1.030
(903)
-
13.726
5.365
(606)
(516)
Saldo em 31 de Dezembro
18.096
17.969
Pressupostos utilizados no cálculo das responsabilidades:
Tábua de mortalidade
Tábua de invalidez
TV – 73/77
EKV 80
Taxa de crescimento salarial
3%
Taxa técnica actuarial
4%
Taxa de crescimento das pensões
0%
99
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
28
Provisões
Saldo em
Provisões
01/01/2002 constituídas
Provisões
utilizadas
Diferença
cambial
Alienações/
Saldo em
aq.subsid. 31/12/2002
Devedores duvidosos
62.768
6.873
(7.086)
(2.398)
(3.373)
56.784
Existências
20.627
1.930
(11.741)
(1.262)
(10)
9.544
5.083
4.326
(5.054)
-
-
4.355
57
-
-
-
-
57
17.969
1.030
(903)
-
-
18.096
12.776
34.523
(251)
(1.543)
(1.331)
44.174
119.280
48.682
(25.035)
(5.203)
(4.714)
133.010
Investimentos financeiros
Outros títulos
Benefícios concedidos a empregados
Outros riscos e encargos
Total
A provisão para riscos e encargos inclui essencialmente valores provisionados para processos de contencioso,
para custos com encerramento de lojas planeados e um valor relativo a menos valias potenciais no exercício
duma opção de venda de acções (Nota 33).
29
Outros credores e acréscimos e diferimentos
2002
Montantes a liquidar de associadas
Outros credores comerciais
2001
7
7
680.321
703.962
Outros credores não comerciais
39.697
37.945
Acréscimos de custos
80.469
114.447
Proveitos diferidos
31.787
40.747
832.281
897.108
A rubrica de “acréscimos de custos” é composta essencialmente pelo montante de remunerações a liquidar ao
pessoal de M EUR 30.621, juros a pagar no valor de M EUR 6.342, rappel a pagar a clientes no valor de M EUR
2.577 e publicidade no valor de M EUR 20.723. Os restantes M EUR 20.206 correspondem a diversos custos
(utilities, seguros, consultores, rendas, etc), relativos ao exercício de 2002, e que não foram facturados pelas
entidades competentes até ao final do exercício.
A rubrica de proveitos diferidos é composta essencialmente por proveitos suplementares (M EUR 29.851) que
são diferidos até ao momento da venda da respectiva mercadoria.
30
Instrumentos financeiros
30.1 Risco de taxa de juro
Os swaps de taxa de juro activos em 31 de Dezembro de 2002 eram os seguintes:
Empréstimo obrigacionista
JMH/96
Montante emitido
93.327
Maturidade
Taxa de juro fixa (*)
Empréstimo obrigacionista
Montante emitido
Maturidade
Taxa de juro fixa (*)
Setembro de 2003
3,970%
Recheio 98 - 2ª Série
49.880
Setembro de 2003
3,355%
(*) Os swaps têm um período de maturidade idêntico aos empréstimos.
30.2 Risco de taxa de câmbio
O Grupo contratou financiamentos em moeda estrangeira ou celebrou contratos de swap cambial para cobrir o
risco cambial dos investimentos no Brasil, Reino Unido e Polónia.
Os instrumentos financeiros relativos aos investimentos realizados no Brasil e no Reino Unido não se qualificam
como de cobertura de investimentos em empresas subsidiárias, pelo que as respectivas variações nos seus
justos valores são registadas nos resultados do exercício.
100
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Os impactos em diferenças cambiais nos resultados do exercício de 2002 e 2001 relativos a estes instrumentos
foram os seguintes:
(Custos)/proveitos financeiros:
Cross currency swap de USD 195.000.000 –investimento no Brasil
Opção BRL/USD
Empréstimo em USD – investimento no Brasil
Empréstimo e GBP – investimento no Reino Unido
2002
2001
21.582
(13.534)
6.606
214
(11.699)
(2.594)
(133)
14.868
(14.426)
Impostos diferidos
(4.761)
4.761
Total líquido de impostos diferidos
10.107
(9.665)
Investimento no Brasil
· O Grupo cancelou a totalidade de um cross currency swap que tinha sido contratado em 1999, no valor de
USD 195.000.000 à taxa de câmbio de EUR 1,1703 por USD, com maturidade em Fevereiro de 2004. No
exercício de 2002 foram reconhecidos proveitos financeiros de M EUR 21.582. Em Janeiro de 2002 foram
contratados instrumentos financeiros com vista a proteger o valor de venda do investimento no Brasil. Estes
instrumentos foram igualmente cancelados aquando da alienação dos respectivos negócios, tendo originado uma
perda financeira de M EUR 13.534.
·
Com a alienação dos negócios no Brasil, o Grupo amortizou todos os empréstimos em USD, os quais se
destinavam a financiar investimentos e aquisições subsequentes. No exercício de 2002 foram reconhecidos em
proveitos financeiros M EUR 6.606 resultantes de variações cambiais positivas.
O instrumento financeiro para cobertura do risco cambial do investimento na Polónia, qualifica-se como de
cobertura de investimentos em subsidiárias, pelo que as variações nos respectivos justos valores são registados
em Reservas, no capital próprio. (Nota 30.3)
30.3 Cobertura de investimentos em empresas subsidiárias no estrangeiro
Investimento na Polónia
O Grupo havia iniciado em 05/Fev/1999 uma operação de Swap Cambial, financiando-se a taxa fixa em Zloty
(PLN) e aplicando a taxa variável em Euros (EUR) no valor de 100.000.000 Euros.
Durante o ano de 2002, encerrou-se a operação iniciada em 1999, e estruturou-se um novo programa de
cobertura cambial, igualmente para um montante de 100.000.000 Euros, equivalente a 398.500.000 PLN. Sobre
parte desse montante, 85%, o Recheio fica a pagar taxa variável em Zloty acrescida de spread (12.5 p.b.), e a
receber taxa variável em Euros. Nesta tranche o câmbio de referência é de 3.9850. Nos restantes 15%, o
Recheio fica a pagar taxa variável em Zloty deduzida de spread (20 p.b.), e a receber taxa variável em Euros.
Nesta tranche, o Recheio tem hipótese de acumular o montante em Zloty à taxa de 3.8275, dependente da
frequência com que o câmbio EUR-PLN se fixar dentro do intervalo 3,50-4,32.
O impacto do cancelamento da operação de Swap Cambial EUR/PLN em 2002, foi um custo financeiro adicional
de M EUR 8.472 em juros suportados.
No exercício de 2002 não foi reconhecido qualquer valor em reservas resultante de variação cambial (M EUR
1.497 em 2001).
30.4 Justo valor dos instrumentos financeiros de cobertura
Os justos valores dos instrumentos financeiros detidos pelo Grupo para cobertura de riscos de taxa de juro e de
taxa de câmbio, líquidos de impostos diferidos e interesses minoritários, eram os seguintes:
2002
2001
-
128
Swaps de taxa de juro desfavoráveis
Swaps de taxa de câmbio desfavoráveis
(1.179)
-
(1.259)
(1.332)
Valor registado em reservas (Nota 24.1)
(1.179)
(2.463)
Swaps de taxa de câmbio favoráveis
101
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
30.5 Derivados embutidos
O Grupo, através da sua subsidiária Pitt Sp. Zo.o, localizada na Polónia, tem contratos de arrendamento de lojas
na posição de arrendatário, que se encontram denominados em Euros, moeda diferente da moeda local (Zloty).
O justo valor destes derivados embutidos resultam da diferença entre valor dos cashflows futuros descontados
resultante do pagamento das rendas, determinados com base nas taxas de câmbio forward (Euro/Zloty) na data
da celebração dos contratos e as taxas de câmbio forward na data do balanço. O valor actual deste derivado em
31 de Dezembro de 2002 era de M EUR 5.810, cujo impacto se encontra reflectido em proveitos financeiros
neste exercício.
31
Garantias
Os financiamentos correspondentes a descobertos bancários encontram-se garantidos por livranças endossadas
aos bancos respectivos.
Para além destas garantias existem outras, tais como:
Garantias prestadas à EDP
Garantias prestadas a fornecedores
Garantias bancárias
Garantias a favor da D.G.C.I.
Outras garantias prestadas
592
7.526
2.512
35.457
14.771
As garantias prestadas a favor da D.G.C.I. foram canceladas nos primeiros meses de 2003, e respeitam aos
processos mencionados na nota 33.
32
Compromissos de capital
Os compromissos relativos a investimentos a realizar eram de M EUR 33.809, e respeitam essencialmente à
renovação de frota, obras não concluídas, contratos de empreitada e aquisição de equipamento.
33
Contingências
·
Na sequência do processo de regularização excepcional de dívidas fiscais, e seguindo uma política de
minimização de riscos, decidiu a Administração do Grupo proceder ao pagamento das liquidações adicionais de
imposto apresentadas pela Administração Tributária (conforme nota 31 do anexo às contas de 2001),
beneficiando assim de uma redução de custos diversos tais como garantias bancárias, e total anulação de
eventuais juros de mora e compensatórios.
Não obstante o desembolso efectuado, e com o apoio dos seus consultores fiscais e conselheiros jurídicos, a
Administração do grupo entende que lhe assiste inteira razão e mantém as reclamações que apresentou contra
essas liquidações, não prescindindo do seu legítimo direito de contestação das mesmas e expectativa de
recuperação integral.
Neste contexto, foi já solicitado o reembolso da totalidade das importâncias pagas, bem como dos juros
indemnizatórios à taxa legal, pelo período decorrido entre a data do seu pagamento e da sua efectiva restituição.
O montante de M EUR 58.389, antecipado pelo Grupo e objecto de pedido de reembolso, encontra-se reflectido
nas demonstrações financeiras em outras contas a receber de médio e longo prazo (Nota 18). Seguindo o
princípio da prudência, o Grupo não irá reconhecer o valor dos juros indemnizatórios sobre este crédito.
Parte do valor acima referido – cerca de M EUR 8.953 – foi pago através de dação em pagamento de imóveis,
avaliados para esse efeito pela Administração Fiscal.
·
Em 1999, a Jerónimo Martins, SGPS, SA, através da sua participada JMFC(1) Ltd, alienou várias opções de
venda (put options) sobre acções de uma sociedade cotada na Bolsa de Valores de Lisboa e do Porto (actual
Euronext Lisboa) conforme anteriormente divulgado na comunicação de facto relevante de 29 de Março de 2001
e no projecto de cisão simples, anunciado em 22 de Junho de 2001.
Atendendo a que, no momento actual, o preço de mercado das referidas acções é significativamente inferior ao
preço de exercício das opções, e que a probabilidade da cotação do título vir a ser superior ao preço de exercício,
na maturidade da opção, é muito reduzida, (considerando os actuais condicionalismos do mercado e as
estimativas de analistas), foi reconhecida nos resultados do exercício uma provisão para as menos-valias
potenciais associadas a estes derivados e que resultam do diferencial entre o preço de exercício da opção e o
valor do activo subjacente.
102
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Caso o valor dos títulos cotados tivesse sido calculado com base na cotação de 31 de Dezembro de 2002, a
provisão para as menos-valias potenciais seria de M EUR 24.272. No entanto, e uma vez que, já nos primeiros
dois meses de 2003, se verificou uma desvalorização significativa do título subjacente às opções, tendo as
expectativas do mercado financeiro sido revistas em baixa e não se aguardando qualquer recuperação no curto
prazo, considerou-se prudente assumir, para efeitos de determinação do justo valor, um price target
conservador atribuído pelas principais empresas de research, pelo que a provisão constituída foi de M EUR
30.872.
Sempre que surjam informações susceptíveis de alterar, de forma significativa, as expectativas do mercado
relativamente ao valor do activo subjacente, a provisão será ajustada de forma a reflectir essas mesmas
expectativas.
·
Em 11 de Julho de 2002, a Jerónimo Martins, SGPS, S.A., por um lado, e as sociedades Delavale Ventures
Limited e Gleason Carmichael, Inc e demais intervenientes, por outro, chegaram a acordo no sentido de pôr fim
ao litígio que corria os seus termos no Tribunal Arbitral constituído sob a égide do Centro de Arbitragem
Comercial da Associação Comercial de Lisboa, sob o nº 3/00 LAVS.
Nos termos do acordo, todas a partes intervenientes no processo desistiram dos respectivos pedidos, tendo a
Jerónimo Martins, SGPS, S.A. pago à Sonsorol SGPS, S.A., sociedade que servia de veículo ao investimento no
âmbito do denominado "Contrato relativo a Investimento na Área da Infocomunicação" e na qual deixou de deter
qualquer participação, o montante de M EUR 2.494, cerca de 0,65% do pedido na referida acção.
· Para além de diversas reclamações, próprias dos negócios em que o Grupo opera, estão pendentes de
resolução as seguintes situações:
a) Em 1999, na sequência da aquisição de duas sociedades que detinham estabelecimentos anteriormente
propriedade de ex-franquiados da ITMI Norte-Sul Portugal - Sociedade de Desenvolvimento e Investimento, SA,
esta sociedade, conjuntamente com a Regional de Mercadorias - Sociedade Central de Aprovisionamento, SA,
accionou várias participadas do Grupo, responsabilizando-as pelo alegado incumprimento daqueles exfranquiados do contrato que haviam celebrado com ITMI, já resolvido à data das referidas aquisições,
reclamando uma indemnização de M EUR 14.600. Este processo encontra-se ainda sem data designada para
julgamento. Atendendo à complexidade do mesmo e ao facto de ainda não ter efectuada a produção de prova,
não é possível, com segurança, determinar o seu resultado. É, no entanto, convicção da Administração que o
montante peticionado dificilmente será aceite, pelo que, conforme referido nos relatórios e contas de anos
transactos das associadas do Grupo, não foi constituída qualquer provisão para indemnizações.
b) A empresa Seguraspresso, Lda reclama uma indemnização de M EUR 546,2 à Gestiretalho - Gestão e
Consultadoria para a Distribuição a Retalho, SA, decorrente do facto desta participada do Grupo ter denunciado o
contrato de prestação de serviços que mantinha com aquela empresa, sem respeito pelo aviso prévio previsto
nesse acordo. Este processo também não se encontra provisionado uma vez que é convicção da Gestiretalho que
não existe fundamento para o valor reclamado.
c) A Administração fiscal reclama da JMR - Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, SA o montante de M EUR
4.588,6, correspondente a 25% dos dividendos pagos por esta sociedade ao seu accionista Ahold em 1998, por
não lhe ter sido apresentado o certificado de residência desta última. Tendo sido já entregue o certificado que
comprova a validade da isenção de retenção no pagamento de dividendos ao seu accionista Holandês, a JMR não
constituiu qualquer provisão para esta situação.
d) A Administração fiscal reclama da Recheio, SGPS, SA os montantes de M EUR 1.753 e M EUR 1.724 relativos,
respectivamente, a liquidações oficiosas de IVA e de IRC, que têm como fundamento, por um lado, a utilização
do método de dedução do IVA da afectação real, e, por outro, tributação em IRC de dividendos pagos à Recheio,
SGPS, SA pela sua participada PSQ - Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda. A Administração
da Recheio, com o apoio dos seus consultores fiscais, considera que lhe assiste inteira razão nas duas matérias,
tendo já contestado ambas as liquidações, pelo que não foram constituídas quaisquer provisões.
34
Partes relacionadas
34.1 Transacções com administradores e directores
A rubrica de outros devedores (Nota 21) inclui empréstimos a receber dos administradores e directores no
montante de M EUR 40 (2001: M EUR 80).
Os administradores e directores recebem contrapartidas não monetárias por parte do Grupo relativas à
contribuição do Grupo para diversos planos de pensões (Nota 27) em seu favor. De acordo com os termos dos
referidos planos, os administradores reformam-se com a idade de 65 anos e têm direito a receber pagamentos
complementares das pensões de que sejam beneficiários por forma a que recebam um montante equivalente ao
último salário líquido de que eram beneficiários à data da reforma desde que tivessem desempenhado funções
durante pelo menos 10 anos como Administradores. Os directores reformam-se igualmente aos 65 anos e têm
direito a receber um complemento de pensão assegurado por seguro de pensões que corresponderá a um
máximo de 30% da sua remuneração ilíquida à data da reforma.
103
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
34.2 Remunerações dos administradores e gerentes
As remunerações atribuídas aos administradores e gerentes foram:
Administradores
2002
2001
1.848
3.385
Gerentes
35
237
484
2.085
3.869
Empresas do Grupo
O controlo do Grupo é assegurado pela empresa-mãe, Jerónimo Martins, SGPS, S.A..
Nos quadros apresentados a seguir, incluem-se as empresas que fazem parte do Grupo Jerónimo Martins. Estes
quadros foram organizados de acordo com o método de consolidação aplicado e, no caso de exclusão, divulgam
os motivos aplicáveis.
a) Método integral
Companhia
Actividade
Sede
%
Capital
detido
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Gestão de participações sociais
Lisboa
Jerónimo Martins – Serviços, S.A.
Gestão de recursos humanos de topo do Grupo
Lisboa
100,00
JMR – Gestão de Empresas de Retalho, SGPS, S.A.
Gestão de participações sociais na área da distribuição
retalhista
Lisboa
51,00
Pingo Doce – Distribuição Alimentar, S.A.
Comércio a retalho em supermercados
Lisboa
51,00
Supertur – Imobiliária, Comércio e Turismo, S.A.
Compra e venda de bens imóveis
Lisboa
51,00
Feira Nova – Hipermercados, S.A.
Comércio a retalho em hipermercados
Lisboa
51,00
Bazar Novo – Distribuição de Produtos Não Alimentares, Lda
Comércio a retalho de bens de consumo duradouro
Lisboa
51,00
Gestiretalho – Gestão e Consultoria para a Distribuição a Retalho,
S.A.
Gestão, consultoria e logística de actividades retalhistas
Lisboa
51,00
Imoretalho – Gestão de Imóveis, S.A.
Gestão e administração de bens imóveis
Lisboa
51,00
Bento & Martins, Lda
Comércio por grosso de bens de consumo
Lisboa
51,00
Casal de São Pedro – Administração de Bens, S.A.
Gestão e administração de bens imóveis
Lisboa
51,00
Jerónimo Martins Finance Company (2), Limited
Sociedade de serviços financeiros
Dublin
51,00
(Irlanda)
EVA – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda
Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e
gestão de investimentos
Funchal
51,00
Moser & Branco – Distribuição Alimentar, S.A.
Comércio a retalho em supermercados
Carregal do
51,00
Sal
Cunha & Branco – Distribuição Alimentar, S.A.
Comércio a retalho em supermercados
Águeda
Electric Co – Distribuição de Produtos não Alimentares, Lda.
Distribuição de produtos não alimentares e de consumo
Lisboa
51,00
Dantas & Vale, S.A.
Distribuição de produtos alimentares
Lisboa
51,00
Recheio, SGPS, S.A.
Gestão de participações financeiras na área da distribuição
por grosso e retalho
Lisboa
100,00
Recheio-Cash & Carry, S.A.
Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Porto
100,00
Noredis – Sociedade de Representações e Distribuição do Norte,
S.A.
Comércio por grosso de produtos alimentares
Lisboa
100,00
Imocash – Imobiliário de Distribuição, S.A.
Gestão e administração de bens imóveis
Lisboa
100,00
A.Soares Mendes, Lda
Comércio por grosso de produtos alimentares
Amarante
100,00
Larantigo – Sociedade de Construções, S.A.
Compra e venda de bens imóveis
Lisboa
100,00
J.P.S. - Gestão de Imóveis, S.A.
Compra e venda de bens imóveis
Braga
100,00
Bivol-Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários, Lda
Compra e venda de bens imóveis
Lisboa
100,00
PSQ – Sociedade de Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda
Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e
gestão de investimentos
Funchal
100,00
Funchalgest– Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.
Gestão de participações sociais
Funchal
75,50
João Gomes Camacho, S.A.
Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Funchal
75,50
Lidosol II – Distribuição de Produtos Alimentares, S.A.
Comércio a retalho em supermercados
Funchal
75,50
Idole–Utilidades, Equipamentos e Investimentos Imobiliários,Lda
Compra e venda de bens imóveis
Lisboa
75,50
Lidinvest – Gestão de Imóveis, S.A.
Gestão e administração de imóveis
Funchal
75,50
Lidogest – Gestão de Espaços Comerciais, S.A.
Gestão e administração de imóveis
Funchal
Belegginsmaatschappij Tand B.V.
Sociedade de serviços financeiros
Rotterdam
(Holanda)
100,00
Jerónimo Martins Dystrybucja Sp. zo.o
Comércio a retalho e por grosso de produtos alimentares e
de consumo
Poznan
100,00
Tip Marken – Discount Handelsgesellschaft mbh
Gestão de participações sociais
Sarstedt
100,00
(Alemanha)
PITT Sp. Zo.o
Comércio a retalho de produtos alimentares e de consumo
Poznan
51,00
75,50
(Polónia)
100,00
(Polónia)
Eurocash Sp. zo.o (ex. JM Polska Sp. zo.o)
Comércio por grosso de produtos alimentares e de consumo Poznan
100,00
(Polónia)
JM Holdings UK, Ltd
Gestão de participações sociais
Londres
100,00
(Inglaterra)
104
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Companhia
Actividade
Sede
%
Capital
detido
Jerónimo Martins – Distribuição de Produtos de Consumo, Lda
Comércio por grosso de produtos alimentares
Lisboa
100,00
Caterplus – Comercialização e Distribuição de Produtos de
Consumo, Lda
Comércio por grosso de outros produtos alimentares
Lisboa
49,00
Jerónimo Martins – Restauração e Serviços, S.A. (ex. Centro
Dominó)
Cafés
Lisboa
100,00
Hermes–Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários, Lda
Prestação de serviços nas áreas económica e financeira e Funchal
gestão de investimentos
100,00
Friedman - Sociedade Investimentos Mobiliários e Imobiliários ,Lda
Prestação de Serviços de natureza contabilística e
económica
Funchal
100,00
Jerónimo Martins Finance Company (1), Limited
Sociedade de serviços financeiros
Dublin
100,00
(Irlanda)
Servicompra – Consultores de Aprovisionamento, Lda
Prestação de serviços nas áreas de prospecção de Lisboa
mercados, aprovisionamento e técnicas de negociação e
marketing
100,00
Jerónimo Martins Retail Services, S.A.
Exploração de marcas comerciais
51,00
Klosters
(Suiça)
Desimo – Desenvolvimento e Gestão Imobiliária, Lda
Gestão e administração de bens imóveis
Lisboa
100,00
Comespa - Gestão de Espaços Comerciais, S.A.
Gestão e administração de bens imóveis na área retalhista
Lisboa
51,00
Hussel Ibéria – Chocolates e Confeitaria, S.A.
Venda a retalho de chocolates, confeitaria e afins
Lisboa
51,00
b) Método proporcional
Companhia
Actividade
Sede
%
Capital
detido
Fima/VG Distribuição de Produtos Alimentares, Lda
Distribuição de produtos alimentares
Lisboa
60,00
Fima - Produtos Alimentares, S.A.
Produção de margarinas e afins
Lisboa
60,00
Victor Guedes – Indústria e Comércio, S.A.
Produção de azeite
Lisboa
60,00
LeverElida – Distribuição de Produtos de Limpeza e Higiene Pessoal, Distribuição de produtos de beleza e de higiene pessoal
Lda
Lisboa
40,00
Indústrias Lever Portuguesa, S.A.
Fabricação de detergentes
Lisboa
IgloOlá – Distribuição de Gelados e Ultracongelados, Lda
Distribuição de gelados e de produtos ultracongelados
Lisboa
Iglo – Indústria de Gelados, S.A.
Fabricação de gelados e sorvetes
Lisboa
26,00
Gelcasa – Comercialização de Gelados e Ultracongelados, S.A.
Comercialização a retalho de gelados e ultracongelados
Lisboa
26,00
40,00
26,00
c) Empresas excluídas da consolidação
Não foram incluídas na consolidação por serem materialmente irrelevantes, as empresas seguintes:
Companhia
% Capital detido
Transportadora Central do Infante, Lda
25,48
Empal – Empresa Industrial de Produtos Alimentares, S.A.
60,00
Socorel – Sociedade Comercial de Representações, Lda
90,00
AMS BV
0,05
Dispar, SGPS, S.A.
10,78
Monte Dourado, S.A.
51,00
d) Empresas alienadas em 2002, cujos resultados contribuíram
Grupo
Companhia
para o resultado consolidado do
Actividade
Sede
%
Capital
detido
Lillywhites, Limited
Comércio de roupas e equipamentos para desporto
Londres
100,00
(Inglaterra)
Jerónimo Martins Distribuição Brasil, Ltda
Comércio a retalho e por grosso de géneros alimentares e
de consumo
São Paulo
(Brasil)
Promalte Arkady – Panificação e Pastelaria, S.A.
Distribuição de produtos alimentares
São João
da Talha
60,00
Panduave – Panificação Ultracongelada, S.A.
Panificação congelada
Sto Tirso
60,00
DiverseyLever – Sistemas de Higiene e Limpeza, S.A.
Fabrico de detergentes industriais
Mem
Martins
40,00
JM&M Atacado, S.A.
Comércio por grosso e retalho de produtos alimentares e de São Paulo
consumo
(Brasil)
JM&M Varejo, Ltda
Distribuição de produtos de consumo
São Paulo
(Brasil)
100,00
50,00
50,00
105
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
36
Interesses em empreendimentos conjuntos
O Grupo detém interesses nos seguintes empreendimentos conjuntos:
● Fima – Este grupo de empresas dedica-se à fabricação e venda de produtos alimentares na área das gorduras
alimentares e das bebidas comercializando marcas próprias e do Grupo Unilever. O Grupo tem 60% do capital
desta empresa;
● Lever – Este grupo de empresas dedica-se à fabricação e comercialização de produtos de higiene pessoal,
doméstica e industrial do sector hoteleiro e alimentar. As marcas comercializadas são propriedade do Grupo
Unilever e o Grupo detém uma quota de 40% nesta empresa;
● Iglo – Este grupo de empresas dedica-se à fabricação e comercialização de gelados e de alimentos
congelados e ultracongelados utilizando marcas do Grupo Unilever. O Grupo tem nesta empresa uma quota de
26%;
As demonstrações financeiras consolidadas incluem os seguintes montantes relativos aos activos e passivos
apropriados como resultado da sua participação nos empreendimentos conjuntos acima referidos, consolidados
pelo método proporcional:
2002
2001
Activos não correntes
Activos correntes
Passivos não correntes
Passivos correntes
125.997
64.846
177.446
68.057
149.447
88.128
177.497
100.485
Activos líquidos
(54.660)
(40.407)
346.241
(325.393)
369.644
(347.415)
20.848
22.229
Proveitos e ganhos
Custos e perdas
Em 2002, não estão incluídos os balanços dos negócios alienados Diversey, Bakery e JM&M. Relativamente aos
resultados, estão reflectidos os impactos das alienações.
37
Eventos subsequentes à data do balanço
Em 3 de Fevereiro a Jerónimo Martins, através da sua participada Jerónimo Martins Dystrybucja Sp.zo.o, assinou
um acordo com vista à alienação de 100% da participação no Eurocash Sp.zo.o a um grupo de actuais e antigos
colaboradores desta empresa, em operação de management buy-out, concluída com efeitos a 1 de Março de
2003.
Estima-se que o valor desta operação ascenda a um montante aproximado de cerca de M EUR 30.000, cujo
pagamento não será imediato, mas sim diferido e parcialmente em função da performance do próprio negócio.
Apesar do acordo estabelecer a alienação de 100% do capital do Eurocash, por razões que se prendem com a
recuperabilidade do crédito, a Jerónimo Martins manterá alguma influência no controlo da sociedade durante o
período em que o crédito subsistir. As normas contabilísticas implicam o tratamento deste acordo como se de
uma associada se tratasse.
Periodicamente proceder-se-á à análise e aferição da performance operacional do Eurocash, bem como à revisão
dos pressupostos que serviram de base ao apuramento do preço e do risco intrínseco do negócio, o que se
consubstanciará em testes de impairment ao valor do investimento. Sempre que se verifiquem diferenças
relevantes entre os valores que serviram de pressupostos para o apuramento do valor do investimento e os
efectivamente verificados, será constituída uma provisão para o mesmo.
38
Reconciliação para os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal
As diferenças entre os princípios contabilísticos adoptados pelo Grupo e os princípios geralmente aceites em
Portugal são os seguintes:
·
O Grupo contabiliza em resultados do exercício as reavaliações de activos detidos para venda (IAS 40),
quando de acordo com os princípios geralmente aceites em Portugal, as reavaliações são registadas por
contrapartida de reservas no capital próprio;
·
O Grupo detém instrumentos financeiros, nomeadamente swaps para fixação de taxa juro e taxa de cambio
(Nota 2.6 e 30.4) e derivados embutidos (Nota 2.5 e 30.5), que reconhece nas suas demonstrações financeiras
pelo seu justo valor, de acordo com o IAS 39. Os princípios aceites em Portugal são omissos nesta matéria;
· Os warrants destacáveis emitidos com obrigações do Grupo são reconhecidos no capital próprio (Nota 2.16).
Os princípios aceites em Portugal são omissos nesta matéria.
A informação abaixo apresentada corresponde ao efeito que resultaria nas principais rubricas das demonstrações
financeiras consolidadas do Grupo caso não tivessem sido derrogados os princípios contabilísticos geralmente
aceites em Portugal.
106
Jerónimo Martins, SGPS, S.A.
Notas às demonstrações financeiras consolidadas
31 de Dezembro de 2002 e 2001
Balanço em 31 de Dezembro de 2002
Demonstrações Financeiras
Consolidadas
Ajustamentos resultantes
em derrogações ao POC
Dem. de acordo com
princípios geralmente
aceites em Portugal
ACTIVO
Imobilizações incorpóreas
Imobilizações corpóreas
377.302
1.109.087
377.302
1.109.087
Investimentos financeiros
Existências
Dívidas de terceiros – médio e longo prazo
Dívidas de terceiros – curto prazo
60.246
251.667
58.398
105.922
60.246
251.667
58.398
105.922
Títulos negociáveis
Depósitos bancários e caixa
26.112
104.124
26.112
104.124
Acréscimos e diferimentos
142.401
Total do activo
(6.669)
135.732
2.235.259
(6.669)
2.228.590
CAPITAL PRÓPRIO
Capital
Reservas e resultados transitados
479.293
(228.695)
308
479.293
(228.387)
Resultado líquido do exercício
(204.377)
(5.426)
(209.803)
(5.118)
41.103
229.063
Total do capital próprio
Interesses minoritários
46.221
229.063
PASSIVO
Provisões para riscos e encargos
Dívidas a terceiros – médio e longo prazo
62.270
582.534
Dívidas a terceiros – curto prazo
Acréscimos e diferimentos
Total do passivo
Total do capital próprio, int. min. e passivo
62.270
582.534
1.164.357
150.814
(1.551)
1.164.357
149.263
1.959.975
(1.551)
1.958.424
(6.669)
2.228.590
2.235.259
Balanço em 31 de Dezembro de 2001
Demonstrações Financeiras
Consolidadas
Ajustamentos resultantes
em derrogações ao POC
Dem. de acordo com
princípios geralmente
aceites em Portugal
ACTIVO
Imobilizações incorpóreas
Imobilizações corpóreas
480.775
1.338.930
Investimentos financeiros
74.637
480.775
1.338.930
(315)
74.322
Existências
Dívidas de terceiros – médio e longo prazo
Dívidas de terceiros – curto prazo
313.325
1.616
172.362
313.325
1.616
172.362
Títulos negociáveis
Depósitos bancários e caixa
Acréscimos e diferimentos
391
114.869
227.109
(3.379)
391
114.869
223.730
2.724.014
(3.694)
2.720.320
Total do activo
CAPITAL PRÓPRIO
Capital
Reservas e resultados transitados
Resultado líquido do exercício
479.293
(200.658)
(86.510)
27
879
479.293
(200.631)
(85.631)
192.125
87.492
906
149
193.031
87.641
Total do passivo
30.745
914.188
1.311.897
187.567
2.444.397
(4.749)
(4.749)
30.745
914.188
1.311.897
182.818
2.439.648
Total do capital próprio, Int. Min. e passivo
2.724.014
(3.694)
2.720.320
Total do capital próprio
Interesses minoritários
PASSIVO
Provisões para riscos e encargos
Dívidas a terceiros – médio e longo prazo
Dívidas a terceiros - curto prazo
Acréscimos e diferimentos
O Técnico de Contas
O Conselho de Administração
107
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas
Bernardes, Sismeiro
& Associados, SROC, Lda.
Avenida da Liberdade, 245 - 7º C
1250 - 143 Lisboa
Portugal
Tel +351 21319 70 00
Fax +351 21316 11 12
Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria
sobre a Informação Financeira Consolidada
Introdução
1
Nos termos da legislação aplicável, apresentamos a Certificação Legal das Contas e
Relatório de Auditoria sobre a informação financeira contida no Relatório consolidado de
gestão e nas demonstrações financeiras consolidadas anexas de Jerónimo Martins, SGPS,
SA., as quais compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2002, (que evidencia um
total de 2.235.259 milhares de euros, um total de interesses minoritários de 229.063
milhares de euros e um total de capital próprio de 46.221 milhares de euros, incluindo um
resultado líquido negativo de 204.377 milhares de euros), as Demonstrações consolidadas
dos resultados, por naturezas e por funções, a Demonstração consolidada dos fluxos de
caixa do exercício findo naquela data e os correspondentes Anexos.
Responsabilidades
2
É da responsabilidade do Conselho de Administração da Empresa (i) a preparação do
Relatório consolidado de gestão e de demonstrações financeiras consolidadas que
apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do conjunto das
empresas incluídas na consolidação, o resultado consolidado das suas operações e os
fluxos de caixa consolidados; (ii) que a informação financeira histórica seja preparada de
acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal e que seja
completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos
Valores Mobiliários; (iii) a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados; (iv) a
manutenção de sistemas de controlo interno apropriados; e (v) a divulgação de qualquer
facto relevante que tenha influenciado a actividade do conjunto das empresas incluídas na
consolidação, a sua posição financeira ou resultados.
3
A nossa responsabilidade consiste em verificar a informação financeira contida nos
documentos de prestação de contas acima referidos, designadamente sobre se é completa,
verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita, conforme exigido pelo Código dos Valores
Mobiliários, competindo-nos emitir um relatório profissional e independente baseado no
nosso exame.
Bernardes, Sismeiro & Associados, S.R.O.C., Lda.
Inscrita na lista dos Revisores Oficiais de Contas sob o nº25
Sede: Edifícios "As Caravelas", Rua Dr. Eduardo Neves 9 - 5º Dtº., 1050 - 077 Lisboa
Inscrita na Comissão de Valores Mobiliários sob o nº 219
NIPC 501 255 958 Capital social Euros 11.200
Correspondente da PricewaterhouseCoopers
Matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o nº10675
Jerónimo Martins, SGPS, SA.
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas
Âmbito
4
O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as
Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais
exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de
segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras consolidadas não contêm
distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluíu: (i) a verificação
de as demonstrações financeiras das empresas incluídas na consolidação terem sido
apropriadamente examinadas e, para os casos significativos em que o não tenham sido, a
verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações nelas
constantes e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo
Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação; (ii) verificação das operações de
consolidação; (iii) a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas
adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias; (iv) a verificação da
aplicabilidade do princípio da continuidade; (v) a apreciação sobre se é adequada, em
termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras consolidadas; e (vi) a
apreciação se a informação financeira consolidada é completa, verdadeira, actual, clara,
objectiva e lícita.
5
O nosso exame abrangeu ainda a verificação da concordância da informação
financeira consolidada constante do relatório consolidado de gestão com os restantes
documentos de prestação de contas.
6
Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão
da nossa opinião.
Opinião
7
Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras consolidadas apresentam
de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a
posição financeira consolidada de Jerónimo Martins, SGPS, SA. em 31 de Dezembro de
2002, o resultado consolidado das suas operações e os fluxos consolidados de caixa no
exercício findo naquela data, em conformidade com os princípios contabilísticos
geralmente aceites em Portugal, derrogados para ficarem em conformidade com as normas
internacionais de contabilidade, conforme referido na nota 2.1, e a informação nelas
constante é completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita.
(2)
Jerónimo Martins, SGPS, SA.
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas
Ênfase
8
Sem afectar a opinião expressa no parágrafo anterior, chamamos a atenção para o
facto de as notas às demonstrações financeiras consolidadas terem sido preparadas de
acordo com os requisitos de divulgação das normas internacionais de contabilidade não
contendo, quando aplicável, qualquer referência às notas requeridas pelo Plano Oficial de
Contabilidade e exigidas para efeitos de apresentação de contas em Portugal.
Lisboa, 7 de Abril de 2003
Bernardes, Sismeiro & Associados, S.R.O.C., Lda.
representada por:
José Manuel de Oliveira Vitorino, R.O.C.
(3)
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas
Bernardes, Sismeiro
& Associados, SROC, Lda.
Avenida da Liberdade, 245 - 7º C
1250 - 143 Lisboa
Portugal
Tel +351 21319 70 00
Fax +351 21316 11 12
Relatório e Parecer do
Fiscal Único
Senhores Accionistas,
1
Nos termos da lei e do mandato que nos conferiram, apresentamos o relatório sobre
a actividade fiscalizadora desenvolvida e damos parecer sobre o Relatório Consolidado de
Gestão e as Demonstrações Financeiras Consolidadas apresentados pelo Conselho de
Administração de Jerónimo Martins, SGPS, SA. relativamente ao exercício findo em 31 de
Dezembro de 2002.
2
No decurso do exercício acompanhámos, com a periodicidade e a extensão que
considerámos adequada, a actividade da Empresa e das suas filiais e associadas mais
significativas. Verificámos a regularidade da escrituração contabilística e da respectiva
documentação. Vigiámos também pela observância da lei e dos estatutos.
3
Como consequência do trabalho de revisão legal efectuado, emitimos a respectiva
Certificação Legal das Contas e Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira
Consolidada, em anexo, bem como o Relatório sobre a Fiscalização endereçado ao
Conselho de Administração nos termos do artº 451º do Código das Sociedades Comerciais.
4
No âmbito das nossas funções verificámos que:
i)
o Balanço Consolidado, as Demonstrações Consolidadas dos Resultados por
naturezas e por funções, a Demonstração Consolidada dos Fluxos de Caixa e os
correspondentes Anexos permitem uma adequada compreensão da situação financeira da
Empresa e dos seus resultados;
ii)
as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados são adequados;
iii) o Relatório Consolidado de Gestão é suficientemente esclarecedor da evolução dos
negócios e da situação da sociedade e do conjunto das filiais incluídas na consolidação
evidenciando os aspectos mais significativos;
Bernardes, Sismeiro & Associados, S.R.O.C., Lda.
Inscrita na lista dos Revisores Oficiais de Contas sob o nº25
Sede: Edifícios "As Caravelas", Rua Dr. Eduardo Neves 9 - 5º Dtº., 1050 - 077 Lisboa
Inscrita na Comissão de Valores Mobiliários sob o nº 219
NIPC 501 255 958 Capital social Euros 11.200
Correspondente da PricewaterhouseCoopers
Matriculada na Conservatória do Registo Comercial sob o nº10675
Jerónimo Martins, SGPS, SA.
Sociedade de Revisores Oficiais de Contas
5
Nestes termos, tendo em consideração as informações recebidas do Conselho de
Administração e Serviços e as conclusões constantes da Certificação Legal das Contas e
Relatório de Auditoria sobre a Informação Financeira Consolidada, somos do parecer que:
i)
seja aprovado o Relatório Consolidado de Gestão;
ii)
sejam aprovadas as Demonstrações Financeiras Consolidadas;
Lisboa, 7 de Abril de 2003
O Fiscal Único
Bernardes, Sismeiro & Associados, S.R.O.C., Lda.
representada por:
José Manuel de Oliveira Vitorino, R.O.C.
(2)
JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.
SOCIEDADE ABERTA
Sede Social: Rua Tierno Galvan, Torre 3, Piso 9, Letra J – 1099-008 Lisboa
Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o nº 8.122
Capital Social: 479.293.220 Euros
Pessoa Colectiva nº 500 100 144
EXTRACTO DA ACTA DA ASSEMBLEIA GERAL ANUAL
No dia catorze de Maio de dois mil e três, pelas nove horas, na Rua Actor António Silva, nº 7, 15º andar, em
Lisboa, perante mim, Licenciado Carlos Henrique Ribeiro Melon, Notário do Quarto Cartório Notarial de
Lisboa, realizou-se a reunião da Assembleia Geral Anual dos accionistas de “Jerónimo Martins, SGPS, S.A.”,
(…)
Entrando-se na matéria da ordem do dia, o Senhor Presidente da Mesa procedeu à leitura da Convocatória
desta reunião da Assembleia Geral e referiu que iria começar os trabalhos pelo primeiro ponto desta
Convocatória, convidando o Conselho de Administração a usar da palavra se assim o entendesse sobre este
ponto.
(…)
Não havendo outras intervenções o Sr. Presidente da Mesa anunciou que se iria proceder à votação sobre o
primeiro ponto da Ordem de Trabalhos - deliberar sobre o relatório de gestão e as contas do exercício de
2002 - referindo que, como é do conhecimento do senhores accionistas, o parecer do Fiscal Único
relativamente a este ponto é no sentido da aprovação do Relatório de Gestão e das demonstrações
financeira.
Posta à votação, foram os resultados anunciados pelo Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
verificando-se que o primeiro ponto da Ordem de Trabalhos foi aprovado com 79,70% dos votos favoráveis
dos accionistas presentes, tendo-se registado 20,30% de abstenções,
(…)
Entrando-se de seguida no segundo ponto da ordem de trabalhos, deliberar sobre a Proposta de Aplicação
de Resultados, o Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral referiu que no Relatório e Contas
Individuais o Conselho de Administração propõe que o resultado líquido negativo de 206.227.183,15 euros
(duzentos e seis milhões, duzentos e vinte e sete mil, cento e oitenta e três euros e quinze cêntimos) seja
transferido para resultados transitados.
(…)
Feita a votação, foram os resultados anunciados pelo Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
verificando-se que o segundo ponto da Ordem de Trabalhos foi aprovado com 79,71% dos votos favoráveis
dos accionistas presentes, tendo-se registado 20,29% de abstenções,
(…)
Entrando-se de imediato no ponto três da ordem de trabalhos - apreciação e deliberação sobre o Relatório
Consolidado de Gestão e as Contas Consolidadas relativas a 2002 - e considerando que o Conselho de
Administração, na sua apresentação, já havia referido todos os aspectos referentes ao ponto em discussão,
foram os Senhores accionistas convidados a intervir.
(…)
Depois de findos os esclarecimentos suscitados pelos senhores accionistas, o Senhor Presidente da Mesa
esclareceu que o relatório consolidado de gestão e as contas consolidadas respeitantes ao exercício de 2002
que iriam ser submetidos a aprovação na Assembleia Geral, incorporavam já a correcção a páginas 28,
devidamente enfatizada nas intervenções findas.
(…)
Posta à votação, foram os resultados anunciados pelo Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
verificando-se que o terceiro ponto da Ordem de Trabalhos foi aprovado com 79,70% dos votos favoráveis
dos accionistas presentes, tendo-se registado 20,30% de abstenções,
(…)
Não havendo mais assuntos a tratar, o Senhor Presidente da Mesa agradeceu a todos os presentes a sua
colaboração e declarou encerrada esta reunião, mandando lavrar a presente acta, a qual depois de lida e
explicada em voz alta, vai ser devidamente assinada pelos membros da Mesa da Assembleia Geral em
conjunto com o Notário.