ASTRONOMIA E EDUCAO

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ASTRONOMIA E EDUCAO
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ASTRONOMIA E EDUCAÇÃO
Rodolpho Caniato 1
Resumo:
A importância da Astronomia em seus ingredientes relacionados à educação fundamental. A
beleza sedutora do céu com as interrogações que ele apresenta. O aspecto lúdico e os desafios
que o estudo do céu sugere. O entendimento das grandes cambiantes que mudam o cenário em
que todos vivemos e nos movemos. Relato das experiências do autor no preparo de método e
experimentos abordando, com material original e simples, o ensino da Astronomia em
diferentes níveis e em diferentes países da América Latina: o "planetário de pobre”. Os aspectos
práticos do estudo da Astronomia e suas relações com a medida do tempo. Os ingredientes
básicos para o estudo de qualquer ramo do conhecimento científico. A orientação
proporcionada pela observação do céu e suas aplicações com as grandes navegações e a história
das civilizações. O conhecimento de nosso habitat que já inclui, nossas vizinhanças no espaço
além da Terra.
Abstract:
The importance of Astronomy in it’s aspects related to fundamental education. The beauty of
the sky with so many questions it arouses. The amusing challenge that the Astronomy study
suggests. The understanding of the great continuous changes of the “scenery” in which we
leave and move. The report of the author in preparing experiments with simple and low cost
materials: using the “planetarium of the poor”, in Brazil and in many countries of Latin
America. Astronomy and its application to the measurement of time. Some “tools” to study
basic Astronomy are essential to any area of scientific knowledge. Orientation by means of sky
observation is an important application and is strongly related to history and civilization. The
knowledge of our habitat includes the study of Earth and its neighbourhood in space. This
knowledge is the purpose of Astronomy
Estou convencido de que uma das tarefas mais importantes do educador consiste em
mostrar ao educando a relevância daquilo que vai ser o assunto ou trabalho a ser desenvolvido.
Não se trata de simplesmente dizer que o assunto é importante. Trata-se de um “aperitivo” para
“abrir o apetite”, que torne “palatável”, desejável, o trabalho ou assunto que se vai começar.
Parece-me indispensável que as pessoas, especialmente os jovens, sintam que empenharão seu
esforço em alguma coisa que vale a pena, seja pela utilidade, seja pela beleza ou pelo prazer
lúdico envolvidos no assunto. Mesmo para um adulto é penoso fazer algum tipo de esforço
sem saber para que e porque o faz. Ainda mais se essa tarefa não traz nenhum tipo de prazer,
ainda que apenas lúdico.
Creio também que para quase todos os assuntos que um educador deve abordar, seja
possível encontrar aspectos que mostrem sua relevância, utilidade e ou beleza. É óbvio que
alguns assuntos, pela sua própria natureza, são mais fáceis de terem suas relevâncias ou sua
beleza evidenciadas.
Certamente nenhum assunto pode ser tão rico e fértil de oportunidades para despertar o
“apetite” de conhecimento quanto a Astronomia. Dificilmente outro assunto poderia reunir
tantos “ingredientes” educacionais quanto à ciência da deusa Urânia. Parece muito provável
1
Doutor em Ciência (UNESP-Física Rio Claro, 1974), ex-professor da PUCC, UNICAMP, USP
(visitante) e aposentado pela UFRRJ.
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que o céu estrelado, suas constâncias e suas variações tenham estado entre os primeiros
mistérios a desafiar a imaginação e a inteligência do primeiro homo sapiens .
“Não é estranho que os habitantes de nosso planeta tenham vivido tanto tempo sem saber onde eles
estão e sem se darem conta das maravilhas do Universo?”. Camille Flammarion 2
Mesmo muito antes do aparecimento do homem mais primitivo, toda a vida sobre a
Terra estava condicionada ao Sol, às mudanças dia-e-noite, ao ciclo lunar e às estações
climáticas. Mesmo nossa vida moderna se desenvolve num grande “cenário” em que os
principais elementos visíveis são coisas ou eventos que têm a ver com a Astronomia. O dia, a
noite, as horas, nossos horários, o calendário, tudo é regulado por eventos relacionados ao céu e
seus movimentos: tudo isso e muito mais é o objeto da Astronomia.
Nosso cenário se acende com o aparecimento do Sol. Nossos compromissos são marcados
pelas horas que são marcadas pelo movimento aparente também do Sol sobre nosso cenário. A
vida em todos os “palcos” distantes, das grandes cidades ou das florestas, muda muito com as
diferentes fases da Lua. Além de mudar muito o aspecto das ambientações rurais, a Lua ainda
exerce sua influência sobre animais e plantas, refletindo um pouco mais de luz solar nas noites
de Lua cheia. Isto sem falar no forte fascínio que a Lua sempre exerceu na inspiração dos
poetas, dos amantes e até dos “lunáticos”. E’ também a Lua, com o Sol em menor escala, quem
determina as marés, fenômeno tão importante, tanto para a vida marinha quanto para o
exercício das navegações. As tábuas das marés, usadas por todos os navegantes prevêem hora e
minuto, tanto das preamares (marés cheia) quanto das baixa-mares (marés baixas) e o valor de
suas alturas. Essas previsões são publicadas 3 um ano antes que ocorram. Em quase todas as
civilizações, além do dia, o mês, ou uma “lua”, tem sido uma unidade para medir a passagem
do tempo.
A orientação, especialmente para grandes deslocamentos na superfície da Terra, é dada
pelas direções ou pontos Cardeais (ou Cardinais) que continuam a ser “ensinadas” (de forma
equivocada) em nossas escolas. Essas direções são determinadas pelos movimentos do céu e
não pela bússola, como freqüentemente se pensa e também se “ensina”. Também o ponto Leste
não é simplesmente o ponto em que nasce o sol, como também se ensina, a não ser em dois dias
(equinócios) por ano. Durante anos tenho constatado e tentado erradicar preconceitos desse tipo
que se constituem em verdadeiros “atos de fé” em nome da ciência que poderiam ser ótima
ocasião de interessantes experimentos coletivos nas escolas.
Não é por acaso que a história de nossa civilização (cristã) começa com um episódio em
que viajantes (reis magos) vêm do longe orientados por uma estrela. Todos os grandes
deslocamentos, em terra e no mar, desde a antigüidade remota têm sido orientados pela Estrela
Polar (Polaris).
As estações, verão, inverno, primavera e outono, que tanto fazem mudar o aspecto de
nossos “cenários” e que afetam nossas vidas, são também determinadas por eventos
astronômicos.
Nossos calendários, tanto o nosso (Gregoriano) quanto os demais são todos também
regulados por fatos astronômicos.
A localização de nossas posições exatas sobre o planeta, quer seja em terra ou no mar, é
determinada por um par de coordenadas que são a Latitude e a Longitude. Estas são
determinadas por via astronômica. A latitude sempre foi determinada por via puramente
astronômica. A determinação da Longitude mostrou a necessidade da criação do cronômetro de
precisão a ser aferido pelos movimentos do Sol 4 . Modernamente, as coordenadas podem ser
2
Camille Flammarion (1842-1925): grande astrônomo francês, autor de muitas obras e pertencente ao
Observatório de Paris e ao Bureau des Longitudes, fundador da Sociedade Astronômica Francesa (1887).
3
Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) da Marinha do Brasil.
4
John Harrison criou o cronômetro marítimo especialmente para determinação da longitude, testado em
1762 e fazendo jus ao prêmio de 20.000 libras estabelecido pelo parlamento inglês.
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determinadas pelo sistema GPS (Global Positioning System), que, no entanto usa as mesmas
coordenadas criadas pela Astronomia.
Todos os movimentos da Terra e suas possíveis irregularidades são detectados e medidos
pelo estudo dos movimentos do céu.
O desenvolvimento da espectroscopia (análise da luz), a partir do século XIX, estabeleceu
novos e importantes vínculos entre a Física usada cá na Terra e o maior conhecimento dos
processos que acontecem nas estrelas.
Em 1957, durante o Ano Geofísico Internacional, o lançamento do Sputnik I dava início
ao que hoje chamamos de Era Espacial. Daí por diante quase não se passa dia sem que estejam
no noticiário as manchetes que têm a ver com a conquista do espaço e portanto com a
Astronomia.
Hoje todos estamos envolvidos a toda hora com alguma coisa que tem a ver com a
conquista do espaço e com os avanços tecnológicos a ela relacionados.
Até 1957 a Terra tinha a Lua como seu único satélite. Hoje orbitam ao redor de nosso
planeta milhares de objetos, em órbitas de diferentes tamanhos e inclinações. Esses satélites
foram colocados em órbita com o conhecimento da Gravitação Universal descoberta por Isaac
Newton (1687) e acrescida de um imenso arsenal tecnológico que tornou isso possível em1957.
Para quem não estivesse de alguma maneira ligado a esses fatos e eventos é difícil imaginar a
grande comoção com que o Mundo foi sacudido por esse início da era espacial. Para mim
particularmente esse ano se tornou inesquecível. Eu estava assumindo a cadeira de
Cosmografia e me tornava assistente da cadeira de Física Geral e experimental na PUC de
Campinas (SP). Eu também passava a operar o telescópio dessa universidade que eu terminara
de montar em 1955. Além disso, tive que realizar, às pressas, os exames de Mecânica Celeste
cujo professor falecera em decorrência de uma crise de depressão relacionada ao temor pelo uso
dos satélites artificiais como portadores de alguma bomba atômica.
A grande atividade espacial, hoje internacional, é simultaneamente efeito e causa de
novos avanços que nos colocam diante de um futuro que se abre cheio de novas e formidáveis
perspectivas e também de problemas.
Hoje sabemos também dos riscos que podem vir do céu. Da verdadeira multidão de
asteróides e cometas que gravitam ao redor do Sol, muitos têm órbitas que podem passar
próximo da órbita da Terra. Embora nos pareça remoto esse perigo, ele existe e nada no
Universo nos protege disso.
Hoje, instituições como a NASA 5 representam uma espécie de vértice de uma pirâmide
de conhecimentos acumulados em quase todas as áreas da atividade humana. Cada dia mais, a
vanguarda de observações como as feitas por telescópios espaciais irão abrir ou desvendar
conceitos e caminhos que modificam a vida aqui na Terra e aquilo que o homem pensa do
Universo e de si mesmo.
Coisa parecida, consideradas as grandes diferenças, ocorreu com a criação da escola de
Sagres (Portugal) quando, no início do século XV, o infante Dom Henrique criou o projeto ou
idéia das grandes navegações e que mudaria para sempre o curso da história do Mundo. Para
grandes navegações seriam necessários barcos de alto mar: mais conhecimentos de engenharia
naval. Para mover esses grandes barcos eram necessárias grandes quantidades de tecidos
resistentes para as velas. Para operar velas, mastros e vergas eram necessárias grandes
quantidades de cabos (cordas). Para tudo isso eram necessárias novas ferramentas: nova
tecnologia. Mas quando os barcos se afastassem para dentro dos oceanos, como se orientariam,
como saberiam onde estão. Enquanto estivessem no hemisfério Norte, a altura da Estrela Polar
lhes daria a latitude. Quando se ultrapassou o Equador (latitude zero), a Estrela Polar
desapareceu no horizonte. No Pólo Celeste Sul, que foi ficando acima do horizonte, não havia
outra estrela polar. Foi necessário desenvolver novos conhecimentos e registros especialmente
5
Sigla da National Agency of Space Administration, agencia americana de atividades espaciais.
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em astronomia. As conquistas que foram sendo feitas foram alargando os horizontes, não só dos
mundos visíveis, mas também e principalmente sobre o que o homem pensava de si mesmo e
de sua posição frente ao mundo. Estava acontecendo um grande impulso globalizador.
Desde a antigüidade, nas primitivas sociedades , a Astronomia ocupou o vértice da
pirâmide de conhecimentos sobre o Mundo. As primitivas observações devem ter estado
ligadas aos fatos cíclicos da Natureza na Terra e relacionados aos aspectos e eventos do céu. A
observação do céu logo evidenciou a constância das configurações mostradas pelas estrelas: as
constelações que logo foram tomando nomes e significados ditados pela imaginação e pelas
crenças religiosas de cada povo.
Durante toda a antigüidade, o conhecimento de eventos astronômicos que foi sendo
acumulado , foi interpretado dentro de uma concepção mágica e religiosa de um Mundo
geocêntrico. Parece ter sido a Mesopotâmia o berço das mais antigas manifestações da
Astrologia que daí se teria irradiado para outras civilizações vizinhas e até para a Índia e China.
Depois de notar a constância das configurações formadas pelas estrelas, as constelações, aqueles
cinco pontos brilhantes ou “estrelas errantes” que se moviam em “manobras” tão
extravagantes, só poderiam ser deuses. A Astrologia nascia como observação dos movimentos
daqueles deuses e dos supostos significados desses para a vida humana. Só a partir do
renascimento, com o novo modelo heliocêntrico do Mundo, começa Astrologia e sua visão
mágica a ceder terreno para a Ciência. Hoje a Astrologia representa interesse do ponto de vista
da história, da Mitologia e do folclore da Astronomia, mas carece de qualquer fundamento de
caráter científico.
Embora sejam sempre respeitáveis os pontos de vista e as crenças das pessoas, é oportuno
lembrar que há hoje uma grande exploração da boa fé, feita em nome da Astrologia. Não há
qualquer fundamento na Ciência em, por exemplo, classificar as pessoas e seus caracteres nas
doze “casas” ou signos do zodíaco. Também não há qualquer fundamento científico para se crer
que as configurações dos astros determinem ou interfiram em nossas vidas. Muitas vezes se
procura dar um caráter “científico” às previsões astrológicas com o uso de programas de
computador para produção de “mapas astrais”. É uma tentativa de ligar o “status” científico
associado ao uso do computador para que as pessoas comprem coisas mágicas e artificiais como
coisa científica.
Muitos outros assuntos ricos e motivadores poderiam ser abordados no campo associado
à Astronomia. Acredito, no entanto que isso não basta. Existem aspectos educacionais que
devem ser lembrados. O simples fato de algo ter a ver com Astronomia não me parece que seja
suficiente, se temos em vista objetivos educacionais e horizontes mais amplos.
Já em minha tese de doutorado, publicada em 1974 6 , tendo como livro anexo “O céu” 7 ,
eu alertava para uma constatação que poderia resumir dizendo: grande parte do que
aprendemos em Física se assemelha a cursos de natação feitos por correspondência. Essa
constatação tinha sua origem em grande número de cursos e discussões com professores de
Física em exercício, tanto no Brasil quanto em muitos países da América Latina. Nessa
constatação já entravam também muitos conceitos relacionados à Astronomia: mal-entendidos
ou conceitos equivocados. Muitos desses conceitos simples equivocados tinham “sobrevivido” à
passagem de seus portadores por cursos superiores. Muitas vezes eu tinha a impressão de que
tais conceitos haviam “sobrevivido” por estarem “plantados” muito fundo nas cabeças, sem que
eles tivessem nunca sido “digeridos” ou “erradicados”. Dessa maneira esses “conhecimentos”
permanecem “enquistados”, sem que sejam entendidos e, muito menos, submetidos a qualquer
ocasião de serem operacionalizados. São exemplos emblemáticos aqueles referidos na minha
história do “Joãozinho da Maré”, amplamente divulgada 8 . Poderia citar muitos outros que
6
Um Projeto Brasileiro para o Ensino de Física . FAFI de Rio Claro (UNESP), tendo como volume
anexo “O céu”.
7
Nos últimos anos publicado pela Editora ATICA , São Paulo.
8
“Com (ns)Ciência na Educação”,Caniato R., Editora Papirus , Campinas,SP.
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mostram verdadeiras “jóias de cultura inútil” por terem sido objeto de apenas um “discurso”,
mesmo em assuntos relacionados à Astronomia. Por essa razão, minha preocupação foi
desenvolver não só sugestões de temas mas um método ATIVO, com textos , atividades e
material experimental , usando interessantes motivos astronômicos. Um dos exemplos é o
“planetário de pobre”, hoje conhecido em muitos países.
Atrás dessa proposta já havia toda uma história de vida, anterior mesmo à construção do
telescópio da PUC de Campinas e da criação da disciplina de Cosmografia para o curso de
Geografia. Esses fatos que representaram minha entrada formal no campo do ensino da
Astronomia (1957), já traziam uma história de encanto e sedução emotiva para o assunto. Esse,
volto a dizer, parece-me um ingrediente necessário ou desejável, mas não suficiente. A condição
que dá significado produtivo, em termos educacionais, é a presença do desafio concreto em
situações factíveis na escola ou mesmo fora dela. Não basta ouvir informações, ainda que muito
interessantes. Essas situações devem envolver conceitos, questões e práticas que sejam
altamente significativas na formação do jovem, independentemente da área que ele vier a
escolher. Esses ingredientes não dizem respeito somente a conteúdos básicos para qualquer área
do conhecimento científico, mas também e principalmente como prática de AÇÕES
fundamentais como LER, DISCUTIR, FAZER (também com as mãos), ACRESCENTAR (suas
idéias e informações) e COOPERAR (com o trabalho em grupo).
Por exemplo, quando proponho a determinação dos pontos Cardeais nas escolas, meu
objetivo não é simplesmente obter aqueles pontos. Um texto ou uma pequena preleção sobre o
assunto, já deve implicar numa discussão sobre suas aplicações e implicações. Por exemplo, as
divisas da maioria dos estados nos EEUU. Que vantagens há nisso? Isso já implicaria em
LEITURA e também DISCUSSÃO de um texto. O trabalho na pratica exigirá a colocação de
uma haste bem no prumo, marcação da primeira sombra, o traçado da primeira
circunferência, a marcação da segunda sombra e posteriormente a determinação da bissetriz
das duas sombras de iguais comprimentos. Determinada essa reta Norte-Sul, deverá ser
determinada a sua perpendicular e que passa pela base da haste vertical: a reta Leste-Oeste.
Embora a motivação principal ou formal seja a determinação dos pontos Cardeais, de
forma que poucas pessoas sabem, o mais importante é a quantidade de coisas e conceitos que
deverão ser operacionalizados durante o processo e que serão importantes e inesquecíveis, para
qualquer outra situação. O mais importante, no entanto nem sequer foi dito: o exercício da
atividade e da iniciativa, ingredientes fundamentais e dos quais nosso sistema educacional é
tão carente.
Quando proponho o uso do “planetário de pobre”, abre-se diante das pessoas o
verdadeiro mundo de desafios novos e fascinantes que tornam possível e visível, logo de saída,
uma reprodução fiel dos movimentos do céu do seu lugar. Abre-se a possibilidade de se
reproduzir sobre a sua mesa, os movimentos do céu e o dia solar de qualquer lugar da Terra e
em qualquer dia do ano.
Quando proponho o uso do “planetário de pobre” não estou pensando somente no que
as pessoas vão aprender sobre os movimentos do céu. Tenho em vista que essa interação será
ocasião de um saudável exercício de imaginação, de raciocínio espacial, exercício com os
“arreios” geométricos usados sobre a esfera celeste. Dependendo do tempo e do nível de
escolaridade das pessoas envolvidas, podem ser aplicados importantes conceitos e exercícios de
geometria esférica, com a medida de arcos e ângulos de maneira direta e simples. Se houver
tempo e disposição, essa “brincadeira” pode se transformar num verdadeiro “halterofilismo
intelectual”. Ainda estará sendo experimentada a idéia de “modelo”, quase sinônimo de teoria,
importante no estudo de qualquer campo da Ciência. Num experimento como esse, cada passo
dá ensejo a férteis e saudáveis discussões de conceitos, argumentos, além do exercício da
DISCUSSÃO, elemento fundamental no exercício da cidadania e da democracia.
O “planetário de pobre” é um dispositivo que desenvolvi em 1970 dentro do livro “O
céu”, que permite simular sobre a mesa quase tudo que se pode ver e simular em um grande
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planetário. Além da vantagem do baixo custo, ele pode ser manipulado pelas pessoas e é
intensamente motivador, permitindo que se façam sobre ele medidas diretas, com um simples
pedaço de serpentina.
Ele é constituído de um frasco esférico de vidro, geralmente de 1000 ml que pode ser
obtido em casas de material de laboratório, como “balão de destilação”, de pescoço longo. Ele
deve estar munido da respectiva rolha, geralmente de borracha. Faz parte também um pequeno
tripé, sobre o qual o frasco se apóia em equilíbrio bem estável. O aro sobre o qual o frasco
assenta no tripé deve ter uma abertura, de tal maneira que o balão posso ficar em qualquer
posição, com o pescoço desde horizontal até a posição vertical (para baixo). O frasco deverá ter
água colorida (azul), exatamente até a metade da esfera, com o pescoço voltado para o lado de
baixo. O “pescoço” servirá de “cabo” para se manipular o “planetário”. Dessa maneira, ele
estará pronto para simular os movimentos do céu do seu lugar e de qualquer outro. Para isso
bastará fazer girar o balão ao redor do eixo do “pescoço”. Variando a inclinação do eixo será
possível simular os movimentos do céu em qualquer latitude, sabendo que o céu gira com uma
inclinação igual à latitude geográfica do lugar. Se quisermos simular os movimentos do céu nos
pólos (latitude 90 graus), basta girar o pescoço na posição vertical (para baixo). Para simular os
movimentos do céu equatorial (latitude zero graus), fazemos o pescoço girar horizontalmente.
Todos os demais experimentos presentes no meu livro “O céu” têm propósito muito mais
ambicioso do que simplesmente ensinar algo de Astronomia. Sempre está presente um forte
conteúdo educacional importante para o exercício da cidadania num Mundo que, cada vez
mais, demanda algum conhecimento científico. Esses experimentos e seus textos foram
longamente ensaiados antes de suas primeiras publicações.
Em 1971 uma empresa 9 ganhou uma concorrência do MEC, através do Instituto Nacional
do Cinema para produzir uma série de filmes didáticos para o ensino médio. Dois desses filmes
encomendados teriam que ser de Astronomia: um deveria ser “O Sistema Solar” outro “Estrelas
e Universo”. Seriam filmes de cinema, em 16mm, coloridos e sonoros e com dez minutos de
duração. Coube a mim realizar o roteiro e os textos de ambos, além de participar da elaboração
de outros filmes da mesma série. Para cenas do Sol, ao vivo, me vali de um documentário
francês que me foi generosamente emprestado pelo Dr. Paulo Benevides do IAG. Esses filmes
foram produzidos, editados e distribuídos pelo MEC para escolas públicas do Brasil.
Logo em seguida o MEC encomendou à mesma empresa dez audiovisuais sobre dez
assuntos diferentes (tópicos de Física) na forma de diafilmes, também para o ensino médio. Fiz
os textos e os roteiros de todos eles que também foram editados e distribuídos às escolas
públicas.
No ano seguinte resolvi fazer, inteiramente com recursos meus, dois audiovisuais,
aproveitando a experiência recém adquirida. Um se chamou “A Energia do Sol”, outro “O
Homem e a Terra”. Destes foram produzidas e distribuídas pouco mais de cem cópias pelo
Brasil e em alguns países da América Latina.
A partir de 1974 se multiplicaram os pedidos de cursos para professores em grande
número de países da América Latina. O primeiro (Honduras,1974) foi promovido pelo CLAF 10
num dos CURCAF 11 . (Figura 1)
9
Do produtor Jorge Jonas que havia produzido recentemente “O auto da Compadecida”
Centro Latino Americano de Física , tendo como Diretor Dr. Roberto Bastos da Costa
11
Curso Centro Americano de Física,destinado a jovens professores do ensino superior.
10
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Figura 1: Professores dos diferentes departamentos de Física de países da América Central realizando medidas para
determinação da perda de massa do Sol usando apenas uma latinha de cerveja enegrecida e um termômetro doméstico.
Atividade realizada durante o curso CURCAF na Universidade Nacional de Honduras, Tegucigalpa, 1974.
Como nesse meu primeiro curso havia professores dos diversos países da região; cada
um deles tomou a iniciativa de promove-lo também no seu. Nesse primeiro curso também foi
encaminhado à embaixada brasileira um pedido para um segundo curso. Esse seria
especialmente para a Escuela Francisco Morazan, formadora dos professores daquele país
(Honduras). (Figura 2)
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Figura 2: Matéria publicada no jornal Tiempo – El Diario de Honduras, de 27/02/1975 referente à abertura do segundo
curso destinado a professores hondurenhos de Ciências realizado na Escuela Francisco Morazan.
Esse foi feito no ano seguinte e com inteiro patrocínio e custeio do Itamaraty, assim como
o da Guatemala. Esses cursos, embora fossem de Física, sempre foram abordados através da
Astronomia, com os experimentos.
Em resumo, muitos outros cursos foram por mim ministrados na Guatemala, na Costa
Rica, no Panamá, República Dominicana, Equador e Nicarágua. Em todos os casos os meus
livros “O céu” e “Mecânica” foram doados aos participantes. Em Honduras e Panamá foram
feitas traduções de uso local. Isso significa também que todo aquele material foi submetido a
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muitas outras “provas de campo” internacionais. Em muitos outros países, estive fazendo
seminários e palestras relacionadas a aquele trabalho.
Em 1970, no Instituto de Física da USP, foi ministrado pela primeira e única vez no Brasil
o Harvard Project Physics. O corpo docente foi constituído por quatro professores: dois
americanos e dois brasileiros. Eu fui um dos docentes brasileiros e a mim coube, além da
“Mecânica”, desenvolver a parte de Astronomia. Os participantes, professores-alunos vieram de
quase todos os países da América Latina. Um dos pontos altos desse curso foi poder repetir a
determinação da órbita de Marte, como feita por Kepler, a partir dos dados colhidos em chapas
fotográficas do próprio Observatório de Harvard.
A multiplicação dos cursos também no Brasil me havia dado uma nova visão do estado
do ensino de Física. Era agora uma amostragem bastante ampla. Como esses cursos sempre
foram centrados na DISCUSSÃO, era possível ter uma visão mais ampla da situação do
preparo, dos procedimentos, das dúvidas e dos mal-entendidos conceituais dos professores em
serviço.
Essa nova visão foi me indicando que as raízes mais fundas da formação dos professores
estavam ligadas a preconceitos muito arraigados e que pareciam indicar sua origem no ensino
fundamental. O que eu tinha eram indícios. Seria preciso pesquisar no ensino fundamental.
Nesse mesmo momento um confronto com o então diretor me fazia “cair em desgraça”
no meu trabalho na UNICAMP. Aí já não seria aceito meu trabalho, especialmente para uma
“coisa de baixo nível”, como ensino fundamental.
Meu trabalho seguinte foi de dois anos, como professor visitante, no Instituto de Física da
USP. Além da docência nos cursos básicos e dos cursos para professores do segundo grau com
“O céu”, produzi uma coleção de fotografias estroboscópicas para estudo de Física, com
tecnologia nacional própria e material também nacional que eu havia desenvolvido na UNESP e
posteriormente na UNICAMP. Muitas dessas fotografias guardam íntima relação com
Astronomia.
Em 1977, durante uma visita, tive oportunidade de propor meu projeto de pesquisa e
desenvolvimento de um projeto com professores do primeiro grau à Profª Yacy Andrade Leitão
da UFRRJ. Com entusiasmo, ela me estimulou a começar imediatamente nessa universidade.
Foi o que fiz.
Nosso primeiro trabalho foi reunir um grande grupo de professoras (só havia um
homem) das escolas próximas à Universidade 12 . Durante um dia inteiro provocamos discussões
que as fizessem expor suas idéias, conceitos e tudo quanto deviam ensinar a seu alunos. Nosso
propósito era detectar “o que” e o “como”, os programas e como esses assuntos eram vistos,
entendidos e ensinados. Logo foram aparecendo muitos daqueles mesmos conceitos,
especialmente relacionados à Astronomia ensinada no primeiro grau. Logo apareceram aqueles
assuntos “clássicos”, como pontos Cardeais, estações, movimentos da Terra, fusos horários, etc.
Tivemos todo o cuidado para que todos os professores pudessem expor tudo aquilo que
pensavam e ensinavam sobre aqueles assuntos. Foi nesse ponto que me ocorreu fazer o papel de
uma criança que estivesse interessada e quisesse mesmo entender cada um daqueles conceitos.
Esse foi um momento especial e histórico em meu trabalho. Nesse momento “nascia” o
Joãozinho da Maré. Todos os conhecimentos ensinados não resistiam aos argumentos ingênuos
de uma criança. Quando esse fato ficou evidente, estabeleceu-se um clima de forte decepção e
frustração. Uma das professoras prorrompeu em choro, dizendo que estava em vias de se
aposentar e todavia tinha ensinado “essas mesmas coisas, desse mesmo jeito”. Havíamos
discutido durante todo o dia. Aconteceu então um verdadeiro clamor para que eu desse as
respostas certas.
Procurei mostrar a essas professoras que não se tratava de respostas “certas” ou
“erradas”. Mesmo com respostas “certas” esses conhecimentos podiam ser verdadeiras “jóias”
12
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense.
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de cultura inútil. O que estava se evidenciando, era o profundo grau de alienação do processo
de ensino em que coisas como essas podem freqüentemente ocorrer: as pessoas “aprenderam”
depois “ensinaram” e nunca descobriram que não tinham entendido nada daquilo de que
estavam falando, às vezes durante toda a vida. Diante disso eu não daria simplesmente as
respostas. Ficava no ar uma grande indagação: o que nos leva a “aprender” e depois passar uma
vida “ensinando” uma coisa que é ou poderia ser evidentemente desmentida por um simples
olhar para fora de nossa janela ou pelo raciocínio ingênuo de uma criança, se posta a pensar.
O que se seguiu foi quase um protesto pelo abatimento que eu havia causado, fazendo
toda aquela gente descobrir uma grande frustração. A professora que se sentira mais frustrada
disse que em suas próximas aulas teria que ensinar alguns daqueles assuntos que sempre
haviam estado e ainda continuavam nos programas a serem cumpridos. “E agora, o que que eu
faço? Vamos ficar só com a frustração? O senhor vai nos deixar assim?”
Naquele momento, diante daquele apelo, prometi que os ajudaria a superar aquela
grande frustração. Nesse momento nasceu o nosso projeto de Primeiro Grau.
Imediatamente comecei a trabalhar nos textos e atividades que já no mês seguinte
começaram a ser ensaiados. Os primeiros ensaios começaram pela escola pública vizinha da
Universidade e logo se multiplicaram por outras escolas das proximidades e onde atuavam as
professoras que haviam estado naquele grupo inicial.
O método era bem próximo daquele por mim preconizado e amplamente usado com a
aplicação do livro “O céu”: leitura em voz alta dentro de cada grupo e passando por todas as
pessoas de cada grupo. A leitura do pequeno texto é logo seguida das discussões sugeridas
pelo texto e pelas dúvidas de cada um. Feita a leitura e sua discussão passa-se a fazer a
atividade, envolvendo também as mãos, orientada por um texto e feita com material simples.
Em uma pequena preleção que precede o início do trabalho, as pessoas são exortadas e
encorajadas a acrescentar suas contribuições ao assunto e também a contribuírem para um
trabalho cooperativo em que se partilha o material, as dúvidas e as descobertas que vão sendo
feitas.
Todos detalhes dos procedimentos que têm a ver com o método estão em meu livro
“Com (consciência?) Ciência na Educação”, já mencionado.
Muitos textos-guias para as atividades, com as listas de material utilizado estão em meu
livro “A Terra em que vivemos” 13
Nos anos seguintes se multiplicaram os pedidos para esses cursos de treinamento de
professores do Primeiro Grau em muitas cidades de diferentes estados do Brasil.
Durante um de meus cursos sobre “O céu” realizado na República Dominicana (1982), fui
apresentado simultaneamente a uma autoridade do Ministério da Educação local e a um
representante da UNESCO. Em conversa falei do meu novo projeto para professores do ensino
fundamental. Logo me foi feito o convite para voltar, ainda naquele mesmo ano, para tal curso.
Ainda naquele mesmo ano o “Joãozinho da Maré” e todos os textos e atividades eram dados a
professores dominicanos do ensino fundamental. Aí os textos foram traduzidos pelo Prof. Juan
Selman, da Universidade Oficial de Santo Domingo. Nascia um “Juanito de la Marea”.
Outro curso do “Joãozinho” foi dado em Mar Del Plata, na Argentina, a convite do
presidente “Associação Argentina de Professores de Física”, meu ex-aluno de pós-graduação
em Ciências (UNICAMP) e que havia usado “O céu”. Nesse curso tive a ajuda de um professor
assistente 14 , meu ex-aluno da UNICAMP e que também havia trabalhado com “O céu”:
Prof.Olavo Divino Pereira (UFRRJ). (Figura 3)
13
14
Editora PAPIRUS , Campinas,SP.
Prof.Olavo Divino Vieira,à época professor do Depto. de Física da UFRRJ.
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Figura 3: Trabalho com professores argentinos de Física e Ciências, realizado em Mar del Plata, em setembro
de 1987.
Não seria oportuno e não caberia aqui enumerar todos os cursos, abordando a
Astronomia do Primeiro Grau que foram dados pelo Brasil a fora. Bastaria dizer que foram
muitas dezenas deles, em instituições principalmente públicas, mas também em particulares.
Essa grande quantidade de cursos, conferências, palestras e seminários nos permitiu
acumular uma experiência valiosa e custosa. Essa experiência tem a ver com a carência de
conhecimentos científicos básicos no preparo dos professores do ensino fundamental. Ela diz
respeito também e principalmente a uma visão do Mundo quase mágica e cheia de crenças e
crendices incompatíveis com uma sociedade mundial que se move na direção de mais
conhecimento do Universo e sobre o habitat do homo sapiens. Foi uma grande quantidade de
trabalho feito, especialmente para professores do ensino fundamental. Por outro lado, quando
se considera quanto mais poderia ser feito, sente-se uma certa frustração e talvez uma esperança
de que essa experiência acumulada possa ainda ser aproveitada.
Vale ainda lembrar que mais que a Astronomia envolvida, o que se fez foi propagar a
idéia e a vivência de uma proposta com método próprio e, sobretudo ATIVO, com material de
baixíssimo custo.
Hoje sabemos da enorme carência em nosso ensino fundamental, de preparo e
treinamento dos professores. Há muita proposta em termos que, no mais das vezes, vai muito
pouco além dos discursos em que se repete que “escola e a educação devem desenvolver as
potencialidades”. Muitas vezes essas “potencialidades” não passam de potencialidades que
nunca se materializam.
A ASTRONOMIA para o ensino fundamental poderia ser uma ótima oportunidade para
se introduzir um pouco mais desse tipo de conhecimento de fato. Seria também uma
oportunidade para mostrar funcionando uma proposta brasileira que tem uma longa história e
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experiência acumulada. Ela faz parte do acervo mundial da experiência educacional e está
resumida em um capítulo do livro da UNESCO 15 , editado nos idiomas da ONU. O Brasil não
poderia dar-se ao luxo de desconhecer ou subaproveitar essa experiência.
Não podemos esperar que nosso sistema educacional se transforme rapidamente, pondose a par tanto de conhecimento claro sobre fatos da Astronomia quanto de formas ATIVAS para
essa abordagem. A Astronomia seria um belo motivo para se apresentar mais informações, com
base mais sólida e também com um enfoque mais condizente com a verdadeira construção do
conhecimento.
Seria também a oportunidade de as instituições ligadas à ASTRONOMIA prestarem um
grande serviço à EDUCAÇÃO CIENTÍFICA, simultaneamente com uma contribuição
metodológica, com uma experiência resultante de muitos anos de ensaios, pesquisa e aplicação,
principalmente no Brasil mas também fora dele.
A ASTRONOMIA sempre foi uma espécie de vanguarda a acumular todo o
conhecimento mais avançado da humanidade. Mas a cada dia ela se irá tornando também uma
nova visão de TODO O CENÁRIO QUE NOS ENVOLVE, em que vivemos em nossa pequena e
querida Terrinha. Afinal a ASTRONOMIA se ocupa do estudo de toda nossa VIZINHANÇA
NO ESPAÇO, com a beleza, com as possibilidades e com os riscos que isso representa: uma
visão AMBIENTAL no sentido mais amplo.
Se não bastasse tudo que estivemos dizendo, bastaria lembrar um dos maiores
matemáticos, um dos maiores astrônomos e um dos fundadores da Mecânica Celeste, Pierre
Simon Laplace (1749-1827):
“A Astronomia pela dignidade de seu objeto e pela perfeição de suas teorias, é o mais
belo monumento ao espírito humano, o título mais nobre de sua inteligência”.
Bibliografia:
Caniato,Rodolpho.Com(ns)Ciência na Educação,Campinas(SP),Editora Papirus ,2003.
Caniato,Rodolpho, O céu, São Paulo(SP),Editora ‘Atica, ,1993.
Caniato,Rodolpho, Que é Astronomia, São Paulo(SP),Editora Brasiliense,1994.
Caniato,Rodolpho, A Terra em que vivemos, Campinas(SP),Editora Papirus,1989.
Caniato,Rodolpho. Former les enseignants...,in Innovations dans l’enseignement des sciences
et de la technologie,Paris,UNESCO,1995.
Rudaux,Lucien et Vaucouleurs,Gerard, Astronomie, Paris, Larousse Editeur, 1957.
Moore,Patrick, El Atlas del Universo, Barcelona, Editorial Labor, 1970.
Índices para catálogo sistemático:
Educação; Estudo e Ensino; Ciência; Astronomia
Dr. Rodolpho Caniato - e-mail: [email protected]
Rua Lopes Trovão, 336, apto.10 - Campinas,SP. Cep.:13090-090
Tel (19) 3253-3290 Cel.(19) 9601-0972 Fax.: (19) 3254-1741
15
Innovations dans L’enseignement des Sciences et de la Technogie (vol.IV),UNESCO, Paris, 1996,sous
la direction de David Layton
Liga Iberoamericana de Astronomía
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