QuedA nAs vendAs AtenuAdA por regimes de
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QuedA nAs vendAs AtenuAdA por regimes de
AutoFrotas n.º 39 agos. set. out. ‘09 publicação trimestral 2,25 euros Queda nas vendas atenuada por regimes de incentivos ao abate A crise anda de carro ENSAIO Renault Mégane Sport Tourer 1.5 dCi Dynamique S 110 cv 5p : Mégane? Oh-Lá-Lá! SALÃO Mais voltagem do que nunca SEGURANÇA Contra o álcool da noite editorial 3 editorial AutoFrotas 39 Propriedade da LeasePlan Portugal Lagoas Park, Edifício 6 2740-244 Porto Salvo Linha de Apoio ao Cliente: 707 20 20 20 Linha de Apoio ao Condutor: 800 204 298 Fax. 21 441 95 35 DIRECTOR António Oliveira Martins EDITOR Grupo Algébrica COMPOSIÇÃO GRÁFICA Margarida Soares FOTOGRAFIA Marina Marques Caro Leitor O final do verão é sinónimo de Salão Automóvel de Frankfurt, ponto de encontro das principais marcas mundiais. Setembro é o mês escolhido pelos construtores para apresentarem as suas armas secretas para os próximos meses. Quisemos assegurar que os acontecimentos mais relevantes ocorridos neste evento lhe chegariam às mãos o mais cedo possível. O futuro desenha-se a “verde”. Prova disso foram alguns dos mais mediáticos lançamentos do certame. A actual aposta em mais eficientes concept cars eléctricos faz crer que, a massificação desta corrente será uma realidade no dia-a-dia de todos. Basta também estar atento aos media e aos constantes anúncios de alternativas ao petróleo e ao actual paradigma da indústria automóvel. Agora que se assinala um ano de turbulência económica, e para projectar os tempos que se avizinham, resolvemos destacar também o actual estado do sector automóvel. O objectivo foi perceber como é que os fabricantes se adaptaram à nova realidade emergente. Na secção de Segurança optámos desta vez por uma nova abordagem, mais prática, acompanhando uma operação Stop nocturna. Através desta reportagem quisemos demonstrar aos condutores/leitores que o álcool e o automóvel não são variáveis da mesma equação. Nesta revista convidamo-lo a ler os depoimentos de Walter Lamego, Administrador da MCoutinho Colisão, e de Carlos Lopes, Corporate Supply Chain and Procurement da Siemens Portugal. O responsável do gigante alemão confessa que a casa-mãe se preparou desde 2006 para enfrentar a actual crise. Esta antevisão permite hoje um ritmo normal na contratação de viaturas para a respectiva frota. Já Walter Lamego defende que, mais do que uma política comercial isolada, a oferta deve ser adaptada em termos de serviços. Espero que este número lhe proporcione agradáveis momentos de leitura! CONCEPÇÃO, EDIÇÃO E PRODUÇÃO Grupo Algébrica Av. da Liberdade, 227 - 3º 1250-142 Lisboa IMPRESSÃO Peres - Soctip Estada Nacional, 10 - Km 103, 8 - Porto Alto 2135-114 Samora Correia Periocidade: Trimestral Registo no ICS n.º 123455 Depósito Legal: M-44002-1999 António Oliveira Martins Tiragem: 12 600 exemplares Director Geral LeasePlan Portugal ÍNDICE 5 06 Notícias 36 Entrevista A actualidade do mundo automóvel Walter Lamego, Administrador da MCoutinho Colisão 13 LP Card 40 Ensaio As parcerias mais recentes da LeasePlan Portugal Renaul Mégane Sport Tourer 14 Mercado 46 Ensaio Produção ainda em queda Land Rover Freelander 2 16 Disponibilidade 52 Entrevista Lideranças consistentes Carlos Lopes, Corporate Supply Chain and Procurement da Siemens Portugal 18 Lançamentos Toda a carne no assador 56 Segurança Contra o álcool da noite 24 Tema de Capa A crise anda de carro 62 Turismo Cidade de Viseu: capital de vinha e do vinho 30 Salão Automóvel de Frankfurt Mais voltagem do que nunca 024 030 Tema de Capa Salão Automóvel de Frankfurt A crise anda de carro: prudência para 2010, apesar da recuperação Aposta num “choque eléctrico” para reanimar o sector 062 A Renault vai lançar em Portugal, no final do ano, um teste piloto para os carros eléctricos, sendo que o Kangoo e o Fluence serão os primeiros a chegar ao nosso país. O fabricante francês reforça assim a sua aposta num produto que pretende tornar acessível a todas as carteiras. Segundo Carlos Ghosn, CEO da aliança Renault Nissan, este “é o momento ideal para os veículos zero emissões de CO2”. Este responsável garante ainda que os custos de manutenção desta gama - ao nível do “leasing” da bateria (que não estará incluída no preço de venda, sendo alugada aos fornecedores locais) carregamento e manutenção, deverão ser inferiores em 20% a um carro com motor de combustão. As baterias de ião-lítio que alimentarão esta gama serão produzidas em Portugal e no Reino Unido e podem ser trocadas em 3 minutos, carregadas numa artéria da cidade em 30 minutos ou entre 4 a 8 horas em casa. A primeira geração de baterias permitirá uma autonomia da ordem dos 160 km. ELÉCTRICOS EM PORTUGAL NOTÍCIAS 7 Carros eléctricos vão crescer até 2030 Em 2030, 86% das vendas automóveis nos E.U.A. terão uma motorização eléctrica, de acordo com o relatório apresentado pela Universidade de Berkeley, citado pela agência Reuters. A mesma fonte revela ainda que a implementação de uma rede de carregamento energético custará mais de 230 mil milhões de euros, enquanto a poupança em custos energéticos não ultrapassará os 151 mil milhões de euros. Para que este cenário se revele viável, urge fomentar os aspectos tecnológicos. Porém, são os próprios analistas do mercado a apontar reservas quanto ao futuro imediato desta alternativa. As perspectivas mais optimistas indicam que o aumento da capacidade das baterias de lítio para valores bem acima dos actuais 20 kWh, com custos muito abaixo dos agora praticados – 20.000 € – poderá ditar o arranque da produção em massa de veículos eléctricos. Esta poderá ser a resposta que falta no sentido de aumentar a pegada ecológica das frotas. Um outro estudo a cargo da Corporate Vehicle Observatory (CVO) refere que só no Reino Unido 20% das frotas já incluem pelo menos um veículo amigo do ambiente, subindo para 60% a quantidade de empresas que pretendem seguir o mesmo caminho, nos próximos três anos. Tecnologia asiática domina veículos eléctricos O sector automóvel asiático está a aproveitar as novas tendências para impulsionar as suas qualidades tecnológicas, com grande enfoque para os veículos eléctricos. Depois do choque petrolífero do ano passado, procuram-se respostas para os anseios dos consumidores, receosos de eventual escalada no preço do crude. A Mitsubishi e a Nissan encontram-se na linha da frente desta revolução, que poderá dar frutos nas próximas décadas. No caso da Nissan, cujo capital é detido em 40% pela Renault, foi já anunciado para Portugal e Grã-Bretanha um investimento de 250 milhões de euros numa unidade de produção de baterias de lítio, perspectivando para 2010 a entrega das primeiras unidades dos seus modelos de conceptuais eléctricos. Quanto à Mitsubishi, os responsáveis do gigante nipónico contam lançar no mercado ainda 2009 o primeiro veículo eléctrico de produção em série, o i-MiEV, veículo com 60 cv de potência e 160 km de autonomia. Para Portugal, prevê-se que a nova aposta desta marca estará disponível para comercialização no 2º semestre de 2010. NOTÍCIAS 8 LeasePlan apoia responsabilidade social da Earth Water A LeasePlan, no âmbito da sua cultura de empresa socialmente responsável, incentiva a beber Earth Water, que se encontra disponível desde finais de 2008 para venda em Portugal. Esta é uma água mineral embalada, com uma missão humanística cujo reconhecimento máximo é ser o único produto comercializado em todo o mundo com o logotipo de uma organização das Nações Unidas na embalagem. Os lucros que esta bebida de qualidade premium obtiver reverterão integralmente a favor dessa organização e nos países em desenvolvimento. A Earth Water garante a doação de quatro cêntimos por embalagem, independentemente dos lucros, valor esse que permite fornecer água potável a uma pessoa durante um dia. Portugal é o segundo país europeu a comercializar a marca, que conta com a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC), Tetra Pak, Continente, MSTF Partners, Sonae, Grupo GCI e Fundação Luís Figo entre os seus parceiros. O antigo internacional português de futebol é, inclusivamente, o embaixador da Earth Water na Europa. O produto é ainda comercializado nos E.U.A., Canadá e Holanda, França e Bélgica, para muito em breve chegar ao Japão e Espanha. O projecto Earth Water, cujo conceito é “Nunca bebe sozinho”, foi concebido para tentar minorar a tragédia que assola boa parte do mundo, que é a falta de água potável, e cuja grande consequência é a morte diária de 6000 pessoas, 80% das quais crianças. Salão de Lisboa adiado para 2011 A crise financeira obrigou a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) a adiar o Salão Internacional de Automóvel, previsto para Maio de 2010, para o último trimestre de 2011. A decisão é justificada pela situação que o sector automóvel tem atravessado ao longo do último ano. Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da ACAP, Hélder Pedro, explicou que a associação “achou prudente adiar por um ano a realização do salão”, uma vez que “não há perspectivas de retoma no primeiro semestre de 2010”. “Haverá, quanto muito, uma estagnação. Por isso, a ACAP achou prudente adiar a realização do salão para o último trimestre de 2011, altura em que haverá mais condições para se fazer um grande salão”, justificou Hélder Pedro. O Salão automóvel de Lisboa é o maior evento do sector e realiza-se de 2 em 2 anos. NOTÍCIAS 10 eCall a caminho Ecológicos e seguros O prestigiado organismo que avalia a segurança dos veículos comercializados na Europa detectou nos mais recentes testes uma maior preocupação com os peões. Segundo o secretário-geral do Euro NCAP, Michiel van Ratingen, sobretudo ao nível da protecção aos peões, os híbridos Honda Insight e Toyota Prius, “mostram que excelentes níveis de economia de combustível não impedem um alto grau de segurança”. Refira-se que até ao ano passado apenas 25% dos automóveis obtinha mais do que duas estrelas (40%) nesse tipo de teste. O motivo desta melhoria está relacionado com o desenvolvimento de novos projectos com a segurança dos peões por parte das marcas. Das viaturas testadas recentemente, destaca-se a atribuição da classificação máxima (cinco estrelas), além dos referidos híbridos, ao Volkswagen Polo, Subaru Legacy, Kia Sorento, Renault Grand Scénic e Skoda Yeti. Nesta cada vez mais exigente prova de segurança, apenas o Citroën C3 não recebeu a classificação máxima, por não oferecer de série o controle de estabilidade (ESC). Em comunicado, o organismo refere, inclusivamente, que os híbridos não só cumprem com os actuais requisitos para merecer as cinco estrelas, como já cumprem com os previstos para 2012. A Comissão Europeia assinou um acordo com a GSMA, órgão que representa a indústria de comunicações móveis no mundo inteiro, para o desenvolvimento do eCall. Iniciado há cerca de quatro anos este sistema permite, em caso de acidente de viação, uma chamada automática ou manual para os serviços de emergência, comunicando a localização exacta do veículo e reduzindo, desta forma, substancialmente o tempo de resposta destes serviços. O preço associado à instalação do eCall, estimado em cerca de 100 euros por veículo, e a demora na adaptação dos centros de urgência e na formação de pessoal, podem ser uma das principais justificações para o facto de este sistema ainda não estar operacional em qualquer país da UE. Caso não haja progressos quanto à implementação deste sistema até ao final do ano, Bruxelas pondera vir a estabelecer esta tecnologia com carácter de obrigatoriedade nas viaturas já em 2010. Segundo este organismo esta poderá ser uma forma eficaz de reduzir cerca de 2500 vidas aos 39 mil mortos e 1,7 milhões de feridos registados nas estradas europeias em 2008. De momento, a implementação deste sistema é voluntária mas já aplicada por autoridades públicas, fabricantes de automóveis e operadores de telemóveis. NOTÍCIAS 12 General Motors vai lançar 25 novos modelos até 2011 O consórcio norte-americano de automóveis, General Motors, vai lançar 25 novos modelos das suas quatro marcas principais (Chevrolet, Cadillac, GMC e Buik) entre 2009 e 2011, de acordo com dados revelados pela Europa Press. Estes lançamentos fazem parte do processo de renascimento da empresa depois da declaração de insolvência e pretendem cativar um novo tipo de clientes, pelo que, em 2010, o mercado irá receber seis novos modelos, de acordo com o presidente da General Motors, Fritz Henderson. No que se refere a marcas, a Chevrolet e a Buik lançarão dez novos automóveis, cada uma, e a Cadillac outros cinco modelos. Opel Insignia: 24 prémios em menos de um ano O Opel Insignia celebra este mês de Setembro o seu primeiro aniversário, dando à Opel mais uma razão para comemorar um número de sucessos acima da média. Desde o seu lançamento, no Outono passado, que o novo topo de gama da marca foi inundado de elogios por parte de todos os sectores da indústria automóvel e do mercado, tendo rapidamente conquistado a admiração de especialistas em design, de adeptos de alta tecnologia e do público consumidor. Actualmente, o Opel Insignia sedan é líder de vendas do seu segmento na Europa. Do seu vasto conjunto de inovações tecnológicas, destaca-se a nova geração de faróis adaptativos AFL+, o sistema de chassis adaptativo FlexRide, os bancos ergonómicos e a Câmara Opel Eye – um sistema inovador com câmara capaz de reconhecer sinais de trânsito e de alertar para uma saída inadvertida da faixa de rodagem, que conquistou o prémio Plus X, o mais abrangente concurso europeu de tecnologia, desporto e lifestyle. Em menos de um ano de comercialização, o Opel Insignia conquistou 24 prémios e distinções, entre os quais o título de “Carro do Ano Europeu 2009” e diversos outros atribuídos por painéis de especialistas de consumidores de 11 países. Para além disso, foi nomeado “Melhor Automóvel Executivo de 2009” no Reino Unido, Dinamarca e Eslovénia. Recebeu por duas vezes o prémio de “Melhor Automóvel Familiar” na Irlanda e foi eleito o melhor modelo para Frotas em Portugal e na Áustria. Foi ainda galardoado em Espanha na área da Segurança. LPcard Novas parcerias O LP Card foi concebido exclusivamente para os condutores LeasePlan, permitindo aceder de uma forma cómoda e rápida a toda uma panóplia de serviços. Poderá usufruir de condições especiais junto de diversas entidades, nomeadamente, em hotéis, agências de viagens e entertainment, serviços Auto, serviços Ópticos, entre outros. Trata-se de um cartão sem encargos e muito simples de utilizar, bastando apenas apresentá-lo antes de efectuar a sua reserva ou pagamento, sendo-lhe efectuado o desconto acordado com os nossos parceiros. Conheça as parcerias LP Card: Agências de Viagens - Check-in Viagens e Turismo - Geotour - Sporski - Viva Travel Entertainment - Air Nimbus - A Vida é Bela - Confiquatro - Grupo Persona - João Pedro Themudo - Kartódromo de Évora - WD – World Driver - Yasmin Day SPA Hotéis - Casa D. Diniz - Casa Zanzibar - Estalagem Abrigo da Montanha - Estalagem do Sado - Estalagem Parque do Rio - Fontana Park Hotel - Grupo Pestana - Grupo Hoteleiro Fernando Barata - Hotel Alvorada - Hotel Arribas - Hotel da Cartuxa - Hotel Fundador - Hotel Mar & Sol - Hotel Montechoro - Hotel Roca Mar - Hotel Royal Orchid - Hotel Solar Palmeiras - Hotéis Belver - Hotéis Tivoli - Hotéis Vila Gale - Pousadas de Portugal - Selecção Hotéis - Solares de Portugal - Solverde, Hotéis e casinos - Termas de Monfortinho - VIP Hotels Serviços Auto - Autocenter - Midas - Pneu Furado Serviços Ópticos - Optivisão - Veja melhor Rent a Car - Avis - Europcar Diversos - Loja do banho - SOS Computadores Para mais informações consulte o nosso site em www.leaseplan.pt Comércio ainda em queda A indústria automóvel nacional continua a deparar-se com valores de vendas em queda permanente. O panorama continua sombrio para o sector automóvel, mesmo com sinais menos negativos no decorrer do Verão. O mês de Agosto de 2009 permitiu observar uma clara atenuação da queda acumulada desde o início do ano do mercado de veículos ligeiros em Portugal. Face ao mês homólogo do ano passado, verificou-se um decréscimo de 14,8% (10520 unidades vendidas). O sector automóvel mantém ainda a tendência fortemente negativa que vem registando ao longo de todo o ano. Entre Janeiro e Agosto de 2009, o mercado de ligeiros de passageiros manteve a tendência depressiva de quebra na venda de unidades, 32,1% face ao mesmo período de 2008. Em valores nominais, foram comercializados nos primeiros oito meses deste ano 100775 veículos ligeiros de passageiros. Perante números tão negativos, importa salientar dois exemplos positivos de marcas cujas vendas aumentaram no nosso país, apesar de não se encontrarem sequer na lista das quinze mais vendidas: a Chevrolet e a Saab, cujo crescimento foi de 7% e 34,9%, respectivamente. O caso do fabricante sueco é relevante, mas justifica-se pela pequena quantidade de automóveis comercializados entre nós (dos 63 vendidos até Agosto de 2008, este ano atingiu os 85). Quanto aos construtores mais populares, nenhum fugiu à crise. Em alguns casos, a queda é acentuada, com números preocupantes, como é o caso da Opel, a marca mais afectada com a actual conjuntura (vendeu menos 56,5% que em igual período do ano passado – 18773 para apenas 8171). A Renault continua a ser muito popular em Portugal, mas nem essa distinção impediu que os franceses baixassem as vendas em 42,4%, para apenas 13748 unidades vendidas. Outros gigantes fortemente afectados são a Seat (menos 40,1%), Honda (quebras na ordem dos 40%) e Peugeot (com MERCADOS 15 Venda de veículos ligeiros em Portugal Agosto 2009 Janeiro Agosto 2009 Ligeiros de Passageiros Comerciais Ligeiros Total de Ligeiros 10.520 -14,8% 100.775 -32,1% 2.382 -23,8% 23.123 -36,7% 12.902 -16,7% 123.898 -33,0% Veículos Pesados 192 -46,8% 2.642 -40,9% Total Mercado Automóvel 13.094 -17,3% 126.540 -33,2% Fonte: ACAP - Associação Automóvel de Portugal uma baixa de 36,4%). Aliás, entre as principais marcas, a que menos sentiu estes tempos conturbados foi a Audi, cujas perdas quedaram-se pelos 11,2%, vendendo até Agosto deste ano 4374 contra os 4926 do período homólogo de 2008. Ligeiros comerciais da Fiat em alta no mês de Agosto Também os veículos comerciais ligeiros sofreram uma quebra, assistindo-se, em Agosto, a um decréscimo de 23,8% em relação ao mês homólogo do ano anterior, com 2382 vendas. O grande destaque, pela positiva, vai para a Fiat, cujas vendas subiram 36%, de 146 para 228 unidades e vieram atenuar o período negro que também afecta o grupo italiano. De resto, o panorama é sombrio, com a Citroën, novo líder de mercado, a sofrer um rombo de 14,7%. Mas, se houvesse prémio para a queda mais dramática na época de Verão, essa ficaria na posse da Renault, que em 2008 liderou as vendas no mês de Agosto e que este ano descresceu 47,5%. No comparativo global, entre Janeiro e Agosto, o mercado caiu 36,7% em relação a igual período precedente, o que corresponde a um total de 23123 unidades comercializadas. Nenhuma das principais marcas foge ao cenário: Opel com uma impressionante quebra de 58,5%, Renault a cair 50,2% e Volkswagen a baixar 50%, só para citar os casos mais sonantes. Com alguns programas de incentivos ao abate já esgotados, como nos EUA e na Alemanha, a maioria dos quais a terminar no final do ano, acrescem os receios de uma nova queda de vendas em 2010. Em Portugal, estes incentivos começam agora a colher os primeiros frutos, mas, sem continuidade em 2010, dificilmente salvarão o mercado de novas quedas. O alargamento do desconto no Imposto Sobre Veículos parece estar a trazer os portugueses de volta aos stands. A própria Associação dos Construtores Automóveis Europeus já fez notar que a recuperação do mercado automóvel europeu em 2010 poderá estar comprometida, caso os esquemas de incentivo sejam retirados abruptamente nos 13 países em que foram lançados. Venda de veículos ligeiros em Portugal* Janeiro a Agosto Unidades % % no Mercado 2009 2008 Var. 2009 2008 Renault 13.748 23.865 -42,4 11,10 12,91 Ford 10.060 14.345 -29,9 8,12 7,76 Citröen 9.953 13.920 -28,5 8,03 7,53 Volkswagen 9.621 13.434 -28,4 7,77 7,27 Peugeot 9.599 15.097 -36,4 7,75 8,17 Opel 8.171 18.773 -56,5 6,59 10,16 Fiat 7.870 10.160 -22,5 6,35 5,50 Toyota 7.774 10.994 -29,3 6,27 5,95 Seat 5.927 9.901 -40,1 4,78 5,36 Mercedes 5.642 6.603 -14,6 4,55 3,57 BMW 4.878 7.088 -31,2 3,94 3,83 Audi 4.374 4.926 -11,2 3,53 2,66 Nissan 3.392 4.646 -27,0 2,74 2,51 Mitsubishi 2.961 4.278 -30,8 2,39 2,31 Mazda 2.460 3.310 -25,7 1,99 1,79 Honda 2.406 4.008 -40,0 1,94 2,17 Chevrolet 2.310 2.159 7,0 1,86 1,17 Kia 1.880 2.189 -14,1 1,52 1,18 Hyundai 1.620 2.211 -26,7 1,31 1,20 Smart 1.615 1.987 -18,7 1,30 1,07 Skoda 1.565 2.797 -44,0 1,26 1,51 Volvo 1.082 1.534 -29,5 0,87 0,83 MINI 738 1.078 -31,5 0,60 0,58 Alfa Romeo 723 579 24,9 0,58 0,31 Iveco 568 893 -36,4 0,46 0,48 Lancia 467 482 -3,1 0,38 0,26 Suzuki 459 1.270 -63,9 0,37 0,69 Dacia 358 210 70,5 0,29 0,11 Isuzu 288 428 -32,7 0,23 0,23 Jeep 281 273 2,9 0,23 0,15 Dodge 210 114 84,2 0,17 0,06 Lexus 174 219 -20,5 0,14 0,12 Porsche 172 168 2,4 0,14 0,09 Jaguar 128 257 -50,2 0,10 0,14 Land Rover 107 219 -51,1 0,09 0,12 Saab 85 63 34,9 0,07 0,03 Subaru 78 89 -12,4 0,06 0,05 Daihatsu 50 64 -21,9 0,04 0,03 Chrysler 39 146 -73,3 0,03 0,08 Ferrari 22 10 120,0 0,02 0,01 Aston Martin 19 21 -9,5 0,02 0,01 Bentley 8 6 33,3 0,01 0,00 Tata 7 5 40,0 0,01 0,00 Maserati 6 13 -53,8 0,00 0,01 Lamborghini 2 0 … 0,00 0,00 Lotus 1 3 -66,7 0,00 0,00 Piaggio 0 0 … 0,00 0,00 Daimler 0 1 … 0,00 0,00 Mahindra 0 5 … 0,00 0,00 Ssang Yong 0 14 … 0,00 0,01 Total 123.898 184.855 -33,0 100,00 100,00 * Ínclui veículos Ligeiros de Passageiros, Todo-o-terreno e Com. Ligeiros Fonte: ACAP - Associação Automóvel de Portugal NOTA: Com base no Instrumento de Notação registado no INE sob o nº 1892, válido até 09.12.31 Lideranças consistentes Se, por um lado, a Mercedes-Benz mantém a intromissão entre japoneses, por outro, a Fiat ganha terreno entre líderes ligeiros comerciais, segundo as tabelas de disponibilidade da LeasePlan referentes ao período 1 de Junho de 2008 e 31 de Maio de 2009. No pódio da tabela de disponibilidade da frota de veículos ligeiros de passageiros da LeasePlan Portugal regista-se apenas uma alteração face ao anterior relatório (análise de 1 de Março de 2008 a 28 de Fevereiro de 2009) – uma troca de posições entre Mitsubishi, agora no terceiro posto, e Nissan, que desce para quarto. A Honda e a Mercedes-Benz seguram o primeiro e segundo lugares com 1,60 e 1,73 intervenções médias por veículo, respectivamente, mas note-se que, ao passo que a Honda apresenta um resultado ligeiramente pior em duas décimas, a Mercedes melhora consecutivamente a sua marca, que estava em 1,77 operações, sedimentando a posição germânica entre os nipónicos do costume e aproximando-se do topo. De ressalvar que o resultado apresentado pela Mercedes é de facto digno de registo, especialmente se considerarmos que os seus 1144 ligeiros de passageiros (mais 14) ultrapassam significativamente em número as frotas de Honda (os mesmos 183 veículos anteriores), Mitsubishi (37) e Nissan (51) juntas. No pódio, a habitualmente volátil Mitsubishi conta 1,76 intervenções médias na mais pequena frota de ligeiros de passageiros da LeasePlan, melhorando em muito o anterior resultado (1,97) e distanciando-se da Nissan, que soma 94 intervenções em 51 veículos, ou seja, 1,84 intervenções por automóvel. A Opel – destacada como a maior frota dos registos, com 6516 carros –, por seu turno, é o furão da tabela, subindo três lugares, para sexto, com 2,08 intervenções médias – apenas mais duas décimas que o valor anterior, cuja subida se justifica pelas quedas acentuadas de outras marcas no período em análise. DISPONIBILIDADE 17 2,60 2,50 vW 2,56 2,66 rENAULt PEUGEOt 2,22 FiAt 2,23 2,17 SKODA 2,54 2,39 2,00 ALFA rOMEO 0,00 AUDi 0,00 Média de intervenções de 01.06.2008 até 31.05.2009 por veículo ligeiro de passageiros 2,25 2,34 1,84 NiSSAN CitrOEN 2,09 FOrD 1,76 MitSUBiSHi SEAt 2,08 OPEL 2,08 MAZDA 1,95 2,65 Média de intervenções 2,26 2,57 de 01.06.2008 até 31.05.2009 por 2,37 veículo comercial ligeiro 2,48 2,51 2,37 2,17 2,16 tOYOtA 1,73 MErCEDES BMW 0,00 HONDA 0,00 Sempre no fundo tem estado, no 18.º posto, a Volkswagen, apesar de ter melhorado percentualmente em sete décimas, com 2,60 intervenções médias nos seus 4649 carros, mantendo-se como a terceira maior frota da LeasePlan Portugal, após Opel e Renault (5464). Mazda irredutível desde o Verão passado No segmento dos veículos ligeiros comerciais, a pequena frota de 39 veículos da Mazda não descola da liderança desde o Verão passado, agora com uma média de 1,95 intervenções, piorando o anterior resultado numa décima apenas. Segue-se novamente a mais pequena frota LeasePlan de comerciais (cada vez mais pequena, diga-se, se é que frota é termo que se aplique nestas circunstâncias): a Skoda, desta feita com apenas dois carros e quatro operações, mantendo as mesmas duas intervenções médias anteriores, segurando o segundo posto. Subindo uma posição, a Fiat está agora em terceiro, com um valor distante dos líderes: 2,17 intervenções médias que permitiram aos transalpinos ultrapassarem a Peugeot, que se encontra em queda suave depois de já ter estado em 2,70 2,56 2,00 1,60 segundo e em terceiro. Na realidade, a quebra da Peugeot neste período é algo significativa, apontando 3030 intervenções em 1366 veículos, o que se traduz em 2,22 operações médias naquela que é a segunda maior frota do Top Ten dos comerciais e a terceira maior do conjunto total de marcas abrangidas neste segmento, após Opel (3298) e Renault (2612). Nem a propósito, a Opel, que assim segura ambos os títulos das frotas mais numerosas (e sempre a crescer!), subiu aqui um lugar, situando-se em quinto, com o resultado de 2,37 intervenções médias, percentualmente a par com a sexta classificada Ford, que apresenta 2135 operações em 899 veículos e que desceu uma posição. A subida mais relevante, para sétimo, é protagonizada pela Mitsubishi, dando entrada no clube dos dez primeiros com uma média de 2,48 intervenções referentes a 568 intervenções em 229 carros. Não fugindo à regra, damos registo do último posicionado – novamente a Toyota, em 14.º, ainda assim melhorando consecutivamente, desta feita em quatro décimas, o número de intervenções médias (2,70) nos seus 793 carros. LANÇAMENTOS 18 A maioria dos fabricantes, aproveitando a “boleia” do importante salão de Frankfurt, aposta forte para o último terço do ano, com lançamentos para todos os gostos. Numa altura em que a palavra de ordem é ressuscitar o volume de vendas, as propostas que se seguem sublinham o esforço ecológico e a visão de futuro optimista da indústria. toda a carne no assador LANÇAMENTOS 19 Porsche Panamera A nova aposta da Porsche chegou ao mercado nacional em Setembro, em simultâneo com o advento do salão de Frankfurt. Segundo dados do fabricante alemão, só em Portugal foram feitas mais de 3 mil encomendas deste modelo, sendo de destacar que entre 80 e 85% dos pedidos foram feitos por clientes que nunca tinham optado por esta marca de prestígio. Os interessados poderão optar pelas já disponíveis versões Panamera S, 4S e Turbo. Só no final de 2010 estará disponível a versão V6 e, apesar de sem data de lançamento prevista, ainda é esperada uma versão híbrida do Panamera. O preço deste bólide começa nos 134.561 € com o S e acaba nos 174.431 € com o Turbo. Estamos perante um respeitável motor de 500 cavalos, já dado a conhecer em Abril, no último Salão do Automóvel de Xan- gai, na China. Estima-se que as vendas poderão atingir, pelo menos, 20 mil unidades no espaço de um ano. Olhando para a típica silhueta da Porsche, bem patente no Panamera, constatamos que todo o know-how dos engenheiros foi investido neste espaçoso Grand Turismo, que representa uma expansão do seu portfolio. Jaguar XJ Revelada ao mundo no último salão internacional de Frankfurt, a nova geração XJ destaca-se pela carroçaria maioritariamente construída em alumínio (usando mais de 50% de material reciclado), dentro dos padrões estabelecidos pelo recente proprietário, o construtor indiano Tata Motors. O nível da estrutura e sobretudo a qualidade dos seus materiais, além de representar um upgrade em refinamento e segurança Porsche Panamera O super desportivo é também um sucesso em Portugal LANÇAMENTOS 20 Jaguar XJ Dodge Caliber O estado-da-arte em carros desportivos de luxo Novo motor a diesel apresentado em Frankfurt BMW X1 VW Golf VI Variant Versões do crossover foram lançadas em Frankfurt Carrinha surge em Novembro na senda dos restylings Golf superior, permite que este sedan seja o mais leve da sua classe. Exibindo linhas inspiradas no XF, esta nova aposta da marca britânica tem sob o capot o novo propulsor 5.0 litros V8, com faixas de potência que vão de 385 cv até 510 cv, quando sobrealimentado por um compressor. De acordo com a Jaguar, o XJ acelera de zero a 100 km/h em 4,9 segundos na versão “top” Supersport. Estamos perante um modelo que representa simultaneamente o melhor do universo desportivo e clássico. É dos mais aerodinâmicos Jaguar de sempre, com um design fluído e desportivo, conforto, espaço e equipamento tecnologicamente superior, prontos a encantar o mais exigente dos condutores. E, acima de tudo, comprova que a marca cumpre com o lema de construir carros deslumbrantes e velozes. povoado, segmento de pequenos crossovers. No que toca a dimensões, estamos perante uma versão 10cm mais curta que a actual do X3. A verdade é que o X1 assemelha-se mais à plataforma modificada do série 3, que à de um série 1. Como tal, maiores parecenças a uma station wagon que a um offroader. Apesar de não fugir muito aos padrões estéticos dos últimos BMW, é um carro compacto bonito e espaçoso (tem 4,45 metros de comprimento e leva cinco passageiros). O compartimento de bagagem tem capacidade de 420 litros que pode aumentar para 1350 litros, com os bancos traseiros rebatidos. O X1 disponibiliza configurações para uma condução com tracção traseira (RWD) ou integral (4x4), duas motorizações a gasolina (um 141cv 2.0 e 258cv 3.0 de seis cilindros) e três a diesel 2.0 litros (141cv, 175cv e uma versão twin-turbo que alcança 201cv). BMW X1 Disponível a partir de Novembro na Europa, o X1 é apresentado como um SAV (Sport Activity Vehicle, ou seja, viatura de actividade desportiva) representa uma das principais apostas do fabricante alemão para conquistar o, cada vez mais Dodge Caliber A versão actualizada deste crossover surge com o interior redesenhado e motores mais potentes, sendo um deles a novidade a diesel para a Europa. No interior encontramos um novo LANÇAMENTOS 21 painel feito com materiais melhores e um novo grafismo, além de comandos do ar-condicionado e o porta-objectos à frente da alavanca de mudanças. Nos equipamentos, a Dodge incluiu o sistema de som com ligação Bluetooth para telemóveis. Em estreia no mercado europeu, destaca-se o bloco de 2,2 litros com 163 cv de potência, mais 16% em relação ao antigo 2,0 litros de 140 cv. Disponíveis nos restantes mercados, seguem-se também as opções a gasolina, com um novo 2,0 litros (156 cv) – em substituição do 1,8 l de 150 cv - e o agora topo de gama de 2,4 l e quatro cilindros (170 cv). O facto é que o grupo Chrysler foi obrigado a aumentar a produção na fábrica de Illinois, em mais 10 mil unidades até ao final do ano, para dar resposta à enorme procura deste compacto, detentor de um dos mais eficientes níveis de consumo do seu segmento. Volkswagen Golf Variant Apesar da aposta na reformulação da sexta geração Golf, a VW parece ter optado por não arriscar tanto com versão Variant. A frente inspirada na versão hatchback (onde se destacam os grupos ópticos rasgados e uma grelha mais dinâmica) foi as- sociada à carroçaria antiga, apenas com alterações de monta na quinta porta, pára-choques traseiro – agora pintado da cor da carroçaria - e o vinco que liga os farolins. Partilhando a maioria das motorizações com o Golf, a Variant surge disponível em três versões (Trendline, Comfortline e Highline) e partindo de três motores: o TSI turbo de 1,4 litros a gasolina de 122 cv e as unidades turbodiesel de 1,6 e 2,0 litros (105 e 140 cv, respectivamente). A motorização mais económica é a opção 1.6 a diesel de 105 cv, com apenas 4,5 l/100 km. A outra unidade a diesel tem um consumo médio homologado de 5,0 l/100 km. Já os motores TSI gastam entre 6,0 e 6,4l/100 km. Todos os motores surgem equipados com caixas manuais de cinco ou seis velocidades, contudo todos eles poderão acoplar alternativamente uma caixa automática DSG de sete relações. No interior, a Variant ganhou um painel redesenhado mas muito parecido ao antigo, e praticamente igual às versões Golf de 3 e 5 portas. Saab 9-4X Anunciado inicialmente para o final de 2008, e na altura vítima da crise, o novo SUV da marca sueca surge a tempo de LANÇAMENTOS 22 Saab 9-4X Kia Magentis Após adiamento, SUV surge no fim do ano O arrojado facelift pode fazê-lo “subir de divisão” Skoda Yeti Nissan Cube Fabricante checo entra no segmento dos pequenos crossovers Formas invulgares versus apetite voraz a ajudar a aumentar o número de vendas e recuperar o seu peso no mercado mundial. Este novo e luxuoso compacto é a aposta num segmento lucrativo, onde irá esgrimir argumentos com o BMW X5 (de onde parece ter colhido alguma inspiração) e o Volvo XC90. Além disso, a inspiração no 9-3 faz-se notar por dentro, através do seu impressionante habitáculo, muito virado para o condutor, mas também por fora, numa frente e traseira similares ao irmão mais pequeno. O selo BioPower é uma tentativa de fazer deste 4x4 um off-roader com consciência ambiental. É possível optar por gasolina sem chumbo, bioetanol (E85) ou uma mistura de ambos, significando uma oferta de 300 cv a partir de um motor turbo de 2,0 litros. O sistema de condução XWD permite enviar a energia para as rodas traseiras a maior parte do tempo – e usa apenas as quatro quando necessário. Contudo, apesar da possibilidade acrescida de reduzir de 50 a 70% as emissões de CO2, a limitação de postos de abastecimento do bioetanol pode limitar as suas credenciais “verdes”. Skoda Yeti A partir de Novembro já estará disponível no mercado nacional o quinto modelo da Skoda, o Yeti. Apresentado ao público em Março, no Salão de Genebra, esta aposta da Skoda entretanto saída da linha de montagem da fábrica de Kvasiny, é proposta, numa primeira fase, com dois blocos a gasolina (1.2 TSI de 105 cv e 1.8 TSI de 160 cv) e o motor a diesel 2.0 TDi com vários níveis de potência (110, 140 e 170 cv). A transmissão DSG estará disponível na versão 1.2 TSI. O Yeti baseia-se na plataforma do Octavia e o sistema de tracção é o mesmo do Octavia Scout. Com um comprimento total de 4,223 metros, largura de 1,793 metros, altura de 1,691 metros, e distância entre eixos de 2,578 metros, o novo modelo da marca checa é proposto com tracção dianteira ou tracção integral permanente. Devido à sua envergadura e espaço, pode facilmente suportar cinco passageiros. A mala aguenta até 416 litros, que pode estender-se até aos 1760 litros quando rebatidos os bancos. Este modelo, que foi buscar a sua designação ao “abominável homem das neves”, representa uma excelente conjugação entre um forte 4x4 e um prático hatchback na linha de um Nissan Qashqai. Kia Magentis Na revolução estética do Magentis em 2009, destacam-se, sobretudo, as mudanças na frente, com uma nova grelha cromada e faróis mais bicudos. Já a traseira lembra a de um BMW. Certo é que, apesar de não poder concorrer com os “big boys”, este Kia tem porte e alguns argumentos para ombrear com propostas como o novo VW Golf, Citroën C4 ou o Ford Mondeo. Contudo, o preço mais elevado em relação ao anterior modelo, apesar do upgrade em potência do motor, agora disponibilizando 164 cv (em vez dos 145 cv) num bloco de 2.0 litros 16V, talvez possa ser dissuasor. Afinal, e apesar do sucesso que a marca coreana tem conseguido, sobretudo em terras americanas, estamos perante um carro com algumas condicionantes no mercado europeu. A começar pelo design interior algo ultrapassado e a qualidade dos materiais. Mesmo com a dimensão imponente, típica dos modelos para executivos, na prática a performance na condução, conforto e espaço podem não estar à altura dos rivais. De série, o Kia Magentis traz airbag duplo, travões com ABS e caixa automática. Oferecendo os já habituais 5 anos de garantia, sem limite de quilometragem, a Kia pode captar mais alguns clientes no difícil do velho continente. EV LEASEPLAN 210x149 4/22/09 11:51mercado AM Page 1 LANÇAMENTOS 23 Nissan Cube Após uma década de sucesso no Japão, que lhe valeram mais de 1 milhão de unidades produzidas, a variante europeia do Cube chega em Novembro ao mercado português com duas motorizações, incluindo uma diesel (1.5 dCi com 106 cv). Já a gasolina disponibiliza um motor com a mesma cilindrada e 111 cavalos de potência. Apesar do seu audacioso aspecto, o Cube parece estar a agradar sobretudo a consumidores de meia-idade, que o encaram como um “dispositivo móvel”, a um preço competitivo, num carro de características únicas. Da parte do fabricante japonês, este pequeno modelo parece reunir condições para o seu sucesso global. De tal forma que esta terceira geração (e mundial) do Cube teve a colaboração de engenheiros europeus e americanos. Erguido da plataforma do Micra, além das formas rectilíneas e uma ou outra assimetria apelativa, o que se destaca neste “cubo” é o interior espaçoso e chamativo. A funcionalidade e destreza garantidas são de tal ordem que, segundo a Nissan, este é um tipo de carro tão especial que irá atrair mesmo aqueles que não se interessam por automóveis. Desde Agosto deste ano que muitos economistas têm vindo a projectar cenários optimistas para a economia e para a indústria automóvel, concordando que o pior já passou, perante sinais de recuperação um pouco por todo o mundo. Os planos de incentivo fiscal ajudaram as vendas e aceleraram a produção. O corte de custos e o lançamento de veículos populares são também parte da solução. A crise anda de carro TEMA DE CAPA 25 Governos de vários países decidiram implementar medidas de incentivo para os construtores, especialmente na Alemanha, tendo a UE registado melhorias na compra de veículos desde Maio e Junho. Segundo um estudo Bank of America Securities-Merrill Lynch, a retoma da indústria automóvel será reflexo da reestruturação das economias desenvolvidas. Também nos EUA a crise obrigou as construtoras a pedirem ajuda ao governo para a manutenção das suas operações. O mercado americano estabilizou no segundo trimestre do ano, com um crescimento de 1%, por comparação com o trimestre anterior, ainda assim 32% inferior ao registado em período homólogo do ano passado, depois de, no dia 24 de Julho, o Congresso norte-americano ter aprovado o programa Car Allowance Rebate System, que oferece, ao longo de quatro meses, acesso a um crédito de 4500 dólares (cerca de 3061 euros) na troca de um veículo antigo por outro menos poluente. Jean-Michel Jalinier, que assumiu a liderança da Renault Mercosul em Maio, afirmou entretanto à Reuters que a empresa passa por um processo global de redução de custos, acentuado pela crise financeira internacional. Não obstante, a Renault lançou sete veículos nos últimos três anos e pretende reforçar a presença em alguns segmentos, como por exemplo nas pickups, além de reforçar a rede de concessionários, decisiva para novas conquistas. Nisto, desenvolvem-se outras perspectivas, nomeadamente na Europa, para a mobilidade sustentável nos próximos anos, sobretudo a partir dos profundos impactos da actual crise, que colocou General Motors e Volkswagen em xeque. Mas para os optimistas, até as crises trazem consequências positivas, como a possibilidade de se escutarem mais atentamente ideias menos convencionais e ortodoxas. Neste prisma, a discussão em torno da mobilidade sustentável parece não poder dissociar-se da mudança de paradigma quanto à forma como as pessoas se locomovem – o que poderá contribuir para a emergência de um novo modelo de sociedade. Defendem os estudiosos de ciência política, Weert Canzler e Andreas Knie, que o debate não se restringe ao tipo de combustível que moverá os veículos, abarcando inovações organizacionais e culturais de fundo, com a convergência de sectores que até agora não se comunicavam, adaptando modelos de negócios. Na visão de Canzler e Knie, a indústria automóvel deixará de vender carros, admitindo que essa já nem é a sua “praia”, mas sim o financiamento das vendas – que, conforme os autores, respondia por cerca de 70% do resultado económico das empresas até ao ano passado. Como um dos principais motores da economia mundial desde o pós-guerra, a indústria automóvel precisará de se reinventar novamente e quanto antes, já que a questão climática, a escassez de recursos não renováveis e os problemas de mobilidade nas grandes cidades exigem urgência. TEMA DE CAPA 26 Ambos os autores sugerem que as empresas de transportes públicos assumam e operem frotas de bicicletas e carros públicos como elementos centrais da mobilidade urbana do futuro. Do sector energético viriam, não só a oferta de novos produtos, mas novos modelos tarifários, e as tecnologias de informação encarregar-se-iam de articular, organizar, distribuir e racionalizar o transporte nas cidades. Novos incentivos aos abates anteciparam corrida à compra de automóveis Com alguns programas de incentivos já esgotados, como nos EUA e na Alemanha, e a maioria deles a terminar no final do ano, crescem os receios de uma nova queda de vendas em 2010. Em Portugal, um dos 13 países da UE que abraçaram este programa, o incentivo ao abate de veículos em fim de vida registou, em 2008, o número recorde de 36128 viaturas – mais 125,4% do que no ano anterior. No entanto, em Maio deste ano as vendas de carros continuavam em queda e as medidas tomadas pelo Executivo não eram suficientes. O Governo implementara um Plano de Apoio ao Sector Automóvel (PASA) mas os critérios apresentavam-se “demasiados exigentes” para as empresas, reiterava então Hélder Pedro, secretáriogeral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), apontando o “elevado grau de exigência nos rácios de solvabilidade e autonomia financeira” como entrave à adesão ao PASA. O aumento da despesa fiscal com os abates será, no entanto, contrabalançado com o fim da redução de Imposto Sobre Veículos (ISV), na aquisição de viaturas menos poluentes, previsto para 2009. A ANECRA critica “veementemente” as alterações nesta matéria, uma vez que o Executivo acabou com a redução de 500 euros no ISV para veículos a gasóleo com emissão de partículas inferiores a 0,005 g/km. O Ministério das Finanças prevê que, com o reforço dos incentivos, o número de veículos abatidos aumente 16%, batendo a marca das 42 mil unidades. Por seu lado, a ACAP considera ser difícil atingir esta meta e o secretário-geral Hélder Pedro alerta que, “se em 2010 não continuar a haver estes incentivos ao abate, que começaram mais cedo noutros países europeus, o mercado nem sequer irá estagnar, mas sim cair novamente”. Na gaveta continuam, para já, outras propostas da ACAP, como o alargamento do incentivo para abate à compra de veículos até dois anos e a suspensão temporária do Imposto Único de Circulação (IUC). Tal como verificado em países como os EUA ou a Alemanha, o reforço de incentivos em Portugal tem carácter excepcional, estando em vigor apenas até 31 de Dezembro. Na Alemanha, onde os incentivos adoptados em Fevereiro findaram a 2 de Setembro, faltavam ainda 4382 requerimentos para esgotar o fundo de cinco mil milhões de euros atribuído pelo Estado ao abate de veículos antigos na compra de carros novos. O prémio de 2500 euros gerou, no entanto, uma média de entrada de nove mil requerimentos por dia, tendo-se intensificado a entrega nos últimos dias, apontando um acréscimo nas vendas de 40%. Os especialistas temem que o prémio só tenha TEMA DE CAPA 27 servido para antecipar a decisão de quem pretendia comprar carro nos próximos tempos e que no próximo ano haja uma quebra nas vendas de cerca de um milhão de veículos. Ainda assim, as vendas de carros na Alemanha em 2009 deverão atingir os 3,7 milhões, graças ao prémio ao abate. A consultora Roland Berger estima que as vendas na Alemanha caiam mais de 20 por cento em 2010 e que até 90 mil empregos possam ser eliminados depois do Governo retirar a sua ajuda às vendas – cenário que poderia comprometer a portuguesa Autoeuropa (ver texto abaixo). Já nos EUA, o programa de abate de carros velhos também foi visto como um sucesso, apesar de ter terminado dois meses antes do previsto, a 24 de Agosto, porque se haviam esgotado os 2 mil milhões de euros previstos pelo governo dos EUA. O incentivo era de até 4500 dólares (3125 euros), oferecidos a quem quisesse trocar o seu carro por outro mais eficiente do ponto de vista energético, e denominouse “Cash for Clunkers” (Dinheiro por Sucata). As vendas dispararam, levando a General Motors, Ford e o grupo Chrysler a aumentarem os planos de produção, mas foi a Toyota quem mais vendas fez ao abrigo do programa subsidiado pelo governo norte-americano, com 19% dos 700 mil novos automóveis vendidos. Nos EUA, mais de 180 mil veículos acabaram no ferro-velho em apenas um mês, com benefício do meio ambiente. Apesar do “sucesso maior do que se imaginava”, segundo palavras do presidente Barack Obama, também quanto ao caso norte-americano há cépticos, considerando-se ainda cedo para dizer se há realmente uma retoma duradoura da indústria. Ironicamente, os quatro automóveis mais vendidos ao abrigo do programa são japoneses. Na direcção contrária, o Governo de Nicolas Sarkozy decidiu prolongar por mais dois anos o programa de in- centivo ao abate, em moldes ainda por definir. Entre os franceses continua viva a má experiência de 1996, quando o fim de um esquema de incentivos semelhante fez o mercado automóvel perder mais de 30 por cento. Antes mesmo da decisão francesa, vários especialistas e associações do sector automóvel na Europa e nos EUA alertaram para a necessidade de prolongar os programas de incentivos ou retirá-los gradualmente. Autoeuropa prudente quanto a programa de produção em 2010 Perante a recuperação do mercado automóvel, a Autoeuropa, que dá emprego directo a 3028 pessoas na fábrica de Palmela, anunciou em finais de Agosto o cancelamento dos quatro primeiros dias de lay-off previstos para Setembro e Outubro, com base em reflexos positivos nas encomendas da Volkswagen. Com capacidade instalada de 150 mil veículos por ano, a administração da unidade de Palmela já então advertia que o cenário de retoma devia ser “encarado com prudência”. A 21 de Agosto também a fábrica de componentes automóveis da Dura Automotives, na Guarda, suspendeu a redução temporária do horário de trabalho devido ao aumento de encomendas. A decisão de lay-off previa inicialmente a suspensão da laboração às quintas e sextas-feiras, mas, entretanto, os trabalhadores já laboram a tempo inteiro e recebem o vencimento na totalidade. Ainda que os incentivos de vários governos europeus à compra de viaturas novas esteja a resultar numa clara recuperação do mercado, nomeadamente na Alemanha, e que esta recuperação tenha reflexos positivos nas encomendas da Volkswagen Autoeuropa, o responsável admite que o comportamento dos consumidores possa não manter, em 2010, TEMA DE CAPA 28 a tendência positiva recente, depois de esgotado o período de vigência dos programas de incentivo. O tempo é de “realismo”, sendo necessário antecipar o próximo ano com todas as cautelas, esperando para ver como reagirão os consumidores e o próprio mercado. António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, reconheceu, no entanto, que no curto prazo a medida de incentivo governamental de Berlim “não terá implicações no programa de produção” estabelecido pelo construtor automóvel alemão em Portugal. A Norte, e pela positiva, as empresas do sector instaladas no cluster de Valença, que apoia a construção automóvel na Galiza, apresentam claros sinais de retoma e preparam-se para gerir mais de meio milhar de novos postos de trabalho, o que colocará novamente o concelho com taxas de desemprego residuais. Depois de a actividade industrial local ter batido no fundo no primeiro trimestre deste ano, o sector automóvel, dependente da Galiza, dá sinais de uma evolução positiva, especialmente com o surgimento do interesse de uma nova empresa espanhola em instalar-se em Valença, ao passo que a Dayco se prepara para alargar a sua unidade de produção – além de uma nova nave industrial, já concluída, por parte do grupo Antolin. Quedas nas vendas atenuadas por regimes de incentivos ao abate Em Junho deste ano, as vendas de carros novos na Europa estavam em queda há 13 meses, e apenas Volkswagen (VW), Fiat e Hyundai se mantinham acima da linha de água, enquanto GM, BMW e Toyota apresentavam quedas superiores a 8% em Maio, por comparação com o mês homólogo de 2008. No geral, o panorama era negativo e, se Áustria (+4,8%), Grécia (+5,1%), França (+11,8%) e Alemanha (+39,7%) contribuíam para atenuar a queda de 3,2% na Europa Ocidental, graças aos programas de incentivos à renovação de frotas, o cenário não se estendia à maioria dos países. Portugal, por exemplo, registava uma queda de 33,6% em Maio, o Reino Unido -24,8% e Espanha -38,7%. A quebra, reflexo da crise económica, acentuou-se no primeiro semestre deste ano, mas Augusto Bernardo, do gabinete de estatísticas da ANECRA, recorda ainda outros factores, como a reforma da tributação automóvel, nomeadamente o menor ISV, que é pago à cabeça. Neste caso, tornou-se mais atractiva a opção por carros novos. Também o IUC, pago anualmente, desincentivou a importação de usados, uma vez que os veículos importados com matrícula portuguesa desde 1 de Julho de 2007 passaram a pagar no mínimo 100 euros. Finalmente, em Julho, as vendas davam sinais de recuperação, e as três marcas de automóveis que mais venderam em Portugal – Renault, Ford e Citroën – estancaram as quedas desastrosas dos primeiros meses do ano, que superaram os 50%. A Renault Portugal justificou os números menos gravosos do primeiro mês do segundo semestre com o lançamento de novos modelos, como o Mégane, o Clio, o Scénic e o Mégane Sport Tourer. Já a Opel evoluiu em sentido oposto, apresentando quedas próximas dos 45%. A situação financeira da casa-mãe, a General Motors, em processo de falência, bem como a ausência de novos modelos, pode ter estado na base destes valores. A Toyota foi o único construtor a subir as vendas – nove por cento. Mas nem todos sentem a crise com a mesma intensidade. A Hyundai Motor Company registou um aumento de 25,1% nas vendas globais, por comparação com o mês de Agosto do ano transacto. O resultado decorreu dos benefícios fiscais implementados pelo governo coreano desde Maio, visando a substituição de veículos com mais de 10 anos. A estratégia da Hyundai Motor passa pela concentração de esforços no crescimento da quota de mercado mundial, aumentando o fornecimento de modelos económicos e funcionais suportados por adequadas campanhas de marketing de suporte aos mercados locais, além do lançamento de novos produtos em segmentos onde a procura é maior; nova identidade da rede de distribuição; introdução de maior flexibilidade na capacidade industrial na Europa; aumento das receitas vindas das frotas e uma maior notoriedade da marca. Os responsáveis coreanos crêem que a procura de veículos compactos com grande qualidade e elevado valor de retoma vai continuar. A Kia Motors Corporation anunciou vendas globais de 139656 unidades em Agosto - o que representa um aumento de 24,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. A marca obteve aumento nas vendas na China (21770 unidades, TEMA DE CAPA 29 crescimento de 104,9%), na América do Norte (44870 unidades, 55%) e na Coreia (25184 unidades, 8,1%). O modelo mais vendido este ano nos mercados externos foi o Cerato, do segmento C (conhecido como Spectra ou Forte). Por seu turno, a Audi AG começou também a apresentar sinais de crescimento das vendas em importantes pontos de venda, como Estados Unidos, China e Europa. Em todo o mundo, no mês de Agosto, a marca comercializou 65900 carros Premium, sofrendo uma baixa de apenas 2,7% por comparação com o mesmo mês do ano passado. De Janeiro a Agosto, o volume de vendas da Audi na Europa foi 7,5% inferior ao verificado no mesmo período de 2008 mas os responsáveis da empresa consideram que os números foram satisfatórios face à crise que se instalou. A Volkswagen vendeu mais de 3,12 milhões de carros até Junho de 2009 e está a caminho de fundir-se com a Porsche. Mas parece não haver fundo para a queda das acções da VW, que em 2009 já deslizaram 22,37%, enquanto o mercado vai recuperando – as 30 maiores empresas alemãs subiram mais de 10% no mesmo período. Nos primeiros seis meses do ano, as vendas do grupo que agrega marcas como Audi, Seat e Skoda não conseguiram evitar que os lucros caíssem quase 78% face ao período homólogo. Os mercados que mais sentiram o contágio da crise foram, nas contas da VW, a África do Sul, Reino Unido, Argentina, Índia, Japão e os EUA, todos com quebras superiores a 15% nas entregas de automóveis a clientes. Nas marcas, as piores notícias chegam dos construtores de luxo. A Bentley viu as vendas de unidades caírem para menos de metade das registadas nos primeiros seis meses do ano anterior, enquanto a Lamborghini e Bugatti venderam menos um terço de veículos. Nem fusões animam as bolsas Mas o grande golpe nas acções da Volkswagen pode ter sido dado pela notícia da fusão entre o maior fabricante de automóveis europeu e a empresa que eternizou o nome de Ferdinand Porsche, detentora de 50,75% do capital do grupo. O banco norte-americano Goldman Sachs acredita que a fusão, que deverá levar dois anos a consumar-se, será mais vantajosa para a fabricante do famoso 911. Assim, nem os números da fusão, que fará da marca Porsche a décima do grupo da Baixa Saxónia, parecem animar as bolsas. Apesar de Martin Winterkorn, presidente executivo do grupo que será também o novo líder da Porsche, ter anunciado que a empresa tem agora “o que é preciso para ser o número um na indústria automóvel”, o mercado reagiu mal às novidades. A Volkswagen espera cortar três mil milhões de euros de custos na junção com a Porsche e vai ter vendas de 6,4 milhões de veículos anualmente, que sairão do esforço de 400 mil trabalhadores. Além disso, a Qatar Holding, vai ser um forte accionista do novo formato do grupo, passando a deter 17 por cento e a ser o terceiro maior accionista, depois da Porsche e do Estado da Baixa Saxónia, de acordo com a empresa. Por outro lado, a longa e complicada negociação entre Magna International, General Motors, governo alemão e os trabalhadores, para decidir o futuro da Opel e da Vauxhall na Europa parece ter chegado ao fim. A construtora norte-americana decidiu vender 55% da subsidiária Opel ao consórcio entre Magna e o banco russo Sberbank, ao passo que a GM manterá 35% e os trabalhadores terão os restantes 10%. Os funcionários da Opel e da Vauxhall devem abrir mão de benefícios e concordar com cortes de custos significativos para a viabilização das operações na Europa, que se estendem à Alemanha, Reino Unido, Espanha, Polónia e Bélgica, somando 54500 pessoas. O entendimento envolve também o governo do Reino Unido, interessado em preservar empregos e instalações produtivas. Mas a crise parece não ter prejudicado a indústria automóvel da Rússia, onde três dos maiores construtores de automóveis e camiões podem unir forças. A nova empresa, que seria baptizada como Rosavto, contaria com a Avtovaz (responsável pela produção dos modelos da Lada), a marca de camiões Kamaz – que compete anualmente no Rali Dakar – e a fabricante de motores Avtodizel. A nova empresa poderá ser formada por quatro subsidiárias, responsáveis pela produção de veículos leves, camiões, motores e peças. O comando ficaria a cargo da Russian Technologies, conglomerado que actua em diversos sectores. Apesar de vista com bons olhos pela indústria, analistas financeiros condenam a fusão. Georgy Ivanin, do banco de investimentos Alfa Bank, afirmou que “não vê sinergia na união de um fabricante de automóveis com outro que produz camiões”. Note-se que, actualmente, a Renault detém 25% da Avtovaz, enquanto que a Daimler possui 10% das acções da Kamaz. Mais voltagem do que nunca O Salão Automóvel de Frankfurt, que decorreu entre os dias 17 e 27 de Setembro, somou cerca de 850 mil visitantes. Apesar da crise sentida na Europa, a 63.ª edição do evento somou 150 lançamentos e foi marcada pela aposta dos construtores em modelos “amigos do ambiente”. SALÕES 32 O maior salão automóvel da Europa foi inaugurado pela chanceler alemã Angela Merkel, que começou por visitar o stand da Opel, depois do aval do governo para a venda da filial europeia da General Motors à fabricante de peças canadiana Magna e ao banco russo Sberbank. Também o ministro alemão da economia, Karl-Theodor zu Guttenberg, visitou o certame, tendo trocado impressões com os executivos dos construtores germânicos, posando ainda para as fotos no interior de alguns carros. Com efeito, as grandes estrelas foram, naturalmente, os carros alemães, responsáveis por quase 70% dos lançamentos. Segundo o presidente da Associação da Indústria Automóvel Alemã, Matthias Wissmann, a importância da feira é inegável, ocupando o “primeiro lugar entre eventos do sector”. Em 11 dias, estiveram em exposição 82 modelos inéditos apresentados por 62 construtores nos 190 mil metros quadrados do centro de exposições Festhalle/Messe. Mesmo assim, o salão contou com menos expositores (as japonesas Nissan, Honda e Mitsubishi, por exemplo, não se apresentaram), numa quebra de 30% face aos números verificados na edição anterior. No entanto, Wissmann salientou que “nenhuma outra feira apresenta toda a cadeia de produção – de produtores a fornecedores”. O Salão de Frankfurt centrou-se em veículos de baixo consumo e automóveis eléctricos. Mesmo as marcas ditas de luxo, ou premium, exibiram “versões” verdes dos seus carros mais cobiçados. A BMW lançou o Vision, um híbrido equipado com dois motores eléctricos e um terceiro a diesel, e com a particularidade das portas ao estilo “asas de borboleta” – método de abertura de portas que surgiu, aliás, num outro veículo em destaque, o Mercedes-Benz SLS, o qual deverá ter igualmente uma versão híbrida no futuro próximo. A estrear Quanto a lançamentos, comecemos por alguns modelos menos inacessíveis como as duas estreias mundiais da Citroën, que comemorou este ano os seus 90 anos. Com a Creative Technology, a Citroën oferece a gama mais vasta de sempre, evidenciada pelas estreias do C3 e do primeiro representante da linha DS: o DS3 – duas novidades totalmente adaptadas ao desenvolvimento actual dos veículos do segmento. A concorrer com o C3, com o Honda Fit ou com o Opel Meriva, a Kia apresentou o monovolume Venga, somando pouco mais de quatro metros de comprimento, 1,6 metros de altura e distância entre-eixos de 2,615 metros. Este monovolume estará disponível na Europa no início de 2010 com motor 1.4 a gasolina de 75 cv e 1.6 a diesel de 115 cv. Por seu turno, o novo Opel Astra hatchback de cinco portas demonstrou um design elegante e moderno que deriva do mesmo conceito aplicado no Insignia, embora com uma in- Lexus LF-Ch terpretação diferente, estreando-se com uma gama de oito motores cuja média de consumo representa uma significativa melhoria de mais de 12% face à actual geração. O novo Astra traz para o segmento dos automóveis compactos muitas inovações em matéria de conforto e de segurança. Outra estreia foi a do novo Ford C-MAX, disponível em duas versões, prometendo estabelecer padrões de estilo no segmento dos veículos multi-actividades (MAV) compactos, assinalando uma evolução do elogiado “kinetic design”, da Ford. Pela primeira vez, os clientes de MAV da Ford poderão escolher entre o C-MAX de 5 lugares e o novo Grand C-MAX de 7 lugares, dotado de duas portas deslizantes e bancos inovadores, além de um conjunto de tecnologias avançadas, destinadas a melhorar o conforto, segurança e sustentabilidade, incluindo os novos e potentes motores a gasolina EcoBoost da Ford, de elevada eficiência e baixas emissões. Já a Alfa Romeo mostrou os primeiros dois motores MultiAir do MiTo – o 1.4 de 135 cv e o 1.4 de 105 cv, disponíveis para todos os actuais níveis de equipamento da gama. O Alfa Romeo MiTo 1.4 estreia a tecnologia MultiAir, desenvolvida e patenteada pela Fiat Powertrain Technologies. Posteriormente, será comercializado o 1.4 MultiAir Turbobenzina de 170 cv, que completará a gama de motores a gasolina do Alfa Romeo MiTo e que será proposto exclusivamente com o equipamento “Quadrifoglio Verde”. Aliado às motoriza- SALÕES 33 ções MultiAir, é lançado pela primeira vez na Alfa Romeo o “Start&Stop”. Outra novidade foi o mais emblemático modelo Saab, o novo 9-5, que irá ser comercializado a partir do início de 2010. Entre os luxuosos, notaram-se muitos coupés de quatro portas. Além do Panamera, da Porsche, a Aston Martin trouxe o Rapide e a Bugatti o inédito Galibier. A Bentley mostrou o Mulssane e a Rolls Royce apresentou o Ghost. Acima dos 300 km/h, a Mercedes-Benz revelou o SLS AMG, sucessor do SLR McLaren, como o desportivo por excelência da marca. A Ferrari não fez por menos e levou ao evento o 458 Italia, que substituirá o F430 como principal máquina da marca italiana. Este modelo chega com o motor exclusivo 4.5 de 8 cilindros com injecção directa de gasolina, sete velocidades e dupla embraiagem. Os 570 cv de potência levamno dos 0 aos 100 km/h em 3,4 segundos, a uma velocidade máxima de 325 km/h. Destaque também para o Porsche 911 Turbo, com um motor 3.8 de 6 cilindros que recebeu mais 80 cv em relação aos 420 cv da versão anterior, e para o Audi Spyder, já famoso pela aparição no filme Iron Man 2, com motor V10 5.2 (525 cv) e duas opções de caixa: manual de seis marchas ou automática R-tronic. O primeiro vai dos 0 aos 100 km/h em 3,4s e atinge 312 km/h, e o segundo chama a atenção pelos detalhes. Ligados à corrente Corria no pavilhão a ideia que nunca haviam sido vistos tantos carros eléctricos num mesmo local. De pequenos modelos como o e-up! (apenas disponível em 2013), da VW, ao desportivo e-Tron, da Audi – concept com um visual sci-fi equipado com quatro motores eléctricos de 313 cavalos que permitem acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,8 segundos; velocidade máxima limitada de 200 km/h e autonomia de 248 km. A Mercedes-Benz prometeu uma versão eléctrica do SLS AMG; a BMW revelou o Vision Efficient Dynamics (coupé com três motores – um diesel e dois eléctricos que somam 276 cv). Mas insista-se no Vision, que oferece uma potência de 356 cv e 800 Nm de par, consumindo apenas 3,76 l/100 km de gasóleo, atinge os 250 km/h e acelerar aos 100 km/h num tempo digno de super-desportivo: 4,8 segundos. A Renault, que não revelou qualquer modelo de produção, compensou a falha com quatro veículos eléctricos, todos conceptuais ainda, da linha Z.E, de “zero emission”. Tratam-se de protótipos da aliança com a Nissan que antecipam os modelos de série que chegarão em 2011. O mais curioso é talvez o Twizy, espécie de carro urbano de dois lugares e dimensões compactas cujo desempenho é semelhante ao de uma mota de 125 cc. Com capacidade para duas pessoas (uma na frente e outra atrás), chega a 75 km/h e tem autonomia de 100 SALÕES 34 VW L1 Audi e-Tron km. O Kangoo Z.E., por seu lado, antecipa a pequena carrinha eléctrica destinada a frotistas e utilizadores profissionais, com uma motorização eléctrica de 70 kW e binário de 226 Nm. Digno de nota, o Opel Ampera eléctrico, com capacidade para quatro pessoas e espaço para bagagens, é um automóvel familiar com o ADN do Astra e do Insignia, mas utiliza uma tecnologia revolucionária de propulsão eléctrica designada Voltec, recorrendo à electricidade como fonte de energia primária e à gasolina como meio para produzir electricidade. Os planos para a entrada em produção apontam para o final de 2011. A Opel vai lançar também em Janeiro de 2010 uma nova versão ecoFLEX do popular Corsa, cujas emissões de CO2 se fixam em apenas 98 g/km. Este será o primeiro Opel a baixar da barreira dos 100 g/km. O próximo passo na evolução da gama ecoFLEX de emissões extremamente reduzidas será dado pelo novo Astra, na Primavera, com uma versão de 109 g/km. A Opel mostrou ainda o novo Insignia de 130 cv, da linha ecoFLEX, capaz de aliar um consumo baixíssimo de 5,2 l/100 km a uma performance digna de registo graças aos 320 Nm de binário disponibilizados pelo motor turbodiesel 2.0 CDTI. Protótipos e invulgares O Volkswagen L1 é outro carro que poderia eventualmente figurar entre eléctricos, mas o facto de ser também pouco ortodoxo em vários aspectos confere-lhe acima de tudo a dimensão de protótipo. O L1 é, pois, um dos veículos mais económicos do mundo, “bebendo” 1,38 litros de diesel a cada 100 km, graças ao seu motor turbodiesel de dois cilindros, combinado com um motor eléctrico e sete mudanças. A leveza do veículo também ajuda na economia, em função da carroçaria de fibra de carbono, que contribui para o peso total de apenas 380 kg. O modelo BB1, da Peugeot, tem 2,5 metros de comprimento muito fáceis de estacionar, inclusivamente em posição perpendicular à via, salta à vista um aspecto cruzado de motociclo e carro. A condução é semelhante à de uma moto, com posição dos assentos mais vertical – possível graças à ausência dos pedais no piso. Incrivelmente, o BB1 é capaz de receber quatro pessoas e tem tracção 100% eléctrica, reinventa o automóvel em todas as suas dimensões. Num cenário onde os híbridos e os eléctricos conseguiram ser as estrelas também entre “bombas” e protótipos, falemos agora do Mazda MX-5 Superlight Version, em comemoração aos 20 anos do descapotável MX-5, o dois lugares mais vendido do mundo. O protótipo MX-5 Superlight mescla linhas futurista com um visual retro que não traz capota e nem pára-brisas. Sob o capot, tem o mesmo motor do modelo menos potente do MX-5: 1.8 litros, a gasolina, de 127 cavalos de potência. Nisto, enterrado aquando da queda do Muro de Berlim, há 20 anos, o carro comunista Trabant surgiu como versão eléctrica às mãos da empresa IndiKar em parceria com a Herpa, detentora da marca. O carro, produzido na Alemanha Oriental a partir de 1958, tem um motor eléctrico com potência equivalente a 63 cv e, segundo o fabricante, pode rodar 160 km com uma carga de bateria. Com algumas alterações de design em relação ao original, que vendeu mais de três milhões de unidades em 30 anos de produção, o Trabant nT é apresentado como carro-conceito, mas o fabricante está em busca de parceiros para transformá-lo num carro comercialmente viável, a lançar no mercado em 2012. Por fim, no segmento de luxo, estendeu-se a passadeira vermelha para o inovador protótipo Lexus LF-Ch, o primeiro compacto de luxo totalmente híbrido. A Lexus aplicou a sua inovadora tecnologia 100% híbrida, denominada Lexus Hybrid Drive, que permite uma condução praticamente silenciosa, com zero emissões e modo totalmente eléctrico a baixas velocidades. A aceleração é linear e dinâmica, mas extraordinariamente suave. O LF-Ch combina dimensões exteriores compactas de hatchback com 5 portas, criando a impressão de um coupé dinâmico. O design interior é futurista, com um tablier assimétrico e Remote Touch. Walter Lamego ADMINISTRADOR DA MCOUTINHO COLISÃO Em contra-ciclo, e prevendo um crescimento do seu negócio na ordem dos 8% para este ano, a MCoutinho Colisão considera que, mais do que uma política comercial isolada, a oferta deve ser adaptada em termos de serviços. Esta empresa de reparação de sinistros, pintura e recondicionamento de viaturas sente que a LeasePlan é o parceiro ideal, pois há mútua compreensão das expectativas e necessidades. ENTREVISTA 37 Que tipo de serviços presta a MCoutinho Colisão? A MCoutinho Colisão opera no negócio da reparação de sinistros, pintura e recondicionamento de viaturas. Temos procurado centrar a nossa estratégia no desenvolvimento de um serviço perfeitamente orientado para as necessidades do cliente. É nossa missão oferecer um serviço completo e integrado, aspectos que nos permitem evidenciar as vantagens que o cliente pode usufruir connosco, face à reparação efectuada num operador designado por “tradicional”. A viatura de substituição, a rapidez no início da reparação e de todo o “timing” em termos de processo – possível através do estabelecimento de canais de comunicação privilegiados com as seguradoras – são exemplos do valor que conseguimos criar na oferta do serviço da MCoutinho Colisão. Que balanço faz da relação com a casa-mãe MCoutinho? O nosso negócio está integrado num Grupo que conta com mais de 50 anos de experiência na distribuição automóvel, actualmente representa 17 marcas de veículos, com uma oferta de produtos e serviços alargada a todos os segmentos do negócio. Estes factores são uma permanente alavanca do negócio e reforçam permanentemente a nossa ambição. Refira-se que a MCoutinho Colisão conta já com 20 anos de actividade, tendo sido a primeira área de negócio do Grupo a ser alvo de uma política de centralização e de especialização. Consideramos que o pioneirismo com que desenvolvemos esta actividade tem contribuído para manter uma dinâmica de permanente inovação – e, de facto estes são também aspectos que pertencem ao código genético MCoutinho. O Grupo tem prosseguido uma política de desenvolvimento sustentado do negócio, tendo ao longo dos últimos anos concretizado o arranque de novas empresas. Estas circunstâncias vêm gerar novas oportunidades para o negócio, através da abertura de novos Centros de Colisão. Qual é o perfil dos vossos clientes? Como já referi anteriormente, o nosso esforço tem sido orientado para a concretização de uma oferta de serviços integrados, mas também adaptados às diferentes necessidades do cliente. Nesse sentido, podemos afirmar que a nossa oferta está particularmente adaptada para uma grande parte do mercado, nomeadamente, para viaturas ligeiras e comerciais ligeiras, independentemente da marca, com idade compreendida entre os 0 e os 10 anos. Apesar da conjuntura menos favorável no mundo automóvel, o vosso negócio está em contra-ciclo. Até onde prevêem crescer? O nosso negócio depara-se com constrangimentos acentuados e permanentes. São exemplo disso a tendência da redução de sinistralidade e o aumento da idade média do parque automóvel. Associado a este aumento, verifica-se a desvalorização das viaturas, com sérias implicações no crescimento do volume das perdas totais. É neste sentido que se torna ENTREVISTA 38 relevante a oferta de uma solução de reparação multimarca e com soluções de custo para além da marca. Terminámos 2008 com mais de 14.000 reparações e perspectivamos para 2009 um crescimento na ordem dos oito por cento – estes são números que muito nos entusiasmam. Pensamos que os resultados que temos conseguido atingir evidenciam que estamos realmente com propostas adequadas às necessidades dos nossos clientes, o que nos permite posicionar em contra ciclo com o mercado. Mais do que servir uma quota de mercado, até que ponto tencionam crescer? A definição da nossa política de crescimento e dos objectivos para o nosso negócio advêm da resposta às necessidades dos clientes. Entendemos que só com muita atenção ao mercado e a estas necessidades é que poderemos ter objectivos de crescimento sustentáveis – é assim que pretendemos prosseguir. Quanto à relação com a LeasePlan, qual o historial da vossa parceria? O nosso relacionamento comercial com a LeasePlan conta já com alguns anos de experiência, o que nos permitiu perceber as respectivas verdadeiras necessidades – sem dúvida com objectivos e necessidades específicas para as suas viaturas e clientes. Fomos ao longo da nossa convivência profissional assumindo e ultrapassando desafios vários, que julgo ter permitido cimentar e crescer o nosso envolvimento com este cliente de dimensão considerável. Qual o vosso modelo de fidelização para um cliente com o peso da LeasePlan? A fidelização de um cliente passa sobretudo por compreendermos as suas expectativas e as suas necessidades. Independentemente da importância da LeasePlan, no que se refere ao volume de reparações, é imperativo agir sobre essas mesmas expectativas e necessidades. Desta análise resulta a configuração de uma oferta adaptada em termos de serviços pretendidos e de um princípio de parceria – mais do que uma política comercial isolada. Ao abrigo desta parceria temos vindo a evoluir na definição de objectivos quantitativos claros que nos permitem efectuar uma optimização de custos e consequentemente da nossa política de preços, repercutindo a vantagem para o nosso cliente. Quais são os projectos, parcerias e perspectivas de negócio até ao final do ano? Há uma estratégia de internacionalização ou é incompatível com o vosso core business? Os nossos projectos centram-se no fundamento essencial da oferta da MCoutinho Colisão – qualidade de serviço e competitividade. É com estes dois vectores que poderemos ambicionar a manutenção da confiança dos nossos clientes e parceiros, assegurando o crescimento sustentado do nosso negócio. Acredita que as frotas têm vindo a liderar uma espécie de revolução ecológica no parque automóvel mundial? Qual é a vossa expectativa em termos de introdução de veículos “verdes” nos próximos tempos? A revolução ecológica no parque automóvel é de facto um tema que está na ordem do dia. A subida de preços dos combustíveis verificada em 2008 no mercado internacional despertou novamente esta preocupação – desde essa altura assistimos à intensificação do desenvolvimento de novos produtos automóveis e soluções alternativas aos combustíveis tradicionais, por parte da generalidade dos fabricantes. O mercado europeu irá certamente acolher essas soluções com agrado, até porque os consumidores valorizam o factor novidade. O nosso país tem evidenciado a importância desta concretização, nomeadamente através do desenvolvimento de projectospiloto na área de abastecimento de viaturas eléctricas. Sabemos também que o sucesso desta revolução ecológica dependerá em grande parte da questão central para a generalidade dos consumidores – o custo que estas novidades vão implicar. E quando falamos das frotas das empresas e instituições, temos noção de que os custos, a par das garantias funcionais e de mobilidade, constituirão factores determinantes na decisão de compra. Por isso, acredito que o mercado poderá oferecer soluções interessantes para os consumidores, para que estes possam aderir a essa revolução ecológica. O Grupo acompanha e perspectiva as evoluções e os desafios do mercado, também neste sector do ambiente. Como operador especializado na área da reparação, a MCoutinho Colisão incorporará as necessárias implicações no serviço que oferecemos, com o objectivo de podermos servir o cliente sempre com excelência. ENSAIO 40 Requintada e com um toque de charme tipicamente francês, a nova carrinha da marca parisiense não se quer restringir à preferência das famílias. ENSAIO 41 Mégane? Oh-Lá-Lá! Renault Mégane Sport Tourer 1.5 dCi Dynamique S 110 cv 5p ENSAIO 42 Os ventos sopram de feição para os lados de BoulogneBillancourt, nos subúrbios de Paris, sede da Renault. O motivo para tanta algazarra dá pelo nome de Mégane Sport Tourer, reforço de luxo para o gigante automóvel presidido por Carlos Ghosn. Este veículo vai ocupar o espaço do segmento familiar, sem descurar um toquezinho de ousadia e desafio. Com 110 cv e uma velocidade máxima de 190 km/h, vai ser preciso mão-de-ferro para travar os instintos aventureiros de quem, mesmo numa banal viagem de trabalho ou negócios, tem à sua disposição – para total entretenimento – uma temível fera das estradas. Com todos estes predicados, cheira a dinastia. Em 2008, a break do anterior Mégane já tinha garantido a preferência dos consumidores, ao ser a mais vendida no segmento das carrinhas familiares compactas. E quando as anteriores versões (a berlina, o coupé e os monovolumes Grand Scénic e Scénic) têm a qualidade e a aceitação das massas, então é porque estamos mesmo perante um caso sério de popularidade. Carros com um conceito predominantemente familiar já não se querem apenas utilitários, sem pinga de emoção ou beleza no design. As linhas fluidas do Mégane Sport Tourer são de cortar a respiração, de uma beleza clássica e uma estética inabalável. Motivo, pois, para um conselho: a carrinha não é recomendável a corações fracos, susceptíveis de largar tudo em nome da paixão por umas hipnóticas quatro rodas. A bagageira mais ampla do segmento Logo à primeira vista destaca-se a sua dinâmica e agilidade. De imediato, e numa primeira avaliação diferenciadora do modelo anterior, o destaque visual vai inteirinho para o tejadilho mergulhante e as ópticas traseiras bem salientes e agressivas, incomuns para uma carrinha familiar, mas que comprovam na perfeição que o objectivo dos responsáveis franceses é agradar a um público bem mais abrangente. Nes- te caso, é curioso efectuar uma rápida comparação com os principais concorrentes e verificar as evidentes vantagens do Mégane. O Volkswagen Golf Variant sofre dos males de usar a imagem do Golf V – a nova geração da carrinha alemã só será comercializada mais para o final do ano, pelo que é ainda uma incógnita. Já o Volvo V50, mesmo com a palavra qualidade escrita em cada cm2 da chapa deste veículo sueco, torna-se demasiado austero no seu design, o que contrapõe ao espírito jovial da wagon da Renault. O novo design tem como consequência a diminuição do espaço interior, mais concretamente na bagageira. Em relação ao anterior modelo, esta perdeu 30 litros, para os actuais 491 litros, ainda assim o volume mais generoso, quando comparado com os seus concorrentes directos. Como grande virtude, o baixo plano de carga facilita o acesso ao seu interior, fundamental quando é necessário carregar volumes mais pesados. Para quem necessitar de ainda mais espaço no interior do habitáculo, o rebatimento dos bancos traseiros, e inclusivamente do banco dianteiro do passageiro, possibilita aumentar a capacidade de carga para valores na ordem dos 1600 litros. E como todos os pormenores não podem ser descurados, foram instalados debaixo da mala dois espaços suplementares. Aqui fica um conselho: este é o espaço adequado para arrumar o colete de segurança, em detrimento do inestético hábito de o colocar sob o banco do condutor. Com o Mégane todos os centímetros são aproveitados, garantindo zonas de arrumação para todos os gastos, desde o porta-luvas, às bolsas das portas e das costas dos bancos dianteiros, inclusivamente na consola central e nos alçapões que se encontram aos pés do condutor e do passageiro da frente. Entre tantas alternativas, são mais 25 litros à disposição. Um interior que se quer amplo As atenções viram-se agora para o habitáculo. Sem grandes ENSAIO 43 novidades para além da melhor qualidade dos materiais, o banco do condutor tem várias regulações possíveis, de acordo com as preferências de cada um. O volante é igualmente regulável, para além de ergonómico. Já quanto ao painel de equipamentos, sem ser a última maravilha que a Renault tem para mostrar, está longe de uma qualquer consola draconiana, que apenas inclui o essencial, sem margem para a pose artística. As duas secções na parte inferior da consola são de fácil manuseamento. Cheio de pequenos truques e engenhocas, o Mégane permite que o travão de parqueamento assistido seja activado electricamente quando o motor é desligado e desactivado com o arranque do veículo apenas por força de uma pequena pressão no pedal do acelerador. A nova menina dos olhos franceses possui ainda um cartão de abertura mãos-livres, que funciona como chave para acender os faróis à distância. É constituído ainda um dispositivo que tranca automaticamente as portas quando o condutor se afasta uma certa distância do veículo. Quanto aos restantes ocupantes, nada têm que recear; a liberdade para as pernas não sofreu quaisquer alterações em relação ao anterior modelo, que é como quem diz, vão sentir-se à “grande e à francesa”. Apenas a altura traseira se ressentiu, fruto do já salientado tejadilho em curva descendente à retaguarda, um handicap no acesso à segunda fila, mesmo que esta opção beneficie a imagem mais desposrtiva da wagon. Mas o tablier também apresenta alguns defeitos que importa referir. Desde logo, destaca-se pela polémica, pois ao mostrador analógico de contra-rotações junta-se um painel digital para o manómetro central – que tem como objectivo melhorar a leitura e controlo visual da velocidade. É provável que este ponto referente à mistura do digital com o analógico levante alguns anti-corpos e críticas por parte dos mais puristas e de quem defende acirradamente que “cada macaco no seu galho”. Outra falha apontada prende-se com a luz do mostrador central que, quando ligada à noite, quase ofusca. É necessário utilizar o reóstato para a regular, pormenor pouco digno quando se fala numa das melhores wagon do mercado. Viajar à vontade num labirinto de estradas O sistema de som é outra pequena maravilha a reter. O RadioSat Classic possui uma potênciade 80W, e integra quatro altifalantes, um conector RCA e um leitor de CD – compatível com MP3. Se a preferência passar pelo topo de gama, então a proposta da Renault vai para o 3D Sound by Arkamys. É ainda possível ouvir as músicas armazenadas num leitor portátil ou telemóvel. Basta efectuar a ligação USB ou bluetooth a dispositivos externos instalados na consola central. Indispensável nos dias de hoje, em que tempo é dinheiro e já ninguém dispensa um sistema de navegação capaz de evitar Características Técnicas MOTOR Traseira: eixo semi-rígido Tipo: 4 cilindros em Barra estabilizadora linha Diesel, transversal, frente/trás: sim/não dianteiro Cilindrada (cc): 1461 DIMENSÕES, PESO E Diâmetro x curso (mm): CAPACIDADES 76,0x80,5 Comprimento/ Taxa de compressão: Largura/Altura (mm): 15,2:1 4559/1804/1468 Potência máxima Distância entre eixos (cv/rpm): 110/4000 (mm): 2701 mm Binário máximo (Nm/rpm): Vias frente/trás (mm): 240/1750 1468/1501 Distribuição: 1 v.e.c. 16 Capacidade do depósito válvulas (l): 60 Alimentação: Injecção Capacidade da bagageira directa common-rail (l): 491 Sobrealimentação: Turbo + Peso (kg): 1320 intercooler Relação peso/potência (kg/cv): 12,0 DIRECÇÃO Jantes de série – pneus Tipo: Pinhão e cremalheira de série: 7 1/2Jx17´´ – Assistida: Sim 205/50R17 Diâmetro de viragem (m): 11,0 PRESTAÇÕES Velocidade máxima TRAVÕES (km/h): 190 Dianteiros (mm): Discos Aceleração 0 – 100 km/h ventilados (280) (s): 10,8 Traseiros (mm): Discos Consumos (l/100 km) maciços (260) Extra-urbano/Combinado/ ABS: Sim Urbano: 4,2/4,8/5,8 Emissões de CO2 (g/km): TRANSMISSÃO Tracção: Dianteira Caixa de velocidades: manual de 6+ma SUSPENSÕES Dianteira: McPherson 126 ENSAIO 44 Custos de exploração PVP Locação Manutenção Seguro Imposto & Pneus Circulação Renda Mensal 12 meses/30,000 Km 27375,99 796,21 30,36 91,73 29,23 963,06 24 meses/60,000 Km 27375,99 525,26 85,45 91,73 22,24 741,39 36 meses/90,000 Km 27375,99 432,64 107,53 91,73 20,07 669,04 48 meses/120,000 Km 27375,99 393,86 105,27 91,73 19,11 627,20 4pneus por cada 40,000Km *Todos os valores têm IVA incluído que o mais distraído se perca em labirínticas estradas e ruas, a Renault propõe como extra o Carminat TomTom, opcional que tem um valor um pouco inferior a 500 €, perfeitamente acessível, se comparado com a generalidade destes equipamentos. As informações deste poderão ser actualizadas através da internet, bastando para tal recarregar o seu cartão de memória SD. O condutor terá acesso a tudo, desde mapas bastante detalhados, informações de trânsito, limites de velocidade, pontos turísticos para quem vai em viagem de férias, tudo de fácil acesso e execução. E não diga a ninguém, mas esta tecnologia transmite inclusivamente um alerta de radar nas imediações. Tudo isto num ecrã de 5,8 polegadas. Para quem as engenhocas contam, e muito, na escolha de um automóvel, terão igualmente à disposição o Carminat Bluetooth DVD, um topo de gama entre os sistemas de navegação. Entre as principais características pode-se destacar o comando central, o mapa cartográfico da Europa, ligação ao telemóvel através do bluetooth e reconhecimento vocal para as funções de navegação. Novas motorizações a somar ao popular 1.5 Quanto aos motores, desde logo se destaca a manutenção do silencioso bloco de base 1.5 dCi, disponível para a potência de 90 e 110 cv e com um consumo médio anunciado de 4,8l/100km – isto ao nível dos turbodiesel, com as emissões de CO2 a atingir os 126g/km. Estes são os números oficiais, que depois na prática os valores aumentam, de acordo com condução e as condições em que esta se efectua. A fiabilidade e rentabilidade do 1.5 dCi fizeram deste um dos principais motivos para o sucesso do anterior modelo. No mais, e sem estar fadado para grandes velocidades, a verdade é que a qualidade do chassis e o equilíbrio entre conforto e eficácia em curva permitem viagens excitantes, com o pedal do acelerador a poder ser utilizado até ao seu limite. Mas atenção com os excessos! Para evitar entusiasmos desmesurados, ao volante deste ondulante Mégane, o ESP permanente actua sempre que necessário, o que dá pouca margem de manobra ao condutor. A ajudar a todo este cenário de requinte, a suspensão e a direcção são extremamente dinâmicas. Um must de suavidade e conforto, como se a estrada não passasse de um aglomerado de fofas nuvens ou, em alternativa, um tapete persa bem liso. Mas também há que apontar algumas críticas. A mais evidente, e para tal basta olhar atentamente para a traseira do Mégane, prende-se com a visibilidade e dimensão reduzida do óculo. Motivo para levar em alta consideração a adopção de sensores de estacionamento (que é um opcional) que facilitem esta manobra. Quanto ao registo em estrada, o 1.5 dCi nem sequer é particularmente rápido a desenvolver o seu motor e atingir os 100km/h, quando comparado com os seus adversários mais directos; mas a sua capacidade de travagem compensa qualquer pequena decepção quanto ao ligeiríssimo défice de velocidade. Sumário de uma carrinha familiar Para quem soma todas as contas e analisa ao pormenor os gastos com o seu carro, importa frisar a baixa carga fical que acompanha o Mégane Sport Tourer. Garantia de competitividade comercial, os consumos reduzidos e as excelentes prestações são as grandes armas que os franceses oferecem quando o dinheiro fala mais alto. As boas notícias não se restringem à beleza visual ou à performance da máquina em plena estrada. Tal como vendo sendo a regra, as questões referentes à segurança activa e passiva são fundamentais para o sucesso de vendas, em particular quando o segmento de mercado preferencial é o familiar. Neste caso, não há que recear, pois a nova coqueluche francesa adoptou todas as resoluções e desenvolveu os aspectos técnicos que permitem a esta wagon a obtenção da nota máxima nos testes EuroNCAP. Por 23.375,99 €, a versão Dynamique S do Mégane Sport Tourer promote dar que falar em Portugal, e não apenas entre as famílias. As suas características e design são perfeitas para que muitos se apaixonem pela aposta da Renault. ENSAIO 46 Pusemos à prova o primeiro 4x4 do mercado com a tecnologia stop/start. Tal sistema inteligente faz deste o Land Rover mais ecológico até à data. ENSAIO 47 O bom gigante Land Rover Freelander Td4_e Stop/Start 2.2 MY10 160cv 5p ENSAIO 48 Características Técnicas Motor Peso máximo rebocável – Cilindrada: 2.179 cc sem travões: 750 kg Diâmetro X curso: 85 mm Capacidade máxima de X 96 mm – 4 cilindros em carga (incluindo Condutor linha 75 kg) = 550 kg Relação de compressão: 16,5:1 Prestações e Potência máxima: 118kW consumos (160cv) /4000rpm Velocidade máxima: Binário máximo: 181km/h 400Nm/2000rpm Aceleração: 11,7seg dos Sistema de injecção 0-100km/h commom rail 3 Consumo urbano: Caixa manual de seis 8,5l/100km velocidades Consumo extra-urbano: 5,7l/100km Direcção Consumo combinado: Tipo: Assistida de pinhão 6,7l/100km e cremalheira Emissões CO2: 179g/km Volante: 2,6 ajuste em Capacidade útil do altura de série depósito de combustível: Diâmetro de viragem: 68 litros 11,3 m Ruído de rolamento: 73dB Jantes e Pneus Dimensões Em liga leve de 16’’ com 5 Altura ao solo: até 210 raios duplos – 215/75 AT mm Espaço máximo de carga Travões – bancos rebatidos: 1670 Dianteiros: discos litros ventilados (300 mm) Espaço máximo de carga Traseiros: discos sólidos – bancos na posição (302 mm) normal: 405 litros Largura: 2005 mm com Pesos espelhos recolhidos Tara: desde 1775 kg Altura: 1740 mm Peso bruto: 2505 kg Distância entre eixos: Peso máximo rebocável – 2660 mm com travões: 2000 kg Comprimento: 4500 mm Os jipes nunca foram propriamente conhecidos pela eficiência do seu consumo, ao nível dos combustíveis, taxas e portagens. Contudo, a segunda geração Freelander, apesar de (ainda, infelizmente) presa ao pagamento de portagens de um classe 2, abre caminho a uma atitude responsável para este tipo de viaturas. O investimento superior a 800 milhões de euros em tecnologias sustentáveis por parte da Jaguar e Land Rover não deixam margem para dúvidas sobre a opção “verde” deste fabricante, começando no novo Freelander o combate às emissões de CO2. O TD4_e representa a primeira aposta na inclusão de elementos do programa de engenharia sustentável “e_TERRAIN TECHNOLOGIES” da Land Rover. Deste, é parte decisiva a introdução do stop/ start de origem, sem aumento de custo associado, em todos os modelos de caixa manual a diesel, contribuindo para uma economia geral até 20% e uma redução 15g/km nas emissões - ou seja de 8%, permitindo-lhe atingir os 179g/ km, sem afectar o desempenho. Potente e eficiente Apesar de simples, este sistema de paragem e arranque é mais “inteligente” do que à primeira vista possa parecer. Utiliza sensores que desligam o motor quando paramos o carro e o colocamos em ponto morto, arrancando novamente sempre que pisemos a embraiagem, prontos para iniciar a marcha. É verdade que é necessário à maioria dos condutores adaptarem o seu estilo de condução para poderem tirar partido desta tecnologia, pois é fundamental disciplinarmonos para usar o ponto morto com regularidade – principalmente tendo em conta o intrincado trânsito citadino. No entanto, este esforço compensa na factura final a quem perde muito tempo no “pára-arranca”. O uso do stop/start é apenas anulado em situações excepcionais (com o intuito de deixar o motor funcionar até estar disponível mais potência na bateria): se a bateria se encontrar com pouca carga, se o controlador climático estiver em esforço, caso a temperatura desça dos quatro graus ou suba mais do que os 25, ou se a viatura operar num dos modos de “terreno especial”, fazendo uso da tracção. Esta versão ecológica do Freelander conta ainda com uma luz indicadora de mudança de velocidade (aconselhando a engrenar uma mudança superior), um novo software de transmissão e pneus de baixa resistência ao rolamento, factores decisivos para atingir os impressionantes 6,7l/100 km de consumo combinado – uma redução de 0,7 litros em cada 100km em relação à primeira versão. Mas que não restem dúvidas sobre a excelente resposta que oferece o motor 2.2 e os 160 cv deste compacto de luxo. Disponível desde meados deste ano, o Freelander parece não desconhecer qualquer tipo de terreno e não desilude nem ENSAIO 49 um pouco quem aprecie a precisão e potência do modelo original. Portanto, esta tentativa de cortar nas emissões resulta num redundante sucesso que nos faz esperar ansiosamente pela próxima tecnologia de ponta a levar a cabo pelo construtor de Solihull, Inglaterra. Atrevemo-nos a afirmar que a partir de agora, graças ao novo Freelander, o futuro se tornou mais risonho para os SUV. Preparado para tudo No interior o espaço é amplo, a qualidade é elevada, o equipamento convincente e o posto de condução absolutamente delicioso. Este último é, de resto, uma das principais maisvalias do habitáculo, permitindo uma visibilidade ampla e uma maior sensação de controlo da viatura. O capítulo da segurança merece também particular ênfase, sobretudo em virtude dos travões ABS, Controlo Electrónico de Tracção e do sistema inteligente 4x4. Qualquer um destes ingredientes são decisivos para o condutor evitar situações de perigo. Perante a quantidade de equipamento de protecção à disposição não restam dúvidas que estamos perante um verdadeiro Land Rover. Alguns dos mais sofisticados sistemas de segurança e tecnologia do mercado, comprovados pelos exigentes testes do Euro NCAP em 2007, fizeram do novo Freelander o primeiro veículo do seu segmento a obter a classificação máxima. Estes equipamentos incluem ainda 7 airbags, o novo sistema de Controlo de Estabilidade da Inclinação, Distribuição Electrónica da Força de Travagem, Travagem Assistida de Emergência, Controlo de Travagem em Curva e o Controlo de Estabilidade Dinâmica (que auxilia o condutor a manter o controlo do veículo em situações de perda de tracção). O sistema Terrain Response, que tivemos a felicidade de experimentar, encontra-se ao alcance de um pequeno comando e permite, sem esforço, alterar o tipo de condução (condução geral; relva/gelo/neve; lama e trilhos; areia) maximizando as capacidades absolutas da viatura. Mas não convém esquecer que na base da magní- fica combinação de eficiência e desempenho está também a introdução de tecnologias inteligentes menos visíveis como o módulo de qualidade da tensão eléctrica, sistema de monitorização da bateria, sensor de vácuo do sistema de travagem e o sistema de ar condicionado automático maximizado. A adição de um motor de arranque maximizado, nova roda de coroa, volante de massa dupla e a bateria AGM (electrólito absorvido) são ainda aspectos que contribuem para uma durabilidade sem compromisso desta novidade. De série tirámos partido de uma caixa manual de velocidades de 6 relações, faróis de halogéneo, espelhos exteriores com ajuste eléctrico, computador de bordo com centro de mensagens, a tomada auxiliar áudio para dispositivos MP3, entre outros. À parte disso, o excelente sistema de ar condicionado, os revestimentos e qualidade dos bancos dian- ENSAIO 50 Custos de exploração PVP Locação Manutenção Seguro Imposto & Pneus Circulação Renda Mensal 12 meses/30,000 Km 44260,81 1930,98 57,60 113,06 40,89 2156,12 24 meses/60,000 Km 44260,81 1169,83 125,07 113,06 31,14 1454,32 36 meses/90,000 Km 44260,81 912,3 161,07 113,06 28,09 1230,25 48 meses/120,000 Km 44260,81 793,49 168,55 113,06 26,73 1117,79 4pneus por cada 40,000Km *Todos os valores têm IVA incluído teiros e traseiros não deixam margem para grandes dúvidas que nos encontramos perante uma viatura de luxo. No entanto, apesar da excelente capacidade de carga, até 1670 litros (possível com o rebatimento dos bancos) o único ponto negativo que demos conta é o espaço e praticabilidade dos ocupantes do veículo que são, por vezes, relegados para segundo plano. Além disso, foi com muita pena nossa que só pudemos apreciar um pack de extras mais reduzido, ainda assim com um volante em pele com controlos do excelente sistema de som e cruise control incluídos e um rádio com caixa de 6 CD e 6 altifalantes. Alguns dos opcionais disponíveis na versão “_e” incluem navegação por satélite com DVD, filtro de partículas diesel, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, tecto de abrir, vidros fumados e pintura metalizada. Irresistível fora da estrada O modelo que tivemos o prazer de conduzir foi um vistoso branco “alaska”. Deparámo-nos com a quase improvável mistura do requinte de uma berlina que “acumula funções” com um 4x4 de topo. Na cidade pudemos constatar que é ágil, dinâmico e confortável. A resposta é excepcional, fican- do a sensação que há mais cavalagem para puxar sempre que for necessário. A maleabilidade da viatura sofre um pouco em curva, de resto como todos os veículos com estas características – o mesmo acontece, por exemplo, com o seu principal rival o Honda CR-V i-CTDi. Mas nada impeditivo de desfrutar da condução com um refinamento enorme e que transmite a confiança necessária para arriscar, com segurança, em qualquer tipo de piso e condições climatéricas. O facto é que o atraente e inspirado design frontal deste revolucionário e avançado Land Rover, aliado a um interior que é o de um verdadeiro habitáculo premium e o seu alto nível de conforto não comprometem a sua principal qualidade, a tracção em terra batida. Bem mais convincente offroad, este robusto Freelander 2, mesmo assim, demarca-se da concorrência sobretudo devido ao sistema “eco” que lhe permite baixar os consumos sem beliscar as performances, num futuro que parece muito mais “verde” para este famoso fabricante. Se para muitos esta gama é uma espécie de parente pobre da Land Rover, e que vive à sombra dos irmãos Range Rover e Discovery, a verdade é que o Freelander e o seu recente selo ecológico podem ajudar a puxar a marca britânica desta recessão. De referir que o Freelander é o primeiro SUV a conseguir a certificação completa de Veículos em Fim de Vida, relativa à homologação de veículos a motor, no que diz respeito à sua potencial reutilização. Ou seja, 85% dos componentes serão reutilizados ou reciclados, com mais 10% em massa reutilizável e/ou reciclável. Na hora de comprar, em caso de dúvida, recomendamos a escolha de uma versão a diesel, tal como a que testámos. Além de mais económica face à versão a gasolina, as emissões reduzidas fazem todo o sentido quando nos referimos a um carro de empresa e, no final, os preços são também mais em conta. Independentemente disso, entendemos que, apesar de caro, este Freelander vale o peso do seu investimento. PROCURA O MELHOR? www.europcar.pt Um carro de luxo para um dia especial, outro para umas férias em família ou uma carrinha comercial para mudanças: na Europcar encontra o que procura. Todas as opções num vasto leque de marcas e de modelos num total de 11.500 viaturas em 72 locais diferentes em Portugal. Reservas: 21 940 77 90 ENTREVISTA 53 Carlos Lopes CORPORATE SUPPLY CHAIN AND PROCUREMENT DA SIEMENS PORTUGAL Com uma frota de 400 veículos, totalmente alocados à LeasePlan, a Siemens apenas em alguns casos prolongou os seus serviços de renting. Ciente desde 2006/2007 da crise económica que ainda se faz sentir, o gigante alemão assume actualmente uma política ambiental e lança-se no objectivo de reduzir a curto prazo as emissões de CO2 das suas frotas. Como é composta a frota da Siemens? É toda ela alugada à LeasePlan? De facto, neste momento toda a frota automóvel da Siemens Portugal – cerca de 400 viaturas - está ligada à LeasePlan, que é um fornecedor preferencial da empresa. O que leva a Siemens a ter a sua frota alocada à LeasePlan? Optaram prolongar os contratos de renting? Como fornecedor preferencial da Siemens, a LeasePlan ofereceu um conjunto de condições que foram ao encontro das nossas expectativas. Procuramos sempre que possível estabelecer parcerias sustentadas e de ENTREVISTA 54 A crise económica teve como resultado uma diminuição das trocas comerciais, também com consequências ao nível da tecnologia e dos sistemas de informação. Este factor implicou um menor investimento na frota da Siemens? A Siemens começou a preparar-se para a crise em 2006/2007, reestruturando-se em apenas três sectores – Industry, Healthcare e Energy. Esta antevisão permitiu-nos reagir de uma forma saudável ao actual cenário económico e financeiro. Por isso, ao longo deste ano temos mantido o ritmo normal de contratação de viaturas para a nossa frota. longa duração, como é o caso. Quanto à questão do prolongamento do renting, apenas o fizemos em alguns casos pontuais. Que condições vos são apresentadas pela LeasePlan quanto ao estado dos veículos? Na Siemens também são exigentes com os vossos condutores? Neste âmbito, as exigências da LeasePlan não diferem das normalmente praticadas no mercado. Da nossa parte, temos o cuidado de sensibilizar os nossos colaboradores para a necessidade de cuidar o melhor possível das viaturas a seu cargo e de ter uma condução responsável. É importante mencionar que o índice de sinistralidade da Siemens está abaixo da média do mercado, o que revela que os nossos esforços têm sido bem acolhidos pelos condutores/ colaboradores. Os utilizadores passam um tempo crescente no interior dos veículos de serviço. Contudo, também lhes é exigido cada vez mais melhor desempenho e produtividade. Não será contraproducente? A viatura de serviço é um instrumento de trabalho, logo de promoção da competitividade do colaborador e da empresa. E é importante não esquecer que com as novas tecnologias o trabalho move-se connosco. Como tal, parece-me que o tempo que se passa nos veículos não é um obstáculo à produtividade. Uma das questões que o gestor de frotas tem de estar alerta é a protecção contra oficinas – mesmo as que trabalham com as locadoras – que possam cobrar em demasia pelos seus serviços. Considera que esta situação pode conduzir muitos responsáveis a desistirem deste serviço incluso nos contratos de AOV? Como em todas as negociações comerciais, esperamos que os serviços contratados não só correspondam à proposta de valor intrínseca, como as suas condições não sofram alterações inesperadas. A inflação dos valores é naturalmente um problema para o qual qualquer gestor tem de estar atento. No caso concreto da frota, o que a Siemens espera do seu fornecedor é justamente um serviço chave-na-mão cujo valor cobrado seja mais competitivo do que se este fosse desintegrado, permitindo ainda uma racionalização/optimização dos seus recursos. Quando estas vantagens não mais existirem, então o AOV poderá deixar de fazer sentido, pelo menos nos moldes em que hoje existe. Na maioria das situações em que se optou por viaturas híbridas, os diagnósticos de consumo avançados pelas marcas foram totalmente contrariados. Qual é a sua percepção sobre os híbridos? Estará o problema apenas na condução? Há espaço para melhoria da sua tecnologia ou serão apenas modelos transitórios para o eléctrico ou outras opções mais sustentáveis? A questão da mobilidade tem sido um dos temas dominantes em quase todas as discussões e propostas para o desenvolvimento urbano à escala local e global. No caso da indústria automóvel, é notória a preocupação da maioria dos construtores em lançar propostas ambientalmente mais eficientes. O recente Salão Automóvel de Frankfurt demonstrou exactamente esta tendência, com todas as marcas ENTREVISTA 55 a apresentarem modelos para comercialização ou concepts com motorizações eléctricas ou híbridas. Neste contexto, convém realçar que a Siemens tem como objectivo a curto prazo, e à escala global, limitar os valores de emissões de CO2 da sua frota. Orgulhamo-nos de ser uma empresa profundamente envolvida na defesa e promoção de boas práticas ambientais. Este envolvimento revela-se com particular evidência no nosso Portefólio Ambiental. Este conceito inclui produtos e soluções integradas que contribuem para a eficiência ambiental e financeira das instituições, abrangendo praticamente todas as áreas da produção, transporte e consumo de energia, assim como tecnologias ambientais para a purificação da água, controlo da poluição do ar e poupança de energia em ambientes hospitalares. Um estudo feito no Reino Unido mostra que, se forem opções “amigas do ambiente”, os carros frota reduzem 29% da sua pegada ecológica, que corresponde aos valores das emissões de CO2. Se assim é, porque será que há tantos gestores de frotas pouco receptivos a esta opção da máxima importância? Conforme já disse anteriormente, a redução de emissões de CO2 para a atmosfera é um tema para o qual a Siemens está sensível. Para dar um exemplo, no ano passado as nossas soluções ajudaram os clientes a reduzir as emissões de CO2 em 148 milhões de toneladas – um valor 30 vezes superior às emissões de CO2 emitidas pela Siemens, que são de 5,1 milhões de toneladas. Na minha opinião, a partir do momento em que a alteração do quadro fiscal (redução na carga fiscal das empresas, logo, menos custos) seja totalmente absorvida pela comunidade empresarial, acredito que a adopção de práticas ambientalmente correctas passe a ser a regra e não a excepção. Operação policial Contra o álcool da noite As saídas nocturnas dão azo a excessos, e nem todos são pueris. Acompanhar a PSP na fiscalização aos condutores, mesmo numa noite de Agosto em Lisboa, é fundamental para conhecer o comportamento de quem deve ser responsável para consigo e os outros. SEGURANÇA 57 O local é escolhido em cima da hora, ainda nas instalações da Divisão de Trânsito, na Alta de Lisboa. São quase 3h00 de uma madrugada amena e todos os agentes destacados para esta operação parecem estar tranquilos, jucosos até. Ninguém sabe onde decorrerá a operação. Os oficiais de serviço debatem rapidamente os prós e contras das várias alternativas. A decisão é breve. Ainda antes das 3h30 de quinta para sexta-feira já os agentes da Divisão de Trânsito da Polícia de Segurança Pública (PSP) estão a postos para mais uma rotineira operação de combate às ilegalidades no tráfego urbano –vulgarmente conhecida por Operação Stop. Durante cerca de quatro horas, algumas centenas de condutores serão mandados parar. “Em todas estas operações temos o cuidado de verificar os aspectos de segurança passiva e activa do automóvel, com especial atenção ao cinto de segurança, utilização do telemóvel por parte do automobilista, colete conforme a lei, triângulo, pneu sobresselente, etc.”, explica o comissário João Pinheiro, responsável pela equipa de cerca de 27 homens e mulheres que se instalam na Rua da Cintura do Porto de Lisboa, mesmo em frente ao Museu do Oriente, em Alcântara (e também na Avenida de Ceuta). Mas confessa que “a maior preocupação vai para o despiste de álcool. Ninguém que seja mandado parar segue viagem sem soprar no balão”. Tudo a postos junto ao Museu do Oriente O trabalho ainda agora começou mas a noite já não é uma criança. Os pinos laranja encerram uma faixa de rodagem. Três veículos da PSP mantêm-se ligados, com o dispositivo informático necessário para identificar os condutores, verificar os seus cadastros, bem como assegurar a legalidade dos documentos que estes possuem. Mesmo em pleno Agosto, as saídas nocturnas induzem a excessos. E, quando o calor aperta, mais comuns se tornam os abusos por parte de quem deveria ser responsável. “A verdade é que as pessoas conduzem muito mal, são perigosas ao volante”, admite um agente, enquanto observa um automobilista a passar um sinal vermelho, na Avenida 24 de Julho, no sentido do Cais do Sodré, como se fosse perfeitamente natural. A distância para o infractor não permite uma actuação imediata da autoridade. Outro carro passa, no mesmo sentido; mo- SEGURANÇA 58 discoteca Lux-Frágil, Parque das Nações ou Cais do Sodré são pontos óbvios para a PSP aos fins-de-semana, quinta-feira incluída. mento ideal para um ocupante desse veículo gritar uns quantos impropérios em direcção da brigada policial: “Há cada vez menos respeito pela polícia, em especial pela Brigada de Trânsito”, lamenta o comissário Pinheiro. Ao longo desta missão, em particular depois das 5h30, alguns comportamentos tornarão essa constatação bem evidente. Não é preciso esperar muito tempo até todos os polícias começarem a carburar em pleno. E logo surgem as contra-ordenações. Relembre-se que estas são graves quando a quantidade de álcool no sangue se situa entre os 0,5 g/litro até aos 0,79 g/litro. A coima para esta infracção varia entre os 250€ e 1.250€ e sanção acessória de inibição de condução. Se a taxa for igual ou superior a 0,8 g/litro até 1,19 g/litro, a contra-ordenação é muito grave e a coima variará entre os 500€ e os 2.500€, para além do respectivo impedimento de condução. Acima deste valor é cri- me e o automobilista é detido. Caso o condutor não concorde com a taxa acusada, pode pedir uma contra-prova no local ou um novo teste no hospital. Porém, neste último caso, terá ainda que pagar 263€ pela análise sanguínea. E se esta corroborar os dados da primeira prova, poderá ser um fim de festa bem aziago do ponto de vista financeiro. Nesta noite o excesso de velocidade não será uma preocupação: os agentes estão bem visíveis, numa recta larga. Todos abrandam a marcha, muitos são – mesmo assim – mandados parar. A estratégia não passa pela surpresa, como adianta o comissário Pinheiro: “Nós costumamos estar nos mesmos locais, não variamos muito, até porque não é logisticamente possível montarmos uma operação destas nas ruas mais estreitas no interior da cidade de Lisboa”. Assim, locais como as avenidas de Ceuta, 24 de Julho, Rua da Cintura do Porto de Lisboa, junto à Os perigos e medos após beber álcool Um dos aspectos mais marcantes ao longo da operação policial reporta-se à expressão facial dos condutores. A tensão e os músculos túrgidos, o sangue a latejar nas frontes, outros mostramse lívidos, mas todos enfrentam o contacto com os agentes. É latente o medo com que a generalidade das pessoas se encaminha para a carrinha policial, onde deverá proceder à análise ao álcool. Os espíritos mostram-se inebriados, nem sempre consequência do excesso de bebidas, por vezes ouvem-se risos nervosos e conversas de ocasião para tentar ganhar a simpatia dos agentes. Contam-se pelos dedos das mãos os condutores e passageiros com mais de 35 anos. A noite atrai as faixas mais jovens e é propícia a excessos. Nos últimos anos têm sido apresentadas diversas campanhas de sensibilização contra os perigos do álcool e das drogas. Mesmo que os resultados não sejam excepcionais, têm-se sentido melhoras (ver Caixa): “se ao nível das contra-ordenações não verificamos grandes alterações nos valores estatísticos, quanto aos crimes a verdade é que há uma diminuição na quantidade de condutores presos”, salienta o comissário Pinheiro. E são mesmo os automobilistas que viajam com uma taxa de alcoolemia entre os 0,5 g/litro e 1,19 g/ litro de sangue que maior perigo representam para quem os rodeia. O oficial da PSP lembra “que a taxa de sinistralidade é maior junto daqueles que beberam álcool mas que não atingiram valores considerados passíveis de crime”. E explica: “quanto mais se bebe mais devegar se guia. É muito comum estes indivíduos terem acidentes após adormecerem ao volante e baterem em baixíssima velocidade contra postes SEGURANÇA 59 ou até carros estacionados”. Pior é entre aqueles que têm uma taxa de 0,9 g/ litro de sangue, por exemplo, os quais “encontram-se eufóricos, acham que são capazes de tudo, e muitas vezes são incitados pelos amigos, que estão igualmente alcoolizados. Ora, acontece que a velocidade a que viajam é bem superior, com consequências tantas vezes dramáticas”, explica. “Se sair à quinta-feira não conduza” Com o raiar da manhã os agentes já sabem que cresce a quantidade de potenciais infractores. Por ser Agosto, o número não é muito elevado nem exige uma espera exagerada por parte dos condutores para efectuarem o respectivo teste. Aliás, até às 7h apenas uma pessoa aguardava no local a sua detenção, pois detinha uma taxa superior a 1,19 g/ litro de sangue, para além de não ter consigo quaisquer documentos do veículo. Para piorar a sua situação, nem sequer o computador policial apresentava dados electrónicos referentes à identificação do automobilista. Um factor a levar em consideração é que cada vez mais mulheres são fiscalizadas e, infelizmente, autuadas. Mesmo assim, e pelo que foi dado a ver nesta operação, numa conjectura puramente empírica, a quantidade de álcool que ingerem é inferior aos homens. Outro dado casuístico que foi dado a observar refere-se ao dia da semana mais susceptível. Um agente confessa que “as quintas-feiras são, por vezes, bem complicadas, pois é comum os jovens universitários sairem, jantarem e irem para a noite”. O comissário Pinheiro corrobora e graceja: “como costumamos dizer, «se sair à quintafeira não conduza»”. Mas é aos finsde-semana que os ânimos aquecem. Às sextas-feiras aumentam as acções policiais e, proporcionalmente, as autuações. Dado curioso refere que, em contrapartida, há também um maior cuidado ao volante, por parte de uma franja da população: “é comum os casais jantarem fora e levarem os filhos. A faixa etária que sai para se divertir é também mais elevada e responsável”, adianta o oficial da PSP, o qual explica ainda “que os sábados, até pela quantidade de pessoas que se encontra na rua, os excessos de álcool e condução perigosa, são propícios à montagem das operações de maior calibre”. Atenção às corridas de automóveis Às 7h30 inicia-se o desmontar da tenda. Restam alguns automobilistas, que anseiam por finalmente baixar a quantidade de álcool no sangue para números legais e seguir viagem; alguns fazem exercício físico, há quem tenha ido comer qualquer coisa ou beber água. Permanece igualmente o detido, que aguardará pela abertura do tribunal para ser apresentado ao juíz. O comissário Pinheiro ainda se dirige à Avenida de Ceuta, onde a operação até parece não ter horas para acabar, pois ainda se efectuam testes de alcoolemia. Termina mais uma noite rotineira para a Divisão de Trânsito lisboeta. O cansaço apodera-se de todos, mas há ainda alguns aspectos burocráticos a tratar, bem como a análise aos dados estatísticos. O sol já nasceu, a luz matinal rejuvenesce os espíritos, a capital ganha nova vida – desta vez de milhares de pessoas que se dirigem para o seu local de trabalho. Ainda há tempo para lembrar que não só de Operações Stop vive esta equipa. A fiscalização da segurança automóvel é também feita através de veículos descaracterizados, que circulam em pontos estratégicos, com o objectivo de impedir que se verifiquem as corridas de automóveis transformados, diversão para alguns e que é geralmente intitulada de tunning. “A nossa atenção vai para a Ponte Vasco da Gama e o Parque das Nações, locais onde se concentram muitos jovens, também para assistir”, explica o graduado. Se o desejável é evitar o início de despiques, SEGURANÇA 60 Pedir para fazer o teste do balão antes de conduzir É um facto facilmente constatável que o álcool desinibe mesmo o mais empedernido. Uma noite de operação policial é disso retrato fiel. Um dos aspectos mais curiosos de uma noite com a PSP prende-se com o método de abordagem com que os agentes são alvo por parte de transeuntes, potenciais automobilistas. A operação junto ao Museu do Oriente encontrava-se a cerca de 200 metros de algumas das discotecas mais frequentadas de Lisboa igualmente próxima das Docas de Santo Amaro. Depois de algumas horas de folia, diversos noctívagos verificavam a presença da Divisão de Trânsito nas imediações. Logo se dirigiam junto da polícia e pediam para soprar no balão. Cerca de uma dezena o fez, nem todos nas melhores condições. Ao conselho: “Vá apanhar ar, comer qualquer coisa, beber água ou correr”, quase sempre se afastavam desgostosos, alguns desagradados, garantindo “estar em perfeitas condições de conduzir”, apesar de cambaleantes. Os agentes apenas sorriam. Alguns asseguravam que a noite estava a ser “muito tranquila”. “Nem sempre estas pessoas se dirigem com os melhores modos, fazem exigências, dizem que somos obrigados a facultar-lhes um balão para soprar”, refere um dos agentes no local. Porém, como o material para efectuar a operação é limitado, nem sempre é possível disponibilizá-lo para aqueles que querem saber se estão em condições de guiar. Motivo suficiente para manifestações de desagrado, em especial de quem acabou por fazer o teste – após muita insistência – e tinha uma taxa de 1,63 g/litro de sangue, ou de um outro indivíduo, que, acompanhado de quatro jovens mulheres, ameaçava chamar o advogado se não fizesse o teste, isto sob uma voz manifestamente entaramelada. também é verdade que, se necessário for, os carros descaracterizados da PSP perseguem os autores de quaisquer façanhas: “Já atingimos os 240 km/h numa perseguição, mas o ideal é evitar essa situação ao máximo”, assegura, até porque, “acima de tudo, está a segurança dos agentes e também de quem conduz esses carros”. Infracções entre os condutores chegam aos 13% Os números da PSP não enganam. No decorrer do primeiro semestre de 2009 foram detidos 710 automobilistas por força de conduzirem sob o efeito de álcool. Isto num total de 136.459 viaturas fiscalizadas, no decorrer das 1.458 Operações Stop realizadas pela autoridade policial em todo o país. As fontes policiais referem que de todas estas fiscalizações, foram detectadas 18.172 infracções (13,3%). Estatisticamente, este número não foge à média registada em anos anteriores. É no que concerne à condução com índices de álcool no sangue acima do legalmente estabelecido que se tem sentido uma quebra, actualmente a rondar os 0,5%. O comissário Pinheiro não se mostra muito convicto com a mudança de hábitos junto dos condutores nacionais: “Muitas vezes, as pessoas fogem aos pontos mais críticos. Para regressarem a casa embrenham-se por ruas menos frequentadas, onde sabem que não estará a decorrer qualquer operação”. É um jogo do gato e do rato, onde as manhas do rato podem resultar num desfazamento estatístico face à realidade social. É curioso verificar que o abuso de bebidas alcoólicas nem sequer é a principal infracção detectada. Entre Janeiro e Junho, 1.081 automobilistas foram autuados por força da sua condução com taxa de álcool acima dos 0,49 g/litro de sangue. De facto, a falta dos documentos da viatura, com 2.975 infracções, e a falta da inspecção periódica, com 2.499 infracções, lideram o ranking. Voltando às detenções por violação dos aspectos estipulados no Código da Estrada, 462 condutores foram presentes a tribunal por não possuirem habilitações legais para guiar um veículo automóvel. Outros 132 foram igualmente detidos pelos mais diversos motivos. Quanto aos números desta noite de acompanhamento à operação policial, os 27 agentes destacados para a Rua da Cintura do Porto de Lisboa e Avenida de Ceuta verificaram 177 automóveis, que resultaram em cinco detenções – duas delas por desobediência, 12 contra-ordenações por infracções graves e 15 infracções muito graves. Percentualmente, a quantidade de automobilistas infractores até subiu, face aos números globais do semestre do ano, pois foram detectadas situações anómalas em 18% dos condutores avaliados. Mesmo assim, esta até pode considerar uma operação rotineira e tranquila. A noite seguinte, mesmo em pleno mês de férias para a generalidade dos portugueses, revelou-se muito mais movimentada, com um total de 10 detidos por parte dos agentes da Divisão de Trânsito da capital. Cidade de Viseu capital da vinha e do vinho Viseu Catedral Viseu é um pequeno burgo situado no interior de Portugal, perto do sopé de uma grande montanha que foi crescendo até se transformar numa cidade, a que foi dada o nome de Viseu. Antiquíssima e episcopal, a Cidade de Viseu é a terra de cultivo da vinha para os famosos vinhos do Dão e de Lafões. Viseu é o único distrito português que não faz fronteira nem com o mar nem com Espanha. Situado na Região Norte/Centro do país, abrange três SubRegiões: Dão-Lafões, Douro e Tâmega. Trata-se de um dos distritos mais montanhosos do país, sendo constituído pelos maciços das serras da Lapa, Le- omil, Caramulo, Gralheira e Montemuro. Nos seus vales correm os afluentes do Douro, nomeadamente, o Távora, o Varosa e o Paiva, e os rios Vouga, Dão e Mondego, além de várias ribeiras. A sua história foi-se construindo ao longo dos anos com as conquistas dos seus heróis, com as suas tradições, com os seus artistas e monumentos, transformando-se num espaço agradável e digno de ser visitado. A capital do distrito é a cidade de Viseu, onde se cultiva a vinha que dá vida aos famosos vinhos do Dão e de Lafões. A cidade de Viseu tem uma posição quase central em relação ao Distrito e TURISMO 64 ao Município, localizando-se no chamado “Planalto de Viseu”. É envolvida por um sistema montanhoso constituído a norte pelas Serras de Leomil, Montemuro e Lapa, a noroeste pela Serra do Arado, a sul e a sudoeste pelas Serras da Estrela e Lousã, e a oeste pela Serra que mais directamente influencia esta área, a Serra do Caramulo. Cenários encantados, aldeias escondidas, caminhos sinuosos e velhas estradas romanas fazem da cidade um destino de cortar a respiração. Com um relevo acidentado, a cidade é rodeada por numerosos cursos e linhas de água. De um modo geral, estes organizam-se em três bacias: a do Vouga, a do Dão e a do Paiva. Existem outras de menor caudal mas igualmente importantes, nomeadamente, o rio Pavia e rio de Mel. Situado numa zona de transição, o Concelho apresenta um conjunto de micro-climas, pelo que o clima de Viseu caracterizase pela existência de elevadas amplitudes térmicas, com Invernos rigorosos e húmidos e Verões quentes e secos. A cidade encontra-se a apenas duas horas e meia de Lisboa e Salamanca, a cerca de uma hora do Porto e a pouco mais de meia hora da cidade de Aveiro, o que facilita as incursões dos viseenses até à beira-mar. A aumento do “betão” tornou os contactos mais fáceis e cómodos, mas Viseu é uma cidade muito mais de gentes de acolhimento do que de êxodo. As cores de Grão Vasco, quentes e calorosas, constituem o seu principal elemento de atracção. Viseu Histórica Interpretando os vestígios descobertos, a povoação que deu origem a Viseu nasceu no alto do monte onde hoje se situa a Sé. As origens de Viseu antiga, ilustre cidade, perdem-se nos confins do tempo. Por aqui passaram homens das idades remotas da pré-história, conviveram Celtas e Lusitanos, fixaram-se os Romanos em séculos de prosperidade e paz, Interior da Sé e passaram povos invasores como os Suevos, os Godos ou os Muçulmanos. Foi em 1058, quando conseguiu definitivamente recuperar a sua liberdade, que a cidade de Viseu se desenvolveu como nunca. Levantou as abóbadas da Catedral e mandou esculpir nos portais, nas janelas e nas cornijas das suas casas em artísticos lavores, os sinais da sua prosperidade. Ainda hoje a cidade de Viseu se pode orgulhar de possuir um dos mais belos conjuntos de casas, portais e janelas dos estilo gótico e manuelino do país, dispersos um pouco por todos os recantos, sobretudo nas típicas ruazinhas junto à Catedral. Cidade de existência mais que milenar, não podia deixar de reflectir no seu rosto deteriorado pelo tempo o testemunho da passagem das sucessivas gerações. Felizmente, os monumentos artísticos de todas as idades foram poupados ao impiedoso desgaste dos séculos e à indiferença dos Homens. Durante a dominação romana, Viseu já era a capital de um grande território, a Lusitânia, e um centro urbano de grande importância, como se pode comprovar pelos inúmeros vestígios arqueológicos encontrados na região, entre os quais se destacam moedas, sepulturas, marcos milenares e, principalmente, estradas romanas. A importância que Viseu teve em toda a Beira, na época dos romanos, pode ser comprovada com uma visita a Cava de Viriato, antigo quartel-general dos romanos em forma octogonal, com dois quilómetros de perímetro, que servia de ponto de vigia e defesa de todas as estradas que ali convergiam. No século VI, com o domínio dos Visigodos, a cidade de Viseu foi elevada a sede de diocese. Reza a história que Ramiro, rei visigodo, está sepultado na igreja de S. Miguel do Fétal. Do conjunto constituído pela colina da Sé e a Cava de Viriato nasceu uma vila intermédia de fornecedores, serviçais e negociantes, hoje chamada de Cidade Velha. Muralha da Cidade Velha É de paragem obrigatória a quem visita a cidade. Surgiu na sequência de um ataque, em 1385, na qual foi saqueada e incendiada pelas tropas de Castela, que foram posteriormente vencidas em Aljubarrota. Depois deste ataque, D. João I mandou construir uma muralha para defesa da cidade, que só foi concluída no reinado de D. Afonso V (daí chamar-se muralha afonsina), cujos vestígios são hoje, para além de algumas partes da muralha, as portas do Soar e a Porta dos Cavaleiros. TURISMO 65 Viseu A partir do séc. XIV, a cidade desenvolveu-se para fora das muralhas da Sé. Foi neste século que a cidade iniciou uma fase de expansão, que se estendeu para a actual zona central, o Rossio. Em pouco tempo, este novo centro começou a ser local de encontro da sociedade. No entanto, só três séculos mais tarde foi construído o actual edifício da Câmara Municipal. Assim, foi ao longo de muitos e atribulados séculos de história, no meio de lutas, sacrifícios, derrotas e vitórias, que se construiu uma cidade em que hoje o passado e o presente se fundem harmoniosamente, dando-lhe uma personalidade própria, que lhe permite oferecer qualidade de vida aos seus habitantes e visitantes. Cava de Viriato Era um octógono regular constituído por uma alta trincheira de terra batida, cercada por um fosso, de que ainda existe uma pequena extensão. A água, para este fosso, era encaminhada do rio Pavia e da ribeira do Pintor, assim como das nascentes locais. A cidade adoptou Viriato como seu herói, confundindo-se a lenda com a história deste pastor lusitano, que não se sabe bem ao certo onde terá nascido, e que batalhou nos campos do sul de Espanha, chefiando os lusitanos nas lutas contra os romanos que ameaçavam os limites do seu território. Acabou por morrer atraiçoado por alguns dos seus companheiros de armas, constituindo a imortalidade do seu nome, a sua maior vingança. Viseu guarda a memória de Viriato no monumento erguido junto à Rotunda da Feira de S. Mateus, em 1940, fronteiro à Cava. Sé de Viseu É uma das construções mais antigas de Viseu, não havendo certezas relativamente à data de início da sua construção. A torre do relógio é românico-gótica e a fachada central e a torre dos sinos são maneiristas do séc. XVII-XVIII. Na interior da Sé poderá ver as colunas coroadas por arcos ogivais, que suportam a abóbada dos nós do séc. XVI. Os claustros inferiores da Sé datam do séc. XVI e os claustros superiores datam do séc. XVIII, sendo os vários portais do claustro inferior de estilo românico-gótico. Os azulejos do claustro da Sé remontam ao final do séc. XVI, início do séc. XVII, e são, sem dúvida, merecedores de uma visita. No andar superior, poderá ver o Museu de Arte Sacra, constituído pelo antigo tesouro da Sé e que se encontra localizado em dependências dos claustros. Cofres de Limoges do séc. XIII, imagens, cruzes, hostiários, relicários e inúmeras peças de ouro e prata fazem parte do valioso espólio deste museu. Praça do Rossio É o “Salão de Visitas da Cidade”. Sofreu as transformações inerentes ao passar dos tempos, mas desde sempre se constituiu como um atractivo local de passeio e convívio das gentes de Viseu, sobretudo ao longo dos séculos XVIII e Varanda Cónegos XIX. Hoje em dia, continua a ser o coração da cidade, o local por excelência onde se sente o pulsar da sociedade viseense. Capela de S. Sebastião Reedificada no século XVIII, a Capela de S. Sebastião é como um templo de delicada arquitectura, que encanta pela simplicidade do seu traço e pelas suas equilibradas proporções. Apresenta na fachada um portal de desenho primário e duas janelas de risco simples que iluminam o interior. Por cima do portal encontrará uma espécie de óculo de formas dinâmicas e movimentadas. Duas pilastras adossadas, encimadas por urnas ornamentais, parecem enquadrar esta fachada. O conjunto é rematado por um frontão ondulante que, sustentando uma cruz, assinala a religiosidade do local. Capela da Sr.ª dos Remédios Situada num pitoresco largo do centro histórico, Largo Pintor Gata, antiga Praça da Erva, esta capela é um pequeno templo que se abre às devoções de quem passa. Entrando, deslumbra-se um interior que apesar de dimensões reduzidas, o convidará ao recolhimento, TURISMO 66 Onde Ficar Hotel Senhora do Castelo *** Situa-se no Monte Senhora do Castelo, a 600 metros de altitude e a 15 km de Viseu. Possui uma paisagem relaxante, de onde se podem observar as Serras da Estrela e Caramulo, e partir à descoberta da região na sua diversidade de paisagens, lugares, usos e costumes. Contacto Monte Senhora do Castelo Apartado 4 3534-909 Mangualde Telefone: +351 232 619 950 Fax: +351 232 623 877 E-mail: [email protected] Web: http://www.cotel.pt/ Hotel do Parque **** Unidade hoteleira equipada com Health Club & Spa. Restaurante com pratos essencialmente da gastronomia regional. Contacto Termas de S. Pedro do Sul 3660-692 S. Pedro do Sul Telefone: +351 232 723 461 Fax: +351 232 723 047 E-mail: [email protected] Web: http://www.hoteldoparque.pt/ ao envolvê-lo numa atmosfera mística. O atenção de quem visita este monumento é conduzida quase de imediato ao altar principal, que se inscreve numa capela pouco profunda, de volta perfeita e abóbada de berço. O retábulo, datado de meados de setecentos, ostenta dois pares de colunas coríntias de fuste liso, um dossel que ambienta a imagem da Senhora com o Menino ao colo, e no remate uma “glória” radiante exibida por dois anjos. A imagem da Santa devota é obra das oficinas de Coimbra e é feita em calcário. Solar dos Treixedos É um edifício que se impõe pela sua organização espacial e, acima de tudo, pela sua fabulosa linguagem decorativa. De planta rectangular, o edifício distribui-se por dois andares, bem evidentes na leitura da fachada, onde se rasgam dois registos de aberturas. Tratam-se de janelas majestosamente embelezadas por uma moldura de granito, sendo que as do andar superior se distinguem e evidenciam por um maior cuidado e requinte. Em conjunto com os imponentes e altivos portais, de traçada nobre, compõem uma fachada extremamente apelativa e dinâmica no seu jogo de contrastes. Ruas e Ruelas Um passeio pelas encantadoras e pitorescas ruelas da cidade é obrigatório a quem optar por este destino para as suas férias. A Rua Grão Vasco é uma ruela ladeada por típicas e vernáculas casas, fazendo a ligação entre a Praça D. Duarte e o Largo Pintor Gata. Por seu turno, a Praça D. Duarte situase a Sudoeste da Sé, sendo a sua configuração resultante de sucessivos ajustamentos, com a eliminação de edifícios menos característicos. A Rua Formosa liga o centro da cidade e a Praça do Rossio ao Largo de Santa Cristina, sendo envolvida por casas de comércio tradicional e edifícios que obedecem à estética Arte Nova. Nela se localiza o Mercado Municipal, um espaço reconvertido em zona de comércio e de lazer, segundo projecto do arquitecto Álvaro Siza Vieira. Não deve deixar de visitar também o Mercado 2 de Maio, que ressurgiu do antigo Mercado Municipal, com um novo espaço urbano que mantém uma ligação estética com o Rossio. Idealizada por Siza Vieira, esta Praça é palco de diversas Feiras e Espectáculos realizados na cidade, assim como de inúmeras esplanadas que, em noites de Verão, enchem a cidade e toda a zona histórica de vida e movimento. Igreja do Carmo A Rua do Comércio é transversal à Rua Formosa e conduzi-lo-á até à Praça D. Duarte. É envolvida por estabelecimentos tradicionais que se conjugam com a intervenção contemporânea no antigo Mercado Municipal. Não deixe de apreciar ainda a Rua Direita, situada no interior das muralhas medievais. Estreita e sinuosa, contrariando o seu nome, esta rua tinha grande actividade comercial, sendo conhecida por “Rua das Tendas”. Possui vários edifícios interessantes, dos séculos XVI e XVIII, sendo um dos mais impressionantes desta época o Solar dos Treixedos. Gastronomia Rica e variada, a gastronomia tradicional desta região é um dos seus principais atractivos. Caldo verde, sopa da Beira, rancho à moda de Viseu, arroz de carqueja, lampreia ou pato, vitela assada à moda de Lafões, cabrito da Gralheira assado, trutas do Paiva são alguns dos pratos regionais, não esquecendo os enchidos, o presunto, o pão de mistura ou de centeio e a broa de milho. As sobremesas passam pelos doces de ovos, leite-creme, papas doces de milho, arroz doce... MICHELIN ENERGY™ Saver, AutoFrotas 39 o pneu que vai mais longe com menos combustível*. Sabia que os pneus têm uma influência directa no consumo de combustível? Também nesta área, a Michelin liderou a mudança. Desde 1992, com o lançamento do seu compromisso ao lançar o seu primeiro “Pneu com baixo consumo de combustível”, uma inovadora geração de pneus que permite uma poupança de combustível significativa, e que contribui para a protecção do meio ambiente. Agora, a inovadora tecnologia de “baixo consumo de combustível” faz parte do pneu MICHELIN ENERGY™ Saver, identificada na parte lateral do pneu com a indicação “GREEN X” . Os pneus MICHELIN ENERGY™ Saver ajudam-no a poupar o equivalente ao preço de um pneu * e a beneficiar de uma segurança extraordinária. Para mais informação, visite www.michelin.pt *Poupe o preço equivalente a 1 pneu em cada 4 graças ao menor consumo de combustível. Em média comparando com os seus principais concorrentes. Testes de consumo de combustível TÜV SÜD Automotive 2008 nas dimensões 195/65 R 15 H e 205/55 R 16 V. Preço médio de combustível em 2008.