hemorio – protocolo terapêutico de anemia de doença crônica

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hemorio – protocolo terapêutico de anemia de doença crônica
HEMORIO – PROTOCOLO TERAPÊUTICO DE ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA - 2011
1. Introdução:
Anemia e Doença Crônica (ADC) ou de Inflamação é uma condição na qual a anemia
é causada por uma redução da liberação de ferro da reserva para a eritropoiese,
resultante de uma série de reações que se inicia pela liberação de citocinas que
alteram a homeostasia do ferro, reduzem a produção de eritropoietina e de
progenitores eritróides. As principais causas de ADC são:
PRINCIPAIS CAUSAS DE ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA
INFECÇÕES / INFLAMAÇÕES
Tuberculose, endocardite, osteomielite, HIV,
AGUDAS E CRÔNICAS
etc.
NEOPLASIAS
tumores sólidos, hematológicas
artrite reumatóide, LES, vasculites,
AUTO IMUNE
sarcoidose, doença inflamatória intestinal
TRANSPLANTE
rejeição crônica em órgãos
INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA
2. Achados Laboratoriais mais frequentemente encontrados em ADC em
comparação com a anemia ferropriva:
Anemia de Dça Crônica
Deficiência Funcional
de ferro
Anemia Ferropriva
Deficiência Absoluta
de ferro
FERRITINA
↑/N
↓
CTLT
↓
↑↑
N
↓
↑
N
N
↑↑
N
↓↓
Capacidade total de ligação do ferro
IST
Índice de saturação da transferrina
PTC-R
Proteína C Reativa
RDW
Índice de anisocitose de hemácias
VGM
Volume Globular Médio
3. Conduta:
3.1 – Quando tratar: Apenas cerca de 20% a 30% dos pacientes requerem
tratamento específico para a anemia. A grande maioria ou tem anemia leve a
moderada que melhora com o tratamento da doença de base. Assim sendo, além de
tratar a causa de base da anemia, a seqüência a ser adotada é:
I.
Reposição de ferro: De maneira geral, a terapia de ferro deve ser evitada nos
casos de neoplasias. Nos demais casos pode ser útil, como terapia adjuvante.
Pode ser usada isoladamente ou em associação com a EPO.
a.
TIPO DE COMPOSTO: Noripurum® (Sacarato de hidróxido de Fe) ampola de 5ml = 100mg de Fe
HEMORIO – PROTOCOLO TERAPÊUTICO DE ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA - 2011
b.
POSOLOGIA (ADULTO):
i. Diariamente, se paciente internado, na dose de 2 ampolas diluídas em
100 ml de soro fisiológico, correr em 30 minutos EV. Maximo 6
ampolas/semana.
ii. Duas a 3 vezes por semana, se paciente ambulatorial, na dose de 2
ampolas diluídas em 100 ml de soro fisiológico, correr em 30 minutos EV.
ATENÇÃO – o medicamento não pode ser diluído em soro glicosado
II.
Eritropoietina Humana (EPO):
a. TIPO DE COMPOSTO: Eritropoietina - Eprex® ou
(Eritropoietina Recombinante Humana) – 2.000 U ou 4.000 U
Hemax®
b. POSOLOGIA:100 – 150 U/Kg SC, ou 4.000 U/dia no adulto, 1 a 3 vezes
por semana por 8 a 12 semanas
III.
Transfusão de hemácias: Está indicada quando a EPO e/ou o ferro venoso
estejam contra-indicados, nos casos refratários, nos pacientes idosos quando a
anemia compromete a qualidade de vida do paciente. As indicações devem ser
analisadas caso a caso.
3.2 – Observações quanto à terapia combinada Ferro + EPO:
•
A ferropenia corresponde à principal causa de resistência à EPO. Por isso,
quando iniciar EPO a ferritina deve ser avaliada. A terapia combinada estará
indicada sempre que ferritina menor que 100ng/dl
•
Avaliação do tratamento: melhora do nível de hematócrito e hemoglobina, IST
– 20% – 40% e ferritina 100 – 500ng/ml
3.3 – Efeitos colaterais da EPO:
•
A hipertensão arterial é um freqüente efeito colateral à EPO e deve ser
monitorada de perto, durante todo o tratamento, sobretudo no paciente de
insuficiência renal;
•
No início do tratamento podem ocorrer cefaléia e convulsões;
•
Síndrome influenza-like
3.4– Efeitos colaterais do Ferro venoso:
•
Não há evento adverso grave relacionado ao composto disponível no mercado