Kizan – Livro 1 Terra
Transcrição
Kizan – Livro 1 Terra
Como se esse gosto de areia na boca já não fosse ruim o suficiente, tem a sede, as assaduras nos pés, essas não incomodam mais, já não são assaduras, são irritações diárias, e por fim areia até na cueca... Encontrar um homem no reino da terra já é praticamente impossível, agora é simplesmente irreal encontrar uma pessoa que ninguém vê a cem anos. Já estou a alguns meses no reino da terra, perto de Omashu, tentando achar esse miserável... Mas tudo que encontro foi lendas e mitos, esses dias ouvi que um homem foi preso e se livrou pois alegava ser o avatar, quando fui verificar ele não era nem dobrador, sabia fazer truques com panos queimados e lançava rochas como ninguém... Mas não era o salvador... Logo quando aportei nas docas do Norte do reino da terra, perguntei sobre informações sobre o avatar um homem me pediu dinheiro na troca da informação, como não tinha, ofereci o barco, logo, ele prontamente me disse "o avatar morreu e sumiu por uns 100 anos" pulou para dentro do barco e dei adeus ao meu transposte... Mas eu ainda tinha a idéia fixa de encontrar este indivíduo, somente ele poderia parar o massacre que a tribo do Norte planejava contra a nação do fogo. Já que o maior suprimento de guerra de metal estava sendo vendido para o norte, e eu acho que Kung vai acabar sabotando a nação do fogo para conseguir sucesso em seu plano. Nesses meses de caminhada, ouvi falar de homens com força o suficiente para mover montanhas, quando cheguei no local ao custo de um dos meus três cantis de água, descobri que o homem era forte mesmo mas a mulher dele era tão gorda que somente ele que era lenhador experiente poderia mover a "montanha ", ouvi também de uma mulher capaz de fazer com que os ventos expulsem os intrusos de perto de sua casa, ao custo de minha mochila de couro, era só uma maluca que era capaz de fazer sua voz ecoar sobre as pedras fazendo com que parecesse fantasmas ou algo do tipo. Depois de todas essas informações e experiências nas cidades grandes e pequenas, cheguei a conclusão. Se o avatar estivesse aqui todos saberiam e ele já estaria no lugar de influência política e ou militar, logo todos saberiam sua identidade e eu não teria de procurar. Logo se ninguém sabe da existência desse colega ele vai estar na surdina, vai estar em uma vila pequena... Essa sim foi uma das idéias mais estúpidas que eu tive, simplesmente fui andando a esmo por vilarejos praticamente abandonados, que só serviam de passagem de re abastecimento de água e comida de tropas. É uma tragédia. Com os recursos naturais reduzidos a quase zero, a população era levada a fome e a sede por soldados de todas as nações, exceto os nômades do ar. O maior absurdo que vi foi uma vez que passei por uma vila e que todos estavam saindo dela, pois os dobradores de terra tinham bloqueado o acesso à água para evitar um ataque a retaguarda,por soldados provisionados. Pelo que ouvi deu certo os soldados da Nação do Fogo acabaram recuando e sendo massacrados quando ficaram sem água... Mas o povo do vilarejo pagou caro. A maior parte morreu de sede no caminho, os únicos que sobreviveram, foi um garoto e uma mulher. Mas com isso fiquei somente com um cantil de água. Cada vez que eu andava mais por aqui, mais desgraça, fome, sede e morte se via por essa maldita guerra. Comecei o problema não era os soldados. Mas sim as peças grandes do tabuleiro, os soldados se moviam e executavam movimentos de acordo com as ordens de grandes homens no poder. E conforme vi com Kung, suspeito que até o rei da terra, o senhor da Nação do Fogo e os líderes das tribos de água são peças jogadas por jogadores maiores. Kung pode ser um deles, mas não tenho certeza. Se quero ajudar o avatar a derrubar esse sistema corrompido, devo encontrar as mentes por traz de tudo. Isso se o avatar estiver afim de restaurar o equilíbrio, se um dia eu ver ele, a minha primeira pergunta será, " que merda você e suas vidas passadas fizeram de tão importante para abandonar o mundo é deixa lo na miséria? " Se ele não tiver uma resposta descente... Vou eu mesmo arrumar o mundo... O avatar não está apto para tal tarefa, pelo menos eu acredito que em uma vida, consigo fazer muito mais por este mundo. Ou não. Mas pelo menos vou tentar. Cruzando esse pedaço do deserto das proximidades de Omashu, eu sempre venho para este vilarejo, já que aqui me sinto mais em casa, já que tem pessoas que me recebem bem. Nos últimos três meses passei umas cinco vezes por aqui, nenhum soldado ataca a vila, pois ela é aberta a todas as nações e ninguém suporta ficar no clima desértico por tanto tempo. Tem poços de água mas ninguém abusa, a água é escassa a todos. Essa vila é pobre, mas arrumada, deve ter umas dez casas e como é deserto os animais não pastam e não ficam a noite fora de casa, na verdade nem muito de dia, o sol mataria qualquer um sem proteção, por isso as casas são maiores, pois eles ficam dentro delas. Nunca entrei em uma casa para ver esse tipo de convivência, mas dá para saber pelo cheiro das redondezas da casa. Como já voltei aqui algumas vezes, consegui trocar serviço por uma camiseta de manga comprida bege, o que camufla bem e me protege do sol que vai direto na pele. Um lenço que faço um turbante que acaba envolvendo o rosto, era branco agora é da cor da areia. Minha calça também era de um tecido bem leve que fazia que eu andasse confortavelmente sem muito calor. Tudo no deserto era sobre poupar. Poupar energia ao se locomover, pois gera energia, que gera calor, que no corpo humano resulta em assaduras. Poupar água para sempre que precisar, pois sem água leva a desidratação, que gera secura na pele, que acumula calor, que no corpo humano leva a delírios. Poupar quantidade de carga, para não fazer força, para não precisar fazer força ao se locomover e levar ao cansaço mais rápido e ter mais sede, e evitar os últimos dois tópicos. Era bem complicado viver em um deserto, mas depois das tundras de gelo do Norte, até que aqui não foi tão difícil. Exceto pelo contraste de em um cenário, água em abundância e no outro água escaça. Esse vilarejo que eu sempre venho é um ponto no deserto que os viajantes gostam, mas só os que conhecem vem, já que fica no meio do deserto, eu reconheço pois quando estou chegando perto, vejo mais cactos que o normal, por mais que digam que cactos tem água, tive uma péssima experiência, em um momento de desespero, cortei um cactos que parecia várias bolas verdes com espinhos e o tomei, parecia água de Coco. Claro que tive delírios pesadíssimos, e fiquei muito perdido, mas quando voltei ao normal, pensei que estava em oásis, nadando em um lago confortável, e peixinhos beliscando meu corpo. Acordei em cima de um formigueiro imenso, com formigas do tamanho do meu polegar rasgando minha pele, de cor vermelho sangue. Foi assim que comecei a escolher melhor minhas fontes de água, demorei um mês para me curar de todas as feridas, mas hoje está como se nunca tivesse acontecido. Já consigo ver o vilarejo sem nome, de viajantes passageiros, vejo o conjunto de casas grandes, no máximo dez, nunca presto muita atenção na quantidade de casas e pessoas. A estrada principal é a única rua. Nenhum animal a vista o que significa que o povo deve estar almoçando, e pelo calor não é bom ficar andando por aí, estou com dois cantis agora, um de couro que fica na cintura e outro pendurado embaixo do braço escondido para se caso algum ladrão roube minha água, eu ainda sobrevivo, mas infelizmente minha jornada fora linha demais e agora os dois estavam vazios. Para minha sorte, cheguei ao meu destino antes de sucumbir ao calor. A estalagem do vilarejo era pequena e modesta, mas com boas pessoas, Watashi era o dono dela e sempre me ajuda, foi ele quem me deu serviço em troca de roupa, cantil e até uma vez um teto para dormir. A estrada principal é larga podendo duas carroças passarem ao mesmo tempo, lado a lado, aqui é terra batida, bem marrom, não sei exatamente o que tem embaixo da vila, mas parece ser uma rocha grande, sei lá. A atividade espiritual na maioria dos lugares é muito baixa, chegando a quase nunca ver um espírito... Nas tundras já tinha alguns, não sei se o norte é mais espiritual, ou se a guerra afastou eles daqui. A estalagem tinha dois andares, uma lona para fazer sombra a entrada apoiada por dois pedaços de madeira de dois metros, devia ter uns quinze metros de largura e uns seis de profundidade. Na entrada tinha uma panela e uma colher pendurado, isso indica que tinha comida fresca. Quando entrei nela tive que mover o tecido para dentro era pesado como um cobertor Grosso, isso evita que a areia e a força do vento a levantasse com facilidade, dou uma olhada para trás e vejo uma enorme quantidade de nuvens bege se juntando. Tempestade de areia. E das grandes, pelo visto. Entrei e vi o restaurante, ou área da chepa, como alguns chamavam, até que muito movimentada, devia ter umas quinze pessoas ali. Fiquei surpreso. A entrada da direto para um aglomerado de mesas que só passam uma pessoa de lado por vez, com quatro saídas. A primeira por onde eu vim. A segunda é ao fundo que dá na cozinha, por onde os funcionários e entregas são feitas. A terceira é a esquerda, que na verdade é um acesso aos quartos do andar térreo. A quarta é a direita, leva a uma escada que te deixa no andar superior com mais quartos. As mesas e cadeiras de madeira pesada ocupavam todo o salão, as mesas tinham um metro de diâmetro. Sem toalhas de mesa e sem requintes, somente um prato com uma vela meia vida no centro, a maioria das pessoas comiam e bebiam no local, de preferência cerveja e galinha assada. O cheiro de gordura envade as narinas, a única luz do local era das frestas das janelas e da porta da cozinha que era na verdade uma cortina de miçangas. Me sentei nas últimas mesas perto da cozinha, me sinto melhor assim já que consigo ver a todos do estabelecimento e ainda tenho uma saída rápida. O garçom, um homem que trabalha para Watashi a um tempo, é um homem corpulento, passada certa, compassado, cabelos negros e barba curta por fazer. Com certeza já foi soldado, minhas suspeitas é que era da Nação do Fogo, mas nunca perguntei, ele trouxe um pão duro com uma faca nele e uma jarra de água. Ele põe na mesa em minha frente, me faz uma pequena reverência, ele sempre foi gentil. -Olá Kizan, esse é cumprimento da casa. - Diz com um sorriso afável. Retribuo a reverência. - Agradeço, está movimentado aqui hoje né. Ele dá uma olhada preocupado ao salão. - Watashi está feliz por isso. Eu já acho que é anúncio de algo errado. Algo que está por vir. Ficou um tempo ali parado... E depois me olhou, sorriu e continuou seu trabalho. Transferi a água do jarro para o cantil debaixo do braço , e comecei a tomar o que sobrou da jarra, sabia que tinha que tomar devagar, se não passava mal. Começo a reparar nas pessoas que ali estão, um grupo de mercenários, homens truculentos do deserto com maça, e espadas. Uma família de um casal e algumas crianças rindo. Mas o que chama a atenção lá dentro é um homem de pé ao lado de uma mesa, alto como uma lança, magro, as roupas próprias para deserto, com óculos especial, um grande cantil pendurado ao ombro esquerdo, tinha um turbante que escondia os cabelos e o rosto. Ao lado, sentados na mesa, haviam duas pessoas, ao lado do homem em pé, praticamente de guarda, era um homem gordo que suas roupas denunciavam que tinha dinheiro, já que eram bem ajustadas, mesmo ao seu corpo enorme, devia pesar uns cento e quarenta kilos facilmente, seus dedos gordos da mão direita tinha somente um anel, seu rosto de longe não parecia tão diferente de muitas pessoas do reino da terra, queixo intruído, olhos bem apartados, o que fazia seu sorriso ser enorme. Já o homem a sua frente estava com uma capa de viajante que cobria todo corpo, inclusive a cabeça, do ângulo aonde eu estava não consigo ver seu rosto. Mas o gordo estava aparentemente tenso, massageava as mãos com certa frequência, como se fosse em um gesto para se acalmar. Cortei meu pão e comecei a come lo, olhei em volta, mas ninguém parecia prestar atenção em mim, inclusive o guarda do homem gordo. Me coloquei de forma mais eficiente na cadeira, mas ainda sentado, para vê los, e quando fiz isso percebi que o homem de capa rapidamente pega um embrulho e passa ao gordo por baixo da mesa. Comecei a ficar tomado pela curiosidade do conteúdo daquela conversa, mas por mais que eu tentasse, eles estavam do outro lado do salão, eu não conseguia fazer uma leitura labial, muito menos escuta los. Continuei observando, e pressenti que a conversa chegava a um fim, pois o gordo sorria, e parecia aliviado. O homem de capa se levantou e se foi, o magro se sentou no lugar do cara da capa. Eu não sabia o que fazer, se eu seguisse o homem de capa, poderia ser um informante de guerra passando estratégias inimigas, mas ele nunca contaria, já o gordo parece ser um comerciante, pode ser que comprou algo dele de importância ao reino. Tenho que ver o que tem naquele pacote. O gordo olha em volta, mas não percebe que eu o observo, ele pega o embrulho agora coloca dentro da mochila discretamente, e os dois se levantam e vão em direção a saída. Quando abrem a cortina entra uma rajada de vento dentro do estabelecimento, a tempestade estava em seu ápice, saíram rapidamente e fecharam a cortina, algumas pessoas xingaram quando os dois fecharam a cortina e saíram já que deve ter caído areia em suas comidas. Mas antes de levantar,tomei o resto da água do jarro, coloquei a metade do pão que eu comida dentro de minha blusa desenrolei as minhas duas espadas, uma típica da tribo do Norte e outra uma espada curta que fazia uma leve curva na lâmina, enrolei minha cabeça com o pano, pendurei as espadas nas costas e saí pela porta da cozinha em disparada. Tive que fazer força para mover a porta de madeira que protegia de o vento entrar. Quando saí, o vento e a areia castigava forte, contornei a estalagem, e lá estava o gordo e o magro, o gordo andava com muita dificuldade e aparentemente gritava com o magro. Quando então o inesperado acontece, o magro fica em posição de cavalo montado, faz um movimento com os braços circular e abrangente, e a areia não os acerta, ela se dissipa em um globo de areia formado pelo magro, ele começa a andar lateralmente ainda mantendo a posição das pernas e a ainda fazendo movimentos calmos mas expansivos com os braços, fazendo o globo se mover na tempestade, os protegendo da areia. O cara é um dobrador de terra, ou areia, não entendo muito as outras dobras. Andaram por alguns minutos assim, o magro mantendo o globo por todo o percurso, se eu me aproximar e aborda los, o magro me nocauteia com essa areia, e se eu os deixa los ir nunca saberei o que tinha no embrulho. Como a tempestade estava ainda de pé, não precisava me preocupar em me camuflar demais, minha roupa já era bege, eles só me veriam quando eu estivesse em cima deles. Mais alguns minutos de caminhada e a tempestade não deu trégua, então parece que o dobrador e o gordo chegaram em algum lugar, pois o magro juntou as pernas fazendo o globo oscilar, abriu os braços e as mãos e em seguida num movimento de juntar os braços na linha da cintura fechou as mãos por fim e o globo cedeu. Fazendo com que a areia se chocasse em seus corpos. Minha oportunidade. Corro com força total até o gordo, saco uma das lâminas, e corto com precisão cirúrgica a alça de sua mochila, fazendo com o que caísse, mas antes de cair ao chão eu agarro e corro em direção contrária à eles. Olho para trás e vejo que eles nem notaram minha presença. Continuo correndo para a vila mas a tempestade estava muito forte, não conseguia me localizar, tinha muita areia em minhas roupas, tentei achar os cactos, mas percebi que estava perdido, e no deserto estar perdido é andar em círculos. Comecei a entrar em pânico, e se os dois me encontrarem? Tenho que me livrar da mochila. Mesmo no meio da tempestade abri a mochila e revirei ela do avesso e a única coisa que tinha era um cantil de madeira, chacoalhei e tinha água dentro... Nenhum documento, mapa, nada. Só um cantil. Na hora que saí da estalagem eles devem ter trocado de mochila e eu não vi, pois dei a volta no prédio. Merda! Passei um risco enorme para não dar em nada. Olho em volta, mas parece que a areia dançava em volta de mim, não via aqueles cactos característicos da vila, aliás mal se via o sol, a tempestade estava feia, meus olhos mesmo atrás do pano estavam sendo surrados pela areia. Tenho que encontrar algum lugar para descançar e esperar a tempestade passar. Ando devagar tentando ter um cuidado extra, quando vejo um grande poste, parecia ter dois metros de altura... O que aqui no deserto significa que o negócio é grande... Quando chego tem um acumulo de pedras que foram colocadas em volto de um poste, isso é um túmulo... no entanto é um lugar que a areia não encobriu. Me agarro ao túmulo, e fico ali. Parece que se passam dias, mas pela posição do sol só se passaram duas horas. Me levanto e parece que uma pequena duna foi formada a em cima de mim, me levanto sem muito esforço e logo vejo a minha volta, não estou muito longe da vila, mas desviei bem do caminho. Aquele tumulo parece que não foi improvisado, ele tem até uma placa, ela diz: AQUI JAZ O AVATAR. Na verdade quando terminei de ler a breve sentença fiquei em choque. Como o avatar morre e é enterrado no meio do nada, só poderia ser uma brincadeira, um truque. Mas em anos procurando no Reino da Terra, nunca tive ao menos uma pista dele, aquela era de longe o único avatar atual que já tive uma pista de ter chegado aqui. Com isso só me veio um pensamento, preciso saber se é verdade, se há um corpo nessa tumba improvisada, tenho de violar o descanso deste homem ou mulher. Alguns minutos se passaram e meus dedos já estavam cançados, resolvi usar a espada da tribo nortenha já que tinha uma área maior de metal para ajudar no serviço. Para minha surpresa a cova era rasa e quando cravo a espada na tampa do caixão simples sem adornos e com um estalo se desprega dos pregos já enferrujados pelo tempo na hora que começo a abrir, escuto não de muito longe. -É meu caro, você nos fez o procurarmos por um bom tempo. - Era uma voz um pouco estridente e nasalada, nunca tinha escutado, quando espio para fora da cova rasa percebo que a uns dez metros de mim se encontra o homem magro e o homem gordo ao lado dele. Meu estômago se aperta, parece que de alguma forma eles me encontraram, em um deserto! Rastreio no deserto sempre foi uma tarefa difícil ou quase impossível principalmente após uma tempestade, parece que eu os subestimei. Decidi me impor para não parecer intimidado. -E porque bons homens como vocês, estariam a procura de um bom homem como eu. O magro ri, e começa a gritar: -Você nem é um homem, é um garoto, e é pior, é ladrão de sepulturas e de homens bons como nós.- Termina com um sorriso malicioso amarelo, com o turbante não identificava seu cabelo, e possuía óculos, ao longe não se reparava nada de mais dele. Não sei como mas consegui sentir uma hostilidade muito grande dele, eles não estão para conversa. Decidi continuar impassível. -Como podem me acusar de roub... -Corta a conversa fiada garoto. - O gordo o interrompe, cuspindo as palavras. - Quero a mochila com o cantil de madeira, não sei como o pegou, mas sei que está com você. Putz, agora ferrou. O magro levanta uma das mãos. -Duas coisas... Primeira de quem é esse túmulo e por que está violando o, segundo... Quero que jogue o cantil para mim devagar. Não posso arriar agora estou tão perto de saber se realmente é o avatar quem jaz aqui, e porque um cantil de água é tão importante. -De acordo com a placa na frente do túmulo, é o túmulo do avatar, preciso saber se é realmente o avatar, já que acredito que somente ele pode por um fim aos planos de dominação mundial do Lorde Kham. O magro ainda com o braço levantado, olha para o gordo, que por sua vez limpa a testa com as costas da mão, alarga o cachecol em seu pescoço, e começa a gesticular. -O Kham? - ele ri. - Nem o avatar, nem ninguém consegue parar a vontade dele. E ele não vai parar somente com o mundo. -Shao Kham é um maldito mesmo.- Eu digo entre os dentes, começo a me mover e pego devagar o cantil, quando o gordo ri novamente. -Shao Kham, Shao é peixe pequeno, nesse jogo ele é só um peão, quero agora o que me pertence. Esse último comentário me fez parar com a espada na mão direita, e o cantil na mão esquerda... E a decisão, lutar e interrogar perguntando quem é o Kham que lídera a ponto de Shao, o Senhor do Fogo atual, aquele que lidera frota por todo o mundo para a dominação pura, ser peixe pequeno em um jogo muito maior. Então as palavras simplesmente saem da minha boca. -Quem é esse outro Kham?! O magro balança a cabeça em negação, ainda com a mão esquerda levantada diz: -Resposta errada ladrãozinho de merda.- E abaixa a mão esquerda, e em um movimento repentino homens de preto com grandes alabardas emergem do chão fazendo um círculo perfeito a nossa volta. São sete ao todo, e estão a quinze metros de distância. Rapidamente coloco o cantil dentro da blusa e saco a outra espada, mas se as coisas estavam ruins um último homem emerge a três metros de onde estou a minhas costas e corre em direção ao gordo e com uma saraivada de quatro golpes nocauteia o homem, era uma técnica de soco, pois eu consegui notar que o gordo caiu no chão agonizando primeiro antes de perder a consciência. E logo o último agressor misterioso se uni ao meu lado e diz: -Estou a procura do avatar por um motivo parecido, e você parece em desvantagem, se lutarmos juntos eles caem e nós sobrevivemos. - Com um movimento ele puxa o pano que cobria sua face revelando ser um homem moreno, com longos cabelos castanhos amarrados em trança até metade de suas costas, profundos olhos azuis, uma cicatriz de corte abaixo do lábio inferior esquerdo. Era da tribo da água. Ele saca uma katana, uma lâmina de aço de um metro e dez de altura e três centímetros de largura. Que normalmente é utilizada com duas mãos, mas os mais habilidosos usam somente uma mão. Ele assume a postura elevada com as pernas afastadas, características defensivas em estilos de armas. Inverto a lâmina da mão direita elevo a mão esquerda a altura do rosto e com a mão direita na altura da cintura mas posicionada a parte posterior a direita para proteger meu flanco e o do meu parceiro. Pois me posiciono exatamente atrás dele. -MATEM ELES!!! - Grita o magro. Os homens que emergiram da terra mergulham de novo girando agora com a espada a frente, não deixando rastro, enquanto o dobrador de areia, levanta um globo de areia em sua frente com as duas mãos e fica em postura de cavalo, o globo ocupa a frente dele, aproximadamente um terço dele, como nunca lutei contra um dobrador de areia aquilo tudo era novidade, mas uma coisa era óbvia, os homens que mergulharam na areia irão emergir bem abaixo de nós. Um segundo, parado como uma estátua esperando o ataque. Dois segundos, o sol escaldante do deserto castiga nossos corpos, pois agora percebo que o lenço que cobria minha face e meus cabelos caíram e estavam em meu pescoço. Três segundos, um barulho curto e longe de escavação se aproxima, o globo de areia parece maior na frente do magro, parece cobrí-lo por dois terços de sua frente. No quarto segundo areia explode a minha direita primeiro, e por baixo depois... e lâminas giratórias por fim... Mas a espera foi bem recompensada pulamos a esquerda e fugimos da primeira onda de ataque, com isso percebi que dois nos atacaram e faltavam mais cinco no chão. Quando levantamos para nos recompor, mais três explodiram a nossa esquerda, vi fios de cabelo do parceiro sendo cortado no último salto a trás, que nos separou quebrando a formação defensiva. Dois ainda no chão e muitos a nossa volta, sem tempo para pensar, uma rajada de areia acertei em cheio minha cara, parecia um soco arenoso, seguido de mais uma pancada na coxa esquerda para perceber que o magro estava disparando aquelas rajadas de areia do globo suspenso por ele mesmo. Agora escuto que os últimos dois explodem no chão perto do meu companheiro que parece em apuros com cinco homens a volta dele, ele é hábil com a espada se defende de um golpe superior, depois de outro frontal, mais outro golpe a esquerda com um único arco de movimento com sua própria, mas é chutado nas costas enquanto é cortado a direita. Enquanto isso os três remanescentes estão a minha volta enquanto observo o magro tomando fôlego para uma nova onda de ataques a minha frente. Sincronizando meus movimentos defensivos com um único ataque de oportunidade, o homem atrás de mim pisa fundo para investir em um ataque pulando por cima, o homem da direita prepara uma estocada em meu flanco, o da esquerda vai dar uma solada e o magro está ainda se concentrando aparentemente. Pulo para trás para o homem esbarrar com as pernas em mime errar o golpe, e assim desloco o ataque aéreo o tornando inútil, o homem cai a minha direita impedindo a estocada o homem que deu a solada no ar está indefeso e o outro está distraído, num ataque giratório pulo em direção ao magro mas me interpondo aos meus dois inimigos de lâminas em pé cortando o pescoço do direito e do esquerdo praticamente ao mesmo tempo em um final de giro para aumentar ao máximo da força nas pontas das lâminas, quando caio de joelho ao lado do primeiro atacante sinto que o magro começa a rajada. Mas rapidamente agarro o pescoço do último consciente no chão e o levanto em um impulso súbito para usá lo de escudo, e da certo ele recebe a rajada inteira no peito dos socos violentos de areia, mas isso não nocauteia o homem. Atrás de mim meu companheiro alerta. -Consigo lutar melhor contra esses dois seus do que esses três meus! Sem pensar eu lanço meu escudo humano a frente, pulo para trás. E vejo que o companheiro já estava passando por mim, estocando o escudo humano antes de ele cair. Enquanto os três atacantes atacavam sua retaguarda simultaneamente por cima, no meu pulo para trás dei um rolamento por baixo dos três, fazendo com que um caísse e levasse os outros dois e como eu já estava de pé novamente, e um estava ao meus pés, executei ele cravando a lâmina direita em seu peito, mas isso me deixou vulnerável e tive o braço cortado pelo atacante a direita, acabei soltando a espada direita no último cadáver. Dois homens de pé, ambos arfando e longos cortes pelo corpo, parece que o meu parceiro deu trabalho a eles. Meu estado é deplorável, minhas mãos estavam tremendo devido a força que se faz para pular, atacar, esperar, defender e atacar novamente, era absurda... Fazer tudo isso na areia e ainda por cima debaixo deste sol pecaminoso, era praticamente desumano. Eu soo, arfo, tentando levar o ar do meu pulmão para todas as extremidades do meu corpo. O sangue empapa minha camisa e parece que cortei o super cílio. Os dois caminhavam em minha direção visivelmente exaustos, então o da esquerda não esperou, ele pulou de forma anormal, muito alto, usando a dobra de areia para ajuda-lo. Fiquei parado observando ele atingir o ponto mais alto de seu pulo e começar a cair como uma flecha em minha direção. Enquanto isso o atacante no chão me ataca em um arco da esquerda para direita, desfere sua lâmina, mas de forma lenta, o que me faz colocar a lâmina esquerda em minha mão para bloquear este ataque, eu giro em meu próprio eixo dou uma cotovelada em seu nariz, desarmando meu algoz, rolo rapidamente para o lado, levanto na hora que vejo a onda de choque no chão de quando o último cai de seu super salto... Nos encaramos e o outro homem levanta com o nariz quebrado. Sem pensar muito salto em direção a eles gritando em fúria, desvio a lâmina que defendia o saltador e com a outra lâmina estoco ele atravessando a lâmina por todo o seu tórax. A tempo de ouvir o soluço seguido de tosse cuspindo sangue em meu ombro o lanço para o lado para ver o último correndo em disparada... fugindo. Com o alforje dele mesmo eu o lanço com toda força que resta ao meu braço direito em direção a sua cabeça, rachando seu crânio na metade. Me senti mal depois de ter feito isso, talvez ele não merecesse, já que estava seguindo ordens de alguém... Mas agora era tarde, e também não tinha como descansar, peguei minha espada cravada no peito de um dos atacantes e vi que meu companheiro ainda sofria com o magro e quando estava me aproximando, o magro deu três golpes seguidos na cabeça do companheiro fazendo ele se atordoar e se ajoelhar, quando ele se preparava e levantava mais pequenos globos de areia, chego a frente do homem que me ajudou até agora, em posição defensiva. O magro começa a socar cada globo de areia em minha direção, eu defendo cortando os seis globos disparados de uma só vez. Arfando mais forte ainda, vejo que estou quase em meu limite, o companheiro se levanta também precário ao meu lado. -Vamos fazer um golpe duplo pelos flancos, é nossa única chance. - Ele diz, todo dilacerado e mais cansado que eu, provavelmente lutou no gelo a vida toda, lutar no calor do deserto é muito mais desgastante. Ele assume uma forma de ataque com as duas mãos, eu viro a lâmina direita para a posição normal, e começamos a correr, o magro levanta uma onda de areia de meio metro de altura e dez metros de comprimento, pulamos no momento em que ela passa por nós, e atacamos os flancos dele em cheio deixando um profundo corte em sua coxa direita. E um corte duplo no ombro esquerdo descendo até a barriga. Mas antes de acabar ele vira em seu próprio eixo lançando uma onda de dois metros a sua frente, onde eu dou um pulo atrás, e evito o choque. Meu parceiro não contava com isso e foi nocauteado. O magro arrastando sua perna de forma deplorável era horrível, e estava vazando muito sangue de seus ferimentos, ele não duraria muito naquele estado. Decidi ir em direção a ele. Mas ele fica em uma estância rígida de pé, o que me assusta, mas só se levanta uma grande nuvem de poeira quando ergue os braços. Cubro meus olhos, e sei que ele fugiu, olho a minha volta e percebo a destruição feita, e que aparentemente demorou dez minutos no máximo essa batalha. Faço os primeiros socorros no homem que me salvou. Rasgo pedaços de tecido dele próprio e faço bons curativos que param os sangramentos. Depois vou até o gordo, onde ele tinha pulso, como imaginei ele só foi nocauteado, era uma boa técnica. Amarro suas mãos e seus pés. Sinto gosto azedo na boca. Olho para o chão e percebo que minhas mãos estão dormentes, e estou cambaleando, a perca de sangue e o calor excessivo, estão me deixando inconsciente. Me ajoelho, e não consigo erguer a cabeça, minha visão está entrando em túnel... e por fim parece que deitei nos braços da escuridão. • Sinto cheiro de suor. Meus olhos ainda estão pesados. Sinto cheiro de sangue, e um leve movimento... Começo a recobrar os sentidos devagar, estou sendo arrastado e estão me segurando pelo ombro, meus membros dóem um pouco, mas estão bem melhor, tento mover as pernas para me colocar de pé e levanto a cabeça. Só há um homem me levando, é o cara da tribo da água. Quando ele percebe que eu acordei, ele me larga e se põe de joelhos, eu caio no chão pois não consegui me equilibrar ainda, nós dois gememos de dor. Mas nos colocamos de pé. Reparo que estamos quase a frente do vilarejo, ele me arrastou por no mínimo dois quilômetros deserto a dentro. Caramba esse cara quer mesmo me ajudar. -Você é pesado em caraa, não parece, mais é. - Ele diz sem cerimônia. -Por que fez isso? - Ajudo ele a caminhar, mas ele faz sinal com as mãos dizendo que não precisava de ajuda para andar. Começamos a caminhar. -Não gosto da idéia de um homem lutando contra nove, isso é muito injusto. - Dá um sorriso cansado. -Ah, então nove contra dois foi bem melhor então? - Pergunto em tom irônico. -Você teve mais chance só, por acaso? - Ainda com um sorriso no rosto. É, ele tinha razão. -Ok, obrigado pela ajuda, e aquela conversa de encontrar o avatar? - Perguntei querendo não parecer tão infantil quanto imaginei. -Ah é, sim eu quero encontrar o avatar. - Entramos na vila. - Quero ajudá lo pois sei que sozinho será impossível resolver todos os conflitos. -Eu quero encontrá lo por um motivo parecido, e com uma pergunta, porque ele ou sua vida passada, nada fizeram para ajudar? - Dependendo da resposta, posso acabar fazendo algo para acabar com ele. -Essa pergunta merece no mínimo uma boa resposta, fique tranquilo aquele túmulo não era do avatar. Parei de andar e olhei com espanto para ele e seus longos cabelos em uma mistura de suor, sangue e areia estava horrível. Ele olha para trás levantando um papel me entregando o. -Encontrei isso dentro do túmulo antes de arrastar seu traseiro para cá. "Aqui é o único local onde os que vivem podem sentir o mundo a sua volta, mesmo de olhos fechados sabem o que está acontecendo, o lugar onde o macaco pula de galho em galho, onde termina de cair o ultimo floco de neve, onde vi o capitão em seu navio dizer adeus, nunca vou me esquecer de o porquê da cicatriz, os dois amantes finalmente se encontram escondidos debaixo das pedras. Assinado o Viajante" Não faz sentido algum. -Você entendeu o que está escrito? - Pergunto. -Sei ler, se é isso o que pergunta, mas não entendi o significado disso. - Começamos a retomar a caminhada. -Cara estamos juntos até agora e nos envolvemos em uma batalha insana de vida ou morte, sobrevivemos e caminhamos juntos, mas ainda não sei seu nome? - Não é educado perguntar o nome de um homem sem dizer o próprio. - Meu nome é Kizan. -Meu nome é Thullu. Para aonde estamos indo? -Para estalagem, Watashi é um bom amigo, deveremos encontrar um lugar para nos recompormos. Quando estamos a frente dela Watashi um homem de baixa estatura, cabelos ralos, pele castigada pela idade e pelo sol do deserto. Ele parece um pouco aflito. -Watashi. - Faço uma pequena reverência. - Algum problema de tomarmos um banho e comermos algo antes de partir? -Claro que não. - A voz rouca já conhecida. - Estou com um hóspede em pior estado que vocês, muito agressivo antes estava com um amigo gordo que se dizia ser o viajante, mas agora está muito ferido e sem o amigo. Olho para Thullu e ambos sorrimos. Thullu toma a frente. -Vamos ter uma pequena conversa com esse homem, onde ele se encontra? Watashi levanta as duas mãos em sinal de aflição e diz: -Por favor briga na estalagem não! Me aproximo e com calma eu digo: -Calma só precisamos conversar, onde ele está? Preciso que confie em mim. Watashi olha para os lados e os orienta sem dizer nada. Na porta do corredor do andar superior, ele nos entrega a chave, toca meu ombro e sai. Thullu põe a chave e rapidamente já abre a porta sacando a espada, antes de o magro se levantar dou uma solada em seu peito e ele cai no chão batendo com a cabeça violentamente, o deixando tonto. O quarto era pequeno com no máximo seis metros quadrados um pequeno guarda roupa a minha direita, duas camas afastadas em cada parede, e o magro entre elas ainda atordoado, Thullu fecha a porta e a tranca, ainda com a katana em punho. -Bom temos algumas perguntas e você vai nos responder, por bem. - Thullu aponta para mim. Ou por mal. - Levanta a espada. Senta na cama. Ele agora está no chão com curativos muito mal feitos, e de barriga para cima com as mãos acima do rosto. Tremendo muito. -Tudo bem. - Ele diz. -Ótimo. - Começo - O que tem no cantil? -Veneno. - Responde prontamente. -Muito bom, para quem? Ele faz uma pausa, Thullu passa a ponta de sua espada na virilha do homem, ele geme, e agora percebo que está chorando. O homem realmente teme por sua vida. -Para o general da tribo da água que comanda Omashu. -Muito bem. - Continuo, já estou com dó do pobre homem mas tenho que continuar. - Por que envenenar o homem? -É como Kham mandou. Somos assassinos contratados para voltar aqui em cinco dias e até lá deveríamos te lo envenenado e retornado a vila para receber o pagamento. Thullu afirma com a cabeça, e diz: -Tem mais alguma coisa a adicionar? O homem está aos prantos. -Sou um homem morto. Saímos do quarto e o deixamos chorando no chão. No final do corredor dois homens com uniformes militares do Reino de Omashu estavam ao pé da escada. Um deles diz: -Vimos vocês lutarem no deserto, gostariam de se unir a nossa força de elite para destronar o falso líder de Omashu? -Nossa que oportuno. - Diz Thullu com as sobrancelhas erguidas. - Claro, por que não, quando partimos? Escuta se um estrondo lá for a. -O que foi isso? - Pergunta Thullu. -Nação do fogo, esse barulho, eu conheço. - Olho pela janela da entrada e vejo uma equipe de vinte homens se aproximando. São equipes de busca e destruição, dá para saber pelo uniforme que cobrem seus rostos. - Temos que sair daqui. Você é dobrador de terra? Faço um túnel e saímos daqui pelo subterrâneo. -Não podemos, não somos dobradores de areia. Puta que o pariu, se nos acharem não teremos chance. Watashi diz: -Vão pelos fundos. - Ele corre, nos orientando, e o seguimos sem pensar. Quando chegamos ao outro lado. - Salve Omashu Kizan. -Tudo bem precisa de algo de lá? Ele faz uma cara de dúvida, mas logo sorri, ele entende que isso não é um adeus e sim um até logo. -Ervas medicinais. -Até velho amigo. - Me despeço com um sorriso. Enquanto corríamos uma equipe de cinco dobradores de fogo de fora da vila nos viu e iniciou a perseguição lançando rajadas de fogo que depois de alguns metros estavam ficando perigosamente perto. -Não vamos conseguir! - Eu digo. -Temos que ter um veículo de fuga! - Diz Thullu. -E temos ele está atrás da colina a frente, Alam precisamos de tempo para ligar a máquina, vou ficar e ganhar esse tempo. - Ele para se vira e lança quatro discos de pedra de seu cinto. -Espera, ele não pode... - Começo a desacelerar. Mas Thullu segura minha mão e me faz continuar correndo. -Não faça aquele homem perder sua vida em vão, ele disse que vai ganhar tempo para nós, VAMOS! Ele fala como um soldado. Eu continuo quando caímos nos deparamos com uma espécie de trem que tem rodas que se unem em uma espécie de esteira. Alan pula em cima abre uma comporta e entra, seguimos seu exemplo, Thullu foi o último que fecha a porta depois de entrar. Passam se dez segundos com Alan na cabine de comando ele volta e diz: -Não está ligando. -Isso é a vapor? - Eu pergunto? -Sim. - Ele olha intrigado. Vou correndo olhando os canos, para cair na sala de máquinas. Por fim começo a analisar, para ver se o carvão está aceso. Estava. Olho os mostradores de pressão. Um pouco alto. Uma explosão lá fora indica que o tempo que o amigo de Alan deu se acabou. A estrutura metálica treme mas não cede. Abro a fornalha, e os portões do inferno abriram juntos com todo aquele calor. Mas um estrondo. Escuto Thullu gritando que estamos cercados. E vejo que há areia nas tubulações impedindo que o calor saia da fornalha, com o auxílio de um espeto desentupo as saídas e grito: -VAI!!! Três segundos e a máquina toda vibrava com vida, e o monstro de aço da partida, nos levando para longe do vilarejo e em direção a Omashu. Exausto vou a parte anterior do carro onde Thullu observa pela janela lateral. Quando me deito no banco ele olha para mim e diz: -Bom trabalho. E mergulho em sono profundo.