encantadora de palavras
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encantadora de palavras
OUT/NOV/DEZ • 2009 • Ano 9 • nº 33 P A P E L C H A MOIS a arte de ler Lázaro Ramos LER É PODER Mauricio de Sousa O CONTADOR DE HISTÓRIAS Lygia Fagundes Telles ENCANTADORA DE PALAVRAS Sumário 06 0 Publicação trimestral da MD PAPÉIS LTDA. Rua Clodomiro Amazonas, 249 Itaim Bibi – São Paulo – SP – 04537-010 Tel.: 11 3491-5000 Conselho Editorial: Sergio L. Canela Francine Felippe dos Santos Ruy Marum 10 03. editorial 04. o papel do livro 05. mercado 06. Quem lê? Livro, a memória viva da história KSR, vivendo o futuro, todos os dias homenagem Lygia Fagundes Telles, encantadora de palavras 08. encantando leitores 10. atualidade 12. 12 Ler é poder Mauricio de Sousa, o contador de histórias entrevista Agradecimentos: Arnaldo Niskier Campus Ediouro Eliane Dantas Elsevier Jal KSR Lázaro Ramos Litera Lygia Fagundes Telles Lúcia Winther Mauricio de Sousa Ponte do Brasil Roberto Camarinha Rocco Rosania Amorim Projeto Gráfico/Editorial Rua Turiassu, 390 - cj. 112 Tel.: 11 3801-1083 [email protected] Coordenação Geral Ruy Marum ([email protected]) Mara Ribeiro ([email protected]) Redação Mara Ribeiro Ruy Marum Atendimento ao leitor [email protected] Arnaldo Niskier. Educação, o princípio de tudo Pré-impressão e Impressão Agigraf 13. leitura em destaque Tiragem 2.300 exemplares 14. dicas 15. gente g ge ent n e que lê 16. chamois ch ham a oi o s em destaque O Alquimista PPara ara estudar, existem regras? Impresso em papel Chamois Fine Dunas 120 g/m2, fabricado pela MD Papéis, em harmonia com o meio ambiente. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações por qualquer meio sem a prévia autorização. Editorial QUEM LÊ? L ê o jornaleiro, a dona de casa, o farmacêutico. Lê o escri escritor, ito tor,r o eest estudante stud udan ante te e o professor. Lê quem tem livros e também aqueles que não têm sequer condiçõ ões financeiras nan ance ceir iras as para par p araa co comp m rá-los. Mas, condições comprá-los. leem! Isso porque não é preciso ser letrado ou doutor para ler er.. Ba Bast staa qu quer erer er.. E qu q em quer, pode ler. Basta querer. quem tudo. Pode conhecer o mundo sem sair da própria casa. Pode encantar com as pal alav avra rass do ccon onhe heci cime ment n o, assim palavras conhecimento, como também pode ser a mais livre das criaturas da Terra. Ler é poder. Propagar o amor pela leitura e conquistar novos leitores, uma escolha. Lendo mais is eest staa ed ediç ição ão esta edição de Chamois Notícias, você acompanhará a entrevista com Lázaro Ramos, criador d o pr proj ojet eto o “L “Ler er é PPod oder er” do projeto Poder” e exemplo de que quem lê pode tudo. E mais. Acompanhará também um pouco da trajetó tóri riaa de u uma ma das das trajetória grandes damas da nossa literatura, a escritora Lygia Fagundes Telles, a quem carinhosament te ch cham amam amos os d carinhosamente chamamos dee “encantadora de palavras”. Para encantar esta edição, chamamos também o nosso contador de histórias em quadrinh hos os,, o pa paii da M Môn ônic icaa quadrinhos, Mônica e tio de várias gerações de crianças e adultos que cresceram com a Turma da Mônica e sua uass tr trav aves essu sura rass. suas travessuras. Contando e encantando histórias como ninguém, Mauricio de Sousa lidera o segme ment nto o e fa fazz ai aind ndaa ma mais is ssucesso ucces e so segmento ainda com a versão Mangá. E por falar em sucesso, por quê não falar da KSR. A distribuidora de papel que há 35 5 aano noss nã não o pa para ra d dee cr cres esce cer, anos crescer, aperfeiçoando-se diariamente para colocar no mercado produtos de qualidade. Sucesso também é o livro “O Alquimista”, do escritor Michael Scott, um dos autores mais bem sucedido doss da sucedidos Irlanda e sumidade em mitologia e folclore. Impresso em papel Chamois, o livro mistura o real e o imaginár rio io,, imaginário, prendendo o leitor da primeira até a última página. Este, aliás, é outro grande poder que o livro exerce nas pessoas. Ao mesmo tempo que ele nos liberta, ele nos prende, nos envolve em seu mundo de uma forma ttão ã ão singular que pouco tempo com ele já é o suficiente para que nos tornemos cúmplices de suas histórias. Neles estão guardados os mais preciosos fatos da história, as grandes revoluções, a evolução do homem. Neles, a memória viva da história que, apenas quem lê, pode conhecer. Quem lê pode também conhecer os métodos aplicados pelo professor e filósofo L. Ron Hubbard para obter melhores resultados nos estudos. Quem lê, tem o poder de reivindicar por melhorias na qualidade de vida do cidadão. Pode lutar por uma educação de qualidade, afinal ela é o princípio de tudo. É na educação que deveriam estar todas as apostas da sociedade. Para falar dela, convidamos o professor Arnaldo Niskier, o mestre, que, com carinho, nos deu uma aula sobre o assunto. Aqui nos despedimos com mais esta edição de Chamois Notícias, desejando a você uma boa leitura. Até a apróxima edição! CHAMOIS NOTÍCIAS 3 O papel do livro LIVRO VIVA DA HISTÓRIA A MEMÓRIA N a história a da humanidade, livros já foram queimahomens perseguidos. Mas não foi só isso. dos e h Guerras Gue uerras em nome da paz dividiram espaço com heróis mártires grandes causas elas óis iss e már m árti tire ress apaixonados apai ap aixo xona nado doss po porr gr gran ande dess ca caus usas as e q que ue p por or eela lass dedicaram ded edicaram suas vidas. O mundo passou por transformações. ed Homens Homens fizeram história, como o rei Salomão (reinou de 1 009 a 922 respeitado grande Pensadores 922 aa.C.), .C C.)), rres espe peit itad ado o po porr su suaa gr gran ande de sab ssabedoria. abed edor oria ia. Pe Pens nsad ador ores es como Platão, Sócrates e muitos outros permanecem vivos até os dias de hoje. Gênios como Leonardo da Vinci e Michelangelo abrilhantaram o Renascentismo com suas presenças, e Einstein,, o cientista mais importante do século passado, descobriu a Teooria da Relatividade. O muro de Berlim caiu, a China transformoutransformou use no gigante Asiático e o sonho de Martin Luther King se realizou através de Barack Obama, o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos. Todos estes acontecimentos marcaram história mantêm-se viTodo To doss es este tess ac acon onte teci cime ment ntos os m mar arca cara ram m a hi hist stór ória ia e m man antê têm m-se se vvi ivos através dos livros que, geração após geração, exercem o papel de mensageiros e multiplicadores do conhecimento. Acontecimentos que, se dependessem apenas da memória humana, certamente teriam caído no esquecimento e ficado em algum lugar na linha do tempo. Hoje os tempos são outros e o mundo vive outros tipos de conflitos e revoluções. A tecnologia chegou e o homem moderno se pergunta se é possível sobreviver sem ela. E, este mesmo homem, totalmente informatizado, também se pergunta quanto tempo mais os livros, aqueles que um dia foram queimados e que registraram os mais importantes avanços da humanidade, humanidade resistirão às tentações da modernidade. Naada supera a sensação de folhear as Nada páginas de um livro. Os livros impressos não precisam de energia ou sinal, são companheiros e, não importa o lugar do mundo, eles estarão sempre por perto.” José Luiz Goldfarb 4 CHAMOIS NOTÍCIAS Previsões não faltam decretando o fim do livro impresso e o domínio dos e-books. e-books. O Kindle, desde o seu eu lançamento, já vendeu mais de 1 milhão de aparelhos, mas ainda da assim nada poderá convencer sobre o fim do livro conv co nven ence cerr os verdadeiros vver erda dade deir iros os leitores llei eito tore ress po porr prazer praz pr azer er so so sob impresso. Como disse o professor e educador José osé Luiz Goldfarb em nossa edição de nº 31, “nada supera a sensação sensaçã ção de folhear çã páginas impressos precisam as pág págin inas as de de um liv llivro. ivro ro. Os liv llivros ivro ross im impr pres esso soss nã não o pr prec ecis isssam de enerlugar gia ia ou sinal, são companheiros e, não importa o luga ga ar do mundo, el eles es estarão ão sempre por perto”. Spielberg defende que a leitura JJá, á, o cineasta Steven St leiturra de um muito grande livro é m mu uito mais rica que assistir a um grande filme. Bill u Gates, rmando Gaate tes, o criador tes riador or d da Microsoft, encerra o assunto afirma ando que seus livros. uss filhos terão terão computadores mas, antes, terão liv vrros. Terão também ém a liberdade, l de, já que o livro nos conduz à maiss ffantástica fa viagem viag agem em permitida ao ho homem, ome mem, a viagem ao mundo do con conhecimento. livres também todos entenderem ment me nto to. o. Se Serão o lliv ivres r ta amb mbém ém to odos od os aqu aaqueles quel eles es q que ue eent nten ende dere rem m que q o livro nos ignorância experiênos liberta beert rta da ignorân i orância i e nos leva a lugares e experiên ênên ciass iini inimagináveis. nimagináveis. Livre o homem que conhece a sua história. história aa. E o livro estará sempree por aqui para contá-la. Mercado VIVENDO O FUTURO, RO, TODOS OS DIAS F lidos. undada há 35 ano anos noss pe pelo lo libanês Karam Simão lilido dos. Ho Hoje oje 2 20% 0% dos Eliane D nasceu para Racy, a KSR já nas assceeu co com os olhos voltados pa ara livros eestão stão st ão nas mãos antas, co nsultora de Prod uto e M conquistar destaque, 1% daa população”, o futuro e, pa para ra a ccon onquistar lugar de desta aqu que, e, dee 1 %d ercado da KSR apostou em produtos de qualidade completa. ínap qua ualilida dade de e atendimento diferenciado diferren enci ciad ado comp co m leta. O baixo ín njunto trajetória consolidou dos braj nto aos seus clientes. A ttra ju raje jetó tória de sucesso consoli lido do ou a KSR dice de leitura do os b raDistribuidora de preocupação ganhando D stribuidora (empresa do Di do Grupo Gr Fibria, maior fabricante fabr fa bric br icante d e sileiros é uma ma preocup p paç ação ão oq que ue vem ganha hand ndo cada vez mais escelulose de não celulose do mundo), como co omo a maior distribuidoraa d e papéis papééis d do paço, nã ão apenass eentre ntre nt ree os p profi rofissiona ssionais ais do mercado editorial ma mass Brasil, aqueles que da leitura B asil, líder em seu segmento. Br seg egme ment nto. o entree to todos aq que uelles les q ue sabem m d a importância quee a llei eitu tura ra Inovação parte dicionário exerce do Campanhas incentivo buscam I ovação e crescimento In crescimen nto ssão ão p palavras que fazem mp arte do d icio ic ionário ex xer erce na vida daa d o ci cidadão. C ampanhas de ince ent ntiv ivo o bu b usc scam am esda empresa, e contribuem timular leitura prazer apoio produtos contri ribu buem bu em para para que sua equipe pe esteja esteja permanenteperm pe rmanentetimu ti m lar a le eit itur uraa por pr raz azeer e ganham o ap apoi oio o de de p pro rodutos de mente atenta às novidades qualidade diferenciados, papel Chamois, no ovida vidade des e necessidadess de de seus seus clientes, clilien entes, oferequalidad adee e di ad d ferencia iado dos, como o pape pell Ch Cham am moi ois, da MD Papéis. cendo produtos diferenciados principais marcas um produto superior que dif ifer eren er enci ciados das principai aiss m arcas as d do o mercado. “É u m pr prod oduto de qualidade q super erio iorr o qu q e torna a leitura muito o Segundo Eliane D Dantas, Mercado iniciando anta an tas, s, consultora de PProduto rodu ro duto e M erca c do da KSR, R, mais ma is agradável. aagr g adável el. A KSR está inici cian ando do o a sua s comercialização,, é um é preciso saber ouvir papel conhecido editores, muito nosou uvi virr o cliente, pois elee é o grande grande de responsável rres e ponsável pelo pel elo p ape pell bem co conh n ecido entree os eedi dito to ores, o que facilita mu uit ito o a no n ssucesso da empresa otimistas Para ela, emp pre r sa e, e para manter-se se líder líd íder diante dia iant nte de tantaa comccom o sa vvenda. enda. EEstamos stamos otim mis ista tass co ccom om o produto”. Pa ara eela la, “o la “ papel el petitividade, é fu fundamental Além empresa, und ndam a ental inovar ssempre. em mpr p e. A Alé lém m de ofertar ar g granChamoiss é mais uma aaposta Ch posst po sta ccerteira erteira da empr res esa, a, o que confi firm rma de variedade de oferecer seus de produtos pro pr odutos é preciso o manter manterr o estoque próximo prróximo a a sua pr preocupação co com m a qu qualidade e em o fe ere rece c r aos se eus clienele, dessa man maneira Brasil, dotadas melhor, futuro frente, aneeiira a KSR mantém an m 19 19 filliais iais ia is p pelo Brasil l, dotada daas tes se sempre o mel elho horr, aafi final, viver o futur uro o é estar à fr fren ente, todos com modernos modern nos os sistemas ssis iste t mas de gestão gestãão e relacionamento, reela laci cion o amento, totalmente totalmen to en nte oss d dias”. informatizadas integradas. ass e iint n egradas. Uma das características que nasceu, caara act cter erís í ticas da KSR R é que, que ue,, desde de na , manmanma n tém-se em m constante cons co nstante crescimento, crescimeento nto, o q que u confirma rm ma o caminho cami ca min nho acertado em relação empresa. em re rela lação à política ca aadotada do otaada pela em mpresa. Eliane destaca desta ta aca que q o ano dee 2009 2 09 foi 20 foi bastante bastantee positivo e acredita “O brasileiro acred credit ita que 2010 sserá erá um g grande ano para o m mercado editorial,l, aassim ercado editorial er ssim m a KSR ainda lê pouco, apesar encontra-se encontra-s -sse preparada -se pre p reparada paraa mais mais uma uma vez vez dos índices registrarem um superar ass expectativas. exp xpec e tativas. crescimento nos últimos anos. Sobre o hábito dos brasileih bi há bito to de leitura do os br ras asililei eO governo precisa fazer novos ros, porém, pouco porém ém m, a consultora é um um po pouc uco investimentos na educação para que mais reticente, reticcente ente,, e afirma “o o brasileiro brassililei eiro o o mercado editorial possa atingir ainda lê pouco, pou o co co, apesar doss índices índicces rer números mais sólidos. Hoje 20% gistrarem nos m um crescimento c nos últimos últ ltim imos dos livros estão nas mãos de anos. O governo novos g ve go vern rno precisa fazer faazer ze no novo vos in1% da população” vestimentos para vestimento toss na educação pa to ara que ue o mercado editorial números edito to ori rial al possa p atingirr n úmer eros os mais só-CHAMOIS NOTÍCIAS 5 Homenagem ENCANTADORA TADORA DE PALAVRAS É Foto: Adriana Vichi quase impossível falar de Lygia Fagundes Telles sem fugir do lugar comum, ou seja, dizer que é uma mulher à frente de seu tempo. Impossível também não citar sua importância no cenário literário brasileiro, sua trajetória de sucesso e sua preciosa vocação de encantar com as palavras. Para conhecê-la, nada melhor que adentrar em seu universo, suas obras, onde, em cada uma delas, floresce um pouco de sí e de seus pensamentos. Seus personagens, na maioria femininos, são repletos de conflitos pessoais, marcados pela inquietação e vontade de mudança. O domínio da escrita confere à escritora o dom de brincar com as palavras, recheando seus livros com um estilo irônico e ambiguo, levando o leitor a uma fantástica viagem entre o mundo da ficção e o da realidade, da primeira até a última página. Tão encantadora quanto sua obra, é a personalidade da escritora. Dizem os amigos que ela se destaca pela simplicidade e bom humor. Mas é a sua distração a sua grande marca registrada. “Lygia tem problemas com o passaporte, ela nunca sabe onde está. Esta é uma confusão que também lhe confere certo charme”, diz a escritora e também amiga Lya Luft. Forte como suas personagens, Lygia sempre alimentou o sonho da independência. Filha de pais separados, desde muito nova sabia que não de“Sou uma penderia de ninguém. Formou-se escritora de Terceiro em direito e educação física pela Mundo, num país com alto USP. Se uma profissão não desíndice de analfabetismo, onde se certo, teria a outra como a saúde e a educação são um garantia. Paralelamente continuou investindo em seu desastre. Quando eu era estudante grande sonho: as palavras. de direito, certa ocasião disse uma Estas, como pudemos percecoisa que vale até hoje: quando o ber, ocuparam lugar de destaBrasil tiver mais creches e mais que na vida da escritora. escolas, ele terá menos “Quando me formei, amigos me hospitais e menos convidaram para abrir um escritório cadeias” de advocacia. Falências! Concordatas! 6 CHAMOIS NOTÍCIAS simplicidade p amor ENCANTAMENTO independência IMORTAL educação d ç PAIXÃO prêmioss BESTILO ELEZA O humor $0,*$ $ cativa brincadeiras perfeccionista ,;,950A(9 inconfundível SONHO VOCAÇÃO Ã LIVRE sendo traduzidos para vários idiomas, entre eles o alemão, o espanhol, o francês, o inglês, o italiano, o polonês, o sueco, o tcheco e o português, de Portugal. O amor pela palavra foi marcante na vida da escritora, e graças a ele teve o privilégio de conhecer e compartilhar grandes momentos ao lado de nomes como Cecília Meireles, Érico Veríssimo, Oswald de Andrade, Hilda Hilst, Clarice Lispector, Ignácio de Loyola Brandão, José Saramago, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira entre tantos outros de grande destaque no mundo das letras. É justamente através da palavra que a escritora manifesta seus sentimentos, e essa é a sua arma, a sua vocação, o seu grande amor. Para ela, esta é uma forma de se eternizar. “Este meu blazer, meu brinco, a minha cara, o meu cabelo, nada disso tem importância, porque vai passar, mas minha palavra, esta pode ser que não passe. É uma aposta que estou fazendo, e se ela não passar, esta palavra será a negação da morte. Pronto! Não é preciso mais nada. Através dela, estou negando a minha morte”. Com a sabedoria de quem fez a aposta certa, Lygia nos dá mais uma lição de vida. A nós, seus leitores e admiradores, cabe agradecer pelas palavras, todas, que nos encantam e emocionam, e também prestar-lhe uma homenagem, pedindo licença a Vinícius de Moraes fazendo nossa suas palavras: “que seja infinita enquanto dure”. E que dure para sempre. SONHO Divórcios! A idéia era ficarmos ricos! Mas eu tinha uma vocação literária. Bom, o resto todos sabem, preferi seguir minha vocação, realizar meu sonho, eles ficaram ricos e eu pobre”, diz a escritora. Para quem tem em sua trajetória mais de 30 obras, entre romances, livros de contos e memórias, inúmeros prêmios, entre eles o “Prêmio Camões”, o mais importante da língua portuguesa, essa afirmação deveria ser apenas mais uma de suas brincadeiras. Mas não é, embora saiba da importância que tem na literatura, a escritora também reconhece que num país como o Brasil, o intelectual não tem o seu merecido valor. “Sou uma escritora de Terceiro Mundo, num país com alto índice de analfabetismo, onde a saúde e a educação são um desastre. Quando eu era estudante de direito, certa ocasião disse uma coisa que vale até hoje: quando o Brasil tiver mais creches e mais escolas, ele terá menos hospitais e menos cadeias”, arremata. Se sobrevivo apenas da literatura? É claro que não. Eu sou uma senhora procuradora do Estado, aposentada do Ipesp (Instituto de Previdência do Estado de São Paulo). Embora não tenha feito fortuna com as palavras, a obra de Lygia Fagundes Telles tem um valor inestimável para a literatura brasileira e, ao longo de sua trajetória, conquistou o carinho dos leitores e o respeito de grandes nomes da literatura. Atualmente, seus livros ocupam lugar de destaque no Brasil e em diversos países, estilo única Lygia Fagundes Telles, a encantadora de palavras SONHO O O LIVRE DPLJD L BELEZA amor Creio que a função ç do escritor é a de ser a testemunha do seu tempo e da ssua sociedade. Escrever por aqueles que não podem escrever. Falar por aqueles que muitas vezes esperam ouvir da nossa boca a palavra que gostaria de dizer. Estender, através da palavra, uma pponte ppara o ppróximo, comunicar-se com ele e ajudá-lo, j mesmo com soluções ç ambíguas, na sua luta e na sua esperança. A esperança que o escritor tem que ter no coração.” vocação ã humor hu mor romances LETRAS $0,*$ CHAMOIS NOTÍCIAS 7 Encantando leitores LER É V iver num país justo, onde todos tenham acesso à cultura e que tenham também a perfeita compreensão de seu papel na sociedade. Um país onde a palavra cidadania não esteja apenas impressa no papel, mas seja praticada pelo seu povo. País evoluído, com uma população consciente de seus direitos e deveres, mas, principalmente, consciente de seu poder. Utopia? Para quem sabe a importância da leitura a resposta é não. Ler é permitir-se crescer, abrir a mente para a informação, o conhecimento. É enxergar o novo, é libertar-se das correntes da ignorância. Ler é poder. Poder buscar, cobrar e, também, poder fazer. Fazer algo para que este país, aparentemente utópico, seja um dia, uma país real. 8 CHAMOIS HAMOIS NOTÍCIAS PODER Quem lê, sabe que isso é possível, basta que cada um faça a sua parte. Quem também acredita dessa forma é Lázaro Ramos, um dos grandes talentos da atualidade e exemplo de consciência cidadã. Um ator engajado às questões sociais e que, pela credibilidade perante seu público e por sua agenda dedicada aos direitos das crianças e dos adolescentes, foi escolhido para ser o embaixador do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). “Ler é Poder” é o nome do projeto criado por Lázaro Ramos, que percebeu que o índice de leitura dos brasileiros era muito baixo. O objetivo é incentivar a leitura e com isso resgatar a cidadania, promover a transformação, o desenvolvimento e integração social de crianças, jovens e adultos dos bairros carentes de Salvador. Para falar sobre o projeto, educação e de sua relação com os livros, convidamos Lázaro Ramos para um bate-papo e, como todo bom baiano, nos recebeu com simpatia e irreverência, mas também nos deu um grande exemplo de que ler é poder. Chamois Notícias: Educação no Brasil. O que isso significa para você? Lázaro Ramos: É motivo para dar risada. Eu tenho um programa de TV, no Canal Brasil, chamado Espelho (o blog programaespelho.blogspot.com) e, neste ano, até em função do “Ler é Poder”, resolvi fazer uma trilogia sobre a educação, ou seja, fizemos três programas de 25 minutos, entrevistando educadores e pessoas envolvidas no mundo educacional, tanto na escola privada quanto na pública e também na universidade, para fazer um mapeamento e ver um pouco o que esses profissionais que estão alí, na lida do dia a dia pensam, e o engraçado é que o con- senso geral é de que a educação é desprestigiada. Eu, particularmente, percebi que temos bons profissionais, que se empenham em dar o melhor de si, mas também temos alguns naturalmente desestimulados, todos se queixam que aquela escola pública de antigamente morreu, e isso é um pecado. Eu sou de uma geração que mistura escola pública e privada, até a oitava série estudei em escola privada e o segundo grau na pública. Acho que a educação é um grande problema no nosso país, acho que a educação é sexta prioridade, mas poderia ser a primeira, não é mesmo? CN: Em que momento você foi para a rede pública? LR: Quando o Collor chegou ao poder tive que ir para a pública. CN: Como adquiriu o gosto pela leitura e quem o influenciou? LR: Num primeiro momento o estímulo vinha da escola, mas era como atividade escolar e não como prazer. Então nessa época eu lia para cumprir a obrigação da aula de português ou de redação, que é totalmente diferente de quando você descobre o prazer de adquirir conhecimento, de se entreter com a leitura e isso aí aconteceu na verdade quando já estava no segundo grau, na escola pública, estimulado pelo meu professor de teatro, e posteriormente, pelo meu grupo de teatro que era o bando de teatro OLODUM. A partir daí, fui buscar uma leitura mais específica, voltada para o universo do teatro ou biografias. Eu lembro que a primeira biografia que li foi a de Nelson Mandela, fiquei encantado com aquele universo, e a partir daí fui me transformando em um leitor por prazer. CH: Fale um pouco do projeto “Ler é Poder”. LR: Ele nasceu há um ano e meio, um pouco porque vou muito a Porto Alegre, e chegando lá notei que o nível de leitura é bem maior do que no resto do Brasil, as pessoas leem muito, nas rodas de conversa o assunto é a leitura. Fiquei curioso e fui procurar dados, quis saber como era na Bahia, no Brasil... Na época, descobri que biblioteca, eles também fazem rodas de as pessoas leem 1,5 livro por ano, isso é leitura, é um parceiro que está nos ensimuito pouco, sendo que tem uma grande nando também a lidar de forma até mais parte que não lê livro nenhum. Aí pensei, didática, uma parceria maravilhosa. Ouse na Bahia se faz tanto projeto para jovens tra coisa que me surpreendeu foi perceque são ligados à cultura, eu acho que falta ber que a Bahia tem mais de 100 biblioum que incentive a leitura. Vou fazer por tecas comunitárias, porém o grande conta própria, vou abrir bibliotecas em codesafio é estimular as pessoas a irem até munidades que já tenham alguma organielas, tornar este espaço mais sedutor. zação para tentar estimular a leitura. Foi Essa percepção contribuiu para mudarexatamente de um desejo muito rápido, mos um pouco o rumo do projeto, que sem querer abrir uma ONG, foi apenas o deixou de ter o foco principal na abertura desejo de estimular a leitura. A minha famíde bibliotecas e passou a priorizar o estília tem muitas professoras. A Rosânia (primulo, levando as pessoas até elas. O nosma do ator e colaboradora do projeto) é so objetivo é levar o “Ler é Poder” para professora, está desenvolvendo uma tese outros estados. de mestrado envolvendo leitura. Tenho também uma prima que é bibliotecária e outra professora. Elas começaram a me ajudar a catalogar. ManSe na dei e-mails para pessoas Bahia se faz tanto e empresas que poderiam projeto para jovens que doar livros, como as edisão ligados à cultura, eu acho toras Objetiva e Ática, que falta um que incentive e os retornos começaa leitura. Vou fazer por conta ram a acontecer. Fui própria, vou abrir bibliotecas em colocando tudo na micomunidades que já tenham nha casa aqui no Rio de Janeiro e em dois alguma organização para meses já tinha 3 mil livros. tentar estimular Mandei todos para Salvaa leitura dor, minhas primas iam catalogando nos domingos e em suas folgas. A Rosânia entrou em contato com organizações que tivessem espaço e a partir daí fomos abrindo bibliotecas, tudo muito caseiro. Depois disso fomos descobrindo os parceiros, autores que queriam fazer lançamentos de livros e palestras nas bibliotecas. Na ocasião fui a um programa do Jornal de Portugal, fiz pedido, várias pessoas doaram e foi crescendo numa proporção que sentimos a necessidade de organizar mais o projeto, assim minha prima, hoje em dia, toma conta e organiza tudo. Porém, o que mais me surpreendeu foi como as coisas mudaram o rumo do projeto. Outra coisa importantíssima foi a entrada da Universidade Jorge Amado, que está dando apoio logístico, fornecendo alunos para a organização da CHAMOIS NOTÍCIAS 9 Atualidade MAURICIO DE SOUSA, o contador de histórias C onsiderado um dos mais bem sucedidos criadores de HQs do Brasil, Mauricio de Sousa, ou o pai da Turma da Mônica, como também é conhecido, tem muita história para contar. Nelas, aventuras e travessuras típicas das vividas por crianças de todas as idades e um roteiro cuidadosamente elaborado formam a receita de sucesso que, há 50 anos, conquista leitores mirins de todo o Brasil. O início de tudo foi em 1959, quando Mauricio ainda trabalhava como repórter policial da Folha da Manhã (hoje, Folha de S. Paulo) e criou sua primeira tira de quadrinhos, uma história estrelada pelos personagens Bidu e Franjinha. O primeiro número da Mônica veio em 1970 e, o que aconteceu depois pode ser definido em uma só 10 CHAMOIS NOTÍCIAS palavra: sucesso. E esta palavrinha pode ser tranquilamente substituída por números, que de pequenos, não têm nada: • Mais de um bilhão de revistas publicadas • Mais de 200 personagens criados • Mais de 3 mil itens de produtos licenciados • O maior estúdio de quadrinhos do Brasil • A revista de quadrinhos mais vendida no Brasil Para criar suas historinhas, Mauricio buscou nas recordações da própria infância a inspiração. “Minha Vó Dita contava histórias para a garotada da rua enquanto eu desenhava para ilustrá-las. Era uma espécie de cineminha que dava boa audiência. Meus pais eram ligados à poesia e ajudaram muito nessa vontade de ser um escritor. Contar sobre todas essas coisas foi natural. Quando crio histórias para divertir, também acabo passando algum ensinamento sobre os valores culturais ou sobre solidariedade, diz ele, que sabe de sua responsabilidade em ser um interlocutor das crianças, por isso procura, através da Turma da Mônica, passar mensagens sobre direitos das crianças, saúde, violência e inclusão social. “O cadeirante Lucas e a menina cega Dorinha, vieram para mostrar às crianças que são exatamente iguais a elas. Querem ser tratadas de igual para igual para se sentirem parte da sociedade. Esse trabalho repercute na criança que um dia será um adulto mais resolvido nessa questão”, diz. Seus personagens, fizeram e ainda fazem parte do cotidiano de milhares de crianças, conquistando inclusive lugar de destaque em mais de 126 países e concedeu à Mônica, sua mais famosa personagem, o título de embaixadora do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no Brasil. Com uma respeitável trajetória no mundo dos quadrinhos, o criador da Turma da Mônica deu, mais uma vez, um passo à frente, com ousadia e inovação. Ciente de que seus leitores haviam crescido, apostou e não errou. Em 2008 Mauricio lançou a primeira edição da Turma da Mônica Jovem, no formato Mangá. A Mônica, que antes era baixinha, dentuça e de forte temperamento, transformou-se numa jovem bonita, apaixonada e cheia de sonhos. O Cebolinha, agora mais descolado é chamado pelos amigos de Cebola e, diferentemente do que acon- tecia na infância, não se une ao Cascão para arquitetar planos contra a Mônica. Já a Magali, embora tenha algumas recaídas, seleciona um pouco melhor a quantidade de alimentos que consome, mostrando-se bastante preocupada com a forma física. Enfim, todos agora são jovens estudantes, que paqueram, frequentam shoppings e vivem conflitos típicos da idade. Essa mudança trouxe ainda mais resultados. Enquanto cada edição da versão original vendia cerca de 200 mil exemplares, a versão Mangá passou para uma média de 400 mil. Antigos leitores foram resgatados e suas quatro primeiras edições venderam mais de 1,5 milhão de exemplares. Enfim, a Turma da Mônica cresceu e sua versão Jovem é hoje o gibi de maior sucesso no Brasil nas últimas três décadas. Com um passado respeitável e sempre de olho no futuro, Mauricio de Sousa acredita que o gibi, assim como o livro, tem seu futuro garantido, porque nada substitui o prazer de folhear uma revista. “Acredito que o tato aproxima o público dos personagens e cria uma cumplicidade com o autor, pois permite que o leitor domine o ritmo da história, como se fosse um controle remoto para o cérebro. O gibi é algo estático, que está sempre parado à sua espera. Além disso, nada supera o cheiro e a textura do papel impresso”, diz ele. Quanto as suas HQs, a resposta não poderia ser outra: “eu faço histórias para contar histórias. Na minha infância ouvi muitas e com isso aprendi a ser um contador de histórias”. Entrevista EDUCAÇÃO, O PRINCÍPIO DE TUDO A busca por um país melhor, justo e ético, onde todos os seus filhos tenham a consciência do seu papel na sociedade e saibam, na prática, o verdadeiro conceito de cidadania. Essa busca faz parte da realidade de personalidades como Arnaldo Niskier, doutor em educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), professor titular de História e Filosofia da Educação, membro do Conselho Federal de Educação (1986 a 1992) e do Conselho Nacional de Educação (1996 a 1998), quatro vezes Secretário de Estado do Rio de Janeiro (Ciência e Tecnologia/ Educação e Cultura), membro da ABL (foi presidente no biênio 96/99), presidente do CIEE/Rio, autor de 73 livros e detentor da legião de Honra da França. Estes são apenas alguns tópicos que fazem parte do extenso currículo deste educador que é um exemplo de dedicação em prol da educação. E, como educação é o princípio de tudo, convidamos o professor Niskier para nos dar uma breve aula de como anda o Brasil nesta matéria: Chamois Notícias: Na sua opinião, como está a educação no Brasil? Ela tem recebido a atenção que merece? Arnaldo Niskier: Mal, não dá para disfarçar. Ela não tem recebido a atenção devida. Investimos 4,5% do PIB em educação e esse número deveria ser de 6%. Projetos são iniciados e sofrem de descontinuidade, em função das mudanças de governo. Cada ministro que assume começa tudo de novo. O resultado é que temos 14 milhões de analfabetos puros e cerca de 30 milhões de analfabetos funcionais. Quem é o responsável por isso? CN: De que forma governo e sociedade podem trabalhar para a melhoria do sistema educacional? AN: O governo deve tornar a educação um fato político de primeira ordem. Falta essa vontade política, o que nos parece 12 CHAMOIS NOTÍCIAS incompreensível. Todos sabem que os tigres asiáticos eram nações subdesenvolvidas há 30 anos e deram uma grande virada, tendo por fulcro a prioridade na educação. O maior óbice é a forma pela qual são tratados os professores e especialistas brasileiros. São malformados, maltreinados e malpagos. É muito mal para uma só categoria. CN: É público e notório que o ensino público regrediu nas últimas décadas. Na sua visão, o que desencadeou essa deterioração? AN: Em princípio, a massificação. Tem um lado positivo, que é a universalização do atendimento ao ensino fundamental (97%), mas a qualidade ficou muito a desejar. No ensino médio, uma confusão de Leis, portarias e pareceres. Perdeu a personalidade e deixou enorme brecha na área profissionali- zante em nível intermediário. E no ensino superior a estagnação do número de estudantes. Não chegamos a 6 milhões, ficando atrás de países até menos desenvolvidos. Hoje, pode-se afirmar que precisamos do dobro de universitários, e com a garantia da qualidade indispensável. Querem um exemplo? Formamos 20 mil engenheiros por ano. A Índia forma 200 mil e a China, 300 mil. Isso terá efeitos futuros sobre a presença brasileira no concerto internacional. Quem está preocupado com isso? CN: Em relação à remuneração, capacitação, aperfeiçoamento e motivação… O senhor acha que os educadores estão recebendo os estímulos necessários? AN: Deve-se remunerar condignamente os professores, sem dúvida um dos maiores entraves da nossa educação. Como exigir eficiência a um profissional malpago? Como in- centivar a escolha do magistério como carreira, se os salários são baixíssimos? O que fazer para diminuir a evasão constante de professores, que abandonam suas turmas? A motivação está diretamente relacionada à remuneração. Já na capacitação somos obrigados a admitir que os cursos de formação de professores precisam passar por urgente reformulação. Os professores não têm qualquer estímulo para procurar cursos de aperfeiçoamento. CN: O Brasil se destaca pelo baixo índice de leitura de sua população. Na sua opinião, o que precisaria ser feito para revertermos esse quadro? AN: Deve haver um grande esforço nacional de valorização do gosto pela leitura. A imprensa tem papel primordial na matéria. Hoje, é mais comum ler nos jornais as ex- celsas virtudes do Kindle, por ma que um fato novo está exemplo, do que grandes alterando essa realidade. Deve haver projetos de valorização da A existência do Kindle um grande esforço leitura, no formato atuda Amazon, por nacional de valorização do al do livro (a nosso ver, exemplo, ao lado gosto pela leitura. A imprensa jamais será substituído e-readerr da do). Esse gosto pela Sony, populariza a tem papel primordial na matéria. leitura deve vir desleitura eletrônica Hoje, é mais comum ler nos jornais de a mais tenra idanos Estados Unias excelsas virtudes do Kindle, de, como vimos no dos, abrangendo por exemplo, do que grandes Japão, onde os pais 46 jornais e 35 reprojetos de valorização da costumam ler para os vistas, além de mileitura, no formato atual filhos histórias aproprialhares de livros. O fedo livro das, diariamente, antes nômeno está chegando que as crianças adormeçam. ao Brasil. É comum o emprego de uma nova linguagem, para CN: Muito se fala que os livros perdequal devemos estar preparados: plataforram espaço para a internet? O senhor mas on-line, internet, google, facebook, concorda? twitter, i-phones, Wi-AA (Administração AN: Não há esta certeza. Apenas se estiAcadêmica sem Fio) etc. O ALQUIMISTA U O ALQUIMISTA Michael Scott Tradução Chico Lopes Editora Rocco 400 páginas m livro especial. Seu autor, Michael Scott, um dos mais bem sucedidos da Irlanda, é também sumidade em mitologia e folclore. Seus livros já foram vendidos em mais de 37 países e “O Alquimista” alcançou a prestigiada lista de mais vendidos do jornal The New York Times. Sua narrativa é dinâmica e, para os apreciadores da mitologia, o autor nos presenteia com uma leitura imperdível, revelando um mundo distante e ao mesmo tempo, próximo e real. A trama apresenta a história de Nicholas Flamel, nascido em 1330, Paris. A data de sua morte é 1418, mas essa informação nunca pode ser confirmada, pois seu túmulo sempre esteve vazio. Flamel ficou conhecido como o maior alquimista que o mundo já conheceu. Diz a lenda que ele ainda está vivo, graças ao elixir da vida, descoberto por ele. Leitura em destaque O Alquimista esconde seu segredo no Livro de Abraão, o Mago, considerado o mais poderoso de todos os tempos. Nele, está o segredo da vida eterna, mas, em mãos erradas, também pode estar a chave para a destruição do mundo. E, em busca de poder absoluto e da destruição total, está o vilão dr. John Dee, que dedica-se intensamente na busca pelo livro e dos segredos da Pedra Filosofal e o Elixir da Vida, que é protegido por séculos por Flamel e sua esposa, Perenelle. Na incessante luta do bem contra o mal, fatos marcantes acontecem e de uma hora para outra tudo pode mudar. Neste livro, autor e obra levam o leitor a uma fantástica viagem ao mundo da magia e da fantasia. Para seus leitores, o sucesso não é surpresa, já sabem o que esperar dele. Impresso em papel Chamois, o livro além de encantador, permite ao leitor uma agradável leitura. Vale conferir! CHAMOIS NOTÍCIAS 13 Dicas PARA ESTUDAR, EXISTEM REGRAS? Há quem diga que sim, mas há também quem defenda que não, afinal, cada pessoa é única, com características próprias de compreensão e entendimento. Alguns preferem o isolamento, silêncio absoluto e se antecipam inther Lúcia W ao máximo nos estudos. Outros dedicam menos tempo e ainda assim podem obter os mesmos resultados. Há também aqueles que ligam o som no volume máximo e há ainda aqueles que não se concentram de forma alguma. Mas no final, a pergunta é uma só: para estudar, existe certou ou errado? A editora Lúcia Winther, considerada desde a infância uma aluna exemplar, defende que seguindo algumas dicas, é possível obter um melhor desempenho nos estudos. Ela se baseia nas pesquisas realizadas pelo escritor e filósofo americano L. Ron Hubbard que desenvolveu métodos eficazes para o aprendizado. Hubbard defende que existem barreiras que impedem a compreensão e que causam sintomas físicos no momento que alguém está lendo ou estudando. Quando essas barreiras são identificadas, é possível corrigir o problema e seguir seus estudos com compreensão. E cada barreira tem a sua série de sintomas físicos. São eles: A primeira barreira é conhecida como “falta de massa”, quer dizer, ocorre quando não há equilíbrio entre o concreto e o abstrato. Alguns dos sintomas são: corpo encurvado, tédio, dor de cabeça e nos olhos, raiva e sensação estranha no estômago. A segunda barreira é o gradiente muito inclinado ou pulado, ou mais popularmente, etapa queimada. Ocorre quando o estudante avança para assuntos mais difíceis sem ter entendido bem os precedentes. Os sintomas desta barreira são confusão e sensação de tontura. A terceira e mais importante barreira ao estudo é a palavra mal-entendida. Não é só uma palavra que não foi compreendida totalmente. Pode ter sido entendida de uma forma errada ou parcial, por exemplo. Os sintomas são: “sentir-se em branco”, dispersão, sono, nervosismo e inquietação, indisciplina e deserção. Quero ressaltar que o importante é resolver as causas da falta de compreensão e não simplesmente tentar melhorar os sintomas. Não adianta repreender o aluno para que preste atenção ou endireite o corpo. Tomar café ou medicações são também soluções paliativas, já que não atuam nas causas do problema que são, de fato, as três barreiras ao estudo. A editora ressalta a importância de estudar com seriedade, evitando momentos de cansaço, consumo de álcool, espaço con14 CHAMOIS NOTÍCIAS fortável e bem iluminado e ter sempre à mão bons dicionários para consulta. E, por que não, conhecer um pouco do trabalho de Hubbard, que ela considera decisivo na sua forma de encarar os estudos. “O primeiro ponto que mudei na minha forma de estudar foi que estou sempre buscando como aplicar aquilo que estudo, em vez de simplesmente empilhar dados em cima de dados, para expelí-los nos exames e receber um diploma”, finaliza a editora. Gente que lê Foto: divulgação Foto: divulgação Foto: divulgação ROBERTO CAMARINHA LÁZARO RAMOS ARNALDO NISKIER Publicitário Ator Educador “Estou lendo o livro ‘Ninguém faz sucesso sozinho’, de A. A. A. de Carvalho, o Tuta, dono da rádio Jovem Pan. Como seu contemporâneo e também profissional de comunicação, este livro, mais que falar da história da comunicação no Brasil, conta um pouco também da minha história, e dos grandes momentos que passei, juntamente com inesquecíveis amigos. Momentos que me orgulho de ter vivido e que relembro com esta leitura.” “Estou lendo a biografia do Mário Gusmão de Jeferson Bacelar. O livro é muito bacana, acho que conhecer a história de Mário Gusmão, um autor símbolo do teatro brasileiro e também baiano, é importantíssimo. Curiosamente na minha vida foi o primeiro ator que contracenei e o último trabalho que ele fez em vida foi comigo também. Ele foi o primeiro ator negro a entrar em uma universidade de teatro do Brasil, uma pessoa de grande generosidade.” “Estou lendo, como é meu hábito, dois livros ao mesmo tempo. ‘Um ato de liberdade’, de Nechama Tec, sobre a perseguição dos judeus na II Guerra Mundial e os fatos que transformaram os irmãos Bielski em verdadeiros heróis, e ‘Histórias para crianças’, de Isaac Bashevis Singer, que escreve de tal forma que os seus pequenos contos são agradáveis de ler para pessoas de todas as idades.” SINOPSE O livro ‘Ninguém faz sucesso sozinho’ traz a trajetória de vida do jornalista Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta, um inovador e um dos nomes mais importantes da história do rádio e da televisão do Brasil. SINOPSE O autor descreve como Mário mergulhou no mundo da cultura alternativa, no estilo de vida então adotado por artistas e contestadores oriundos da classe média, mas sem dominar as regras ocultas que lhe permitiriam ser bem-sucedido nesse meio. Este livro é um importante documento da história do Brasil. “É o registro da vida de um batalhador pela cultura em geral e pela dignidade do povo negro em particular.” NINGU NINGUÉM UÉM FAZ SU UCESSO SUCESSO SOZINH HO SOZINHO A. A. A. A de Carvalho Escritur ras Escrituras 432 pá ginas páginas MÁ MÁRIO ÁRIO GUSMÃO – UM PRÍNCIPE PRÍ NCIPE NEGRO NA TERRA TER RRA DOS DRAGÕES DA MALDADE Jeferson Jefe erson Bacelar Pallas Palla as 295 5 páginas SINOPSE Em 1942, um pequeno grupo de judeus estabeleceu uma comunidade de resistência na Bielo-Rússia, oferecendo proteção a todos os fugitivos judeus que conseguissem chegar lá. O líder dessa comunidade, o carismático Tuvia Bielski, contou sua história a Nechama Tec, duas semanas antes de morrer em 1987. UM M ATO DE LIBERDADE Nechama Nec chama Tec Record Rec cord 470 0 páginas HISTÓRIAS HIS STÓRIAS PARA CRIANÇAS CR IANÇAS Isaac Isaa ac Bashevis Singer Topbooks Top pbooks 340 0 páginas CHAMOIS NOTÍCIAS 15 Chamois em destaque MAUS SAMARITANOS – O mito do livre-comércio e a história secreta do capitalismo TRILHAS PARA O RIO – D Do reconhecimenh i to da queda à reinvenção do futuro ELE NÃO Ã SERVE PRA VOCÊ Ê – Um guia para livrar-se de relacionamentos destrutivos Ha-Joon Chang Editora Elsevier 288 páginas Impresso em Chamois Fine Dunas 75g/m2 André Urani Editora Campus 256 páginas Impresso em Chamois Fine Dunas 75g/m2 Beth Wilson Editora Rocco 320 páginas Impresso em Chamois Bulk Dunas 70g/m2 É raro encontrar um livro que trate as questões mundiais sob uma perspectiva original, mas o renomado economista Ha-Joon Chang traz algumas perspectivas inovadoras sobre o futuro da globalização. Ao contrário da maioria dos economistas, que constroem modelos de como o mercado deveria funcionar, Chang examina o passado e aponta o que mudou. Sua narrativa controversa e cáustica vai demolindo todos os pilares dos mitos sobre a economia de livre comércio. Embasado nas pesquisas do IETS (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), André Urani traz ao leitor uma obra de arte sociológica. Mais que um estudo superficial ou romântico sobre o Rio de Janeiro, este livro é um retrato dos caminhos passados, presentes e futuros da cidade que um dia já foi maravilhosa. Urani, com propriedade de alguém que conhece a fundo o Rio e que já participou da esfera pública, traça um mapa dos principais problemas da metrópole e propõe soluções viáveis para o fim da letargia fluminense.e a amizade que nasce dessa situação-limite. Encontrar o amor é o sonho de muitas mulheres. Mas, em nome desse desejo, algumas acabam presas a homens problemáticos e se tornam vítimas de abuso emocional. Em “Ele não serve pra você”, ensina a reconhecer os sinais de um relacionamento destrutivo e mostra como escapar dele, rompendo com um padrão de comportamento que leva a verdadeiras armadilhas sentimentais. Ao longo de 14 capítulos, a autora aborda temas delicados como depressão e medo, descreve as várias formas de controle identificadas em relações doentias. AS MEMÓRIAS DO LIVRO A CHAVE – O segredo que faltava par para você atrair tudo o que quiser RIQUEZA – Como os milionários criam criam, mantêm e gerenciam sua fortuna Joe Vitale Editora Rocco 204 páginas Impresso em Chamois Bulk Dunas 70g/m2 Merryl Linch Editora Elsevier 248 páginas Impresso em Chamois Fine Dunas 75 g/m2 De que adianta conhecer o segredo da Lei da Atração, que pode modificar a realidade à sua volta e trazer prosperidade para a sua vida, e os seus pedidos continuarem a não ser respondidos pelo Universo. Na prática, você quer crescer, só que, inconscientemente, continua sabotando os seus desejos. Com “A chave, o segredo que faltava para você atrair tudo o que quiser”, o dr. Joe Vitale, uma das estrelas do filme The Secret, de Ronda Byrne, ensina 10 técnicas de libertação de eficácia comprovada que abrirão as portas do Universo para os seus pedidos. Em todo o mundo, existem mais de 10 milhões de milionários, controlando um enorme fundo de ativos de cerca de US$37 trilhões. Como as pessoas muito ricas adquirem suas fortunas e como conseguem gerenciar o seu crescimento em um ritmo mais rápido que o investidor médio? Os ricos são criadores de tendências no mundo das finanças e do investimento; aprender sobre o modo como adquirem e constroem suas fortunas pode ajudar qualquer investidor a alcançar resultados e retornos superiores. Repleto de estratégias de criação de riqueza este livro é um guia completo para uma gestão holística de fortunas bem-sucedida. Geraldine Brooks Editora Ediouro 400 páginas Impresso em Chamois Fine Dunas 70g/m2 Da Espanha de 1480 até a enfraquecida Sarajevo de 1996, um livro sagrado de valor incalculável é caçado por fanáticos políticos e religiosos. Seu destino está nas mãos de uma talentosa conservadora de livros, a charmosa protagonista Hanna, e sua recuperação resulta em um mistério histórico arrebatador. Quando Hanna é chamada a Sarajevo para examinar o Hagadá, um código judaico do século XV que havia desaparecido durante a guerra da Bósnia, ela não pode acreditar que um documento tão maravilhoso estava preservado depois de tantas guerras e tanto preconceito. CHAMOIS NOTÍCIAS 16