O Biquíni de Ipanema: um olhar sobre a denotação e a conotação

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O Biquíni de Ipanema: um olhar sobre a denotação e a conotação
O Biquíni de Ipanema: um olhar sobre a denotação e a conotação do objeto
The bikini from Ipanema: a view of product’s denotation and connotation
PERROTTA, Isabella
Mestranda em Design / PUC-Rio. Professora de Projeto PUC-Rio
Biquíni, conotação, símbolo
A trajetória do biquíni no Rio de Janeiro foi ponto de partida para uma relexão em torno da leitura do objeto em dois níveis:
denotativo e conotivo. Tratado como um signo, o objeto pode ser estudado segundo sua semântica, sua carga simbólica, o
repertório e o sistema de significação em que está inserido.
Bikinii, connotation, symbol
Bikini’s history in Rio was our starting point to discuss the hypothesis that any product can be seen not only by its
denotation but also by its connotative aspects.
O objeto significa. Comunica alguma coisa. Mas é claro: os objetos não se comunicam. A semântica do objeto
depende necessariamente do seu observador e receptor. Do seu contexto: o ambiente cultural e o comportamento
de seus usuários (poderíamos dizer interlocutores?).
Na definição de A. Moles (apud Baudrillard, 1989: 213) o objeto é um elemento do mundo exterior, fabricado
pelo homem que o deve assumir ou manipular. O objeto que será tratado aqui é o biquíni – especificamente o
biquíni de Ipanema, e não será exatamente quando manipulado, mas quando vestido que este ganhará
significação.
Os objetos cotidianos proliferam, as necessidades se multiplicam, a produção lhes acelera o
nascimento e a morte, e falta vocabulário para designá-los. (Baudrillard, 1989:10)
A praia, como todo espaço físico; o banho de mar, como toda atividade; e as relações sociais decorrentes destes,
são configuradas por uma série de objetos que surgem, tornam-se imprescindíveis e desaparecem. As vezes
transformaram-se ou têm a sua função subvertida.
Por mais despojadas que sejam as relações e atividades da praia, não deixam de estar, de certa forma,
subordinadas ao objeto. O traje de banho é o artefato mais relevante da praia e das relações sociais deste
ambiente. Se as primeiras roupas de banho deveriam cobrir até mais do que a roupa de passeio, com o tempo
conforme diminuiam em tamanho, cresciam em importância e multiplicidade de significações.
Baudrillard fala ainda em “geração de produtos”, pois estes sucedem-se com tanta rapidez que o homem parece
“uma espécie particularmente estável”. Junto com o traje de banho, por exemplo, implementam-se uma série de
complementos que são adaptados, inventados e reinventados a cada verão, a cada faixa de areia. A praia é espaço
importante do imaginário ocidental1, e para os cariocas Ipanema, especificamente, desempenhou o papel de
laboratório de idéias e conseqüentemente de novos produtos.
A história da praia no Rio de Janeiro, começa com os banhos de mar de D. João, na praia do Caju, onde ele tinha
a sua própria casa de banho. Banho de mar era remédio prescrito por médico. Por causa do sal e não do sol…
Em função do crescimento da demanda para este tipo de terapia, na década de 1870 surgem as primeiras casas de
banho da Rua Santa Luzia – centro da cidade – que na época ficava às margens da Baía de Guanabara. Logo a
praia do Boqueirão do Passeio (região próxima ao Passeio e o Museu de Arte Moderna) seria a mais famosa. Era
uma praia com um pier de madeira, que servia de apoio para os mergulhos, dotado com todo tipo de
equipamento de segurança como cordas, correntes, bóias e argolas de ferro, já que poucas pessoas sabiam nadar
ou sequer tinham familiaridade com o mar.
As casas de banho brasileiras seguiam os padrões europeus, com compartimentos para a troca de roupas, as salas
de relaxamento e curistas – profissionais que iniciavam os banhistas ao mar.
Além das casas de banho as praias podiam dispor também de cabines na areia para a troca de roupa – as vezes
separadas em áreas feminina e masculina, tendas para proteção do sol e carros de banho – uma espécie de
carroça ou liteira fechada que conduziam banhistas, em geral as mulheres que não queriam se expor, até a água,
e de volta à areia.
As sete da manhã as moças de família já deixavam a praia que passava a ser ocupada por cocottes e a rapaziada
barulhenta, que nadava, remava e brincava.
O traje de banho estava longe de ser funcional ou sequer sensual. As banhistas, em geral acompanhadas de
mucamas solícitas e vigilantes, se vestiam dos pés à cabeça, em roupas de sarja pesada, que mesmo depois de
molhadas não deixavam transparecer as formas do corpo. Eram calças largas, presas nos tornozelos com blusões
por cima. Grandes laçarotes protegiam os seios para que não marcassem sob a roupa molhada. Na cabeça toucas
franzidas ou chapéus de palha, e nos pés sapatos de lona com sola de corda, amarrados à moda romana. A
maioria dos trajes era azul marinho, enfeitados com galões brancos em referência explícita aos uniformes da
Marinha.
De uma maneira geral, as roupas de banho das cariocas podiam ser consideradas simples, enquanto nos
balneáreos europeus havia uma preocupação estética e uma sofisticação maior. Mas enquanto nossas banhistas
trajavam roupas muito fechadas na praia, exibiam enormes decotes nos teatros e salões. No ambiente que podia
sugerir promiscuidade, todo cuidado era pouco, mas no ambiente austero, de relações distantes e de pouco
contato físico, uma exacerbação de sensualidade tinha seu lugar. Aí está o ponto pelo qual começamos: a
significação do objeto está ligada a questões subjetivas, culturais e de comportamento.
Sob pretextos esportivos, os trajes de banho da primeira década do século 20 ensaiam mostrar o corpo, mas só
nos anos 1920 ficariam mais despojados. Para homens e mulheres, eram de lã, colados ao corpo, deixando
sugerir as formas, ainda que com partes da perna cobertas.
Foi em 1914 que o traje de banho ganhou nome: maillot, em francês, em função da malha com que eram
confeccionados. Vencera o pudor nas praias francesas e era, para os tradicionalistas, uma péssima influência
trazida para Copacabana nos anos 20.
Nos anos 40 os maiôs de algodão se ajustavam com o caro e trabalhoso lastex2 para moldar mais o corpo. Logo
viriam os fios elásticos, os sintéticos, a aderência, a helanca, o duas peças, o biquíni, a lycra...
As roupas diminuíam de tamanho, tornando-se mais confortáveis para o banho, enquanto as praias deixavam de
ser campos de tratamento de saúde. Até mesmo o atletismo que já tinha tido sua divulgação, perde em
importantância para o puro deleite. Agora o sol é mais importante que o sal, e o corpo vai se expondo. Nos anos
50, os freqüentadores de praia não são mais considerados banhistas, afinal, a praia já reúne uma série de funções
que não mais o banho de mar. Eles estão ali reunidos para repousar, conversar, flertar e se exercitar. Os grupos
de familiares que promoviam piqueniques se dispersam para as rodas de amigos e os casais de namorados. O
comércio de produtos específicos perceberá sua demanda, surge uma nova “geração de objetos” como esteiras,
óculos, chapéus, óleo (na época, de bronzear) e o turismo será profissionalizado.
O primeiro duas peças das praias brasileiras foi trazido na mala da alemã Mirian Etz, aos 22 anos, e estreado em
1936, no Arpoador. O biquíni também seria estreado na mesma praia em 1951, mostrando o umbigo da bailarina
Hirene Hosko e depois, em Copacabana, por Nélia Paula, atriz de rebolado.
O Arpoador e por continuacão, a praia de Ipanema sempre foram o espaço de referência da juventude, da
vanguarda e da rebeldia, graças às “suas mulheres lindas e ousadas; e rapazes atléticos e bonzeados” (Castro,
1999:13). Desde a década de 1930, quando lá chegaram alguns imigrantes europeus meio off e ligados às
culturas, até os anos 70 quando o paradigma se massificou, “nenhum outro bairro no Brasil teve uma tradição
cultural tão rica ou de vanguarda” (Castro, 1999:13).
Escolhido a cada verão por qualquer outro motivo que não em função de conforto para o banho de mar – pois
quanto mais diminuía, mais desconfortável ficava – o biquíni deixou de ser vestuário e virou símbolo. No
sentido Pierciano3 é convencional, universal…
Se desde Saussure constituiu-se uma vertente lingüística da semiologia; e se começamos esta reflexão afirmando
que o objeto comunica, parece-nos pertinente usar as figuras de linguagem para exemplificar o potencial
semântico do biquíni.
Metáfora
O biquíni foi criado pelo estilista francês Louis Réard, em 1946. Pela sua proposta explosiva, o nome é uma
referência ao atol de Bikini, ao sul do Pacífico, onde tinham sido feitos os testes da bomba H. O primeiro modelo
era realmente audacioso. Seria considerado pequeno ainda nos dias de hoje... Nenhuma modelo quis demonstrálo, o que foi feito por uma stripper, com as marcas brancas, nas nádegas, de um traje de banho bem maior.
A proposta era mesmo ousada demais… O nome pegou, mas os primeiros biquínis eram bem maiores que o
modelo piloto. Por aqui, no Arpoador, Ira Etz, filha da precursora Mirian, diz ter morrido de vergonha do seu
pedaço de barriga de fora, no dia em que vestiu seu primeiro biquíni, aos 14 anos, no fim dos anos 50. Concluise, então, que esta escolha estava ligada à bandeira, e não à preferência estética do traje.
Alguns verões a mais e o biquíni conquistaria todas as meninas de família. Mas por muito tempo várias moças o
usaram escondidas dos pais. Jaguar (2000: 20) cita que Ana Maria Saraiva – uma das as pioneiras com o traje no
Arpoador – se trocava no banheiro do bar Jangadeiros.
Metonímea: parte pelo todo
A partir dos anos 1950, a classe média brasileira foi apresentada à modernidade, passando a ter acesso a
inúmeros bens de consumo. O jovem ia mudando de atitude. Fazendo conquistas. Não apenas como um reflexo
das mudanças do país, mas já em tempos de formação de um mundo globalizado, numa sincronia com jovens da
Europa e América, que estavam ganhando as ruas, empunhando suas bandeiras de paz, amor, liberdade sexual,
liberalização do aborto e das drogas, igualdade, democracia… O jovem da Zona Sul carioca, principalmente das
décadas de 1960 e 70, foi se construindo sob forma de paradígma nacional. O biquíni era símbolo de Ipanema –
terreno deste paradigma. O biquíni, sem dúvida, era uma bandeira que simbolizava e reforçava a liberação e os
novos valores.
Hipérbole:
A liberação dos costumes dos anos 1960 ia aumentando gradativamente. Alguns especulavam uma revolução
ainda maior, que poderia ter tido a representação no nonoquíni (que era a parte de baixo do biquíni com alças
tipo suspensório). Foi uma inovação frustada… Credita-se sua criação ao austríaco, residente da Califórnia, Rudi
Gerneich, mas também esteve presente nos desfiles de alta costura de Mary Quant, em 1964.
Outras gradações:
Considerando o discurso simbólico do biquíni, uma sucessão de modelos, sintaticamente equivalentes,
aparecem, ano após ano, como se fossem a gíria do momento.
Diminuíam, diminuíam, diminuíam... Quando parecia estar assimilado: desnudou-se a barriga de uma grávida
(solteira!) era Leila Diniz, na praia Ipanema de 1971. Para Paulo Ney – jornalista colaborador do Jornal de
Ipanema e do Jornal do Brasil no período – este foi o marco definitivo para a consolidação do biquíni como traje
universal de banho e como símbolo de Ipanema.
Diminuíram, diminuíram, diminuíram... Quando parecia não ter mais como dimunuir: surge a tanga que muda
completamente o molde das calcinhas (cavadas, com as laterais finas), substituindo os biquines St Tropez (largos
e baixos). A tanga é o primeiro modelo reconhecido como nascido no Rio. A Bum-Bum, butique de moda-praia
ipanemense, virou loja de suvenir para turistas. Todos queriam os modelos que desfilavam em Ibiza diz Iesa
Rodrigues (1994).
Outro modelo marcante: o asa-delta e… Quando parecia não ter mais como diminuir: o fio dental. E quando não
tinha mesmo como diminuir mais: o sunquine (um biquinão), que diga-se logo, nunca fez sucesso entre as jovens
cariocas…
Novidades a cada verão: os sutiãs de cortininha, o bustiê, as laterais de conchinhas, as laterais com franjas
apache, as laterais de lacinhos, o biquíni de crochê… Este ficaria famoso no esquálido corpo do jornalista
Fernando Gabeira que, recém chegado do exílio, surrupiou o biquíni da prima Leda Nagle para poder ir à praia.
Virou “a tanga do Gabeira”...
Nenhum modelo ou nome criado por qualquer estilista deixaria de ser um biquíni: metáfora, metonímea,
hipérbole, mas acima de tudo, símbolo!
O maiô inteiro, o duas peças (primeiro de sainha, depois com a calça aparente) ou o biquíni foram criações
européias que tiveram lá a sua dificuldade para entrar no cotidiano das praias cariocas. Mas hoje o biquíni está
não só nos corpos na areia, mas também naqueles que andam à beira-mar, que comem e bebem em restaurantes
descontraídos, que fazem compras nos bairros litorâneos que fazem ginástica nas academias da cidade. Virou
produto exportado e economicamente importante para o setor de moda. Virou sinônimo de carioca. E carioca
virou sinônimo de corpo. De corpo bronzeado, de corpo torneado... De corpo... Em pouquíssimos lugares do
mundo as praias, e até mesmo as ruas, exibem tão completamente os corpos femininos. Para Goldberg (2002: 10)
o corpo carioca que assistimos na praia é uma construção cultural e não algo natural, o que não diminui a sua
importância:
O corpo é importante na criação das imagens identitárias cariocas, já que seu desnudamento é
favorecido não só em função das praias, mas também das áreas de lazer ao ar livre e das
temperaturas elevadas durante quase o ano todo.
Há quem diga que o homem acrescenta elementos ao corpo – roupa, adereços, maquiagem, tatuagem –
porque a sua capacidade de comunicação corporal é limitada... Não nos parece que seja, pois o corpo além de
conter a linguagem verbal, se expressa em movimentos e gestos; mas não nos resta dúvidas que estes elementos
externos aumentam a sua capacidade de fala e agregam conotacões.
O biquíni, curiosamente, é um elemento que se acrescenta ao corpo, justamente para chamar a atenção para seu
desnudamento. Ele sinaliza (cobrindo ou descobrindo) as partes do corpo feminino de natureza sexual. Seu
sucesso está diretamente relacionado com o período em que a mulheres liberaram seus corpos e sua vida sexual.
O biquíni, na vitrine ou na gaveta, pode ter função fetichista — na acepção antiga de adoração ao objeto, ou
como substituto de parte do corpo de natureza sexual — mas não entraremos neste campo… Chamamos a
atenção de que ele ganha significação quando vestido. É o corpo feminino que lhe atribui valores subjetivos
assim como se apropria dos valores subjetivos representados por ele. O biquíni é ícone – quando faz analogia a,
é signo – quando substitui, e é símbolo – quando representa: uma geração, uma praia, uma ideologia, uma moda,
uma atitude, um momento, um comportamento...
Para Baudrillard (1989:15) é pelo nível da conotação que o objeto é investido, comercializado, personalizado,
usado, finalmente fazendo parte de um sistema cultural. Um mesmo objeto-função pode especificar-se de
diversas formas, entrando no domínio da personalização, da conotação, ou do inessencial (em oposição ao
essencial, estrutural objetivo ou funcional). Mas excetuando-se os objetos técnicos puros com os quais nunca
lidamos na qualidade de sujeitos, os dois níveis (da denotação e da conotação) não são dissociáveis como os da
linguística.
O objeto pertence, então, a um sistema cultural, a um sistema de linguagem e a um sistema propriamente de
objetos. Uma população de objetos. Cada objeto pode ser visto como um signo de um repertório de objetos, com
seus próprios códigos, dentro de um sistema de significação.
No início, quando as pessoas trocavam de roupa nas casas de banho, não tomavam sol, nem exerciam atividades
sociais na praia, o traje de banho parecia um pouco descontextualizado. Já na praia moderna, uma série de
objetos fazem parte do mesmo sistema, ou da mesma população que o biquíni. Os primeiros apetrechos a
aparecerem na praia foram o chapéu de palha (este desde o século 19), a bóia (câmara de ar de pneus de carros e
avião), os óculos escuros, a toalha, depois a barraca (que no início era a sombrinha ou o guarda-chuva), e
finalmente nos anos 40 o óleo (que servia para bronzear). Um produto aparece e sai deste repertório: a saída de
praia. A esteira vai substituir a toalha, depois será a cadeira. Primeiro de madeira e tecido, depois de alumínio e
plástico. A canga de tecido fininho mostrará suas qualidades. A viseira aparece, desaparece, reaparece…São
objetos para ir à praia, objetos de ficar na praia, objetos para os ambulantes de praia.
Muitos esportes foram criados ou modificados para a praia. Assim como os objetos, aos quais os esportes
(relações sociais) estão verdadeiramente subordinados. Um dos mais antigos e mais cariocas – o frescobol – de
acordo com o irônico discurso de Carlos Eduardo Novaes (Coutinho, 1992), passou pela seguinte trajetória,
começando em 1925 com o jogo de ping-pong em mesas sobre a areia:
Em 32 saiu da mesa. Em 37 substuíram a bolinha. Em 41 aumentaram o tamanho da raquete.
A partir de 45 transpor a areia dura tornou-se tão complicado quanto atravessar o Rubicão.
Outros esportes, ganharam espaço, gerando suas modas e seus sistemas de objetos. O surfe ganha estatus de
estilo de moda e de estilo de vida. O futevôlei é outra invenção da cidade (ipanemense também).
Como toda linguagem é viva e se transforma, a grande questão da semântica do produto é o tempo, já que os
objetos significam dentro de um contexto, aí ganhando e perdendo significados, mudando de retórica e/ou de
enunciado. O desenvolvimento tecnológico de fios e máquinas de costura industriais, assim como a importância
econômica do produto biquíni, foram muito importantes para seu desenvolvimento, suas transformações e
perpetuação.
Alguns objetos mostram-se mais resistentes à significação, outros não. Alguns objetos significam dentro do
contexto para o qual foram criados, mas são capazes de ultrapassar esse contexto e ganhar outros... Se o maiô ou
a tanga são palavras/objetos que não desapareceram, tiveram seu uso diminuído, e conseqüentemente a sua força
semântica também. Ao contrário, o biquíni virou sinônimo de qualquer traje de banho, além de ter saído da praia,
ganhado as ruas e ter se tornado um dos símbolos do carioca.
O biquíni significa. Muito!… É discursso (no corpo), é complexo, é ideológico. Mas para os teóricos da
informação não interessa a significação da mensagem e seu processo interpretativo; apenas os seus aspéctos
quantitativos. Enquanto designer que trabalha para gente, prefiro me aproximar da possibilidade interpretante
emocional, cujo objetivo é o homem e não o próprio signo.
Cada verão é um novo tempo, com novos enunciados, novos personagens. Será que vai dar praia amanhã?...
NOTAS:
1. A praia é tratada como imaginário ocidental de liberdade e democracia por Corbin (ver bibliografia)
2. Várias carreiras de fios eláticos que franziam o tecido
3. Para Pierce o signo pode ser classificado em três níveis: ícone (quando tem algum aspécto do referente), índice (quando
tem parte do referente) e símbolo (quando torna-se convencional).
BIBLIOGARFIA
BAUDRILLARD, Jean. O Sistema dos Objetos, São Paulo, Perspectiva, 1989
CASTRO, Ruy. Ela é carioca: Uma enciclopédia de Ipanema. São Paulo, Companhia das Letras, 1999.
CORBIN, Alain. O Território do Vazio: A praia e o imaginário ocidental. São Paulo, Cia das Letras, 1989.
COUTINHO, Wilson.(org). Copacabana cidade eterna: 100 anos de um mito. Rio de Janeiro, Relume Dumará,
2001.
DENIS, Rafael Cardoso. Design, cultura material e o fetichismo dos objetos. in Arcos: Design, Cultura Material
e Visualidade, vl 1, 1998
DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DUCROT e TODOROV, Osvald e Tzvetan. Dicionário Enciclopédico das Ciências da Linguagem. São
Paulo: Perspectiva, 1988.
GOLDENBERG, Mírian (org). Nu & Vestido. Rio de Janeiro: Record, 2002
JAGUAR. Ipanema. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2000
NETTO,J. Teixeira Coelho. Semiótica, informação e comunicação. São Paulo. Perspectiva, 2001
RODRIGUES, Iesa. O Rio que Virou Moda, Rio de Janeiro: Memória Brasil, 1994.
Obs: Este artigo foi escrito com base em trabalho apresentado para a cadeira de Semântica do produto, do Prof.
Rafael Cardoso Denis, e em discussões da disciplina O lugar do narrativo na mídia visual, do Prof. Luiz
Antonio Coelho; Mestrado em Design PUC- Rio.
Isabella Perrotta [email protected]

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