Roteiro

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Roteiro
II Encontro Presencial na Diretoria de Ensino
Área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (LCT):
Arte
Educação Física
Língua Inglesa
Língua Portuguesa
Recursos: Computador com acesso a internet, impressão com orientações para o cursista.
A área de LCT e a relevância do encontro entre disciplinas
Apresentação do trabalho coletivo na DE.
Apresentação das propostas de trabalho escrito por disciplina.
Discussão de dúvidas e encaminhamentos.
Objetivos:
Promover a reflexão sobre:

As possibilidades de integração interdisciplinar na área de LCT;

os mecanismos de leitura interpretativa de textos multimodais que se valem de diferentes
linguagens em seu funcionamento;

os processos presentes na produção de objetos artísticos envolvendo a linguagem corporal
(dança, performances, teatro etc.);

as relações multiculturais no mundo contemporâneo.
Proposta de trabalho coletivo
1. Apresentação de documentário do “Globo Repórter” sobre o Projeto Dança
Comunidade, de Ivaldo Bertazzo, e o espetáculo “Samwaad – Rua do Encontro”.
(10 minutos)
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=JZC_yi932Ls . Acesso em: 13 fev 2012.
2. Discussão do documentário a partir de questões como: (40 minutos)
a) Qual a importância do trabalho com arte e corpo na educação, protagonismo e
proteção dos jovens, em especial na periferia dos grandes centros urbanos?
b) Por que esse tipo de trabalho é feito principalmente por organizações da sociedade
civil (ONGs, em geral) e não pela escola?
c) O que impede a escola de propor trabalhos semelhantes?
d) Segundo o vídeo, quais conteúdos de cada uma das disciplinas da área de LCT são
trabalhados no Projeto?
e) Você concorda ou discorda da afirmação de Bertazzo de que ”este jovem tem um
ensino público deficiente”, se comparado à educação proporcionada pelo Projeto? Em
que sentido?
f) Quais os conhecimentos multiculturais proporcionados pelo Projeto? Em sua opinião,
isso é importante para a educação da juventude? Por quê?
3. Apresentação do espetáculo na íntegra aos cursistas. (60 minutos)
Links para as partes do espetáculo:
Parte1: http://www.youtube.com/watch?v=0ixCNWcNIgk. Acesso em: 12 fev. 2012.
Parte 2: http://www.youtube.com/watch?v=VciZ9udwAyI. Acesso em: 12 fev. 2012.
Parte3: http://www.youtube.com/watch?v=EnQZ7hgmSVo. Acesso em: 12 fev. 2012.
Parte 4: http://www.youtube.com/watch?v=wvX4_ftJRpc. Acesso em: 12 fev. 2012.
Parte 5: http://www.youtube.com/watch?v=HWWKSC6r6qg Acesso em: 12 fev. 2012.
Parte 6: http://www.youtube.com/watch?v=EnrTfEJ-dtM. Acesso em: 12 fev. 2012.
Parte 7: http://www.youtube.com/watch?v=R3o8ITAuIcI. Acesso em: 12 fev. 2012.
4. Intervalo. (15 minutos)
5. Apresentação de trechos do espetáculo para posterior análise. (5 minutos)
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=7sSan704qAc. Acesso em: 12 fev. 2012.
6. Questões para discussão dos trechos (re)vistos: (30 minutos)
Nos trechos vistos:
a) Que ritmos ou gêneros musicais você consegue identificar?Originários de que culturas?
b) Quais os instrumentos musicais principais?
c) Quais estilos ou gêneros de dança você consegue identificar? Originários de que
culturas?
d) Que tipos de movimentos corporais esses estilos ou gêneros de dança envolvem? Você
consegue descrevê-los, ainda que de forma impressionista?
e) Como a dança se integra aos ritmos e aos gêneros musicais?
f)
Você acha que alguma dessas culturas predomina? Qual? Justifique.
7. Instruções para o trabalho escrito (por disciplina). (10 minutos)
a) Distribuir as instruções aos cursistas por disciplina.
b) Esclarecer dúvidas sobre as instruções coletivamente.
c) Fornecer as instruções e prazos para a postagem dos trabalhos.
d) Avaliar brevemente a atividade
Links para textos sobre o projeto ou espetáculo
BENVEGNU, Marcela. Na ponta do Pé,
http://www2.uol.com.br/tododia/ano2004/novembro/021104/marcela.htm
Acesso em: 13 fev. 2012
BERTAZZO, Ivaldo. Samwwad – Street of Encouter, http://hollanddance.plant.nl/hdf273.php
Acesso em: 13 fev. 2012
ROCHA, Janaina.Reportagem: encontro das almas.
http://www.fpa.org.br/o-que-fazemos/editora/teoria-e-debate/edicoesanteriores/reportagem-encontro-com-danca
Acesso em: 13 fev. 2012
Link para o choro de Jacob do Bandolim (Santa Morena) como ele é
http://www.youtube.com/watch?v=mvI4WpRBvc4
Acesso em: 13 fev. 2012
ATIVIDADES ESPECÍFICAS DE CADA DISCIPLINA
ARTE
Partindo de uma das concepções contemporâneas de arte/educação, apreendendo
“arte como cultura” e “educação para a cultura visual” (ver COUTINHO, R. Ensino da arte no
Brasil: aspectos históricos e metodológicos. São Paulo: REDEFOR/PLATAFORMA AVA M1_D2,
2010), elaboramos este roteiro com o objetivo de motivar um exercício crítico-reflexivo sobre
problemas pertinentes ao relacionamento entre arte, educação e cultura.
Estando esse nosso exercício pautado pela ideia de uma arte/educação aberta à
cultura visual, optamos por tema de estudo e análise a própria reportagem sobre o espetáculo
“Samwaad – Rua do Encontro”, de Ivaldo Bertazzo, veiculada pelo programa “Globo Repórter”
(http://www.youtube.com/watch?v=JZC_yi932Ls. Acesso em: 14 mar. 2011).
Iniciaremos esse exercício pela observação e registro de ideias, associações, reflexões,
impressões suscitadas ao assistir e ouvir a essa reportagem. Para tanto, sugerimos o seguinte
procedimento:
1. Assista à reportagem integralmente e faça anotações sobre a composição das imagens,
atentando para o recorte criado pela câmera, sobre a sua sequência criada pela edição e mais
o texto relacionado a cada imagem.
2. Repita a reportagem sem som, para que sua atenção se volte especificamente para as
imagens. Continue suas anotações, agora também direcionadas pela seguinte questão: qual a
história sugerida por essa sequência de imagens? Esse arranjo nos induz a alguma ideia? Qual?
3. Agora ouça apenas o som, a voz do narrador – o repórter – e dos entrevistados. Ouça com
atenção a fala de cada um deles, o texto de cada um deles e o arranjo, a edição desse texto.
Continue suas anotações, agora norteadas pela seguinte questão: qual a história sugerida por
essa sequência de textos (sons e falas)? Esse arranjo nos induz a alguma ideia? Qual? Selecione
e registre algum dos textos que lhe chamaram a atenção.
4. Por fim volte a assistir à reportagem, observando a relação entre texto e imagem. Além de
outras anotações, observe se houve alguma mudança de sua recepção entre o primeiro
contato com a reportagem e esse último. Registre.
Durante esse processo de observação, registre trechos da reportagem para servir
como subsídios aos seus argumentos, se considerar necessário.
Após a realização desse minucioso processo de observação, elabore um texto crítico,
de no máximo duas laudas, sobre a reportagem e o projeto apresentado, relacionando-o com
o processo de ensino e aprendizagem da arte, a partir da reflexão sobre as seguintes questões.
Use como subsídio para suas reflexões os textos das M1_D1, M1_D2 e M2_D3.
1. A reportagem identifica os jovens que participaram desse projeto como moradores da
“periferia”. Jovens, que segundo um dos entrevistados, seriam ajudados a desenvolver uma
“leitura mais adequada de sua vida, da sua realidade”, podendo, pelo que aprenderiam,
“alterar”, “melhorar”, “desenvolver” essa “realidade”. Mas lá, na “periferia”, também existem
“pessoas de futuro”, segundo um de seus moradores. O que a palavra “periferia” nos sugere?
Qual ou quais sentidos ela carrega quando usada em nossa rotina? Poderíamos entendê-la
como uma classificação no sentido exposto por José Leonardo do Nascimento em seu texto
“Arte como cultura: concepções e problematizações”?
2. A palavra Samwaad, dentre outros sentidos, significa “diálogo”. Podemos identificar um
“diálogo” entre os jovens que participaram do projeto, com suas referências culturais e a de
seus idealizadores? Podemos identificar um processo de inter-relação e integração cultural
nesse espetáculo?
3. Pautando-se no trecho referente ao texto de Luiza Christov (ver CHRISTOV, L. Repertório dos
professores em formação. São Paulo: REDEFOR/PLATAFORMA AVA M1_D1, 2010), sobre as
ideias de Paulo Freire, podemos concordar com a afirmação de que abrimos portas para o
aluno recuperar o “tempo perdido de aprendizado”?
4.“Esse jovem precisa conhecer outras culturas.” E as “outras culturas” também não
precisariam conhecer a “cultura” desse jovem?
5.“O ‘peguinha’ é a arte, mas o que está por trás é que é fundamental.” Por esta frase,
Bertazzo expõe o objetivo educacional implícito em Samwaad. De acordo com Ana Mae
Barbosa (COUTINHO, R., 2010), o ensino e aprendizagem da arte se efetivariam, pela
articulação entre a produção do aluno, a análise e contextualização dessa mesma produção ou
de outras. Você identifica Samwaad como um projeto apropriado a um processo de ensino e
aprendizagem da arte? Reflita sobre esta questão, pautando-se em sua concepção de
arte/educação, bem com nessa defendida por Ana Mae Barbosa.
Links Indicados:
Para saber sobre projetos realizados em “periferias”.
O primeiro foi realizado sob apoio do projeto denominado “Samvad Community Video Unit
Aims”: http://www.youtube.com/watch?v=CkwFatKBfTI&feature=related
Sobre o projeto “Samvad Community Video Unit Aims”:
http://www.saath.org/saath/index.php?option=com_content&view=article&id=49&Itemid=83
1ª Etapa:
- Observação e análise da reportagem:
1.1.
Assista à reportagem http://www.youtube.com/watch?v=JZC_yi932Ls (9 minutos
e 38 segundos)
1.2.
Faça anotações enquanto assiste (impressões, ideias, relações, trechos da
reportagem)
1.3.
Assista à reportagem sem som (9’38”)
1.4.
Faça anotações enquanto assiste (impressões, ideias, relações, trechos da
reportagem sobre a edição de cada imagem e de sua sequência)
1.5.
Ouça a reportagem sem imagens (9’38”)
1.6.
Faça anotações enquanto ouve (impressões, ideias, relações, trechos do que ouviu
do narrador e dos entrevistados)
1.7.
Assista à reportagem na íntegra novamente (9’38”)
1.8.
Faça anotações enquanto assiste (impressões, ideias, relações, trechos do que
ouviu do narrador e dos entrevistados)
2ª Etapa:
- Elaboração do texto INDIVIDUAL:
Elabore individualmente um texto crítico (máximo duas laudas em Word. doc) sobre a
reportagem. Use como subsídios para esse texto suas observações, o debate sobre as cinco
questões, os textos da M1_D1, M1_D2 e M2_D3.
2.1.
Poste seu texto com o título AP_31_3_TEXTO em seu portfólio individual até as
23h59 do dia 08/04/2012.
2.2.
Poste
suas
anotações
(itens
1.2.;
1.4;
1.6.
e
1.8)
com
o
título
AP_31_3_ANOTAÇÕES em seu portfólio individual até as 23h59 do dia
08/04/2012.
EDUCAÇÃO FÍSICA
No Módulo 2 de nosso curso, uma das disciplinas trabalhadas é Atividade
Rítmica/Dança, que abordou o Ritmo, no Tema 1; a Expressão Corporal, no Tema 2; e a Dança,
no Tema 3. Esperamos que ela tenha sido útil para estimular o trabalho escolar de Educação
Física para além das modalidades esportivas, conteúdo muitas vezes hegemônico nos
programas da disciplina. Esperamos que você tenha se sentido motivado a tematizar a dança
nas suas aulas, uma vez que ela se constitui como conteúdo clássico da área e compõe a
chamada Cultura de Movimento.
Neste Encontro Presencial, você pôde conhecer – ou rever – o belo espetáculo de
dança “Samwaad – Rua do Encontro”, criação de Ivaldo Bertazzo. Nossa proposta específica de
Educação Física pretende utilizar os conhecimentos desenvolvidos na disciplina Atividade
Rítmica/Dança para uma análise de um trecho do espetáculo apresentado.
Para isso, pedimos, inicialmente, que você recupere os conceitos de Rudolf Laban,
desenvolvidos principalmente no Tema 3 da disciplina. Esses conceitos também estão
presentes nos Cadernos do Professor (5ª série, volume 4, e 1ª série do Ensino Médio, volume
2). Rudolf Laban explicita que a dança é composta por unidades, que nada mais são que ações
corporais como andar, correr, rolar, sacudir, balançar, agachar, rodopiar, saltar, saltitar, abrir,
fechar etc. etc. Note que essas ações corporais não são específicas da Dança, mas que, quando
permeadas por fatores de movimento, acabam tendo um significado e um sentido estético.
Laban define quatro fatores de movimento: tempo, espaço, fluxo e peso.
1. Num primeiro momento, pedimos que você realize, considerando os conceitos de Laban,
uma análise do trecho do espetáculo “Samwaad”, logo no início do mesmo, em que um
dançarino brasileiro e uma dançarina hindu simulam uma dupla de portabandeira/mestre-sala ao som característico de uma batucada. Reveja esse trecho através
do link http://www.youtube.com/watch?v=fKq8mDwBnlc. Quais ações corporais são mais
utilizadas? Quais as diferenças em termos de ações corporais entre o bailarino e a
bailarina? O que se evidencia em ambos em termos de ações corporais? Como os fatores
de movimento se apresentam na coreografia dos bailarinos nesse trecho analisado? Quais
significados são intensificados a partir dos fatores de movimento utilizados? Como o uso
de alguns fatores de movimento gera determinadas intenções aos movimentos?
2. Num segundo momento, agora considerando a Dança, não como espetáculo artístico, mas
como conteúdo da Educação Física Escolar, como você poderia utilizar essas categorias de
Laban para trabalhar com a Dança nas suas aulas? Claro, ninguém pretende construir uma
coreografia do porte de “Samwaad” na Escola, até porque os objetivos são outros, mas os
escolares têm direito a um conhecimento sobre esse rico patrimônio cultural que é a
Dança. Discuta e justifique como, mantidas as devidas proporções, um trabalho de dança
pode fazer parte das atividades escolares, não só da disciplina Educação Física, mas como
atividade que congregasse outras disciplinas e outras áreas do conhecimento. Como os
conhecimentos próprios da Dança podem ser trabalhados na ação pedagógica da
Educação Física? Enfim, como a Dança pode ter lugar entre os conteúdos desenvolvidos
pela Educação Física Escolar.
Os textos devem ser feitos individualmente e devem ter entre 1 (uma) e 2 (duas) páginas,
espaço 1,5, letra 12. Não serão aceitos textos idênticos ou textos realizados em grupo. Os
textos devem ser postados no portfólio individual de sua turma (compartilhado apenas com os
formadores) na disciplina FF004 Atividade Rítmica/Dança até as 23h59 do dia 07/04/2012.
LEM – INGLÊS
Atividade de leitura em inglês como língua estrangeira, inspirada pelos vídeos da reportagem
do “Globo Repórter” e das cenas do espetáculo de dança.
Esta atividade deverá ser realizada seguindo-se as etapas a seguir:
ETAPA 1:
- Assistir ao vídeo e discutir com os colegas no EP.
ETAPA 2:
-Leitura individual do texto:
“Volunteer in Brazil-Further Details”
http://www.workingabroad.com/page/192/volunteer-brazil-details.htm. Acesso em: 20 mar.
2012.
- Faça uma primeira leitura vertical do texto para apreender os pontos principais.
- Em seguida, leia mais detalhadamente uma ou duas seções de seu interesse.
ETAPA 3:
- Produção individual de texto dissertativo a ser digitado e postado no portfólio individual em
arquivo do Word, anexado, seguindo a formatação sugerida no Manual do Cursista. Use no
máximo uma lauda.
Para a produção do seu texto, selecione pontos relevantes da discussão sobre o vídeo
assistido no II EP, aspectos interessantes do texto lido e, a partir daí, elabore um texto
argumentativo, em português ou inglês, que inclua também sua experiência como professor
de Língua Inglesa em escola pública.
Apresente um texto livre de tradução, com suas próprias palavras.
Uma vez que, ao lermos, sempre estabelecemos relações intertextuais entre o que
lemos e a nossa realidade, e que, consequentemente, reagimos naturalmente às informações
que encontramos, é importante que você inclua no texto comentários que reflitam alguma
reação crítica que a leitura e o vídeo lhe tenham suscitado.
PRAZO DE POSTAGEM: 15/04/2012
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Reveja a reportagem do “Globo Repórter” sobre o Projeto “Dança Comunidade”,
idealizado e liderado por Ivaldo Bertazzo (coreógrafo e dançarino). Acesse o link:
http://www.youtube.com/watch?v=JZC_yi932Ls.
2. Nessa reportagem, você viu o interessante e importante trabalho de Bertazzo com a
periferia, capaz de resgatar identidade, protagonismo e cidadania dos jovens, assim como
sua sensibilidade artística e seu acesso a bens culturais valorizados (língua padrão, música,
dança, história da dança etc.).
Viu que isso exige um trabalho interdisciplinar entre Educação Física (corpo), Arte (dança,
música) e Línguas/Linguagens (língua portuguesa, línguas estrangeiras).
3. No entanto, o que mais nos interessa aqui é como esse espetáculo se traduz em termos de
“discurso”. Ou seja: como a função-autor imagina o efeito-leitor para a produção dos
efeitos de sentido do espetáculo, conteúdos que você trabalhou neste M2, na disciplina
LP004 – Autoria, efeito-leitor e gêneros de discurso.
4. Revendo a reportagem da Globo e lendo o texto “Samwaad”, de Marcela Benvegnu
(http://www2.uol.com.br/tododia/ano2004/novembro/021104/marcela.htm), você terá
alguma ideia das condições de produção desse espetáculo de dança.
5. Agora, queremos que você se volte para o “enunciado ou texto”, isto é, para as cenas do
espetáculo de dança que selecionamos (recortes de trechos) para seu deleite. Acesse o
vídeo no link http://www.youtube.com/watch?v=fKq8mDwBnlc. São três cenas:
a) a cena inicial, em que um dançarino brasileiro e uma dançarina hindu
simulam/replicam uma dupla de porta-bandeira/mestre-sala ao som de uma
supercomportada e minimalista “batucada”;
b) a interpretação performática do chorinho de Jacob do Bandolim, “Santa Morena”, pela
mesma dançarina hindu e dois bailarinos brasileiros; e
c) uma batucada sem aspas ou minimalismo, interpretada no corpo pela mesma
dançarina indiana (Sawani Mudgal).
6. Como você pôde saber pelos textos escritos, a coreografia de Sawani Mudgal foi feita pela
famosa e principal dançarina e coreógrafa indiana Madhavi Mudgal e o conjunto
coreográfico e musical foi pensado por Bertazzo (coreografia) e seus parceiros, dentre eles
Benjamin Taubkin (música).
7. Pois bem, vejamos uma primeira interpretação discursiva dessas cenas do espetáculo:
a) A supercomportada e minimalista “batucada” que dá suporte a uma híbrida encenação
de uma porta-bandeira e seu mestre-sala começa com uma estranha percussão (que tem
tudo, até cuíca, mas muito lento – stacatto), cuja marcação principal é dada por uma nota
que se repete na cítara e que é secundada pelos instrumentos de percussão. Isso torna a
batucada, uma batucada “indiana” (lenta e levada pela cítara ao invés de pelo surdo ou
outro tambor qualquer). Sobre esse fundo musical, os bailarinos estabelecem um tenso
diálogo corporal “face a face”: cada um a seu turno, alternam a malemolência do samba
no pé (do mestre-sala, com seus gestos típicos) e os controlados e estudados gestos da
dança indiana da porta-bandeira. Ele faz que faz (abre-alas, faz mesura), mas ela não
corresponde como seria de se esperar de uma porta-bandeira (claro!). Ele cede um pouco:
torna seus gestos um pouco “mecânicos”. Ela, não: obedece sempre às restrições da dança
hindu. Podemos ouvir, a essas alturas, o tenso diálogo até entre os instrumentos: seis ou
sete compassos de cítara, seguidos, na ordem, de tamborim, caixa, cuíca, um de cada vez.
Até 1’:13”, onde tudo para e, ainda face a face, os dois se encaram por três ou quatro
segundos, bem de perto (confronto?). A seguir, ela cede e, finalmente, faz a roda que se
espera de uma porta-bandeira, sem, no entanto, abandonar os gestos hindus. Lentos,
estudados. A batucada se instaura, mas o corpo não a segue.
 O figurino do “mestre-sala” é um caso à parte nessa coreografia: embora possa
perfeitamente ser visto como um traje tão hindu quanto o dela, faz remissões e
interdiscursos múltiplos com a africanidade e a brasilidade: por que não posso
interpretar seu adereço de cabeça como um cocar indígena? Sua calça como a de
um escravo africano? As cores do figurino contribuem também.
 Muito bem: a esta roda de porta-bandeira/mestre-sala se segue a saída de cena
para a sombra. Quem sai por último (quem fala por último, fala melhor)? Ela.
b) “Santa Morena”, o chorinho: a cultura hindu impera absoluta no início: na dança e na
música (voz, cítara e teclado típicos), até 2’;24”, quando a voz começa a entoar a melodia
de “Santa Morena”, mas com refrações indianas. Aos 2’:56”, o teclado domina a melodia
de “Santa Morena”, seguido de um sopro: entram os bailarinos brasileiros, dançando
gestos hindus. Aos 3’:54”, o tamborim e o pandeiro inserem o choro tal qual ele é: mas a
dança resiste – do começo ao fim, os gestos e os corpos são hindus, embora o choro de
Jacob do Bandolim corra solto. Pense na dificuldade desses meninos brasileiros não se
renderem à malemolência do choro e na dificuldade dessa indiana em seguir nossa
percussão e divisão sincopada.
c) Isso fica visível, quando a batucada impera na última cena.
8. Posta esta interpretação, com a qual esperamos que você dialogue, apresentando a sua, a
pergunta, para sua Dissertação (individual) de no máximo duas páginas, é:
Nessas coreografias (que incluem a música, a dança, os figurinos e a ocupação dos espaços
de cena), qual “voz” fala mais alto? Que cultura é priorizada e se reafirma? Como você
usaria os conceitos de autoria/função-autor, efeito-leitor e efeito de sentido para explicar
esse discurso?
Escreva sobre isso, buscando recuperar os três conceitos mencionados no conteúdo da LP004.
9. Poste sua dissertação no seu portfólio individual, nas duas disciplinas:
LP003 – até 09 abr 2012, 23h59
LP004 – até 10 abr 2012, 23h59
Links indicados:
1. Link para a reportagem do “Globo Repórter”:
http://www.youtube.com/watch?v=JZC_yi932Ls. Acesso em: 05 fev. 2011.
2. Link para as cenas analisadas: http://www.youtube.com/watch?v=fKq8mDwBnlc. Acesso
em: 05 fev. 2011.
3. Link para o choro de Jacob do Bandolim (“Santa Morena”) como ele é:
http://www.youtube.com/watch?v=mvI4WpRBvc4 . Acesso em: 05 fev. 2011.
4. Links para o(s) texto(s) – sendo o segundo opcional:
http://www2.uol.com.br/tododia/ano2004/novembro/021104/marcela.htm (principal)
http://www.fpa.org.br/o-que-fazemos/editora/teoria-e-debate/edicoesanteriores/reportagem-encontro-com-danca (de apoio)
GRADE DE CORREÇÃO
1. O texto retoma os conceitos da LP004 mencionados na instrução? (2,5)
2. O texto relaciona tais conceitos às cenas do espetáculo sob análise? (2,5)
3. As citações e palavras alheias estão bem marcadas ou parafraseadas no texto? (2,0)
4. O texto obedece à forma de composição e ao estilo da dissertação acadêmica? (2,0)
5. O texto obedece às normas da escrita padrão do português? (1,0)

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