rs altri 11
Transcrição
rs altri 11
índice 02 03 04 Sobre este Relatório · A Floresta da Altri · As Fábricas da Altri · O produto da Altri 20 24 26 32 44 47 Governação e Gestão Mensagem do Presidente do Conselho de Administração A Altri Compromissos com iniciativas externas Partes interessadas Responsabilidade Ambiental Responsabilidade Social Glossário SOBRE ESTE RELATÓRIO Este é o primeiro Relatório de Sustentabilidade da Altri SGPS, S.A. A quem se dirige Este Relatório tem como alvo todas as partes interessadas, nomeadamente clientes, acionistas, fornecedores, colaboradores, entidades oficiais, agentes do poder local, organizações da comunidade civil, comunidade académica e outro público interessado. Âmbito Este Relatório descreve, de uma forma integrada, as atividades e os resultados relevantes da Altri em 2011, associadas à produção de madeira, de pasta de papel branqueada e de energia elétrica para uso interno e externo. Linhas de orientação Este Relatório foi elaborado com base nas orientações do Global Reporting Initiative (GRI versão 3.0). Próximo Relatório O próximo Relatório será publicado em 2013 e será relativo ao desempenho da Organização em 2012. Contactos Para informações adicionais, comentários ou sugestões contactar: [email protected] 58 lim ah ed olf s er at 03 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE As preocupações da Altri com a sustentabilidade estiveram sempre presentes na cultura das empresas que integram o Grupo. A título de exemplo, as primeiras certificações em Portugal de gestão florestal sustentável por esquemas reconhecidos internacionalmente (FSC® e PEFC), foram obtidas em 2005 por uma das empresas que faz hoje parte do universo da Altri. Mensagem do Presidente do Conselho de Administração Fiel ao compromisso com a transparência e o diálogo com as suas partes interessadas, é com muito prazer que apresento o primeiro Relatório de Sustentabilidade do Grupo Altri. Mais recentemente, em março de 2012 e tendo como principal objetivo o aumento da eficiência energética, a Celbi implementou e certificou um Sistema de Gestão da Energia em conformidade com os requisitos da Norma ISO 50001. Foi assim a primeira empresa em Portugal e a primeira do setor de produção de pasta e papel na Europa a ter esta certificação. Pretende-se que esta prática seja concretizada nas outras unidades industriais da Altri. Todas as empresas do Grupo orientam a sua estratégia pelos princípios económicos, sociais e ambientais definidos nas suas políticas e no código de conduta da Altri, sendo estes os pilares dos Sistemas de Gestão implementados em consonância com as melhores práticas internacionais. Este alinhamento permitiu obter os resultados apresentados neste Relatório, que compila os dados relativos ao desempenho económico, ambiental e social da Altri e respetivos impactes. Em 2011 a Altri atingiu um novo recorde de produção de 847 000 t pasta, o que representou um crescimento de cerca de 8% face à produção do ano passado. A par com este aumento de produção, conseguiu reduzir, entre 2009 e 2011, em 26% o consumo específico de água e em 46% as emissões diretas de CO2 fóssil, mantendo estabilizados os restantes indicadores de desempenho ambiental. Durante 2011, a Altri contou em média com a colaboração de 676 trabalhadores. Foram ministradas 16 200 horas de formação a trabalhadores internos, correspondentes a 1,3% do potencial de horas de trabalho, ilustrando a aposta na valorização profissional contínua das pessoas. Merecem especial destaque as ações de formação envolvendo trabalhadores de empresas de prestação de serviços que colaboram com a Altri. Também a evolução dos indicadores de sinistralidade tem sido bastante positiva, fruto do empenho das suas empresas na cultura da prevenção de acidentes. O nosso compromisso para os anos vindouros, que se adivinham bastante desafiantes, é manter firme o empenho no desenvolvimento do Grupo Altri, garantindo a sustentabilidade dos seus recursos florestais, a otimização das suas unidades fabris e a consolidação das suas atividades comerciais. Gostaria de deixar um agradecimento a todos os que nos acompanham no nosso caminho e que constituem claramente os nossos parceiros de negócio. Paulo Fernandes Presidente do Conselho de Administração da Altri 04 A Altri A Altri foi constituída em março de 2005, sendo o resultado do processo de cisão da Cofina. A Empresa é um produtor europeu de referência de pasta de papel de eucalipto e está cotada na NYSE Euronext Lisboa, integrando o seu índice de referência, o PSI-20. Até junho de 2008, a Altri possuía uma outra atividade industrial, através da F. Ramada, que se dedicava ao retalho de aços e ao desenvolvimento de soluções industriais de sistemas de armazenagem. Em junho de 2008, efetivou-se a cisão da F. Ramada, que deixou de integrar a Altri. O racional estratégico desta operação prendeu-se com a focalização exclusiva da Altri no seu core business, a gestão florestal e a produção de pasta celulósica. Desde a sua génese o Grupo tem adquirido diversas unidades operacionais (Celtejo em 2005 e Celbi em 2006), que permitiram à Altri reforçar a sua posição nos mercados onde opera pelo desenvolvimento de um conjunto de projetos de expansão da atividade. Nos últimos anos, a Altri investiu em Portugal aproximadamente 465 milhões de Euros, essencialmente nas unidades industriais da Celbi e da Celtejo. A empresa dispõe atualmente de 3 fábricas em Portugal – Celbi, Caima e Celtejo – onde produziu, em 2011, cerca de 847 000 toneladas de pasta de papel, o que representou um recorde de produção e um crescimento de cerca de 8% face à produção de 2010. Os projetos, que estão em fase de conclusão da curva de aprendizagem, permitirão aumentar a capacidade nominal de produção para cerca de 900 000 t/ano. 58 lim ah ed olf s er at 05 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE A concretização da estratégia industrial da Altri assenta na gestão florestal integrada e sustentada, visando a otimização da floresta e garantindo um aproveitamento integral de todos os seus componentes. Assim, o eucalipto é processado nas fábricas da Altri, produzindo pasta celulósica, especialidades químicas de base florestal e energia elétrica em cogeração, sendo a casca, os ramos e os desperdícios florestais utilizados para produzir energia elétrica. Para uma melhor valorização dos recursos florestais, a Altri adquiriu em 2005 50% da EDP Produção Bioeléctrica para, em parceria com a Energias de Portugal, produzir energia elétrica a partir de biomassa florestal. Esta empresa é líder no seu segmento de mercado, com uma quota de licenças de produção de energia elétrica através de biomassa florestal de 50%. Atualmente, a estrutura orgânica funcional do Grupo Altri pode ser repre sentada como segue: 100% Altri Florestal Gestão Florestal 100% Celbi Pasta de Papel 99,83% Celtejo Pasta de Papel 100% Caima Pasta de Papel 50% EDP Produção Bioeléctrica* Biomassa * Joint Venture com EDP A Altri gere cerca de 85 000 ha de floresta em Portugal, integralmente certificada pelo Forest Stewardship Council (FSC®) e pelo Programme of Endorsement of Forest Certification (PEFC). A ALTRI 06 Visão e estratégia A estratégia da Altri assenta no aumento da produção de pasta branqueada de eucalipto. Este tipo de pasta tem registado elevados ritmos de crescimento nos últimos anos devido às suas características excecionais para a produção de papéis de elevada qualidade, nomeadamente de impressão e escrita, décor, tissue e papéis de especialidades, bem como produtos de valor acrescentado elevado para utilização noutras indústrias das quais se destaca a têxtil e a química. Projetos de aumento de capacidade Atualmente a Altri tem uma capacidade de produção nominal de cerca de 900 000 toneladas de pasta de papel. Projetos concretizados: •A umento de capacidade na Celbi de 300 000 t para 600 000 t de pasta branqueada de eucalipto no segundo semestre de 2009. • Branqueamento e aumento de capacidade na Celtejo. A partir de 2008 a Celtejo deixou de produzir pasta não branqueada de pinho e eucalipto, passando a produzir pasta branqueada de eucalipto (ECF e TCF) e branqueada de pinho (ECF). A sua capacidade aumentou até às 140 000 t (100% pinho) ou 180 000 t (exclusivamente de eucalipto). • Aproveitamento químico na Caima. A separação da lenhina da celulose no processo ao sulfito permite produzir, para além da pasta celulósica, lenhosulfonatos, os quais são usados por outras indústrias a jusante. Desta forma maximiza o aproveitamento da madeira nos dois produtos atrás referidos e em energia. Neste sentido tem desenvolvido o conceito de biorrefinaria na unidade industrial de Constância, obtendo-se produtos ambientalmente sustentáveis. A capacidade de produção é de 120 000 t de pasta e de cerca de 40 000 t de lenhosulfonato. Evolução da capacidade instalada de pasta (milhares de toneladas) 600 300 539,8 599,3 133,2 141,0 113,6 107,0 2010 2011 0 Celbi Celtejo Eficiência operativa Para além de planear o aumento da capacidade instalada, a Altri pretende ser o produtor mais eficiente na colocação da pasta de papel à porta dos seus clientes. Com esse objetivo, a Altri desenvolveu uma estratégia assente em três pilares: Redução do cash cost por tonelada. Os projetos em curso não implicam aumento dos custos fixos, conduzindo a uma diluição do cash cost por tonelada. Em termos de transporte, o comboio é o meio de transporte com os custos de frete mais baixos. Caima Indicadores principais da atividade da Altri em 2011 M€ Vendas líquidas 472 EBITDA 113 Resultados líquidos 25 Valor acrescentado 154 Localização estratégica da base de clientes. A localização privilegiada dos clientes da Altri é a Europa Ocidental e Central, o que permite otimizar a relação entre a qualidade de serviço aos clientes e o custo de transporte mínimo. Produção Autossuficiência de madeira. A Altri gere cerca de 85 000 ha de floresta em Portugal, o que lhe assegura uma autossuficiência de madeira da ordem dos 30%. Número médio de trabalhadores 847 000 t 676 08 A floresta da Altri A floresta é um dos principais ativos da Altri. Com cerca de 85 000 hectares de floresta sob sua intervenção em Portugal, a empresa tem um nível de auto abastecimento de cerca de 30%. A gestão sustentável da floresta e dos ecossistemas associados é uma atividade estratégica fulcral para a prossecução dos objetivos da empresa. A floresta da Altri é predominantemente constituída por eucalipto, ocupando cerca de 80% da área total. Composição Área (ha) Eucaliptos 67 788 Pinheiros 3 419 Sobreiro 3 425 Azinheira 638 Formações ripícolas 330 Outras formações florestais 740 Matos e arbustivas 4 906 Rede divisional 2 678 Outros usos 1 145 Total 85 068 Embora dispersas por todo o País, as áreas sob gestão da Altri estão principalmente concentradas na região do Vale do Tejo. Esta localização predominante assenta numa lógica de otimização florestal, já que se distribui na área de influência das fábricas de pasta de papel da Altri. A estratégia florestal da Altri assenta na otimização da capacidade produtiva da floresta de eucalipto através da implementação de um modelo silvícola de longo prazo, capaz de garantir um nível de rentabilidade adequado, gerido de forma sustentável e assente na aplicação das melhores práticas florestais. Simultaneamente, o desenvolvimento e a produção de material vegetal com uma elevada eficiência produtiva permitem a substituição gradual de povoamentos com baixa produtividade por outros mais produtivos. A Altri assumiu igualmente como prioridade a promoção e a conservação da biodiversidade, sobretudo em áreas com um valor ecológico considerado relevante. Neste sentido, áreas com valor intrínseco para a conservação da natureza – nomeadamente para a proteção de habitats e/ou espécies local ou globalmente ameaçadas – são frequentemente alvo de projetos de reconversão que visam restaurar a vegetação natural e o equilíbrio dos ecossistemas. As atividades silvícolas desenvolvidas pela Altri Florestal constituem ainda uma alavanca para o desenvolvimento sustentável das economias regionais. A empresa aposta na contratação de serviços e mão-de-obra locais, contribuindo assim para o desenvolvimento económico e social das populações. A Altri Florestal orienta a sua atuação pelos princípios preconizados na sua Declaração da Politica Florestal. Principais afiliações Membro fundador do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) que, por sua vez, é membro da rede regional do World Business Council for Sustaina ble Development (WBCSD). Membro fundador da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF). Membro da Associação Empresarial para a Inovação (COTEC Portugal). Membro da Associação de Indústria Papeleira (CELPA). Política de Abastecimento de Madeira da Altri A Altri, consciente da importância da sustentabilidade do uso dos recursos naturais, tem vindo a assumir para com a sociedade em geral e para com os seus clientes, a iniciativa de verificar as fontes de abastecimento de madeira para as suas empresas de produção de pasta de papel. A Altri compromete-se, assim, a desenvolver os seus melhores esforços para evitar a aquisição de madeira das seguintes categorias: a) Madeira explorada ilegalmente; b) Madeira explorada em violação dos direitos tradicionais e civis; c) Madeira explorada em florestas, nas quais os altos valores de conservação são ameaçados pelas atividades de gestão; d) Madeira explorada em florestas em processo de conversão para plantações ou para usos não florestais do solo; e) M adeira proveniente de florestas, nas quais foram plantadas árvores geneticamente modificadas. Adicionalmente, a Altri compromete-se a cumprir os requisitos PEFC e FSC® para a Cadeia de Responsabilidade, o Código de Conduta para a Indústria do Papel da CEPI, relativo ao corte legal de madeiras, e a respeitar as obrigações legais aplicáveis ao comércio de material lenhoso. Porto, 9 de novembro de 2010 Paulo Fernandes Presidente do Conselho de Administração da Altri 10 Certificação Aspirando a elevados padrões de qualidade e de sustentabilidade, a Altri Florestal cumpre em simultâneo os requisitos para a Gestão da Qualidade e para a Gestão Florestal Sustentável. da biodiversidade é também a sua própria defesa, pois a manutenção dos recursos, a sua utilização e reposição são elementos fundamentais para a sua própria salvaguarda. Uma das consequências naturais da aposta na qualidade é a certificação da Altri Florestal pela ISO 9001, nomeadamente na produção de rolaria de eucalipto para a produção de pasta de papel. O Sistema de Gestão da Qualidade assenta na satisfação das necessidades dos seus clientes, na melhoria contínua dos seus produtos e serviços e na eficiência da sua organização. Ao abastecer as suas unidades fabris com matéria-prima proveniente de florestas plantadas e geridas especificamente para este fim, a Altri contribui para a racionalidade da gestão e exploração florestais e para a redução da pressão sobre florestas e outros ecossistemas naturais, essenciais para a manutenção da biodiversidade A empresa definiu um conjunto de critérios e procedimentos para minimizar estes impactos, nomeadamente: Adicionalmente a empresa tem um vigor um Sistema Integrado de Gestão Florestal em conformidade com os Princípios e Critérios para a Gestão Florestal Sustentável do Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC) e de acordo com os 10 princípios e critérios do Forest Stweardship Council® (FSC®). Este sistema, abrange igualmente a cadeia de responsabilidade para a comercialização da madeira certificada de acordo com os referenciais normativos FSC® e PEFC. A Altri Florestal promove a certificação florestal dos seus parceiros e fornecedores de matéria-prima através do apoio técnico para a constituição e funcionamento dos agrupamentos de produtores e a consequente aquisição de madeira certificada. Para além disso a Altri discrimina positivamente a madeira certificada fornecida às suas unidades fabris, através da atribuição de uma bonificação aos fornecedores de madeira certificada. Política de abastecimento de madeira: a empresa avalia criteriosamente as fontes de madeira, atenuando desta forma o risco de fornecimentos provenientes de fontes que violem as regras do FSC®, nomeadamente no que diz respeito a florestas de alto valor de conservação, a desflorestações, madeira explorada de forma ilegal ou proveniente de regiões onde os direitos civis são violados. A Altri realiza avaliações de risco a todas as origens de abastecimento de acordo com o referencial PEFC. Áreas de conservação e biodiversidade: foram identificadas no património florestal da Altri áreas de alto valor de conservação e biodiversidade, tal como áreas significativas com um elevado potencial para restauro ecológico. A gestão adequada dessas áreas tem um contributo relevante para a conservação e melhoria da biodiversidade existente, contribuindo deste modo para o objetivo europeu de travar a perda de biodiversidade até 2010. Biodiversidade Neste sentido, a Altri comprometeu-se a: A proteção da natureza, a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável dos recursos e a repartição justa dos benefícios extraídos dessa utilização são valores preconizados pela Altri. Para a empresa, na sua qualidade de agente ativo na investigação e na gestão de florestas, a defesa • Promover o restauro e a conservação da biodiversidade; • Desenvolver um modelo de gestão assente em princípios de valor acrescentado; • Envolver de forma direta a comunidade e as autoridades locais; • Promover a consciencialização junto de todos os seus stakeholders, incluindo os seus colaboradores de modo a que todos possam aderir aos princípios da defesa da biodiversidade; • Promover campanhas de divulgação e sensibilização dos valores da biodiversidade; • Manter uma política de abastecimento que elimine ou evite a aquisição de madeiras a partir de fontes que violem as regras do FSC® e do PEFC, nomeadamente no que diz respeito à exploração ilegal de madeiras sem atentar ao valor da biodiversidade, ou proveniente de regiões onde os direitos civis são violados. A atividade de gestão florestal corrente e este compromisso materializou-se na assinatura do protocolo Business and Biodiversity entre a Altri e o Instituto para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). A Altri colabora ativamente com um conjunto alargado de entidades nacionais ligadas à gestão e promoção da biodiversidade, permitindo assim uma troca de experiências entre a investigação e a gestão florestal, daqui resultando a implementação nos projetos de medidas de gestão inovadoras, quer para a proteção, quer para o restauro dos valores naturais. Proteção florestal A floresta é um conjunto biológico sobre o qual impendem várias ameaças, das quais os incêndios florestais são uma das principais. Para reduzir a dimensão desta ameaça, os principais proprietários florestais portugueses (Grupo Portucel Soporcel e Altri) estão unidos em torno da Afocelca, empresa comum que pretende minimizar os prejuízos resultantes dos incêndios florestais, através da criação de uma estrutura mais eficiente e dotada de maior flexibilidade na vigilância, alerta e apoio no combate aos incêndios florestais. A estratégia de combate aos incêndios florestais assenta em quatro critérios técnicos: 1. Tempos de chegada: com o objetivo de controlar os incêndios na etapa nascente, deve-se atuar de forma que as unidades cheguem ao foco do incêndio no menor tempo possível independentemente da dimensão da brigada e/ou meio de mobilização. 2. Ataque inicial em massa (golpe único): consiste em fazer atuar todos os meios necessários para assegurar o controlo e total extinção dos fogos no primeiro ataque e quando estes ainda se encontram no início. 3. Dano material: com o objetivo de dar prioridade às propriedades de maior valor e perante a simultaneidade dos factos dos fogos, é determinante o valor comercial das plantações, madeiras e outros bens ameaçados. 4. Perigo potencial: no mesmo sentido são determinantes as probabilidades de propagação do incêndio, para cuja avaliação se consideram, entre outros fatores, a topografia, o declive do terreno, o vento, os combustíveis e a vegetação em perigo. As Fábricas da Altri A Altri detém três fábricas de pasta branqueada de eucalipto e de pasta branqueada de pinho localizadas em Portugal, sendo a sua produção reconhecida pela sua qualidade e eficiência produtiva. Celbi Os primeiros acionistas da Celbi foram a Billerud, com 71% do total do capital social, a CUF que participou com 23%, e um grupo de produtores florestais, que subscreveram 6%. A empresa viria a localizar-se junto à costa, na Leirosa, uma pequena aldeia piscatória, 15 km a sul da Figueira da Foz. A empresa arrancou em 1967, com a produção de pasta solúvel, destinada à fabricação de fibras têxteis, com 80 000 t como capacidade máxima. A decisão de produzir pasta solúvel viria a ser revista nos primeiros anos de produção, por se concluir que este tipo de pasta defrontava sérios problemas de mercado. A unidade fabril viria a ser ajustada para produzir pasta papeleira com uma capacidade que, naquela data, atingia as 120 000 t anuais. Em 1970, a empresa alterou a sua designação social, passando a designar-se por Celulose Beira Industrial (Celbi), SARL. Em 1975, as nacionalizações transferiram as ações da CUF e dos pequenos acionistas para o Estado Português, que assumiria a sua titularidade através do IPE – Investimentos e Participações Empresariais, S.A. Entretanto, na Suécia, diversas operações de concentração da indústria florestal fizeram com que o capital da Celbi passasse a ser detido pelo grupo sueco STORA, integrado na área de negócios liderada pela STORA CELL AB. Em 1995, o Governo Português viria a alienar integralmente a sua participação na empresa, vendendo a sua parte à STORA CELL AB que, assim, passou 58 lim ah ed olf s er at 13 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE a deter 100% do seu capital, com o valor atual de 77,5 milhões de euros. A Celbi passou, então, a designar-se por Stora Celbi Celulose Beira Industrial, S.A. No final de 1998, após o processo de fusão do grupo sueco STORA com o grupo finlandês ENSO, de onde resultou o Grupo Stora Enso, a Celbi retomou a sua denominação anterior: Celulose Beira Industrial (Celbi), S.A. Desde 2006 que é detida na sua totalidade pelo Grupo Altri. A Celbi é uma referência mundial na produção de pasta de eucalipto do tipo Bleached Eucalyptus Kraft Pulp (BEKP), sendo um dos produtores mais eficientes da Europa. A Celbi tem uma capacidade de produção anual de cerca de 600 000 t. Toda a sua produção é de mercado. Caima A Caima-Indústria de Celulose S.A. é uma empresa centenária que em 2013 comemorará 125 anos de existência. Em 1888 foi fundada a empresa The Timber Estate and Wood Pulp Company Ltd, com o objetivo da produção de pasta para papel. Para tal foi adquirida, em 1889, a Quinta do Carvalhal a William Cruickshank, situada entre as freguesias de Fráguas e da Branca, no concelho de Albergaria-a-Velha, distrito de Aveiro. A fábrica da Caima foi uma das primeiras unidades industriais de fabrico de pasta fora da Suécia. A produção iniciou-se com o fabrico de pasta crua de pinho pelo processo de sulfito. A produção cresceu gradualmente até 1928 quando, após sete anos de estudos e de experiências no domínio do cozimento do eucalipto pelo processo de sulfito, se decidiu substituir o pinho pelo eucalipto como matéria-prima, muito embora alguma pasta de pinho tenha sido produzida até 1945. Albergaria foi então a primeira unidade industrial no Mundo a produzir fibra de eucalipto. A produção em 1948 era de 6 000 t por ano. Em 1960 iniciou-se a construção da fábrica de Constância. Foi escolhida esta localização por se considerar o local privilegiado em termos de fornecimento de madeira e de água, tendo a produção arrancado em 1962. Atualmente a Caima é uma das poucas fábricas na Europa que produz pasta de eucalipto branqueada através do processo de sulfito. Tem uma capacidade de 120 000 t de pasta branqueada de eucalipto do tipo Total Chlorine Free (TCF) e ainda de cerca de 40 000 t de lenhosulfonato de magnésio. Toda a sua produção é de mercado. A ALTRI Atendendo à especificidade do processo e à dimensão da unidade industrial, a Caima procura nichos de mercado dedicando-se à produção de pastas especiais para a produção de papel e para aplicação noutras indústrias, entre as quais as de base química e têxtil. Celtejo Inicialmente com o nome de Companhia de Celulose do Tejo, SARL, a Celtejo foi fundada, há cerca de 45 anos, em Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco. A partir de 1968, a empresa instalou-se num novo parque industrial, com uma área de cerca de 80 hectares, e arrancou em 1971 com a produção de pasta kraft crua de pinho. Pertencente numa primeira fase a um grupo privado português, foi nacionalizada e integrada em 1976 na Portucel. Mais tarde, já em 1993, viria a converter-se em sociedade anónima, sob a designação de Portucel Tejo, S.A., no âmbito de um processo de reestruturação que visava a sua futura reprivatização. Mais recentemente, em 2005, a Celtejo passou a incluir o universo do Grupo Altri. Durante o ano de 2008 foi implementada uma transformação do processo produtivo da Celtejo, com vista à produção de pasta branqueada, que permitiu aumentar a capacidade produtiva desta fábrica. Como resultado deste projeto, atualmente esta unidade produz pastas branqueadas de eucalipto (fibra curta) ou de pinho (fibra longa), pelo processo kraft. A capacidade teórica de produção atual da Celtejo ascende a cerca de 180 000 t de pasta de eucalipto branqueada ou a 140 000 t de pasta branqueada de pinho. Em 2011 a empresa iniciou uma série de investimentos com vista a melhorar o impacte ambiental e a fiabilidade da produção e, consequentemente,a sua sustentabilidade. Destes, salientam-se a ampliação da instalação de Evaporação e Stripping, e a melhoria de fiabilidade da sua rede de distribuição de energia elétrica. 14 Da madeira à pasta madeira As fábricas da Altri produzem pasta de papel usando madeira de eucalipto e no caso da Celtejo também madeira de pinho. A madeira chega às fábricas sob a forma de rolaria com casca, rolaria sem casca ou em aparas. A madeira com casca é descascada e junto com a madeira sem casca é destroçada em aparas que são armazenadas em pilhas. No caso da Celbi e da Celtejo, após um processo de crivagem, as aparas são alimentadas em conjunto com licor branco (químicos para cozimento compostos essencialmente por soda cáustica e sulfureto de sódio) a um digestor contínuo. Os químicos dissolvem a lenhina, a substância responsável pela agregação das fibras, com libertação destas, resultando a chamada pasta crua. A base de qualquer processo químico de produção de pasta é a separação da lenhina da celulose. Para a Celbi e Celtejo usa-se o processo kraft alcalino, no caso da Caima o processo usado é o sulfito de base magnésio. Neste caso o agente que promove a separação entre a lenhina e a celulose é o bissulfito de magnésio, o qual dissolve a lenhina separando esta das fibras de celulose. No caso da Caima a estilha de madeira é alimentada a um conjunto de digestores descontínuos, os quais após descarga no tanque de descarga de pasta alimentam o processo que passa a ser contínuo. descasque destroçamento cozimento da madeira A pasta crua resultante do cozimento é lavada, para remover produtos residuais, orgânicos e inorgânicos, resultantes do processo de cozimento e submetida a operações de crivagem, para remoção de partículas incozidas e outras impurezas. Na Celbi e na Celtejo, depois destas operações a pasta crua é submetida a uma deslinhificação adicional com oxigénio, da qual resulta uma pasta semibranqueada, de tonalidade amarela que é enviada para a instalação de branqueamento. Na Caima a pasta é alimentada de imediato ao branqueamento. À entrada da instalação de branqueamento, a pasta contém ainda compostos residuais, resultantes da decomposição da lenhina, que são gradualmente removidos na sua quase totalidade através de reações químicas, com agentes branqueadores como o oxigénio, o ozono (no caso da Celtejo), o peróxido de hidrogénio e o dióxido de cloro. No final desta fase, a pasta apresenta-se sob a forma de uma suspensão espessa, de cor branca. Na Caima a pasta contendo celulose e alguma lenhina residual é branqueada recorrendo unicamente a agentes isentos de cloro – oxigénio, peróxido de hidrogénio e hidróxido de sódio. 58 lim ah ed olf s er at 15 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE lavagem da pasta branqueamento da pasta recuperação de químicos e produção de energia A suspensão de pasta branqueada é submetida a uma crivagem e depuração finais, sendo depois lançada sobre um sistema de tela dupla em movimento para formação da folha, onde lhe é retirada grande parte da água, primeiro por prensagem e posteriormente por ação de vácuo. A seguir é prensada e seca através de um sistema compacto de secagem com ar quente ou com vapor. Após a secagem, a folha final é cortada em folhas mais pequenas que são empilhadas em fardos que seguem para o armazém da pasta. No armazém da pasta, os fardos são agrupados com arames em unidades de 8 fardos. São depois empilhados e posteriormente carregados para camiões que os transportam para o Porto Comercial ou diretamente para o cliente. No caso da Celbi e da Celtejo que utilizam o processo kraft, o licor negro descarregado do digestor, resultante do cozimento das aparas de madeira e sob a forma diluída, é concentrado até se obter um espesso biocombustível, o licor negro concentrado, que é queimado na caldeira de recuperação. Os produtos químicos inorgânicos do licor negro formam uma substância que depois de dissolvida em água dá origem ao licor verde, constituído por uma grande fração de carbonato de sódio e por sulfureto de sódio. secagem da pasta A ALTRI fardos de pasta Ao licor verde é adicionada cal viva, no chamado processo de caustificação, dando origem ao licor branco (hidróxido de sódio e sulfureto de sódio) e a carbonato de cálcio. Este, em suspensão, é retirado e seco, sendo depois novamente transformado em cal viva no forno da cal. Fechando um ciclo, o licor branco regenerado na caustificação vai ser de novo utilizado no processo de cozimento. No caso da Caima que utiliza o processo ao sulfito, o licor negro que resulta da lavagem é concentrado numa instalação de evaporação e uma parte é utilizada para a produção de lenhosulfonato, sendo a quantidade remanescente queimada na caldeira de recuperação produzindo vapor e energia elétrica. Os produtos químicos inorgânicos resultantes da queima do licor são recuperados para a produção do agente de cozimento (bissulfito de magnésio), enquanto o magnésio é recuperado num eletrofiltro e o enxofre é recuperado num lavador de gases com 5 estágios. 58 lim ah ed olf s er at 17 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE Abastecimento de água Dependendo da fábrica, a água bruta tem duas proveniências distintas: água subterrânea de poços e água superficial do Rio Mondego ou do Rio Tejo. O tratamento consiste essencialmente numa floculação seguida de sedimentação e filtração em filtros de areia. Abastecimento de energia A energia utilizada no processo de fabrico de pasta resulta da queima do licor negro concentrado na caldeira de recuperação. O vapor de alta pressão produzido na caldeira é expandido numa turbina, sendo posteriormente utilizado no processo a média pressão ou a baixa pressão. A energia libertada através da expansão de vapor na turbina é convertida em energia elétrica, a qual, em termos médios e em regime normal de operação, satisfaz as necessidades da fábrica. O sistema interno de distribuição de energia elétrica em média tensão da fábrica está interligado em paralelo permanente com a rede elétrica nacional, permitindo trocas de energia (compra e venda) com a mesma. A central termoelétrica da Celbi, que integra a caldeira de recuperação e o turbogerador, está licenciada com o estatuto de cogerador e utiliza fundamentalmente biomassa como combustível. Na Celtejo o vapor turbinado satisfaz em termos médios as necessidades do processo, sendo por vezes necessário recorrer a uma caldeira auxiliar a gás natural. Existe também a necessidade constante de uma compra líquida de energia da rede elétrica nacional, dado que a empresa não possui caldeira de biomassa própria que permita fazer cogeração a partir deste fonte de energia primária. No sentido de aumentar a autonomia em energia (vapor e eletricidade), a partir de uma fonte primária ambientalmente mais limpa, a empresa planeia para 2012 investimentos na área da cogeração, que passam pela utilização de gás natural. A central termoelétrica da Caima integra uma caldeira de recuperação, uma caldeira de biomassa e duas turbinas, utilizando fundamentalmente biomassa para a produção de energia. A produção de energia é excedentária relativamente às necessidades de toda a instalação, sendo injetada na rede o excedente de energia elétrica contribuindo para a redução de emissão de CO2 fóssil da rede elétrica nacional. A ALTRI Tratamento de águas residuais No que diz respeito às águas residuais, todos os efluentes líquidos das unidades industriais da Altri são submetidos a processos de tratamento primário para remoção de sólidos suspensos, sendo posteriormente tratados em unidades de tratamento biológico, nas quais a matéria orgânica é decomposta por ação de micro-organismos. As lamas resultantes destes processos são posteriormente valorizadas energeticamente ou em operações de compostagem. Tratamento de emissões gasosas Nas fábricas, os gases resultantes da queima de licor negro na caldeira de recuperação são depurados em precipitadores eletrostáticos, para remoção de partículas e do enxofre antes de serem lançados na chaminé. As emissões gasosas (partículas, SO2, TRS, CO e NOx) são medidas em contínuo por instrumentos em linha. Os gases resultantes do forno da cal passam por precipitadores eletrostáticos para remoção de partículas antes de serem lançados na chaminé. As emissões gasosas (partículas, CO, NOx, SO2 e TRS) são medidas em contínuo por instrumentos em linha. Os condensados que resultam da evaporação do licor negro passam por um processo de purificação num stripper, do qual resulta metanol e gases não condensáveis, que são posteriormente valorizados energeticamente. Gestão de resíduos e biomassa Parte dos resíduos industriais não perigosos de origem processual são depositados nos aterros controlado de resíduos. Os resíduos orgânicos resultantes da preparação de madeiras, em conjunto com as lamas provenientes dos tratamentos de efluentes, são enviados para compostagem. Os resíduos resultantes das atividades não processuais (papel, plástico, vidro, óleos usados, resíduos contaminados com óleos, resíduos metálicos, etc.) são recolhidos através de uma extensa rede de contentores de recolha seletiva e encaminhados para operadores externos de gestão de resíduos devidamente licenciados para o efeito, visando o seu tratamento, eliminação ou valorização. A casca e a biomassa residual resultantes do descasque da madeira para o processo, são enviados para valorização energética. O produto da Altri A Celbi e a Celtejo produzem pasta de papel de eucalipto, pelo processo ao sulfato, branqueada sem utilização de cloro elementar (pasta ECF, elemental chlorine free). A Celtejo produz também pasta de eucalipto branqueada TCF (totally chlorine free), através de uma sequência de branqueamento utilizando ozono “e sem utilização de aditivos difíceis de depurar como o EDTA”. As propriedades da fibra desta espécie conferem à pasta produzida características especiais que a tornam especialmente adequada para a produção de determinados tipos de papel e cartão. Estas características recomendam a sua utilização para a produção de papéis finos para impressão, papéis para laminados decorativos e papéis ou cartões destinados a servirem de suporte a impressões de elevada qualidade. A Caima produz pasta de papel de eucalipto, pelo processo ao sulfito, com branqueamento sem utilização de cloro nem seus derivados (pasta TCF Totally Chlorine Free). Estas características específicas conferem à pasta celulósica propriedades especiais e tornam-na particularmente adequada para certas aplicações papeleiras, nomeadamente em segmentos altos de papéis do tipo tissue bem como em papéis de impressão e escrita, com especial incidência em papéis com marcas de água e papéis de cor, bem como propriedades que a tornam apta para aplicações especiais noutras indústrias doutros setores como por exemplo de base química e têxtil. A Caima produz ainda lenhosulfonatos os quais têm como principal aplicação a indústria da construção. 58 lim ah ed olf s er at 19 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE O Mercado As vendas de pasta de papel ascenderam em 2011 a cerca de 408 milhões de Euros, correspondendo a cerca de 84% das receitas totais da Altri. Em 2011 a Altri exportou aproximadamente 758 000 toneladas de pasta, o que correspondeu a 92% da sua produção. A Europa foi o principal destino das vendas. 79 % 8% % 13 Europa Portugal Ásia A ALTRI Considerando a distribuição geográfica atrás mencionada, a distância média percorrida para servir os nossos clientes subiu de 1283 kms em 2010 para 2184 kms em 2011. Essa distância foi vencida sobretudo através da utilização de transporte marítimo, que representou 93% das toneladas/km movimentadas (83% em 2010). Em termos modais há ainda a menor utilização do transporte rodoviário que se cifrou em 4% (10% em 2010) e ainda à queda involuntária do transporte ferroviário para 2,4% (5,8% em 2010). Esta redução na intensidade do transporte ferroviário, contrária à política da Altri para a logística, deve-se a dificuldades do operador ferroviário que não conseguiu sustentar o seu corredor para a Catalunha em virtude do declínio das importações portuguesas a partir daquela região. Comparando com 2010, este novo mix geográfico e modal acabou por trazer uma redução de 15,4% nas externalidades da cadeia de transportes sendo naturalmente determinante para esse facto a maior intensidade na utilização do transporte marítimo. O maior enfoque da Altri no transporte marítimo potenciou ainda o crescimento do porto da Figueira da Foz que se cifrou em 5,3% (1,7 milhões de toneladas). A Altri manteve-se como o maior utilizador do porto, reforçando a sua quota face a 2010 em 3,3% para 38% do total da carga movimentada. Em termos de utilização da pasta, os produtores de papel de tissue são os maiores clientes da Altri, com uma quota de 40%. 6% Responsabilidade pelo produto A pasta da Celbi está em conformidade com os requisitos e critérios do Nordic Ecolabelling of Paper Products, que é um programa de rotulagem ambiental baseado na análise do ciclo de vida do produto. 40 % 21% Tissue Impressão e escrita 4% Embalagem No âmbito do Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, certificado em conformidade com a Norma OHSAS 18001, foi feita a identificação dos perigos e a avaliação dos riscos para todas as etapas do processo de produção de pasta. Para as operações que envolvem riscos, foram estabelecidos procedimentos para diminuir ou mesmo mitigar o seu efeito. Especialidades 29 % Outros A distribuição A geografia de vendas do Grupo consolidou-se no que diz respeito à Celbi e Celtejo, tendo-se registado uma profunda alteração no caso da Caima já que esta unidade passou a exportar sistematicamente para o mercado asiático. Não foram identificadas não conformidades com regulamentos e códigos voluntários, relacionados com os impactes causados por produtos e serviços na saúde e segurança ao longo do ciclo de vida do produto. Não foram também levantados processos judiciais, nem multas ou sanções por não cumprimento de leis ou regulamentos relativos a utilização do produto. As fábricas da Altri têm também os seus processos de cadeia de responsabilidade certificados por dois dos mais reconhecidos sistemas de certificação de produtos florestais, nomeadamente pelo Forest Stewardship Council (FSC®) e pelo Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC). 20 Governação e Gestão A Administração da Altri é confiada a um Conselho de Administração composto por 5 membros, eleitos pela Assembleia Geral, pelo período de três anos, conforme definido no Regulamento do Conselho de Administração da Altri, SGPS, S.A. Compete a este órgão social praticar todos os atos de gestão na concretização de operações inerentes ao seu objeto social, tendo por fim o interesse da Sociedade, acionistas e trabalhadores. Conselho de Administração Paulo Jorge dos Santos Fernandes Presidente João Manuel Matos Borges de Oliveira Vogal Pedro Macedo Pinto de Mendonça Vogal Domingos José Vieira de Matos Vogal Laurentina da Silva Martins Vogal 58 lim ah ed olf s er at 21 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE Para além deste, a Empresa é composta por mais três órgãos sociais: • Assembleia Geral, composta por todos os acionistas com direito de voto, a quem compete deliberar sobre alterações estatutárias, proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da Sociedade, deliberar sobre o relatório de gestão e contas do exercício, proceder à eleição dos corpos sociais de sua competência e, de uma forma geral, deliberar sobre todos os termos que lhe forem submetidos pelo Conselho de Administração. • Conselho Fiscal, designado pela Assembleia Geral, é composto por 3 membros e 1 substituto, competindo-lhe a fiscalização da sociedade, bem como a designação de um Revisor Oficial de Contas ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. • Revisor Oficial de Contas (ou Sociedade de Revisores Oficiais de Contas), a quem compete proceder ao exame das contas da sociedade. O modelo de gestão praticado na Altri*, assegura a integração da responsabilidade ambiental e da responsabilidade social nas atividades diárias. São várias as ferramentas utilizadas para o fazer, nomeadamente: • Código de Conduta; • Politicas das empresas da Altri; • Sistemas de Gestão; • Objetivos de sustentabilidade das empresas da Altri; • Gestão da cadeia de fornecedores; • Relatório de Sustentabilidade. * O modelo de governação do Grupo Altri está disponível em www.altri.pt GOVERNAÇÃO E GESTÃO Código de Conduta O Código de Conduta estabelece o conjunto de princípios e de valores em matéria de ética profissional que deve ser reconhecido e adotado por todos os trabalhadores do Grupo Altri, incluindo os órgãos de gestão. O Código de Conduta constitui ainda uma referência para o público, no que respeita aos padrões de conduta da Altri no seu relacionamento com terceiros, por forma a incentivar a criação de um clima de confiança entre a empresa e todas as partes interessadas. Políticas As Politicas das empresas da Altri definem a sua estratégia nas vertentes económica, social, ambiental, saúde e segurança no trabalho e qualidade do produto. São suportadas também pela Politica de abastecimento de madeira do Grupo Altri, na qual se definem as orientações a seguir no processo de aquisição desta matéria-prima para as unidades fabris do Grupo. Sistemas de Gestão As Politicas são colocadas em prática através das ferramentas fornecidas pelos Sistemas de Gestão. Os Sistemas de Gestão são utilizados para estabelecer objetivos e metas, atribuir responsabilidades e fazer o seguimento do desempenho das empresas do universo do Grupo Altri no que diz respeito aos seus impactes ambientais, sociais, saúde e segurança no trabalho e qualidade do seu produto. 22 Historial dos Sistemas de Gestão Caima Celbi Celtejo Altriflorestal Sistema de Gestão da Qualidade – ISO 9001 1995 1995 1996 1998 Sistema de Gestão Ambiental – ISO 14001 2003 1999 2008 - Sistema de Gestão Ambiental – Registo EMAS 2009 2001 - - Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho – OHSAS 18001 2006 2005 2010 - Cadeia de responsabilidade de produtos florestais – PEFC 2009 2005 2008 2010 Cadeia de Responsabilidade – FSC® 2006 2005 2008 2011 Acreditação do Laboratório – NP EN/IEC ISO 17025 2005 1996 1989 - Gestão Florestal – FSC® n.a. n.a. n.a. 2005 Gestão Florestal – PEFC n.a. n.a. n.a. 2005 58 lim ah ed olf s er at 23 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE Objetivos de sustentabilidade Anualmente são definidos pela gestão de topo os objetivos de sustentabilidade para as empresas do Grupo Altri. Estes objetivos são continuamente seguidos e são revistos sempre que necessário. Permitem gerir de forma eficiente o desempenho de sustentabilidade das unidades da Altri. Gestão da cadeia de fornecedores Todos os fornecedores de madeira, produtos químicos e serviços são sujeitos a um processo de qualificação e avaliação. Deste processo fazem parte requisitos de desempenho de qualidade, ambiente e segurança. A bolsa de fornecedores qualificados tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos. Relatório de Sustentabilidade O Relatório de Sustentabilidade é uma ferramenta importante para gerir questões relacionadas com a responsabilidade ambiental e a responsabilidade social. É uma ferramenta de comunicação muito importante para a Altri. Identificação e gestão dos factores de risco A gestão de risco é um pilar da governação da Altri, estando presente em todos os processos de gestão, sendo uma responsabilidade de todos os colaboradores do Grupo, nos diferentes níveis da organização. A gestão de risco é desenvolvida tendo como objetivo a criação de valor, através da gestão e controlo das oportunidades e ameaças que podem afetar os objetivos de negócio e as empresas do Grupo, numa perspectiva de continuidade das suas atividades. GOVERNAÇÃO E GESTÃO A gestão de riscos é assegurada pelas diversas empresas da Altri com base numa identificação e priorização prévia de riscos críticos, desenvolvendo estratégias de gestão de risco, com vista a pôr em prática os procedimentos de controlo considerados adequados à redução do risco para um nível aceitável. Os principais fatores de risco identificados pela Altri são os seguintes: • Risco de Crédito; • Risco de Taxa de Juro; • Risco de Taxa de Câmbio; •R isco de variabilidade nos preços de commodities com impacto no preço da pasta de papel; • Risco de Liquidez; • Riscos associados à Gestão Florestal; • Riscos ambientais; • Riscos sociais; • Riscos associados ao abastecimento de madeira. Este relatório dá ênfase à gestão dos riscos ambientais, sociais, aos associados à gestão florestal a ao abastecimento de madeira sendo os outros mencionados no Relatório do Conselho de Administração da Altri (disponível em www.altri.pt). 24 Compromissos com iniciativas externas O Princípio da Precaução é o princípio 15 da Declaração do Rio que consta do relatório da Conferência das Nações Unidas sobre ambiente e desenvolvimento, realizada em 1992 no Rio de Janeiro. Princípio da Precaução Para que o ambiente seja protegido, serão aplicadas pelos Estados, de acordo com as suas capacidades, medidas preventivas. Onde existam ameaças de riscos sérios ou irreversíveis não será utilizada a falta de certeza científica total como razão para o adiamento de medidas eficazes em termos de custo para evitar a degradação ambiental. O Princípio da Precaução está presente em todas as atividades das empresas do Grupo Altri. Mediante uma adequada identificação, avaliação e planeamento de todos os aspetos de gestão, é possível prevenir eficazmente os riscos, acidentes e impactes que afetem pessoas, bens e o meio ambiente. O Princípio da Precaução para as atividades de qualidade, ambiente e segurança é assegurado pelos requisitos das normas que regem os respetivos sistemas de gestão. Os aspetos ambientais e de saúde e segurança estão devidamente identificados e, para cada um deles, estão definidas as medidas de prevenção, mitigação e controlo. A aplicação do Princípio da Precaução é evidente nos capítulos relativos à responsabilidade ambiental e à responsabilidade social. 58 lim ah ed olf s er at 25 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE COMPROMISSOS COM INICIATIVAS EXTERNAS Principais afiliações e participações em outras organizações • Membro do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Participa no grupo de trabalho Forest Solution, subscrevendo neste âmbito as suas regras e princípios. • Membro do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD Portugal) • Membro fundador da Associação para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF) • Membro da Associação Empresarial para a Inovação (COTEC Portugal) • Membro da Associação de Indústria Papeleira (CELPA) • Membro da Tecnicelpa, participação em órgãos dirigentes • Membro do FSC® Portugal • Confederação Europeia das Indústrias de Papel (CEPI), participação em grupos de trabalho • Participação na Iniciativa Business & Biodiversity • Membro da Iniciativa Business & Biodiversity • Membro do AFOCELCA (Agrupamento de Empresas para Vigilância e Combate a Fogos Florestais) • Membro da IUFRO – International Union of Forest Research Organizations • Membro do IEFC – Instituto Europeu da Floresta Cultivada • Membro do Centro Pinus • Membro da ANEFA (via Viveiros do Furadouro) • Membro do Núcleo Empresarial de Santarém (NERSANT), participação em órgãos dirigentes • Membro do Núcleo Empresarial de Castelo Branco (NERCAB), participação em órgãos dirigentes. Princípios subscritos pela Altri A Altri subscreve, através do seu Código de Conduta, a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas. Através da sua Política de Abastecimento de Madeira, a Altri compromete-se com o código de conduta para a indústria do papel da CEPI, relativo ao corte legal de madeiras. 26 Partes interessadas Acio Entidades O ficia is u Cola bor ad ore s om C e ad nid a émic d a Ac nistas tes de ão id a s n un çõe Comaniza Org Cl ie n g ov er na me nta is Fornecedores 58 lim ah ed olf s er at 27 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE PARTES INTERESSADAS Partes interessadas Canais de comunicação Acionistas Reuniões periódicas do Conselho de Administração. Relatório de Contas (anual). Relatório de Sustentabilidade (anual). Informações relevantes à Comissão do Mercado e Valores Imobiliários (CMVM). Informação no site da Altri. Existe um responsável pela comunicação com os acionistas da Altri. Clientes Visitas a clientes. Auditorias de clientes. Inquéritos dos clientes. Inquéritos de avaliação da perceção externa aos clientes. Relatório de Sustentabilidade (anual). Participação na International Pulp Week. Participação na London Pulp Week. Colaboradores Reuniões diárias e mensais com apresentação dos principais indicadores de desempenho. Intranet. Fibra Nova (revista interna de publicação quadrimestral). Floresta Altri (revista interna sobre temas da floresta). Sistema de Gestão de Desempenho. Ações de formação. Acordo Empresa. Reuniões com Comissões Sindicais. Comissão de Ambiente, Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho. Relatório de Sustentabilidade. Programas de Participação. Documentação e informação do Sistema de Gestão. Visitas periódicas ao campo para acompanhar e discutir soluções florestais e partilha de experiências. Fornecedores Qualificação e avaliação de fornecedores de serviços e de matérias-primas. Ações de formação a prestadores de serviço, contemplando matérias ambientais e de segurança. Ações da Altri Florestal são realizadas nas frentes de trabalho. Dinamização, ao nível da CELPA, do projeto Cartão de Segurança da Indústria de pasta e papel, destinado a trabalhadores de empresas externas que prestam serviço nas fábricas de pasta e papel. Sessões de informação sobre ambiente e segurança, destinadas a responsáveis de empresas de prestação de serviços. Participação dos técnicos de segurança de empresas externas nas ações organizadas pela empresa. Relatório de Sustentabilidade. Visitas regulares para informação sobre o negócio. Auditorias a fornecedores. Comunidade Doações financeiras e em espécie, a várias instituições. Colaboração no apoio a instituições de Solidariedade Social. Organização conjunta com corporações de bombeiros em diversos simulacros de atuação. Cedência dos campos de treinos para corporações de bombeiros. Apoio a diversas iniciativas das Escolas. Relatório de Sustentabilidade. Blog da Altri Florestal. Visitas de Associações de Produtores Florestais e de proprietários a atividades de I&D e aos viveiros florestais. Autorização de utilização de áreas sob gestão florestal para a realização de eventos desportivos. Utilização de áreas florestais sob sua gestão para atividades cinegéticas, pastorícia ou apícolas. Promoção de certificação de gestão florestal junto de outros produtores e suas associações. Entidades oficiais Envio regular de estatísticas e relatórios de diversa natureza (fiscal, laboral, ambiental, saúde e segurança no trabalho, formação profissional, etc). Inspeções e auditorias oficiais. Relatório de Sustentabilidade. Comunidade académica Protocolos de colaboração com Universidades. Concessão de estágios curriculares e pós-curriculares em colaboração com os Centros de Formação, Escolas e Universidades. Estágios Profissionais em colaboração com o Instituto de Emprego e Formação Profissional. Autorização de acesso e utilização de instalações em mestrados e doutoramentos. Visitas às fábricas e às atividades florestais. Relatório de Sustentabilidade. 28 Impactes nas partes interessadas Clientes A atividade da Altri tem impacte nas várias partes interessadas, essencialmente locais e nacionais. As vendas líquidas da Altri em 2011 representaram cerca de 472 M€. A distribuição da pasta da Altri por mercados e utilizações encontra-se no capítulo Produto. Fornecedores A Altri representa uma fonte de rendimento credível para muitos fornecedores de matérias-primas e prestadores de serviços. Em 2011 os custos com fornecimentos e serviços externos ascenderam a 129 M€, valor superior em 10 M€ ao registado em 2010. Em 2011, as compras de matérias-primas, subsidiárias e materiais de consumo, atingiram 229 M€, mais 39 M€. Em virtude do estatuto de cogerador das suas fábricas, a Altri registou como proveitos suplementares o valor de 52 M€, provenientes da venda de energia verde à REN. O acréscimo de produção registado em 2011 teve um efeito multiplicador na atividade de todos os parceiros que se relacionam com a Celbi, quer se situem a montante ou a jusante do ciclo de vida do produto. 58 lim O acréscimo de 2,5% no volume de vendas relativamente a 2010, implicou a necessidade de recurso a um maior número de meios logísticos, nomeadamente a comboios e camiões. Consequentemente, os transportadores, os operadores portuários e todos os outros agentes envolvidos no transporte rodoviário e marítimo tiveram um aumento na procura diretamente proporcional ao incremento das vendas. Colaboradores Os Custos com o pessoal da Altri totalizaram 33 M€. Os fundos de pensões do Grupo Altri, registavam em 31 de dezembro de 2011 ativos no valor de 21,9 M€ para responsabilidades por serviços passados de 21,8 M€. O Grupo privilegia a remuneração variável, tendo concedido nos últimos anos um bónus em função dos resultados obtidos, por comparação com objetivos definidos anualmente. Este Bónus é aplicável aos colaboradores com vínculo permanente à empresa. 58 lim ah ed olf s er at 29 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE Celbi e Celtejo Apoiam as iniciativas, organizadas pelos seus Clubes de trabalhadores, que visem proporcionar a satisfação do seu bem-estar e a prática do desporto ou atividades de lazer. Celbi Ocupação de Tempos Livres, onde os filhos dos colaboradores com idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos têm a oportunidade de “estagiar” durante um mês num setor da empresa, proporcionando-lhes um contacto real com uma atividade profissional. PARTES INTERESSADAS Festa de Natal As empresas do Grupo organizam regularmente Festas de Natal para os seus trabalhadores e familiares. São seguramente dias com muita animação e diferentes de todos os outros, para todos os participantes com a sempre muito esperada distribuição das prendas de Natal aos filhos. Acionistas A Altri é uma empresa aberta, cotada na Euronext Lisbon, não tem acionistas com uma participação superior a 10% do capital e são os seguintes os que têm uma participação superior a 5% dos direitos de voto: CADERNO AZUL – SGPS, S.A. 9,11% PROMENDO – SGPS, S.A. 7,96% Paulo Jorge dos Santos Fernandes 6,83% Domingos José Vieira de Matos 6,80% Ana Rebelo Mendonça Fernandes 6,56% Bestinver Gestión S.A., SGIIC 5,61% Em 2011 foram distribuídos dividendos no montante de 4 102 633€ correspondendo a 0,02€ por ação. A dívida líquida remunerada a 31 de dezembro de 2011 era de 678 M€, registando uma diminuição de 40 M€, relativamente a igual período do ano transato. 30 Caima Os efluentes domésticos do Município de Constância são tratados na Estação de tratamento de efluentes da Caima, assumindo os custos de tratamento e a taxa de recursos hídricos destes efluentes. É o principal apoiante das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem do concelho de Constância. Entidades oficiais Os impostos são uma das fontes mais importantes de financiamento do Estado. O imposto sobre o rendimento estimado pela Altri foi de 2,4 M€. Celtejo Comunidade PROJETO RIOS A Altri reconhece a sua responsabilidade de envolvimento com a Comunidade e, nesse âmbito, desenvolve e apoia um conjunto de iniciativas e atividades, das mais diversas instituições, que são essenciais no seu compromisso em criar relacionamentos duradouros e relevantes com as comunidades locais. Através de donativos e apoio logístico, o Grupo procura identificar projetos e atividades com mérito e com impacto significativo na sociedade e na qualidade de vida das populações. As empresas do Grupo desenvolvem ainda outras ações de proximidade com as comunidades vizinhas. Colaboração com a Liga para a Proteção da Natureza, no âmbito da formação e da vigilância das espécies da fauna e flora presentes no habitat do Tejo Internacional e seus efluentes. 58 lim ah ed olf s er at 31 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE Celbi A Praia da Leirosa é a localidade mais próxima da Celbi. Esta povoação tem sido alvo de uma constante preocupação da empresa, nomeadamente para com a população mais jovem. Assim, no ano de 2011, a Celbi financiou a instalação de um tapete, em material derivado de borracha, no parque infantil do Jardim de Infância da Praia da Leirosa. De igual forma a Celbi financiou a instalação de um ponto de acesso à internet na escola primária e proporcionou às crianças que frequentam os estabelecimentos de ensino na Leirosa diversas visitas de estudo. Na área de desporto e lazer a empresa apoiou a recuperação do campo desportivo público, a aquisição de material e equipamento desportivo para as camadas jovens do clube local e apoiou as já conhecidas festas em honra de Nossa S.ª da Boa Viagem. Por fim, a empresa assumiu a titularidade do contrato de abastecimento de água ao Parque de Merendas da Praia da Leirosa e promoveu uma ação para o seu embelezamento que contemplou a instalação de diversas espécies florestais e um novo bebedouro para maior conforto dos frequentadores do referido parque. PARTES INTERESSADAS Comunidade escolar e académica As empresas da Altri têm uma longa tradição de cooperação com escolas e universidades. A política de concessão de estágios, quer de profissionais quer de complemento de curriculum escolar está definitivamente adquirida, sendo frequente a presença de jovens nas empresas, o que lhes permite um contacto com a realidade empresarial e que deixa um vasto grupo de contacto para futuros recrutamentos. Em 2011 foram gastos 66 mil euros com 54 estagiários e 38 jovens num programa de ocupação de tempos livres. Celbi O Programa de Ocupação de Tempos Livres (OTL) é dirigido aos filhos dos trabalhadores e aos melhores alunos das escolas da zona geográfica da Celbi, com idades compreendidas entre os 17 e os 22 anos. Este Programa visa promover a ocupação de tempos livres de verão dos jovens e proporcionar um contacto com a atividade profissional. 32 32 Responsabilidade ambiental A Altri tem mantido e pretende continuar a manter uma atitude de abertura e diálogo com as entidades interessadas e responsáveis pela proteção do ambiente. As questões ambientais são temas presentes na gestão corrente das empresas do Grupo e são tidas em conta durante o estudo e execução de novos projetos. Todas as unidades industriais da Altri dispõem de Sistemas de Gestão Ambiental implementados e certificados em conformidade com normas internacionais. Neste âmbito, estão identificados todos os aspetos ambientais e avaliados os respetivos impactes para todas as atividades realizadas, bem como definidas as medidas de controlo e mitigação associadas. Todas as reclamações ambientais são devidamente tratadas e, se relevantes, incorporadas nos processos de melhoria contínua existentes. Considera-se que a eliminação dos agentes poluentes no seu local de origem é a forma mais adequada para minimizar o impacte das atividades industriais sobre o meio envolvente. Esta estratégia de prevenção baseia-se, fundamentalmente, na aplicação de tecnologias relacionadas com as características intrínsecas do processo, que são as chamadas medidas internas. A sua aplicação está associada à introdução das melhores técnicas disponíveis, tornando dispensáveis, quando possível, os sistemas de tratamento externo, que são muitas vezes fontes de agressão ambiental. 58 lim ah ed olf s er at 33 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL A Altri e o Ambiente – Resultados e evoluções A Altri reconhece ser esta a forma mais adequada de harmonizar a qualidade do ambiente com a qualidade do produto final. Tem sido feito um esforço, ao longo dos anos, para minimizar os consumos de matérias-primas, de combustíveis fósseis e de água. Pretende-se continuar neste caminho, por forma a otimizar o desempenho ambiental, reduzindo custos e aumentando a competitividade. Por outro lado, tem-se trabalhado na redução do impacte ambiental provocado pelas atividades das fábricas da Altri, com o desenvolvimento de ações conducentes à diminuição dos poluentes líquidos, das emissões atmosféricas e dos resíduos produzidos. Em 2011 foram ministradas 10 425 horas de formação em Ambiente e Saúde e Segurança, o que ilustra a preocupação da Altri relativamente a estes temas. Esforço de formação em matérias de proteção ambiental e saúde e segurança no trabalho • Foram cumpridos os limites de emissão de poluentes estabelecidos nas Licenças Ambientais da Caima, Celbi e Celtejo e aplicadas as medidas obrigatórias de gestão ambiental, designadamente quanto a efluentes, emissões, resíduos, energia, reclamações e emergências. • Não se verificaram cenários de emergência ambiental nem derrames significativos. • Em 2011 não foram aplicadas quaisquer coimas ambientais. Produção Anual Produção, t pasta (milhares de toneladas) 900 Total de horas em 2011 600 A trabalhadores da Altri 4 976 A prestadores de serviços 5 449 Total Aspetos gerais 300 10 425 0 2009 2010 2011 Materiais A base para a produção de pasta de papel da Altri é a madeira, matéria-prima renovável proveniente de florestas geridas de forma sustentável. São também utilizados vários produtos químicos, sendo os mais relevantes o clorato de sódio, a soda cáustica, o peróxido de hidrogénio, o oxigénio líquido, o ozono e o ácido sulfúrico. Consumo total de madeira % 150 140 130 120 110 100 2009 2010 2011 Consumo total de produtos químicos % 160 140 120 100 2009 2010 2011 O aumento do consumo de madeira e de produtos químicos está diretamente relacionado com o aumento da produção de pasta que se tem vindo a verificar desde 2009, fruto de vários projetos de modernização e expansão das unidades fabris. 58 lim ah ed olf s er at 35 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Energia O processo de produção de pasta de papel é energeticamente intensivo, mas, nas fábricas da Altri, as necessidades energéticas são satisfeitas maioritariamente recorrendo à biomassa resultante de subprodutos e resíduos do processo, nomeadamente licor negro, serradura e casca, cujo teor em carbono é considerado ambientalmente neutro. A Altri é autossuficiente em energia elétrica, utilizando sistemas de cogeração otimizados, baseados na produção combinada de energia térmica e energia elétrica para uso industrial. O excedente de eletricidade é colocado na rede elétrica nacional. O investimento em novas tecnologias assim como a aposta nas melhores práticas de eficiência energética, permitiram que praticamente toda a energia fosse produzida a partir da queima de biocombustíveis. A dependência dos combustíveis fósseis nas unidades fabris tem vindo a baixar desde 2009. Na sequência do projeto de expansão e modernização da Celbi, em 2009, entraram em operação uma nova Caldeira de Recuperação e um novo Forno da Cal, saindo de serviço as instalações antigas, o que permitiu deixar de se utilizar fuelóleo nesta unidade fabril, passando-se a utilizar o gás natural. a primeira empresa em Portugal e a primeira do setor de produção de pasta e papel na Europa a ter esta certificação, tendo sido a entidade certificadora a Loyd´s Register Quality Assurance. Estando o consumo específico de energia elétrica da Celbi ao nível do estado da arte praticado para este setor de atividade, é possível ainda reduzi-lo através de um conjunto de medidas de otimização no funcionamento de motores elétricos, sistemas de bombagem, sistemas de ventilação, sistemas de ar comprimido, sistemas AVAC e iluminação. Apesar da juventude deste Sistema, já foi possível verificar variações positivas no balanço energético da fábrica. Foram entretanto abertos vários programas específicos de melhoria, que vão permitir identificar mais medidas adicionais de racionalização do consumo de energia. A Celtejo tem também em curso a certificação do seu Sistema de Gestão de Energia pela referida Norma Internacional. Água A Altri está consciente da importância da gestão eficiente do consumo de água. Na Caima, apenas 2,6% dos combustíveis consumidos são de origem fóssil. Para além disso, esta unidade fabril tem um excedente de cerca de 20% na produção de energia elétrica, que injeta na REN com um fator de emissão de CO2 bastante baixo (36,15 g CO2/kWh), contribuindo assim para a redução do fator de emissão desta. Fontes de energia para o processo de fabrico % Ao longo dos anos têm sido realizadas diversas ações de melhoria no sentido de diminuir o consumo deste recurso natural, reciclando e reutilizando o mais possível. Entre 2009 e 2011 verificou-se uma redução de cerca de 26% no consumo específico de água. Consumo específico de água (m3 ptp) 100 50 80 40 60 30 40 20 20 10 0 2009 2010 2011 0 2009 2010 2011 Combustíveis fósseis Combustíveis não fósseis Tendo como principal objetivo o aumento da eficiência energética, a Celbi implementou e certificou um Sistema de Gestão da Energia em conformidade com os requisitos da Norma ISO 50001 em março de 2012. Foi assim Aproximadamente 63% da água captada em 2011 foi de origem superficial, tendo sido a restante, água subterrânea. A Altri tem como objetivo para 2012, reduzir o consumo de água das suas unidades fabris em cerca de 10%. 36 Emissões gasosas Como consequência da diminuição do consumo de combustíveis fósseis, as emissões diretas de CO2 fóssil, nos últimos 3 anos, registaram um decréscimo de cerca de 46%. Emissões específicas de CO2 fóssil Emissões específicas de SO2 250 0,15 kg S ptp kg CO2 ptp 200 0,10 150 100 0,05 50 0 2009 2010 2011 Relativamente a este tema, a Altri definiu como objetivo para 2012, o cálculo da pegada de carbono da pasta de papel que produz, por forma a ser possível reportar no próximo relatório de sustentabilidade também as suas emissões indiretas. 0,00 2009 2010 2011 Emissões específicas de NOx kg NO2 ptp Relativamente aos outros indicadores de desempenho ambiental no domínio do ar, os mesmos têm-se mantido estáveis e em consonância com as Melhores Técnicas Disponíveis definidas para o Setor da Pasta e Papel refletidas nas Licenças Ambientais das três unidades fabris da Altri. 1,50 Emissões específicas de partículas 1,00 kg ptp 0,30 0,50 0,20 0,00 2010 2011 Emissões líquidas No que diz respeito às emissões liquidas, todos os efluentes líquidos das unidades industriais da Altri, são submetidos a processos de tratamento primário para remoção de sólidos suspensos, sendo posteriormente tratados em unidades de tratamento biológico, nos quais a matéria orgânica é decomposta por ação de micro-organismos. 0,10 0,00 2009 2009 2010 2011 Verificou-se, ao longo do ano, o cumprimento dos limites de emissão em todas as fábricas. Caudal de efluente produzido m3 ptp 40 30 20 10 0 2009 2010 2011 Entre 2009 e 2011, verificou-se uma diminuição de cerca de 25% na quantidade de efluente proveniente das fábricas da Altri. Os restantes indicadores no domínio das emissões líquidas têm-se mantido estáveis. Emissões específicas de CQO Emissões específicas de SST kg O2 ptp kg ptp 3,0 20,0 15,0 2,0 10,0 1,0 5,0 0,0 2009 2010 2011 0,0 2009 2010 2011 Resíduos Parte dos resíduos industriais não perigosos de origem processual são depositados em aterros controlados de resíduos, no caso da Celbi e da Celtejo aterros integrados nas unidades fabris. Na Celbi, os resíduos orgânicos resultantes da preparação de madeiras, em conjunto com as lamas provenientes do tratamento de efluentes, são processados na Estação de Compostagem de Resíduos. Os resíduos resultantes das atividades não processuais (papel, plástico, vidro, óleos usados, resíduos contaminados com óleos, resíduos metálicos, etc.) são recolhidos através de uma extensa rede de contentores de recolha seletiva e encaminhados para operadores externos de gestão de resíduos devidamente licenciados para o efeito, visando o seu tratamento, eliminação ou valorização. A casca e a biomassa residual das áreas do Parque e Preparação de Madeiras, resultante do descasque da madeira para o processo, são utilizadas pelas Centrais Termoelétricas a Biomassa, através de processos de valorização energética. Os fardos de pasta são embalados utilizando folhas de pasta ou papel kraft e arame. As folhas de pasta e o papel são incorporadas no processo de produção dos clientes e o arame é retirado. No caso da pasta de papel colocada no mercado nacional, é paga uma taxa à Sociedade Ponto Verde que é uma entidade privada sem fins lucrativos, com a missão de promover a recolha seletiva, a retoma e a reciclagem de resíduos de embalagens a nível nacional. Destino dos resíduos em 2011 % 7% 2 % 7 8 % 13% Valorização energética Compostagem Deposição em aterro Valorização externa 58 lim ah ed olf s er at 39 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Gestão da biodiversidade As áreas florestais sob gestão da Altri são geridas com base em avaliações do seu estado de conservação. No caso particular das áreas cuja gestão visa proteger os valores naturais, as áreas de conservação, são decididas quais as intervenções necessárias para conservar e melhorar os valores ecológicos. A Altri implementou, após caracterização das áreas de conservação, um programa de gestão e monitorização das mesmas. Com base em visitas de campo é avaliado o estado das propriedades visitadas e são identificadas medidas de gestão que visam proteger ou restaurar os valores de conservação. Estas medidas são integradas num plano plurianual de intervenções nas áreas de conservação e executadas conforme o seu planeamento. As medidas de gestão das áreas de conservação são definidas com base nos valores nelas presentes (prováveis ou comprovados) e nas orientações Fases Tarefas Recolha de informação PSRN 2000, Planos de ordenamento de Áreas Classificadas, PROF, informação fornecida por peritos. Identificação de estratos de vegetação Compartimentação da propriedade através dos diferentes estratos de vegetação. Visita de campo às propriedades com potenciais áreas de conservação Avaliação do valor ecológico global da propriedade, com base na comprovação da presença dos valores de conservação. provenientes de fontes como Plano Setorial Rede Natura 2000, Livro Vermelho de Vertebrados de Portugal, entre outros. Na elaboração de projetos de florestação de maior dimensão ou com condicionantes (por exemplo nas áreas integradas no Sistema Nacional das Áreas Classificadas), é avaliada a oportunidade de estabelecer novas áreas de conservação, nomeadamente através de zonas de descontinuidade ou corredores ecológicos. A identificação das áreas de conservação é efetuada para cada propriedade presente no património da Altri Florestal, através das seguintes fases: Resultados O sistema nacional de AP inclui amostras representativas de ecossistemas existentes na paisagem. Assim, e dada a dispersão do património da empresa pelo País, considera-se que o património da empresa situado dentro das AP pode assegurar a conservação destas amostras. Os estratos potencialmente interessantes para a função de conservação são identificados e mapeados. Critérios para a avaliação: • Potencial para conservar as espécies ameaçadas (e/ou seus habitats); • Potencial para conservar a diversidade de habitats a uma escala pequena/média; • Potencial de restauro (exemplo: áreas plantadas com eucalipto mas ainda com abundantes elementos de vegetação seminatural); • Conectividade, dimensão da área de conservação; • Grau de naturalidade da comunidade; • Raridade ou importância regional do habitat; • Importância para a proteção de recursos hídricos e/ou solo. 40 A Altri gere as seguintes áreas integradas no Sistema Nacional das Áreas Classificadas: Zonas de Proteção Especial (Aves) Caldeirão Monchique Tejo Internacional, Erges e Pônsul Total Parques Naturais Serra da Estrela Serra de Montejunto Serra de São Mamede Serras de Aire e Candeeiros Área (ha) Sítios de Importância Comunitária (Rede Natura 2000) Área (ha) 102 Alvão / Marão 11 Cabeção 56 Cabrela 405 Caldeirão 102 Carregal do Sal 107 Gardunha 223 Malcata 302 Monchique 581 Nisa / Lage da Prata 782 Rio Paiva 195 581 2 272 2 954 Área (ha) 8 343 1 075 131 Tejo Internacional 2 264 São Mamede Total 3 821 Serra da Estrela 8 Serra da Lousã 239 Serra de Montejunto 344 Serra de Montemuro 87 1 803 Serra da Freita e Serra da Arada 209 Serra de Aire e Serra dos Candeeiros 131 Sicó / Alvaiázere 125 Valongo Total 78 5 790 58 lim ah ed olf s er at 41 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Para cada área sob gestão da Altri presente em Áreas Classificadas, foram elaborados Planos de Gestão da Biodiversidade. Para todo o seu património, a Altri tem vindo a recolher informação sobre a presença provável ou comprovada de espécies ameaçadas. Para tal recorre à ajuda de diversos especialistas e partes interessadas, devido ao elevado grau de conhecimento específico necessário para a identificação destas espécies. Também tem vindo a compilar a informação disponível em diversos organismos e instituições, tanto públicos como privados, disponibilizando a mesma a todas as áreas da empresa. Habitats identificados e protegidos Habitats de água doce Área 2011 (ha) 2 Charnecas e matos das zonas temperadas 424 Matos esclerófilos 897 Formações herbáceas naturais e seminaturais Habitats rochosos e grutas Florestas Total 2 364 13 435 4 135 Espécies de fauna vulneráveis e ameaçadas observadas na floresta e com medidas de proteção definidas e implementadas Categoria AVES Noitibó-de-nuca-vermelha - Caprimulgus ruficollis VU Chasco-ruivo - Oenanthe hispânica VU Abutre-preto - Aegypius monachus CR Águia-real - Aquila chrysaetos EN Cegonha-preta - Ciconia nigra VU Abutre do Egipto - Neophron percnopterus EN Açor - Accipiter gentilis VU Alcaravão - Burhinus oedicnemus VU Coruja-do-nabal - Asio flammeus EN Noitibó da Europa - Caprimulgus europaeus VU Tartaranhão-caçador - Circus pygargus EN Falcão-peregrino - Falco peregrinus VU Ógea - Falco subbuteo VU Colhereiro - Platalea leucorodia VU ANFÍBIOS Salamandra-lusitânica - Chioglossa lusitânica VU Tritão-palmado - Triturus helveticus VU RÉPTEIS Cágado-de-carapaça-estriada - Emys orbicularis EN MAMÍFEROS CR – Criticamente em Perigo EN – Em Perigo VU – Vulnerável Morcego-de-franja - Myotis nattereri VU 58 lim ah ed olf s er at 43 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Adicionalmente, a Altri criou uma ferramenta informática de registo da biodiversidade, acessível a todos os colaboradores para a recolha dos avistamentos de fauna. Posteriormente a informação é colocada na plataforma pública – BioDiversity4All – www.biodiversity4all.org, ficando disponível para a comunidade. Os principais projetos de identificação e monitorização dos valores de conservação apresentam-se no seguinte quadro: Projetos Parcerias FITOS (2006 – 2009) Capital Natural Escola Superior Agrária Castelo Branco Monitorização da avifauna (2008 –...) Mãe d’água NaturSapo (2010-2015) CIBIO (Univ. Porto) Naturlink Avaliação dos impactes das plantações florestais na fauna (2009-2013) CIBIO (Univ. Porto) University of York Business and Biodiversity (2007-…) ICNB Projeto Cabeço Santo (2005 -…) Quercus – Núcleo Regional de Aveiro A Altri estabeleceu um procedimento que identifica e avalia os aspetos e impactes ambientais associados às atividades da empresa, com vista a garantir que os aspetos ambientais negativos considerados significativos são controlados. Esta avaliação identificou como principais impactes potenciais a menor diversidade de espécies de flora e fauna, a degradação ou perturbação de habitats e espécies de fauna ameaçadas, a compactação e erosão do solo e a contaminação de aquíferos ou águas superficiais. Resultados • Identificação de áreas de conservação e habitats classificados e respetivas medidas de gestão. • Definição da metodologia e identificação das FAVC. • Formação a todos os colaboradores sobre os valores naturais identificados e medidas de gestão. • Consulta às partes interessadas sobre as FAVC identificadas no projeto. • Identificação e monitorização da presença de espécies ameaçadas em todo o património sob gestão. • Implementação de medidas de proteção dos ninhos e aplicação de restrições temporais às atividades florestais nos períodos de nidificação. • Colocação de plataformas para ninhos de grandes rapinas. • Inventário em 20 ribeiras permanentes das populações de anfíbios e répteis. • Criação de 4 Microrreservas de proteção a populações relevantes de anfíbios. • Ações de restauro do habitat ribeirinho. • Elaboração de manual de construção de charcos temporários (stepping stones) para aplicação nos projetos de florestação. • Ações de divulgação do projeto e das microrreservas. • Monitorização das populações de anfíbios, morcegos e mamíferos. • Colocação de câmaras noturnas para monitorização dos mamíferos que utilizam o eucaliptal (javali, raposa, texugo, etc.). • Compromisso do Grupo Altri perante a sociedade na conservação dos valores naturais nas áreas sob gestão e na divulgação das suas práticas de gestão. • Participação em ações de divulgação e promoção do valor da biodiversidade. • Cedência da gestão de áreas de conservação ao Núcleo de Aveiro da Quercus. • Ações de restauro do habitat ribeirinho da Ribeira de Belazaima. • Erradicação e controlo de invasoras lenhosas. • Envolvimento de voluntários nos trabalhos de restauro (plantação de espécies autóctones). Para o controlo dos riscos negativos significativos são estabelecidas medidas de gestão, de modo a prevenir ou minimizar o risco. Estas medidas de gestão podem incluir formação específica, alteração das práticas da empresa ou em alguns casos, a definição de práticas reparadoras ou compensadoras do impacte. São exemplo destes casos a definição de práticas reparadoras para os impactes dos incêndios florestais, derrames de derivados de petróleo ou situações de erosão. 44 Responsabilidade social Recursos Humanos A gestão de recursos humanos na Altri tem-se orientado com a finalidade de dotar a organização de uma estrutura adequada e eficiente para vencer os desafios futuros. Para o conseguir procura: • criar uma cultura de desempenho capaz de mobilizar os seus colaboradores para comportamentos excelentes e orientá-los para a prossecução de objetivos desafiantes; • desenvolver as competências dos seus colaboradores; • atrair e reter os melhores profissionais para assegurar a excelência da sua prestação e consolidar a imagem de qualidade do Grupo. Durante 2011 a Altri contou em média com a colaboração de 676 trabalhadores. Foram ministradas 16 200 horas de formação o que representa 1,3% do potencial de horas de trabalho, ilustrando a sua aposta na valorização profissional contínua das pessoas. No que diz respeito aos indicadores de sinistralidade, a evolução dos mesmos tem sido bastante positiva. O índice de frequência (número de acidentes ocorridos com dias perdidos por 1 milhão de horas de trabalho) registou uma queda de cerca de 17 em 2009 para 13 em 2011 e o índice de gravidade (número de dias perdidos causados por acidente por mil horas trabalhadas) uma redução significativa passando de 0,35 em 2009 para 0,25 em 2011. 58 lim ah ed olf s er at 45 ALTRI 2011 RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE SOCIAL Índice de frequência de acidentes com incapacidade* 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 2009 2010 2011 *número de acidentes ocorridos com dias perdidos por 1 milhão de horas de trabalho Índice de gravidade de acidentes com incapacidade* 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 2009 2010 2011 *número de dias perdidos causados por acidente por mil horas trabalhadas A taxa de absentismo total dos colaboradores atingiu 2,9% do potencial de horas de trabalho e a taxa de absentismo por doença e acidentes foi de 0,2%, verificando-se uma melhoria relativamente a 2010. 2010 2011 horas 39 563 35 129 Taxa Absentismo % 3,3 2,9 Taxa Absentismo (doença+acidentes) % 0,3 0,2 Absentismo 46 Segurança e Saúde Ocupacional Direitos Humanos As três unidades industriais da Altri estão certificadas em conformidade com a OHSAS 18001. A Altri cumpre rigorosamente a lei e orienta-se de acordo com o seu Código de Conduta, no que se refere ao respeito pelos direitos de personalidade dos seus colaboradores e à igualdade de oportunidades e não discriminação em razão do sexo, origens étnicas, religiosas, convicções políticas, ideológicas ou sindicais, não havendo quaisquer processos judiciais sobre estas matérias nem conhecimento de quaisquer factos que indiciem problemas nesta matéria. Os Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho implementados assentam nos seguintes pilares: • Certificação em conformidade com a Norma OHSAS 18001; • Existência de um Posto Médico, com um Médico do Trabalho e um serviço de enfermagem a funcionar adequadamente, dotado de moderno equipamento de diagnóstico e tratamento; • Instalações próprias de segurança, com disponibilidade de materiais e equipamentos para proteção individual e coletiva e para o acompanhamento da execução de trabalhos; • Disponibilidade de meios técnicos e humanos de atuação em emergências, designadamente em caso de acidentes individuais, incêndios e outras incidências de caráter industrial. Relações laborais A Altri mantém um diálogo institucional com as organizações representativas dos trabalhadores baseado na transparência e respeito mútuo. Este diálogo manifesta-se em reuniões periódicas de informação com a Direção da empresa sobre os seus aspetos mais relevantes e nas negociações no âmbito do Acordo de Empresa aplicável à generalidade dos colaboradores. Diversidade e igualdade de oportunidades Não há práticas de diferenciação salarial entre homens e mulheres no exercício das mesmas funções. Código de Conduta A Altri tem em vigor um Código de Conduta onde se estabelece o conjunto de princípios e de valores em matéria de ética profissional que deve ser reconhecido e adotado por todos os trabalhadores do Grupo, incluindo os órgãos de gestão. O Código de Conduta constitui ainda uma referência para o público. Ele estabelece os padrões de conduta da Altri no seu relacionamento com terceiros, promovendo o estabelecimento de um clima de confiança entre a empresa e todas as partes interessadas. Em 2010, realizou-se um conjunto de iniciativas por forma a promover a divulgação do Código de Conduta da Altri, nomeadamente a inclusão deste tema em todas as sessões de Acolhimento e Integração, destinadas a novos colaboradores e estagiários, bem como nas sessões dedicadas aos visitantes. Foi também publicado um artigo sobre o tema na revista interna da empresa, a Fibra Nova. Sociedade Na sua relação com a sociedade, a Altri dinamiza a economia das zonas em que opera, nomeadamente através da geração de emprego direto e indireto. O programa de formação na frente de trabalho, que decorre em todas as atividades na floresta da Altri, permite a transmissão de conhecimentos e a qualificação dos fornecedores de serviços florestais. Estas ações de curta duração, mas de elevada frequência pretendem transmitir as boas práticas florestais e promover uma relação de proximidade entre a Altri e as empresas que trabalham na floresta. A Altri relaciona-se com as comunidades envolventes às suas áreas florestais, através do diálogo com os vizinhos e com os representantes do poder local (juntas de freguesia, municípios), que recebem informação sobre as atividades florestais planeadas nos respetivos territórios. Este diálogo permite identificar e discutir os potenciais impactos decorrentes das operações e promover as medidas para os prevenir. Permite também estabelecer uma rede de comunicação e alerta sobre qualquer ocorrência ou emergência (ex: fogo florestal). A Altri tem também uma política de concessão de estágios, quer profissionais quer de complemento de curriculum escolar, que permite aos jovens a possibilidade de terem um contacto com a realidade empresarial. Em parceria com diversas instituições locais, são desenvolvidas e apoiadas iniciativas e atividades essenciais para a criação de relacionamentos relevantes com a comunidade envolvente. Através de donativos e de apoio logístico, a empresa procura identificar e apoiar projetos com mérito e com impacto significativo na qualidade de vida das populações. A Altri não assume posições quanto a políticas públicas nem participa em lobbies. É membro de várias associações empresariais que têm como objetivo assegurar, junto de diversas entidades e organismos, nacionais e internacionais, públicos ou privados, a representação dos interesses coletivos da sua atividade. Não existem quaisquer processos judiciais por concorrência desleal, antitrust, ou práticas de monopólio. Não foram identificadas práticas de corrupção. 47 Glossário AOX Sigla correspondente à designação inglesa de adsorbable organic halogens. Parâmetro que serve para avaliar o conteúdo em organoclorados de um efluente líquido. BCSD Portugal Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável. (www.bcsdportugal.org) BEKP Sigla correspondente à designação inglesa Bleached Eucalyptus Kraft Pulp cuja tradução em português é: pasta branqueada de eucalipto pelo processo kraft. Cash cost É a despesa corrente que forma o custo industrial, identificada pelas rubricas custos variáveis e custos fixos totais. Na sua relação inversa são os custos totais deduzidos das amortizações, do custo das vendas, dos custos financeiros e do imposto sobre o rendimento. CELPA Associação da Indústria Papeleira. (www.celpa.pt) CEPI Confederação Europeia da Indústria Papeleira. (www.cepi.org) CO2 Dióxido de Carbono. COTEC Associação Empresarial para a Inovação. (www.cotec.pt) CQO Carência química de oxigénio. Parâmetro que mede o potencial impacte ambiental de um efluente líquido sobre o meio recetor, causado pela oxidação química dos compostos orgânicos. EBITDA Sigla correspondente à designação inglesa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, cuja tradução em português é: resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou seja é o Resultado Operacional adicionado das amortizações. ECF Sigla correspondente à designação inglesa Elemental Chlorine Free e que significa pasta branqueada sem utilização de cloro elementar. 48 EMAS Sigla correspondente à designação inglesa Environmental Management and Audit Scheme, cuja tradução em português é: Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria. (www.iambiente.pt) FSC® O Forest Stewardship Council é uma organização não governamental, internacional e independente, constituída por três câmaras – económica, ambiental e social – que define os Princípios e Critérios FSC® para uma gestão florestal responsável. (www.fsc.org) GRI O GRI (www.globalreporting.org) é uma organização com o objetivo de desenvolver um conjunto de critérios para a divulgação de resultados económicos, ambientais e sociais que possam ser aceites e usados globalmente. PEFC Programme for the Endorsement of Forest Certification schemes é um esquema de certificação que pretende assegurar aos compradores de madeira e papel, que estão a comprar produtos de gestão florestal sustentável, assente nos pilares social, ambiental e económico. Processo Kraft Também designado processo ao sulfato. As aparas de madeira são cozidas num recipiente pressurizado (digestor), na presença de hidróxido de sódio e de sulfureto de sódio. PSI-20 Índice de referência do mercado de bolsa nacional, refletindo a evolução dos preços das 20 emissões de ações de maior dimensão e liquidez selecionadas do universo das empresas admitidas à negociação no Mercado de Cotações Oficiais. ha hectare. ptp Por tonelada de pasta. H2S Sulfureto de hidrogénio. REN Redes Energéticas Nacionais. (www.ren.pt) Índice de Frequência Número de acidentes ocorridos com dias perdidos por um milhão de horas trabalháveis (potenciais). Índice de Gravidade Número de dias perdidos causados por acidente por mil horas trabalhadas. ISO 9001 Norma internacional que especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade. Resultados líquidos Resultados da empresa após impostos. SO 2 Dióxido de enxofre. Gás formado na combustão de combustíveis contendo enxofre. Por oxidação e reação com a humidade da atmosfera, pode dar origem a chuvas ácidas. SST Sólidos suspensos totais. Parâmetro que mede a quantidade de materiais sólidos em suspensão num efluente líquido. ISO 14001 Norma internacional que especifica requisitos para um sistema de gestão ambiental. t tonelada. ISO 17025 Norma Internacional que especifica os requisitos gerais de competência para laboratórios de ensaio e calibração. Taxa de absentismo Percentagem das horas de absentismo relativamente ao potencial de horas de trabalho no ano. n.a. Não aplicável. TCF Sigla correspondente à designação inglesa Total Chlorine Free e que significa pasta branqueada sem utilização de cloro. Nordic Ecolabelling Rótulo Ecológico. Considera o impacte do produto no ambiente ao longo do seu ciclo de vida. Os produtos têm que obedecer a padrões mínimos de qualidade e desempenho, obrigando a que sejam pelo menos tão bons como produtos similares no mercado. Os critérios são continuamente elevados, assegurando que o rótulo se mantém sempre na linha da frente da qualidade ambiental. As decisões são tomadas pelo Comité Nórdico para a Rotulagem Ecológica, que inclui um representante de cada país e inclui também representantes da indústria. (www.svanen.nu/Eng) NOx Designação geral dos óxidos de azoto formados durante a queima de um combustível. Pode dar origem a chuvas ácidas e ser responsável pela acidificação dos solos e reservas de água doce. OHSAS 18001 Norma que especifica requisitos para um sistema de gestão da segurança e saúde do trabalho. Parte interessada (Stakeholder em inglês) – Indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho de uma organização. TRS Sigla correspondente à designação inglesa Total Reduced Sulphur. Parâmetro que mede a quantidade de gases de enxofre, na forma reduzida (isto é, suscetíveis de serem oxidados/queimados), nas emissões gasosas de uma instalação ou de uma chaminé. Valor acrescentado Valor de produção deduzido das compras de bens e serviços (excluindo as mercadorias) mais ou menos, consoante a variação positiva ou negativa dos stocks de matérias primas subsidiárias e de consumo, e deduzidos de outros impostos sobre a produção ligados ao volume de negócios mas não dedutíveis. Representa a fração que fica para distribuição do VAB, após o pagamento de todos os impostos sobre a produção e o recebimento de todos os subsídios sobre a produção. Vendas líquidas Vendas deduzidas de descontos e abatimentos. WBCSD Sigla correspondente à designação inglesa World Business Council for Sustainable Development cuja tradução em português é: Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável.