ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA Resumo

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ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA Resumo
ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA - “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à
unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de
Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em toda por todo vento de doutrina,
pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em
caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o corpo, bem ajustado e
ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo,
para sua edificação em amor” Ef 4.11-16.
INTRODUÇÃO - Cuidar do rebanho de Deus é uma das mais nobres tarefas dadas por Deus ao
homem. Representa também enormes e pesadas responsabilidades, pois quem administra uma igreja
está lidando não só com as questões administrativas do dia-a-dia, mas, sobretudo com o preparo de
almas para a vida eterna. Daí há quem pense que basta atender as necessidades espirituais do rebanho
para cumprir o propósito divino, deixando as questões administrativas em plano secundário. Embora as
necessidades espirituais sejam mais importantes, há o lado humano, a organização, o modo de fazer as
coisas, que também não podem ser desprezados. Esses dois aspectos da igreja aparecem em linhas
paralelas e têm necessidade mútua. Um rebanho bem assistido depende de uma boa administração. Ou,
ao contrário, uma igreja bem administrada permite uma boa assistência ao rebanho.
ADMINISTRAÇÃO - Ato de ministrar. Presidir. (1Tm 3.4,5). A palavra administração possui um
significado simples, porém está envolvido por diversificados fatores que corroboram para o sucesso de
sua aplicação nas diversas áreas da sociedade. O termo “administração” vem do latim ad (direção,
tendência para) e minister (subordinação ou obediência), designa o desempenho de tarefas de direção
dos assuntos de um grupo.
O conceito de Administração é bastante amplo, mas em todas as definições existem duas palavraschave: gerenciamento e organização. Podemos definir a administração como processo de planejar,
organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os
recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos.
O ADMINISTRADOR - A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo
Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” ou “administrador”, e eventualmente, como
“tesoureiro” ou “curador”. A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes,
sendo traduzida por “administração”, “dispensação” ou “serviço”. O conjunto de palavras tem como
radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava,
originalmente, a gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é
oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. EM RESUMO: Administrar é distribuir, as
tarefas fazendo que todos participem do trabalho. O bom administrador leva as pessoas a realizar suas
tarefas cada vez melhor e a se realizarem no trabalho.
ADMINISTRAÇÃO SECULAR E ADMINISTRAÇÃO ESPIRITUAL - Embora a maioria dos
pastores se sinta capaz de liderar a Igreja no campo espiritual, poucos se sentem aptos o bastante para
administrá-la como instituição. A equipe que administra uma igreja normalmente recebeu sua formação
nos seminários ou faculdades teológicas, onde a grade curricular inclui várias disciplinas, porém,
nenhuma delas prepara o pastor para administrar ou liderar uma instituição ou grupo.
Administrar é trazer funcionalidade - Administração não é algo que se faz de maneira aleatória.
Ela exige que haja uma estrutura formal e bem estabelecida, na qual sobressaem a um só tempo quatro
palavras-chave: objetivo, organização, planejamento e comando. Sem essas premissas não se chega
a lugar algum. Qualquer empreendimento, para cumprir suas finalidades, terá de ter, portanto, objetivos
bem definidos, organização com seqüências lógicas, simples e precisas, planejamento que
preveja todas as etapas do processo e comando capaz de gerir a administração. Assim,
administrar, em linhas gerais, é fazer com que as coisas funcionem. É tirá-las da inércia e torná-las
eficientes e eficazes. É, portanto, exercer uma boa liderança à luz de princípios para que os propósitos
da organização sejam alcançados, cumprindo assim a finalidade de sua existência.
LIDERANÇA EFICAZ É SINÔNIMO DE ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE - As duas coisas
caminham juntas. A má administração nem sempre indica incompetência, preguiça ou relaxamento do
líder. Pode indicar apenas a falta de uma metodologia correta de trabalho e de se organizar
administrativamente.
EFICIÊNCIA E EFICÁCIA - Estes são dois conceitos muitos antigos, mas implacavelmente atuais.
Não compreendê-los ou, o que é muito pior, confundi-los provoca, sem dúvida, grandes danos à
performance e aos resultados. As diferenças entre esses dois conceitos podem até parecer sutis, mas
realmente são extremamente importantes. EFICIÊNCIA é fazer certo as coisas, EFICÁCIA são as coisas
certas. O resultado depende de “fazer certo as coisas certas”. Vejamos estes termos com maiores
detalhes: EFICIÊNCIA é: fazer certo; é o meio para se atingir um resultado; é a atividade, ou, aquilo que
se faz; EFICÁCIA é: a coisa certa; é o resultado; o objetivo: é aquilo para que se faz, isto é, a sua
Missão.
A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA - Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos
assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange a sua função de líder ou administrador principal da
igreja á que serve. Desde o início dos primeiros grupos sociais, a fim de conduzir bem os trabalhos,
criou-se a necessidade de estabelecer uma escala de comando cuja função seria dirigir e gerir esses
trabalhos coletivos. Diga-se de passagem, que a Igreja é um agrupamento humano com um objetivo a
ser alcançado, um propósito a ser atingido, um alvo para cumprir. Embora possamos adotar alguns
princípios da administração secular, não obstante, a Igreja precisa ser norteada por outros princípios. Em
virtude de sua natureza, a Igreja não se confunde com nenhuma sociedade ou grupos éticos. A sua
corporalidade, organicidade, fraternidade, unicidade e consensualidade nascem, estruturam-se e se
perpetuam na regeneração em Cristo Jesus, o criador da comunhão dos santos. A missão da igreja é ser
serva de Jesus Cristo pelo culto permanente e exclusivo à Trindade; pelo amor interno, que confraterniza
seus membros; pela fidelidade às Escrituras; pela igualdade de seus componentes; pela missão
evangelizadora entre todos os povos; pelo incansável testemunho cristão. Diante da necessidade de
crescimento do reino de Deus aqui na terra torna-se imprescindível a busca por métodos e estratégias
que conduzam os cristãos a trilharem caminhos objetivos e com metas pré-determinadas, afinal, não
podemos perder tempo, pois Cristo vem sem demora (Ap 3.11). A administração eclesiástica, portanto,
se insere na mesma definição. Só que sua concepção é divina para atuar na esfera humana. De um lado
é um organismo vivo, que atua como agente do Reino de Deus, e de outro é uma organização que
precisa dispor de todas as ferramentas humanas para a realização de seus objetivos. Mas há uma
diferença: como a Igreja tem propósitos não só para esta vida, mas também para a eternidade, exige,
por isso mesmo, dedicação que muitas vezes foge aos parâmetros humanos. A título de exemplo, numa
organização secular quem negligencia suas tarefas e deixa de ser produtivo corre o risco de ser demitido
na primeira oportunidade. Na igreja é diferente: toda a sua estrutura precisa estar voltada para restaurar
o indivíduo e fazer com que ele retorne à mesma fé. É óbvio que não se excluem medidas disciplinares,
quando necessárias, mas mesmo neste caso o objetivo é sempre restaurar, nunca lançar no inferno.
A igreja jamais pode dar motivo para que alguém, no juízo, alegue ter perdido a salvação por ter sido
abandonado à beira da estrada. Isto implica em afirmar que a finalidade básica da igreja, qualquer que
seja o modelo administrativo, é aperfeiçoar os santos para a obra do ministério e levá-los à medida da
estatura completa de Cristo.
A NECESSIDADE DE UMA BOA ADMINISTRAÇÃO - Qualquer que seja o processo de
avaliação que você pense, Jesus, sem sombra de dúvida, foi o maior administrador de todos os tempos.
Senão, vejamos: Longevidade? Mais de dois mil anos. Riquezas? Incalculáveis. Números? Impossível
avaliar. Lealdade de seus membros? Muitos dão a vida por esta organização. Distribuição? No mundo
inteiro. Diversificação? Integrada com grande sucesso em todo tipo de empreendimento.
Todos nós sabemos que a Igreja é um organismo vivo, sustentada e dirigida por nosso Senhor
Jesus Cristo, o Cabeça da Igreja. No entanto, devemos lembrar que ela é também uma organização que
funciona como qualquer empresa: Possui um estatuto; Possui empregados remunerados; Têm pessoas
que dão ordem; têm pessoas que recebem ordens; Têm metas a serem alcançadas; Possui bens móveis
e imóveis; Possui secretaria; Possui tesouraria; É organizada em departamentos; Presta relatórios
estatísticos e contábeis, etc.
AS FORMAS (MODELOS) DE GOVERNO ECLESIÁSTICO
a)Congregacionalista (Congregacional/Independente) - Autonomia da Igreja local; Não há
hierarquia entre pastores e bispos; Não há assembléias que governam por representação; Cada Igreja
local é a autoridade máxima para resolver seus assuntos prestando obediência a Cristo; Todos os
membros têm direitos iguais (democracia); a oportunidade de expressão é garantida a todos. Em Atos
15.6-15, vemos momentos de plena liberdade de opinião e escolha (adotam esta forma de governo
cristão); Sobressai o autogoverno, ou seja, cada igreja se administra mediante a voz da maioria de seus
membros, como sucede entre os batistas, os congregacionais e alguns outros grupos evangélicos. A
Igreja local é autônoma nas suas decisões, e o poder de mando reside em suas Assembléias.
b)Representativo (Presbiteriano ou Oligárquico) - Autonomia limitada da Igreja local - líderes
são eleitos para representá-la (governo representativo - o povo elege). A forma de governo consiste
numa ordem crescente de conselhos. O menor de todos os conselhos é o Conselho da Igreja Local
formado pelos ministros docentes (pastores) e ministros leigos (presbíteros). Acima dos conselhos locais
se encontram os Presbitérios, formados por presbíteros representantes de cada Igreja de sua área de
abrangência. Envolvendo os Presbitérios e formado por representantes dos mesmos, está o Sínodo, de
autoridade máxima em sua circunscrição. Como estância máxima de apelação e decisões sobre a Igreja
está a Assembléia Geral ou Supremo Concílio, que toma todas as descisões sobre a Igreja e trata dos
assuntos externos, ficando a cargo de exercer poder jurídico sobre decisões tomadas por conselhos
inferiores. Esta forma de governo foi desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos
individuais (forma de governo episcopal). Está fortemente associada com os movimentos da Reforma
Protestante na Suíça e na Escócia (calvinistas), com as Igrejas Reformadas (luteranas) e mais
particularmente com a Igreja Presbiteriana. Este governo serviu e serve de inspiração a vários regimes
democráticos ao redor do mundo, principalmente no que diz respeito às esferas de poder. Semelhante
forma de governo tembém é adotada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, caraterizada pela eleição de
delegados, para voto em assembléias, para escolha dos dirigentes por um determinado período de
tempo.
c)Episcopal ou Prelático - Constitui-se uma hierarquia inter-eclesiástica, onde o Governo é
centralizado na figura de um dirigente (bispo), responsável pelas decisões e destinos da igreja, mas que
possui um grupo de subalternos, o Colégio Episcopal, responsáveis pela administração da gestão do
sistema. Há também o modelo episcopal monárquico onde um só é vitalício e governa a Igreja, eleito
pelos cardeais, e é a autoridade máxima. É a forma de governo mais antiga.
d)Estatal - Nesta forma de governo há o binômio Igreja-Estado onde o Estado tem voz ativa no
governo da Igreja. Na Alemanha, o Estado paga os superintendentes das Igrejas. Em outros países, o
governo indica os bispos. A política luterana modifica-se em países como o Brasil, onde o Estado é Laico
(leigo), mas favorece a cooperação entre Igreja e Estado.
AS FORMAS DE GOVERNO E O PADRÃO PRIMITIVO - O livro de Atos e as epístolas mostram
uma Igreja participativa com ênfase para o governo local conduzido pelo pastor, bispo ou presbítero (são
termos sinônimos), com o apoio da junta diaconal para as atividades temporais da Igreja e tendo a
Assembléia como o poder máximo de decisão. Os principais historiadores são unânimes em reconhecer
que esse era o modelo da Igreja Primitiva. Os líderes locais reuniam-se para o estudo prévio dos
assuntos (At 15.6), mas qualquer decisão era tomada pela Igreja (At 15.22). As cartas do Apocalipse
reforçam a tese. Perceba que elas não se destinam a um colegiado de bispos ou a um Sumo Pontífice,
mas ao líder de cada Igreja, o qual é severamente cobrado pelo Senhor quanto a sua árdua
responsabilidade. Em nenhum momento há a suposição de um colegiado universal para decidir os rumos
da Igreja sem a participação dos crentes. Assim, o modelo bíblico privilegia a igreja local. Embora possa
estar ligada a uma estrutura denominacional, à luz do Novo Testamento ela é soberana em sua
constituição, ação e em seus atos disciplinares. É ela quem indica seus candidatos ao ministério e os
submete aos critérios convencionais para a ordenação, e não o contrário. Ou seja, o modelo que mais se
aproxima do padrão primitivo é o que conjuga os principais aspectos do modelo congregacional com
alguns aspectos do modelo representativo (presbiteriano).
CONCEITO DE IGREJA - Igreja atual: Organização (Associação ou Instituição com objetivos
definidos) ou Instituição (Organização de caráter social, religioso, filantrópico, etc.). Igreja no Novo
Testamento: Organismo vivo e dinâmico.
EKKLESIA - A palavra ekklesia (igreja) vem da expressão grega ek kaléo, que significa,
literalmente, chamado para fora. A idéia é de uma assembléia de pessoas convocadas para saírem da
rotina comum da vida para se dedicarem a sua atividade específica. Entre os gregos, a expressão era
usada para designar a Assembléia Democrática dos atenienses, convocados para tomarem decisões
sobre a administração da cidade. A idéia fundamental da palavra é a de uma reunião formada de
pessoas convocadas. Quando os judeus foram dispersos pelo mundo, e por estarem longe de
Jerusalém, onde estava o templo, criaram as sinagogas, onde se reuniam para cultuar a Deus, para se
dedicarem ao ensino das Escrituras e para julgarem as pendências que surgiam entre os membros de
suas comunidades. A comparação com o povo de Israel que foi chamado para fora do Egito é linda e
extraordinária. Deus chamou-nos para fora do mundo, do poder do pecado. Se analisarmos o uso de
Ekklesia na Septuaginta, observaremos que significa "congregação", "ajuntamento de pessoas",
"multidão”. O salmo 22.25 declara: "De ti será meu louvor na grande Ekklesia, meus votos pagarei diante
dos que o temem". Pode se entender que a palavra assinala a Congregação do Senhor, composta
somente dos israelitas feitos idôneos por cumprir os deveres do povo do Senhor, a participar no culto do
Santuário. Excluindo-se os incircuncisos, os imundos, e a multidão mesclada. Dentro do mundo cristão
no Novo Testamento o uso de Ekklesia é assinalado 115 vezes e pode ser classificado como: 2 vezes
se refere à congregação hebraica do Senhor; 3 vezes a assembléia grega; e 110 vezes à igreja cristã.
Basicamente no Novo Testamento seu uso é para designar uma assembléia específica e local de
cristãos organizados para a manutenção do culto, doutrinas, ordenanças e disciplinas do Evangelho.
Unidos sob uma aliança especial com Cristo e entre si mesmos. Porém surge também uma conotação
do corpo inteiro dos escolhidos nos céus e na terra. Ekklesia nesse segundo aspecto designa uma igreja
invisível “universal” chamada assim porque não tem organização mundana ou visível. Embasada nas
seguintes características: unidade, santidade, universalidade e perpetuidade.
As duas palavras, assembléia e igreja, são equivalentes. Porém, Assembléia tem a vantagem de
nos recordar constantemente o verdadeiro significado que a palavra Igreja perdeu através dos tempos
que é de “Reunião de numerosas pessoas para determinado fim”. Além de que este último corre o
risco de se prestar a equívocos, pois que ele é atribuído particularmente a denominações religiosas.
A Igreja do Senhor pode ser vista sob duas perspectivas: Universal e Local:
 Igreja Universal - É o conjunto de todos os salvos em todas as épocas e lugares, quer os que já
estão na Gloria quer os que estão sobre a terra. A Igreja de Cristo independente de denominação (1Co
10.32). A Igreja Universal abrange todos os crentes verdadeiros, independente das diferenças
geográficas, culturais ou denominacionais. São os que correspondem a Cristo com fé e obediência (Rm
12.5).
 Igreja local – Representa uma parte da Igreja Universal. É formada pelo conjunto de salvos por
Cristo de um determinado local (cidade, distrito ou município). A Igreja Local deve ser uma pequena
réplica da Igreja universal. Semelhantemente, a Igreja é também chamada "visível" e "invisível". Seria
impossível entender a natureza e o caráter da Igreja sem reconhecer que ela, desde o seu início, tem
recebido poder e orientação do Espírito Santo.
A Igreja é um Organismo e uma Organização ao mesmo tempo. Organismo: possui e gera vida;
Organização: caracterizada pela estrutura e pela forma. O exame da Igreja do Novo Testamento
revelará certamente aspectos que favorecem o conceito de "organismo". O mesmo exame revelará que
a Igreja, desde o seu início, operava com certo grau de estrutura operacional – “organização”. Os dois
pontos se completam mutuamente.
O povo de Deus é organizado num tríplice aspecto: Aspecto Espiritual, Social e Econômico.
Estes três aspectos devem caminhar paralelos a fim de atender à missão para a qual Deus a constituiu.
O PROPÓSITO DE DEUS PARA COM A IGREJA
1)Evangelização (testemunho). É anunciar o Evangelho e seu poder, aumentando, assim, o
número de salvos.
2) Adoração (Glorificação ao nome de Deus). A Igreja é chamada a ser uma comunidade que
adora.
3) Edificação (aperfeiçoar, fortalecer). É dar crescimento aos salvos. Na evangelização, a Igreja
focaliza o mundo; na adoração, focaliza Deus; na edificação, a si mesma.
4) A responsabilidade social. A Igreja também é chamada a ser uma comunidade com solicitude
e responsabilidade sociais (Tg 1.27; 1Jo 3.17,18).
O propósito de Deus para com sua Igreja, esta alicerçada na pessoa de nosso Senhor Jesus
Cristo e sua morte na Cruz do Calvário (essência e o fundamento do Plano divino da redenção da
humanidade). A mensagem da Cruz: sabedoria, verdade, e o poder de Deus (salvar, curar, libertar e
redimir as almas do pecado 1Co 1.18). Em resumo, o propósito do Senhor não era que a Igreja apenas
existisse como finalidade em si mesma. Pelo contrário, a Igreja é uma comunidade formada por Cristo
em benefício do mundo.
A IGREJA NO PENSAMENTO DE JESUS - 1) Uma comunidade redentora (salvação); 2) Uma
comunidade que vive o amor (amor/perdão); 3) Uma comunidade de adoradores santificados; 4)
Uma comunidade peregrina (não é deste mundo).
A IGREJA NO NOVO TESTAMENTO – definição: Grupo de pessoas chamadas e separadas do
mundo, batizadas (em sua fé) em Cristo, unidas para o culto e o serviço cristão, sob a suprema
autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, cuja palavra é sua única lei e regra de vida em todas as
questões de fé e pratica religiosa (Bíblia). Era: Perseverante – (quádrupla): na doutrina dos apóstolos,
na comunhão, no partir do pão, e nas orações. Temente a Deus – Os primitivos cristãos não temeram o
mundo. E em toda alma havia temor (a Deus). Carismática – A vida dos cristãos primitivos chancelava e
autenticava o ministério dos apóstolos dos primórdios. Uma Igreja unida – Primavam por viver em
união. Uma igreja caritativa - Tinham tudo em comum, de modo que entre eles não havia necessitado
algum, e isto deveria ocorrer nos dias de hoje.
O CONTEÚDO DAS MENSAGENS - O fervor espiritual que caracterizava os crentes, logo na
fundação da Igreja, era algo sobrenatural que os impulsionava à realização de grande e sublime tarefa
de ganhar almas para o Senhor Jesus Cristo. Seguem abaixo alguns aspetos das mensagens que
pregavam: Base Bíblica: Os Apóstolos e os demais não pregavam suas idéias e filosofias; porém
baseavam todos os seus testemunhos nas Escrituras Sagradas, e nos ensinamentos recebido pelo
Senhor Jesus Cristo (At 1.16,20; 2.16,21). A palavra de Deus gera fé nos corações. (Rm 10.17).
Arrependimento – Eles davam ênfase muito grande ao arrependimento, como condição para alcançar o
perdão (At 3.19). Isto deveria ser uma atitude individual, como a salvação também o é (Jo 3.3,5; Mt
7.13,14; Ap 22.17).
BATISMO NAS ÁGUAS – Era o cumprimento de uma das ordenanças (ver AS ORDENANÇAS
DA IGREJA) de nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 16.15,16). Exigia o seguinte: Condição – Pessoas
arrependidas que tivessem recebido a Palavra, e cressem em Jesus Cristo como Salvador. Modo –
Eram batizados em águas, por imersão, como ocorreu como Jesus e o Eunuco (Mt 3.16; At 8.38,39).
Idade – Deveriam ser adultos para serem batizados (Mc 15.15-16), o que não era possível a recémnascidos. Fórmula – “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” Mt 28.19. Quando a Bíblia registra
que batizavam “em nome de Jesus”, não se trava de qualquer contradição a esta fórmula, e, sim, que os
discípulos eram autorizados por Cristo, pois tudo eles faziam em nome de d’Ele: Pregavam (Lc 24.47);
Curavam (At 3.6,16); Expulsavam demônios (Mt 16.17) e Disciplinavam – (1Co 8.9; 1Ts 3.6). Ênfase ao
nome de Jesus – Os judeus reconheciam o Pai e o Espírito Santo, mas não o Filho. Ao enfatizarem
este nome, visavam o reconhecimento de Jesus como o Messias, o Redentor (At 2.22,36), e a salvação
única e exclusivamente neste nome (Lc 24.47; At 4.12).
O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO – A promessa do batismo, feita por Jesus (Lc 24.49; At
1.8), havia se concretizado era para todos os crentes em Jesus. O batismo com o Espírito Santo os
havia tornado destemidos (At 2.14) e desejavam que todos os crentes também fossem.
SANTIFICAÇÃO: O arrependimento - abandonar a vida de pecado, a fim de produzirem frutos de
arrependimento (Mt 3.8), para conduzi-los a salvação (Hb 12.14).
TEMOR: (At 2.43) Possuíam uma vida de temor, ou seja, viviam de modo a agradar o Senhor em
tudo. Temor de Deus é ter medo do pecado Gn 39.9; é afastar-se do mal (Pv 3.7); e é guardar a Palavra
de Deus (Ec 12.13).
No grego, aparecem duas palavras diferentes descrevendo experiências diferentes, mas foram
traduzidas como (cheio): A primeira palavra é Pimpleimi: Ela significa ficar cheio. Dá a entender que
antes não estava. É uma experiência repentina, momentânea. Não é contínua. É para cumprir um
determinado propósito. É o revestimento de poder para profetizar, testemunhar, fazer a obra de Deus. A
segunda palavra é Pleiros: Significa ser cheio. Não é uma experiência momentânea. De maneira
continua. Estar sempre cheio. Não está relacionada com uma obra a fazer, mas com uma vida no
Espírito. As diferenças: pimpleime da a idéia se ser enchido de fora para dentro, e pleiros dá a
entender um enchimento de dentro para fora. A primeira nos capacita a manifestar os dons do Espírito
(ICo 12:7-11). A segunda nos capacita a manifestar o fruto do Espírito (Gl 5:22-23).
PERSEVERANÇA – (At 2. 42, 46). Eles perseveravam: Na doutrina dos apóstolos – mantinham–
se nos ensinamentos que tinham recebido de nosso Senhor Jesus Cristo como fundamento (Ef 2.20,21);
Na comunhão uns com os outros - uma condição para Deus abençoar a todos (Sl 133.1-3); No partir do
pão - na Ceia do Senhor, uma das ordenanças de Jesus Cristo (ver AS ORDENANÇAS DA IGREJA),
para comemoração de sua vitória sobre a morte (1Co 11.26); Nas orações - para fortalecimento da
comunhão com Deus; e juntos, no Templo todos os dias, para firmeza da fé e a comunhão de uns para
com os outros.
ADORAÇÃO – Glorificando a Deus como Senhor, e nas vidas dos que recebiam salvação. “Em
tudo daí graças” (1Ts 5.18).
TESTEMUNHO – Repartiam com os outros a s bênçãos recebidas, pois testificavam – lhes da
salvação, conforme o mandamento do Senhor Jesus (Mc. 16. 15,16).
A IGREJA DURANTE A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO: 1 – Era apostólica (até 100 d.C). A
mensagem do evangelho foi pregada em todo mundo da época, e alcançou todo o Império Romano,
como Israel, Síria, Chipre, Ásia, Ásia Menor, Macedônia, Acaia, Creta e Itália. 2 – Era pós-apostólica
até Constantino (de 100 d.C. até 313 d.C.) Os Cristãos se dispersaram por todos o Império e outras
regiões, e levaram a mensagem da salvação, sofrendo oposições dos imperadores romanos. Assim,
algumas regiões da França, Índia, África, Pérsia, Egito, Arábia e Armênia foram alcançadas. 3 – De
Constantino a Lutero (de 313 d.C. até 1.517 d.C.). A mensagem continuou a ser divulgada pela Igreja,
principalmente na Europa. Foram alcançadas algumas regiões da Romênia, Irlanda, Escócia, Holanda,
Dinamarca, Alemanha, Suíça, Espanha, Suécia, Moravia, Boêmia, Inglaterra, Noruega, Islândia, Rússia
e Groenlândia. 4 – De Lutero ao inicio do século XX (De 1.517 d.C. até 1.900 d.C.). É o período dos
grandes reformadores e missionários que levaram a mensagem da salvação a Alemanha, Escócia,
Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suíça, França, Escócia, Índia, Birmânia, América Latina, Oceania e aos
Estados Unidos. Durante esse período surgiram Igrejas Evangélicas de fé e ordem diferentes. 5 – De
1.900 d.C. até os nossos dias. Milhões de pessoas têm sido alcançadas pela mensagem do evangelho
da salvação, neste período, em muitos países, entre eles o Brasil. Porem para a Igreja cumprir o seu
papel de evangelização mundial falta muito. Apenas ela tem parcialmente evangelizado. Portanto a
missão da Igreja esta incompleta.
PARA ENRIQUECER SEU CONHECIMENTO, LEIA ESTE ESTUDO SOBRE A PERSEGUIÇÃO
AO LONGO DA HISTÓRIA DA IGREJA:
A Perseguição Sob Nero (54-68 d.C.) - Nero foi o primeiro imperador romano a perseguir os
cristãos. Por ocasião do grande incêndio na cidade, Nero acusou os cristãos e partiu para a destruição
dos mesmos. A atitude de Nero causou repugnância geral "pois se pressentia que eram sacrificados não
para o bem público, mas para a satisfação da crueldade de um indivíduo”. Dessa maneira, aclamando-se
publicamente como o principal inimigo de Deus, Nero foi conduzido em sua fúria a assassinar os
apóstolos. Relata-se que Paulo foi decapitado em Roma e que Pedro foi crucificado sob seu governo,
sendo confirmado pelo fato de que os nomes de Pedro e Paulo ainda hoje permanecem nos cemitérios
daquela cidade.
A Perseguição Sob Domiciano (81-96 d. C.) – Domiciano, movido por sua vaidade e arrogância,
"ordenou que fosse chamado de 'Senhor e Deus', exigiu como saudação o beija-mão ou beija-pé”. Por
esta ocasião os judeus se recusaram a pagar um imposto público criado para o sustento de Capitolinus
Jupiter. A identificação com os judeus fez com que os cristãos fossem também perseguidos. Sob o
governo de Domiciano o apóstolo João foi exilado na ilha de Patmos, onde escreveu o apocalipse.
A Perseguição Sob Trajano (98-117 d.C.) – Surge aqui, sob Trajano, a primeira perseguição
organizada, como parte de uma política governamental definida, começando na Bitínia por volta de 112.
O que de diferente houve nesse período, foi que os cristãos não eram buscados, sendo castigados
apenas quando eram acusados por alguém. Por volta do ano 107, o ancião bispo de Antioquia, Inácio, foi
acusado ante as autoridades e condenado a morrer por ter negado a adorar os deuses do Império.
Nesse tempo, se celebravam grandes festas em Roma e Inácio foi enviado à capital para que sua morte
contribuísse com os espetáculos. A caminho do martírio, Inácio escreveu sete cartas que constituem um
dos mais valiosos documentos do cristianismo antigo. Prestes a ser comido pelos leões afirmou em
carta: "Sou trigo de Deus, e os dentes das feras hão de me moer, para que possa ser oferecido como
pão limpo de Cristo".
A Perseguição Sob Antonino Pio (138-161 d.C.) - Foi durante o governo de Antonino Pio, que
em Esmirna, aconteceu o martírio de Policarpo. Detentor de uma "retórica própria cortante, afiada por
uma violenta cartase, que endereçava aos duros de coração e insensíveis ao pecado, conclamando
todos ao arrependimento de suas transgressões. Policarpo entrou em rota de colisão com o governador
Estácio Quadrato, que tentou convencer o santo ancião a negar o nome de Cristo e a adorar a deidade
Nêmese, além de outros deuses protetores de Esmirna e do Monte Pago. Quando instado a renunciar e
a insultar a Cristo, Policarpo respondeu: "Oitenta e seis anos tenho-lhe servido, e ele nunca me fez
nenhum mal; e como posso agora blasfemar meu Rei que me salvou?” Já amarrado e após uma oração,
Policarpo foi queimado na fogueira.
A Perseguição Sob Marco Aurélio (161-180 d.C) - Marco Aurélio atribuiu todas as calamidades
de seu reino ao crescimento do cristianismo, ordenando assim uma perseguição aos cristãos.
Provavelmente a aversão de Marco Aurélio pelos cristãos era pelo fato de pensar que eles minavam a
estrutura da civilização que ele lutava para manter contra as ameaças domésticas e estrangeiras. Justino
Mártir, sofreu o martírio em Roma durante esta perseguição.
A Perseguição Sob Décio (249-251 d.C.) – Numa época de grande instabilidade no império, que
vivenciava ataques externos e internos, e vendo na manutenção da cultura clássica um forte aliado à
subsistência, o imperador Décio, percebeu nos cristãos uma ameaça e promulgou um edito em 250 que
exigia uma oferta anual de sacrifícios nos altares romanos aos deuses e à figura do imperador,
fornecendo um certificado aos que obedecessem e perseguindo os que não se submetessem a esta
prática. Sacrificar seria apostasia e na presente crença cristã a apostasia era um dos pecados pelo qual
não havia nenhuma espécie de perdão. Muitos cristãos preferiram sua vida física à morte espiritual e
aquiesceram completamente. Outros evitaram manifestamente um abandono de sua fé comprando os
certificados venais, ou libelli, de aquiescência, sem realmente sacrificarem. Outros, tantos que nunca
saberemos, enfrentaram corajosamente o pleno desprazer do Estado por não obedecer. Alguns deles
foram aprisionados, entre eles, Orígenes, o bispo de Roma, e o velho bispo de Jerusalém. Esses dois
últimos pereceram em prisão. Outros foram mortos imediatamente. Alguns fugiram para lugares de
relativa segurança. Entre esses estava Cipriano, o famoso bispo de Cartago.
A Perseguição Sob Valeriano (253-260 d.C.) – A princípio Valeriano se mostrou amigável com
os cristãos, tendo o seu humor mudado, possivelmente pela influência de um de seus conselheiros.
Nesta ocasião os bispos, como líderes da Igreja, foram selecionados e obrigados a reverenciar os
deuses sob punição de exílio. Os crentes foram ameaçados com pena de morte se frequentassem as
reuniões e cultos da Igreja, ou cemitérios cristãos. Um novo edito em 258 tornou a perseguição mais
dura: presumivelmente ordenava a morte para os bispos, sacerdotes e diáconos; primeiramente o
confisco das propriedades e então, se isto não fosse bastante para induzir à apostasia, a morte para os
cristãos de alta posição no Estado, o confisco de bens e o banimento para as cristãs matronas, e a
escravidão para os membros cristãos dos relacionados à família imperial. Por atingir as pessoas de
proeminência na Igreja, esta seria destituída de sua liderança.
A Perseguição Sob Diocleciano (284-305 d.C.) - Sob Diocleciano, em 303, aconteceu a mais
terrível perseguição contra os cristãos. Foram ordenadas o fim das reuniões cristãs, a destruição das
igrejas, a deposição dos oficiais da Igreja, a prisão dos que persistissem em seu testemunho de Cristo e
a destruição da Escrituras pelo fogo. Os cristão foram também obrigados a sacrificar aos deuses pagãos
sob pena de morte caso não aceitassem. Os cristãos foram punidos através do confisco de bens,
trabalhos forçados, exílio, prisões e execuções à espada ou por animais ferozes.
As perseguições só acabaram por ocasião do governo de Constantino, que através da
promulgação do edito de Milão garantiu a liberdade de culto a todas as religiões dentro do império: "Nós,
Constantino e Licínio, Imperadores, encontrando-nos em Milão para conferenciar a respeito do bem e da
segurança do império, decidimos que, entre tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve
ser a nossa primeira e principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem
da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Assim qualquer divindade que no céu mora
ser-nos-á propícia a nós e a todos nossos súditos. Decretamos, portanto, que não, obstante a existência
de anteriores instruções relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados
a abraçá-las sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou moleste... .
Observai outrossim, que também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de suas
respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos
a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a
consideração que merecem as religiões e seus adeptos. Outrossim, com referência aos cristãos,
ampliando normas estabelecidas já sobre
os lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela
presente, que todos que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão a
pagamento... [as igrejas recebidas como donativo e os demais que antigamente pertenciam aos cristãos
deviam ser devolvidos. Os proprietários, porém, podiam requerer compensação.] Use-se da máxima
diligência no cumprimento das ordenanças a favor dos cristãos e obedeça-se a esta lei com presteza,
para se possibilitar a realização de nosso propósito de instaurar a tranquilidade pública. Assim continue o
favor divino, já experimentado em empreendimentos momentosíssimos, outorgando-nos o sucesso,
garantia do bem comum." (Edito de Milão, março de 313).
O FUNDAMENTO DA IGREJA: I – Não é Pedro (Mt 16.15-18). O texto bíblico revela o diálogo
entre Jesus e os discípulos, quanto este disseram que certas pessoas o consideravam como Batista
ressurreto, ou Elias, ou Jeremias outro dos antigos profetas (Mt 14.1,2; Lc 9.7,8; Mc 6.14,15). “Então
Simão Pedro, respondeu e disse: Tu és o Cristo Filho do Deus vivo”. Diante desta resposta Jesus disse:
“... Pois Eu também te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do
inferno não prevalecerão sobre ela” (Mt 16.18). O próprio Pedro declara que nosso Senhor Jesus Cristo
é a “pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os edificadores rejeitaram” (1Pe 2.4, 6-7; At 4.11). II – A
Pedra é Cristo. Na resposta de Jesus podemos ver que Ele próprio é a pedra sobre a qual a Igreja esta
assentada (1Co 3.11). III – A edificação da Igreja. Em Mt 16.18, vemos a promessa da edificação da
Igreja sobre o próprio Cristo. Ele é a Rocha. Somente Ele satisfaz esta condição. Sem duvida Pedro foi
um dos lideres da Igreja primitiva, ao lado de Tiago e João (At 12.17; 15.13; Gl 2.9). Não existe base
bíblica para afirmar que a Igreja teria Pedro com rocha sobre a qual ela seria edificada. IV – As chaves
dadas a Pedro. Em resposta a Pedro, Jesus disse: "Eu te darei as chaves do Reino dos céus (Mt 16.19).
As “chaves dos reinos dos céus” são melhor entendidas como o poder e a autoridade para transmitir a
mensagem do Evangelho. No dia de Pentecoste Pedro foi usado para abrir a porta do Evangelho aos
judeus (At 2.38-42) e aos gentios, na casa de Cornélio (At 10.34-36). Durante a História do Cristianismo
a Igreja continuou no papel de levar as boas novas de salvação. Nos nossos dias ainda faltam milhões
de almas a serem evangelizadas, não obstante os esforços envidados pela Igreja.
O SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES - Uma das doutrinas mais importantes, ressaltadas
durantes a Reforma Protestante, foi o sacerdócio de todos os crentes. O conceito de sacerdócio de todos
os crentes certamente está fundamentada nas Escrituras (1 Pe 2.5,9; Ap 1.6; 5.10). A Igreja, ao contrário
do Novo Testamento, sempre tendeu a dividir-se em duas categorias gerais: o clero (gr. Klêros,
"porção") e o laicato (gr. Laos, "povo").
AS ORDENANÇAS DA IGREJA - A maioria dos grupos protestantes concorda entre si que Cristo
deixou à Igreja duas observâncias: Batismo nas Águas e a Ceia do Senhor. Estes ritos históricos da fé
cristã são normalmente chamados sacramentos ou ordenanças. Relacionada ao Batismo nas Águas e à
Santa Ceia, a palavra "ordenança" sugere que essas cerimônias sagradas foram instruídas por
mandamentos, ou seja, ordem de Cristo.
a)O Batismo nas Águas - A ordenança do Batismo nas Águas tem feito parte da prática cristã
desde o início da Igreja. O modelo para o batismo está referendado em Cristo (Mt 3.13-17) e tem como
propósito simbolizar a identificação do crente com Cristo e a Igreja. Historicamente, são três as formas
principais de batismo: a Imersão, a Afusão e a Aspersão.
Imersão - imergir, mergulhar, fazer penetrar, afundar, banhar; Afusão - derramamento; Aspersão
- ato de aspergir, respingar, borrifar, orvalhar.
Encontra-se na Bíblia justificação para qualquer um dos três processos? Se o batismo é
uma comemoração da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo (Rm 6:3; Cl 2:12), apenas uma
maneira pode representar com fidelidade esses aspectos da vida de nosso Salvador. A maneira bíblica
de batizar foi apenas por imersão, e confirmam este processo o batismo de Cristo e o da Igreja Primitiva.
A Bíblia de Jerusalém (tradução católica) traz a seguinte nota para Rm 6.3: “O ‘banho’ por
imersão na água (sentido etimológico de batizar) sepulta o pecador na morte de Cristo (Cl 2:12), de onde
sai com ele pela ressurreição (Rm 8:22), como nova criatura (2Co 5:17), homem novo (Ef 2:15) ...” Atos
8:36 e 38 dão evidencia do batismo por imersão. Se apenas um pouco de água é suficiente no batismo
por aspersão, não haveria necessidade de Filipe e o eunuco procurarem um lugar de água abundante.
No verso 38 lemos: “ambos desceram à água”. Há traduções que trazem – desceram para dentro da
água. Confirma-se pelo verso 39, que diz “saíram da água”. Para sair é necessário entrar.
Algumas igrejas administram o batismo por imersão, escudadas nas seguintes premissas:
O verbo batizar no original grego – baptizo significa imergir, mergulhar, submergir, como nos
confirma a própria história.
b)A Ceia do Senhor - Segundo as instruções dadas por Jesus, os cristãos participam da Ceia em
"memória" d’Ele (Lc 22.19,20; 1Co 11.24,25). A Ceia representa comunhão com Deus e a Igreja. Os
conceitos da Ceia são:
Transubstanciação - É a crença católica-romana de que uma vez que um sacerdote ordenado
abençoe o pão da Ceia do Senhor, este é transformado literalmente na carne de Cristo; e quando ele
abençoa o vinho, este é transformado literalmente no sangue de Cristo. Baseiam-se em textos como: Jo
6:32-58; Mt 9.26:26; Lc 22:17-23; e 1Co 11:24-25.
Consubstanciação - É a crença na presença espiritual de Jesus nas espécies do pão e do vinho.
E significa que Jesus se encontra presente COM a substância do pão e do vinho sem modificá-las /
transformá-las. Na consubstanciação, o Corpo e o sangue, se juntam ao pão e vinho, porém a
substância do pão permanece, juntamente com sua aparência.
Cremos que os elementos da ceia são símbolos que apontam para realidades espirituais. O
próprio Jesus se referiu à cerimônia da ceia como um memorial. O pão representa o corpo de Cristo,
assim como o vinho representa o sangue de Cristo. Quando Jesus disse que deveríamos comer sua
carne e beber seu sangue (Jo 6.53), ele próprio disse que suas palavras eram Espírito e Vida (Jo 6.63),
ou seja, estas palavras deveriam ser entendidas espiritualmente e não literalmente como os judeus
entenderam e se escandalizaram. Jesus estava dizendo que, assim como o pão é essencialmente para
ser comido e fazer parte da pessoa para que possa sustentá-la, assim também a pessoa deve se encher
da pessoa de Cristo para que possa ter vida. Estudar acerca do pão não mata a fome, mas, se alimentar
de pão é que mata a fome. Da mesma forma, ter certas informações acerca de Jesus não sacia a fome
espiritual de ninguém. Devemos nos alimentar diariamente de Jesus, para sermos saciados (Am 8:11).
A IGREJA EVANGÉLICA - Igreja Evangélica, segundo o aspecto histórico, é aquela que adota a
prática religiosa da Reforma Protestante, notadamente os chamados Solas (sola significa doutrina em
latim) da Reforma: Sola Scriptura (somente a Bíblia Sagrada), Soli Deo Gloria (a salvação é de Deus e
é realizada por Deus), Solus Christus (somente Cristo), Sola Gratia et Fide (somente a graça mediante
a fé), Sola Gratia (somente a graça) na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua
graça e, os quais tem a Bíblia como único livro inspirado divinamente e como regra de fé; e segundo o
conceito analítico, chamam-se evangélicas as igrejas que se originaram diretamente na Reforma ou se
desdobraram dessas e não romperam com os ensinos bíblicos fundamentais protestantes, quanto à
salvação da alma, reconhecendo, por essa razão, legitimidade desses ensinos.
A IGREJA E A SOCIEDADE - A Igreja não foi instituída para ser influenciada pelo sistema social
e sim para transformá-lo. “Para que sejam irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus e inculpáveis no
meio duma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fl 2.15).
Além de fazer parte da sociedade, a Igreja influencia a sociedade, seus membros são elementos
sociáveis, sua estrutura é social, mas, há uma grande distinção entre Igreja e sociedade. Vivemos neste
mundo, mas não pertencemos a este mundo. Portanto, não podemos contaminar nossas vestes
espirituais com as oferendas apresentadas por Satanás. Temos que mostrar ao mundo que a Igreja de
nosso Senhor Jesus Cristo tem algo diferente. Pois somos a luz do mundo (Mt 5.14, 16).
É dever da Igreja: revelar a Deus e Sua vontade a sociedade, sarar as feridas da sociedade,
abençoar a sociedade.
A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE UMA IGREJA: ATOS CONSTITUTIVOS e
ORGANOGRAMA FUNCIONAL.
OS ATOS CONSTITUTIVOS (3 documentos necessários): 1) Ata da Assembléia Constitutiva;
2)Estatuto, onde se determinam a natureza, os fins, as responsabilidades, a organização, a forma de
governo, a competência, a administração e questões afins; 3)Regimento
Interno,
onde
se
particularizam as normas da instituição, que não podem jamais conflitar com o Estatuto.
Nos Atos Constitutivos deve constar como e porque a igreja foi constituída, a denominação a
que pertence, segundo os critérios da convenção que a abriga. Só de posse desses documentos a igreja
adquirirá personalidade jurídica e poderá cumprir perante a lei suas atividades jurídicas e sociais, como,
por exemplo, a aquisição e alienação de bens. (ver A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA).
O ORGANOGRAMA FUNCIONAL - é o ordenamento funcional da estrutura eclesiástica. Há
pequenas diferenças de uma para outra, dependendo das peculiaridades locais, mas basicamente as
igrejas adotam o seguinte modelo estrutural:
a)Assembléia - Compõe-se dos membros regulares e se constitui no poder máximo de discussão
e decisão, cabendo aos órgãos da igreja cumprir o que for aprovado em Assembléia sob pena de
prevaricação. Há dois tipos de Assembléia: Ordinária e Extraordinária. A primeira trata dos assuntos do
dia-a-dia. A segunda, dos assuntos que se constituem exceção, como: admissão ou exoneração do
pastor, aquisição ou alienação de bens, aprovação ou reforma de Estatuto e aprovação ou reforma de
Regimento Interno. Em ambos os casos o Estatuto prevê o quorum necessário para que suas decisões
sejam legitimas.
b)Diretoria - compõe-se normalmente de: Presidente; Dois vice-presidentes; Dois secretários e;
Dois tesoureiros. Estes têm a responsabilidade de conduzir a administração. O mandato costuma ser
bienal (o mesmo para os coordenadores de departamentos), a exceção do presidente, que, por ser
simultaneamente o pastor, na tradição assembleiana, permanece à frente da igreja enquanto bem servir
ou até quando deixar o pastorado por transferência, jubilação ou em virtude de alguma decisão
disciplinar. O "bem servir” significa o direito de a Igreja decidir pela exoneração do pastor nos casos
comprovados em que ele não mais esteja "bem servindo" à Igreja.
Ao presidente cabe: a) Convocar e dirigir todas as Assembléias, bem como as reuniões da
Diretoria e do Corpo Ministerial; b) Representar a igreja judicial e extrajudicialmente; c) Assinar, com o 1º
secretário e o 1º tesoureiro, escrituras de compra e venda, de hipoteca e de alienação de bens imóveis,
sempre mediante autorização prévia nos termos do Estatuto; d) Assinar as atas das Assembléias da
igreja (aprovadas); e) Assinar, com o 1º tesoureiro, cheques e outros documentos de crédito em conta
conjunta; f) Autorizar, com o 1º tesoureiro, todas as contas e gastos, assinando os recibos e demais
documentos da tesouraria, de acordo com as decisões administrativas; g) Velar pelo bom desempenho
da igreja, observar e fazer cumprir o Estatuto, o Regimento Interno e as resoluções da Assembléia; h)
Representar a igreja perante suas co-irmãs e convenções. Na qualidade de pastor é também de sua
responsabilidade a direção dos atos de cultos e das reuniões solenes, bem como a orientação espiritual
e doutrinária dos membros.
A IGREJA É CONSTITUÍDA DE:
1)Membros da Igreja – Todos os salvos em comunhão;
2) Corpo Ministerial - O Governo da Igreja – Como Organização a Igreja é administrada e
regida por um corpo de ministros e oficiais que as Escrituras chamam de Ministério. Compõe-se dos
pastores e obreiros que servem à igreja. Eles trabalham na orientação espiritual dos cristãos e na
administração do patrimônio da Igreja.
Funções Ministeriais (divididas em duas partes):
a)Ministros – ministérios superiores (Apóstolos, Profetas, Evangelista, Pastores, Doutores ou
Mestres):
i)Apostolo significa: (Ef 4.11) “embaixador da parte de Deus” e no contexto da Igreja, “um enviado”.
ii)Profeta significa: (Ef 4.11) “vidente” (1Sm 9.9) “este nome foi usado pela primeira vez pelo próprio
Deus com relação a Abraão e o rei filisteu Abimeleque e Sara Gn 20. 6,7.
iii)Evangelista significa: “Missionário evangelizador”. Sua missão evangelizar, levar as boas novas de
salvação. É o que prega com maestria.
iv)Pastores (O Anjo da Igreja): um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de ovelhas. O ministério
do pastor na igreja possui as atribuições de: alimentar, cuidar, proteger, defender, conduzir. Dos
cinco ministérios de Efésios 4.11, o pastor é o que está mais próximo da ovelha, mais comprometido e
mais atencioso para com ela.
v)Doutores ou Mestres: “aquele que ensina”. São aqueles chamados por Deus para o Ministério do
ensino. Na igreja todos são discípulos, mas nem todos são Mestres.
b) Oficiais – ministérios inferiores (locais) - Presbíteros e Diáconos:
i)Presbítero: A separação esta baseada em (1Tm 3.1-7). Essa classe de oficiais da igreja possui no
Novo Testamento pelo menos três títulos: (ancião, presbítero e bispo). Significa velho, ancião. Deveriam
ser homens de certa idade, firmes na fé, inabaláveis no amor e constantes na obra do Senhor. Eles
foram eleitos pela igreja para desempenhar funções pastorais na palavra (em algumas igrejas são
chamados de “Ministros da Palavra”), nos batismos, na celebração das ceias, etc. Alguns se
dedicaram grandemente ao trabalho do Senhor e passaram a dar tempo integral ao ministério e o
apóstolo Paulo mandou dar a esses homens, salários dobrados (1Tm 5:17). Sua responsabilidade e
autoridade para supervisionar não iam além do rebanho local. As passagens que falam de bispos,
presbíteros ou pastores nunca falam de apenas um servindo numa congregação. O modelo do Novo
Testamento é ter uma pluralidade de bispos numa igreja local.
ii)Diácono: A separação esta baseada em (1Tm 3.8-10). Sua primeira menção se encontra em At 6,
quando, devido às murmurações dos cristãos helenistas foram escolhidos sete homens para a direção
do trabalho social da igreja de Jerusalém. Os diáconos foram instituídos com os seguintes objetivos: (a)
Deixar desembaraçados os ministros para se dedicarem à oração e ao estudo e ensino da palavra de
Deus; (b) Promover a paz na igreja ao preencher uma carência que estava gerando conflitos; (c)
Promover o bem estar dos crentes que seriam beneficiados com o seu serviço; (d) Reforçar a liderança
da Igreja. Suas qualificações são encontradas em 1Tm 3.8-12.
3)Conselho Fiscal - Compõe-se normalmente de três membros, com a responsabilidade de
auditar as contas da igreja e emitir parecer sobre o balancete a ser apreciado em Assembléia.
4)Departamentos: Departamento de Administração: Como o próprio nome indica, esse
departamento cuida das questões administrativas e responde pelas seguintes áreas: Serviços Gerais,
Diaconia, Obras, Compras e Almoxarifado, Patrimônio, Transportes, Segurança e Finanças.
Departamento de Evangelização e Missões: Estas são basicamente as suas áreas de atuação:
Cruzadas Evangelísticas, Evangelismo Explosivo, Hospitais e Presídios, Casas de Recuperação, Grupos
Alternativos, Missões Nacionais e Missões Transculturais. Departamento de Educação Cristã: Estão
sob sua responsabilidade as seguintes áreas: Escola Bíblica Dominical, Integração e Discipulado,
Cursos Teológicos e Seminários de Formação e Reciclagem. Departamento de Assistência Social:
Compreende basicamente as seguintes tarefas: Atendimento Ambulatorial, Farmácia, Caixa Funerária,
Cestas Básicas e Campanhas Sociais. Departamento de Música: Cuida dos Grupos Musicais, Equipe
de Louvor e Formação de Músicos e Adoradores. Departamento de Comunicação: Resultam na
captação, organização e divulgação de informações e notícias concernentes ao meio evangélico,
primordialmente ligados a Igreja local. Departamento de Núcleos de Crescimento: Esta é outra área
importante de sustentação do crescimento da igreja. Aqui estão os núcleos (ou grupos familiares), que
dispõem de uma estrutura própria para o seu desenvolvimento assim estabelecido: coordenador geral,
supervisores de áreas, dirigentes, vice-dirigentes e secretários de núcleos. Departamento de Apoio
Espiritual: O Departamento de Apoio Espiritual é de vital importância para a vida da igreja. Estão sob
sua coordenação as seguintes áreas: Movimento de Oração, Visitação Doméstica, Apoio Pastoral e
Aconselhamento. Capelania: Visa a assistência às pessoas de mobilidade restrita ou por enfermidade
(hospitais) ou por prisão (penitenciária).
A IGREJA COMO PESSOA JURÍDICA: Para que uma igreja possa existir é necessário
fundamentalmente um ESTATUTO registrado nos órgãos competentes do Estado, constitutivo do grupo,
pois nele constará o conjunto de normas que estabelecem a estrutura e a organização da sociedade ou
do grupo. O Novo Código Civil Brasileiro, em seus Artigos 44 – 60, estabelece que “nenhuma sociedade
pode existir ou funcionar no território nacional sem ser juridicamente constituída”, prescreve as
condições para a constituição jurídica de qualquer sociedade privada de natureza religiosa ou cultural,
etc. Somente após o registro do ESTATUTO, a igreja passa a existir como pessoa Jurídica. Sem o
Estatuto registrado, a igreja não pode ser representada juridicamente, nem ser proprietária de nada, nem
reclamar quaisquer direito em Juízo, ficando sempre na dependência de outras entidades para
representá-la.
FORMAÇÃO LEGAL DO ESTATUTO - CONSTITUIÇÃO DA ASSOCIAÇÃO; NOME; SEDE E
FORO; FINALIDADES; DURAÇÃO; MEMBROS; DIRETORIA; ASSEMBLÉIAS GERAIS; QUORUM;
ELEIÇÕES, PATRIMÔNIO; MODIFICAÇÕES ESTATUTARIAS; DISPOSIÇÕES GERAIS. Percebe–se
que o estatuto é de natureza constitutiva, estática, sem se deter em estudos minuciosos. No momento
em que os participantes de determinado grupo se reúnem para deliberar, suas normas de trabalho
estarão estabelecidas Regimento Interno.
COMPLEMENTO LEGAL DO ESTATUTO - O que deve constar no estatuto, para facilitar as
atividades da igreja: Administração; Responsabilidade; Declaração formal de que a igreja não visa
lucros; Declaração da origem e aplicação dos bens, e prestação de contas; Destino da sociedade em
caso de cisão; Definição genérica das atribuições da diretoria; Previsão de um Regimento Interno;
Declaração do que cabe ao pastor a Presidência da Igreja; Quorum para as decisões vitais.
REGIMENTO INTERNO - O que deve constar no Regimento Interno: Particularidades sobre o
culto; Organização interna da igreja; Métodos de trabalho, inclusive de contribuição; Afirmações de
caráter doutrinário; Especificações sobre o uso de propriedades, inclusive do tempo sede;
Especificações sobre entidades filiadas a igreja (estas se necessário poderá reger-se por estatuto
próprio); Especificação sobre o modo de exclusão e recebimento de membros.
COMPONENTES DA ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA - A Igreja é composta de Sede e
Congregações, que tomarão o nome do lugar onde se encontrarem, com exceção a congregação em
que funcionar a Sede da Igreja - “Sede”.
O Órgão dirigente da Igreja composta de: Diretoria; Assembléia Geral. A diretoria será
composta de: Presidente; Primeiro e Segundo Vice Presidente; Primeiro, Segundo e Terceiro
Secretários; Primeiro e Segundo Tesoureiros.
A DIVISÃO ADMINISTRATIVA DA IGREJA
1) Secretaria: Rol de Membros da Igreja; Os Livros - de Atas; de Presença; de Registro de
Matrimônios; de Registro de Aniversariantes; de Registro de Nascimentos; O Cartão de Membros;
Formulários Diversos; Correspondências Expedidas e Recebidas; Arquivos e seu sistema: I – Sistema
Alfabético; II – Método Nominal; III- Método Dicionário; e, V – Outros.
Formação das atas e seu registro - Nas Atas que se farão os registros de todas as ocorrências
verificadas durante as reuniões, e, por terem valor legal, devem ser redigidas em livros próprios e jamais
em folhas avulsas. O Livro de Atas deve ser registrado no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas;
Suas folhas devem ser numeradas e rubricadas; Deve conter o Termo de Abertura e o Termo de
Encerramento; O livro de atas deve ser do tamanho 22X33cm, sendo os textos manuscritos; Nos cultos,
faz-se somente um rascunho dos acontecimentos para depois consigná-las no Livro de Atas.
a)Termo de abertura - O livro de Atas deve conter 50 ou 100 fls., tipograficamente numeradas e constar
neste parêntese a rubrica de uso do Primeiro Secretário, as quais servirão para o registro das atas de
sessões ordinárias (ou extraordinárias) da Igreja Evangélica..., tomando este o número 01 (etc.) - Local e
data - Assinatura e carimbo da igreja.
b)Termo de encerramento - (ultima pagina). Repetir o mesmo na abertura alterando, somente a
expressão “servirão” para “serviram”.
c)Devem as atas conter o seguinte roteiro: Cabeçalho; Corpo; e o fecho (encerramento).
d)Das Atas constarão necessariamente: A natureza da reunião; A hora, dia, mês, ano e local da sua
realização; O nome de quem a presidiu; Os membros presentes e ausentes, com justificativas (em
assembléia Geral não); O expediente recebido e remetido; A síntese das resoluções tomadas; O
resultado das votações; Se solicitado declaração de votos; etc.
2)Tesouraria: Como componente irrestrito da administração eclesiástica está o gerenciamento
financeiro dos recursos adquiridos pela igreja por intermédio do depósito de ofertas e devolução de
dízimos. Estes recursos precisam de uso racional para atender às necessidades da igreja local,
vislumbrando sempre a multiforme participação da igreja: ação social, obra missionária, recuperação de
pessoas sob ação de vícios, construção e reforma de templo.
Crie um Plano. Poucas Igrejas têm um plano contábil/financeiro (plano diretor) pelo qual possam
acompanhar seu desempenho e medir seu progresso. OBS: Preparo inadequado = resultados
inadequados.
3)Demais Departamentos: Departamento de Missões; Departamento Musical; Departamentos da
Mocidade, dos Adolescentes e das crianças; Departamento do Circulo de Oração; Departamento da
Escola Dominical, e etc., podendo ser acrescentado ou diminuído.
AS PRERROGATIVAS DA IGREJA:
1 – Poder de ligar e desligar: (Mt 16.19). Trata–se de autoridade dada por Cristo a Igreja. Esse
poder não é absoluto, somente pode ser utilizado nos limites da Palavra de Deus.
2 – Autoridade para reconciliar: Há quatro passos importantes para reconciliação entre irmão
que são: a) O ofendido deve procurar o irmão (Mt 18.15); b) Leva ainda contigo uns outros dois (Mt
18.16); c) Se não a escutar, dize-o a Igreja (Mt 18.17); d) E se também não escutar a igreja, considera-o
como gentio e publicano (Mt 18.17).
3 – Autoridade da concordância: a) “Se dois de vós concordarem na terra”. (Mt 18.19,29); b) “a
cerca de qualquer coisa” (Jo 15.7) É importante lembrar que Deus nos atende se pedirmos algo de
acordo com sua vontade (1Jo 5.14); c) “Isto será feito por meu Pai que esta nos céus”. Deus atende o
crente que lhe pede algo em nome de Jesus seu Filho (Jo 14.13). d) “Dois ou três” (Mt 18.20).
IGREJA E SEU SISTEMA DISCIPLINAR:
Tipos – Advertência; Repreensão; Suspensão por prazo determinado e Desligamento do rol de
membros. a) Propósito da disciplina: Corrigir uma má situação; Restaurar o caído; Manter o bom
testemunho da Igreja; Advertir os demais membros para que não se descuidem; Apelar à consciência do
ofensor para que pense sobre sua conduta. b) Motivos para disciplina: Conduta desordenada ou
desaprovada pela Igreja; Imoralidade; Contenciosidade – espírito divisionista; Propagação de falsas
doutrinas; Filiação a organizações ou Igrejas incompatíveis com o cristianismo. c) Categorias de
ofensas: Particulares; Públicas. d) Método ou procedimento na disciplina: Na medida do possível,
deve-se tratar o problema entre as pessoas afetadas; Duas ou três testemunhas; Não se arrependendo o
ofensor, ou se o caso, tomar proporções e chegar ao conhecimento de muitos, deve ser levado à Igreja;
Caso se recuse humildemente a reconhecer sua falta, e a pedir perdão, deve o ofensor ser suspenso do
rol de membros; Arrependendo-se, que seja perdoado, se a falta não for tal que exija suspensão
imediata do rol de membros; Se o caso for de flagrante escândalo para a Igreja, ao ser comprovado,
deve ser imediatamente suspenso do rol de membros, tudo porem com justiça. e) Como tratar a pessoa
sob disciplina: Não tratá-lo como inimigo; Em vez disso, devemos ganhá-lo de novo; Esta é uma tarefa
para pessoas espirituais; O disciplinado poderá ser posteriormente restaurado, desde que se revele
realmente arrependido. f) Casos especiais de disciplina aplicada por muitos: Casos de perdão para
pessoas que exercem cargos na Igreja ou liderança: É preciso limitar os direitos destas pessoas, para
dar tempo a que o publico e a Igreja vejam o arrependimento e restabeleçam a confiança de antes; É
necessário um tempo de prova, no qual a pessoa tem de demonstrar o arrependimento. g) Casos de
defesa extra-bíblica: Advogado; Justiça comum. h) Publicidade na disciplina: Não deve ser aplicado
em secreto; Toda a Igreja deve decidir; Sendo publico, o culpado sentirá melhor a desaprovação da sua
conduta; Ao voltar, tudo deve ficar sanado; ninguém tem o direito de trazer à memória os fatos
perdoados. i) Atitude do pastor frente ao procedimento de disciplina do membro: Deve ministrá-la
com espírito de humildade e de amor; A disciplina não é um castigo, ela visa redimir e restaurar o
membro; Tudo o que tem espírito de represália ou revanche é carnal e dificulta a submissão da pessoa;
O bom pastor dá a vida... e deve estar ansioso pela volta da ovelha que se perdeu, mesmo que seja em
outra igreja; A disciplina deve ser aplicada imparcialmente; A disciplina nunca deve se transformar em
arma nas mãos do pastor ou do dirigente, como meio de impor a sua própria vontade: Nada há mais
reprovável que amedrontar membros com disciplina para colocá-los na linha (1Pe 5.1-3).
O RECEBIMENTO DE NOVOS MEMBROS: Há três maneiras de se receberem novos membros
na igreja:
a) Pelo batismo - Os que se convertem devem ser preparados e levados ao batismo depois de
assinarem a Declaração de Propósitos da igreja, tomando assim conhecimento de seus deveres e
privilégios como membros do Corpo de Cristo.
b) Por carta de transferência - Aqui se refere àqueles que vêm com carta de transferência de
outras igrejas. É conveniente que essas pessoas conheçam primeiro a Igreja para a qual estão se
transferindo, leiam e assinem a Declaração de Propósitos.
c) Recebimento de desviados - Neste caso, há duas considerações a fazer: se ele foi membro
da mesma igreja e agora está de retorno, precisa renovar seus compromissos para ser recebido e dar
claro testemunho de sua decisão. Mas se sua origem é diferente, é recomendável informar a sua nova
condição à igreja de onde se desviou para que então possa ser livremente recebido após assinar a
Declaração de Propósitos.
OS TRÊS GRANDES RAMOS DA ADMINISTRAÇÃO SECULAR SÃO: Gerencia de Pessoal,
Gerencia Financeira e Organização de Métodos.
PLANEJAR: Conheça o seu grupo; Distinga as qualidades fortes e fracas; Estabeleça os
objetivos (Tenha foco - Documente a sua idéia - Transforme suas idéias em números - Defina as
etapas); Liste as suas estratégias; “Reparta o pão”.
ORGANIZAR: É reunir meios e recursos materiais e humanos, distribuídos racionalmente de tal
forma harmonizados que possam funcionar como um todo. É comandar e determinar as providências, a
fim de que toda a organização funcione de acordo com o planejado.
QUALIDADES NO EXERCÍCIO DA ADM. ECLESIÁSTICA: Convicção; Caráter; Poder de
agregação; Poder de articulação; Clareza de propósitos; Visão da coletividade; Capacidade de ser igual;
Capacidade de ser imitado; Capacidade estratégica; Capacidade de ouvir; Capacidade de dialogar;
Capacidade de decidir.

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