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Transcrição

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marrakech, marrocos
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poucos passos da Koutobia, da inesquecível e intemporal Praça Djema el Fnaa,
e de onde surgem ruelas e recantos que se vão embrulhando, emaranhando,
cruzando, transformando-se depois na labiríntica medina.
Tal como muitos hotéis de Marrakech, também a entrada do Villa des Orangers
é modesta, não se dando por ele: são apenas muros vermelho-rosa, da cor
da cidade, numa rua feia entre o trânsito caótico que por ali circula. Quem
conhece Marrakech sabe que, depois dessa porta, chegará a um oásis de paz, à
tranquilidade de um espaço perdido no tempo, suspenso no ar, onde os barulhos
exteriores que se ouvem são apenas o do chilrear dos pássaros que durante o
dia fazem pouso na copa das árvores, ou o dos chamamentos para a oração, das
vozes onmipresentes da medina, a dos muezzins, vindas do alto do minarete mais
próximo ou chegando no eco de outros mais longínquos. É também isso que faz
de Marrakech um lugar tão especial, uma cidade com duas almas, dois rostos:
misteriosa e sensual, velada e cosmopolita, simples e opulenta.
O Villa des Orangers foi, inicialmente, um riad, uma casa particular mandada
construir em 1930 por um próspero juiz marrakchi. Em 1998, após a sua
aquisição pelos hoteleiros franceses Véronique e Pascal Beherec, foi transformado
num hotel. Depois de restaurarado e adaptado ao gosto do casal, que foi buscar
maalems (artesãos tradicionais marroquinos) para realizarem todo um elaborado
e minucioso trabalho, transformou-se num pequeno e luxuoso hotel de charme
com 19 quartos e suites, e membro da Relais & Châteaux.
Após a porta, um corredor conduz-nos à recepcão que se abre, de seguida,
para um pátio onde descansam belas e frondosas laranjeiras. Elas, que deram o
nome ao hotel, cobrem o céu aberto, tornando o pátio fresco, protegendo-o
do sol impiedoso e do calor sufocante que tanto se faz sentir por aqui.
O pátio, como em qualquer casa tradicional árabe, é o centro de tudo e
para onde tudo converge. E é magníf ico! Decorado segundo as tradicionais
técnicas e materiais marroquinos: como a madeira ou o estuque, rendilhados,
delicadamente trabalhados nos pilares e arcos, como se de f iligrana se
tratasse; ou as típicas telhas verdes, aplicadas nos beirais que espreitam lá de
cima, da açoteia; e os Bhous, alcovas que se ocultam entre as colunas; ainda
nas janelas e portas, imensas, de madeira, que escondem quartos; ou os dois
magníf icos salões; ou, ainda, a fonte, no meio, onde rosas enormes f lutuam
ou descansam no rebordo de mármore, com ar de mouras encantadas.
Aqui, neste pátio, onde pequenas mesas e cadeiras se misturam entre as
árvores, toma-se o pequeno-almoço, petisca-se algo ligeiro durante o dia, ou
bebe-se um chá de menta a qualquer hora. Ouve-se o tanger melancólico dos
músicos andaluzes ao entardecer. Joga-se conversa fora, lê-se silenciosamente
recostado numa das almofadas ou, simplesmente, nada se faz num dos imensos
e confortavéis recantos dos Bhous. O pátio continua a ser a peça fulcral da
casa! Onde tudo começa, de onde tudo parte: para os quartos, para outros
pátios, para outros corredores, para escadas e escadinhas, onde os hóspedes
se cruzam com os empregados que transportam ramos imensos de rosas para
alguma parte da casa, um tabuleiro com pequeno-almoço para alguém que
o desejou tomar lá no alto da açoteia, as malas de outrém que chega ou que
parte, num sobe e desce ao estilo de um arabesco “Up stairs downstairs”.
Com vista para a agitada rua e a mesquita Koutoubia, o hotel tem na açoteia uma
pequena piscina rodeada por confortáveis sun loungers. Mas desde que, em 2003,
foi feita uma extensão do Villa des Orangers, esta piscina tornou-se no “banhapés” dos quartos que dão para a açoteia. Uma fotogénica e nova piscina – aquecida
durante o Inverno – com 18 metros de comprimento, é o pouso preferido dos dias
soalheiros para quem escolhe não sair do hotel. Para este ano, uma outra extensão
está a ser concluída, e uma nova piscina surgirá, assim como mais um pequeno
jardim. Também ali ficará o novo Hammam, de dimensões bem maiores que o
actual, com 3 gabinetes de massagem, além de mais 8 quartos.
Os quartos espalham-se e articulam-se ao sabor da misteriosa e intrincada
arquitectura árabe, por entre pátios, interrompidos aqui e ali por pequenas
fontes, terraços, corredores, degraus ou escadarias sinuosas, recantos
e nichos voluptuosamente conjugados. São decorados em tons quentes –
onde a luz é sempre ténue, discreta, misteriosa –, misturando mobiliário
trabalhado à mão, antiguidades, objectos de arte, quadros e fotograf ias
antigas. Ocupando todos os níveis da casa, alguns deles são duplex, e outros
dispõem de pequenas escadas que conduzem a um terraço privado. Outros
ainda têm janelas que se abrem serenamente para o interior. Outros têm-nas
em rendilhado moucharabieh. Alguns têm na casa-debanho um divan para um lânguido descanso; outros
um imenso duche com forma e proporções de um
hammam; outros ainda, banheiras vitorianas.
Todos têm uma decoração diferente, requintada
e extremamente confortável, como as camas, as
almofadas e os lençóis suaves. Pendurado no interior da
porta, também todos têm um Fez, o tradicional chapéu
vermelho. Explicam-me que, colocado do lado de fora,
é sinal para não incomodar. Uma maneira diferente
e tradicional de fugir ao vulgar cartão recortado do
“Please do not Disturb”!
O pequeno-almoço toma-se no pátio, no quarto,
no terraço. Onde quisermos. Durante o dia, um menú
composto de saladas, sandwiches, omeletes, e outros pratos
ligeiros está ao dispôr dos hóspedes, para que possam
almoçar ou petiscar à borda da piscina, sentados à sombra
das laranjeiras do pátio, ou recostados numa das alcovas.
Ao entardecer, do pátio f lutuam acordes suaves e
melancólicos de música andalusa. Os dois músicos
chegam para acompanhar a hora do chá, do dia que
se vai e da noite que aparece, para misturarem as suas
notas com o canto do muezzin que há-de surgir para o
último chamamento do dia.
A lua e as estrelas surgem no céu, as lanternas e velas
acendem-se, o ambiente é ainda mais tranquilo e
sereno, propício para nos deliciarmos, junto à piscina,
em pequenas mesas decoradas com pétalas de rosas,
que surgem entre as oliveiras, canteiros de f lores e
outras árvores, com saborosos e suculentos pratos do
restaurante gastronómico, digno de um membro da
Relais & Châteaux. O menú, de inspiração mediterrânica,
mistura sugestões tipicamente marroquinas. Gambas ao mel
e sésamo, salada de manga ao gengibre; tempura de camarões
em salada de abacate; foie-gras de pato com figos rôties ao
Porto; Carré de borrêgo ou pavé de atum grelhado, tagine
de kefta à la fassi ou tagine de frango com figos e nozes são
algumas das entradas ou pratos principais acompanhados
de outras sumarentas iguarias, que nos transportam numa
viagem gastronómica “para lá de Marrakech”…
Rue Sidi Mimoun, 6, Marrakech, Marrocos · + 800 2000 0002 (número gratuito
da Relais Châteaux) · www.relaischateaux.com