NESTA EDIÇÃO Confira a opinião dos nossos

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NESTA EDIÇÃO Confira a opinião dos nossos
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NESTA EDIÇÃO
Confira a opinião dos nossos colunistas desta edição
Jerolino Lopes Aquino
Professor Titular de Parasitologia Médica da
Faculdade de Ciências Médicas da UFMT (Aposentado); Presidente da Sociedade Brasileira de
Análises Clínicas (SBAC) 2015/2016; Presidente
do Grupo LCA- Laboratórios Clínicos Associados
(SP); Diretor Presidente do Laboratório Carlos
Chagas – Cuiabá/MT.
“Certificação Digital”, pág. 14
Ligia Maria Mussolino Camargo
Sócia da empresa Décio Camargo Ltda,
professora de Língua Portuguesa.
Ocupa a cadeira nº 24 da Academia
Santarritense de Letras.
“Educação Deletada”, pág. 14
Dr.Yussif Ali Mere Jr
Presidente da Federação e do Sindicato dos
Hospitais,Clínicas e Laboratórios do Estado de
São Paulo (FEHOESP e SINDHOSP) e do
SINDRibeirão.
“Precisamos inovar, de fato”, pág. 16
Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos
Presidente do CRBM-1º Região
Diretor da FAAP-Ribeirão Preto-SP
“Como se chega lá” , pág. 20
Dra Beatriz Mª Nogaroli
Biomédica, diretora e consultora da BMN Consultoria, em Campinas/SP.
“Por quê as pessoas erram?”, pág. 22
Dr. Paulo Cesar Naoum
Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia de
São José do Rio Preto-SP
“Em busca de um pai”, pág. 24
LaborNews
25 Anos
O jornal completa 25 anos neste mês de outubro. Para comemorarmos a data faremos
uma edição super especial.
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Fechamento:
30 de outubro 2015.
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Dr. Eurico Camargo Neto
Bioquímico responsável técnico do Centro de
triagem Neonatal de Porto Alegre
“Deficiência de biotinidase: por que é importante
pesquisar?”, pág. 26
Pedro Silvano Gunther
Diretor da Hotsoft
“Seu laboratório encanta o cliente?”, pág. 34
Receba o LABORNEWS, atualize seu endereço. Para arquivo digital,
encaminhe seu email para [email protected]
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O Outubro Rosa
O movimento conhecido como Outubro
Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década
de 1990, para estimular a participação da população no controle do câncer de mama. A
data é celebrada anualmente com o objetivo
de promover a conscientização sobre a doença e compartilhar informações sobre o câncer
de mama.
Desde 2010, o INCA participa deste movimento, promovendo espaços de discussão
sobre o controle do câncer de
mama e divulgando e disponibilizando seus materiais informativos, trazendo qualidade para o
debate, tanto para os profissionais de saúde
quanto para a sociedade.
Evento Fortaleza/CE
49º Congresso de Patologia Clínica Medicina Laboratorial e
1º Congresso Brasileiro de Informática Laboratorial
Fotos: Rodrigo Augusto
A
cerimônia de abertura oficial do 49º Congresso
de Patologia Clínica Medicina Laboratorial
(49º CBPC/ML) e 1º Congresso Brasileiro de
Informática Laboratorial (1º CBIL) aconteceu na noite do
dia 29 de setembro, no auditório do Centro de Eventos
do Ceará, em Fortaleza.
Após a execução do Hino Nacional pelo violonista e
compositor cearense Nonato Luiz, foi composta a mesa
de abertura: Paula Távora (presidente da SBPC/ML), Tadeu
Sobreira (presidente do 49º CBPC/ML), Florentino Cardoso
(presidente da AMB), Armando Fonseca (coordenador
executivo do congresso), Alex Galoro (Coordenador
da Comissão Científica do congresso), Carlos Ballarati
(coordenador da programa científica do 1º CBIL), Adagmar
Andriolo (coordenador da comissão de julgamento dos
temas livres), Marilene Melo (representante da WASPaLM),
Gláucio Saldanha (presidente da Regional Ceará da SBAC) e
Gentil Galiza (representando o presidente do Cremec).
Paula Távora agradeceu a todos que contribuíram
para seu trabalho na presidência da SBPC/ML e ressaltou
os avanços e as conquistas obtidas nesses dois anos de
mandato. “Fizemos a reforma estatutária, que entrará
em vigor em 2016. Além disso, demos uma relevância
da patologia na graduação, assim como impulsionamos
o site Lab Tests Online BR”. A Presidente ressaltou,
também, que o país vive momentos difíceis, mas que é
preciso continuar a lutar com coragem. Ela anuncou os
nomes dos aprovados no TEPAC 2015 e os premiados em
resumos de tema livre.
Tadeu Sobreira registrou a missão que assumiu ao trazer
o Congresso da SBPC/ML para Fortaleza, após uma lacuna
de 35 anos, e como foi importnate para ele ter participado
desse projeto, sobretudo por ter construído uma amizade
colaborativa, em especial com os diretores da SBPC/ML.
O presidente da Associação Médica Brasileira,
Florentino Cardoso citou a crise financeira, política
Paula Távora
(presidente da
SBPC/ML)
e social no país. Mas, apesar de todos os
dissabores pelos quais o Brasil enfrenta, ele
preferiu enfatizar o trabalho da SBPC/ML ao
incentivar e difundir a qualidade da Medicina
Laboratorial e seu Programa de Acreditação
de Laboratórios Clínicos, o PALC.
Após a solenidade, Nonato Luiz voltou
ao palco e brindou a plateia com algumas
composições e de autores conhecidos. Em
seguida, foi servido um coquetel.
Eventos reúnem mais de 3.800 pessoas em Fortaleza
Com o tema central “Integração para o diagnóstico’”, os eventos Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial
(SBPC/ML) foram ponto de encontro para profissionais, estudantes e empresas do segmento em 4 dias de atividades
Os eventos apresentaram juntos mais de 100 atividades
aos participantes, entre conferências, mesas redondas,
encontros com especialistas, cursos, workshops, debates,
apresentação de temas livres e lançamentos de publicações.
Os eventos reuniram mais de 3,8 mil pessoas entre
congressistas, palestrantes e expositores do Brasil e de
outros países.
As palestras abordaram temas atuais e de grande
interesse em medicina diagnóstica, que compreenderam
17 áreas de conhecimento: Biologia molecular, Bioquímica,
Gestão, Hematologia, Hormonologia, Imunologia,
Institucional,
Líquidos
biológicos,
Microbiologia,
Parasitologia, Pós-analítico, Pré-analítico, Qualidade,
Tecnologia da Informação, Testes Laboratoriais Remotos,
Toxicologia e Urinálise.
Foram apresentados cerca de 390 pôsteres de
resumos de tema livre. Destes, 14 foram selecionados para
apresentação oral através do pôster eletrônico, formato
em que o trabalho, em arquivo “pdf”, é exibido em telas de
LCD. Após as apresentações, a comissão avaliadora premiou
os cinco melhores trabalhos para o prêmio “Dr. Evaldo
Melo” (apresentação oral). Também foram entregues os
prêmios “Melhor Pôster” (cinco trabalhos), “Dr. Caio Marcio
Figueiredo Medes” (dois trabalhos na área de Bacteriologia)
e “Dr. José Carlos Basques” (dois trabalhos relacionados
às áreas de qualidade, exclusivo para profissionais de
laboratórios acreditados pelo PALC).
A Exposição Técnico-científica, que ficou aberta nos
dias 29 e 30 de setembro e 1º de outubro, reuniu mais
90 de empresas e instituições brasileiras e estrangeiras
distribuidoras de equipamentos, produtos e serviços
para laboratórios clínicos. A exposição é uma excelente
oportunidade para conhecer novidades porque reúne as
principais empresas do setor. Para se ter uma ideia de seu
peso no mercado de diagnóstico laboratorial, todos os
estandes foram reservados quando ainda faltavam três
meses para a abertura do congresso.
“Este congresso representa o retorno do
principal evento da SBPC/ML à Fortaleza,
após 35 anos, comprova o interesse dos
profissionais e estudantes da região Nordeste.
Ele representa a realização de um sonho que
vinha acalentando há dez anos, quando meu
colega e ex-presidente da SBPC/ML Ulysses
de Oliveira me incentivou a realizar um
congresso em Fortaleza. No entanto, naquela
época faltava a infraestrutura necessária
para receber um evento com esse porte”,
diz o presidente dos congressos, o
patologista clínico Tadeu Sobreira,
presidente Regional da SBPC/ML no
Ceará.
Lançamentos
No dia 30, a SBPC/ML lançou duas
publicações. A primeira foi em seu
estande na Exposição: “Diretriz para
a Gestão e Garantia da Qualidade
de Testes Laboratoriais Remotos (TLR)
da Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica/Medicina Laboratorial”. Os
congressistas puderam receberam um
exemplar gratuito e ainda concorreram
ao sorteio de 10 tablets. A publicação
recebeu o apoio das empresas Abbott, HemoCue,
Mexglobal Group, Radiometer e Roche.
No mesmo dia, no 1º CBIL, aconteceu o
lançamento do livro eletrônico “Tecnologia
da Informação em Medicina Laboratorial Posicionamento da SBPC/ML 2015”. Nesse
evento foram sorteados cinco tablets oferecidos
pelas empresas que apoiaram a produção do
documento: Matriz, Pixeon, Shift, Sysplan e Veus.
Outro lançamento foi a versão 2015
do Aplicativo SBPC/ML, que permitia aos
congressistas acompanhar e interagir com
as atividades do congresso e com outros
participantes, ao mesmo tempo que acumulavam
pontos. Ao final, na sessão de encerramento
foram premiados com iPhones os três usuários
que alcançaram a maior pontuação.
Sustentabilidade
Desde 2001, os congressos da SBPC/ML
são realizados visando sua sustentabilidade.
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Como no ano passado, a SBPC/ML adotou a
Norma ABNT ISO 20121:20102, que estabelece
parâmetros para um Sistema de Gestão para
Sustentabilidade de Eventos (SGSE). Os números
ainda não estão finalizados, mas estima-se
que entre montagem do congresso de 2015,
sua realização e a desmontagem tenha sido
recolhidos 18 toneladas de resíduos. Parte desse
volume será encaminhado para reciclagem.
A sustentabilidade do evento também visa
neutralizar a quantidade de carbono produzida
durante o congresso. Avalia-se que será em
torno de 730 toneladas. Os créditos de carbono
resultantes dessa neutralização serão aplicados
no projeto de mudança energética de uma
caldeira industrial na cidade de Porto Feliz, no
interior do estado de São Paulo.
A cobertura completa do evento está
disponível em: http://www.cbpcml.org.br. Uma
seleção de fotos do evento estão no álbum da
SBPC/ML no Flickr (https://www.flickr.com/
photos/sbpcml/).
Cont. na pág. 6
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Reportagem: Andrea Penna
Evento Fortaleza/CE
O
No Congresso da SBPC/ML, empresas do setor avaliam momento atual e
falam das perspectivas para o futuro
Foto: Andrea Penna
Foto: Rodrigo Augusto
cenário é sombrio mas há esperança no futuro. Esta
é a expressão unânime na conversa com presentes,
diretores, gerentes e gestores em geral, dos laboratórios
que se apresentaram no 49 Congresso Brasileiro de Patologia Clínica
Medicina Laboratorial e 1 Congresso Brasileiro de Informática
Laboratorial, realizados de 29 de setembro a 2 de outubro em
Fortaleza (Ceará).
Foto: Andrea Penna
Para o Dr Edson Oliveira, da empresa Análise,“vejo um cenário
hoje em dia no Brasil bastante nebuloso e que nos leva a uma incógnita,
pois dependemos da vontade política e da decisão das autoridades
econômicas do pais. Este é um aspecto. No sentido prático, eu diria
que para o empresariado - especialmente nós, na nossa condição de
importadores - nós não temos condições de repassar a desvalorização
do real frente ao dólar para o consumidor final, e por isso estamos
tentando fazer com que nossos parceiros no exterior negociem
conosco, um dólar cotado a um ano atrás, para que possamos manter
nossa política de preços junto ao mercado. Esta é a nossa luta. Alguns
êxitos já conseguimos. mas vamos continuar tentando um êxito
global, por que não há outra condição: o mercado brasileiro não tem
condições de absorver o impacto desta desvalorização cambial nos
produtos importados. O futuro depende da habilidade do gestor: se
ele conseguir junto aos seus parceiros externos que eles entendam
a situação brasileira, e se associem nesse momento de dificuldade,
o futuro será ótimo. Se isso não for feito, as empresas terão de ter
um fluxo de caixa muito bom e que ele haja sido criado ao longo da
atividade para se manter. Mas essa não é uma crise que passará rápido
não. Minha opinião é que teremos um ano em 2016 igualmente difícil.
Só tem problemas quem trabalha, não é? Então, meu conselho para o
setor é que continuemos trabalhando”.
uroanalise e microbiologia, “o setor tem sofrido reflexos do
atual momento do pais. Hoje, as empresas e laboratórios
estão muito criteriosos. Sofremos, por que boa parte de
nossos produtos são importados e o mercado inteiro do setor
trabalha com a desvalorização da moeda, mas por outro o
lado, é possível reverter por que a saúde é sempre prioridade
para as pessoas. Mesmo em momentos de recessão, as
pessoas procuram manter seus cuidados com a saúde.
Acredito que o setor de diagnostico é um setor que vai sentir
menos a recessão”. Patricia Carvalho, gerente de produto
cardiometabólico, complementa: “a economia no momento
promove uma mudança de conceito. A população busca a
saúde de uma forma mais preventiva, visando minimizar ou
prevenir uma doença cardíaca ou de emergência, evitando
ser tratada na emergência dos hospitais, que hoje estão todos
lotados. O que a gente enxerga também, é que a prevenção
na saúde tem se tornado um ponto importante também para
o Governo, visando minimizar os gastos tratamentos com
diabetes, hipertensão, promovendo a prevenção e melhor
saúde, para minimizar os riscos lá na ponta”. Tatiana Rocha,
gerente de produtos da linha de infecciosos e saúde da mulher,
enfatiza que “ a empresa carrega um slogan que diz muito:
“saber agora é o que importa”˜. Com isso, o diagnostico é mais
rápido, podemos minimizar custos, evitando um tratamento
prolongado. Vamos mostrar para a saúde publica que é possível
economizar recursos quando se faz um diagnostico mais
precoce. E os produtos que temos a oferecer estão voltados
exatamente para isso. Então, por mais que o pais esteja
economicamente passando por uma crise, acreditamos que
na área da saúde,quem tem esse conceito de descentralizar
e fazer um diagnóstico mais rápido ,vai sobreviver, com
qualidade, e trazendo qualidade para quem é o usurário final
do produto, o maior interessado, o paciente.
Na empresa ALERE, a gerentes apostam no setor público e na
mudança de hábitos da população e governos para driblar a crise:
para Beatriz Pane, gerente de produtos da linha de toxicologia,
Foto: Andrea Penna
Foto: Andrea Penna
Gilson Serio Pizzo, diretor da Biotécnica, concorda: Avalio
que está muito complicado o cenário do setor no Brasil no atual
momento, principalmente com o dólar, no patamar que está. Mas
as perspectivas para o futuro, é que melhore”. Ainda pela Biotécnico,
Marcelo H. Saraiva Rocha:gerente de produto, avalia que “o cenário
atual é nebuloso, difícil saber o que vai acontecer, mas seguimos
trabalhando como sempre, superando desafios, por que afinal,
não é a primeira nem será a ultima crise. Por isso que a Biotécnica
segue seu DNA, que é o da superação. Para o futuro, sempre uma
perspectiva positiva, a de passar esta fase e alcançar o crescimento
que a empresa projetou”.
Fabio Almeida, diretor comercial da Roche
Diagnostica Brasil, é um pouco menos otimista sobre o
atual momento para o setor no país: “o mercado está
bastante desafiador. A gente sente que o desemprego
está subindo de uma maneira rápida, e por isso, tem
crescido também, o número de pessoas que estão
perdendo seus planos de saúde. E os nossos clientes
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Foto: Rodrigo Augusto
ja começam a sentir este impacto, que provocam uma
diminuição no volume de exames, e consequentemente,
uma diminuição no nosso faturamento. Até o momento
a Roche vem caminhando muito bem, teve um primeiro
semestre muito forte, mas o segundo semestre está mais
desafiador, mas a gente acredita que alcançaremos a
meta anual. Estamos crescendo mais de dois dígitos no
Brasil, atualmente, o que é um crescimento forte para
um ano como o que nós estamos passando em termos
de perspectiva futura, Acredito que se mantiver este
cenário econômico e esta crise política - que tem afetado
bastante os investimentos no Brasil -, e se continuar
aumentando o desemprego, o ano que vem será bastante
complicado. Com a diminuição do número de pessoas
cobertas pelo planos de saúde privado, e muitas
pessoas indo para o SUS, e o governo cortando verba
da saúde principalmente, acredito que grande parte da
população que hoje tem acesso a saúde hoje pode não
ter no ano que vem. Isso tb traz um impacto direto no
setor onde muitos pacientes ficarão sem cobertura e
consequentemente ficarão sem diagnóstico prévio.
Então, sinto que o ano que vem será mais desafiador do
que agora, numa perspectiva muito mais complexa do
que a que temos atualmente, mas espero que o cenário
econômico e politico tenham progresso, que consigamos
sair desse momento critico, e que consigamos retomar o
crescimento em algum momento, no próximo ano, para
poder ter uma perspectiva melhor até o final de 2016”.
Na empresa BIOCLIN, Evandro Santos, supervisor de
vendas, é mais pragmático. Ele analisa que “atualmente o
mercado esta muito retraído, e então nós temos de criar,
neste resto de 2015 e o ano de 2016, novas alternativas
para a área de diagnóstico, no intuito de diminuir custo,
conseguir manter a lucratividade para que nós possamos
dar continuidade do trabalho nas empresas, manter os
empregos e tudo mais. Por que se nós não reinventarmos
e reformularmos as coisas, a vamos começar a demitir, vai
diminuir a lucratividade, e diminuir o faturamento, Então,
vamos ter de trabalhar mais para manter o crescimento
do setor”.
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Cont. da pág. 6
Workshop da empresa Análise
Gestores contam as novidades apresentadas no 49 Congresso da SBPC/ML
Biotécnica
Declaraçōes do Sr. Gilson Serio Pizzo, diretor:
”A novidade que trazemos para este congresso
é a linha nova de equipamentos da Biotécnica,
equipamentos para 220 testes, 300 testes e 400
testes. O beneficio dessas maquinas são a maior
rapidez e maior agilidade, no processo de realização
dos exames.
Alere:
Declarações de Beatriz Pane, Gerente de Produto de
Toxicologia, Microbiologia e Uroanálise:
”Os lançamentos que a Alere trouxe para o Congresso
da SBPC foram o Alere Q e o Alere I, que são diagnósticos
moleculares. O Alere Q vai analisar a carga viral de HIV e
o Alere I faz a dosagem de influenza. Outros lançamentos
são o URISED Mini, um equipamento que analisa o
sedimento urinário, semiautomático, point of care, o
equipamento Epoc, uma gasometria portátil, para ser
utilizada a beira do leito em salas de emergência e
unidades de terapia intensiva, e o Afinion, que também
é um equipamento point of care, para fazer avaliação
de perfil lipídico e hemoglobina clicada.
No Workshop realizado pela Analise, no
dia 30 de setembro em Fortaleza, durante
o Congresso da SBPC , gestores de todas as
partes do país foram assistir a palestra sobre o
sistema Easy RA, sistema de bioclinica clinica
para laboratórios de pequeno porte e rotina de
emergência. Andrea Oliveira, diretora,, explicou
que “seus diferenciais estão baseados na
facilidade de uso e manutenção, bem como nos
recursos de segurança e qualidade atribuídos
pela tecnologia Smart, sistema de Identificação
de Reagentes e Informações por Rádiofrequência
(RFID). Ja está disponível em nosso mercado,
incluindo o módulo ISE e menu completo, e é
uma distribuição exclusiva da Analise Produtos e
Serviços para Laboratórios Ltda. Estamos assim,
agregando mais um produto de alto padrão de
qualidade para o mercado brasileiro”.
Declaraçōes de Patricia Carvalho, gerente de produto
cardiometabólico:
“Falando das novidades, o que a Alere tem trazido são
produtos que estejam a disposição dos médicos e demais
profissionais de saúde em qualquer ponto. O que a Alere quer,
é trazer para o mercado a descentralização e o acesso ao
diagnostico e ao tratamento. Então, todos esses produtos que
foram relatados, buscam descentralizar e promover saúde de
uma forma rápida, precisa e com qualidade.
Declaraçōes de Tatiana Rocha, gerente de produtos da
linha de infecciosos e saúde da mulher:
“É preciso que o mercado entenda que muitas vezes o
teste point of care aparentemente tem um custo maior que a
metodologia tradicional, mas em relação ao custo/beneficio,
ele traz um diagnostico mais rápido, descentralizando e
estando mais próximo ao paciente, dando acesso mais
rápido ao tratamento, e com isso, o paciente tem um menor
tempo de internação, menor necessidade de deslocamento.
No final, a economia que se tem em saúde é significativa,
a partir desse acesso mais rápido. Com isso, o paciente
consegue numa Unidade Básica de Saúde ou num hospital,
ser prontamente diagnosticado e medicado numa primeira
consulta. Hoje a Alere busca também oferecer produtos que
o próprio paciente possa ter conhecimento da sua condição
de saúde e ajudar com isso, o profissional de saúde que o
está assistindo, a melhorar sua condição de saúde mais
rapidamente.
ROCHE:
Declaraçōes de Fabio Almeida, diretor comercial da Roche
Diagnostica Brasil:
“As Novidades que trouxemos para o Congresso da SBPC
são: a Sala 3 D para divulgar um produto, que é um sistema
de automação completo, chamado Cobas 8100, onde eu
consigo colocar todas as amostras e ele faz a alicotagem, a
centrifugação, faz toda a preparação da amostra, antes de
mandar para os analíticos. Temos também novidades na linha
de point of care, como o Cobas 123, que é um produto para
gasometria, que também vem para atender uma demanda
de mercado que a gente não conseguia, em termos de custo/
beneficio.
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Eleição
O patologista clínico Alex Galoro será o presidente da
SBPC/ML no biênio 2016/2017
A eleição foi por aclamação na Assembleia Geral Ordinária, realizada em 1º de outubro, no 49º Congresso,
em Fortaleza
Nascido em Campinas (SP), 45 anos, casado, com
dois filhos, César Alex de Oliveira Galoro graduou-se em
medicina, em 1995, pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde também fez residência médica,
de 1996 a 1999 (Clínica Médica e Patologia Clínica).
Alguns anos antes, porém, havia escolhido outra
carreira. Em 1988, começou o curso de Veterinária na
Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), no campus
de Jaboticabal. Mas a experiência acadêmica obtida com
estudos científicos levou-o a uma mudança de planos.
“A aproximação com a universidade e a pesquisa favoreceram minha identificação com a profissão médica”,
recorda. Em 1990, entrou para o curso de medicina da
Unicamp. Quando estava no quinto ano, a participação
no programa de iniciação científica foi decisiva para escolher a especialidade.
“A Patologia Clínica permite a integração entre os
conceitos básicos da medicina, a correlação clínico-laboratorial e sua aplicação prática nas condutas frente ao
paciente”, afirma Galoro.
O Título de Especialista em Patologia Clínica/Medici-
na Laboratorial (TEPAC) foi obtido em 1998, mesmo ano
em que se associou à SBPC/ML.
Galoro também tem MBA em Gerência da Saúde
(2003) pela Fundação Getúlio Vargas, e doutorado em
Ciências (2008) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Entre outros cursos, também
fez o de Auditor Interno da Qualidade (2004), oferecido
pela SBPC/ML.
Sua primeira experiência profissional em Patologia
Clínica foi em 2000, na área de “Clinical Chemistry and
Laboratory Management”, no Jewish General Hospital,
da Universidade McGill, em Montreal, Canadá.
No Brasil, trabalhou no Laboratório Médico do Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo; Laboratório Médico J.A.Vozza (Campinas), Laboratório de Análises Clínicas do Hospital e Maternidade Celso Pierro da
PUC-Campinas, onde também foi professor; e Cientificalab.
Desde 2012 é médico responsável pela área analítica
do Laboratório Franceschi (Campinas), e, desde 2013,
trabalha como médico supervisor da Central de Coleta
de Materiais Biológicos do Laboratório de Patologia Clínica do Hospital das Clinicas da Unicamp.
Na diretoria da SBPC/ML ocupou os cargos de pre-
Alex Galoro,
presidente
eleito
sidente Regional de São Paulo/Interior (2008/2009), diretor Administrativo (2010/2011) e vice-presidente nos
biênios 2012/2013 e 2014/2105. Em 2006, integrou o
Grupo de Trabalho do Programa de Indicadores SBPC/
ML-ControlLab. Coordenou a programação científica dos
congressos da SBPC/ML de 2013, 2014 e 2015, onde
também atuou como palestrante em diversas atividades.
O mandato de Alex Galoro na presidência da SBPC/
ML começa em 1º de janeiro de 2016.
Novidade
Laboratório Alvaro disponibilizou pela segunda vez tour virtual
durante o 49º Congresso da SBPC
O
Promovida com total pioneirismo no CBAC 2015, visitação ao Núcleo Técnico por meio de óculos 3D
será oferecida novamente aos participantes do evento
Laboratório Alvaro participou da 49ª edição do Congresso da Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica (SBPC 2015), no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza (CE).
Esse ano, o estande trouxe como novidade um tour virtual no Núcleo Técnico
Operacional (NTO), local onde são processados parte dos exames laboratoriais da
marca, por meio de um par de óculos 3D. A ação foi realizada com total pioneirismo
na 42ª edição do CBAC 2015 e será promovida novamente para os participantes do
evento. A experiência permitiu que as pessoas tivessem a sensação de estar dentro
do NTO, em meio aos equipamentos de última geração disponibilizados pelo Laboratório Alvaro. Além disso, os visitantes que participaram da ação receberam um
brinde exclusivo da marca.
70% das decisões clínicas são pautadas em
resultados de exames
49º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial trouxe discussões sobre a importância do
diagnóstico para diminuição dos custos de saúde
No principal evento voltado à Patologia Clínica/
Medicina Laboratorial do País, realizado em Fortaleza (CE), a quadragésima nona edição do Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial reforçou a importância da patologia
clínica/medicina laboratorial, que responde por
70% das decisões clínicas e apenas 4 a 5% dos custos da saúde.
O evento mostrou a importância do setor, que
além de ser fundamental na medicina cada vez
mais preventiva, ainda gera 113 mil empregos diretos e produz mais de 1,0 bilhão de exames anuais. É importante ressaltar ainda a importância do
papel do médico especialista em Patologia Clínica
/ Medicina Laboratorial que tanto pode assessorar
na indicação quanto na interpretação dos exames
por outros médicos, contribuindo para a segurança no cuidado com o paciente e para a custo-efetividade do setor.
A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) tem observado o crescimento do número de exames realizados, que pode ser
explicado por diferentes razões: o avanço da tecnologia, o envelhecimento da população, o maior uso da
medicina preventiva e a pouca dedicação à graduação
médica no ensino da Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, especialidade que aborda o uso racional dos
exames laboratoriais, entre outros. Porém, a entidade
rebate a crítica superficial sobre um possível excesso
e ressalta que a realização de exames responde por
cerca de apenas 4 a 5% do custo total da assistência
à saúde.
Paula Távora, presidente da SBPC/ML, acredita que
essa é uma questão de capacitação de estudantes na
graduação e profissionais que já estão em atividade
no mercado. “Há um discurso antigo de que exames
são feitos e não são retirados, o que provaria que eles
são desnecessários. Mas é preciso lembrar que, com
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avanços da tecnologia, muitas vezes pacientes têm
acesso a laudos por internet. Dados dos nossos associados demonstram que apenas 5% dos exames
são deixados de lado, boa parte deles exames de
gravidez, que acabam se confirmando positivo ou
falso por outros sintomas”, observou.
O evento tem o intuito de reforçar o setor, em
meio a uma maior regulação sobre aumento da ANS
e dos planos de saúde. “Estamos há 20 anos sem reajuste de exames laboratoriais pelo SUS e um grande desequilíbrio e paralisia nos reajustes praticados
pelas operadoras e planos de saúde. Além disso, a
ANS quer utilizar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) como teto máximo de
reajuste, não podendo usar o Fator de Qualidade
como um adicional, sendo uma forma de premiar
os laboratórios creditados pelo PALC - Programa
de Acreditação de Laboratórios Clínicos.”, comenta
Paula.
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Informação
Cont. da pág. 10
Labornews chega ao Congresso da SBPC/ML
mais uma vez e à Feira de Stands
Reportagem e fotos: Andrea Penna
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Opinião
Certificação Digital
Jerolino Lopes Aquino
Professor Titular de Parasitologia Médica da Faculdade de Ciências Médicas
da UFMT (Aposentado); Presidente da
Sociedade Brasileira de Análises Clínicas
(SBAC) 2015/2016; Presidente do Grupo
LCA-Laboratórios Clínicos Associados
(SP); Diretor Presidente do Laboratório
Carlos Chagas – Cuiabá/MT.
[email protected]
O
futuro das Análises Clínicas tem sido tópico
recorrente entre donos de laboratórios,
instituições e sociedades ligadas à área. Não
à toa: o país atravessa uma crise econômica e política
que atinge a todos e o setor das análises clínicas vem
tentando se manter apesar das dificuldades, já que vem
sofrendo, há anos, com a falta de reajustes no que se
refere aos procedimentos via SUS e também com as
regulamentações e normatizações.
Nós da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas SBAC, temos tentado trazer à discussão esses assuntos, a
fim de unir a classe e buscar direcionamento e soluções
para a sobrevivência do setor, em especial dos pequenos
e médios laboratórios.
Uma nova questão que devemos estar atentos é a
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 30 que altera
a RDC 302/2005, que dispões sobre o Regulamento
Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos,
no que se refere aos laudos, tratando especificamente
do item 6.3.2.
Pela nova resolução, “o laboratório clínico e o posto
de coleta devem garantir a autenticidade e a integridade
do laudo emitido. Para tanto, a assinatura do profissional
que o liberou deve ser manuscrita ou em formato digital,
com a utilização de processo de certificação na forma
disciplinada pela Medida Provisória nº 2.200-2/2001
(NR)”, e o prazo para adequação é de 180 dias a partir da
publicação da RDC no Diário Oficial (24 de julho de 2015,
entrando em vigor em janeiro de 2016).
Essa certificação digital é bem diferente da simples
digitalização da assinatura do profissional: cada
profissional responsável pela emissão de laudos de um
laboratório deve ter seus dados cadastrados, através
de autoridades certificadoras, na Infraestrutura de
Chaves Públicas Brasileira que garante a autenticidade,
a integridade e a validade jurídica de documentos de
forma eletrônica.
A medida visa à segurança, em especial, do paciente,
permitindo verificar a integridade e autoria de um
documento eletrônico, evitando fraude e garantindo
a responsabilidade técnica sobre as informações
constantes no laudo a quem o assinou.
Mas, para os pequenos e médios laboratórios,
significa um aumento de custo. Isso porque passa
a ser necessário o investimento em infraestrutura
de tecnologia da informação e manutenção das
certificações de seus profissionais, aumentando
a submissão dos laboratórios a esses sistemas e
fazendo deles reféns nesse novo processo. Se hoje
os custos de procedimentos laboratoriais já não são
efetivamente cobertos pelos valores de tabela, este
tipo de investimento pode levar à dissolução dos
estabelecimentos menores.
Além disso, a RDC deixa uma dúvida quanto ao fato
da questão técnica vir a não ser entendida pelos agentes
das vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, levando
a erros durante as inspeções nos laboratórios clínicos,
gerando eventuais multas e, portanto, mais custos para
os laboratórios.
Acreditamos nas mudanças e modernizações,
defendemos o atendimento humano e seguro ao
paciente, mas precisamos zelar pelos profissionais e
empresários que se esforçam para prestar estes serviços
mas se veem encurralados pela baixa remuneração e
altos custos de manutenção dos serviços.
“Educação Deletada”
Ligia Maria Mussolino
Camargo
Sócia da empresa Décio
Camargo Ltda, professora
de Língua Portuguesa.
Ocupa a cadeira nº 24 da
Academia
Santarritense de Letras
[email protected]
“Educação não é salvação, mas
não há salvação sem ela.”
(Paulo Freire, educador)
P
aulo Freire, educador, pedagogista e filósofo,
nasceu no ano de 1921 em Pernambuco e faleceu em 1997. Escreveu muitas e importantes
obras relacionadas à Educação, especialmente à educação infantil, na primeira infância.
Introduziu no país o “Construtivismo”, defendia a
tese de que as crianças e os adultos deveriam se alfabetizar a partir de seu universo de fala e não do universo
de fala do educador. O aluno seria o agente central de
seu processo de aprendizagem; a educação um ato de
criação e não de memorização.
Ao aplicar seu método de alfabetização, nos anos 60
em Pernambuco, conseguiu alfabetizar crianças e adultos
em 45 dias. Seus ensinamentos aproximam as crianças
de seu meio-ambiente, de sua realidade, de sua família.
E o que é educar num momento inicial? É fazer a
criança entender o que é: família, escola, comunidade,
meio-ambiente, parece algo simples, mas são aprendizagens essenciais na vida de todos. Aprendizagens estas
que ajudarão a criança a desenvolver suas capacidades
físicas, intelectuais e morais visando à sua integração no
meio-social.
Educação, vai muito além de instrução, é um proces-
so complexo, amplo, que precisa ser contínuo para produzir efeitos concretos.
A Educação começa na família, onde devem ser dadas as primeiras informações sobre o mundo “noções de
postura e compostura, respeito, limites, que devem continuar pela vida afora”.
Depois vem a escola, a educação formal, onde o essencial é a existência de mestres verdadeiros, conhecedores de seu ofício, seus métodos, seu entusiasmo, seus
objetivos.
Infelizmente, a escola não é mais “risonha e franca”
e nem poderia ser. Hoje a maior parte das crianças estão
na escola, o índice é de mais de 96%, nos anos 50 era
menos da metade. A escola se popularizou, mas o ensino
piorou; a sociedade brasileira evoluiu sem amadurecer,
tornando-se extremamente complexa e violenta. E a escola reflete nossa sociedade, nossa realidade.
Alguns problemas também muito sérios, do meu
ponto de vista, são a aprovação automática no primário,
a falta de domínio da língua materna. O Brasil perderá
seu esforço de alfabetização maciça, se não criar juntamente com a aprendizagem o hábito da leitura. E como
transmitir ou absorver conhecimentos sem o domínio da
própria língua?
Dados recentes da “Aliança Nacional de Alfabetização” (ANA) mostram que a maioria dos alunos de 8 anos
(57%) não conseguem ler um texto e não conseguem fazer cálculos (resolver problemas simples).
É uma triste e verdadeira constatação. É a infância
deletada, sem valores básicos a serem preservados, sem
a participação efetiva da família na educação e no processo escolar, sem uma convivência solidária e humanitária dentro de seu ambiente. Assim, sociedade e escola
ficam comprometidas e fragilizadas.
Quanta distância da Pedagogia preconizada pelo educador, mencionado acima, Paulo Freire hoje a escola ao
invés de ser um centro dinâmico e atualizado tornou-se
um ambiente tedioso e sem sentido. Mesmo podendo
Projeto
contar com tantos recursos da era da “Informática”.
Um trecho de o artigo de Frei Beto, escrito em 1996, sob
o título “Brincando nos Caminhos da Infância”, resume de
maneira poética e contundente como poderia ser a infância:
“Se os pais ousassem ser mais crianças com seus filhos, se os educadores tentassem ver o mundo pela ótica
infantil e se os políticos fossem mais sensíveis às pequenas vítimas desta sociedade classista e segregacionista,
seríamos mais felizes”.
Felizmente, no meio de todos esses problemas educacionais, surgem ilhas de excelência, que merecem ser
mencionadas.
Na rede municipal de ensino de João Pessoa, 5 alunos da escola “Apolônio Sales” conquistaram o primeiro
lugar na “19ª Copa de Mundo de Robótica”, realizada na
China em julho de 2015.
Em agosto aconteceu no “Parque Anhembi” em São
Paulo a 43ª edição do “World Kills 2015”, uma competição que reuniu 1200 competidores de 62 países e os
juízes escolheram os melhores de 50 profissionais dentre
50 ofícios. A agradável surpresa o Brasil obteve o 1º lugar, conquistando 27 medalhas, os alunos premiados são
formados pelo Senai e Senac.
São conquistas que podem se expandir pelo país.
Este é um enorme desafio para o Brasil, criar um contexto favorável: ter boas escolas, centros de formação
profissional de qualidade, startups, centros de pesquisas, sistemas educacionais eficazes em todos país, para
garantirem uma educação melhor em qualidade e não só
em quantidade.
Afinal, a Educação, é a mola propulsora na construção de um país melhor e mais justo, e se não cuidarmos
da educação na Infância, quando se formam os valores
mais perenes, estaremos fadados ao fracasso.
Sublimes e proféticas são as palavras do Mestre:
“Deixai, vim a mim as criancinhas porque delas é o
reino dos Céus!”
Boldrini abre inscrições para Programa de Aprimoramento Profissional
Estão abertas as inscrições para o Programa de
Aprimoramento Profissional (PAP 2016) do Centro
Infantil Boldrini. O projeto é voltado para profissionais
de nível superior da área da saúde e estudantes. As
inscrições podem ser feitas até o dia 21 de outubro
de 2015.
As vagas do programa de Aprimoramento
Profissional em Oncologia e Hematologia Pediátrica
são para as áreas de Fisioterapia Motora e Respiratória,
Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Enfermagem e
Biologia Molecular.
O edital completo e o formulário de inscrição estão
disponíveis no site www.boldrini.org.br. Informações:
[email protected]
14
15
Cont. da pág. 12
Novidades do Congresso
Avanço digital promove melhora dos
tratamentos de saúde para a população
O conceito de M-health está quebrando
paradigmas na prestação de cuidados aos pacientes e está no centro de discussões do setor de saúde. Para a SBPC/ML, a assistência à
saúde precisa de novas tecnologias validadas
para melhorar a performance de atendimento,
aumentar a capilaridade da rede no País, chegando em regiões longes dos centros urbanos,
onde a população tem acesso a poucos recursos de diagnóstico e tratamento de doenças.
Um canal tecnológico importante são os
dispositivos móveis, que oferecem capacidade
de alertas em situações de emergências e ainda permitem que os usuários baixem aplicativos específicos para o auxilio do monitoramento de pacientes. De acordo com uma pesquisa
divulgada recentemente pelo Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br) o celular é o segundo aparelho eletrônico mais presente nos lares
brasileiros (92% deles), perdendo apenas para
os televisores (98%). “A mobilidade já é uma
realidade, podemos ampliar o alcance dos dispositivos para utilizar para o acompanhamento
de pacientes por vídeo e a utilização da internet em diagnósticos e tratamentos”, comenta
Dr. Carlos Balarati, membro da SBPC/ML.
“Os avanços tecnológicos promovem a
saúde para toda a população, como o auxilio
no tratamento e diagnóstico de doenças em
pacientes com dificuldades de locomoção ou
que moram em regiões remotas, por exemplo.
Respeitando a legislação vigente é possível auxiliar muitas pessoas com o chamado M-health”, afirma Dr. Balarati.
Enganos no exame para a detecção de HIV
geram muitos processos judiciais
A crescente complexidade do diagnóstico laboratorial de indivíduos infectados
pelos vírus HIV I/II é um importante desafio para os profissionais de laboratório
e uma área muito suscetível a processos
judiciais em Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial. Por esta razão, foi criado o
Manual Técnico para o Diagnóstico da Infecção pelo HIV pelo Ministério da Saúde
(Portaria nº29 de 17/12/2013) propondo
cinco Fluxos Diagnósticos oficiais a serem
seguidos, porém as análises têm gerado
inúmeras dúvidas e inseguranças técnicas
e legais.
Durante o 49º Congresso da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, ocorreu uma palestra
específica a respeito dos procedimentos
corretos para o diagnóstico por HIV, promovendo a assertividade nos resultados,
evitando inconvenientes graves para os
pacientes e as consequentes questões
judiciais que incidem sobre as empresas
e profissionais. O objetivo é esclarecer
dúvidas por se tratar de um tema bastante complexo.
“A conferência tem o intuito de
abordar e elucidar todos os aspectos da
Portaria, expondo cuidados a serem seguidos e propondo como adotar os fluxos de forma segura e eficiente”, afirma
Eduardo Emery, membro da Sociedade
Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial e Membro da Câmara Técnica de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial do Cremerj.
Precisamos inovar, de fato
Opinião
Yussif Ali Mere Jr
Presidente da Federação e do Sindicato
dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios
do Estado de São Paulo (FEHOESP e
SINDHOSP) e do SINDRibeirão
[email protected]
Muito se fala em inovação na saúde, há muitos anos.
No entanto, estamos sempre dando a volta em torno
dos mesmos assuntos, como se o tempo e as mudanças
não impactassem a assistência. Os problemas são os de
sempre, as soluções são paliativas, e permanecemos no
estado de sítio permanente.
A inovação a que me refiro não tem nada a ver com
tecnologia. É muito comum as pessoas ouvirem a palavra inovação e remeterem aos desafios tecnológicos, aos
dispositivos médicos, à robótica. Mas esses são apenas
instrumentos que podem nos auxiliar na transformação
que tanto precisamos.
Tenho disseminado, por onde ando e falo, a ideia de
que a saúde suplementar, embora conte com muito mais
financiamento do que o SUS, não possui um modelo eficaz. Enquanto que o SUS, embora padeça de dinheiro,
tem um modelo que estabelece portas de entrada e hierarquia de atendimento. Se houvesse fôlego financeiro
para o sistema público – e menos corrupção – ele poderia ser, sim, um dos melhores do mundo.
Levando em conta este raciocínio, acredito que a genuína inovação da saúde suplementar está em se reinventar. Isto implica em mudar completamente o modelo
existente hoje. Um cidadão que tenha plano de saúde,
hoje, age conforme a sua própria vontade. Sente um
mal-estar estomacal e procura logo um pronto-socorro.
Há mulheres que procuram unidades emergenciais para
tratar de cólicas menstruais, mas não vão ao ginecologista periodicamente para fazer exames preventivos. Dores
16
de cabeça são motivo para consultas com neurologistas e pedidos de exames caríssimos, como ressonância
magnética. Por outro lado, médicos pressionados pelo
escasso tempo de consulta – além de vitimados pela má
formação profissional – pedem toda a sorte de exames
após uma primeira consulta de dez minutos a fim de se
precaverem de erros no diagnóstico. A verdade é que a
maioria deles não faz a menor ideia da hipótese diagnóstica, e atira no escuro pra ver se acerta no alvo.
Mudar a lógica deste sistema ineficaz e perdulário
é a saída para nossa sobrevivência, e para que possamos prestar serviços de qualidade. Daí a necessidade
de inovar. De olharmos para o lado. De sairmos da caixa
e observarmos o que é diferente, e o que funciona em
outras esferas da economia, por exemplo. Mais do que
qualquer outro setor, nós precisamos ter cuidado redobrado com o que gastamos e como gastamos os recursos
disponíveis. Lidamos com vida. E vidas não têm preço.
Mas a conta chega sempre, e ela precisa ser paga.
17
18
19
Como se chega lá
Opinião
Dr. Dácio Eduardo Leandro Campos
Presidente do CRBM - 1ª Região
Diretor da FAAP - Ribeirão Preto-SP
[email protected]
T
odos os profissionais das 14 áreas de saúde do
Brasil, tiveram seus perfis divulgado numa coletânea idealizada pelo MEC, a pouco mais de 10
anos, intitulada “ A trajetória dos cursos das áreas de saúde
do Brasil”.
A partir dali, cada um dos grupos desenvolveu trabalhos e pesquisas, através de seus Conselhos, Sindicatos e
Associações buscando qual seria o profissional padrão para
enfrentar as necessidades e as exigências da educação e da
saúde atual no país.
Uma pauta quase idêntica à apresentada neste trabalho foi também debatida no CNE, a uns 5 anos atrás, para
tratar de currículos e cargas horárias dos cursos e definir
o que seria realmente necessário para que o formando
tivesse formação adequada às habilitações que sua categoria oferece.
Doutores, mestres e especialistas defenderam seus
pontos de vista e o que se tem hoje para cada profissão é o
resultado dos estudos destes grupos diferenciados.
Os insatisfeitos ou injustiçados podem acionar os órgão
de educação através de seus organismos adequados.
Com esse tipo de gestão engessado é que atuam as
áreas de saúde neste século 21, onde deveria haver liberdade para avaliar competência e habilidade de profissionais de qualquer uma das 14 áreas regulamentadas
no Brasil.
O papel da Biomedicina neste contexto é participar de
todos os grupos institucionais do MEC e do Ministro da Saúde, especialmente, contribuindo para abrir mentes e criar
soluções para o impasse formação curricular e necessidade
de mercado.
As comissões formadas pela ABBM, Conselho Federal
e Regional de Biomedicina definem critérios de excelência
na formação de seus profissionais e lutam para que os resultados obtidos sejam incrementados nas instituições que
cuidam da saúde do provo brasileiro.
O governo deveria se atentar mais a quem está envolvido com órgão educacionais, tem compromisso com seus
Conselhos e Sindicatos e, descartar aventureiros que exercer sua profissão sem registro profissional e sem fiscalização dos seus trabalhos.
Queremos chegar lá, com ética e competência, ao lado
de companheiros que tem o mesmo direito e agem da mesma forma.
Saudações Biomédicas.
o mercado atual
USA Diagnóstica:
Quimioluminescência para todos
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metodologia Quimioluninescência (CLIA) e é a única empresa
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- LH
- PRL
- HCG
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- Troponina I
- Ferritina
- IgE Total
- Vitamina B12
Apesar do estranhamento inicial, o coletor menstrual
ganha cada vez mais adeptas no Brasil. Como uma
alternativa aos absorventes comuns, é possível comparar
a adaptação ao novo conceito com o advento dos
modelos internos, lançados na década de 1970. Também
conhecido como ‘copinho’, é feito de silicone grau
médico, e está disponível em dois tamanhos, de acordo
com a faixa etária e via de parto da mulher. Seu custo
médio é de R$ 70.
“O investimento inicial pode parecer alto, mas
amortiza no decorrer do tempo. Como ele é durável e
não irrita a pele, se bem cuidado, pode durar mais do que
3 anos, período previsto para sua validade. Não precisa
descartar enquanto se mantiver liso, homogêneo, sem
rachadura ou rugosidade”, explica a dra. Patrícia de Rossi,
membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do
Estado de São Paulo (SOGESP).
Para esvaziar, o tempo é o mesmo considerado para a
troca de absorvente – de 4 a 6 horas. O intervalo máximo
de uso é de 12h, especialmente no período de sono.
Nas primeiras vezes, vale utilizar um absorvente diário
concomitante por garantia, evitando algum vazamento.
cobas b 101
HbA1c e Perfil Lipídico com sangue total
Acaba de ser lançado o cobas b 101, o mais novo sistema Point of Care da Roche Diagnóstica. O equipamento é
capaz de determinar o Perfil Lipídico e a Hemoglobina Glica-
Desvende os mitos
e verdades sobre o
coletor menstrual
da (HbA1c) no sangue capilar em apenas 15 minutos.
O teste de de Hemoglobina Glicada (HbA1c) segue as
diretrizes NGSP e IFCC.
“Com o cobas b 101, o médico pode otimizar o controle
da glicemia e dislipidemia e ter um diagnóstico precoce dos
pacientes com síndrome metabólica, que apresentam maior
risco de desenvolver doenças cardiovasculares e diabetes”,
explica Juliana Inácio, gerente de Produto de Point of Care.
O sistema é fácil de usar e sem manutenção. O cobas b
101 pode ser utilizado nos laboratórios, em campanhas de
triagem e nos locais onde a rapidez na liberação do resultado é fundamental.
[email protected]
0800 77 20 295
20
Cuidados e uso
A ginecologista explica que a higiene feita com água
e sabonete é suficiente para manter o coletor limpo. Ela
recomenda não utilizar lenços umedecidos, que podem
reagir ao silicone, nem mesmo álcool; ainda, sempre
lavar as mãos antes de manusear.
Algumas pessoas optam por ferver por cinco
minutos, mas a especialista garante que é dispensável,
com a fervura indicada somente para guardá-lo, após
a menstruação. É importante mantê-lo arejado, em
sua embalagem própria para armazenamento, a fim de
garantir sua vida útil.
“Com esses cuidados, além de evitar o contato com a
região do ânus, não há perigo de contaminação por vírus
e bactérias. A flora vaginal já modifica durante o período
menstrual, no entanto, não há estudo detalhado que diga
que muda os lactobacilos com o coletor. O bom uso faz
dele um objeto seguro e sem riscos”, afirma dra. Patrícia.
Além de servir para todos os dias da menstruação,
pode ser utilizado, inclusive, por mulheres que usem DIU
e até aquelas que praticam esportes. As restrições são
mínimas: o ideal é que meninas virgens não usem para
evitar o rompimento do hímen assim como não utilizar
durante relação sexual.
Para sua utilização, o coletor deve ser dobrado antes
de inserido no canal vaginal, o que o deixa fininho. Como
é flexível, ele se desdobra lá dentro, moldando-se à
parede da vagina.
21
Opinião
Por quê as pessoas erram?
Dra Beatriz Mª Nogaroli
Biomédica, diretora e consultora da BMN
Consultoria, em Campinas/SP
[email protected]
A
influência da Alta Direção sobre a equipe é decisiva. Quanto maior a distância do gestor, menos
eficiente se torna a equipe. A implantação e
melhoria contínua da qualidade passa necessariamente
pelo engajamento e competência das pessoas. Garantir a
Qualidade é induzir as pessoas a fazer melhor aquilo que
diariamente devem fazer, como nos ensina Philip Crosby.
Um desvio do padrão ou não-conformidade está relacionado aos processos e estes às pessoas que os executam. Portanto, as não-conformidades decorrem de fatores
humanos. Errar é humano!
Muitos erros são recorrentes ou similares e geram no
mínimo retrabalho e desperdício, ocasionando insatisfação em todos os envolvidos. No entanto, os erros podem
ser prevenidos mais facilmente se pensarmos que o desenho de um processo pode torná-lo mais seguro ou mais
D
difícil para as pessoas errarem na hora de executá-lo. É
claro que isso não exime as pessoas das responsabilidades
e ou que possam ser descuidadas. Mas quando ocorre um
erro, culpar o indivíduo pouco ajuda a tornar o processo
mais seguro ou evita que a falha aconteça novamente.
Parto do principio, que se errar é humano, evitar o erro
também é uma característica da inteligência humana. Então, por que o ser humano erra?
Porque no momento que uma falha aparece, significa
que ocorreu uma série de fatores sistêmicos que deram
origem ao erro (James Reason, 2000 – Modelo do queijo
suiço), como por exemplo: falta de informação, falha na
comunicação, conflitos na equipe, falta de liderança, excesso de hierarquia, entre outros. O erro tem origem no
alinhamento de causas que convergiram naquela situação.
Em razão da falibilidade do ser humano, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) passou a estudar as influências
que podem culminar na falha humana, pondo em risco a
segurança do paciente. A entidade denominou esse estudo como ‘Fatores Humanos’, pois não existe uma atividade
que seja livre de erros humanos.
Essa nova ciência estuda as relações do homem com
suas ferramentas e equipamentos analisando o ambiente
que o rodeia, o seu local de trabalho e a atividade que ele
desenvolve, assim como as características humanas e individuais que influenciam no comportamento do trabalho e
que afetam a segurança e a saúde (OMS,2009).
Ela trata de entender as limitações humanas.
A OMS destacou 10 pontos relacionados aos Fatores Humanos que podem favorecer a falha humana: Cultura organizacional de segurança, Organização da liderança, Comunicação
interna, Trabalho em equipe, Liderança de equipe (supervisores), Consciência situacional, Tomada de decisão, Stress, Fadiga e Ambiente de trabalho.
Por ser a falibilidade humana um fato inegável, diversas teorias foram desenvolvidas para explicar as razões dos diferentes
tipos de erro, pois alguns deles podem ser causados por simples
incompatibilidade física (letras impressas que podem ser confundidas quando muito pequenas, por exemplo) ou por complexos fatores psicológicos e certos tipos de estressores, como
fadiga e limites de tempo rígidos (HELMREICH, 1998; FAA, 2002).
O conceito dos fatores humanos é utilizado por órgãos militares e empresas de aviação civil para melhorar o desempenho das pessoas na prevenção de acidentes.
A interação do homem com as máquinas e equipamentos
utilizados, os procedimentos escritos e verbais, as regras que
devem ser seguidas, as condições ambientais ao seu redor e as
interações com as outras pessoas, são aspectos que podem
influenciar o comportamento no trabalho de tal maneira que
afeta a saúde e a segurança.
Assim sendo, o ser humano é o ponto central de qualquer
sistema. É identificando suas capacidades e limitações, medindo seu desempenho e reavaliando os processos de trabalho
que será possível reduzir ou eliminar as falhas.
SINDHOSP e HOSPITALAR alinham projetos para 2016
irigentes do Sindhosp – Sindicato dos Hospitais do
Estado de São Paulo e da HOSPITALAR Feira + Fórum
reuniram-se em 18 de setembro para alinhar projetos em comum e detalhar as ações que o Sindhosp, Fehoesp e
IEPAS realizarão durante a 23ª HOSPITALAR, em maio próximo.
O encontro aconteceu na sede da UBM Brazil, empresa realizadora do evento, e serviu também para reafirmar a parceria que, desde a primeira edição da feira, une o Sindicato dos
Hospitais do Estado de São Paulo e o maior evento de saúde
das Américas.
Luiz Fernando Ferrari Neto, vice-presidente do Sindhosp, e
Marcelo Gratão, executivo à frente do IEPAS – Instituto de Ensino e Pesquisa na Área da Saúde apresentaram as atividades
desenvolvidas por estas instituições, destacando especialmente os eventos que acontecem durante a feira. E anteciparam
que, para a edição de 2016 estão confirmados a realização do
10º Congresso Brasileiro de Gestão em Laboratórios Clínicos,
do 11º Congresso Brasileiro de Gestão em Clínicas de Serviços
de Saúde e do II Encontro Nacional de Empreendedorismo e
Startups da Saúde.
Além disso, Sindhosp, Fehoesp e IEPAS serão, mais uma
vez, coorganizadores do CISS – Congresso Internacional de Serviços de Saúde, ao lado da HOSPITALAR e outras instituições
da saúde.
Urologia
O
Um programa de workshops, realizado em seu estande
na feira, também já está sendo trabalhado pelo Sindhosp. Em
2015 a instituição realizou 12 workshops durante o evento,
“com grande participação de nossos associados”, destacou Luiz
Fernando Ferrari. Para 2016, vamos ampliar esta ação para 20
workshops”.
COMPRADORES VIP
Outra ação que será ampliada na edição 2016 é o Projeto VIP, através do qual Sindhosp e Fehoesp levaram à feira,
na edição anterior, dirigentes e tomadores de decisão dos
mais importantes hospitais do interior do Estado de São
Paulo.
Numa ação articulada entre a diretoria e as unidades
regionais do Sindhosp, em parceria com a equipe da HOSPITALAR, foram selecionados e convidados 900 visitantes
VIP, recebidos na feira em horário especial (das 10 às 12
horas, antes do horário oficial de funcionamento) para visitas agendadas com expositores igualmente selecionados.
“Foi uma ação muito personalizada, focada em negócios,
que criou condições para que compradores e expositores
pudessem conversar de forma muito objetiva, sem interrupções e com uma avaliação altamente positiva de ambas
as partes”, destacou José María Lasry, diretor Comercial
do evento.
Para 2016, o Projeto VIP será ainda melhor trabalhado pelos parceiros, visando levar ao evento cerca de 1.200 executivos VIP de hospitais paulistas, gerando ainda mais oportunidades de negócios.
ESTREITANDO A PARCERIA
Vários outros projetos foram comentados na reunião, com
troca de ideias e contribuições de parte da equipe do evento.
A partir de agora, um cronograma de trabalho começa a ser
detalhado e implementado, visando dar início, ainda antes do
final deste ano, à divulgação dos eventos e abertura de inscrições.
O encontro permitiu aos executivos do Sindhosp, Fehoesp
e IEPAS conhecer os representantes da UBM Brazil que passaram a responder pela feira a partir de julho último, quando
foi oficializada a aquisição da feira brasileira pela multinacional britânica. Estiveram presentes à reunião Jean-François
Quentin, presidente da UBM Brazil, Monica Araújo, diretora de
marketing da UBM Brazil, e do portfólio da Hospitalar estiveram presentes Viviane Silva, gerente de marketing, José Maria
Lasry, diretor comercial do evento, Thomas Santos, diretor institucional e Ana Jussara Leite, responsável pela área de conferências.
Nova cirurgia a laser para próstata beneficia
pacientes cardíacos
coração e a próstata lideram o ranking de
problemas que mais acometem o homem.
Enquanto as doenças cardíacas ocupam o primeiro lugar no Brasil quando o assunto é mortalidade,
a próstata é a que causa mais dificuldades no dia a dia.
Além do câncer na glândula, que representa 70% dos casos de tumor em homens no país, a doença masculina
mais comum também é na região. A hiperplasia benigna
da próstata (HBP) - um crescimento anormal da glândula
que causa problemas no fluxo urinário - atinge 80% dos
homens com mais de 50 anos.
A ressecção transuretral da próstata (TURP) é o
tratamento cirúrgico mais comum para HBP, mas não
pode ser realizada em cardíacos por ser uma cirurgia
aberta e invasiva. Quem sofre com os dois problemas
precisa conviver com os inconvenientes da hiperplasia, como a dificuldade ao urinar e a sensação bexiga
sempre cheia, que afeta o sono, a qualidade de vida
e, em casos mais graves, pode levar a sangramento e
insuficiência renal.
Laser
Para pacientes que usam anticoagulantes e portadores de
marca-passo cardíaco, a cirurgia a laser é a única indicada para
hiperplasia benigna. Este ano uma novidade chegou ao Brasil
para ajudar estas pessoas: uma versão mais avançada do laser
verde passa a ser utilizada em hospitais brasileiros. Com capacidade para operar próstatas maiores, o laser mais potente
torna 100% dos brasileiros elegíveis para a operação.
De acordo com o urologista Anuar Mitre, Membro do Núcleo Avançado de Urologia do Hospital Sírio-Libanês, a principal vantagem da cirurgia a laser é a ausência de sangramento.
“Como a próstata é muito vascularizada, no método tradicional
pode acontecer uma hemorragia intensa; algumas vezes o cirurgião precisa abandonar o procedimento transuretral e fazer
uma incisão abdominal que não estava prevista para conter o
sangramento”, explica o urologista, referência nacional na especialidade, que usa a tecnologia a laser em todas as suas cirurgias.
A recuperação no pós-operatório é outro diferencial do laser. “A
urina já fica clara logo no dia seguinte, tornando possível retirar
a sonda e dar alta para o paciente”, afirma Mitre.
22
23
Opinião
Em busca de um pai
Prof. Dr. Paulo Cesar Naoum
Professor Titular pela UNESP
Diretor da Academia de Ciência e Tecnologia
Acadêmico da ARLC
[email protected]
V
ivemos o Brasil de sempre. Desde o início da
nossa nação índios e escravos foram chicoteados e brutalizados, resultando um povo
medroso, trabalhador, passivo e com pouca ambição.
Pelas épocas das casas grandes e senzalas, senhores
patriarcais recebiam como gratidão a libidinagem de
suas dependentes. Durante o segundo império do Brasil, o governo de D. Pedro II deu seu tom paternalista
aos mais pobres, moldando-os com a idéia de que tudo
poderia ser arranjado com o tempo. Na república, o
primeiro pai dos pobres foi Getúlio Vargas.Tivemos, a
seguir, vários pais diferentes. O Juscelino, por exemplo,
foi um pai determinado em modernizar o Brasil, mas a
conta ficou cara para os filhos. O Jânio foi o pai aloprado que deixou para os filhos um padrasto, o Jango, sem
nenhum carisma e que comprometeu a república. Veio
Evento
o regime militar, e com isto tivemos cinco pais austeros
que não escutavam seus filhos. Apesar de passivos, os
filhos ficaram traumatizados. Quando se resgatou de
volta a democracia,Tancredo, que daria um bom pai, foi
embora para se encontrar com o outro Pai, e em seu
lugar os filhos ganharam um padrasto incompetente
conhecido por Sarney. Este homem afundou o país por
cinco longos anos. Os brasileiros, enfim, ficaram felizes
pois após vinte e seis anos elegeram como pai um caçador de marajás, conhecido por Collor, com um éle verde
e outro amarelo. Era arrogante e despreparado e, como
primeiro ato, roubou as poupanças de seus filhos. Esses
se rebelaram e elle escafedeu-se do poder. Por conta
disso herdamos outro padrasto, o Itamar Franco, mas
este era hábil, inteligente e honesto. Buscou pessoas
competentes para colocar a casa em ordem. Um de
seus auxiliares, o FHC, foi o escolhido para ser o novo
pai que, embora sagaz, era muito vaidoso. As consequências dessa vaidade foram a insistência por sua reeleição e a não preparação de alguém capaz de sucede-lo
e, assim, dar continuidade às reformas propostas. Os
filhos, por fim, resolveram escolher como pai um trabalhador que não trabalhava. Era um pai bom de bico.
Destrambelhado pela bebida, pela soberba e pelos
acordos espúrios, instituiu o governo mais paternalista
nunca antes visto neste país. Deu dinheiro para quem
não precisava e deixou que seus amigos saqueassem
a casa. Foram oito anos de alegrias para marmanjos e
marmanjas preguiçosos, que ganhavam dinheiro dado
em bolsas. Esse dinheiro, porém, era retirado de quem
dava duro no trabalho. A maioria dos filhos obedientes
e passivos estavam apaixonados por este pai, a ponto
de não enxergar os desmando e as inconsequências de
suas atitudes. Por razões ainda a serem esclarecidas,
esse pai apresentou aos filhos uma mãe, tida com pessoa muito competente. A mãe chegou num dia de muita
chuva. Mais da metade dos filhos estavam orgulhosos
com a nova mãe, mas ela deixou que seus novos amigos
continuassem a saquear a casa. Por ser muito brava e
sisuda, todos tinham medo dela. Os filhos passaram a
ter vergonha da mãe quando ela deixou que uma de
suas heranças mais representativa, a Petrobrás, fosse
roubada até quase a falência. Dizem que ela vai perder
outras conquistas obtidas com o suado trabalho dos filhos. Agora deu desespero e os filhos buscam um outro
pai. Estão muito traumatizados para buscar uma outra
mãe. Durante todo esse tempo histórico, a educação
que lhes foi dada pelos políticos da ocasião omitiu sempre que os filhos desta nação precisam de uma pessoa
honesta, estadista e com conhecimentos e competências para administrar o bem publico. Não precisam necessariamente buscar um pai ou de uma mãe.
Ribeirão Preto sedia em dezembro evento para
discutir gestão hospitalar e empresarial
R
ibeirão Preto (SP) será palco na primeira semana de
dezembro de um dos mais completos eventos do
calendário nacional em 2015 para discutir gestão
hospitalar, empresarial e de terapias intensivas e urgências.
São três diferentes workshops, além de uma feira expositiva,
que acontecem no Hotel JP e reúnem renomados especialistas e palestrantes para apresentações, mesas redondas
e conferências sobre variados temas de interesse para empresários, médicos, administradores e profissionais liberais,
entre outros.
O V Workshop de Gestão Hospitalar e o II Workshop de
Gestão Empresarial serão promovidos na sexta-feira, dia 4
de dezembro, repetindo o mesmo formato de sucesso da
edição de 2014, e o I Workshop de Gestão de Urgências,
Terapia Intensiva Adulto, Neo Natal e Pediátrica, programado para o sábado, dia 5 de dezembro, a principal no-
vidade deste ano na grade, reforçando o conteúdo técnico
do evento.
A programação detalhada dos três workshops está disponível no site www.gestisolucoes.com.br. Cinco especialistas e empresários de renome já confirmaram presença
no evento. São eles Carlos Alberto Júlio, um dos maiores
palestrantes do Brasil na atualidade e um dos mais atualizados autores e pesquisadores no campo da Administração de Negócios, autor de cinco best-sellers; Alexandre
Schwartsman, economista, doutor pela Universidade da
Califórnia em Berkeley, ex-diretor do Banco Central e professor do Insper.
E também Alexandre Rotta, chefe da Divisão de Terapia
Intensiva Pediátrica no Rainbow Babies and Children’s Hospital, e Professor Titular de Pediatria na Case Western Reserve
University, em Cleveland, Ohio; Marcel Fleischmann, ex-pre-
sidente do McDonald´s América Latina e atual CEO do Bar
do Alemão, com mais de 38 anos de experiência no segmento de refeições rápidas e oito anos em gestão do varejo; e
João Naves, fundador e presidente da RT Rodonaves, uma
das mais reconhecidas empresas de transporte do país e cuja
trajetória foi recentemente retratada no livro “Uma vida de
entrega”.
Rodrigo Nóbrega, médico e diretor da Gesti, empresa
que promove o evento, afirma que o encontro já está se tornando uma tradição e, a cada edição, vem crescendo e oferecendo novidades a seus participantes. “Queremos inovar
e debater temas de interesse para gestores de hospitais, médicos e profissionais que precisam tomar decisões estratégicas a respeito de negócios, investimentos e administração de
empresas”, completa Ana Beatriz Moreira, também médica e
diretora da Gesti.
Doação de Órgãos
Brasil registra recorde em índice de doadores efetivos de órgãos
O
Brasil teve o melhor primeiro semestre da
história no número de doadores efetivos de
órgãos, tanto em números absolutos quanto
na taxa por milhão de população (pmp). Os dados oficiais
do Ministério da Saúde demonstram que entre janeiro
a junho deste ano, 4.672 potenciais doadores foram
notificados, resultando em 1.338 doadores efetivos
de órgãos. Essas doações possibilitaram a realização
de 12,2 mil transplantes, fazendo com que crescem os
procedimentos de órgãos mais complexos como pulmão,
coração e medula óssea. Nesse mesmo período, o Brasil
alcançou a maior porcentagem de aceitação familiar,
que foi de 58%, superando os demais países da América
Latina.
“Este resultado se deve ao esforço e ao
comprometimento das equipes multiprofissionais
envolvidas diretamente no processo de doação e
transplante e, principalmente, à solidariedade das
famílias brasileiras, responsável por autorizar a doação
do seu familiar, fator sem o qual os transplantes de
doadores falecidos não aconteceriam”, destacou o
ministro da Saúde, Arthur Chioro.
No primeiro semestre de 2015, houve crescimento
de 50% no número de transplantes de pulmão, quando
comparado com o mesmo período do ano passado.
Em 2014, foram realizados 28 transplantes de pulmão
no primeiro semestre e, em 2015, 42. Já em relação
aos transplantes de coração o aumento foi de 11% na
comparação dos 1º semestre de 2014 (156) com 2015
(173). Este é o melhor desempenho já registrado em
um 1º semestre para transplantes de coração. A medula
óssea teve crescimento de 4% na comparação do 1º
semestre de 2015 (1.035) com 2014 (996).
No caso dos doadores efetivos, o Brasil atingiu o
percentual de 14,2 doadores por milhão de população
(pmp), superando a meta estabelecida pelo Ministério
da Saúde em 2011, que segue os padrões internacionais.
O número configura a maior quantidade de doadores
efetivos já registrados em apenas um ano no Brasil, com
aumento de 43,4%, se comparado com 2010, quando o
percentual foi de 9,9 por milhão de população. Em 2014,
foram notificados 9.378 potenciais doadores em todo
o país, que resultaram em 2.710 doadores efetivos de
órgãos.
24
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Opinião
Deficiência de biotinidase: por que é
importante pesquisar?
Dr. Eurico Camargo Neto
Bioquímico responsável técnico
do Centro de triagem Neonatal
de Porto Alegre
[email protected]
A
recente adição da pesquisa da deficiência da biotinidase (DB) no Programa Nacional de Triagem Neonatal trouxe à luz uma doença até então pouco ou
nada conhecida dentro dos laboratórios de análise clínicas.
Descrita por Barry Wolf, em 1982 (1), trouxe um melhor entendimento do mecanismo das deficiências de carboxilases
dependentes de biotina.
A deficiência múltipla de carboxilases biotina-responsivas é uma doença autossômica recessiva, caracterizada por
erupções na pele, conjuntivite, alopecia, ataxia, e muitas
vezes candidíase e atraso de desenvolvimento. Normalmente, os primeiros sintomas ocorrem durante os primeiros meses após ao parto, mas pode não ocorrer por vários anos. Os
pacientes com este transtorno podem apresentar acidose
cetoláctica e acidemia orgânica, causadas por deficiência
nas atividades das enzimas dependentes de biotina: propionil CoA carboxilase, piruvato carboxilase, e 3-metilcrotonilCoA carboxilase. (1.2)
A deficiência de biotinidase é diagnosticada pela baixa atividade da enzima no soro. Crianças com deficiência profunda
de biotinidase têm menos de 10% da atividade normal média
(1). Estas crianças são mais susceptíveis de se tornarem sintomáticos, se não forem tratadas com biotina livre. Crianças
com deficiência parcial de biotinidase têm de 10 a 30% da atividade da enzima no soro de indivíduos normais. Estas crianças
podem desenvolver sintomas em situações se estressadas por
T
alguma infecção. Ambos os grupos de crianças são rotineiramente tratados com biotina.
Características clínicas da deficiência da biotinidase
Clinicamente, as crianças com deficiência de biotinidase
profunda, se não tratadas, apresentam geralmente um ou mais
dos seguintes sintomas: hipotonia; convulsões; erupção cutânea eczematosa; alopecia e problemas respiratórios, tais como
a hiperventilação, estridor laríngeo e apneia; conjuntivite, candidíase; ataxia; atraso no desenvolvimento; perda de audição;
e problemas de visão, como atrofia óptica. Metabolicamente,
a maioria dos indivíduos não tratados para deficiência de biotinidase terão um ou mais dos seguintes sintomas: acidose
cetoláctica, acidúria orgânica e hiperamonemia leve 3,4,5. No
entanto, ausência de cetoacidose diabética ou acidúria orgânica não excluem o diagnóstico de deficiência de biotinidase em
uma criança sintomática. Os sintomas de deficiência de biotinidase, em crianças não tratadas aparecem entre 1 semana e 10
anos de vida, com média de 3,5 meses de idade 5 Crianças com
deficiência de biotinidase podem apresentar apenas um único
sintoma, enquanto outras podem apresentar múltiplos sintomas neurológicos, cutâneos ou outros achados bioquímicos.
Com o desenvolvimento de um método colorimétrico para
a triagem neonatal da doença em amostras de sangue aplicadas sobre papel-filtro (6) pode-se estimar as incidências de deficiência de biotinidase profunda e parcial em todo o mundo
como 1:60.000 e 1:90.000, respectivamente (7). Em um estudo
com mais de 225.000 amostras estimamos que a deficiência de
biotinidase no Brasil é de cerca de 1 em cada 9.000 nascimentos, uma incidência que justifica a sua inclusão nos testes de
triagem neonatal.
O diagnóstico laboratorial pode ser feito através da medida
da atividade da enzima no soro do paciente e dos pais. A atividade da biotinidase é expressa como a quantidade de substrato convertido, em nanomol por minuto e por mL de soro
ou plasma. Indivíduos heterozigotos costumam apresentar
atividades próximas ao limite inferior dos valores de referência
utilizados no nosso laboratório (5 a 10) (8). Desta forma, com
raras exceções, a atividade enzimática permite ao pediatra tomar a decisão se deve ou não tratar o paciente, sem a necessidade de se recorrer a métodos de biologia molecular.
O tratamento baseia-se na administração de 5 a 10mg diárias de biotina livre. Não é necessário tratar indivíduos com
restrição proteica, mas ovos crus devem ser evitados, pois contêm avidina, uma proteína que se liga à biotina, diminuindo
assim a biodisponibilidade da vitamina. Ovos bem cozidos não
são um problema porque o aquecimento inativa a avidina (9)
1. Wolf B, Feldman GL. The biotin-dependentcarboxylase
deficiencies. Am J Hum Genet (1982). 34:699-707.
2. Sweetman L. Two forms of biotin-responsive multiple
carboxylase deficiency.J Inher Metab Dis (1981). 4:53-54.
3. Wolf B. Disorders of biotin metabolism. In: Scriver CR,
Beaudet AL, Sly WS, Valle D (eds). The Metabolic and Molecular Bases of Inherited Disease. McGraw-Hill: New York. (2001).
3935–3962.
4. Wolf B, Grier RE, Allen RJ, et al. Phenotypic variation in
biotinidase deficiency.J Pediatr. (1983).103:233–237.
5. Wolf B, Heard GS, Weissbecker KA, McVoy JR, Grier RE,
Leshner RT. Biotinidase deficiency: initial clinical features and
rapid diagnosis. Ann Neurol. (1985).18:614–617.
6. Heard GS, McVoy JRS, Wolf B. A Screening Method for Biotinidase Deficiency in Newborns. Clin Chem (1984). 30:125-127.
7. Wolf B, Heard GS. Screening for biotinidase deficiency in
newborns: Worldwide experience. Pediatrics. (1990). 85:512-517.
8. Neto EC, Schulte J, Rubim R, Lewis E, DeMari J, Castilhos
C, Brites A, Giugliani R, Jensen KP, Wolf B. Newborn screening
for biotinidase deficiency in Brazil: biochemical and molecular
characterizations. Braz J Med Biol Res 2004;(37):295-99.
9. Wolf B. Biotinidase deficiency: “if you have to have an
inherited metabolic disease, this is the one to have”. Genet
Med. (2012). 1-11.
13ª Edição da Analítica Latin America
ermina a bem-sucedida 13ª Edição da Analítica Latin
America, com visitação de profissionais altamente
qualificados do setor, incluindo colaboradores de alguns dos principais players da indústria, como: Ajinomoto, Boehringer Ingeiheim, Braskem, Dupont, Ecolab, Fiocruz, Ge Healthcare Lifescience, entre outras. O evento recebeu 500 marcas
em exposição, reafirmando sua posição de principal plataforma
de negócios, relacionamento e geração de conteúdo para os diferentes setores da química analítica.
O 2° Circuito de Conhecimento e Inovação integrou diferentes projetos durante a Analítica Latin America. Nos três dias de
evento, o Livelab contou com laboratórios totalmente funcionais apresentando análises em tempo real que demonstraram a
usabilidade de equipamentos de última geração. O espaço teve
demonstrações nas áreas: ambiental, energia, alimentos, inovações, ciências da vida e geoquímica.
O 4° Congresso Analítica Latin America recebeu profissio-
nais qualificados que promoveram a interação do meio acadêmico com o setor industrial. Já a Arena do Conhecimento
proporcionou aos visitantes a oportunidade de participarem
gratuitamente de apresentações curtas com temas inovadores.
A próxima edição da Analítica Latin America já está confirmada para acontecer entre os dias 26 e 28 de setembro de
2017, em São Paulo. Veja alguns lançamentos que foram sucesso durante os três dias do evento e depoimentos de quem fez
parte de mais esta edição de sucesso da Analítica Latin America.
Agilent Technologies apresentou Sistema de Cromatografia Líquida de Ultra Alto Desempenho e celebra seus 50 Anos
de medição analítica
A Agilent Technologies apresenta o Sistema 1290 Infinity
II LC, novo instrumento da série Infinity 1200, de seu portfólio
de cromatografia líquida. O sistema permite que os técnicos,
cientistas e gerentes de laboratórios alcancem novos níveis
de eficiência com alta qualidade analítica, facilidade de uso e
capacidade de integração com o restante de operação do laboratório. Na Analítica 2015, a Agilent apresentou toda sua linha
completa de produtos e sistemas em medição analítica.
Principais características do sistema 1290 Infinity II da
Agilent:
Eficiência Analítica: Alta qualidade analítica de dados, com
resolução/precisão cromatográfica e amplo espectro de detecção
Eficiência Operacional: Facilidade de uso e novos recursos,
com flexibilidade máxima para acomodar alterações de condições de separação, o que reduz tempos de operação. Oferece
também maior espaço para amostra por bancada e mais rápido
ciclo de injeção
Eficiência Laboratorial: integração com equipamentos já
existentes no laboratório, permitindo transferência de metodologia de qualquer equipamento anterior – recurso importante
para gerentes de laboratório que buscam custos menores e
maior retorno para seus investimentos.
26
27
o mercado atual
O
A prevenção de doenças ósseas
osso é um tecido dinâmico, complexo e
influenciado por fatores fisiológicos, nutricionais e físicos. Tem como principais
funções: proteção de órgãos vitais, sustentação do
organismo, produção de células sanguíneas e armazenamento de sais. Dentre os sais armazenados destacam-se o cálcio e o fósforo, os quais estão diretamente envolvidos na mineralização do osso. Defeitos
na mineralização óssea dão origem ao raquitismo e
osteoporose.
O cálcio é o principal mineral do esqueleto. Aproximadamente 99% do cálcio no organismo encontra-se
nos ossos, sob a forma cristais de hidroxiapatita (Ca3PO4)2, responsáveis principalmente pela propriedade de rigidez e resistência à compressão. O restante
encontra-se nos dentes, tecidos moles e fluidos extracelulares. Estão em altas concentrações nos leites e
derivados, gergelim, chia e verduras de coloração verde-escuras.
O fósforo, juntamente com o cálcio, forma a hidroxiapatita. Também participa das funções celulares
como componentes de fosfolipídeos da membrana
celular, dos ácidos nucléicos, do transporte de energia e da regulação da atividade de várias enzimas.
Sua quantidade diária necessária situa-se entre 800 a
1200 mg, sendo encontrado principalmente em legumes, leites, ovos e nozes.
Raquitismo e osteoporose são defeitos da mineralização óssea. O raquitismo é uma condição
que afeta o desenvolvimento dos ossos em crianças. Isso faz com que os ossos se tornem suaves e
fracos, o que pode levar a deformidades ósseas.
A osteoporose é um quadro comum em mulheres
a partir dos 40 anos e em homens a partir dos
60. Com o envelhecimento, o sistema esquelético
sofre, de forma natural, uma queda nos níveis de
cálcio. Isto leva a uma ocorrência maior de fraturas, deformidades, além de reduzir a estatura da
pessoa.
O crescimento da expectativa de vida da população, torna mais comum os problemas relacionados
com os ossos. A perda da qualidade de vida que pode
ser causada por tais enfermidades e traumas, aumenta a importância em controlar os níveis de cálcio e fós-
foro no organismo.
A BIOTÉCNICA disponibiliza os kits de cálcio, cálcio
ASX e fósforo UV, com ótimos desempenhos e fáceis
metodologias de ensaio.
Referências:
• HENRY, J.B. Diagnósticos clínicos e tratamento
por métodos laboratoriais.18ª Ed.
• Lautes Jose Marques Allegretti. Estudo da formação de fosfatos de cálcio pela mineralização de matrizes de colágeno.
André Lima
ww.biotecnica.ind.br
[email protected]
+55 (35) 3214-4646
Microcoleta de sangue - MiniCollect®
Sistema seguro e confortável para coleta de sangue em acessos difíceis.
A
coleta de sangue em crianças exige habilidade. É uma situação desconhecida para os
pequenos pacientes e ainda há o medo da
punção, que pode ocasionar reações defensivas. Para
evitar o desconforto é importante um procedimento
suave e cuidadoso, como acontece na microcoleta.
Pensando nisso, a Greiner Bio-One desenvolvou a linha de produtos MiniCollect® ideal para a coleta de
sangue em acessos difíceis.
O Sistema MiniCollect® é composto pelo microtubo, funil e tubo transportador. Este sistema fechado
evita perda de aditivo, reduz o risco de contaminação
e o torna mais higiênico possível. O design inovador
garante alta funcionalidade e flexibilidade durante o
uso, confira abaixo:
• Análise precisa com volume reduzido de amostra;
• Possui marca de graduação para o preenchimento correto;
• Linha completa de microtubos em polipropileno
(PP), disponíveis nos volumes de 0,25 a 1,0ml;
• Tubo transportador que atua como tubo primário
em centrífugas e equipamentos de análise;
• O microtubo para sorologia é acompanhado pelo
tubo transportador na cor âmbar, protegendo amostras fotossensíveis;
• Tampa com sistema “corte em cruz” que permite
a coleta sem ter que abrir o tubo;
• Funil para coleta com sistema de quebra de tensão superficial da gota de sangue;
• Rótulo na cor da tampa conforme a padronização
internacional de cores.
O MiniCollect® permite que o procedimento
da microcoleta seja realizado de forma segura e
proporciona mais conforto não apenas em pacientes infantis, como também geriátricos, neonatos,
oncológicos, UTI e com acesso venoso difícil em
geral.
INSTITUCIONAL Greiner Bio-One Brasil – Divisão
Pré-Analítica
A divisão Pré-Analítica traz soluções completas
de produtos para todas as fases do processo pré
-analítico com o mais alto padrão de tecnologia.
Referência em inovação, a Greiner Bio-One Brasil
sempre atende todas as normas de segurança e qualidade nacionais e internacionais (dos países em que
é comercializada).
A matriz austríaca Greiner Bio-One GmbH é parceira tecnológica de universidades, institutos de pesquisa e das indústrias de diagnóstico, farmacêuticas
e de biotecnologia. Faz parte da Greiner Bio-One International AG, que gera um volume de negócios de
327 milhões euros (aproximadamente 1.076 bilhões
de reais). Possui mais de 1.700 colaboradores operando globalmente em 24 filiais e inúmeros distribuidores
em mais de 100 países.
www.gbo.com/preanalytics
Wama anuncia novo diagnóstico da Hepatite B
Wama Diagnóstica lança novo kit que pode detectar o antígeno de
superfície do vírus da Hepatite B em soro e sangue total de pacientes
em fase aguda e crônica.
A
WAMA Diagnóstica, empresa líder no mercado de testes rápidos no Brasil, lançou
mais um aliado no diagnóstico da Hepatite B, doença infecciosa que provoca uma inflamação
no fígado transmitida pelo vírus da hepatite B (HBV):
o kit Imuno-Rápido HBsAg PLUS. O teste que utiliza
a metodologia imunocromatográfica faz a detecção
qualitativa do antígeno HBsAg com a finalidade de
identificar de forma precisa indivíduos com infecção
pelo vírus HBV.
A infecção pelo HBV ocorre principalmente através de contato sexual, oral, parenteral e uso comum
de seringas e agulhas. A transmissão sexual ocorre
mais freqüentemente com o vírus das hepatites tipos
A, B, C e Delta. Os tipos B e C podem evoluir para
doença hepática crônica e têm sido associados com
carcinoma hepatocelular primário.
No Brasil, estudos de prevalência do HBV detectaram índice de infecção média de 8,0% na região
Amazônia legal, de 2,5% na região Sudeste e de 1,0%
na região Sul. O período de incubação da hepatite B
aguda situa-se entre 45 e 180 dias. Nos pacientes sintomáticos, a hepatite B usualmente evolui para fases
prodrômica, ictérica e de convalescença.
A hepatite B pode evoluir cronicamente, de forma
persistente ou ativa, o que se demonstra pelos marcadores laboratoriais, testes de função hepática e
histologia anormais. O diagnóstico laboratorial é realizado por meio dos marcadores sorológicos do vírus
da hepatite B. O antígeno de superfície da hepatite B
(HBsAg) é o primeiro marcador a aparecer, geralmente precede a hepatite clinicamente evidente e também está presente no portador crônico. Por outro
lado, o anticorpo superficial da hepatite B (Anti-HBs)
pode aparecer tardiamente na fase convalescente e
sua presença indica imunidade.
O kit Imuno-Rápido HBsAg PLUS da WAMA Diagnóstica é um teste imunocromatográfico altamente
sensível e específico para detecção qualitativa do antígeno HBsAg no sangue total ou soro humano, com
a finalidade de identificar indivíduos com infecção
pelo vírus da Hepatite B nas fases aguda e crônica
28
da doença. O teste desenvolvido possui ainda uma
membrana especialmente tratada e um tampão diluente com formulação específica que promovem a
retenção de células sanguíneas, tornando possível o
uso de amostras de sangue total em locais de difícil
acesso e em campanhas públicas.
Dessa forma, a WAMA Diagnóstica trabalhando
sempre na melhoria contínua dos produtos, anuncia
um kit com ótimo desempenho, garantido pelo rígido
controle de qualidade ao qual o produto é submetido, buscando alcançar a plena satisfação de seus
clientes e parceiros.
www.wamadiagnostica.com.br
29
Ribeirão Preto recebe
a 16ª Jornada de Pediatria
2015
OUTUBRO
28º Congresso Brasileiro de Microbiologia - 2015
Data: 18 a 22
Local: Centro Sul- Centro de Convenções de Florianópolis - Florianópolis/SC
Informações: tels. (11) 3037.7095 / 3813.9647
[email protected]
www.sbmicrobiologia.org.br
XXX Congresso Brasileiro de Patologia
Data: 29/10 a 1º/11
Local: Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo/SP
Informações: tel. (11) 5080.5298 - www.sbp.org.br
NOVEMBRO
HEMO 2015
O Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia
e Terapia Celular (Hemo), promovido pela Associação
Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), terá a edição de 2015 em São Paulo, entre os
dias 19 e 22 de novembro, no Transamérica Expo Center,
Avenida Doutor Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 - Santo
Amaro.
Hemo 2015
Realização: ABHH - Organização: ABHH Eventos
Data: 19 a 22 de novembro
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo – SP
Site oficial: www.hemo.org.br
Público-alvo - multiprofissional, além dos hematologistas e
hemoterapeutas, o Hemo 2015 reunirá durante quatro dias
odontólogos, farmacêuticos, psicólogos, enfermeiros, biomédicos, gestores de hemocentros, entre outros profissionais de
áreas correlatas e representantes de esferas governamentais da
saúde.
Dr. Renato Zorzo,
presidente da edição
2015 da Jornada de
Pediatria Unimed
Ribeirão Preto
Em sua 16ª edição, a Jornada de Pediatria Unimed Ribeirão
Preto traz para os médicos pediatras de mais de 20 estados
brasileiros os principais temas para atualização, como Febre
Chikungunya, programas de fortificação de alimentos em
saúde pública, neurocirurgia, neonatologia, vacinas. Como
novidade, neste ano o evento terá um espaço especial para a
apresentação de pôsteres de trabalhos científicos, com visita
docente e publicação em Anais.
Prazo para inscrições online - 06 de novembro de 2015
18º Encontro Nacional de Biomedicina
Data: 22 a 24 de Outubro
Local: Unesp-Botucatu-SP
Informações: tel. (14) 3880-0857
[email protected] Instagram: @enbmoficial
face: Encontro Nacional de Biomedicina
www.enbm.com.br
XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear
Data: 23 a 25 de outubro
Local: Centro de Convenções do Hotel Royal Tulip – Rio de Janeiro (RJ)
Organização: Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear
(SBMN)
Programação: www.sbmn.org.br/congresso/programacao.html
Congrelab 2015
11° Feira de Produtos e serviços para Laboratórios.
15° Jornada Científica de Análises Clinicas.
3° Jornada Sul-Brasileira de Citologia Clínica Manoel Feijó
1° Fórum de Analises Clinica do CRF-RS
Dias 06 e 07 de novembro de 2015
Local: AMRIGS - Porto Alegre-RS
Congresso Brasileiro de Patologia discute
paradigmas da especialidade em São Paulo
Trigésima edição do evento trará convidados internacionais
entre 29 de outubro e 1º de novembro
O Congresso Brasileiro de Patologia, promovido pela Sociedade Brasileira de Patologia
(SBP), chega a sua 30ª edição trazendo a vanguarda da especialidade para discutir o tema
Patologia: Novos Paradigmas para o Avanço da
Medicina.
“Um dos principais eixos presentes nas mesas, seminários e trabalhos apresentados será
a medicina especializada, na qual a anatomia
patológica atua de forma decisiva na condução
diagnóstica e prognóstica dos pacientes”, explica a presidente do Congresso, Sueli Aparecida
Maeda Pereira.
O evento também contemplará temas presentes no cotidiano da profissão, como a gestão laboratorial e o ensino da patologia, propondo modificações curriculares e discutindo
o déficit de novos especialistas. Segundo Sueli,
a reunião de profissionais no Congresso Brasileiro de Patologia propiciará oportunidade
para estabelecer novas políticas de ensino,
voltadas para o incentivo na formação de mais
patologistas no Brasil.
Além das discussões, a programação extensa
de mesas, palestras e cursos abordará especialidades como dermatopatologia,patologia mamária, uropatologia e patologia ocular, entre
outras. Sobre as participações internacionais,
estarão presentes profissionais e pesquisadores
que atuam em países como Inglaterra, Canadá,
Estados Unidos, França, Portugal, Alemanha,
Itália, Uruguai e Argentina.
Programação e mais informações: congressodepatologia.org.br
30
Inscrições pelo site:
www.passgroup.com.br/congrelab15
Informações: [email protected]
Fone: (51) 9388-0060
Congresso da
SBCBM terá curso inédito de publicação e financiamento de pesquisas
em cirurgia bariátrica
Um dos destaques do XVII Congresso da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica) que acontecerá entre os dias 20 e 23 de outubro, na cidade de Belém,
no Pará, será o “Curso internacional de publicação e financiamento de pesquisa em cirurgia bariátrica”. Esta é a primeira
vez que o principal evento da especialidade irá abordar a produção científica de maneira didática com orientações para
fomentar iniciativas de pesquisas e publicação de textos e
enriquecer a literatura em cirurgia bariátrica.
“Nossa preocupação foi montar uma grade que abordasse o máximo de assuntos ligados à produção científica. Convidamos pesquisadores de destaque no cenário mundial que
apresentarão aos congressistas o quadro atual do segmento,
além de dicas e pontos importantes para chegar a um excelente resultado final”, explica Dr. Josemberg Campos Presidente da SBCBM.
A programação completa com todos os assuntos que serão abordados nos simpósios, módulos e palestras está no
site do XVII Congresso da SBCBM. (www.sbcbm2015.com.br).
31
Enquete
Cont. da pág. 16
Diante do cenário atual, político e econômico, quais as
perspectivas reais de desenvolvimento para o setor em 2016?
O setor de distribuição para
diagnóstico laboratorial muito
possivelmente será impactado
pela deterioração da economia
acompanhada da crise política que vem se desenhando
para 2016. Podemos imaginar
que o aumento do desemprego acarretará diminuição dos
usuários de planos de saúde e
a consequente diminuição das
solicitações de exames para
diagnósticos clínicos laboratoriais. Pelo que é noticiado
o setor público terá também que diminuir o investimento em todos os setores, incluindo a saúde. As empresas
distribuidoras terão que lidar com os aumentos de custos
causados pela desvalorização da moeda frente ao dólar,
alta dos combustíveis, alta da energia elétrica e a alta dos
juros básicos da economia que tornam os financiamentos muito mais caros.
Entretanto, apesar do cenário negativo apresentado
em 2015 e possivelmente nos próximos dois anos, o setor de saúde é dos mais resilientes. Devemos nos planejar para o médio e longo prazos porque após a passagem
do momento mais crítico o mercado de saúde tende a
retomar à demanda natural.
A “Décio Camargo Ltda”, que está no mercado há 36
anos, passou por diversas crises econômicas e permanecerá focando em duradouras relações comerciais com
seus clientes e fornecedores, agregando o valor de seus
serviços aos produtos de alta tecnologia comercializados. Nunca se esquecendo do já tradicional modo amigo,
cordial e inovador “Décio Camargo” de ser.
Ana Carolina Camargo
Décio Camargo
Já sabemos que o cenário
político infelizmente está de
mal a pior, e consecutivamente isso reflete diretamente na
economia, o dólar por exemplo subiu mais de 50% somente esse ano!!!
Além disso, o nosso órgão
responsável “ANVISA” aumentou consideravelmente todas
as taxas de registros e inspeções, o que dificulta entrada
de novos produtos e diminui o processo de inovação
no setor da saúde.
O que a GTgroup adotou como estratégia para superar tudo isso foi fazer novas parcerias, aumentar o
mix de produtos, diminuir os custos e dar o melhor
atendimento possível para o cliente, seja ele pequeno, médio ou grande. Com isso, mesmo em um ano
de crise, conseguimos duplicar nosso faturamento,
aumentar os setores da empresa e fazer novas contratações.
É com esse tipo de pensamento que queremos
começar o ano de 2016, atendimento diferenciado, parcerias fortes e duradouras para superar
essa crise momentânea e sair dela ainda mais
forte. Temos plena consciência de que fazemos
parte da área da saúde, ajudamos a diagnosticar
e salvar vidas, vamos fazer de tudo para crescer
ainda mais nesse próximo ano e continuar oferecer isso a todos nossos clientes e sucessivamente
a população!
Henrique Almada
Sócio Diretor - GTgroup
Todos aqueles que passaram
dos 40 anos sabem bem sobre o
que vou escrever. Nossas trajetórias empresariais foram construídas em meio a alternâncias entre crises - quase sempre longas
- e curtos períodos de bonança!
Acredito que antes da retomada da economia, do emprego, da harmonia política, etc. o
mais importante é a retomada
do otimismo! Nosso pessimismo
é alimento para a crise, gasolina na fogueira, gerando um
ciclo vicioso.
Esses períodos críticos nos incomodam. Incomodar
tem como sinônimo “inquietar”. Esse sentimento nos faz
buscar saídas, nos desacomoda e passamos a enxergar
erros que antes não víamos. Sairemos fortalecidos.
O mais importante neste momento é o retorno da
estabilidade. Se teremos um dólar a quatro ou dois reais,
isso não importa, desde que se estabilize num patamar
para que as empresas possam se organizar e planejar o
amanhã.
Aos donos de laboratórios aconselho não se deixarem dominar pelo pessimismo, não parar de investir, automatizar e se modernizar buscando aumento de produtividade com custos menores. Quando a bonança voltar,
estes sairão na frente!
Encaremos 2016 como um ano de aprendizado. Não
será um ano fácil, mas tenho certeza que será melhor
que 2015 e não tão bom como 2017. Daqui para melhor,
sempre!
Hamilton Bianco
Distribuidor Sinnowa
Novidades do Congresso
A
Big Data auxilia área da saúde no tratamento
de doenças complexas e epidemias
análise do grande número de informações
geradas sobre as incidências de doenças
e dos tratamentos para a SBPC/ML tem
a finalidade de estimular a saúde dos pacientes,
por meio do cruzamento de informações, além
de viabilizar avanços em pesquisa a cerca de
enfermidades complicadas, como é o caso da AIDS,
diferentes tipos de câncer e de epidemias.
O uso do Big Data pode, de maneira mais palpável,
ser útil por meio de gadgets que em contato direto
com o corpo do paciente, promovem o monitoramento
da pressão arterial, glicemia, ritmo cardíacos,
entre tantos outros. Estes dispositivos viabilizam o
diagnóstico precoce de doenças como pressão alta
A
e diabetes, por exemplo, por analisar os padrões
em um período de tempo e que se confirmados por
exames, aceleram o início do tratamento e mitigam
possíveis sequelas ocorridas, caso o diagnóstico
ocorra em uma fase tardia da doença.
O Big Data auxilia também no desenvolvimento
de vacinas, porque permite que os pesquisadores
estudem as variações do vírus, questão fundamental
para que possam desenvolver uma vacina capaz de
responder aos padrões de mutações, identificadas
com a utilização de algoritmos disponíveis em bancos
de dados públicos sobre determinada doença, como
é o caso da AIDS. Ou para a pesquisa e cruzamento de
casos similares de câncer, essencial para o tratamento
de tipos menos comuns, como os infantis.
“O Big Data é uma tecnologia que veio para
modernizar o tratamento e diagnóstico de doenças.
A solução possibilita, por exemplo, a análise de
dados de pacientes a respeito de suas internações
e diagnósticos registrados em uma determinada
região, que podem ajudar a detectar em estágio
inicial do surgimento de uma epidemia. A detecção
precoce auxilia as autoridades na promoção de
medidas preventivas, antes que a doença se espalhe
para uma porção maior da população próxima desta
área”, explica Dr. Carlos Balarati, diretor da SBPC/
ML e coordenador da programação científica do 1º
CBIL.
Aumento de ocorrências de sífilis no Brasil é alarmante
SBPC/ML alerta para o crescente descuido
da população em relação às doenças
sexualmente transmissíveis, o que pode
ser explicado pelo avanço no tratamento da AIDS.
Recentemente foram divulgados dados preocupantes
sobre o aumento de casos da sífilis em grande parte
dos estados brasileiros.
Segundo dados do Boletim Epidemiológico de Sífilis
2015, do Ministério da Saúde, entre 2005 e 2013, o
número de grávidas com sífilis no Brasil passou de
1.863 para 21.382, um aumento de mais de 1000%. Em
decorrência disso, as notificações de sífilis congênita
(aquela em que a transmissão ocorre da mãe para o
bebê durante a gestação) cresceram 135% no mesmo
período. Além disso, no estado de São Paulo, as
ocorrências de sífilis adquirida (transmitida por via
sexual) tiveram uma elevação de 603% entre 2007 e
2013, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde
de São Paulo.
Para Celso Granato, médico titulado em Patologia
Clínica pela SBPC/ML e Professor Livre Docente da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a análise
das informações sugere que as pessoas estão deixando
de usar o preservativo. Ele acredita que “as pessoas
ficaram mais tranquilizadas com a melhora do tratamento
da AIDS e se esqueceram de outras graves doenças
32
32
sexualmente transmissíveis, como a sífilis. Trata-se de
um dado muito preocupante para a população”.
O tema é de grande repercussão e foi abordado no
Congresso.
Durante o evento, o Dr. Granato apresentou
métodos atualizados para o diagnóstico da sífilis e
fez uma reflexão sobre a importância da prevenção
e do diagnóstico correto da doença. Ele alerta que
“atualmente é mandatório que cada gestante faça a
sorologia para sífilis pelo menos 2 a 3 vezes no decorrer
da gestação. Isso raramente é feito e a consequência
é que estão aumentando os casos de sífilis em geral,
inclusive a forma congênita”.
33
Seu laboratório encanta o cliente?
Opinião
Pedro Silvano Gunther
[email protected]
H
á algumas semanas fizemos um post no nosso site
sobre o artigo de Luis Nacif “5 passos para encantar
o cliente”. Muitos de nós achamos que sabemos
o suficiente sobre a matéria, que as ações para encantar o
cliente são óbvias. Mas quem pensa assim corre o risco de
estar enganado. É relativamente fácil saber o que fazer, mas
“como” fazer é bem mais difícil.
Circulando o artigo pela empresa, fiquei muito feliz que ele
encontrou eco nos nossos companheiros, especialmente no
chefe do suporte, que comentou: “Nessa era da informação,
os clientes naturalmente estão mais atentos aos serviços que
contratam e com expectativas cada vez maiores em relação
à qualidade. Aliar a capacidade de prover soluções com um
atendimento personalizado, honesto e de confiança, cria raízes
tão fortes que dificilmente se romperão.”
Mas o que diz o tal artigo? Após uma breve introdução,
lista as cinco dicas: Colaboradores diferenciados, Ouvidoria
proativa, Acompanhamento personalizado, Pesquisas de
satisfação e Pensar com o foco DO cliente.
Todos os itens merecem esclarecimentos e discussões
aprofundadas. Para este nosso encontro, contudo, e
pensando na realidade dos laboratórios, escolhi o item
“Acompanhamento personalizado”.
Nacif nos alerta que “a satisfação do cliente pode variar a
cada etapa do processo desde o atendimento, a implantação,
o serviço continuado e finalização de um projeto”. A sugestão
dele é destacar um colaborador qualificado e comprometido
com a empresa para acompanhar de perto cada passo realizado
do processo. No caso dos laboratórios vai depender do porte
da empresa. Nos maiores, é possível atribuir essa tarefa a um
colaborador graduado, mas nos menores o acompanhamento
tem que ser feito pelo proprietário.
A adaptação necessária, penso, é substituir “projeto” por
“laudo”. Enxergar as várias etapas do processo até a entrega
do laudo. Podemos ter um excelente relacionamento com
os médicos, mas quando o paciente chega no laboratório
não é bem atendido. Se é bem atendido na recepção, o
mesmo não acontece na coleta. Se passa bem pela linha
de frente, eventuais problemas na triagem/execução dos
exames podem afetar a data prometida de entrega, caso
não resolvidos prontamente. Se tudo correr bem até a
obtenção do resultado, ainda assim o paciente precisa se
sentir satisfeito com a forma como recebe o laudo, seja
no balcão, por email ou consultando o site do laboratório.
Cada passo do caminho contém armadilhas. Quanto maior
o laboratório, mais passos, mais armadilhas. Estabelecer
bons procedimentos para cada uma destas etapas e dispor
de funcionários qualificados é importante, mas não basta.
É preciso monitorar o andamento da máquina. E azeitá-la
sempre que começa a engasgar.
Melhor Idade
A
Casa segura: mudanças reduzem em 50% acidentes com idosos
idade chega para todos e com ela, a fragilidade, a perda de
reflexos e o enfraquecimento natural dos ossos e músculos.
À medida que a população envelhece, cresce o risco de acidentes no lar. Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
mostram que 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano. Além
disso, no Brasil, as quedas são responsáveis por 70% das mortes acidentais em pessoas com 75 anos ou mais. No entanto, algumas iniciativas
simples no dia a dia podem evitar esse tipo de problema.
Para o ortopedista e traumatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Fernando Baldy dos Reis, evitar a queda é sempre o
melhor. “Preparar todos os cômodos da casa para a pessoa de idade é a
melhor forma de garantir independência e reduzir em 50% a exposição
do idoso ao risco de acidentes, muitas vezes banais, mas que podem
causar grandes problemas”, explica o especialista.
Estudos da Organização Mundial da Saúde mostram que em poucos anos, metade da população mundial terá mais de 50 anos. Doenças
como a osteoporose, que chegam silenciosamente após essa idade, podem comprometer a densidade óssea e facilitar que uma em cada três
mulheres sofra fraturas causadas por quedas dentro de casa.
Um projeto da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
(SBOT), que contou com a participação do Dr. Fernando Baldy dos Reis,
mostra algumas sugestões práticas para uma casa segura. Confira.
Quartos
- A cama precisa ser baixa, permitindo que a pessoa coloque os pés
no chão quando estiver sentado;
- A mesa de cabeceira deve estar fixada no chão, caso seja preciso
apoiar-se nela para levantar;
- Telefone sem fio e números de auxílio devem ficar sempre na mesa
de cabeceira, assim como abajur de toque para facilitar a iluminação.
Banheiros
- Barras de segurança fixadas com buchas;
- O banheiro precisa ter espaço para circulação de duas pessoas
para facilitar a ajuda ao idoso;
- Portas de acesso devem ter abertura para o lado de fora;
- Box e pisos antiderrapantes;
- O assento para banho deve ser fixo e 0,46m de altura do piso;
- Tapetes de borracha com ventosas dentro e fora do box;
- Trocar o sabonete em barra pelo líquido.
Sala de estar e jantar
- Paredes com cores claras;
- Sofás e poltronas confortáveis com altura média de 0,50m e com
profundidade média de 0,70 a 0,80m com braços;
- Os assentos não devem ser muito macios, pois dificultam no momento de levantar;
- As cadeiras devem ter braço de apoio e encosto alto;
- As mesas devem ter bordas arredondadas e sem tapetes embaixo.
Cozinha e área de serviço
- Manter pia e bancada na mesma altura do fogão;
- Instalação de torneiras de fácil manuseio, 1/2 volta;
- Armários não muito altos, com objetos mais utilizados nas partes
inferiores;
- Barras de apoio instaladas em locais firmes;
- Fogão com botões de controle na parte da frente;
- Carrinhos de rodas ajudam a mover utensílios da cozinha para
outros ambientes da casa;
- Copos, pratos e garrafas devem ser, preferencialmente, de plástico ou metal.
No geral, devem-se evitar tapetes e fios soltos, cortinas pesadas e
pisos escorregadios. Interruptores devem ficar próximos das entradas
e saídas dos ambientes para facilitar a rápida iluminação. Além disso,
o especialista alerta sobre a importância dos exercícios físicos e uma
alimentação rica em cálcio para o fortalecimento da massa óssea.
Aumento da longevidade impulsiona mercado de
produtos e serviços para a terceira idade
Os índices apontam para o aumento da expectativa de vida
e, com isso, por conta das necessidades e demanda, crescem as
oportunidades de mercado voltadas aos idosos. São produtos
e serviços oferecidos para essa faixa etária. De acordo com o
IBGE, em 20 anos o número de idosos deve representar cerca de
40% da população brasileira. Hoje, a expectativa de vida média
dos brasileiros é de quase 75 anos e os empreendedores que
enxergarem neste mercado um nicho para se destacar, tendem
a crescer.
Diante deste assunto, o que acha de uma entrevista
com a Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona
– Inteligência Estratégica, a respeito de negócios que
surgem para atender novas necessidades dos brasileiros,
cuja faixa etária começa a subir? Amparado pela maior
Regulamentação
expectativa de vida, o número de brasileiros acima de 65
anos deve praticamente quadruplicar até 2060, confirmando
a tendência de envelhecimento acelerado da população já
apontada por demógrafos. Atualmente são 26,1 milhões
de idosos no Brasil, que têm necessidades específicas. Aos
poucos as pessoas vão adotando a cultura de cuidar dos seus
velhinhos em casa ou em casas de repouso que precisam ser
bem estruturadas.
Sendo assim, abre-se uma oportunidade gigantesca
no mercado e cresce a demanda por profissionais como
cuidadores, enfermeiros e técnicos em enfermagem. No
conceito Home Care, há também um aumento pela busca
por locação ou compra de equipamentos ortopédicos,
hospitalares e serviços atrelados ao cuidado dos idosos
através de empresas de home care.
Em 2015 começam a se preparar e, em 2016, a consultora
acredita que já será uma realidade as franquias de Casas de
Repouso com valores mensais mais acessíveis, pois não deixa
de ser uma evolução do setor em função, novamente, da
necessidade, uma vez que, cada vez mais, todos trabalham fora e
não têm como cuidar dos idosos.
Ainda em 2015, ganham mercado marcas como a Casa do
Médico, que faz justamente essa locação de equipamentos
médicos e hospitalares. Outro segmento é o de clínicas
odontológicas com todos os serviços e as especializadas
em famílias, com foco em atender desde as crianças e seus
responsáveis até os avós em um mesmo local e horário,
otimizando o tempo de todos.
RDC 36/15 ALADDIV vai aos Estados Unidos para falar sobre
regulamentação de produtos de diagnóstico in vitro no Brasil
A regulamentação brasileira no segmento de
diagnósticos in vitro (IVD) tema de workshop que
aconteceu em 9 de outubro, em Los Gatos, na
Califórnia, Estados Unidos. A organização do encontro
é da Association of Medical Diagnostics Manufacturers
(AMDM).
A diretora executiva da Aliança Latino Americana
de Desenvolvimento do Diagnóstico in-Vitro (ALADDIV),
Dra Letícia Fonseca, representou o Brasil em apresentação
sobre a RDC 36/2015, que fala sobre os requisitos para
a regularização de produtos diagnósticos in vitro junto
à ANVISA. Esta nova regulamentação está alinhada com
as discussões do International Medical Device Regulators
Forum e traz mudanças significativas para o setor.
A Association of Medical Diagnostics Manufacturers
(AMDM) congrega fabricantes e distribuidores de
34
produtos diagnósticos e promove conferências
para o compartilhamento de informações na área
regulatória.
“Ter oportunidade de conhecer a regulamentação
da área de diagnósticos in vitro no Brasil é de grande
importância para os fabricantes internacionais que
atuam no mercado brasileiro e para a ALADDIV”,
comentou Letícia Fonseca.
35
Melhor Idade
N
Outubro Rosa: um olhar além do diagnóstico precoce
do câncer de mama
este mês acontece o Outubro Rosa, uma
campanha de conscientização direcionada
às mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Esse tipo câncer é considerado uma das principais
causas de morte entre as brasileiras. São 57 mil novos casos a cada ano (estimativa 2014/2015 – INCA),
sendo que 50% das pacientes diagnosticadas no SUS
já estão em estádio avançado. No Brasil, as taxas de
mortalidade por câncer de mama chegam a mais de
13 mil mulheres/ano, conforme dados do INCA.
O que deve ser destacado, além do diagnóstico
precoce, é o crescimento de casos avançados. Atualmente, há aproximadamente 250 mil mulheres vivendo com câncer de mama avançado em todo o mundo.
Elas enfrentam desafios distintos daquelas que estão
em um estádio inicial da doença, até porque, no momento não existe cura, mas, de acordo com estudos
recentes, novas opções de tratamento desenvolvidas
adiam o uso da quimioterapia e estendem a vida dessas pacientes.
Segundo o Dr. André Mattar, oncologista do
Hospital Pérola Byington, de São Paulo, é importante ressaltar que nos últimos anos, principalmente nos países desenvolvidos, houve uma redução da mortalidade pelo câncer de mama e isto foi
atribuída principalmente aos programas de rastreamento mamográficos e claro ao tratamento oportuno tanto cirúrgico como o sistêmico. “Dentre os
tratamentos inovadores observamos o tratamento
com drogas chamadas de terapia-alvo específicas
que atuam em determinados tipos de tumores aumentando a resposta ao tratamento convencional e
prolongando muito o tempo e a qualidade de vida
das pacientes com câncer de mama”.
Confira algumas informações importantes sobre o
câncer de mama avançado:
são devidos a uma alteração genética que pode ser
transmitida para os familiares, sendo mais frequente antes dos 50 anos e mais frequente ainda antes
do 40 anos.
* O melhor exame para detectar o câncer de mama
continua sendo a mamografia, mesmo assim outros
exames podem ser associados como ultrassonografia
e ressonância nuclear magnética dependendo de cada
caso.
* Nos estágios iniciais 1 e 2 a chance de cura
chega a 80% enquanto nos estádios avançados,
como estádio 3 a chance de cura é ao redor de
40%.
* Quando o câncer de mama torna-se avançado ou
metastático, significa que a doença já se espalhou para
além da mama, para áreas como o cérebro, ossos, pulmão ou fígado.
* A doença conta com uma comunidade de apoio
engajada e ativa, no entanto, as principais campanhas
sobre câncer de mama giram em torno de assuntos
como detecção precoce, prevenção e possibilidade de
cura, deixando de fora aspectos relacionados às fases
avançadas da doença.
* Enquanto as mulheres com câncer de mama em
estádio inicial podem ser mais
facilmente tratadas, 3 em 10
mulheres irão desenvolver a
forma avançada da doença e
irão permanecer em tratamento até o final de suas vidas.
* 40% das mulheres que vivem no estádio mais avançado
da doença sentem-se isoladas
do grande movimento sobre
câncer de mama.
* Cerca de 20% dos casos
de câncer de mama são considerados hereditário, ou seja,
36
37
PREVENÇÃO
U
Novo exame para Hepatite C será ofertado pelo SUS
Procedimento é indolor e não invasivo, quando comparado à biópsia padrão de diagnóstico.
O novo exame deverá estar disponível no SUS em até 180 dias
m novo exame para avaliar o grau de
comprometimento do fígado dos pacientes
com hepatite C está sendo incorporado ao
Sistema Único de Saúde (SUS). A Elastografia Hepática
Ultrassônica integra o novo Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C, publicado
neste ano. A portaria nº 47, que estabelece sua
incorporação na rede pública de saúde, foi publicada
no Diário Oficial da União.
O exame irá facilitar o diagnóstico aos pacientes
que irão utilizar os novos medicamentos para o
tratamento da hepatite C (sofosbuvir daclatasvir e
simeprevir), incorporados recentemente ao SUS. A
Elastografia Hepática Ultrassônica é segura, eficaz
e efetiva para diagnóstico e definição do estágio
da fibrose hepática quando comparada à biópsia
hepática – atual padrão de diagnóstico - pois possui
níveis de sensibilidade e especificidade significativas,
com a vantagem de ser um exame indolor e não
invasivo.
“Essa incorporação é mais um importante
avanço que tem como objetivo ampliar e
melhorar, cada vez mais, a assistência prestada
aos pacientes com hepatite C. Com esse exame e
com os novos medicamentos, o sistema público
brasileiro passará a oferecer o que há de mais
moderno no diagnóstico e tratamento da doença”,
informou o diretor do Departamento de Aids e
Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Fábio
Mesquita.
A incorporação da Elastografia Hepática
Ultrassônica foi recomendada pela Comissão de
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias
(Conitec) conforme Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas da Hepatite C crônica estabelecidos
pelo Ministério da Saúde. A previsão é que o novo
exame esteja disponível para os usuários do SUS em
até 180 dias. Os softwares, que serão instalados nos
equipamentos de ultrassonografia já existentes na
rede do SUS, serão adquiridos pelo Ministério da
Saúde.
Hepatite C – O SUS garante o acesso aos
medicamentos de combate à doença para todos
os pacientes diagnosticados e com indicação de
tratamento medicamentoso. Vale ressaltar que
nem todas as pessoas que contraíram o vírus
precisam ser medicadas, sendo uma recomendação
estabelecida por protocolo e avaliação médica.
Em junho, o Ministério da Saúde anunciou que
o SUS passará a ofertar, ainda este ano, um dos
tratamentos mais inovadores disponíveis no
mundo, composto pelos medicamentos daclatasvir,
sofosbuvir e simeprevir.
A nova terapia apresenta taxa de cura de 90%,
significativamente maior que todos os tratamentos
utilizados até o momento, e duração de 12 semanas,
contra as 48 semanas de duração da terapia
anterior. Outra vantagem é que todo o tratamento é
oral, proporcionando conforto ao paciente e maior
adesão.
Em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram
notificados e confirmados 120 mil casos, e realizados
mais de 100 mil tratamentos. Atualmente são 10 mil
casos notificados ao ano. Estima-se que a tipo C seja
a responsável por 350 e 700 mil mortes por ano no
mundo. No Brasil, são registrados cerca de três mil
mortes por ano associadas à hepatite C. Segundo o
Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra
8.040 novos casos de câncer de fígado ao ano. A
doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes
em adultos.
Desde 2011, o país também distribui testes rápidos
para a hepatite C. Naquele ano, foram distribuídos
15 mil testes, já em 2014 o número saltou para 1,4
milhão de testes.
Sem diagnóstico até 1993, a hepatite C é uma
doença de poucos sintomas. Como os exames
disponíveis no SUS o diagnóstico poderá ser feito
facilmente. Além das transfusões de sangue, outras
formas de transmissão são o compartilhamento
de objetos perfuro-cortantes de uso pessoal e de
seringas e agulhas para o uso de drogas.
38
39
Exame
C
Cápsula endoscópica detecta doenças do intestino
com captação de 120 mil fotos
onhecida como cápsula endoscópica, a pílula com microcâmera é responsável por
realizar uma avaliação da mucosa do intestino delgado por meio da captação de até 120
mil fotos convertidas em vídeo para a análise, o que
equivale a 35 fotos por segundo. A cápsula tem 26
mm de comprimento, diâmetro de 11 mm e é fabricada com material biocompatível.
A cápsula é ingerida por via oral e é preciso que
o paciente esteja em jejum de 8 horas. Sensores são
aderidos diretamente no abdome do paciente que
captam as imagens geradas pela cápsula e conduzem
até um gravador que o paciente carrega a tira colo.
De acordo com o membro da SOBED, Thiago Festa Secchi, uma das vantagens do exame se deve ao
fato do procedimento não alterar a rotina diária de
A
quem realiza o exame. “O paciente não é sedado e
pode seguir sua rotina normalmente, porém é importante lembrar que a utilização da cápsula não
substitui a endoscopia digestiva alta”.
O exame dura em torno de 8 a 12 horas de gravação, tempo médio de duração da bateria da cápsula. A eliminação da cápsula é feita por meio das
fezes. O exame é mais indicado nos casos de anemia ou sangramento digestivo de origem obscura,
também usado no rastreamento de câncer, doença
celíaca, e quadros inflamatórios como a doença de
Crohn.
É importante ressaltar que o paciente deve estar
atento e conhecer as contraindicações do procedimento. “É um exame bem tolerado e praticamente
sem riscos, explica Secchi.
DaVita anuncia início das operações no Brasil
DaVita HealthCare Partners Inc. (NYSE:
DVA), provedora mundial de tratamento
renal e um grupo médico independente
líder nos Estados Unidos, anunciou recentemente os planos para iniciar as operações no Brasil.
A empresa, que atua em 11 países, atendendo a
mais de 1,5 milhão de pacientes, pretende trazer
ao país toda sua experiência global e liderança em
tratamentos clínicos renais.
A DaVita planeja auxiliar médicos brasileiros a ampliar suas práticas oferecendo-lhes acesso a uma rede
mundial de especialistas, aos melhores programas de
treinamento da categoria, assim como os mais avançados padrões de serviços clínicos e administrativos
encontrados mundialmente.
Existe mais de 110.000 brasileiros fazendo diáli-
40
se, um número que muitos estudos sugerem estar
crescendo devido ao aumento da prevalência da
doença renal crônica no país.
DaVita e DaVita HealthCare Partners são marcas comerciais ou marcas comerciais registradas
da DaVita HealthCare Partners Inc. Todas as outras
marcas são propriedade de seus respectivos detentores.
41
Diálogos da ultra modernidade
Receita para um futuro melhor
Para os jovens (e pais), a proximidade do final do
ensino médio traz um dos momentos mais angustiantes e estratégicos da vida: abertas as inscrições
para os grandes vestibulares, que curso escolher? A
opção nunca foi simples, mas em épocas de crise,
como a atual, fica ainda mais difícil identificar quais
os campos de atuação despontam como promissores, tanto para a realização pessoal quanto para
tentar uma relativa segurança de renda futura. Aliás,
a questão financeira é agravante: a família ou o jovem terão condições de sustentar mais alguns anos
de estudo, até a obtenção de um sonhado diploma
universitário?
Somem-se a isso a precariedade da educação
brasileira – que avançou no acesso à sala de aula,
mas continua patinando no quesito qualidade –,
constantes greves de servidores, desmotivação de
professores, falhas na gestão escolar, desvios e má
aplicação de recursos, omissão de pais e está desenhado um cenário ainda mais sombrio. Cenário que
indica aumento dos obstáculos que as novas gerações terão de superar para conseguir uma adequada
preparação para ingresso no mercado de trabalho
e, na sequência, uma bem sucedida construção de
carreira.
Até aqui, a visão se restringe ao impacto na vida
do aluno, mas há outro aspecto, igualmente relevante: os reflexos negativos para o País, decorrentes de
alguns anos de ensino com deficiências agravadas e
de piora na formação (já insuficiente) do capital humano, fator fundamental para vencer os períodos de
crise e para sustentar a retomada de crescimento que
virá, cedo ou tarde. Sintomas dessa carência de qualidade são as vagas que, mesmo nos períodos de bonança e fartura de oferta de empregos, permanecem
abertas longo tempo à espera de candidatos com o
perfil compatível. Em períodos de dificuldades, então,
a situação piora para os profissionais menos qualificados que precisam, além de tudo, enfrentar concorren-
tes com currículos mais alentados – num processo que
penaliza principalmente os segmentos menos favorecidos da sociedade.
Assim, por qualquer viés que se examine, a educação continua sem ser a prioridade das prioridades nas
políticas públicas. Isso, apesar da exaustiva repetição
dos exemplos da arrancada da Coreia do Sul ou do Vietnã, países que a aposta em ensino de qualidade alçou
da condição de subdesenvolvidos devastados por guerras a posições na elite dos rankings internacionais. Se,
como dizem os chineses e sempre citam especialistas
em administração, crise é sinônimo de oportunidade,
não parece descabido sugerir que, num momento tão
difícil para o País, se pense na adoção de medidas cujo
êxito depende mais de criatividade e comprometimento do que de investimentos financeiros. Entre elas, a
gestão responsável e a rigorosa fiscalização do destino das verbas são medidas básicas e altamente recomendáveis; a adoção de currículos condizentes com a
realidade atual, tanto do aluno quanto do mundo do
trabalho; a valorização da carreira do magistério com
prêmios e reconhecimento público aos melhores desempenhos, e assim por diante.
Nesse conjunto de soluções, é indispensável um
maior envolvimento da sociedade na verdadeira cruzada
pela educação de qualidade, fator fundamental para a
conquista do desenvolvimento sustentado do País – uma
meta que beneficiará a todos: cidadãos, empresas e governos. Com base em uma história de meio século voltada à inclusão social e profissional dos jovens, o CIEE
tem a convicção de que o estágio e a aprendizagem são
eficientes contribuições das empresas e órgãos públicos
para a educação e o desenvolvimento profissional das
futuras gerações. Isso porque tais programas melhoram
o desempenho do aluno em sala de aula, motivam o seu
desenvolvimento pessoal, aprimoram a qualificação profissional de futuros colaboradores, tornando-os aptos a
atender aos modernos requisitos do mundo do trabalho
e à cultura da organização. Além disso, programas de es-
Luiz Gonzaga Bertelli é presidente do Conselho de
Administração do CIEE/SP, presidente do Conselho Diretor
do CIEE Nacional, Presidente da Academia Paulista de
História – APH e Diretor e Conselheiro da FIESP-CIESP
tágio e aprendizagem geram efeitos adicionais salutares e altamente positivos, em especial nos momentos
de crise, pois evitam que tantos jovens abandonem
prematuramente os estudos, seja para reforçar o orçamento familiar, seja para compensar o desemprego
do pai.
Esse benefício decorre da obrigatoriedade legal do
pagamento de
bolsa-auxílio ao estagiário e salário
mínimo hora ao aprendiz – investimento para o qual a
empresa ou o órgão público contratante contam com
incentivos governamentais. Portanto, um bom remédio para cruzar a fase crítica e chegar a uma etapa
mais promissora é sempre contar com a força de uma
nova geração formada para construir um futuro melhor e mais seguro para todos.
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