Sem título-2 - Zine Oficial

Transcrição

Sem título-2 - Zine Oficial
Afrodescendentes na Cena
Roqueira do DF e Entorno
EDIÇÃO
ESPECIAL
REIMPRESSA
EM 2014
2010
nº 32
www.zineoficial.com.br
A banda de rock Barbarella foi escalada para apresentação
especial no Sarauê do dia 13 de agosto de 2014. Os ensaios
revelaram que o som do grupo seria preparado de maneira
peculiar, especialmente para o Sarauê, com baixolão, cajon,
teclado, violão de 12 cordas e guitarra semi-acústica.
Da primeira à quarta edição semanal do Sarauê, revezaram-se
poetas, rappers, trovadores, grupos de musicalidades diversas.
Na quarta-feira seguinte, além de espaço para apresentação de
uma banda de rock entre outros gêneros musicais, contamos
com exposição de material do Instituto Educafro, presidido por
Fernando Benicio dos Santos, um dos produtores do Ferrock.
Fernando confirmou presença para falar sobre temas diversos.
Nas páginas a seguir, resgatamos homenagem aos AFRODESCENDENTES NA CENA ROQUEIRA DO DF E ENTORNO, com
a republicação completa do Zine Oficial número 32,
originalmente impresso em 2010.
Um singela homenagem
O texto de Zulu Araújo (Presidente da Fundação Palmares), publicado no jornal
Correio Braziliense, revela que “após o continente africano, o Brasil é o país no mundo
com o maior número de afro descendentes”. Fato constatado é de se imaginar que a
maioria dos cargos públicos e/ou privados mais cobiçados em nossa sociedade sejam
ocupados por eles, os negros. Porém, nesse caso, há uma sinistra inversão da lógica
aritmética: o mais é menos!
Apesar de uma mudança tímida e lenta, a concentração de poder e de riqueza ainda
teima em pertencer a uma pequena classe de pele branca, excluindo-se, também,
indígenas, os filhos da terra brasileira. Sem levantar bandeira política, mas foi apenas no
governo do PT (Partido dos Trabalhadores), que o Supremo Tribunal Federal, em quase
duzentos anos de história do órgão, ganhou o primeiro ministro negro (Joaquim Barbosa)
de seu, até então, excludente quadro. Uma vitória pequena, mas significativa.
Mesmo com toda a contribuição dos afrodescendentes, seja na área intelectual, seja
na área cultural, a eles são quase sempre atribuídos papéis secundários.
Em resumo, infelizmente, há racismo no mundo e, mais tristemente ainda, há
racismo no Brasil, seja ele – o preconceito – descarado ou de forma velada, silenciosa.
Dito isso, o Zine Oficial pede licença para prestar singela homenagem a uma
significativa parcela de irmãos negros que escolheram o rock como a trilha de suas vidas.
Entretanto, como o mote de nosso trabalho de puro amor zineiro-jornalístico restringe-se
ao pequeno universo da música underground roqueira
produzida no Distrito Federal e às cidades goianas e
mineiras que o contornam, apenas serão citados alguns
nobres guerreiros que atuaram e/ou atuam dentro dessa
linha de alcance do nosso zine. E que esses poucos
nomes citados – pois com certeza existem muitos outros
– possam representar todos os negros roqueiros do
mundo!
Até por qual razão, se nos atrevêssemos a
homenagear todos os afros descendentes que
trabalharam e/ou trabalham pelo crescimento da música
rock, seríamos obrigados a editar, no mínimo, umas 100
edições especiais do Zine Oficial.
Por: Fellipe CDC
Atitudes e discursos:
A cultura punk não deve ser tomada
como um espaço imune à todas aquelas
nefastas expressões de intolerância
legitimadas pela própria estrutura
alicerçada em interesses de classe que
caracteriza as sociedades humanas. O
punk rock é uma 'tentativa' e é óbvio que
ele, em seu percurso, vai inevitavelmente
agregar diversas das mesmas contradições e vícios inerentes à sociedade,
avaliada em sua totalidade. É necessário
Moacir , o Moa,
que se admita que há punks racistas,
destacado representante
punk do cenário candango sexistas ou homófobos, embora a tendênao lado de Márcia,
cia dentro do meio punk seja de negação
da banda paulista
de algo tão constrangedor quanto óbvio.
Pós Guerra.
A idéia de "raça" não pode ser dissociada de sua função de mecanismo de
seleção social. Pertencer à 'raça' negra, bem como ser um mestiço, pressupõe
uma maior possibilidade de se vir a ocupar os estratos sociais mais baixos. É
essa a relação existente entre o racismo e a estrutura da sociedade
estamental do Ocidente: 'Raça' corresponde a um critério de determinação
das posições sociais que as pessoas irão ocupar. Ainda que se rompa uma
barreira desse tipo, o que se encontra posteriormente e de maneira muito
clara é uma reação de estranhamento das pessoas, um negro que não
corresponde a um estereótipo da própria 'raça' constitui um incômodo
permanente. Negros são condenados quando se identificam com a cultura do
rock em geral (embora tenham lançado as bases desse estilo musical e de
toda a cultura que o envolve) e uma condenação ainda maior ocorre com os
negros que se identificam com o punk, esse 'autêntico produto subcultural do
operariado britânico branco' .
Ser um negro imerso em alguma subcultura de rua, como é o punk rock, é
uma aposta de alto risco. É estar apostando suas fichas em uma dupla
marginalização. A primeira inerente às suas origens étnicas perante uma
ordem social perpassada por todo gênero de injustiças e a segunda que diz
respeito à adesão de algo que tem como um dos objetivos centrais o
questionamento dessa mesma ordem social. UM punk negro é algo
a tentativa punk de conciliação
assustador, só não tão assustador quanto UMA punk negra. Garotas punks
negras são o ápice do inusitado em se tratando de uma sociedade cujo
comando ainda está nas mãos de homens caucasianos heterossexuais (?).
Em muitos lugares do Brasil o punk se utiliza de códigos próprios da
classe média. A carga cultural de um punk negro vindo da periferia quase
sempre entra em choque com os valores desse tipo de punk em particular.
Num contexto assim as pessoas podem fazer do punk algo bastante
monolítico cujas rígidas regras engendram uma forma de opressão típica de
grupos fascistas: Aniquila-se o fator de pluralidade próprio da cultura punk
original. Já estive em alguns lugares onde, em meio a uma multidão de punks,
eu era o único negro e não posso negar que de certa forma isso não me deixa
bastante incomodado. Sempre me perguntei, nessas ocasiões, sobre o que
faz com que a cena punk em determinados lugares seja tão opressivamente
branca. O que afasta os negros da cena punk em lugares em que a população
negra é imensa quando avaliado o todo social? Não posso afirmar com
certeza sem antes fazer uma análise mais aprofundada desse fato - admito
que nunca estive ocupado em fazê-lo - mas posso seguir a minha convicção
de que nesses casos a distorção dos valores na cena punk se dá de forma tão
intensa que determinou o abandono dessa vocação plural que eu identifico na
cultura punk. Em contrapartida, há lugares como a periferia da cidade de São
Paulo onde há massiva presença de negros no cenário punk, algo que reflete
muito mais fielmente a realidade étnica do nosso país.
Nesta relação também entra o fator de que, em meio a toda uma série de
pressões externas, há também fatores internalizados pelo indivíduo negro
que também trabalham para a manutenção dessa lógica: Ser negro é também
aceitar-se como tal e compreender o significado das próprias origens étnicas.
Isso é válido dentro e fora da realidade do punk rock.
MOACIR “MÖA”
Músico, produtor e zineiro, especial para o Zine Oficial
Ser um negro imerso em alguma subcultura de rua,
como é o punk rock, é uma aposta de alto risco. É
estar apostando suas fichas em uma
dupla marginalização.
Comecei na cena underground em 1985. Era praticamente uma criança e
lembro do meu pai me levando ao Carrefour, próximo ao que hoje é o Park
Shopping, e assim comprei meus primeiros LPs de metal , um do Iron Maiden,
chamado Maiden Japan , e outro do AC/DC, ainda com Bon Scott nos vocais.
Eu morava no Cruzeiro Novo nessa época e lá existiam alguns headbangers.
Mesmo super jovem, acabei tornando-me um deles. Comecei a ir aos shows
quando fiquei mais velho e vi inúmeros eventos de bandas consagradas na cena
nacional e internacional como Sepultura, Sarcófago, Kreator, Avalon, Embalmed
Souls, Death Slam, Amenthis, Flammea, Cirrhossis, Valhalla, entre tantas
outras...
Depois de um tempo, já na década de 1990, retornei para onde tinha morado
na década de 80, Taguatinga Sul / Vila Mathias. Ainda me lembro do extinto Bar do
Pato, onde aconteceram alguns shows de bandas locais como também de outros
Estados.
Já nessa época comecei a fazer meu fanzine, o extinto Metal Tormentor, onde
foram divulgadas muitas bandas de todos os lugares do mundo: Obliveon
(Canadá), Minotaur (Alemanha), Edge of Sanity (Suécia). Entre as nacionais
posso destacar Dorsal Atlântica, Mystifier Overthrash, Sepuchral Voice, entre
tantas outras bandas históricas, a grande maioria com carreiras encerradas,
outras, entretanto, como Obliveon e Minotaur ainda estão na ativa. Mas os anos
se passaram e resolvi montar uma banda que se chamava Catholic, de Death
Metal, com letras conscientes que falavam sobre a realidade do mundo. Nós
podemos destacar alguns nomes de afrobrasileiros que estiveram ligados a essa
cultura ou ainda estão como Moacir Punk - de Samambaia - que também escreve
um texto para esta edição especial do Zine Oficial, a convite de nosso velho mano
de guerra Fellipe C.D.C. , muitos anos dedicados a cena underground e sempre na
luta pela união e luta contra o sistema que nos esmaga até hoje. Temos o grande
baixista Frango, velho amigo, Gabriel (vocalista da Nauseous Surgery), Juliano
(baterista da Death Slam e que recentemente até se lançou como candidato pelo
PCO. Espero que na próxima ele ganhe. Grandes irmãos.
Naquela época fui vítima da violência de grupos nazistas aqui de Brasília, os
chamados carecas ou skinheads, em um show no Gran Circolar. Quem é da época
vai se lembrar, pois a produtora responsável por esse show, onde a violência correu
solta por conta dos carecas que foram contratados como seguranças. Outro
episódio de racismo, sofrida por mim, foi por intermédio de um antigo guitarrista de
uma antiga banda de deathhrash de Taguatinga que voltou há pouco à cena, onde
ele me falava expressões preconceituosas , deixando-me magoado na época. Hoje,
porém, já tenho consciência do valor de nosso povo e de nossa história ancestral.
São mas de 500 anos de luta, ou, como diz o rapper Mv Bill, "mais de 500 anos de
angústias e sofrimentos", mas a luta continua.
Hoje a cena é invadida por headbangers nazistas, até mesmo no Brasil, por
incrível que pareça.
Temos um mundo caminhando para o caos, através das chamadas potências
ocidentais ou não, como o caso da ditadura comunista chinesa. Países como os
Estados Unidos e alguns da Europa têm políticas de extrema direita. O maior caso é
o que vem acontecendo nos países asiáticos orientais, como Palestina, Chechênia,
Afeganistão, Iraque (onde a população é vítima da violência racista irracional
praticada ao comando de países como Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos,
entre outros, que fazem campanha de terror com a intenção de jogar a opinião
pública mundial contra a população de países islâmicos, estigmatizando-os como
terroristas), juntamente com o Estado de Israel , de política sionista, que pratica
uma verdadeira chacina contra os palestinos, vitimando-os com inúmeras
agressões. Pior é saber que essa irracionalidade parte justamente de um povo que
passou pelo pesadelo nazista alemão. Penso até quando governos agirão assim,
enganando a população e destruindo vidas inocentes com a falsa acusação de
serem terroristas, sendo que esses países ocidentais ou não, como o caso de
Israel, aplicam uma política de extrema direita.
Cabe a cada um de nós não nos calarmos e continuarmos a luta por um mundo
de paz, fraternidade e amor entre os povos. Diga não à guerra genocida de Israel,
Estados Unidos e países Europeus aliados.
Al Hajj Khalid (Juliano)
Metal Tormentor Zine, especial para o Zine Oficial.
ROCK & ROLL CONTRA O RACISMO!
São os jovens roqueiros
hoje conscientes ou
egoístas? O espírito contestador,
capaz de mudar o mundo, limita-se à
fronteira do grupo social ao qual cada um
pertence, de um lado o branco elitizado e
do outro o negro marginalizado? É gritante a
discriminação no estilo roqueiro pela sua cor
(os negros, mestiços), sua etnia (índios), sua
origem (nordestinos), seu sotaque, seu sexo e sua
opção sexual. Basta analisarmos o número de bandas
do cenário atual, o marketing da alusão à imagem,
cabelos longos e lisos, cor de pele clara e de origem
européia, com estilos voltados aos Stones e aos Beatles.
Onde está o tal de Hendrix nesse cenário? Canhoto que
tocava sua guitarra ao contrário e com as cordas
invertidas além de entortar notas através de sua
“Stratocaster”.
Não podemos deixar essa garotada de hoje esquecer jamais a origem do rock and roll,
que se iniciou com o Blues, batida cadenciada e irreverente surgida no Sul dos Estados
Unidos, trazia ao seu ritmo, letras com forte teor de sofrimento, amor, trabalho e luta do povo
escravo contra a opressão.
Essa luta até hoje persiste no Brasil, somos sem dúvida nenhuma, uma sociedade
mestiça, mas o valor dessa mestiçagem é meramente retórica no país.
Tenho saudades da galera maluca e revoltada da década de 60, 70 e 80, pois era uma
revolta ideológica, política e social. Quase metade da população brasileira é negra e grande
parte dela é pobre, discriminada e excluída. Isto não é uma mera coincidência. Eu tenho a
convicção e quero acreditar no ROCK & ROLL em todas as esferas e estilos como um rolo
compressor anti-racista.
Fernando Benicio dos Santos
Produtor Cultural do Ferrock e Coordenador da Educafro Brasília, especial para o Zine Oficial.
www.zineoricial.com.br
O Zine Oficial circula impresso em formato de bolso pelo
underground do DF e Entorno, tendo ultrapassado a tiragem
de 94.000 exemplares, somadas todas as 32 edições. Este
número, extraordinariamente, não reporta nenhum evento: é
uma edição especial em homenagem aos afrodescendentes
na cena roqueira local..........................................................
Edição geral e arte: Tomaz André - Coordenação de projetos: Ricardo Rocha - Coordenação editorial: Fellipe CDC
Colaborações especiais: Maurício Júnior e Pardal (Toninho). Colaboraram neste número: Moacir Möa, Al Hajj Khalid
(Juliano) e Fernando Benício dos Santos........................................................................................................................
Homenagem especial do Zine Oficial
Afrodescendentes na Cena
Alguns nomes que
contribuiram para
fortalecimento do
Roqueira do DF e Entorno
rock local
em
variadas vertentes
FEJÃO
Sabe tudo o que você já leu, ouviu e viu sobre o lendário
guitarrista Fejão? Pois então amplifique essas informações e
adicione outras tantas. Luis Eduardo, o popular Fejão, é mesmo
um ícone do rock candango, além de ter sido um guitarrista
brilhante e um compositor versátil, único e perfeccionista. Um
gênio musical que coloriu a cidade com suas canções e dedicou
sua vida para a cultura. O rock de Brasília, em especial dos anos
80, quando ele apresentou a banda Escola de Escândalos, deve
muito a ele. Em seguida veio o thrash da Fallen Angel, que
ganhou continuidade com a artilharia da Dungeon (onde ele cantava e tocava sua guitarra Les Paul cor
rosa). Antes da Escola de Escândalos ele montou a banda Nirvana, mas essa não teve tanta repercussão.
A bateria que você escuta no compacto da PxUxSx foi toda gravada por Fejão, que chegou a fazer alguns
shows de lançamento com a Porrada Ultra Suicida. Ele, felizmente, ainda teve tempo de nos honrar e
brindar com o seu projeto solo, o Fejão Band. O DVD DF Metal, produzido pela dupla Lelo Nirvana e Max
(Synergia), lançado em 2009, presta uma justa homenagem a esse nobre Senhor do Rock.
ROBSON
Depois de desanimar-se com o mundo do rock, ele mesmo resolveu sair dos holofotes e trilhar outro
caminho, passando a acompanhar, de muito longe, o restante da história que ajudou a escrever. Antes de
ser vencido pelo desânimo, deixou marcas importantes dentro da cena musical local. Foi vocalista da
Mystic Rose e por um longo período foi a alma e a voz da Abhorrent. Fora as bandas, ele ainda trabalhou na
loja Berlin Discos, de onde saiu para montar a sua Under Music. Infelizmente o investimento não vingou!
GABRIEL WARRIOR
O nome artístico já diz tudo! Há mais de 20 anos é o frontman da banda death-metal Nauseous Surgery.
Antes, porém, fez parte das bandas Abomination e Azoth e de outros projetos musicais ao lado de seus
amigos deathbangers do Guará. No campo editorial, foi responsável, ao lado do Paulinho (baterista da
Embalmed Souls), pelo inesquecível Cerebral Wash.
MARCELO PODRERA
Baterista e fundador das bandas Podrera (crossover) e Disforme (hardcore), o Marcelo
ainda encontra tempo para produzir eventos de cunho underground. É responsável
direto por inflamar as cenas do Riacho Fundo 2 e do Recanto das Emas, podendo ser
considerado o padrinho de várias bandas existentes nessas cidades. De sua mente
geniosa surgiram os concorridos festivais: Pirú Music e Ranca Canela. Por último e não
menos importante, também comanda a cozinha na banda punk-rock Prisão Civil.
FAMÍLIA BATISTA
Gilmar (E) e Vander (D).
Faltou o Giovani na
foto da família Batista.
Se o fétido mundo do mainstrean da música brasileira, repleta de jabás e
falsidades, nos empurra a Família Lima, o underground nacional responde
com as famílias Koslene e Batista. A última é comandada pelo ancião Gilmar,
um dos principais expoentes do hardcore brasileiro, e vocalista da veterana
ARD, que nasceu sob o nome de S. Von N. O seu irmão, Vander, que já é
baixista da After Radioactive Destruction há um bom tempo, já passou pelas
bandas Alarme, Algo, Other Side e diversos outros projetos musicais, sem contar o fato de já ter sido
artista de uma trupe de teatro do Gama, cidade natal do clã Batista. Giovani é produtor cultural,
responsável pelo projeto 12 horas de rock e está à frente da ONG Lábios da Lua.
MAURÍCIO JR.
Desenhista, fanzineiro, músico e tatuador. O currículo é extenso. Já desenhou e desenha para diversos
impressos independentes, sendo, inclusive, membro honorífico do Zine Oficial desde a primeira edição.
Já editou o fanzine Smaze, que teve grande repercussão na cena nos anos 90. Montou as bandas
Desintegration e Lost Heads e já passou pelas Death Slam e Abhorrent. Hoje toca na banda Mortaes e
tem um ateliê de tatuagem (MJR Tattoo) no Gama Shopping.
TATI E TIAGO
Tati já foi baixista das bandas Toda Dor do Mundo e Silente e uma das editoras do fanzine La Carnissa.
Tiago – irmão sanguíneo – é vocalista da Scania.
BETO PODRINHO
Sim, o apelido ganhou por longos dias andando ao lado do Alex Podrão. Podrinho é um dos principais
vocalistas da cena hardcore de Brasília e, pode-se dizer, do Brasil. Sua principal banda, da qual saiu no
começo de 2010, Oscabeloduro, ganhou uma série de fãs e comparações à banda norte-americana Bad
Brains. Fora isso, cantou na Satan's Pray e Dickheads – a última almeja voltar – e foi o responsável por
trazer a lenda Riistetyt para tocar na Universidade de Brasília.
LUCKY
Vocalista de diversas bandas, dentre as quais: Mantra, A Bomba, Belladonna, Lady Jane. Hoje canta na
Lúpulus e Cereais Não Maltados e no projeto Uriah Heep Cover. Famoso por seus agudos, a sua marca
registrada.
CLAÚDIA E WILTON
Desenhistas e professores de arte. Editavam, junto com Fellipe CDC, o fanzine Raio X (97/99). Wilton é
integrante do movimento negro da Universidade de Brasília.
ALEX PODRÃO
Vocalista das bandas Detrito Federal e BSB-H. Veterano na cena, mas
ainda com espírito jovial e contestador. Enquanto a BSB-H ameaça um
retorno aos palcos, a Detrito segue firme no front. Alex Podrão, que
virou o professor de história Alexandre, pretende lançar um livro
contando sua vivência no mundo do rock, como membro efetivo e
participativo. Outra figura ímpar e vital!
Magoo Cartabranca (E) entrevista
Alex Podrão (D) para o programa
‘‘O Libertário’’.
MARCELO ZUMBI
Guitarrista da veterana Nomes Feios, uma das principais bandas das
cidades do Entorno localizadas ao sul do Distrito Federal.
EDNEY
Baixista da banda de rock'n'roll Duplo Destino. No seu currículo também
consta a participação na extinta Demon's Thrash.
CLED
Anarco-punk, baixista da banda hardcore Gracias por Nada e ativista do MPL (Movimento Passe Livre).
JÚNIOR
Foi o primeiro baterista da extinta banda heavy-metal Narcoze. Hoje assume a mesma função na
promissora Isolate.
PAULO
Vocalista da nova Tormmento, banda de deathrash-metal da Cidade Ocidental (GO).
ZECA
Um dos percussores do movimento gothic rock no DF nos anos 90. Sua banda, a Animais dos Espelhos,
inspirou uma dezena de outras. Já passou por uma das formações do grupo de rap Câmbio Negro e
atualmente ocupa o pouco tempo ocioso junto à banda Succulent Fly.
MARCELO
Contrabaixista. Ajudou a escrever a história do Rock Brasília nos anos 80 com sua banda Elite
Sofisticada. Marcelo sempre foi irônico ao explicar o motivo do nome da banda. Dizia assim: “se eles,
ricos, são a Plebe Rude, então nós, os pobres, somos a Elite Sofisticada”. Por um breve período foi sócio
do saudoso estúdio Caústico Lunar. Hoje trabalha nos bastidores da Rádio Cultura FM.
HAMILTON
Desenhista e tatuador. Ilustrou a capa do 7 ep do PxUxSx e a capa do Zine Oficial nº 7 (Headabanger's
Attack) e mais de mil corpos que perambulam livremente (ou não) pelas ruas. No começo da produtora
Mosh's Produções era uma das pessoas de confiança da dupla Ronan e Simone Death. Natural de Unaí,
cidade mineira próxima ao DF, Hamilton contribui para difundir o rock (principalmente o metal) também
na Região do Urucuia, por onde transita com frequência, fazendo tatuagens.
MARCÃO BLACKFIRE
Guitarrista das bandas Low Life e Ameaça Cigana.
JULIANO
Baterista das bandas ARD, Besthoven, Death Slam e Murro no Olho, além
de editar o fanzine Fúria Urbana. Nas eleições de 2010 pleiteou uma vaga à
Câmara Distrital pelo Partido da Causa Operária (PCO).
SARA
Várias bandas sem tanto respaldo até encontrar as meninas da Estamira, onde divide as
guitarras com sua amiga Clarice.
ROBSON
Fundador e principal compositor da Barbarella, o professor Robson também acha
espaço em sua agenda para tocar com seus amigos da Dínamo Z e desenvolver o
projeto Módulo B, que produz shows só com bandas autorais.
MICHEL MARCIANO
Indiscutivelmente um dos melhores baixistas do cenário alternativo brasiliense. É músico da banda
Khallice e empresta o seu talento a vários outros projetos musicais.
DANIEL
Baterista e fundador da banda Oscabeloduro. Já tocou no extinto projeto hardcore Teratogenia.
ANDERSON “PASSARINHO”
Outro com bom currículo. Entre os trabalhos musicais lista-se passagens pelas bandas OJTB, Prisão
Civil, De Veras. Atualmente toca bateria na Canibais e na Tampa de Fossa.
RENATA
Após algumas tentativas de montar bandas, eis que montou a Valhalla junto com a vocalista Andréa
(uma das escritoras do livro Mulheres do Rock, obra literária lançada pelo Zine Oficial). Saiu pouco
depois de gravar a primeira demo-tape, em 1991, e desde então permanece apenas como expectadora
assídua da cena metálica.
DJALMA
Guitarrista do projeto Teratogenia (RIP) e baixista da também falecida Who Farted?. Hoje, para
completar a renda como vigia, toca samba e pagode, apesar do coração roqueiro.
WELLINGTON
De pedra à vidraça. O vocalista da finada Who Farted? entrou para o quadro da
polícia civil goiana.
RAYANE
A nova vocalista da banda hardcore Disforme.
RICARDO FRANGO
A figura mais querida e carismática de toda a cena independente. Todos o
adoram, todos o amam. No auge do radicalismo anarco-punk (91/95) foi
mentor das bandas: Destroços, Desakato à Autoridade e Besthöven. Passou
pela Vernon Walters e hoje comanda a coqueluche hardcore intitulada Galinha
Preta. É engenheiro de som e, facilmente, está no topo 10 brasileiro dos
técnicos de PAs. Aqui não tem aquela história de ame-o ou odeio-o. Apenas
ame-o!
TEZEU
Antes de entregar correspondências, o exemplar funcionário dos Correios
distribuía panfletos e zines de cunhos anarquistas e vociferava contra as
mazelas do sistema com a inigualável Desakato à Autoridade, uma das
principais referências do movimento punk da Região Centro-Oeste.
JÚLIO
Mais um funcionário da Empresa de Correios e Telégrafos inserido até o osso no cenário do rock
brasiliense. Já tocou nas bandas Química e Prisão Civil e prossegue batucando freneticamente os
tambores roqueiros das ceilandenses Simple Man e Cocketeis. De repente, se algum carteiro te entregar
um flyer de show, não estranhe, ele é o Júlio!
MARCELO BARBOSA
Um dos melhores guitarristas do Brasil. Com autonomia montou o GTR Instituto de Guitarras,
reconhecida como uma das melhores escolas da América Latina. Dentre as bandas que toca (ou que já
tocou) as de maior repercussão são Khallice, Almah e Zero 10.
CELIÃO
Eis o homem com o mais extenso currículo musical da cena roqueira do Distrito Federal. Figura presente
e obrigatória em todas as jams em que as notas transitam entre o rock and roll e o blues. Depois de várias
bandas e umas dezenas de projetos, ele jura que agora só tem olhos e coração para a Terno Elétrico e
para a Brazilian Blues Band. Falar do planeta bluseiro candango e não citar o nome do Celião é muito
mais do que um erro, é um pecado mortal!
SERJÃO
Primeiro baixista da banda Marssal.
EDILSON
O Arapinha foi guitarrista da Crematório, que
infelizmente teve vida curta. Por um tempo foi roadie e
depois foi promovido para a função de músico da
Disgrace (RIP).
ANDRÉ
Já passou pelas bandas Podrera e Hordi i Progreçú,
continua com a sua Gengivas Inflamadas e está
bastante empolgado com seu primeiro projeto hardrock Moonstone. Todas as bandas são do Riacho
Fundo 2.
CARLA
Idéias anarquistas e batidas punks ao som da Kaos
Klitoriano, onde canta e toca bateria. É irmã do Marcelo
Zumbi (Nomes Feios).
ROBERTO NEGRETE
Sempre dentro do âmbito punk-hardcore-crossover, esse camarada
straight-edge já passou por inúmeras bandas e em variadas funções
musicais. As últimas agremiações pelas quais optou sair, foram: Low Life,
Podrera e The Insult. Continua firme e forte com as hardcores Disforme e
Nossa Escolha. Vez ou outra ataca como DJ e/ou produtor de eventos.
MARCÃO (MARCOS COSTA)
Membro fundador e primeiro baterista da Kábula, nome que rebatizou o trabalho iniciado com a banda
Navalha no ano de 1988. O currículo de Marcão, no entanto, remonta aos tempos de colégio, ainda nos
anos 80, com a banda Anestesia. Em seguida vieram a Rat White, formação embrionária que se
transformou na Dark Avenger e Athena, com trabalhos autoriais e cover do Creedence. Marcão trabalhou
também como músico profissional em bandas de baile tocando em clubes, bares e teatros.
WAGNER PRETO
O produtor e fotografo Wagner saiu de João Pinheiro (MG) para ajudar a registrar o rock candango e para
tentar ressuscitar o movimento underground no Guará. É dele a idéia e a produção do Metal 0800.
RUBENS “PINTO”
Já passou por bandas punks e góticas, mas hoje está mais light como baterista da banda Dínamo Z.
JÚNIOR
Vocalista da Insurreição, banda oriunda do Gama, que fazia um deathcore devastador.
SCREAM
Após passar por diversas bandas, hoje concentra esforços com a Prisão Civil e com a Tampa de Fossa.
Baixista da Valdez e um dos principais mentores e articuladores do Coletivo Cultcha, grupo
independente responsável por produções de eventos e CDs, desde que sejam bandas autorais.
NESCAU
O baixista do Red Old Snake é também produtor do jovem festival Bloodstock. Sob sua responsabilidade
caem as realizações artísticas das quartas no ótimo espaço America Rock Club, no Pistão Sul, em
Taguatinga. Recentemente montou o projeto musical Dom 9 mm.
JULIANO “TORMENTOR”
O Juliano editou o fanzine Metal Tormentor por alguns anos. A
publicação alcançou boa receptividade por parte do público
underground, especialmente quando ganhou a colaboração da
jovem e bela Lena, ex-baixista da Valhalla. Musicalmente, foi das
primeiras formações das bandas Seconds of Noise (fase HC) e
Catholic.
LUARA OLIVEIRA
Vocalista e letrista da banda 10Zer04.
ROBSON VÍRUS
Já fotografou diversos eventos, dentre os quais Ferrock, Quaresmada,
entre outros, possuindo um acervo de mais de 2.000 películas. Além de
fotógrafo, Robson é ativista cultural. Ao lado do guerreiro Jean, é um dos
criadores dos festivais Otaloukos e Rock Nú CDD (observação: CDD é
uma sigla que significa Caldeirão do Diabo, nome “carinhoso” dado ao
setor P Sul, na Ceilândia, pelo Mário Eugênio, radialista assassinado pelo
Esquadrão da Morte, em 1984). O coletivo que tem a participação de
Robson busca promover e melhorar a imagem de sua comunidade.
MOACIR “MÖA”
Eis o punk que tem o toque de Midas. Todas as bandas que esse cidadão monta – seja tocando baixo ou
guitarra ou cantando – tornam-se, de certa forma, uma espécie de referência. Foi assim com a Haters,
Extrema Agresion, Utgard Trolls e agora, por último, a nova coqueluche do punk-rock candango The
Squintz. Ainda se aventurou pelo universo gótico com a Últimos Versos. Fora a agitada vida musical, o
velho Moa já publicou alguns zines e promoveu algumas gigs.
RAFAEL
Quadrinista do Cruzeiro, criador do super herói negro Dinâmico Erre, que além de revistas e livros,
resultou em dois vídeo-clipes, um com o título do próprio personagem, interpretado pela banda NCV, de
Valparaíso. O outro vídeo-clipe do personagem Dinâmico Erre é uma animação feita por iniciativa própria
para a música "R ao Contrário", da Plebe Rude, que teve aprovação de Philippe Seabra em 2007.
FLÁVIO
Vasto conhecimento da cena punk dos anos 90, com passagens por diversas bandas anarcores, dentre
as quais a mais conhecida foi a saudosa Aversão, o velho Flávio pendurou os coturnos e resolveu seguir
caminhos menos radicais.
MARQUINHOS
Já passou pelas bandas Rotten Purity (death-metal) e
Queimando Vivo (rock'n'roll) e promete não ficar parado.
Esse morador do P Sul já está articulando seu novo
projeto musical.
EDMILTON
Ou simplesmente Ed. O Senhor Enxaqueca é o líder da
Prisão Civil e proprietário do ME Estúdio, local sagrado
para grande parte das bandas que compõem o cenário
independente do DF e do Entorno. Além das gravações,
mixagens, masterizações e ensaios que rolam nas salas,
o Dr. Ed ainda disponibiliza o salvador serviço de
sonorização de eventos.
MARCELO SOARES
Guitarrista de bandas seminais para o heavy-metal brasiliense
como Dark Avenger e Athena. Passou também pelas bandas
Navalha e Kábula. Músico autodidata desde os 10 anos de
idade, ajudou a formar uma boa escola de guitarristas nos dois
extremos da cidade do Cruzeiro. Suas primeiras experiências
em bandas foram participações nas incipientes e oitentistas
Zeugma e Linkage.
FAMÍLIA CARVALHO
Definitivamente uma família de ativistas culturais. Syda é poetisa e produtora do rotineiro Sarau
Psicodélico. Teí é artista e sempre que pode se envolve nas produções de seus irmãos e sobrinhos.
Marta é integrante da Casa de Farinha e Espanta Cão, ambos grupos musicais que estão recarregando
energias, trabalha na produtora Ossos do Ofício e divide a função de DJ com sua sobrinha Donna, em
muitas festas Brasília à fora. O Bosco, antes de virar Disc Jóquei, já foi baterista de algumas bandas,
entre as quais Banda Invisível, Luíza Fria e Psycho Shadows, sendo que na última participavam sua irmã
Renata e sua sobrinha Débora, a DJ Donna. Tonhão é punk da velha guarda e figura presente em várias
gigs hardcores pelas cidades do DF e do Entorno. Com o perdão do trocadilho banal e barato, a família
Carvalho é do caralho!
NEGRETE
Conhecido nacionalmente com a febre roqueira que invadiu o Brasil nos anos 80, Negrete foi o primeiro
baixista da Legião Urbana. Anos mais tarde e bastante longe dos holofotes, resolveu voltar ao cenário
musical e o fez com a Scraxo, banda de rock que teve rápida trajetória no cenário brasiliense.
EMÍDIO
Líder e fundador da extinta banda Críticos - na qual tocava também o conhecido e querido Betinho -,
Emídio já organizou e organiza diversos shows na cidade goiana chamada Jardim Ingá, onde mora. Sua
nova investida é a também hardcore Suicídio Coletivo.
FERNANDO AC/DC
Ele passou a adolescência acompanhando as reuniões de um bando de roqueiros revolucionários
(FERROCK), que aconteciam lá no P Norte, Ceilândia, e, lógico, o resultado final não poderia ser
diferente. Fernando tornou-se um dos diretores do Centro Cultural Ferrock e é também coordenador da
Educafro Brasília.
JABÁ
Guitarrista das bandas thrash Phrenesy e X-Hatred, a última lançou o CD
demo 'All pages burned' em outubro de 2010.
SEVEN
Guitarrista com larga experiência na cena roqueira da cidade, tendo
passado por diversas bandas, encontrando-se hoje com o trabalho autoral
denominado Dog Savanna, por onde passou o baixista Julius, outro com
bons antecedentes musicais.
MÁRCIO “PICA”
Esse cidadão ceilandense, além de cantar e liderar a
banda punk-rock HC Os Maltrapilhos, vire e mexe
envolve-se em produções independentes. Graças a ele e
a um grupo mutante de pessoas com quem o Márcio se
associa, tivemos o privilégio de curtir ao vivo e a cores
medalhões do hardcore como Lobotomia, Attack
Epiléptico, Cólera, Rattus e alguns outros.
VAGNER MARCELO
Não se engane com os olhos claros e a pele extremamente branca. Vagner é afrodescendente. Sua mãe
parece ter sido importada dos filmes hollywoodianos que abordam o cenário de Brooklin. Antes da
Kábula, Vagner já marcou passagens por bandas como Zeugma, Dark Avenger e Athena, sempre com seu
estilo à lá Steve Harris.
EVERALDO
Baixista da Valdez e um dos principais mentores e articuladores do Coletivo Cultcha, grupo independente
responsável por produções de eventos e CDs, desde que sejam bandas autorais.
WALKIR
Oriundo de João Pinheiro, a mais longínqua cidade mineira que compõe o ‘‘Mapa da Cena Roqueira’’
traçado pelo Zine Ofical. Walkir transita também por Paracatu, Brasília e Goiânia, onde participa da banda
Descarga Negativa e contribui com o blog Licor de Chorume, além de estar à frente da Insetu´s
Produções, responsável pelos shows do Cólera e Vulcano na capital Goiana. No DF, participou das
reuniões da Associação Cultural e Social do Rock do DF e Entorno, mas é em João Pinheiro mesmo que
está seu mais querido projeto: fortalecer e dar continuidade ao Festival Rural Rock, uma espécie de
Woodstock local que acontece sempre em chácaras ou fazendas.
ANTÔNIO “ROLLDÃO”
Não se deixe enganar pela impressionante semelhança com o
sambista Jorge Aragão, o ilustre homenageado aqui é um dos
principais Metalheads da capital federal e, quiçá, do Brasil.
Começou a se envolver com o rock muito cedo, graças à
influência de um de seus irmãos, do qual, inclusive, herdou o
apelido. Com as bênçãos de Mário Pacheco ingressou no
mundo zineiro por intermédio do impresso independente
Sleeping Village, para, mais tarde iniciar, juntos a amigos, o
Metal Blood, o primeiro fanzine 100% metal do Distrito Federal.
Após breve pausa como editor, apresentou Kill Again aos
headbangers leitores e aproveitou o mesmo nome para batizar
sua gravadora, responsável por lançamentos devastadores
como Violator, Corpse Grinder, Massacre, Hirax e tantos
outros. Valendo-se do grande e merecido respaldo obtido com
a Kill Again Records voltou ao mundo editorial com o impresso
Homicidal Maniac. Definitivamente, um guerreiro!
O Zine Oficial e o Ano Internacional
das Pessoas de Ascendência Africana
“For talecer iniciativas culturais que favoreçam a inserção dos
afrodescendentes urbanos marginalizados, com especial ênfase sobre a
juventude”. Esse é um dos 19 pontos para uma agenda afrodescendente nas
Américas, fruto do II Encontro Afrolatino, realizado em Salvador, Bahia, em julho
de 2010. A Assembléia Geral da ONU declarou 2011 o “Ano Internacional das
Pessoas de Ascendência Africana”.
Aberto aos debates que se aproximam para o próximo período, o Zine Oficial
dedica sua última edição impressa do ano aos afrodescendentes da cena roqueira
do DF e do Entorno, recordando que 2010 foi proclamado pela Assembléia Geral
das Nações Unidas o “Ano Internacional de Aproximação das Culturas”.
Somadas as 32 edições desde 2006, ultrapassamos 94.000 exemplares
distribuídos gratuitamente. Enquanto isso, o site www.zineoficial.com.br se
consolidou como uma sólida plataforma para divulgação de shows, mantendo
um canal aberto de comunicação e cooperação entre público, bandas e
produtores, sempre com o intuito de agregar todos os que querem contribuir
positivamente para o rock, em suas mais variadas vertentes.
Estamos cientes de que iniciativas de cunho underground como as nossas,
em primeiro plano, pouco ou nada impactam nos debates das esferas que
citamos. Nossa intenção é promover atitudes que contribuam diretamente para
melhorar a convivência em nossos círculos. O mapa da cena do rock traçado pelo
Zine Oficial, desde a primeira edição impressa, é bastante modesto, limitando-se
às cidades do DF, cidades goianas mais próximas da Região do Entorno e 3
cidades mineiras da Região do Urucuia. Toda essa região tem forte influência da
cultura negra por conta da exploração escrava nos garimpos e da migração de
trabalhadores, atraídos pela construção da Capital Brasileira. O rock, surgido na
América do Norte a partir de ritmos africanos, tornou-se um gênero global. Nesse
universo, estamos inseridos. Mesmo que não sejamos todos afrodescendentes,
enquanto roqueiros e libertários, precisamos aproveitar o diálogo, aberto com a
resolução da ONU de proclamar 2011 o “Ano Internacional das Pessoas de
Ascendência Africana”, e repudiar qualquer tipo de preconceito. Para isso, as
edições impressas e o site do Zine Oficial estarão à disposição de todos que se
identifiquem com essa proposta, dentro do universo roqueiro da nossa região de
cobertura.
Tomaz André
contatos: [email protected]
Pós editorial: Agradecimento ao Sarauê!
Passados quatro anos desde a publicação do Zine Oficial número 32, estamos ainda
na luta. Atendendo ao convite do rapper GOG e do ativista Fausto José Barbosa,
organizamos exposição ampliada de algumas páginas e distribuição, em segunda
tiragem, desta que foi uma das nossas edições especiais mais concorridas.
A oportunidade para o relançamento da homenagem aos AFRODESCENDENTES NA
CENA ROQUEIRA DO DF E ENTORNO não poderia ser mais apropriado: o Sarauê,
excelente projeto mesclando cultura de rua, artes plásticas, literatura... Mais
gratificante ainda foi ver a galera do hip hop abrir generoso espaço para inserir o
rock´n´roll no contexto de lutas contra o racismo, ajudando a resgatar a verdadeira
origem desse gênero musical. Tal atitude reforça que a sociedade evolui quando nos
unimos contra a opressão, caminhando juntos para a verdadeira cidadania.
Diante da decisão abrupta de reimprimir mais 200 exemplares do Zine Oficial número
32, uma questão crucial foi quanto à fidelidade do conteúdo. Agradecemos aos
patrocinadores da primeira tiragem, que nos ajudaram a por nas ruas 2.000
exemplares, rapidamente esgotados. Os espaços publicitários nesta segunda tiragem
foram substituídos por notas explicativas sobre o porquê de trazermos de volta textos
de quatro anos atrás.
O miolo desta edição é o mesmo publicado em 2010. As páginas trazem comentários
sobre pessoas que contribuíram bastante para a cena artística do DF e Entorno, por
amor à música que escolheram como tema de suas vidas. Certamente, muitas
questões são avaliadas de maneiras diversas por cada uma dessas pessoas. Em
comum, a luta pela afirmação artística em uma sociedade controlada por mídia de
exclusão, em favor de velhos dogmas colonialistas. Assim como na arte, no cotidiano
essa mídia prega que determinadas pessoas têm que ficar em lugares ou situações préestabelecidos pela elite.
Em cada cabeça consciente está a dignidade humana. Não podemos, no ponto em que
chegou a sociedade brasileira, aceitar retrocessos, mediante conversa fiada de
herdeiros do velho sistema - segregacionista e opressor - que tanta dor e atraso trouxe
ao povo negro, ao branco pobre, aos indígenas, aos imigrantes desesperados.
Retroceder jamais! Juntos somos fortes!
Choperia JK, Pólo de Modas, QE 40, Rua 05,
Lote 14, Guará II (Rua do Banco do Brasil)

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