Lançamento do Anuário Brasileiro de Vela Jorge Zarif é campeão

Transcrição

Lançamento do Anuário Brasileiro de Vela Jorge Zarif é campeão
ALMANÁUTICA
PRA QUEM TEM O MAR NA ALMA E QUER MAIS CONTEÚDO!
Informativo Brasileiro de Náutica e Esportes do Mar – Ano IV – nº 23 – março/abril 2016
www.almanautica.com.br
ISSN: 23577800 23
Leia nesta edição:
Lançamento do Anuário Brasileiro de Vela
Jorge Zarif é campeão Brasileiro da Classe Finn
Holding Tanks e Degradadores: Saiba tudo sobre eles
Cruzeiro inédito pelos canais dos EUA com um catamarã
!!!
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a
Novas parcerias do Almanáutica: Mais pra você
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Em
ALMANÁUTICA
2
Murillo
NOVAES
EDITORIAL
Bons Ventos...
B
ons ventos a barla para o nosso Almanáutica, seus leitores
e parceiros. Nesse janeiro e
fevereiro foram três parcerias
fechadas com nosso querido jornal.
O Grêmio de Vela da Escola de
Oficiais da Marinha (GVEFOMM), o Yacht
Club Paulista (YCP) e o Estaleiro Flash
(veja as matérias detalhando as parcerias
nesta edição). Esse fortalecimento de marcas de mão dupla, apoiado nos respectivos
trabalhos somam-se para – certamente –
construir mais e melhor para todos os que
usufruem de nossos produtos e serviços.
Com a EFOMM e o YCP, nossos
leitores e os membros das instituições terão
mais notícias de qualidade e todos teremos
maior visibilidade. A parceria com a Flash
propicia a quem quer velejar na Guarapiranga (por enquanto só lá...) um serviço
inédito e de muita qualidade.
Na outra via dessa estrada de
água e vento, nossa penetração junto aos
leitores é cada vez maior e com mais qualidade, considerando os contatos e sugestões mais frequentes a cada edição, bem
como os elogios e comentários positivos. O
resultado da pesquisa divulgado na edição
anterior (num 22) mostra que o caminho
está certo: De vento em popa...
Na área editorial, destaco o lançamento do Anuário Brasileiro de Vela, uma
iniciativa do nosso colunista Murillo Novaes (veja aqui ao lado e na página 11 mais
detalhes). Um material de qualidade que
faltava no Brasil, para registro - importante - da nossa história em termos de vela.
Fico me perguntando o quanto já perdemos
ao deixar de registrar: Pessoas, histórias,
resultados, projetos, fotografias. Já comprei
meus exemplares para guardar e presentear pessoas especiais...
Espero que você goste desta
edição, preparada com carinho. E lembre-se: Se quiser sugerir, elogiar, criticar ou
mandar alguma colaboração, estamos esperando: [email protected].
Bons ventos sempre!
Brasil 2016
Olá querido amigo e mais que
querida amiga de alma totalmente náutica,
findo o carnaval eis que nos encontramos
aqui em mais um começo de ano. E que
ano!! Este promete!!
Se já não bastassem todas as
ameaças externas, do lixo plástico flutuante que forma verdadeiras ilhas de dejetos
nos oceanos e sufoca toda a vida marinha ao famigerado Estado islâmico e seus
trogloditas assassinos (mais como adjetivo
mesmo e com a devida vênia dos verdadeiros trogloditas que, guardada a distância
temporal, até eram bem civilizados em suas
cavernas), dos asteróides que passam raspando em nossa frágil espaçonave Terra à
eleição de Ronald McDonald Trump para
comandar o maior arsenal do planeta, ainda temos aqui em Pindorama a recessão, a
inflação, a corrupção, a desinformação e a
mosquita, da zika microcéfala, da incompetência acéfala e de outras moléstias. Como
diria Zé Baiacu em sua infinita sabedoria:
carái, tá flórida!
Mas como nem só de más notícias
vive a humanidade, afinal existe a Luana
Piovani, o sorvete de graviola e a Estação
Primeira de Mangueira, vamos seguindo a
procissão porque o show não pode parar. E
nas águas de todo o mundo não para mesmo! Ainda bem! De pequenos monotipos
a tipos mais radicais de naves a vela, os
ventos generosos de Éolo e outros deuses
sempre sopram. E o que se vê – graças!
–, são imagens de rara beleza e harmonia
em meio ao caos que virou a humanidade
(se é que a coletividade de homo sapiens
que grassa nestas plagas ainda merece a
alcunha). Vamos por aí porque a parcela
brasuca desta epopeia aquática tem sido
bacana!
Este 2016, como a onipresente
mídia de massa não nos deixa esquecer,
é ano de olimpíadas. E para boa parte do
Ricardo Amatucci - Editor mundo da vela é o momento mais alto do
nosso desporto/paixão/vício. Como já dito
aqui neste espaço na última missiva, nossa
equipe está formada, bem formada, e as
esperanças de sucesso são grandes.
Para todos aqueles que me perguntam sobre nossas reais chances na poluta e, por vezes, fétida, Guanabara sempre respondo o mesmo: acho que Robert
Scheidt (Laser), Martine Grael e Kahena
Kunze (49erFX), Fernanda Oliveira e Ana
Barbachan (470 Fem.) tem boas chances
de medalha. Jorginho Zarif (Finn), Ricardo
“Bimba” Winicki (RS:X Masc.) e Pat Freitas
(RS:X Fem.), se estiverem focados e tranquilos, também. Henrique Haddad e Bruno
Bethlem (470 Masc.), Marco Grael e Gabriel Borges (49er), Samuel Albrecht e Bel
Swan (Nacra17) e Fernanda Decnop (Laser
Radial) podem surpreender em uma semana inspirada e com alguma derrapada dos
favoritos.
Ou seja, há muito não se vê um
time olímpico de vela tão bom e bem preparado quanto o de 2016. Ponto pra CBVela, pro COB e os patrocinadores. A aposta
é alta, mas as chances são reais. Que ve-
nham os jogos!
Outro
motivo de orgulho
para os velejadores brasileiros (e
de alguma esperança par este
combalido jornalista açoitado diuturnamente pelas
notícias mais escabrosas de nossa
contemporaneidade) se deu na
atlântica travessia
da Transat Jacques Vabre no final do ano passado. Pela primeira
vez em nossa história oceânica uma dupla O Anuário Brasileiro de
tupiniquim participou de uma prova de alto Vela 2015 já está a venda:
nível da modalidade de vela conhecida em www.anuariobrasileirodevela.com.br
inglês como shorthanded (ou seja, a poucas mãos, em duplas ou solitário). E foram
Murillo Novaes é jornalista especializado em
muito bem!
náutica. Mantém o blog www.murillonovaes.com
Meu mestre e ídolo, Eduardo Pe-
Crônicas Flutuantes
Macucos me mordam
Varamos a cerca, eu mais o primo Zóin –
alcunha causa de que usa óculos fundo de
garrafa, o primo – c’os bodoques no pescoço e os embornaizinhos cheios de rebelotes – palavra esquecida da infância para
umas pedrinhas arredondadas catadas mais
era em beira de corgo, parecendo feitas
para encaixe perfeito no courinho do estilingue – para derrubar uns macucos que,
tardezinhas, sentavam naquele jambolão lá
no mangueirão do João do Luca. Homem
rude e bom o do Luca, exímio machadeiro
– tempo de lenhas – envergando eterno par
de borzeguins sem meias palmo abaixo de
calças encardidas que há tempos poderiam
ter sido brancas; era quase completamente
surdo o do Luca. Para a mulher, Geralda, feita de rugas e ranhetice, era ouvir
a molecada e sair de casa com o porrete
feito dum cabo de machado, desprezado
há tempos pelo marido, que ficava bastante
escondido por detrás do armário da cozinha
de paredes escurecidas por picumãs antigos. Emputecia dum tanto!, a Gerarda, que
era como a gente de lá diziam, e vinha em
direção à gurizada, empunhando o porrete
e arrotando baixos calões... era o ponto
alto da caçada.
Aquele cabo de machado era dum que o do
Luca usara para matar um Francelino Biguá
em disputa de cercas. Esse Biguá, já devidamente defuntado, foi enterrado detrás
dum matacão bem ali por onde começava
o bambuzal, sendo que o assassino, em
astúcias, observou cuidados de acomodar
junto ao cadáver a arma do crime, nada,
todavia, escapando de Gerarda que, observado uns tempos – coisa siô! –, foi, sorrateira, desenterrar a ferramenta pra pegar
só o cabo. Cria ela que, tendo sido usado
para o quê foi, tinha maiores poderes nas
horas agás de necessidades... ainda que
por cima fora confeccionado num pau de
matacalado. A fama porrete funcionava e
a molecada, no mais das vezes, era posta
dali às carreiras.
nido, ouro em Moscou 1980 no 470, junto
de Renato Araújo, a bordo do Classe 40
“Zetra”, chegou em um honroso e histórico
sexto lugar. Desde Le Havre até a nossa Itajaí (já consolidada como destino de
grandes regatas) foram milhares de milhas
de perrengues e desafios constantes. E
nossos heróis não se abateram! Altivos e
sagazes cruzaram a linha com o sorriso
que só os malucos daqui deste país tropical têm!! Parabéns ao Renato! Arrebentou!
Ave, Edu!! Quando crescer quero ser igual
a você!!
Por fim, faço um apelo. Estamos
lançando, com o patrocínio da Mitsubishi e
o generoso auxílio do nosso sempre presente e disposto a tudo pela vela nacional
Eduardo Souza Ramos, uma nova publicação que espero tenha vida longa. O Anuário Brasileiro de Vela. Vai ser um “livro”
anual de alto nível, em edição premium de
luxo, que vai reunir em 256 páginas todos
os resultados, com belas fotos, mapas e
súmulas, das principais regatas do Brasil e
do mundo no ano passado. Teremos ainda um super especial com tudo sobre
o Rio2016 e sobre a
nova coqueluche da
vela de alto desempenho: os fólios.
No final, um pequeno diretório com
os melhores prestadores de serviços
para veleiros no país.
Para dar certo
temos que vender,
no mínimo, 2500
exemplares.
Participe e ajude
e compre o seu!
Obrigado!
Coluna do escritor José Paulo de Paula
aranha; covardia minha, da grossa! Sucedeu, ademais, nesse caso, por descuido
imperdoável no reparo de acontecimentos
ao derredor, que tinha por ali uma vaquinha, pequenininha, um nadica de rês, já
cismada de nascença que, destrambelhada que era, levava por graça Saidafrente.
No meio da animalada era a única parida
de dias. Seja então!; investiu de guampas
arriadas, cabeceando em desordem. Sorte
foi a bichinha, apesar de mestiçagem indefinida, ter queda mais para o Gir, raça
afamada de mansa, orelha retorcida, couro
chitado, testa redonda com os cornos virados assim, mais para trás, fosse nelore...
sei não! Mesmo, foi que houve marrada
certeira bem nos quartos traseiros do primo, jogando-o direto à casa de saúde das
freiras lá do convento. Foi costurado por
um Dr. Mizael de não-sei-que, único doutor médico naqueles tempos em Boca do
Guajapirá, cidadezinha crescente em progressos, atravessada pelo corgo São Gonzalo do Pretim, isso entre outras maiores e
menores qualidades.
Pois seja!, naquele dia Zóin, na alegria
da fuga, enroscou-se no farpado da cerca e careceu momentos de ajuda, ficando Por conta da falta de prática em suturas,
lá pendurado como mosquito em teia de garrafadas e outros arranjos do charlatão,
Zóin, hoje taludo, já passado dos cinquenta, anda ainda feito fosse meio manco, repuxando a perna esquerda tal e qual ganso
com frieira. Uma ou duas vezes ao ano
sai à procura de macucos, cada vez mais
difíceis de serem achados.
PS: Inicialmente não pensei neste pósfacio,
mas ando (sempre fui) cada vez mais interessado nas relações, melhor dizendo, paixões dos homens... e mulheres... e todos
os outros gêneros atualmente em exercício,
principalmente a paixão por objetos flutuantes levados pelo vento. Portanto, essa
crônica, modesta e nada náutica cuja musa
passeou lá pelos meus tempos de criança
idos e acontecidos no nariz das Minas Gerais, aparece aqui apenas como uma parábola ligeiramente divertida na tentativa de
iniciar um marketinzinho ao meu próximo
livro de nome “MAR CABOCLO” que reunirá contos e crônicas da beira mar e do
sertão das Gerais e, dia desses qualquer,
deverá ser lançado por aí... ao vento.
José Paulo é biólogo, artista plástico, capitão amador, violeiro, cervejeiro artesanal e autor dos livros
“É proibido morar em barco” e “Divã Náutico” que
podem ser encomendados em [email protected]
Umas e
Outras
Histórias de um navegante im pre ciso
3
Eduardo Sylvestre
Campeonato Mundial da Juventude,
Para muitos uma experiência única!
a
lio Vian
Por Hé
Cobras a bordo
Vira e mexe sou contratado como skipper,
nome pomposo para o comandante que faz
quase tudo a bordo no lugar dos charteiros,
que alugam o barco. Nunca vi ninguém voltar
decepcionado – não por mim, é claro, mas
pelo programa em si, que é realmente bem
bacana.
O último charter foi com dois casais do sul,
mais a irmã de um deles. Apesar dos irmãos
terem uma lancha em Joinville, a turma nunca
tinha velejado, muito menos dormido em um
veleiro. No início as meninas ficaram ressabiadas quando proibi o uso de secador de cabelos
a bordo, mas depois elas entraram no clima.
No quarto dia amanhecemos numa poita na
praia da Tapera, na ilha Grande. Eu sempre
acordava com o cheirinho de café feito pelo
mestre Cuca de bordo, que era o primeiro
a acordar. Sentamos no cockpit, enquanto o
Cuca mexia em seus apetrechos de pesca, até
o outro tripulante acordar. Daí cedi o meu lugar pra fumar um cigarrinho na plataforma de
popa, quando escuto o recém-acordado soltar
um palavrão e falar baixinho: tem uma cobra
enrolada na catraca! Isto é um cinto de tecido
de uma das meninas, retruquei incrédulo. Tá
que pariu, é uma cobra mimetizada na escota
de bombordo, perto de onde estive sentado e
dormi parte da noite anterior!
Tripulação não entre em pânico! Fechei todas
as vigias e gaiútas do barco, o Cuca pegou o
croque e com cuidado enganchou a cobra e a
jogou no mar. A danada, que parecia ser uma
jararacuçu e devia ter pra mais de metro, saiu
nadando faceira com um palmo de corpo fora
d´água.
No café da manhã, no cockpit, o assunto foi
nossa visita indesejada e por onde ela teria
subido. Depois fui com os charteiros em terra à
cata de gelo. De repente as meninas começam
a berrar: a cobra voltou! No inicio achei que
elas estavam nos zoando por conta da demora, mas quando as vi fazendo movimentos
lentos e repetidos, de cima para baixo, com
os braços estendidos (que eu havia dito ser
o sinal para pedir socorro no mar) voltamos
voando para bordo.
E não é que a cobra voltou? Ela estava aninhada no banco do púlpito de popa. Começou
tudo de novo: fechamos o barco e o Cuca
jogou a peçonhenta no mar, que saiu nadando,
tentou subir sem sucesso pelo costado e foi
direto para o cabo da poita. Já estava a meio
caminho quando o Cuca novamente a jogou
no mar. Com a gritaria o pessoal que estava na ancoragem veio acudir e o Marcão, do
catamarã Anakã, a enxotou com o bote para
a margem.
O título acima parece de filme de terror, ou
história de pescador, mas não é. Eu não matei
a cobra pra mostrar o pau, mas a foto taí para
quem quiser ver:
Neste começo deste ano, tive o
privilégio de ser o técnico geral de vela no
Mundial da Juventude da Malásia. Foi a
primeira vez que um brasileiro foi convidado
para o cargo, e eu fiquei bastante honrado
e motivado para esta nova função.
Este foi sem dúvida o maior campeonato mundial de vela de todos os tempos, pois participaram 425 atletas e 120
técnicos de 76 países, batendo o recorde de participação.
Para o leitor entender como funciona
este mundial, todos
os velejadores ficam
em dois ou três hotéis bem pertinho do
centro nacional de
vela, com um hotel
central onde todos
tem acesso. O país
sede provê todo o
transporte(aeroporto/
hotel/eventos) e comida para todos. Na
Malásia tivemos 4
raias de regatas para
as classes: Windsuf Masc e feminino,
29er (M e F), Laser Radial(M e F), 420
(M e F) e F16 (Catamarã), ou seja, uma
semana intensa com muito trabalho e muita
vela. Por serem classes pré-olímpicas, é
neste campeonato que se destacam os futuros campeões olímpicos.
O sonho de muitos adolescentes
do mundo inteiro é participar deste evento,
pois podem ter muitos contatos e conhecer
velejadores de todo lugar, além de ser altamente competitivo.
Todos os velejadores se preparam
muito para este evento. Aqui no Brasil, por
exemplo, tivemos uma competição especialmente para a classificação dos melhores atletas, a Copa da Juventude, além de
clinicas realizadas pela CBvela.
O Brasil mandou uma equipe com
12 atletas e 3 técnicos. Como Técnico da competição, fui responsável
por todos os atletas que não trouxeram um
técnico de seu país (40 velejadores). No
ano passado tivemos 5 clinicas preparatórias que antecederam este campeonato,
uma em cada continente para ajudar a preparar velejadores que não possuem tanto
acesso a técnicos e treinamentos espe-
nhã, onde falo qual é a tendência da maré,
vento, ondas e coloco alguns desafios para
o dia.
No final do dia, sempre mostrava
um vídeo que filmava durante as regatas
e comentava algumas coisas observadas
como manobras, posicionamento, técnicas
de regulagens e checava se os objetivos
lançados pela manhã
haviam sido alcançados.
Fiquei muito
surpreso ao ver que
não só os velejadores que estavam
sem técnicos estavam participando dos
briefings e debriefings, mas vários outros
participavam todos os
dias.
Muitas das
equipes participavam
com seus técnicos e
interagiam bastante,
em média tínhamos
Foto: Christophe Launay
cíficos, os chamados “Países Emergentes
da Vela”(PEV). Tive a oportunidade de ser
um dos técnicos de laser de duas delas:
Antígua e Moçambique. Este programa foi
criado para dar uma chance a quem jamais
teria a oportunidade de participar de um
evento deste nível. Tanto por nível técnico como financeiro. Cada velejador recebe
ajuda com passagem, hotel, barco e técnico. Nestas clinicas os velejadores tem
a oportunidade de velejar com pessoas de
outros países, aprender técnicas novas e
trocar várias informações e experiências.
Programas como este, são patrocinados
pelo Comitê Olímpico Internacional(COI)
através do Solidariedade Olímpica.
Pois bem, uma de minhas funções era preparar todos os dias um “Briefing” pela ma-
de cento e cinquenta a duzentos participantes.
Muitos dos atletas destes países
emergentes nunca haviam viajado para fora
de seu país, outros nunca haviam velejado
numa flotilha maior que 20 barcos, e se
depararam com 80 barcos na raia.
Este programa do COI, trouxe
uma experiência única para muitos velejadores. Sei que para muitos outros acendeu
um sonho Olímpico que pode alcançável e
para alguns esta foi a experiência “Olímpica” de suas vidas.
Eduardo Sylvestre é Diretor do Programa
de Desenvolvimento da CBVela, Expert
da ISAF, técnico nível 3 da USSailing e
ISAF World Youth Sailing Lead Coach.
Dos Leitores
Novas parcerias do Almanáutica
Agradeço pela qualidade do material disponibilizado nas edições do Almanáutica.
No início de 2016 foram
São temas atuais e contemplam notícias
firmadas duas parceque outros meios não apresentam, com
rias institucionais com
informações de campeonatos estaduais,
o Jornal Almanáutica:
fatos pitorescos, etc. Parabéns! Gostaria
Yacht Club Paulista
de sugerir um tema de reportagem que
(Guarapiranga SP), e
é a questão da utilização de tanques de
GV EFOMM – Grêmio
retenção para esgoto. Tenho interesse no
de Vela da Escola de Formação da Marinha Mercante.
assunto, mas não tem muito material disO objetivo é o fortalecimento das respectivas marcas
ponível. Pontos como legislação, obrigatoe a vinculação das atividades de comunicação. Pela
riedade, modelos, funcionamento, eficácia,
parceria, o Jornal Almanáutica passa a ser o veículo ofietc, poderiam estar na pauta.
cial de divulgação do Yacht Club Paulista na divulgação
Abraços, Leo Petersen - Veleiro Mar&Mar
dos eventos, compartilhamento de mídias eletrônicas
(internet, Facebook) para datas, avisos, comunicados
Acabei de chegar em casa e ver que ene publicações de interesse do clube. E também será
tregaram a última edição! Fico feliz em ver
responsável pela divulgação dos eventos e participações do GV da EFOMM.
Para 2016 o YCP incluiu na Copa YCP a Classe HPE que agora deverá ter participação que veio num saquinho sem danificar a
assídua dos principais expoentes da vela brasileira, entre os quais André Fonseca, o capa! Guilherme Mendonça Gomes
Bochecha e Eduardo Souza Ramos. Em 2015 o clube trouxe Bruno Prada para o clube,
para fazer parte da Diretoria Institucional, além de Jorge Zarif – nosso representante nas Valeu, pessoal. Sugestão já acolhida nesta
edição e qualidade melhorando, sempre!
Olimpíadas Rio 2016 na Classe Finn, que treina pelo ICRJ e pelo YCP.
O Almanáutica
agora é o veículo
oficial do
Yacht Club
Paulista
Vocês, leitores, merecem! Obrigado.
Hélio Viana é cruzeirista de carteirinha, mora
a bordo do MaraCatu, leva a vida ao sabor dos
ventos e mantém o maracatublog.com
Almanáutica:
Jornalista Responsável: Paulo Gorab
Editor: Jornalista Ricardo Amatucci
MTB 79742/SP
ISSN: 23577800/23
Jornal bimestral, com distribuição nacional
Ano 04, número 23 março/abril de 2016
Depto. Jurídico: Dra. Diana Melchheier
Contato: [email protected]
Almanáutica é uma marca registrada.
Proibida a reprodução total ou parcial.
Visite nosso site: www.almanautica.com.br
Foto da capa:
A foto de Matias Capizzano mostra
o Mundial da Classe 470 realizada
na Argentina no final de fevereiro,
enquanto fechavamos esta edição
ALMANÁUTICA
4 A Bordo
Nova Diretoria no
Aratu Iate Clube
No último dia 19 de janeiro, o Conselho
Deliberativo do Aratu Iate Clube empossou a nova Diretoria do clube para o biênio
2016/2017, eleita pela Assembléia Geral
no mês de novembro de 2015.
A Diretoria é composta pelos seguintes
membros:
Comodoro: Wilder Gouveia Santos /MARACATU
Vice Comodoro: Clóvis Augusto Cabral /
ZEN
Diretor Secretário: Milton Fontes /TRIKSU
Diretor Administrativo-Financeiro: Lúcio
Flávio Rebelo Bahia/VENTANIA
Diretor Adm. Financeiro Adjunto: José
Welinton Costa /LE PAR UN
Diretor de Operações e SMS: Carlos Kise
/SONHO
Diretor de Obras: Diretor de Obras/
MAYORCA
Diretor de Esportes e Eventos: Mauro
Cruz/ TAKE IT EASY
Na reunião, a Diretoria apresentou também o plano de metas para o período
da gestão, onde estão previstas diversas
ações a serem realizadas, destacando-se
a continuidade do processo de informatização das atividades gerenciais, adequação
das nossas instalações às condicionantes
previstas no processo de licenciamento
ambiental, ampliação da oferta de vagas
em píer, além a elaboração de um plano
diretor para definição de obras a serem
realizadas nos próximos anos.
Na mesma oportunidade foram eleitos
e empossados o ex Comodoro Roberto
Nadier Barbosa e o conselheiro Everton
Fróes como, respectivamente, Presidente
e Vice do Conselho Deliberativo, além dos
membros da câmara fiscal (Cláudio Miranda Costa, Edison Perlungieri Casanova e
Gerson Estrela) e de obras (Withiney Costa, Luis Maurício Santos Vila e Valdemir
Osanah).
Além disso, o calendário de vela do clube também já foi divulgado, com destaque para a realização da Aratu-Maragogipe prevista para acontecer no dia 20
de agosto. A Classe HPE também é outro destaque, com a continuidade de sua
Copa AIC, em duas etapas, A primeira já
realizada em fevereiro e a segunda em
março.
A Bordo vai ao ar todos os domingos das 10h
às 11h pela Metrópole FM de Salvador:
metro1.com.br
Baixe o app e ouça em qualquer lugar!
regata
São Lourenço do Sul - RS
Encontro da vela
Foi realizado durante o carnaval, o 49º
Encontro da Vela do Iate Clube de São Lourenço
do Sul (RS).
O evento - que começou com uma reunião de Comandantes e um coquetel de boas
Raul Leite de
vindas - contou com a presença de veleiros do
Almeida
Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e Tapes, numa
registrou a
confraternização e velejada que deixará saudafesta que
des.
acontece em
A festa, com direito e baile de carnaval,
São Lourenço
também teve regatas para veleiros, caiaques e
do Sul (RS)
SUP’s. No Domingo de Carnaval rolou um almoço
de confraternização e a entrega de prêmios das São Lourenço fica na parte central da Lagoa dos Patos, distante 60
regatas. Terminou como deveria: Com um veleja- milhas de Rio Grande e 100 milhas de Porto Alegre. Conheça a página do clube
ço.
no Facebook: /iateclubesls
Brasileiro da Classe Finn
Jorge Zarif sagrou-se campeão
Brasileiro da Classe Finn em fevereiro, ao
vencer com folga seus 22 adversários na
Represa de Guarapiranga, em São Paulo.
O último dia de competição proporcionou uma disputa acirrada e técnica,
já que o vento além de variar bastante de
intensidade, chegou a rondar em alguns
momentos. Em algumas
rajadas superou a casa dos 22 nós. O
campeonato foi organizado e sediado pelo
Yacht Club Paulista (YCP). A prata ficou
com o carioca (ICRJ) Henry Boening.
O espanhol Rafael Trujillo (prata
em Atenas 2004) é o técnico de Zarif e
Uruguai
Guarapiranga SP
Recife - PE
Pernambucano de Dingue
Aconteceu em fevereiro o XVII Campeonato Pernambucano das Classes Dingue,
Day Sailer e Laser. A organização foi do
Cabanga Iate Clube de Pernambuco, e as
competições aconteceram na raia de Maria Classes
Farinha, Paulista/PE. Uma das novidades Dingue,
do campeonato este ano foi a realização
Day
do 1º Ranking Pernambucano dos ClásSailer
sicos. Trata-se de uma competição que e Laser
ocorreu em paralelo à pontuação geral do
em PE
Campeonato Pernambucano de Dingue, e
envolveu automaticamente todos os barcos participantes fabricados no período pré-Holos
(Estaleiros Pomar, Mapau e Elbe).
Com mar agitado, vento sudeste com aproximadamente 18 nós e uma disputa bastante
acirrada, levaram as melhores colocações Alfredo Nunes e Fernando Carvalho (Day Sailer), Leonardo Almeida e Suzana Ferreira (Dingue), Daniel Dantas (Laser Radial) e Tiago
Soares (Laser 4.7), que dominaram as duas primeiras regatas realizadas do Estadual
2016 e terminaram na liderança da competição, que terá ao todo oito regatas distribuídas
em quatro etapas. A próxima etapa do Pernambucano de Dingue, Day Sailer e Laser
será realizada dia 15 de maio no Iate Clube de Itamaracá. E no dia 09 de abril acontece
a Copa de Aniversário do Cabanga Iate Clube de Pernambuco.
5
Salvador - BA
João das Botas
No final de fevereiro foi realizada a 43ª edição da Regata
João das Botas na Baía de Todos os Santos, para três tipos de
embarcações: Saveiro de Vela, Saveiro de Vela de Içar e Saveiro
de Pena. A regata é realizada desde 1969, mas foi só em 1972
que recebeu esse nome em homenagem ao Oficial da Marinha,
o Tenente João Francisco de Oliveira (Itaparica, século XIX), um
militar brasileiro que lutou pela independência do Brasil na província da Bahia, combateu as embarcações portuguesas nas águas
da baía de Todos os Santos no trecho entre a praia da Ponta da
Cabanga expulsa ex-Comodoro
Zarif levou o
brasileiro de
Finn e ainda
brincou com
o técnico que
ficou em
terceiro:
“Agora ele vai
sofrer”...
O Almanáutica
distribuiu
canecas
terminou em terceiro, atrás de seu pupilo que não poupou a gozação em cima do espanhol: “Isso foi muito bom. Ele sempre brincava comigo que eu nunca havia ganhado
dele. Se eu dizia alguma coisa ele falava “mas você nunca ganhou de mim”. Agora ele
vai sofrer...”, brincou Zarif em entrevista exclusiva ao Almanáutica (que você pode ouvir
na íntegra em nosso site).
A organização do YCP proporcionou ainda uma clínica de vela aos presentes,
feita por Trujillo que passou aos velejadores algumas dicas que só um velejador experiente do seu nível poderia dar.
Durante a premiação, o Jornal Almanáutica distribuiu canecas alusivas ao campeonato, que foram bastante disputadas...
Centro Sul-Americano de Laser
Realizado no Uruguai (Yacht Club Uruguayo) no final
de fevereiro, o Brasil fez bonito.
Na Classe 4.7, embora o ouro tenha sido da uruguaia Dolores Moreira, do segundo ao quinto lugares só deu
Brasil: Andrey Godoy em segundo, seguido do bronze para
Odile Ginaid, em terceiro João Emílio Vasconcellos, oriundo do
Optimist do Clube do Jangadeiros (RS), e em quinto Henrique
Dias.
Na Standard o Brasil dividiu o pódio com a Argentina,
com J. Alsogaray (ARG) em primeiro, J. Herrlein (BRA) na
vice, e J. Bisio (ARG) em terceiro.
Na Classe Radial o Brasil conseguiu o segundo lugar
com Alex Veeren (Lucia Falasca da Argentina ficou em primeiro) e o quarto lugar, com Alan Willy.
O terceiro lugar ficou com o uruguaio Santiago Diz.
Segundo informações do jornalista Jamildo Melo, de Recife, o Cabanga Iate Clube expulsou o ex-Comodoro Cláudio Cardoso, acusado de ter promovido desvios de
recursos da entidade. Cláudio teria perdido
também o título de sócio-benemérito.
A reunião contou com a presença de
40 conselheiros, (são 50 no total), e 27
deles votaram pela expulsão. Doze votaram
pela suspensão e uma abstenção. Cláudio
esteve presente e teve a oportunidade de
se defender no inquérito interno realizado
pela atual gestão, sob o comando do atual
Comodoro Jaime Monteiro.
Uma comissão designada pelo Conselho Deliberativo constatou que todas as
reservas da instituição, na ordem de R$ 2,2
milhões, foram aplicadas – sem autorização do Conselho Deliberativo ou parecer
da Comissão Fiscal do clube – na Correto-
Refeno, organizada pelo Cabanga
ra Corval, liquidada extrajudicialmente pelo
Banco Central devido a fraudes em 2014.
A mesma corretora Corval teria doado,
em abril do ano passado, R$ 100.000,00
para patrocínio do veleiro Paturuzu na Regata Recife-Fernando de Noronha. A equipe era composta pelo então diretor financeiro do Cabanga, Cláudio Cardoso...
Brasília - DF
Aniversário com diversos kits
Em fevereiro aconteceu a Regata de Aniversário de 56 anos da Associação
Atlética Banco do Brasil. A regata foi aberta às Classes aberta a todos os barcos das
classes:
Monotipos: Optimist, Laser, Dingue e vela adaptada; e Oceano: RGS: Regata A e B,
Cruzeiro, além das tradicionais flotilhas: Ranger 22, Fast 23, Delta 26, e ainda SMP² e
30+.
A ideia interessante e inédita nas regatas - talvez inspirada nas corridas de rua
que tem essa prática - foi dar no ato da inscrição, uma opção de vários tipos de kit: O
básico, composto por uma camiseta e churrasquinho (pós prova), o Kit premium, com
camiseta boné e churrasquinho, e o Supreme, com camiseta, boné, isotônico, churrasquinho, o3 long neck e uma sacola. Fica a ideia mais que interessante para o restante
do Brasil através da organização da AABB de Brasília!
Areia e a barra do rio Paraguaçu.
É bom lembrar que na Bahia, a luta pela Independência
veio antes da considerada oficial brasileira, e só terminou um
ano depois. Após a proclamação em 7 de setembro, tropas
portuguesas continuaram lutando para manter o domínio português principalmente na Bahia. Só ao custo de milhares de
vidas e acirradas batalhas por terra e mar emancipou-se de
Portugal. A letra do Hino do estado da Bahia registra em sua
letra: “Nasce o sol a 2 de julho, brilha mais que no primeiro”
que maca a data oficial da independência. Você sabia?
A regata homenageia
o Tenente da Marinha
que combateu os
portugueses para
garantir a
Independência
quase um ano depois
do 7 de setembro...
em alusão à data anterior
(Foto: Fátima Navarro)
Ilhabela - SP
Brasil Centro de Optimist
O Campeonato Brasil-Centro de Optimist 2016, será realizado do dia 18 a 23 de abril de
2016 em Ilhabela (SP).
A competição vale como
seletiva para o ranking brasileiro, A
sede do campeonato será a Escola
Municipal de Vela de Ilhabela (EVI),
no Bairro Pequeá.
Os dois primeiros dias do
evento serão destinados à medição
e, a partir do dia 20, ocorrem as
regatas, com largada ao meio dia.
Estão programadas 12 regatas.
ALMANÁUTICA
6 Itajaí - SC
O Soto 40 de Torben Grael
agora é da equipe
de competição de Itajaí
Depois de fazer uma excelente temporada
em 2015, o time de vela do Itajaí Sailing
Team – equipe que representa a cidade em
competições nacionais – acaba de assinar o
contrato para utilizar um veleiro do velejador Torben Grael, dono de cinco medalhas
olímpicas (duas de ouro, uma de prata e
duas de bronze), em suas próximas competições. O novo barco da equipe itajaiense
é um Soto 40, considerado um dos mais
rápidos da classe Oceano. O novo barco do
time será apresentado oficialmente ao público em março.
Desde o começo do ano, o time do Itajaí Saling Team está disputando o circuito
nacional de Vela na categoria IRC. A IRC
Itajaí Sailing Team
vai de Soto 40
é uma regra de classificação que permite que diferentes projetos de barcos de
oceano possam participar da mesma regata. O “rating” de cada equipe é calculado levando-se em conta as medidas do
barco, incluindo comprimento, peso, calado e área de vela. O corretor de tempo
resultante, o chamado “TCC”, é o handicap do barco. Depois da regata, o tempo
real decorrido para completar o percurso
é multiplicado pelo seu TCC, resultando
no tempo corrigido. O barco com o menor
tempo corrigido é o vencedor da regata.
De acordo com Alexandre dos Santos,
coordenador do Itajaí Sailing Team, o desafio para 2016 é manter o bom desempenho da temporada passada e conquistar títulos. Ele acredita que a participação
efetiva de Bochecha como técnico do time
favorecerá o desenvolvimento da equipe.
Interior - SP
Novo encontro da
Vela Caipira
A ABVC interior realizou
em março a oitava edição
de seu encontro. A confraternização aconteceu no
Rancho do Capitão Frank
e da Suzanne, no Condomínio Broa Golf Resort, em
Itirapina. Na programação
além do churrasco, palestra com o velejador José
Spinelli que contou sobre
O velejador Spinelli
sua viagem de Ubatuba a
do veleiro Soneca
Buenos Aires em um 30
foi um dos palestrantes
pés. Juca Andrade, proprietário da Escola de Vela Oceânica Cusco Baldoso – e parceiro do Almanáutica – também falou sobre a prática da vela em alto mar.
A festa animada contou com brindes do Almanáutica, brechó náutico e muita
confraternização.
Venha velejar ilimitado
na Guarapiranga
Recém inaugurado na Guarapiranga em
SP, o Flash Clube é um modelo inteligente
(e econômico) de velejar. Através de um
serviço de qualidade, o cliente veleja obedecendo um sistema simples de reservar
e usar, em seguida reservar novamente,
podendo cancelar e transferir sua reserva
de período como preferir. São dois períodos disponíveis, manhã ou tarde, de terça
a domingo. O sistema conta com modelos
Flash 165 e 195.
A grande vantagem é que o cliente não se
preocupa com nada: limpeza, rampagem,
manutenção, marina, absolutamente tudo
está incluído. É chegar e velejar. E depois
ir embora ou curtir o local. Além disso, o
cliente pode levar quem desejar, e até di-
vidir sua parcela com os amigos, criando
uma equipe e participando de regatas na
Guarapiranga, ou ainda simplesmente desfrutar de passeios a com a família, fazer
um piquenique, brincar na água. Há planos
avulsos (4 horas de navegação), mensais,
trimestrais, semestrais e anuais.
O Flash Clube fica no Sailing Center que
tem estacionamento, ampla área verde
arborizada, vestiário e toda infraestrutura
que você precisa tudo incluído no valor (de
R$350 avulso a R$490,00 mensais para
anual), sem taxa de inscrição.
Você pode obter mais informações pelo telefone (11) 9-8354-3254 ou pelo email do
Almanáutica:
[email protected]
Clássicos
Atrevida na raia
A schooner brasileira Atrevida marcou sua
presença na Semana de Clássicos de Punta
del Este de 2016. O barco de 95 pés velejou
com cinco associados do Clube Veleiros do
Sul (RS). O Comandante Átila Böhm, o Tático André Gick, o navegador Miguel Petkovitz, o trimmer de Carangueja André Renard,
e nos Circuito Solanas e Vuelta Gorrites, a
presença de Cicero Hartmann como trimmer
de buja. O tático Gik comentou sobre os circuitos: “Fizemos duas Fita Azuis e em outras
duas regatas chegamos em 3°, devido às
condições de ventos mais fracos, que não
favoreciam a velejada para as 93 toneladas
e as características de casco e vela do nosso Atrevida”, explicou.
O Atrevida é um dos barcos clássicos mais
importantes do país, Ele foi lançado em
Bristol Rhode Island (EUA) em 1923 com o
Natal - RN
nome Wildfire e foi rebatizado de Atrevida depois que passou a navegar no Brasil em 1946. Integram também a tripulação: José Carlos Gonçalves de Oliveira,
Matheus Amaral Nunes, Walter Michel,
Marco Lagoa, Marcelo Vallan, Kasuo
Miyake, Gabriel Borgstrom e Fabio Negrini.
O vencedor da Semana de Clássicos foi
o barco Delphis – Classe 8m, de 1930.
Em segundo ficou Cippino – Classe
Atlântico, um German Frers, 1949. E em
terceiro Alfard, também Frers, 1942, e
vencedor da 1° BsAs/Rio em 1947. Você
pode conferir os resultados do circuito no
site do VDS. Na foto, parte da tripulação:
Comandante Átila, André Gick, André
Renard e Miguel Virgílio, todos do VDS.
Paraíba a Natal: De Laser
O velejador potiguar Francisco de Assis
Dantas - de 62 anos! - teve uma ideia ousada para curtir a folga do carnaval: Resolveu dar uma velejada e fazer uma travessia
de Cabedelo, na Paraíba, até Natal, no Rio
Grande do Norte. Até aí nada de mais. São
80 milhas de mar com ventos e correntes
normalmente a favor... Se o barco não fosse
um monotipo da classe laser.
Assis Veleja faz pouco tempo, e como todo
novato está cheio de disposição para encarar a sua opção esportiva. Com a ajuda
de amigos e familiares se preparou para a
viagem levando um tablet com o programa
Navionics instalado com cartas náuticas, um
telefone num desses sacos estanques, alguns alimentos leves e água.
A primeira parte da viagem foram 21 milhas que ele fez em três horas, de Cabedelo
até Baía da Traição, onde parou por estar
muito cansado de ficar na mesma posição,
acocorado no meio do barco para melhor
equilibrá-lo, já que as ondas vinham pela
alheta de boreste e o vento pela popa.
Depois de pernoitar, saiu cedo na manhã
seguinte para continuar a travessia, após se
afastar da costa ao dar um bordo notou que
na empolgação tinha montado o leme por
cima do traveller, e ao retirar a cana do
leme para corrigir o erro uma onda o desequilibrou e o jogou no mar. “Quando caí,
achei que o barco iria virar e ficar parado,
mas não sei porque ele não ficou e continuou se afastando mesmo depois de virar”,
contou Assis.
“Eu não conseguia alcançá-lo, pois estava
com o colete e segurava a cana de leme,
7
O Diário da China
então amarrei a cana no colete e me desfiz dele para tentar alcançar o barco a
nado, mas não tinha jeito. O vento e as
ondas o afastavam mais depressa do que
eu conseguia nadar. Resolvi então nadar para a praia e buscar ajuda. Estava
aproximadamente 800 metros da praia e
quando tinha nadado uns 400, apareceu
uma catraia a remo e me resgatou en-
O velejador Bruno Fontes está na China
e fica fora do Brasil um bom tempo. De
lá, vai para Abu Dhabi. Tudo isso como
preparação para o Mundial de Laser que
acontece em maio, no México. Durante um
mês ele participa de treinamentos e competições no exterior ao lado dos atletas da
equipe chinesa olímpica de vela, na cidade
de Xiamen. Em sua página do Facebook
(/fontesbruno) ele faz um interessante diáDiário de Bordo na China
rio, com crônicas de sua estada, contando
desde a alimentação esquisita, até os trei- ri fazer alguma coisa e sair do centro de
nos no frio. Vale a pena acompanhar! Veja treinamento e então me levaram para um
alguns trechos que separamos pra você:
churrasco, que mais parecia um cozido...
Dia 9: 8:30h Chegamos para treinar a parDiário de bordo
Dia 8: Treino congelando!!!! Mais um dia te física e a programação do dia era correr
começa e parece que o frio aqui aumentou! na rua, porém todos estavam convictos,
A temperatura pela manhã fica em torno que o preparador físico iria trocar para outro treino pelo frio e chuva que caía. Só
dos 6°C.
Dia 7: Churrasco e sinuca! A viagem até que não!
o momento tem sido de experiências bem A tarde eu dei o troco, com vento forte e
intensas. Hoje é o festival chinês! Aqui é a mta onda foi a hora da vingança! Fizemos
terra dos fogos de artifícios e desde cedo o treino de velocidade e regatas... Nem me
barulho começou. Com a previsão de ven- viram!!!! Que dia sofrido, mas muito proto bom fomos velejar pela manhã. Suge- dutivo!
O velejador e blogueiro
Antônio Carpes nos mandou
a incrível história de
Francisco de Assis (foto ao lado),
que tentou fazer uma travessia entre
Paraíba e Natal. mas por um
incidente não conseguiu.
Por pouco...
Niterói - RJ
Vergonha mundial
O fotógrafo Fred Hoffmann flagrou mais
uma vez a poluição no Rio de Janeiro,
desta vez na rampa do Clube Charitas, Niterói. A vergonha mundial ainda está para
quanto uns pescadores em uma jangada piorar com a realização dos Jogos Olímpiiam em direção ao veleiro para tentar recu- cos logo mais. Que dizer?
perá-lo. Infelizmente ao retirarem o mastro,
deixaram a base cair no mar e se perder, impossibilitando assim a continuidade
da viagem. Não restou mais nada a não
ser agradecer a ajuda e retornar para Natal
para recuperar o barco e continuar a travessia numa próxima oportunidade”, disse,
já com aquele brilho de quem não se deu
por vencido nos olhos.
Ele contou ainda que tem projetos bem
mais ousados: Ir de Salvador a Natal e
O fotógrafo Fred
fazer toda a costa leste do Brasil, do RS ao
Hoffmann
RN, tudo de laser. Como ele é um sujeito
flagrou o lixão
bastante disposto e que esta se preparanna rampa do
do física e mentalmente para isso, vamos
Clube Charitas
aguardar, pois parece que esse menino de
no Rio de Janeiro
62 anos vai dar o que falar...
ALMANÁUTICA
8
técnica
&
área. A combinação de águas rasas com
escarpas submersas muito afiadas que facilitam a formação das ondas gigantes, a
inconstância do tempo, com ventos fortes
e o famoso “Fog” inglês, ajudam o local a
reforçar sua fama de costa infame. Em dias
Meteorologia
Oceanografia
Por: Luciano Guerra
O pior mar do mundo
No artigo deste mês um dos locais do
mundo que mais devastou vidas no meio
náutico, e os motivos que fazem com que foi a tempestade Imogen, que no início de de sol, durante o verão, é muito comum a
os Comandantes que cruzam aquelas fevereiro deste ano de 2016 atingiu a costa visibilidade passar de 10 milhas para apeáguas sejam mais do que Comandantes... da Bretanha trazendo ondas de mais de 20 nas 5 metros em pouquíssimo tempo, jun-
Esqueça o Cabo Horn com seus ventos
uivantes e suas ondas colossais; guarde no
bolso suas histórias a respeito das “Freak
Waves” que surgem de surpresa no Cabo
Agulhas; e nem traga a tona a tempestade
do Cabo Lewis que seifou vidas na regata
Sydney Hobart. Estou falando de um lugar
no Atlântico. O chamado “Mar do Norte.
Me debrucei sobre as previsões de diversos lugares do mundo onde são produzidos os melhores marinheiros, e cruzando
informações de vento, onda e tempo, me
deparei com uma curiosidade no litoral da
Bretanha, especificamente no Cabo Cornwall ou Cabo da Cornoália. Verifiquei que
um vento de 90 nós soprando durante o
mesmo tempo no Cabo Horn, Cabo Lewis
ou Cabo das Agulhas, não levanta ondas
do tamanho das que surgem nesta parte da
costa a qual me refiro. Um bom exemplo
metros de altura. Para tornar este número
mais palpável comparemos com as ondas
que quebram no Havaí durante o inverno do
hemisfério norte. Lá elas chegam a incríveis
12, 15 ou até 30 pés. Tamanhos desprezíveis quando comparados aos 66 pés das
ondas que assolaram aquele lindo lugar da
costa do Reino Unido.
O mais incrível é que a Cornoália é
um dos lugares preferidos pelos navegadores ingleses por conta de sua beleza,
mas alguns fatos, números e características
deste pedaço de mar/terra fazem com que
qualquer navegador de águas tropicais dê
máquinas a ré e se mantenha distante dessas águas.
Um estudo recente a respeito da história
marítima da Cornoália revelou que milhares
de vidas foram perdidas com o naufrágio
de centenas de embarcações na mesma
navio Jeune Hortense foi literalmente jogada na praia por vento e mar muito fortes;
Veleiro Cargueiro Hansy (1911): Todos
os tripulantes se salvaram, alguns através
dos botes salva vidas e outros escalando
as pedras;
Tall Ship Andola (1895): Naufragou no
grupo de pedras Manacles quando atingiu
uma parte chamada apropriadamente de
“Shark’s Fin”;
Tall Ship Cromdale (1913): Voltava de
uma travessia longa (Chile-UK) e atingiu
um grupamento de pedras conhecido como
“Graveyard of Ships” ou Cemitério de Navios;
Tall Ship Socoa (1915): Levaria um carregamento de cimento para a cidade de
São Francisco na Califórnia quando foi arrastado por uma tempestade;
Relembro que recentemente um grupo
de velejadores brasileiros partiu para navegação em águas internacionais. Foram
para a Croácia curtir o que aquele país tem
de melhor, o mar cristalino e as condições
propícias para uma navegação segura com
a família.
É muito importante para nós que gostamos de navegar em lugares tropicais ou
em raias mais radicais, que saibamos analisar as características locais e não somente
os seus aspectos gerais. Fica aqui a dica.
Olhem sempre o micro clima da região por
onde se deseja velejar para que não paguemos preços muito caros por atitudes
negligentes. Bons Ventos!
tamente com uma grande variação de maré
e ventos fortes. Completamente diferente
da costa brasileira, que raramente tem visibilidade reduzida associada a ventos fortes.
Outro fator que contribui para a produção de correntes, marés e ondas em clima
caótico é a geografia local. Quase não há
lugares para se refugiar e, com um litoral
formado por penhascos e falesias. Se o navegador for pego desprevenido, não conseguirá avistar luzes das cidades.
A seguir alguns naufrágios causados por
eventos meteorológicos e oceanográficos
que nos mostram o poder desta costa.
Veleiro cargueiro Malta (1889): Atingiu
a lage Botallack Head quando um nevoeiro forte atingiu a área. Nenhuma vida foi
perdida;
Luciano Guerra, é especialista em meteorologia
Escuna de resgate a vela Pezance pela UFF/RJ e trabalha com modelos meteoro(1888): Quando retornava do resgate do lógicos no Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS.
Holding Tanks e Degradadores
Se você navega, certamente já se viu num
feriado, numa enseada paradisíaca, e cercado de 20, 30, 40 ou mais embarcações. Mas será que já parou para fazer
uma conta simples? Se cada embarcação
tem uma média de três pessoas que fazem
pelo menos um cocô e um xixi por dia,
quanta poluição você estará sujeito se for
dar aquela braçada matinal, ou se cair do
seu Stand Up? Eca...
Infelizmente só pensamos em poluição
quando uma grande catástrofe acontece,
esquecendo-nos que no dia-a-dia também
somos responsáveis pela degradação do
meio ambiente. Ou você acha coerente dizer que a vela é um meio “limpo” porque é
movido pelo vento, e sair despejando seus
dejetos pela costa?
No Brasil a legislação ambiental é tão farta
quanto ineficaz. O interessado em pesquisar sobre a poluição de nossas águas terá
vasta leitura para perder-se, começando
pela Constituição Federal que define o domínio das águas doces e marítimas no Brasil, passando pelo Código de Águas, Decreto Federal n. 24.643, 1934 que dispõe
sobre sua classificação e utilização, continuando pela Resolução CONAMA n. 20, de
18/6/86 que por sua vez é regulamentada pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981, que é regulamentada pelo Decreto nº
88.351, de 01 de junho de 1983, entre muitas outras... A Lei 9.966 de abril de 2000
bateu na trave. Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição
causada por lançamento de óleo e outras
substâncias nocivas ou perigosas em águas
sob jurisdição nacional. Infelizmente foi feita para legislar sobre navios, excluindo as
embarcações de recreio. Em seu artigo 2º,
o inciso dez define que “substância nociva
ou perigosa é qualquer substância que, se
descarregada nas águas, é capaz de gerar
riscos ou causar danos à saúde humana,
ao ecossistema aquático ou prejudicar o
uso da água e de seu entorno”. Mas logo
em seguida define que “descarga é qualquer despejo, escape, derrame, vazamento, esvaziamento, lançamento para fora ou
bombeamento de substâncias nocivas ou
perigosas, em qualquer quantidade, a partir
de um navio, porto organizado, instalação
portuária, duto, plataforma ou suas instalações de apoio”, deixando as embarcações
de recreio de fora.
Nos Estados Unidos, a regulamentação
existe desde 1948, mas foi efetivamente reorganizada e implementada em 1972
através da “Clean Water Act”, que determina claramente (entre outras coisas) a proibição da eliminação de dejetos a menos
de 3 milhas da costa por embarcações de
recreio, inclusive de charter e estrangeiras. A legislação também prevê a proibição
da descarga em lagos fechados ou rios de
pequeno porte. Por aqui temos que contar
com o bom senso na utilização e instalação dos chamados Holding Tanks (tanques de retenção) ou biodegradadores. O tanque de retenção é um recipiente para
armazenar esgoto, usado em veículos equipados com
WC, caminhões (uso nos EUA), trens, barcos, aviões
e até mesmo em naves espaciais. Os dejetos ficam
armazenados para descarga em marinas ou locais que
possuam destinação final para tratamento
(segure os risos se pensar no Brasil), ou
para descarga em alto mar onde – teoricamente – não fará tanto estrago. Já no
caso dos biodegradadores, o sistema de
tratamento através de bactérias aeróbias
em um tanque específico, limpa em mais
de 90% essa descarga. Uma fábrica
brasileira produz o
“Biodegradator”, um
digestor de alta eficiência que recebe a
água, urina e fezes.
Dentro do biodigestor, duas câmaras
O Biodegradador
pode ser usado
por pequenas
embarcações e
sua instalação é
simples
A imagem mostra
o esquema de
instalação de um
holding tank
a partir de uma privada
com uma
válvula direcionadora
internas separam sólidos e líquidos. Os
primeiros são fragmentados e formam uma
massa orgânica com a segunda. Bactérias
especializadas degradam essa massa. A
água resultante, a cada nova descarga segue para um tanque de degradação/contenção aeróbica cuja função é armazenar
o efluente já tratado e agregar oxigênio,
além de armazenar de 10 a 40 descargas,
dependendo do modelo.
Opcionalmente pode-se adicionar de agente oxidante/esterilizante como peróxido de
hidrogênio ou cloro quando da descarga
do efluente garantindo a total inexistência
de qualquer contaminação , por menor que
seja. O menor modelo da fábrica mede
comprimento 42cm largura 25cm altura =
24cm e pode ser adaptado em veleiros pequenos. No site do Almanáutica, na área de
downloads você pode baixar uma imagem
que ilustra a instalação desse sistema em
um barco.
cruzeiro
9
excelente durante a navegação.
corrente e mais segurança.
Os ventos predominantes são de Sul a Dormimos em lugares espeLeste chegando às vezes a Nordeste, No taculares, muitas vezes no
verão é quente e tem muitos temporais rá- meio do nada, onde apreciamos sunrises e
pidos. Não tem mar, apenas marolas, e sunsets maravilhosos.
marés e correntes, que mudam constan- No terceiro dia da travessia entrando na
temente tanto de intensidade como de di- Carolina do Norte pegamos dois dias de
a Miami com 56’). Todas as demais pontes
reção conforme a proximidade de alguma uma frente fria forte, com ventos NNW
são de abrir (drawbridge). Muitas abrem por
barra com o Atlântico.
gelados de 16-23 nós dia e noite, com
solicitação ao operador pelo VHF (canal 9
É bom sempre programar a singradura a temperatura de 8° C. Menos mal que veou 13 dependendo do
Luiz Fernando Beltrão velejou por caser feita pois em alguns lejamos 85% do tempo. Foi quando atraestado), outras tantas
nais, rios e lagos nos EUA com seu cat
trechos há poucas op- vessamos os sounds Albermale e Pamlico
só abrem em horáTinguá e conta essa experiência...
ções de ancoragens, fora que estavam bem mexidos.
rios
determinados,
as marinas. Outra consi- Dá para velejar na ICW, sim. Depende do
Depois de ter feito o trajeto St. Augustine em geral de meia em
deração são as correntes vento e da região. E da disposição de tri(Fl) a Annapolis (MD) pelo Oceano Atlân- meia hora. Há umas
mar as velas a
tico, retornei no inicio de Outubro a Anna- poucas ainda que não abrem nos períodos de maré que, dependendo
cada curva, nos
polis para fazer o caminho de volta, des- de pico do transito.
do local, podem exigir o uso
trechos sinuota vez pelas vias navegáveis internas, a A ICW permite a navegação de qualquer de ancoras na proa e popa.
sos.
Atlantic IntraCoastal Waterway, conhecida tipo de embarcação que atenda aquelas O fundo em geral é de boa
A cada 4-5
pela sigla ICW. Sai da Liberty Marina, nas restrições. No entanto, veleiros e trawlers tensa.
dias paramos
proximidades de Annapolis, com o parceiro médios, com calado até 6’ não terão ne- Para “encurtar” a waterway
em marina em
Comandante Jorge Luiz Silveira, também nhum problema, além de observar a maré existem vários cuts, que
locais que eleem alguns poucos pequenos trechos.
do ICSC – Veleiros da Ilha.
são canais artificiais, para
gemos conhecer
Finalizamos nossa jornada após 28 dias Ela é bem sinalizada e cartografada, inclu- passar de um rio ao outro.
melhor e para
em Pompano Beach, Sul da Florida, após sive em alguns pontos críticos como bar- Uma hora se esta descendo
abastecermos
1.037 milhas náuticas. As primeiras 138 mn ras, com balizamento móvel periodicamen- um rio passa-se pelo cut e
de bens perecípassa-se a subir no outro.
veis, água, dieAssim o rumo vai mudando
sel, lavar roupa.
de Leste até Oeste, enquanAs pontes de
to nosso objetivo é o Sul.
abrir (drawbridNos cuts é onde, além da
ges) são uma
proximidade de barras, estão
característios baixios (shoalings), princa diferente da
cipalmete nas suas entradas
ICW. É até legal
e saídas e na maré baixa,
quando se tem
que varia de 2m para mais
(chegamos a pegar 2,62 m). Isto também uma ou outra por dia. Mas é importante ter
provoca muita troca de sentido da corrente. a informação dos horários de abertura para
É uma região muito bonita sempre com os se programar. Já no Sul da Florida elas
marsh (terras inundáveis, portanto úmidas, viram uma verdadeira aporrinhação. No úlespécie de pântano) cobertos pelo capim timo dia da travessia foram 16 drawbridges,
Sweetgrass na beira da água e as constru- a maioria abrindo de meia em meia hora.
ções mais ao fundo na terra firme. Na Flo- Foi um verdadeiro rallye náutico.
foram pela maior e mais famosa baía ame- te atualizado. Constantemente mantida, rida o meio ambiente muda. Não há mais o Nesta época muitos veleiros descem para
ricana, a Chesapeake Bay, até Norfolk (VA) mesmo que nos últimos anos a entidade zig-zag entre rios que aqui correm parale- a Florida e Bahamas fugindo do frio. Assim
onde fica o marco zero da Atlantic Intraco- responsável não tenha tido toda a verba los a costa oceânica. As margens da ICW diariamente tínhamos os companheiros de
astal Waterway. Annapolis, considerada a necessária. Quando se ruma ao Sul o ba- são bem mais urbanizadas com um tráfego jornada. Em uma ponte de abrir com hoCapital da Vela americana, e a Chesapeake lizamento é como entrar no porto (verde- maior. As “chatas” de carga encontradas rário na Carolina do Norte chegou a juntar
Bay são um capítulo a parte. Fizemos esta -vermelho) e no rumo Norte é como sair do mais ao Norte desaparecem. Quando há 8 veleiros. Mas em geral eles mudavam a
etapa em 2 dias, o primeiro uma navegada porto (verde-verde).
pântanos, eles são parecidos com os nos- cada dia. Ao contrário de nós eles paravam
tranquila com vento fraco a moderado, no Recomendo usar um guia que te dê todas sos mangues.
pela metade da tarde.
segundo uma navegada desagradável em as dicas de navegação, ancoragens, mari- Em geral navegávamos desde cedo, assim Há quem desdenhe dizendo que é uma
dia nublado com vento forte contra e mar nas, pontos de interesse, dados das pon- que tinha claridade, até a proximidade do motorada só. Não é verdade. É uma namexido. Pernoitamos ancorados na Hospital tes, etc. Eu utilizei o CruiseGuide for In- Por do Sol, fazendo entre 50 e 70 mn.
vegação diferente com muitas alternativas
Point, o marco zero, de onde saímos cedo tracoastal Waterway (tem versões impressa A maioria de nossos pernoites foram anco- e variáveis, que exige atenção e planejano terceiro dia para a segunda etapa até e digital), de Mark e Diana Doyle, muito rados. Sempre procurávamos um local fora mento, e possibilita uma rica experiência.
Beaufort, na Carolina do Norte.
completo, com uma seção mile-by-mile, do caminho principal para termos menos
A ICW é uma via navegável interna ao longo da costa Atlântica e do Golfo do México
nos Estados Unidos, composta por rios internos de água salgada, lagoons e sounds,
canais artificiais, inlets (barras) e até ecluRESPEITA O MEIO AMBIENTE E VOCÊ!
sas. Difícil explicar o conceito de sound.
Para eles não é uma baía nem um lago ou
lagoa. Fazendo um paralelo com o Brasil, a
Baía da Babitonga, a de Paranaguá seriam
aqui chamadas de sound.
Oficialmente ela abrange cerca de 4.000
R$ 6,49
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statute miles (stm) entre Cape Ann, ao
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Norte de Boston, em Massachusetts, e
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300ML
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México.
Há duas restrições ao se navegar na ICW:
o calado e a altura da superfície da água
até o ponto mais alto da embarcação (o
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clearance). O canal navegável é para ter no
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1,5M
mínimo 12’ (pés ou 3,66 m) de profundidade
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no seu centro, mas eu encontrei em várias
ocasiões profundidades menores. O problema da altura é com relação as pontes. As
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pontes fixas tem por padrão 65’ (19,81 m),
mas há duas exceções (uma com 64’ na
(48)
Carolina do Norte e a Turtle Bridge, próxima
Velejando a
IntraCoastal Waterway
“
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usar um guia...”
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ALMANÁUTICA
10
MERGULHO
6º Encontro de
Mergulhadores da
Marinha do Brasil
Aconteceu em janeiro, Centro de Convívio
da BACS (Base Almirante Castro e Silva)
Ilha de Mocanguê – RJ, o encontro anual
que tem se tornado um marco de entretenimento e troca lembranças entre os mergulhadores de nossa Marinha, para a grande
comemoração do Dia do Mergulhador (18
de Dezembro).
Neste dia é sempre alegria, e mesmo com
lembranças de fainas penosas, estes homens de brio especial sempre se safaram
da melhor maneira cumprindo as tarefas.
Evento aberto aos militares ativos e inativos, e alguns convidados.
Especial agradecimento pela organização
ao Suboficial Jone Vieira Tilli, que com o
apoio de seus Comandantes, fizeram de
tudo para abrilhantar o encontro. E este ano
especial lembrança, fazendo jus ao trabalho de uma carreira de sucesso, ao nosso
Homem de Honra, Suboficial Luiz Oliveira.
Luiz fez o concurso para a EAMBA (Escola
de Aprendizes Marinheiros da Bahia), que
ficava localizada em Salvador. A escola ficava em frente onde hoje funciona o eleva-
dor Lacerda, próximo ao mercado modelo.
A escola há algum tempo deixou de existir
para dar lugar ao Comando do 2º Distrito Naval. Após o curso de marinheiro ele
então foi mandado para Natal, Rio Grande
do Norte, onde cursou Eletricidade. Lá ele
também embarcou no Navio Bertioga, seu
primeiro Navio. Em 1954 a Marinha do Brasil publicou em Boletim de ordens e notícias (Bono) a chamada para os voluntários
a realizarem o curso de mergulho e salvamento, que seria realizado nos Estados
Unidos da América. Na época havia cerca
40 candidatos no processo seletivo. Dos
40, iriam para os EUA apenas 2 e ele foi
um dos selecionados. Foi para Beyonne –
Nova Jersey, onde a Escola de Mergulho e
Salvamento da US Navy funcionava desde
1947 e teve um colega de turma famoso,
se tornaram amigos e por várias vezes nos
exercícios de mergulho formaram dupla,
Carl Brashear. Carl Brashear foi o primeiro
mergulhador negro formado como mergulhador escafandrista na Marinha Americana
em 1954.
Este fato e sua história foram protagonizados no cinema com o filme “Homens de
Honra” dirigido por George Tillman Jr., estrelado por Cuba Gooding Jr., Robert DeNiro e Sharlize Theron. Momento ímpar desse
amigo mergulhador Luiz assim como tantos
outros presentes. Até o ano que vem!
Flávio Júlio Gomes é 2º Ten IM RM2 da
Marinha do Brasil e Instrutor NAUI / PADI
Caça Palavras
CURTAS
f A vela brasileira está de luto com a
morte precoce do atuante velejador Pedro
Basílio, de Minas Gerais. Nossos sentimentos.
f Também nos deixou em fevereiro o
Jorge Guilherme Bertschinger, ex-Comodoro do Veleiros do Sul entre os anos 1950
e 1959. Conselheiro vitalício do Clube, trabalhou de forma incansável pelo clube.
f A Regata de Abertura da temporada
Túnel do Tempo
A regata Buenos Aires Rio em 1950 foi
uma das regatas marcantes para quem
viveu essa época e mesmo para os amantes da vela e da história dessa regata.
A primeira edição havia sido realizada em
1947 através do grande incentivo e trabalho de Pimentel Duarte, o grande responsável pelo desenvolvimento da vela no
Brasil. Em 1950, seu veleiro “Vendaval”
(foto) estava pronto para participar, mas
ele descobriu que era portador de leucemia e buscou tratamento nos Estados
Anuário Brasileiro de Vela
Encontre 10 tipos de embarcação. Vale em todos os sentidos incluisive na diagonal.
Boa sorte! Traineira - Escuna - Veleiro - Lancha - Jet - Navio - Jangada - Bote Catraia - Catamarã
Unidos, deixando ao cargo de seus filhos
a participação. O Vendaval cruzou a linha
de chegada às 00: 21 min sagrando-se
Fita Azul da 2ª edição da Buenos Aires –
Rio. Em seguida cruzaram os argentinos
Fjord III, (50 minutos depois), e em terceiro o Joanne (13h).
A notícia do Jornal Correio da Manhã de
janeiro daquele ano, fala sobre a participação da Marinha do Brasil que além da
participação com dois veleiros, ainda enviou um contratorpedeiro para escoltar as
embarcações que levariam os aspirantes
da Escola Naval para participar da regata.
MB
Marinha do Brasil
Novo Applet
O novo
App da
Marinha
traz muita
informação
para seu
celular
A Marinha do Brasil através do
Instituto Rumo ao Mar (associação
de direito privado sem fins lucrativos)
lançou um novo aplicativo, o Bolertim
ao Mar.
Com ele você recebe diariamente informativos metereológicos sobre as condições
do mar e informações náuticas sobre as condições de navegação como Avisos de Mau
Tempo, Meteogramas, Cartas Sinóticas e o Meteomarinha (boletins diários sobre condições meteorológicas. Além disso, acessa a Rádio Náutico com informações de relevância
para segurança da navegação que apresentam modificações nas publicações náuticas
brasileiras,e o Aviso aos Navegantes, com as alterações nas publicações náuticas.
Você pode baixar gratuitamente no Goolgle Play ou na Apple Store
O veleiro Vendaval
foi o Fita Azul daquele
ano. Nessa foto rara,
aparece ancorado
em Angra com o velejador
Argentino Vito Dumas
(ao centro) a bordo
O Jornal Correio da
Manhã de 3 de janeiro
de 1950 noticiou a
preparação para a largada da Buenos Aires - Rio
Grêmio de vela EFOMM
Preparo: Corte uma cabeça de alho em fatias e faça uma pasta com o restante. Corte a
cebola e a pimenta de cheiro em rodelas. Tempere os filés de peixe com e o suco das
Papo de Cozinha tangerinas, a pasta de alho, a manteiga, a pimenta e deixe descansar por 10 minutos.
Acenda o forno, corte o papel alumínio em retângulos do tamanho adequado para os filés
de cação. Monte sobre cada um os filés, as rodelas de alho, cebola e pimenta e regue
com um pouco de azeite. Feche o papel alumínio como se fosse um envelope dobrando
as pontas, e leve ao forno (180 graus - médio) por aproximadamente 15/20 minutos.
No Nordeste a ocorrência de cações é bem Sirva no próprio envelope. Decore com salsinha. Escolhi essa receita para inaugurar a
significativa, o que não é um problema, já cozinha do meu novo veleiro, o Alphorria. Bons ventos e bom apetite a todos!
que na maioria dos casos o meio ambiente
está em equilíbrio. Aqui na Paraíba encontra-se com facilidade essa carne que, além
de ser macia, não tem espinhas e torna o
seu consumo agradável.
Cação no papelote
Ingredientes:
500 g de filé de cação
2 cabeças de alho
1 cebola roxa
2 tangerinas
Manteiga
Papel alumínio
Sal
Pimenta de cheiro
Azeite
Salsa bem picada para decorar
Maurício Rosa é velejador, amante de gastronomia
e autor do livro “Gastronomia em veleiros”
11
A comunidade da vela vai ganhar uma publicação de peso.
Nosso colunista Murillo Novaes e Diego Souza Mello que
foram, junto ao falecido Tonico Souza Mello, responsáveis
pela revista Velejar estão lançando o Anuário Brasileiro da
Vela. Em edição de luxo, com 256 páginas, para colecionadores e aficionados, com farto material fotográfico e as
súmulas das principais regatas de norte a sul do Brasil, o
anuário traz ainda um especial sobre o Rio2016 e sobre
Dois novos
os fólios, as novas bolinas
lançamentos
que estão fazendo os vepara rechear
leiros voarem, além de um
com
qualidade
diretório com prestadores
sua
de serviços e empresas de
biblioteca
interesse dos velejadores.
Os primeiros com“A ideia é preencher uma
Contato direto com Guilherme náutica:
pradores ganham
Um
relato
e
pelo e-mail:
também o DVD da
lacuna no mercado editoo outro, mais
[email protected]
viagem de Guirial. Com o fim da Velejar
reflexivo...
lherme.
nossa comunidade ficou
sem nenhuma revista ou
O segundo livro é escrito por Elio Somaschini (acima), chamado “O que sobra de uma viagem: histórias de
boa publicação especialium velejador em solitário” conta as histórias desse velejador que tem profundo conhecimento em navegação
zada, fora, claro, o nosastronômica, e navega sem GPS mesmo hoje em dia, vejam só... Tomando um rumo diferente da maioria
dos livros escritos por navegadores que velejaram pelo mundo, o livro, editado pela Grafar, revela a beleza
so querido Almanáutica que miFeras do jornalismo
e profundidade das relações humanas e histórias vividas por ele ao longo de mais de sete anos velejando
lita nesta mesma trincheira. Com
se unem para um
pelo planeta. Para adquiri-lo também é direto com o autor: [email protected]
minha experiência no mercado de
lançamento
de peso
luxo, como editor da revista Iate
Para quem gosta de leituras náuticas, dois livros acabam de ser lançados. O primeiro pelo
velejador José Guilherme Borja Martins (abaixo,
de boné) chamado “Minhas Primeiras Mil Milhas
Náuticas“. O livro tem 128 páginas e é fotográfico. São textos curtos e
de agradável leitura contando de maneira leve e
despretensiosa a viagem
de Salvador a Noronha.
f Em setembro será realizado o Campeonato Brasileiro de Lightning na Baia de
Guaratuba, Paraná, sediado pelo Iate Clube de Guaratuba.
2016 da Guarapiranga, organizada pelo
Clube SPYC foi um sucesso. A enorme
quantidade de veleiros participantes deixou
a represa ainda mais bonita. O vento...
bem, digamos que foi uma regata “técnica”. A bonita festa de premiação aconteceu na sede do Clube.
Novos lançamentos editoriais
Em fevereiro rolou a seletiva para compor a Equipe de Vela do Grêmio de Vela e
Remo da EFOMM (Escola de Formação de
Oficiais da Marinha Mercante).
Nesse período, os alunos do primeiro ano candidatos a integrar a equipe de
vela tem as instruções básicas do esporte
e são avaliados para definir quem fica com
as vagas disponíveis. Com um impressionante contingente de cerca de cinquenta
alunos, o primeiro dia consistiu numa aula
de desviragem do veleiro Laser na pisci-
A seletiva define
vagas para equipe de
vela da EFOMM
na do Centro de Instrução Almirante Graça
Aranha (CIAGA). Essa prática básica é essencial para a segurança dos velejadores
de barcos pequenos e, além disso, serve como prévia para a técnica de desvirar
balsas salva-vidas de navios. Foi um dia
muito divertido e instrutivo para Feras e
instrutores, mostrando que a seletiva esteve muito animada!
Life, fiquei com vontade de fazer algo que orgulhasse nossos velejadores e fizesse jus à importância do nosso esporte pro país. Daí procurei o Diego e retomamos
a velha ideia do anuário. Eu diria que é um resumão dos resumões em formato
super premium”, conta Murillo.
Para viabilizar o projeto os editores contam com o engajamento de todos os velejadores e simpatizantes já que, mesmo com o patrocínio da Mitsubishi do Brasil,
é preciso comercializar um mínimo de 2500 exemplares. “Não é um crowdfunding
porque estamos lançando para venda no site e vamos fazer de qualquer jeito,
mas é um apelo forte que faço a todos os velejadores para que minha mulher não
me abandone e meu gerente do banco não mande me prender”, fala com humor
o “manza” Murillo Novaes. O Anuário Brasileiro de Vela custa R$72 e pode ser
adquirido no site www.anuariobrasileirodevela.com.br
ABVC
INFORMATIVO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VELEJADORES DE CRUZEIRO
Palavra de
Cruzeiro Costa Sul
PRESIDENTE
Prezado Associado da ABVC,
Visando a conveniência, o associado
pode agora renovar a anuidade diretamente
pela Internet. Para isso, basta realizar o
login no site da ABVC e acessar o link “Cadastro”. Além de rever seu cadastro, pode
também incluir uma foto para ser impresso
na nova carteirinha da ABVC. Nesta mesma página, existe a opção para realizar o
pagamento da anuidade por cartão de crédito ou por boleto bancário. A atualização
do cadastro, principalmente informações
de contato, possibilita uma melhor comunicação com o associado. A inscrição nos
eventos da ABVC pode, agora, também ser
pago com cartão de crédito.
A ABVC lançou em 2016 uma nova categoria: associado “água doce”. Ela é voltada
aos velejadores que não possuem veleiros
em áreas de acesso ao mar e sejam vinculados às Vice-presidências de São Paulo
e Interior Sudeste. Esta iniciativa visa fortalecer a realização de ações em áreas de
água doce, como os Encontros do Interior
e os passeios náuticos em rios e represas.
Em comemoração ao lançamento da categoria de associado água doce, em março
a ABVC planeja realizar um passeio náutico na Represa de Guarapiranga em São
Paulo.
Em fevereiro, depois de 3 anos, foi realizado o tradicional Cruzeiro Costa Sul,
que percorreu a costa do Brasil de Paraty
a Florianópolis (veja matéria ao lado). Em
2017 será a vez do Cruzeiro Costa Leste e
do próximo cruzeiro internacional organizado pela ABVC.
Fique atento ao calendário de eventos no site da ABVC. Lá estão informadas
as palestras, oficinas, passeios e cruzeiros
promovidos pela ABVC e outros eventos
relacionados. Participe!
Bons ventos,
Volnys Bernal
Presidente da ABVC
Carteirinhas
Visando agilizar o processo de fabricação e liberação das carteirinhas para os
associados, a ABVC adquiriu uma máquina
que fabrica as carteirinhas.
Com um software próprio e impressão
de qualidade diretamente no cartão plástico, isso possibilitará inclusive a inserção
da foto do associado, se assim for decidido
pela atual diretoria.
Dessa maneira a médio prazo, a associação também economizará os valores
desse serviço que antes eram terceirizados
e geravam atrasos.
Antes, era impossível a confecção de
apenas uma ou duas carteirinhas. Isso penalizava o novo associado que precisava
esperar por um “lote” mínimo para confecção.
Agora a confecção e envio é “on demand”, ou seja, cada vez que um novo
associado entra, a carteirinha pode ser
confeccionada e enviada com rapidez.
Doze veleiros participaram de mais uma edição do Cruzeiro Costa
Sul este ano. A flotilha foi formada pelos veleiros Almanaque 36
pés, Blu II (34), Horizontes (32), Fratelli (36), Despacito (36), Enza (34),
Adhara (30), My Way (41), Caroll (39), Mangareva (41), Fisker (38), Queen
Maud (47).
O roteiro passa por locais como o Lagamar, nome dado à faixa
costeira de 200 quilômetros entre os municípios de Iguape (SP) e Antonina
(PR). O Lagamar foi declarado em 1991 pela UNESCO a primeira Reserva
da Biosfera Brasileira. A região possui dezenas de ilhas, dentre elas Ilha
Comprida, Ilha de Cananéia, Ilha do Cardoso, Ilha do Superaguí, Ilha das
Peças e Ilha do Mel, formando um grande arquipélago. Entre estas ilhas
e o continente são formados canais e baias que possibilitam a navegação
em águas interiores.
Também passaram pelo Varadouro, um canal artificial, construído
pelo homem e inaugurado em 1952 para permitir navegação entre a região
de Cananéia e o complexo da Baía dos Pinheiros, Baía das Laranjeiras e
Baía de Paranaguá.
Outro local visitado foi São Francisco do Sul, onde se encontra o
Museu Nacional do Mar, que ocupa os galpões da extinta Cia Hoepcke de
navegação. Lá atracavam os navios para o transporte de erva-mate, sal e
outros produtos. Em seu acervo, o museu reúne uma grande diversidade
de embarcações de várias regiões do país, organizado em 18 salas divididas por temas. Entre as peças disponíveis à visitação do público, estão
mais de 91 barcos em tamanho natural e cerca de 150 peças de modelismo
e artesanato naval. O Forte Marechal Luz, inaugurado em 21 de dezembro de 1915 para defender de invasores estrangeiros também
é ponto alto na cidade. Em Itajaí a flotilha ficará atracada na moderna Marina Itajaí, recém inaugurada no final de 2015. A marina é
apoiadora do evento e está localizada na Baia Afonso Wippel, uma região privilegiada próxima ao Centro da cidade e anexa à Avenida
Beira-Rio, a via Gastronômica de Itajaí. A visitação dos veleiros é aberta ao público.
Os veleiros
passaram por
Cananeia e
depois na nova
Marina Itajaí
Livro e palestra em SP
Realizada nas dependências do Centro Cultural da Marinha em São Paulo no início de
março, a palestra de lançamento do livro de Somaschini foi um sucesso. Elio Somaschini,
nasceu em 1949 em Seregno, norte da Itália. Veio ao Brasil com 11 anos de idade, teve sua
formação acadêmica em física na Unicamp. Dedicou boa parte da sua vida ao ensino em várias
universidades e cursinhos, tendo inclusive realizado trabalhos na Universidade de Roma (Itália).
Entre 2006 e 2013 viajou sozinho ao redor do mundo a bordo do veleiro Crapun, um Beneteau First 40.7. Para orientar a sua navegação, não usa sextante nem instrumentos eletrônicos,
apenas as estrelas e um “relógio” desenvolvido por ele. Além de velejador, é mergulhador e voa
de parapente.
Seu livro “O que sobra de uma viagem: histórias de um velejador em solitário”, permite ao leitor viajar para lugares distantes
e sentir as suas emoções. Algumas páginas são dedicadas aos
conhecimentos que servem de base para entender melhor como
as sociedades do mar Mediterrâneo. “Velejar é transformar a física
em poesia”, contou Elio na palestra. “Navegar é amar a natureza
em sua essência”, também disse ele. Se quiser contatar Elio basta
enviar um email para ele no endereço: [email protected]
Angra dos Reis
em couro, tais como protetores de cruzeta, brandais, cobertura de timão, etc.). Os
participantes receberam um kit de ferramentas e material para utilização durante
o curso.
O curso foi pensado para permitir aos que
moram em São Paulo e Rio possam se
deslocar sem problemas para Angra. Que
venham outros!
ABVC Angra sob a batuta do Vice Presidente Maurício Rosa, realizou em março
nas dependências da Marina Piratas, a
Oficina “Marinharia Avançada”, com o renomado velejador, gestor náutico e amante
da marinharia nas (poucas) horas vagas
Ricardo Ermel. A programação passou por
temas como cabos e suas características
(material, utilização, cargas, etc), costura
e emendas em cabos torcidos de 3 pernas
(de topo, alças, acabamentos, corrente e
falcaças) e ferramentas para costuras; e
Tecidos: tipos de tecido a bordo e tipos de
Marinharia com o gestor Ricardo Ermel
costuras, ferramentas, aplicações a bordo
Convênios
Iate Clubes
Aratu Iate Clube, Cabanga Iate Clube, Iate Clube
Guaíba, Iate Clube de Rio das Ostras, Iate Clube do Espírito Santo, Marina Porto Bracuhy, Iate
Clube Brasileiro, Jurujuba Iate Clube
Descontos
Brancante Seguros, Botes Remar, CSL Marinharia, Geladeiras Elber: Valor promocional; Azimuth: Desconto nos cursos; JetSail: (prestadora
de serviços do ICS): Desconto em vistoria/survei, serviços e manutenções, estadias em seco
e molhado e valores diferenciados para a lingada
das embarcações.
O Boletim Oficial da ABVC é uma publicação independente. As opiniões e notícias do jornal Almanáutica não representam necessariamente a opinião da entidade, e vice-versa.

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