A madeira como substrato para organismos xilófagos

Transcrição

A madeira como substrato para organismos xilófagos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Faculdade de Ciências Agrárias
Departamento de Ciências Florestais
A madeira como substrato para
organismos xilófagos
-CupinsFrancisco Tarcísio Moraes Mady
Prof. Francisco Tarcísio Moraes Mady
Universidade Federal do Amazonas
Introdução
Diversos são os organismos que atacam a madeira para alimentar-se dos carboidratos e
demais compostos químicos nela armazenados:
Insetos
Moluscos
Crustáceos
Fungos
Bactérias
A dimensão dos danos depende de uma série de fatores, desde o tipo de xilófago, até o
tempo decorrido até serem tomadas as primeiras medidas reparadoras.
Xilófago é aquele que se alimenta de madeira; lignívoro (Houaiss). do gr. ksúlon,ou (com
u = y breve) 'madeira, tronco, árvore‘. Phagos: alimentar-se
PRESERVAÇÃO DA MADEIRA
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A madeira como fonte de alimento e abrigo
A madeira é um material orgânico cuja constituição é basicamente celulose,
hemiceluloses e lignina. Além destes, um percentual mínimo do volume é de extrativos
(metabólitos secundários) e também, eventualmente, compostos inorgânicos (sílica e
cristais).
Constituinte
Coníferas
Folhosas
Celulose
42 % ± 2%
45 ± 2%
Hemiceluloses
27% ± 2%
30 ± 5%
Lignina
28 ± 2%
20 ± 4%
Extrativos
5 ± 3%
3 ± 2%
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A madeira como fonte de alimento e abrigo
A madeira proporciona diversas vantagens para estes organismos:
É uma rica fonte de matéria orgânica
É acessível, não requer gastos de energia dispendiosos
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Categorias de xilófagos
1. Insetos
Entre os insetos que atacam a madeira estão isópteros, himenópteros, coleópteros,
lepidópteros.
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Isópteros
Cupins (térmitas). Cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo. São insetos
eussociais (apresentam as sociedades complexas, que compartilham três
características: uma sobreposição de gerações em um mesmo ninho, o cuidado
cooperativo com a prole, e uma divisão de tarefas (reprodutores e operárias). Ex.:
formigas, abelhas, vespas, cupins).
Apesar do dano econômico que causam, desempenham papel importante como super
decompositores e auxiliares no balanço Carbono-Nitrogênio.
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Isópteros
Dividem-se em sete famílias:
Mastotermitidae, Hodotermitidae,
Termopsidae, Kalotermitidae,
Rhinotermitidae, Serritermitidae e
Termitidae.
As seis primeiras são os chamados cupins
"inferiores" (que apresentam protozoários
simbiontes para produção da celulase, como
a triconinfa ou a Mixotricha paradoxa) e a
família Termitidae, que inclui mais de 70%
dos cupins do mundo, são os chamados
cupins "superiores" (que possuem bactérias
para produzirem a sua própria celulase).
Trichonympha
No Brasil são encontradas apenas as
famílias: Kalotermitidae, Rhinotermitidae,
Serritermitidae e Termitidae.
Mixotricha paradoxa
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Isópteros
Os Kalotermitidae são capazes de viver em madeira seca sem contato com o solo e
nunca constroem ninhos.
Os Rhinotermitidae são na maioria subterrâneos e se alimentam de madeira.
Serritermitidae, até recentemente continha uma única espécie, Serritermes serrifer,
que ocorre apenas no Brasil. Novas evidências indicam que Glossotermes oculatus,
espécie da Amazônia previamente incluída em Rhinotermitidae, também pertence a
Serritermitidae.
A família Termitidae é bastante diversificada, e compreende cerca de 85% das
espécies de cupins conhecidas do Brasil. Dentre os Termitidae, alguns são comedores
de madeira, de folhas, de húmus, e também cultivadores de fungo (que não ocorrem
no Brasil), e muitos constroem ninhos grandes e complexos.
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Isópteros
Uma colônia é constituída de um casal
reprodutor, rei e rainha, que se ocupa apenas
de produzir ovos; de inúmeros operários, que
executam todo o trabalho e alimentam as
outras castas; e de soldados, que são
responsáveis pela defesa da colônia.
A dispersão e fundação de novas colônias
geralmente ocorre num determinado período
do ano, coincidindo com o início da estação
chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de
alados (chamados popularmente de siriris ou
aleluias), dos quais alguns poucos conseguem
se acasalar e fundar uma nova colônia.
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Características principais para o reconhecimento de cada grupo de cupins
Coptotermes
Reticulitermes
Heterotermes
Cabeça arredondada e amarelada
Mandíbulas longas, finas e retilíneas
até seu terço apical
Cabeça alongada e amarelada
Mandíbulas longas, robustas e sinuosas
Cabeça alongada e amarelada
Mandíbulas longas, finas e retilíneas
até quase o ápice
Cyranotermes
Cryptotermes
Syntermes
Cabeça arredondada
Mandibulas pequenas e de difícil
visualização
Nariz bem desenvolvido
Cabeça robusta (curta e alta), com a
frente bem escura
Mandíbulas robustas
Cabeça trapezoidal a sub- retangular
de cor avermelhada
Mandíbulas longas e robustas
Cupim grande (lembra uma formiga
saúva)
Fim. Obrigado.
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