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“TORRENTES DE LUZ”:
A HISTÓRIA DO PRIMEIRO PERIÓDICO ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
©Ecco| Fotolia
Por Gerson Rodrigues
FOCO NA PESSOA 6
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HISTÓRIA DA MISSÃO
D
esde os primórdios do movimento adventista moderno na América do Norte, as publicações
têm sido uma das principais ferramentas para a disseminação da mensagem. Esse método
era de grande valia, pois a obra publicada chegava a lugares onde nem sempre havia um
pregador disponível. Além do mais, com a mensagem impressa, o leitor tinha tempo para ler
os artigos quantas vezes fossem necessárias, comparar os argumentos apresentados com as
Escrituras e tomar uma decisão consciente a favor da verdade.
Numa sociedade que vivia sob o fermento de um grande despertar religioso, as publicações eram um
importante meio usado pelos movimentos religiosos do século XIX na América do Norte1. Conforme apontado por George Knight, “os adventistas sabatistas (que se denominaram adventistas do sétimo dia em
1860) encontram suas raízes em movimentos religiosos nos quais publicações periódicas tinham um papel
dominante”2. Tanto os crentes da Conexão Cristã
(denominação de onde vieram José Bates e Tiago
White), quanto o movimento milerita utilizavam as
publicações para a disseminação de suas crenças.3
O Grande Desapontamento de outubro de 1844 deixou o movimento milerita desencorajado e confuso. Alguns rejeitaram o cronograma profético, tão claramente exposto na Bíblia para o período das 2300 tardes e
manhãs. Dentre esses, alguns retornaram às suas antigas denominações, enquanto outros iniciaram novas
denominações. Contudo, essas não cresceram como
esperado pelo fato de que não tinham base profética,
eram apenas mais uma denominação entre tantas. Outros passaram a acreditar que Jesus tinha vindo no dia
22 de outubro de 1844, mas em forma espiritual. Devido à impossibilidade de manter sua doutrina biblicamente, esse grupo se afundou em fanatismo religioso
e distanciamento da pura verdade bíblica.4
No entanto, alguns tomaram tempo para procurar entender o que realmente tinha ocorrido como
cumprimento da profecia de Daniel 8:14. Pessoas
em diversos lugares no nordeste dos Estados Unidos começaram a descobrir que havia algumas doutrinas bíblicas pregadas pelos apóstolos que simplesmente tinham sido obscurecidas e esquecidas
pelos cristãos durante séculos. Reconhecendo que a
Bíblia é a única regra de fé e prática, eles iniciaram
um extenso e intenso estudo das Escrituras. Esse
estudo aplicado e perseverante levou-os a entende-
rem doutrinas como o ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial; a obediência à Lei de Deus
(a qual inclui a santificação do sétimo dia, o sábado)
como um fruto da salvação em Jesus; o estado inconsciente do ser humano na morte; o dom profético como uma característica da igreja remanescente
(isso ficou evidenciado no ministério de Ellen White)
e a pregação das três mensagens angélicas como o
último apelo de Deus para a humanidade.5
Por volta de 1848, esse grupo, que ficou conhecido inicialmente como os “adventistas sabatistas”
estava em acordo nessas doutrinas distintivas.
Elas eram os “pilares” da sua identidade, que os
distinguiam dos outros mileritas e de outras denominações cristãs em geral. Os adventistas sabatistas, portanto, determinaram-se a proclamar essa
mensagem. Isso era um dever.
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Entretanto, esse grupo de pioneiros não residia na mesma cidade
ou estado, e nem tinha muitos recursos financeiros. Mas, reconhecendo a necessidade de pregar a mensagem, começaram a ter encontros periódicos em diferentes localidades. Também começaram timidamente, de acordo com os recursos disponíveis, a publicar artigos6,
folhetos7, panfletos8 e pequenos livros9. Esse material era produzido
em pequena escala (cerca de 250 cópias por panfleto). As publicações
eram importantes na mente destes pioneiros. Os temas poderiam ser
estudados com mais propriedade através do material impresso. Tanto
José Bates, em Massachusetts, quanto o jovem John Andrews, no Maine, foram influenciados a aceitar o sábado através da leitura de um artigo e um panfleto escrito por Thomas Preble, em 1845.10 Logo, Bates
começou a publicar sobre o sábado. A mensagem bíblica apresentada
em um desses livretos influenciou o casal White a abraçar a doutrina.11
Reconhecendo a necessidade de divulgar as verdades bíblicas, os
adventistas sabatistas dialogavam sobre qual era a melhor e mais eficiente maneira de propagar a verdade bíblica. Sem uma definição, eles
decidiram orar e pedir a orientação de Deus sobre o assunto.12 Aos
olhos humanos, o futuro não parecia muito promissor, pois eles eram
“poucos em número, destituídos de
fortuna, sem sabedoria ou honras
mundanas”. Porém, este movimento se fortalecia, pois eles tinham
uma fé inabalável “em Deus”, que
os fazia “fortes e bem-sucedidos”.13
Numa reunião efetuada em
Dorchester, Massachusetts, em novembro de 1848, Ellen White teve
uma visão muito significativa no
que se refere ao “dever dos irmãos
de publicar a luz que resplandecia
em nosso [adventistas sabatistas]
caminho”.14
“eu me senti sobrecarregado
com o dever de escrever e publicar a verdade presente para o
rebanho disperso; mas até agora o caminho não esteve aberto
para eu começar o trabalho”17.
No entanto, enquanto Tiago se
via impossibilitado de trabalhar
no periódico, a oposição contra a
mensagem do sábado “ia se firmando com mais força, e a batalha crescendo”18.
Em abril de 1849, a família
de Albert Belden convidou Tiago
e Ellen para residirem em sua
casa, em Rocky Hill, Connecticut,
e foi durante este período que
Tiago publicou os primeiros quatro números do The Present Truth
(A Verdade Presente). Mas, isso
não aconteceu de maneira simples. Ellen White descreve esses
momentos da seguinte forma:
Depois da visão, ela disse ao seu esposo, Tiago White:
Tenho uma mensagem para você. Você deve começar
a publicar um pequeno jornal e enviá-lo ao povo.
Que seja pequeno a princípio, mas, quando as pessoas
o lerem, mandarão recursos para imprimi-lo, e será um
sucesso desde o início. A partir desse pequeno
começo, foi-me mostrado ser como torrentes
de luz que circundam o mundo.15
A mensagem era clara, a ordem era uma resposta às suas orações, mas os desafios eram enormes. A profecia de que este empreendimento humilde iluminaria o mundo era “impressionante para ser
apresentada a um punhado de pioneiros dominados pela pobreza”16.
A falta de recursos, saúde e tempo fez com que o plano de escrever um periódico regular fosse adiado. “Por meses”, escreveu Tiago,
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No verão de 1849, meu
esposo ficou profundamente
convencido de que havia chegado o tempo de ele escrever
e publicar a verdade presente.
Decidindo-se a fazer isso,
sentiu-se bastante animado e
abençoado. Porém, de novo
iria ficar em dúvida
e perplexidade,
pois estava
sem dinheiro.19
Quando eles mudaram para a casa da família Belden, Ellen estava grávida de seis meses de seu
segundo filho, que viria a nascer no mesmo mês da publicação do jornal, em julho de 1849.
Sem recursos financeiros, “quase sem amigos”, sem casa nem “qualquer tipo de bens para fins
domésticos”, sendo “dependente de alguns amigos em circunstâncias bastante humildes para um
abrigo e para as necessidades da vida”,20 Tiago “desanimado, [...] desistiu e foi procurar um campo
de feno para trabalhar na colheita”.21
“Quando ele saiu de casa”, Ellen continua:
Senti um grande peso me afligindo, e desmaiei. Fizeram-se orações por mim, e Deus me abençoou,
tomando-me em visão. Vi que o Senhor havia abençoado e fortalecido meu esposo para trabalhar no
campo um ano antes. Vi que ele tinha empregado corretamente os recursos ganhos ali, e teria
cem vezes mais nesta vida e, se fosse fiel, uma recompensa preciosa no reino de Deus. Vi
que o Senhor não lhe daria agora forças para trabalhar no campo, pois Ele lhe destinava
outro trabalho e, caso se aventurasse a ir ao campo, seria enfraquecido pela doença,
pois o que devia fazer era escrever, escrever, escrever e andar pela fé.22
Sob circunstâncias “das mais desfavoráveis e
destituído de meios”23, porém, “sobrecarregado
com um senso de dever para entrar no campo em
defesa da verdade”, Tiago, imediatamente iniciou
a obra de escrever e publicar o periódico.24 Usando toda a sua biblioteca, “incluindo uma Bíblia de
bolso, uma concordância condensada de Cruden, e
um velho dicionário Walker”, Tiago sentou-se para
escrever “cada palavra” desse primeiro número.25
Quando se deparava com “alguma passagem difícil”, ele e Ellen se uniam “em oração a Deus, suplicando a compreensão do verdadeiro sentido de
Sua Palavra”.26
Com os artigos prontos para serem publicados,
mas sem dinheiro, Tiago teve que procurar, e conseguiu encontrar, um impressor que concordasse
em imprimir a prazo as cópias dos jornais.27 As responsabilidades de Tiago em escrever, corrigir, enviar um jornal e caminhar a distância de cerca de
treze quilômetros até a gráfica, “duas ou três vezes
cada semana”, tornou aquele verão o mais difícil
em termos de trabalho dentre todos os outros.28
O esforço, porém, foi abençoado e gratificante.
Finalmente, num dia de julho de 1849, Tiago “tomou
emprestado do irmão Belden o cavalo e o carro”, e
trouxe para casa 1000 exemplares do primeiro número do primeiro periódico regular dos adventistas
do sétimo dia. O jornal foi intitulado, baseado em 2
Pedro 1:12, de The Present Truth (A Verdade Presente). Ellen White descreve esse momento com
muita emoção:
As preciosas páginas impressas foram trazidas para casa e postas no chão, e então um
pequeno grupo de interessados se reuniu ali.
Ajoelhamos ao redor dos jornais e,
com coração humilde e muitas
lágrimas, suplicamos ao Senhor
que derramasse Sua bênção
sobre aqueles mensageiros
da verdade.29
Logo depois iniciaram o trabalho de dobrar, embrulhar, e endereçar os jornais. Tiago então “os pôs
numa sacola e, a pé, os levou ao correio de Middletown”30, e de lá enviou gratuitamente este primeiro
número para todos os que eles tinham “esperança
de que lessem”.31 Sendo que a América do Norte vivia sob uma forte influência do cristianismo,32 Tiago White não via a necessidade de escrever sobre
doutrinas comuns à comunidade cristã, mas, sim,
enfatizar a doutrina do sábado, como uma “verdade
presente” e “aplicável” aos que vivem “diante do
fim do tempo”.33
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Assim teve início oficialmente o ministério de publicações dos adventistas do sétimo dia.34 Eram dados os primeiros passos para solidificar um ministério mundial de pregação da mensagem através da página
impressa. Assim que o primeiro número foi enviado, alguns leitores começaram a enviar recursos e, em setembro de 1849, Tiago pôde quitar o
pagamento dos quatro primeiros números, no valor de $64,50 dólares.35
“Com muito prazer” Tiago olhava para trás e lembrava das vitórias
em meio aos desafios que ele e Ellen enfrentaram em 1849. “Desprovido de meios”, afirmou Tiago, “a nossa esperança de sucesso estava
em Deus, enquanto nós devíamos seguir adiante e trabalhar sobre o
plano de estrita economia”.36
A importância dessa inciativa vai além do que as palavras podem
traduzir. Em pouco tempo, as cartas começaram a chegar com as boas
novas de que muitos estavam conhecendo e aceitando a verdade das
três mensagens angélicas (Ap. 14). Definitivamente, a impressão e o
envio de literatura adventista sabatista, a partir de 1849, resultou no
crescimento numérico e saudável do movimento. Com cerca de 100
adventistas sabatistas em 1849,37 Tiago regozijava-se em poder afirmar em 1852, que “centenas tinham abraçado a verdade presente”. No
nordeste dos Estados Unidos, ele calculava perto de 1000 adventistas
guardadores do sábado, “várias centenas nos estados do oeste” americano e um “bom número” no Canadá.38
O trabalho de imprimir literatura continuou. Mesmo com as dificuldades, eles entenderam que essa era uma missão, e não apenas uma
aventura. Entre julho de 1849 e novembro de 1850, Tiago publicou onze
números de A Verdade Presente. Devido à instabilidade financeira e à
própria necessidade da família White visitar o povo adventista e pregar a
mensagem, Tiago e Ellen viviam uma vida um tanto quanto nômade, e “o
jornal, de vez em quando, era transferido de um lugar para outro”.39 Os
primeiros quatro números foram impressos em Middletown, Connecticut,
os outros seis em Oswego, New York, e o último em Paris, Maine.
Em 1850, Tiago lançou a Advent Review (Revista do Advento), uma
revista que ele usou para reeditar muitos dos artigos mileritas, tendo
como objetivo mostrar aos mileritas que assim como Deus tinha dirigido o movimento na pregação da primeira e segunda mensagens
angélicas, Ele também estava guiando um povo na propagação da terceira mensagem de Apocalipse 14. Em novembro de 1850, Tiago uniu
os dois primeiros periódicos e o intitulou de Second Advent Review,
and Sabbath Herald (Revista do Segundo Advento e Arauto do Sábado),
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que ficou conhecido por Review
and Herald, e anos depois foi intitulado de Adventist Review (Revista Adventista). Os primeiros
exemplares também foram publicados em diferentes cidades
(Paris, Maine, de 1850 a junho
de1851 e Saratoga Springs, New
York, de julho 1851 a março de
1852), até que os White se mudaram para Rochester, New York,
em abril de 1852, e finalmente
se estabeleceram em Battle Creek, Michigan, em novembro de
1855.40 A estabilidade adquirida
inicialmente em Rochester e a
compra da primeira impressora
em 1852, marcaram uma “nova
e importante época” para o adventismo sabatista.41 “A revista”,
escreveu Bill Knott, “rapidamente se tornou o elo entre os adventistas guardadores do sábado
espalhados ao longo do nordeste
dos Estados Unidos”.42
Atualmente, a Revista Adventista é publicada localmente em
vários países.43 Em 2005, a Igreja
Adventista começou a publicar a
Revista Adventist World, que rapidamente se tornou uma das
revistas religiosas de maior circulação no mundo cristão, com
1.500.000 cópias impressas por
mês, em 7 línguas e disponível
online em 12 línguas, distribuída
sem custo algum em mais de 140
países.44 A Igreja Adventista do
Sétimo Dia administra mais de 60
casas publicadoras ao redor do
mundo, publicando em 366 línguas e dialetos, e pregando em
mais de 900 deles, em mais de
200 países.45 Deus seja louvado
por este abençoado progresso.
Nitidamente, Deus cumpriu, e
continua dando evidências deste
cumprimento nos dias atuais da
promessa dada através da profecia apresentada a Ellen White em
1848, de que “a partir desse pequeno começo”, o ministério de publicações se tornaria “como torrentes
de luz que circundam o mundo”.46
A VERDADE PRESENTE.
PUBLICADO BIMENSALMENTE—POR TIAGO WHITE
Vol 1.
MIDDlEToWN, CoNN, JUlHo, 1849.
No. 1.
“O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.”—Sl. xxv. 14.
“PORTANTO, eu não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que as
saibais, e estejais confirmados na VERDADE
PRESENTE”. 2 Pd. i: 12
É através da verdade que as almas são santificadas e preparadas para entrar no reino eterno. A obediência à verdade nos matará para este
mundo, para que possamos ser vivificados, pela
fé em Jesus. “Santifica-os na tua verdade; a tua
palavra é a verdade”; João xvii: 17. Esta foi a
oração de Jesus. “Não tenho maior alegria do
que ouvir que meus filhos andam na verdade”,
3 João iv.
O erro escurece e aprisiona a mente, mas a
verdade traz consigo liberdade, e dá luz e vida.
A verdadeira caridade, ou AMOR, “regozija-se
com a verdade”; 1 Cor. xiii: 6. “Tua lei é a verdade.” Sl. cxix: 142.
Davi, descrevendo o dia da matança, quando a
peste andará em trevas, e resíduos de destruição
ao meio-dia, de modo que, “Mil cairão ao teu
lado e dez mil à tua mão direita”, diz—
“Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo
das suas asas estarás protegido. A sua VERDADE será o teu escudo e BROQUEL.” Sl. xci: 4.
A tempestade está vindo. Guerra, fome e peste
já estão no campo da matança. Agora é o tempo,
o único tempo de procurar um abrigo na verdade
do Deus vivo.
Na época de Pedro havia verdade presente, ou verdade aplicável àquele tempo. A Igreja
sempre teve uma verdade presente. A verdade
presente agora é o que mostra o dever presente e
a posição correta para nós, que estamos prestes
a testemunhar o tempo de angústia como nunca
houve. A verdade presente deve ser muitas vezes
repetida, mesmo para aqueles que estão estabelecidos na mesma. Isto era necessário no dia dos
apóstolos, e certamente não é menos importante
para nós, que estamos vivendo diante do fim do
tempo.
Por meses eu me senti sobrecarregado com o dever de escrever e publicar a
verdade presente para o rebanho disperso;
mas até agora o caminho não esteve aberto para eu começar o trabalho. Eu tremo ao
ouvir a palavra do Senhor, e a importância
deste tempo. O que é feito para espalhar a verdade deve ser feito rapidamente. Os quatro Anjos
estão mantendo as nações iradas sob controle,
mas apenas por alguns dias, até que os santos sejam selados; então as nações se apressarão, como
rugem as muitas águas. Então será tarde demais
para propagar às preciosas almas a presente salvação, verdades vivas da Bíblia Sagrada. O meu
espírito se compadece do remanescente disperso.
Que Deus os ajude a receber a verdade, e serem
estabelecidos na mesma. Que eles se apressem a
se abrigar debaixo da “proteção do Deus Todo-Poderoso”, é a minha oração.
O Sábado Semanal Instituído na
Criação, e não no Sinai.
“E no sétimo dia DEUS acabou seu trabalho
que ele tinha feito, e descansou no sétimo dia
de toda a obra que fizera. E abençoou DEUS o
sétimo dia, e o santificou: porque nele descansou
de toda a sua obra que DEUS criara e fizera.” Gn.
ii: 2,3.
Aqui, Deus instituiu o descanso semanal ou
sábado. Era o sétimo dia. Ele ABENÇOOU e
SANTIFICOU aquele dia da semana, e nenhum
outro; portanto, o sétimo dia, e nenhum outro dia
da semana, é santo, tempo santificado.
DEUS deu a razão pela qual ele abençoou e
santificou o sétimo dia. “Porque nele descansou
de toda a sua obra que DEUS criara e fizera.” Ele
descansou, e deu o exemplo para o homem. Ele
abençoou e separou o sétimo dia para o homem
descansar de seu trabalho, e seguir o exemplo do
seu Criador. O Senhor do sábado disse, Marcos
ii: 27, “O sábado foi feito para o homem.” Não
para o judeu apenas, mas para o HOMEM, em
seu sentido mais amplo; o que significa toda a
humanidade. A palavra homem neste texto tem
o mesmo significado nos textos a seguir. “O
homem, nascido da mulher, é de poucos dias e
cheio de inquietação”. Jó xiv: 1. “O homem se
deita e não se levanta, até que não haja mais os
céus”. Jó xiv: 12.
Ninguém vai dizer que o homem, aqui, significa
“Nota dos tradutores: Buscou-se manter o estilo do autor e a linguagem de sua época até o ponto em que isto não afetasse a compreensão do texto ao leitor
moderno. Em geral, conservou-se a pontuação do texto original, ainda que, em alguns casos, ela destoasse da norma. Além disso, algumas frases podem não
parecer absolutamente claras se tomadas isoladamente, porém poderão ser mais bem compreendidas se analisadas segundo o contexto em que estão inseridas.
Em comemoração a esta história de milagre, foi traduzido ao português o primeiro número de oito páginas do periódico The Present Truth.47 Tiago era um escritor
prolífico, de um raciocínio lógico e equilibrado. Seus artigos apresentados neste primeiro número têm resistido ao tempo e falam a nós com autoridade bíblica e poder
convincente, mesmo para os leitores do século XXI, aqueles que estão “vivendo diante do fim do tempo”.
“O meu espírito se compadece do remanescente disperso. Que Deus os ajude a
receber a verdade, e serem estabelecidos na mesma.” (J. White, Present Truth, p. 1;
Life Incidents, 292).
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1 HANDY, Robert T. The Protestant Quest for a Christian America, em American Church History: A Reader, ed. Henry Warner
Bowden e P. C. Kemeny, Nashville: Abingdon Press, 1998, p. 51; CROSS, Whitney R. The Burned-over District: The Social and
Intellectual History of Enthusiastic Religion in Western New York. 1800-1850, Ithaca, NY: Cornell University Press, 1950, pp.
103-109; PINHEIRO, Paulo Roberto. “Torrentes de Luz” Celebram 160 Anos, Revista Adventista, julho de 2009, pp. 12-13.
2 KNIGHT, George R. Historical Introduction, em Earliest Seventh-day Adventist Periodicals, Adventist Classic Library, Berrien
Springs, MI: Andrews University Press, 2005, p. vii.
3 Sobre a liderança de Joshua Himes, os mileritas chegaram a ter cerca de 40 periódicos por volta de 1843–1844. (TIMM, Alberto
R. O Santuário e as Três Mensagens Angélicas: Fatores Integrativos no Desenvolvimento das Doutrinas Adventistas. 2a
ed. rev. Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 1999, pp. 18-19). Num geral, estima-se que os mileritas
chegaram a produzir, entre jornais, livretos, panfletos, etc., cerca de 4 milhões de peças de literatura entre 1839-1844. (HATCH,
Nathan. The Democratization of American Christianity. New Haven: Yale University Press, 1991, p. 142.
4 KNIGHT, George R. Millennial Fever and the End of the World: A Study of the Millerite Adventism. Boise, ID: Pacific Press,
1993, pp. 245–293; Idem. William Miller and the Rise of Adventism. Nampa, ID: Pacific Press, 2010, pp. 209–250.
5 Cf. FROOM, LeRoy Edwin. The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical Development of Prophetic Interpretation.
Washington, DC: Review and Herald, 1954, vol. 4, pp. 1030–1048; SCHWARZ, Richard W. e GREENLEAF, Floyd. Portadores
de Luz: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, pp. 56–67.
6 E.g., J. White, “Letter from Bro. White”, Day-Star, 6 de setembro de 1845, pp. 17–18; idem, “Dear Bro. Jacobs”, Day-Star, 20
de setembro de 1845, pp. 24, 26; Ellen G. Harmon, “A Letter from Sister Harmon”, Day-Star, 24 de janeiro de 1846, pp. 31–32.
7 E.g., HARMON, Ellen G., To the Little Remnant Scattered Abroad. Portland, (ME: James White), 6 de abril de 1846 (re-impressão
de HARMON. Letter from Sister Harmon. Day-Star, 24 de janeiro de 1846, pp. 31-32; ibid., 14 de março de 1846, pp. 7-8);
Idem. Dear Bro. Bates, em A Vision. Fairhaven, MA: Joseph Bates, 7 de abril de 1847; Idem. To Those Who Are Receiving the
Seal of the Living God. 31 de janeiro de 1849.
8 WHITE, James; WHITE, Ellen G. e BATES, Joseph. A Word to the “Little Flock”. Gorham, ME: James White, 1847. Esta foi a
primeira publicação conjunta dos três líderes do movimento adventista sabatista, e a partir dessa data (maio 1847) eles passaram a ter uma presença mais visível, como um movimento que defendia e pregava doutrinas distintivas, estavam sólidos
numa mensagem com fundação teológica e prontos para evangelizar os outros mileritas.
9 E.g., BATES, Joseph. The Opening Heavens: or, A Connected View of the Testimony of the Prophets and Apostles, Concerning the Opening Heavens, Compared with Astronomical Observations, and of the Present and Future Location of the New
Jerusalem, the Paradise of God. New Bedford, (MA): Benjamin Lindsey, 1846; Idem, The Seventh Day Sabbath: A Perpetual
Sign from the Beginning to the Entering into the Gates of the Holy City According to the Commandment. New Bedford:
Benjamin Lindsey, 1846; Ibid., rev. e ampl. (1847); Idem, Second Advent Way Marks and High Heaps: or a Connected View
of the Fulfilment of Prophecy, by God’s Peculiar People, from the Year 1840-1847. New Bedford, (MA): Benjamin Lindsey,
1847; Idem. A Seal of the Living God. A Hundred Forty-Four Thousand, of the Servants of God Being Sealed, in 1849. New
Bedford, (MA): Benjamin Lindsey, 1849.
10 Thomas M. Preble publicou um artigo sobre o sábado no Hope of Israel, Portland, Maine, em 28 de fevereiro de 1845, e
logo depois publicou Tract, Showing That the Seventh Day Should Be Observed as the Sabbath, Instead of the First Day;
“According to the Commandment” (Nashua, NH: Murray & Kimball, 1845); Joseph Bates, The Seventh Day Sabbath (1846),
pp. 40–41; ibid., 2nd ed. (1847), p. 96; Schwarz e Greenleaf, Portadores de Luz, p. 57.
11 WHITE, James. Life Incidents in Connection with the Great Advent Movement, as Illustrated by the Three Angels of Revelation XIV. Battle Creek, MI: Steam Press, 1868, p. 269.
12 BATES, Joseph. A Seal of the Living God. 1849, p. 24.
13 WHITE, Ellen G. Testemunhos para a Igreja. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004, vol. 5, p. 534.
14 WHITE, Ellen G. Vida e Ensinos: A Trajetória de Uma Mulher de Visão. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014, p. 95.
15 WHITE, Ellen G. Vida e Ensinos. p. 95.
16 MAXWELL, C. Mervyn. História do Adventismo. Santo André: Casa Publicadora Brasileira, 1982, p. 101.
17 WHITE, James. Present Truth (Verdade Presente). p. 1.
18 WHITE, James. Life Incidents. p. 290.
19 WHITE, Ellen. Vida e Ensinos. p. 95.
20 SMITH, Uriah. Defense of Eld. James White and Wife: Vindication of Their Moral and Christian Character. Battle Creek,
MI: Steam Press, 1870, p. 2.
21 WHITE, Ellen. Vida e Ensinos. p. 95.
22 WHITE, Ellen. Vida e Ensinos. p. 95.
23 WHITE, James. A Brief Sketch of the Past, Review and Herald, 6 de maio de 1852, p. 5.
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24 WHITE, James. Life Incidents. p. 290.
25 James White, “Union Is Strength”, Review and Herald, 17 de junho de 1880, p. 393; cf. James White, “Present and Future,”
Review and Herald, 23 de setembro de 1880, p. 216.
26 WHITE, Ellen. Vida e Ensinos. p. 95.
27 SCHWARZ e GREENLEAF. Portadores de Luz. p. 72.
28 James White to Beloved Bro. and Sister Collins, Dorchester, MA, 8 de setembro de 1849, p. 1.
29 WHITE, Ellen G. Vida e Ensinos. p. 96.
30 Idem.
31 WHITE, James. The Cause, Review and Herald, 23 de julho de 1857, p. 93; WHITE, Ellen. Vida e Ensinos. p. 96.
32 RODRIGUES, Gerson. The United States in the First Half of the Nineteenth Century: The Religious Context for the Adventist
Movement, em The Book and the Student—Theological Education as Mission: A Festschrift Honoring José Carlos Ramos,
ed Wagner Kuhn. Berrien Springs, MI: Department of World Mission, Seventh-day Adventist Theological Seminary, Andrews
University, 2012, pp. 265–287.
33 WHITE, James. Present Truth (Verdade Presente). p. 1.
34 Seventh-day Adventist Encyclopedia (Hagerstown, MD: Review & Herald, 1996), s.v. “Review and Herald Publishing Association;” s.v. “Adventist Review”; William G. Johnsson, “Nossas Raízes e Missão”, Adventist World Website http://portuguese.
adventistworld.org/index.php?option=com_content&view=article&id=16 (acessado em 23 de setembro de 2015).
35 WHITE, James. The Paper, Present Truth. Dezembro de 1849, p. 47.
36 WHITE, James. Union Is Strength. Review and Herald, 17 de junho de 1880, p. 393.
37 WHITE, James. The Cause. Review and Herald, 23 de julho de 1857, p. 93.
38 WHITE, James. A Brief Sketch of the Past, Review and Herald, 6 de maio de 1852, p. 5.
39 WHITE, Ellen. Vida e Ensinos, p. 96.
40 Seventh-day Adventist Encyclopedia, s.v. “Adventist Review”; William C. White, “Sketches and Memories of James and
Ellen G. White, XIV—Beginnings in Rochester”, Review and Herald, 13 de junho de 1935, pp. 9-11; J. W[hite], “New Subscribers,” Review and Herald, 4 de dezembro de 1855, p. 80; Ron Graybill, “The Whites Come to Battle Creek: A Turning Point
in Adventist History”, Adventist Heritage 15, no. 2 (outono, 1992), pp. 25-29.
41 WHITE, James. Life Incidents, p. 293. Tiago fez um apelo para que eles adquirissem o próprio prelo, pois diminuiria o custo,
e além do mais era “desagradável e inconveniente” ter a literatura adventista sendo impressa, às vezes, até aos sábados,
por não guardadores do sábado (James White, “The Paper”, Review and Herald, 17 de fevereiro de 1852, p. 96; cf. [James
White], “The Review and Herald”, Review and Herald, March 2, 1852, 104).
42 KNOTT, Bill. E Houve Luz: Uma Visão, Uma Missão e a História desta Revista, Adventist World. Novembro 2008, p. 18;
KNIGHT, George R. Uma Igreja Mundial: Breve História dos Adventistas do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Adventista, 2000, p. 56.
43 GUARDA, Márcio Dias. As Congêneres da Revista Adventista, Revista Adventista, janeiro de 2006, p. 15.
44 “Adventist Review/Adventist World”; Disponível em http://www.adventist.org/world-church/general-conference/departments/
(acessado em 16 de setembro de 2015).
45 Seventh-day Adventist Church. 2015 Annual Statistical Report. pp. 7, 79, 87.
46 WHITE, Ellen. Vida e Ensinos. p. 95.
47 Tradução feita por Adenilton Aguiar e Gerson Rodrigues, professores do SALT–IAENE.
GERSON RODRIGUES
O pastor Gerson Rodrigues é professor de História do Adventismo no SALT-IAENE, e
diretor do Centro de Pesquisas Ellen G. White em Cachoeira, BA. É bacharel em
Teologia e mestre em Divindade pela Andrews University. Foi pastor em New York.
De 2008 a 2010 foi professor das disciplinas Heranaça Adventisa e História da Igreja
Adventista no Seminário Teológico da Andrews University.
Atualmente, esta concluindo o Ph.D. em História do Adventismo na Andrews University. É casado com Irlacy Rodrigues, com quem tem três filhos, Michael, Daniel,
e Stephen.
FOCO NA PESSOA 13
www.foconapessoa.org.br

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