Guarda-roupa Supermoderno

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Guarda-roupa Supermoderno
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CORREIO BRAZILIENSE • Brasília, terça-feira, 10 de setembro de 2013 • Informática • 3
CONTINUAÇÃO DA CAPA
Guarda-roupa
supermoderno
Aparelhos que se conectam à internet
já se adaptam ao corpo como se fossem
roupas e mantêm os usuários ligados
na rede. Apenas na categoria relógios
inteligentes, a aposta é que sejam
vendidas 20 milhões de unidades
Arquivo Pessoal
ão é difícil encontrar
quem fique 24 horas conectado ao mundo virtual, seja pelo smartphone, seja pelo computador. Com a
chegada dos aparelhos vestíveis
— produtos tecnológicos que
podem ser utilizados como itens
do vestuário —, isso é possível
sem a necessidade de carregar
os gadgets no bolso ou nas mãos.
O diretor de Empresas da Intel
Capital, Vibhor Rastogi, disse,
durante um evento no Vale do
Silício, que serão comercializados, apenas de relógios inteligentes, 20 milhões de unidades.
Segundo o professor de ciência e engenharia da computação do Instituto de Educação
Superior de Brasília (IESB), Jorge Torres, essa tendência de
aparelhos vestíveis nasceu da
tecnologia assistiva, voltada
para ajudar pessoas deficientes
ou com dificuldades de locomoção e, depois, ampliada.
“Perceberam que isso poderia
ser levado a outros públicos
por facilitar a vida dos indivíduos e deixar tudo mais prático. Agora, só tende a evoluir.”
O mais novo aparelho que
integra a tecnologia vestível é o
Galaxy Gear, da Samsung,
anunciado na Internationale
Funkausstellung (IFA 2013), em
Berlim. O relógio inteligente
possui tela SuperAmoled de 1,63
polegadas, comando de voz,
memória RAM de 512MB e câmera de 1,9 megapixel. A bateria
dura cerca de 25 horas, e o gadget pesa apenas 73,8 gramas. A
previsão é de que ele chegue ao
Brasil em outubro, mas o preço
ainda não foi divulgado.
O relógio da Samsung precisa
estar conectado a um smartphone ou foblet para funcionar (entre os compatíveis estão os Galaxys Note 2, Note 3, S3 e S4). Essa
“conversa” permitirá ao usuário
a visualização de conteúdos do
celular na tela do smartwatch e
até o atendimento e a realização
de ligações. Pranav Mistry, chefe
de pesquisa da Samsung para a
América, disse, durante o anúncio do produto, que essa é uma
grande evolução. “Isso é o começo de uma nova era de realidade
aumentada. As possibilidades
do Gear são infinitas.”
A função de compartilhar a
localização, as fotos e os vídeos
sem ter que tirar qualquer aparelho do bolso é uma das que
mais atrai os interessados por
essas novas tecnologias. “As pessoas querem dividir o que estão
fazendo. A interação com as redes sociais que esses aparelhos
proporcionam, permite aos
usuários fazer isso de forma
imediata”, afirma Torres, do Iesb.
N
O empresário Bruno Kenj teve a oportunidade de testar o Google Glass, no Vale do Silício: “Com certeza, ele será aplicado em diversas áreas, da medicina ao entretenimento”
No passado
Vista-se
Qualcomm/Divulgação
Hyetis/Reprodução
ThinkGeek/Reprodução
Toq
Hyetis
Wi-fi detector shirt
O relógio inteligente da Qualcomm conta com
acelerômetro e microfone. Ele faz sincronização
com o smartphone e permite que o usuário veja
e-mails e mensagens de chat, por exemplo. A
pulseira é ajustável e a bateria dura cerca de
cinco dias. Está disponível para pré-venda, com
lançamento previsto para 10 de outubro.
A empresa Hyetis anunciou que, em breve, vai
lançar o Crossbow, um relógio com altímetro,
microfone, barômetro, termômetro, sensores
biométricos e acesso a e-mail. Entretanto, o ponto
alto será a câmera de 41 megapixels com lente Carl
Zeiss posicionada na marcação de 12 horas. A
princípio, serão fabricadas apenas 500 unidades,
com preço sugerido de US$ 1,2 mil.
A camiseta, comercializada pela loja on-line
ThinkGeek, detecta quando há conexão wi-fi
disponível, e as barras crescem conforme o sinal
fica mais forte, assim como nos desktops e nos
celulares. Na hora de lavar, elas podem ser
retiradas, assim como a parte brilhante. A roupa
está à venda por US$ 14.99.
Whistle/Divulgação
Google/Reprodução
Fabrizio Bensch/Reuters
Com a experiência, Bruno já
vê possíveis utilidades para o
gadget. “O produto ainda é fechado, mas está começando a
evoluir. Como ele já emprega
uma boa via de comunicação,
com certeza será aplicado em diversas áreas, da medicina ao entretenimento”, avalia. A expectativa é que o produto seja liberado
para o grande público até o fim
de 2014, com um valor em torno
de US$ 900 a US$ 1,5 mil.
Concorrência
Ok, Glass
Coleira Whistle
Talking shoe
SmartWatch 2
A coleira Whistle, desenvolvida por uma startup de
mesmo nome, permite que o dono monitore o animal
doméstico por meio do smartphone. Informações
sobre quanto tempo ele dormiu, o que ele fez durante
o dia e até cuidados veterinários são dadas. A Whistle
está em pré-venda por cerca de R$ 235 no site oficial.
O Google desenvolveu um tênis que fala com o
usuário para motivá-lo a se exercitar mais. O
adereço conta com um acelerômetro, sensor de
pressão e Bluetooth, a fim de fazer conexão com
celulares. Por enquanto, o invento é apenas um
protótipo da empresa.
Anunciado na IFA 2013, em Berlim, o relógio da Sony
se conecta por tecnologia NFC, recebe notificações do
Gmail, do Twitter e do Facebook. A bateria dura até
quatro dias, podendo ser recarregada via USB. Ele
deve chegar às lojas em breve e deve custar de 180
euros a 200 euros.
USBGeek/Reprodução
SoomiPark/Reprodução
Fitbit/Divulgação
Jewel Bracelet USB
Funky led eyelashes
FitBit Flex
A pulseira Jewel contém um USB para quem deseja
sempre andar com seus arquivos digitais. Ela possui
cristais decorativos e a correia pode ser de prata ou
ouro. Está disponível com memória de 2GB, custando
US$ 16, a de 16GB, sai por US$ 28.
Projetada pelo designer coreano Soomi Park, a
invenção emite luzes até os cílios para acentuar os
olhos fazendo com que pareçam maiores. Com uma
inclinação diferente da cabeça é possível desligá-las
ou acendê-las.
A FitBit Flex é uma pulseira que monitora os passos e
o sono do usuário. Ela é indicada para quem deseja
ter hábitos saudáveis fazendo exercícios. Além disso,
há a função de acordar a pessoa com uma vibração.
Está à venda no site oficial por US$ 99,95.
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Por isso mesmo que produtos,
como o Google Glass, têm se tornado os queridinhos dos aficionados pela rede. Os óculos lançados pela gigante das buscas
apresentam tela translúcida com
resolução de 640 x 360 pixels, conexão microUSB, touchpad de
plástico sensível ao toque, câmera de cinco megapixels, wi-fi e
Bluetooth. Além disso, ele pode
gravar vídeos de até 720p e compartilhar o conteúdo produzido
nas plataformas sociais. Para ligá-lo, basta levantar a cabeça ou
passar o dedo pela haste direita.
Iniciando a frase com “Ok, Glass”,
é possível indicar os comandos.
O empresário Bruno Kenj teve a oportunidade de testar o
dispositivo quando participou
de um programa de investimento e aceleração de startups no
Vale do Silício, na Califórnia.
“Apesar de a lente ficar diante
dos olhos, o Glass possibilita
uma boa experiência de uso.
Utilizei o Maps e tirei fotos. Já dá
para compartilhar tudo no mesmo momento”, lembra.
Por volta de 1970, a empresa
Hamilton lançou o relógio Pulsar, o
primeiro totalmente digital do
mundo, que funcionava com uma
tela LED. Claro que a novidade era
para poucos, já que custava cerca de
R$ 11,9 mil na época. Entretanto,
esse foi um dos primeiros produtos
que utilizava a tecnologia e que o
usuário poderia, literalmente, vestir.
Depois, em 1975, veio o relógio com
calculadora embutida, que virou o
terror das professoras de
matemática, pois ninguém mais
precisava decorar a tabuada.
Outro modelo de óculos que
segue o conceito hands-free
(mãos livres, em tradução livre)
é o GlassUp, que tem lançamento previsto para 2014, mas já está em pré-venda por R$ 890.
Criado há mais de dois anos pelo italiano Grancesco Giartosio
em parceria com Gianluigi Tregnaghi, que trabalha com interfaces de visores para capacetes de
pilotos, o gadget exibe na tela emails, tuítes, conteúdo do Facebook e notícias por meio da conexão Bluetooth.
O Google já briga com a GlassUp por causa do termo “Glass”.
Segundo a empresa, o nome
igual pode confundir o consumidor. Mesmo assim, a companhia parece não se intimidar, já
que registrou a marca há um
bom tempo.
O Meta Space Glasses é mais
um modelo de óculos de realidade aumentada. Ele terá duas telas
LCD com 960 x 540 pixels, sensor
de infravermelho, câmera e bússola. Além de outras especificações que ainda não foram anunciadas. O produto já está em prévenda no site oficial por cerca de
R$ 1.627, com previsão de lançamento para abril do ano que vem.