Earnings Release 3T 08/09
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Earnings Release 3T 08/09
Divulgação Trimestral de Resultados 3T 08/09 RECEITA RECORDE E MARGEM EBITDA AJUSTADO DE 32,3% NO 3T 08/09 RESULTADO LÍQUIDO IMPACTADO PELA DESVALORIZAÇÃO DO REAL São Paulo, 13 de fevereiro de 2009. A AÇÚCAR GUARANI S.A. (Bovespa: ACGU3), uma das empresas brasileiras líderes na transformação de cana-de-açúcar para a produção de açúcar, etanol e energia elétrica, apresenta suas demonstrações financeiras consolidadas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, baseadas na Lei das Sociedades por Ações e nas regulamentações da CVM, exceto quando indicado. As informações trimestrais referem-se ao período de outubro a dezembro e as informações acumuladas ao período de abril a dezembro. DESTAQUES FINANCEIROS E OPERACIONAIS Outro trimestre com Receita Líquida recorde: Crescimento de 37,7% em relação ao 3T 07/08 devido ao aumento de preços (+33,5%) e de volume comercializado (+3,6%) Aumento de 43,7% no Preço Médio em Reais do Açúcar, e de 13,9% no Preço Médio em Reais do Etanol comercializado quando comparados os terceiros trimestres de 08/09 e 07/08. A Receita Média por tonelada de ATR atingiu R$ 596,5 neste trimestre, ou aumento de 33,5% frente ao mesmo período do ano anterior EBITDA Ajustado: R$ 116,0 milhões ou margem de 32,3% no 3T 08/09, representando um aumento de 62,5% comparado aos R$ 71,4 milhões ou margem de 27,4% registrados no 3T 07/08 Prejuízo Líquido de R$ 113,0 milhões, resultado do efeito não-caixa da desvalorização do Real e da amortização do ágio sobre aquisições. Excluídos estes efeitos, o resultado líquido seria positivo em R$ 14,3 milhões Investimentos: A revisão da estratégia de investimentos da Guarani implementada a partir de julho de 2007 vem sendo confirmada e continuará a focar em programas para aumento de eficiência e redução de custos que maximizem tanto as receitas quanto o fluxo de caixa da Companhia no curto prazo Escala de produção e sinergia operacional permitem que a Companhia aproveite-se de um mercado com fundamentos positivos Safra recorde com moagem de 14,4 milhões de toneladas, resultando em 1,2 milhão de toneladas de açúcar e 496 mil m³ de etanol A produção total de açúcar e etanol aumentou 8,5% em açúcares equivalentes (ATR), atingindo 2,1 milhões de toneladas durante a safra O nível significativo de estoques de açúcar e etanol, representando aproximadamente um terço da produção desta safra, permitirá que a Guarani beneficie-se de melhores preços do açúcar O AUMENTO DE CAPITAL APROVADO PELO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EM 2 DE FEVEREIRO DE 2009 VISA FORTALECER O BALANÇO DA AÇÚCAR GUARANI O aumento de capital será no montante mínimo de R$ 188,2 milhões garantidos pela Tereos, nosso acionista controlador, e o montante máximo de R$ 301,6 milhões, caso todos os acionistas acompanhem a subscrição Com o objetivo de reforçar o balanço patrimonial e a posição de caixa da Guarani, o aumento de capital irá permitir que a Companhia se fortaleça na atual turbulência do mercado financeiro O período de subscrição de 30 dias iniciou-se em 4 de fevereiro de 2009 “A Guarani apresentou um desempenho recorde no 3T 08/09, tradicionalmente o melhor trimestre do ano. A Companhia se beneficiou das melhores condições de mercado e de preço, especialmente para o açúcar. A estratégia de investimentos adotada com antecipação e seu forte foco em eficiência também contribuíram para este desempenho recorde. O aumento de capital recentemente aprovado e o suporte contínuo de nossa principal acionista, Tereos, proverão os meios necessários para reforçar nossa posição como um dos mais sólidos grupos produtores do setor de açúcar e etanol do Brasil.” Jacyr Costa Filho, Diretor-Presidente da Açúcar Guarani Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 1 – DESTAQUES NO PERÍODO Destaques Financeiros e Operacionais Milhões de R$ Receita Operational Líquida EBITDA Ajustado % Margem EBITDA Ajustado Lucro Líquido Lucro Líquido Ajustado % Margem Líquida Ajustada CAPEX Dívida Líquida Cana moída (mil t) ATR comercializado (mil t) Açúcar comercializado (mil t) Etanol comercializado (mil m³) 3T 08/09 3T 07/08¹ Variação 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 359,1 116,0 32,3% (113,0) (88,1) -24,5% 37,1 744,2 4.247 565,7 338,8 122,8 260,8 71,4 27,4% 23,5 37,2 14,3% 91,2 560,9 3.748 545,8 330,4 117,0 37,7% 62,5% 4,9 p.p. -38,8 p.p. -59,3% 32,7% 13,3% 3,6% 2,5% 5,0% 849,2 192,5 22,7% (241,4) (166,8) -19,6% 183,2 744,2 14.401 1.536,2 855,1 373,6 693,5 147,7 21,3% 5,8 69,2 10,0% 404,2 560,9 12.691 1.320,8 854,1 248,0 22,5% 30,3% 1,4 p.p. -29,6 p.p. -54,7% 32,7% 13,5% 16,3% 0,1% 50,6% Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. A Açúcar Guarani registrou Receita Líquida de R$ 359,1 milhões no 3T 08/09, representando um aumento de 37,7% em relação ao 3T 07/08, e 23,0% superior à receita obtida no trimestre precedente. Este aumento é resultado de um volume 3,6% maior de ATR vendidos e dos melhores preços do açúcar (+43,7%), devido ao impacto da desvalorização do Real, e do etanol (+13,9%), devido ao alto consumo do produto sustentado pelos veículos flex-fuel. A receita líquida da comercialização de açúcar representou 68,1% da receita líquida total durante o trimestre e 59,4% no acumulado do período, enquanto o etanol representou 25,9% e os outros produtos, incluindo energia elétrica e serviços, os 6,0% restantes. A produção de açúcar e etanol, medida em ATR (Açúcar Total Recuperável), totalizou 2,1 milhões de toneladas na safra 2008/09, através da moagem de 14,4 milhões de toneladas, aumento de 13,5% frente à safra anterior. Quanto ao uso da matéria-prima, 59,0% foram destinados à produção de açúcar e 41,0% à produção de etanol, nesta safra. Esta estratégia de direcionamento da cana-de-açúcar resultou na produção de 1.154 mil toneladas de açúcar, estável (-1,0%) quando comparada à safra precedente, e 496 mil m³ de etanol, acréscimo de 25,6% quando comparados os 9M 08/09 e 07/08. A produção de açúcar concentrou-se no produto não-refinado até dezembro de 2008. No entanto, este perfil de produção deve inverter-se, tendo em vista as operações de refino a serem realizadas no período de entressafra. No que se refere à produção de etanol, destaca-se o aumento de 44,2% no volume de etanol anidro, com o intuito de aproveitar o prêmio do anidro durante a safra em relação ao hidratado. A Guarani obteve EBITDA Ajustado de R$ 116,0 milhões no 3T 08/09, comparativamente aos R$ 71,4 milhões registrados no mesmo período do ano anterior, representando um acréscimo de 62,5%, reflexo de maiores preços, bem como dos efeitos combinados do nível sustentado das vendas no mercado de açúcar e etanol e da desvalorização da moeda brasileira nas exportações. A Margem EBITDA Ajustado atingiu 32,3% neste trimestre, um aumento de 4,9 pontos percentuais frente ao 3T 07/08 e 12,1 pontos percentuais em relação ao 2T 08/09. A Açúcar Guarani apresentou um prejuízo líquido de R$ 113,0 milhões durante o 3T 08/09 resultado do efeito nãocaixa da desvalorização da moeda brasileira em relação ao Dólar norte-americano sobre as dívidas ligadas a exportação (R$ 155,1 milhões) e da amortização de ágio (R$ 24,9 milhões). Excluídos ambos os efeitos, a Companhia teria apresentado um resultado líquido positivo de R$ 14,3 milhões, ajustado pelo efeito do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido. Conforme já mencionado no último trimestre, durante o qual verificou-se efeito semelhante, a desvalorização do Real implicou em perdas no curto prazo de acordo com as normas contábeis brasileiras. Em uma perspectiva de médio prazo, esta desvalorização tende a ser neutra no efeito caixa das exportações e dívidas expressas na mesma moeda. O aumento de capital garantido pela Tereos (R$ 188,2 milhões) e as novas linhas de crédito de médio prazo (veja comentários nos principais fatos na sequência) negociados durante fevereiro de 2009 irão fortalecer a estrutura do balanço patrimonial e a posição de caixa da Guarani. A Dívida Líquida da Companhia, excluídos os mútuos recebidos de nosso acionista controlador, atingiu R$ 744,2 milhões, resultado do efeito da desvalorização do Real e devido à consolidação integral da subsidiária em Moçambique. A relação entre a Dívida Líquida e o EBITDA Ajustado da Companhia no trimestre foi de 3,5x, comparada a 4,2x no final do 2T 08/09. Incluídos os mútuos concedidos pela Tereos, a relação Dívida Líquida/ EBITDA Ajustado aumentou de 5,4x no 2T 08/09 para 6,0x no 3T 08/09. Esta relação deve ser impactada positivamente pela conclusão do aumento de capital. A Companhia manteve sua estratégia de investimentos adotada desde julho de 2007 focada na eliminação de gargalos produtivos, principalmente nas unidades Tanabi e São José, e programas que aumentem a eficiência de processos e resultem em geração de caixa no curto prazo. Os investimentos somaram R$ 37,1 milhões no 3T 08/09. A partir de 1º de outubro de 2008, devido à aquisição da participação adicional de 25% das ações, a Guarani consolidada integralmente a SHL, uma holding de nossa subsidiária operacional, Companhia de Sena, em Moçambique. Página 2 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 2 – FORÇAS E OPORTUNIDADES DA AÇÚCAR GUARANI NO CENÁRIO ATUAL A Guarani tem tomado medidas apropriadas e tempestivas, que posicionaram adequadamente a Companhia para enfrentar a situação econômica atual. (a) Foco contínuo na redução de custos e disciplina nos investimentos A Guarani implementou uma estratégia baseada na disciplina de custos e investimentos que têm continuamente melhorado a eficiência de processos produtivos. A Companhia manterá seu foco em programas de redução de custos iniciados em 2007, com o intuito de maximizar tanto as receitas quanto o fluxo de caixa. Os investimentos realizados no 9M 08/09 foram focados em: a) plantio de cana-de-açúcar própria, para permitir que a Companhia garanta seu suprimento de cana-de-açúcar e possibilite seu crescimento quando as condições de mercado estiverem favoráveis; b) melhorias de processos e eliminação de gargalos produtivos, principalmente nas unidades São José e Tanabi; c) aquisição de equipamentos para colheita e plantio mecanizados, que reduzirão os custos de plantio e colheita; e d) projetos para aproveitamento de resíduos, reduzindo o consumo de fertilizantes. A partir de 2010, a Guarani poderá utilizar o terminal logístico de Uchoa, recentemente adquirido. Devido à parceria com a ALL – América Latina Logística, a Guarani terá menores custos de frete através do uso do modal ferroviário ao invés do modal rodoviário, para o transporte de etanol. A estratégia da Companhia de concentrar o suprimento de cana-de-açúcar em terceiros fornecedores exige menor emprego de capital, possibilitando a destinação do caixa disponível para investimentos que tragam retornos mais rápidos. A Guarani está realizando a manutenção de entressafra necessária para a garantia da produtividade da matéria-prima a ser utilizada durante a safra 2009/10. A Companhia tem também incentivado as negociações entre fornecedores de canade-açúcar, bancos e produtores de fertilizantes e herbicidas, buscando assegurar o financiamento necessário para atender às necessidades de nossos parceiros produtores. (b) Aumento de capital resultando em balanço patrimonial fortalecido O Conselho de Administração da Guarani aprovou em 02 de fevereiro de 2009 um aumento de capital no montante mínimo de R$ 188,2 milhões e no montante máximo de R$ 301,6 milhões. Numa demonstração de suporte à Companhia, a Tereos, acionista controlador da Guarani, garantiu o montante mínimo do aumento de capital. A Tereos também concedeu mútuos no total equivalente a US$ 220 milhões em setembro e outubro de 2008. Com a conclusão do aumento de capital e com as novas linhas de crédito com vencimento no médio prazo, a Companhia terá um sólido balanço patrimonial, com uma relação Dívida Líquida/ EBITDA Ajustado menor e um melhor perfil da dívida. (c) Os fundamentos de mercado permanecem positivos O cenário atual de mercado aponta para um déficit no balanço mundial de açúcar para as safras mundiais 2008/09 e 2009/10, resultado das reduções nas produções da Índia e da União Européia. O cenário para os preços de açúcar são positivos e, adicionalmente ao efeito da desvalorização do Real, favorecerá os exportadores brasileiros da commodity. Tendo em vista o mix de produção, a Açúcar Guarani está bem posicionada para capturar as oportunidades deste cenário. Apesar do cenário de recessão, os níveis recordes de consumo de etanol durante os trimestres demonstram que a relação atrativa entre os preços do etanol e da gasolina na bomba, que no final de dezembro de 2008 estava inferior a 70% em 17 dos 26 estados brasileiros e o distrito federal, permanece sustentando a demanda pelo produto. No que se refere às exportações, o Real menos valorizado deverá ajudar a recuperar a vantagem competitiva do etanol brasileiro em escala global. 3 – DESEMPENHO OPERACIONAL E FINANCEIRO 3.1 Produção – Crescimento na moagem de cana-de-açúcar e produção de etanol A safra 2008/09 para a Açúcar Guarani foi marcada pelo recorde de moagem de cana-de-açúcar e produção de etanol da Companhia. As unidades produtoras do Grupo encerraram suas operações de moagem na terceira semana de dezembro, com uma média de 246 dias de moagem, fato que possibilitou que a Guarani atingisse a moagem de 14,4 milhões de toneladas, ou um aumento de 200 mil toneladas frente ao previsto no início da safra. A baixa incidência de chuvas no encerramento da safra também contribuiu para que a Companhia atingisse a moagem recorde registrada, apesar das fortes chuvas enfrentadas no início do período. O volume de cana-de-açúcar moída foi 13,5% superior ao verificado na safra 2007/08, devido ao crescimento da capacidade de moagem da unidade São José, pela operação da unidade Tanabi durante toda a safra, após sua inauguração em outubro de 2007. A Guarani aumentou o volume de cana-de-açúcar moída em todas as unidades nesta safra, quando comparada a safra anterior. Este crescimento foi sustentado principalmente pela cana-de-açúcar proveniente de terceiros fornecedores, que atingiu 71,3% do total de cana-de-açúcar processada, representando um Página 3 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 aumento de 19,1% frente à safra precedente. O comprometimento de fornecedores de longo prazo é parte essencial da solidez da estratégia de suprimento de cana-de-açúcar da Guarani. As melhores condições climáticas durante o 3T 08/09 no Brasil possibilitaram leve melhora nos indicadores de produtividade da Companhia. A concentração de açúcares por tonelada de cana-de-açúcar atingiu 142,4 kg melhorando o indicador de qualidade da matéria-prima da safra 2008/09 para 140,9 kg, ainda inferior ao verificado na safra anterior (-3,3%). Durante a safra 2008/09 a Companhia produziu 2,1 milhões de toneladas de ATR (Açúcar Total Recuperável), volume 8,5% maior do que o verificado na safra precedente. O direcionamento do ATR foi predominantemente voltado para a produção de açúcar (59,0%), representando uma redução se comparado aos 64,2% da safra anterior. A destinação de matéria-prima para a produção de etanol atingiu 41,0% (+5,2 p.p.), reflexo dos melhores preços do combustível (anidro e hidratado), em relação ao açúcar durante a maior parte da safra. Produção Efetiva2 Produto 3T 08/09 % 3T 07/08¹ % Variação 9M 08/09 % 9M 07/08¹ % Variação 4.247 1.534 2.713 100,0% 36,1% 63,9% 3.748 1.573 2.175 100,0% 42,0% 58,0% 13,3% -2,5% 24,7% 14.401 4.129 10.272 100,0% 28,7% 71,3% 12.691 4.069 8.622 100,0% 32,1% 67,9% 13,5% 1,5% 19,1% Produção de Açúcar (mil ton) Refinado Não-refinado 336 217 119 100,0% 64,6% 35,4% 327 190 137 100,0% 58,1% 41,9% 2,8% 14,2% -13,1% 1.154 493 661 100,0% 42,7% 57,3% 1.166 497 669 100,0% 42,6% 57,4% -1,0% -0,8% -1,2% Produção de Etanol (mil m³) Anidro Hidratado 157 54 103 100,0% 34,4% 65,6% 142 9 133 100,0% 6,3% 93,7% 10,6% 500,0% -22,6% 496 111 385 100,0% 22,4% 77,6% 395 77 318 100,0% 19,5% 80,5% 25,6% 44,2% 21,1% Processamento de Cana (mil ton) Própria Terceiros Notas: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. (2) Considera 100% da produção da unidade Sena. A produção de etanol da Guarani atingiu níveis recordes durante esta safra, totalizando 496 mil m³ produzidos, representando crescimento de 25,6% frente à safra 2007/08 ou 101 mil m³ acrescidos à produção da Companhia, enquanto a região Centro-sul apresentou crescimento de 21,4% na produção de etanol. A produção de etanol anidro aumentou para 54 mil m³ no 3T 08/09 frente aos 9 mil m³ no 3T 07/08, refletindo a capacidade da Companhia de ajustarse às condições de mercado, aproveitando o prêmio dos preços do etanol anidro, na média 23,3% superiores aos preços do hidratado durante o 3T 08/09, de acordo com a CEPEA-ESALQ. Durante a safra 2008/09, a produção de hidratado representou 77,6% da produção total de etanol, uma redução frente aos 80,5% observados na safra anterior, mas superior à média de 65,4% do total de etanol produzido na região Centro-sul. No acumulado da safra, observamos um aumento de 21,1% na produção de hidratado e 44,2% na produção de anidro frente à safra anterior. No que se refere ao açúcar, a Guarani produziu 1,2 milhão de toneladas durante a safra atual, em linha com os níveis observados na safra anterior (-1,0%). Esta estabilidade na produção de açúcar é justificada pelo maior direcionamento de ATR para a produção de etanol, bem como pela deterioração na qualidade da matéria-prima em relação à safra anterior. Tendo em vista o efeito da depreciação do Real e os fundamentos altistas para o preço do açúcar em 2009, o mix de produção na safra 2009/10 deverá ser mais direcionado para a produção de açúcar. A Açúcar Guarani comercializou 23,8 mil MWh de energia elétrica excedente de outubro a dezembro de 2008, frente aos 28,9 mil MWh vendidos para a rede de energia elétrica no mesmo período da safra anterior. No acumulado da safra 2008/09, as vendas de energia elétrica atingiram 95,9 mil MWh, ou uma redução de 13,7% frente à safra precedente, devido ao maior consumo interno relacionado ao aumento das atividades de refino. 3.2 Estoques Na posição de 31 de dezembro de 2008, o nível de estoques de açúcar da Guarani situava-se em 368 mil toneladas, frente as 334 mil toneladas verificadas na mesma posição da safra anterior, representando um aumento de 34 mil toneladas. Devido às perspectivas positivas em relação ao preço do açúcar para os próximos meses, juntamente com a depreciação do Real, a Açúcar Guarani poderá maximizar sua receita proveniente da comercialização de açúcar. Os estoques de etanol, em linha com a safra precedente, atingiram 161 mil m³ em dezembro de 2008, a maior parte representada por etanol hidratado (73,5%). O valor contábil dos estoques de produtos acabados era de R$ 268,3 milhões no final de dezembro de 2008, enquanto os estoques consolidados do Grupo totalizaram R$ 509,9 milhões (curto e longo prazos), um aumento de 14,7% comparado ao 2T 08/09, incluindo também R$ 65,3 milhões referentes às lavouras e estoques de cana-de-açúcar; R$ 100,9 milhões referentes aos adiantamentos a fornecedores de matéria-prima e arrendatários e R$ 75,4 milhões de insumos e materiais. Página 4 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Estoques de Produtos Acabados Produto Acabado Açúcar (mil t) Etanol (mil m³) Dez/06 229 76 Mar/07 63 16 Jun/07 103 45 Set/07 338 121 Dez/07 334 161 Mar/08 92 38 Jun/08 160 56 Set/08 370 137 Dez/08 368 161 3.3 Aumento da receita sustentado por preços fortalecidos do açúcar em Reais No 3T 08/09 a Receita Líquida da Açúcar Guarani atingiu R$ 359,1 milhões, representando crescimento de 37,7% frente ao mesmo período do ano anterior e 23,0% frente ao segundo trimestre desta safra, no qual a Companhia havia registrado receita recorde de R$ 291,9 milhões. O aumento da receita no 3T 08/09 ocorreu principalmente devido: Ao aumento de 43,7% no preço e 2,5% no volume de açúcar comercializado durante o período. Os preços do açúcar destinado ao mercado externo cresceram 71,9%, atingindo R$ 909,1 por tonelada, devido ao efeito da desvalorização cambial; e Aos preços do etanol, que aumentaram em média 13,9% (anidro +33,2% para R$ 974,9 por m³ e o hidratado +5,4% para R$ 693,4 por m³), com crescimento de 5,0% no volume comercializado. A comercialização de açúcar representou 68,1% da Receita Líquida (4,4 pontos percentuais maior que os 63,7% verificados no 3T 07/08) e as vendas de etanol representaram 25,9%. As receitas referentes às vendas de outros produtos e serviços apresentaram crescimento de 35,5%, representando 5,3% da receita da Companhia. No acumulado, no entanto, as receitas de outros produtos foram reduzidas em 7,5%. As receitas de outros produtos abrangem: a) a comercialização de cana-de-açúcar a outros produtores na região; b) a venda de outros produtos agrícolas, como fertilizantes e defensivos agrícolas; e c) a prestação de serviços a fornecedores, como plantio e/ou colheita mecanizada. A comercialização de energia elétrica para a rede apresentou leve queda para R$ 2,5 milhões no trimestre, devido ao aumento de energia destinado às atividades de refino. No consolidado dos nove primeiros meses de 2008/09, a Guarani registrou uma Receita Líquida de R$ 849,2 milhões, ou acréscimo de 22,5% em relação ao 9M 07/08. As tabelas detalhadas na sequência demonstram a evolução da receita líquida por produto e por mercado, bem como os volumes comercializados e os preços médios praticados no período. Receita Líquida Milhões de R$ Açúcar Mercado Interno Exportação Refinado Não-Refinado Etanol Mercado Interno Exportação Anidro Hidratado Energia Outras Receitas2 Total Receita Líquida 3T 08/09 3T 07/08¹ Variação 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 244,5 102,5 142,0 126,1 118,4 93,0 85,0 8,0 27,2 65,8 2,5 19,1 359,1 166,0 55,6 110,4 107,3 58,7 77,8 70,3 7,5 8,2 69,6 2,9 14,1 260,8 47,3% 84,4% 28,6% 17,5% 101,7% 19,5% 20,9% 6,7% 231,7% -5,5% -13,8% 35,5% 37,7% 504,0 245,9 258,1 273,3 230,7 272,2 229,9 42,3 73,6 198,6 10,4 62,6 849,2 448,0 180,6 267,4 257,9 190,1 166,3 140,1 26,2 38,8 127,5 11,5 67,7 693,5 12,5% 36,2% -3,5% 6,0% 21,4% 63,7% 64,1% 61,5% 89,7% 55,8% -9,6% -7,5% 22,5% Vendas3 Produto Açúcar (mil t) Mercado Interno Exportação Refinado Não-Refinado Etanol (mil m³) Mercado Interno Exportação Anidro Hidratado Energia (mil MWh) 3T 08/09 3T 07/08¹ Variação 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 338,8 182,6 156,2 161,2 177,6 122,8 115,4 7,4 27,9 94,9 23,8 330,4 121,7 208,7 194,5 135,9 117,0 106,9 10,1 11,2 105,8 28,9 2,5% 50,0% -25,2% -17,1% 30,7% 5,0% 8,0% -26,7% 149,1% -10,3% -17,6% 855,1 475,3 379,8 436,5 418,6 373,6 314,1 59,5 86,5 287,1 95,9 854,1 360,2 493,9 452,1 402,0 248,0 207,7 40,3 49,9 198,1 111,1 0,1% 32,0% -23,1% -3,5% 4,1% 50,6% 51,2% 47,6% 73,3% 44,9% -13,7% Página 5 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Preço Médio4 Produto Açúcar (R$/ t) Mercado Interno Exportação Refinado Não-Refinado Etanol (R$/ m³) Mercado Interno Exportação Anidro Hidratado Energia (R$/ MWh) Notas: 3T 08/09 3T 07/08¹ Variação 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 721,7 561,3 909,1 782,3 666,7 757,3 736,6 1.081,1 974,9 693,4 105,0 502,4 456,9 529,0 551,7 431,9 665,0 657,6 742,6 732,1 657,8 100,3 43,7% 22,8% 71,9% 41,8% 54,4% 13,9% 12,0% 45,6% 33,2% 5,4% 4,7% 589,4 517,4 679,6 626,1 551,1 728,6 731,9 710,9 850,9 691,7 108,4 524,5 501,4 541,4 570,4 472,9 670,6 674,5 650,1 777,6 643,6 103,5 12,4% 3,2% 25,5% 9,8% 16,5% 8,6% 8,5% 9,4% 9,4% 7,5% 4,7% (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. (2) Compreende a venda de cana-de-açúcar e outros produtos agrícolas. (3) Considera 100% da comercialização da unidade Sena. (4) Preços líquidos de impostos e contribuições. 3.4 Aumento do Custo dos Produtos Vendidos no conceito caixa influenciado por maiores custos da cana-deaçúcar O Custo dos Produtos Vendidos da Guarani totalizaram R$ 239,7 milhões no 3T 08/09 frente aos R$ 169,7 milhões durante o mesmo período do ano passado, resultando em um aumento de 41,2%. No consolidado dos nove primeiros meses, o CPV aumentou 35,7%. O efeito do volume representou 16,3% deste aumento e 16,7% foram devido ao mix de vendas, ao maior valor do ATR por tonelada de cana-de-açúcar baseado no esquema CONSECANA, à menor concentração de açúcares recuperáveis por tonelada em razão de condições climáticas adversas, e ao aumento dos custos dos materiais e insumos. No conceito caixa, os custos unitários por tonelada de ATR aumentaram 7,0% durante os primeiros nove meses do ano, comparados com o mesmo período da safra 2007/08. O custo caixa industrial foi reduzido em 2,8% e o custo caixa agrícola aumentou em 9,6%. As principais razões foram: o custo da cana-de-açúcar de terceiros fornecedores, que representou 71,3% do consumo, permaneceu estável apesar do aumento de 9,5% nos preços do ATR publicado pelo CONSECANA, comparando o acumulado até dezembro de 2008 com o ano precedente (0,2653 frente a 0,2423 Reais por kg de ATR). Este impacto é causado principalmente pela maior participação dos custos de corte, carregamento e transporte assumidos pela Guarani e descontados de fornecedores; o aumento do custo caixa da cana-de-açúcar própria (+33,8% no acumulado de nove meses) devido ao menor conteúdo de açúcares na cana-de-açúcar, combinado com os maiores custos de colheita (diesel) e cultivo (fertilizantes e defensivos agrícolas); e os custos industriais foram influenciados pelo efeito do mix de venda, relacionado à maior produção de açúcar branco em relação ao período anterior, bem como pela menor concentração de ATR na cana-de-açúcar processada e comercializada (140,9 kg de ATR por tonelada, 3,3% menor do que os 145,7 kg de ATR por tonelada no período 2007/08), combinados com o aumento dos insumos e serviços. Devido a este aumento nos custos da Companhia, incluindo a depreciação, a Margem Bruta situou-se em 33,2% no 3T 08/09, ou uma redução de 1,7 ponto percentual frente aos 34,9% alcançados durante o mesmo período do ano anterior. A distribuição do CPV da Guarani, no 9M 08/09, ocorreu da seguinte forma: 69,2% foram correspondentes aos custos agrícolas, sendo 51,8% representado por custos com cana-de-açúcar proveniente de terceiros, 23,7% foram referente a custos industriais e 7,1% devido aos custos oriundos da produção de outros produtos e dos serviços prestados. Página 6 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Custo dos Produtos Vendidos Milhões de R$ Custos Agrícolas Cana-de-Açúcar de Terceiros Cana-de-Açúcar Própria Custos Industriais Outros Produtos Custo Total 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 177,8 89,4 88,4 52,4 9,5 239,7 132,8 66,9 65,9 31,2 5,7 169,7 448,0 231,9 216,1 153,5 46,3 647,8 343,2 189,2 154,0 98,7 35,6 477,5 30,5% 22,6% 40,3% 55,5% 30,1% 35,7% Custo dos Produtos Vendidos - Conceito Caixa R$/ton Açúcar Equivalente Custos Agrícolas Cana-de-Açúcar de Terceiros Cana-de-Açúcar Própria (-) Depreciação / Exaustão Cana-de-Açúcar Própria Conceito Caixa Agrícola Custos Industriais (-) Depreciação Conceito Caixa Industrial Conceito Caixa Agrícola + Industrial 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 314,3 239,6 459,0 (131,4) 327,6 269,6 92,6 (39,2) 53,4 323,0 243,3 202,3 306,3 (111,1) 195,2 199,5 57,2 (15,0) 42,1 241,6 291,6 211,4 492,1 (158,5) 333,6 246,3 99,9 (43,6) 56,3 302,6 259,9 212,9 356,5 (107,2) 249,3 224,8 74,7 (16,8) 57,9 282,7 12,2% -0,7% 38,0% 47,9% 33,8% 9,6% 33,7% 159,5% -2,8% 7,0% Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. 3.5 Redução nas Despesas Operacionais unitárias O total das Despesas Operacionais, representado pelas Despesas de Vendas adicionadas às Despesas Gerais e Administrativas, diminuiu 6,7% quando comparados os 3T 08/09 e 07/08, para R$ 50,1 milhões. No acumulado do período, estas despesas atingiram R$ 149,0 milhões, representando um aumento de 1,0%, quando comparadas ao mesmo período do ano anterior, excluídas as despesas não-recorrentes, relacionadas ao IPO. Durante o terceiro trimestre da safra 2008/09, as Despesas com Vendas da Açúcar Guarani permaneceram praticamente estáveis (+1,4%) em R$ 28,7 milhões, frente aos R$ 28,3 milhões no 3T 07/08, apesar do crescimento de 3,6% no volume de ATR comercializado pela Companhia. Como participação da Receita Líquida, as despesas com vendas reduziram-se de um patamar de 10,9% no 3T 07/08 para 8,0% neste trimestre como resultado, principalmente, da redução de 13,7% nas despesas de distribuição e logística, devido a: Queda nos custos unitários dos fretes do etanol e açúcar, consequência da menor demanda por esses serviços em razão da crise econômica atual; Diminuição dos volumes de vendas de açúcar destinado ao mercado externo, com menores despesas com fretes; e Aumento das vendas de etanol, cujas entregas ocorrem, principalmente, na modalidade PVU (Posto Veículo Usina). Do ponto de vista unitário, as Despesas com Vendas diminuíram em 2,1%, quando comparados os 3T 08/09 e 3T 07/08 e 11,7% no acumulado dos períodos, apesar do aumento nas despesas com pessoal, como reflexo de ajustes na estrutura da Companhia para suportar o crescimento de suas operações. As Despesas Gerais e Administrativas começaram a refletir o efeito das sinergias resultantes da aquisição das unidades Andrade e São José e a inauguração da unidade Tanabi, em 2007. Durante o 3T 08/09, as Despesas Gerais e Administrativas somaram R$ 21,8 milhões, representando decréscimo de 17,1% quando comparadas ao mesmo trimestre do ano passado. As despesas com pessoal e serviços prestados por terceiros diminuíram significativamente. Comparando o acumulado dos períodos, as Despesas Gerais e Administrativas, excluídos os itens não-recorrentes, demonstraram uma redução de 1,0%, com um efeito ainda maior em base unitária (-14,6%). As maiores despesas com contingências foram compensadas pela eliminação da CPMF a partir de janeiro de 2008. Página 7 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Despesas com Vendas Milhões de R$ Distribuição e Logística Despesas com Pessoal Comissões Outros Total (-) Depreciação Conceito Caixa 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 20,1 3,5 1,2 3,9 28,7 0,1 28,6 23,3 2,0 0,9 2,1 28,3 0,2 28,1 54,4 7,1 3,2 14,2 78,9 0,2 78,7 57,6 5,4 3,0 10,7 76,7 0,3 76,4 -5,6% 31,5% 6,7% 32,7% 2,9% -33,3% 3,0% Despesas com Vendas R$/ton açúcar equivalente Distribuição e Logística Despesas com Pessoal Comissões Outros Total (-) Depreciação Conceito Caixa 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 35,5 6,2 2,1 6,9 50,7 0,2 50,5 42,7 3,7 1,6 3,8 51,8 0,4 51,4 35,4 4,6 2,1 9,2 51,3 0,1 51,2 43,6 4,1 2,3 8,1 58,1 0,2 57,9 -18,8% 12,2% -8,7% 13,6% -11,7% -50,0% -11,6% Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. Despesas Gerais e Administrativas Milhões de R$ Despesas com Pessoal Serviços Prestados por Terceiros CPMF Outros Subtotal Despesas Recorrentes Despesas com IPO Total Despesas Gerais e Adm. (-) Depreciação Conceito Caixa 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 6,9 3,2 0,0 11,7 21,8 0,0 21,8 0,8 21,0 10,5 3,7 2,0 9,6 25,8 0,5 26,3 0,5 25,8 26,1 10,1 0,0 33,9 70,1 0,0 70,1 2,8 67,3 24,5 8,2 9,8 28,3 70,8 30,7 101,5 1,4 100,1 6,5% 23,2% -100,0% 19,8% -1,0% -100,0% -30,9% 100,0% -32,8% Despesas Gerais e Administrativas R$/ton açúcar equivalente Despesas com Pessoal Serviços Prestados por Terceiros CPMF Outros Subtotal Despesas Recorrentes 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 12,2 5,7 0,0 20,7 38,6 19,2 6,8 3,7 17,6 47,3 17,0 6,6 0,0 22,1 45,7 18,5 6,2 7,4 21,4 53,5 -8,1% 6,5% -100,0% 3,3% -14,6% 3.6 Aumento da margem EBITDA Ajustado para 32,3% no 3T 08/09 como reflexo de maiores preços de açúcar e etanol O EBITDA Ajustado da Açúcar Guarani de R$ 116,0 milhões durante o 3T 08/09 foi 62,5% maior do que os R$ 71,4 milhões registrados no 3T 07/08. Como consequência, a margem EBITDA Ajustado apresentou um aumento de 4,9 pontos percentuais atingindo 32,3% neste trimestre. O aumento na geração de caixa da Companhia, medido através do EBITDA Ajustado, foi resultado principalmente do acréscimo de 37,7% na receita líquida, reflexo de melhores preços do açúcar, em razão da desvalorização do Real, e do aumento nos preços de etanol, resultado dos níveis recordes e recorrentes em seu consumo como combustível automotivo. No acumulado dos nove meses do período 2008/09, o EBITDA Ajustado totalizou R$ 192,5 milhões, um aumento de 30,3%, representando uma margem de 22,7% e um incremento de 1,4 ponto percentual quando comparados o acumulado dos períodos. A Açúcar Guarani apresentou um prejuízo de R$ 113,0 milhões durante o trimestre, frente ao lucro líquido de R$ 23,5 milhões no 3T 07/08. Ambos os resultados foram impactados pela amortização do ágio referente à aquisição de participação acionária das unidades Andrade, Tanabi e a unidade em Moçambique. Caso desconsideremos a amortização do ágio dos efeitos mencionados acima, a Guarani apresentaria um prejuízo líquido ajustado de R$ 88,1 milhões, frente a um lucro líquido ajustado de R$ 37,2 milhões no 3T 07/08. Página 8 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Os resultados deste trimestre foram também impactados pela desvalorização de 22,1% do Real frente ao Dólar norteamericano, resultando em um impacto negativo de R$ 155,1 milhões no resultado. Excluído o impacto da variação cambial, a Guarani teria registrado um lucro líquido de R$ 14,3 milhões durante este trimestre. As despesas financeiras da Açúcar Guarani nos 9M 08/09, líquidas de receitas financeiras, despesas referentes ao REFIS, os efeitos de swaps e NDF, totalizaram R$ 40,3 milhões, representando uma taxa de juros efetiva de 6,1% por ano. Despesas Financeiras Milhões de R$ 3T 08/09 3T 07/08¹ 9M 08/09 9M 07/08¹ Δ 47,5 (116,9) (155,1) (224,5) -62,5% 0,5x 4,8 0,0 1,1 5,9 2,3% -12,1x 79,8 (194,4) (218,4) (333,0) -39,2% 0,6x 20,7 (26,8) 0,3 (5,8) -0,8% 25,5x 59,1 (167,6) (218,7) (327,2) -38,4 p.p. -24,9x Receitas Financeiras Despesas Financeiras Variação Cambial Líquida Total % da Rec. Líq. Total EBITDA Ajustado/Despesas Financeiras Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. EBITDA Ajustado Milhões de R$ 3T 08/09 3T 07/08¹ Variação 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 116,0 32,3% 71,4 27,4% 62,5% 4,9 p.p. 192,5 22,7% 147,7 21,3% 30,3% 1,4 p.p. 3,5 7,0 - (6,3) 1,8 (0,1) - -155,6% 288,9% - (1,5) 13,6 - 1,8 0,4 (32,7) (4,2) 7,2 -183,3% - EBITDA 126,5 66,8 89,4% 204,6 120,2 70,2% (+) Imposto de renda e contribuição social (+) Despesa financeira líquida (+) Depreciação e amortização 58,2 (224,5) (73,2) 0,5 5,8 (49,6) 47,6% 101,1 (333,0) (214,1) 5,1 (5,8) (113,7) 88,3% Lucro Líquido % Margem Líquida (113,0) -31,5% 23,5 9,0% -40,5 p.p. (241,4) -28,4% 5,8 0,8% -29,2 p.p. 24,9 - 0,1 16,8 (3,2) 48,2% - 74,6 - 32,7 6,8 (7,2) 43,4 (12,3) 71,9% - (88,1) -24,5% 37,2 14,3% -38,8 p.p. (166,8) -19,6% 69,2 10,0% -29,6 p.p. EBITDA Ajustado % Margem EBITDA Ajustado (+) Despesas não operacionais líquidas (+) Participação de minoritários (+) Despesas não recorrentes com IPO (+) Despesas não recorrentes ICMS (+) Despesas/(Receitas) operacionais SHL (-) Despesas com IPO (-) ICMS (-) Despesas/(Receitas) operacionais SHL (-) Amortização de Ágio (-) Efeito IR/CSLL Lucro Líquido Ajustado % Margem Líquida Ajustada Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. Nota: O EBITDA é igual ao lucro líquido antes do imposto de renda e contribuição social, das despesas financeiras líquidas, das despesas de depreciação e amortização. O EBITDA não é uma medida de desempenho financeiro segundo as Práticas Contábeis Adotadas no Brasil, tampouco deve ser considerado isoladamente, ou como uma alternativa ao lucro líquido, como medida de desempenho operacional, ou alternativa aos fluxos de caixa operacionais, ou como medida de liquidez. Outras empresas podem calcular o EBITDA de maneira diferente de nós. Em razão de não serem consideradas, para o seu cálculo, as despesas e receitas financeiras, o imposto de renda e a contribuição social, e a depreciação e amortização, o EBITDA funciona como indicador de nosso desempenho econômico geral, que não é afetado por flutuações nas taxas de juros, alterações da carga tributária do imposto de renda e da contribuição social ou dos níveis de depreciação e amortização. O EBITDA, no entanto, apresenta limitações que prejudicam a sua utilização como medida de nossa lucratividade, em razão de não considerar determinados custos decorrentes de nossos negócios, que poderiam afetar, de maneira significativa, os nossos lucros, tais como despesas financeiras, tributos, depreciação, despesas de capital e outros encargos relacionados. 3.7 Situação Financeira e Estrutura da Dívida – Balanço fortalecido através do aumento de capital A Dívida Líquida da Açúcar Guarani, englobando suas dívidas bancárias menos disponibilidades, totalizou R$ 744,2 milhões comparativamente aos R$ 696,8 milhões verificados no 2T 08/09, representando aumento de 6,8%. A relação entre a Dívida Líquida e o EBITDA Ajustado, considerando o resultado dos últimos 12 meses, reduziu-se para 3,5x, comparada a 4,2x no final do trimestre precedente. Incluindo os mútuos concedidos pelo acionista controlador, Tereos, através de duas operações no montante equivalente a US$ 220 milhões, a dívida líquida totalizou R$ 1.263,0 milhões, um acréscimo de R$ 358,5 milhões, e a relação Dívida Líquida/ EBITDA Ajustado atingiu 6,0x no 3T 08/09, frente a 5,4x no 2T 08/09. O aumento da Dívida Líquida foi resultado: do efeito da desvalorização do Real sobre os passivos líquidos denominados em moeda estrangeira (R$ 155,1 milhões); da consolidação de 100% das dívidas referente à subsidiária em Moçambique, incluindo o efeito da taxa de câmbio (R$ 80,2 milhões); do pagamento da última parcela de aquisição de participação acionária da Andrade (R$ 58,3 milhões); e do aumento de capital de giro (R$ 64,9 milhões). As dívidas de curto prazo de R$ 588,6 milhões representaram 62,7% do total da Dívida Financeira Bruta, quando comparados aos 74,4% no final do trimestre precedente, excluídos os mútuos. As disponibilidades de R$ 194,8 milhões representaram 33,1% da dívida de curto prazo. Página 9 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 No final do 3T 08/09, a dívida da Companhia indexada à moeda norte-americana representou 72,4% da Dívida Líquida, somando R$ 914,5 milhões. Este valor inclui a dívida das operações em Moçambique (R$ 130,4 milhões), que não geram impacto no resultado, em função da variação cambial entre o Dólar e o Real. A estratégia da dívida em moeda estrangeira é relacionada ao fato de que mais de dois terços das vendas da Companhia são denominadas direta ou indiretamente em dólares. Conforme mencionado anteriormente, as normas contábeis exigem que o efeito da desvalorização da moeda seja reconhecido no resultado do período, enquanto o efeito sobre as receitas em moeda estrangeira, representado pelas vendas futuras, será registrado quando estas efetivamente ocorrerem. O efeito de R$ 155,1 milhões da variação cambial registrado no trimestre resulta da desvalorização do Real de R$ 1,9143/US$ no final de setembro de 2008 para R$ 2,3370/US$ no final de dezembro. O aumento de capital recentemente anunciado busca reforçar o balanço patrimonial da Guarani através de melhores posições de caixa/dívida no atual cenário econômico. Endividamento Milhões de R$ 31/dez/08 30/set/08 Variação Circulante Capital de Giro NPR Securitização BNDES Finame Resolução 2770/NCE Leasing 588,6 34,4 0,4 1,1 0,5 29,1 520,9 2,2 784,4 34,1 0,4 1,1 18,1 31,5 696,9 2,3 -25,0% 0,9% -97,2% -7,6% -25,3% -4,3% Não circulante Capital de Giro Securitização¹ Finame Resolução 2770/NCE Dívida SHL Leasing 350,4 6,9 9,7 80,0 118,1 130,4 5,3 270,3 6,8 9,8 85,9 111,8 50,2 5,8 29,6% 1,5% -1,0% -6,9% 5,6% 159,8% -8,6% 939,0 (194,8) - 1.054,7 (368,0) 10,1 -11,0% -47,1% -100,0% Dívida Líquida Total 744,2 696,8 6,8% Dívida Líq. Total/EBITDA Ajustado Móvel 3,5x 4,2x -16,7% 518,8 207,7 149,8% 1.263,0 914,5 348,5 904,5 802,0 102,5 39,6% 14,0% 240,0% Dívida Bruta Total Financeira (-) Disponibilidades (+) Adiantamento de Clientes² Mútuo Tereos TOTAL em Moeda Estrangeira em R$ Notas: (1) Valor da securitização calculado a valor presente. (2) A parcela referente a Adiantamentos de Clientes foi ajustada de forma a refletir apenas os valores sujeitos à incidência de juros. Amortização da dívida Milhões de R$ Moeda Nacional % Moeda Estrangeira % Total 4T 08/09 64,8 17,7% 302,3 82,3% 367,1 Safra 09/10 Safra 10/11 Safra 11/12 Safra 12/13 Safra 13/14 Em diante 27,6 11,1% 220,9 88,9% 248,5 35,0 34,8% 65,5 65,2% 100,5 30,1 39,3% 46,5 60,7% 76,6 21,8 28,3% 55,2 71,7% 77,0 2,0 6,8% 27,2 93,2% 29,2 6,9 17,2% 33,2 82,8% 40,1 Total 188,2 20,0% 750,8 80,0% 939,0 3.8 Política de Risco e Operações com Instrumentos Financeiros Conforme já publicado no último trimestre, a Companhia realiza operações com instrumentos financeiros com o intuito específico de mitigar os riscos relacionados às flutuações dos preços de mercado e para ajustar e controlar a exposição a transações em moeda estrangeira. Estes instrumentos financeiros estão relacionados a operações com futuros negociados no mercado de câmbio, para as transações em dólar, e commodities para os preços de açúcar. Nós usamos também swaps e opções para implementar nossa estratégia. A política de risco e hedging, que somente permite transações relacionadas às operações correntes e a mitigação de risco, é implementada através de dois comitês diferentes. O objetivo do Comitê Estratégico de Risco é de fornecer orientações e controlar a implementação das instruções definidas nas reuniões realizadas mensalmente. O Comitê de Risco Operacional é responsável por efetuar as transações definidas pelo Comitê Estratégico de Risco, reunindo-se semanalmente. A utilização de instrumentos financeiros pela Companhia está em conformidade com a política interna de risco e hedging. A Guarani não possui operações sofisticadas ou qualquer outra operação que não esteja diretamente relacionada aos negócios da Companhia. Página 10 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 No que se refere às operações com contratos futuros, com o objetivo de proteger os resultados da Companhia da volatilidade dos preços do açúcar (hedge), a Guarani apresentou no final de dezembro de 2008 transações com Fair Value de R$ 214,0 milhões quando comparado ao valor Notional de R$ 229,7 milhões. Como garantia das operações de futuros e opções realizadas nas bolsas de mercadorias, a Companhia realiza depósitos de margem quando os valores excedem os limites de créditos com as corretoras. Estes depósitos de margem são lançados no ativo circulante na rubrica operações com derivativos e representavam R$ 7,0 milhões ao final de dezembro de 2008 ou uma redução de 65,9% comparado ao observado no final de setembro de 2008. Instrumentos Financeiros 31/dez/08 Milhões de R$ 30/set/08 Notional "Fair Value" Valor a Pagar/Rec. Notional "Fair Value" Valor a Pagar/Rec. Opções Posição Vendida Posição Comprada Total (16,9) 0,0 (16,9) (29,0) 0,0 (29,0) (12,1) 0,0 (12,1) (15,7) 6,5 (9,2) (26,7) 9,1 (17,6) (11,0) 2,6 (8,4) Futuros Posição Vendida Posição Comprada Total (261,1) 31,4 (229,7) (241,8) 27,8 (214,0) 19,3 (3,7) 15,6 (159,2) 32,9 (126,3) (176,1) 32,3 (143,8) (16,9) (0,6) (17,5) Quanto às operações com instrumentos financeiros com o intuito de mitigar os riscos relativos a transações de câmbio, a Companhia apresentou expressiva redução no valor total dos contratos de swap, tendo atingindo Fair Value de R$ 96,7 milhões no final de dezembro de 2008 frente aos R$ 322,3 milhões verificados no final do 2T 08/09. A maior parte das transações de swap foi trocada por contratos de moeda estrangeira ou pelos mútuos concedidos pela Tereos. Instrumentos Financeiros 31/dez/08 Milhões de R$ NDF - Non Deliverable Forward TOTAL em US$ Contratos de SWAP de juros Taxa Pré Vs V.C + Tx CDI +TX Vs. V.C + Tx Taxa Vs CDI + Tx TOTAL TOTAL em US$ Termo de Moedas TOTAL em Euro 30/set/08 Notional "Fair Value" Valor a Pagar/Rec. Notional "Fair Value" Valor a Pagar/Rec. 81,0 34,7 89,6 38,3 (8,6) (3,7) (39,1) (20,4) (43,3) (22,6) (4,2) (2,2) 87,4 96,7 (9,3) 87,4 37,4 96,7 41,4 (9,3) (4,0) (46,0) (251,9) (10,0) (307,9) (160,9) (48,1) (265,2) (9,0) (322,3) (168,4) (2,1) (13,3) 1,0 (14,4) (7,5) 256,4 78,0 272,1 82,8 (15,7) (4,8) 216,6 78,0 216,6 78,0 A Companhia regularmente fornece informações sobre estas operações através de relatórios trimestrais (ITR) submetidos e arquivados na Comissão de Valores Imobiliários (CVM), na seção relacionada a instrumentos financeiros. 3.9 Estratégia de investimentos focada no plantio e na eficiência operacional A administração decidiu ajustar a sua política de investimentos a partir de julho de 2007 com a decisão de adiar o greenfield de Cardoso. Como conseqüência, a Guarani não possui nenhum compromisso significativo com grandes investimentos, focando em programas que eliminem gargalos nas unidades industriais e que gerem caixa no curto prazo. A Guarani tem implementado uma estratégia baseada na disciplina de custos e investimentos para aumentar a eficiência de processos. Tendo em vista a estratégia adotada, os investimentos operacionais da Açúcar Guarani totalizaram R$ 37,1 milhões no 3T 08/09, concentrados: No plantio de cana-de-açúcar, para garantir o crescimento futuro da Companhia quando as condições de mercado estiverem estabilizadas, representando 40,7% do total investido no período; Nas operações de colheita e tratos culturais, focados nas unidades Tanabi e São José, através da aquisição de equipamentos agrícolas, principalmente para colheita mecanizada, e projetos para aproveitamento de resíduos; e Na indústria, com foco no crescimento marginal da moagem das unidades Tanabi e São José. Investimentos para permitir o crescimento orgânico realizados nas unidades Tanabi e São José resultarão em um aumento da capacidade de moagem de cana-de-açúcar de até 500 mil toneladas para a safra 2009/10 atingindo, respectivamente, 1,4 milhão de toneladas e 2,6 milhões de toneladas. Com esta capacidade adicional, a Guarani espera moer aproximadamente 14,8 milhões de toneladas na safra 2009/10 em suas 5 unidades no Brasil e uma unidade em Moçambique, representando um aumento de 2,8% frente à moagem registrada nesta safra. No acumulado dos 9 meses do período 2008/09, os investimentos da Guarani somaram R$ 183,2 milhões, sendo 57,5% destinados para aquisição de ativo imobilizado e 42,5% para investimentos no plantio de cana-de-açúcar. Página 11 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Investimentos Milhões de R$ Aquisições de Ativo Imobilizado Plantações Total 3T 08/09 9M 08/09 22,0 15,1 37,1 105,4 77,8 183,2 4 – COMPORTAMENTO DOS MERCADOS DE AÇÚCAR E ETANOL No final do ano de 2008, a intensificação da crise econômica mundial começou a apresentar efeitos sobre a economia real, resultando na redução de consumo e empregos, forçando os governos a tomarem medidas com o objetivo de reaquecer as economias, conforme observado recentemente na Europa e EUA através dos planos de ajuda econômica aprovados. Medidas também foram anunciadas no Brasil, principalmente voltadas à oferta de crédito. Nos mercados de commodities notou-se reduções de preços, com liquidação de posições compradas, além das dificuldades para negociação física, resultado da escassez de recursos para financiar as operações, principalmente de estocagem e logística, adicionadas às dificuldades de obtenção de cartas de crédito. 4.1 – Mercado de Açúcar 4.1.1 – Mercado Internacional: Aumento dos preços do açúcar em Reais e fundamentos positivos para a safra mundial 2008/09 Os preços do açúcar, em dólares norte-americanos, apresentaram queda no 3T 08/09 frente ao trimestre anterior, com desvalorização média de 11,1% para o açúcar bruto (NY11), interrompendo a valorização verificada no final de setembro. No entanto, devido ao expressivo fortalecimento da moeda norte-americana frente ao Real durante o período, observou-se valorização média em Reais de 21,3% para o açúcar negociado em Nova Iorque, atingindo máxima de 28,7 R$ ¢/lb, maior cotação desde agosto de 2006. Vale ressaltar que durante o 3T 08/09, os preços do açúcar bruto oscilaram predominantemente entre 10,50 e 12,00 US$ ¢/lb, conforme observado no gráfico 1, indicando os níveis de suporte e resistência da commodity, sob as novas circunstâncias para os preços, determinadas pela valorização da moeda norte-americana frente à maioria das outras moedas e à falta de crédito. Mais afetado que o açúcar bruto, o preço médio em dólares norte-americanos do açúcar branco (LIFFE #5) no 3T 08/09 situou-se 15,6% menor do que o verificado no 2T 08/09 (gráfico 2), atingindo preço médio de 325,3 US$/ton neste trimestre. A maior intensidade desta queda no açúcar branco reflete o aumento de produção de novas refinarias em países como Argélia e Nigéria, que costumavam ser antigos importadores de açúcar branco. Apesar da volatilidade observada nos preços do açúcar durante o 3T 08/09, os fundamentos para o médio prazo são positivos pelo lado da oferta, caracterizado pela expectativa de déficit no balanço mundial, e também no lado da demanda, pelo crescimento do consumo em países com altas taxas de crescimento urbano, como China e Índia. No curto prazo, ainda poderemos eventualmente sentir os efeitos da necessidade de caixa sobre os preços do açúcar. A produção mundial de açúcar esperada para 2008/09, de acordo com estimativas da consultoria LMC, deverá ser 11 milhões de toneladas inferior à verificada na safra 2007/08, representando uma redução de 6,2%. A LMC estima que o balanço mundial ajustado entre oferta e demanda de açúcar deverá indicar um déficit maior que 3 milhões de toneladas, conforme observado no gráfico 3. A Índia, o segundo maior produtor mundial de açúcar, foi o principal responsável por essa diminuição, devido principalmente: a) à redução em 17% na área plantada de cana-de-açúcar; b) à escassez de crédito, caracterizada pela recusa dos bancos indianos em prover capital de giro às usinas, de acordo com a Associação dos Produtores da Índia; e Página 12 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 c) às condições climáticas adversas. Tendo em vista os fatores mencionados, a consultoria FCStone estima que a produção indiana de açúcar deve ser entre 5 e 7 milhões inferior à verificada na safra precedente, além da possibilidade de importação duty free de mais de 1 milhão de toneladas para processamento em regime de draw-back ou mesmo através de compromisso de exportação na safra 2011. As estimativas de redução da produção de açúcar da União Européia para a safra 2008/09 em aproximadamente 17%, de acordo com a consultoria FCStone, também atuam favoravelmente para fortalecimento das cotações da commodity, juntamente com as reduções previstas por parte de outros países asiáticos produtores como Tailândia e Paquistão devido, dentre outros fatores, à menor destinação de área para plantio de cana-de-açúcar e a queda de produtividade, resultado de menores investimentos na aplicação de fertilizantes. No que se refere à atuação dos fundos, no período de outubro a dezembro de 2008, os Index funds e os fundos especulativos reduziram consideravelmente suas posições compradas em açúcar, para níveis similares aos observados em novembro de 2007, como reflexo da liquidação de posições por aversão ao risco e necessidade de transferir recursos para outros investimentos. O setor comercial apresentou no 3T 08/09 uma posição líquida 28,2% inferior à observada no final de setembro, atingindo 78 mil contratos comprados, conforme demonstrado no gráfico 4 acima. Este comportamento de liquidação de posições compradas foi verificado em praticamente todas as commodities, resultado dos desdobramentos da crise financeira na economia real, da valorização do dólar e da desaceleração econômica. Dentre as principais commodities agrícolas, o açúcar foi menos impactado pela crise durante o 3T 08/09, conforme observado no gráfico abaixo, possivelmente por ter sido a commodity com menor aumento de preço e das perspectivas de preços favoráveis. O 3T 08/09 na região Centro-sul do Brasil foi marcado pela extensão da safra 2008/09 durante os meses de dezembro e janeiro devido à disponibilidade de cana-de-açúcar, às condições climáticas favoráveis à colheita e a necessidade de capital de giro de algumas empresas. Vale ressaltar que apenas 43 unidades haviam encerrado suas atividades até o início de dezembro de 2008, comparado às 99 unidades com moagem encerrada no mesmo período da safra precedente. No âmbito da produção, segundo a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), a quantidade de cana-de-açúcar moída, até a posição de 01 de janeiro de 2009, atingiu a previsão de início de safra, somando 496,7 milhões de toneladas moídas, representando um aumento de 15,5% frente à safra anterior. No entanto, em relação à produtividade, a cana-deaçúcar moída durante a safra 2008/09 apresentou concentração de açúcares por tonelada 2,4% inferior, como consequência das condições climáticas desfavoráveis durante o início de safra. Devido a condições de preços mais atrativos durante a maior parte da safra, a destinação da cana-de-açúcar para a produção de etanol permaneceu predominante (aproximadamente 60%), fato que resultou na manutenção (+1,8%) da produção de açúcar em relação à safra anterior, atingindo 26,6 milhões de toneladas, o que finalmente possibilitou uma menor pressão nos preços entre as safras 2007/08 e 2008/09. Página 13 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Em resumo, os fundamentos para a safra 2009/10 e 2010/11 são positivos para os preços do açúcar, reforçado pela restrição ao crédito no Brasil, que deverá atrasar o plantio e a renovação dos canaviais. Nos nove primeiros meses da safra 2008/09, os preços do açúcar foram superiores aos verificados na safra 2007/08, tanto em dólares quanto em Reais, conforme nota-se através da tabela A abaixo. A - Comparativo da Média de Preços do Açúcar Tipo Açúcar Bruto (NY 11) Em R$/ton Em US$/ton Variação 3T Variação 9M Variação 3T Variação 9M 3T 08/09 3T 07/08 08/09 / 3T 9M 08/09 9M 07/08 08/09 / 9M 3T 08/09 3T 07/08 08/09 / 3T 9M 08/09 9M 07/08 08/09 / 9M 07/08 07/08 07/08 07/08 581,7 397,6 46,3% 489,6 403,9 21,2% 256,3 222,8 15,0% 264,0 213,6 23,6% Açúcar Branco (LIFFE #5) 737,7 513,2 43,7% 650,7 561,2 15,9% 325,3 287,5 13,1% 353,1 296,1 19,3% Açúcar Cristal (ESALQ)1 624,7 471,7 32,4% 581,9 517,6 12,4% 274,4 264,0 3,9% 316,5 272,3 16,2% Nota: (1) Mercado doméstico brasileiro O prêmio de refino, que é o diferencial dos preços do açúcar branco em relação ao açúcar bruto, mostrou uma desvalorização média em dólares norte-americanos de 29,2% no 3T 08/09 frente ao trimestre anterior, atingindo 68,7 US$/ton. Contudo, apresentou-se em níveis similares aos observados durante o 3T 07/08 (entre 65 e 70 US$/ton), conforme ilustrado no gráfico 6. A queda do prêmio de refino é, dentre outros fatores, resultado da intensificação da produção em grandes produtores de açúcar refinado e cristal e reflexo da desvalorização dos energéticos, que tende a reduzir o custo de refino no Oriente Médio e Norte da África. 4.1.2 – Mercado Doméstico: Valorização dos preços do açúcar em Reais Com o agravamento da crise financeira internacional e o movimento de aversão ao risco e restrição de crédito, houve uma importante transferência de recursos para o mercado norte-americano, fortalecendo, portanto, a moeda norte-americana. Como resultado, o Real também manteve sua trajetória de desvalorização frente ao dólar durante o 3T 08/09, atingindo 2,3370 R$/US$ no final do período, acumulando queda de 22,1% no trimestre (gráfico 7). A redução na entrada de recursos estrangeiros no Brasil, seja através de investimentos diretos, que de acordo com o BACEN devem ser reduzidos em aproximadamente R$ 15 bilhões, ou através da concessão de empréstimos, tende a manter a pressão sobre a moeda brasileira, com estimativa de manutenção da taxa de câmbio nos níveis atuais (2,20 a 2,40 R$/US$). As cotações de açúcar no mercado doméstico mantiveram a tendência de valorização ao longo do terceiro trimestre da safra 2008/09, apesar de muitas unidades produtoras de açúcar terem estendido a moagem de cana-de-açúcar. O indicador CEPEA/ESALQ para o açúcar tipo cristal apresentou variação média positiva de 7,6% quando comparados o 3T e 2T 08/09, atingindo 31,2 R$/saca de 50 kg no 3T 08/09. Quando comparadas as médias dos primeiros nove meses das safras 2008/09 e 2007/08, observamos aumento de 12,4%, representado por preços médios de 31,2 e 29,0 R$/saca de 50 kg, respectivamente. Página 14 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 4.2 – Mercado de Etanol 4.2.1 – Mercado Doméstico: Manutenção de níveis recordes de consumo de etanol A destinação de cana-de-açúcar para a produção de etanol manteve-se predominante durante o 3T 08/09, conforme observado no restante da safra atual na região Centro-sul do Brasil. De acordo com a UNICA, a produção acumulada de etanol atingiu 8,5 bilhões de litros de etanol anidro e 16,1 bilhões de litros de hidratado, crescimentos de 15,8% e 24,6%, respectivamente, frente à safra anterior. Durante o 3T 08/09 notou-se aumento no direcionamento da matéria-prima para produção de etanol anidro, com a indústria buscando aproveitar o expressivo prêmio do anidro em relação ao hidratado verificado em maior intensidade a partir do início do segundo trimestre da safra 2008/09. Apesar do aumento na produção de etanol, os preços do biocombustível permaneceram estáveis durante o período, visto que diversas unidades produtoras já apresentam um volume menor do produto disponível para venda. Devido à maior liquidez do etanol em relação ao açúcar no mercado físico, diversas unidades venderam parte do combustível estocado visando atender sua necessidade de caixa, fator que tende a favorecer o suporte de preços ao longo dos meses de entressafra. Mesmo com a intensificação da crise, o consumo de etanol permaneceu em níveis recordes, conforme ilustrado pelo gráfico 9, somando 5,3 bilhões de litros consumidos no 3T 08/09 ou aumento de 15,4% frente ao mesmo trimestre da safra anterior, impulsionado pela relação atrativa aos consumidores entre os preços do etanol hidratado e da gasolina. De acordo com a ANP, na última semana de dezembro, dentre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal, 17 deles tiveram a relação entre os preços do etanol e da gasolina inferior a 70%. Devido principalmente à restrição de crédito à população, verificada no último trimestre de 2008, observou-se uma retração no consumo e na produção industrial no Brasil. O setor automobilístico foi um dos mais afetados, com redução tanto nas vendas quanto na produção de veículos. Segundo dados da ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), no 3T 08/09, a quantidade de unidades de veículos flex-fuel vendidas foi 27,7% inferior a verificada no mesmo período do ano anterior (gráfico 10), atingindo 424,4 mil unidades. Apesar do declínio nas vendas, os veículos flex-fuel permanecem representando mais de 85% das vendas de veículos leves, sustentando a demanda pelo etanol hidratado. Os preços médios do etanol apresentaram relativa estabilidade entre o 3T e 2T 08/09, com pequena valorização de 3,4% para o etanol anidro e manutenção para o etanol hidratado. As cotações de ambos os produtos (anidro e hidratado) sofreram apreciação de 16,9% e 5,8%, respectivamente, entre os terceiros trimestres da safra atual e precedente, conforme demonstrado através do gráfico 11. Página 15 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Na tabela a seguir encontram-se as variações para os preços médios do etanol, no 3T 08/09 e no 9M 08/09 em relação aos mesmos períodos da safra anterior, segundo a ESALQ, para o mercado doméstico, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), para as exportações embarcadas, e a Axxis Petroleum, para o mercado norte-americano. B - Comparativo da Média de Preços do Etanol Em R$/ l Tipo Em US$/ l Variação Variação Variação Variação 3T 08/09 3T 07/08 3T 08/09 / 9M 08/09 9M 07/08 9M 08/09 / 3T 08/09 3T 07/08 3T 08/09 / 9M 08/09 9M 07/08 9M 08/09 / 3T 07/08 9M 07/08 3T 07/08 9M 07/08 Etanol Anidro (ESALQ)1 0,90 0,77 16,9% 0,86 0,77 11,7% 0,40 0,43 -7,0% 0,47 0,41 14,6% Etanol Hidratado (ESALQ)1 0,73 0,69 5,8% 0,72 0,67 7,5% 0,32 0,38 -15,8% 0,39 0,35 11,4% Etanol Exportação (SECEX) 1,07 0,71 50,7% 0,88 0,77 14,3% 0,47 0,39 20,5% 0,47 0,40 17,5% Etanol (Axxis Petroleum)2 1,17 0,93 25,8% 1,16 1,09 6,4% 0,52 0,52 0,0% 0,64 0,58 10,2% Nota: (1) Mercado doméstico brasileiro (2) Mercado doméstico norte americano 4.2.2 – Mercado Internacional: Expressiva queda dos preços do etanol nos EUA De acordo com a UNICA, as exportações de etanol da região Centro-sul do Brasil deverão atingir a previsão de início de safra de 4,2 bilhões de litros, tendo em vista que, no acumulado da safra 2008/09 até dezembro, as exportações do biocombustível atingiram 3,9 bilhões de litros ou aumento de 73,8% frente ao acumulado da safra anterior. Os principais destinos destas exportações foram os EUA (57%) e a Europa (26%). Apesar da queda nas cotações do petróleo, diversos países europeus mantiveram políticas para combustíveis alternativos. De acordo com a SECEX, o preço médio do etanol para exportação em Reais no 3T 08/09 apresentou acentuada valorização tanto em relação ao trimestre precedente (+33,8%) quanto em relação ao mesmo trimestre da safra anterior (+50,7%) devido a desvalorização da moeda nacional frente principalmente ao Dólar e ao Euro, moedas dos principais destinos das exportações brasileiras do combustível. Durante o período de outubro a dezembro de 2008, observamos expressiva redução dos preços do petróleo no mercado internacional, reflexo dos desdobramentos da crise financeira na economia real. Consequentemente, os preços da gasolina no mercado norte-americano foram fortemente pressionados, resultando numa situação em que o uso do biocombustível pode encarecer o custo da mistura. Com a queda de preço do etanol no mercado norte-americano, tornaram-se mais difíceis as exportações do biocombustível aos EUA, resultando em redução no ritmo de embarques em relação ao trimestre precedente. Porém, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e em função do nível baixo de exportações no 3T 07/08, as exportações de etanol apresentaram aumento de 67,0% em relação ao volume verificado naquele período (gráfico 12), somando 1,3 bilhão de litros. No mercado doméstico dos EUA, os preços do etanol, fortemente pressionados pelas baixas cotações do petróleo, acumularam queda de 24,6% frente ao 2T 08/09, atingindo mínima de 0,43 US$/l em 15/12/2008, conforme observado através do gráfico 13. Página 16 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 5 – PRINCIPAIS FATOS Na Reunião do Conselho de Administração realizada em 2 de fevereiro de 2009, as seguintes resoluções foram aprovadas unanimemente: Primeira Deliberação: Foi aprovado o aumento de capital social da Companhia, dentro do limite do capital autorizado nos termos do Estatuto Social, mediante a emissão para subscrição privada, observadas as seguintes condições: 1. O valor mínimo do aumento de capital será de cento e oitenta e oito milhões e duzentos mil Reais (R$ 188.200.000,00), com a emissão de noventa e quatro milhões e cem mil (94.100.000) novas ações ordinárias, e o valor máximo de trezentos e um milhões, seiscentos e dois mil, quinhentos e sessenta e quatro Reais (R$ 301.602.564,00), com a emissão de cento e cinquenta milhões, oitocentas e uma mil, duzentas e oitenta e duas (150.801.282) novas ações ordinárias. 2. Os recursos captados com o aumento de capital destinar-se-ão a fortalecer o balanço patrimonial da Companhia, sendo do interesse da Companhia homologar o aumento de capital em qualquer valor que se situe dentro da faixa de valores mínimo e máximo. 3. O preço de emissão será de dois Reais (R$2,00) por ação ordinária, fixado com base na média simples das cotações de fechamento das ações da Companhia (BOVESPA “ACGU3”) nos últimos noventa (90) pregões na BM&FBovespa, anteriores ao Fato Relevante divulgado em 26 de janeiro de 2009, compreendendo o período de 15 de setembro de 2008 até 23 de janeiro de 2009, inclusive, e com deságio de vinte e cinco vírgula quatro por cento (25,4%) sobre este valor, nos termos do inciso III do §1° do artigo 170 da Lei n° 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Esse deságio tem por objetivo estimular a adesão ao aumento de capital por parte dos acionistas minoritários e proporcionar condições para formação de preço do direito de subscrição. 4. Todas as ações emitidas serão ordinárias, nominativas e sem valor nominal, em tudo idênticas às ações já existentes, tendo os mesmos direitos conferidos às demais ações ordinárias de emissão da Companhia, nos termos do Estatuto Social e da legislação aplicável. As ações a serem emitidas farão jus a todos os benefícios, incluindo dividendos, juros sobre o capital próprio e eventuais remunerações de capital que vierem a ser declarados pela Companhia após a homologação do aumento de capital da Companhia pelo Conselho de Administração. 5. Os acionistas detentores de ações ordinárias da Companhia poderão exercer seu direito de preferência na subscrição. O direito de subscrição será fixado com base no número máximo de ações a serem emitidas no aumento do capital social, de cento e cinquenta milhões, oitocentas e uma mil, duzentas e oitenta e duas (150.801.282) novas ações ordinárias, tendo o prazo de trinta (30) dias, contados da publicação de Aviso aos Acionistas comunicando a aprovação do aumento de capital. 6. Os acionistas terão o direito de optar previamente, por meio do boletim de subscrição, em rever sua decisão de investimento se a Companhia confirmar um menor aumento de capital social. 7. Após o término do prazo para o exercício do direito de preferência, a Companhia poderá promover um ou mais rateios de eventuais sobras, ou sobras de sobras, vendê–las em bolsa de valores, nos termos do disposto no artigo 171, § 7º, alínea “b” da Lei n.º 6.404, ou homologar parcialmente o aumento de capital, desde que o montante subscrito atinja o mínimo de cento e oitenta e oito milhões e duzentos mil Reais (R$ 188.200.000,00), mediante a emissão de pelo menos noventa e quatro milhões e cem mil (94.100.000) novas ações ordinárias. 8. O procedimento descrito nos itens 6 e 7 acima justifica-se pelo fato de o interesse da Companhia ser atendido na hipótese de homologação parcial ao valor mínimo de emissão. 9. Após a efetiva subscrição das ações e a integralização deste aumento do capital social, nova Reunião do Conselho de Administração da Companhia deverá ser convocada para homologar o aumento de capital. Página 17 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 10. Os Conselheiros foram informados pelo Presidente do Conselho de Administração que os acionistas controladores Berneuil Participation S.A.S. e Tereos do Brasil Participações Ltda. comprometeram-se a subscrever a totalidade das ações correspondentes ao seu percentual conjunto no direito de preferência, de forma a garantir a subscrição do montante mínimo exigido para homologação parcial do aumento de capital. Segunda Deliberação: A contratação de financiamento nos termos do “Pré-Export Finance Facility Agreement” entre a Companhia e o Calyon, no valor de vinte milhões de dólares norte-americanos (US$ 20,000,000.00), pelo prazo de três (3) anos, nos termos do Estatuto Social, conforme aprovado em Reunião de Diretoria ocorrida em 23.1.2009. Foram, ainda, expressamente ratificados todos os documentos assinados e autorizada a assinatura de documentos adicionais relacionados à realização de referida contratação, a serem devidamente firmados por dois diretores em exercício da Companhia. 6 – OUTRAS INFORMAÇÕES Estrutura Societária e Empresas Consolidadas Açúcar Guarani S/A Estrutura Societária Acionista Número de Ações Açúcar Guarani S/A Empresas Consolidadas % Cruz Alta Participações 100,00% S.A.S. Berneuil Participations 80.841.885 48,32% Companhia Energética São José 99,99% Tereos do Brasil 23.601.310 14,11% Andrade Açúcar e Álcool S/A 67,44% Administradores Ações em Circulação Total 6.805.905 4,07% 56.045.247 33,50% 167.294.347 100,00% Nota: As informações referem-se à posição de 31/12/2008 Usina Cardoso Ltda. SHL Companhia de Sena 99,99% 100,00% 95,02% Nota: As informações referem-se à posição de 31/12/2008 VISÃO GERAL DA EMPRESA A Açúcar Guarani é uma das empresas líderes do mercado sucroalcooleiro brasileiro. Tem como atividade principal a transformação da cana-de-açúcar em açúcar, etanol e energia. É a terceira maior processadora de cana-de-açúcar e a segunda maior produtora de açúcar do Brasil, além de estar entre as empresas que mais cresceram em produção de etanol nas duas últimas safras, com um processamento de 14,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2008/09. A Guarani possui seis unidades industriais, sendo cinco no Brasil, na região noroeste do Estado de São Paulo, e uma em Moçambique, na África, além de um projeto greenfield, no município de Pedranópolis, em São Paulo. A Guarani tem como estratégia aumentar sua produção de etanol, consolidar sua liderança em produtos de alto valor agregado e com maior margem, crescer seletivamente em mercados estratégicos no Brasil e no mundo e continuar reduzindo custos e aumentando sua eficiência operacional. A Tereos, acionista controladora da Guarani, é uma cooperativa agro-industrial com experiência na produção de açúcar e etanol/álcool a partir da beterraba, da cana-de-açúcar e de cereais, na França e no mundo. É a quarta maior produtora de açúcar, de álcool e de produtos à base de amido do mundo. A Guarani acredita na importância de uma atuação positiva nas áreas social e ambiental. Para isso desenvolve projetos e ações nas comunidades circunvizinhas às suas unidades industriais, com foco em educação, saúde, cultura e lazer. Além disso, mantém projetos de reflorestamento, preservação de matas e de recuperação de nascentes fluviais. Página 18 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 PRÓXIMOS EVENTOS Teleconferência em Português Teleconferência em Inglês Data: 17 de fevereiro de 2008 11h00 (horário Brasília) 09h00 (horário Nova Iorque) Tel.: + 55 11 4688 6301 Senha: Açúcar Guarani Replay: + 55 11 4688 6312 Código: 630 Data: 17 de fevereiro de 2008 12h30 (horário Brasília) 10h30 (horário Nova Iorque) Tel.: +1 800 860 2442 (EUA) Tel: +1 412 858 4600 (Outros Países) Senha: Açúcar Guarani Replay: +55 11 4688 6312 Código: 561 CONTATO DE RI Reynaldo F. Benitez Diretor Financeiro e de Relações com Investidores Alexandre L. Menezio Gerente de Relações com Investidores Julio Cezar S. Gessi Gerente de Controladoria Tel.: +55 (11) 3544-4900 [email protected] www.acucarguarani.com.br/ri Aviso Legal As afirmações contidas neste documento relacionadas a perspectivas sobre os negócios, projeções sobre resultados operacionais e financeiros e aquelas relacionadas a perspectivas de crescimento da Açúcar Guarani S.A. são meramente projeções e, como tal, são baseadas exclusivamente nas expectativas da diretoria sobre o futuro dos negócios. Essas expectativas dependem, substancialmente, de condições de mercado, do desempenho da economia brasileira, do setor e dos mercados internacionais e são sujeitas a mudanças sem aviso prévio. Página 19 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Demonstração do Resultado Consolidado ('000 R$) 3T 08/09 RECEITA BRUTA DE VENDAS Vendas de produtos e/ou serviços IMPOSTOS SOBRE VENDAS DEVOLUÇÕES E ABATIMENTOS RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS 3T 07/08¹ Variação 3T 08/09 x 3T 07/08 9M 08/09 9M 07/08¹ Variação 9M 08/09 x 9M 07/08¹ 412.460 300.028 37,5% 986.435 794.907 24,1% 412.460 300.028 37,5% 986.435 794.907 24,1% (52.241) (36.955) 41,4% (134.586) (95.329) 41,2% (1.127) (2.269) -50,3% (2.637) (6.098) -56,8% 359.092 260.804 37,7% 849.212 693.480 22,5% (239.727) (169.698) 41,3% (647.788) (477.498) 35,7% LUCRO BRUTO 119.365 91.106 31,0% 201.424 215.982 -6,7% (Despesas) receitas: (73.059) (75.766) -3,6% (224.548) (209.929) 7,0% Com vendas (28.695) (28.304) 1,4% (78.894) (76.726) 2,8% Gerais e administrativas (21.797) (26.329) -17,2% (70.072) (101.541) -31,0% Amortização Diferido (Ágio) (24.865) (16.824) 47,8% (74.594) (43.369) 2.298 (4.309) -153,3% (988) 11.707 -108,4% 46.306 15.340 201,9% (23.124) 6.053 -482,0% CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS Outras (despesas) receitas, líquidas Lucro antes do resultado financeiro Receitas (despesas) financeiras: (224.464) 5.854 Receitas financeiras 47.502 4.797 Despesas financeiras (116.868) Variação monetária e cambial líquida (155.098) 1.073 Lucro antes do imposto de renda e da contribuição social (178.158) 21.194 (16) Imposto de renda e contribuição social - parcela corrente (3.115) (2.849) Imposto de renda e contribuição social - parcela diferida 61.250 3.401 7.017 1.801 Participação de acionistas minoritários Lucro líquido do exercício (113.006) 23.547 - 72,0% (333.029) (5.802) 79.769 20.720 - (194.374) (26.784) - (218.424) 262 - -940,6% (356.153) 251 - 890,2% 9,3% 289,6% - (2.878) 285,0% 625,7% (15.188) -81,1% 104.004 20.286 412,7% 13.636 466 - 5.815 - (241.391) Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. Página 20 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Balanços Patrimoniais levantados em 31 de Dezembro de 2008 e 30 de Setembro de 2008 (R$ x 1.000) 31/dez/08 Variação 31/dez/08 x 30/set/08 30/set/08 ATIVO CIRCULANTE 873.023 955.267 -8,6% Disponibilidades 194.846 368.016 -47,1% Contas a receber de clientes 126.288 98.063 28,8% Estoques 486.229 420.802 15,5% 9.596 7.832 22,5% 19.539 19.009 2,8% 7.033 20.622 -65,9% 29.492 20.923 41,0% 2.171.511 2.031.031 6,9% 17.587 13.735 28,0% Adiantamentos a fornecedores Impostos a recuperar Operações com derivativos Créditos diversos NÃO CIRCULANTE Contas a receber de clientes Partes relacionadas 7.037 17.859 -60,6% 144.432 84.757 70,4% Estoques 23.716 23.716 0,0% Outros créditos 15.971 21.172 -24,6% Investimentos: - - Imposto de renda e contribuição social diferidos Ágio na aquisição de investimentos - - 27.494 27.494 1.234.101 1.122.706 9,9% 691.049 708.970 -2,5% 10.124 10.622 -4,7% 3.044.534 2.986.298 2,0% 1.318.969 1.297.003 1,7% 588.609 784.366 -25,0% Fornecedores 93.090 112.366 -17,2% Impostos e taxas 23.163 23.053 0,5% 2.174 2.174 0,0% Provisões e encargos sociais a recolher 12.859 30.769 -58,2% Financiamento de impostos (REFIS) 18.111 18.890 -4,1% 8.382 5.323 57,5% Outros investimentos Imobilizado Intangível Diferido TOTAL DO ATIVO 0,0% PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos Juros sobre o capital próprio e dividendos a pagar Imposto de renda e contribuição social a recolher Adiantamento de clientes Partes relacionadas Outras contas a pagar 18.094 17.323 4,5% 518.797 207.671 149,8% 35.690 95.068 -62,5% PASSIVO NÃO CIRCULANTE Exigível de longo prazo: 694.605 631.434 10,0% Empréstimos e financiamentos 350.396 270.295 29,6% Financiamento de impostos (REFIS) 277.890 279.938 -0,7% 12.102 12.950 -6,5% 2.873 4.448 -35,4% Provisão para contingências 22.411 17.687 26,7% Partes relacionadas 28.933 46.116 -37,3% 27.497 1.454 Adiantamento de clientes Imposto de renda e contribuição social diferidos Participação de minoritários PATRIMÔNIO LÍQUIDO - 1.003.463 1.056.407 -5,0% Capital social 712.054 712.054 0,0% Reservas de capital 533.548 533.548 0,0% Reservas de lucros 16.954 16.954 Ajuste de avaliação patrimonial 45.413 (14.649) -410,0% (304.506) (191.500) 59,0% Lucros acumulados TOTAL DO PASSIVO E DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.044.534 2.986.298 0,0% 2,0% Página 21 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Demonstrações do Fluxo de Caixa (R$ x 1.000) 01/out/2008 a 31/dez/2008 01/abr/2008 a 31/dez/2008 ATIVIDADES OPERACIONAIS (Prejuízo) Lucro líquido do exercício (113.006) (241.390) Ajuste para reconciliar o resultado com o valor das disponibilidades geradas: Depreciação e amortização Imposto de renda diferido 48.313 139.463 (61.250) (104.004) Custo residual do ativo permanente baixado 532 5.479 Provisão para devedores duvidosos 127 1.503 Provisão para contingências 4.724 1.875 Variação cambial sobre investimentos estrangeiros 3.865 3.865 24.864 74.594 Amortização de Ágio Ajuste a valor presente do adiantamento a fornecedores de cana realizável a longo prazo Participação de minoritários no resultado (7.014) 186 (13.633) Encargos financeiros e variação cambial sobre saldos com empresas ligadas, financiamentos, empréstimos e obrigações fiscais 197.991 312.559 VARIAÇÕES NOS ATIVOS E PASSIVOS Disponível oriundo de aquisição de investimento 2.837 2.837 Contas a receber (25.526) (46.132) Estoques (35.605) (201.799) Adiantamento a fornecedores (1.764) 2.844 Operações de mercado futuro 46.208 47.609 Despesas antecipadas e outros créditos (3.368) (12.915) Créditos tributários Créditos de partes relacionadas (530) 12.751 (2.175) 18.431 Pagamento de juros sobre mútuos e empréstimos (20.457) 52.017 Provisões e encargos sociais a recolher (22.748) (54.623) Outras contas a pagar (17.910) (2.136) (5.545) 7.550 Impostos recolher Adiantamentos de clientes Pagamento de parcelas de financiamento de impostos - Refis/Paes 3.169 5.241 (77) (21.284) Serviços a faturar prestados a partes relacionadas (5.484) (14.127) Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades operacionais 25.097 (38.166) FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Mútuos concedidos a coligadadas Aquisições de investimentos Gastos pré-operacionais em unidade em construção Aquisições de ativo imobilizado (92.083) - (3.172) (92.083) (328) (29.957) (140.112) (122.040) (235.695) Captação de empréstimo junto a controladora 242.277 446.781 Captação empréstimos de terceiros 151.293 757.361 (469.797) (831.881) (76.227) 372.261 (173.170) 98.400 Disponibilidades no início do período 368.016 96.446 DISPONIBILIDADES NO FINAL DO PERÍODO 194.846 194.846 25.012 46.028 7.146 43.080 14.952 14.952 Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades de investimentos FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS Pagamento empréstimos Disponibilidades líquidas geradas pelas atividades financeiras AUMENTO (REDUÇÃO) NAS DISPONIBILIDADES INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES Juros pagos TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM AS DISPONIBILIDADES Imobilizado com dívida Mutuo capitalizado Página 22 de 23 Divulgação de Resultados Trimestrais 3T 08/09 Indicadores Financeiros e Operacionais 1T 07/08¹ Receita Líquida de Vendas (R$ '000) Custo dos Produtos Vendidos (R$ '000) Lucro Bruto (R$ '000) % Margem Bruta (Despesas) receitas operacionais (R$ '000) EBIT (R$ '000) % Margem EBIT Receitas (despesas) financeiras (R$ '000): Lucro Líquido do Exercício (R$ '000) Lucro Líquido Ajustado (R$ '000) % Margem Líquida Ajustado EBITDA (R$ MM) % Margem EBITDA 2T 07/08¹ 3T 07/08¹ 4T 07/08¹ 1T 08/09 2T 08/09 3T 08/09 204.044 228.632 260.804 211.870 198.171 291.949 359.092 (156.124) (151.676) (169.698) (177.060) (181.054) (227.007) (239.727) 47.920 76.956 91.106 34.810 17.117 64.942 119.365 23,5% 33,7% 34,9% 16,4% 8,6% 22,2% 33,2% (50.970) (91.332) (69.445) (51.912) (68.188) (78.187) (73.059) (3.050) (14.376) 21.661 (17.102) (51.071) (13.245) 46.306 -1,5% -6,3% -8,1% -25,8% -4,5% 12,9% (3.303) (8.353) 5.855 (31.981) 8.721 (117.286) (224.464) 5.777 (23.509) 23.547 (45.741) (26.629) (101.755) (113.006) 15.122 16.907 37.189 (32.264) (1.489) (77.167) (88.141) 14,3% -15,2% -0,8% -26,4% -24,5% 7,4% 7,4% 8,3% 21,7 31,8 66,8 10,4 17,8 60,3 126,5 10,7% 13,9% 25,6% 4,9% 9,0% 20,7% 35,2% EBITDA Ajustado (R$ MM) 23,4 52,9 71,4 18,6 17,5 59,1 116,0 % Margem EBITDA Ajustado 11,5% 23,1% 27,4% 8,8% 8,8% 20,2% 32,3% EBITDA Ajustado/ ATR (R$/ t) 67,5 123,5 130,8 40,5 41,6 107,5 205,1 Depreciações e Amortizações (R$ MM) 26,5 37,5 49,6 34,9 68,5 72,4 73,2 No Custo 47,4 16,6 19,8 32,2 21,0 42,4 46,7 Em Despesas Operacionais 0,3 0,7 0,7 1,2 1,0 1,1 0,9 Amortização de Ágio 9,6 16,9 16,8 12,7 25,1 24,6 24,9 ATR Comercializado (mil t)² 346,7 428,3 545,8 458,8 420,9 549,6 565,7 Cana Própria 118,1 98,7 215,2 117,8 142,5 104,1 192,6 Cana de Terceiros 228,6 329,6 330,6 341,0 278,4 445,5 373,1 ATR Produzido (mil t) 463,9 849,2 583,5 - 511,2 924,7 622,3 Dívida Líquida (R$ MM)³ 371,3 768,7 560,9 627,5 728,9 696,8 744,2 1,6 4,2 3,4 3,8 4,5 4,2 3,5 231,9 81,1 91,2 368,2 90,3 55,8 37,1 Dívida Líquida/ EBITDA Ajustado³ CAPEX (R$ MM)³ Nota: (1) Período não objeto à revisão trimestral devido à alteração do exercício social da Companhia. (2) Os dados do 3T 07/08 foram ajustados. (3) Trimestres 1T08 a 4T08 correspondem ao período de Maio 2007 a Abril 2008. Página 23 de 23