PRAD 3 - Metropol

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PRAD 3 - Metropol
2010
PROJETO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREA
DEGRADADA: BOCAS DE MINAS
ABANDONADAS
ÁREA DE ESTUDO 3: METROPOL
Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Localização da área de estudo .................................................................. 7
Figura 2 – Limite das áreas mineradas em subsolo na área de estudo ...................... 9
Figura 3 – Detalhe da área, pavilhão de empresa sobre local .................................. 12
Figura 4 – Detalhe da área, pavilhão de empresa sobre local .................................. 13
Figura 5 – Poço de ventilação entulhado por galhos................................................. 14
Figura 6 – Fratura adjacente ao poço de ventilação ................................................. 15
Figura 7 – Perfil litológico típico da Formação Rio Bonito ......................................... 20
Figura 8 – Esboço do mapa geológico da área do PRAD (sem escala).................... 30
Figura 9 – Desenho do perfil geológico local (sem escala), baseado na compilação
dos furos de sondagem exploratória 1 CR-13-SC01 e 1 CR-08-SC,
realizados pela CPRM .............................................................................. 33
Figura 10 – Esboço do mapa hidrogeológico da área do PRAD (sem escala) .......... 34
Figura 11 – Esboço do mapa hidroquímico da área do PRAD (sem escala) ............ 35
Figura 12 – Diagrama de Stiff da água coletada no poço PT-30-Ed ......................... 36
Figura 13 – Modelo digital do terreno ........................................................................ 39
Figura 14 – Mapa de declividade .............................................................................. 40
Figura 15 – Representação esquemática das zonas de recarga e descarga e da
circulação da água subterrânea ............................................................... 48
Figura 16 – Aspecto da área onde esta situada a BM0314, onde: A – localização da
BM0314; B – vegetação florestal no entorno do curso d’água próximo a
BM0314 .................................................................................................... 50
Figura 17: Detalhe da área do PRAD 03. A seta laranja mostra o caminho da
localidade de Alto Rio Maina, a seta amarela vila operária. Os tracejados
em azul indicam as principais drenagens no local.................................... 51
Figura 18 – Localização exata das bocas de mina sobre o recorte fotográfico de
1978. O tracejado magenta indica o corte de encosta feito por lavra a céu
aberto ....................................................................................................... 53
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Empresa responsável pela área ................................................................ 6
Tabela 2 – Equipe técnica do CTCL/SATC ................................................................. 6
Tabela 3 – Relação de bocas de minas estudadas na área 3, Metropol ..................... 8
Tabela 4 – Informações gerais da área ....................................................................... 8
Tabela 5 – Identificação do superficiário ..................................................................... 8
Tabela 6 - Cronograma físico-financeiro ................................................................... 10
Tabela 7 – Coluna estratigráfica da área .................................................................. 17
Tabela 8 – Declividade dos terrenos onde ocorrem as bocas de minas ................... 40
Tabela 9 – Declividade dos terrenos onde ocorrem as bocas de minas ................... 41
Tabela 10 - Espacialidade das bocas de minas (PRAD 03) de acordo com os mapas
do Plano Diretor Participativo (PREFEITURA MUNICIPAL DE CRICIÚMA,
1999; 2009) e no Código Florestal Brasileiro 4771/1965 (BRASIL, 1965) 60
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SUMÁRIO
1.
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.... 6
1.1.
RESPONSÁVEL PELA ÁREA ................................................................ 6
1.2.
EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO ........................................ 6
1.3.
EQUIPE TÉCNICA ................................................................................. 6
1.4.
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................ 7
1.5.
IDENTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO SOLO ................................. 8
1.6.
HISTÓRICO DA ÁREA E OUTRAS INFORMAÇÕES ............................. 9
2.
CRONOGRAMA FÍSICO – FINANCEIRO ........................................... 10
3.
CARACTERIZAÇÃO ........................................................................... 11
3.1.
ENTORNO ........................................................................................... 11
3.1.1.
BM0300 ................................................................................................ 11
3.1.2.
BM0301 ................................................................................................ 12
3.1.3.
BM0314 ................................................................................................ 13
3.2.
MEIO FÍSICO ....................................................................................... 15
3.2.1.
Geologia regional ................................................................................. 15
3.2.1.1.
Embasamento Cristalino - Granitóides Tardi a Pós-Tectônicos ........... 16
3.2.1.2.
Sequência Gonduânica ........................................................................ 16
3.2.1.2.1.
Formação Rio do Sul............................................................................ 16
3.2.1.2.2.
Formação Rio Bonito............................................................................ 19
3.2.1.2.3.
Formação Palermo ............................................................................... 23
3.2.1.2.4.
Formação Irati ...................................................................................... 24
3.2.1.2.5.
Formação Estrada Nova ...................................................................... 25
3.2.1.2.6.
Formação Rio do Rasto ....................................................................... 26
3.2.1.2.7.
Formação Botucatu .............................................................................. 27
3.2.1.3.
Formação Serra Geral.......................................................................... 28
3.2.1.4.
Depósitos Aluviais Atuais ..................................................................... 29
3.2.2.
Geologia local ...................................................................................... 29
3.2.3.
Geologia de subsuperfície .................................................................... 31
3.2.4.
Hidrogeologia regional e local .............................................................. 33
3.2.5.
Caracterização geotécnica ................................................................... 37
3.2.5.1.
Geomorfologia ...................................................................................... 37
3.2.5.2.
Geomorfologia da área da sub-bacia do rio Maina .............................. 38
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3.2.5.3.
Declividade........................................................................................... 38
3.2.5.4.
Suscetibilidade à erosão ...................................................................... 41
3.2.6.
Solos .................................................................................................... 44
3.2.6.1.
Solos da sub-bacia do rio Maina .......................................................... 44
3.2.7.
Recursos hídricos superficiais .............................................................. 45
3.2.8.
Recursos hídricos subterrâneos ........................................................... 46
3.2.8.1.
Sistema de fluxo superficial ou freático da água subterrânea .............. 46
3.2.8.2.
Sistema de fluxo profundo da água subterrânea .................................. 47
3.3.
MEIO BIÓTICO .................................................................................... 48
3.3.1.
BM0300; BM0301; BM0314 ................................................................. 49
3.4.
MEIO ANTRÓPICO .............................................................................. 50
3.5.
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE RISCOS E NECESSIDADE DE
FECHAMENTO OU INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO QUANTO A
POSSIBILIDADE DE ENTRADA OU SAÍDA DE ÁGUA ........................ 54
3.5.1.
BM0314 ................................................................................................ 54
3.6.
IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS COM MATERIAL DE EMPRÉSTIMO NAS
PROXIMIDADES .................................................................................. 55
3.6.1.
BM0314 ................................................................................................ 55
3.7.
POSIÇÃO RELATIVA DA BOCA DE MINA EM RELAÇÃO AO
CONTEXTO MINEIRO, GEOLÓGICO, ESTRUTURAL E
HIDROGEOLÓGICO ............................................................................ 55
4.
OBRAS PARA INTERVENÇÃO OU FECHAMENTO.......................... 57
4.1.
MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................... 57
4.1.1.
Obra civil .............................................................................................. 57
4.1.1.1.
BM0314 ................................................................................................ 57
4.2.
USO FUTURO ...................................................................................... 57
5.
PLANO DE MONITORAMENTO ......................................................... 61
5.1.
MONITORAMENTO DO MEIO FÍSICO ................................................ 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 62
LISTA DE APÊNDICES ............................................................................................ 65
LISTA DE ANEXOS .................................................................................................. 66
EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO ........................................................................... 67
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1.
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
1.1.
RESPONSÁVEL PELA ÁREA
Tabela 1 – Empresa responsável pela área
Nome oficial e razão social
Carbonífera Metropolitana S/A
CNPJ
Inscrição estadual
83.647.917/0001-00
250.089.645
Endereço
CEP
Praça Nereu Ramos, 114
88.801-505
Município
Estado
Fone/fax
E-mail
Criciúma
SC
(48)34377055/34379200 [email protected]
Fonte: Do Autor
1.2.
EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO
Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de
Santa Catarina - SATC
Endereço: Rua Pascoal Meller, 73, bairro Universitário.
CEP 88805-380 – Criciúma/SC
CNPJ: 83.649.830/0001-71
CREA/SC C03846-6
CRBio 3ª Região 00555-01-03
Telefone/fax: (48) 34317606 / (48) 34317650
Endereço eletrônico: www.portalsatc.com
1.3.
EQUIPE TÉCNICA
Tabela 2 – Equipe técnica do CTCL/SATC
NOME
Márcio Zanuz
Antonio S. J. Krebs
Denise Aparecida da Rosa
Denise O. Ugioni Garcia
Edilane Rocha Nicoleite
Graziela Torres Rodrigues
FORMAÇÃO
Eng. de minas, coordenador
Geólogo, Dr.
Advogada
Engenheira civil
Bióloga. MSc
Técnica em mineração
CURRÍCULO LATTES
http://lattes.cnpq.br/6955197523535874
http://lattes.cnpq.br/6081257351546047
http://lattes.cnpq.br/5653857862897931
http://lattes.cnpq.br/4664525649096455
http://lattes.cnpq.br/3106052960213314
http://lattes.cnpq.br/2495764756652453
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NOME
Jefferson de Faria
Jonathan J. Campos
Jussara Gonçalves da Silveira
Luciane Garavaglia
Maria Gisele R. de Souza
Michael Salvador Crocetta
Mirlene Meis Amboni
Ricardo Vicente
Roberto Romano Neto
Ronaldo Moreira
Tiago Meis Amboni
William Sant’Ana
Cléber José B. Gomes*
FORMAÇÃO
Engenheiro agrimensor
Engenheiro agrimensor, MSc
Técnica em secretariado
Geóloga, MSc
Engenheira ambiental
Engenheiro químico
Engenheira civil
Biólogo, MSc
Geólogo
Téc. em meio ambiente
Engenheiro ambiental
Geógrafo, MSc
Engenheiro de minas
CURRÍCULO LATTES
http://lattes.cnpq.br/2271158134386757
http://lattes.cnpq.br/1013229061798690
http://lattes.cnpq.br/2048291242392709
http://lattes.cnpq.br/6918618305358621
http://lattes.cnpq.br/3965795175379141
http://lattes.cnpq.br/7018537572802520
http://lattes.cnpq.br/0282249433073010
http://lattes.cnpq.br/1926889917989334
http://lattes.cnpq.br/0629183126782292
http://lattes.cnpq.br/5574363404161315
http://lattes.cnpq.br/6985160936471948
http://lattes.cnpq.br/6112395807452449
http://lattes.cnpq.br/3863366062811490
Fonte: Do Autor
* SIECESC, fiscal do contrato
1.4.
LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Figura 1 – Localização da área de estudo
Fonte: Do Autor
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Nesta área de estudo foram mapeadas 03 BMAs sob responsabilidade da
empresa. De acordo com a tipologia estabelecida pelo SIECESC e aceita pelo GTA,
na área de estudo ocorrem às seguintes BMAs (Tabela 3):
Tabela 3 – Relação de bocas de minas estudadas na área 3, Metropol
NUM
1
2
3
NOME
BM0300
BM0301
BM0314
TIPO
3
3
4
DESCRIÇÃO
Fechada sem drenagem
Fechada sem drenagem
Aberta sem drenagem
DIAGNÓSTICO
Não necessita intervenção
Não necessita intervenção
Necessita intervenção
Fonte: Do Autor
Tabela 4 – Informações gerais da área
Denominação
Área 3 – Metropol
Local
Município
Distrito
Bairro Metropol
Criciúma
Distrito 10 – Criciúma Sul
Vias de acesso
Avenida dos Imigrantes
Coordenadas UTM do centro da área (SAD69) Localização hidrográfica
Leste
Norte
Bacia
Sub-bacia
652876
6830712
Araranguá
Rio Maina
Fonte: Do Autor
1.5.
IDENTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO SOLO
Tabela 5 – Identificação do superficiário
IDENTIFICAÇÃO BMA
PROPRIETÁRIO
BM0300
BM0301
BM0314
Indústria de Molduras Salvaro
Indústria de Molduras Salvaro
Luiz Comin
SUPERFICIÁRIO
Fonte: Do Autor
*Não foi feita a verificação da titularidade das propriedades, apenas do superficiário que estava
ocupando a área no momento do estudo.
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1.6.
HISTÓRICO DA ÁREA E OUTRAS INFORMAÇÕES
O levantamento dos dados históricos desta mina, bem como das técnicas
e equipamentos utilizados, resultou em uma série de informações desencontradas,
por vezes incoerentes. Acredita-se tratar-se de uma mina muito antiga, sem registros
de mapas ou quaisquer outros documentos capazes de descrever a atividade ali
desenvolvida.
Figura 2 – Limite das áreas mineradas em subsolo na área de estudo
Fonte: Do Autor
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2.
10
CRONOGRAMA FÍSICO – FINANCEIRO
Tabela 6 - Cronograma físico-financeiro
Ano
1
Semestre
Atividades
BM0314
BM0300
BM0301
Total
2º
Aterramento da boca
Monitoramento do Meio físico
Monitoramento do Meio físico
R$ 66,00
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
1º
2º
Monitoramento do Meio físico
Monitoramento do Meio físico
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
1º
2º
Monitoramento do Meio físico
Monitoramento do Meio físico
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
1º
2º
Monitoramento do Meio físico
Monitoramento do Meio físico
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
1º
2º
Monitoramento do Meio físico
Monitoramento do Meio físico
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 319,13
R$ 66,00*
R$ 957,40
R$ 957,40
R$ 1.914,80
R$ 957,40
R$ 957,40
R$ 1.914,80
R$ 957,40
R$ 957,40
R$ 1.914,80
R$ 957,40
R$ 957,40
R$ 1.914,80
R$ 957,40
R$ 957,40
R$ 1.914,80
R$ 9.640,00
1º
Total ano 1
2
Total ano 2
3
Total ano 3
4
Total ano 4
5
Total ano 5
Total Geral
R$ 3.257,30
R$ 3.191,30
R$ 3.191,30
Fonte: Do Autor
*Este valor, conforme item 4.1.1.1 foi levantado considerando que o serviço será executado pela empresa responsável pela recuperação desta
BMA, sem contratação de terceiros. Considerou-se, também, que o material para preenchimento será oriunda da jazida da empresa, neste caso,
sem custo.
A Tabela 6 traz a totalização dos recursos necessários para o monitoramento proposto, durante cinco anos, na bocas de minas
em questão. O detalhamento de tais recursos, bem como os valores atribuídos a cada um deles, poderá ser visto no APÊNDICE A.
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3.
CARACTERIZAÇÃO
3.1.
ENTORNO
3.1.1. BM0300
Antigo poço de entrada de materiais, que também servia para
emergências, na mina Poço 1, da Carbonífera Metropolitana. Atualmente o local
encontra-se fechado com laje, não apresentando drenagem ácida de mina ou
entrada de esgoto. Sobre esta laje foi edificado pavilhão industrial da Empresa de
Molduras Salvaro.
Esse poço, juntamente com o da BM0301, localiza-se na vertente sul do
morro que fica à montante do bairro Metropol. Este se encontra recoberto,
parcialmente por revegetação de pinus e por vegetação secundária, denotando estar
mais vegetado que nas décadas de 50, 60 e 70, quando o uso do solo na encosta
era preponderantemente agropastoril. Ao sul e a oeste do pátio da empresa de
molduras ocorreu expansão urbana, a partir da rua 74 e de suas transversais.
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Figura 3 – Detalhe da área, pavilhão de empresa sobre local
Fonte: Do Autor
3.1.2. BM0301
Era um poço de serviço, com gaiola, que também saía carvão. Assim como a
BM0300, está tamponado não apresentando entrada ou saída de drenagem. Da
mesma forma, encontra-se sob pavilhão industrial da empresa de molduras Salvaro.
Para esse ponto, e para a BM0300, não será necessária a realização de obras ou
demais intervenções.
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Figura 4 – Detalhe da área, pavilhão de empresa sobre local
Fonte: Do Autor
3.1.3. BM0314
Poço de ventilação que se encontra aberto, todavia entulhado por galhos,
necessitando de pequena intervenção, uma vez que permite a entrada de água
pluvial. Situa-se em meio a terreno com finalidade agropastoril, sendo que a
pastagem circundante comporta criação pecuária.
A cerca de 10 m a leste deste antigo suspiro de mina, foi localizada uma
fratura no terreno, com dimensões aproximadas de 15 cm x 50 cm, já cadastrada no
banco de dados como BM0315, cuja responsabilidade, segundo a empresa, é
imputável a União, estando aberta e servindo de conexão até a antiga galeria de
mina abandonada.
No entorno da BM0314, a cerca de 20 m a oeste, existe uma drenagem e
esta, por sua vez, está com suas cabeceiras localizadas a cerca de 50 m do local do
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poço de ventilação. A drenagem não está conectada ao poço de ventilação e nem a
fratura.
Na concavidade natural que caracteriza a cabeceira não há vegetação
suficiente para proteção e conservação do manancial. Ressalta-se, inclusive, a
ligação existente de um esgoto intermitente de um canil próximo para o local. A
jusante, esta nascente é represada em um açude. Nota-se, também, o gradual
parcelamento do solo de antigas propriedades rurais, denotando o progressivo
crescimento urbano.
Figura 5 – Poço de ventilação entulhado por galhos
Fonte: Do Autor
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Figura 6 – Fratura adjacente ao poço de ventilação
Fonte: Do Autor
3.2.
MEIO FÍSICO
3.2.1. Geologia regional
A descrição sobre a geologia regional e local objetiva instruir o projeto
integrado de recuperação das bocas de minas existentes nos bairros Colonial e
Metropol, município de Criciúma, região carbonífera do estado de Santa Catarina.
A descrição do meio físico-geológico tem como referência os trabalhos
desenvolvidos por Krebs (2004) e pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, sobre a
área correspondente à Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá e em detalhe o trecho
compreendido entre o alto e o médio curso da sub-bacia do rio Maina.
Na área de ocorrência das bocas de minas afloram rochas sedimentares
situadas na base da coluna estratigráfica da Bacia do Paraná às quais se
sobrepõem rochas vulcânicas associadas com os derrames de fissura que
recobriram essa bacia no Mesozóico. Essa sequência vulcano-sedimentar é coberta
por sedimentos inconsolidados que formam os depósitos aluviais atuais. O
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embasamento cristalino regional não aflorante é composto de rochas granitóides
tardi a pós-tectônicos.
Na Tabela 7 apresentada a coluna estratigráfica na qual está inserida a
área em tela, descrevendo-se os domínios geológicos com base na seqüência
cronológica da base para o topo das formações.
3.2.1.1.
Embasamento Cristalino - Granitóides Tardi a Pós-Tectônicos
O embasamento da sequência sedimentar gonduânica ocorre a nordeste
da área próximo das cidades de Cocal do Sul, Morro a Fumaça e Pedras Grandes.
Na porção nordeste dessa bacia ocorre o denominado Granitóide Pedras
Grandes que é formado por rocha granítica de cor rósea, granulação média a
grossa, textura porfirítica, constituída principalmente de quartzo, plagioclásio,
feldspato alcalino e biotita. Como mineral acessório ocorre titanita, apatita, zircão e
opacos. Apresenta textura isotrópica sendo, freqüentemente, recortada por veios
aplíticos e/ou pegmatíticos.
3.2.1.2.
Sequência Gonduânica
3.2.1.2.1.
Formação Rio do Sul
As litologias da Formação Rio do Sul não afloram na área de interesse
para os projetos de recuperação. São identificadas nas sondagens realizadas para
prospecção de carvão executada pela CPRM em diversos locais da bacia
carbonífera (Furos série PB – Projeto Carvão Pré-Barro Branco; CAYE et al., 1975).
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Tabela 7 – Coluna estratigráfica da área
Sistema Laguna-Barreira III
Holoceno
AMBIENTE/FORMAÇÃO
Depósitos
Aluvionares
Atuais
Depósitos
Praiais
Marinhos
Eólicos
Sistema
Leques
Aluviais
Grupo São Bento
Grupo Passa Dois
Plioceno/
Holoceno
Inferior
Superior
Inferior
Superior
Grupo Guatá
Grupo
Itararé
Inferior/Superior
Inferior
Superior
Permiano
PALEOZÓICO
e
Depósitos
Lagunares
Areias quartzosas junto às margens e lamas no fundo dos
corpos d’ água.
Depósitos
FlúvioLagunares
Depósitos
Paludais
Depósitos
Praiais
Marinhos
e
Eólicos
e
Retrabalhamen
to Eólico Atual
Areias síltico-argilosas, com restos de vegetais, cascalhos
depósitos biodetríticos
Turfas ou depósitos de lama, ricos em matéria orgânica.
Areais quartzosas médias, finas a muito finas, cinzaamarelado até avermelhado. Nas fácies praiais são
comuns estruturas tipo estratificação plano-paralela,
cruzada acanalada. Nas fácies eólicas é frequente a
presença de matriz rica em óxido de ferro, que confere ao
sedimento tons avermelhados.
Depósitos
de
Encostas
e
Retrabalhamen
to Fluvial
Cascalhos areias e
fluxos gravitacionais
Nas porções mais
retrabalhamento por
aluvionares.
Serra Geral
Derrames basálticos, soleiras e diques de diabásio de cor
escura, com fraturas conchoidais. O litotipo preferencial é
equigranular fino a afanítico, eventualmente porfirítico.
Notáveis feições de disjunção colunar estão presentes.
Botucatu
Arenitos finos, médios, quartosos, cor avermelhada,
bimodais, com estratificação cruzada tangencial e
acanaladas de médio e grande porte.
Rio do Rasto
Arenitos finos bem selecionados, geometria lenticular, cor
bordô, com estratificação cruzada acanalada. Siltitos e
argilitos cor bordô, com laminação plano-paralela.
Estrada Nova
Irati
Palermo
PRÉCAMBRIANO
DESCRIÇÃO LITOLÓGICA
Sedimentos argilosos, argilo-arenosos, arenosos e
conglomeráticos depositados junto às calhas ou planícies
dos rios.
Areias quartzosas, esbranquiçadas, com granulometria
fina à média, com estratificação plano-paralela (fácies
praial) e cruzada, de pequeno a grande porte (fácies
eólica).
de
Pleistoceno
QUATERNÁRIO
Terciário/
Quaternário
Cretáceo
Jurássico
Triássico
CENOZÓICO
MESOZÓICO
Sistema LagunaBarreira IV
TERMI
NOLO
GIA
IDADE
Rio Bonito
lamas resultantes de processos de
e aluviais de transporte de material.
distais, depósitos resultantes do
ação fluvial dos sedimentos colúvio-
Argilitos folhelhos e siltitos intercalados com arenitos finos,
cor violácea. Nos folhelhos, argilitos e siltitos cinza-escuro
a violóaceos, ocorrem concreções de marga.
Folhelhos e siltitos pretos, folhelhos pirobetuminosos e
margas calcáreas.
Siltitos cinza-escuros, siltitos arenosos cinza-claro,
interlaminados, bioturbados, com lentes de arenito fino na
base.
Membro
Arenitos cinza-claro, finos a médios, quartzosos, com
Siderópolis
intercalações de siltitos carbonosos e camadas de carvão
Membro
Siltitos cinza-escuro, com laminação ondulada, intercalado
Paraguaçu
com arenitos finos.
Arenitos cinza-claro, quartzosos ou feldspáticos,
Membro Triunfo
sigmoidais. Intercala siltitos.
Rio do Sul
Granitóides tardi a pós tectônicos
Folhelhos e siltitos várvicos com seixos pingados, arenitos
quartzosos e arenitos arcoseanos, diamectitos e
conglomerados. A nível de afloramento, constitui espessa
seqüência rítmica.
Granitóides de cor cinza-avermelhado, granulação média
à grossa, textura porfirítica, constituídos principalmente
por quartzo, plagioclásio, feldspato alcalino e biotita. Como
acessório, ocorre titanita, apatita, zircão e opacos. São
aparentemente isótropos e recortados por veios aplíticos
e/ou pegmatíticos.
Fonte: Krebs (2004)
SATC – Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Furos executados a partir de 1971, através do Convênio DNPM/CPRM,
na Bacia Carbonífera de Santa Catarina (e.g., FABRÍCIO, 1973; CAYE et al., 1975,
SÜFFERT; CAYE; DAEMON, 1977) constataram que a espessura máxima
apresentada pela Formação Rio do Sul atinge cerca de 130 m, no furo 1 PB-15-SC.
A constituição litológica é formada por um conjunto de folhelhos e siltitos
cinza-escuros a pretos, conglomerados, diamictitos, ritmitos, varvitos e depósitos de
arenito com estratificações plano-paralela, cruzada de baixo ângulo e cruzada
hummocky.
Do ponto de vista genético, a proximidade com as rochas do
embasamento, a geometria sigmoidal das camadas de arenitos e a interpretação do
conjunto de estruturas sedimentares permitem interpretar estes arenitos como
depósitos de leque deltáico proximal.
Os diamictitos são cinza-escuro, constituídos por clastos com tamanhos
que variam de grânulos até matacões, formados principalmente por rochas
graníticas e, subordinadamente, arenitos. Estes clastos encontram-se dispostos
caoticamente em uma matriz síltica a arenosa, quartzo-feldspática, mal selecionada,
geralmente maciça ou com estratificação irregular incipiente, às vezes apresentando
estruturas de escorregamento ou convolutas.
Esses diamictitos são cortados por seqüências de ritmitos o que indica
que esses depósitos podem ter sido gerados a partir de fluxos canalizados em uma
plataforma rasa em ambiente glacial a periglacial.
Com relação aos varvitos, a predominância de material argiloso, a
laminação fina plano-paralela, a alternância de silte e argila e a presença de seixos e
matacões de rochas graníticas sugerem uma sedimentação lacustre ou corpo d’água
isolado formada em zonas de baixadas, rodeada por altos do embasamento
cristalino, em regime de clima glacial a periglacial.
Os arenitos com estratificação cruzada de baixo ângulo são muito finos a
médios, eventualmente grossos, creme-amarelado a esbranquiçados e cinza-claros
(amarelo-ocre com tons castanhos e avermelhados, devido à alteração), friáveis,
bem selecionados, com grãos arredondados a subarredondados de quartzo,
apresentando estratificações plano-paralelas, mais comumente, e cruzadas de baixo
ângulo, às vezes maciços e micáceos, entre os planos de fratura.
Essas estruturas sedimentares observadas nos arenitos são indicativas
de deposição em zonas de praia supramaré (backshore) e intermaré (foreshore).
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A persistência de estruturas sedimentares tipo estratificação hummocky
indicam que estes arenitos correspondem a barras de costa-a-fora (offshore),
formadas em um ambiente marinho de plataforma rasa, ao nível de ação das ondas
de tempestades.
A Formação Rio do Sul contém restos de flora e uma grande quantidade
de palinomorfos. Através da análise destes dados palinológicos, os sedimentos
desta unidade foram situados no Permiano Médio.
3.2.1.2.2.
Formação Rio Bonito
O mapa geológico (Figura 8) mostra que as litologias da Formação Rio
Bonito afloram na porção leste da área que delimita este PRAD, ao longo de uma
extensa faixa contínua, orientada segundo norte-sul, abrangendo parte dos bairros
Rio Maina, Colonial e Metropol.
A descrição dessa formação feita por Bortoluzzi et al. (1978) divide sua
sequência da base para o topo nos membros Triunfo Paraguaçu e Siderópolis
(Figura 7).
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Figura 7 – Perfil litológico típico da Formação Rio Bonito
Fonte: Bortoluzzi et al. (1978)
Em 2004, Krebs através de correlações feitas a partir da interpretação de
perfis litológicos dos furos de sondagem na bacia carbonífera e de visitas a
afloramentos, individualizou o Membro Siderópolis nas três associações:
•
Associação Litofaciológica Superior (sequência Barro Branco);
•
Associação Litofaciológica Média (sequência Irapuá);
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20
Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
•
Associação Litofaciológica Inferior (sequência Bonito)
As litologias dos membros Triunfo e Paraguaçu correspondem a porção
basal da Formação Rio Bonito e não afloram na área de estudo.
Membro Siderópolis
O Membro Siderópolis constitui um espesso pacote de arenitos, com
intercalações de siltitos, folhelhos carbonosos e camadas de carvão que está
subdividido em três seqüências litológicas distintas:
Associação Litofaciológica Inferior - Sequência Bonito
Nessa sequência, geralmente os arenitos possuem cor cinza-amarelado,
textura média, localmente grossa, sendo moderadamente classificados, com grãos
arredondados a subarredondados de quartzo e, raramente, feldspato. Possuem
abundante matriz
quartzo-feldspática.
As
camadas apresentam espessuras
variáveis, desde alguns centímetros até mais de metro, geometria lenticular ou
tabular, sendo a estruturação interna constituída de estratificação acanalada, de
médio e pequeno porte. Ocorrem também arenitos com granulometria fina a muito
fina; sua cor normalmente é cinza-claro a cinza-médio, tendo como principais
estruturas a laminação plano-paralela, truncada por ondas e cruzada cavalgante
(climbing), acamadamento flaser e drapes de argilas, bioturbação e fluidização.
No topo da sequência basal do Membro Siderópolis, ocorre uma espessa
camada de carvão - Camada Bonito. A sequência basal possui espessura máxima
de 35 m, como pode ser verificado nos perfis de sondagem dos furos da CPRM da
série PB, como PB-01 (Projeto Pré-Barro Branco; CAYE et al., 1975) e da série MA,
como 1 MA-69 (Projeto Carvão de Santa Catarina; FABRÍCIO, 1973), sendo
aflorante nas proximidades da cidade de Criciúma.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Associação Litofaciológica Média - Sequência Irapuá
A sequência média é a mais espessa das três, ocupando extensa faixa
posicionada ao longo dos vales dos rios Sangão e Criciúma, estando presente
também no alto vale do rio Mãe Luzia, onde aflora de maneira contínua desde a
localidade de Forquilha, ao norte, até a confluência do rio Morosini, ao sul. No terço
superior, ocorre a camada de carvão Irapuá. De maneira subordinada, intercaladas
nessa sequência arenosa, ocorrem camadas de siltito e folhelho carbonoso.
Associação Litofaciológica Superior - Sequência Barro Branco
Na seqüência superior do Membro Siderópolis, ocorrem arenitos finos a
médios, cinza-claros, bem retrabalhados, com grãos bem arredondados, quartzosos,
com ou sem matriz silicosa. Estes arenitos apresentam geometria lenticular e a
estruturação interna das camadas é formada por estratificação ondulada, com
freqüentes hummockys, que evidenciam retrabalhamento por ondas. Neste intervalo
ocorre a mais importante camada de carvão existente na Formação Rio Bonito,
denominada camada Barro Branco. Além dessa, em locais isolados da bacia
carbonífera, ocorre outra camadas de carvão, denominada Camada Treviso.
A espessura do Membro Siderópolis é bastante variável ao longo da bacia
hidrográfica do rio Araranguá. De acordo com os mapas de isópacas das camadas
Barro Branco e Bonito Inferior e com os furos de sonda dos diversos projetos
executados para pesquisa de carvão pela CPRM (ABORRAGE; LOPES, 1986;
FABRÍCIO, 1973; KREBS et al., 1982; KREBS, 1983; 1984), a espessura média é de
80 m, podendo chegar a 168 m próximo à localidade de São Pedro em Treviso.
A inter-relação das diferentes unidades de fácies identificadas nos
Membros Siderópolis e Triunfo sugerem um ambiente de deposição relacionado a
um sistema lagunar e deltáico, influenciado por rios e ondas. A presença de cordões
litorâneos, evidenciada pelo arenito de cobertura da camada de carvão Barro
Branco, que apresenta freqüentes estruturas tipo micro-hummocky, indica que este
ambiente lagunar/deltaico era periodicamente invadido pelo mar. Por outro lado, a
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
persistência de fácies predominantemente pelíticas no Membro Paraguaçu sugerem
a atuação de correntes de maré.
O conteúdo fossilífero da Formação Rio Bonito é evidenciado pela
abundância de restos vegetais e palinomorfos encontrados nos carvões e rochas
associadas que permitiu situar esta formação no Permiano Inferior, mais
especificamente entre o Artinskiano e a base do Kunguriano.
3.2.1.2.3.
Formação Palermo
Essa formação aflora de maneira contínua, desde as proximidades da BR
101, a sul-sudeste, até o limite norte desta bacia, ao longo do alto curso dos rios
Mãe Luzia e Dória. À medida que se dirige para oeste, é encoberto pela formação
Irati ou pelos depósitos de leques aluviais.
A Formação Palermo, que caracteriza o início do evento transgressivo, é
constituída de um espesso pacote de ritmitos, com interlaminação de areia-silte e
argila, com intenso retrabalhamento por ondas. A alternância de tonalidades claras e
escuras
evidencia
a
intercalação
de
leitos
arenosos
e
síltico-argilosos,
respectivamente.
A análise dos perfis de sondagem para carvão (furos de sigla MB, na
região de Criciúma, e furos de sigla EP, na região de Treviso) demonstra que há um
decréscimo de areia da base para o topo desta formação.
Verificações realizadas em testemunhos de sondagem realizados pela
CPRM a pela Carbonífera Metropolitana evidenciam que no terço médio desta
formação ocorrem com frequência leitos de siltitos arenosos esverdeados com
cimento carbonático e nódulos e concreções carbonáticas.
A espessura total dessa formação, na região de Criciúma e Forquilhinha,
de acordo com a correlação dos perfis de sondagens realizados na área da Mina B
por Krebs et. al. (1982), é da ordem de 92 m.
A presença de fácies areno-pelíticas intercaladas bem como a freqüência
de estruturas tipo micro-hummocky, bioturbação e estruturas de fluidização, sugerem
um ambiente marinho raso, com intensa ação de ondas e atuação de
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microorganismos. Este evento marca o início da transgressão marinha que afogou o
ambiente deltáico/lagunar da Formação Rio Bonito.
3.2.1.2.4.
Formação Irati
A Formação Irati é constituída na sua base por folhelhos e siltitos cinzaescuro, eventualmente cinza-claro a azulados. Quando intemperizados, os folhelhos
adquirem tons amarelados, micáceos, mostrando desagregação conchoidal
(Membro Taquaral). No seu topo, (Membro Assistência) é formada por um pacote de
folhelhos cinza-escuro a pretos, intercalados com folhelhos pirobetuminosos e
associados a lentes de margas creme a cinza-escuro, dolomíticas. Localmente, é
comum encontrar-se estes folhelhos pirobetuminosos interestratificados com as
camadas de margas, dando ao conjunto um aspecto rítmico, onde se destacam
laminação plano-paralela, convoluta, concreções silicosas, marcas onduladas e
estruturas de carga. Cristais euédricos e disseminados de pirita são encontrados nas
margas, e nos folhelhos pirobetuminosos são observadas exsudações de óleo em
fraturas e amígdalas.
A espessura da Formação Irati é constante, de aproximadamente 40 m,
como verificada nos furos de sondagens BG 41, 27, 28 e 125. Com frequência, parte
desta formação é cortada por intrusões de diabásio.
Nas áreas que constituem as cristas dos rios formadores da sub-bacia do
rio Mãe Luzia e em morros-testemunhos de menor expressão, esta formação é
intrudida por rochas vulcânicas que constituem as soleiras que sustentam a
topografia.
As características litológicas e sedimentares da Formação Irati indicam
um ambiente marinho de águas rasas e calmas, abaixo do nível de ação das ondas,
com os folhelhos pirobetuminosos tendo sido depositados em ambiente restrito, e as
margas, em áreas plataformais.
Seus melhores afloramentos localizam-se ao longo do vale do rio Manim,
nas proximidades das cidades de Criciúma e Nova Veneza.
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3.2.1.2.5.
Formação Estrada Nova
Está presente na porção norte, junto à encosta inferior à média do
planalto gonduânico, onde aflora de maneira contínua entre as cotas 450 m e 600 m.
A partir do extremo norte da área desde as cabeceiras do rio Dória, constitui uma
faixa que se estende para sudoeste até o alto curso do rio Cedro Alto, onde aflora
entre as cotas 450 m e 250 m, sendo então coberta pelos depósitos de leques
aluviais. No alto vale do Rio Mãe Luzia aflora em cotas mais baixas devido ao
basculamento dos blocos, por falhas. De maneira subordinada está presente
também no topo do Montanhão, Morro Cechinel, Morro Santa Luzia e de outros
morros existentes na área, sem denominação específica.
Do ponto de vista litológico, na sua porção inferior (Formação Serra Alta)
compreende uma seqüência constituída por folhelhos, argilitos e siltitos cinza-escuro
a pretos. Quando intemperizados mostram cores cinza-claro a cinza-esverdeado e
avermelhadas, com tons amarelados. Normalmente, são maciços ou possuem uma
laminação plano-paralela incipiente, às vezes micáceos. Localmente, contêm lentes
e concreções calcíferas, com formas elipsoidais e dimensões que podem alcançar
até 1,5 m de comprimento por 50 cm de largura.
Sua porção superior (Formação Teresina) é constituída por argilitos,
folhelhos e siltitos cinza-escuro e esverdeados, ritmicamente intercalados com
arenitos muito finos, cinza-claro. Quando alteradas, estas rochas mostram cores
diversificadas em tons violáceos, bordôs e avermelhados. Comumente apresentam
lentes e concreções carbonáticas, com formas elípticas e dimensões que podem
atingir 2 m de comprimento por 80 cm de largura.
As principais estruturas sedimentares encontradas nesta seqüência são a
laminação flaser, plano-paralela, ondulada e convoluta, estratificação hummocky,
marcas onduladas e gretas de contração.
As características litológicas e sedimentares do pacote inferior indicam
deposição em um ambiente marinho de águas calmas, abaixo do nível de ação das
ondas normais. Já o pacote rochoso superior, pelas características litológicas e
estruturas sedimentares exibidas, indica uma deposição em ambiente marinho de
águas rasas e agitadas, dominado por ondas e pela ação de marés (inframaré a
supramaré).
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3.2.1.2.6.
Formação Rio do Rasto
A Formação Rio do Rasto aflora de maneira contínua ao longo da encosta
média do planalto. No extremo norte da área aflora a partir da cota 580 m e, à
medida que se dirige para sudoeste, aflora em cotas inferiores até ser encoberta
pelos depósitos de leques aluviais ao norte da cidade de Jacinto Machado. Tem
ampla distribuição na porção centro-oeste desta bacia hidrográfica, onde aparece
capeando morros alongados que constituem os divisores de água de importantes
mananciais. Está presente também campeando ou no terço superior de pequenos
morros que ocorrem na área costeira.
O Membro Serrinha, inferior, é constituído por arenitos finos, bem
selecionados, intercalados com siltitos e argilitos cinza-esverdeado, amarronados,
bordôs e avermelhados, podendo localmente conter lentes ou horizontes de calcário
margoso. Os arenitos e siltitos possuem laminação cruzada, ondulada, climbing e
flaser, sendo, às vezes, maciços. As camadas síltico-argilosas mostram laminação
plano-paralela, wavy e linsen. Os siltitos e argilitos exibem desagregação esferoidal
bastante desenvolvida, a qual serve como um critério para a identificação desta
unidade. Nesta porção inferior, as camadas de arenitos são pouco espessas,
raramente superiores a 40 cm, e subordinadas.
O Membro Morro Pelado, superior, é constituído por lentes de arenitos
finos, avermelhados, intercalados em siltitos e argilitos arroxeados. O conjunto
mostra
também
cores
em
tonalidades
verdes,
chocolate,
amareladas
e
esbranquiçadas. Suas principais estruturas sedimentares são a estratificação
cruzada acanalada, laminação plano-paralela, cruzada, e de corte e preenchimento.
As camadas de arenitos apresentam geometria sigmoidal ou tabular e, geralmente,
possuem espessuras superiores a 50 cm, podendo alcançar em alguns casos mais
de 2 m.
A deposição da Formação Rio do Rasto é atribuída inicialmente a um
ambiente marinho raso (supra a inframaré) que transiciona para depósitos de
planície costeira (Membro Serrinha), passando posteriormente à implantação de
uma sedimentação flúvio-deltáica (Membro Morro Pelado).
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3.2.1.2.7.
Formação Botucatu
Aflora de maneira contínua ao longo do terço superior da encosta do
planalto, no qual pode ser acompanhada desde o extremo norte da área onde
constitui escarpas de arenitos capeadas por rochas ígneas extrusivas da Formação
Serra Geral. Nesta mesma porção, ocorre localmente, capeando morros alongados
que devido à erosão diferencial apresentam relevo ruiniforme. À medida que se
dirige para sudoeste, ocorre também capeando morros alongados nos municípios de
Meleiro, Morro Grande e Timbé do Sul.
Litologicamente esta formação é constituída por arenitos bimodais,
médios a finos, localmente grossos e conglomeráticos, com grãos arredondados ou
subarredondados, bem selecionados. Apresentam cor cinza-avermelhada e é
frequente a presença de cimento silicoso ou ferruginoso. Constituem expressivo
pacote arenoso, com camadas de geometria tabular ou lenticular, espessas, que
podem ser acompanhadas por grandes distâncias.
No terço inferior, apresenta finas intercalações de pelitos, sendo comuns
interlaminações areia-silte-argila, ocorrendo freqüentes variações laterais de fácies.
À medida que se dirige para o terço médio, desaparecem as intercalações pelíticas,
predominando espessas camadas de arenitos bimodais, com estratificação
acanalada de grande porte, indicando que as condições climáticas se tornavam
gradativamente mais áridas, implantando definitivamente um ambiente desértico.
A persistência de estruturas sedimentares, tais como estratificação
cruzada acanalada de grande porte, estratificação cruzada tabular tangencial na
base e estratificação plano-paralela, a bimodalidade dos arenitos, evidenciada por
processos de grain fall e grain flow e ainda as freqüentes intercalações pelíticas,
ripples de adesão e marcas onduladas de baixo-relevo sugerem ambiente desértico
com depósito de dunas e interdunas.
Até hoje não se encontraram fósseis nesta formação. Sua idade é
atribuída aos períodos Jurássico Superior e Cretáceo Inferior, através de relações
estratigráficas com as formações que lhe são subjacentes.
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3.2.1.3.
Formação Serra Geral
As rochas vulcânicas da Formação Serra Geral constituem a escarpa
superior do planalto gonduânico. Estas rochas afloram a partir da cota 760 m. No
topo do planalto ocorrem cotas de 1.450 m, indicando uma espessura de 690 m para
esta formação neste local.
Ocorrem também sob a forma de sills, capeando morros, principalmente
na porção compreendida entre Nova Veneza, Criciúma e Siderópolis.
As rochas dessa formação abrangem uma sucessão de derrames de
lavas, predominantemente básicas, contendo domínios subordinados intermediários
e ácidos, principalmente no terço médio e superior. Nas observações de campo,
foram verificados termos básicos a intermediários, de cor cinza-escuro a preto, de
granulação fina à afanítica, com termos variando desde amigdaloidal até maciços.
Geralmente encontram-se bastante fraturados, exibindo fraturas conchoidais
características.
Ao nível de afloramento, verificam-se nitidamente três zonas de
resfriamento: amigdaloidal, disjunção vertical e disjunção horizontal. As zonas de
disjunção horizontal e vertical são espessas, algumas vezes com espessuras
superiores a 10 m. A zona amigdalóide normalmente não ultrapassa 2 m de
espessura.
É muito freqüente a intrusão de diabásios em rochas sedimentares
gonduânicas. Constatou-se que estas intrusões ocorrem principalmente no intervalo
estratigráfico correspondente às Formações Rio Bonito e Irati e à base da Formação
Estrada Nova.
Esta formação é conseqüência de um intenso magmatismo de fissura,
correspondendo este vulcanismo ao encerramento da evolução gonduânica da bacia
do Paraná.
Mühlmann et al. (1974) situa a Formação Serra Geral no Cretáceo Inferior
(entre 120 e 130 milhões de anos) através de dados radiométricos obtidos por
diversos autores.
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3.2.1.4.
Depósitos Aluviais Atuais
Na porção oeste-noroeste, onde se posiciona a encosta do platô
gonduânico, os vales são encaixados e têm gradientes acentuados. Nesta porção,
os depósitos aluviais são pouco expressivos e se constituem, geralmente, de
depósitos conglomeráticos ou areno-conglomeráticos que se concentram nas calhas
dos cursos d’ água, formando barras transversais ou longitudinais e barras em
pontal.
Na porção situada entre as cidades de Criciúma, Nova Veneza e
Siderópolis, onde os vales são mais abertos e afloram rochas pelíticas nas encostas
dos
morros,
os
depósitos
aluviais
resultantes
são
mais
expressivos
e
predominantemente argilosos ou areno-síltico-argilosos. O material geralmente
apresenta plasticidade média e cores variegadas, principalmente em tons cinzaamarelado.
A partir da cidade de Forquilhinha, para oeste, as rochas gonduânicas
que ocorrem no fundo dos vales estão, em geral, capeadas pelos depósitos de
leques aluviais.
3.2.2. Geologia local
A geologia local descrita para a área em tela é baseada no Mapa
Geológico da Bacia do Rio Araranguá (KREBS, 2004), cujo esboço é apresentado
na Figura 8. Esse mapa compila os dados dos diversos levantamentos geológicos
da CPRM, feitos na região carbonífera e acrescenta informações obtidas pela equipe
de técnicos do CTCL em trabalhos de campo, reinterpretação de fotografias aéreas
e de perfis de furos de sondagem, integrando, ainda, as estruturas geológicas
existentes nas minas de carvão antigas.
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Figura 8 – Esboço do mapa geológico da área do PRAD (sem escala)
Fonte: Krebs (2004)
Na área de influência do PRAD ocorrem quatro domínios geológicos
representados pela sequência basal do Grupo Guatá, Formações Rio Bonito e
Palermo, sequência média do Grupo Passa Dois, Formação Estrada Nova, as quais
se encontram encobertas por um sill de diabásio da Formação Serra Geral.
As formações gonduânicas ocorrem em faixas paralelas entre si na
direção norte-sul, acompanhando a conformação geral da borda leste da bacia do
Paraná.
As rochas que compõem a Formação Rio Bonito ocupam a maior parte da
área de estudo, sendo representadas pela porção superior do Membro Siderópolis e
por afloramentos da porção média do Membro Siderópolis. A constituição litológica
do Membro Siderópolis é formada, principalmente, por arenitos de origem
transgressiva, nos quais se intercalam as camadas de carvão Barro Branco e Irapuá.
Os afloramentos da porção média do Membro Siderópolis ocorrem em
janelas estruturais formadas a partir do basculamento de blocos de uma zona de
falhas de direção N-S que expuseram o bloco NE à erosão diferencial, fazendo
aflorar os intervalos superior e médio do Membro Siderópolis, no mesmo nível
topográfico.
As rochas que pertencem à Formação Palermo afloram na porção oeste
da área de estudo e pertencem as porções inferior e média dessa formação. O
contato com a Formação Rio Bonito é transicional e representada pela ocorrência de
uma camada de arenitos finos intensamente bioturbados que apresentam cimento
carbonático.
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Uma intrusão na forma de um sill de diabásio se sobrepõe às rochas que
compõe a Formação Palermo, alojando-se entre a sua porção média e a base da
Formação Estrada Nova.
A área de estudo está compartimentada em três blocos delimitados por
zonas de falhas diretas relacionadas com o sistemas N40-50E e N10-30W, as quais,
delimitaram os trabalhos mineiros e são as principais responsáveis, juntamente com
aas áreas com cobertura afetada com subsidência,pela conexão da água
subterrânea com as minas subterrâneas exauridas.
Os depósitos aluvionares e de retrabalhamento fluvial encontram-se
posicionados ao longo da bacia deposicional do rio Sangão e afluentes, situando-se
na porção central da área. Esses depósitos são formados por sedimentos de
granulometria heterogênea e constituídos por siltes, argilas e areias, além de
sedimentos provenientes da degradação mecânica de depósitos de rejeitos situados
próximos das margens do rio Maina.
3.2.3. Geologia de subsuperfície
A geologia de subsuperfície (Figura 9) é descrita com base nos perfis de
sondagem exploratória realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) na
região carbonífera de Santa Catarina e no trabalho de reconhecimento geológico
realizado em campo.
O perfil geológico local da sequência gonduânica é contituído pelas
porções média e inferior da Formação Palermo as quais se sobrepõem às litologias
da sequência superior do Membro Siderópolis da Formação Rio Bonito.
A sequência média da Formação Palermo possui espessura que varia de
50 m a 75 m, sendo formada por siltitos cinza claros com esparsas lâminas de
arenito fino micáceo e camada de arenito cinza claro, muito fino, e com cimento
carbonático. Essas litologias se sobrepõem a uma sequência de camadas de
arenitos muito finos e de siltitos arenosos cinza esverdeados com cimento
carbonático.
A sequência basal dessa formação é constituída por siltitos cinza escuros
a pretos finamente micáceos que gradam na direção da base para uma sequência
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rítmica de leitos e lentes de arenitos finos cinza e siltitos pretos que se alternam com
leitos de arenitos finos bioturbados com cimento carbonático. Essa sequência basal
representa a zona de contato transicional com a Formação Rio Bonito e possui cerca
de 20 m de espessura.
Para a Formação Rio Bonito faz-se a caracterização dos estratos até o
topo da camada de carvão Barro Branco, cuja extração deu origem às bocas de
mina objeto deste PRAD.
A sequência litológica da Formação Rio Bonito, até o topo da camada de
carvão Barro Branco, é formada por uma camada de arenito cinza claro, cuja
espessura varia de 4 a 10 m. Essa camada de arenito apresenta variedade textural,
verificando-se a alternância de leitos com granumetria fina a grossa, composição
quartzosa e quartzo-feldspática, podendo ocorrer em leitos maciços e/ou
intercalados com lâminas de siltito preto, micáceo. A organização interna dos
arenitos alterna leitos com estratificação rítmica plano-paralela ou cruzada, podendo
inclusive apresentar laminação hummocky em locais. Na área em tela, essa camada
de arenito é sotoposta por um leito de siltito cinza escuro a preto, carbonoso com
espessura entre 0,2 e 0,5 m que se sobrepõe, por sua vez, à camada de carvão
Barro Branco.
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ESPESSURA
FORMAÇÃO SERRA GERAL (Ksg)
BASALTO/DIABÁSIO
20 A 45 m
F
O
R
M
A
Ç
Ã
O
SEQUÊNCIA MÉDIA (20 a 40 m)
SITLITO CINZA ESVERDEADO COM NÓDULOS DE CARBONATO
ARENITO CINZA MUITO FINO COM CIMENTO CARBONÁTICO
50 A 75 m
P
A
L
E
R
M
O
SEQUÊNCIA INFERIOR (10 a 25 m)
SILTITO CINZA ESCURO COM LENTES
DE ARENITO FINO E NÍVEIS BIOTURBADOS
(Pp)
FORMAÇÃO RIO BONITO (Prbss)
MEMBRO SIDERÓPOLIS SEQUÊNCIA SUPERIOR
4 A 10 m
ARENITOS INTERCALADOS COM SILTITOS E AS CAMADAS
DE CARVÃO BARRO BRANCO E IRAPUÁ
Figura 9 – Desenho do perfil geológico local (sem escala), baseado na
compilação dos furos de sondagem exploratória 1 CR-13-SC01 e 1 CR08-SC, realizados pela CPRM
Fonte: Fabrício (1973)
3.2.4. Hidrogeologia regional e local
A hidrogeologia da área estudada está representada por três sistemas de
fluxo da água subterrânea relacionados na hidroestratigrafia com as formações
Serra Geral, Palermo e Rio Bonito (Figura 10). Vale salientar que apesar de o
esboço do mapa hidrogeológico definir como sistema aqüífero, há de se considerar
que se trata de uma classificação genérica, pois as formações que compõem esses
domínios apresentam baixa permeabilidade intergranular vertical, tendo vários de
seus horizontes comportamento de aquiclude, ou seja, se constituem como meio
impermeável para a circulação da água subterrânea.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Figura 10 – Esboço do mapa hidrogeológico da área do PRAD (sem escala)
Fonte: Krebs (2004)
O fluxo regional da água subterrânea foi definido por Krebs (2004) a partir
do cadastramento de poços escavados, tubulares, ponteiras e nascentes. Nesse
trabalho, o referido autor mostra que o fluxo ocorre de N-NE para S-SW, indicando
que a área em estudo está situada em zona de descarga da água subterrânea
representada pela sub-bacia
bacia do rio Maina e afluentes.
No que se refere ao fluxo superficial a área estudada se insere em área
de recarga e descarga da água subterrânea, verificando-se a ocorrência de uma
zona de recarga a oeste na porção elevada da área que inclui a faixa de
afloramentos das formações Serra Geral, Estrada Nova e Palermo, uma zona de
circulação até o nível do contato com o manto de alteração com o maciço rochoso
dessas formações e uma zona de descarga em nascentes que formam a rede
hidrográfica local.
Vale salientar que apesar do impacto causado pela mineração
subterrânea, não se pôde comprovar a conexão hidráulica entre os sistemas de
circulação superficial e profunda da água subterrânea, porque, à exceção das áreas
onde foram realizados desmontes de pilares, considera-se que a recarga lateral é a
principal responsável pela formação dos recursos hídricos locais.
A natureza predominantemente argilosa das litologias que foram o perfil
da Formação Palermo indica que esta formação deve atuar principalmente como
aquitardo.
Localmente,
onde
ocorrem
intercalações
de
fáceis
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arenosas,
34
Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
principalmente, no seu terço inferior ou onde esta formação é seccionada por
falhamentos, pode atuar como unidade aquífera de baixa potencialidade.
As sondagens realizadas pela CPRM evidenciaram que no seu terço
superior, onde ocorre um intervalo fraturado e composto por uma camada de marga
com nódulos de carbonato,
carbonato esta formação atua como unidade aquífera de baixa
potencialidade. A presença de horizontes carbonáticos influencia a hidroquímica da
água resultante desta formação, a qual apresenta concentrações elevadas de Ca e
Mg (Figura 11).
Figura 11 – Esboço do mapa hidroquímico da área do PRAD (sem escala)
Fonte: Krebs (2004)
O principal domínio hidrogeológico local está relacionado com os
horizontes hidroestratigráficos relacionado com as litologias que formam a sequência
média e a sequência superior do Membro Siderópolis.
A ocorrência disseminada de pirita ao longo do perfil das litologias que
compõem o perfil da sequência do membro Siderópolis influencia a hidroquímica da
água como mostram o esboço do mapa hidrogeológico (Figura 11)
11 e o diagrama de
Stiff (Figura 12) que evidenciam a assinatura sulfatada da água do poço tubular PT30Ed.
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Figura 12 – Diagrama de Stiff da água coletada no
poço PT-30-Ed
Fonte: Krebs (2004)
Ambas as sequências apresentam em seu perfil variações laterais de
fácies que são determinantes das características relacionadas com hidrodinâmicas
da água subterrânea, em especial, a condutividade hidráulica e a armazenabilidade.
De acordo com a descrição dos furos de sondagem, constata-se que os arenitos
encontrados nessas sequências apresentam camadas e lentes de diferentes
granulometrias que têm em comum a presença de cimento silicoso, carbonático ou
detrítico o que reduz de forma significativa a sua porosidade efetiva. Pode-se então
considerar que essas sequências apresentam baixa condutividade hidráulica
vertical, devendo, portanto, o fluxo superficial da água subterrânea limitar-se até a
profundidade da sua zona de alteração que de acordo com furos de sondagem varia
de 5 até 11 m.
A principal fonte para a produção da água subterrânea na área estudada
está relacionada com o sistema de fluxo profundo do domínio hidrogeológico da
Formação Rio Bonito, devendo-se considerar ainda que deva haver significativa
influência da mineração subterrânea nesse nível de circulação, o qual ainda não foi
avaliado e não faz parte do escopo deste PRAD.
A
produção
de
água
subterrânea
também
é
influenciada
pelo
condicionamento estrutural, de modo que horizontes potencialmente produtores de
água podem ocorrer nos locais de intersecção de falhas, permitindo a formação de
um aquífero do tipo fraturado. No entanto, fora dessas áreas, há baixa favorabilidade
para a produção de água na área estudada, pois as formações geológicas locais não
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
constituem unidades aquíferas, atuando, principalmente como áreas de recarga para
os horizontes hidroestratigráficos subjacentes.
3.2.5. Caracterização geotécnica
3.2.5.1.
Geomorfologia
No
município
de
Criciúma
ocorrem
as
seguintes
unidades
geomorfológicas: Depressão da Zona Carbonífera Catarinense; Planície Lagunar e
Planície Aluvial.
A Depressão da Zona Carbonífera Catarinense abrange a sub-bacia do
rio Sangão, na porção leste da bacia do rio Araranguá e parte da sub-bacia do rio
Ronco d`Água, situada na porção oeste da bacia do rio Urussanga. Caracteriza-se
por ter um relevo de colinas e morros, com média a alta densidade de drenagem,
desenvolvido a partir do sopé da escarpa da Serra Geral. A geração desta
depressão está diretamente relacionada à erosão regressiva da escarpa da Serra
Geral e à exumação de rochas Permianas da Bacia do Paraná, algumas delas
constituindo-se em jazidas de carvão mineral.
Predominam nesta depressão periférica as rochas do Grupo Guatá, da
base da sequência Permiana, destacando-se os arenitos, siltitos e folhelhos
carbonosos de ambiente fluvial a deltáico da Formação Rio Bonito, e os siltitos
argilosos e arenitos finos de ambiente marinho raso da Formação Palermo.
Sobrepostas a essas unidades, afloram as rochas do Grupo Passa Dois,
destacando-se os argilitos, siltitos e arenitos finos, marinhos da Formação Estrada
Nova. Também são mapeadas rochas básicas da Formação Serra Geral. As minas
de carvão mineral estão concentradas junto aos afloramentos de rochas da
Formação Rio Bonito.
A Planície Lagunar está inserida na baixada litorânea e localiza-se entre
as duas gerações de terraços marinhos. No município de Criciúma, ocupa uma
pequena porção no extremo sul, junto à planície do rio dos Porcos. Estes terrenos
consistem de sedimentos argilo-arenosos a argilosos, ricos em matéria orgânica, de
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idade Holocênica, resultantes de processos de progressiva colmatação de extensas
paleo-lagunas formadas logo após a construção de ilhas-barreiras durante o último
máximo transgressivo, há aproximadamente 5.100 anos atrás.
3.2.5.2.
Geomorfologia da área da sub-bacia do rio Maina
Na sub-bacia do rio Maina, onde está inserida a área do PRAD, estão
presentes as unidades geomorfológicas Depressão da Bacia Carbonífera e Baixada
Alúvio-Coluvionar.
A unidade Depressão da Bacia Carbonífera ocupa a maior porção da área
desta bacia e está constituída por colinas convexas de topos arredondados ou
alongados, com gradientes suaves a médios (26 a 162 m). As bocas de minas em
consideração neste PRAD ocorrem no terço inferior dessa unidade geomorfológica,
ocupando terrenos cuja amplitude de relevo varia entre 26 e 53 m. De maneira
subordinada ocorrem morrotes isolados com declividades mais acentuadas que
apresentam baixa a média densidade de drenagem com padrão dendrítico.
A Baixada Alúvio-Coluvionar está representada por superfícies subhorizontais
constituídas
por
depósitos
arenosos
ou
areno-argilosos,
bem
selecionados que se distribuem ao longo da planície aluvial do rio Maina e principais
afluentes.
3.2.5.3.
Declividade
A declividade da área em tela foi determinada a partir do modelo digital do
terreno (Figura 13) que teve como origem dos dados as ortofotocartas
disponibilizadas pela Prefeitura de Criciúma na escala 1:2.000.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Figura 13 – Modelo digital do terreno
Fonte: Do Autor
As
declividades
dos
terrenos
foram
agrupadas
em
classes
e
representadas no mapa de declividade (Figura 14), de modo que possa ser utilizado
como um dos principais indicadores da susceptibilidade à erosão.
Para elaboração deste mapa foram selecionadas as seguintes classes de
declividades:
•
0 a 5%
•
>5 a 15%
•
>15 a 30%
•
>30 a 50%
•
>50 a 100%
•
>100%
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Figura 14 – Mapa de declividade
Fonte: Do Autor
As bocas de mina objeto deste PRAD localizam-se em terrenos cujas
declividades variam de 2,9 a 23,3%. A Tabela 8 mostra a declividade de cada boca
de mina, sendo que cada classe apresenta a mesma representatividade.
Tabela 8 – Declividade dos terrenos onde ocorrem as bocas de minas
BMA
300
301
314
Fonte: Do Autor
DECLIVIDADE (%)
CLASSE
2,9
10,9
23,3
0 – 5%
>5 – 15%
>15 – 30%
Os terrenos onde se localizam as bocas de minas pertencentes à classe
de 0 a 5%, são planos, mal drenados que ocorrem, principalmente, em áreas que
são ocupadas no presente pela mancha urbana do bairro Colonial. Algumas bocas
de minas estão dentro da área correspondente à unidade geomorfológica baixada
alúvio-coluvionar que inclui a bacia de deposição do rio Maina, podendo, em razão
disso, estarem sujeitas à inundação como é o caso da BM0338.
Os terrenos onde se localizam as bocas de minas pertencentes à classe
de declividade de 5 a 15% não apresentam susceptibilidade à inundações. No
entanto, devido à natureza do substrato (predominantemente argiloso produto de
alteração de siltitos da Formação Palermo), presença de depósitos de rejeitos que
funcionam como barreira para o escoamento e o subdimensionamento ou alteração
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
do curso da drenagem pluvial, podem ocasionar alagamentos nesses terrenos e
dessa forma contribuir para a infiltração nas bocas de mina.
3.2.5.4.
Suscetibilidade à erosão
Neste trabalho, entende-se por suscetibilidade à erosão (laminar e linear)
a maior ou menor facilidade com que uma área é erodida pelos processos erosivos
naturais. Como mostra a Tabela 9, na área do PRAD, as bocas de minas estão
situadas em terrenos de muito baixa a moderada susceptibilidade à erosão (68%).
Tabela 9 – Declividade dos terrenos onde ocorrem as bocas de minas
BMA
CLASSE
SUSCEPTIBILIDADE À EROSÃO
300
301
314
0 – 5%
>5 – 15%
>15 – 30%
muito baixa
baixa
moderada
Fonte: Do Autor
O padrão de relevo é um fator muito importante na atuação dos processos
erosivos. Por este motivo, na descrição dos aspectos geomorfológicos procurou-se
definir o padrão de relevo, caracterizando todas as suas feições morfológicas como
amplitude, declividade e forma das encostas, bem como densidade e padrões de
drenagem.
Em relevos fortes ondulados, o volume de água é grande e o escoamento
superficial é rápido, com alta energia, necessitando implantação de obras de porte.
Também a natureza do solo e do substrato rochoso são fatores naturais que
influenciam diretamente na atuação dos processos erosivos.
Os solos profundos, permeáveis e bem estruturados são pouco
suscetíveis aos processos erosivos, porém, se estes, posicionarem-se sobre um
substrato rochoso impermeável, pode haver acúmulo de água na interface
solo/substrato rochoso impermeável, originando um fluxo concentrado induzindo aos
processos erosivos. Nas encostas dos vales formados pelo alto e médio curso do rio
Maina, toda a faixa de terrenos com declividade maior do que 15% possuem
substrato rochoso impermeável constituído por siltitos e folhelhos, laminados e
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
físseis da Formação Palermo. Porém, no trabalho de campo não foram observados
indícios de erosão por esse processo, possivelmente em razão da ocorrência de
solos pouco profundos dentro da área de influência direta (AID).
No caso da área deste PRAD, os terrenos que formam a AID da maioria
das bocas de mina, enquadram-se nas classes que são consideradas neste PRAD
como de muito baixa a baixa susceptibilidade à erosão.
Bocas de minas situadas em áreas de muito baixa susceptibilidade à erosão
As áreas com muito baixa susceptibilidade à erosão compreendem os
terrenos planos, pertencentes à classe de declividade de 0 a 5%. Esses terrenos
estão situados na planície aluvial dos rios formadores da sub-bacia do rio Maina.
Pelo fato de tratar-se de áreas planas, mal drenadas, o escoamento superficial de
processa lentamente, com baixa energia e, portanto, sem capacidade de arranque e
transporte de partículas, não causando problemas relacionados à erosão.
Cabe salientar, que a planície aluvial do rio Maina encontra-se
densamente ocupada pela urbanização ou em processo de ocupação, verificando-se
que o solo está quase todo revestido, dificultando a infiltração das águas de chuva,
aumentando a velocidade do escoamento superficial. Esses fatores induzem à
atuação dos processos erosivos mesmo nas áreas planas e com baixa
suscetibilidade à erosão.
Esse processo de erosão urbana é acentuado por que os aterros
realizados para implantação de loteamentos ou disposição de rejeitos piritosos
provenientes do beneficiamento de carvão dificultam o escoamento das águas para
suas planícies aluviais durante épocas chuvosas, modificando o regime de fluxo dos
cursos d’água e aumentando substancialmente sua capacidade de arranque e
transporte de material. Em razão disso, verificam-se vários locais onde está havendo
erosão das margens dos cursos d’água e, em alguns casos do próprio leito do rio
Maina e afluentes.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Bocas de minas situadas em áreas de baixa susceptibilidade à erosão
As áreas com baixa susceptibilidade à erosão compreendem os terrenos
pertencentes à classe de declividade >5 a 15%. São áreas com relevo suave
ondulado, com amplitude da ordem de 53 a 80 m. As encostas dos vales têm formas
convexas e possuem baixa a moderada densidade de drenagens. Os vales são
abertos com planícies aluviais restritas.
Na área abrangida por esta unidade, o substrato rochoso é constituído por
rochas pelíticas da Formação Palermo. Sobre estas áreas desenvolvem-se solos
pouco profundos, moderadamente a pouco permeáveis e moderadamente
estruturados.
Em razão das características associadas com o relevo pouco ondulado,
com encostas de pouco declividade, bem como suas características geológicogeotécnicas, tais como boa capacidade de suporte, fácil escavabilidade e
declividade de 5 a 15%, essas áreas apresentam baixa suscetibilidade à erosão.
Os trabalhos de campo demonstraram que alguns locais da área
estudada e fora da área de influência indireta das bocas de minas, notadamente
aqueles com declividade acima de 30% apresentam evidências da atuação de
processos erosivos. A geometria das encostas bem como a alta suscetibilidade à
erosão são os principais fatores indutores da erosão causada pelo escoamento
superficial.
Bocas de minas situadas em áreas de moderada susceptibilidade à erosão
As áreas de moderada susceptibilidade à erosão compreendem os
terrenos inseridos na classe de declividade de >15 a 30%. São terrenos de relevo
pouco ondulado, com morros arrasados, de forma arredondada ou alongada, com
encostas suaves de forma geralmente convexa, pouco extensas, e amplitude de
relevo de 26 a 80 m. O substrato rochoso é constituído por rochas sedimentares
pelíticas ou areníticas.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Sobre estas áreas desenvolvem-se solos Podzólicos Vermelho-Amarelo,
abruptos ou gradacionais, moderadamente estruturados, bastante profundos, pouco
a moderadamente permeáveis. Embora estes solos sejam resistentes aos processos
erosivos, a suscetibilidade à erosão é moderada, pelo fato de as formas de relevo
serem um tanto onduladas.
3.2.6. Solos
3.2.6.1.
Solos da sub-bacia do rio Maina
A classificação dos solos presentes na sub-bacia do rio Maina foi obtida
com a leitura do Mapa de Solos do Estado de Santa Catarina editado pelo Serviço
Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (SNLCS) da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). De acordo com esse levantamento, ocorrem
os seguintes tipos de solo:
•
Argilossolo Vermelho - Amarelo PVA3;
•
Espodossolo Cárbico EK2;
•
Neossolo Quartzarenoso RQ1.
Na porção correspondente à sub-bacia do rio Maina ocorre somente solos
do tipo Argilosolos Vermelhos. Esses solos apresentam horizonte B textural e argila
de atividade baixa, conhecidos anteriormente como Podzólico Vermelho Escuro e
Podsólico Vermelho-Amarelo. A porção correspondente à planície aluvial, onde
ocorrem outros tipos de solos, está coberta pela mancha urbana do município.
Os perfis dessas classes apresentam-se profundos, bem desenvolvidos,
tratando-se de solos minerais e não hidromórficos, bem drenados. Apresentam a
sequência de horizontes diagnósticos A, Bt, C.
As análises físicas e químicas feitas com amostras de solo mostram que
esses apresentam baixa soma de bases, capacidade de troca catiônica e saturação
por bases. A saturação por alumínio é elevada, superior a 50%, o que caracteriza os
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
solos como sendo Álicos. O grau de floculação do horizonte B é próximo a 100%,
com relação silte/argila variável.
Já na leitura do mapa pedológico do município de Criciúma (UNESC,
2007), editado pelo IPAT na escala 1:500.000, verifica-se que a área delimitada para
os estudos do PRAD encontra-se integralmente coberta com solo tipo PVAa01,
caracterizado como Argilossolo Vermelho-Amarelo, aluminoso, textura média
argilosa, com ocorrência em terrenos de relevo suave ondulado e ondulado que
apresenta substrato formado por sedimentos pelíticos.
3.2.7. Recursos hídricos superficiais
A área do PRAD está inserida no médio curso da sub-bacia do rio Maina,
na qual os recursos hídricos superficiais são representados por nascentes,
drenagens e açudes. A maior densidade hídrica encontra-se na porção oeste da
área estudada com descarga na margem direita do rio Maina.
As drenagens que formam a rede hidrográfica local apresentam padrão
dendrítico, observando-se, porém, em locais alguns trechos encaixados em
lineamentos estruturais. Essas drenagens apresentam leitos planos, cursos
curvilíneos, largura inferior a um metro e lâmina d’água inferior a 20 cm.
Nos leitos dessas drenagens ocorrem sedimentos cuja granulometria
dominante é formada por partículas de tamanho seixo, grânulos e blocos. Em função
da declividade acentuada dos canais, as frações finas (siltes e argilas) são
transportadas pela água, depositando-se na zona de amortecimento situada no
baixo curso dessas drenagens
As nascentes encontradas durante os trabalhos de campo representam
surgências do sistema de fluxo freático ou superficial, encontrando-se na interface
do perfil de solo das Formações Serra Geral e Palermo, onde se verifica diferença
pronunciada de permeabilidade e gradiente hidráulico. Essas nascentes não foram
cadastradas, pois ocorrem fora da área de influência indireta das bocas de minas.
As nascentes são formadores dos cursos d´água que se constituem em
tributários de segunda e terceira ordem do rio Maina, sendo que alguns recebem
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
contribuição de drenagem ácida de áreas impactadas com a atividade de mineração
de carvão, a partir do seu médio curso.
Os recursos hídricos superficiais existentes na área são utilizados,
principalmente, para consumo humano e sedentação animal.
Os recursos hídricos superficiais representados pelas nascentes e cursos
d’água na área em tela acham-se impactados pela ocupação do solo, notadamente,
pela supressão da mata ciliar, substituição da mata nativa por reflorestamentos de
eucaliptos e plantações de banana. A maioria das nascentes observadas no trabalho
de campo situa-se em locais cujo uso do solo representa algum tipo de impacto.
Esse impacto atua diretamente na redução da capacidade de armazenamento e
transmissividade do sistema freático ou superficial da área estudada.
3.2.8. Recursos hídricos subterrâneos
3.2.8.1.
Sistema de fluxo superficial ou freático da água subterrânea
O sistema de fluxo ou freático superficial caracteriza-se por encontrar-se
entre as zonas de recarga e descarga de água subterrânea para a sub-bacia do rio
Sangão. Trata-se de um aquífero livre, de permeabilidade e porosidade elevadas,
cujo perfil geológico é formado por camada de solo mole formado de silte e argila
produto da alteração dos siltitos das Formações Serra Geral e Palermo, estendendose até o limite da zona de alteração do maciço rochoso.
Esse sistema está associado no perfil geológico local ao domínio da
cobertura coluvial/eluvial representado por depósitos de colúvio e manto de
alteração (elúvio) das Formações Serra Geral e Palermo.
A percolação da água ocorre, preferencialmente, na zona de contato do
solo mole com a zona de alteração do maciço rochoso.
A recarga nesse sistema ocorre por infiltração direta da água da chuva
formando uma camada contínua até a zona de contato com o maciço rochoso.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
A espessura desse horizonte hidroestratigráfico é variável, observando-se
que há um espessamento em direção aos terrenos situados nas maiores elevações
onde, além do manto de alteração, ocorrem depósitos de talus.
3.2.8.2.
Sistema de fluxo profundo da água subterrânea
A circulação profunda da água subterrânea ocorre na sequência superior
da Formação Rio Bonito formada por arenitos, siltitos arenosos e a camada de
carvão Barro Branco. Este sistema se caracteriza pelo confinamento e extensa zona
de recarga que extrapola a área estudada.
O confinamento do aquífero Rio Bonito na área em tela é estabelecido
pela cobertura de siltitos, folhelhos e diabásio das Formações Palermo e Serra
Geral. A espessura das camadas confinantes varia de 5 m até 185 m.
O fluxo da água subterrânea do sistema profundo é controlado pelas
estruturas geológicas subhorizontais e verticais. No caso específico do aquífero Rio
Bonito da área em tela esse controle ocorre nos planos de estratificação, disjunções
horizontais e verticais e zonas de falhas permeáveis.
Como a permeabilidade vertical é muito baixa nas camadas confinantes
de cobertura, o fluxo vertical da água subterrânea é desprezível, razão pela qual a
origem da água nesse sistema é a recarga regional principalmente por infiltração
direta nas áreas aflorantes da Formação Rio Bonito.
O
fluxo
local do aquífero
profundo
representado
é
controlado,
principalmente, pela direção e mergulho dos estratos e pelo movimento rotacional
relativos dos blocos ao longo dos planos de falha.
O sentido e direção do fluxo regional foram determinados pela
interpolação da altitude do nível estático da água subterrânea em poços tubulares
como mostra o esboço do mapa hidrogeológico (Figura 8).
Como já foi mencionado, o fluxo da água subterrânea depende,
principalmente, da condutividade hidráulica. A água subterrânea na área em tela flui
em diferentes contextos hidrogeológicos, apresentando descargas para as subbacias dos rios Maina e Sangão, principalmente.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
O fluxo da água subterrânea do sistema aquífero profundo ocorre
segundo a direção preferencial de NE para SW acompanhando o sentido regional de
mergulho da camada de carvão Barro Branco.
Esse fluxo é estratificado, ou seja, pode ser local, intermediário ou
regional como representado na seção esquemática da Figura 15. Isso significa que
uma parte da água da chuva que infiltra no solo carrega o aquífero superficial
produzindo as nascentes e a vazão de base nas zonas de descarga da água
subterrânea e a outra parte da água é drenada pelas descontinuidades dos maciços
para carregar os aquíferos profundos e gerar o sistema de fluxo intermediário e
regional.
Figura 15 – Representação esquemática das zonas de recarga e descarga e da circulação da
água subterrânea
Fonte: Cleary (1989)
O aquífero profundo representado pelos arenitos da Formação Rio Bonito
apresenta baixa recarga hídrica do sistema superficial em decorrência do
confinamento promovido por camadas de baixa condutividade hidráulica vertical.
Esse sistema encontra-se impactado tanto pela atividade mineração de
carvão quanto pela infiltração direta de esgoto doméstico
3.3.
MEIO BIÓTICO
A vegetação presente na região carbonífera catarinense faz parte da
Floresta Ombrófila Densa e encontra-se em diferentes estádios de regeneração
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
natural. Esta formação vegetal caracteriza-se por apresentar agrupamentos bem
desenvolvidos, dando origem a uma cobertura arbórea densa e contínua (VELOSO;
KLEIN, 1968). A diversificação ambiental, resultante da interação de múltiplos
fatores, é um importante aspecto desta região, com ponderável influência sobre a
dispersão e crescimento da fauna e da flora (LEITE; KLEIN, 1990).
Atualmente as comunidades vegetais encontradas na bacia carbonífera
estão bastante fragmentadas o que origina ambientes alterados de sua composição
florística original. Entretanto, ainda são encontrados ambientes bem preservados e
em estádio avançado de regeneração natural que são intensamente utilizados pela
fauna local como fonte de abrigo e alimentação.
A caracterização do meio biótico realizada para o diagnóstico das bocas
de minas contidas neste PRAD buscou destacar áreas mais preservadas,
informando a presença de remanescente florestal e de grupos da fauna associados.
Em baças de minas onde serão realizadas intervenções o meio biótico foi melhor
detalhado, as demais bocas de minas foram agrupadas de acordo com
características ambientais.
3.3.1. BM0300; BM0301; BM0314
As bocas de minas BM0300 e BM0301 estão localizadas sob uma
indústria, sem necessidade de caracterização do meio biótico.
A BM0314 esta localizada em uma pastagem, utilizada para criação de
gado bovino, sendo que, pontualmente, a vegetação é representada por um
indivíduo de Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze, arbustos de Leandra sp., e Solanum
sp., localizados sobre a boca de mina (Figura 16A). Entretanto, próximo a esta boca
de mina é verificada a presença de um curso d’água com presença de nascente a
aproximadamente 50 m da boca de mina. Nas margens do curso d’água foi
verificada a presença de vegetação nativa, embora bastante fragmentada,
representada principalmente por Euterpe edulis Mart. (palmito), Alchornea
glandulosa Poepp. (tanheiro), Cecropia glaziovi Snethl. (embaúba), Mimosa
bimucronata (DC.) Kuntze (maricá), Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng (figueira),
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Casearia sylvestris Sw. (chá de bugre), Musa sp. (bananeira) e Citrus spp.
(laranjeiras e limoeiros) (Figura
(
16B).
Figura 16 – Aspecto da área onde esta situada a BM0314, onde: A –
localização da BM0314; B – vegetação florestal no entorno do curso d’água
próximo a BM0314
Fonte: Do Autor
3.4.
MEIO ANTRÓPICO
Com base na interpretação de fotografias aéreas do ano de 1956, na
escala aproximada de 1:25.000,
1:25.000 números 16820 e 16821, na área correspondente
ao atual bairro Metropol, fica notório que o limite sul do polígono demarcado para o
PRAD 03 ficava nas imediações da rua 74, via principal do contorno norte do bairro.
O histórico de colonização da área data de 1890, quando famílias de
origem italiana, especificamente bergamasca, aí fixaram residência, a saber: família
Comin, Salvaro, Pelozatto, Rabezzana, Colombo, Martinelli e Tinelli. Nesta
composição fotográfica de 1956 ficava evidente o parcelamento do solo em
pequenas propriedades rurais, na maioria, pertencentes aos descendentes da
colonização pioneira.
Todavia, fica perceptível o surgimento e expansão de vila operária, ao sul
da rua 74, próximo a intersecção com a rua José Estefani (Figura
Figura 17). Este núcleo
operário era formado por descendentes de açorianos e negros, particularmente da
região de Laguna, que vieram em busca de emprego nas minas de carvão, bem
como na estrada de ferro. É fato que o incremento urbano e a atração populacional,
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
a partir da segunda metade do Século XX, resultam das atividades econômicas que
ali se desenvolviam.
BM0300
BM0301
BM0314
Rua 74
Figura 17: Detalhe da área do PRAD 03. A seta laranja mostra o caminho da localidade de
Alto Rio Maina, a seta amarela vila operária. Os tracejados em azul indicam as principais
drenagens no local
Fonte: Serviços Aerofotogramétricos Cruzeiro do Sul S.A. (1956)
O núcleo residencial da vila operária continha cerca de 120 casas,
denotando crescimento concentrado, no tempo e no espaço, refletindo assim, a
dinâmica das atividades carboníferas do bairro, que, inclusive, recebeu o nome em
referência à empresa colonizadora e mineradora que aí tinha sede.
Entre o aglomerado residencial da vila operária e a rua 74, evidenciava-se
corte de encosta, oriundo da atividade de lavra a céu-aberto que se praticava no
setor sul do bairro. Ao norte da rua 74, predominava uso do solo agropastoril, com
pequenas propriedades mercantis, algumas com função meramente de subsistência.
Havia sete propriedades rurais marcantes neste recorte temporal para esta área,
notadamente duas longitudinais à rua 74 e cinco transversais.
Verificou-se um divisor de águas, que separava dois talvegues de
pequenos afluentes do rio Maina. O afluente situado à esquerda, com padrão
dendrítico, na direção norte sul, provinha de comunidade do Alto Rio Maina
(município de Siderópolis) atravessando áreas sem interferência mineira, somente
terrenos com uso agropecuário. O afluente de direção oeste-leste apresentava-se
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
sem mata ciliar e, logo após suas cabeceiras, circundava um pequeno depósito de
rejeitos disposto em colina, sendo canalizado e drenado para as adjacências da vila
operária.
Nos locais que viriam a comportar as bocas BM0300 e BM0301, situados
em meio à pastagem na margem direita de afluente, havia núcleo rural, estando as
atividades mineiras concentradas entre os bairros Metropol e Colonial, não
ocorrendo expansão para montante (setor norte). No local da BM0314, visualizavase pastagem próxima a cabeceira de drenagem, todavia a disposição de pequena
pilha de rejeito, bem como o crescimento urbano, era acentuada neste setor da área
delimitada para o PRAD 03.
Na composição fotográfica do ano de 1978, evidencia-se o forte avanço
urbano na metade sul do polígono, marcadamente ao longo das ruas Fioravante
Colombo e Arcângelo de Souza, com expansão da mancha urbana residencial. A
vila operária, situada ao sul do polígono, foi reordenada para outro local, sendo que
o espaço anterior foi realocado para lavra a céu aberto e depósito de rejeito piritoso,
todavia, nos contornos dos depósitos de rejeito, expandiu-se as infra-estruturas e o
número de construções (Figura 18).
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Figura 18 – Localização exata das bocas de mina sobre o recorte fotográfico
de 1978. O tracejado magenta indica o corte de encosta feito por lavra a céu
aberto
Fonte: Serviços Aerofotogramétricos Cruzeiro do Sul S.A. (1978)
O avanço urbano que procedeu de sul para norte, a partir da rua 74, e de
jusante para montante, descaracterizou a paisagem existente em 1956. A estrutura
territorial e espacial de uso do solo e parcelamento, baseado na subsistência e
pequena propriedade mercantil, cederam espaço para um bairro residencial, que
cresceu em função da pujante atividade mineradora.
É neste contexto de expansão urbana, alavancada pela economia do
carvão, que o intervalo temporal 1956-1978 demonstra a ampliação dos depósitos
de rejeito, instalação do poço 01 da Carbonífera Metropolitana, com lavador, pátio
de operações e demais infra-estruturas, supressão de pastagem, retilinização e
aterramento de cabeceiras de drenagem.
Provavelmente, neste cenário, houve a abertura dos poços BM0300 e
BM0301, sendo o primeiro um poço de entrada de materiais e saída de emergência,
o segundo um poço de serviço. Mesmo estando nas adjacências de depósitos de
rejeito, sugestivo de área minerada, não era visível a abertura do poço de ventilação
BM0314. Neste recorte temporal permanecia um resquício de pastagem no nordeste
da área.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Atualmente, não existem atividades mineiras no bairro, sendo estas
substituídas por outras atividades industriais. O bairro perdeu este foco, e hoje
funciona preferencialmente como área dormitório, permanecendo com a mancha
urbana residencial similar ao ano de 1978. Conclui-se que a mola propulsora, a
atividade mineira, uma vez cessando, paralisou a expansão urbana verificada na
década de 60 e início de 70. Em relação ao ano de 1978, ocorreu grande processo
de recuperação das áreas mineradas, bem como dos locais de despejo de rejeito.
Algumas drenagens voltaram a apresentar mata ciliar e predominam terrenos
recobertos por argila, aguardando novo impulso, desta vez do setor imobiliário.
3.5.
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE RISCOS E NECESSIDADE DE
FECHAMENTO OU INTERVENÇÃO E AVALIAÇÃO QUANTO A POSSIBILIDADE
DE ENTRADA OU SAÍDA DE ÁGUA
3.5.1. BM0314
Esta boca de mina, mesmo obstruída, necessita de intervenção, pois a
superfície onde se encontra possui uma concavidade de aproximadamente 2 m de
diâmetro por 1,5 m de profundidade. Sobre esta concavidade foi depositado alguns
galhos para diminuir o risco de acidentes.
A intervenção aplicável a esta boca de mina é o fechamento com material
argiloso. Em função da sua localização topográfica, aparentemente não oferece
risco de saída d’água. Em função da intervenção proposta também não ocorrerá o
ingresso de água proveniente de escoamento superficial ou de precipitações.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
3.6.
IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS COM MATERIAL DE EMPRÉSTIMO NAS
PROXIMIDADES
3.6.1. BM0314
Devido ao reduzido volume a ser utilizado nesta BMA e o fato de ter sido
observado, no entorno, nenhuma área com material de empréstimo, o material para
preenchimento desta boca de mina deverá vir de uma jazida, devidamente
licenciada pelos órgãos competentes.
3.7.
POSIÇÃO RELATIVA DA BOCA DE MINA EM RELAÇÃO AO CONTEXTO
MINEIRO, GEOLÓGICO, ESTRUTURAL E HIDROGEOLÓGICO
As bocas de mina existentes na área do PRAD apresentam distintas
características, no que se refere aos aspectos estruturais e hidrogeológicos. As
bocas de mina BM0300 e BM0301 possuem características semelhantes, e diferem
da BM0314.
Com relação aos aspectos geológicos, o maciço de cobertura é
constituído por arenitos da Formação Rio Bonito e siltitos arenosos da Formação
Palermo. As bocas de mina BM0300 e BM0301 pertencem a um bloco geológico e a
BM0314 a outro, os quais são separados por uma falha N45-60E, como mostra a
Figura 8. De acordo com a fotointerpretação (Figura 17) essa falha se localiza nas
proximidades da boca de mina BM0314.
No contexto mineiro, todas essas bocas de mina correspondem a antigos
poços de acesso e/ou ventilação da antiga Mina Poço 1, pertencente a Carbonífera
Metropolitana. A camada de carvão Barro Branco, nessa área, ocorre em
profundidades superiores a 30 m, sem nenhuma evidência de atividades de lavra a
céu aberto. Porém, como o descrito no item 3.4 desse PRAD, a sul da boca de mina
BM0314 houve atividades de lavra a céu aberto e disposição de rejeito.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
De acordo com o mapa de avanço de lavra em subsolo da Mina Poço 1,
mostra que houve recuperação de pilares, potencializando a ocorrência de
subsidência, tal como foi constatado nas proximidades da BM0314 (Figura 3).
Com relação aos aspectos hidrogeológicos, nenhuma das bocas de mina
apresenta problemas de geração de drenagem ácida. As bocas de mina BM0300 e
BM0301 já estão tamponadas e posicionadas sob o pavilhão industrial da empresa
de molduras Salvaro. Já, a BM0314 está aberta e na sua proximidade ocorrem
fraturas na superfície do terreno, resultantes de processos de subsidência. Este
condicionamento indica que a BM0314, bem como fraturas do seu entorno, podem
atuar como condutos preferenciais para a entrada de águas pluviais para o interior
das galerias e, consequentemente, potencializar a geração de drenagem ácida. O
correto fechamento dessas fraturas deverá levar em consideração um trabalho de
detalhe em seu entorno, para a definição da geometria e extensão das mesmas.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
4.
OBRAS PARA INTERVENÇÃO OU FECHAMENTO
4.1.
MEMORIAL DESCRITIVO
4.1.1. Obra civil
4.1.1.1.
BM0314
Embora esta BMA, conforme descrito no item 3.5, apresenta-se obstruída,
acarretará, para o total fechamento um volume de 6,12 m³ de material de
empréstimo.
Devido ao reduzido volume necessário para o aterramento da referida
BMA, torna-se onerosa a terceirização deste serviço. Desta forma, desenvolveu-se o
cronograma físico-financeiro prevendo que esta intervenção será executada
diretamente pela empresa envolvida na recuperação da mesma.
O reduzido volume de material necessário para fechamento pode ser
transportado por um caminhão. Uma retro-escavadeira, em poucas horas de
trabalho, será suficiente para finalizar o fechamento.
4.2.
USO FUTURO
A definição de uso futuro baseou-se na localização de cada boca de mina,
desconsiderando a área de influência direta de 50 m, que foi adotada
exclusivamente para fins de caracterização do entorno.
Isto se justifica, uma vez que o projeto aqui apresentado foca unicamente
o fechamento das bocas de minas, e não a recuperação de áreas degradadas pela
mineração de carvão que porventura existam no entorno.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
Sendo assim, uma área onde a boca de mina está dentro de uma APP, o
uso futuro é restrito à preservação ambiental, com implantação de vegetação, de
acordo com os critérios técnicos do GTA. Por outro lado, poderá ser sugerido um
uso futuro qualquer para as bocas de minas localizadas fora de APP, desde que não
prejudique o trabalho de tamponamento ou recuperação que tenha sido executado.
O município de Criciúma já recebeu o mapeamento de áreas mineradas
em subsolo por ocasião da discussão do seu novo plano diretor. Para completar esta
base de consulta, será fornecida a localização das bocas de minas dentro dos
limites do município, para que este possa recomendar a execução de estudos
geotécnicos adequados para cada projeto que seja proposto para as áreas onde
estão localizadas as bocas de minas. Evidentemente, tais projetos também
precisarão estar de acordo com o plano diretor vigente no município.
Deve ser considerada a variável APP foi definida conforme o Código
Florestal Brasileiro (BRASIL, 1965), Lei 4771/65, analisada conjuntamente com o
vigente Plano Diretor Municipal de Criciúma (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CRICIÚMA, 1999) e o que se encontra em debate (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CRICIÚMA, 2009).
Para averiguação do zoneamento e ocupação do solo, no local definido
para este PRAD, consultou-se o Mapa de Zoneamento Atual do Solo x Ocupação
Atual no Município de Criciúma (FRANÇA, 2007a). O mapa de uso do solo (KLEIN;
NOLLA, 2007) serviu de base para diagnóstico do uso implementado. Com base nos
mapas de planejamento, do Plano Diretor em debate (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CRICIÚMA, 2009), realizados no ano de 2007, descreve as áreas de ocupação
irregular (NOLLA, 2007) e evolução urbana (FRANÇA, 2007b).
A BM0314, de acordo com a Lei 4771/65 (BRASIL, 1965) e conforme a
interpretação do Plano Diretor Municipal (PREFEITURA MUNICIPAL DE CRICIÚMA,
2009), mostrado na Tabela 10, encontra-se em APP, desta forma, o único uso
legalmente possível para a mesma é a preservação ambiental. Entretanto, a área
vem sendo utilizada, conforme citada na descrição do entorno, para atividades
agropastoris.
Salienta-se, ainda, que a leitura das fotografias aérea convencionais dos
anos de 1956 e 1978 mostra que o proprietário desenvolve esta atividade desde, no
mínimo, 1956, antes, inclusive, da entrada em vigor das leis supracitadas. Desta
forma, a revegetação, ou a destinação de outro uso, além de pastagem,
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interromperia a atividade econômica desenvolvida no local e geraria conflitos
desnecessários.
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Tabela 10 - Espacialidade das bocas de minas (PRAD 03) de acordo com os mapas do Plano Diretor Participativo (PREFEITURA MUNICIPAL DE
CRICIÚMA, 1999; 2009) e no Código Florestal Brasileiro 4771/1965 (BRASIL, 1965)
Plano Diretor vigente (1999)
Diagnóstico (2007)
Usos
Recomendados
(Lei n° 3.900 de
28 de Outubro de
1999)
Mapa de Uso do
Solo (Ano de 2007)
Plano Diretor em debate (2007)
Mapa de
Zoneamento Atual
x Ocupação Atual
(Plano Diretor
Participativo –
Câmara de
Vereadores)
ZEP – Zona
Especial de
Preservação
Mapa de Áreas
ocupadas
irregularmente
(Plano Diretor
Participativo –
Câmara de
Vereadores)
Mapa de Evolução Urbana –
1978, 2001 (Plano Diretor
Participativo – Câmara de
Vereadores)
Fora de áreas com
ocupação irregular
Não inserida na mancha urbana
atual
Bocas de Mina
Abandonadas
(BMAs)
APP – Lei 4771/65
Mapa de
Perímetro
Urbano
(MARLANO et al.,
1999)
BM0300
Não
ZEP 2
Ra,b
AD – Área
Degradada
BM0301
Não
ZRU-1 – Área
Degradada,
imprópria para
construção*
-
URB – Área
Urbanizada
ZEP – Zona
Especial de
Preservação
Fora de áreas com
ocupação irregular
Expansão urbana em 1978
BM0314
Sim, localizada
próxima de
drenagem
secundária
ZEP 2
Ra,b
P - Pastagem
ZEP – Zona
Especial de
Preservação
Fora de áreas com
ocupação irregular
Não inserida na mancha urbana
atual
Fonte: Do Autor
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5.
PLANO DE MONITORAMENTO
5.1.
MONITORAMENTO DO MEIO FÍSICO
Este trabalho consistirá na averiguação, in loco, tanto de das bocas de
minas que tenham sofrido intervenção como aquelas que não demandaram
nenhuma ação de fechamento, observando os seguintes aspectos:
i.
Análise geotécnica da boca de mina e seu entorno, verificando o
surgimento de novas subsidências;
ii.
Análise quanto à ocupação e uso do solo na boca de mina e seu
entorno;
iii.
Verificação de eventuais ligações de esgotos ou outro tipo de
drenagem para o interior das minas;
iv.
Análise das condições da intervenção realizada.
Deverá ter periodicidade semestral e duração inicial de 5 anos, conforme o
cronograma apresentado. Cabe ressaltar que o cronograma de monitoramento da
boca de mina poderá ser integrado com o cronograma de monitoramento da área de
influência direta, caso esta seja objeto de PRAD.
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Centro Tecnológico de Carvão Limpo (CTCL) – www.portalsatc.com
63
Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
SERVIÇOS AEROFOTOGRAMÉTRICOS CRUZEIRO DO SUL S.A. (Santa Catarina,
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VELOSO, H.P.; KLEIN, R.M. As comunidades e associações vegetais da mata
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A – Detalhamento do cronograma físico-financeiro.
APÊNDICE B – Espacialização das bocas de minas abandonadas.
APÊNDICE C – Levantamento topográfico planialtimétrico da BM0314.
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A – ARTs
ANEXO B – Zoneamento de uso do solo do município de Criciúma Lei nº 3900, de
28 de outubro de 1999
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Projeto de recuperação de área degradada – bocas de minas abandonadas – Metropol
EQUIPE TÉCNICA DO PROJETO
Márcio Zanuz
Antônio Silvio Jornada Krebs
Eng° de minas
CREA/SC 077.571-8
Geólogo
CREA/SC 060.238-6
Edilane Rocha
Jefferson de Faria
Bióloga
CRBio 058.837/03D
Eng° agrimensor
CREA/SC 061.125-0
Jonathan Jurandir Campos
Maria Gisele Ronconi de Souza
Eng° agrimensor
CREA/SC 068.019-9
Eng° ambiental
CREA/SC 087.632-3
Roberto Romano Neto
Tiago Meis Amboni
Geólogo
CREA/SC 017.302-9
Eng° ambiental
CREA/SC 098.428-0
William de Oliveira Sant Ana
Geógrafo
CREA/SC 092.590-0
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