Tuberculose Bovina

Transcrição

Tuberculose Bovina
Tuberculose Bovina:
Estratégias para reduzir o risco de
infecção e a disseminação dentro
do rebanho
Disponível aqui
Roteiro
1
Introdução a transmissão do M. bovis para os bovinos
2
Transmissão por reservatórios silvestres
3
Transmissão da tuberculose entre rebanhos
3.1
por movimentação
3.2
por contato nos limites das prps
4
Transmissão da tuberculose dentro do rebanho
5
Outras potenciais vias de transmissão
01/07/2015
3
Transmissão do M. bovis
Transmissão do M. bovis
Entre animais estabulados
Entre animais no pasto
Vertical
Pseudo-vertical
Uso de esterco na adubação
Do solo e silagem
Da água de beber
De vetores artrópodes
Entre rebanhos por movimentação
Entre rebanhos pela cerca
Bovine Tuberculosis (TB):
A Review Of Cattle-To-Cattle
Transmission, Risk Factors And
Susceptibility
Vias de eliminação do M. bovis
Ar expirado
Fezes
urina
Secreções
Leite
Colostro
saliva
01/07/2015
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Transmissão do M. bovis
• via respiratória
Apenas 1 bactéria
Importante é o tamanho do aerossol
• via digestiva
Pelo menos 1000 bactérias
Pode haver infecção pelas duas vias
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Introdução a transmissão do M.
bovis para os bovinos
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
• M. bovis, apesar de ter preferência por
alguns hospedeiros, pode infectar de fato
qualquer mamífero;
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01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
• No Brasil
• ??????
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Transmissão por reservatórios
silvestres
Como ocorre a transmissão?
1- Pouca informação sobre a interação entre
animais selvagens e bovinos
2- bovinos investigam animais mortos
3- animais silvestres doentes tem
comportamento aberrante e procuram comida
dos bovinos
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
4- Na “investigação” antes de “inspirar”, os
bovinos dão uma forte “expirada”
5- animais hierarquicamente superiores,
hábito de “investigar”
6- Os inferiores se contaminam por terem
que pastar nos piores lugares
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
https://www.youtube.com/watch?v=pfoKyMz
Desg
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
No Brasil
Possibilidade de contaminação por animais
domésticos?
Baixa biosseguridade nas propriedade com
bovinos, especialmente as leiteiras
Possibilidade de transmissão por animais
“nem tão silvestres"
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
“nem tão” silvestres
01/07/2015
29
Transmissão por reservatórios
“nem tão” silvestres
01/07/2015
30
Transmissão da vida selvagem
para bovinos
01/07/2015
31
Transmissão por reservatórios
“nem tão” silvestres
01/07/2015
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Transmissão por reservatórios
silvestres
Práticas para reduzir os riscos
1- remover rapidamente animais mortos no campo
2- proteger locais de armazenamento de silagem, feno, ração
3- não fazer pastejo em faixas (menos chance de evitar as “latrinas”)
4- cercas adequadas
5- cochos com a borda no mínimo a 80 cm do solo
6- Estabelecer rotina de desinfecção em rebanhos com reagentes
positivos
01/07/2015
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Transmissão da vida selvagem
para bovinos
• Foto do placa de biosegurança dos EUA.
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
• Entre rebanhos por movimentação
Na Inglaterra e Irlanda, cerca de 15% dos focos são
gerados por causa do trânsito de animais entre
propriedades
Grande Risco:
Ingresso de touros na propriedade
-Comportamento investigativo
-Hábito de “esfregar” cabeça no chão
-Grande “stress” do transporte
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
• Entre rebanhos por movimentação
Práticas para reduzir os riscos
Manter rebanhos “fechados”
Evitar reposição por compra de animais
Evitar “compartilhamento” de touros
- Se não for possível..........
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
• Entre rebanhos por movimentação
Práticas para reduzir os riscos
*Adquirir de rebanhos com certificação de Livre de
tuberculose
*Jamais adquirir animais oriundos de foco, mesmo que
tenham testes negativos
*Rebanhos que não se conhece o status...
*Teste negativo na origem
*Quarentena e re-teste no destino
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
• Entre rebanhos pela cerca
Riscos
-Cercas caídas/quebradas
-Vizinho de foco – estudo canadense apontou que prp
vizinha de foco tem mais chances de se contaminar, o
que demonstra que o contato direto dos animais na
cerca pode sim transmitir a tuberculose.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10448941
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose para
outros rebanhos
• Entre rebanhos pela cerca
Práticas para reduzir riscos
-Manter cercas em condições adequadas, realizar revisões
periódicas
-Cercas/barreiras evitando contato direto entre os animais ou
-Usar áreas contíguas como lavoura ou outra barreira
-Evitar pulverizar esterco líquido perto de campos com bovinos,
usar outra técnica que não seja a pulverização
01/07/2015
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Focos TB interditados
12/2014 até 05/2015
Lesões no abate
04/2014 até 04/2015
DIPOA
Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Animais confinados em ambientes fechados
- M. bovis sobrevive em superfícies 74 dias, ao abrigo do sol
(mais tempo com presença de fezes)
- Pouca ventilação facilita a transmissão
- Outras enfermidades respiratórias concomitantes
- Alta densidade gera mais umidade que mantém o M. bovis
viável mais tempo
- Instalações antigas mais propensas
01/07/2015
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6812267
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
01/07/2015
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01/07/2015
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01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Animais confinados em ambientes fechados
Práticas para reduzir os riscos
1. Melhorar ventilação das instalações
2. Aplicação de radiação UV (254 nm)
3. Densidade adequada (7,5 – 9 m2 por vaca)
4. Testar os animais antes de alojá-los
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Tuberculose é doença crônica
Gado de corte tem ciclo mais rápido
Animais se tornam infecciosos num tempo médio 6-20 meses
após a infecção (variação de 87 dias até 7 anos)
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0167587797000020
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Infecção via pastagem
- Clima determinará a longevidade do M. bovis
12h de sol direto eliminou bactérias extraídas de lesões
pulmonares. Luz difusa pode demorar 30 dias
- Patogenicidade do M. bovis não diminui linearmente com a
ação de um agente nocivo. Perto da “morte” o microorganismo
apresenta um amento na virulência
01/07/2015
Saxer, E. and Vanarburg H. (1951)
http://www.karger.com/Article/Abstract/160014
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Infecção via pastagem
- Schellner, 1956 pastagem contaminada:
1 semana de descanso, chance de 6% de infecção
2 semanas de descanso, chance caía para 2%
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Infecção via fezes depositadas no campo
-Em animais recentemente infectados é pouco provável, mas na
falta de mais informações considerar que são infecciosos também
Sobrevivência do M. bovis no pasto
+/- 6 meses no inverno
+/- 2 meses no verão
01/07/2015
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01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Transmissão via “adubação” com esterco fluido
http://www.dardni.gov.uk/tb-slurry-lit-review.pdf
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Transmissão via “adubação” com esterco fluido
Métodos de aplicação e riscos associados:
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Transmissão via “adubação” com esterco fluido
182 rebanhos da RI com rebrote
Fator de risco: usar material da esterqueira com menos
de 2 meses de maturação-espera
Christiansen et al., 1992
Resistência do M. bovis no esterco líquido:
10 semanas a 6 meses
Irlanda: proibido adubação com esterco prp positiva ou suspeitas
Alemanha: obrigatório o tratamento 24h antes de aplicar
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Transmissão via “adubação” com esterco fluido
Práticas para reduzir os riscos
Esterco sólido não gera aerossóis
Se for preciso utilizar a pulverização, priorizar:
1º Em lavouras, plantações
2º Em feno
3º Em silagem
4º No pasto
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
• Na pastagem
Transmissão via “adubação” com esterco fluido
Práticas para reduzir os riscos
Se a única opção for aplicar no pasto, estocar por pelo menos 6
meses na esterqueira
Utilizar “injeção” ao invés de pulverização
Usar cal hidratado (20kg por metro cúbico de dejetos) para elevar
o pH, o que também aumentará a qualidade da adubação do solo
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão vertical
É possível se houver infecção uterina
Transmitida pelo cordão umbilical
Francis, 1947: 1% dos neonatos com TB
1986-1994 nenhum isolamento de M. bovis em tecido uterino
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
Pelo colostro ou leite
Países com rotina de testes não é uma via importante, pois os
reagentes geralmente são detectados em estágios iniciais de
infecção
Países com presença de doença clínica é via importante
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
Não é preciso haver “doença clínica” para ocorra a transmissão
via leite, pois M.bovis pode chegar ao leite e colostro pela via
hematógena ou linfática
Práticas para reduzir os riscos
-Rotina de testes para detectar os reagentes
-Secar imediatamente vacas inconclusivas e positivas
-Pasteurizar o colostro/leite utilizado na alimentação das terneiras
01/07/2015
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Transmissão da tuberculose dentro
do rebanho
Transmissão pseudo-vertical
Como reduzir riscos?
-Ferver ou pasteurizar o colostro/leite utilizado na
alimentação das terneiras
01/07/2015
Disponível aqui
75
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através do solo e silagem
POUCA INFORMAÇÃO QUANTO A
SOBREVIVÊNCIA DO M. bovis NA SILAGEM
• Contaminação pela saliva, fezes e urina de
bovinos ou reservatórios silvestres
• Muito solo na composição da silagem quando é
cortada muito rente
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através do solo e silagem
O que pode ajudar na eliminação do M. bovis na silagem?
1-Acidez
2- Falta de oxigênio
Temperatura perto dos 30ºC é próxima da ideal para o M. bovis
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através do solo e silagem
Práticas para reduzir os riscos
-Prover suplementação mineral SEMPRE, evitando que busquem
no solo os minerais
-Até que haja mais informações sobre a relação da silagem com o
M. bovis, evitar adubação com esterco e tentar evitar “visitas” da
fauna silvestre aos silos, especialmente nas silagens de milho
-Elevar o pH do solo se este for “ácido”????
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através da água
-Micobactérias sobrevivem facilmente na água, é a maior
fonte de micobacterioses humanas (Dailloux et al., 1999)
-M. bovis sobrevive 400 dias em água corrente (Briscoe,
1912)
-Salpicos de água contaminada podem levar a infecção
via respiratória.
01/07/2015
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01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através da água
-Práticas para reduzir os riscos
-não permitir que as únicas fontes de água dos animais
sejam córregos ou lagoas, pois podem estar bebendo
água contaminada com suas próprias fezes e urina
-lavar os cochos de regularmente
-usar cochos com pelo menos 80cm de altura de borda
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através da água
-Práticas para reduzir os riscos
-não permitir que as únicas fontes de água dos animais
sejam córregos ou lagoas, pois podem estar bebendo
água contaminada com suas próprias fezes e urina
-lavar os cochos de regularmente
-usar cochos com pelo menos 80cm de altura de borda
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
01/07/2015
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Outras potenciais vias de
transmissão da tuberculose
Transmissão através da água
-Práticas
para reduzir os riscos
-não permitir que as únicas fontes de água dos animais sejam
córregos ou lagoas, pois podem estar bebendo água
contaminada com fezes e urina de animais positivos
-lavar os cochos de regularmente (evitar complexo avium)
-usar cochos com pelo menos 80cm de altura de borda
01/07/2015
85
RECOMENDAÇÕES
Comprar testados ou de prp livres
Testes negativos e quarentena
Evitar densidade elevada
Rotina anual de testes
Ventilação dos galpões, luz solar
Normas básicas de biosseguridade (Cercas)
01/07/2015
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RECOMENDAÇÕES
Rotina de limpeza (desinfecção nos focos)
Descarte de vacas mais velhas
Cuidado com transmissão pseudo-vertical
Tratamento do esterco para adubação
Saneamento com TCS
01/07/2015
87
SE NADA DISSO FUNCIONAR.....
DESPOVOAMENTO
01/07/2015
88
Não existe “fórmula” para que seja recomendado o vazio
Decreto 50.072/2013 (decreto da DEFESA-RS)
Art. 13. Compete aos Médicos Veterinários do Serviço Veterinário Oficial do
Estado, no âmbito de sua área de atuação e nos termos previstos neste
Decreto e Resoluções do Secretário da Agricultora, Pecuária e Agronegócio:
IV – estabelecer áreas de risco e áreas perifocais, bem como o
despovoamento animal ou vazio sanitário para presença de animais;
01/07/2015
89
01/07/2015
90
01/07/2015
91
ADAPTADO DE: BOVINE TUBERCULOSIS: A REVIEW OF CURRENTE AND EMERGING
DIAGNOSTIC TECHNIQUES IN VIEW OF THEIR RELEVANCE FOR DISEASE CONTROL AND
ERRADICATION
01/07/2015
92
Resolução 001/2015 FUNDESA
(Risco Alimentar)
01/07/2015
93
OBRIGADO
[email protected]
[email protected]
Skype:rodrigo.etges
01/07/2015
94