1010 A distância psicológica entre você e seus objetivos 10jul15

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1010 A distância psicológica entre você e seus objetivos 10jul15
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Ano XXIII Nº 1.010 - Pedro Leopoldo, 10 de julho de 2015
Capacitação
Carreira
Profissão
Coaching
Georgina Alves Vieira
A distância psicológica entre você e seus objetivos
O êxito da maioria de nossas
ações não está exatamente em
quanto nos empenhamos ou em
quanto queremos atingir os objetivos a elas relacionadas. Seja na
negociação de alguma coisa, na
execução de uma tarefa com a
qual nos comprometemos e da
qual depois arrependemos de ter
aceito, ou na inclusão de novos
recursos que sabemos ser necessários para impulsionar nossa
carreira ou nossa vida. O desafio
dessas situações, defende Goldie
Hawn, depende da redução da
distância psicológica entre você
e outras pessoas (distância social), do presente e do futuro
(distância temporal), de onde você está e o lugar onde ir (distância
espacial) ou entre imaginar uma
coisa e experiênciá-la (distância
experiencial).
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“Mas quando
você precisa
pensar mais
livremente, saia
do seu espaço
habitual, mude o
lay out da sua
sala, mude a
decoração de
sempre, seu
espírito sairá do
lugar comum e se
permitirá voos
mais elevados.
Quando você está negociando alguma coisa, é preciso que
você considere tanto os seus
quantos os interesses das partes.
A gestão eficaz do tempo significa prever que compromissos serão mais prementes entre o momento que decide algo e o momento que vai realizá-los. E também a consideração de que os
seus objetivos poderão mudar ao
longo do tempo. Quase todos
nós já vivemos situações parecidas: “o melhor da festa é esperar
por ela”; “depois que atingi o que
eu queria, vi que não era bem assim”; “não sei por que programei
esta viagem em um mês que eu
sabia que teria tantos compromissos”, “se eu soubesse o
tamanho da dificuldade não teria
aceitado esta meta”, “não sabia
que a convivência diária com fulano seria tão desastrosa”. São
exemplos simples da distância
entre um objetivo inicial e as condições para torná-lo concreto.
O êxito está em, justamente,
antecipar e compreender os efeitos da distância psicológica e as
estratégias para reduzi-las ou
aumentá-las, dependendo da
situação.
Quando a distância psicológica é grande, tendemos a pensar
em termos mais abstratos. O
desejo de certas opções e o nosso forte querer faz com que negligenciemos alguns sinais. É o
caso, por exemplo, da pessoa
perceber grandes diferenças entre si e a pessoa com quem pretende se casar (diferenças concretas), mas tende a reduzir tal
diferença em nome da vontade
(abstrata) de realizar o seu sonho.
A distância entre o namoro e
o casamento costuma ser longa.
Quando a distância psicológica
é pequena, enfocamos os detalhes, a viabilidade. Se você é
convidado para um evento amanhã à noite, precisa apenas
decidir como vai. Mas se pedem
que você confirme sua presença
em um evento que acontecerá daí
a três meses por exemplo, no
qual você deverá fazer uma palestra de abertura, faz com que
você aceite prontamente o compromisso e nem se preocupe com
o discurso que fará (distância
temporal grande).
Mas quando chega a data e
você ainda não preparou a conferência (distância curta) em um
cenário cheio de outras tarefas,
faz com que você se pergunte
porque aceitou o compromisso.
Ou quando você investe muitas
expectativas sobre determinada
pessoa (amigo, chefe, namorado)
e de repente vê que eram falsas
(distância experiencial).
Tudo isso acontece de forma
inconsciente e constantemente,
mesmo quando estamos cientes
de que a distância psicológica
nos induziu ao erro.
Uma pesquisa realizada indica que o poder, por exemplo, está
associado à distância psicológica. Isso explica por que gestores recém promovidos não conseguem manter o mesmo nível de
amizade com os seus antigos colegas. A distância permite que o
líder estabeleça metas mais desafiadoras, mesmo quando antes as
achava muito pesadas para si
próprio. Quando você sai de casa
e vai para o trabalho, você cria a
distância social, que lhe permite
deixar de lado algumas preocupações e se concentrar nas tarefas
profissionais. E muitas vezes as
empresas precisam dos consultores exatamente porque estes não
tem a proximidade experiencial e
podem repensar, mais livremente,
como solucionar alguns problemas crônicos.
Por isso, o importante é ajustar as distâncias. Ou seja, aprender a analisar em perspectiva. Assim, entender os pensamentos,
o sentimento ou as posições de
nossos interlocutores, sejam eles
filhos, amigos, colegas ou
fornecedores, nos ajuda a reduzir a distância social. Muitas
pessoas não conseguem exercer
a empatia (colocar-se no lugar do
outro) o que vai fazer dela uma
pessoa com dificuldade de fazerse aceita ou de ser considerada
uma boa parceira de negócios.
Quando você propõe metas mais
abstratas: “imagine o quanto o
seu estudo pode levar você a
escolher o melhor curso superior” o efeito é muito mais interessante do que simplesmen-te
sugerir: “dedique mais tempo de
seu estudo à matemática”. Quando você mesmo se impõe prazos,
é muito mais provável que você
os cumpra, porque conseguiu
reduzir a distância temporal.
Assim, é mais eficaz estabelecer o que se quer atingir em um
conjunto de tarefas e metas em
Reprodução
os proponentes achavam que seriam ótimas, não resistissem ao
concreto do dia-a-dia.
Você percebe que o potencial
sócio não era tão empreendedor,
que não entrega no prazo as suas
tarefas e que sempre joga sobre
você o pesado do trabalho. A
experiência em trabalhos práticos
é muito mais eficaz do que a elaboração conjunta de um Plano de
Negócios, ou de uma pesquisa
de mercado. Por que são atividades abstratas que não dependem
do comportamento do outro. Da
mesma forma, uma perspectiva
de casamento pode ser mudada
quando os namorados ou noivos
começam a ter atividades comuns, viagens, convivência cotidiana.
Um exemplo simples: acho
que todos nós desejamos mudar
o nosso modo de vida e nossa
educação alimentar, favorecendo
a saúde e o peso (desejo). Mas
diante de um prato de saladas e
um suculento churrasco com cer-
mais idade e, com isso, poderá
ter mais motivos para poupar no
presente. Ou procure a pessoa
com quem vai desenvolver um
projeto, discutindo como seria se
o mesmo já estivesse terminado.
Assim, você reduz a distância
temporal aproximando a dimensão experiencial.
Se o problema é a distância
espacial, comece a partilhar arquivos, fotos, telefonemas, reuniões via skype. Finalmente uma
forma de reduzir a distância experiencial, é programar uma visita
a alguém que já implantou determinado projeto ou viveu determinada situação que você vai enfrentar no futuro. Pesquise sites
que contemplem comentários,
identifique especialistas que
possam lhe dar uma opinião abalizada.
Pode parecer uma operação
complexa, mas as pessoas sensatas a fazem todos os dias. É quando, por exemplo, você conversa
com uma pessoa da vizinhança
DIMENSÕES
DISTÂNCIA
FOCO ATUAL
Outros
SOCIAL
Você
Futuro ou passado
TEMPORAL
Presente
Longe
ESPACIAL
Perto
Imaginar
um dado período de tempo do
que fixar um prazo final para cada
uma delas. Isto porque, se perco
o prazo da primeira, começo a me
desanimar das demais ou a duvidar da minha capacidade de cumprir o cronograma. Outra forma
é visualizar o futuro. Sabe aquele
discurso que mencionei no início,
que deixaria você agoniado
quando se aproxima a data? Basta pensar que a sua preparação
vai aumentar o seu grau de intimidade com o tema, atualizá-lo e
ajudá-lo em sua carreira.
A questão agora é a distância
espacial. Reuniões mais frequentes, conversas por skype, pesquisas na internet, podem ajudar
você a se aproximar do seu alvo.
Por exemplo, quando você nunca
foi a um país, a uma empresa, vai
fazer uma entrevista de seleção,
procure ler sobre o local ou a vaga, traga o seu objeto para perto
de si.
Mas quando você precisa
pensar mais livremente, saia do
seu espaço habitual, mude o lay
out da sua sala, mude a decoração de sempre, seu espírito sairá
do lugar comum e se permitirá
voos mais elevados. Finalmente,
a distância experiencial pode ser
reduzida se, em vez de convidar
alguém para ser seu sócio, quem
sabe desenvolver antes um projeto comum, com tarefas partilhadas, entregas definidas? Na minha experiência como consultora
esta simples tarefa fez com que
potenciais sociedades em que
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EXPERENCIAL
veja (a realidade) optaríamos pelo
primeiro?
Resumindo, são quatro as dimensões, cada uma delas associada a um tipo de distância e cujo
foco atual determina o que deverá
ser feito, como no quadro acima.
Mas, há alternativas para alterar a distância: consiste em substituir um tipo por outro.
Por exemplo: se você está em
um processo de negociação (distância social), acelere suas perspectivas de êxito imaginando que
você teria que chegar a um acordo em duas horas (distância temporal). A urgência colocada na
distância temporal faz com que
você mude o seu modo de pensar
e foque no que é realmente essencial. Se você precisa impor
mais respeito em relação aos seus
antigos colegas quando deles se
torna chefe, mude para uma sala
mais distante.
Reduza a distância temporal
propondo a eles uma visão mais
arrojada, que signifique um legado para todos. Se o seu problema
é a distância temporal (planos para a aposentadoria, ou um grande
projeto), procure se ver no futuro.
Desenhe-se ou imagine-se com
Vivenciar
para saber das vantagens e desvantagens de mudar de casa ou
de bairro, quando cronometramos o tempo entre a casa e o trabalho para decidirmos se mudaremos de um ou de outro, quando pedimos referências sobre
determinada pessoa com quem
iremos conviver. Ou pedimos a
indicação de um médico ou de
outros profissionais. A diferença
é que agora o que se propõe é
que você faça isso de forma
consciente e planejada. É o que
sugere Rebecca Hamilton, professora de marketing na Georgetown University. Serve para todos nós.
Especialmente para mim, como consultora de muitas empresas, tenho utilizado todos os
mecanismos citados, sempre que
as razões conscientes possam
superar as motivações inconscientes: desejos, traumas, sentimentos. Mas são esses, não
esqueçamos, que nos tornam humanos e diferenciados. Não somos uma calculadora. Mas sempre que possível, o uso da razão
pode nos ajudar a superar questões que a emoção e o desejo encobrem.
Georgina Alves Vieira da Silva
Mestre e Doutora em Psicologia Social
Rua Keppler, 351 (antigo 367) segundo andar, Santa Lúcia, Belo
Horizonte - CEP 30360-240,
Telefone : 3342-1200 / 3317-7105

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