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revista virtual • maio 2008 MAYA GABEIRA, o segredo da preparação da bicampeã CAROL FREITAS, amor pelo kitesurf Cobertura dos CAMPEONATOS E mais... Moda, saúde e ecologia muito além das ondas Foto: Roberta Borges EDITORIAL: Coexistir v. int., existir simultaneamente. U m verbo que deveria estar sempre presente em nossas mentes e, acima de tudo, em nossas ações. Num mundo em que os humanos cada vez mais esquecem que o planeta é uma grande engrenagem. na qual todos os seres vivos precisam coexistir para não haver desequilíbrios e danos ainda maiores ao meio ambiente, faz-se necessário o reaprender. Reaprender que cada peça tem papel fundamental para que essa engrenagem chamada TERRA permita que todos coexistam em harmonia. Na busca das ondas perfeitas, a equipe Ehlas desembarcou nas ilhas Galápagos, onde anos atrás Darwin desenvolveu a Teoria da Evolução. E no lugar onde a coexistência entre os seres vivos é exemplar e que deveria ser modelo para todos nós, a lição de casa foi aprendida, pois depois de muitas ondas boas ficaram as lembranças de um lugar onde a Natureza está em integração com os homens. CAPA: Observada sempre de perto pelos animais da rica fauna de Galápagos. Claudia Gonçalves bate forte. Foto: Basílio Ruy Coexistir harmoniosamente com as ondas e ventos do nosso planeta é o que fazem Maya Gabeira e Carol Freitas, ambas valorizando sempre as coisas simples da vida. No ar, a número 2 da revista EHLAS, coexistindo com vocês! Brigitte Mayer Foto: Roberta Borges ÍNDICE: Prancha de menina é assim: quase sempre tem uma flor, com Chris Stockler não podia ser diferente... Editorial Cartas Surfe de salto alto: .......... Maya Gabeira Ehlas pelo mundo: ...........................Galápagos Baterias: ...................................................SuperSurf ...................Circuito Petrobras Páginas rosas: .......................... Carol Freitas Moda: .............................................Greta Sisson Saúde: ............................................................................TPM Ehlas acontecem Surfe Cult Ecologia Wavetoon BRIGITTE MAYER Editora [email protected] CLAUDIA GONÇALVES Editora [email protected] ROBERTA BORGES Editora e Fotografa ro berta@ehla s.com.br www.robe rtaborges.co m.br R AYE AM K I N er MO .br ign .com Des ayer RICK WERNECK Editor de Fotografia m elloe a@m k i n mo [email protected] AN LARGM O D R RICA tos de tex Editor .br mls.com solari@ LUIZ FLAVIO TI Designer [email protected] DRA PATRICIA MAGIER • Médica ANIS GLOSS • Ilustradora WAVETOONS • Tora e George Formada pela Universidade Federal Fluminense, Dra. Patrícia Magier tem uma clínica médica voltada inteiramente à saúde da mulher, acompanhando-a durante todas as etapas de sua vida. Sou formada em design gráfico pela PUC/PR e moro em Garopaba atualmente. Trabalhei com artesanato, confecção e em alguns escritórios de design, mas fui migrando para a área de MKT depois de fazer um curso de especilização nessa área. Também pinto quadros e faço freelances com ilustrações para diversas mídias e eventos. Conheço a Roberta e a Brigitte desde o projeto Gaiaxpress, trip realizada só com mulheres e patrocinada pela Mormaii. Fiquei muito honrada em poder colaborar com este projeto! E espero contribuir muito mais! Um abração para todo mundo! Tora cria as ilustrações de Wavetoon. Ele desenha e coordena o processo de finalização, colorização e editoração das histórias. Artista gráfico e ilustrador, foi diretor de arte na Revista Costa Sul e criou a identidade visual de várias marcas ligadas ao surfe gaúcho. Começou a surfar de kneeboard em 1974 e nunca mais parou. George é o criador das histórias. Ele faz o planejamento das cenas e de todo o conteúdo escrito de Wavetoon. Arquiteto com especialização em História da Arte e da Arquitetura, começou a surfar no início da década de 70, e continua no lineup desde então. Para tanto, além de cuidar das áreas da ginecologia, obstetrícia e pré-natal, mastologia, entre outras, capacita também, através da medicina com resultado bioortomolecular e nutricional, todas as mulheres a desenvolver maior estabilidade e equilíbrio, aumentando assim a sua qualidade de vida e mantendo-as saudáveis e belas por mais tempo. www.medicinaemulher.com.br http://criativocoloridoealtoastral.blogspot.com [email protected] www.wavetoons.com.br LAILA WERNECK Produtora e ecologista [email protected] UY IO R L Í S o BA graf com.br . Fotó rasil ab rfgui @su o i l i s ba ores orad : b a l is Co ecia esp tos, San n o t Nil e k Poli nec Wer e k Lu MANOELA D’ALMEIDA Fotógrafa manudalmeida @yahoo.com.b r MA RCI AM Pro ARCEL dut INO mar ora cia@ ehla s.com .br Foto: Manuela D’almeida Parabéns para vocês, meninas Fico muito feliz de ver um projeto com esse, totalmente voltado para o surfe feminino. Nós, garotas da água, agradecemos a iniciativa da Roberta, da Claudinha e da Brigitte, por esse presente. Aloha e Boas Ondas! Marilia Abrão Fakih Parabéns Adorei a revista! Muita foto de ação e não só modinha, como eram certas revistas que diziam ser de surfe feminino... São essas coisas que realmente valorizam o surf feminino. Parabéns! Renata Porcaro SURFE DE S A LT O A LT O MAYA GABEIRA: Preparação da bicampeã! Quando as ondas em Waimea Bay aparecem, a presença de Maya é garantida. Em sua bike após mais um treino. O surfe feminino Brasileiro tem que comemorar, e comemorar muito. Mais uma vez, uma mulher brasileira faz a festa. Depois de Jacqueline Silva ser coroada bicampeã do WQS, no começo deste ano, Maya Gabeira, um dia depois de completar 21 anos, venceu pela segunda vez o prêmio mais cobiçado pelos surfistas e amantes das ondas grandes. Na festa de gala que foi realizada no The Grove Theater, em Anaheim, na Califórnia, no dia 11 de abril, os campeões do Billabong XXL Global Big Wave Awards 2007/08 foram anunciados - e a carioca foi muitíssima celebrada pelo auditório lotado de personalidades do surfe. Ela roubou a cena quando, linda e destemida, pelo segundo ano consecutivo, subiu ao palco para receber o prêmio da categoria Melhor Performance Feminina da Temporada. A revista EHLAS traz, com exclusividade, o segredo do treinamento de Maya e, também, seu depoimento após a vitória. ehlas: Qual foi a sensação de se tornar bicampeã? Fiquei muito feliz. Mas acima do prêmio pelas conquistas durante o ano, tive dias inesquecíveis de surfe e algumas grandes amizades me ajudando, cada vez mais, para que eu pudesse alcançar meus objetivos! ehlas: Qual das suas duas vitória lhe emocionou mais? Fotos: Manuela D’almeida Por Manuela D’almeida Foto: Divulgação Billabong Muitos surfistas não encarariam essa bomba em Teahupoo, após alguns caldos Maya acertou a base e foi recompensada com esse momento único. isso é o mais importante. Espero no futuro estar mais preparada, me conhecendo melhor e surfando ondas maiores! Foto: Divulgação Billabong A segunda foi especial, com minha mãe na festa, minha melhor amiga, Raquel, e o Burle! Além de outros amigos, que também marcaram presença na festa... Foi muito legal! ehlas: Qual é a mensagem que ehlas: Você sempre demonstra muita tranqüilidade ao dropar as maiores ondas. O que é mais difícil: subir ao palco diante milhares de pessoas para receber o prêmio ou encarar Teahupoo? Acho que a coisa mais difícil é surfar ondas grandes mesmo. Os maiores desafios da minha vida estão no esporte que pratico. ehlas: Muita coisa mudou desde os tempos que você, com muita coragem, se jogou no mundo atrás de ondas perfeitas. O que está acontecendo agora era o que você imaginava para sua vida? E onde você espera estar no futuro? Não conseguia saber exatamente onde eu estaria quatro anos depois do início da minha jornada em busca da onda perfeita. Estou feliz e sempre estive. Cada dia tento melhorar um pouco e acho que você deixa para as garotas de atitude como você, que lêem a revista EHLAS? Olha, sinceramente não me vejo como alguém corajosa ou de muita atitude. A mensagem que deixo para as meninas é de seguirem seus sonhos, que façam algo para si mesmas, de serem felizes e de se conhecerem cada vez mais. É o que mais vale, para que possamos dar valor às coisas mais simples da vida! BILLABONG XXL AWARDS: Melhor Performance Geral na Temporada Feminino: MAYA GABEIRA (Rio de Janeiro, Brasil) Concorreram também Jamilah Star (Santa Cruz, Califórnia, EUA) e Jenny Useldinger (Oahu, Hawaii, EUA) Sorriso da bi-campeã. Surfe feminino brasileiro mostrando toda a sua beleza e atitude na festa de premiação. Foto: Manuela D’almeida Quando as ondas grandes não aparecem Maya treina na “marolas” de Rocky Point. O amor e dedicação de Maya Gabeira ao surfe de ondas grandes já é acompanhado pela mídia mundial inteira. Aquela menina loirinha e meiga divide o line up com verdadeiras lendas vivas do big surf, pessoas com o dobro de seu tamanho e portadores de uma grande quilometragem pelos tubos e morras de lugares como Jaws, Teahupoo, Mavericks, Waimea, Todos os Santos, Dungeous... E por aí vai. Para descer ondas tão grandes, é preciso mais do que amor e dedicação: é necessário um treinamento forte e pesado. A surfista de ondas grandes precisa estar sempre pronta para encarar um grande swell e sua rotina não é só dedicada à busca das ondas, mas também direcionada para o preparo do seu corpo. Enquanto as morras não vêm, e os gráficos da previsão de ondas não ficam vermelhos, a preparação física é o foco da atleta. Foto: Divulgação Billabong Foto: Manuela D’almeida A preparação para as morras da bicampeã Com 16 anos que Maya começou a criar uma rotina de treinamentos. Logo descobriu a corrida, como recorda: “Comecei correndo, porque é a maneira mais prática, fácil e mais viável para quem viaja muito. Eu acho que demora anos para você se tornar uma atleta”. Maya conta que foi melhorando ao longo dos anos e, hoje, sua resistência é bem maior - o que a possibilita treinar várias horas por dia. Além da corrida neste mesmo período, ela passou a nadar com mais seriedade. Naquela época, Maya contava com a ajuda do preparador físico Christian Moutinho. “A gente começou a trabalhar junto e eu melhorei muito meu físico naquela época. Eu comecei a treinar sozinha no momento que eu comecei a viajar muito. Chegava a correr uma hora três vezes por semana, e depois corria mais uma vez na semana em torno de uma hora e vinte minutos”, lembra ela. A surfista conta que de tanto correr acabou tendo um problema na lombar no ano passado - e por conta desta lesão Foi com performances como está que Maya garantiu o seu bi campeonato. Foto: Manuela D’almeida Off the lip em Rocky Point. O tipo de ioga que Maya faz é o Birkham Yôga, realizado em uma sala aquecida. “A temperatura da sala fica em torno de 42 e 43 graus, por isso suamos muito! O centro em que Maya pratica ioga fica no North Shore, e este tipo de prática é muito popular nos Estados Unidos, principalmente na Califórnia. E é no North Shore que Maya consegue ter uma rotina de exercícios mais disciplinada, como afirma: “O Hawaii é o lugar no qual eu mais consigo seguir uma rotina de ioga e treinamentos, já que nas minhas viagens passo mais tempo surfando do que treinando a parte física. No entanto, sempre que posso, tento dar uma corrida, uma nadada”. Atualmente, a surfista tem se dedicado à ioga, ao ciclismo, exercícios localizados e, claro, o surfe. “As pessoas acham que eu só surfo ondas grandes, mas, na verdade, a minha rotina é marola mesmo”, conta ela, ao vestir a sua roupa de borracha para encarar uma sessão diária de surfe em Rocky Point. Foto: Manuela D’almeida acabou descobrindo a ioga: “Eu sempre soube que, como atleta, o próximo passo para mim seria fazer ioga e trabalhar a flexibilidade, pois eu não era muito alongada. Eu sabia que ia acabar me machucando alguma hora. A dor que sentia era insuportável em alguns momentos, mas acabou sendo um grande impulso para começar a fazer ioga. E hoje sou totalmente viciada pela ioga!”, afirma. Maya admite que nunca fez musculação, mas faz séries diárias de flexão e abdominais – exercícios que lhe foram recomendados quando esteve no centro de treinamento de atletas da Red Bull, na Áustria. “O centro era irado.Tinha muito europeu, jogador de futebol, pilotos de corrida, esquiadores e snowboarders. No centro, fizeram vários tipos de testes comigo. Depois dos testes, recebi um treinamento de acordo com o meu nível”, relata a surfista carioca. No entanto, a carioca revela não seguir uma rotina rígida de treinamentos: tudo depende da condição do mar e da vontade dela. “Atualmente, tenho pedalado, feito ioga e corrido O sorriso constante é uma de suas características. Foto: Manuela D’almeida Maya em mais uma em Waimea. Natação e remada A big rider revela adorar nadar. Neste ano, porém, ela diz estar mais preguiçosa no momento das braçadas: “No ano passado, eu surfava Sunset sem cordinha. Muitas vezes mais nadava que surfava… tudo dependia de como o mar ia estar com você. Muitas vezes, nem chegava no outside e já estava nadando. Era quando entrava uma série e eu tinha que largar a prancha no momento do joelinho! Então, tinha que nadar, buscar a prancha e voltar para o outside”. Uma época que ela lembra ter remado bastante também foi durante os meses em que ficou na casa de Andrew Marr, surfista sul-africano de ondas Foto: Manuela D’almeida grandes. “Fiquei três meses na cidade de Cabo, na casa de Andrew, que é uma pessoa que eu admirava muito e que virou meu amigo. Nós íamos remando da casa dele até um beachbreak ali perto. Foi um treinamento forte, pois era muito frio e a roupa de borracha dificultava. A distância que percorríamos não era longa, mas o lugar era cheio de tubarão”, lembra a destemida watergirl. Treinamento 2 horas diárias em Rocky Point SURFE: 3 horas pedalando, 4 vezes por semana BICICLETA: IOGA: 1 hora e meia, três vezes por semana Séries FLEXÃO: 3 séries de 10 repetições. Frequência: 4 vezes por semana 3 séries de 15 repetições, sendo 4 tipos de exercícios trabalhando diferentes partes do abdômen. Freqüência: 6 vezes por semana ABDOMINAL: Até na chuva Maya estampa seu sorriso após mais um treino em Rocky Point. Foto: Manuela D’almeida de vez em quando, e, é claro, surfado. Na verdade, minha rotina de treinamentos depende das condições do mar. Se o mar está grande, passo o tempo todo surfando, e quase não treino. Quando o mar está pequeno, saio para pedalar três vezes. Pedalo em média umas três horas”, garante a surfista. Outro cuidado importante que todo atleta deve ter é com a alimentação. Em dia de onda grande, Maya chega a surfar oito horas seguidas. Com tanto gasto energético, é importante reabastecer o corpo com carboidratos. “Quando surfo um Waimea grande, boto dentro da roupa de borracha um gel de carboidrato com mel, ou algo energético para conseguir ficar bastante tempo”, revela. Mas ela conta que não consegue comer muito quando tem onda: “Na verdade, em dia de onda grande, eu como muito pouco. Sei que não é bom, mas não consigo: fico toda embrulhada e odeio tomar caldo com o estômago cheio. Procuro comer bem no dia anterior”. Em dia de onda grande, Maya recomenda tomar um café da manhã grande e bom. Com direito a granola, frutas, mel e iogurte. Depois da refeição, a surfista segue em busca das ondas de Waimea e passa o dia à base de barrinha de cereal, fruta e nozes até terminar a última sessão de surfe. Recentemente, ela começou uma nova dieta alimentar baseada na ingestão de alimentos crus, como explica: “Sempre gostei de comer muita salada. À noite, tinha o costume de fazer uma refeição à base de salada. Botava tudo lá dentro: alface, abacate, nozes, fruta, cogumelo, brócolis, tudo cru. Na verdade, nunca fui muito de carne e sempre comi muita salada”. A surfista acrescenta que seus companheiros de ondas grandes também já fizeram vários tipos de dieta: “O Burle foi vegetariano por anos, enquanto que o Laird Hamilton tem uma alimentação quase sem restrições. Ele acredita que o corpo deve estar acostumado com qualquer tipo de alimento”. Maya reserva um dia da semana para ter uma refeição livre. Nesse dia, ela aproveita para comer qualquer coisa, até mesmo guloseimas, como cookies e sorvete. Depois de tanto treino e alimentos crus, ela merece, não? Foto: Manuela D’almeida Alimentação Nadar, correr, pedalar, Yoga e uma alimentação balanceada. Essa é a preparação da campeã para garantir a sua performance quando as “grandes” aparecerem. Fotos: Rick Werneck SURFE DE S A LT O A LT O Foto: Basílio Ruy GALÁPAGOS, muito além das ondas Por Claudia Gonçalves O arquipélago de Galápagos é um parque nacional que fica a aproximadamente mil milhas do Equador, no Oceano Pacifico, composto por 58 ilhas, das quais apenas quatro são habitadas: San Cristobal, Floreana, Isabela e Santiago. Todas elas, porém, com um ponto em comum: uma imensa biodiversidade animal e marinha. O governo do Equador e a administração do parque fazem um trabalho de inibição ao turismo na região para garantir uma maior preservação das ilhas e das espécies animais que existem apenas neste arquipélago, como as tartarugas de Galápagos. O lugar é considerado o maior laboratório vivo de pesquisas do planeta, sendo muito explorado por biólogos e cientistas do mundo inteiro. Muito além das ondas, Barbara Muller e eu tivemos a oportunidade de conhecer um lugar composto por diversos aspectos que o diferenciam de qualquer outro no mundo. Acredito que a viagem dos sonhos de qualquer surfista seja para um lugar paradisíaco com ondas perfeitas quebrando em cima de uma bancada de corais, com sol, água fresca - e sem crowd. Por incrível que pareça, nós tivemos a sorte de poder desfrutar de todos estes quesitos, mas isso não foi o que mais nos surpreendeu nesta inédita surf trip, onde as ondas se tornaram apenas um complemento diante deste universo tão fabuloso, chamado Natureza. Assim que cheguei à ilha de San Cristobal, a minha primeira visão foi inacreditável: diante dos Claudia admira de perto uma anciã tartaruga de Galápagos. Foto: Basílio Ruy A natureza exuberante fica congelada nas lembranças de quem visita as Ilha de Galápagos. Claudia congelada rasgando as ondas de Loberia. Foto: Basílio Ruy meus olhos, dezenas de lobosmarinhos deitados nos bancos das praças, muitos deles tirando um cochilo nos barcos pesqueiros e amontoados nas escadarias do porto para recepcionar os turistas à moda da casa; tivemos que desviar do caminho para não incomodar os verdadeiros donos do pedaço. Os lobos tem um grande prestigio neste lugar: as pessoas recebem orientações para chegarem, no máximo, a um metro de distância destes animais. Os que ousarem ultrapassar esses limites e se meterem a besta com estes bichos podem pegar anos de cadeia. No primeiro dia de surfe, fiquei muito impressionada com o fato de eles chegarem tão perto da gente. Eles fazem uma verdadeira apresentação, passam por baixo da prancha, dão saltos gigantes ao nosso lado, ficam tentando se exibir a todo custo e não param de nos observar. Falta apenas falar - porque surfar eles já surfam. A praia predileta dos lobosmarinhos chama-se Loberia, e também se tornou a nossa preferida, pois foi lá que surfamos a maioria dos dias. É o pico que Barbara mostrando as quilhas. Foto: Basílio Ruy Variando as manobras, Barbara agora por cima do lip em um floater. Foto: Basílio Ruy quebra com maior constância na ilha de San Cristobal, uma direita volumosa e bastante manobrável; já para esquerda a onda se transforma em um triangulo na frente de uma bancada de pedras bem rasa. No maior dia, a adrenalina foi a mil, pegamos 6 a 8 pés de onda, com um detalhe: apenas cinco pessoas na água. Neste dia a Barbara me surpreendeu. Vi aquela garota meiga com rosto de boneca se transformar em pura instigação para surfar pela primeira vez ondas daquele tamanho. A partir daí, pude perceber que ela não é apenas mais um rostinho bonito enfeitando a praia, e sim uma garota talentosa e de muita atitude. “Esta foi uma viagem diferente de todas as outras que já fiz. Não foram apenas as ondas boas que eu surfei que me encantaram neste lugar, mas a cultura do povo, os animais incríveis que eu nunca tinha visto antes, como os lobos-marinhos, as tartarugas gigantes, os lagartos que ficam da cor das pedras e, principalmente, o mergulho que fizemos com os tubarões. Tudo isso foi uma loucura que vai ficar gravada na Galápagos mostrando todo o potencial de suas ondas. Claudia numa da série. Foto fundo: Basílio Ruy Fotos ação: Rick Werneck Loberia foi o pico escolhido. Barbara Muller à vontade em mais uma esquerda. Foto: Rick Werneck Claudinha riscando o lip de Loberia. Foto: Rick Werneck Depois de tantas ondas boa surfadas, os leões-marinhos resolvem descansar. Foto: Basílio Ruy Quando as ondas diminuíram, o lance era jogar água para cima. Claudia rasgando forte. A ilha é cercada por bancadas de pedras quebrando ondas para todos os lados: esquerdas, direitas, grandes, pequenas, médias, tubos, paredes extensas para muitas manobras… Tem de tudo um pouco. Mas isso pode ser encontrado em muitos picos do planeta. Já a fauna e a flora peculiar desta ilha, é algo inédito, com espécies que pertencem apenas às ilhas de Galápagos. Não foi à toa que o inglês Charles Darwin escolheu este paraíso para começar a desenvolver o principio da Teoria da Evolução. “Tudo isso foi uma loucura que vai ficar gravado na minha mente para sempre.” Barbara Muller Eu, particularmente, me senti privilegiada por ter conhecido um lugar tão especial, algo muito além de apenas surfar ondas perfeitas com os amigos. Posso dizer que esta foi uma surf trip completa, pelas ondas que surfei, pessoas especiais que conheci, pela comida maravilhosa e pela ótima recepção das pessoas do local. Após tantos anos em contato com a natureza através do surfe, confesso que nunca tinha percebido com tamanha clareza Qual é, surfista? Me empresta essa prancha! Foto: Rick Werneck minha mente para sempre”, conta Barbara. Foto: Basílio Ruy Go for it presente, Claudia botando para baixo. Fotos: Rick Werneck Leões-marinhos surfando, e mostrando por que eles são os locais de Loberia. o quanto ela é perfeita. Aprendi muita coisa ao conviver de perto com todo este universo, como os animais vivem em plena harmonia, o quanto eles são sábios e inofensivos - ao contrário do homem, que tanto mata e destrói por pura ignorância. Tudo o que eu vi e vivi nesse lugar ficou marcado em mim. Para sempre. Lembranças para o resto da minha vida. Fotos: Roberta Borges Foto fundo: Brigitte Mayer 5 a 9 de março Praia da Joaquina Florianópolis, SC Tininha, a campeã da etapa de Florianópolis Foto: Basílio Ruy SUPERSURF COMEÇA O SUPERSURF em Florianópolis Por Brigitte Mayer O Circuito SuperSurf, que define a campeã brasileira de 2008, teve início no mês de março. A primeira etapa aconteceu entre os dias 5 e 9, em Florianópolis, na Praia da Joaquina, com muito sol e um excelente público. O formato do WCT e a invasão da nova geração do surfe feminino foram as novidades da competição. Apesar das ondas pequenas, as condições para a realização das baterias foram boas e as surfistas puderam mostrar todo o seu repertório de manobras. Mudança de Formato A primeira etapa estreou o novo formato da competição seguindo, agora, o modelo do circuito WCT Feminino. A partir desse ano, 18 atletas (10 SuperSurf 2007 + 6 Super Trials + 2 Wildcards) entram juntas na primeira fase. No primeiro round, são seis baterias de três atletas; a primeira e a segunda colocadas seguem para o terceiro round; as terceiras correm a repescagem de duas baterias de três atletas, onde a última colocada da bateria é desclassificada, ficando com a 17a colocação. A partir do terceiro round, as baterias são no formato mulher x mulher, seguindo, assim, até as finais, onde é decidida a campeã. O formato foi bem aceito pelas competidoras. As baterias mulher x mulher, ao contrário das baterias de quatro atletas, possibilitam uma melhor escolha de onda, pois o tempo da bateria pode ser mais bem administrado com somente duas atletas na bateria. Como conseqüência, Diana mostra um surfe moderno. Fotos: Roberta Borges a estratégica de competição passa a ser uma ferramenta que pode definir um resultado. Concentração das surfistas antes das baterias. 1a fase: Seis baterias de três competidoras. Ninguém perde. As em 1o e 2o vão direto para o round 3; as colocadas em 3o vão para a repescagem. Nathalie Martins 2a fase: Duas baterias de três competidoras. As 1o e 2o vão para o round 3; as colocadas em 3o ficam na 17a colocação. 3a fase: Oito baterias mulher x mulher. As colocadas em 2o ficam na 9a colocação. Quartas de final: Quatro baterias mulher x mulher. AAs colocadas em 2o ficam na 5a colocação. Juliana Guimarães Juliana Quint Gabriela Teixeira Semi-Final: Duas baterias mulher x mulher. As colocadas em 2o lugar ficam na 3a colocação. Final: Uma bateria mulher x mulher. 1o e 2o lugar são decididos. Suelen Naraisa Foto: Basílio Ruy Comemoração das finalistas. Foto: Basílio Ruy A campeã... De um lado, Diana Cristina, 17 anos eã e camp e t n a e r st a da e tina. a” Cris A batid h in z ia “ind Diana Essa foi a segunda vitória consecutiva da Diana no SuperSurf. No ano passado, na última etapa, que aconteceu na Barra da Tijuca, a vitória se deu como atleta convidada. Em Florianópolis, ela debutou como surfista Top do SuperSurf. Durante todo o evento, Diana Cristina, a nossa indiazinha, buscou as esquerdas e nelas desferiu suas tradicionais rasgadas, mostrando um surfe moderno e de muita velocidade. Correu ao todo cinco baterias até a final e, em apenas uma bateria, não pontuou mais de 14 pontos, mostrando que, sem dúvida, é um nome forte entre as estreantes para o título de 2008. Diana Cristina Do outro lado, Tita Tavares, 32 anos Tita, que traz de 2007 o título brasileiro, começou bem o ano fazendo mais uma final no SuperSurf. A cearense tricampeã brasileira, recordista de finais no Circuito Brasileiro, já declarou que tem como objetivo buscar o tetracampeonato. Mais revigorada do que nunca e de patrocínio novo, ela começou bem o ano, sendo superada apenas na final. Durante todo o evento, Tita surfou suas baterias com maestria, mostrando que seu surfe continua afiado, com muito estilo e com a garra de sempre. Tita Tavares Foto: Basílio Ruy A vice-campeã... sileiro. ato bra n o e p m etraca . ca do t s u aquina b J a e na o stá n ic e v s e o r a m v ano co Tita Ta bem o u o ç e Com As semifinalistas Fotos: Nilton Santos sivo. e explo id s k c ba do um ostran m a n Kris Krisna de Souza Krisna foi o destaque em todas as fases que disputou. Foi dela o maior somátorio da etapa, 16.50. Aos poucos, vem conquistando seu lugar entre as Top do Brasil com um surfe sólido e de muita pressão. Deixou claro que está com fome de vitória e veio para o título esse ano. Nas pe quena s onda s da Jo aquina , Andr ea ace rtando o lip. Andrea Lopes Durante o campeonato, Andrea disputou algumas baterias contra as surfistas da nova geração: Natalie Martins nas oitavas, Bruna Shimitz nas quartas. Especialista nas estratégias em baterias mulher x mulher, o novo formato sem sombra de dúvida lhe favorece. Supercompetitiva, continua sendo um nome forte; perdeu para Tita na semi em uma bateria de poucas ondas. Praia da Joaquina Florianópolis/SC 5 A 9 DE MARÇO Praia do Cupe Porto de Galinhas/PE Foto: Roberta Borges 14 A 18 DE MAIO Praia de Maresias - Maresias/SP 11 A 15 DE JUNHO Transmissão ao vivo pela internet. Massagem depois do surfe. Pincel nas mãos e as ondas invadem a tela. Bastidores Durante todos os dias do evento, várias atividades paralelas aconteciam na arena montada do Super Surf. Enquanto na área dos atletas os competidores faziam alongamento, o DJ Pantera comandava as carrapetas com o s seus sets de acordo com o que acontecia nas areias da Joaquina. De um lado da arena, a tradicional massagem dava um trato nos músculos cansados dos atletas e dos convidados que por ali circulavam. Do outro, rolava a transmissão ao vivo das baterias com os comentaristas Rick e Truta, da equipe da Beach e Byte; As meninas checando a Ehlas na internet Foto: Roberta Borges Suelen Ferreira alongando. Público prestigiando o evento... Foto: Marcia Marcelino 9 A 13 DE JULHO Praia de Itamambuca - Ubatuba/SP 24 A 28 DE SETEMBRO Praia da Barra - Rio de Janeiro/RJ Foto: Brigitte Mayer estavam disponíveis também vários computadores para a galera checar o que estava acontecendo no mundo. Em paralelo, o artista expunha e pintava suas obras inspiradas nas ondas ali mesmo com o vai e vem da galera passando. Foto: Marcia Marcelino Calendário: ... e a mídia também! 1 2 3 3 5 5 5 5 9 9 9 9 9 9 9 9 9 17 17 Diana Cristina ..........PB Tita Tavares ..............CE Andrea Lopes ..........RJ Krisna de Souza........RN Bruna Shimitz ...........PR Juliana Quint ...........SC Monik Santos............PE Suelen Naraísa..........SP Brigitte Mayer ..........RJ Claudia Gonçalves ....SP Gabriela Leite ...........SC Gabriela Teixeira ......RJ Juliana Guimarães....RJ Luana Coutinho........SP Monik Santos............PE Nathalie Martins ......PR Taís de Almeida ........RJ Suelen Ferreira .........RJ Viviane Maria ...........RN Premiação 17a colocação: 9a colocação: 5a colocação: 3a colocação: 2a colocação: 1a colocação: R$ R$ R$ R$ R$ R$ Fotos: Roberta Borges Resultados Nathalie Martins Monik Santos Gabriela Teixeira JulianaQuint 750,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 3.500,00 7.000,00 s a l h e o d a t s ! i v o e n i r n i A m e f e f r u s 18 a 20 de abril Praia de Ponta Negra, Natal CIRCUITO PETROBRAS AS MELHORES DO BRASIL invadem Ponta Negra, Natal Por Brigitte Mayer Circuito Petrobras de Surfe Feminino vem a cada ano consolidando o surfe feminino no Brasil: há oito anos, as etapas definem a lista das surfistas profissionais que irão participar da elite brasileira no ano seguinte. O circuito vem sendo também responsável pela formação da novas atletas pois, juntamente com a categoria profissional, o evento inclui mais quatro categorias de base: Grommet, Mirim, Junior e Open. Em conseqüência, vários valores do surfe feminino que estavam espalhados pelo Brasil foram sendo descobertos - entre elas, Silvana Lima e Diana Cristina, e outras dezenas de meninas ávidas por um lugar ao sol. As novidades - como é característica do circuito - foram muitas. Este ano, em cada etapa a manobra mais radical será premiada com mil reais na Expression Session com surfistas convidadas. Está em jogo também uma passagem para qualquer lugar do Brasil, que será oferecida à surfista que, ao final das três etapas, for eleita a revelação do circuito com o Troféu Brigitte Mayer. A primeira etapa aconteceu na Praia de Ponta Negra, Natal, Rio Grande do Norte, entre os dias 18 a 20 de abril. As surfistas do Brasil que durante o fim de semana “foram encantadas” por noites de lua cheia e por dias de sol intenso deram um verdadeiro show dentro d'água. Foto: Rick Werneck O CALENDÁRIO: 18 a 20 de abril, Ponta Negra, RN 29 a 31 de agosto, Guarujá, SP 14 a 16 de novembro, Arpoador, RJ Fotos: Brigitte Mayer Categoria profissional: a final mais disputada dos últimos tempos. A final profissional foi uma das mais disputadas dos últimos tempos. Todas as atletas se alternaram na liderança, apresentando um excelente nível técnico. Até os três minutos finais, a local do pico, Krisna de Souza, estava na liderança parcial. Foi quando Suelen Naraisa achou uma esquerda e desferiu quatro manobras certeiras - o que lhe rendeu uma nota 8. Isso fez com que “a noiva do mês” comemorasse a sua despedida de solteira em grande estilo. Suelen Naraisa 1 Foto: Rick Werneck Krisna de Souza 2 Foto: Rick Werneck Diana Cristina 3 Foto: Rick Werneck Tita Tavares 4 Foto: Rick Werneck Foto: Rick Werneck Em ações paralelas ao campeonato, a organização do evento, como é de costume, apresentou suas campanhas de conscientização; nesta etapa, as campanhas foram a substituição das sacolas plásticas pelo uso de sacolas de pano e o combate à exploração sexual infanto-juvenil. Antes da final profissional, o projeto Conexão Felipe Camarão levou o Boi dos Reis e as rebecas às areias de Ponta Negra, mostrando ao público e às atletas o trabalho que vem sendo feito com a inserção sócio-cultural-educativo das crianças, jovens e adolescentes da comunidade do bairro de Felipe Camarão. Krisna de Souza, Gilvanilta Ferreira, Neide Bezerra, Alcione Silva e Viviane Maria. Paula Gabi Foto: Rick Werneck A cidade de Natal revelou diversas gerações do surfe feminino, como Neide Bezerra, que participou do circuito feminino amador nas décadas de 80/90, Alcione Silva, Viviane Maria e Krisna de Souza. Durante a etapa, mais dois nomes se juntaram a esse time de surfistas potiguares: Gilvanilta Ferreira, que apresentou um surfe de muita radicalidade e velocidade e ficou com a quinta colocação em sua primeira participação como surfista profissional e Paula Gabi finalista da categoria Grommets. Fotos: Brigitte Mayer Gilvanilta Ferreira Diana Cristina Gilvanilta Ferreira Oito surfistas foram convidadas para a Expression Session. Destaque para Diana Cristina e Gilvanilta Ferreira, que disputaram onda a onda o prêmio da manobra mais radical. Com uma rasgada jogando a rabeta, Tininha levou os mil reais. Fotos: Rick Werneck Expression Session Foto: Rick Werneck Categorias amadoras Nas categorias Open e Junior, as surfistas que fizeram a final foram as mesmas. As surfistas ainda Junior (até 18 anos) dominaram a categoria Open, mostrando que o futuro do esporte no Brasil está garantido. Destaque para a surfista Stephanie Freitas que, numa maratona de baterias, participou das finais acima e ainda esteve presente na categoria Mirim, ganhando duas categorias (Mirim e Junior) e ficando em quarto na Open. A categoria Grommets apresentou mais um talento local. Paula Gabi bem que tentou, mas Wendy dominou toda a bateria, deixando Leticia Freitas, de Ubatuba, em segundo lugar. Foto: Luke Werneck Foto: Luke Werneck Juliana Meneguel Open Camila Cássia 1 Juliana Meneguel (SP) 2 Camila Cássia (SP) 3 Nayara Silva (CE) 4 Stephanie Freitas (CE) Stephanie Freitas Foto: Luke Werneck Foto: Rick Werneck Nayara Silva Foto: Rick Werneck Foto: Luke Werneck Stephanie Freitas Junior Camila Cássia 1 Stephanie Freitas (CE) 2 Camila Cássia (SP) 3 Juliana Meneguel (SP) 4 Nayara Silva (CE) Nayara Silva Foto: Luke Werneck Foto: Rick Werneck Juliana Meneguel Foto: Rick Werneck Foto: Rick Werneck Stephanie Freitas Mirim Nathalie Paola 1 Stephanie Freitas (CE) 2 Nathalie Paola (SP) 3 Bárbara Segato (ES) 4 Isabela Lima (RJ) Isabela Lima Foto: Rick Werneck Foto: Rick Werneck Barbara Segato Foto: Rick Werneck Foto: Brigitte Mayer Wendy Guimarães Grommets Leticia Freitas 1 Wendy Guimarães (RJ) 2 Letícia Freitas (SP) 3 Paula Gabi (RN) Paula Gabi 4 Karol Ribeiro (RJ) Carol Ribeiro Foto: Brigitte Mayer Foto: Rick Werneck 5 Rafaela Barros PÁGINAS ROSAS Foto: Rick Werneck CAROL FREITAS, vento a favor Por Roberta Borges C arol Freitas é profunda conhecedora dos melhores picos de velejo do país. Tem 26 anos e já coleciona os mais importantes títulos do kitesurf: é tetracampeã brasileira (em 2002, 2003, 2004 e 2005), campeã brasileira de ondas em 2006, campeã sul-americana e vice-campeã mundial de ondas. Saiba como é a vida desta campeã dos ventos e dos mares na matéria a seguir. ehlas: O que fez você se interessar pelo kite e quando foi seu primeiro contato com o esporte? Eu sempre pratiquei todo o tipo de esporte, e desde 11 eu velejava de Optimist (barco a vela para criança) e competia. Meu pai foi campeã mundial de caça-submarina e acho que vem daí a minha paixão pelo mar e por competições. O primeiro contato com o kite foi aqui no Rio, na praia da Barra da Tijuca, em 1999, quando vi os primeiros praticantes voando sobre o mar. Me interessei pelo esporte de cara, como “amor a primeira vista”! Achei o esporte superfuturista, diferente de tudo que eu já tinha visto. Aquilo misturava tudo que eu mais gostava! Foi questão de algumas semanas para que eu pudesse estar ali naquela mesma praia praticando. ehlas: Você enfrentou dificuldades no início? Naquela época, o esporte ainda não era tão difundido, e os Fotos: Poli Carol Freitas comemorando mais uma vitória em Cumbuco, Ceará. Arraial do Cabo é conhecido também pelos ventos fortes. Carol no controle do seu kite. ehlas: Quando veio seu primeiro título importante e, de todos até hoje, qual teve o maior significado para você? O meu primeiro título importante foi em 2002, quando conquistei o título de Campeã Brasileira na categoria Freestyle. Naquele mesmo ano, conquistei o título de Campeã Sul-Americana também. Esses dois títulos foram os mais especiais pra mim, por terem sido os primeiros. Foi nessa época que decidi que iria seguir a carreira de atleta, tornei-me profissional e tive todo apoio da minha mãe e da minha família para seguir em frente! ehlas: Como é seu treinamento no dia-a-dia? Faço um treinamento físico diariamente, musculação três vezes por semana e complemento com uma corrida na praia ou uma pedalada no calçadão - isso na parte da manhã. À tarde, o treinamento é dentro d'água. Essa é a minha rotina normal aqui no Rio, porque o vento aqui só começa a soprar depois do meio-dia. Quando estou no Nordeste, essa rotina muda bastante. Lá, amanhece ventando na maioria das vezes e o calor à tarde é muito forte. Então, costumo treinar na água pela manhã e no final da tarde. ehlas: Onde você treina quando está no Rio? Na maioria das vezes, na praia da Barra da Tijuca, mas costumo ir muito para a Região dos Lagos também (Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios). ehlas: Qual é a sua principal meta em 2008? Desde o ano passado decidi me dedicar às duas novas categorias do kite que estão crescendo muito em todo o mundo, que são as categorias Waves e Regata. Ainda vou competir na Carol e sua fiel companheira, a cadela Raja. Foto: Rick Werneck equipamentos não ofereciam a segurança que oferecem atualmente. Mas não tive muitas dificuldades, não. Talvez por já ser velejadora e ter praticado diversos esportes antes, acredito que isso tudo tenha me dado um boa base para aprender o kitesurf. Freestyle também, mas a minha dedicação será total nas categorias Waves e Regata. Sou a atual campeão brasileira nessas duas categorias, e a meta para 2008 é continuar nesta posição e buscar os títulos mundiais também. ehlas: Você consegue apoio total de seus patrocinadores? Atualmente sou patrocinada pela Ford, Redley, Zoobees e KiteStore, e tenho todo o suporte deles, sim. Eles acreditam no meu trabalho, e eu busco representá-los da melhor forma possível. Tento levá-los sempre para o lugar mais alto do pódio! ehlas: Eu vi que você testou o kite na neve. Como foi essa experiência? O kite é um esporte muito versátil, que se adapta muito bem aos diversos terrenos, e na neve não foi diferente. Pratiquei pela primeira vez o kitesnow ano passado, e foi muito divertido. Este ano estou indo novamente para o Colorado para praticar o kitesnow, mas agora vamos encontrar alguns amigos locais que são feras nesta modalidade para aprendermos mais um pouco. Quem sabe um dia eu me dedique a essa modalidade também! Dropando uma da série no Postinho, RJ. ehlas: Que lugares você elege usa? como os melhores do Brasil e do mundo para o velejo? Parece mentira ,mas eu tenho grandes dificuldades para surfar! No surfe, o meu problema é a remada e o drope. Surfar a onda eu sei. Com o kite, esses problemas foram resolvidos porque eu não preciso remar, e quando dropo a onda eu já estou em pé! Eu tenho uma fan e tento surfar de vez em quando sim, mas de kite é outra estória! Em especial, a Cidade Maravilhosa, o Rio de Janeiro, pela natureza exuberante! Gosto muito de velejar nas ondas de Ibiraquera, Santa Catarina. Fora do Brasil, um lugar inesquecível que tive a oportunidade de velejar se chama Los Roques. Fotos: Poli ehlas: Você surfa? Que prancha Manobras aéreas fazem parte do repertório de Carol. Foto: Poli Quando não tem vento, o lance é treinar sem o kite. Carol surfando na Barra. Fotos: Poli ehlas: E fora do kite, o que ehlas: Quais os esportes que você curte fazer? Tem algum hobbie, alguma “mania” diferente? você praticava antes do kite? Adoro ir correr na praia com a minha cachorra, a Raja! Ela é a minha companheira e o lugar que ela mais gosta na vida é a praia também. Por isso, me divirto bastante com ela. É uma terapia pra mim, é um momento de descontração no local onde passo a maior parte do tempo treinando. Adoro ir ao cinema também. ehlas: Que tipo de pessoa você é? Você consegue se descrever? Quando o vento aparece Carol Freitas é só sorrisos. “Acredito que sou uma pessoa que corre atrás dos sonhos, sempre tenho meus objetivos muito bem traçados, não desisto fácil das coisas, sou um pouco ansiosa, gosto de desafios, busco sempre ajudar as pessoas e tento fazer do nosso mundo um lugar melhor para se viver a cada dia.” Difícil... Acredito que sou uma pessoa que corre atrás dos sonhos, sempre tenho meus objetivos muito bem traçados. Não desisto fácil das coisas, sou um pouco ansiosa, gosto de desafios, busco sempre ajudar as pessoas e tento fazer do nosso mundo um lugar melhor para se viver a cada dia. Me preocupo muito com o meio ambiente e tento fazer a minha parte e engajar as pessoas a terem essa preocupação e esse carinho com o planeta em que vivemos. Tênis, futebol, wakeboard, skate, handebol. Estes eram os principais. ehlas: Eu soube que você se formou em Comunicação. Como foi e é conciliar kite e estudo? Sim, eu me formei em Comunicação Social (Relações Públicas) e atualmente estou fazendo MBA em Marketing. Conciliar o kite, as viagens, treinos, competições, realmente não é fácil. Mas essa foi uma opção minha de vida. Não queria parar de estudar, e sabia que seria necessário um esforço maior para isso. Tive que trancar a minha faculdade três vezes devido às viagens seguidas, mas sempre que podia voltava e terminava um semestre - e assim foi até me formar! Sem pensar muito, emendei no MBA de Marketing, que é a área que pretendo me especializar. Apesar de cansativo, estou aprendendo e gostando bastante. E por estar inserida nesse mundo de marketing como atleta, está sendo muito importante entender com tudo funciona e poder oferecer um retorno ainda mais profissional aos meus patrocinadores. A pioneira do kitesurf estendendo os limites. ehlas: O que você achou da Adorei, é uma revista de alto nível e com conteúdo. Eu, como mulher, fico muito feliz de poder estar vivenciando essa conquista por espaços que até pouco tempo atrás eram 100% do público masculino. É uma grande vitória para nós, mulheres, que também batalhamos e corremos atrás! Parabéns a toda equipe por esse trabalho! ehlas: Mande um recado ou conte algo que você acha que é importante e que não está na pauta desta entrevista. Gostaria de convidar a mulherada do surfe para vir fazer uma aula de kite comigo qualquer dia desses que o vento “estragar” as ondas! Por que não surfar de manhã e kitesurfar ã tarde, quando o vento entra? Serão todas bem-vindas, e eu tenho muito a aprender com todas essas feras do surfe. Foto: Poli revista Ehlas? Foto: Poli Carol rasgado com muita pressão. MODA GRETA SISSON, surfista catarinense Fotos: Rick Werneck SAÚDE SÍNDROME da tensão pré-menstrual Por Dra. Patricia Magier, Tem data marcada, você é a “vitima”, mas ela pode ser controlada V ocê sabe que vai acontecer, tem data marcada e, antes de ela chegar, já se começa a sentir os seus efeitos à flor da pele. Essa revolução mensal de corpo e mente tem nome: síndrome de tensão prémenstrual. É quando a maior parte das mulheres sente, já sentiu ou sentirá seus efeitos pelo menos uma vez na vida. Deve-se ressaltar que não só a mulher, mas todos à sua volta sofrem com esse problema, já que seus sintomas são, muitas CRM: 52-54925-6 vezes, terríveis. E variáveis em intensidade; às vezes, de mês para mês, começam alguns dias antes da menstruação, onde a “vítima” acorda de mau humor e com a sua labilidade emocional alterada. Ela sente dores de cabeça alucinantes e ainda carrega uma culpa enorme por atacar a geladeira de forma compulsiva atrás de doces e carboidratos em geral. Sabe-se que as alterações hormonais ocorridas logo após a ovulação são em grande parte responsáveis pelos sintomas da tensão pré-menstrual. O que acontece na segunda metade do ciclo é o aumento da produção de progesterona e da prolactina, hormônio que atua sobre todas as funções do organismo feminino, inclusive as sexuais. Os principais sintomas são: irritabilidade, raiva, ansiedade, depressão, indecisão, introspecção, perda de interesse pelas suas atividades, perda ou diminuição da libido, hipersônia ou insônia, alterações de apetite, dor nas mamas, dor de cabeça, dores musculares e inchaço. Quer mais? A síndrome de tensão prémenstrual não tem cura, mas suas crises podem ser evitadas ou controladas com diversos tipos de tratamento: do uso de diuréticos a hormônios, de vitaminas a calmantes, sem excluir a psicoterapia. A receita alimentação balanceada somada a exercícios físicos e um tratamento medicamentoso parece batida? Pois as terapias atuais incluem tudo isso no combate à síndrome de tensão pré-menstrual. O exercício físico, além de condicionar o corpo, estimula a produção de uma outra substância química no cérebro, a endorfina, responsável pela sensação de bem estar e prazer. Já quanto à alimentação, o importante é reduzir, ou não consumir, alimentos que estimulem os incômodos provocados no período prémenstrual, como: 1) SAL E CONDIMENTOS EM GERAL : a produção do hormônio antidiurético aldosterona dificulta a eliminação de líquidos, provocando inchaços e ganhos de peso de até 2 quilos em média. O ideal é fugir de comidas muito salgadas, apimentadas ou condimentadas em geral. 2) CARBOIDRATOS E DOCES EM GERAL : embora eles sejam ótimos para diminuir a ansiedade, podem provocar aumento das taxas de açúcar e gordura no sangue. Opte por alimentos diet ou light e com baixo teor de gordura. y 3) CAFEÍNA : esta substância está associada à dor ou sensibilidade da mama e ao aumento da irritabilidade. Substitua café e chá preto por chás verdes ou suco de frutas. Exercícios físicos monitorados e alimentação balanceada são indicados para qualquer caso. Porém, as pacientes cujas crises são mais intensas e persistentes são submetidas a tratamentos com determinadas drogas, como diuréticos, vitaminas, hormônios e calmantes. Na escolha do tratamento adequado, a dosagem e freqüência devem ser sempre orientadas pelo médico. Cabe a ele, a partir do histórico de cada mulher, optar pelo caminho mais seguro para cada uma. O importante é que a paciente se sinta segura e bem, e, principalmente, que saiba que há um tratamento ideal para cada mulher. Ehlas acontecem... WQS Roxy Pro Womens Surfing Festival Phillip Island, Victoria, Austrália 21 a 27 janeiro, 6 estrelas Foto: Brigitte Mayer Categoria Pro 1 Sally Fitzgibbons 2 Bruna Schmitz (Bra) 3 Jessi Miley-Dyer (Aus) 25 Taís de Almeida (Bra) 25 Diana Cristina (Bra) 55 Marina Werneck (Bra) Bruna Queiroz na Praia Vermelha, Ubatuba. Categoria Pro Junior 1 Sally Fitzgibbons (Aus) 2 Kirstie Jones (Aus) 3 Diana Cristina (Bra) 3 Nikita Robb (Afr) 5 Bruna Schmitz (Bra) Arrive Alive Central Coast Pro Soldiers Beach, Austrália 11 a 15 março, 4 estrelas 1 Sally Fitzgibbons (Aus) 2 Laura Enever (Aus) 3 Amee Donohue (Aus) 3 Julia De La Rosa Toro (EUA) 9 Jacqueline Silva (Bra) 25 Marina Werneck (Bra) Foto: Brigitte Mayer Resultados: Midori Pro Merewether, Newcastle, Austrália 31 março a 5 abril, 6 estrelas 1 Stephanie Gilmore (Aus) 2 Sally Fitzgibbons (Aus) 3 Rosanne Hodge (Afr) 3 Alana Blanchard (Haw) 5 Bruna Schmitz (Bra) 9 Jacqueline Silva (Bra) 25 Tais Almeida (Bra) 25 Claudia Gonçalves (Bra) 25 Suelen Naraísa (Bra) 49 Marina Werneck (Bra) Drug Aware Pro 2008 Margareth River 7 a 12 abril, 5 estrelas 1 Paige Hareb (Nzl) 2 Rosanne Hodge (Afr) 3 Claire Bevilacqua (Aus) 19 Jacqueline Silva (Bra) 25 Cláudia Gonçalves (Bra) 25 Bruna Schmitz (Bra) 49 Marina Werneck (Bra) Ranking WQS Feminino depois de 5 etapas 1 Sally Fitzgibbons (Aus) .... 7.370 2 Rosanne Hodge (Afr)........5.420 3 Paige Hareb (Nzl) ........... 4.860 4 Jessi Miley-Dyer (Aus) ..... 4.570 5 Rebecca Woods (Aus) ..... 4.460 6 Alana Blanchard (Haw) .. 4.400 7 Bruna Schmitz (Bra) ....... 4.375 24 Jacqueline Silva (Bra) .. 2.780 26 Taís de Almeida (Bra) ... 2.750 44 Marina Werneck (Bra) . 1.930 53 Suelen Naraisa (Bra) .... 1.655 55 Cláudia Gonçalves (Bra) 1.575 71 Diana Cristina (Bra) ........ 875 WCT 1º etapa: Roxy Pro, Gold Coast Austrália 23 fevereiro a 6 março 1 Sofia Mulanovich 2 Samantha Cornish 3 Carissa Moore 3 Amee Donohoe 9 Jacqueline Silva 9 Silvana Lima 2º Etapa: Rip Curl Womens Pro, Bells Beach 19 a 24 março 1 Stephanie Gilmore 2 Sofia Mulanovich 3 Layne Beachley 3 Amee Donohoe 9 Jacqueline Silva 9 Silvana Lima Ranking WCT 2008 1 Sofia Mulanovich (Per) ....2172 2 Stephanie Gilmore (Aus) ...1560 3 Samantha Cornish (Aus) ...1524 4 Amee Donohoe (Aus) ......1512 5 Layne Beachley (Aus) .......1308 6 Rebecca Woods (Aus) ........912 6 Megan Abubo (Aus) ..........912 6 Claire Bevilacqua (Aus) ......912 9 Jessi Miley-Dyer (Aus) ........732 9 Julia De La Rosa (Per) ........ 732 11 Silvana Lima (Bra) ............720 11 Rosanne Hodge (Afr) .......720 11 Jacqueline Silva (Bra) .......720 PRO JUNIOR 1ª etapa: 29 de fevereiro a 2 de março Punta dos Lobos, Chile 1 Gabriela Leite (Bra) 2 Valéria Solé (Per) 3 Chantalla Furlanetto (Bra) 3 Jessica Anderson (Chi) 5 Diana Cristina (Bra) 5 Sofia Borquez (Chi) 5 Monik Santos (Bra) 2ª etapa: 19 a 21 de abril Torres, Rio Grande do Sul 1 Nathalie Martins (Bra) 2 Renata Tambon (Bra) 3 Diana Cristina (Bra) 3 Monik Santos (Bra) Ranking Pro Junior depois de duas etapas: 1 Gabriela Leite (Bra)............ 805 2 Valeria Sole (Per) ................735 3 Diana Cristina (Bra) ............670 3 Monik Santos (Bra) ............670 5 Chantalla Furlanetto (Bra). 643 6 Nathalie Martins (Bra) ........500 7 Renata Tambon (Bra) .........430 8 Jessica Anderson (Chi) .......365 9 Trinidad Segura (Chi) .........305 9 Sofia Borquez (Chi) ............305 11 Barbara Muller (Bra) ........278 11 Michelle Des Bouillons (Bra)278 ISA MASTER 31 de março e 5 de abril Punta Rocas, Peru Feminino Masters, acima de 35 anos 1 2 3 4 Heather Clark (Afr) Rocío Larrañaga (Per) Sandra English (Aus) Brigitte Mayer (Bra) Países: 1 África do Sul, 2 Austrália, 3 Brasil, 4 Peru Ehlas acontecem... F " Bruna Schimitz Foto: ASP Robertson Vice campeã WQS 6 estrelas, em Phillip Island, Austrália. A final foi de alto nível com notas no critério excelente. Bruna só foi barrada pela campeã Sally. oi muito bom começar o ano com o vice-campeonato em um evento de nível seis estrelas, principalmente porque o meu foco este ano está totalmente voltado para o WQS. Para falar a verdade, eu não esperava este resultado. Foi algo que me surpreendeu. Passei quase todas as baterias virando no final e avançando cada vez mais no evento. No começo, o mar estava pequeno e eu estava surfando com minha 5’9, que ficou perfeita para as condições. A final foi muito emocionante: o mar estava maior e eu optei por usar outra prancha. A Sally abriu a bateria com um 7,50 e eu, com um 6,50. Depois, ela achou um 9,0 e eu consegui um 7,50, e aí fiquei precisando de 9,0 para liderar. A onda veio e eu fiz. Mas a alegria durou pouco porque na onda de trás ela fez outro 9,80. Que foi a nota que eu precisei no final, mas aí eu não consegui. Sem dúvida alguma, este campeonato foi o melhor de toda a minha vida. Consegui surfar bem durante todo o evento em condições extremamente diferentes. Este resultado me deu muita energia e determinação para eu correr atrás do meu objetivo, que é a vaga para o WCT 2009”. Bruna Schimitz Rolaram altas ondas durante todo o evento. Brigitte a vontade nas sólidas ondas de Punta Rocas. Alegria da equipe Brasileira no pódio. A conteceu entre os dias 31 de março e 5 de abril o Isa World Masters Surfing, em Punta Hermosa, Peru. Além da competição, o evento foi uma grande confraternização entre os atletas Masters do mundo inteiro: no total, 18 países enviaram suas delegações. As condições foram épicas durante todos os dias do campeonato, com muito sol e ondas perfeitas, que quebravam de 6 a 8 pés em Punta Rocas fazendo a alegria de todos. O Brasil, que pela primeira vez competiu com a equipe completa num Mundial Master, conquistou a medalha de bronze com a terceira colocação por equipe. A equipe brasileira ficou com “Fiquei muito feliz em ter a a 3ª colocação geral no Mundial. oportunidade de, depois de Brigitte ficou em quarto llugar 18 na anos, novamente representar o classificação geral entre as mulheres Brasil em um evento internacional. Já havia sentido essa emoção nos Mundiais Amadores de Porto Rico (1988) e no Japão (1990), mas, dessa vez, teve um gostinho especial. O mar estava excelente todos os dias e, durante as finais, excelentes ondas de 6 pés rolaram em Punta Rocas. Sem sombra de dúvida, foi uma semana inesquecível, com altas ondas e um alto astral de todos participantes”, conta Brigitte. Foto: Divulgação ISA Masters Foto: divulgação ISA ISA Master, Peru Foto: Livia Acioly Ehlas acontecem... Por Marcia Marcelino Os noivos Suelen e Flávio abalaram Ubatuba. plus de Pipeline ou no momento antes de ir para o altar? A Acredito que os dois momentos foram muito marcantes. Pipe é algo que venho treinando para estar surfando mais aquele tamanho. Não pode pensar muito, tem que se jogar. Mas o casamento me deixou mais nervosa, já eram quarto meses de preparo, uma situação que nunca tinha passado e sabia que seria a única, então queria que tudo fosse perfeito. Agora acredito que foi, pois todas as pessoas que amo muito estavam ali. As perninhas tremeram na hora que abriu a porta da Igreja, o Flavio lá no altar me esperando... parecia que não ia conseguir chegar lá. E na hora do sim, um momento único e muito especial, que momento foi aquele! O coração faltou saltar pela boca... cerimônia religiosa se realizou na Igreja Matriz, no dia 26 de abril. Depois, os noivos e as suas famílias receberam os amigos para celebrar a união em um jantar no Anchieta Café que varou a noite com muita música e alto astral. Uma noite de gala que parou Ubatuba. Marcaram presença as surfistas Bruna Queiroz, Francisca Pereira, Natali Paola, Renata Franco, Alice Santos, Jahia Bettero, a pequena Sandrinha, como dama de honra, e a equipe ehlas, com Claudia Gonçalves e Brigitte Mayer. Por fim, quem será que pegou o buquê? ehlas: E ai? O coração bombou mais forte antes de encarar 10” Fotos: Brigitte Mayer Surfe Cult: Amor & Casamento Surfe Cult: musica e festa A surfista catarinense Greta Sisson, 15 anos, fez uma participação especial no clipe da música “Tô bolado” da banda WWW formado por Xande, Luke, Pedro, Matheus e João Werneck. Greta veio especialmente para o Rio para a gravação que rolou na Praia da Joatinga e na Barra. Você pode conferir o clipe no link: www.myspace.com/bandawww E hlas lançou a sua revista virtual para todas as surfistas brasileiras durante a primeira etapa do circuito Petrobras de Surfe Feminino, que aconteceu entre os dias 18 a 20 de abril na Praia de Ponta Negra, em Natal. Durante o coquetel, foram distribuídas camisetas da Ehlas e todos puderam checar no telão a edição número 1 da revista e as fotos tiradas no freesurf pelo nosso editor de fotografia, Rick Werneck - e que estarão nas próximas edições de ehlas. COLUNA ECO-LÓGICA O PARAÍSO EXISTE SIM: é só querer! Por Laila Werneck. Fotos: Rick Werneck Eu vivo do surfe e para o surfe P or isso, sempre que posso, viajo com a família para surfar os picos mais distantes do planeta. É assim que gosto de passar as minhas férias. Desde vários picos no Brasil (Noronha, em Pernambuco, Paracuru, no Ceará, Guarda do Embaú, em Santa Catarina, todos no Rio de Janeiro, e por aí vai...), passando por Tavarua, nas Ilhas Fiji, Hawai, Chile, Costa Rica, Panamá e outros lugares, eu e minha família estamos sempre em busca da onda perfeita. O Piquero de patas azuis só existe em Galápagos. Foi com esse objetivo que, em janeiro passado, voamos rumo a Galápagos, com a promessa de pegar altas ondas em um lugar paradisíaco. O mar, durante todo o tempo, ficou entre 5 e 8 pés perfeitos, com água cristalina e, o melhor, o crowd era formado apenas por tartarugas e leõesmarinhos (por sinal, os melhores surfistas das ilhas). Já haviam me dito que Galápagos é bonito e que, com sorte e o swell certo, surfa-se muito. O que eu não podia imaginar, mesmo tendo lido um pouco a respeito, era que Galápagos é, também, um exemplo de desenvolvimento sustentável para o mundo. Vou contar para vocês um pouco de como o ser humano interage com a Natureza em perfeita sintonia, sem que, Os lobos-marinhos dominam as ondas. para isso, haja necessidade de fiscalização. Para começar, Galápagos só aceita investimento nacional, ou seja, para se ter algum tipo de negócio nas ilhas, o proprietário deve ser equatoriano. Uma maneira de preservar a identidade do povo (várias vendinhas, casas e lojas conservam, ainda hoje, a arquitetura de anos passados) e promover a igualdade social, tão perseguida no mundo todo. Com isso, eles garantem sua soberania e fogem do desemprego. Não há pedintes e muito menos mendigos nas ruas das ilhas que visitei. Carros, no local, apenas os de taxistas e alguns outros poucos. O transporte oficial das ilhas é a bicicleta. A atmosfera agradece a não há emissão de gases poluentes! A fauna do lugar é incrível: peixes de todas as cores e tamanhos, tubarões de várias tipos, animais lindos como piqueiros de patas azuis e vermelhas (uma verdadeira pintura), pelicanos, albatrozes do papo vermelho, iguanasmarinhas e leões-marinhos, entre outros, vivem totalmente livres de qualquer ameaça que não venha do mundo animal. A multa para quem tocar nos leões-marinhos (os mais fofos da ilha), por exemplo, é de US$ 600. Porém, nunca é aplicada. Nem ilhéus, tampouco turistas, são capazes de invadir o espaço deles (e bota espaço nisso! São mais de 100 animais em cada pedaço de praia da ilha) e quebrar a harmonia que emana naquele solo vulcânico. Em nenhum outro lugar do mundo humanos chegam tão perto dos animais sem que esses se assustem, corram ou tentem te atacar. A não ser que se tente chegar muito perto dos filhotes, o binômio homem-animal coexiste sem maiores problemas e na maior paz. Todo o lixo de Galápagos é reciclado. Eles têm três cores de lata: uma verde, para orgânicos, outra preta, para alguns recicláveis como tecido, couro e tetrapack, e outra azul, para papel, papelão, vidro e plástico. Também fazem coleta de óleo de cozinha (galão vermelho). Apesar das cores não serem Integração total. “Galápagos é também um exemplo de desenvolvimento sustentável para o mundo.” exatamente as de praxe (marrom seria a cor adequada para orgânicos e azul é a cor apenas para papel), a coleta funciona muito bem e ninguém erra na mira na hora de jogar fora seu lixo. Não acreditam? Nem eu acreditava e, como uma boa carioca descrente da existência de boas práticas ambientais, passei a levantar a tampa das latas de lixo que eu encontrava para ver se continha o lixo certo, torcendo para ninguém me ver, é claro! E não é que armazenavam o lixo correto em cada cor de lata? Para as curitibanas que estão lendo essa coluna, isso pode parecer bem normal. Já se houver leitoras cariocas, paulistas e de outras regiões por aqui... com certeza acharão incrível que, em um país onde o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é o menor da América Latina, as pessoas estejam bem mais engajadas ambientalmente do que nós, brasileiros, que dispomos de melhores condições humanas. Voltei dessas férias revigorada, com leões marinhos habitando meus sonhos, a lembrança de ter Os verdadeiros locais do pico: iguana e leão-marinho. pego altas ondas em um lugar paradisíaco e com a certeza de que, em muitos casos, a solução é simples. Basta ter vontade! No Ano Internacional do Planeta, ficará gravado na minha mente o ensinamento que Galápagos - o lugar onde Darwin desenvolveu a Teoria da Evolução - nos dá de que, para evoluir, não é preciso poluir. Se vocês tiverem a oportunidade, é uma viagem que vale a pena. Até a próxima edição! SAIDEIRA: Quem lê Ehlas levante a mão... www.ehlas.com.br Visite Ehlas. Leia Ehlas. Escreva para Ehlas. 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