Plano de Águas Municipal - MILHÃ

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Plano de Águas Municipal - MILHÃ
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Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................6 CRÉDITOS INSTITUCIONAIS..........................................................................................7 AGRADECIMENTOS..........................................................................................................7 AGRADECIMENTO ESPECIAL.......................................................................................7 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................9 2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE MILHÃ..............................14 2.1 Localização e Acessos .......................................................................................................... 14 2.2 Histórico de Formação do Município de Milhã ................................................................... 15 2.3 Dados Gerais do Município ................................................................................................... 16 2.3.1 Área e População ................................................................................................................... 16 2.3.2 Aspectos Fisiográficos ........................................................................................................... 17 2.3.3 Aspectos Socioeconômicos .................................................................................................. 20 3. RECURSOS HÍDRICOS NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO.....................................27 3.1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 27 3.2 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS ................................................................................ 30 3.2.1. Açudes Principais da Bacia do Riacho Valentim ............................................................... 32 3.2.2. Açudes Principais da Bacia do Riacho Capitão Mor ......................................................... 41 3.2.3. Açudes Principais da Bacia do Riacho Cabeça-de-Boi .................................................... 45 3.2.4. Açudes Principais das Bacias dos Riachos Maré e Lagoinha ......................................... 47 3.3 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS ........................................................................... 48 3.3.1 Domínios Geológicos ............................................................................................................. 48 3.3.2 Diagnóstico da Explotação Realizada pela CPRM (1998) ................................................ 48 3.3.3 Aspectos Quantitativos e Qualitativos ................................................................................. 50 3.3.4 Conclusões do Relatório da CPRM ..................................................................................... 52 3.3.5 Situação Atual ......................................................................................................................... 54 4. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE ABASTECIMENTO HÍDRICO
MUNICIPAL.........................................................................................................................55 4.1 Introdução ................................................................................................................................ 55 4.2 Descrição do Diagnóstico por Comunidade ....................................................................... 61 4.2.1 C1- CARNAUBINHA .............................................................................................................. 61 4.2.2 C2- ALTO SANTO (CABEÇA DE BOI) ................................................................................ 67 4.2.3 C3- AÇUDE NOVO ................................................................................................................ 69 4.2.4 C4- TABULEIRO ................................................................................................................... 74 2
4.2.5 C5-FURNAS ........................................................................................................................... 76 4.2.6 C6-GROSSOS ........................................................................................................................ 78 4.2.7 C7-ITABAIANA ....................................................................................................................... 81 4.2.8 C8-IPUEIRAS ......................................................................................................................... 83 4.2.9 C9-QUANDU ........................................................................................................................... 89 4.2.10 C10-LAGOA NOVA .............................................................................................................. 91 4.2.11 C11-SANTA FÉ .................................................................................................................... 97 4.2.12 C12-SÃO BENTO / SÃO LUIZ ............................................................................................ 99 4.2.13 C13-JAPÃO ........................................................................................................................ 103 4.2.14 C14-RIACHO VERDE........................................................................................................ 105 4.2.15 C15-JOSÉ DE PAZ ............................................................................................................ 108 4.2.16 C16-CRUZEIRO/JOSÉ DE PAZ....................................................................................... 111 4.2.17 C17-BARRA DO JUAZEIRO ............................................................................................. 111 4.2.18 C18-BOM ALÍVIO ............................................................................................................... 114 4.2.20 C20- SANTA ROSA ........................................................................................................... 118 4.2.21 C21-TRAÍRAS .................................................................................................................... 118 4.2.22 C22-RECONQUISTA ......................................................................................................... 121 4.2.23 C23-RIACHO DO MEIO .................................................................................................... 123 4.2.24 C24-TRANSVAL ................................................................................................................. 127 4.2.25 C25- SÃO JOÃO ................................................................................................................ 130 4.2.26 C26-VALENTIM DO SABINO ........................................................................................... 132 4.2.27 C27-PEDRA FINA .............................................................................................................. 134 4.2.28 C28-INGÁ ............................................................................................................................ 138 4.2.29 C29-MASSAPÊ .................................................................................................................. 140 4.2.30 C30-CRUZEIRO ................................................................................................................. 142 4.2.31 C31-SÍTIO FORTALEZA ................................................................................................... 145 4.2.32 C32-CUMARU .................................................................................................................... 149 4.2.33 C33-ESPERANÇA ............................................................................................................. 151 4.2.34 C34-SABONETE ................................................................................................................ 158 4.2.35 C35-BOM PRINCÍPIO ....................................................................................................... 162 4.2.36 C36-SEGURANÇA ............................................................................................................ 166 4.2.37 C37-EXTREMA .................................................................................................................. 169 4.2.38 C38-MACACO .................................................................................................................... 174 4.2.39 C39-MILHÃ VELHA ........................................................................................................... 178 4.2.40 C40-SÍTIO BECO ............................................................................................................... 179 4.2.41 C41-ALTO VISTOSO ......................................................................................................... 181 4.2.42 C42-SÍTIO VITÓRIA .......................................................................................................... 185 4.2.43 C43-BELO MONTE ............................................................................................................ 188 4.2.44 C44-TANQUES .................................................................................................................. 197 4.2.45 C45-SÍTIO AÇUDE ............................................................................................................ 200 4.2.46 C46-PAU BRANCO ........................................................................................................... 202 4.2.47 C47-VALENTIM DOS PINHEIROS .................................................................................. 205 4.2.48 C48-MILHÃ (SEDE MUNICIPAL) ..................................................................................... 209 4.2.49 C49-MONTE SOMBRIO .................................................................................................... 217 4.2.50 C50-PEDRA D’ÁGUA ........................................................................................................ 219 4.2.51 C51-SERROTE .................................................................................................................. 223 4.2.52 C52-ALMEIXA .................................................................................................................... 225 4.2.53 C53-BARRA 2 .................................................................................................................... 227 4.2.54 C54-MORADA NOVA ........................................................................................................ 229 4.2.55 C55-VISTA ALEGRE ......................................................................................................... 232 4.2.56 C56-SÍTIO LIBERDADE .................................................................................................... 234 4.2.57 C57-BARRA 01 .................................................................................................................. 236 4.2.58 C58-AMANAJU 01 ............................................................................................................. 241 4.2.59 C59-AMANAJU 02 ............................................................................................................. 245 4.2.60 C60-CAMPO NOVO .......................................................................................................... 248 4.2.61 C61-DEUS ME AJUDE ...................................................................................................... 251 4.2.62 C62-VÁRZEA ALEGRE ..................................................................................................... 253 3
4.2.63 C63-BOM ALÍVIO ............................................................................................................... 255 4.2.64 C64-KM 21 .......................................................................................................................... 255 4.2.65 C65-OLHO d’ÁGUA ........................................................................................................... 259 4.2.66 C66-VILA NOVA ................................................................................................................. 262 5. INTERVENÇÕES PRIORITÁRIAS NA ESCALA LOCAL...............................269 5.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 269 5.2 INTERVENÇÕES PARA UNIVERSALIZAÇÃO DO ABASTECIMENTO ............................ 271 5.2.1. BLOCO 1 .............................................................................................................................. 274 5.2.2 BLOCO 2 ............................................................................................................................... 287 5.2.3 BLOCO 3 ............................................................................................................................... 293 5.2.4 BLOCO 4 ............................................................................................................................... 298 5.2.5 BLOCO 5 ............................................................................................................................... 306 5.2.6 BLOCO 6 ............................................................................................................................... 312 6. BALANÇO HÍDRICO E PROPOSIÇÃO DE INTERVENÇÕES NA ESCALA
MUNICIPAL.......................................................................................................................315 6.1. BALANÇO HÍDRICO GLOBAL MUNICIPAL ...................................................................... 315 6.2. O PROBLEMA DO ABASTECIMENTO DA SEDE DE MILHÃ .......................................... 316 6.3. PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES .................................................................................... 320 6.3.1. AÇUDE CAPITÃO MOR PARA ABASTECIMENTO DE MILHÃ, BARRA, BAIXA
VERDE, CIPÓ E MONTE GRAVE ............................................................................................... 320 6.3.2. AÇUDE LAGOA NOVA PARA ABASTECIMENTO DE CARNAUBINHA ..................... 328 6.3.3. OUTRAS INTERVENÇÕES SUGERIDAS ....................................................................... 336 7. CONSOLIDAÇÃO DOS CUSTOS E HIERARQUIZAÇÃO DAS
INTERVENÇÕES PROPOSTAS.................................................................................338 7.1 CUSTOS CONSOLIDADOS .................................................................................................. 338 7.2. HIERARQUIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS .............................................. 339 8. GERENCIAMENTO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE
POPULAÇÕES RURAIS DIFUSAS...........................................................................342 INTRODUÇÃO..................................................................................................................343 EXPERIÊNCIA DE ABASTECIMENTO RURAL NO SEMI-ÁRIDO
BRASILEIRO....................................................................................................................347 Modelos de Gerenciamento ....................................................................................................... 348 SISAR / Ceará ................................................................................................................................ 348 Centrais/Bahia ................................................................................................................................ 350 COPANOR/ MINAS ....................................................................................................................... 350 Financiamento dos SAR a Experiência do Ceará ................................................................... 351 Projeto São José ............................................................................................................................ 351 KFW ................................................................................................................................................. 351 4
Programas Federais ................................................................................................................... 352 Programa Um milhão de Cisternas .............................................................................................. 352 ATLAS da ANA ............................................................................................................................... 352 PRINCÍPIOS PARA UM MODELO DE GERENCIAMENTO...............................353 ALTERNATIVAS DE MODELOS DE ABASTECIMENTO..................................354 Alternativas de infra-estrutura Física ....................................................................................... 354 Modelos de Administração ........................................................................................................ 357 Modelo de financiamento ........................................................................................................... 360 Apoio Técnico ............................................................................................................................. 363 SELEÇÃO DO MODELO..............................................................................................364 AMPLIAÇÃO DA ESCALA DO PROJETO (UPSCALING)................................366 9. CONCLUSÕES............................................................................................................370 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................372 5
APRESENTAÇÃO
O presente PLANO DE ÁGUAS MUNICIPAL – PAM – para o município de Milhã, no
estado do Ceará, foi elaborado pelo Grupo de Gerenciamento de Risco Climático e
Sustentabilidade Hídrica da Universidade Federal do Ceará, no âmbito de seu acordo de
cooperação internacional firmado por intermédio da Fundação Cearense de Pesquisa e
Cultura – FCPC/UFC com o Columbia Water Center - CWC da Universidade de Columbia
de Nova Iorque, com o patrocínio financeiro da Pepsico Foundation dos Estados Unidos da
América.
O PAM-Milhã é produto de uma pesquisa e de ações proativas de intervenção
estrutural que vem sendo desenvolvido desde o ano de 2009 pelo GGRC/UFC/CWC,
investigando a sustentabilidade hídrica para abastecimento humano de comunidades rurais no
semi-árido brasileiro, mais especificamente no sertão central do estado do Ceará, abrangendo
a região compreendida pelos municípios de Quixeramobim, Solonópole, Senador Pompeu,
Deputado Irapuan Pinheiro e Milhã. A concentração da pesquisa se deu nos três últimos
municípios e o foco de intervenções estruturais se deu no município de Milhã.
O apoio institucional da Prefeitura Municipal de Milhã foi decisivo para o sucesso das
ações estruturais e o desenvolvimento da pesquisa no âmbito do município. Destaca-se
também o apoio institucional da Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará
– SDA através do Programa de Combate à Pobreza Rural no Ceará – Projeto São José, cuja
parceria tornou possível esta realização.
O PAM visa prover o município de Milhã com um instrumento de planejamento de
ações de saneamento básico e de recursos hídricos focados para a universalização e a
sustentabilidade de sistemas de abastecimento humano de comunidades rurais do seu
território, segundo os preceitos previstos na Lei Federal Nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007,
conhecida como Lei do Saneamento Básico, que propôs as Diretrizes Nacionais para o
saneamento básico e para a Política Federal de Saneamento Básico.
O PAM sugere uma agenda pactuada entre o poder público, nos níveis municipal,
estadual e federal, com a sociedade civil, representada pelas associações comunitárias e
organizações não governamentais, para alcançar a meta comum de universalização do
abastecimento humano com garantia quantitativa e qualitativa e sua sustentabilidade de longo
prazo, minimizando a necessidade de ações emergenciais de abastecimento humano com
carro pipa no âmbito do município, caso se concretizem as intervenções estruturais e não
estruturais aqui propostas.
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CRÉDITOS INSTITUCIONAIS
Universidade Federal do Ceará
Prof. Jesualdo Pereira Farias – Reitor
Prof. José de Paula Barros Neto – Diretor do Centro de Tecnologia
Prof. John Kenedy de Araújo - Chefe do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental
Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura
Prof. Francisco Antônio Guimarães – Presidente
Prof. Adriano Cesar Prado Cysne – Assessor Jurídico
Columbia Water Center – University of Columbia (New York)
Prof. Upmanu Lall – Coordenador Geral do Projeto
Profa. Tanya Heikkila – Pesquisadora
Dr. Daniel Stellar – Administração do projeto
AGRADECIMENTOS
Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará
Engº Camilo Santana – Secretário de Estado
Engª Mércia Sales – Coordenadora do Programa São José
Prefeitura Municipal de Milhã
Dr. José Cláudio Dias de Oliveira – Prefeito Municipal
Sr. Francisco Eudes de Oliveira – Secretário de Obras
Associações Comunitárias
Sr. Francisco Edson Pimentel (Chicão) – Presidente da Associação Comunitária de Ingá
Sra. Antônia Lucilene de Lima – Presidente da Associação Comunitária de Pedra Fina
Exército Brasileiro – Comando da 10ª RM
Gal. Div. Vitor Carulla Filho – Comandante
Major Ferro – Assistente da Operação Carro Pipa
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Pepsico Foundation – New York
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EQUIPE DE ELABORAÇÃO
GRUPO DE GERENCIAMENTO DE RISCO CLIMÁTICO E SUSTENTABILIDADE HÍDRICA – DEHA - UFC
Prof. Francisco de Assis de Souza Filho – Coordenador Geral
Prof. Silvrano Adonias Neto – Pesquisador-membro
Prof. Francisco Osny Enéas da Silva – (Universidade de Fortaleza) – Pesquisador-membro
Socióloga Daniele Costa da Silva – Pesquisadora-membro
Socióloga Cristine Ferreira Gomes Viana – Pesquisadora-membro
Eliane Ferreira da Silva Mota – Apoio administrativo
Felipe Nogueira Cadengue de Lucena - Apoio administrativo
José Hebert Medeiros Almeida – Estudante-estagiário
Bruno Marinho Cavalcante de Oliveira – Estudante-estagiário
Renato de Oliveira Lima – Estudante-estagiário
PARCERIAS ESPECIAIS
Shirley Menezes da Silva – S & B Serviços de Engenharia Ltda
Marcos Sérgio Pinheiro de Oliveira – SOTEROS Estudos e Projetos
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INTRODUÇÃO
O Estado do Ceará possui uma área territorial de 148.825 km² (IBGE, Res. nº 05,
10/10/2002) com uma população de 8.547.809 habitantes (IBGE, 2009) distribuída em
184 municípios, sendo que 150 municípios estão inseridos na região do semi-árido
brasileiro, correspondendo a 86,83% da área territorial do estado. A população
cearense vivendo no semi-árido, segundo dados do Ministério da Integração Nacional
(Nova Delimitação do Semi-Árido Brasileiro, MI, 10/03/2005), corresponde a 2.451.214
habitantes em zona urbana e 1.760.078 habitantes na zona rural. A população
cearense vivendo na zona rural semi-árida corresponde a 20,5% da população total do
estado.
A região semi-árida é reconhecida oficialmente pelo Governo Federal por se
caracterizar por uma precipitação pluviométrica média inferior a 800 mm; um índice de
aridez de até 0,5 calculada pelo balanço hídrico entre as precipitações e
evapotranspirações potenciais no período de 1961 a 1990 e, por um risco de seca
maior que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e 1990. Na região de
Milhã o índice pluviométrico é de 763 mm/ano e a evaporação é superior a 2069
mm/ano.
Afora o problema da semi-aridez climatológica, subsiste o problema geológico no qual
80% do território do estado estão sobre rocha cristalina, com camada de solos rasos
sem recursos hídricos subterrâneos que ofereçam água em quantidade e qualidade
para suprimento humano. A água subterrânea no cristalino é captada em poços
profundos com vazão média da ordem de apenas 2 m³/h e apresenta um alto teor de
salinidade sendo imprópria para consumo humano, requerendo sua dessalinização
para tanto.
A conjugação destes fatores climáticos e geológicos adversos no estado do Ceará
conduz a uma grande dificuldade para prover o abastecimento de populações rurais e
urbanas e de água para produção econômica, sobretudo na agricultura e pecuária.
Nos períodos de seca acentua-se a irregularidade na distribuição temporal e espacial
da chuva comprometendo o abastecimento humano e a atividade econômica na
agricultura, conduzindo a graves problemas de ordem econômica e, sobretudo, social,
com a desagregação de famílias e a necessidade de intervenção do poder público
com ações de emergência como o abastecimento precário a partir de carros pipa,
principalmente para as comunidades rurais do sertão, e às vezes, com a extensão do
programa carro pipa até mesmo para as sedes municipais e grandes distritos urbanos.
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A questão do acesso à água para as populações rurais difusas tem sido um desafio
ainda não superado. O abastecimento de água para núcleos populacionais abaixo de
50 famílias (cerca de 250 pessoas) tem se mostrado inviável economicamente, devido
ao elevado custo das infraestruturas hídricas necessárias, da dispersão espacial e
populacional das comunidades e, principalmente, da ausência de um modelo de
gestão sustentável e adequado para prover a operação e manutenção dos sistemas
implantados, garantido o abastecimento de modo continuado em quantidade e
qualidade para estas populações.
Reconhecendo a necessidade de uma ação mais proativa da Universidade, como
repositório da base científica e da geração de conhecimento, foi criado o Grupo de
Gerenciamento em Risco Climático e Sustentabilidade Hídrica
(GGRC) no
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do
Ceará, com o propósito de pesquisar e desenvolver estratégias de adaptação do
homem à variabilidade e mudança do clima, incorporando ferramentas de gestão de
risco de forma a assegurar a sustentabilidade e segurança da água nas sociedades
humanas no semi-árido nordestino. Estas estratégias incorporam o projeto e a
implantação de infraestruturas, assim, como a sua gestão.
O projeto de pesquisa do GGRC/UFC foi então criado com base na sua parceria com
o Earth Institute da Universidade de Columbia em Nova Iorque através do seu Water
Center (CWC) tendo financiamento da Pepsico Foundation para desenvolver um
programa internacional que pretendia articular uma série de ações de base científica
de grande impacto para alcançar solução para a crescente crise de água em regiões
de baixa renda no Brasil, Índia, China e Sub-Saara Africano. No Brasil, a instituição
líder deste projeto ficou sendo a Universidade Federal do Ceará e a Fundação
Cearense de Pesquisa e Cultura como operadora dos recursos financeiros oriundos da
Universidade de Columbia. Dentre os objetivos específicos da parte brasileira do
projeto estavam:
Definir critérios para projetar sistemas sócio-naturais resilientes;
Desenvolver soluções de suprimento de água para as populações humanas em
escala local e pontual;
Incorporar a gestão do risco climático no projeto e gestão de hidrossistemas para
aprimorar as técnicas de tomada de decisão sob incerteza;
Desenvolver mecanismos de transparência e que aprimorem o processo de
alocação de água no Ceará.
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Os dois primeiros objetivos do projeto se enquadravam dentro do escopo de buscar
alternativas de soluções para a questão do acesso à água para as pequenas
comunidades rurais difusas do sertão, consideradas o elo mais fraco da corrente de
populações que sofrem com as agruras da falta de água decorrentes das secas
periódicas que assolam o território semi-árido nordestino. Estas comunidades são
frequentemente abastecidas com carro pipa durante as estiagens anuais, que nem
sempre correspondem a “anos secos” verdadeiros, mas simplesmente pela
inexistência de fonte hídrica de abastecimento quando se esgotam as águas
acumuladas nos pequenos reservatórios locais, após a estação chuvosa.
A análise dessa questão pelo GGRC/CWC concluiu pela seguinte estratégia de ação:
Selecionar uma área piloto de pesquisa no semi-árido, nordestino, notadamente no
sertão
central
cearense,
tendo
sido
escolhidos
os
municípios
de
Quixeramobim, Senador Pompeu, Deputado Irapuan Pinheiro, Solonópole e
Milhã;
Levantar os roteiros de abastecimento providos pela Operação Carro Pipa de 2007
posta em prática pelo Exército Brasileiro na região da pesquisa de forma a
identificar as comunidades rurais atendidas pelo programa;
Visitar as comunidades daqueles municípios atendidas com carro pipa de forma a
identificar aquelas mais carentes de água;
Selecionar dentre as comunidades mais carentes algumas para ser objeto de
ações estruturais de abastecimento e aplicação de um modelo baseado na
autogestão participativa da comunidade, explorando o capital social e
fomentando a sua capacidade de organização;
Implantar um projeto piloto de abastecimento e acompanhar o desempenho de sua
gestão pela comunidade.
Os resultados das ações que transcorreram a partir da implementação dos
procedimentos supracitados pelo GGRC/CWC levaram a concluir pela necessidade de
se elaborar um PLANO DE ÁGUAS MUNICIPAL – PAM que contemplasse as
seguintes funções:
um diagnóstico consolidado sobre as comunidades rurais do município:
identificando quais eram e onde estavam localizadas as comunidades de uma
forma georreferenciada e semi-censitária;
um diagnóstico das fontes hídricas disponíveis no âmbito do município: quais
eram os mananciais superficiais e subterrâneos, onde estavam localizados, e
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qual era a sua capacidade de oferta quantitativa e qualitativa de água para
suprir o abastecimento;
um diagnóstico da demanda hídrica no município: quais eram os consumos das
comunidades considerando os múltiplos usos da água, mas focando
prioritariamente na água para beber;
um diagnóstico do balanço hídrico: qual era a diferença entre a oferta hídrica
disponível e o consumo para múltiplos usos, com prioridade para o
abastecimento humano e a dessedentação animal;
um diagnóstico institucional e da capacidade de auto-organização destas
comunidades identificando qual era o capital social disponível em cada uma;
a elaboração de um planejamento de novas intervenções hídricas: visando o
incremento da oferta hídrica para múltiplos usos com prioridade para o
abastecimento humano e a dessedentação animal;
a elaboração do planejamento para universalização do abastecimento:
identificando as intervenções necessárias nas escalas local, regional e
municipal para garantir o acesso à água para toda população do município;
a elaboração de um modelo de gestão sustentável poliformo: quais seriam os
modelos
de
observadas
gestão
nas
sustentáveis
comunidades
em
adaptados
campo,
às
diferentes
observando
realidades
princípios
de
sustentabilidade e tentando alcançar a máxima eficiência social e econômica
no gerenciamento dos sistemas.
O foco do PLANO DE ÁGUAS MUNICIPAL – PAM presentemente concluído é o de
servir como um instrumento de planejamento oferecido ao município de forma a
sugerir estratégias de alcance da universalização e sustentabilidade de sistemas de
abastecimento de água para suprimento humano no município, incluindo tanto as
pequenas comunidades rurais como também a sede municipal e os centros urbanos
distritais de maior porte.
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O PAM de Milhã corresponde assim a um dos produtos da pesquisa desenvolvida pelo
GGRC/CWC, ampliando o universo de comunidades atendidas pelo projeto no âmbito
do município, afora aquelas comunidades que foram contempladas com a implantação
de um sistema de abastecimento piloto financiada e construída pelo mesmo.
O PAM de Milhã é apresentado em nove capítulos: O primeiro capítulo consta da
presente introdução. O segundo capítulo descreve uma caracterização geral do
município de Milhã. O terceiro corresponde a um diagnóstico dos recursos hídricos a
nível municipal. O quarto descreve um diagnóstico das comunidades rurais do
município, com foco no problema do abastecimento humano. O quinto capítulo
apresenta a sugestão de intervenções prioritárias para universalizar o abastecimento
das comunidades rurais. O sexto capítulo apresenta sugestões de intervenções
estruturais para incrementar a oferta de água municipal em quantidade e qualidade
para múltiplos usos, mas com foco no abastecimento humano. O sétimo apresenta
uma consolidação dos custos estimados das intervenções. O oitavo capítulo discute
sobre os modelos de gerenciamento sustentáveis dos sistemas de abastecimento das
pequenas comunidades rurais e as estratégias para seu alcance. Por último, são
apresentadas as referências bibliográficas que serviram de base para produção deste
plano.
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2. CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO DE MILHÃ
2.1 Localização e Acessos
O município de Milhã fica localizado no Estado do Ceará, nas coordenadas
geográficas 5º 40’ 30” de latitude sul e 39º 11’ 38” de longitude oeste, na mesorregião
do Sertão Cearense e microrregião do Sertão de Senador Pompeu com os seguintes
limites:
• Ao norte: município de Quixeramobim;
• Ao sul: municípios de Deputado Irapuan Pinheiro e Solonópole;
• Ao leste: município de Solonópole;
• Ao oeste: municípios de Quixeramobim e Senador Pompeu.
A Figura 2.1 apresenta a localização do município de Milhã.
Figura 2.1: Mapa de localização do município de Milhã, Estado do Ceará, Brasil.
(Fonte: Wikipedia, 2009)
O município fica numa distância de 301,1 Km da capital Fortaleza, cujo acesso a partir
dessa é feito pelas rodovias CE-060 e BR-226. O roteiro de viagem é: Fortaleza →
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Quixeramobim → Senador Pompeu→Milhã. Através de estradas estaduais, asfaltadas
e/ou carroçáveis, atinge-se demais vilas, lugarejos e fazendas do município,
interligados e a maioria com franco acesso durante todo o ano.
2.2 Histórico de Formação do Município de Milhã
O nome Milhã provém de uma planta gramínea existente na região. O gentílico é
milhãense. As origens do município são recentes, como Distrito desmembrado do
município vizinho de Solonópole e situado à margem direita do rio Capitão-Mor.A
povoação de Milhã começou no início do século XX, formada por pequenos
agricultores, comerciantes e criadores de espécies diversas.
O povoado de Milhã foi elevado a Distrito pelo Decreto nº 1.540 de 03 de maio de
1935 subordinado ao município de Cachoeira. Pelo Decreto Estadual nº 1.114 de 30
de dezembro de 1943 o município de Cachoeira passou a ser denominado de
Solonópole. Milhã foi elevado à categoria de município pela Lei Estadual nº 4.448 de
03 de janeiro de 1959 ficando desmembrado de Solonópole, passando a ficar dividido
na sede Milhã e no distrito de Carnaubinha. Pela Lei Estadual nº 8.339 de 14 de
dezembro de 1965 foi extinto o município de Milhã e seu território foi novamente
anexado a Solonópole, como um simples distrito.
Foi novamente elevado à categoria de município pela Lei Estadual nº 11.011 de 05 de
fevereiro de 1985 com constituição da sede Milhã e distrito de Carnaubinha. Em 1988
houve modificação na divisão territorial passando a ter 3 distritos: sede Milhã, distrito
de Carnaubinha e distrito de Monte Grave. Pela Lei Municipal nº 012 de 16 de
dezembro de 2002 foram criados mais 3 distritos: Baixa Verde, Barra e Ipueira. A
Figura 2.2 mostra o mapa de Milhã.
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Figura 2.2: Mapa de Milhã. (Fonte: IPECE, 2008)
2.3 Dados Gerais do Município
2.3.1 Área e População
Área:
A área do município é de 502,036 Km².
População:
A população atual do município é de 14.826 habitantes segundo a contagem
populacional do IBGE de 2009. A população recenseada em 2000 era:
• População Total (2000): 13.028 hab.
16
• População Urbana (2000): 5.054 hab.
• População Rural (2000): 7.974 hab.
• Densidade Demográfica (2000): 25,95 hab/Km²
• Densidade Demográfica Atual: 28,11 hab/Km²
• Taxa de Urbanização (2000): 39,79%
A evolução populacional do município é mostrada na Figura 2.3.
Figura 2.3: Curva de Crescimento Populacional de Milhã. (Fonte: IBGE, 2009)
2.3.2 Aspectos Fisiográficos
Temperatura:
A temperatura média do município varia entre 26 ºC a 28 ºC, com médias máximas de
29 ºC e mínimas de 23 ºC.
Clima:
Tropical quente semi-árido.
Pluviosidade:
17
A média anual é de 763 mm/ano. A Figura 2.4 mostra a variação anual de precipitação
no município de Milhã, referente ao posto pluviométrico da FUNCEME. A Figura 2.5
mostra a variação média mensal de precipitação no município.
Histórico das Chuvas Anuais ‐ Milhã
1600
1400
1200
)
m 1000
m
(
o
ãç
at 800
i
p
ci 600
e
r
P
Total
400
200
0
4
7
9
1
5
7
9
1
6
7
9
1
7
7
9
1
8
7
9
1
9
7
9
1
0
8
9
1
1
8
9
1
2
8
9
1
3
8
9
1
4
8
9
1
5
8
9
1
6
8
9
1
7
8
9
1
8
8
9
1
9
8
9
1
0
9
9
1
1
9
9
1
2
9
9
1
3
9
9
1
Ano
4
9
9
1
5
9
9
1
6
9
9
1
7
9
9
1
8
9
9
1
9
9
9
1
0
0
0
2
1
0
0
2
2
0
0
2
3
0
0
2
4
0
0
2
5
0
0
2
6
0
0
2
7
0
0
2
8
0
0
2
9
0
0
2
Média Anual das Precipitações: 763.16
Figura 2.4: Histórico da precipitação total anual em Milhã.
Histograma de Precipitação
200.00
180.00
160.00
140.00
)
m
120.00
m
(
o
ãç
100.00
tai
p
ci 80.00
e
r
P
60.00
40.00
20.00
0.00
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Mês
Figura 2.5: Variação da precipitação média mensal em Milhã.
18
Vegetação:
A vegetação predominante é do tipo caatinga arbustiva densa.
Relevo:
A altitude média é de 215m. O relevo tem formas suaves e pouco dissecadas da
Depressão Sertaneja, um produto da superfície de aplainamento em atuação a partir
do Cenozóico. São observadas altitudes entre 200 e 500m.
Solos:
Os solos são litólicos, com ocorrência de Bruno não Cálcico, Planassolo Solódico,
Podzólico Vermelho-Amarelo e Regossolos.
Geologia:
Segundo dados da CPRM, na área somente ocorrem rochas antigas, granitos,
gnaisses e migmatitos do Pré-Cambriano. Podem ser encontradas também pequenas
manchas de colúvio (sedimentos conglomeráticos e arenosos), bem como depósitos
aluvionares nos leitos das drenagens principais. A Figura 2.6 mostra a inserção do
município de Milhã no embasamento geológico do Estado do Ceará.
19
Figura 2.6: Inserção do município de Milhã no embasamento cristalino do Estado
do Ceará. (Fonte: CPRM, 2008)
2.3.3 Aspectos Socioeconômicos
O município de Milhã apresenta um quadro socioeconômico de pobreza relativa aos
principais indicadores adotados para comparação com outros municípios da região e
do Brasil.
Índice de Desenvolvimento Humano
O IDH é um dos principais indicadores empregados pelos organismos internacionais
para classificação do estágio de desenvolvimento da sociedade e economia de uma
20
dada região ou País. O IDH serve de comparação para medir o grau de
desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. O IDH varia
hipoteticamente de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento
humano total). Quanto mais próximo de 1 mais desenvolvido é o país ou região. A
classificação internacional considera que:
- de 0 a 0,499: países com IDH baixo, indicativo de subdesenvolvimento;
- de 0,500 a 0,799: países com IDH médio, indicativo de processo de
desenvolvimento;
- de 0,800 a 1: países com IDH elevado, considerados desenvolvidos.
O IDH Global do Brasil é de 0,769 (PNUD 2007/2008), a capital do Estado do Ceará,
Fortaleza, apresenta um IDH = 0,786, enquanto que Milhã apresenta um IDH de
0,632.
Índice de Gini
O coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico
italiano Corrado Gini. Consiste de um número de 0 a 1 onde 0 corresponde à completa
igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa
desigualdade de renda (onde 1 pessoa tem toda a renda e as demais nada têm). A
Figura 2.7 mostra a representação gráfica do Coeficiente de Gini, denominada curva
de Lorenz. O eixo horizontal representa a renda e o eixo vertical a quantidade de
pessoas. A diagonal representa a igualdade perfeita de renda e a área central amarela
o Coeficiente ou Índice de Gini.
21
Figura 2.7: Curva de Lorenz – Representação do Índice de Gini. (Fonte: Wikipédia,
2009)
Se a área entre a linha diagonal que representa a perfeita igualdade e a curva de
Lorenz é a, e a área abaixo da curva de Lorenz é b, então o coeficiente de Gini é igual
à relação a/(a+b).
No Estado do Ceará a variação superior do índice de Gini é 0,45 (pior distribuição de
renda) e o limite inferior é 0,38 (melhor distribuição de renda). O Índice de Gini para o
município de Milhã é 0,42, ou seja, há uma elevada desigualdade na distribuição de
renda municipal. A Figura 2.8 apresenta o mapa do índice para o Estado do Ceará,
destacando o município de Milhã.
22
Figura 2.8: Mapa de pobreza e desigualdade no Ceará– Índice de Gini(Fonte: IBGE,
2009)
A incidência de pobreza é de 58,88 % enquanto a incidência da pobreza subjetiva é de
68,55%.
Indicadores Sociais
O Quadro 2.1 apresenta um conjunto de indicadores sociais de referência.
23
Quadro 2.1: Indicadores Demográficos e Sociais de Referência (Fonte: SEPLAN)
INDICADOR
DATA MILHÃ
REFERÊNCIA Indicadores Demográficos
Densidade demográfica
2004
24.88
Grau de urbanização
2004
38.79
Indicadores Sociais
Taxa de analfabetismo (15 anos ou mais)
2000
35.70
Cobertura de rede de abastecimento de água (população urbana)
2000
94.00
Cobertura de rede de esgotamento sanitário (população urbana)
2000
0.80
Cobertura de sistema de coleta de lixo (população urbana)
2000
91.02
Indicadores de Mortalidade
Número de óbitos em menores de 1 ano
2003
4.00
Taxa de mortalidade infantil
2003
18.87
Taxa de mortalidade materna
2003
471.70
Indicadores de Cobertura Social
Posto de saúde
2004
8.00
Centro de saúde
2004
3.00
Hospitais
2004
0.00
Leitos hospitalares
2004
26.00
Leitos obstétricos
2004
2.00
Leitos pediátricos
2004
6.00
Leitos clínicos
2004
0.00
2004
18.00
Leitos cirúrgicos
2004
1.90
Leitos por habitante
CEARÁ
BRASIL
50.91
71.53
19.92
81.25
26.54
13.63
79.08
88.5
43.66
69.52
81.63
90.5
3431
24.49
51.4
57372
18.91
50.66
394
1319
27
17185
2678
3446
3942
7118
2.18
11451
24457
1624
420503
58523
64548
94392
203003
2.34
Educação
O Quadro 2.2 apresenta o resumo do cenário educacional do município de Milhã.
Quadro 2.2: Resumo do Cenário Educacional de Milhã (Fonte: SEDUC, 2005)
DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA
Federal
Estadual
Municipal
Particular
TOTAL DOCENTES
Nº
%
0
0
22
11.22
166
84.69
8
4.08
196
100.00
MATRÍCULA INICIAL
Nº
%
0
0
675
16.06
3457
82.25
71
1.69
4203
100.00
SALAS DE AULA
Nº
%
0
0
10
8.93
94
83.93
8
7.14
112
100.00
Economia Municipal
As receitas municipais de Milhã são da ordem de R$ 13.144.708,00 enquanto as
despesas são da ordem de R$ 11.119.157,00, segundo o IBGE citando como fonte os
Registros Administrativos de 2007 da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da
Fazenda.
24
O valor do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de Milhã para 2007 foi de R$
6.420.219,51.
O PIB relativo ao ano de 2005 foi de R$ 35.796.000,00 correspondendo a um PIB per
capita de R$ 2.624,00. A distribuição do PIB na economia municipal é apresentada na
Figura 2.9.
Distribuição do PIB ‐ Milhã
Agropecuária
Indústria
Serviços
23%
9%
68%
Figura 2.9: Distribuição do PIB do município de Milhã. (Fonte: IBGE, 2009)
Produção Municipal
A economia é baseada no setor de serviços conforme mostrado na Figura 2.9. O setor
agrícola é baseado na produção de algodão arbóreo e herbáceo, banana, arroz, milho
e feijão. A pecuária é baseada em bovinos, suínos e aves. As indústrias são poucas
mas correspondem a 9% do PIB municipal.
O Quadro 2.3 apresenta o sumário da produção agrícola municipal; O Quadro 2.4
apresenta o sumário da produção pecuária e o Quadro 2.5 o sumário das indústrias de
Milhã.
25
Quadro 2.3: Sumário da produção agrícola de Milhã (Fonte: IBGE, 2008)
PRODUÇÃO
ÁREA PLANTADA
QUANTIDADE
(ha)
Culturas Permanentes
ton.
30
5
frutos
6000
1
ton.
4
1
ton.
10
2
Culturas Temporárias
ton.
209
370
ton.
181
270
ton.
64
2
ton.
1146
4515
ton.
1
30
ton.
40
5
ton.
3894
6600
TOTAL
11801
PRODUTO
UNID.
Banana
Coco‐da‐bahia
Laranja
Manga
Algodão herbáceo
Arroz
Cana‐de‐açucar
Feijão
Mamona
Mandioca
Milho
VALOR DA PRODUÇÃO
(R$)
9000.00
2000.00
2000.00
4000.00
167000.00
109000.00
4000.00
1570000.00
1000.00
6000.00
1558000.00
3432000.00
Quadro 2.4: Sumário da produção pecuária de Milhã (Fonte: IBGE, 2008)
REBANHO
Nº CABEÇAS
18000
1070
1400
627
3260
3220
16060
22300
25500
3945
UNID.
QUANTIDADE
1000 litros
3538
1000 dúzias
176
Kg
1050
Bovinos
Eqüínos
Asininos
Muares
Suínos
Caprinos
Ovinos
Galos, frangos e pintos
Galinhas
Vacas ordenhadas
PRODUÇÃO
Leite de vaca
Ovos de galinha
Mel de abelha
Quadro 2.5: Sumário da produção industrial de Milhã (Fonte: IBGE, 2008)
TIPO
Industria de Tranformação
Nº UNIDADES
15
PESSOAL OCUPADO
35
PESSOAL ASSALARIADO
16
SALÁRIOS (R$)
94000.00
26
3. RECURSOS HÍDRICOS NO ÂMBITO DO MUNICÍPIO
3.1. INTRODUÇÃO
O município de Milhã possui uma área de 502,04 Km² e uma população de 14.826
habitantes segundo a contagem populacional do IBGE de 2009. Milhã fica inserida no
bioma da caatinga nordestina. Quanto à hidrografia, o município pode ser sub-dividido
em 05 sub-bacias hidrográficas que se inserem nas bacias hidrográficas dos rios
Banabuiú e Médio Jaguaribe do Estado do Ceará.
As sub-bacias hidrográficas de Milhã nascem nos divisores topográficos que
conformam a geometria territorial do município que o limitam ao norte com o município
de Quixeramobim, ao leste com Senador Pompeu e ao sul com Deputado Irapuan
Pinheiro. Os exutórios das sub-bacias foram definidos dentro dos limites municipais,
caracterizando-as como “bacias municipais”. São as seguintes:
• Sub-bacia do Riacho do Valentim, afluente ao açude Quixeramobim, na bacia do
Banabuiú;
• Sub-bacia do Riacho Cabeça-de-boi, afluente ao Riacho Valentim, já no limite do
município, integrando assim também à bacia do Banabuiú;
• Sub-bacia do Riacho Capitão Mor, afluente ao açude Riacho do Sangue, integrante
da bacia do Médio Jaguaribe;
• Sub-bacia do Riacho da Maré, afluente do Riacho Jenipapeiro que também aflui ao
açude Riacho do Sangue, na bacia do Médio Jaguaribe;
• Sub-bacia do Riacho Lagoinha, afluente ao Riacho Cachoeirinha, daí ao Capitão
Mor e açude Riacho do Sangue, integrando também a bacia do Médio Jaguaribe.
O Quadro 3.1 apresenta as características gerais das sub-bacias hidrográficas de
Milhã, enquanto a Figura 3.1 apresenta a localização das mesmas no mapa do
município.
A área do município não incluída nestas cinco sub-bacias representam apenas 60,61
Km² ou seja, 12% da área do município, e correspondem a nascentes de riachos
localizados na parte oeste do município na fronteira em linha reta com o município de
27
Solonópole. Todos estes riachos são afluentes ao açude Riacho do Sangue e,
portanto, se incluem na bacia do Médio Jaguaribe.
Quadro 3.1: Resumo das Sub-Bacias do Município de Milhã
SUB-BACIA
ÁREA (Km²)
Valentim
Cabeça-de-boi
Capitão Mor
Maré
Lagoinha
TOTAL
149,55
69,11
189,97
22,65
10,15
441,43
PERÍMETRO
(Km)
65,84
39,00
65,29
20,56
15,88
% DA ÁREA DO
MUNICÍPIO
29,7
13,7
37,8
4,5
2,0
87,92
BACIA
ESTADUAL
Banabuiú
Banabuiú
Médio Jaguaribe
Médio Jaguaribe
Médio Jaguaribe
Na pesquisa de campo para identificação das fontes de abastecimento das
comunidades rurais do município de Milhã, verificou-se que 65% das mesmas utilizam
açudes a lagoas superficiais para abastecimento, enquanto que 25% fazem uso de
poços artesianos ou poços amazonas. A Figura 3.2 mostra a distribuição de fonte
hídrica no município.
28
29
3.2 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS
Os recursos hídricos superficiais se constituem na principal fonte hídrica para as
comunidades conforme se pode observar na Figura 3.2. Apesar disso, todos os
reservatórios do município de Milhã possuem capacidade máxima de acumulação
abaixo de 1,1 hm³ (um milhão e cem mil metros cúbicos), o que representa uma
disponibilidade hídrica superficial muito aquém das necessidades da população do
município.
São poucas as informações disponíveis sobre os açudes de Milhã, sendo a principal
delas a área do espelho d’água identificada por imagem de satélite em trabalho
realizado pela FUNCEME e disponibilizado pela COGERH. A distribuição de açudes
nas sub-bacias é apresentada na Figura 3.2.
Os principais reservatórios atuais do município são descritos na seqüência por subbacia.
30
31
3.2.1. Açudes Principais da Bacia do Riacho Valentim
Os principais açudes na bacia do riacho Valentim são apresentados pela ordem de
importância estratégica.
Açude Jatobá
O açude Jatobá é o único açude atualmente monitorado pela COGERH em Milhã,
exatamente pelo fato de que ele é um dos mananciais que abastece a sede do
município. O açude Jatobá tem uma capacidade de acumulação de 1.070.000 m³, com
cota de soleira de sangria 213,9 m. A Figura 3.3 apresenta a curva cota × área ×
volume do açude Jatobá. A Figura 3.4 apresenta uma fotografia do açude Jatobá.
Curva Cota‐Área‐Volume do Açude Jatobá‐Milhã
500,000.00 2,500,000.00 450,000.00 400,000.00 2,000,000.00 300,000.00 1,500,000.00 250,000.00 200,000.00 1,000,000.00 Área (m²)
Volume (m³)
350,000.00 150,000.00 100,000.00 500,000.00 50,000.00 ‐
‐
204.00 206.00 208.00 210.00 212.00 214.00 216.00 218.00 Cota (m)
Volume
Área
Figura 3.3: Curva CAV do açude Jatobá em Milhã (K=1.070.000 m³). (Fonte:
COGERH, 2005)
O açude Jatobá barra o riacho Traíras, afluente ao riacho Valentim.
32
Figura 3.4: Açude Jatobá em Milhã.
As coordenadas de localização do açude Jatobá são: E= 473.771 m; N= 9.380.448. o
açude Jatobá serve de manancial para abastecimento da sede Milhã em conjunto com
o açude Monte Sombrio e, eventualmente, a transposição do rio Banabuiú perenizado
pelo rio Patu por meio de uma adutora de 15 Km de extensão. Há uma adutora
transpondo água do Jatobá para a sede de Milhã.
A disponibilidade hídrica do açude Jatobá foi avaliada pelo Método do Diagrama
Triangular de Regularização de Campos1 (2005) considerado o melhor método
simplificado para avaliação da capacidade de regularização de reservatórios sob altas
taxas de evaporação como é o caso do semi-árido nordestino.
Os dados básicos para aplicação do método foram:
• Capacidade de acumulação: K = 1,070 hm³
• Área da bacia hidrográfica do açude Jatobá: Abacia = 19.939.040 m² ou 19,93 Km²
• Lâmina média escoada anual: 63 mm/ano (Fonte: PERH,1992)
1
CAMPOS, J.N.B, Dimensionamento de Reservatórios: O Método do Diagrama Triangular de
Regularização, Expressão Gráfica, Fortaleza, Ceará, 2005.
33
• Deflúvio médio anual: µ = 1,256 hm³/ano
• Evaporação média na estação seca (junho/janeiro): EL= 1,027 m
• Fator de forma da bacia hidráulica do açude: α = 1.453,58
• Fator adimensional de evaporação: fE = 0,323
As vazões regularizadas pelo açude Jatobá de acordo com o Método do DTR de
Campos são apresentadas no Quadro 3.2.
Quadro 3.2: Vazões Regularizadas do Açude Jatobá
GARANTIA
90%
95%
99%
VOLUME ANUAL
REGULARIZADO
(hm³/ano)
0,322
0,250
0,150
VAZÃO
REGULARIZADA
(l/s)
10,21
7,92
4,75
VAZÃO
REGULARIZADA
(m³/h)
36,75
28,53
17,12
Considerando que a sede do município de Milhã tem 1.500 ligações domiciliares à
rede pública de abastecimento, com 1.280 hidrometradas, estimando uma taxa de 5
pessoas/domicílio, aproximadamente, a demanda média de água seria da ordem de:
Onde: Qmed = vazão média demandada pela população em litros/seg;
Pop = nº de habitantes a abastecer;
q = consumo per capita em litros/habitante/dia.
Verifica-se assim que a capacidade de regularização do açude Jatobá é inferior à
demanda da população da sede de Milhã até mesmo para uma garantia de apenas
90%, ou seja, 1 falha no abastecimento a cada 10 anos. Este cálculo simplificado é
corroborado na prática pela necessidade que houve de abastecimento da própria sede
do município com carro pipa nas últimas secas (1999 e 2002).
O abastecimento da sede de Milhã precisa ser suprimido então pelos reservatórios
Monte Sombrio e Jatobá e, eventualmente, uma transposição do rio Banabuiú para
açude Jatobá a partir da perenização daquele rio pela liberação de água no açude
Patu situado em Senador Pompeu.
34
Açudes Traíras Novo e São Sebastião
Há dois açudes na localidade de Traíras, sendo o primeiro construído em 1992,
denominado açude São Sebastião, localizado nas coordenadas E= 476.901 e N=
9.382.000, que tem uma área de bacia hidráulica da ordem de 18,40 ha e, o segundo
construído em 2008, localizado nas coordenadas E = 478.045 e N= 9.382.890,
denominado Traíras Novo, do qual não se tem informações técnicas a respeito.
O açude São Sebastião (Traíras velho) é responsável pelo abastecimento da
comunidade de Traíras a partir de um projeto de abastecimento implantado pelo
Projeto São José através da Associação Olímpio Nonato, em 1992.
A Figura 3.5 mostra uma fotografia da captação para a comunidade de Traíras no
açude São Sebastião.
Figura 3.5: Captação para Traíras no açude São Sebastião.
A Figura 3.6 mostra o açude Traíras Novo visto de cima da barragem, olhando para o
sangradouro.
35
Figura 3.6: Açude Traíras Novo.
O açude Traíras Novo é considerado de grande importância estratégica na bacia do
Valentim. Foi feita uma amostragem da qualidade da água do açude que resultou em
parâmetros físico-químicos e organolépticos compatíveis com as necessidades de
atendimento da população no caso de uma Operação Carro Pipa. A localização do
açude o credencia a ser a fonte hídrica de suprimento para as comunidades de Japão,
Riacho Verde e Traíras.
Açude Riacho do Meio
O açude Riacho do Meio é um reservatório bastante estratégico na bacia do Valentim,
pois abastecerá as comunidades de Riacho do Meio, Quandu, Reconquista e Ingá.
Poderá, no futuro, reforçar o sistema de abastecimento de Pedra Fina, São João,
Transval e Valentim dos Sabinos a partir de uma adutora de integração.
No açude Riacho do Meio já houve a implantação do Sistema de Abastecimento das
comunidades de Riacho do Meio, Reconquista e Quandu, com a entrada em operação
da ETA - Riacho do Meio. A Figura 3.7 mostra o espelho d’água do açude, vendo-se
ao fundo, à direita, a ETA do Sistema de Abastecimento de Riacho do Meio.
36
Figura 3.7: Açude Riacho do Meio, vendo-se ETA ao fundo à direita.
A fonte hídrica para abastecimento da comunidade de Ingá, cujo projeto está sendo
implantado pela UFC/CWC, será o açude Riacho do Meio. A barragem fica localizada
nas coordenadas E=479.409 e N=9.381.014. O local da captação será nas
coordenadas E= 478.892 e N=9.380.441.
A Figura 3.8 apresenta a curva cota x área x volume aproximada do açude Riacho do
Meio baseada nos dados de batimetria realizada em campo e interpolada pela
equação de regressão do Engº Paulo Miranda (COGERH, 2002) desenvolvida com
base em levantamentos batimétricos realizadas em 61 açudes, dos 125 atualmente
geridos pela COGERH, que permitiram elaborar equações de regressão de curvas
CAV somente com base em medições da área máxima do espelho d’água e da
profundidade máxima do reservatório.
O estudo levou vários anos para ficar concluído e foi validado com base nas CAV
calculadas e medidas através de batimetria em campo. A lógica do método é a
seguinte:
Como pressuposto básico se deve obter uma imagem de satélite com pouca presença
de nuvens, independentemente de seu grau de resolução, sendo normalmente
37
empregada as imagens de satélite LANDSAT, obtendo-se até então excelentes
resultados.
A partir da imagem de satélite se identificam os reservatórios que se pretende estudar,
baseado em um serviço de geoprocessamento.
Uma vez definidos os espelhos d’água a estudar, faz-se uma visita em campo
identificando o reservatório “in loco” e medindo-se a altura máxima das paredes dos
mesmos e a sua profundidade máxima central.
A partir da imagem, determinam-se as áreas dos espelhos d’água destes açudes. Com
estas áreas e com as alturas entra-se numa planilha com um modelo matemático que
estima as áreas para as alturas menores, gerando-se então a CAV estimada para os
açudes.
A forma da equação de regressão é do tipo:
A  Amax e ax
3
 
 bx 2  cx  d 1
Onde:
A = área do espelho d’água para uma determinada altura (cota);
Amax = área máxima do espelho d’água medida em campo ou estimada pela
imagem de satélite;
e = base do logaritmos neperianos;
x = relação entre as diferentes alturas e a altura máxima ( adimensional de
altura);
a, b, c e d são coeficientes de regressão definidos pelo Método dos Mínimos
Quadrados em função de 222 classes de reservatórios estimados no Estado do
Ceará, os quais são definidos em uma planilha de cálculo em Excel.
Uma vez definida a equação de regressão, obtém-se automaticamente a curva Cota 
Área  Volume do reservatório desejado a partir de uma distribuição de área e alturas
em função da aplicação do clássico modelo:
 A  A2 
V  h 1

 2 
O método foi empregado com sucesso em dezenas de pequenos reservatórios do
Ceará e Piauí confirmado por comparação com batimetrias reais de campo.
38
A capacidade de acumulação do reservatório Riacho do Meio é de 986.484,65 m³
(0,986 hm³) e inunda uma bacia hidráulica de 56,81 ha.
1.200.000
-
1.000.000
100.000
800.000
200.000
600.000
300.000
400.000
400.000
200.000
500.000
-
Área(m2)
Volume (m3)
Riacho do Meio-Milhã
600.000
100
101
102
103
104
105
106
Volume
Area
Cota (m)
Grafico da Cota Área Volume
Figura 3.8: Curva Cota x Área x Volume do açude Riacho do Meio.
A disponibilidade hídrica do açude Riacho do Meio foi também avaliada pelo Método
do Diagrama Triangular de Regularização de Campos (2005) já referido anteriormente.
Os dados básicos para aplicação do método de Campos ao açude Riacho do Meio
foram:
• Capacidade de acumulação: K = 0,986 hm³
• Área da bacia hidrográfica do açude Riacho do Meio: Abacia = 33.656.803,65 m² ou
33,65 Km²
• Lâmina média escoada anual: 63 mm/ano (Fonte: PERH,1992)
• Deflúvio médio anual: µ = 2,12 hm³/ano
• Evaporação média na estação seca (junho/janeiro): EL= 1,027 m
• Fator de forma da bacia hidráulica do açude: α = 6.018,92
• Fator adimensional de evaporação: fE = 0,436
39
As vazões regularizadas pelo açude Riacho do Meio de acordo com o Método do DTR
de Campos são apresentadas no Quadro 3.3.
Quadro 3.3: Vazões Regularizadas do Açude Riacho do Meio
GARANTIA
VOLUME ANUAL
REGULARIZADO
(hm³/ano)
0,220
0,164
0,080
90%
95%
99%
VAZÃO
REGULARIZADA
(l/s)
6,97
5,20
2,53
VAZÃO
REGULARIZADA
(m³/h)
25,10
18,72
9,13
A demanda hídrica para abastecimento humano alocada para ao açude Riacho do
Meio, em função da população das comunidades a serem supridas pelo açude é
demonstrada no Quadro 3.4.
Quadro 3.4: Demanda Hídrica de Abastecimento Humano do Açude Riacho do
Meio
COMUNIDADE
Nº FAM.
Riacho
do
Meio
Reconquista
Quandu
Ingá
32
21
15
13
Nº HAB.
TAXA
CRESC.
ANUAL
405
2%
POP.
FINAL
2020
493
CONSUMO
PER
CAPITA
(l/hab/dia)
100
VAZÃO
MÉDIA
(l/s)
VAZÃO
MÉDIA
(m³/h)
0,57
2,05
Segundo o Quadro 3.4, o açude Riacho do Meio teria condições de atender a
demanda de abastecimento humano média num horizonte de 10 anos.
Açude Quandu
O açude Quandu abastece o distrito de Carnaubinha, o maior do município de Milhã. O
açude fica localizado nas coordenadas E= 481.090 e N= 9.384.507. Foi construído um
Sistema de Abastecimento de Água para Carnaubinha em 1993. Em 2007, o açude
secou havendo a necessidade de abastecimento de Carnaubinha por carro pipa.
Não há muitas informações disponíveis sobre o açude Quandu, apenas há um registro
de área do espelho d’água da ordem de 10,3 ha. A Figura 3.9 apresenta a captação
flutuante no açude Quandu para Carnaubinha.
40
Figura 3.9: Captação para Carnaubinha no açude Quandu.
3.2.2. Açudes Principais da Bacia do Riacho Capitão Mor
Açude Monte Sombrio
Fica localizado nas coordenadas E= 476.459 m e N= 9.374.532 distando 2,5 Km
aproximadamente da sede de Milhã. Tem a função de abastecer a sede Milhã, porém
devido à sua baixa capacidade de acumulação normalmente seca requerendo a
transposição de reforço oriunda do açude Jatobá e/ou do rio Banabuiú.
A curva cota × área × volume apresentada na Figura 3.10 também foi calculada por
processo aproximado desenvolvido pelo Eng° Paulo Miranda Pereira (COGERH,
2002).
41
Grafico da Cota Area Volume
Monte Sombrio
-
2,000,000
Volume
50,000
Area
100,000
1,500,000
150,000
200,000
1,000,000
Área(m2)
Volume (m3)
2,500,000
250,000
500,000
300,000
-
350,000
100
105
110
115
Cota (m)
Figura 3.10: Curva Cota × Área × Volume do Açude Monte Sombrio.
A capacidade de acumulação estimada para o açude é de 1.028.448 m³
aproximadamente. A Figura 3.11 mostra o açude Monte Sombrio em Milhã.
Figura 3.11: Açude Monte Sombrio em Milhã ( K = 1.028.448 m³).
A disponibilidade hídrica do açude Monte Sombrio também foi avaliada pelo Método
do Diagrama Triangular de Regularização de Campos.
42
Os dados básicos para aplicação do método de Campos ao açude Monte Sombrio
foram:
• Capacidade de acumulação: K = 1,028 hm³
• Área da bacia hidrográfica do açude Monte Sombrio: Abacia = 3.103.097,46 m² ou
3,103 Km²
• Lâmina média escoada anual: 63 mm/ano (Fonte: PERH,1992)
• Deflúvio médio anual: µ = 0,195 hm³/ano
• Evaporação média na estação seca (junho/janeiro): EL= 1,027 m
• Fator de forma da bacia hidráulica do açude: α = 867,33
• Fator adimensional de evaporação: fE = 0,507
As vazões regularizadas pelo açude Monte Sombrio de acordo com o Método do DTR
de Campos são apresentadas no Quadro 3.5.
Quadro 3.5: Vazões Regularizadas do Açude Monte Sombrio
GARANTIA
90%
95%
99%
VOLUME ANUAL
REGULARIZADO
(hm³/ano)
0,0415
0,0260
0,0030
VAZÃO
REGULARIZADA
(l/s)
1,315
0,824
0,095
VAZÃO
REGULARIZADA
(m³/h)
4,73
2,96
0,34
Açude Lagoinha
O açude Lagoinha fica localizado nas coordenadas E=473.807m e N= 9.372.155 m,
distando aproximadamente 4,6 Km da sede Milhã. É um açude muito estratégico
empregado pelo Exército Brasileiro como fonte hídrica para as 06 rotas de carro pipa
que abastecem as comunidades de Milhã por ocasião das estiagens. Não há um
monitoramento quantitativo nem qualitativo do reservatório pela COGERH, apesar da
sua importância no abastecimento municipal.
A Figura 3.12 apresenta a curva cota×área×volume do reservatório. A capacidade de
acumulação estimada para o açude Lagoinha é de 1.966.396 m³.
43
A Figura 3.13 mostra o açude Lagoinha em Milhã como fonte hídrica do programa de
carro pipa.
Grafico da Cota Area Volume
3,500,000
-
3,000,000
50,000
Volume
)
3 2,500,000
m
(
e 2,000,000
m
u
l 1,500,000
o
V
1,000,000
Area
100,000
150,000
200,000
Á
re
a
(m
2
)
250,000
500,000
300,000
-
350,000
100
110
120
130
Cota (m)
Figura 3.12: Curva Cota × Área × Volume do Açude Lagoinha.
Figura 3.13: Açude Lagoinha em Milhã como fonte para carro pipa (K=1.966.396
m³).
44
A disponibilidade hídrica do açude Lagoinha pelo Método do DTR foi assim
determinada:
• Capacidade de acumulação: K = 1,966 hm³
• Área da bacia hidrográfica do açude Lagoinha: Abacia = 3.725.460,68 m² ou 3,725 Km²
• Lâmina média escoada anual: 63 mm/ano (Fonte: PERH,1992)
• Deflúvio médio anual: µ = 0,234 hm³/ano
• Evaporação média na estação seca (junho/janeiro): EL= 1,027 m
• Fator de forma da bacia hidráulica do açude: α = 238,75
• Fator adimensional de evaporação: fE = 0,310
As vazões regularizadas pelo açude Lagoinha de acordo com o Método do DTR de
Campos são apresentadas no Quadro 3.6.
Quadro 3.6: Vazões Regularizadas do Açude Lagoinha
GARANTIA
90%
95%
99%
VOLUME ANUAL
REGULARIZADO
(hm³/ano)
0,079
0,058
0,026
VAZÃO
REGULARIZADA
(l/s)
2,505
1,839
0,824
VAZÃO
REGULARIZADA
(m³/h)
9,02
6,62
2,96
3.2.3. Açudes Principais da Bacia do Riacho Cabeça-de-Boi
Açude Novo (Berilópolis)
O Açude Novo (Berilópolis) fica localizado nas coordenadas E= 488.363 m e N=
9.387.232 m, distando aproximadamente 18 Km da sede Milhã. O açude é
responsável pelo abastecimento das comunidades de Açude Novo, Tabuleiro, Grossos
e Cabeça do Boi (Alto Santo). É um açude conhecido por não secar mesmo durante
estiagens prolongadas. A Figura 3.14 apresenta a curva cota×área×volume do
reservatório estimada pelo mesmo procedimento anterior. A Figura 3.15 mostra uma
fotografia do mesmo.
45
Grafico da Cota Area Volume
7,000,000
-
6,000,000
)
3 5,000,000
m
(
e 4,000,000
m
u
l 3,000,000
o
V
2,000,000
Volume
200,000
Area
400,000
600,000
Á
re
a
(m
2
)
800,000
1,000,000
1,000,000
-
1,200,000
100
105
110
Cota (m)
115
120
Figura 3.14: Curva Cota × Área × Volume do Açude Novo (Berilópolis).
A capacidade de acumulação estimada para o Açude Novo é de 2.411.461 m³
aproximadamente.
Figura 3.15: Açude Novo (Berilópolis) em Milhã (K = 2.411.461 m³).
Os dados básicos para aplicação do método de Campos ao açude Berilópolis foram:
46
• Capacidade de acumulação: K = 2,411 hm³
• Área da bacia hidrográfica do açude Berilópolis: Abacia = 38.923.185,22 m² ou 38,923
Km²
• Lâmina média escoada anual: 63 mm/ano (Fonte: PERH,1992)
• Deflúvio médio anual: µ = 2,452 hm³/ano
• Evaporação média na estação seca (junho/janeiro): EL= 1,027 m
• Fator de forma da bacia hidráulica do açude: α = 2047,21
• Fator adimensional de evaporação: fE = 0,290
As vazões regularizadas pelo açude Berilópolis de acordo com o Método do DTR de
Campos são apresentadas no Quadro 3.7.
Quadro 3.7: Vazões Regularizadas do Açude Berilópolis
GARANTIA
90%
95%
99%
VOLUME ANUAL
REGULARIZADO
(hm³/ano)
0,693
0,575
0,400
VAZÃO
REGULARIZADA
(l/s)
21,97
18,23
12,68
VAZÃO
REGULARIZADA
(m³/h)
79,10
65,63
45,66
3.2.4. Açudes Principais das Bacias dos Riachos Maré e Lagoinha
Nas bacias dos riachos Maré e Lagoinha não há reservatórios de importância. No
riacho da Maré o maior reservatório é o açude Aracaju que apresenta uma minúscula
bacia hidráulica de 5,7 ha, além do açude Santa Paz, com 4,2 ha de espelho.
No riacho Lagoinha merece citação apenas o açude Milagres (Almanaju) que
apresenta uma área de espelho de 8,5 ha. Nenhum dos reservatórios citados tem
capacidade de regularização sequer anual.
47
3.3 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS
3.3.1 Domínios Geológicos
Segundo a CPRM2 no município de Milhã pode-se distinguir três domínios
hidrogeológicos distintos: rochas cristalinas, coberturas sedimentares (colúvios) e
depósitos aluvionares. As rochas cristalinas predominam totalmente na área e
representam o que é denominado comumente de “aqüífero fissural”.
Como
basicamente não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência da
água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por
fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de
pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços
são pequenas e a água, em função da falta de circulação e dos efeitos do clima semiárido é, na maior parte das vezes, salinizada. Essas condições atribuem um potencial
hidrogeológico baixo para as rochas cristalinas sem, no entanto, diminuir sua
importância como alternativa de abastecimento em casos de pequenas comunidades
ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem.
As coberturas sedimentares compreendem manchas isoladas de sedimentos detríticos
que, em função das espessuras bastantes reduzidas, têm pouca expressão como
mananciais para captação de água subterrânea.
Os depósitos aluvionares são representados por sedimentos areno-argilosos recentes,
que ocorrem margeando as calhas dos principais riachos que drenam a região, e
apresentam, em geral, uma boa alternativa como manancial, tendo uma importância
relativa alta do ponto de vista hidrogeológico, principalmente em regiões semi-áridas com
predomínio de rochas cristalinas.
Normalmente, a alta permeabilidade dos termos
arenosos compensa as pequenas espessuras, produzindo vazões significativas.
3.3.2 Diagnóstico da Explotação Realizada pela CPRM (1998)
O levantamento realizado no município de Milhã registrou a presença de 22 poços, dos
quais 21 do tipo tubular profundo (17 públicos e 4 privados) e somente 1 do tipo
amazonas (particular), como mostra a Figura 3.16 de forma percentual.
2
CPRM, Programa de Recenseamento de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no
Estado do Ceará, Diagnóstico do Município de Milhã, Fortaleza, 1998.
48
Figura 3.16: Tipos de Poços em Milhã (CPRM, 1998).
Com relação à distribuição dos poços tubulares por domínios hidrogeológicos,
verificou-se que todos os poços estavam no domínio das rochas cristalinas. Quanto
aos poços amazonas a única unidade cadastrada encontrava-se em aluvião.
A situação daquelas obras, levando em conta, ainda, seu caráter público ou privado é
apresentada no Quadro 3.5.
Quadro 3.5: Situação dos Poços Cadastrados.
Tipo de Poço
Abandonado
Poço Tubular
2
Tipo de Poço
Abandonado
PÚBLICO
Desativado
7
PRIVADO
Desativado
Em Uso
Não Instalado
8
-
Em Uso
Não Instalado
Poço Amazonas
-
-
1
-
Poço Tubular
1
2
1
-
A Figura 3.17 mostra a relação entre os poços tubulares em uso à época e os poços
passíveis de entrar em funcionamento (não em uso – desativados e não instalados).
Deve-se ressaltar que o único poço amazonas cadastrado era privado e encontrava-se
em uso.
Para os poços tubulares privados verificou-se que somente 1 poço estava em uso e 2
poços eram passíveis de entrar em funcionamento. Com relação aos poços tubulares
49
públicos, 41% (7 poços) encontravam-se desativados ou não instalados e,
conseqüentemente, poderiam ser aproveitados, enquanto que 47% (8 poços) estavam
sendo utilizados.
10
Nº de poços
0
Em Uso
Não em Uso
Privado
1
Público
8
2
7
Figura 3.17: Relação entre Poços em Uso e Não em Uso.
3.3.3 Aspectos Quantitativos e Qualitativos
Em relação ao aspecto quantitativo foram considerados, para efeito de cálculos,
apenas os poços tubulares, os quais apresentavam uma explotação sistemática
através de equipamentos de bombeamento diversos. O objetivo básico era quantificar
de forma referencial a produção de água subterrânea do município e verificar o
aumento da oferta de água a partir das unidades de captação existentes não utilizadas
(desativadas e não instaladas).
Deve-se ressaltar, entretanto, que os números aqui apresentados representam uma
estimativa baseada em médias de produtividade de cada domínio hidrogeológico
considerado, obtidas a partir de estudos regionalizados anteriores. Uma determinação
mais precisa da produtividade e potencialidade dos poços existentes teria que passar
por estudos detalhados a partir da execução de testes de bombeamento em todos os
poços, que não foram executados.
Para o caso do município de Milhã, foi considerado, nos cálculos, apenas o domínio
das rochas cristalinas, que abrange 95% das captações de água subterrânea
existentes. Considerando essa diretriz foi considerada, para o domínio das rochas
cristalinas, uma vazão média de 1,7 m3/h, resultado de uma análise estatística de mais
de 3.000 poços no cristalino do estado do Ceará (Möbus et alli, 1998).
O quadro 3.6 mostra que, considerando-se 9 poços tubulares em uso no cristalino,
pode-se inferir uma produção de água da ordem de 15,3 m3/h para todo o município
de Milhã, sendo que 13,6 m3/h são devidos a poços públicos e 1,7 m3/h ao único poço
50
privado existente àquela época.
Caso fosse implantada uma política de recuperação
e/ou instalação dos poços que não estavam em uso, estima-se que seria possível
atingir um aumento de 100% (15,3 m3/h) em relação à oferta d’água subterrânea
estimada à época.
Considerando-se somente os poços de domínio público, o aumento estimado seria de
11,9 m3/h, ou seja, 78%.
Quadro 3.6: Estimativa da Disponibilidade Instalada e Potencial das Rochas
Cristalinas no Município de Milhã (Fonte CPRM, 1998)
Estimativa da
Poços
Tubulares
Estimativa da
Disponibilidade Instalada
Potencial
Disponibilidade Instalada
Em Uso Qe unit.
3
Qe Total
Desativados/
Qe unit.
Qe Total
(m /h)
(m /h)
3
Não Instalados
(m /h)
3
(m /h)
3
% de aumento da
disponibilidade atual
Públicos
8
1,7
13,6
7
1,7
11,9
78
Privados
1
1,7
1,7
2
1,7
3,4
22
9
-
15,3
9
-
15,3
100
Total
Qe = Vazão de explotação
Do ponto de vista qualitativo, foram considerados, para classificação, os seguintes
intervalos:
0
a 500 mg/L --- Água doce
500 a 1500 mg/L --- Água salobra
> 1500 mg/L
--- Água salgada
A Figura 3.18 ilustra a classificação das águas do município de Milhã, correspondentes
a poços tubulares, considerando as situações: em uso, desativados e não instalados.
Deve-se ressaltar que só foram analisados os poços onde foi possível realizar coleta
de água.
51
10
N º d e P oç os
0
DOCE
E m Uso
D e s a ti v a d o s
N ã o I n s ta l a d o s
S ALOBRA
S A L IN A
5
2
3
3
Figura 3.18: Qualidade das Águas Subterrâneas dos Poços Tubulares do
Município de Milhã.
O único poço amazonas cadastrado teve sua água analisada, sendo classificada como
salgada. Quanto aos poços tubulares, os resultados mostraram a inexistência de água
doce nessa região, sendo a totalidade das amostras de água classificadas entre
salobra e salgada. No conjunto dos poços tubulares em uso, a predominância é de
água salobra (5 poços). Já com os poços passíveis de entrarem em funcionamento
(desativados + não instalados) o número de poços com águas salobras ou salgadas
equivalem-se.
3.3.4 Conclusões do Relatório da CPRM
A análise dos dados referentes ao recenseamento de poços executado no município
de Milhã permitiu estabelecer as seguintes conclusões:

Em termos de domínio hidrogeológico predomina o das rochas cristalinas, que
apresenta um baixo potencial hidrogeológico, caracterizado por baixas vazões
e péssima qualidade de água. É neste contexto que se encontra 95% dos
poços tubulares (21 poços) cadastrados no município;

Apesar da existência de depósitos aluvionares é inexpressiva a captação de
água subterrânea nesse domínio (1 poço amazonas).
52

A situação atual dos poços existentes no município era a seguinte:
Paralisados
Tipo de Poço
Em uso
Definitivamente
Passíveis de
Funcionamento

Públicos
Poços Tubulares
47%
12%
41%
Privados
Poços Tubulares
25%
25%
50%
Poços Amazonas
100%
-
-
Levando em conta os poços tubulares paralisados passíveis de entrar em
funcionamento, poderia haver um aumento na oferta de água do município de
cerca de 100%, considerando poços públicos e privados, ou 78%,
considerando apenas, os poços públicos;

Em termos de qualidade das águas subterrâneas, as amostras analisadas
mostraram que a maioria dos poços apresenta águas com teores de sais
dissolvidos elevados, sendo que mais de 45% dos poços tubulares amostrados
possuem águas salinizadas, somente recomendadas para o consumo animal e
uso humano secundário (lavar, banho etc.).
Com base nas conclusões acima estabelecidas foram tecidas as seguintes
recomendações:

Avaliar as potencialidades dos depósitos aluvionares que, aparentemente, são
pouco explotados e poderiam constituir uma alternativa para abastecimento de
diversas localidades;

Os poços desativados e não instalados deveriam entrar em programas de
recuperação e instalação de poços, para aumentar a oferta de água da região;
53

Poços paralisados em virtude de alta salinidade, deveriam ser analisados com
detalhe (vazão, análise físico-química, no de famílias atendidas pelo poço etc.)
para
verificação
da
viabilidade
da
instalação
de
equipamentos
de
dessalinização;

Todos os poços deveriam sofrer manutenção periódica para assegurar o seu
funcionamento, principalmente em tempos de estiagens prolongadas;

Para assegurar a boa qualidade da água do ponto de vista bacteriológico
deveriam ser implantadas, em todos os poços, medidas de proteção sanitária.
3.3.5 Situação Atual
Os dados apresentados nos itens anteriores oriundos do relatório da CPRM de 1998
devem ser vistos como uma referência qualitativa das condições de explotação de
água subterrânea no município de Milhã.
54
4. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DE ABASTECIMENTO HÍDRICO
MUNICIPAL
4.1 Introdução
Neste capítulo é apresentado um diagnóstico detalhado das 85 comunidades visitadas
para verificação in loco da situação de abastecimento hídrico para suprimento da
demanda humana.
Neste diagnóstico foram levantadas, na medida do possível, as seguintes informações
constantes de uma Ficha Técnica empregada pelos cadastrantes:
1) Identificação da comunidade;
2) Levantamento das coordenadas da comunidade em GPS;
3) Levantamento do número de famílias da comunidade;
4) Identificação e coordenadas da(s) fonte(s) de abastecimento público de
água;
5) Levantamento das características físicas da(s) fonte(s) de abastecimento:
No caso de açude:
- Nome do açude;
- Proprietário;
- Localização em GPS;
- Volume aproximado;
- Altura da barragem;
- Fotografia da fonte hídrica.
No caso de poço amazonas:
- Proprietário;
- Localização em GPS;
- Diâmetro do poço;
55
- Profundidade;
- Tipo de equipamento para captação da água ( sistema manual ou bomba);
- Fotografia da fonte hídrica.
No caso de poço profundo:
- Proprietário;
- Localização em GPS;
- Diâmetro do poço;
- Profundidade;
- Potência da bomba;
- Vazão e altura manométrica da bomba (se houver);
- Fotografia da fonte hídrica.
Outras fontes:
- Especificar o tipo de fonte;
- Proprietário;
- Localização em GPS;
- Equipamento empregado para captação da água.
6) Levantamento das características físicas do sistema de adução de água:
- Descrição do sistema de adução de água;
- Coordenadas em GPS do início e fim da adutora;
- Descrição das características físicas da tubulação (diâmetro, material, etc.);
- Localização de reservatórios;
7) Levantamento dos projetos, planos e das propostas de abastecimento da
comunidade elaboradas por:
- Prefeitura Municipal;
- Associações de Moradores e similares;
56
-Organizações não governamentais.
As informações foram tratadas de forma tabular e espacial usando sistema de
georreferenciamento (GIS) na plataforma ArcView. Os dados coletados constituem no
mais fiel diagnóstico atual das reais condições vivenciadas pela população de cada
comunidade. Foram consultadas as lideranças locais e os operadores dos sistemas de
abastecimento, quando existentes.
É importante salientar que as rotas de carro pipa constantes do relatório do Exército
Brasileiro indicavam apenas 65 comunidades para o município de Milhã, enquanto
que no presente diagnóstico foram visitadas 85 comunidades, ou seja, 30,7% a mais
do que aquelas indicadas pelo Exército.
O Quadro 4.1 apresenta o resumo das Fichas Técnicas das comunidades
diagnosticadas.
57
INDEX
NOME
CAPTAÇÃO
COORDENADAS
vazão TRATAMENTO
E
C1
CARNAUBINHA
AÇ. QUANDU
TUBUL. (TIPO)
(m³/h)
DIAM. EXTENSÃO (mm)
75
85
(m)
300
2500
481087
9384508
52 a 70
CLORO
EXCELENTE
R ‐ PVC
A ‐ PVC
?
?
?
?
?
PVC
32
2000
9387306
15 A 52
?
BOA
R ‐ PVC
60
130
?
?
?
?
PVC
60
1900
?
?
?
?
?
?
?
?
?
SALGADA
SALGADA
SALGADA
?
PVC
PVC
?
R ‐ PVC
A ‐ PVC
PVC
PVC
?
35
60
?
60
60
25
50
?
4000
4000
?
600
960
VARIADA
?
?
C3
ALTO SANTO (CABEÇA DE ?
BOI)
AÇUDE NOVO
AÇ. BERILÓPOLIS
C4
TABULEIRO
?
C5
C6
C6A
FURNAS
GROSSOS
ITABAIANA
C7
IPUEIRAS
C8
C9
C10
QUANDÚ
LAGOA NOVA
SANTA FÉ
?
?
?
AÇ. ANTENOR PINHEIRO
PÇ. AMAZONAS
PÇ. AMAZONAS
PÇ. AMAZONAS
?
?
?
?
?
483405
480479
482687
?
C2
N
QUALIDADE DA ÁGUA
488677
?
?
?
?
?
?
?
?
?
9387766
9383540
?
9382844
21
?
?
?
C11
SÃO BENTO (SÃO LUIZ)
PÇ. PROFUNDO
481843
9379240
?
?
BOA
?
?
?
C12
JAPÃO
?
?
25
250
?
?
?
?
?
?
3.75
BOA
BOA
SALGADA
BOA
?
?
?
?
?
BOA
PVC
JOSÉ DE PAZ
CRUZEIRO
BARRA DO JUAZEIRO
BOM ALÍVIO
LAJES
SANTA ROSA
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
500
C14
C15
C16
C17
C18
C19
9385034
9385372
9385250
?
?
?
?
9372672
?
9382000
50
RIACHO VERDE
475478
476814
476567
?
?
?
?
488269
?
476901
PVC
C13
AÇ. DO ZEZINHO
AÇ. DA MARTINHA
PÇ. AMAZONAS
AÇ. DO ROSIÊ
?
?
?
AÇUDE
?
AÇ. SÃO SEBASTIÃO
AÇ. TRAÍRAS
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
478071
9382926
?
?
BOA
C20
TRAÍRAS
4.5
PVC
60
240
ADUÇÃO
E (INIC)
481167
?
488677
490197
491337
488762
?
483710
480479
482687
?
?
475478
476814
476567
?
?
?
?
?
?
476901
58
INDEX
C21
C22
C23
C24
C25
RECONQUISTA
RIACHO DO MEIO TRANSVAL
SÃO JOÃO VALETIM DO SABINO
RIACHO VALETIM RIACHO DO MEIO
AÇ.TRANSVAL
AÇ. SÃO JOAO AÇ. PEDRA FINA CAPTAÇÃO
COORDENADAS
vazão TRATAMENTO
(m³/h)
E
N
480114
9382834
?
?
479498
9381280
?
?
479832
9378548
?
?
478766
9379422
?
?
?
?
?
?
C26
PEDRA FINA AÇ. PEDRA FINA 478980
9378232
C27 C28
C29
C30
C31
C32
C33
C34
C35
INGÁ MASSAPÊ CRUZEIRO
SÍTIO FORTALEZA
CUMARU ESPERANÇA SABONETE BOM PRINCÍPIO SEGURANÇA
478556
487124
489746
485020
?
484239
?
483069
482039
482021
?
480556
?
?
?
481507
?
9380112
9378912
9378834
9376950
?
9374360
?
9372458
9372242
9370868
?
9371888
?
?
?
9374016
?
?
?
479580
479130
476986
476649
476649
?
474801
9374194
9374124
9377142
9374588
9374588
?
9375608
NOME
C36
C38
C39
C40
C41
C42
C43
C44
C45
C46
C47
C48
C49
C50
C51
AÇ. RIACHO DO MEIO
AÇ. MASSAPÊ AÇ. CRUZEIRO PÇ. PROFUNDO ?
AÇ. JOAO VIEIRA ?
AÇ. SEGURANÇA
AÇ. SEGURANÇA
AÇ. MATIAS
EXTREMA AÇ. JOSÉ JACKSON
MACACO
AÇ. ANT° BATISTA
MILHÃ VELHA ?
SITIO BECO ?
ALTO VISTOSO
AÇ. IPUEIRA
SÍTIO VITÓRIA
PÇ. ARTESIANO (48m)
BELO MONTE
AÇ. VELHO
AÇ. ANT° ROBERTO
TANQUE
AÇ. VALDERÍCIO
SÍTIO AÇUDE
AÇ. SÍTIO AÇUDE
PAU BRANCO
AÇ. PAUS BRANCO
VALENTIM DOS PINHEIROS AÇ. SR. MAIRTON
MILHÃ
AÇ. MONTE SOMBRIO
MONTE SOMBRIO
AÇ. MONTE SOMBRIO
PEDRA D´ÁGUA
AÇ. DOS HERDEIROS
SERROTE
AÇ. DOS HERDEIROS
?
?
?
?
?
?
?
?
?
2300
2300
?
1000
?
?
?
1.5
?
?
?
?
?
50
6
?
?
ADUÇÃO
E (INIC)
QUALIDADE DA ÁGUA
TUBUL. (TIPO)
POUCO SALGADA BOA BOA
?
?
PVC
PVC PVC ?
?
DIAM. EXTENSÃO (mm)
(m)
25 150 A 300
50
?
25
280
?
?
?
?
?
POUCO SALOBRA PVC 75
?
?
?
?
?
PVC PVC ?
PVC ?
?
PVC ?
?
25
25
?
50
?
?
25
?
?
100
240
?
80
?
?
200
PVC 25
80
?
?
?
?
?
?
?
BOA
BOA
POUCO SALOBRA
BOA
BOA ?
BOA IMPROPRIA PARA BEBER
SALOBRA ?
BOA
?
?
BOA
POUCO SALOBRA
BOA
PVC ?
?
PVC
PVC
PVC
25
?
?
25
25
25
100
?
?
150
130
150
?
?
?
481005
481507
?
?
?
?
?
CLORO
?
?
?
BOA
BOA
BOA
POUCO SALOBRA
BOA
BOA
BOA
?
?
?
?
?
PVC
PVC
PVC
?
?
?
?
?
150
50
25
?
?
?
?
?
2000
1000
100
?
?
?
?
?
476686
476684
473960
?
?
?
?
?
?
?
?
450
480114
479405
479678
?
?
478980
?
?
?
485020
?
484239
?
?
?
59
INDEX
NOME
C52
C53
C54
C55
C56
AMEIXA
BARRA 2
MORADA NOVA
VISTA ALEGRE
SÍTIO LIBERDADE
C57
BARRA 1
C58
AMANAJU 1
C59
C60
C61
C62
C63
C64
AMANAJU 2 (MILAGRES)
CAMPO NOVO
DEUS ME AJUDE
VARZEA ALEGRE
BOM ALIVIO
KM 21
C65
OLHO D`AGUA
C66
C67
C68
C69
C70
C71
C72
C73
C74
C75
C76
C77
C78
VILA NOVA
NOVO DESTINO
BELA VISTA
LAGOINHA
SERRA VERDE
SITIO MUCURIPE
SAO PEDRO
AGUA BOA
CIPO 1
CIPO DOS PACIFICOS
BAIXA VERDE
CAJUEIROS
ARACAJU
C79
SANTA PAZ
C80
C81
C82
SITIO MARE
FAZENDA NOVA
MONTE GRAVE
C83
MONTE BELO
C84
C85
ALTO VERDE
TABULEIRINHO
AÇ. ANTº IRANEUDO
PÇ. AMAZONAS (6m)
AÇ. MORADA NOVA
AÇ. DO VALDIR
AÇ. LIBERDADE
AÇ. ALMINO ALVES
PÇ. ARTESIANO (53m)
AÇ. DO AMANAJU
PÇ. ARTESIANO (40m)
AÇ. MILAGRES
PÇ. ARTESIANO (60m)
?
AÇ. DO RIVALDO
AÇ. DO SR. ROSIÊ CORINGA
AÇ. 21
AÇ. OLHO D`AGUA
PÇ. ARTESIANO (62m)
PÇ. ARTESIANO (80m)
PÇ. ARTESIANO (80m)
AÇ. LAGOINHA
AÇ. LAGOINHA
LIGADO SIST. MILHA
AÇ. MUCURIPE
AÇ. SITIO SAO PEDRO
PÇ. ARTESIANO
PÇ. ARTESIANO (13m)
PÇ. ARTESIANO (7m)
AÇ. BAIXA VERDE

AÇ. ARACAJU
AÇ. SANTA PAZ
PÇ. PROFUNDO (59m)
PÇ. AMAZONAS

PÇ. ARTESIANO (60m)
PÇ. AMAZONAS (3,5m)
AÇ. AGUA BOA
PÇ. AMAZONAS
AÇ. TABULEIRINHO
CAPTAÇÃO
COORDENADAS
vazão TRATAMENTO
(m³/h)
E
N
477021
9378042
2
?
486926
9366926
?
?
483490
9369694
?
?
485005
9367200
?
?
486138
9367138
?
?
481612
9369920
?
?
482184
9369940
?
?
482369
9366946
?
?
482323
9367276 8.3
?
482308
9365528
?
?
484971
9366486 10
?
?
?
?
?
484355
9369412






470876
9371538


471557
9371348


471791
473752



476588
476196
475365
479027
478946
476981

477768
478874
478925
481613


474122
9370994
9371414



9371342
9371444
9370042
9366882
9366820
9366070

9362984
9362762
9362750
9359600


9369896
476278
476511
9370492
9368368
ADUÇÃO
DIAM. EXTENSÃO E (INIC)
(mm)
(m)
30
VARIADA
?
75
486926
?
?
?
60
VARIADA
?
32
130 486926
25
150 486926
QUALIDADE DA ÁGUA
TUBUL. (TIPO)
BOA
POUCO SALOBRA
BOA
BOA
BOA
BOA
SALOBRA
RUIM
PVC
PVC
?
PVC
PVC
PVC
PVC
25
100
?
BOA
BOA (POUCO SALOBRA)
?
BOA

 BOA
BOA
PVC
PVC
?


PVC
POLIETILENO
25
32
?


25
25
50
?
484971
?




?


150
100

2
2







22




CLORO













BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
BOA
SALOBRA
BOA
BOA
RUIM

BOA
BOA
PVC
PVC


PVC

PVC
PVC
PVC
PVC
PVC

POLIETILENO
PVC
60
100


110

25
50
50
60
30

30
32


17





BOA


PVC


60





RAZOAVEL
PVC
40

2.1



SALOBRA
BOA
PVC
PVC
60
30




150


700
200

 500

100

471791















474122


60
4.2 Descrição do Diagnóstico por Comunidade
4.2.1 C1- CARNAUBINHA
População
Carnaubinha é o maior Distrito do município de Milhã. O número de ligações de
abastecimento no distrito é de 300, correspondendo a uma população de
aproximadamente 1.500 pessoas. Este dado está coerente com o levantado no Estudo
de Viabilidade para o Tratamento e Disposição de Resíduos Sólidos no Estado do
Ceará, elaborado pela consultora PROINTEC para a SECRETARIA DAS CIDADES
DO ESTADO DO CEARÁ, em 2006/2007, o qual revelava para Carnaubinha uma
população estimada em 1.200 pessoas.
População = 1.500 pessoas.
Localização
Coordenadas UTM: E = 482.134 ; N = 9.385.408
Distância de 13 Km da sede em linha reta.
A Figura 4.1 mostra um aspecto do Distrito de Carnaubinha.
61
Figura 4.1: Distrito de Carnaubinha.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento urbano do distrito é feito via adutora proveniente do açude Quandu
(E= 481.087 N = 9.384.508). Há um sistema de captação no açude Quandu e um
sistema de tratamento com as seguintes unidades:
• Captação em flutuante;
• Filtro;
• Reservatório apoiado;
• Cloração;
• Bombeamento para adutora;
• Adutora;
• Reservatório elevado;
• Distribuição gravitaria.
62
Segundo as informações, o açude Quandu nunca havia enchido no passado, porém
no ano de 2009 ele encheu e a população estima que o açude tenha uma reserva
hídrica para os próximos dois anos. No ano de 2007 o açude Quandu secou
completamente havendo necessidade de suprimento da população por carro pipa.
A Figura 4.2 mostra o açude Quandu.
Figura 4.2: Flutuante de captação no açude Quandu para abastecimento de
Carnaubinha – Potência 5 CV.
O sistema de tratamento foi inaugurado em 1993, mas a adutora atual foi inaugurada
em 1997.
A Figura 4.3 mostra a Estação de Tratamento de Água - ETA.
63
Figura 4.3: Estação de Tratamento de Água de Carnaubinha.
A Figura 4.4 mostra o mau estado de conservação e a precariedade do sistema de
recalque de água da ETA-Carnaubinha.
64
Figura 4.4: Bombas da ETA para o reservatório elevado. Potência = 7,5 CV.
A vazão tratada e bombeada informada pelo operador foi de 52 m³/h (14,44 L/s).
Provavelmente houve um erro de informação do operador, uma vez que tal vazão
seria suficiente para abastecer um cidade de até 10.000 com uma vazão per capita de
120 L/hab/dia. Levando em conta que o reservatório apoiado tem uma capacidade de
acumulação de 35 m³ e o reservatório elevado 55 m³, é provável que a verdadeira
vazão do sistema seja inferior a 8 L/s.
O tratamento da água é feito com filtração e cloração.
Há uma adutora de RPVC Φ 75 mm com 300 m de extensão da captação para a ETA
e uma adutora de PVC Φ 85 mm (3”) com extensão de 2.500 m.
A Figura 4.5 mostra o reservatório elevado do distrito.
65
Figura 4.5: Reservatório elevado do Distrito de Carnaubinha. Vol= 55 m³.
Há cobrança de uma tarifa de R$ 12,90 para um consumo de até 10 m³. A
administração do sistema é feita pelo SAAE – Sistema Autônomo de Água e Esgoto de
Milhã. Há cerca de 50 unidades hidrometradas apenas.
66
Propostas da Comunidade
Para solução da dependência hídrica do açude Quandu que não apresenta uma
garantia de oferta para abastecimento do distrito de Carnaubinha durante épocas de
estiagem, a Prefeitura Municipal de Milhã elaborou um projeto de interligação do
sistema de abastecimento atual com uma adutora a ser construída desde o açude
Traíras, distante 6 Km de Carnaubinha. Existe também a possibilidade de captação no
recém-construído açude Antenor Pinheiro no município de Quixeramobim, distando 10
Km aproximadamente de Carnaubinha.
4.2.2 C2- ALTO SANTO (CABEÇA DE BOI)
População
A comunidade de Alto Santo também conhecida por Cabeça de Boi é uma pequena
comunidade constituída por 10 casas esparsas próxima à comunidade de Açude Novo
na área de influência desta última.
População = 50 pessoas.
A Figura 4.6 mostra o aspecto geral da comunidade.
Figura 4.6: Comunidade de Alto Santo (Cabeça de Boi).
67
Localização
A comunidade se localiza aproximadamente a 17,3 Km a nordeste da sede Milhã, nas
coordenadas E= 488.603 m e N = 9.388.128 m.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade é abastecida por uma adutora de PVC Φ 32 mm com extensão de 2 Km
proveniente do mesmo sistema que abastece Açude Novo. O sistema de distribuição é
gravitário a partir do reservatório elevado de Açude Novo. Das 10 casas da
comunidade somente duas são ligadas ao sistema, ou seja, há 8 casas sem
suprimento pela adutora. A Figura 4.7 mostra uma casa com hidrômetro instalado
servida pela adutora supracitada.
Figura 4.7: Casa da comunidade Alto Santo abastecida pela adutora do Açude
Novo. Vê-se o hidrômetro instalado no canto da casa.
Propostas da Comunidade
Não foram apresentadas propostas pela comunidade de Alto Santo durante a visita.
68
4.2.3 C3- AÇUDE NOVO
População
A comunidade de Açude Novo tem cerca de 68 casas. A comunidade exerce um pólo
de influência sobre outras 4 comunidades localizadas em seu entorno (Alto Santo,
Grossos, Tabuleiro e Furnas).
População = 340 pessoas.
A Figura 4.8 apresenta uma vista geral da comunidade.
Figura 4.8: Vista geral da comunidade Açude Novo.
Localização
A comunidade de Açude Novo fica localizada nas coordenadas E = 488.986 m e N =
9.387.448, cerca de 18 Km a nordeste de Milhã.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O sistema de abastecimento de Açude Novo e das outras quatro comunidades de
entorno é proveniente do açude Berilópolis, também denominado de Açude Novo. A
Figura 4.9 mostra o açude Berilópolis.
69
Figura 4.9: Açude Berilópolis que abastece a comunidade Açude Novo.
O sistema é constituído por uma captação no açude Berilópolis, nas coordenadas E =
488.677 e N = 9.387.306, que é bombeada por meio de uma adutora em PVC Φ 60
mm (2”) numa extensão de 130 m até o reservatório elevado de onde se faz a
distribuição da água para as comunidades.
O bombeamento na captação é feito por bombas de 7,5 CV (Figura 4.10), cuja vazão
indicada foi de 15 m³/h. Um segundo bombeamento com bomba de 3 CV é empregada
para recalcar água desde o reservatório até Grossos e uma derivação no Km 2 aduz
água para Tabuleiro e Furnas.
70
Figura 4.10: Sistema de captação usado no açude Berilópolis para atender ao
suprimento de Açude Novo, Alto Santo (Cabeça de Boi), Grossos, Furnas e
Tabuleiro.
O bombeamento para Grossos, Furnas e Tabuleiro é feito pela bomba mostrada na
Figura 4.11. Nota-se o péssimo estado de conservação do equipamento na casa de
bombas.
71
Figura 4.11: Bomba empregada para adução de Açude Novo até as comunidades
de Grossos, Tabuleiro e Furnas.
O reservatório elevado de Açude Novo tem um volume acumulável de 21 m³, feito em
anéis de concreto pré-moldados (Figura 4.12). O reservatório foi construído pela
FUNASA mas a administração do sistema é feito pelo Serviço Autônomo de Água e
Esgoto – SAAE de Milhã.
72
Figura 4.12: Reservatório elevado de Açude Novo que abastece Alto Santo,
Grossos, Açude Novo e Tabuleiro.
Segundo dados da população entrevistada, o manancial açude Berilópolis nunca
secou. Somente houve necessidade de abastecimento da comunidade com carro pipa
em 2003 devido à péssima qualidade da água provocada pelo mau uso do reservatório
73
segundo os entrevistados, pois a população Lavava roupas e banhava animais no
açude. Segundo os mesmos havia 11 “donos” do açude, ou seja, pessoas que
empregavam as águas do açude a seu bel-prazer sem preocupações sanitárias. Não
há problema quantitativo de necessidade de água.
Propostas da Comunidade
Não houve propostas da comunidade, aparentemente satisfeitas com o sistema ora
implantado.
4.2.4 C4- TABULEIRO
População
Tabuleiro é uma comunidade com 36 casas localizada na área de influência da
comunidade de Açude Novo.
População ≈ 180 pessoas
Localização
A comunidade de Tabuleiro fica localizada nas coordenadas E = 491.337 e N =
9.387.464, cerca de 19,6 Km de distância a nordeste da sede de Milhã.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Tabuleiro é abastecida pela adutora de Açude Novo, captando água no açude
Berilópolis. Uma adutora DN 60 mm com 1900 m deriva água no Km 2 para abastecer
o reservatório apoiado de 25 m³ de onde uma bomba submersa modelo INAPI com
potência de 3 CV recalca a água para um reservatório elevado de 21 m³ de Tabuleiro.
A Figura 4.13 mostra o reservatório elevado de Tabuleiro.
Somente duas casas não possuem ligação com o sistema de abastecimento e fazem
uso de cisterna de placas (Figura 4.14).
74
Figura 4.13: Reservatório elevado de 21 m³ de Tabuleiro.
75
Figura 4.14: Cisterna de placas em Tabuleiro.
Abastecimento por Carro Pipa
A comunidade de Tabuleiro não consta da relação de comunidades atendidas por
carro pipa no relatório do Exército Brasileiro de 2007.
Propostas da Comunidade
Não foram registradas propostas da comunidade.
4.2.5 C5-FURNAS
População
Furnas é uma comunidade com 13 residências na área de influência das comunidades
de Tabuleiro/Açude Novo.
População ≈ 65 pessoas.
Localização
Furnas fica localizada nas coordenadas E= 494.935 e N= 9.390.396 no extremo
nordeste do município de Milhã.
76
Descrição do Sistema de Abastecimento
Furnas é abastecida por uma adutora gravitária oriunda do reservatório elevado de
Tabuleiro. A adutora é de PVC DN 35 mm com extensão aproximada de 4.641 m.
Somente três casas não estão conectadas à rede de abastecimento e possuem
cisternas de placas com volume de 16 m³. Existem outras seis casas distantes 3 Km
de Tabuleiro que não estão ligadas ao sistema adutor e possuem cisternas de placas.
A Figura 4.15 mostra uma delas.
Figura 4.15: Cisterna de placas em casa entre Tabuleiro e Furnas.
Abastecimento por Carro Pipa
A comunidade de Furnas foi atendida pelo Programa de Distribuição de Água em
Carro Pipa no ano de 2007 conforme o Quadro 4.4.
77
Quadro 4.4: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 04
40
24
8
34
3
24
102
1008
419,52
CHICO KAISER
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Os residentes consideram boa a água para consumo humano proveniente da rede de
distribuição direta nas casas. Não há outras sugestões.
4.2.6 C6-GROSSOS
População
A comunidade de Grossos possui 9 residências sob a área de influência da
comunidade de Açude Novo, da qual recebe água do açude Berilópolis.
População ≈ 45 pessoas.
Localização
Grossos fica localizada nas coordenadas E=490.602 e N=9.385.578 a nordeste da
sede Milhã, aproximadamente a 17,6 Km desta.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A adutora que abastece Grossos provém de Açude Novo (açude Berilópolis) com 2,6
Km de extensão em PVC DN 60 mm. Metade da adutora se encontra em bom estado
e metade ruim, com problemas nas bolsas. A água é encaminhada para um
reservatório apoiado/elevado com 15 m³. Há 10 ligações hidrometradas no sistema,
incluindo as 9 residências e um grupo escolar. A Figura 4.16 mostra o reservatório de
Grossos. A Figura 4.17 mostra a residência onde se localiza o mesmo.
78
Figura 4.16: Reservatório apoiado/elevado de Grossos.
79
Figura 4.17: Casa em Grossos onde se localiza o reservatório.
Abastecimento por Carro Pipa
O relatório do Exército Brasileiro de 2007 aponta 3 comunidades em seqüência com a
denominação de Grossos 01, Grossos 02 e Grossos 03. Os dados são apresentados
no Quadro 4.5.
Quadro 4.5: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA Nº 04
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA
NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL
(Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE
ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL
(Km)
MOMENTO DE
TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO
RECEBIMENTO
GROSSOS 01
85
51
GROSSOS 02
60
36
GROSSOS 03
35
21
8
27
8
30
8
31
7
5
3
56
189
40
150
24
93
1785
1368
819
741,00
LEOCA
568,80
DORINHA
340,62
CHICO
RAQUEL
80
MANANCIAL DE
ABASTECIMENTO
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A população se queixava de falta de água há pelo menos uma semana durante a visita
de campo. Segundo os mesmos, a água chegava próximo, mas não tinha pressão
suficiente para alcançar o reservatório de Grossos, provavelmente em função dos
vazamentos nas bolsas da adutora no segundo trecho da mesma.
4.2.7 C7-ITABAIANA
População
A comunidade de Itabaiana possui 21 residências.
População ≈ 105 pessoas.
Localização
A comunidade de Itabaiana fica localizada nas coordenadas E= 486.771 e N=
9.380.464 a 11 Km a nordeste de Milhã. A Figura 4.18 mostra a comunidade de
Itabaiana.
81
Figura 4.18: Comunidade de Itabaiana ao final da tarde.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há qualquer sistema de abastecimento.
Abastecimento por Carro Pipa
Segundo o relatório do Exército Brasileiro de 2007, há 3 comunidades em seqüência
com a denominação Itabaiana 01, Itabaiana 02 e Itabaiana 03. O Quadro 4.6
apresenta o resumo.
Quadro 4.6: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA Nº 04
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA
NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL
(Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE
ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL
ITABAIANA 01
ITABAIANA 02
25
15
35
21
ITABAIANA
03
60
36
7
17
7
17
7
19
2
3
5
14
34
21
51
35
95
82
(Km)
MOMENTO DE
TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO
RECEBIMENTO
MANANCIAL DE
ABASTECIMENTO
360
504
936
149,10
MAURO
208,74
BEZERRA
388,08
NEZIM
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Várias são as propostas de abastecimento da comunidade de Itabaiana:
a) Construção de uma barragem no riacho Cabeça de Boi nas coordenadas E=
487.748 e N=9.381.506;
b) Construção de uma adutora captando água do poço aluvionar nas coordenadas
E= 487.654 e N=9.381.434 cuja água é considerada boa para consumo
humano;
c) Há dois poços prontos na comunidade nas coordenadas E=486.810 e N =
9.380.558, com motor a gasolina, esperando ligação de energia para
abastecimento. Porém, a água é salobra.
A alternativa (b) parece merecer melhor atenção.
4.2.8 C8-IPUEIRAS
População
Ipueiras é um Distrito Oficial de Milhã. O número de residências é 78 segundo as
informações constantes. Oficialmente a população é de 400 pessoas.
População ≈ 390 pessoas.
Localização
Ipueiras
fica
localizado
nas
coordenadas
E=482.836
e
N=9.387.924
a
aproximadamente 16 Km ao norte da sede de Milhã. A Figura 4.19 mostra aspecto
geral do Distrito de Ipueiras.
83
Figura 4.19: Aspecto geral do Distrito de Ipueiras.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O distrito de Ipueiras era abastecido por um sistema que captava água num poço
amazonas, construído em 2001. A água era salobra e a população buscava água para
beber no açude do Alberto. A construção do açude Antenor Pinheiro recentemente
promoveu o isolamento do distrito durante a cheia de 2009 e encobriu o açude do
Alberto. O sistema ora existente ficou submerso e os bombeiros tiveram de salvar o
filtro abandonando-o às margens do açude Antenor Pinheiro (Figura 4.20).
84
Figura 4.20: Filtro abandonado às margens do açude Antenor Pinheiro.
O sistema anterior era constituído pelo poço amazonas aluvionar onde hoje é a bacia
hidráulica do açude Antenor Pinheiro. Constava de uma bomba submersa modelo
M4P2-Ebara potência 2,5 HP que atualmente está guardada pela comunidade (Figura
4.21) e aduzia a água por meio de tubulação de RPVC DN 60 mm com 600 m de
extensão para o reservatório elevado e deste seguia para a rede de abastecimento.
O reservatório elevado de 21 m³ fica localizado nas coordenadas E=483.710 e N=
9.387.524, o qual se encontra isolado pelo açude Antenor Pinheiro (Figura 4.22).
Nos anos de 2007 e 2008 o distrito de Ipueiras teve de ser abastecido por carro pipa.
O sistema é administrado pela Associação Comunitária Hermenegilda de Jesus com
40 sócios. Os sócios pagam uma tarifa de água de R$ 6,00 e os não-sócios de R$
7,00.
85
Figura 4.21: Bomba submersa de poço aluvionar abandonado.
86
Figura 4.22: Reservatório elevado do Distrito de Ipueiras, atualmente isolado
pelo açude Antenor Pinheiro.
O Distrito de Ipueiras foi a comunidade mais prejudicada pelas enchentes do ano de
2009 em função da inundação repentina promovida pelo enchimento do açude Antenor
Pinheiro, sem que houvesse sido providenciada a retirada das famílias da bacia
87
hidráulica do mesmo. A Figura 4.23 mostra as casas que ficaram praticamente
submersas com o evento das cheias de 2009.
Figura 4.23: Casas de Ipueiras que ficaram semi-submersas pelo enchimento do
açude Antenor Pinheiro na cheia de 2009.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.7 apresenta o resumo do abastecimento do Distrito de Ipueiras em 2007
por carro pipa.
Quadro 4.7: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 05
400
240
7
23
34
238
782
7200
2.990,40
NEURILÂNIA
AÇ.LAGOINHA
88
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a construção de um novo sistema de captação a ser instalado
no açude Antenor Pinheiro, aproveitando o filtro salvo pelos bombeiros e que se
encontra abandonado nas margens do mesmo nas coordenadas E= 483.405 e N=
9.387.766; a construção de um novo reservatório elevado nas coordenadas E=
482.782 e N= 9.388.176.
4.2.9 C9-QUANDU
População
A comunidade de Quandu possui atualmente 9 residências.
População ≈ 45 pessoas.
Localização
Quandu fica localizada nas coordenadas E= 480.324 e N= 9.383.506, cerca de 11 Km
ao norte da sede Milhã (Figura 4.24).
Figura 4.24: Comunidade de Quandu.
89
Descrição do Sistema de Abastecimento
Quandu é abastecida por um poço amazonas localizado nas coordenadas E=480.479
e N= 9.383.540. Neste poço estão instaladas duas bombas (Figuras 4.25 e 4.26).
A primeira bomba abastece 6 casas e é gerenciada pelo Sr. Benedito que cobra uma
tarifa de R$ 10,00 por família. A segunda bomba abastece 3 casas sendo administrada
pelo Sr. Francisco Alves de Lima que cobra uma tarifa de R$ 30,00 a R$ 35,00.
A tubulação de abastecimento das casas é de PVC DN 25 mm.
Figura 4.25: Poço amazonas que abastece Quandu com 2 bombas.
90
Figura 4.26: Bombas do poço amazonas de Quandu, com diferentes
administradores e tarifas de abastecimento.
Abastecimento por Carro Pipa
O relatório do Exército Brasileiro de 2007 não apresenta abastecimento de Quandu
nas rotas de carro pipa.
Propostas da Comunidade
A comunidade de Quandu propõe a construção de um sistema de captação no açude
Riacho do Meio, localizado a montante. Já existe um sistema funcionando captando
água no açude Riacho do Meio e abastecendo a comunidade de mesmo nome e um
sistema projetado para atender Reconquista e Quandu.
4.2.10 C10-LAGOA NOVA
População
Existe em Lagoa Nova cerca de 50 residências com 48 ligações de água.
91
População ≈ 250 pessoas.
Localização
Lagoa Nova fica nas coordenadas E = 482.658 e N= 9.384.196 cerca de 10 Km ao
norte de Milhã (Figura 4.27).
Figura 4.27: Comunidade de Lagoa Nova.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento atual é precário, com água para uso geral proveniente de um poço
amazonas aluvionar nas coordenadas E=482.687 e N= 9.382.844 (Figura 4.28), com
bomba modelo INAPI de 3 CV. A água é aduzida por uma adutora em PVC DN 50 mm
com 873 m de extensão até um reservatório elevado de 21 m³ nas coordenadas
E=482.433 e N= 9.382.008. O sistema é administrado pela Associação Comunitária
São José da Lagoa Nova com 48 sócios que pagam a taxa mínima de R$ 6,00/15m³.
O poço não oferece água de boa qualidade para consumo humano. Segundo os
moradores, durante a estação de estiagem (verão) a água de beber vem do açude
Quandu, a aproximadamente 5 Km, através de carro pipa ou transportada em
92
jumentos. Durante a estação chuvosa (inverno) a água é captada em açudes
próximos.
Figura 4.28: Poço amazonas para abastecimento de Lagoa Nova.
93
Figura 4.29: Reservatório elevado de Lagoa Nova.
Existe ainda um poço profundo (Figura 4.27) na casa do Sr. Chico Criança que supria
água para um antigo chafariz que era o sistema de abastecimento de Lagoa Nova.
94
Figura 4.30: Antigo chafariz de abastecimento de Lagoa Nova.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.8 apresenta o resumo do abastecimento de Lagoa Nova por carro pipa no
ano de 2007.
Quadro 4.8: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 01
90
54
7
14
8
56
112
1134
468,72
ZIZI
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Devido à questão da qualidade de água inapropriada para consumo humano do atual
sistema implantado pelo Projeto São José, a comunidade propõe a construção de
cisternas de placas na maioria das casas através do Programa 1 Milhão de Cisternas.
95
Existe ainda um poço profundo perfurado pela Prefeitura Municipal de Milhã há dois
anos com profundidade de 60 m apresentando água potável de boa qualidade, porém
está inativo. Segundo as informações, a vazão seria satisfatória para atender a
demanda da localidade.
Outra opção seria a construção do açude Lagoa Nova cujos estudos tiveram início em
1958 pelo DNOCS. O açude ficaria localizado nas coordenadas E=482.417 e N=
9.382.784.
Em 1992, o Prof. Osny Silva, atual membro do Grupo de Gerenciamento de Risco
Climático e Sustentabilidade Hídrica da UFC foi um dos autores do projeto do açude
Lagoa Nova pela empresa de consultoria VBA para o DNOCS, tendo projetado um
açude com capacidade de acumulação de 3 hm3 nesta localidade. A Figura 4.31
mostra o marco de concreto implantado pela VBA demarcando o Marco Zero da
ombreira esquerda do projeto da Barragem Lagoa Nova.
Figura 4.31: Marco implantado pela VBA no local da Barragem Lagoa Nova.
A Figura 4.32 mostra uma visão geral do vale do riacho a ser barrado.
96
Figura 4.32: Visão geral da ombreira esquerda para direita do boqueirão da
projetada Barragem Lagoa Nova.
4.2.11 C11-SANTA FÉ
População
A comunidade de Santa Fé tem 6 residências.
População ≈ 35 pessoas (Dados do Exército Brasileiro).
Localização
Santa Fé (Figura 4.32) fica localizada nas coordenadas E=483.511 e N= 9.379.856, a
aproximadamente 8,7 Km a nordeste de Milhã.
97
Figura 4.32: Comunidade de Santa Fé.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A população consome água do açude particular Santa Fé de propriedade do Sr.
Genildo Bezerra. A captação de duas casas é com balde retirando diretamente do
açude. Nos períodos de estiagem são abastecidos por carro pipa. Existe um
encanamento particular para duas casas do Sr. Genildo e haverá interligação para
outras duas casas de sua propriedade. Apenas duas casas são totalmente
desprovidas de água. O açude Santa Fé costuma secar com 2 ou 3 anos de estiagem.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.9 apresenta o resumo do abastecimento de Santa Fé por carro pipa.
Quadro 4.9: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
Nº 01
35
21
7
13
3
21
98
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
39
420
173,46
GENILDO
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a construção de cisternas de placas nas duas casas que não
possuem ligação com o açude Santa Fé. Existe um poço profundo nas coordenadas
E= 483.616 e N= 9.379.862 apresentando água de boa qualidade e quantidade
razoável que poderia ser empregado durante as estiagens (Figura 4.33).
Figura 4.33: Poço profundo em Santa Fé que poderia ser empregado para
abastecimento durante as estiagens.
4.2.12 C12-SÃO BENTO / SÃO LUIZ
População
As comunidades de São Bento e São Luiz reúnem em conjunto 21 casas. A população
estimada é de 105 pessoas. Segundo dados do Exército Brasileiro, a população
atendida pelo programa de carro pipa é de 90 pessoas.
99
População ≈ 90 pessoas.
Localização
A comunidade de São Bento fica nas coordenadas E= 482.037 e N= 9.379.316 a
aproximadamente 7,5 Km a nordeste de Milhã. A comunidade de São Luiz fica nas
coordenadas E = 481.486 e N=9.379.568. (Figuras 4.34 e 4.35)
Figura 4.34: Comunidade de São Bento.
100
Figura 4.35: Comunidade de São Luiz.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Existe uma única captação num açude particular que abastece a casa da Sra. Maria
da Conceição. Tal açude nunca secou e tem água de boa qualidade. Há um poço
construído pela FUNASA que poderá servir de manancial de abastecimento (Figura
4.36).
101
Figura 4.36: Poço aluvionar em São Bento para futuro abastecimento.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.10 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa para São Bento e
São Luiz no ano de 2007.
Quadro 4.10: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
Nº 01
90
54
7
11
8
56
88
972
102
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
400,68
JOÃO ANANIAS
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Consta que algumas casas receberão cisternas de placas, sendo 5 em São bento e 5
em São Luiz. Há uma proposta para utilização do poço implantado pela FUNASA, o
qual é defendido pela Associação Comunitária local.
4.2.13 C13-JAPÃO
População
A comunidade do Japão tem 40 casas com uma população de 200 pessoas,
exatamente a mesma levantada pelo Exército Brasileiro em 2007.
População ≈ 200 pessoas.
Localização
A comunidade de Japão (Figura 4.37) fica localizada nas coordenadas E= 475.386 e N
= 9.384.774, cerca de 12,4 Km a noroeste de Milhã.
103
Figura 4.37: Comunidade de Japão.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Quase todas as casas do Japão possuem cisternas para armazenar água distribuída
pelo carro pipa. Cerca de 8 casas possuem abastecimento próprio com encanamento
vindo do açude do Zezinho, situado nas coordenadas E=475.478 e N= 9.385.034. Há
3 bombas captando água no açude do Zezinho (Figura 4.38) sendo 1 bomba INAPI de
5 CV e 2 bombas KING de 3 e 7 CV respectivamente. Destas bombas partem
tubulações de PVC para abastecimento direto nas casas sendo uma tubulação DN 40
mm e outras duas DN 50 mm com aproximadamente 500 m de extensão.
Não há qualquer tipo de tratamento na água aduzida desde o açude do Zezinho.
Figura 4.38: Captação no açude do Zezinho para casas na comunidade Japão.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.11 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa realizado em
2007.
Quadro 4.11: Abastecimento por Carro Pipa
104
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
200
120
7
20
17
119
340
3240
1.344,00
ALMEIDA
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe fazer uma adutora com captação no açude das Traíras que fica
a aproximadamente 3,2 Km de Japão, para a qual já existe um projeto elaborado no
âmbito da Prefeitura Municipal de Milhã. Existe também um poço com água de boa
qualidade construído nas coordenadas E= 475.536 e N= 9.384.534 que poderia servir
de manancial, com vazão da ordem de 3 m³/h ou 0,83 L/s.
4.2.14 C14-RIACHO VERDE
População
Riacho Verde é uma comunidade com 28 casas e uma população estimada em 140
pessoas.
População ≈ 140 pessoas.
Localização
Riacho Verde (Figura 4.39) fica localizada nas coordenadas E= 476.589 e N=
9.385.168 a cerca de 12,6 Km a noroeste de Milhã.
105
Figura 4.39: Comunidade de Riacho Verde.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento é precário. Os mananciais que existem são: açude da Martinha
(Figura 4.41) (coordenadas E= 476.567 e N=9.385.250) com duas bombas captando,
sendo um atendendo a 2 famílias e outra atendendo a 5 famílias que pagam uma tarifa
de R$ 10,00. A água do açude é considerada de boa qualidade. A outra opção é um
poço (Figura 4.40) que foi construído para abastecimento de uma escola atualmente
desativada. A água do poço é considerada muito salobra e as famílias bebem água de
cisternas. O poço tem uma vazão de 4,5 m³/h, com bomba submersa de 3 CV
atendendo a 18 famílias. Uma adutora de PVC DN 25 mm com 200 m de extensão
distribui a água nas casas. A energia do abastecimento destas 18 casas é paga pela
PMM. Existem 18 casas com cisternas para suprimento por carro pipa.
106
Figura 4.40: Poço de abastecimento de 18 casas em Riacho Verde.
107
Figura 4.41: Açude da Martinha em Riacho Verde.
Abastecimento por Carro Pipa
Segundo o relatório do Exército Brasileiro de 2007, há duas comunidades em
seqüência com a denominação de Riacho Verde 01 e Riacho Verde 02, totalizando
100 pessoas. O Quadro 4.12 apresenta o resumo.
Quadro 4.12: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA Nº 02
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA
NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL
(Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE
ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL
(Km)
MOMENTO DE
TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO
RECEBIMENTO
MANANCIAL DE
ABASTECIMENTO
RIACHO VERDE
01
50
30
RIACHO VERDE
02
50
30
7
23
7
22
4
4
28
92
28
88
900
870
373,80
ROGERSON
361,20
TOTÔ
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Segundo constam as informações foi feito um projeto para abastecimento de todas as
casas com água do açude da Martinha. O problema é que ele seca em um ano de
estiagem. O custo do projeto aprovado foi de R$ 97.000,00. Existe ainda a
possibilidade de ampliação do açude da Martinha para incrementar sua oferta hídrica.
Outro projeto foi prometido pela Prefeitura Municipal de Milhã consistindo de se fazer
uma ramificação na adutora projetada para abastecer a comunidade de Japão
captando água no açude das Traíras.
4.2.15 C15-JOSÉ DE PAZ
População
108
No sítio José de Paz há 3 casas com 11 pessoas residindo. Segundo os dados do
relatório do Exército Brasileiro a região de entorno ao sítio compreende 60 pessoas.
População ≈ 11 pessoas.
Localização
A comunidade José de Paz fica localizada nas coordenadas E= 487.568 e N=
9.371.248 (Figura 4.42) cerca de 9,2 Km ao leste de Milhã.
Figura 4.42: Sítio José de Paz.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não existe nenhuma fonte de abastecimento, exceto cisterna de placas (Figura 4.43).
109
Figura 4.43: Cisterna de placas no Sítio José de Paz.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.13 apresenta um resumo do abastecimento por carro pipa no ano de
2007.
Quadro 4.13: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
60
36
13
9
5
65
45
792
323,28
EVERARDO
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
110
Existe um projeto feito pela Associação Comunitária do Sítio José de Paz e região de
entorno para construção de uma adutora proveniente do açude do Rosiê. Este açude
suporta até dois anos de estiagem. A solução definitiva segundo o atual presidente da
associação comunitária é a construção da barragem Capitão-Mor e uma adutora de
aproximadamente 1 Km captando na bacia hidráulica do mesmo.
4.2.16 C16-CRUZEIRO/JOSÉ DE PAZ
População
A comunidade de Cruzeiro vizinha ao Sítio José de Paz tem 5 residências onde vivem
16 pessoas. Pode ser considerada uma extensão do sítio José de Paz e todas as
considerações válidas para esta última se aplicam ao Sítio Cruzeiro.
4.2.17 C17-BARRA DO JUAZEIRO
População
A comunidade de Barra do Juazeiro tem 10 residências com uma população de 50
pessoas.
População ≈ 50 pessoas.
Localização
Barra do Juazeiro (Figura 4.44) fica localizada nas coordenadas E= 486.384 e N=
9.371.448 a cerca de 8 Km ao leste de Milhã.
111
Figura 4.44: Barra do Juazeiro.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há qualquer manancial ou fonte de suprimento próxima da comunidade. A
população se abastece com água transportada por jumento (Figura 4.45) desde o
açude do Rosiê. Existem cisternas de placas em 4 casas construídas pelo Programa 1
Milhão de Cisternas.
112
Figura 4.45: Transporte de água em jumento para Barra do Juazeiro.
Abastecimento por Carro Pipa
O Quadro 4.14 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa no ano de 2007.
Segundo o relatório do Exército Brasileiro há duas localidades denominadas Barra do
Juazeiro 01 e Barra do Juazeiro 02.
Quadro 4.14: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA Nº 02
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA
NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL
(Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE
ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL
(Km)
MOMENTO DE
TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO
BARRA DO
JUAZEIRO 01
35
21
BARRA DO
JUAZEIRO 02
50
30
13
7
13
9
3
4
39
21
52
36
420
660
170,94
DEIUSON
269,40
JOVINA
113
RECEBIMENTO
MANANCIAL DE
ABASTECIMENTO
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
São as mesmas para Sítio José de Paz.
4.2.18 C18-BOM ALÍVIO
População
Tal como descrito no relatório do Exército Brasileiro de 2007, há duas comunidades
em seqüência com a denominação Bom Alívio, sendo Bom Alívio 01 com 14
residências e 55 pessoas residentes e Bom Alívio 02 com 10 casas e 50 pessoas
residentes.
População ≈ 105 pessoas.
Localização
As comunidades conjuntas de Bom Alívio (Figura 4.46) se localizam nas coordenadas
E= 485.668 e N= 9.370.328 distando 7,6 Km ao leste de Milhã.
114
Figura 4.46: Comunidade de Bom Alívio.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há nenhuma fonte hídrica de abastecimento próxima da comunidade. A
população busca água no açude do Rosiê Coringa transportando em animais numa
distância de 2 Km. Há uma família que construiu uma cisterna particular (Figura 4.47)
e outras 3 famílias beneficiadas com o Programa 1 Milhão de Cisternas.
Figura 4.47: Cisterna particular em residência de Bom Alívio.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.15 apresenta o resumo do abastecimento com carro pipa no ano de 2007.
Quadro 4.15: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA Nº 02
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA
NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL
(Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE
BOM ALÍVIO 01
55
33
BOM ALÍVIO 02
50
30
13
5
13
6
5
4
115
ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL
(Km)
MOMENTO DE
TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO
RECEBIMENTO
MANANCIAL DE
ABASTECIMENTO
65
25
52
24
594
570
240,90
ARLETE
231,60
JOÃO BOSCO
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
São as mesma para Sítio José de Paz, pois estão na mesma área de influência deste
último.
4.2.19 C19- LAJES
População
A pesquisa de campo revelou que Lajes tem 6 casas onde residem 16 pessoas. No
entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 90 pessoas, embora o local seja rigorosamente o mesmo. Adotamos a
população pesquisada em campo.
População ≈ 16 pessoas.
Localização
A comunidade de Lajes (Figura 4.48) fica localizada nas coordenadas E= 487.184 e
N= 9.372.658, distando 9,8 Km de Milhã no extremo leste do município no limite com
Solonópole.
116
Figura 4.48: Comunidade de Lajes.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Lajes faz parte da área de influência de Sítio José de Paz. Duas casas se abastecem
do açude Bolsão localizado nas coordenadas E= 488.269 e N= 9.372.672. outras duas
casas eram abastecidas do açude particular do Sr. Iraneudo com transporte por
jumento numa distância d 250 m. Existe apenas uma cãs atendida pelo Programa 1
Milhão de Cisternas.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.16 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.16: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
Nº 02
90
54
13
12
8
104
96
1350
117
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
552,96
CHICO
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A principal proposta da comunidade de Lajes é integrar o projeto a ser desenvolvido
para Sítio José de Paz, cuja influência é exercida por toda a região de entorno. Já
houve tentativas de construção de poços com até 90m de profundidade sem resultado
satisfatório.
4.2.20 C20- SANTA ROSA
População
A pesquisa de campo revelou que Santa Rosa tem apenas 2 casas onde residem 5
pessoas. Há 1 casa em construção.
População ≈ 5 pessoas.
Localização
A comunidade de Santa Rosa, por ser tão pequena, não teve registro de coordenadas.
Fica a aproximadamente 4 Km de José de Paz e 3 Km de Lajes.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Existe apenas 1 casa com cisterna em construção.
Abastecimento com Carro Pipa
Não consta da relação do Exército Brasileiro, relativo ao programa de abastecimento
com carro pipa de 2007.
Propostas da Comunidade
A principal proposta da comunidade de Lajes é integrar o projeto a ser desenvolvido
para Sítio José de Paz, cuja influência é exercida por toda a região de entorno.
Entretanto o sistema projetado para José de Paz não contempla o abastecimento de
Santa Rosa.
4.2.21 C21-TRAÍRAS
População
118
A pesquisa de campo revelou que Traíras tem 37 casas onde residem 185 pessoas.
População ≈ 185 pessoas.
Localização
A comunidade de Traíras fica localizada nas coordenadas E= 477.020 e N= 9.382.300,
distando 9,7 Km a noroeste de Milhã.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Há um sistema de abastecimento proveniente do açude São Sebastião, construído em
1992 e restaurado em 2008. O açude São Sebastião fica localizado nas coordenadas
E= 478.071 e N= 9.382.926. Segundo as informações é um açude que nunca secou e
tem água de boa qualidade. A captação é em flutuante (Figura 4.49) com bomba
Dancor de vazão igual a 3,75 m³/h e potência de 1,5 CV. Não há cloração, mas tem
filtragem da água. Há uma adutora de PVC DN 60 mm com extensão de 240 m que
aduz para um reservatório de 15 m³ (Figura 4.50) localizado nas coordenadas
E=477.020 e N= 9.382.300.
Figura 4.49: Captação com flutuante no açude São Sebastião em Traíras.
119
Figura 4.50: Reservatório elevado de Traíras.
O sistema abastece 41 unidades hidrometradas de consumo, sendo 37 casas e 4
estábulos. O sistema é administrado pela Associação Olímpio Nonato com 65 sócios.
Os sócios pagam R$ 7,00 de tarifa e os não sócios pagam R$ 8,00.
Abastecimento com Carro Pipa
120
Não há necessidade de abastecimento com carro pipa, pois o sistema é autosustentável. Durante os períodos de estiagem o açude São Sebastião serve de
manancial de captação pelo programa de carro-pipa do Exército Brasileiro para
abastecer as comunidades vizinhas de Japão, Riacho Verde e Carnaubinha.
Propostas da Comunidade
Não há propostas novas, uma vez que o sistema funciona bem e abastece a
comunidade.
4.2.22 C22-RECONQUISTA
População
A pesquisa de campo revelou que Reconquista tem 21 casas onde residiriam 105
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 75 pessoas. Adotamos a população da pesquisa de campo
em função de haver famílias que não se beneficiam do programa de carro pipa por
possuírem solução própria de abastecimento.
População ≈ 105 pessoas.
Localização
A comunidade de Reconquista fica localizada nas coordenadas E= 479.996 e N=
9.382.868 distando 10,2 Km ao norte de Milhã, entre as comunidades de Quandu e
Riacho do Meio.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Há um poço amazonas (cacimbão) construído no leito aluvionar do riacho Valentim,
nas coordenadas E=480.114 e N=9.382.834 (Figura 4.51) que abastece as casas da
comunidade. Algumas famílias pegam água em baldes e outras fizeram encanamento
particular com tubulação DN 25 mm e extensões variando de 150 a 300 m. Foram
identificadas 5 bombas do tipo Inapi com potência de 3 CV alimentando as tubulações
compartilhadas. Seis casas pagam suas contas de bombeamento individualmente,
enquanto para outras duas casas há uma cobrança de tarifa de R$ 7,00 e R$ 10,00
para uma terceira casa. Segundo as informações dos moradores o riacho Valentim
nunca secou e para estas famílias, que possuem sistema de abastecimento individual
ou compartilhado pelo poço amazonas, nunca precisaram de abastecimento por carro
pipa. Parte da comunidade faz parte da Associação da Comunidade Riacho do Meio.
121
Figura 4.51: Poço amazona que abastece a comunidade de Reconquista.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.17 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.17: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
75
45
7
13
6
42
78
900
371,70
Antonia Paulina
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A principal proposta da comunidade de Reconquista é integrar o projeto já projetado
proveniente de Riacho do Meio.
122
4.2.23 C23-RIACHO DO MEIO
População
A pesquisa de campo revelou que Riacho do Meio tem 20 casas onde residem
aproximadamente 100 pessoas.
População ≈ 100 pessoas.
Localização
A comunidade de Riacho do Meio (Figura 4.52) fica localizada nas coordenadas E=
479.498 e N= 9.381.280 distando 8,6 Km ao norte de Milhã, entre as comunidades de
Ingá e Reconquista.
Figura 4.52: Comunidade de Riacho do Meio, vendo-se o açude à direita.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade de Riacho do Meio possui sistema de abastecimento construído pela
companhia estadual de água e esgoto CAGECE constando de:
• captação em flutuante no açude Riacho do Meio (Figura 4.53) com bomba Dancor de
potência de 1 CV;
123
• estação de tratamento de água ETA (Figura 4.54) com sistema de filtros e cloração;
• adutora para reservatório elevado (início na ETA, coordenadas E=479.524 e N=
9.381.150) com bomba de potência de 1 ½ CV;
• reservatório elevado de 17 m³ nas coordenadas E=479.405 e N= 9.381.738 (Figura
4.55).
Figura 4.53: Flutuante para captação de água no açude Riacho do Meio.
124
Figura 4.54: ETA de Riacho do Meio da CAGECE – Projeto São José.
125
Figura 4.55: Reservatório Elevado em Riacho do Meio.
O Sistema de Abastecimento de Riacho do Meio foi implantado pela CAGECE por
meio do Projeto São José, porém ainda falta a rede de distribuição. Somente 3 casas
são abastecidas pelo sistema atualmente. Há previsão de ligação para 63 famílias. Há
126
5 famílias que retiram água do açude Riacho do Meio por conta própria e outras 7 que
possuem bombas particulares e distribuem a água entre si.
O sistema implantado não é operado pela CAGECE, mas está sob a responsabilidade
da Associação Comunitária Ananias Freire de Riacho do Meio. São 32 sócios que
pagam uma tarifa de R$ 5,00/mês.
Abastecimento com Carro Pipa
Não há.
Propostas da Comunidade
A principal proposta da comunidade de Riacho do Meio é a implantação da rede de
distribuição de água nas casas da comunidade. Foi elaborado um projeto e
encaminhado ao Estado (Projeto São José) pleiteando alocação de verba para o
mesmo. O sistema seria operado pelo SISAR/CAGECE.
4.2.24 C24-TRANSVAL
População
A pesquisa de campo revelou que a comunidade de Transval tem 6 casas onde
residiriam 30 pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército
Brasileiro aponta para uma população de 95 pessoas, provavelmente por incorporar
outras residências difusas próximas na comunidade de São João. Adotamos a
população indicada pelo Exército Brasileiro.
População ≈ 95 pessoas.
Localização
A comunidade de Transval fica localizada nas coordenadas E= 479.678 e N=
9.378.552 distando 6 Km ao norte de Milhã (Figura 4.56).
127
Figura 4.56: Comunidade de Transval.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento da comunidade é feito a partir do açude Transval, nas coordenadas
E=479.832 e N= 9.378.548, de caráter particular, por meio de uma bomba King de 1,5
CV (Figura 4.57) que bombeia uma vazão de até 1 m³/hora para uma cisterna de 35
m³ (Figura 4.58). O açude foi ampliado mas não suporta dois anos de estiagem. Até
2008 houve necessidade de abastecimento com carro pipa. Do açude para a cisterna
há uma adutora em PVC DN 25 mm com extensão aproximada de 280 m. A água do
açude Transval é considerada de boa qualidade.
Algumas famílias de outras comunidades, 12 de Pedra Fina e 2 de São João vinham
pegar água na cisterna de Transval durante a estiagem de 2007/2008.
128
Figura 4.57: Captação no açude Transval.
129
Figura 4.58: Cisterna de 35 m³ em Transval.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.18 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.18: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
95
57
7
7
8
56
56
798
327,18
Zé Ito
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a ampliação do açude da comunidade vizinha de Pedra Fina
cujo projeto resultaria numa capacidade para atender simultaneamente Pedra Fina,
Transval e São João.
4.2.25 C25- SÃO JOÃO
População
A pesquisa de campo revelou que a comunidade de São João tem 8 casas onde
residiriam 40 pessoas.
População ≈ 40 pessoas.
Localização
A comunidade de São João fica localizada nas coordenadas E=479.675
e N=
9.378.642 distando 6 Km ao norte de Milhã (Figura 4.59).
130
Figura 4.59: Comunidade de São João.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento da comunidade é feito por uma cisterna de 16 m³, construída no
âmbito do P1MC. As águas são captadas nos açudes São João (coordenadas E=
478.766 e N=9.379.422), Riacho do Meio (3 famílias) e açude do Sr. Josué (2
famílias). A comunidade é dependente dos sistemas de abastecimento das
comunidades vizinhas.
As águas captadas no açude São João (Figura 4.60) não são de boa qualidade para
consumo humano, mesmo no período invernoso.
131
Figura 4.60: Açude São João.
Abastecimento com Carro Pipa
Inclui-se no roteiro da comunidade de Transval.
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a construção de um açude no riacho Valentim na comunidade
de São João, próximo à residência do Sr. Josué e Sr. Gilson, nas coordenadas
aproximadas E= 479.052 e N= 9.379.302.
4.2.26 C26-VALENTIM DO SABINO
População
A pesquisa de campo revelou que a comunidade de Valentim do Sabino tem 50 casas
onde residiriam 250 pessoas. Porém do levantamento executado em campo constatou
que a Associação Comunitária local tem 60 sócios e 30 casas são abastecidas com
captação no açude Pedra Fina.
População ≈ 250 pessoas.
132
Localização
A comunidade de Valentim do Sabino fica localizada nas coordenadas E= 478.972 e
N= 9.377.116 distando 4,5 Km ao norte de Milhã (Figura 4.61).
Figura 4.61: Comunidade de Valentim do Sabino.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento da comunidade é feito a partir do Sistema de Abastecimento
Integrado do açude Pedra Fina, com tratamento completo e com distribuição
hidrometrada em 30 casas. A Associação Comunitária é privada e conta com 60
sócios que pagam R$ 1,00/mês pela filiação. A tarifa de água é de R$ 10,00/mês. A
inadimplência por 2 meses consecutivos é punida com a suspensão do abastecimento,
mas ainda não houve cortes. Geralmente 3 famílias atrasam o pagamento. O operador
ganha um salário fixo de R$ 250,00/mês.
Abastecimento com Carro Pipa
Segundo consta dos levantamentos de campo, a comunidade atendida por carro pipa
é Valentim dos Pinheiros e não Valentim do Sabino.
133
Propostas da Comunidade
Não há, pois o sistema é auto-sustentável.
4.2.27 C27-PEDRA FINA
População
A pesquisa de campo revelou que Pedra Fina tem 39 casas onde residiriam 195
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 275 pessoas. Provavelmente o relatório do EB engloba outras
casas de comunidades adjacentes, tal como Ingá.
População ≈ 195 pessoas.
Localização
A comunidade de Pedra Fina fica localizada nas coordenadas E= 478.840 e N=
9.378.514 distando 5,8 Km ao norte de Milhã.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Existe um Sistema Independente de Abastecimento de Pedra Fina, nas coordenadas
E=478.980 e N= 9.378.232, a partir de uma captação com flutuante no açude Pedra
Fina (Figura 4.62) que bombeia a água para uma Estação de Tratamento de Água
(ETA, figuras 4.63 e 4.64) por meio de uma bomba King de 2 CV de potência. Há uma
adutora em PVC DN 75 mm com extensão de 450m aduzindo para um reservatório
elevado de 30 m³, localizado nas coordenadas E=478.729 e N= 9.378.512.
134
Figura 4.62: Captação em flutuante no açude Pedra Fina.
135
Figura 4.63: Filtros da ETA de Pedra Fina.
136
Figura 4.64: Vista geral da captação no açude Pedra Fina e ETA.
Segundo constam as informações de campo, a qualidade da água do açude Pedra
Fina não é boa para consumo humano, principalmente antes da estação chuvosa. A
água tem sabor salobro e a população necessita de atendimento por carro pipa para
suprimento de água para beber. Na comunidade foram construídas 7 cisternas dentro
do P1MC. Há casas a montante do açude Pedra Fina que despejam águas servidas
no mesmo.
A rede elétrica de suprimento à ETA é monofásica (vide Fig.4.64) por isso ocorre
queda de tensão quando ligam o motor da máquina forrageira. O Sistema
Independente de Abastecimento de Pedra Fina abastece além de Pedra Fina a
comunidade de Valentim do Sabino e São João. A tarifa mínima da água é
R$10,00/mês, com sobretarifa de R$1,50 por cada 1 m³ hidrometrado que ultrapassar
o limite de consumo de 12 m³.
Nos períodos de estiagem, enquanto não é iniciada a distribuição de água por carro
pipa, a comunidade é abastecida com água de um poço amazonas que nunca secou,
porém a qualidade da mesma é ruim, do tipo salobra. O açude Pedra Fina secou na
estiagem entre 2007 e 2008, necessitando de abastecimento via carro pipa.
137
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.19 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.19: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
275
165
7
6
24
168
144
2145
877,80
Lucilene
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade sugere a perfuração de poços, porém a única experiência realizada não
foi bem sucedida. Sugerem também a ampliação do açude Pedra Fina, mas haveria o
inconveniente de se ter de desapropriar 10 casas que seriam atingidas.
Outra sugestão é a construção de um açude no Riacho Valentim na comunidade de
São João que, devido à proximidade, também beneficiaria Pedra Fina.
4.2.28 C28-INGÁ
População
A pesquisa de campo revelou que Ingá tem 13 casas onde residiriam 65 pessoas.
População ≈ 65 pessoas.
Localização
A comunidade de Ingá (Figura 4.65) fica localizada nas coordenadas E= 478.556 e N=
9.380.112 distando 7,6 Km ao norte de Milhã.
138
Figura 4.65: Comunidade de Ingá.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há nenhum sistema de abastecimento para Ingá. A população busca água no
açude Riacho do Meio. Três famílias possuem abastecimento próprio com bomba
colocada no açude Riacho do Meio e as mesmas arcam com o custo de energia. As
demais famílias transportam água desde o açude em animais (jumentos). A
comunidade de Ingá faz parte da Associação de Pedra Fina e Valentim e para
solucionar seu problema de abastecimento dependem de aval da mesma.
Abastecimento com Carro Pipa
O carro pipa faz o abastecimento da comunidade de Ingá durante os períodos de
estiagem, porém a estatística do transporte está inserido no Quadro 4.19 relativo a
Pedra Fina.
Propostas da Comunidade
A comunidade de Ingá deseja projetar um sistema de abastecimento que seja
independente com captação no açude Riacho do Meio.
139
4.2.29 C29-MASSAPÊ
População
A pesquisa de campo revelou que Massapê tem 7 casas onde residiriam 35 pessoas.
No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 25 pessoas. Identificou-se entretanto que das 7 casas, somente 3
possuem moradores com uma população total de 25 pessoas.
População ≈ 25 pessoas.
Localização
A comunidade de Massapê (Figura 4.66) fica localizada nas coordenadas E= 486.987
e N= 9.378.088 distando 10,05 Km o nordeste de Milhã, próxima à fronteira com o
município de Solonópole.
Figura 4.66: Casas na comunidade de Massapê.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade busca água no açude Massapê, nas coordenadas E= 487.124 e N=
9.378.912 que pertence à fazenda do Sr. Cícero Neto de Lima. O açude tem pouca
capacidade de acumulação e normalmente seca todo ano.
140
O açude Massapê tem aproximadamente 3 m de altura, 80m de largura e extensão
aproximada de 1 km.
Foi perfurado um poço artesiano (Figura 4.67) no ano de 2008 com profundidade de
50m e vazão estimada em 1000 L/h, localizado nas coordenadas E=487.475 e N=
9.378.708 na fazenda do Sr. Cícero. A água não é de boa qualidade (salobra), porém
o pessoal que fez a perfuração sugeriram que a qualidade poderia melhorar com o
bombeamento contínuo. Entretanto não há energia elétrica na comunidade, daí o poço
não é empregado ainda para abastecimento da população. Segundo consta, todos os
açudes da região secaram durante a estiagem de 2007/2008. Na comunidade só
existe uma casa beneficiada com uma cisterna de placas do P1MC.
Figura 4.67: Poço artesiano perfurado em Massapê, porém não há energia
elétrica para seu funcionamento.
Uma família é filiada à Associação Comunitária de Sítio Fortaleza (2,4 Km a sudoeste
de Massapê) enquanto que outra família é filiada à Associação Comunitária de
Itabaiana (2,4 Km ao norte de Massapê).
A estiagem anual obriga o abastecimento da comunidade por carro pipa.
141
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.20 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.20: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
25
15
7
17
2
14
34
360
149,10
Barreira
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade anseia pela construção de rede elétrica para suprimento ao município e
começar a operar o poço artesiano na fazenda do Sr. Cícero. Outra sugestão é a
construção de 1 cisterna de placas para cada família no âmbito do programa P1MC.
Segundo os moradores, existe também um açude na fazenda do Sr. Raimundo
François que poderia abastecer a comunidade desde que fosse construída a rede
elétrica para permitir o bombeamento da água. A água deste açude é salobra e
necessitaria de tratamento para torná-la potável. Segundo os mesmos, a açude
poderia suportar até 2 anos de estiagem.
4.2.30 C30-CRUZEIRO
População
A pesquisa de campo revelou que Cruzeiro tem 11 casas sendo que em somente 6
moram famílias com um total de 30 pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa
2007 do Exército Brasileiro aponta para uma população de 75 pessoas. Há na verdade
duas comunidades próximas porém distintas com o mesmo nome de Cruzeiro, então
se conclui que o relatório do EB agrupa as duas comunidades num só registro. No
presente caso, considerou-se somente a comunidade de Cruzeiro mais próxima da
fronteira de Solonópole.
População ≈ 30 pessoas.
142
Localização
A comunidade de Cruzeiro (Figura 4.68) fica localizada nas coordenadas E= 489.839 e
N= 9.378.792 distando 12,8 Km o nordeste de Milhã, próxima à fronteira com o
município de Solonópole.
Figura 4.68: Casas na comunidade de Cruzeiro.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade busca água no açude do Sr. José Verne, nas coordenadas E= 489.746
e N= 9.378.834. O açude tem pouca capacidade de acumulação e normalmente seca
todo ano.
O açude José Verne tem aproximadamente 7 m de altura, 200m de largura e extensão
aproximada de 400m (Figura 4.69).
A estiagem anual obriga o abastecimento da comunidade por carro pipa.
143
Figura 4.69: Captação de água no açude José Verne em Cruzeiro.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.21 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.21: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
75
45
7
21
6
42
126
1260
522,90
Ivan
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
144
A comunidade propõe a perfuração de poço artesiano; a ampliação do açude José
Verne ou a construção de outro açude no Riacho das Pedras, próximo à comunidade
de Cruzeiro.
4.2.31 C31-SÍTIO FORTALEZA
População
A pesquisa de campo revelou que Sítio Fortaleza tem 35 casas com um total de 175
pessoas. A Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta também para uma
população de 175 pessoas divididas em Fortaleza 01, 02 03 e 04
População ≈ 175 pessoas.
Localização
A comunidade de Sítio Fortaleza (Figura 4.70) fica localizada nas coordenadas E=
484.974 e N= 9.376.720 distando 7,6 Km a nordeste de Milhã.
Figura 4.70: Casas e escola na comunidade de Sítio Fortaleza.
Descrição do Sistema de Abastecimento
145
Não existe um sistema de abastecimento de água para Sítio Fortaleza. O manancial
existente é um poço profundo construído há 20 anos nas coordenadas E=485.020 e
N=9.376.950 com vazão de 4.000 L/h e profundidade de 58m. Deste poço há uma
adutora em PVC DN 25 mm para encher uma caixa de 5.000 L. A potência da bomba
é 2 CV. A Prefeitura Municipal de Milhã arca com as despesas de operação e
manutenção incluindo o pagamento da energia. A água do poço é usada para higiene
pessoal e lavar roupa, além de dessedentação animal em época de estiagem.
Somente há água encanada para a residência da Sra. Maria de Fátima e a Escola de
Ensino Fundamental André Nogueira Pinheiro. Quase todas as famílias possuem
cisterna de placas construídas pelo P1MC (Figura 4.71).
Figura 4.71: Cisterna de placas (P1MC) em Sítio Fortaleza.
As famílias que não possuem cisterna buscam água em açudes privados
transportando-a em animais (Figuras 4.72 e 4.73).
146
Figura 4.72: Transporte de água em animais – Sítio Fortaleza.
147
Figura 4.72: Abastecimento de água com animais – Sítio Fortaleza.
Abastecimento com Carro Pipa
As cisternas de placas são abastecidas com carro pipa quando falta água de chuva.
Os Quadros 4.22 a 4.25 apresentam o resumo do abastecimento por carro pipa em
2007 para Sítio Fortaleza.
Quadro 4.22: Abastecimento por Carro Pipa – Fortaleza 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
35
21
7
13
3
21
39
420
173,46
Aldimar
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.23: Abastecimento por Carro Pipa – Fortaleza 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
35
21
7
14
3
21
42
441
182,28
Caboco
AÇ.LAGOINHA
148
Quadro 4.24: Abastecimento por Carro Pipa – Fortaleza 03
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
40
24
7
15
3
21
45
528
218,40
Paulo
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.25: Abastecimento por Carro Pipa – Fortaleza 04
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
65
39
7
16
6
42
96
897
371,28
Deusdima
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A Associação Comunitária de Sítio Fortaleza tem 37 sócios. A comunidade propõe um
projeto de abastecimento integrado com distribuição de água encanada às casas a
partir do poço profundo existente. A Prefeitura Municipal de Milhã também tem projeto
semelhante prometido para setembro/2009.
4.2.32 C32-CUMARU
População
A pesquisa de campo revelou que Cumaru tem 6 casas onde residiriam 30 pessoas.
No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 40 pessoas.
População ≈ 40 pessoas.
Localização
149
A comunidade de Cumaru (Figura 4.74) fica localizada nas coordenadas E= 484.800 e
N= 9.377.536 distando 7,9 Km a nordeste de Milhã.
Figura 4.74: Casas na comunidade de Cumaru.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade não tem sistema de abastecimento. Algumas casas têm cisternas de
placas. A população busca água nos açudes pequenos próprios transportando em
animais. Na estiagem, dependem sobretudo do carro pipa.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.26 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.26: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
Nº 02
40
24
7
17
3
150
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
21
51
576
238,56
Ribamar
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade possui 7 sócios filiados à Associação Comunitária de Sítio Fortaleza
desde 1996. As propostas são as mesmas indicadas para Sítio Fortaleza, a partir da
construção da rede de distribuição do poço profundo existente nas coordenadas E=
485.020 e N=9.376.950 com vazão de 4.000 L/h.
4.2.33 C33-ESPERANÇA
População
A pesquisa de campo revelou que Esperança tem 16 casas onde residiriam 80
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 115 pessoas divididas em 02 comunidades: Esperança 01 e
Esperança 02.
População ≈ 115 pessoas.
Localização
A comunidade de Esperança (Figura 4.75) fica localizada nas coordenadas E=
484.721 e N= 9.374.320 distando 6,4 Km a leste de Milhã.
151
Figura 4.75: Casas na comunidade de Esperança.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Existe um sistema de abastecimento d’água privado a partir do açude particular do Sr.
João Filho Vieira (Figura 4.76) localizado nas coordenadas E= 484.239 e
N=9.374.360. A captação é feita por meio de uma bomba de 2 CV de potência (Figura
4.77). A água é aduzida por uma adutora em PVC DN 50 mm para um reservatório
elevado de 16 m³ (Figura 4.78) nas coordenadas E= 484.272 e N= 9.374.430 de onde
abastece gravitariamente cerca de 10 casas. Apenas 5 famílias pagam pela água
fornecida pelo sistema implantado pelo Sr. João Vieira. Foi feito um acordo com
demais moradores. A tarifa é de R$ 10,00 e o sistema é operado pelo Sr. Antonio
Robério da Silva, vaqueiro da fazenda.
152
Figura 4.76: Açude do Sr. João Filho Vieira.
153
Figura 4.77: Captação no açude do Sr. João Filho Vieira.
Figura 4.78: Reservatório elevado que abastece 10 casas em Esperança.
O açude do Sr. João Filho Vieira foi construído em 2006 e sangrou somente na cheia
de 2009. A barragem tem aproximadamente 8 m de altura e o reservatório tem uma
largura média de 300 m por 2.000 m de extensão.
154
Foi construído um poço profundo na propriedade do Sr. Antonio Gonçalves da Silva, o
Antonio Paraibano (Figura 4.79), com profundidade de 52 m, com água a 9 m e vazão
de 3.000 L/h. A água é bastante salobra e imprópria para consumo humano.
Figura 4.79: Poço profundo construído em Esperança, vazão = 3.000 L/h.
A maioria da população de Esperança usa água de cisterna para beber, as quais
foram construídas pelo programa P1MC (Figura 4.80). No momento estão sendo
construídas mais 4 cisternas de placas no âmbito do mesmo programa (Figura 4.81).
155
Figura 4.80: Cisterna de placas como alternativa de água potável em Esperança.
156
Figura 4.81: Cisterna de placas em construção em Esperança.
Abastecimento com Carro Pipa
Os Quadros4.27 e 4.28 apresentam o resumo do abastecimento por carro pipa em
2007 para Esperança.
Quadro 4.27: Abastecimento por Carro Pipa –Esperança 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
75
45
7
11
6
42
66
810
333,90
Zé Alfredor
AÇ.LAGOINHA
157
Quadro 4.28: Abastecimento por Carro Pipa –Esperança 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
40
24
7
12
3
21
36
456
188,16
Fransquinha
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Há um projeto da Prefeitura Municipal de Milhã (PMM) para instalar um sistema de
abastecimento com tratamento e distribuição na comunidade de Esperança. A
comunidade propõe combinar o projeto da PMM com captação no poço profundo com
o sistema do açude do Sr. João Vieira.
4.2.34 C34-SABONETE
População
A pesquisa de campo revelou que Sabonete tem 9 casas onde residiriam 45 pessoas.
No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 35 pessoas.
População ≈ 35 pessoas.
Localização
A comunidade de Sabonete (Figura 4.82) fica localizada nas coordenadas E= 484.893
e N= 9.373.160 distando 6,5 Km ao leste de Milhã.
158
Figura 4.82: Casa na comunidade de Sabonete.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento é feito no açude Sabonete na propriedade do Sr. Francisco Eudes de
Oliveira. Há uma captação no açude para abastecimento da propriedade por meio de
uma bomba Yanmar com potência de 2 CV (Figura 4.83). As demais famílias
transportam água do açude por meio de animais.
O açude Sabonete tem uma altura de 3m, 236 m de largura e mais ou menos 500 m
de extensão, localizado nas coordenadas E= 484.692 e N= 9.372.918 (Figura 4.84).
159
Figura 4.83: Bomba Yanmar captando água do açude sabonete.
160
Figura 4.84: Açude Sabonete.
O Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) está contemplando toda a comunidade
com cisternas de placas (Figura 4.85).
Figura 4.85: Cisterna de placas em construção em Sabonete (P1MC).
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.29 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007.
Quadro 4.29: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
35
21
7
9
3
21
27
336
138,18
Ezenário
AÇ.LAGOINHA
161
Propostas da Comunidade
A comunidade de Sabonete propõe as mesmas intervenções elencadas para a
comunidade vizinha de Esperança. O poço construído pela Prefeitura Municipal de
Milhã na propriedade do Sr. Antonio Gonçalves da Silva nas coordenadas E= 484.266
e N=9.373.888 poderia abastecer simultaneamente as comunidades de Esperança e
Sabonete.
4.2.35 C35-BOM PRINCÍPIO
População
A pesquisa de campo revelou que Bom Princípio tem 9 casas onde residiriam 45
pessoas.
População ≈ 45 pessoas.
Localização
A comunidade de Bom Princípio (Figura 4.86) fica localizada nas coordenadas E=
483.403 e N= 9.372.010 distando 5,06 Km a leste de Milhã.
Figura 4.86: Casas na comunidade de Bom Princípio.
162
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade não tem sistema de abastecimento. As famílias buscam água com
transporte por animais no açude Segurança na propriedade do Sr. Antonio Coringa,
nas coordenadas E= 483.069 e N= 9.372.458. O açude Segurança (Figura 4.87) tem
altura de 4 m, largura de 100 m e extensão de aproximadamente 250 m.
Figura 4.87: Açude Segurança.
Há também um açude alternativo na propriedade do Sr. Anildo Junior, nas
coordenadas E= 483.113 e N=9.371.686 com altura de parede de 3m, largura de 101
m e 350m de extensão (Figura 4.88).
163
Figura 4.88: Açude Anildo Junior.
Na comunidade somente uma família tem cisterna particular e outra foi contemplada
pelo programa P1MC (Figura 4.89).
164
Figura 4.89: Cisterna de placas em construção.
Foi construído um poço profundo na propriedade do Sr. Francisco das Chagas
Almeida, localizado nas coordenadas E= 483.394 e N= 9.371.774, com 40 m de
profundidade que deu água com 20m e vazão de 3.300 L/h. No entanto a água é
salobra e imprópria para consumo humano (Figura 4.90).
165
Figura 4.90: Poço profundo na comunidade de Bom Princípio, vazão 3.300 L/h.
Abastecimento com Carro Pipa
A cisterna existente na comunidade não está cadastrada no Programa de Carro Pipa e
há queixa da população com relação ao fato.
Propostas da Comunidade
A comunidade possui 1 sócio filiado à Associação Comunitária de Sítio Macaco. A
comunidade anseia pela construção do açude Capitão Mor que seria a principal obra
hídrica para abastecimento do município de Milhã. Alternativamente propõem a
ampliação do açude Anildo Junior ou a construção de sistema de tratamento
(dessalinizador) e rede de distribuição a partir do poço profundo escavado na
propriedade do Sr. Francisco das Chagas Almeida.
4.2.36 C36-SEGURANÇA
População
A pesquisa de campo revelou que Segurança tem 16 casas onde residiriam 80
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 105 pessoas.
166
População ≈ 105 pessoas.
Localização
A comunidade de Segurança (Figura 4.91) fica localizada nas coordenadas E=
482.253 e N= 9.372.214 distando 3,9 Km a leste de Milhã.
Figura 4.91: Casas na comunidade de Segurança.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A fonte hídrica da comunidade é o açude Segurança (Figura 4.92) localizado nas
coordenadas E= 482.039 e N= 9.372.242 na propriedade do Sr. Manoel Anildo Junior
Pinheiro. O açude tem altura de parede de 5m, largura de 180 m e extensão de 600 m
aproximadamente. Segundo os moradores o açude suporta cerca de 1,5 anos de
estiagem. Sete famílias têm água encanada do açude por meio de uma bomba Atlantis
aduzindo uma vazão de até 2,3 m³/hora e potência de 0,6 CV. Somente duas famílias
têm caixa d’água. A água não é boa para beber. As demais famílias transportam água
com emprego de animal (jumento).
167
Figura 4.92: Açude Segurança.
Há necessidade de abastecimento com carro pipa sempre que o açude Segurança
seca.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.30 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007 em
Segurança
.
Quadro 4.30: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
Nº 02
105
63
7
5
168
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
9
63
45
756
308,70
Meiriluce
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Existe a Associação Comunitária de Extrema e Segurança, atualmente presidida por
Francisco Eudes de Oliveira, agregando sócios das seguintes comunidades:
Segurança (12); Extrema (21); Milhã Velha (10); Bom Princípio (02); Sabonete (10) e
Esperança (05, totalizando 60 membros.
A Associação propõe a construção de pequenas barragens ao longo do riacho Capitão
Mor (Figura 4.93), em número aproximado de 20 barragens, caso não se concretize a
construção do açude Capitão Mor.
Figura 4.93: Riacho Capitão Mor
4.2.37 C37-EXTREMA
População
169
A comunidade de Extrema tem 17 casas onde residiriam 85 pessoas. No entanto o
resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma população de
50 pessoas.
População ≈ 50 pessoas.
Localização
A comunidade de Extrema (Figura 4.94) fica localizada nas coordenadas E= 482.011 e
N= 9.370.964 distando 3,9 Km a leste de Milhã.
Figura 4.94: Casas na comunidade de Extrema.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há sistema publico de abastecimento. Apenas 2 famílias têm sistema de captação
em açudes bombeando para suas respectivas casas, as outras famílias captam água
com jumento (Figura 4.95) nos mananciais. Os açudes são:
170
1º) Açude do Sr. Matias (Matias Alves Feitosa), nas coordenadas E= 482.021 e N=
9.370.868 com altura de parede de 4m, largura de 268m e extensão de 1Km
aproximadamente (Figura 4.96). A água não é de boa qualidade para beber;
2º) Açude do Sr. José Jackson, nas coordenadas E= 481.924 e N= 9.370.936 com
altura de parede de 3 m, largura de 60m e extensão de 150 m (Figura 4.97). A água é
de melhor qualidade para beber.
Há informações de que o programa P1MC chegou este ano, entre maio e junho/2009,
para discussão com a comunidade.
Figura 4.95: Transporte de água em jumento na comunidade de Extrema.
171
Figura 4.96: Açude do Sr. Matias em Extrema.
172
Figura 4.97: Açude do Sr. Jackson em Extrema.
Há ainda um poço profundo na propriedade do Sr. Augusto com 40m de
profundidade, nas coordenadas E= 482.497 e N=9.370.848 (Figura 4.98), porém a
água é muito salobra.
Figura 4.98: Poço profundo na propriedade do Sr. Augusto. A água é salobra.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.31 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007 em
Extrema.
Quadro 4.31: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
Nº 02
50
30
7
3
4
28
12
300
121,80
173
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Matias
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade acredita que somente com água proveniente do abastecimento de
milha é que terão água de boa qualidade em Extrema.
4.2.38 C38-MACACO
População
A pesquisa de campo revelou que Macaco tem 12 casas onde residiriam 60 pessoas.
No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 55 pessoas.
População ≈ 55 pessoas.
Localização
A comunidade de Macaco (Figura 4.99) fica localizada nas coordenadas E= 480.514 e
N= 9.371.950 distando 2,2 Km a leste de Milhã.
174
Figura 4.99: Casas na comunidade de Macaco.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade se abastece em açudes próximos:
1º) Açude do Sr. Antonio Batista, localizado nas coordenadas E= 480.556 e N=
9.371.888 (Figura 4.100), com altura de parede de 4,5 m, largura de 100 m e extensão
de aproximadamente 200m. Neste açude três famílias fazem captação com uso de
bombas. A bomba é do tipo Atlantis submersa com vazão de até 1.000 L/h e motor
com 0,6 CV. O açude suporta 1 ano de estiagem;
2º) Açude do Sr. Manoel Correia, localizado nas coordenadas E= 480.321 e N=
9.372.020 (Figura 4.101), com altura de parede de 3,50m, largura de 257m e extensão
de 300m. A água é de boa qualidade.
Figura 4.100: Açude Antonio Batista.
175
Figura 4.101: Açude Manoel Correia.
No açude Manoel Correia há uma bomba Inapi de 1 CV aduzindo por uma tubulação
de PVC DN 25 mm com 200 m de extensão.
Na comunidade já houve 7 famílias beneficiadas com o Programa P1MC a partir da
Associação Comunitária dos Produtores e Agricultores Rurais dos Sítios Extrema e
Macaco, fundado em outubro de 2008 (Figura 4.102).
176
Figura 4.102: Cisterna do P1MC em construção na comunidade Macaco.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.32 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007 em
Macaco.
Quadro 4.32: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
55
33
7
3
5
35
15
330
133,98
Gledson
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
177
A comunidade propõe a ampliação do açude na propriedade do Sr. Manoel Correia. A
Associação tem um projeto em andamento que aguarda uma reunião com um
representante parlamentar estadual para discussão.
4.2.39 C39-MILHÃ VELHA
População
A pesquisa de campo revelou que Milhã Velha tem 60 casas onde residiriam 300
pessoas.
População ≈ 300 pessoas.
Localização
A comunidade de Milhã Velha (Figura 4.103) fica localizada nas coordenadas E=
479.803 e N= 9.373.220 distando 2,1 Km a leste de Milhã.
Figura 4.103: Casas na comunidade de Milhã Velha.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade é abastecida com água encanada proveniente da sede de Milhã. Milhã
Velha é na verdade um bairro afastado da sede. A água às vezes demora para chegar
178
em algumas casas, porém à noite, com a redução do consumo em Milhã, a água
chega nas casas de Milhã Velha.
Abastecimento com Carro Pipa
Não houve abastecimento com carro pipa.
Propostas da Comunidade
Não Há.
4.2.40 C40-SÍTIO BECO
População
A pesquisa de campo revelou que Sítio Beco tem 4 casas onde residiriam 20 pessoas.
No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 35 pessoas.
População ≈ 35 pessoas.
Localização
A comunidade de Sítio Beco (Figura 4.104) fica localizada nas coordenadas E=
479.954 e N= 9.373.846 distando 2,07 Km a nordeste de Milhã.
179
Figura 4.104: Casas na comunidade de Sítio Beco.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade é abastecida com água encanada proveniente da sede de Milhã. Milhã
Velha é na verdade um bairro afastado da sede. A água às vezes demora de 3 a 4
dias para chegar em algumas casas. Durante os períodos de estiagem a situação se
agrava.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.33 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007 em Sítio
Beco.
Quadro 4.33: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
Nº 02
35
21
7
3
3
21
9
210
180
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
85,26
Alcimar
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Não Há.
4.2.41 C41-ALTO VISTOSO
População
A pesquisa de campo revelou que Alto Vistoso tem 20 casas onde residiriam 100
pessoas. A Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta também para uma
população de 100 pessoas sub-divididas nas comunidades Alto Vistoso 01 e Alto
Vistoso 02.
População ≈ 100 pessoas.
Localização
A comunidade de Alto Vistoso (Figura 4.105) fica localizada nas coordenadas E=
480.993 e N= 9.374.664 distando 3,3 Km a nordeste de Milhã.
181
Figura 4.105: Casas na comunidade de Alto Vistoso.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O manancial de abastecimento de Alto Vistoso é o açude Ipueiras, localizado nas
coordenadas E= 480.933 e N=9.374.746, com altura de parede de 6m, largura de 231
m e extensão aproximada de 400 m (Figura 4.106). O açude resiste até 2 anos de
estiagem, mas houve necessidade de abastecimento com carro pipa na estiagem de
2007/2008.
Toda a comunidade de Alto Vistoso é abastecida em consórcio com 1 bomba Inapi
potência 1 CV alocada para cada 3 casas, porém somente o proprietário da bomba
paga a energia (Figura 4.107).
Figura 4.106: Açude Alto Vistoso.
182
Figura 4.107: Bomba captando água no açude Ipueiras.
Existem duas cisternas feitas pela Prefeitura Municipal de Milhã com mais ou menos
15 anos de construção. O programa P1MC contemplou a comunidade com seis
cisternas de placa. A comunidade aguarda a construção tendo iniciado as escavações
(Figura 4.108).
183
Figura 4.108: Escavação para construção de cisterna de placas (P1MC).
Abastecimento com Carro Pipa
Os Quadros 4.34 e 4.35 apresentam o resumo do abastecimento por carro pipa em
2007 em Alto Vistoso.
.
Quadro 4.34: Abastecimento por Carro Pipa – Alto Vistoso 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
40
24
7
4
3
21
12
264
107,52
Zé de Luiz
AÇ.LAGOINHA
184
Quadro 4.35: Abastecimento por Carro Pipa – Alto Vistoso 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
60
36
7
5
5
35
25
432
176,40
Chico Antonio
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Não há registro.
4.2.42 C42-SÍTIO VITÓRIA
População
A pesquisa de campo revelou que Sítio Vitória tem apenas 2 casas onde residiriam 10
pessoas.
População ≈ 10 pessoas.
Localização
A comunidade de Sítio Vitória (Figura 4.109) fica localizada nas coordenadas E=
481.616 e N= 9.374.084 distando 3,6 Km a nordeste de Milhã.
185
Figura 4.109: Casas na comunidade de Sítio Vitória.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Sítio Vitória dispõe um poço artesiano nas coordenadas E= 481.507 e N= 9.374.016
na propriedade do Sr. João Luci de Lima, com profundidade de 48m, com água a 18m,
e vazão de 1.500 L/h (Figura 4.110). A bomba é Inapi com potência de 2 CV.
186
Figura 4.110: Poço em Sítio Vitória.
Os moradores de uma casa também retiram água no açude do açude da propriedade
do Sr. Carlos Lopes transportando-a com animal (jumento). Segundo os moradores a
água é boa para beber (Figura 4.111).
No entanto, a água para beber a maior parte do ano provém da cisterna construída
pelo P1MC em 2006 na casa do Sr. João Luci.
187
Figura 4.111: Açude do Sr. Carlos Lopes em Sítio Vitória.
Abastecimento com Carro Pipa
Não houve abastecimento com carro pipa em 2007.
Propostas da Comunidade
Existe um projeto da Associação de Alto Vistoso que está em andamento visando
ampliar o açude Ipueira. Possivelmente 4 casas seriam atingidas com a ampliação.
4.2.43 C43-BELO MONTE
População
A pesquisa de campo revelou que Belo Monte tem 40 casas onde residiriam 200
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 220 pessoas distribuídas nas comunidades Belo Monte 01;
Belo Monte 02; Belo Monte 03 e Belo Monte 04.
População ≈ 220 pessoas.
Localização
188
A comunidade de Belo Monte (Figura 4.112) fica localizada nas coordenadas E=
481.120 e N= 9.376.368 distando 4,7 Km a nordeste de Milhã.
Figura 4.112: Casas na comunidade de Belo Monte.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O manancial de águas superficiais de Belo Monte é o açude Velho (Figura 4.113)
localizado nas coordenadas E= 481.054 e N=9.376.504, com altura de parede de 6m,
largura de 120m e extensão de 400m aproximadamente. Nesse açude há uma bomba
King de 2 CV captando água para a casa do Sr. Manoel Barbosa (Figura 4.114).
189
Figura 4.113: Açude Velho na comunidade Belo Monte.
190
Figura 4.114: Captação no açude Velho para casa do Sr. Manoel Barbosa.
As demais famílias transportam água do açude empregando jumento.
Há três poços em Belo Monte:
1º) Poço nas coordenadas E= 481.203 e N= 9.376.564, na propriedade do Sr. Manoel
Barbosa, com 60 m de profundidade, construído em 1980 e que está semi-entupido,
com profundidade atual de 48m (Figura 4.115);
191
Figura 4.115: 1º poço na propriedade do Sr. Manoel Barbosa em Belo Monte.
2º) Poço nas coordenadas E= 481.413 e N=9.376.566, também construído na
propriedade do Sr. Manoel Barbosa, cujo terreno foi doado pelo mesmo, com 80 m de
profundidade, água com 12m e vazão de 2,5 m³/hora (Figura 4.116);
192
Figura 4.116: 2º poço na propriedade do Sr. Manoel Barbosa em Belo Monte.
3º) Poço nas coordenadas E= 481.319 e N= 9.377.524 construído pela FUNASA na
propriedade do Sr. Ronaldo de Flora, mas pertencendo à comunidade de Belo Monte
(Figura 4.117);
193
Figura 4.117: 3º poço, feito pela FUNASA na propriedade de Ronaldo de Flora.
As águas do açude Velho não servem para consumo humano devido ao fato de que as
águas servidas das casas próximas serem despejadas no mesmo.
Devido à impropriedade das águas do açude Velho para consumo humano e da
salinidade das águas dos poços, a comunidade depende de água de cisterna de
placas para beber. Seis famílias foram contempladas com cisternas de placas do
programa P1MC (Figuras 4.118 e 4.119).
194
Figura 4.118: Cisterna de placas recém-construída em Belo Monte.
195
Figura 4.119: Cisterna de placas em construção em Belo Monte.
Abastecimento com Carro Pipa
Os Quadros 4.36 e 4.37 apresentam o resumo do abastecimento por carro pipa em
2007 em Belo Monte.
.
Quadro 4.36: Abastecimento por Carro Pipa – Belo Monte 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
80
48
7
6
7
49
42
624
255,36
Carlinhos
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.37: Abastecimento por Carro Pipa – Belo Monte 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
60
36
7
7
5
35
35
504
206,64
Leonilde
AÇ.LAGOINHA
196
Quadro 4.38: Abastecimento por Carro Pipa – Belo Monte 03
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
45
27
7
7
4
28
28
378
154,98
Ironilde
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.39: Abastecimento por Carro Pipa – Belo Monte 04
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
35
21
7
8
3
21
24
315
129,36
Valcisio
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Existe um projeto da Associação dos Produtores Rurais de Belo Monte visando captar
água no poço profundo construído pela CONAB na comunidade de São Bento. O
reservatório ficaria em Belo Monte na divisa com a comunidade de São Bento e
permitiria a distribuição da água por gravidade para as comunidades de Belo Monte,
São Bento, São Luiz e Boa Vista. A distância do poço ao reservatório seria de 2 Km.
Outra alternativa de abastecimento seria a reconstrução do açude Tanques na
comunidade de mesmo nome, o qual contemplaria todas aquelas comunidades.
4.2.44 C44-TANQUES
População
A pesquisa de campo revelou que Tanques tem 8 casas onde residiriam 40 pessoas.
No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta para uma
população de 35 pessoas.
197
População ≈ 35 pessoas.
Localização
A comunidade de Tanques (Figura 4.120) fica localizada nas coordenadas E= 483.546
e N= 9.375.890 distando 6,1 Km a nordeste de Milhã.
Figura 4.120: Comunidade de Tanques
Descrição do Sistema de Abastecimento
O açude Tanques, outrora principal manancial, localizado nas coordenadas E=
483.297 e N=9.375.876 (Figura 4.121) foi arrombado em março de 2009 durante a
rigorosa cheia deste ano. As famílias de Tanque buscam água em animais (jumento)
em outros dois açudes:
1º) Açude do Sr. Valderício Abílio de Souza, nas coordenadas E= 483.574 e N=
9.375.844, com altura de parede de 4 m, largura de 80m e extensão de 150 m;
2º) Açude do Sr. Antonio Roberto Pinheiro, nas coordenadas E = 482.027 e N=
9.376.056, com parede de 4,5 m de altura, 60m de largura e 150 m de extensão.
198
Figura 4.121: Açude Tanques arrombado na cheia de março/2009.
Duas famílias foram beneficiadas com cisternas que conseguiram através da
Associação de Belo Monte junto a FECOM. As outras famílias estão cadastradas no
programa P1MC aguardando a construção das cisternas.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.40 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007 em
Tanques.
Quadro 4.40: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
35
21
7
9
3
21
27
336
138,18
Olêda
AÇ.LAGOINHA
199
Propostas da Comunidade
A principal reivindicação da comunidade é a reconstrução da parede do açude
Tanques.
4.2.45 C45-SÍTIO AÇUDE
População
A pesquisa de campo revelou que Sítio Açude tem 18 casas onde residiriam 90
pessoas.
População ≈ 90 pessoas.
Localização
A comunidade de Sítio Açude (Figura 4.122) fica localizada nas coordenadas E=
479.640 e N= 9.374.118 distando 1,5 Km a nordeste de Milhã.
Figura 4.122: Sítio Açude.
Descrição do Sistema de Abastecimento
200
As residências de Sítio Açude estão interligadas ao sistema de abastecimento de
Milhã, porém a água não chegando a algumas casas da comunidade. Às vezes
demoram vários dias para a água abastecer a comunidade, daí a população está
buscando água no açude Sítio Açude na propriedade do Sr. Francisco Anísio de Lima,
localizado nas coordenadas E= 479.580 e N= 9.374.194, com 4 m de altura de parede,
180 m de largura e 250 m de extensão (Figura 4.123).
Figura 4.123: Açude Sítio Açude.
O açude recebe águas servidas de mais ou menos 4 casas.
Abastecimento com Carro Pipa
Houve abastecimento com carro pipa entre 2007 e 2008, mas a comunidade não é
citada no relatório da Operação Pipa de 2007, pelo menos com essa denominação.
Propostas da Comunidade
A principal reivindicação da comunidade é a melhoria do sistema de abastecimento
proveniente da sede Milhã. Já foi construída uma cisterna na casa do Sr. Francisco
Anísio pela PMM para abastecimento da comunidade na época de estiagem (Figura
4.124).
201
Figura 4.124: Cisterna prismática construída em Sítio Açude pela PMM.
4.2.46 C46-PAU BRANCO
População
A pesquisa de campo revelou que Pau Branco tem 12 casas onde residiriam 60
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 50 pessoas.
População ≈ 50 pessoas.
Localização
A comunidade de Pau Branco (Figura 4.125) fica localizada nas coordenadas E=
479.057 e N= 9.373.990 distando 1,5 Km ao norte de Milhã.
202
Figura 4.125: Comunidade de Pau Branco.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento da comunidade é proveniente do sistema de Milhã, devido a sua
proximidade. No entanto, chega a faltar água em Pau Branco até por um mês inteiro.
Quando falta água a população recorre ao açude Pau Branco (Figura 4.126),
localizado nas coordenadas E= 479.130 e N= 9.374.124, com altura de parede de 4m,
largura de 50m e extensão de 80m. O açude fica na propriedade do Sr. João Batista
Neto.
203
Figura 4.126: Açude Pau Branco.
Abastecimento com Carro Pipa
O Quadro 4.41 apresenta o resumo do abastecimento por carro pipa em 2007 em Pau
Branco.
Quadro 4.41: Abastecimento por Carro Pipa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 04
50
30
8
4
4
32
16
360
146,40
Jarismar
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
204
A principal reivindicação da comunidade é resolver o problema da distribuição de água
proveniente do sistema de abastecimento de Milhã. Sugerem a construção de um
reservatório em Pau Branco que poderia resolver o problema e abastecer outras
comunidades próximas que sofrem do mesmo problema.
4.2.47 C47-VALENTIM DOS PINHEIROS
População
A pesquisa de campo revelou que Valentim dos Pinheiros tem 18 casas onde
residiriam 90 pessoas.
População ≈ 90 pessoas.
Localização
A comunidade de Valentim dos Pinheiros (Figura 4.127) fica localizada nas
coordenadas E= 477.238 e N= 9.377.008 distando 4,6 Km ao norte de Milhã.
Figura 4.127: Casa com cisterna na comunidade de Valentim dos Pinheiros.
Descrição do Sistema de Abastecimento
205
O abastecimento da comunidade é feito no açude do Sr. Francisco Mairton da Silva,
localizado nas coordenadas E= 476.986 e N= 9.377.142, com altura de parede de 4,50
m, 100m de largura e 300m de extensão aproximadamente (Figura 4.128). A água é
considerada boa para consumo humano, mas o açude só suporta 6 meses de
estiagem.
Figura 4.128: Açude do Mairton.
Durante o verão, a população busca água no açude da propriedade do Sr. Francisco
Elineu da Silva, nas coordenadas E= 476.830 e N= 9.376.628 (Figura 4.129), com
altura de parede de 8m, largura de 140 m e extensão de 600 m aproximadamente.
206
Figura 4.129: Açude do Sr. Elineu em Valentim dos Pinheiros.
Existe também um poço artesiano construído pela PMM na propriedade do Sr. Manoel
Rodrigues de Sila,nas coordenadas E= 477.165 e N= 9.376.804, com profundidade de
48m, com água em 20m e vazão de 2.500 L/h (Figura 4.130).
207
Figura 4.130: Poço profundo na propriedade do Sr. Manoel Rodrigues Sila.
Em Valentim dos Pinheiros há 9 famílias que possuem cisternas de placas oriundas do
P1MC. Mais 8 famílias também foram contempladas e aguardam a construção das
mesmas (Figura 4.131).
208
Figura 4.131: Escavação para construção de cisterna de placas do P1MC.
Abastecimento com Carro Pipa
Houve abastecimento com carro pipa em 2007, mas a comunidade não aparece no
relatório da Operação Pipa de 2007, pelo menos come esta denominação.
Propostas da Comunidade
A comunidade espera por um projeto de abastecimento com captação no poço
profundo construído na propriedade do Sr. Manoel Rodrigues incluindo um
reservatório elevado na mesma.
4.2.48 C48-MILHÃ (SEDE MUNICIPAL)
População
A sede municipal de Milhã mais de 1000 casas onde residiriam aproximadamente
5.000 pessoas, segundo dados oficiais.
População ≈ 5.000 pessoas.
209
Localização
A sede municipal de Milhã fica localizada nas coordenadas E= 478.359 e N=
9.372.550 (Câmara Municipal de Milhã).
Descrição do Sistema de Abastecimento
O abastecimento de Milhã é atualmente baseado na água acumulada pelo açude
Monte Sombrio (Figura 4.132), cuja barragem é definida pelas coordenadas E=
476.649; N= 9.374.588 e E=476.381; N= 9.374.334, conformando uma barragem de
369 m de parede, altura de 14m e 600 m de extensão aproximadamente.
Figura 4.132: Açude Monte Sombrio.
O açude Monte Sombrio suporta aproximadamente 2 anos de estiagem. Entretanto,
quando se esgota sua capacidade, a captação passa a ser no açude Jatobá, a partir
de um bombeamento por meio de uma adutora DN 150 mm.
O açude Jatobá (Figura 4.133) é definido pela coordenadas da barragem E=473.885;
N=9.380.392 e E= 473.755; N=9.380.538, conformando uma parede de 195m, altura
de 15m e extensão de 2 Km.
210
Figura 4.133: Açude Jatobá, que reforça o abastecimento de Milhã durante
estiagens.
As bombas usadas para captação em flutuante permitem aduzir uma vazão de 62.000
L/h (62 m³/h) com potência de 20 CV (Figura 4.134).
211
Figura 4.134: Captação em flutuante para abastecer Milhã.
A água de ambos açudes é conduzido para uma Estação de Tratamento de Água
(ETA) onde é feita a filtragem e cloração da água, de forma convencional (Figura
4.135).
212
Figura 4.135: ETA de Milhã, operada pelo SAAE local.
213
Figura 4.136: Chegada da adutora de água bruta na ETA de Milhã.
Figura 4.137: Filtros na ETA de Milhã.
214
Figura 4.138: Casa de Química da ETA de Milhã.
215
Figura 4.139: Bombas de água tratada na ETA de Milhã.
Após o tratamento a água é aduzida para um reservatório elevado de 200 m³ situado
nas coordenadas E=478.090 e N= 9.373.368 de onde é distribuído gravitariamente
para a população (Figura 4.140).
Figura 4.140: Reservatório elevado de 200 m³ na sede de Milhã.
Além dos açudes Monte Sombrio e Jatobá, Milhã dispõe de uma adutora proveniente
do rio Banabuiú a qual é ativada no caso de uma prolongada estiagem atingindo o
município.
Abastecimento com Carro Pipa
A sede municipal de Milhã não está completamente isenta da necessidade de
abastecimento com carro pipa em situações de extremas estiagens. Mesmo durante
anos normais há necessidade de abastecimento de alguns bairros e comunidades
próximas interligadas ao sistema de abastecimento de Milhã com carro pipa, em
virtude da baixa pressão no sistema de distribuição.
216
Propostas da Comunidade
A principal reivindicação da comunidade é a construção do açude Capitão Mor no
riacho de mesmo nome que viria a resolver definitivamente o problema de
abastecimento hídrico da sede e da maioria das comunidades localizadas a leste da
sede municipal.
4.2.49 C49-MONTE SOMBRIO
População
A pesquisa de campo revelou que Monte Sombrio tem 29 casas onde residiriam 145
pessoas. No entanto, o resumo da Operação Pipa 2007 do Exército Brasileiro aponta
para uma população de 100 pessoas divididas em duas comunidades: Monte Sombrio
01 e Monte Sombrio 02.
População ≈ 100 pessoas.
Localização
A comunidade de Monte Sombrio (Figura 4.141) fica localizada nas coordenadas E=
475.707 e N= 9.375.694 distando 4,09 Km ao noroeste de Milhã.
217
Figura 4.141: Comunidade de Monte Sombrio.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O principal manancial é o açude Monte Sombrio que também serve de abastecimento
para Milhã. O tratamento da água é feito pelo SAAE de Milhã. A vazão de captação é
de 6 m³/h e a potência de 3 CV. A tarifa de água é de R$ 10,00 para um consumo de
até 12 m³.
As famílias também captam água do açude do Sr. Pedro para outras finalidades. O
açude fica localizado nas coordenadas E= 475.802 e N= 9.375.808, com altura de
parede de 3,5 m, largura de 40m e extensão de 60m aproximadamente (Figura 4.142).
Figura 4.142: Açude do Sr. Pedro.
Abastecimento com Carro Pipa
Apesar da existência de um sistema de abastecimento público, Monte Sombrio ainda é
carente de suprimento por carro pipa durante estiagens.
Os Quadros 4.42 e 4.43 apresentam o resumo do abastecimento por carro pipa em
2007 em Monte Sombrio.
218
Quadro 4.42: Abastecimento por Carro Pipa – Monte Sombrio 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 03
50
30
7
7
4
28
28
420
172,20
Neudo
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.43: Abastecimento por Carro Pipa – Monte Sombrio 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 03
50
30
7
8
4
28
32
450
184,80
Pedro Bruno
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Não houve sugestões.
4.2.50 C50-PEDRA D’ÁGUA
População
A pesquisa de campo revelou que Pedra d’Água tem 19 casas onde residiriam 95
pessoas.
População ≈ 95 pessoas.
Localização
A comunidade de Pedra d’Água (Figura 4.143) fica localizada nas coordenadas E=
474.562 e N= 9.376.138 distando 5,2 Km ao noroeste de Milhã.
219
Figura 4.143: Comunidade de Pedra d’Água.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O principal manancial de abastecimento da comunidade é o açude dos Herdeiros, na
propriedade do Sr. Raimundo Canuto Clodenildo Moreira, localizado nas coordenadas
E=474.992;N=9.377010 e E=474.047;N=9.376.826, com 5m de altura e 250 m de
extensão (Figura 4.144).
220
Figura 4.144: Açude dos Herdeiros em Pedra d’Água.
Cerca de seis famílias captam água no açude dos Herdeiros e bombeiam para suas
residências (Figura 4.145). Outras transportam água em jumento. Há um segundo
açude na comunidade na propriedade do Sr. Francisco Macedo com barragem
definida pelas coordenadas E=474.382;N=9.376.244 e E=474.452;N=9.376.168,
conformando uma barragem de 103 m de largura, 6m de altura e 200 m de extensão.
221
Figura 4.145: Captação particular no açude dos Herdeiros.
Cerca de 5 famílias foram beneficiadas com o programa P1MC.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade não consta da relação de abastecimento com carro pipa na Operação
Pipa de 2007. Não há informação quanto a essa necessidade de abastecimento na
comunidade.
Propostas da Comunidade
A Associação Comunitária de Pedra d’Água e região possui 127 sócios, sendo 20 de
Pedra d’Água, 16 de Milhã, 4 de Serrote, 7 de Tanquinho, e 80 de Monte Sombrio. A
principal reivindicação da comunidade é a ampliação do açude dos Herdeiros, tendo
sido feito um levantamento topográfico, coleta de amostra de água enviada para
laboratório na cidade de Iguatu. Propõem a construção de um sistema de
abastecimento e reservação em Pedra d’Água.
222
4.2.51 C51-SERROTE
População
A pesquisa de campo revelou que Serrote tem 9 casas onde residiriam 45 pessoas. O
relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007 apontou para uma
população de 50 pessoas distribuídas nas comunidades Serrote 01 e 02.
População ≈ 50 pessoas.
Localização
A comunidade de Serrote (Figura 4.146) fica localizada nas coordenadas E= 474.801
e N= 9.375.608 distando 4,8 Km ao noroeste de Milhã.
Figura 4.146: Comunidade de Serrote.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O principal manancial de abastecimento da comunidade é o açude dos Herdeiros, na
propriedade do Sr. Raimundo Canuto Clodenildo Moreira, localizado nas coordenadas
E=474.992;N=9.377010 e E=474.047;N=9.376.826, com 5m de altura e 250 m de
extensão. Todas a famílias pegam água neste açude para abastecimento.
223
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007 conforme os quadros 4.44 e
4.45.
Quadro 4.44: Abastecimento por Carro Pipa – Serrote 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 03
25
15
7
9
2
14
18
240
98,70
Zé Bruno
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.45: Abastecimento por Carro Pipa – Serrote 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 03
25
15
7
9
2
14
18
240
98,70
Almir
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A principal reivindicação da comunidade é a ampliação do açude dos Herdeiros, tendo
sido feito um levantamento topográfico, coleta de amostra de água enviada para
laboratório na cidade de Iguatu. Propõem a construção de um sistema de
abastecimento e reservação em Serrote.
224
4.2.52 C52-ALMEIXA
População
A pesquisa de campo revelou que Serrote tem 8 casas onde residiriam 40 pessoas. O
relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007 apontou para uma
população de 35 pessoas.
População ≈ 35 pessoas.
Localização
A comunidade de Almeixa (Figura 4.147) fica localizada nas coordenadas E= 476.868
e N= 9.378.386 distando 7,2 Km ao norte de Milhã.
Figura 4.147: Comunidade de Almeixa.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A população busca água no açude de propriedade do Sr. Antonio Iraneudo, localizado
nas coordenadas E=477.021 e N=9.378.042, o qual resiste até 1,5 anos de estiagem.
Algumas famílias possuem cisterna de placas construída no âmbito do P1MC (Fig.
4.148)
225
Fig. 4.148: Cisterna de placas em Almeixa
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007 conforme o Quadro 4.46.
Quadro 4.46: Abastecimento por Carro Pipa – Almeixa
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
35
21
7
8
3
21
24
315
129,36
Laudelino
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
226
A proposta da comunidade propõe a ampliação do açude do Sr. Antonio Iraneudo e a
construção de um reservatório na comunidade. Outra proposta seria a construção de
uma adutora vindo do açude Jatobá que abastece Milhã situado a 4,4 km a oeste de
Almeixa.
4.2.53 C53-BARRA 2
População
A pesquisa de campo revelou que Barra 2 tem 80 casas onde residiriam 400 pessoas.
O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007 apontou para uma
população de 110 pessoas. O número de 400 pessoas se dá quando se juntam as
quatro comunidades denominada Barra.
População ≈ 110 pessoas.
Localização
A comunidade de Barra 2 (Figura 4.149) fica localizada nas coordenadas E= 472.990
e N= 9.369.494 distando 7,7 a sudeste de Milhã.
Figura 4.149: Comunidade de Barra 2.
227
Descrição do Sistema de Abastecimento
A população é abastecida por um sistema de abastecimento construído a partir de um
poço amazonas localizado nas coordenadas E= 486.926 e N=9.366.926, situado na
propriedade do Sr. Rosiê Leite da Silva, doado para a comunidade. A captação é feita
por meio de bomba centrífuga de 7,5 CV que recalca a água para um reservatório
elevado situado nas coordenadas E= 484.588 e N=9.367.662 com capacidade de 45
m³ (Fig. 4.150). A adução para o reservatório elevado é feito por tubulação de PVC DN
100 mm enquanto que a distribuição da água para as casas é feita em tubos de 75
mm.
O sistema é administrado pela Associação Comunitária de Barra 1/Barra 2 e Vista
Alegre. As famílias pagam uma tarifa de R$ 8,00 por mês. Há 70 sócios e 60 casas
hidrometradas. A receita média mensal da Associação é de R$ 330,00.
Apesar do sistema de distribuição, seis famílias foram beneficiadas com cisternas de
placas do programa P1MC.
Fig. 4.150: Reservatório elevado em Barra 2.
Abastecimento com Carro Pipa
228
Apesar do sistema existente, a comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007
conforme o Quadro 4.47.
Quadro 4.47: Abastecimento por Carro Pipa – Barra 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 04
110
66
11
2
9
99
18
858
354,84
Zé Pintado
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade para solução definitiva do abastecimento de Barra é a
construção do açude Capitão Mor, que seria construído praticamente no sítio onde
hoje existe o poço amazonas que abastece a comunidade.
4.2.54 C54-MORADA NOVA
População
A pesquisa de campo revelou que Morada Nova tem 18 casas onde residiriam 90
pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007 apontou para
uma população de 50 pessoas.
População ≈ 50 pessoas.
Localização
A comunidade de Morada Nova (Figura 4.151) fica localizada nas coordenadas E=
483.473 e N= 9.369.678 distando 5,9 a sudeste de Milhã.
229
Figura 4.151: Comunidade de Morada Nova.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A população é abastecida pelo mesmo sistema de Barra, mas há queixa de que a
qualidade da água não é boa. Existe uma cisterna com mais de 20 anos construída
pela Prefeitura de Milhã (Fig 4.152). Somente uma família foi contemplada até então
pelo programa P1MC com uma cisterna de placas. A população se utiliza da água
acumulada no açude Morada Nova situado nas coordenadas E=483.490 e
N=9.369.694. Há também um poço amazonas de alvenaria na propriedade do Sr.
Antonio Lima Pessoa com profundidade de 2,0m e diâmetro de 5m, que se encontra
aterrado.
230
Fig. 4.152: Cisterna de alvenaria construída pela PMM em Morada Nova.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007 conforme o Quadro 4.48.
Quadro 4.48: Abastecimento por Carro Pipa – Morada Nova
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 02
50
30
11
2
4
44
8
390
157,20
Zé dos Santos
AÇ.LAGOINHA
231
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade é a ampliação do açude Morada Nova que pode ser
elevado até 2m de altura e irá beneficiar as comunidades de Morada Nova, Várzea
Alegre e Barra 1. Seria construído um sistema de abastecimento com captação,
tratamento, reservação e distribuição.
4.2.55 C55-VISTA ALEGRE
População
A pesquisa de campo revelou que Vista Alegre tem aproximadamente 45 casas onde
residiriam 225 pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007
apontou para uma população de 160 pessoas divididas nas comunidades de Vista
Alegre 01 e Vista Alegre 02.
População ≈ 160 pessoas.
Localização
A comunidade de Vista Alegre (Figura 4.153) fica localizada nas coordenadas E=
485.213 e N= 9.366.962 distando 8,8 a sudeste de Milhã.
232
Figura 4.153: Comunidade de Vista Alegre.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A população é abastecida pelo mesmo sistema de Barra, mas há também queixa de
que a qualidade da água não é boa. As famílias buscam água no açude do Valdir nas
coordenadas E=485.005 e N=9.367.200 com altura de 4,5m, comprimento de
barragem de 80 m e distância de fetch de 150m. Segundo os moradores, a água do
açude do Valdir (Fig 4.154) é boa até o mês de outubro quando começa a secar.
Cerca de 9 famílias foram contempladas com cisternas de placas do programa P1MC.
Fig. 4.154: Açude do Valdir em Vista Alegre.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007 conforme os quadros 4.49 e
4.50.
233
Quadro 4.49: Abastecimento por Carro Pipa – Vista Alegre 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 04
50
30
15
2
4
60
8
510
205,20
Cacai
AÇ.LAGOINHA
Quadro 4.50: Abastecimento por Carro Pipa – Vista Alegre 02
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 04
110
66
16
2
9
144
18
1188
477,84
Cici
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade é a construção do açude Capitão Mor para abastecimento
das comunidades no seu entorno.
4.2.56 C56-SÍTIO LIBERDADE
População
A pesquisa de campo revelou que Sítio Liberdade tem aproximadamente 10 casas
onde residiriam 50 pessoas.
População ≈ 50 pessoas.
Localização
234
A comunidade de Sítio Liberdade fica localizada nas coordenadas E= 486.138 e N=
9.367.138 distando 9,2 a sudeste de Milhã.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A população é abastecida pelo mesmo sistema de Barra. Em Sítio Liberdade se
localiza o poço amazonas que abastece o sistema de Barra (Fig. 4.155).
Fig. 4.155: Poço amazonas e casa de bomba do sistema de Barra em Sítio
Liberdade.
Duas famílias foram contempladas com cisternas de placas do programa P1MC e
outra possui cisterna feita pela PMM.
Há também o açude Liberdade localizado nas coordenadas E=486.138 e
N=9.367.138, a jusante do qual se encontra o poço amazonas. O açude Liberdade tem
5 m de altura, 400 m de barragem e aproximadamente 500 m de extensão de fetch.
235
Fig. 4.156: Açude Liberdade.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade não foi abastecida por carro pipa em 2007.
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade é a construção do açude Capitão Mor para abastecimento
das comunidades no seu entorno.
4.2.57 C57-BARRA 01
População
A pesquisa de campo revelou que Barra 01 tem aproximadamente 60 casas onde
residiriam 300 pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007
apontou para uma população de 110 pessoas neste trecho de Barra.
População ≈ 110 pessoas.
Localização
236
A comunidade de Barra 01 (Fig. 4.157) fica localizada nas coordenadas E= 482.184 e
N= 9.369.940 distando 5,5 a sudeste de Milhã.
Fig. 4.157: Comunidade de Barra 01.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Tal como em Barra 02, a população de Barra 01 é abastecida por um sistema de
abastecimento construído a partir de um poço amazonas localizado nas coordenadas
E= 486.926 e N=9.366.926, situado na propriedade do Sr. Rosiê Leite da Silva, doado
para a comunidade. A captação é feita por meio de bomba centrífuga de 7,5 CV que
recalca a água para um reservatório elevado situado nas coordenadas E= 484.588 e
N=9.367.662 com capacidade de 45 m³. A adução para o reservatório elevado é feito
por tubulação de PVC DN 100 mm enquanto que a distribuição da água para as casas
é feita em tubos de 75 mm.
O sistema é administrado pela Associação Comunitária de Barra 1/Barra 2 e Vista
Alegre. As famílias pagam uma tarifa de R$ 8,00 por mês. Há 70 sócios e 60 casas
hidrometradas. A receita média mensal da Associação é de R$ 330,00.
237
Sete famílias possuem cisterna de placas construídas com recursos do P1MC (Fig.
4.158). Além destas, outras cinco famílias possuem cisterna particular de alvenaria.
Algumas famílias, cerca de seis, ainda não possuem água encanada em suas casas e
pegam água em jumento no açude do Sr. Almino Alves nas coordenadas E=481.612 e
N=9.369.920 (Fig.4.159). O açude possui 5m de altura, barragem de 120m e extensão
de 200m. Existe também um poço artesiano com 53 m de profundidade com nível
dinâmico de água a 20m, na propriedade do Sr. Raimundo Alves Maia, nas
coordenadas E=482.184 e N=9.369.940 (Fig.4.160).
Fig. 4.158: Cisterna de placas em Barra 01.
238
Fig.4.159: Açude do Sr. Almino Alves em Barra 01.
239
Fig. 4.160: Poço profundo em Barra 01.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007. O Quadro 4.51 apresenta o
resumo da Operação Pipa na comunidade de Barra 01.
Quadro 4.51: Abastecimento por Carro Pipa – Barra 01
ROTA
PESSOAS ATENDIDAS
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Nº 04
110
66
10
2
9
90
18
792
319,44
Terezinha
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
240
A proposta da comunidade de Barra 01, tal como a maioria das comunidades a
sudeste de Milhã, é a construção do açude Capitão Mor para abastecimento das
comunidades no seu entorno.
4.2.58 C58-AMANAJU 01
População
A pesquisa de campo revelou que Amanaju 01 tem aproximadamente 22 casas onde
residiriam 110 pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007
apontou para uma população de 35 pessoas nesta parte da comunidade.
População ≈ 35 pessoas.
Localização
A comunidade de Amanaju 01 (Fig. 4.161) fica localizada nas coordenadas E=
482.092 e N= 9.366.990 distando 6,7 km a sudeste de Milhã.
Fig. 4.161: Comunidade de Amanaju 01.
Descrição do Sistema de Abastecimento
241
Em Amanaju não há sistema de distribuição de água. Oito famílias foram
contempladas com cisternas de placas do programa P1MC (Fig. 4.162).
Fig. 4.162: Cisterna de placas em Amanaju 01.
Existe também um poço artesiano na propriedade do Sr. José Constantino, nas
coordenadas E=482.323 e N=9.367.276 com profundidade de 40m e vazão de 8,3
m³/h. A água é um pouco salobra mas pode melhorar com o uso, segundo acreditam
os moradores (Fig. 4.163)
242
Fig. 4.163: Poço profundo em Amanaju 01.
As famílias buscam água no açude Amanaju situado nas coordenadas E=482.369 e
N=9.366.946 (Fig 4.164) para fins outros que não seja beber. Para beber utilizam
apenas água de cisterna ou carro pipa. Não utilizam a água do açude devido a
poluição dos currais de gado que afluem ao mesmo. O açude tem uma parede com
altura de 8m, 200 m de extensão e 300m de fetch. Segundo os moradores, suporta até
dois anos de estiagem.
243
Fig. 4.164: Açude Amanaju.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007. O Quadro 4.52 apresenta o
resumo da Operação Pipa na comunidade de Amanaju 01.
Quadro 4.52: Abastecimento por Carro Pipa – Amanaju 01
ROTA
Nº 03
PESSOAS ATENDIDAS
35
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
21
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
9
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
6
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
3
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
27
244
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
18
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
315
CUSTO MENSAL (R$)
128,52
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
Dorinha
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
Existe um projeto feito pela Associação Comunitária de Campo Novo a partir de um
poço na propriedade do Sr. Ausivam Pinheiro (coordenadas E=484316 e N=9366450)
para abastecer as comunidades de Campo Novo, Milagres, Deus Me Ajude e
Amanaju. O poço tem vazão de 10,3 m³/h com 60 m de profundidade. O nível
dinâmico é de 17m. A adutora teria 2,9 km em linha reta ou 5 km seguindo as
estradas.
4.2.59 C59-AMANAJU 02
População
A pesquisa de campo revelou que Amanaju 02 tem aproximadamente 9 casas onde
residiriam 45 pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007
apontou para uma população de 35 pessoas nesta parte da comunidade.
População ≈ 35 pessoas.
Localização
A comunidade de Amanaju 02, também denominada Milagres, (Fig. 4.165) fica
localizada nas coordenadas E= 482.400 e N= 9.365.430 distando 8,2 km a sudeste de
Milhã.
245
Fig. 4.165: Comunidade de Amanaju 02 (Milagres).
Descrição do Sistema de Abastecimento
Em Amanaju 02 não há sistema de distribuição de água. A água para beber provém de
cisternas. Uma família possui cisterna construída no âmbito do programa P1MC.
Outras duas famílias possuem cisterna particular de alvenaria. As famílias buscam
água em jumento no açude Milagres na propriedade do Sr. Manuel Arivanor Pinheiro
nas coordenadas E= 482.308 e N=9.365.528 (Fig. 4.166). O açude tem uma parede
com 8m de altura, extensão de 100m e 150 m de fetch d’água. Abastece a três
famílias que residem no próprio sítio.
246
Fig. 4.166: Açude Milagres em Amanaju 02.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007. O Quadro 4.53 apresenta o
resumo da Operação Pipa na comunidade de Amanaju 02.
Quadro 4.51: Abastecimento por Carro Pipa – Amanaju 02
ROTA
Nº 03
PESSOAS ATENDIDAS
35
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
21
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
9
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
9
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
3
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
27
247
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
27
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
378
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
154,98
Rosilene
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade Amanaju 02 é a mesma que Amanaju 01. Existe um projeto
feito pela Associação Comunitária de Campo Novo a partir de um poço na propriedade
do Sr. Ausivam Pinheiro (coordenadas E=484316 e N=9366450) para abastecer as
comunidades de Campo Novo, Milagres, Deus Me Ajude e Amanaju. O poço tem
vazão de 10,3 m³/h com 60 m de profundidade. O nível dinâmico é de 17m.
4.2.60 C60-CAMPO NOVO
População
A pesquisa de campo revelou que Campo Novo tem aproximadamente 5 casas onde
residiriam 25 pessoas.
População ≈ 25 pessoas.
Localização
A comunidade de Campo Novo (Fig. 4.167) fica localizada nas coordenadas E=
484.311 e N= 9.366.440 distando 8,5 km a sudeste de Milhã.
248
Fig. 4.167: Comunidade de Campo Novo.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade de Campo Novo é abastecida por um poço artesiano construído na
propriedade do Sr. Francisco Aurisvan Pinheiro (Chico de Joaquim) nas coordenadas
E= 484.971 e N=9.366.486 com profundidade de 60m, tendo nível dinâmico de 2,5 m e
vazão de 10,2 m³/h (Fig. 4.168). A água é bombeada por uma bomba de 3 Cv para um
reservatório apoiado
de 5.000L construído pela SOHIDRA de onde parte a
distribuição individual para as casas.
249
Fig. 4.168: Poço profundo na comunidade de Campo Novo.
250
Fig. 4.169: Reservatório apoiado em Campo Novo.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade não consta da relação de abastecimento com carro pipa em 2007, pelo
menos com esta denominação. Sabe-se no entanto, que houve abastecimento com
pipa naquele período.
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade Campo Novo é a mesma que Amanaju 01. Existe um
projeto feito pela Associação Comunitária de Campo Novo a partir de um poço na
propriedade do Sr. Ausivam Pinheiro (coordenadas E=484316 e N=9366450) para
abastecer as comunidades de Campo Novo, Milagres, Deus Me Ajude e Amanaju. O
poço tem vazão de 10,3 m³/h com 60 m de profundidade. O nível dinâmico é de 17m.
4.2.61 C61-DEUS ME AJUDE
População
A pesquisa de campo revelou que Deus Me Ajude tem aproximadamente 3 casas
onde residiriam 15 pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação
Pipa/2007 apontou para uma população de 40 pessoas nesta comunidade.
População ≈ 40 pessoas.
Localização
A comunidade de Deus Me Ajude (Fig. 4.170) fica localizada nas coordenadas E=
484.288 e N= 9.366.050 distando 8,7 km a sudeste de Milhã.
251
Fig. 4.170: Comunidade de Deus Me Ajude.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há qualquer tipo de abastecimento para a comunidade de Deus Me Ajude,
constando apenas uma cisterna de placas do programa P1MC.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007. O Quadro 4.54 apresenta o
resumo da Operação Pipa na comunidade de Deus Me Ajude.
Quadro 4.54: Abastecimento por Carro Pipa – Deus Me Ajude
ROTA
Nº 03
PESSOAS ATENDIDAS
40
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
24
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
9
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
10
252
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
3
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
27
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
30
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
456
CUSTO MENSAL (R$)
187,20
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
Milton
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade Deus Me Ajude é a mesma que Amanaju 01. Existe um
projeto feito pela Associação Comunitária de Campo Novo a partir de um poço na
propriedade do Sr. Ausivam Pinheiro (coordenadas E=484316 e N=9366450) para
abastecer as comunidades de Campo Novo, Milagres, Deus Me Ajude e Amanaju. O
poço tem vazão de 10,3 m³/h com 60 m de profundidade. O nível dinâmico é de 17m.
4.2.62 C62-VÁRZEA ALEGRE
População
A pesquisa de campo revelou que Várzea Alegre tem aproximadamente 12 casas
onde residiriam 60 pessoas. O relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação
Pipa/2007 apontou para uma população de 75 pessoas na comunidade de Várzea
Alegre 01.
População ≈ 75 pessoas.
Localização
A comunidade de Várzea Alegre (Fig. 4.171) fica localizada nas coordenadas E=
484.389 e N= 9.369.522 distando 6,7 km a sudeste de Milhã.
253
Fig. 4.171: Comunidade de Várzea Alegre.
Descrição do Sistema de Abastecimento
A comunidade possui água encanada proveniente do sistema de abastecimento de
Barra. Algumas famílias buscam água em jumento no açude do Rivaldo, situado nas
coordenadas E= 484.355 e N=9.369.412. Quatro famílias possuem cisternas de placas
do programa P1MC, enquanto que duas outras
possuem cisternas de alvenaria
construídas pela PMM.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007. O Quadro 4.55 apresenta o
resumo da Operação Pipa na comunidade de Várzea Alegre.
Quadro 4.55: Abastecimento por Carro Pipa – Várzea Alegre
ROTA
Nº 02
PESSOAS ATENDIDAS
75
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
45
254
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
13
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
1
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
6
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
78
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
6
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
630
CUSTO MENSAL (R$)
252,90
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
Germano
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A proposta da comunidade de Várzea Alegre é a mesma das comunidades que se
servem do sistema de abastecimento de Barra, ou seja, a construção do açude
Capitão Mor.
4.2.63 C63-BOM ALÍVIO
A comunidade C63-Bom Alívio já foi descrita também como a comunidade C17, ou
seja, foi pesquisada equivocadamente por duas vezes.
4.2.64 C64-KM 21
População
A pesquisa de campo revelou que KM 21 tem 10 casas onde residiriam 50 pessoas. O
relatório do Exército Brasileiro sobre a Operação Pipa/2007 apontou para uma
população de 40 pessoas na comunidade de KM 21.
População ≈ 40 pessoas.
Localização
A comunidade de KM 21 (Fig. 4.172) fica localizada nas coordenadas E= 470.831 e
N= 9.371.382 distando 7,5 km a oeste de Milhã.
255
Fig. 4.172: Comunidade de KM 21.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há sistema de abastecimento. A população busca água no açude do Sr.
Medeirinho (21) localizado nas coordenadas E= 470.876 e N=9.371.538 (Fig. 4.173).
O açude tem uma parede com 8m de altura, 180m de extensão e aproximadamente
300 m de fetch de água. Suporta mais ou menos dois anos de estiagem. Na
comunidade há somente uma cisterna na propriedade do Sr. Antonio José, no
município de Senador Pompeu, já que a comunidade é um limite municipal. Foram
perfurados dois artesianos na comunidade, o primeiro nas coordenadas E= 470.707 e
N=9.371.414 e o segundo nas coordenadas E=470.765 e N=9.371.306 com 60m de
profundidade, mas ambos não deram vazão suficiente para abastecer a comunidade
(Figuras 4.174 e 4.175)
256
Fig. 4.173: Açude do Sr. Medeirinho no KM 21.
257
Fig. 4.174: Primeiro poço lacrado em KM 21 por insuficiência d’água.
Fig. 4.175: Segundo poço lacrado no KM 21 por insuficiência d’água.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007. O Quadro 4.56 apresenta o
resumo da Operação Pipa na comunidade de KM 21.
Quadro 4.56: Abastecimento por Carro Pipa – KM 21
ROTA
Nº 03
PESSOAS ATENDIDAS
40
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
24
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
5
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
1
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
3
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
15
258
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
3
144
58,08
Mivânia
AÇ.LAGOINHA
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a construção de cisternas pelo programa P1MC. Não
vislumbram outra alternativa a não ser a construção de um açude na propriedade do
Sr. Gessimar Pinheiro, ex-prefeito, para cessão de água à comunidade.
4.2.65 C65-OLHO d’ÁGUA
População
A pesquisa de campo revelou que Olho d’Água tem 21 casas onde residiriam 105
pessoas.
População ≈ 105 pessoas.
Localização
A comunidade de Olho d’Água (Fig. 4.176) fica localizada nas coordenadas E=
471.537 e N= 9.371.328 distando 6,9 km a oeste de Milhã.
259
Fig. 4.176: Comunidade de Olho d’Água.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Não há sistema de abastecimento público. A população busca água no açude Olho
d’Água na propriedade do Sr. Raimundo Nilson Lopes, nas coordenadas E=471.557 e
N=9.371.348 (Fig. 4.177) o qual tem parede com 4m de altura, extensão de 60m e
fetch de água de 100m. Há uma cisterna de alvenaria construída pela PMM (Fig.
4.178). Também há um poço profundo na profundidade do Sr. José Esmeraldo nas
coordenadas E=470.881 e N=9.371.014, com 62 m e nível dinâmico de 30m. O poço é
usado para irrigação (Fig. 4.179).
260
Fig. 4.177: Açude Olho d’Água.
261
Fig. 4.178:Cisterna de alvenaria em Olho d’Água.
Fig. 4.179: Poço usado para irrigação em Olho d’Água.
Abastecimento com Carro Pipa
A comunidade foi abastecida por carro pipa em 2007, porém não há registro com essa
denominação no Relatório do Exército Brasileiro relativa à Operação Pipa/2007.
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a perfuração de um poço público na comunidade fazendo a
distribuição para as residências por meio de um reservatório elevado.
4.2.66 C66-VILA NOVA
População
A pesquisa de campo revelou que Vila Nova tem
52 casas onde residiriam 260
pessoas.
População ≈ 260 pessoas.
Localização
262
A comunidade de Vila Nova (Fig. 4.180) fica localizada nas coordenadas E= 471.931 e
N= 9.371.034 distando 6,4 km a oeste de Milhã.
Fig. 4.180: Comunidade de Vila Nova.
Descrição do Sistema de Abastecimento
Há um sistema de abastecimento a partir da captação em um poço profundo com 80m
localizado nas coordenadas E=471.791 e N=9.370.994 (Fig.4.181) executado em 2001
pelo Projeto São José. O poço tem capacidade de vazão de 2 m³/h com água de boa
qualidade. A água é clorada e bombeada (Fig. 4.182) para um reservatório elevado
(Fig.4.183) situado nas coordenadas E=471.763 e N=9.370.998 com capacidade de 21
m³, de onde a água é distribuída por gravidade para as residências.
263
Fig. 4.181: Poço na comunidade de Vila Nova executado pelo Projeto São José.
264
Fig. 4.182: Bombeamento e cloração da água do poço de Vila Nova.
Fig. 4.183: Reservatório elevado de Vila Nova.
Abastecimento com Carro Pipa
Graças ao sistema implantado pelo Projeto São José a comunidade de Vila Nova não
mais dependeu de abastecimento com carro pipa.
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe a ampliação da rede de distribuição para as residências
construídas após a 1ª etapa do Projeto São José.
4.2.67 C67-NOVO DESTINO
População
A pesquisa de campo revelou que Novo Destino tem 45 casas onde residiriam 225
pessoas.
População ≈ 225 pessoas.
Localização
265
A comunidade de Novo Destino (Fig. 4.184) fica localizada nas coordenadas E=
473.932 e N= 9.371.450 distando 4,5 km a oeste de Milhã.
Fig. 4.184: Comunidade de Novo Destino.
Descrição do Sistema de Abastecimento
O sistema que abastece Novo Destino é similar ao de Vila Nova. Há um poço profundo
construído nas coordenadas E=473.752 e N=9.371.414 (Fig. 4.185) cuja água é
bombeada para um reservatório elevado situado nas coordenadas E= 474.124 e
N=9.371.446 (Fig. 4.186) do qual a água é distribuída para a população.
266
Fig. 4.185: Poço profundo de Novo Destino.
267
Fig. 4.186: Reservatório elevado de Novo Destino.
Abastecimento com Carro Pipa
Graças ao sistema implantado pelo Projeto São José a comunidade de Novo Destino
não mais dependeu de abastecimento com carro pipa.
Propostas da Comunidade
A comunidade propõe um projeto integrado com captação no açude Lagoinha para
suprimento às comunidades de Bela Vista, Santa Lagoinha e adjacências.
268
5. INTERVENÇÕES PRIORITÁRIAS NA ESCALA LOCAL
5.1 INTRODUÇÃO
São consideradas intervenções prioritárias na escala local aquelas que
permitirão a UNIVERSALIZAÇÃO DO ABASTECIMENTO HUMANO de água
potável nas comunidades rurais do município de Milhã. Entende-se aqui por
“universalização” o fornecimento domiciliar de água potável para satisfazer as
necessidades básicas do consumo humano. No caso das comunidades rurais
dispersas ao longo do território municipal, a questão da universalização do
abastecimento perpassa por distintas etapas e não se constitui numa ação
singular possível de ser alcançada com uma única intervenção.
Em primeiro lugar, deve ser garantido o acesso a água à população residente
nas comunidades rurais focando no aspecto de levar água ao domicílio seja por
meio de cisternas individuais ou redes de distribuição públicas. A princípio, a
construção de redes públicas de abastecimento é a intervenção prioritária a ser
perseguida desde que haja uma fonte hídrica viável em termos de capacidade
de suprimento e distância de captação e adução. As cisternas seriam
recomendadas para pequenas comunidades rurais com habitações muito
dispersas que inviabilizem economicamente a construção de redes de adução
e distribuição domiciliar.
Em
segundo
lugar
deve
ser
considerada
a
sustentabilidade
do
abastecimento em longo prazo no aspecto quantitativo o qual se relaciona
com a capacidade hídrica do manancial selecionado para prover a água
necessária durante os eventos das secas periódicas inerentes ao clima
regional. Esta sustentabilidade hídrica não é garantida pela maioria dos
mananciais disponíveis no território do município de Milhã, fato este que exigirá
o estabelecimento de Planos Alternativos de Abastecimento durante as secas
climáticas. Este fator limitante ao abastecimento humano é uma realidade que
terá de ser considerada em qualquer tipo de planejamento estratégico para
garantir suprimento hídrico à população durante eventos climáticos adversos.
Dentre as alternativas disponíveis para prover o suprimento hídrico durante as
secas tem que ser considerado o abastecimento por carro pipa o qual é
269
“demonizado” pelos sucessivos governantes como uma praga a ser eliminada.
De fato, o abastecimento por carro pipa tal como é empregado hoje, ou seja,
com periodicidade anual para abastecer as comunidades rurais dispersas
durante os meses de outubro a janeiro, durante a estação seca sazonal,
mesmo em anos com pluviosidade normal ou acima da média, é uma exceção
que se tornou regra. Não é compatível com um planejamento estratégico
racional e se justifica pela inércia e incapacidade do poder público de
proporcionar ações de abastecimento às comunidades em situações climáticas
normais até mesmo. O abastecimento por carro pipa deve ser uma alternativa a
ser considerada somente em situações de “secas verdadeiras” quando a
pluviosidade anual não tiver sido suficiente para proporcionar uma recarga
mínima aos mananciais de abastecimento, ou seja, em reais eventos de secas
climáticas periódicas. Mesmo considerando a hipótese de abastecimento por
carro pipa durante os eventos de secas verdadeiras é necessário um Plano
Racional de Operação. O modelo atual operacionalizado pelo Exército
Brasileiro apresenta falhas em virtude das limitações de informações
disponíveis para seus planejadores. O presente PAM elaborado para o
município de Milhã apresenta alternativas mais racionais para traçado das rotas
com indicação dos mananciais estratégicos mais factíveis e confiáveis no
aspecto qualitativo e quantitativo da água a fornecer a população.
Por último, o terceiro aspecto a ser considerado na universalização do
abastecimento é a qualidade da água a ser fornecida. A princípio se deveria
contestar a qualidade como um último passo a ser considerado no
planejamento quando de fato deveria ser o primeiro movido pelo interesse
sanitário para a saúde das populações. No entanto, o aspecto “qualidade da
água” restringiria muito a disponibilidade de mananciais para abastecimento da
população difusa tornando-se um fator limitante que impediria o abastecimento
das populações com água de qualidade mediana apropriada para todos os
demais usos, exceto para beber. A experiência vivenciada pela pesquisa de
campo demonstrou que as populações das comunidades rurais difusas vêem o
acesso à água como o fator prioritário para satisfazer suas necessidades de
abastecimento, uma vez que dispondo do precioso líquido em quantidade nas
suas residências para lavagem, cozimento e outras necessidades básicas com
270
a higiene corporal, a busca pela água de beber se torna menos árdua e
onerosa.
Considerar o fator qualidade de água como uma variável a ser levada em conta
na construção dos sistemas de abastecimento público do município de Milhã
exigiria um aporte de recursos muito elevado incluindo a construção de novos
reservatórios de maior capacidade tal como os apontados no Capítulo 6 e
redes de adutoras municipais para levar água potável de boa qualidade às
diversas comunidades rurais espalhadas pelo território.
A visão de planejamento estratégico trabalhada neste PAM é focada naquilo
que é possível se fazer do ponto de vista prático com poucos recursos
disponíveis, limitados aos orçamentos não onerosos ou orçamentos fiscais e
receitas perenes do município. O PAM não foi feito com o objetivo de apontar
para soluções ideais do ponto de vista técnico, sanitário, econômico e social,
mas fundamentado nos aspectos de viabilidade de execução dentro das
limitações técnicas e econômicas do município.
5.2 INTERVENÇÕES PARA UNIVERSALIZAÇÃO DO ABASTECIMENTO
Durante a fase de Diagnóstico foram identificadas 14 comunidades rurais em
Milhã que não apresentavam nenhum tipo de abastecimento hídrico garantido
acesso à água para sua população. Estas comunidades foram divididas em
seis blocos geográficos de intervenção. O Quadro 5.1 apresenta as
comunidades a ser alvo de intervenção pela proposta do PAM, apresentando
também o sumário dos custos de intervenção que serão detalhados.
271
Quadro 5.1: Comunidades a ser alvo de intervenção
BLOCO/
SUBBLOCO
1 / 1.1
1 /1.1
1 /1.2
1 /1.3
2
3
4
5
6
COMUNIDADE
Barra do Juazeiro
José de Paz
Cruzeiro
Bom Alívio
Lajes
Esperança
Sabonete
Bom Princípio
Pedra d’Água
Serrote
Massapê
Cruzeiro
Ingá
Sítio Maré
Cajueiros
Deus Me Ajude
TOTAL
Nº DOMICÍLIOS
POPULAÇÃO
10
3
5
14
6
16
9
9
19
9
7(3)
11(6)
13
8
3
3
136
50
15
25
70
30
80
45
45
95
45
15
30
65
40
15
15
680
COORD. ESTE
(m)
486384
487568
487568
485668
487184
484721
484893
483403
474562
474801
486987
489839
478556
480590
475643
484288
COORD.
NORTE (m)
9371448
9371248
9371248
9370328
9372658
9374320
9373160
9372010
9376138
9375608
9378088
9378792
9380112
9361132
9361952
9366050
CUSTO
ESTIMADO (R$)
220.875,85
CUSTO POR
FAMILIA
(R$/fam.)
6.902,37
14.129,16
94.432,82
2.354,86
3.777,31
77.657,01
146.927,56
8.628,56
5.247,41
7.064,58
14.129,16
65.485,39
69.773,89
4.709,72
7.064,58
722,249,72
2.354,86
2.354,86
5.037,33
8.721,74
2.354,86
2.354,86
5.310,65
272
273
5.2.1. BLOCO 1
O bloco 1 é formado pelas comunidades de José de Paz (3 casas), Cruzeiro (5
casas), Barra do Juazeiro (10 casas), Bom Alívio (14 casas), Lajes (6 casas),
Bom Princípio (9 casas), Esperança (16 casas) e Sabonete (9 casas),
totalizando 72 famílias e uma população aproximada de 360 pessoas.
A Figura 5.1 mostra o mapa de localização das comunidades enquanto que a
Figura 5.2 mostra o mesmo numa imagem Google Earth.
Figura 5.1: Mapa de Localização das Comunidades do Bloco 1.
274
Figura 5.2: Imagem Google Earth das Comunidades do Bloco 1
5.2.1.1. Situação Atual
A situação atual do abastecimento das comunidades do Bloco 1 segundo o
Diagnóstico é o seguinte:
José de Paz:
A comunidade José de Paz possui três casas sendo que uma possui cisterna
particular, outra possui cisterna construída pelo Programa P1MC e outra não
possui nada. A população busca água no açude do Rosiê Coringa devido a sua
proximidade. Existe um projeto de um sistema de abastecimento d’água
integrado elaborado no âmbito do Programa São José, Processo nº 071776885 dado entrada em 19/09/2007 que ainda não foi implantado e contemplaria as
comunidades de José de Paz, Cruzeiro, Barra do Juazeiro e Bom Alívio. A
captação seria no açude do Rosiê Coringa o qual suporta no máximo dois anos
de estiagem segundo os moradores locais.
275
A solução definitiva apontada pelos moradores seria a construção do açude
Capitão Mor do qual sairia uma adutora de abastecimento com menos de 1 km
de extensão para abastecer a comunidade.
Cruzeiro
É uma comunidade composta por 5 residências e apresenta a mesma situação
da comunidade José de Paz, fazendo parte inclusive do projeto do sistema
integrado de abastecimento enviado ao Projeto São José.
Barra do Juazeiro
Consiste numa comunidade com 10 famílias em situação idêntica a José de
Paz. Transportam água em animal (jumento) do açude do Rosiê Coringa. São
abastecidos por carro pipa. Também são integrantes do projeto de
abastecimento encaminhado ao Projeto São José.
Bom Alívio
Consiste numa comunidade de 14 residências. Buscam água no açude do
Rosiê Coringa em animais (jumento) numa distância de até 2 km. Uma família
possui cisterna particular e outras três foram contempladas com o programa
P1MC.
Lajes
Possui 6 residências. São associados à Associação José de Paz, porém não
estão contemplados no projeto integrado de abastecimento encaminhado ao
Projeto São José. Duas casas tem encanação proveniente de um pequeno
açude que foi ampliado há oito anos e nunca secou. Outras duas famílias são
abastecidas por carro pipa e retiram água do açude do Sr. Iraneudo,
transportando água em jumento. Lavam roupa noutro pequeno açude
denominado Bolsão. A comunidade almeja ser integrada ao projeto de
abastecimento de José de Paz encaminhado ao Projeto São José.
Bom Princípio
276
A comunidade de Bom Princípio e formada pro 9 residências. Somente uma
família possui cisterna particular e outra foi contemplada com o programa
P1MC com uma cisterna de placas. As demais famílias buscam água por meio
de jumento no açude do Sr. Antonio Coringa denominado açude Segurança.
Segundo os moradores o açude Segurança suporta apenas 1 ano de estiagem.
Foi perfurado um poço com 40 m de profundidade em julho de 2009 na
propriedade do Sr. Francisco das Chagas de Almeida, dando uma vazão de 3,3
m³/h. Ainda não há uso para a água deste poço, mas se suspeita de que seja
salobra tal como a maioria dos poços perfurados nesta região. A comunidade
propõe a ampliação do açude na propriedade do Sr. Anildo Junior e Francisco
das Chagas, mas citam que a solução definitiva seria a construção do açude
Capitão Mor.
Esperança
A comunidade de Esperança possui 16 residências. Existe um abastecimento
d’água particular por meio de uma captação no açude João Vieira na
propriedade do mesmo. O sistema consiste de uma captação com bomba de 2
CV de potência no açude a adução para um reservatório elevado situado nas
coordenadas E= 484236 e N= 9374392 com capacidade estimada em 16 m³.
Deste reservatório a água é distribuída em tubulações de PVC DN 32 mm para
15 residências. A água é de boa qualidade segundo os moradores, mas não e
tratada. Foi feito um acordo com os moradores que pagam uma tarifa de R$
10,00/mês pelo acesso à água. Cinco famílias pagam a tarifa. O açude João
Vieira suporta até 3 anos de estiagem segundo os moradores. Houve
abastecimento com carro pipa na comunidade em 2007 e 2008. Foi também
perfurado um poço profundo com 52 m na propriedade do Sr. Antonio
Gonçalves da Silva vulgo Antonio Paraibano. A vazão medida pela SOHIDRA
foi de 3 m³/h, porém a água é bastante salobra. A maioria das famílias usa
água de cisterna para beber, sendo que quatro foram contempladas com o
programa P1MC. A água do açude João Vieira não é tratada e é usada apenas
para as demais necessidades básicas exceto para beber.
Sabonete
277
A comunidade de Sabonete é formada por 9 casas. As famílias buscam água
em jumento no açude também denominado Sabonete na propriedade de
Francisco Eudes de Oliveira. Seis famílias estão sendo contempladas com
cisternas de placas do programa P1MC. Atualmente as famílias só bebem água
do tipo mineral onerando demais seu orçamento doméstico. Uma solução
apontada é a integração com o sistema implantado na comunidade de
Esperança com tratamento da água do açude João Vieira.
5.2.1.2. Proposição de Intervenção
As comunidades do Bloco 1 podem ser divididas em _____ sub-blocos para
proposição de intervenção no âmbito do PAM:
• Sub-bloco 1.1 – Sistema do Açude Rosiê Coringa
O sistema de abastecimento d’água partindo do açude Rosiê Coringa
corresponderá ao projeto idêntico a ser financiado pelo Projeto São José para
abastecer as comunidades de Barra do Juazeiro, José de Paz, Cruzeiro e Bom
Alívio, totalizando 32 famílias.
O sistema proposto consiste de uma captação em flutuante no açude Rosiê
Coringa; uma adutora de água bruta com 320 m de comprimento
aproximadamente até a localidade de Barra do Juazeiro; uma Estação de
Tratamento de Água em Barra do Juazeiro com capacidade para atendimento
da população total; um reservatório elevado com fuste superior a 15 m para
atender gravitariamente a localidade de José de Paz, a qual está situada na
cota mais elevada do sistema e; uma adutora de água tratada com extensão
aproximada de 3.830 m para levar a água até José de Paz e Bom Alívio.
A comunidade de Lajes deverá ficar fora do sistema integrado proveniente do
açude Rosiê Coringa, uma vez que somente a adutora de água tratada para
atender a comunidade teria 3.972 m aproximadamente. O custo dessa adutora
seria estimado em R$ 128.533,92 o que equivaleria a um custo unitário de R$
21.422,32/família, o que é absolutamente incompatível do ponto de vista de
viabilidade econômica. Recomenda-se que para a comunidade de Lajes sejam
implantadas cisternas individuais em cada domicílio.
278
A Figura 5.3 apresenta o desenho esquemático das intervenções propostas em
imagem Google Earth.
279
280
O Quadro 5.2 apresenta um resumo das unidades componentes do sistema e
os custos estimados. A planilha completa de custos e o dimensionamento do
sistema são apresentados no anexo.
Quadro 5.2: Resumo do Sistema do Açude Rosiê Coringa
UNIDADE COMPONENTE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Captação
Tratamento
Adução de Recalque
Adução Gravitária
Reservação
Rede de Distribuição
Ligações Prediais
TOTAL GERAL
CUSTO POR FAMÍLIA
CUSTO (R$)
8.322,46
14.600,48
10.355,20
123.938,80
22.063,49
37.141,34
4.454,08
220.875,85
6.902,37
O custo unitário do sistema proposto é, portanto, de R$ 6.902,37/família.
A comunidade de Lajes receberia seis cisternas de placas ao custo de R$
14.129,16.
• Sub-bloco 1.2: Sistema do Açude João Vieira
O sistema de abastecimento partindo do açude João Vieira atenderia às
comunidades de Esperança e Sabonete. Na comunidade de Esperança já
existe um sistema particular de captação, reservação e distribuição implantado
pelo proprietário da fazenda e negociado com os moradores para pagamento
de uma tarifa de manutenção de R$ 10,00/mês. O problema é que a água não
é tratada. A proposta do PAM é a de ampliar a captação, promover o
tratamento da água e fazer a distribuição também via adutora de água tratada
ara a comunidade de Sabonete. As figuras 5.4 e 5.5 mostram o açude João
Vieira e o rudimentar sistema de captação e reservação construído por
particulares.
281
Figura 5.4: Açude João Vieira, vendo-se à direita, a captação para Esperança.
282
Figura 5.5: Bombeamento na captação do açude João Vieira e reservatório
elevado ao fundo que abastece a comunidade de Esperança.
O sistema proposto pelo PAM para abastecimento de Esperança e Sabonete é
esquematizado na imagem Google Earth mostrada na Figura 5.6. Consiste de
uma captação em flutuante no açude João Vieira por meio de bomba centrífuga
de 1 CV com vazão de 1,25 m³/h e altura manométrica de 23 mca. A tubulação
de adução seria de PVC DN 50 mm, com extensão de 57m até a ETA que seria
construída junto ao reservatório elevado de 10m³. Partindo do reservatório
elevado seguiria uma adutora de água tratada de PVC DN 50 mm com 1.761m
de extensão até Sabonete.
283
Figura 5.6: Esquema do sistema de abastecimento do sub-bloco 1.2.
O Quadro 5.3 apresenta um resumo das unidades componentes do sistema e
os custos estimados. A planilha completa de custos e o dimensionamento do
sistema são apresentados no anexo.
Quadro 5.3: Resumo do Sistema do Açude João Vieira
UNIDADE COMPONENTE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Captação
Tratamento
Adução de Recalque
Adução Gravitária
Reservação
Rede de Distribuição
Ligações Prediais
TOTAL GERAL
CUSTO POR FAMÍLIA
CUSTO (R$)
6.989,09
14.600,48
1.941,60
56.985,96
0,0
10.435,94
3.479,75
94.432,82
3.777,31
O custo unitário do sistema proposto é, portanto, de R$ 3.777,31/família.
284
• Sub-bloco 1.3: Poço Profundo de BOM PRINCÍPIO
No caso da comunidade de Bom Princípio, não se vislumbra a possibilidade de
atendimento com água superficial de açudes locais, pois os mesmos não
apresentam capacidade suficiente de satisfazer a demanda. A solução para o
abastecimento permanente da comunidade deve ser baseada na água
subterrânea empregando o poço profundo perfurado na propriedade do Sr.
Francisco das Chagas de Almeida, nas coordenadas E=483394 e N= 9371774.
Segundo as informações do Diagnóstico o poço apresentou vazão de 3,3 m³/h,
com água no nível estático de 20m e dinâmico de 40m. A Figura 5.7 apresenta
uma fotografia do referido poço.
Figura 5.7: Poço Profundo em Bom Princípio. Vazão de 3,3 m³/h.
O sistema compreenderia então: um bombeamento do poço profundo com
bomba injetora KING 1,5JKB-N46 com 1,5CV de potência para recalcar a água
do poço por uma adutora de 345 m até uma estação de tratamento composta
por dessalinizador. Devido ao elevado custo da água dessalinizada não haveria
285
reservação nem rede de distribuição domiciliar. A população buscaria a água
diretamente no sistema de dessalinização pagando um valor correspondente
ao usualmente cobrado para este tipo de serviço que varia de R$ 0,20 a R$
0,50 por ficha que dá direito a captação de 20 litros de água. A Figura 5.8
apresenta a imagem Google Erath do sistema proposto.
Figura 5.8: Sistema de poço profundo e dessalinizador para Bom Princípio.
O Quadro 5.4 apresenta um resumo das unidades componentes do sistema e
os custos estimados. A planilha completa de custos e o dimensionamento do
sistema são apresentados no anexo.
286
Quadro 5.4: Resumo do Sistema do Poço Profundo de Bom Princípio
UNIDADE COMPONENTE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
CUSTO (R$)
Captação
Tratamento
Adução de Recalque
Adução Gravitária
Reservação
Rede de Distribuição
Ligações Prediais
TOTAL GERAL
CUSTO POR FAMÍLIA
1.488,81
65.004,00
11.164,20
0,00
0,00
0,00
0,00
77.657,01
8.628,56
O custo unitário do sistema proposto é, portanto, de R$ 8.628,56/família.
5.2.2 BLOCO 2
O Bloco 2 é formado pelas comunidades de Pedra d’Água ( 19 casas) e Serrote
(9 casas) totalizando 28 famílias.
A Figura 5.9 mostra a localização das
comunidades no mapa. A Figura 5.10 apresenta uma imagem Google Earth.
287
Figura 5.9: Localização do Bloco 2 – Pedra d’Água e Serrote.
288
Figura 5.10: Imagem Google Earth das comunidades do Bloco 2.
5.2.2.1 Situação Atual
O principal manancial de abastecimento de ambas comunidades é o açude dos
Herdeiros, na propriedade do Sr. Raimundo Canuto Clodenildo Moreira,
localizado
nas
coordenadas
E=474.992;
N=9.377010
e
E=474.047;
N=9.376.826, com 5m de altura e 250 m de extensão (Figura 5.11).
289
Figura 5.11: Açude dos Herdeiros em Pedra d’Água.
Cerca de seis famílias captam água no açude dos Herdeiros e bombeiam para
suas residências (Figura 5.12). Outras transportam água em jumento. Há um
segundo açude na comunidade na propriedade do Sr. Francisco Macedo com
barragem definida pelas coordenadas E=474.382; N=9.376.244 e E=474.452;
N=9.376.168, conformando uma barragem de 103 m de largura, 6m de altura e
200 m de extensão.
Cerca de 5 famílias foram beneficiadas com o programa P1MC.
290
Figura 5.12: Captação particular no açude dos Herdeiros.
Cerca de 5 famílias foram beneficiadas com o programa P1MC. A Associação
Comunitária de Pedra d’Água e região possui 127 sócios, sendo 20 de Pedra
d’Água, 16 de Milhã, 4 de Serrote, 7 de Tanquinho, e 80 de Monte Sombrio. A
principal reivindicação da comunidade é a ampliação do açude dos Herdeiros,
tendo sido feito um levantamento topográfico, coleta de amostra de água
enviada para laboratório na cidade de Iguatu. Propõem a construção de um
sistema de abastecimento e reservação em Pedra d’Água.
5.2.2.2 Proposição de Intervenção
A alternativa de abastecimento mais plausível para as comunidades do bloco 2
Pedra d’Água e Serrote e realmente a ampliação do açude dos Herdeiros e a
construção de um sistema integrado de abastecimento composto por: uma
captação em flutuante neste açude; uma adutora de água bruta com 1.080m de
extensão em tubos de PVC DN 50 mm até a ETA de Pedra d’Água; uma ETA;
um reservatório elevado em Pedra d’Água; uma adutora de recalque de água
tratada de Pedra d’Água até Serrote, com 925m de extensão em tubulação de
291
PVC DN 50 mm, a qual injetará água diretamente na rede de distribuição
evitando uma segunda reservação.
A Figura 5.13 apresenta o desenho esquemático em imagem Google Earth do
sistema proposto para o Bloco 2.
Figura 5.13: Esquema do sistema proposto para o Bloco 2.
O Quadro 5.5 apresenta um resumo das unidades componentes do sistema e
os custos estimados. A planilha completa de custos e o dimensionamento do
sistema são apresentados no anexo.
292
Quadro 5.5: Resumo do Sistema do Bloco 2 – Açude dos Herdeiros
UNIDADE COMPONENTE
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
CUSTO (R$)
Captação
Tratamento
Adução de Recalque
Adução Gravitária
Reservação
Rede de Distribuição
Ligações Prediais
TOTAL GERAL
CUSTO POR FAMÍLIA
8.975,85
14.600,48
64.881,80
0,00
22.063,49
32.508,62
3897,32
146.927,56
5.247,41
O custo unitário do sistema proposto é, portanto, de R$ 5.247,41/família.
5.2.3 BLOCO 3
O Bloco 3 é formado pelas comunidades de Massapê, com 7 casas, porém
somente 3 casas tem moradores e, Cruzeiro com 11 casas, porém somente 6
tem moradores totalizando assim 9 famílias. A Figura 5.14 mostra a localização
das comunidades.
Figura 5.14: Mapa de localização das comunidades do Bloco 3.
293
5.2.3.1 Situação Atual
Massapê
A comunidade de Massapê busca água no açude Massapê, nas coordenadas
E= 487.124 e N= 9.378.912 que pertence à fazenda do Sr. Cícero Neto de
Lima. O açude tem pouca capacidade de acumulação e normalmente seca
todo ano.
O açude Massapê tem aproximadamente 3 m de altura, 80m de largura e
extensão aproximada de 1 km.
Foi perfurado um poço artesiano (Figura 5.15) no ano de 2008 com
profundidade de 50m e vazão estimada em 1000 L/h, localizado nas
coordenadas E=487.475 e N= 9.378.708 na fazenda do Sr. Cícero. A água não
é de boa qualidade (salobra), porém o pessoal que fez a perfuração sugeriu
que a qualidade poderia melhorar com o bombeamento contínuo. Entretanto
não há energia elétrica na comunidade, daí o poço não é empregado ainda
para abastecimento da população. Segundo consta, todos os açudes da região
secaram durante a estiagem de 2007/2008. Na comunidade só existe uma
casa beneficiada com uma cisterna de placas do P1MC.
294
Figura 5.15: Poço artesiano perfurado em Massapê, porém não há energia
elétrica para seu funcionamento.
Uma família é filiada à Associação Comunitária de Sítio Fortaleza (2,4 Km a
sudoeste de Massapê) enquanto que outra família é filiada à Associação
Comunitária de Itabaiana (2,4 Km ao norte de Massapê).
A estiagem anual obriga o abastecimento da comunidade por carro pipa.
Cruzeiro
A comunidade busca água no açude do Sr. José Verne, nas coordenadas E=
489.746 e N= 9.378.834. O açude tem pouca capacidade de acumulação e
normalmente seca todo ano.
295
O açude José Verne tem aproximadamente 7 m de altura, 200m de largura e
extensão aproximada de 400m (Figura 5.16).
A estiagem anual obriga o abastecimento da comunidade por carro pipa.
Figura 5.16: Captação de água no açude José Verne em Cruzeiro.
5.2.3.2 Proposição de Intervenção
A comunidade de Massapê anseia pela construção de rede elétrica para
suprimento ao município e começar a operar o poço artesiano na fazenda do
Sr. Cícero. Outra sugestão é a construção de 1 cisterna de placas para cada
família no âmbito do programa P1MC. Segundo os moradores, existe também
um açude na fazenda do Sr. Raimundo François que poderia abastecer a
comunidade desde que fosse construída a rede elétrica para permitir o
bombeamento da água. A água deste açude é salobra e necessitaria de
tratamento para torná-la potável. Segundo os mesmos, a açude poderia
suportar até 2 anos de estiagem.
296
A comunidade de Cruzeiro propõe a perfuração de poço artesiano; a ampliação
do açude José Verne ou a construção de outro açude no Riacho das Pedras,
próximo à comunidade de Cruzeiro.
Analisando-se a questão do ponto de vista geográfico, social e econômico,
conclui-se que a intervenção mais factível seria a construção de cisternas com
16 m³ para abastecimento de ambas as comunidades, as quais totalizam
apenas 3 famílias em Massapê e 6 famílias em Cruzeiro.
A energização do poço na fazenda do Sr. Cícero não alteraria muito o quadro
de desolação hídrica em que vivem estas comunidades porque a água do poço
além de ser salobra, implicaria na necessidade de construção de 777 m de
adutora para Massapê e 2354 m de adutora para Cruzeiro, sendo o custo
absolutamente infactível e o custo de bombeamento muito elevado para ser
suportado pelas famílias.
A Figura 5.17 mostra a imagem Google Earth das comunidades.
Figura 5.17: Esquema da solução proposta para as comunidades do Bloco 3.
O Quadro 5.6 apresenta os custos estimados para as comunidades do Bloco 3.
297
Quadro 5.6: Resumo dos Custos do Bloco 3 – Cisternas
COMUNIDADE
Massapê (3 cisternas)
Cruzeiro (6 cisternas)
CUSTO (R$)
TOTAL
7.064,58
14.129,16
21.193,74
O custo de cada cisterna individualizada por família será de R$ 2.354,86 para
uma unidade de 16m³. Esse custo é maior do que o preconizado pela ASAArticulação do Semi-Árido por meio de ONG’s como a Cáritas e a Esplar,
porém se deve a não considerarmos a mão-de-obra gratuita tal como é levado
em conta no Manual de Cisternas de Placas da Cáritas.
5.2.4 BLOCO 4
O Bloco 4 é formado pela comunidade de Ingá. A Figura 5.18 apresenta o
mapa de localização da comunidade.
Figura 5.18: Mapa de localização da comunidade do Bloco 4 - Ingá
A comunidade de Ingá é formada pro 13 casas que não possuíam nenhum tipo
de sistema de abastecimento de água. Somente uma casa (Sra. Dezinha)
possuía cisterna de placas oriundas do programa P1MC.
298
A comunidade de Ingá foi selecionada como Projeto Piloto para implantação de
um sistema de abastecimento público com recursos do Acordo de Cooperação
entre o Columbia Water Center da Universidade de Columbia/New York e a
Universidade Federal do Ceará no âmbito do Projeto Sustentabilidade e
Segurança Hídrica: Projetar Sistemas Resilientes sob Estresse Climático do
Grupo de Gerenciamento de Risco Climático e Sustentabilidade Hídrica do
Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal
do Ceará.
O projeto implantando entre janeiro/2010 e agosto/2010 contemplou não
somente a comunidade de Ingá, mas também as comunidades adjacentes de
Pedra Fina, São João, Transval e Valentim dos Sabinos com rede
complementar
de
abastecimento
hídrico,
derivada
do
sistema
de
abastecimento já existente em Pedra Fina implantado pelo Projeto São José
em 2007/2008.
A Figura 5.19 apresenta um desenho esquemático das intervenções realizadas
na comunidade de Ingá pelo Projeto UFC/Columbia Water Center.
299
Figura 5.19: Esquema das intervenções realizadas em Ingá pelo Projeto
Columbia Water Center / Universidade Federal do Ceará.
As obras implantadas nas comunidades de Ingá/Pedra Fina/São João/ Transval
e Valentim dos Sabinos constaram de:
1. Construção e instalação de captação flutuante no açude Riacho
do Meio, na comunidade de Ingá. O flutuante ficou localizado entre
as curvas de nível 198,00 m, aproximadamente nas coordenadas
E= 478.975 e N= 9.380.487 distando cerca de 95 da caixa de
transição em terra.
300
O flutuante foi fabricado em fibra de vidro, modelo FC-12 da
HEMFIBRA incluindo flutuante e flutuadores para tubo PEAD DN 50
mm numa extensão aproximada de 95 m.
Ao flutuante foi fornecido e acoplado um conjunto moto-bomba
centrífuga para bombear uma vazão de 0,21 L/s ou 0,76 m³/h, altura
manométrica total de 30 mca e potência de 0,5 CV.
A tubulação PEAD DN 50 mm com extensão aproximada de 95 m foi
montada em flutuadores com espaçamento máximo de 5 m entre os
mesmos.
As obras da captação incluíram ainda a construção da casa de
bombas, quadros de comando elétrico e instalações elétricas para
perfeito funcionamento do sistema de captação, incluindo o
fornecimento de transformador de distribuição aérea de 5 KVA
conforme exigências técnicas da concessionária de energia
COELCE;
2. Construção de adutora de água bruta para recalque até o
reservatório elevado de Ingá, constituindo-se em tubulação de PVC
PBA Classe 12 (NBR 5647), DN 50 mm, numa extensão aproximada
de 385 m desde a caixa de transição na captação até o REL-12 m³
de Ingá, incluindo 03 caixas de ventosas
para instalação de
ventosas de tríplice função DN 50 mm, PN 25;
3. Construção do reservatório elevado de 12 m³ de Ingá, localizado
nas coordenadas E= 478.579 e N= 9.380.245 na casa do Sr. Chicão,
em área cedida pelo mesmo, com volume útil de 12 m³, fuste do
reservatório elevado de 6m, e altura total de 10 m, constituído de
reservatório construído em anéis pré-moldados de concreto de 2 m;
4. Construção da rede de distribuição de Ingá, constituída por
conjunto de tubulações e acessórios em PVC PBA CL-12 DN 50
mm, numa extensão aproximada de 1300 m, com ligação predial
hidrometrada para 13 casas na comunidade de Ingá;
5. Construção
da
rede
de
distribuição
complementar
das
comunidades de Pedra Fina, São João, Valentim dos Sabinos e
Transval, constituída por conjunto de tubulações e acessórios em
PVC PBA CL-12 DN 50 mm, numa extensão aproximada de 1630 m,
301
com ligação predial hidrometrada para 24 casas distribuídas pelas
comunidades de Pedra Fina, São João e Transval.
As figuras seguintes apresentam detalhes executivos das obras realizadas
nas comunidades de Ingá, Pedra Fina, São João, Transval e Valentim dos
Sabinos.
Figura 5.20: Placa da obra com pesquisadores e autoridades municipais.
302
Figura 5.21: Reservatório Elevado de Ingá em fase de pintura.
303
Figura 5.22: Casa de bomba na captação do açude Riacho do Meio
304
Figura 5.23: Máquinas operando na obra de abastecimento em Ingá.
Figura 5.24: Escavadeira abrindo vala de assentamento de tubos em Ingá.
305
O custo direto para implantação do sistema de abastecimento de água de Ingá
e complementação da rede de distribuição de Pedra Fina foi de R$ 88.221,26.
Considerando somente o custo das obras do sistema de Ingá foi R$ 65.485,39,
equivalendo a um custo por família de R$ 5.037,33/família.
5.2.5 BLOCO 5
O Bloco 5 é formado pelas comunidades de Cajueiros (3 casas) e Sítio Maré (8
casas), totalizando 11 famílias. A Figura 5.25 apresenta o mapa de localização
das comunidades deste bloco.
Figura 5.25: Mapa de localização das comunidades do Bloco 5.
5.2.5.1 Situação Atual
Cajueiros
A pequena comunidade de Cajueiros só dispõe de uma cisterna de placas que
pode ser vista na Figura 5.26. Quando acaba a água de chuva as famílias não
tem outra alternativa senão comprar água em carro pipa por R$ 40,00/carrada
de 7m³. A comunidade se situa numa elevação na nascente do riacho da Maré,
com cota da ordem de 261 m.
306
Figura 5.26: Casa com cisterna na comunidade de Cajueiros.
Sítio Maré
A comunidade de Sítio Maré é formada por 8 famílias. Embora as casas
tenham cisternas de placas oriundas do programa P1MC desde 2020, houve
dois anos em que as mesmas não encheram, tendo sido o último em 2007. A
Figura 5.27 mostra uma destas cisternas na casa do Sr. Josemiro Pinheiro que
furou em 2007.
307
Figura 5.27: Cisterna de placas em Sítio Maré que já vazou várias vezes.
Quando falta água nas cisternas a população tem que buscar água num poço
amazonas localizado nas coordenadas E= 481581 e N= 9359560 por meio de
jumentos (Figura 5.28).
308
Figura 5.28: População de Sítio Maré busca água em jumento no poço
amazonas.
O poço amazonas tem água de boa qualidade e aparentemente em grande
quantidade uma vez que o mesmo é também utilizado para irrigação local
(Figura 5.29).
309
Figura5.29: Motor a diesel captando água no poço amazonas para irrigação.
310
Figura 5.30: Água do poço amazonas de Sítio Maré.
5.2.5.2 Proposição de Intervenção
Para a comunidade de Cajueiros não há alternativa viável senão a construção
de mais duas cisternas de placas nas outras residências que não as possui.
Devido à cota elevada e a grande distância para a fonte hídrica mais próxima
que é o poço amazonas de Sítio Maré, torna-se impossível abastecer a
comunidade com água desta fonte.
Para Sítio Maré existe a alternativa viável de captar água no poço amazonas e
aduzi-la por uma tubulação de PVC DN 50 mm com 867 m de extensão até um
reservatório elevado que se situaria nas coordenadas E= 480776 e N=
9359814, do qual a água seria distribuída por gravidade para todas as casas da
comunidade. A Figura 5.31 mostra a imagem Google Earth da solução
proposta.
Figura 5.31: Imagem Google Earth da solução proposta para o Bloco 5.
O Quadro 5.8 apresenta um resumo das unidades componentes do sistema e
os custos estimados. A planilha completa de custos e o dimensionamento do
sistema são apresentados no anexo.
311
Quadro 5.8: Resumo do Sistema do Bloco 5 – Poço Amazonas de Sítio
Maré
UNIDADE COMPONENTE
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Captação
Tratamento
Adução de Recalque
Adução Gravitária
Reservação
Rede de Distribuição
Ligações Prediais
TOTAL GERAL
CUSTO POR FAMÍLIA
CUSTO (R$)
1.800,03
0,0
28.056,12
7.313,36
22.063,49
9.288,18
1.252,71
69.773,89
8.721,74
O custo unitário do sistema proposto é, portanto, de R$ 8.721,74/família.
Para a comunidade de Cajueiros seriam construídas mais duas cisternas de
placas ao custo de R$ 4.709,72.
5.2.6 BLOCO 6
O Bloco 6 é formado pela pequena comunidade de 3 casas com o sugestivo
nome de Deus Me Ajude resultante do pioneirismo de uma família local.
Posteriormente, com a compra do sítio pelo Sr. Joaquim Filomeno Pinheiro o
sitio foi rebatizado de Campo Novo passando a ficar integrada a esta última
comunidade. A comunidade possui uma cisterna de placas (Figura 5.32).
312
Figura 5.32: Cisterna de placas na comunidade de Deus de Me Ajude.
A Figura 5.33 apresenta o mapa de localização da comunidade.
Figura 5.33: Mapa de localização do Bloco 6.
313
Para esta comunidade a única solução viável é a construção de mais 2
cisternas de placas nas casas que não as possui.
O Quadro 5.9 apresenta os custos estimados para a comunidade do Bloco 6.
Quadro 5.9: Resumo dos Custos do Bloco 6 – Cisternas
COMUNIDADE
Deus Me Ajude (2 cisternas)
CUSTO (R$)
TOTAL
4.709,72
4.709,72
O custo de cada cisterna individualizada por família será de R$ 2.354,86 para
uma unidade de 16m³.
314
6. BALANÇO HÍDRICO E PROPOSIÇÃO DE INTERVENÇÕES NA ESCALA
MUNICIPAL
6.1. BALANÇO HÍDRICO GLOBAL MUNICIPAL
O município de Milhã tem uma população de 14.826 habitantes de acordo com a
contagem populacional do IBGE (2009). O consumo de água para abastecimento
dessa população, com base numa vazão média estimada para um consumo per capita
de 150 L/hab/dia seria de:
Onde: Qmed = vazão média demandada pela população em litros/seg;
Pop = nº de habitantes a abastecer;
q = consumo per capita em litros/habitante/dia.
Esta demanda deve ser abastecida com um elevado nível de garantia, sendo praxe se
considerar para abastecimento humano a garantia de oferta de 99% das necessidades
hídricas da população.
Fazendo-se um BALANÇO HÍDRICO da oferta disponibilizada pelos principais açudes
do município, conforme foi apresentado no Capítulo 3 e sumarizado no Quadro 6.1,
verifica-se que o município de Milhã apresenta déficit hídrico global, o qual é agravado
pela má distribuição da localização dos reservatórios em relação aos centros de
consumo populacional.
Quadro 6.1: Sumário da Oferta Hídrica nos Principais Açudes de Milhã
BACIA
AÇUDE
CAPACIDADE
VAZÃO REGULARIZADA (l/s)
(m³)
Valentim
Jatobá
Valentim
Riacho
do
99%
95%
90%
1.070.000
4,75
7,92
10,21
986.484
2,53
5,20
6,97
Meio
Capitão Mor
Monte Sombrio
1.028.448
0,09
0,82
1,31
Capitaõ Mor
Lagoinha
1.966.396
0,82
1,83
2,50
Cabeça-de-
Berilópolis
2.411.461
12,68
18,23
21,97
315
Boi
TOTAL
7.462.789
20,87
34,00
42,96
O Quadro 6.1 mostra que, do ponto de vista global, a vazão demandada somente para
o abastecimento humano no município de Milhã (25,73 L/s) é superior à soma das
vazões regularizadas pelos principais açudes com garantia de 99% (20,87 L/s).
No entanto, o problema mais grave é a distribuição espacial em relação ao centro de
consumo populacional. O açude Berilópolis, que apresenta maior vazão regularizada
no município, está numa distância de 22,15 Km da sede municipal e sua vazão já está
comprometida com o abastecimento das comunidades de entorno (Açude Novo,
Tabuleiro, Grossos) além de usos comprometidos com a pecuária leiteira, que é a
maior fonte de renda do município.
Urge a necessidade de se construir novos reservatórios estrategicamente distribuídos
no território municipal para atendimento da demanda hídrica tanto para abastecimento
humano quanto para suprimento à pecuária leiteira reconhecida como a principal
atividade econômica do município.
6.2. O PROBLEMA DO ABASTECIMENTO DA SEDE DE MILHÃ
O abastecimento de Milhã, cuja demanda tratada na ETA de Milhã é de 40 m³/h (11,11
L/s), atualmente é feito por uma combinação de mananciais. A primeira opção é uma
adução proveniente do açude Monte Sombrio, barrando um riacho sem denominação
oficial afluente ao riacho Capitão Mor. O açude Monte Sombrio, com baixíssima
capacidade de regularização conforme se pode observar no Quadro 6.1, praticamente
seca todo ano, requerendo a ativação da 2ª opção.
A segunda opção é a adução do açude Jatobá, barrando o riacho Jenipapeiro, afluente
ao riacho Valentim, que também tem baixa capacidade de regularização e há
problemas de gestão por conta de se encontrar em propriedade particular.
Quando estes dois mananciais não são reabastecidos com escoamento natural no
período chuvoso, há então a necessidade de ativação da indesejável 3ª opção que é a
transposição de águas do rio Banabuiú para o açude Jatobá para ser novamente
captada neste último, a qual implica numa situação desfavorável devido seu alto custo
operacional, pois a adutora tem 15 Km de extensão e requer a ativação de duas
316
estações elevatórias com potências instaladas de 40 CV e 25 CV, com alturas
manométricas de 40 mca e 15 mca.
Há outros problemas sérios relacionados com a adutora do rio Banabuiú: o primeiro
deles é com relação às dificuldades de manutenção da adutora que atravessa
propriedades particulares. Sempre que isso ocorre, problemas de desvio indevido de
vazão e vandalismo podem aparecer. O segundo problema é a dificuldade de gestão
da água liberada no Banabuiú em época de crise pela galeria do açude Patu. Nem
sempre há condições favoráveis de negociação para abertura da válvula do Patu para
perenização do leito do rio Banabuiú com o comitê de bacia respectivo. Porém, o pior
problema é relacionado com a qualidade da água captada no rio Banabuiú a partir da
liberação no açude Patu. A água liberada passa margeando a cidade de Senador
Pompeu recebendo a maioria dos esgotos desta para depois ser captada para
abastecimento de Milhã. Muito embora haja uma Estação de Tratamento de Água
(ETA) em Milhã, com dois filtros de fluxo ascendente padrão Hemfibra e cloração com
cloro gasoso, não há garantias de remoção total da poluição adquirida em trânsito
entre Senador Pompeu e a captação para Milhã.
Sem a problemática transposição do rio Banabuiú para o açude Jatobá, a vazão
regularizada somente pelos açudes Jatobá e Monte Sombrio com 99% de garantia
seria de apenas 4,84 L/s enquanto a vazão média demandada pela sede de Milhã é
de 11,11 L/s (40 m³/h), estimando-se que atualmente já seja de 13,02 L/s, havendo
uma demanda reprimida no tratamento de 1,90 L/s.
Os números indicam que a combinação das vazões regularizadas do açude Jatobá e
Monte Sombrio ao nível de 90% de garantia, correspondendo a 11,52 L/s (10,21 L/s +
1,31 L/s), quase não atendem à demanda média da ETA da sede, ou seja, a cada 10
anos, haveria pelo menos um ano de colapso no sistema. Na verdade, o próprio
sistema atual de abastecimento sofre crises periódicas de suprimento requerendo a
Operação Carro Pipa para a própria sede municipal, tal como ocorreu em 1999 e
2002.
Os componentes do Sistema de Abastecimento de Água da sede de Milhã segundo os
Estudos de Viabilidade Técnica, Ambiental, Econômica e Financeira da Barragem
Capitão Mor, elaborado pela SRH-CE em 2003 são:
Manancial: ........................... 01 - Rio Banabuiú (Perenizado pelo açude Patu, que foi
inaugurado em 1987), usado com 3ª opção;
317
02 - Riacho Jenipapeiro (Barrado pelo açude particular
Jatobá, que secou em 2001), usado como 2ª opção;
03 - Riacho S/D/O (Barrado pelo açude Monte Sombrio,
que por sua vez seca todo ano), usado como 1ª opção.
Captação: ............................ 01 - (Rio Banabuiu) - Estação de bombeamento fixa,
sendo uma reserva (1+1);
02 - (Açude Jatobá) - Estação de bombeamento flutuante,
sendo uma reserva (1+1);
03 - (Açude Monte Sombrio) - Estação de bombeamento
flutuante, sendo uma reserva (1+1).
Adutora de água bruta (recalque): 01 - (Rio Banabuiu ao Aç. Jatobá) – tubulação
(PVC) com 12 km + 3 km, DN=150mm; + trecho
gravitário de tubulação (PVC) com 2 km, DN=150
mm;
02 - (Ac. Jatobá à ETA-Milhã) – tubulação (FoFo)
com 12 km, DN=150 mm. Apresenta estado de
conservação regular;
03 - (Aç. Monte Sombrio à ETA-Milhã) – tubulação
(cimento amianto) com 0,5 km, DN=150 mm.
Adutora de água tratada (recalque):
(ETA – Sede do Município de Milha) –
tubulação (PVC) com 4,00 km, DN=150mm.
Estação elevatória
(captação e recalque): ......... 01a - (Rio Banabuiu ao Aç. Jatobá)
Estação de
bombeamento fixa com um conjunto eletrobomba (1+1),
acionado por motor com potência 40 CV; Vazão de
40m³/h; e altura manométrica de 40 m.c.a.
.... 01b - (Rio Banabuiu ao Aç. Jatobá)
Estação de
bombeamento fixa com um conjunto eletrobomba (1+1),
acionado por motor com potência 25 CV; Vazão de
40m³/h; e altura manométrica de 15 m.c.a.
02 - (Aç. Jatobá à ETA-Milhã) Estação de bombeamento
flutuante com um conjunto eletrobomba (1+1), acionado
por motor com potência 15 CV; Vazão de 29m³/h; e altura
manométrica de 35 m.c.a.
03 - (Aç. Monte Sombrio à ETA-Milhã) Estação de
bombeamento flutuante com um conjunto eletrobomba
318
(1+1), acionado por motor com potência 15 CV; Vazão de
45m³/h; e altura manométrica de 30 m.c.a.
(recalque - água tratada): (ETA à Sede do Município de Milha) Estação de
bombeamento fixa com um conjunto eletrobomba,
acionado por motor com potência 15 CV e Vazão de
40m³/h.
Estação de Tratamento
de Água (ETA): ................... Filtração (02 filtros hemfibra) de fluxo ascendente.
Colocação de cloro gasoso e sulfato de alumínio.
Capacidade de tratamento de 40 m³/h.
Reservação: ........................ Reservatório Elevado de distribuição com volume de 180
m³, na entrada da cidade de Milhã. Reservatório Apoiado
de 45 m³ na ETA (Monte Sombrio).
Distribuição: ....................... Dispõe de rede em cerca de 80% da localidade, com
1500 (94 %) de ligações domiciliares ativas, 100 (6%) de
ligações domiciliares inativas, perfazendo um total de
1.600 (100%), sendo que cerca de 1.280 (80%) são
dotadas de hidrômetros. A água é diretamente distribuída
nas unidades domiciliares da sede do município de Milhã
e somente quando completamente abastecidas é que se
inicia
o
enchimento
do
reservatório
elevado
de
distribuição da mesma.
A solução para o problema de abastecimento do município de Milhã e da própria sede
perpassa pela necessidade de incremento da oferta hídrica, tanto para abastecimento
humano, quanto para sustentabilidade da principal atividade econômica do município
que é a pecuária leiteira.
Assim, o Plano de Águas Municipal de Milhã apresenta proposições de intervenções
no domínio hídrico com a construção de novos açudes, alguns dos quais inclusive já
foram estudados dentro de outros programas de incremento de oferta hídrica, tanto
pela Secretaria dos Recursos do Estado do Ceará (SRH-CE), como pelo
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
319
6.3. PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES
6.3.1. AÇUDE CAPITÃO MOR PARA ABASTECIMENTO DE MILHÃ, BARRA,
BAIXA VERDE, CIPÓ E MONTE GRAVE
A Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH-CE) contratou em 2002 os Estudos de
Viabilidade Técnica, Ambiental, Econômica e Financeira da Barragem Capitão Mor no
âmbito do Programa Piloto de Gerenciamento dos Recursos Hídricos – PROGERIRH
Piloto, o qual foi elaborado pelo Consórcio ANB/Hidroestudio e concluído em fevereiro
de 2003.
O objetivo principal da barragem Capitão Mor seria o abastecimento da sede do
município de Milhã, os distritos de Barra, Monte Grave, Baixa Verde e ramais para
atender as comunidades de Cipó e Lagoa Nova, conjugada à baixa verde.
O açude seria construído na localidade de Sítio Liberdade, distando 10 Km ao leste da
sede de Milhã, em direção a Solonópole, com barramento nas seguintes coordenadas:
Ombreira Esquerda, E= 486.998 e N=9.367.845; Ombreira Direita, E=486.521 e
N=9.367.767. A Figura 6.1 apresenta a localização da barragem no município.
O açude Capitão Mor teria uma capacidade acumulada de 5.335.000 m³ (5,335 hm³)
inundando uma bacia hidráulica de 219 ha. A soleira vertente foi fixada na cota 183,5
para não afetar a rodovia BR-226, mormente uma ponte de concreto cujas vigas
longarinas estão na cota 185,00 m.
A vazão regularizada pela barragem Capitão Mor é apresentada no Quadro 6.2 e
Figura 6.2.
Quadro 6.2: Vazão Regularizada pelo Açude Capitão Mor
GARANTIA (%)
VAZÃO
VAZÃO
VAZÃO
REGULARIZADA
REGULARIZADA
REGULARIZADA
(hm³/ano)
(L/s)
(m³/h)
100,00
1,45488
46,13
166,08
99,00
1,60044
50,74
182,69
95,00
2,17992
69,12
248,84
90,00
2,92248
92,67
333,61
320
85,00
3,56304
112,98
406,73
321
322
Figura 6.2: Vazão Regularizada do Açude Capitão Mor (Fonte: SRH,2003)
Comparando-se os dados do Quadro 6.2 com 6.1 verifica-se que a barragem Capitão
Mor sozinha seria responsável pelo incremento de oferta hídrica da ordem de 143%
para um nível de garantia de 99% e de 115% para um nível de garantia de 90% em
relação à disponibilidade hídrica somada dos principais reservatórios do município.
A localização estratégica do açude Capitão Mor permite que o mesmo tenha seu
aproveitamento maximizado no atendimento das demandas municipais, pois tanto
poderá suprir a demanda da sede e dos principais distritos contidos na sua bacia
hidrográfica, como serviria de suprimento hídrico para pelo menos mais 12
comunidades rurais de seu entorno, via projetos integrados de adução e
abastecimento.
A Ficha Técnica do açude Capitão Mor é apresentada a seguir.
BARRAGEM CAPITÃO-MOR
FICHA TÉCNICA DO PROJETO
Nome ..................................................................................... Barragem Capitão-mor;
Área da Bacia Hidráulica ........................................................ 219 ha;
Capacidade do Reservatório (Cota 183,50 m) ....................... 5,335 x 106m³;
Barragem
Tipo ..................................................................................... Barragem de terra;
Altura máxima ......................................................................... 17,0 m;
Extensão pelo coroamento ..................................................... 430 m;
Cota do coroamento................................................................ 186,10 m;
Vertedouro
323
Tipo ......................................................................................... Canal escavado em rocha (CCR com
perfil “Creager”);
Largura .................................................................................... 150 m;
Cota da Soleira........................................................................ 183 m;
Descarga de Projeto (TR = 1.000 anos) ................................. 536,49 m3/s;
Descarga de Projeto (TR = 10.000 anos) ............................... 651,07 m3/s;
Tomada D’Água
Tipo ......................................................................................... Galeria com controle a montante e
jusante;
Dimensões .............................................................................. 0,30 m x 0,30 m e 300 mm;
Comprimento .......................................................................... 45 m;
Descarga regularizada (Q90% de garantia) ........................... 0,093 m3/s;
Adutora
Denominação ..........................................................ADUTORAS DE MILHÃ e MONTE GRAVE;
Objetivos............................Atender às populações urbanas das localidades de Milhã, Monte
Grave e comunidades difusas;
Localização............................................................................................Município de Milhã (CE);
Extensão......................................................................10.816 m (Milhã) e 7.740 (Monte Grave);
Diâmetro da tubulação ..............................................200 mm (Milhã) e 100 mm (Monte Grave);
Pressão de serviço ............................................ 200 m.c.a (Milhã) e 100 m.c.a. (Monte Grave);
Desnível geométrico................................................143,50 m (Milhã) e 40,50 m (Monte Grave);
Vazão de projeto ........................................................23,81 l/s (Milhã) e 2,41 l/s (Monte Grave);
Fonte hídrica................................................................................................. Açude Capitão-mor;
Obra de Captação (Flutuante)
- Número de conjuntos elevatórios ............................................................. 01 + 01 reserva;
- Vazão máx. por conjunto ...............................................................................2.057 m3/dia;
- Diâmetro do barrilete de sucção........................................................................... 200 mm;
- Diâmetro do barrilete de recalque ........................................................................ 200 mm;
- Nível máximo operacional ......................................................cota de sangria = 183,50 m;
- Nível mínimo operacional .............................................................. cota de alerta = 179 m;
Estação Elevatória de Água Bruta
- Número de conjuntos ............................................................................... 01 + 01 reserva;
- Vazão por conjunto........................................................................................ 85,716 m3/h;
- Altura manométrica estimada.................................................................................30 mca;
- Potência de cada conjunto ...................................................................................15,87 cv;
Estação de Tratamento de Água
- Vazão ................................................................................................................... 90 m3/h;
- Altura da câmara de carga ....................................................................................... 7,0 m;
- Diâmetro da câmara de carga .................................................................................. 1,0 m;
- Diâmetro do filtro ascendente................................................................................... 2,0 m;
- Altura total do filtro ascendente .............................................................................. 3,50 m;
- Capacidade do reservatório apoiado de água tratada ............................................ 20 m3;
Estação de bombeamento de água tratada
- Número de conjuntos eletrobombas.......................................................01 + 01 (reserva);
324
- Vazão por conjunto..............................85,716 m3/h (Milhã) e 8,676 m3/h (Monte Grave);
- Altura manométrica total.......................... 75,51 mca (Milhã) e 50,14 mca (Monte Grave);
- Potência por conjunto .......................................34,20 cv (Milhã) e 2,30 cv (Monte Grave);
Reservação
- Localização..................................................................................Município de Milhã (CE);
- Capacidade..........................................................686 m3 (Milhã) e 69 m3 (Monte Grave).
A Figura 6.3 apresenta a curva cota x volume do açude Capitão Mor.
Merecem destaque as conclusões e recomendações dos estudos de impactos
ambientais da barragem apresentadas no relatório dos Estudos de Viabilidade
elaborados pela SRH-CE:
“ O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade ambiental do projeto da
Barragem Capitão-Mor. Os resultados encontrados revestem-se de importância à medida que
permitem visualizar que a implantação do empreendimento apesar de estar associada à
geração de uma série de alterações negativas para a qualidade do meio ambiente, pode ter
essa situação minorada ou até sanada com a implementação de medidas de proteção
ambiental por parte do órgão empreendedor.
325
Conclui-se, portanto, que com a adoção de tais medidas, o projeto se torna
bastante recomendável, com um pronunciado caráter benéfico para o meio sócio-econômico e
um nível de adversidades perfeitamente tolerável no que se refere ao meio natural.
O balanço dos efeitos econômicos do empreendimento revela que o custo de
oportunidade da área a ser inundada é baixo, pois apenas cerca de 10,0% da área total das
propriedades é explorada com agricultura, devido às limitações impostas pela escassez de
recursos hídricos e pelas condições edáficas desfavoráveis.
Em contrapartida, o uso dos recursos hídricos provenientes do reservatório
permitirá o reforço ao abastecimento d’água da cidade de Milhã (abastecimento humano e
industrial) e dos povoados de Monte Grave, Baixa Verde, Barra, Barra do Cipó, Segurança,
Extrema e Cipó, bem como da população ribeirinha de jusante. A perenização do riacho
Capitão-Mor contribuirá ainda para o desenvolvimento da irrigação difusa e para a
dessedentação animal. Haverá, ainda, o desenvolvimento da pesca no lago a ser formado.
Quanto ao contingente populacional a ser relocado, este se apresenta pouco
significativo, sendo composto por cinco famílias, com boa parte destas podendo ser
reassentada nas áreas remanescentes das propriedades. Para as famílias cujas propriedades
serão totalmente submersas, deverão ser estudadas alternativas de reassentamento, que vão
desde a relocação em núcleos urbanos próximos ou a compensação monetária, sempre de
acordo com as solicitações da população alvo. O projeto de reassentamento deverá contemplar
um programa de reativação da economia da área, uma vez que a população terá sua atividade
produtiva afetada. Deverá ser evidenciado, também, no seu escopo o caráter sanitário na
construção das novas residências dos reassentados.
Outro ponto que merece destaque é o fato do reservatório não contar com áreas
irrigadas posicionadas na retaguarda do reservatório, sendo atualmente os riscos de poluição
das águas represadas pelo aporte de agrotóxicos considerados praticamente nulos. Quanto
aos riscos de poluição das águas represadas por efluentes sanitários e industriais, foi
constatada a presença da cidade de Milhã na bacia de contribuição do futuro reservatório,
posicionada a 6,5 km da sua bacia hidráulica. Ressalta-se, no entanto, que este núcleo urbano
conta com seu projeto de esgotamento sanitário já elaborado, estando os recursos para
implantação das obras em fase de liberação. (projeto já executado, nota nossa)
Merece ressalva, também, o fato do reservatório não contar com solos salinos na
sua bacia de contribuição, o que aliado ao seu baixo tempo de detenção, torna bastante
reduzido os riscos de salinização das águas aí represadas, não sendo necessário que esta
questão seja considerada na fase de operação do reservatório.
Quanto aos patrimônios arqueológico e paleontológico, tendo em vista que a
região do Médio Jaguaribe é considerada pelos órgãos competentes como relativamente rica
no que se refere a estes tipos de patrimônio, faz-se necessário antes da implantação das obras
o desenvolvimento de estudos detalhados nestas áreas.”
326
Os custos do projeto da barragem Capitão Mor foram estimados com base em preços
de setembro de 2002 e apresentados no Quadro 6.3 com atualização monetária
baseada na variação do IPCA entre set/2002 a set/2009, da ordem de 52,98%.
Quadro 6.3: Custos de Implantação do Açude Capitão Mor e das Adutoras
OBRA
CUSTO DE IMPLANTAÇÃO
(set/2002)
CUSTO DE IMPLANTAÇÃO
(set/2009)
Açude Capitão Mor
5.166.610,00
7.903.879,98
Adutoras de Milhã e Monte
2.580.080,37
3.947.006,95
7.746.690,37
11.850.886,93
Grave
TOTAL
O custo atualizado da obra seria da ordem de R$ 7.903.879,98 para a construção do
açude Capitão Mor e de R$ 3.947.006,95 para as adutoras de Milhã e Monte Grave,
resultando num custo total de R$ 11.850,886,93 para o sistema completo.
O estudo de viabilidade econômica da barragem Capitão Mor chegou às seguintes
conclusões extraídas do Projeto do SRH-CE:
“Com base nestas informações rodou-se o modelo SIMOP (Anexo II),
encontrando-se um valor presente líquido positivo, a taxa de desconto de 12% ao ano, de R$
348.331 e uma taxa interna econômica de retorno de 12,73%, que é acima da taxa mínima
(12%) exigida pelo BID.
A TIR de 12,73%, muito embora já demonstre a rentabilidade econômica do
empreendimento, pois supera a taxa mínima exigida pelo BID, poderia obter ainda indicadores
mais favoráveis, visto que outros tipos de benefícios comuns aos projetos de saneamento não
foram incorporados no fluxo econômico, tais como redução das taxas de morbidade e
mortalidade provocada por enfermidades de origem hídrica; melhorias dos hábitos e atitudes
da população beneficiária, com respeito ao uso da água e disposição final; e promoção do
desenvolvimento econômico, social e intelectual das comunidades através de melhorias das
condições sanitárias.
O Quadro 1.18 apresenta, de forma resumida, o valor presente dos benefícios e
dos custos (investimentos e OAM) e os indicadores de rentabilidade para o projeto da
Barragem Capitão-mor e das Adutoras de Milhã e Monte Grave.”
O Quadro 6.4 mostra os indicadores da avaliação econômica citada no texto como
Quadro 1.18 tal qual foram apresentados nos Estudos de Viabilidade da barragem.
327
Quadro 6.4: Indicadores de Avaliação Econômica da Barragem Capitão Mor
DISCRIMINAÇÃO
RESULTADOS
BENEFÍCIOS (R$)
6.257.104,00
CUSTOS (R$)
5.908.773,00
Periódicos
Não Periódicos
525.995,00
5.129.988,00
Variáveis
252.790,00
VALOR PRESENTE LÍQUIDO (R$)
348.331,00
TAXA INTERNA DE RETORNO
12,73
(%)
Conclui-se que o projeto da barragem Capitão Mor apresenta viabilidade técnica,
social, ambiental e econômica dentro das normas exigidas pelas instituições
internacionais de fomento e desenvolvimento e representa a intervenção no domínio
hídrico mais importante para o município de Milhã.
6.3.2. AÇUDE LAGOA NOVA PARA ABASTECIMENTO DE CARNAUBINHA
O açude Lagoa Nova com capacidade de acumulação de 3.000.000 m³ é um projeto
do DNOCS datado de outubro/1992 e elaborado pela empresa VBA Consultores. A
barragem Lagoa Nova foi planejada tendo como objetivo principal o abastecimento
d’água para consumo humano do distrito de Carnaubinha, o maior do município de
Milhã, uma vez que este distrito não possui um manancial hídrico sustentável.
Carnaubinha é o maior Distrito do município de Milhã. O número de ligações de
abastecimento no distrito, de acordo com o Diagnóstico do presente PAM, é de 300,
correspondendo a uma população de aproximadamente 1.500 pessoas. Este dado
está coerente com o levantado no Estudo de Viabilidade para o Tratamento e
Disposição de Resíduos Sólidos no Estado do Ceará, elaborado pela consultora
PROINTEC para a SECRETARIA DAS CIDADES DO ESTADO DO CEARÁ, em
328
2006/2007, o qual revelava para Carnaubinha uma população estimada em 1.200
pessoas. No entanto, outro dado datado de 2007 do Exército Brasileiro apresentava
uma população de 1.750 pessoas atendidas pelo Programa de Abastecimento por
Carro Pipa.
O abastecimento urbano do distrito de Carnaubinha é atualmente feito via adutora
proveniente do açude Quandu (E= 481.087 N = 9.384.508). Há um sistema de
captação no açude Quandu e um sistema de tratamento com as seguintes unidades:
Captação em flutuante; Filtro; Reservatório apoiado; Cloração; Bombeamento para
adutora; Adutora; Reservatório elevado e Distribuição gravitaria. A vazão tratada na
ETA de Carnaubinha é de 52 m³/h ou 14,44 L/s a qual parece estar superdimensionada para a real necessidade do distrito.
Segundo as informações constantes por ocasião do Diagnóstico, o açude Quandu
nunca havia enchido no passado, porém no ano de 2009 ele encheu e a população
estimava que o açude tinha uma reserva hídrica para os próximos dois anos. No ano
de 2007 o açude Quandu secou completamente havendo necessidade de suprimento
da população por carro pipa.
O sistema de tratamento foi inaugurado em 1993, mas a adutora atual foi inaugurada
em 1997. A Figura
6.4 mostra a Estação de Tratamento de Água – ETA de
Carnaubinha.
329
Figura 6.4: Estação de Tratamento de Água de Carnaubinha.
O tratamento da água é feito com filtração e cloração. Há uma adutora de RPVC Φ 75
mm com 300 m de extensão da captação para a ETA e uma adutora de PVC Φ 85 mm
(3”) com extensão de 2.500 m. A Figura 6.5 mostra o reservatório elevado do distrito.
330
Figura 6.5: Reservatório elevado do Distrito de Carnaubinha. Vol= 55 m³.
Conforme citado anteriormente, o distrito de Carnaubinha teve de ser abastecido por
carro pipa no ano de 2007. O Quadro 6.5 apresentado no Diagnóstico mostra os
detalhes da Operação Pipa no distrito.
331
Quadro 6.5: Abastecimento por Carro Pipa no Distrito de Carnaubinha em 2007.
ROTA
Nº 05
Nº 06
PESSOAS ATENDIDAS
650
1100
VOLUME DE ÁGUA NECESSÁRIO (m³)
390
660
DISTÂNCIA EM ASFALTO (Km)
7
7
DISTÂNCIA EM CARROÇÁVEL (Km)
20
20
NÚMERO DE CARRADAS DE ÁGUA
56
94
DIST. MENSAL ASFALTO (Km)
392
658
DIST. MENSAL CARROÇÁVEL (Km)
1120
1880
MOMENTO DE TRANSPORTE(m³×Km)
10530
17820
4.368,00
7.392,00
ROBERTO
ROBERTO
AÇ.LAGOINHA
AÇ.LAGOINHA
CUSTO MENSAL (R$)
RESPONSÁVEL PELO RECEBIMENTO
MANANCIAL DE ABASTECIMENTO
A garantia do abastecimento d’água para Carnaubinha só será alcançado com a
construção de um reservatório com suficiente capacidade de regularização e que fique
localizado o mais próximo possível do distrito.
Estas condições são satisfeitas pela barragem Lagoa Nova, situada 3 Km a montante
do distrito conforme o mapa de localização apresentado na Figura 6.6. As
coordenadas de localização da barragem Lagoa Nova são: Ombreira Esquerda, E=
482.400 e N= 9.382.600; Ombreira Direita, E= 482.800 e N= 9.382.500.
332
333
As unidades básicas da Barragem Lagoa Nova são as seguintes:
• Barragem de terra do tipo homogênea, com altura máxima de 14,54 m acima do
terreno natural, coroamento de 6,00 m de largura e extensão pelo coroamento de
310,00 m;
• Sangradouro na ombreira direita, constituído por um canal escavado em solo e
rocha, tendo uma largura de 40m;
• Tomada d’água do tipo simples, de forma circular, com tubo de 200 mm de diâmetro,
assentado numa base de concreto simples e revestido de concreto armado. O controle
da tomada é feito a jusante, onde estão instaladas duas válvulas tipo registro dentro
de uma caixa de medição, que funciona, também, como caixa dissipadora. A FICHA
TÉCNICA da barragem Lagoa Nova é a seguinte:
- Volume de acumulação na cota da soleira do sangradouro (cota da CAV =98,30, a
qual deve ser somada à diferença de nível ∆=99,445 transportada de marco do IBGE,
para corresponder à cota verdadeira geodésica de 197,745 m): 3.000.000 m³ ( 3 hm³);
- Bacia hidrográfica: 16 Km²;
- Bacia hidráulica: 64 ha;
- Altura d’água máxima maximorum, na cota 100,04 m (199,485m,IBGE): 14,54 m;
- Comprimento pelo coroamento: 310,00 m;
- Largura do sangradouro: 40 m
- Lâmina de escoamento média afluente, calculado pelo MODHAC: 111,22 mm;
- Deflúvio médio anual afluente: 1,779 hm³/ano (MODHAC);
- Tipo de barragem: Terra homogênea;
- Tipo de tomada d’água: DN 200 mm, com controle de jusante.
Outras informações hidrológicas importantes do projeto do açude Lagoa Nova são:
- Área da bacia: 16 Km²;
- Perímetro: 15,0 Km;
- Comprimento do maior talvegue: 4,06 Km;
- Índice de compacidade: 1,05;
- Fator de forma: 0,97;
- Desnível específico: 14,12 m;
- Tempo de Concentração: 1,72 horas
- Fator de forma do reservatório: α = 1.957,44
- Fator adimensional de evaporação: fE = 0,318
- Lâmina média evaporada na estação seca (jun/jan): EL = 1027 mm
- Precipitação centenária (TR= 100 anos): 103,57 mm
334
- Precipitação centenária efetiva (TR= 100 anos): 37 mm
- Precipitação milenar (TR= 1000 anos): 136,54 mm
- Precipitação milenar efetiva (TR = 1000 anos): 61 mm
- Vazão de pico centenária: 82,27 m³/s
- Vazão de pico milenar: 135,63 m³/s
- Lâmina máxima centenária: 0,54 m
- Lâmina máxima milenar: 0,84 m
- Folga da barragem: 1,20 m
- Revanche na cheia centenária: 1,74 m
- Cota da soleira do sangradouro: 98,30 m ( 98,30 + 99,445 = 197,745 m)
- Largura do sangradouro: 40 m
- Cota do coroamento: 100,04 m (100,04 + 99,445 = 199,485 m)
- Folga na cheia milenar: 0,90 m
A vazão regularizada pelo açude Lagoa Nova é apresentada no Quadro 6.6:
Quadro 6.6: Vazão Regularizada pelo Açude Lagoa Nova
GARANTIA (%)
VAZÃO
VAZÃO
VAZÃO
REGULARIZADA
REGULARIZADA
REGULARIZADA
(hm³/ano)
(L/s)
(m³/h)
95,00
0,52
16,489
59,36
90,00
0,63
19,977
71,92
Como se pode observar pelo Quadro 6.6, a vazão regularizada pelo açude Lagoa
Nova com 95% de garantia é de 59,36 m³/h, o suficiente para atender à ETA de
Carnaubinha com 1 falha estimada a cada 20 anos.
Não foram realizados estudos ambientais ou análises econômicas para a barragem
Lagoa Nova, uma vez que havia tais exigências nos estudos e projetos feitos pelo
DNOCS àquela época.
Os custos de implantação da barragem Lagoa Nova atualizados pela Coordenadoria
de Estudos e Projetos do DNOCS para agosto/2007, segundo o memorando MEMº Nº
21/CEST-CE/SC/GAB datado de 05/08/2008 é de R$ 1.317.650,15.
335
Não foram feitos estudos para a adutora de Carnaubinha partindo do açude Lagoa
Nova pelo DNOCS.
No âmbito do presente PAM foi pré-dimensionada a adutora transportando água do
açude Lagoa Nova para a ETA Carnaubinha, a qual teria cerca de 3.821 m de
extensão, com tubulação DN 100 mm, conduzindo a vazão de 6,25 L/s ou 22,5 m³/h,
calculada para 12 horas de bombeamento diárias, resultando numa altura
manométrica total de 75,21 mca, e potência adotada de 20 CV.
O custo desta adutora seria de R$ 403.572,50. Assim, o custo total das intervenções
para construção da barragem Lagoa Nova e a sua adutora para Carnaubinha seria da
ordem de R$ 1.721.222,65.
6.3.3. OUTRAS INTERVENÇÕES SUGERIDAS
A ampliação da oferta hídrica no município de Milhã inclui ainda, como sugestão, as
seguintes obras:
• Construção do açude Cabeça-de-Boi na bacia do riacho de mesmo nome, a qual
consiste numa barragem de 3.200.000 m³ , estudada a nível de pré-viabilidade pela
Prefeitura Municipal de Milhã, consistindo numa barragem com 12 m de altura total, 9
m de altura útil de acumulação de água, com extensão de 266 m pelo coroamento,
localizada entre o açude proposto Lagoa Nova e o açude Berilópolis. A localização do
açude Cabeça-de-Boi pode ser também observada na Figura 6.6. A Figura 6.7 mostra
o anteprojeto do açude Cabeça-de-Boi.
Este açude serviria para abastecer as comunidades de Cabeça-de-Boi (Alto Santo), no
Cafundó, e Itabaiana, perfazendo uma população de 368 pessoas, além de fornecer
água suficiente para irrigação e pecuária. O custo estimado da barragem Cabeça-deBoi é de R$ 2.100.000,00;
• Ampliação do açude Tabuleiro, para 1,2 hm³. O projeto não foi acessado;
• Ampliação do açude Jatobá, o qual pode ser elevado em 2 m, ampliando sua
capacidade de acumulação de 1.070.000 m³ para 1.790.000 m³, conforme a curva cota
336
x área x volume fornecida pela COGERH, constante da Figura 3.3 do Capítulo 3. Não
há informação disponível sobre o custo desta intervenção.
Figura 6.7: Anteprojeto do açude Cabeça-de-Boi (FONTE: Prefeitura Municipal de Milhã)
337
7. CONSOLIDAÇÃO DOS CUSTOS E HIERARQUIZAÇÃO DAS
INTERVENÇÕES PROPOSTAS
7.1 CUSTOS CONSOLIDADOS
As intervenções propostas no presente Plano de Águas Municipal – PAM para
o Município de Milhã-CE foram apresentadas nos capítulos 5 e 6 precedentes,
sendo o primeiro relativo às intervenções na escala local ao nível de
comunidades e o segundo relativo às obras de maior porte, principalmente
barragens formadores de novos reservatórios estratégicos para suprimento à
sede municipal e aos principais distritos.
O Quadro 7.1 é uma transcrição do Quadro 5.1 que sumariza as intervenções
propostas para a escala local. O Quadro 7.2 sumariza as intervenções
propostas ao nível municipal e regional.
Quadro 7.1: Sumário das Intervenções ao Nível Local.
BLOCO/
SUBBLOCO
1 / 1.1
COMUNIDADE
Nº
DOMICÍLIOS
POPULAÇÃ
O
Barra
do
10
50
Juazeiro
José de Paz
3
15
Cruzeiro
5
25
Bom Alívio
14
70
1 /1.1
Lajes
6
30
1 /1.2
Esperança
16
80
Sabonete
9
45
1 /1.3
Bom Princípio
9
45
2
Pedra d’Água
19
95
Serrote
9
45
3
Massapê
7(3)
15
Cruzeiro
11(6)
30
4
Ingá
13
65
5
Sítio Maré
8
40
Cajueiros
3
15
6
Deus Me Ajude
3
15
TOTAL
136
680
(*): Sistema já implantado pela UFC/Columbia Water Center
CUSTO
ESTIMADO
(R$)
220.875,85
CUSTO
POR
FAMILIA
(R$/fam.)
6.902,37
14.129,16
94.432,82
2.354,86
3.777,31
77.657,01
146.927,56
8.628,56
5.247,41
7.064,58
14.129,16
65.485,39*
69.773,89
4.709,72
7.064,58
722.249,72
2.354,86
2.354,86
5.037,33
8.721,74
2.354,86
2.354,86
5.310,65
338
Quadro 7.2: Sumário das Intervenções ao Nível Municipal
INTERVENÇÃO
Construção do Açude Capitão Mor
Adutora do Capitão Mor
Construção do Açude Lagoa Nova
Adutora do Lagoa Nova
Construção do Açude Cabeça-de-Boi
TOTAL
OBJETIVO
Abastecimento da sede de
Milhã, distritos de Barra,
Baixa Verde, Cipó e Monte
Grave
e
mais
12
comunidades
Idem
Abastecimento do distrito de
Carnaubinha
(maior
de
Milhã)
Idem
Abastecimento
das
comunidades de Alto Santo
(Cabeça-de-boi), Cafundó e
Itabaiana
CUSTO (R$)
7.903.879,98
3.947.006,95
1.317.650,15
403.572,50
2.100.000,00
15.672.109,58
O custo total das intervenções apresentadas no Quadro 7.1 deve ser deduzido
do valor correspondente às obras para abastecimento da comunidade de Ingá,
no valor de R$ 65.485,39 uma vez que esta já foi contemplada com a execução
do sistema de abastecimento incluindo a complementação da rede de
distribuição do Sistema de Pedra Fina pelo acordo de cooperação Universidade
Federal do Ceará / Columbia Water Center, num valor global de R$ 88.221,26.
Assim, o custo da universalização do abastecimento hídrico ao nível local para
atendimento às comunidades sem acesso à água seria da ordem de R$
656.764,33.
Por outro lado, o custo global para ampliação da oferta hídrica ao nível
municipal e garantir o abastecimento em quantidade e qualidade para a sede
municipal e os distritos de Milhã seria da ordem de R$ 15.672.109,58 conforme
o Quadro 7.2.
O custo total de ambas nível de intervenção seria de R$ 16.328.873,91.
7.2. HIERARQUIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS
A hierarquização aqui proposta no âmbito do PAM para universalização dos
serviços de abastecimento hídrico (acesso à água) das comunidades rurais
leva em conta: os fatores econômicos, como o menor custo de implantação e o
menor custo por família; fatores técnicos, como disponibilidade de manancial
339
com capacidade de atendimento da demanda e; fatores sociais, como a maior
dificuldade de acesso à água em algumas comunidades em relação às outras.
Considerando e ponderando estes fatores, sugere-se a seguinte seqüência de
implantação dos sistemas de abastecimento indicados no Capítulo 5 e
sumarizados no Quadro 7.1:
1º - Implantação do sistema de abastecimento das comunidades de Barra do
Juazeiro, José de Paz, Cruzeiro e Bom Alívio a partir do açude do Rosiê
Coringa, o qual já está com projeto pronto e aprovado no Projeto São José sob
processo nº 07177688-5 dado entrada em 19/09/2007;
2º- Implantação do sistema de abastecimento de Esperança e Sabonete a
partir do açude João Vieira na comunidade de Esperança;
3º- Construção de cisternas de abastecimento nas comunidades de:
- Lajes (6 cisternas)
- Massapê (3 cisternas)
- Cruzeiro ( 6 cisternas)
- Cajueiros ( 2 cisternas)
- Deus Me Ajude ( 3 cisternas)
4º - Implantação do sistema de abastecimento de Sítio Maré, a partir do poço
amazonas próximo da propriedade do Sr. Josemiro Pinheiro, nas coordenadas
E= 481581 e N= 9359560;
5º- Implantação do sistema de abastecimento de Bom Princípio, a partir do
poço profundo localizado na propriedade do Sr. Francisco das Chagas de
Almeida, nas coordenadas E=483394 e N= 9371774;
6º- Implantação do sistema de abastecimento integrado de Pedra d’Água e
Serrote a partir do açude dos Herdeiros.
Com relação às intervenções a nível municipal com impacto favorável em todo
o município, sobretudo na sede e principais distritos, considera-se prioritária a
340
construção do açude Capitão Mor e sua adutora de abastecimento da sede e
dos distritos de Barra, Monte Grave e comunidades de Baixa Verde, Cipó e
mais 12 comunidades adjacentes, incluindo Barra do Juazeiro e as demais
integrantes do primeiro sistema de intervenção local sugerido.
Após a construção do açude Capitão Mor seria indicada a construção da
barragem Lagoa Nova para atendimento ao distrito de Carnaubinha, o mais
populoso do município.
341
8. GERENCIAMENTO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE
POPULAÇÕES RURAIS DIFUSAS
SUMÁRIO
1 Introdução ........................................................................................................... 343 2 Experiência de Abastecimento Rural no Semi-Árido Brasileiro ........................... 347 2.1 Modelos de Gerenciamento ........................................................................ 348 2.1.1 SISAR / Ceará ......................................................................................... 348 2.1.2 Centrais/Bahia ......................................................................................... 350 2.1.3 COPANOR/ MINAS ................................................................................. 350 2.2 Financiamento dos SAR a experiência do Ceará ........................................ 351 2.2.1 Projeto São José ..................................................................................... 351 2.2.2 KFW ........................................................................................................ 351 2.3 Programas Federais .................................................................................... 352 2.3.1 Programa Um milhão de Cisternas.......................................................... 352 2.3.2 ATLAS da ANA ....................................................................................... 352 3 Princípios para um modelo de gerenciamento .................................................... 353 4 Alternativas de Modelos de Abastecimento......................................................... 354 4.1 Alternativas de infra-estrutura Física ........................................................... 354 4.2 Modelos de Administração .......................................................................... 357 4.3 Modelo de financiamento ............................................................................ 360 4.4 Apoio Técnico.............................................................................................. 363 5 Seleção do Modelo ............................................................................................. 364 6 Ampliação da Escala do Projeto (Upscaling) ....................................................... 366 342
Introdução
Dentre as Metas do Milênio (Millennium Development Goals –MDG’s) definidas na
Conferência de Cúpula das Nações Unidas do ano 2000, foi estabelecido um compromisso
para “reduzir pela metade a proporção da população sem acesso sustentável a água
potável e saneamento básico” (Nações Unidas, 2010).
Com relação ao suprimento de água potável, o desafio maior tem sido levar água aos
domicílios rurais reduzindo o hiato entre o abastecimento das populações urbanas e as
populações rurais. A pior disparidade em termos globais se verifica na Oceania e África Subsaariana, porém ainda persiste significativa diferença no acesso a água potável entre áreas
urbanas e áreas rurais na América Latina e Caribe e na Ásia Ocidental. Em termos globais, oito
em cada 10 pessoas que vivem nas áreas rurais tem dificuldade de acesso à água potável.
O presente texto é baseado na experiência vivenciada pelos autores com relação ao
abastecimento de água para populações rurais difusas na região semi-árida nordestina do
Brasil, mais especificamente, no sertão central do estado do Ceará, na região compreendida
pelos municípios de Milhã, Senador Pompeu, Deputado Irapuan Pinheiro, Quixeramobim e
Solonópole, os quais integraram a região de abrangência do projeto de pesquisa sobre
abastecimento e sustentabilidade hídrica de
comunidades rurais desenvolvido pela
Universidade Federal do Ceará em acordo de cooperação com a Universidade de Columbia –
Nova Iorque. O enfoque aqui apresentado é com relação ao município de Milhã, objeto do
presente Plano de Águas Municipal.
No estado do Ceará, o qual é representativo dos demais estados do nordeste
brasileiro, segundo dados do ano 2009 da Secretaria das Cidades do Estado, o índice de
cobertura com abastecimento de água potável nas zonas urbanas é de 92,14%, enquanto que
na zona rural é de 18,88%, corroborando com a assertiva anterior. No estado da Bahia, o maior
e mais populoso da região nordeste, esses índices são de 94,7% de abastecimento na zona
urbana e apenas 16% na zona rural.
O alcance desta meta do milênio pode ser ameaçado pela conjunção de vários fatores,
dentre eles se destaca a crise econômica atual colocando em risco a continuidade dos esforços
devido à fraqueza da economia global e pela alta de custos de insumos, tais como a energia.
Além da crise econômica, fatores ambientais como as mudanças climáticas e fatores
de origem antrópica como a poluição decorrente do incremento das atividades industriais,
agrícolas e da expansão urbana, formam um leque de agentes de riscos que comprometem a
quantidade e qualidade da água disponível para a população.
A água para abastecimento humano compete economicamente com os demais usos
consuntivos onerando progressivamente os custos para sua captação em quantidade suficiente
para atender a demanda humana, além dos custos de tratamento que se tornam cada vez mais
elevados mercê da poluição a que estão sujeitos os mananciais superficiais e subterrâneos
decorrentes da ação antrópica causada pela expansão da atividade econômica.
343
A prestação de serviços de saneamento é uma atividade marcadamente dependente
da escala econômica de atuação dos sistemas. Segundo TUROLLA (2002) a “indústria do
saneamento tem como característica marcante a presença de custos fixos em capital altamente
específico”.
Nas grandes cidades os custos fixos com a construção de reservatórios, redes de
distribuição e estações de tratamento de água e esgoto são muito mais expressivos do que os
custos operacionais de curto prazo como energia e produtos químicos, fazendo o custo de
produção diminuir significativamente com o aumento do nível de produção (PACTO DAS
ÁGUAS, 2009).
Assim, nos grandes centros urbanos há uma economia de escala que não se verifica
nas zonas rurais. Mesmo assim até a década de 70 do século passado havia pouca exploração
dessa economia de escala do abastecimento público de água no Brasil, beneficiando apenas
12,6% da população total, porquanto os serviços eram municipalizados em pequenas
estruturas distintas para abastecimento de água e esgotamento sanitário (ALBUQUERQUE,
2010).
A sistematização de uma Política Nacional de Saneamento no Brasil foi inaugurada
durante o regime militar, em 1968, quando foram criados o Banco Nacional de Habitação
(BNH) e instituído o PLANASA (Plano Nacional de Saneamento) fomentado com recursos do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Foram criadas as companhias estaduais de saneamento que alavancaram a
estruturação e exploração comercial dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento
sanitário de uma forma integrada e regionalizada.
O modelo implantado pelo regime militar reconheceu a necessidade de buscar a autosustentabilidade econômica por meio da instituição de subsídios cruzados entre localidades,
visando viabilizar a implantação de redes de abastecimento em mercados pouco atraentes do
interior, com recursos oriundos principalmente das regiões metropolitanas que obtinham
grandes economias de escala.
O resultado das políticas iniciadas com a criação do PLANASA foi favorável de forma
que no início dos anos 80 o percentual de pessoas atendidas pelo serviço de abastecimento de
água havia aumentado para 42 %. Já no censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Pesquisa e
Estatística, IBGE, este percentual já estava em 76 %, consolidando o modelo de companhias
estaduais. Atualmente os Estados vêm adotando estratégias diferentes para melhorar seu
serviço de saneamento, uns vêm optando pela privatização, outros pela municipalização e
outros pelo fortalecimento das companhias estaduais, como é o caso do Estado do Ceará
(ALBUQUERQUE, 2010)
No entanto, as pequenas comunidades e a população difusa do ambiente rural não
foram beneficiadas pelo processo de integração e regionalização dos serviços que, ao menos
em relação ao abastecimento de água, proporcionaram um incremento real no atendimento. Se
por um lado os índices de cobertura por redes de abastecimento de água são elevados nas
344
sedes urbanas do interior, mesmo nos pequenos municípios, o mesmo não se observa na área
rural onde a infra-estrutura de saneamento básico, incluso o acesso à água potável, é precária
ou inexistente (PACTO DAS ÁGUAS, 2009).
A população rural difusa esteve, praticamente, alijada da evolução de atendimento
assistida na infra-estrutura de saneamento nas últimas décadas, enfrentando ainda
dificuldades para viabilizar economicamente a provisão dos serviços por não possuir a
economia de escala inerente aos centros metropolitanos. Permanece para essa população a
vulnerabilidade extrema, da qual a dependência recorrente ao carro-pipa é figura emblemática
(PACTO DAS ÁGUAS, 2009).
O Brasil interpretou a Meta do Milênio com uma proposta de universalização do
acesso aos serviços de saneamento básico estabelecido como o primeiro princípio
fundamental definido pela Lei 11.445 de 05 de janeiro de 2007, conhecida como Lei do
Saneamento Básico, que propôs as Diretrizes Nacionais para o saneamento básico e para a
Política Federal de Saneamento Básico. Pelo fato de ser uma Lei Nacional e não um Plano de
Saneamento Básico não foi estabelecido um horizonte de prazo como uma meta a ser
alcançada.
Uma das razões para tanto é o reconhecimento da enorme dificuldade que se
apresenta para a universalização do abastecimento humano sustentável nas zonas rurais, e
comunidades dispersas no meio rural, em função da vastidão territorial brasileira e das
inúmeras peculiaridades regionais, mormente nas regiões norte e nordeste do Brasil, sobretudo
no sertão desta última.
Sustentabilidade é a palavra-chave de todo o processo de universalização do
acesso.
Estes dois termos merecem uma definição mais embasada tanto do ponto de vista
técnico quanto do político.
A Lei Brasileira 11.445/07 define universalização como “ampliação progressiva do
acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico”. Por sua vez a Lei define
saneamento básico como “conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:
abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos; e, drenagem e manejo de águas pluviais”. Esta definição expandida do termo
“saneamento básico” pela Lei Brasileira sugere quão longínquo temporalmente seria o
atingimento desta universalização.
Já o termo sustentabilidade é percebido explícita e implicitamente na Lei Brasileira nos
princípios fundamentais citados no Art. 2º da Lei 11.445/07:
“...
III- abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de
resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio
ambiente;
...
345
V – adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais
e regionais;
...
VII – eficiência e sustentabilidade econômica;
...
XI – segurança, qualidade e regularidade.”
O termo sustentabilidade indica implicitamente que um sistema foi implantado e que
precisa ser operado e mantido continuamente atendendo aos objetivos para o qual foi
construído. No caso da presente análise se trata de um sistema de abastecimento da demanda
hídrica humana de populações rurais difusas, seja este coletivo ou individual. Ter-se-á na
seqüência do artigo uma discussão mais aprofundada sobre as diferentes dimensões que
assume o termo sustentabilidade.
Entretanto, mesmo que seja assegurada a sustentabilidade de um sistema inerente aos
fatores técnicos de projetos, como a escolha correta de um manancial sustentável em relação
às variações climáticas; adequação tecnológica do sistema implantado ao padrão cultural da
comunidade; etc., é o gerenciamento do sistema a peça chave da sua sustentabilidade.
O gerenciamento é a forma de como se dá a operação e manutenção do sistema
implantado, assegurando sua continuidade, eficiência, eficácia e sustentabilidade econômica.
O Modelo de Gerenciamento a ser adotado é dependente obviamente da escala do
sistema a ser gerenciado, ou seja, se o mesmo é de uma amplitude estadual, regional,
municipal ou local, ao nível de comunidade.
O gerenciamento de um sistema de abastecimento para pequenas comunidades rurais
assume diferentes características de sustentabilidade dependendo se este se dará com a
participação direta ou não da comunidade atendida pelo sistema.
Diversos estudos conduzidos por pesquisadores e pelo Banco Mundial no final da
década de 90, em comunidades rurais de países em desenvolvimento, tais como o de KATZ &
SARA (1998), concluíram por haver uma tendência maior para a sustentabilidade nas
comunidades onde prevalecia a implantação de sistemas oriundos da adoção de uma
abordagem do tipo resposta-à-demanda, impulsionado pela comunidade do que do tipo suprira-comunidade, conduzido pelo governo.
Na primeira abordagem há uma justa participação direta dos membros das
comunidades na seleção das opções tecnológicas do projeto a ser implantado; uma discussão
clara e transparente sobre os custos inerentes à operação e manutenção dos sistemas; e uma
discussão prévia sobre a sua disposição-a-pagar, ao contrário da segunda abordagem, onde
as decisões são tomadas de forma vertical a partir dos agentes governamentais e/ou contando
até mesmo com a participação de lideranças locais, as quais nem sempre são bem
representativas da comunidade como um todo.
346
Os fatores ligados à sustentabilidade afloram de maneira significativamente diferente
nestas duas abordagens: na primeira, a comunidade se integra desde o início ao projeto
mobilizando seu capital social para alcançar o objetivo em comum que é a implantação,
operação e manutenção de forma sustentável do projeto; na segunda, sem a participação da
comunidade no processo de seleção das opções e decisões a serem tomadas há sempre uma
possibilidade de rejeição ao projeto por parte de segmentos da comunidade que se sentem
excluídos ou são ostensivamente excluídos do processo. Neste caso, a auto-exclusão, o
desinteresse pelo projeto e a inadimplência no pagamento das tarifas de água ameaçam a
sustentabilidade de longo prazo do projeto.
O Modelo de Gerenciamento a adotar e o grau relativamente previsível de
sustentabilidade de um projeto são então uma conseqüência direta da escala de atuação do
sistema, do tipo de abordagem adotado para construção do projeto, do capital social da
comunidade atendida e da natureza tecnológica do sistema implantado. Estes fatores serão
discutidos amiúde ao longo do texto.
Experiência de Abastecimento Rural no Semi-Árido Brasileiro
A experiência brasileira voltada para sistemas estruturados de abastecimento de
comunidades rurais difusas é relativamente recente. Somente após o processo de
redemocratização conquistada com a promulgação da Constituição de 1988, quando os
municípios adquiriram a condição de entes autônomos da federação é que houve um novo
impulso em se discutir uma nova política de saneamento voltada para a universalização do
acesso e a integralidade dos serviços de saneamento, restabelecendo para o município o seu
papel de participante do processo de planejamento do setor e detentor da titularidade da
prestação dos serviços de saneamento básico.
Visava-se assim reduzir a distância entre o poder público municipal concedente dos
serviços e as empresas estaduais detentora da maioria das concessões para operação dos
sistemas de saneamento básico. A Lei 11.445/07, entretanto, oferece alternativas de
regionalização e formação de consórcios municipais públicos visando manter os ganhos de
escala que constituiu um dos principais fatores de êxito do PLANASA, reservando espaço para
o fortalecimento das empresas de saneamento com foco na operação dos serviços (PACTO
DAS ÁGUAS, 2009).
Nesta nova perspectiva urgiu a necessidade de se desenvolver modelos que realmente
conduzisse à universalização do acesso à água potável contemplando as comunidades rurais
difusas com água de beber de boa qualidade e em quantidade. Algumas experiências foram
exitosas, outras nem tanto.
A experiência de abastecimento rural no Brasil é descrita a seguir sobre três
dimensões. A primeira apresenta algumas experiências do semi-árido Brasileiro de modelos de
gerenciamento. A segunda e a terceira dimensão apresentam o mecanismo de financiamento
do sistema, respectivamente, no Ceará e no Brasil.
347
Modelos de Gerenciamento
Os exemplos de modelos de gerenciamento de sistema de abastecimento rural
desenvolvidos no Brasil são de pelo menos três tipos. O modelo SISAR/Ceará, o modelo das
Centrais/Bahia e o modelo da COPANOR/Minas Gerais.
SISAR / Ceará
O Programa de Saneamento Básico Rural do Ceará estabeleceu o Sistema Integrado
de Saneamento Rural (SISAR) em 1991 a partir de acordo de cooperação financeira entre o
governo alemão através do banco Kreditanstallt für Wiedaraufbau (KFW) e o governo do
Estado do Ceará.
O modelo começou a ser implantado em 1995 nas bacias do Acaraú e Coreaú. O
SISAR beneficia pequenas comunidades e visa garantir, em longo prazo, o desenvolvimento e
manutenção dos sistemas implantados pela companhia de forma auto-sustentável.
As ações do SISAR contemplam o planejamento, projeto, construção, operação e
manutenção de sistemas de abastecimento de água e esgoto para populações rurais dispersas
no território. Para este fim o sistema se organiza a partir de associações comunitárias que tem
a responsabilidade da operação do sistema no local e efetuar a cobrança da água.
As associações se juntam em uma Organização Não Governamental sem fins
lucrativos que contam com representante de cada uma das comunidades pertencentes ao
sistema e a participação e orientação da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE).
Estes sistemas têm como foco comunidades com população entre 250 e 1.250 habitantes.
Os sistemas para pequenas comunidades apresentam um elevado custo de operação
e manutenção necessitando freqüentemente de subsídio. Os valores atualmente cobrados
nestes sistemas cobrem as despesas de pagamento do operador no local, custos de energia e
reparo e reposição de equipamentos e materiais.
A CAGECE mantém para cada SISAR uma infra-estrutura de um escritório com apoio
de um engenheiro e pessoal de apoio. Sendo este o nível de subsídio atualmente dado a estes
sistemas. Observa-se que a cobrança é compatível com a capacidade de pagamento dos
usuários de água. Os valores pagos em 2010 estão em torno de R$10,00 por família por mês.
Observa-se que caso a CAGECE tivesse que operar estes sistemas de forma direta
seus custos seriam muito mais elevados (ex. mão de obra) impondo tarifas mais elevadas e
aumentando a necessidade de elevados níveis de subsídio pelo Tesouro Estadual.
A redução de custos desta solução contribui para uma maior disseminação destes
sistemas no território cearense. Atualmente há 45 sistemas implantados em comunidades
rurais distribuídos em 20 municípios da região nordeste do estado do Ceará, contempladas
com sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Correspondem a
aproximadamente 38.644 pessoas diretamente beneficiadas pelo Programa.
O papel da CAGECE neste modelo de gestão é o de apoiar a operação do sistema e,
por delegação do Estado, auditar e controlar as atividades do SISAR, garantindo a qualidade
348
dos serviços e evitando “desmandos” administrativos. A estrutura organizacional dos SISAR é
apresentada é composta de três níveis:
• Nível Estratégico, com: uma assembléia geral; um conselho de administração; um
conselho fiscal, e; uma auditoria;
• Nível Técnico, com: um responsável técnico; um responsável administrativo
financeiro, e; um responsável social;
• Nível Operacional, com: mecânicos, apoio comercial, agentes administrativo, técnico
social e auxiliar de serviços gerais.
O protocolo de implantação de um sistema no SISAR é descrito a seguir
(ALBUQUERQUE , 2010):
i.
Ao ser instalado um sistema de saneamento em um pequeno povoado, a
comunidade se organiza com o apoio e a orientação da CAGECE em uma
associação, à qual o Estado entrega por comodato o conjunto de
equipamentos.
ii.
Ao mesmo tempo, esta associação recebe da Prefeitura a autorização para
operação do sistema.
iii. Atendidas estas condições, a associação por sua vez se associa ao SISAR de
sua bacia hidrográfica, que passa a apoiá-la administrativamente e
operacionalmente.
O Estado financia a infra-estrutura de abastecimento de água (captação, adução,
tratamento e distribuição) freqüentemente através do Projeto São José (que veremos em maior
detalhe mais a frente). Residindo neste fato outro nível de subsídio para o sistema.
Como estrutura organizacional, o SISAR é uma federação de associações comunitárias
que tem a responsabilidade de administrar os serviços, garantir o acesso da população e a
sustentabilidade financeira dos sistemas. Compõe o conselho de administração do SISAR
representantes das comunidades associadas, do Governo do Estado, através da Companhia
de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) e das Prefeituras Municipais beneficiárias do Programa
(“co-participantes”). A estrutura tarifária da cobrança pelo uso da água é definida no SISAR.
A experiência do SISAR é rica. A consolidação do SISAR ainda é um desafio atual. O
SISAR abastece hoje 45 localidades, enquanto que o estado do Ceará que tem um total de
184 municípios, apresentando 211 distritos urbanos com população na faixa de atuação do
SISAR, segundo dados do IBGE de 2000.
O Município de Milhã tem 15 localidades com população na faixa de atuação do Sisar e
70 comunidades abaixo desta faixa mínima de 250 e máxima de 1250 habitantes, segundo o
diagnóstico realizado para o PAM. A forma de organização do SISAR conseguiria contemplar
todo o universo destas comunidades? Algumas comunidades como a de Pedra Fina em Milhã
não participam do SISAR alegando que conseguem operar o sistema a custos mais baixos
conforme nos informou a Presidente da associação daquela comunidade.
349
Centrais/Bahia
A Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (CERB) (ex-Companhia de
Engenharia Rural da Bahia) é uma empresa de economia mista, responsável por estudos,
projetos, programas e gestão das ações e serviços de saneamento básico no meio rural
disperso e povoados, contemplando soluções integradas e integrais de engenharia rural que
objetivem a universalização dos serviços com organização, participação comunitária, controle
social e desenvolvimento socioeconômico das comunidades rurais beneficiárias.
A CERB trabalha em todos os municípios abrangidos pelo rio São Francisco. Foi
Fundada em 1972 e tem núcleos regionais distribuídos por todo o estado da Bahia. As ações
de maior importância em execução pela CERB são associadas à construção de infra-estrutura
de suprimento de água.
Segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente da Bahia, o estado da Bahia possuía
94,7% das sedes urbanas municipais atendidas com água potável, enquanto que apenas 16%
da zona rural têm acesso à água potável. Foi criado o Programa Água para Todos para ampliar
a oferta e acesso à água potável e outras ações de saneamento básico para a população
baiana. Serão beneficiadas as populações ribeirinhas, os núcleos próximos aos equipamentos,
populações atendidas pelo Programa Bolsa Família, as residentes nas periferias das grandes
cidades bem como nas áreas de reforma agrária, comunidades indígenas, remanescentes de
quilombos, reservas extrativistas e ainda as que enfrentam risco de desabastecimento.
O Programa é coordenado por um colegiado de secretarias e estado, tendo um comitê
gestor formado dentre outras instituições pela CERB e EMBASA (Empresa Baiana de Águas e
Saneamento),etc.
O Programa Água para Todos pretendia garantir o acesso à água de qualidade, no
período 2007 a 2010, 950 mil pessoas na área rural. Para tanto, seriam implantadas, dentre
outras ações, 100 mil cisternas destinadas à captação das águas de chuva que caem sobre os
telhados, 1.800 poços tubulares e 1.500 sistemas simplificados de abastecimento de água.
No meio urbano, onde o atendimento encontra-se em níveis bastante superiores, se
comparado ao rural, pretendia-se, até 2010, beneficiar 304 mil baianos, o que ampliaria o
atendimento de 94,7% para 98% da população urbana, totalizando mais de 1.254.000 (um
milhão duzentos e cinqüenta e quatro mil) pessoas beneficiadas com abastecimento de água.
Os recursos necessários seriam da ordem de 2,1 bilhões de Reais oriundo de fontes
internacionais, nacionais e estaduais. Na missão de levar água aos baianos, o programa
atendeu aproximadamente 400 mil pessoas do semi-árido segundo dados da CERB referentes
a julho de 2009. Na região, foram construídas 33.852 cisternas, 1.326 poços, 868 sistemas de
abastecimento de água e 13.198 melhorias sanitárias domiciliares.
COPANOR/ MINAS
O Estado de Minas Gerais criou COPANOR, empresa pública sem fins lucrativos
subsidiária da COPASA, com o objetivo de prover os serviços de abastecimento de água
350
tratada e coleta e tratamento de esgotos sanitários. Esta empresa foi criada pela Lei Estadual
16.698, de 17 de abril de 2007.
Pretende-se que a COPANOR pratique custo de pessoal e operacional mais reduzido
que a COPASA possibilitando a prática de tarifas mais baratas e desta forma mais compatíveis
com a capacidade de pagamento da comunidade rural difusa, possibilitando a inclusão social
de milhares de famílias nos serviços de saneamento básico.
A COPANOR tem como foco: i) a implantação de sistemas de abastecimento de água,
coleta e tratamento de esgoto em todas as localidades com população entre 200 e 5.000
habitantes no Norte e Nordeste de Minas; ii) a garantia da qualidade da água através da
satisfação das exigências do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde; e iii)
praticar tarifas compatíveis com a realidade local.
A COPASA em 2009 iniciou o processo de transferência para a Copanor de 71
concessões de prestação de serviços a municípios com população inferior a 5 mil habitantes na
região nordeste do Estado.
Financiamento dos SAR a Experiência do Ceará
Projeto São José
O projeto São José é um programa do governo do Estado do Ceará com financiamento
do Banco Mundial criado em 1995 objetivando melhorar as condições de vida de famílias
carentes da zona rural do Ceará com menos de 7.500 habitantes
Segundo Portal de Serviços e Informações do Governo do Estado do Ceará, O São
José realiza investimento em infra-estrutura básica, apoiando os pequenos produtores, criando
oportunidades de emprego, reduzindo as desigualdades sociais e melhorando os indicadores
de saúde e qualidade de vida da população do Ceará.
Os principais projetos desenvolvidos através do São José são ações de eletrificação
rural; sistemas comunitários de abastecimento de água; mecanização agrícola; habitação rural
em áreas de assentamento; e projetos produtivos (ação piloto em elaboração).
Todas essas ações são coordenadas pela Secretária de Agricultura. No caso das
ações de abastecimento de água esta é apoiada pela Superintendência de Obras Hidráulicas
(SOHIDRA) e Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (CAGECE).
KFW
O Banco Alemão KFW iniciou em 1998 o financiamento do “Programa de Saneamento
Básico do Ceará”. Este financiamento tem duas fases e tem como objetivo implantar ou ampliar
os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário em distritos e pequenas
localidades da zona rural, com população acima de 300 habitantes, situados nas bacias do
Banabuiú, Baixo e Médio Jaguaribe, Acaraú e Coreaú.
No escopo deste financiamento se deu o desenvolvimento institucional dos SISAR’s
(Sistemas Integrados de Saneamento Rural) das bacias do Banabuiú Baixo e Médio Jaguaribe.
351
Programas Federais
Programa Um milhão de Cisternas
O Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Árido:
um Milhão de Cisternas Rurais - P1MC teve início em julho de 2003. Este programa visa a
educação processual e o abastecimento de populações rurais do Semi-Árido; tendo como meta
beneficiar cerca de 5 milhões de pessoas com água potável para beber e cozinha, através da
tecnologia das cisternas de placas.
O tipo de cisterna mais comum construído é a cisterna de placas, reservatório
cilíndrico, cobertos e semi-enterrados. Seu dimensionamento varia de acordo com o tamanho
da família atendida e do tamanho do telhado da casa que captará a água da chuva. Em média,
cada cisterna tem capacidade de armazenar 16 mil litros de água, podendo variar entre 10 e 20
mil litros.
Estas cisternas visam prover água para um horizonte de oito meses. Segundo o site da
ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro), até 31 de agosto de 2010 foram construídas
294.940 cisternas, com a mobilização de 313.973 famílias, tendo sido capacitadas em
gerenciamento de recursos hídricos cerca de 273.124 famílias, cerca de 6.397 Comissões
Municipais capacitadas e a formação de 5.541 pedreiros construtores de cisternas de placas.
O valor da Cisterna segundo técnicos da ONG variam de um mínimo de R$ 844,00, até
o máximo de R$ 1.400,00 (MEC, 2010). Os materiais utilizados na construção são cimento,
areia, ferro, arame, brita, impermeabilizante, calhas de zinco, pano, canos de PVC e joelho de
PVC e tinta a base de cal. Pelo programa a mão-de-obra utilizada para a construção da
cisterna vem da própria comunidade em regime de mutirão, havendo um treinamento prévio do
método construtivo, bem como da manutenção e do tratamento da água.
ATLAS da ANA
A Agência Nacional de Água (ANA) desenvolveu o Atlas Nordeste em 2006
(ANA,2006).
Este ATLAS contemplou um diagnóstico do abastecimento de água para as
sedes municipais com mais de 5.000 habitantes situadas no Semi-Árido do Nordeste e entorno,
e posteriormente foi ampliado para cobrir as sedes municipais com população inferior a 5.000
habitantes, cobrindo um universo de 1.892 sedes urbanas e cerca de 40 milhões de habitantes.
Os estudos incluem todas as sedes urbanas situadas nos Estados da Região Nordeste
com área semi-árida (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe) e no semi-árido mineiro. São consideradas, ainda, as sedes urbanas com
mais de 5.000 habitantes situadas no Estado do Maranhão e na bacia do rio São Francisco em
Minas Gerais.
O diagnóstico permitiu fazer uma avaliação das disponibilidades hídricas do sistema
produtor em face das demandas previstas, resultando na identificação das necessidades de
investimento para a garantia da oferta de água. Foi feito então um planejamento da oferta de
água baseado na análise de estudos e projetos preexistentes e a avaliação e seleção de
352
alternativas técnicas, com os respectivos custos, para o aproveitamento de novos mananciais e
adequações de sistemas de produção de água.
Princípios para um modelo de gerenciamento
Os fundamentos orientadores do sistema de gerenciamento são:

Princípio da Sustentabilidade;

Princípio da Parcimônia Territorial;

Princípio da Resposta à Demanda;

Princípio da Autoderminação.
O modelo de gerenciamento de sistemas de abastecimento de água tem como
princípio a sustentabilidade em sua dimensão administrativa-financeira, técnica, social e
ambiental.
A sustentabilidade administrativa-financeira é traduzida na capacidade de realizar
as ações de interlocução com os usuários, ações contábeis e da arrecadação dos recursos
financeiros para custear o sistema. Desafio relevante para esta dimensão da sustentabilidade
consiste na garantia dos recursos necessários a para financiar os custos de Operação e
Manutenção (O&M). Sistema que não consiga financiar a sua operação e manutenção não
proverá os benefícios a que se propõe.
O financiamento da O&M pode ser realizado pelos usuários, pelo poder público ou por
ambos. Observação de campo mostra que em diversas experiências como a dos poços com
dessalinizadores o poder público tem dificuldade de garantir continuamente a operação e
manutenção do sistema. Esta dificuldade é logística e de recursos financeiros. Os sistemas
com maior longevidade apresentam financiamento de parcela significativa da O&M é realizado
pelos próprios usuários. Observa-se que os investimento são freqüentemente custeados pelo
poder público.
A sustentabilidade técnica (operacional) consiste na garantia operacional do serviço.
A sustentabilidade técnica constitui-se nos recursos humanos e equipamentos para realizar
todas as ações técnicas necessárias para prover continuamente água para a população. Para
este fim faz-se necessário um bom projeto da infraestrutura de abastecimento, pessoal
qualificado para operar o sistema e quando necessário especialista.
A sustentabilidade social é a legitimidade e apoio político que o sistema de
abastecimento tem da comunidade que beneficia. Esta dimensão é que garante a adesão dos
grupos sociais ao sistema de abastecimento sendo dimensão essencial para prover condições
materiais para a ocorrência das demais dimensões da sustentabilidade.
A sustentabilidade ambiental consiste em garantir a manutenção dos ecossistemas
mitigando o impacto deletério do sistema de abastecimento sobre os mesmos. O resíduo do
tratamento (ex. resíduo de dessalinizador) necessita de uma disposição final adequada.
As escalas territoriais das soluções dos sistemas de abastecimento podem ser
diversas: Estado, Região (intermunicipal), Municipal, Sistema Local e Sistema Individual
353
(familiar). Deve-se respeitar o subsidiariedade da tomada de decisão, ou seja, o problema
deve ser resolvido na menor escala territorial possível reduzindo custos de transação do
sistema. Ao mesmo tempo em que se deve tomar partido da economia de escala existe nos
sistemas de abastecimento de água. O Princípio da Parcimônia Territorial consiste na síntese
destas duas dimensões (subsidiariedade e economia de escala) freqüentemente conflitantes.
O princípio do procedimento baseado na resposta a demanda consiste no
reconhecimento de que as populações que se organizaram para produzir uma demanda de
abastecimento estão mais preparadas do ponto de vista do seu capital social e de seu
compromisso para a gestão sustentável do sistema. A demanda deve ser caracteriza por um
claro compromisso da comunidade na melhoria do serviço de água e em uma clara
manifestação de quanto se está disposto a se pagar por diferentes níveis de serviço.
As comunidades devem ter suas decisões respeitadas, não lhes devendo ser imposta
nenhuma solução. Esta é a base sob a qual se assenta o princípio da autodeterminação. A
decisão da comunidade deve ser uma decisão informada com um claro entendimento da
mesma das implicações das alternativas.
Alternativas de Modelos de Abastecimento
Os modelos de abastecimento têm como dimensões mais relevantes: i)Alternativas de
Infra-estrutura Física; ii)Modelos de Administração; iii) Mecanismos de Financiamento e
iv)Suporte Técnico da Operação e Manutenção (O&M). As alternativas para cada uma destas
dimensões serão descritas a seguir.
Alternativas de infra-estrutura Física
A infra-estrutura de recursos hídricos em ambiente rural deve prover água para beber e
para produzir, múltiplos usos. Aqui se focaliza o sistema de abastecimento que promove
prioritariamente o serviço de abastecimento residencial.
O serviço de abastecimento de água no meio rural compõe-se de um leque de
alternativas que varia desde a construção de soluções individuais como as cisternas de placas
padronizadas pelo Programa P1MC até a construção de sistemas de abastecimento integrados
com captação, adução, tratamento, reservação e rede de distribuição domiciliar.
Os sistemas de abastecimento podem ter como objetivo a prestação de diferentes tipos
de serviço. Os serviços prestados pelos sistemas de abastecimento em uma residência são
água para beber, cozinhar, banho, limpeza da residência entre outros. Alguns sistemas têm um
serviço singular como objetivo (ex. água para beber) e outros são multiserviços. Em algumas
localidades encontra-se uma infra-estrutura para suprir a água para beber (ex. cisterna) e outra
para os demais usos (ex. rede sem tratamento).
Claramente se verifica nas comunidades rurais que o uso da água para beber e
cozinhar se diferencia dos demais usos, como o banho, a lavagem de louças, a limpeza de
354
residência, pela qualidade da água empregada, ou pela suposta qualidade que essa venha a
possuir.
Por exemplo, em dezenas de comunidades rurais diagnosticadas no âmbito do Plano
Municipal de Águas do Município de Milhã (PAM-Milhã), elaborado pelo Grupo de
Gerenciamento de Risco Climático e Sustentabilidade Hídrica da Universidade Federal do
Ceará juntamente com a Universidade de Columbia/ New York, foi observado que muitas
famílias preferiam beber a água trazida pelo carro pipa do que utilizar a água fornecida pela
rede de distribuição pública, quando existente.
A razão para isto pode ser entendida por uma falsa fé na qualidade da água fornecida
pelo carro pipa, supostamente vinda de uma fonte hídrica com água de boa qualidade, o que
nem sempre era verdade, e pela certeza de que a água disponível no manancial que abastecia
a rede de distribuição comunidade, normalmente vinda de um açude próximo da mesma, não
tinha a qualidade necessária em virtude da sua conhecida poluição percebida pela população.
A infra-estrutura de abastecimento de água para populações contempla, idealmente,
quatro aspectos: (i)definição do manancial; (ii) captação; (iii) tratamento e (iv) distribuição.
Estes aspectos podem ter diferentes configurações nas soluções de abastecimento. De forma
geral as soluções de abastecimento podem ser classificadas como Solução Individual e
Solução Coletiva. Entendendo-se como solução individual aquela que supre uma única
residência e coletiva aquela para múltiplas residências.
A solução individual pode utilizar diferentes mananciais (chuvas, superficial e
subterrâneos). No semi-árido sob o domínio da depressão sertaneja com seus rios
intermitentes, o manancial superficial é o reservatório e o subterrâneo é o poço no cristalino.
O manancial superficial pode ser ativado através de sistema de captação e adução ao
local da demanda com distribuição em sistema de rede ou através de carro pipa. O sistema de
adução tem seus custos em função da vazão e comprimento da adução, do tipo de solo e
relevo sob o qual será construída a adutora. O transporte de água de reservatório superficial
por carro pipa tem apresentado problemas de saúde pública mesmo quando a norma
estabelece o tratamento da mesma, pois isto na prática freqüentemente não ocorre.
O manancial subterrâneo sobre o domínio cristalino da depressão sertaneja provê água
subterrânea armazenadas em suas fraturas. Esta água subterrânea apresenta alta salinidade
demandando processo de dessalinização. O poço com dessalinizador e chafariz constitui-se
em prática disseminada em todo o nordeste semi-árido. Esta prática apresentou problemas
associadas à sustentabilidade financeira (custos de operação e manutenção do sistema) e
problemas associados à disposição final do resíduo do tratamento. Estas dificuldades
impuseram o encerramento da operação em diversas localidades, sobrevivendo os sistemas
que optaram pela cobrança da água aos usuários.
O aproveitamento da chuva se dá através da cisterna. Esta solução de abastecimento
não apresenta economia de escala e os custos de operação e manutenção do sistema de
355
abastecimento é de responsabilidade individual. Freqüentemente não há monitoramento da
qualidade da água deste tipo de sistema de abastecimento.
Existem diferentes escalas de solução para o abastecimento, tais como, sistema
individual (ex. cisterna), sistema coletivo local (ex. pequena adutora para uma comunidade),
sistema municipal integrada (ex. grande adutora para uma cidade e em seu trajeto distribui
água para as populações) e sistema regional integrada (ex. sistemas de transposição ou
adutoras para diversos municípios). A escolha da solução mais apropriada é condicionada
pela distribuição espacial da população, pelas características específicas do local, pela
proximidade de projetos regionais e pela capital social da comunidade.
Padrões de projetos que possibilitem maior flexibilidade são desejáveis. A experiência
adquirida com as pesquisa levadas a cabo pelo Grupo de Gerenciamento de Risco Climático e
Sustentabilidade Hídrica da Universidade Federal do Ceará na região do sertão central do
estado do Ceará, mais especificamente nos municípios de Milhã, Senador Pompeu e Deputado
Irapuan Pinheiro, concluiu que raramente as comunidades rurais adotam um único meio de
suprimento hídrico para seu abastecimento.
Verificou-se que há uma clara distinção de preferência de mananciais com relação à
água para beber e a água para múltiplos usos, dentre eles, a produção de subsistência familiar,
calcada na pequena lavoura, pecuária e criação de aves para abate. O acesso a água é um
fator crucial para definir a cesta de opções alternativas para suprimento hídrico de uma
comunidade rural.
Há uma unanimidade da população quanto a necessidade de se ter acesso a água na
própria residência, de preferência a partir da implantação de sistemas de abastecimento
coletivos construídos pelo poder público, para os quais estão dispostos a pagar desde que o
valor da tarifa se situe dentro de sua capacidade de pagamento, em geral, admitida como da
ordem de R$ 10,00/mês para um consumo de 10.000 L/família/mês, padrão este
aparentemente universal dentro da região pesquisada.
No entanto, o uso desta água para beber pela população estará condicionado a um
julgamento subjetivo da mesma sobre a qualidade da água fornecida pelo sistema público, nem
sempre concordante com a racionalidade técnica.
Por
exemplo,
mesmo
para
alguns
sistemas
que
fornecem
água
tratada
comprovadamente atendendo aos padrões sanitários de potabilidade segundo a Portaria
518/2004 do Ministério da Saúde há, por parte de muitas famílias, uma rejeição para seu
consumo humano, baseada aparentemente no conhecimento da população sobre o manancial
de origem. Basta que o mesmo apresente certo grau de poluição visivelmente identificado pela
presença de macrófitas e zonas marginais eutrofizadas no reservatório, para que grande parte
da população rejeite seu uso para beber, mesmo após o tratamento.
Há indícios de uma crença cultural progressivamente se desenvolvendo na população
de várias comunidades do município de Milhã no estado do Ceará de que a água de cisterna
356
de placas é a melhor para beber, seguida na preferência local pela água fornecida em carro
pipa, supostamente vinda de uma fonte de boa qualidade, tal como já foi aqui citado.
Estes aspectos culturais devem ser levados em conta para se estabelecer um
programa de universalização do abastecimento e acesso à água, daí se reforça a necessidade
de emprego do princípio do procedimento baseado na resposta à demanda conduzido pela
comunidade, com a participação direta da mesma na seleção das alternativas de
abastecimento e dos sistemas segundo sua conveniência, assegurando seu compromisso com
a gestão sustentável do sistema a implantar desde os primeiros passos.
Modelos de Administração
O modelo de gerenciamento está associado ao tipo de solução de infra-estrutura
selecionada para a localidade. Não obstante este fato o modelo deve promover condições de
sustentabilidade financeira, eficiência operacional e legitimidade e integração social.
O Pacto da Águas (Ceará, 2009, pag 232) propõe a construção de um modelo único de
gerenciamento dos sistemas de abastecimento das populações rurais com base na experiência
adquirida do Sisar.
A proposta surgiu do reconhecimento da necessidade de se implantar um modelo de
gestão sustentável que atendesse às comunidades acima de 50 famílias não atendidas pelo
Sisar e nas comunidades abaixo deste número. A proposta seria um modelo de gestão
compartilhada para os sistemas de saneamento rural envolvendo o Estado, Bacias, Municípios
e Comunidades, sendo abrangente para todo o estado do Ceará.
Neste modelo a responsabilidade da gestão seria do município cabendo ao estado
incentivar a implantação em todos eles de um sistema municipal de saneamento rural
sustentável e atendendo todas as comunidades rurais do município. A gestão dos sistemas
comunitários seria compartilhada entre a associação da comunidade e o ente municipal
responsável pelo Sistema Municipal de Saneamento Rural (SMSR).
Além disso, cada município criaria um fundo municipal para universalização do
saneamento rural com dupla finalidade: garantir a operação e manutenção dos sistemas
comunitários de saneamento e subsidiar os sistemas comunitários deficientes.
Avalia-se aqui a dificuldade de se ter um modelo único para o Ceará devido à
heterogeneidade dos capitais sociais e da base física, além da imperiosa necessidade de se
respeitar o princípio da autogestão que determina que cada comunidade seja livre para
escolher se deve ou não aderir à determinada proposta. Neste sentido propõe-se aqui que
exista um poliformismo de organizações sociais para o gerenciamento dos sistemas de
abastecimento de água. Caso haja convergência ao final do processo para uma única forma de
organização será ótimo, caso contrário e o sistema se apresentar com bom desempenho, será
ótimo também.
357
As alternativas de modelo de administração são do tipo centralizado e descentralizado.
Existindo variantes intermediárias entre os extremos destes tipos. Seis alternativas de modelo
de administração foram identificadas:
•
Sistema Individual
•
Sistema Local (redes autogestionárias)
•
Gestão Municipal Integrada: sede e zona rural
•
Consórcio intermunicipal Integrado: sede e zona rural
•
Rede Estadual –SISAR
•
Empresa Estadual (Autarquia) de Saneamento Rural
Por décadas tomadores de decisão política tem tido experiências ambíguas com
relação à gestão centralizada e descentralizada de recursos de uso comum (ANDERSSON &
OSTROM, 2008).
Há um entendimento geral que sistema governamental totalmente
centralizado é freqüentemente ineficiente devido ao elevado custo de transação.
Por outro lado um processo totalmente descentralizado tem se mostrado como sendo
ingênuo ou crescente difícil (OSTROM, 2005). Este fato é marcante nas soluções de
abastecimento devido ao elevado custo de implantação da infra-estrutura que necessita
freqüentemente de um agente financiador da mesma.
A proposição de um sistema polimorfo com múltiplos centros com jurisdições e
autoridades diversas proposto anteriormente neste texto está em conformidade com a
proposição de Andersson and Ostrom (2008). Onde cada centro de decisão/administração
tem autonomia para estabelecer as regras e sanções ao não comprimento das mesmas
devendo aqui ser observado que cada um destes centros tem sua autoridade sobre
determinada área geográfica (CLEAVER, 2000; OSTROM, 2005).
Alguns fundamentos que devem ser observados pela administração do sistema são:

O estabelecimento de um nível de organização da comunidade é elemento
necessário para o sucesso;

O efetivo Envolvimento familiar requer bom fluxo de informação e mobilização
social;

Os princípios básicos de gestão comunitária incluem a participação, o controle
sobre a tomada de decisão, a apropriação e a partilha de custos;

A gestão comunitária é vista como base para a manutenção e o funcionamento
de longo prazo.
Segundo KATZ & SARA (1998) há cinco grandes categorias de regras para os projetos
que são transcritas a seguir:

Os critérios de elegibilidade: Regras para participação deve ser amplas o
suficiente para que a elegibilidade não seja em si a garantia de que cada
358
comunidade elegíveis receber o serviço. Compromissos do serviço deve
seguir, e não preceder, a iniciativa da comunidade em busca da melhoria;

Pedido Informado da comunidade: O projeto deve estabelecer procedimentos
para permitir um fluxo adequado de informações para as comunidades. As
comunidades devem ser capazes de fazer escolhas informadas sobre a
possibilidade de participar no projecto. Eles devem saber de antemão os
termos de sua participação e responsabilidade para a sustentação do projeto;

Opções técnicas e níveis de serviço: Comunidades devem participar
ativamente na escolha dos níveis de serviço. Uma gama de opções técnicas e
níveis de serviço deve ser oferecido para as comunidades, com o custo
operacional e as implicações relacionadas;

Alocação dos custos: Os princípios básicos da partilha de custos devem ser
especificadas e deixando claro desde o início a todos os interessados. A
repartição dos custos deve ser projetado de modo que a comunidade escolhe
os níveis de serviço para o qual está disposta a pagar. Idealmente, as
comunidades que exigem um nível superior (ou seja, mais caro) do serviço
deverá pagar mais do que aqueles que preferem um nível básico de serviço;

Responsabilidades para apoio ao investimento: regras sobre a propriedade de
ativos, O & M, e de recuperação contínua dos custos do sistema devem ser
estabelecidos e acordados com todas as partes interessadas. A administração da solução de abastecimento de água deve segundo LOCKWOOD
(2002) observar:

Assistência Técnica: prestar assistência e orientações sobre uma série de
tópicos de apoio da estrutura do modelo de gerenciamento pela comunidade,
bem como a prestação de aconselhamento independente nos casos em que
algum tipo de arbitragem pode ser necessária;

Formação: em curso de formação dos membros das comissões pertinentes em
uma variedade de disciplinas de operação e de manutenção física para a
promoção da contabilidade e higiene, construção de capacidades a nível da
comunidade;

Informação e Vigilância: acompanhamento regular do desempenho do sistema
e retroalimentação de informações de medidas correctivas; 
Coordenação e Facilitação: ajudar a estabelecer vínculos entre as estruturas
comunitárias de gestão e de entidades externas, tanto do sector público ou
privado; O gerenciamento deve ser sustentável. Segundo KATZ & SARA (1998) os critérios de
avaliação da sustentabilidade e desempenho do sistema são:

As condições físicas do sistema: Mede a condição física geral do sistema de
água. É baseado em fatores como qualidade de construção, o nível de pressão
no sistema e vazamentos ou defeitos na alvenaria ou tubo;
359

A satisfação dos consumidores: Esta mede a satisfação geral do consumidor
com o sistema de água. Baseia-se em opiniões expressas em fatores tais
como a satisfação com a quantidade e qualidade da água recebida, sabor e
cor, e o uso contínuo de fontes alternativas;

Práticas de O & M: Este analisa fatores como se a comunidade tem um
operador designado, o acesso a ferramentas e peças de reposição, e
informações sobre a continuação do apoio;

Gestão Financeira: Esta avaliação é baseada em uma revisão dos registros
financeiros de cada comunidade e entrevistas com a comissão de água e
tesoureiro;

Disposição para sustentar o sistema: o apoio comunitário medidas para a
sustentação do sistema de água. Ele avalia o grau em que os membros da
comunidade se sente responsável por sua manutenção de seu sistema.
Modelo de financiamento
O financiamento do sistema é questão chave para a viabilidade da solução de
abastecimento.
O financiamento do sistema é dividido freqüentemente em: i) projeto e
implantação do sistema e ii) operação e manutenção. Os custos de projeto e implantação são
custos freqüentemente elevados e são financiados pelo poder público. Os custos de operação
e manutenção em algumas situações são custeados pelo poder público e em outros pelos
usuários de forma direta. Tem-se observado que o financiamento total da O&M por parte do
Estado é insustentável pela dificuldade do mesmo de fazê-lo continuamente e por dificuldades
logísticas.
O financiamento da implantação da infra-estrutura deve ser realizado pelo poder
público com recursos do tesouro federal, estadual e municipal, com peso maior para o federal.
A possibilidade de financiamento externo com aval do Governo Federal e contrapartida dos
estados e municípios é sempre uma opção a considerar, principalmente nos casos de
implantação de grandes sistemas de abastecimento integrados, com elevados custos fixos de
capital em captação, adução, tratamento e distribuição.
Há casos também em que sistemas simplificados de abastecimento em comunidades
rurais são autofinanciados pelos proprietários de sítios e fazendas onde estas comunidades se
formaram, os quais cobram uma tarifa de água fixa sem medição de consumo para os
moradores, geralmente com algum tipo de vínculo econômico ou familiar com o proprietário.
Normalmente isso ocorre em locais onde há um manancial superficial (açude) com água de
boa ou razoável qualidade. Vários casos foram constatados na pesquisa desenvolvida nos
municípios de Milhã, Senador Pompeu e Deputado Irapuan Pinheiro no estado do Ceará.
Este investimento inicial pode ser recuperado em pequena parcela em função da
capacidade de pagamento da população beneficiada. Este financiamento pode ser realizado
em parte por um fundo específico para a universalização do abastecimento de água para
populações rurais, inclusive com recursos atualmente destinado para carro pipa e/ou imposto
específico sobre serviços urbanos de saneamento ou energia. Proposta semelhante foi
360
apresentada no Pacto das Águas (2009) sugerindo a criação de um fundo municipal para
universalização do saneamento.
O custo de operação e manutenção do sistema pode ser financiado pelos seguintes
mecanismos:

Autofinanciamento;

Subsídio cruzado: concessão de água das sedes municipais financiam a zona
rural;

Subsidio através de transferências direta para as famílias (Bolsa Água) no valor
do custo dos carros pipa;

Fundo de Abastecimento Rural - Subsídio através de imposto específico sobre
o abastecimento urbano (saneamento ou energia).
O autofinanciamento da O&M de sistemas de abastecimento de comunidades rurais é
sem dúvida, o mecanismo mais propício para garantir a sustentabilidade de longo prazo dos
sistemas implantados. O autofinanciamento decorre da mobilização do capital social da
comunidade fundamentada no processo de participação aqui descrito. Os beneficiários
acordam previamente sobre o valor da tarifa a pagar pelo consumo da água levando em conta
sua capacidade de pagamento. A tarifa cobre os custos de operação e manutenção e forma
reservas de contigência para reposição de equipamentos depreciados pelo uso.
O mecanismo de autofinanciamento pode existir em comunidades com alto capital
social, ou mesmo em comunidades com baixo capital social. A diferença é que na primeira a
sustentabilidade do sistema é garantido pela comunidade independentemente da existência de
lideranças que induzam continuamente a manutenção e conservação do sistema implantado.
Já nas comunidades com fraco capital social o processo de sustentabilidade depende
da atuação de fortes lideranças locais que exercem uma pressão social para garantia do
adimplimento do pagamento da tarifa viabilizando a operação e manutenção dos sistemas.
Quando estas lideranças por algum motivo se afastam da comunidade, pode surgir um
vácuo de poder ou emergirem conflitos insolúveis entre os membros da comunidade que
ameaçam a adimplência no pagamento da tarifa e a própria sobrevivência do sistema
implantado.
Estes fatos foram observados em algumas comunidades de Milhã. A sucessão de
comando prevista em todos os estatutos das associações comunitárias, se por um lado se
fundamenta
nos princípios democráticos de alternância de poder que devem orientar a
participação social e política dos cidadães, por outro lado pode se tornar uma ameaça à
sustentabilidade dos sistemas quando o capital social da comunidade é fraco.
Há possibilidade de lideranças oportunistas com falso discurso democrático se
apoderarem do comando das associações comunitárias com o intuito nem sempre
comprometido com os interesses da mesma. A ausência de um controle externo nos sistemas
autofinanciados é um fator desfavorável para a sustentabilidade dos sistemas nesses casos de
comunidade com fraco capital social.
361
O financiamento da operação e manutenção dos sistemas de abastecimento de
comunidades rurais, via subsídio cruzado, no qual as concessões dos sistemas nas sedes
urbanas municipais fianciassem a zona rural, seria o rebatimento para o nível municipal do
sistema de subsídios cruzados existente na escala estadual, onde a economia de escala obtida
nas regiões metropolitanas subsidia a operação e manutenção de sistemas deficitários de
menor escala no interior.
A viabilidade do emprego deste tipo de subsídio cruzado depende da economia de
escala que pode ser obtida na sede municipal para financiar total ou parcialmente a operação e
manutenção dos sistemas de abastecimento das pequenas comunidades. É preciso se tomar
cuidado para não onerar indevidamente a tarifa dos consumidores das sedes urbanas para
prover esse subsídio cruzado.
Levando-se em conta que normalmente a população da sede urbana é bem menor do
que a população vivendo no conjunto das comunidades rurais na maioria dos municípios,
principalmente aqueles menores localizados no semi-árido nordestino, seria muito difícil se
estabelecer uma receita marginal da tarifa cobrada aos consumidores das sedes urbanas que
fosse suficiente para cobrir todos os custos de operação e manutenção dos sistemas rurais de
uma forma global.
A maior probabilidade de viabilizar essas trocas seria estabelecer um subsídio cruzado
baseado na cobrança de um pequeno percentual da tarifa do consumidor urbano para
alimentar um fundo de reserva municipal para financiar a reposição de equipamentos
danificados ou desgatados pelo uso dos sistemas de abastecimento das comunidades rurais.
Esse fundo seria administrado por um Comitê Gestor formado por representantes do
poder público municipal e das associações comunitárias, vinculando estatutariamente uma
forte participação da sociedade civil e associações de usuários para garantir a transparência de
gestão e fiscalização do fundo.
O fundo poderia financiar a substituição dos equipamentos depreciados de forma
onerosa ou não onerosa, isto é, quer fosse com a cessão a fundo perdido para as
comunidades comprovadamente sem recursos para pagamento, quer fosse por empréstimo,
para aquelas comunidades cuja escala econômica permitisse a aplicação de uma sobretarifa
compulsória por um tempo determinado para pagar o empréstimo.
Caso houvesse receita de larga escala com a instituição de um subsídio cruzado obtido
nas sedes urbanas e este fosse suficiente para criação de uma estrutura organizacional
municipal voltada para dar assistência tecnica às comunidades rurais do município seria a
melhor alternativa para garantir a sustentabilidade de longo prazo dos sistemas rurais.
Outro mecanismo seria a instituição de subsidio através de transferências direta
para as famílias (Bolsa Água) no valor do custo dos carros pipa. Este mecanismo seria
bastante complexo uma vez que o valor do custo do abastecimento do carro pipa varia de
comunidade para comunidade em função do consumo da comunidade; da distância da fonte
hídrica; do momento de transporte da água transportada em estrada de terra e, do momento de
transporte em estrada asfaltada. Haveria uma grande dificuldade no estabelecimento de
362
critérios para definir estes parâmetros e um alto risco de manipulação política dos dados
inerentes a estas variáveis visando maximizar a receita de certas comunidades.
Haveria dificuldade, por exemplo, na seleção do manancial a ser alocado para se
calcular as variáveis para cada conjunto de comunidades sequenciadas num roteiro de carro
pipa. A subjetividade do parâmetro “qualidade de água” a servir a população seria mote para
maximizar a distâncias da fonte hídrica como forma de incrementar o repasse para cada
comunidade. Outros artifícios nesse mister são facilmente construídos para servir de
argumentação na barganha política.
Outra possibilidade variante em relação a esta fonte de subsídio seria o repasse do
valor integral alocado pelo programa de abastecimento com carro pipa do Governo Federal
para um fundo municipal para subsidiar a operação e manutenção de sistemas de
abastecimento de comunidades rurais. Neste caso o município receberia o valor global
destinado pelo programa de carro pipa e aplicaria os recursos na implementação de um
programa de construção, operação e manutenção de sistemas sustentáveis de abastecimento
de água nas comunidades rurais.
O subsídio via Fundo de Abastecimento Rural através de imposto específico
sobre o abastecimento urbano (saneamento ou energia), seria uma alternativa macroeconômica viável para solucionar a questão da universalização do acesso à água no meio rural
e, provavelmente, apresentaria resultados mais robustos do ponto de vista de assegurar a
sustentabilidade dos sistemas implantados.
No entanto, seria muito difícil se viabilizá-lo politicamente, uma vez que ele vai na
contramão dos discursos pela redução da carga tributária nacional e demandaria um alto custo
de transação política que dificilmente seria assimilado pelo conjunto da população. A
lembrança recente dos desvios de função da cobrança da CPMF, inicialmente concebida para
financiar a melhoria dos serviços de saúde e que acabou no caixa único do Governo Federal
para subsidiar o superavit primário, ainda está muito recente na memória do contribuinte
brasileiro que rejeitaria fortemente a instituição de um imposto adicional com a finalidade de
subsidiar o abastecimento de comunidades rurais.
Apoio Técnico
As soluções de abastecimento necessitam de acompanhamento técnico independente
de sua escala. Este apoio técnico visa garantir o abastecimento em qualidade e quantidade
com eficiência financeira. A operação sistemática dos sistemas é o objeto deste apoio técnico.
Os sistemas com maior complexidade necessitam mais intensamente deste apoio,
elevando-se o nível de expertise do apoio técnico com o crescimento da complexidade do
sistema.
A operação dos sistemas de abastecimento coletivo das pequenas comunidades rurais,
normalmente envolve apenas o ligamento e desligamento de bombas e algumas manobras em
registros e válvulas nas estações de tratamento e na rede de distribuição. Estas operações
363
diárias simples podem ser absorvidas por pessoas da própria comunidade por meio de um
curso de capacitação, requerendo para tanto um nível de instrução primária.
A manutenção dos sistemas coletivos das pequenas comunidades normalmente requer
um eletricista para dar manutenção em quadros de comando das bombas e sistema elétrico;
um bombeiro hidráulico para dar manutenção nas tubulações e acessórios e, um mecânico de
bombas para dar manutenção nas mesmas. O nível de instrução exigido para essa
manutenção é o técnico de nível secundário e dificilmente é encontrado alguém com esse perfil
nas comunidades. Assim, faz-se necessário a existência de um ente organizacional que possa
suprir pessoal qualificado para estas operações.
O modelo Sisar adotado no estado do Ceará conseguiu suprir essa necessidade de
suporte técnico de manutenção para os sistemas sob sua jurisdição. No entanto, as pequenas
comunidades rurais não fazem parte da escala de atuação do Sisar. A possibilidade de criação
de um órgão municipal ou consórcio municipal para esse fim específico de dar assistência
técnica aos sistemas de abastecimento rural é uma necessidade que tem de ser devidamente
equacionada.
Os sistemas de abastecimento de maior complexidade atendendo a distritos e
comunidades urbanas de maior porte já se enquadram ao nível de Sisar, e devem ser objeto de
suporte técnico de uma concessionária estadual ou municipal, tal como hoje se faz.
Seleção do Modelo
A seleção da solução de abastecimento deve considerar os condicionantes físicos
locais, as possibilidades de integração entre projetos com vistas a proporcionar economia de
escala e o capital social da comunidade.
Os condicionantes físicos locais são referentes: ao tipo de manancial disponível, se
superficial (açude ou poço amazonas em aluvião) ou subterrâneo (poço profundo no cristalino);
à qualidade da água do manancial, que define com o tipo de tratamento necessário; a distância
da fonte hídrica até a comunidade a atender, que impacta nos custos de implantação e
operação; o desnível topográfico entre a fonte hídrica e a comunidade a abastecer que impacta
diretamente nos custos de operação pela energia necessária para bombeamento; a geologia
local do caminhamento da linha de adução e da rede de distribuição que pode chegar a triplicar
o custo de implantação dos sistemas coletivos quando há presença de rocha a pouca
profundidade; o relevo e topografia local da comunidade que define as zonas de pressão para
construção de reservatórios elevados nas redes de distribuição; a rede viária local que define o
caminhamento das tubulações de adução e distribuição, sendo inapropriado seu traçado por
dentro de propriedades privadas sem a devida desapropriação ou doação do proprietário para
servidão pública, etc.
Estes condicionantes físicos são essenciais a considerar no estudo de alternativas de
solução de abastecimento que devem ser amplamente discutidos com a comunidade. Deve ser
levado em conta sempre a questão econômica visando minimizar os custos de implantação e
364
de operação e manutenção, devendo haver uma preferência em relação à minimização destes
últimos. Isto se justifica pelo fato de que a implantação dos sistemas normalmente se dá com
financiamento público via governos federal, estadual ou municipal, os quais podem absorver
maiores custos de investimento em prol de uma redução do valor da tarifa de operação e
manutenção que será cobrada dos usuários.
Por exemplo, a seleção de um manancial mais distante (implica maior custo de
implantação), mas que tenha altura manométrica de bombeamento inferior à de um manancial
mais próximo da comunidade, porém com uma altura manométrica de bombeamento mais
elevada do que o primeiro (implica maior custo de energia), seria preferível para a comunidade
em virtude da redução dos custos de energia que correspondem à parcela maior dos custos de
operação que impactam no valor da tarifa d’água a ser paga pelas famílias da comunidade.
A possibilidade de integração de projetos de abastecimento visando ampliar a
economia de escala deve ser sempre buscada nos estudos de alternativas de solução para
abastecimento de comunidades rurais difusas.
Essa integração deve visar sempre à eficiência econômica traduzida pela redução dos
custos de operação e manutenção para as comunidades atendidas pelo sistema. A eficiência
econômica nesse caso se torna sinônimo de eficiência energética.
Os custos de energia de sistemas de abastecimento de comunidades rurais devem ser
minimizados tanto quanto seja possível, mesmo que seja necessário um maior investimento
inicial na construção do sistema. Em outras palavras, deve ser considerado um viés na seleção
do diâmetro econômico de tubulações, optando sempre pelo diâmetro comercial imediatamente
superior àquele obtido pelas equações tradicionais de dimensionamento tal como a fórmula de
Bresse; devem ser buscadas soluções que se integrem por uma captação comum e uma única
estação de tratamento de água, que embora impliquem em maiores custos operacionais
globais, permitem a redução da tarifa pelo conjunto das famílias atendidas aproveitando a
economia de escala; devem ser consideradas como alternativas prioritárias aquelas soluções
integradas que possibilitem atender ao maior número de famílias possível com uma única zona
de pressão (reservatório elevado) com distribuição gravitária da água na rede comum.
O outro fator importantíssimo a considerar na seleção do modelo de abastecimento a
adotar é o capital social de cada comunidade ou do conjunto das comunidades, quando se
tratar de projetos integrados visando obter economia de escala.
O capital social está intrinsecamente ligado à sustentabilidade de longo prazo do
sistema. KATZ & SARA(1998) propuseram seis indicadores para avaliação do capital social
das comunidades com relação à implantação de sistema de abastecimento em zonas rurais:
• o papel das comunidades na implantação do projeto. Este indicador avalia como a
comunidade se engajou no processo de implantação da solução selecionada para seu
abastecimento;
365
• o envolvimento da comunidade na inicialização do projeto. Este indicador avalia se o
procedimento foi baseado na resposta à demanda conduzida pela comunidade ou se foi fruto
de intervenção governamental sem a participação da comunidade;
• o grau pelo qual a comunidade fez uma escolha informada sobre o tipo de sistema de
abastecimento construído. Avalia a participação da comunidade nas tomadas de decisão sobre
o sistema implantar e qual foi o nível de informação e transparência sobre os custos que
recairão sobre a mesma após a implantação do projeto;
• o nível e a qualidade dos domicílios. Indicador que avalia as condições sócioeconômicas das famílias da comunidade;
• a capacitação do comitê gestor da água. Serve para avaliar qual é o grau de
informação e capacitação sobre gestão do sistema que foi transmitido aos gestores da
comunidade;
• a comparação como o projeto é percebido pelos chefes de família dos domicílios e
pelas lideranças locais ou membros do comitê gestor das águas. Este indicador busca
comparar as diferentes percepções entre os que lideram o processo (gestores) e os usuários
do sistema implantado. Serve para identificar possíveis hiatos entre aqueles que gerenciam o
sistema e seus usuários.
O capital social da comunidade será o principal termômetro de sustentabilidade de um
projeto a ser implantado. Dependendo do engajamento da comunidade é possível que mesmo
projetos com falhas de concepção de engenharia venham a se tornar sustentáveis pela
capacidade da comunidade em reverter uma situação desfavorável corrigindo suas
deficiências.
Por exemplo, é possível que o custo de operação de um sistema implantado se torne
elevado em função do custo de energia decorrente de um dimensionamento errado da
tubulação ou do sistema de bombeamento, ou ainda decorrente do incremento de demanda
pela agregação de outras comunidades e/ou famílias isoladas inicialmente não contempladas
no projeto original. Neste caso, a comunidade pode encontrar meios para compensar
tarifariamente a elevação destes custos operacionais ou formar uma poupança visando à
correção do problema técnico.
Por outro lado, comunidades com baixo nível de engajamento tendem a tornar inviáveis
a médio e longo prazo projetos de engenharia bem concebidos e otimizados pelo incremento
da inadimplência, pelo mau uso das instalações e pela pouca ou nenhuma preocupação com a
manutenção preventiva e preditiva dos sistemas implantados.
Ampliação da Escala do Projeto (Upscaling)
Experiências
compartilhadas,
as
estruturas
comuns
de
apoio,
financiamento
simplificado, e vínculos de multi-níveis institucionais estão entre os mecanismos que podem ser
parte do processo de ampliação, Lockwood (2004).
366
A ampliação da escala do projeto (upscaling) para Uvin e Miller (1994) pode ser de
quatro tipos:

Ampliação Quantitativa (estrutura). Um programa ou uma organização
expande seu tamanho, aumentando a sua base de associados, a sua área
geográfica, ou seus orçamentos;

Escalonamento
Funcional
(programas).
Um
programa
baseado
na
comunidade ou uma organização que amplia o número e o tipo de suas
atividades. A partir da produção agrícola, por exemplo, as organizações
participativas movem-se para ações em saúde, nutrição, crédito, capacitação,
alfabetização e assim por diante, isto é, quando eles adicionam novas
atividades para a sua gama de funcionamento;

Política de ampliação (estratégia). Organizações participante ultrapassar a
prestação de serviços e para a capacitação e mudança nas causas estruturais
do subdesenvolvimento, ou seja, seus fatores de contexto e ambiente sóciopolítico-econômico. Isso geralmente envolvem a participação política activa e
ao desenvolvimento das relações com o governo;

Ampliação Organizacional (da base de recursos). Programas comunitários
ou organizações de base podem aumentar a sua capacidade organizativa, de
modo a melhorar a eficácia e a eficiência de suas atividades. Eles podem fazêlo financeiramente, diversificando suas fontes de apoio e aumentar o grau de
auto-financiamento.
A experiência vivenciada pelos autores no sertão central do Ceará, mais
especificamente no município de Milhã, levou à constatação de que há um limite para se
explorar o capital social disponível nas comunidades visando criar modelos sustentáveis
integrados de gestão de sistemas rurais de abastecimento d’água.
A idiossincrasia de certas lideranças comunitárias e das próprias famílias com relação
ao compartilhamento da água com outras comunidades vizinhas é perceptível do ponto de vista
prático pelo sentimento de posse que elas têm em relação a determinados mananciais.
A agregação de comunidades próximas para formar economias de escalas de
abastecimento é um desafio muito grande em virtude da existência de conflitos às vezes
ancestrais que são transmitidos de uma geração para outra e nada tem a ver com situação
atual de suas necessidades de abastecimento.
O que se tem observado em Milhã é que dificilmente haveria possibilidade de formação
de aglomerados de comunidades compartilhando uma mesma fonte hídrica de abastecimento,
mesmo que fosse tecnicamente viável, dependendo somente da vontade dos moradores
destas comunidades sem a interferência de alguma forma de pressão externa ao meio.
Assim, para que seja possível se alcançar economia de escala em sistemas de
abastecimento rural é necessário a intervenção do poder público na qualidade de agente
indutor do processo, elaborando, financiando e implantando o projeto. Essa opção está na
367
contramão da tese defendida por KATZ & SARA (1998) sobre o procedimento baseado na
resposta-à-demanda aqui apresentada. Somente de uma forma parcial seria possível adotar
alguns princípios advogados por essa abordagem.
Para exemplificar, o sistema de abastecimento implantado na comunidade de Ingá pelo
projeto da UFC/Columbia somente foi tornado possível quando houve a separação entre as
fontes hídricas de Ingá e do sistema Pedra Fina além da criação de uma associação
independente para gerir o sistema de Ingá. A opção original era a construção de um sistema
compartilhado e interligado oriundo de uma fonte hídrica comum.
A ampliação da escala de projetos de abastecimento rural do nível local de comunidade
para o nível regional, municipal ou mesmo estadual, terá de contar com a participação do poder
público como agente ativo indutor do processo. Haverá necessidade de adoção de um
polimorfismo de modelos de gerenciamento variando desde a auto-gestão absoluta de
sistemas por comunidades que disponham de elevado capital social, até o gerenciamento de
sistemas integralmente subsidiados pelo poder público municipal, estadual e federal.
A participação das comunidades nos processos de tomada de decisão e de
gerenciamento que ultrapassarem seu nível local comunitário passaria a ser de uma forma
mais representativa do que da forma direta preconizada pela abordagem de KATZ &
SARA(1998).
Há aqui que se destacar o papel do município como agente fomentador da política de
universalização do abastecimento das comunidades rurais de seu território, contando com a
colaboração dos governos estadual e federal, buscando diferentes alternativas de
financiamento; cuidando da implantação e, dando suporte técnico para a gestão sustentável
dos sistemas rurais a serem implantados.
Para alcançar estes objetivos há necessidade da elaboração de um PLANO DE
ÁGUAS MUNICIPAL (PAM) que ofereça:
• um diagnóstico consolidado sobre as comunidades rurais do município:
identificando quais são e onde estão localizadas as comunidades de uma forma
georreferenciada e semi-censitária;
• um diagnóstico das fontes hídricas disponíveis no âmbito do município: quais são
os mananciais superficiais e subterrâneos, onde estão localizados, e qual é a sua capacidade
de oferta quantitativa e qualitativa de água para suprir o abastecimento;
• um diagnóstico da demanda hídrica no município: quais são os consumos das
comunidades considerando os múltiplos usos da água, mas focando prioritariamente na água
para beber;
• um diagnóstico do balanço hídrico :qual é a diferença entre a oferta hídrica
disponível e o consumo para múltiplos usos, com prioridade para o abastecimento humano e a
dessedentação animal;
• um diagnóstico institucional e da capacidade de auto-organização destas
comunidades identificando o capital social disponível em cada uma;
368
• a elaboração de um planejamento de novas intervenções hídricas: visando o
incremento da oferta hídrica para múltiplos usos com prioridade para o abastecimento humano
e a dessedentação animal;
• a elaboração do planejamento para universalização do abastecimento:
identificando as intervenções necessárias nas escalas local, regional e municipal para garantir
o acesso à água para toda população do município;
• a elaboração de um modelo de gestão sustentável poliformo: seriam aplicados
modelos de gestão sustentáveis adaptados às diferentes realidades observadas nas
comunidades em campo, observando os princípios de sustentabilidade aqui descritos e
tentando alcançar a máxima eficiência social e econômica no gerenciamento dos sistemas.
Uma das prerrogativas para se alcançar a sustentabilidade de longo prazo no
gerenciamento dos sistemas de abastecimento rural visando garantir a universalização do
acesso à água para toda a população é não se deixar levar por preconceitos políticos
discriminatórios, ideológicos ou partidários, considerando o universo da população do
município como seu alvo de atingimento. Esta seria a condição sine qua non para obtenção do
sucesso desejado.
369
9. CONCLUSÕES
O Plano de Águas Municipal de Milhã teve por objetivo apresentar inicialmente
um diagnóstico consolidado sobre a atual situação do abastecimento hídrico
das comunidades rurais e urbanas do município
incluindo todas as
aglomerações a partir de três unidades domiciliares, a um nível quase
censitário. Foi feito também um diagnóstico dos recursos hídricos disponíveis e
um balanço hídrico simplificado entre a disponibilidade e a demanda real de
uma forma global.
A partir destes diagnósticos foram propostas intervenções estruturais com dois
objetivos: em primeiro lugar, propor a universalização do abastecimento
humano nas comunidades rurais difusas identificadas como as mais carentes
do ponto de vista do acesso à água. Nesta perspectiva identificou-se que seria
possível universalizar tal acesso com investimentos da ordem de R$
656.764,33.
Em segundo lugar, foram propostas intervenções no domínio hídrico buscando
ampliar a oferta d’água em quantidade e qualidade para atendimento aos
maiores centros urbanos, incluindo a sede municipal e seus principais distritos.
Vale salientar que as proposições estruturais para incremento da oferta hídrica
foram baseadas em estudos já realizados por instituições governamentais nas
esferas federal, estadual e municipal, concordando que as alternativas viáveis
são poucas e bem conhecidas do poder público e da própria população
municipal.
Dentre as intervenções prioritárias ao nível municipal e regional destaca-se a
necessidade de construção do açude Capitão Mor, estudado pela Secretaria
dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará em 2003, que mais do que
duplicaria a disponibilidade hídrica municipal garantindo água em quantidade e
qualidade para abastecimento da sede e dos maiores distritos situados na
região mais populosa e desenvolvida do município.
Da mesma forma o açude Lagoa Nova, projetado pelo DNOCS em 1992 seria
essencial para abastecer o distrito de Carnaubinha, o mais populoso situado na
370
região norte do município. Tais projetos, considerando a implantação integrada
das respectivas adutoras de abastecimento exigiriam recursos da ordem de R$
15.672.109,58.
O PAM, desta forma, sinaliza para investimentos globais da ordem de R$
16.328.873,91, consideradas todas as intervenções prioritárias. Levando-se em
conta que este valor representa cerca de 40% do PIB do município e 96,4 % da
receita bruta anual de seu orçamento fiscal, fica claro que haveria necessidade
de aporte de recursos oriundos de fontes exógenas ao fisco municipal, tal como
seria de se esperar da maioria dos municípios do semi-árido nordestino.
No entanto, o presente PAM cumpre o papel de revelar que é necessário se
estudar a problemática do abastecimento hídrico das comunidades urbanas e
rurais dos municípios do semi-árido considerando a dimensão real do problema
com base em um diagnóstico local ao nível de comunidade para que se possa
aquilatar com relativa precisão as necessidades de intervenção verdadeiras
para alicerçar um planejamento racional e efetivo.
371
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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