Notícias de Beja - Diocese de Beja

Transcrição

Notícias de Beja - Diocese de Beja
10 de Janeiro de 2008
10
Janeiro
2008
SEMANÁRIO REGIONALISTA
Director: ALBERTO GERALDES BATISTA
Ano LXXIX – N.º 3954
Igreja de Portugal em renovação
O novo Arcebispo de Évora é
natural da Diocese de Guarda. D.
José Francisco Sanches Alves
nasceu a 20 de Abril de 1941, na
freguesia de Lageosa (Sabugal).
Estudou Filosofia e Teologia nos
seminários da Diocese da Guarda.
Em 1966, a 3 de Julho, foi ordenado
presbítero na Catedral de Évora. Em
Roma fez o Curso de Ciências da
Educação, na Pontifícia Universidade Salesiana, onde obteve o
doutoramento em Psicologia.
A sua actividade pastoral passou,
primeiro, pela Arquidiocese de
Évora, onde foi pároco de Escoural,
Professor do Instituto Superior de
Teologia, Secretário diocesano da
Catequese e Reitor do Seminário
Maior de Évora. De 1988 a 1998 foi
Vigário Geral da Diocese. Na Arquidiocese de Évora foi ainda Coordenador Diocesano da Pastoral e
Presidente do Cabido da Catedral.
A 7 de Março de 1998 foi nomeado
Bispo auxiliar de Lisboa, com o
título de Gerpiniana. A ordenação
episcopal celebrou-se em Évora, a
31 de Maio de 1998. Desde essa
data, o seu trabalho pastoral decorreu no Patriarcado de Lisboa onde,
além de outras actividades, era
Vigário Geral e Moderador da Cúria.
A 22 de Abril de 2004 foi nomeado
por João Paulo II como Bispo da
Diocese de Portalegre-Castelo
Branco. É vogal do Conselho
Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa e, desde 11 de
Abril de 2002 preside à Comissão
Episcopal de Acção Social e Caritativa, hoje Comissão Episcopal
para a Pastoral Social.
D. Amândio José Tomás
foi nomeado Bispo Coadjutor de Vila Real
D. Amândio Tomás, novo Bispo
coadjutor de Vila Real, ordenado
Bispo em Roma por João Paulo II, a
6 de Janeiro de 2002, é oriundo de
Cimo de Vila da Castanheira, em
Chaves, onde nasceu em 1943.
Natural da Diocese de Vila Real é
nela que fica incardinado ao ser
ordenado presbítero em 15 de
Agosto de 1967. O seu percurso
académico leva-o até Roma à Universidade Gregoriana e ao Instituto
Bíblico, locais onde se licencia em
Teologia e em Ciências Bíblicas
respectivamente.
D. Manuel
Falcão
As novas habilitações académicas
fazem com que passe pela docência
no seminário de Lamego e na
Faculdade de Teologia na Univer-
sidade Católica no Porto. Porém é
em Roma que D. Amândio acaba por
desenvolver a maior parte da sua
actividade. Vice-Reitor do Colégio
Português em 1976 e Reitor daquela
Instituição desde 1982, permanece
em Roma até 5 de Outubro de 2001,
o dia em que João Paulo II publicou
a sua nomeação para Auxiliar da
Arquidiocese de Évora.
No actual triénio, D. Amândio
Tomás é o delegado da Conferência
Episcopal Portuguesa (CEP) na
Comissão dos Episcopados da
Comunidade Europeia (COMECE).
Na festa da Epifania
Encontra-se em Lisboa, em casa de
seus familiares, preparando-se para
um intervenção cirúrgica, o Senhor
D. Manuel Franco Falcão, Bispo
emérito de Beja.
Por motivos de saúde, mormente
dificuldades na visão, o Senhor D.
Manuel deixou de assinar a saborosa crónica semanal da última
página, no Espaço Ludo-Cultural,
que todos os nossos assinantes
liam interessadamente e com grande proveito espiritual.
Aqui lhe expressamos o nosso
reconhecimento por esta preciosa
colaboração jornalística, durante 33
anos, formulando os melhores
votos de feliz recuperação e de
rápido regresso ao nosso convívio.
A.B.
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Incómodo de
preconceitos ancestrais
D. José Francisco Sanches Alves
é o novo Arcebispo de Évora
Bento XVI nomeou como novo
Arcebispo de Évora D. José Francisco Sanches Alves, até agora
Bispo de Portalegre-Castelo Branco. A decisão foi anunciada esta
Terça-feira, 8 de Janeiro, dia em que
foi ainda revelada a nomeação de
D. Amândio José Tomás, até ao
presente Bispo Auxiliar de Évora,
como Coadjutor de D. Joaquim
Gonçalves, Bispo de Vila Real.
D. José Sanches Alves sucede
assim a D. Maurílio Gouveia, que
apresentou a renúncia do governo
pastoral da Arquidiocese por ter
atingido o limite de 75 anos previsto
no Cân. 401§1 do Código de Direito
Canónico.
D. Maurílio de Gouveia era o
“decano” dos Bispos portugueses,
dado que estava à frente da Arquidiocese de Évora desde finais de
1981. A partir de hoje, o Bispo há
mais tempo à frente da sua Diocese
é D. Joaquim Gonçalves (19 de
Janeiro de 1991), actualmente em
recuperação após recentes problemas de saúde.
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00032008SNC/GSCCS
Papa Bento XVI faz apelo a
desenvolvimento justo e
sustentado
Página 2
Na Mensagem de Ano Novo
Presidente da República
questiona desigualdades sociais
e política de saúde
A anunciada e confirmada converssão de Tony Blair ao catolicismo
tem incomodado muita gente. Uns manifestam-se, directamente,
sobre o a despropósito desta conversão. Outros, em surdina ou a
pretender assobiar para o lado, não conseguem esconder o
desconforto. E também não falta quem vá dizendo que, apesar de
tudo, o número crescente dos ateus é mais significativo na Europa
que uma conversão isolada e, segundo dizem, por meros motivos de
família...
Quem anda atento ao que se diz, escreve, mostra e publica, decerto
se apercebeu, desde há tempos, do ribombar do trovão e dos rugidos
que o pressagiavam. De repente, e sem que nada o fizesse esperar,
os diários começaram a pedir entrevistas a gente pouco opu nada
conhecida, os editores a publicar livros que, logo na capa, publicitam
se publicitam a si próprios, falando de milhões (!) de exemplares
vendidos, por se tratar de “um livro que está a abalar o mundo”.
Os entrevistados e os autores podem ser pessoas famosas no campo
científico. Alguns até serão. Começamos a lê-los e fica-nos logo e
sempre a sensação de que se trata de mais um sapateiro, como o da
fábula, que foi além do chinelo do seu normal e competência.
Ninguém tem razão para criticar ou julgar quem livremente se professa
crente ou não crente. Mas já não se iliba de poder ser julgado quem
da sua opção faz teoria, muitas vezes coxa, àcerca de verdades que
constituem o credo de quem tem, na sua fé, a força, o sentido e a
razão do seu viver e agir diários.
O patriarca de Lisboa disse, na sua mensagem de Natal, que “Todas
as formas de ateísmo, todas as formas existenciais de negação ou
esqucimento de Deus, continuam a ser o maior drama da humanidade”.
Não faltou logo quem viesse contrapor, em jornal diário de grande
audiência nacional, que “O ateismo é aquela opinião, hoje em dia
trivial, de que a existência de Deus é altamente improvável ou mesmo
impossível”. E acrescenta o autor do escrito: “Mas não é bizarro
que, nos dias de hoje, e com tanto por onde escolher, mesmo um
cardeal designe tal ideia, como “o maior drama da humanidade”?
Não, não é bizarro nem está fora do nosso contexto social.
Nada mais sério e mais digno de respeito que a verdade feita vida na
vida de muita gente, e seja testemunhada com obras, atitudes e
compromissos, que certamente não existiriam sem essa adesão
existencial.
Muita gente, na actual sociedade, nega Deus, o Deus transcendente
e revelado, para coleccionar ídolos ou se fazer a si próprio deus,
numa luta de concorrência com quem dificulta o seu caminho ou,
usando do mesmo direito, também, legitimamente, se reivindica de
divino ou de fazedor de ídolos. A tentação de muitos é de serem
deuses. Uma tentação que vem de longe e a história se foi
encarregando de mostrar que, quando os pés são de barro, ainda
que seja de ouro o pedestal da estátua, esta não vence o tempo
normal, quanto mais o inclemente e invernoso.
Deus está menos atento à inteligência de quem O nega, que ao
coração de quem O procura. Menos preocupado em responder a
opiniões, mas mais atento a dar razões que justifiquem a Sua presença
e sinais que acordem a vida e os compromissos das pessoas e da
sociedade.
A prova de que o ateísmo é um verdadeiro drama está aí bem à vista.
A perda de sentido na vida de muitos jovens e adultos, o desprezo
por compromissos públicos assumidos na família, a insegurança e a
debilidade nas relações pessoais e no ambiente em que se vivemos,
o menosprezo pelas pessoas em troca de resultados políticos, o
individualismo que seca o amor e a ternura, o endeusamento do
passageiro e transitório que desembocam no campo desafeiçoado
de um vazio sem limites, o relegar progressivo das exigências da
justiça e do bem comum para um minguado lugar social, a
incapacidade de gratuidade para muita gente a que sobra tempo e
dinheiro, o alto peço da guerra pago pela miséria para onde se atiram
os pobres e indefesos… Que denuncia tudo isto e muito mais, senão
ausência de Deus ou de uma referência segura que não anda ao
sabor de gostos e interesses, mas é permanência que não ilude, nem
deixa cair da ilusão quem acredita seriamente num Deus Pai? Pai
mesmo daqueles que O negam, O esquecem ou que sentem o Seu
incómodo? Na hora da verdade, mesmo para os que não crêem, tudo
ficará claro. Para o verdadeiro crente é claro desde já, aqui e agora.
António Marcelino, Bispo emérito de Aveiro
Página 3
IGREJA
2 – Notícias de Beja
10 de Janeiro de 2008
Bento XVI enviou recados à comunidade internacional
Papa quer desenvolvimento “justo
e sustentado”
Bento XVI deixou, no dia 6, um
pedido de solidariedade a favor de
um desenvolvimento sustentável
em todo o mundo, com a “coragem”
necessária para promover mudanças profundas na ordem internacional. “Só adoptando um estilo
de vida sóbrio, acompanhado por
um sério empenho para uma distribuição quitativa das riquezas,
será possível instaurar um ordem
de desenvolvimento justo e sustentável. Para tal, é preciso homens
que alimentem uma grande esperança e possuam muita coragem, a
coragem dos Magos”, afirmou o
Papa na celebração da Missa da
Epifania, que presidiu na Basílica
de São Pedro.
Na homilia, Bento XVI recordou
situações de mal-estar que afectam
a humanidade de hoje. “De facto
não se pode dizer que a globalização seja sinónimo de ordem
mundial, bem pelo contrário. Os
conflitos pela supremacia económica e o açambarcamento dos
recursos energéticos, hídricos e das
matérias-primas, tornam difícil o
trabalho de todos os que, a todos
os níveis, se esforçam por construir
um mundo justo e solidário”,
lamentou.
“É necessária uma esperança maior,
que permita preferir o bem comum
de todos ao luxo de poucos e à
miséria de muitos”, disse ainda o
Sumo Pontífice.
Citando a a sua recente Encíclica
“Spe Salvi”, Bento XVI recordou que
“esta grande esperança não pode ser
senão Deus... não um deus qualquer,
mas o Deus... de rosto humano”,
“manifestado no Menino de Belém
e no Crucificado-Ressuscitado”.
Só quando existe uma grande
esperança - precisou o Papa - se
pode perserverar na sobriedade.
Caso contrário - alertou - procurase a felicidade na embriaguez, no
supérfluo, nos excessos, e assim se
destrói a si mesmo e ao mundo. “A
moderação não é, então, uma regra
ascética, mas também uma via de
salvação para a humanidade”,
sublinhou.
Recordando que o que se celebrava,
no dia 6, era “Cristo, Luz do mundo,
e a sua manifestação”, Bento XVI
fez notar que tal manifestação teve
lugar “no modo que é próprio de
Deus”: “uma luz humilde, ao estilo
de Deus; uma chamazinha acesa na
noite: um frágil recém-nascido, que
balbucia os primeiros sons no
silêncio do mundo”...
Sublinhando “o grande projecto de
Deus, de fazer da humanidade uma
família”, o Papa recordou dois
episódios dos primeiros capítulos
do Génesis que ajudam a compreender o sentido da Epifania: a
aliança (“pré-histórica”) de Deus
com Noé e a confusão das línguas
e dispersão dos povos na sequência de “Babel” (espécie de maldição, semelhante à expulsão do
paraíso terrestre”).
“É a partir daqui que inicia, com o
chamamento de Abraão, a história
Curso de Introdução à Doutrina
Social da Igreja
Cuidar do Mundo
Curso pela Internet, promovido pela
Faculdade de Teologia da UCP, em
parceria com a Cáritas Portuguesa
Num tempo em que os cristãos são
cada vez mais chamados a assumir
a sua corresponsabilidade na
edificação da Igreja e na concretização da sua missão para a
construção de um mundo mais
humano e mais fraterno, a formação
consistente e aprofundada torna-se
uma tarefa cada vez mais inadiável.
Fortemente empenhada nesta tarefa, a Faculdade de Teologia da
Universidade Católica Portuguesa,
numa parceria com a Cáritas Portuguesa, possibilita a todos os
interessados a participação no
Curso «Cuidar do Mundo – Introdução à Doutrina Social da Igreja»,
que decorrerá entre Fevereiro de
Julho de 2008.
Trata-se de uma proposta de formação no âmbito de «e-learning», que
oferece um itinerário de aprendizagem a todos aqueles que não têm a
disponibilidade, nem o tempo, para
frequentarem o regime presencial.
As candidaturas decorrem até ao
dia 7 de Janeiro de 2008.
da bênção: começa o grande projecto de Deus de fazer da humanidade uma família, mediante a
aliança com um povo novo, por Ele
escolhido para ser uma bênção no
meio de todos os povos. Este
projecto divino encontra-se ainda
em curso de realização”, indicou.
De facto - explicou o Papa - este
projecto de Deus, já plenamente
revelado e realizado em Cristo, tem
que ser ainda “acolhido pela história, que permanece sempre história de fidelidade da parte de Deus
e, infelizmente, também de infidelidade da parte de nós homens”.
“Na plenitude dos tempos, Jesus
Cristo veio conduzir à plenitude a
aliança: é Ele próprio, verdadeiro
Deus e verdadeiro homem, o Sacramento da fidelidade de Deus ao seu
projecto de salvação para toda a
humanidade”.
“A chegada dos Magos do Oriente
a Belém, para adorar o Messias
recém-nascido é o sinal da manifestação do Rei universal aos povos e
a todos os homens que procuram a
verdade. É início de um movimento
oposto ao de Babel: da confusão à
compreensão, da dispersão à reconciliação”, prosseguiu.
Segundo Bento XVI, existe “uma
ligação entre a Epifania e o Pentecostes: se o Natal de Cristo, que
é a Cabeça, é também o Natal da
Igreja, o seu corpo, nós vemos nos
Magos os povos que se agregam
ao resto de Israel, prenunciando o
grande sinal da Igreja poliglota,
actuado pelo Espírito Santo”.
O Papa convidou os fiéis a alargarem
o olhar sobre a história da salvação,
em toda a sua plenitude, “para
admirar a beleza do projecto de Deus,
projecção na história do seu ser
Comunhão trinitária, Amor fiel e
tenaz, que de geração em geração
nunca desdiz a sua aliança”.
“Este mistério constitui a esperança
da história, é o mistério da bênção
que deseja entender a todos os
povos e a todos os seres humanos
para que possam viver como irmãos
e irmãs, filho do único Pai. Está aqui
a verdade sobre o homem e sobre
toda a história. A Igreja está ao
serviço deste mistério de bênção”,
frisou o Chefe da Igreja.
No dia 18 de
Janeiro de 2008
Notícias de Beja
completa 80
anos de vida.
Amigo assinante, colabore connosco na campanha em curso de valorização e divulgação
do nosso Notícias de
Beja.
Baptismo
do Senhor
Ano A
13 de Janeiro de 2008
O Baptismo de Jesus no Jordão é um dos momentos essenciais na vida do
Senhor: assinala o termo da vida de silêncio e obscuridade e inaugura o Seu
mistério público, anunciando e preparando o Seu Baptismo “na morte” (Lc.
12, 50; mc. 10, 38).
A vida pública de Jesus surge assim enquadrada entre dois baptismos: o baptismo
de penitência do Jordão (que encerra em potência, todo o itinerário que o Servo
de Javé percorrerá para realizar a Sua obra) e aquele que constituirá Jesus
como vítima e pedra angular do novo mundo - o baptismo do Calvário, no qual
sangue e água brotarão do Seu lado (Jo. 19, 34 e ss.).
I Leitura
Is 42, 1-4.6-7
No Baptismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como
sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à
água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que
o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre
quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa
Nova da salvação a toda a Terra.
Leitura do Livro de Isaías
Diz o Senhor: “Eis o meu servo, a quem Eu protejo, o meu eleito, enlevo
da minha alma. Sobre ele fiz repousar o meu espírito, para que leve a
justiça às nações. Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir
nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que
ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem
desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as
ilhas longínquas esperam. Fui Eu, o Senhor, que te chamei segundo a
justiça; tomei-te pela mão, formei-te e fiz de ti a aliança do povo e luz das
nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros
e da prisão os que habitam nas trevas”.
Salmo Responsarial
Salmo 28 (29)
Refrão: O Senhor abençoará o seu povo na paz.
II Leitura
Actos, 34-38
O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Baptismo e ungiu-O
para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens
fossem também baptizados não só na água, mas na água e no Espírito.
Mas ao subir da água, os céus abrem-se e o Espírito Santo desce sobre
Ele, ungindo-O como o Servo de Deus que vem tomar sobre Si, para o
tirar pecado do mundo; e a voz do Pai declara-O seu Filho muito
amado, o Homem Novo; autor da nova criação. Assim, o Baptismo
lança Jesus no caminho da Páscoa.
Leitura dos Actos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: “Na verdade, eu
compreendo que Deus não faz acepção de pessoas, mas, em qualquer
nação, aquele que O teme e pratica a justiça é-Lhe agradável.
Ele enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus
Cristo, que é o Senhor de todos. Vós sabeis o que aconteceu em toda a
Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:
Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou
fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio,
porque Deus estava com Ele”.
Evangelho
Mt 3, 13-17
O Baptismo de Jesus inaugura a sua vida pública. Ao fazer-Se homem,
Ele tornou-Se solidário com os homens. Por isso, não receou descer à
água do Baptismo no meio dos pecadores, mas para os elevar à
dignidade de filhos de Deus. Estes dois aspectos estão bem claros no
Baptismo do Senhor. Jesus desce à água, o Pai apresenta-O como seu
Filho, o Céu abre-se e o Espírito Santo desce sobre Ele. A pomba é
apenas a imagem sob a qual o Espírito Se manifesta. A palavra do Pai
revela, de maneira autêntica, o mistério e a missão de Jesus. O baptismo
do Senhor é uma das grandes “epifanias” ou “manifestações” de
Jesus.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo, Jesus chegou da Galileia e veio Ter com João Baptista
ao Jordão, para ser baptizado por ele. Mas João opunha-se, dizendo:
“Eu é que preciso de ser baptizado por Ti e Tu vens Ter comigo?”
Jesus respondeu-lhe: “Deixa por agora; convém que assim cumpramos
toda a justiça”. João deixou então que Ele Se aproximasse.
Logo que Jesus foi baptizado, saiu da água.
Então, abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como
uma pomba e pousar sobre Ele. E uma voz vinda do céu dizia:
“Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha
complacência”.
NACIONAL
10 de Janeiro de 2008
Cardeal Patriarca de Lisboa
Na Mensagem de Ano Novo
Destruição do equilíbrio ecológico
é “problema político central”
O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D.
José Policarpo, qualificou, no dia
de Ano Novo, como um “problema
político central” a destruição do
equilíbrio ecológico da Terra,
elegendo o ambiente como tema da
homilia do Dia Mundial da Paz.
Na homilia, realizada na igreja de
Santa Isabel, em Lisboa, D. José
Policarpo afirmou que a degradação das condições climáticas apresenta “consequências decisivas na
construção da harmonia e da paz”,
pelo que se exigem “opções corajosas e sacrifícios necessários”.
O Cardeal-Patriarca escolheu o
problema do ambiente em sonsonância com a mensagem do Papa
Bento XVI também para este dia,
que afirmou: “ao salvar a natureza,
o que se pretende salvar é o homem,
toda a família humana”.
D. José Policarpo reforçou ainda a
“uegência de introduzir nos mecanismos da economia e do progresso decisões corajosas e ponderadas para salvar o planeta” e deu
alguns exemplos do que se fez em
2007 para salvar a “casa comum da
única família humana”.
Como acontecimentos “portadores
de uma esperança de paz”, o
Notícias de Beja – 3
cardeal apontou a realização da
Cimeira UE/África, que Lisboa
acolheu, assim como a assinatura
do Tratado de Lisboa, no âmbito
da presidência portuguesa da UE e
a Cimeira Mundial de Bali, na
Indonésia, onde se discutiram as
grandes questões do ambiente.
A procura de um “progresso sustentável”, como disse D. José
Policarpo citando Bento XVI, “tem
consequências políticas para quem
tem a responsabilidade de conduzir
os destinos dos povos”, numa
mensagem directa a quem está no
poder em todo o mundo.
Na mensagem, o cardeal apontou
como “grande desafio a cultura contemporânea integrar, sem medo e sem
preconceitos passados, os contributos da fé religiosa para a sabedoria
que há-de inspirar e conduzir o
desenvolvimento da Humanidade”.
Presidente da República
questiona desigualdades
sociais e política de saúde
Arcebispo de Braga
É urgente a regulamentação da Concordata
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defendeu
que o Governo efectue, com urgência, a regulamentação da Concordata. D. Jorge Ortiga, em entrevista à Agência Ecclesia, não
esconde que há algum mal-estar
ainda por resolver nas relações
entre a Igreja Católica em Portugal
e o Governo.
“O mal-estar existe porque a regulamentação ainda não aconteceu.
A Concordata foi aprovada em finais
de 2004, passaram três anos e era de
esperar que esta regulamentação
estivesse efextuada”, frisou o Arcebispo Primaz.
D. Jorge Ortigarecordou que o atraso se deve a “outras preocupações”.
“Não esqueçamos que a Concordata é um acordo entre o Governo português e a Santa Sé.
O Governo português, com as
preocupações da presidência da
União Europeia e com as várias
alterações de Governo, talvez se
tenha limitado à lei da liberdade
religiosa e tenha esquecido, esta é
a minha impressão, as implicações
práticas e concretas da Concordata”, afirmou o prelado. Contudo,
este ano, o presidente da CEP
afirma-se convencido que “vai
haver mais empenho no regulamentar, para que sejamos capazes
de pôr a Concordata em prática, de
ambos os lados, sem privilégios,
mas ao mesmo tempo com a atenção ao característicos, ao particular
e até diferente, que é a Igreja
Católica.
Pois não se pode tratar por igual, o
que por si é diferente.
É importante que isto aconteça”.
E rematou alertando que a demora
na regulamentação tem permitido
“que alguns funcionários de ministérios” tenham criado “dificuldades” à Igreja em Portugal.
Bispo do Porto
Estado Português não apoia família
nem trabalho da Igreja
O Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, afirmou no dia 1 de Janeiro,
que a resposta da Igreja Católica aos
problemas da família “mereceria uma
contemplação oficial que por vezes
não encontra”, apontando como
exemplo os centros de actividades
de tempos livres (ATL).
Na sua homilia, no Dia da Paz, na Sé
Catedral do Porto, o prelado lembrou
“o que sucedeu em relação a tantos
centros de actividades de tenpos
livres, postos em causa por uma
legislação que não teve suficientemente em conta os serviços prestados e os encargos assumidos”.
As palavras do Bispo, proferidas na
missa de Ano Novo, estão ma mesma
linha de posições da Confederação
Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
A estrutura liderada pelo padre Lino
Maia acusou o Governo de querer
vingar as actividades de enriquecimento curricular nas escolas
públicas à cusra do fim de apoios
aos ATL. Na sequência das acusações, a CNIS prometeu mesmo lançar
este mês uma petição em defesa do
princípio de que devem ser os pais a
decidir sobre as opções extracurriculares para as crianças.
Na sua homilia, centrada na família
como lugar de aprendizagem da
sociabilidade, o Bispo do Porto
criticou ainda as “restrições arbitrárias do direito e dever dos pais em
transmitir aos filhos os próprios
sentimentos, valores e convicções”.
Apoiado na expressão popular
“quem casa quer casa”, o prelado
questionou-se se os jovens “têm
condições reais para constituir
família e acolher os filhos”.
Revelou também o “papel da família
na consolidação da paz”, de um modo
especial “quando o abandono de
tantos e a deliquência de alguns
redobram problemas e levantam
novos medos”.
“Portugal exerceu no 2.º semestre a presidência do Conselho
da União Europeia. Fê-lo com eficácia, rigor e dignidade. É
de toda a justiça reconhecer o papel desempenhado pelo
Governo.”
”O desemprego atingiu níveis preocupantes e são muitas as
famílias que enfrentam sérias dificuldades para fazer face às
despesas de todos os dias.”
“O funcionamento do sistema de Justiça ainda é um obstáculo
ao progresso económico e social do País.”
”Não podemos deixar de nos inquietar perante as desigualdades na distribuição do rendimento que as estatísticas
revelam.”
”O acesso aos cuidados de Saúde é uma inquietação de
muitos portugueses. Seria importante que os portugueses
percebessem para onde vai o País em matéria de cuidados
de Saúde.”
”Se não nascem crianças é o nosso futuro que está em causa.
O despovoamento e o envelhecimento das populações é um
problema sério do Interior do País que os poderes públicos
não podem ignorar.”
”Nos esforços que tenho feito para mobilizar os portugueses
para os problemas da inclusão social obtive respostas que
me encheram de alegria.”
”Há que encarar as críticas como um estímulo para fazer
melhor.”
A Fundição de Sinos de Braga
SERAFIM DA SILVA JERÓNIMO & FILHOS, LDA
Sede & Secção de órgãos:
Praceta Padre Diamantino Martins, n.º 9
4700-438 Braga
Telefone 253 605 770 Fax 253 065 779
Fábrica:
Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga
PATRIMÓNIO
4 – Notícias de Beja
PEDRA ANGULAR
10 de Janeiro de 2008
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
Festival Terras sem Sombra de Música Sacra
Igreja Matriz de Almodôvar recebe 2.º concerto
de um ciclo de grande qualidade dedicado ao Mediterrâneo
Ensemble Hispânia dá a conhecer programa sobre o diálogo musical entre o Oriente e Ocidente, centrado em torno das
Devoções Populares na Música Judaica, Cristã e Árabe
Um espectáculo a
reter
Depois de um concerto memorável
na Igreja Matriz de Mértola, um
espectáculo dedicado ao diálogo
cultural entre Judeus, Cristãos e
Muçulmanos na Igreja Matriz de
Almodôvar. Seria difícil escolher
melhor abertura para a participação
diocesana de Beja no Ano Europeu
do Diálogo Intercultural.
Ibéria para os Gregos, Hispânia
cisos das religiões que escudavam.
Ao debruçarmo-nos sobre o percurso de cada uma destas culturas
na península ao longo do período
medieval, cedo verificamos que não
só houve uma assumpção de uma
cultura dita “popular”, paralela a
uma outra de cariz “erudito”, como
também, facto inegável, uma interacção permanente entre elas,
moldada ao sabor do tempo e das
circunstâncias. O reinado de D.
Afonso Henriques (1109-1185) é
paradigmático no que toca a esta
convivência de interesses. Se, por
um lado, guerreou os mouros,
conquistando-lhes cidades, por
outro permitiu-lhes permanecer nos
territórios de forma a não os
despovoar. E se os judeus representavam os algozes de Jesus aos
olhos dos cristãos, foi a eles, e em
concreto, ao seu líder, Yahia Ben
Yahia, que o novo soberano entregou a responsabilidade de colectar
impostos no reino, mantendo-se
esta tradição ao longo da dinastia
borgonhesa.
Todos estes elementos são tidos
em conta na elaboração de um
programa de excepcional qualidade
artística, bem adequado ao espírito
do Festival “Terras sem Sombra”.
Ensemble Hispânia
Nossa Senhora da Conceição,
padroeira do convento de Almodôvar
para os Romanos, Sefarad para os
Hebraicos, Al-Andalus para os
Árabes, muitos foram os nomes
dados a uma só península no
Sudoeste da Europa, ponto de
partida e de chegada de uma babilónia de gentes, culturas e tradições, não sendo por mero lirismo
que, a seu tempo, Camões a descreveu como “Onde a terra se acaba
e o mar começa”. Aos Celtiberos
juntaram-se Fenícios, Cartagineses,
Judeus e Gregos, derrotados pelos
Romanos, sucedidos pelos Visigodos, que subjugaram os Suevos
e expulsaram os Vândalos, empurrados para Norte pelos Árabes
invasores, reunidos em cinco reinos
da Hispânia e, finalmente, no
dealbar do Renascimento, definidos
em duas nações, Portugal e Espanha. E se o Mediterrâneo foi,
fundamentalmente, a porta de
acesso de todos estes povos,
também foi por este mar que nos
chegaram os três vectores fundamentais da cultura ibérica, o cristão,
o árabe e o judaico, associados,
obviamente, aos contornos pre-
Fernando Gomes é licenciado em
Canto pela Escola Superior de
Música de Lisboa e tem o Curso
Geral de Flauta Transversal do
Conservatório Nacional. Interpretou variadíssimos papéis de
ópera, nomeadamente os principais
papéis para barítono das óperas de
Mozart. Fez parte de agrupamentos
como o Almanaque e o Coro de
Câmara de Lisboa. É membro do
Coro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Coral Vértice. Tem
vindo a especializar-se na música
vocal e instrumental dos períodos
medieval e renascentista, colaborando com alguns dos mais importantes agrupamentos nacionais de
música antiga, como o Ensemble
Alpha, Vozes Alfonsinas e La
Batalla. Tem desenvolvido projectos na área do Teatro Infantil,
colaborando ao longo dos anos
com diversas instituições, como a
Companhia de Marionetas de Lisboa e a Companhia de Música
Teatral. Na Fundação Calouste
Gulbenkian frequentou o Curso de
Formação para Professores de
Iniciação Musical, orientado por
Ana Ferrão. Dedica-se ao ensino
há mais de vinte anos, tendo
Ensemble Hispânia
leccionado na escola de Música do
Conservatório Nacional, Conservatório de Almada, Academia de
Música de Santa Cecília, entre
outras.
José Manuel Tavares estudou
guitarra clássica na Escola de
Música do Conservatório Nacional
com José Dinis; fez parte de várias
formações de Música de Câmara
com trio de guitarras, guitarra e voz,
orientadas pelo Maestro Fernando
Eldoro, e acompanhou, entre outros, Wagner Dinis e Helena Afonso, trabalhando reportório clássico
e contemporâneo. Participou em
workshops de Música Improvisada
com guitarra eléctrica orientados
por Nuno Rebelo e Carlos Zíngaro.
Tem actuado em grupos de Música
Medieval com alaúde árabe, tais
como Ars Sesimbræ, Vozes Alfonsinas, Birundum, Goliardos, Ensemble Hispânia e Azizi. Leccionou
Educação Musical durante vários
anos no ensino oficial e presentemente é professor-acompanhador na Escola de Dança do Conservatório Nacional, onde compõe
música para aulas e coreografias de
dança moderna.
Susana Diniz Moody nasceu em
Lisboa. Iniciou os estudos musicais
aos quatro anos com a sua mãe,
tendo ingressado aos dez no Conservatório de Música de Lisboa,
onde estudou violoncelo com Pilar
Torres e canto com Helena Pina
Manique e António Wagner Diniz,
iniciando posteriormente o estudo
da viola da gamba, sendo hoje
aluna de Miguel Ivo Cruz. Trabalhou ainda a voz com Helena
Afonso, Jennifer Smith, Liliana
Bizineche, Vasco Gil, Natália Viana,
Alexei Shakitko e Teresa Gardner,
com quem estuda actualmente.
Desde muito cedo participou em
vários cursos de música antiga,
tanto em Mateus como em Évora,
tendo trabalhado com professores
como Wouter Möller, Anner Bylsma, Pere Ros e René Jacobs, entre
outros; participou ainda no III
Curso de Música Antiga em Kandili, na Grécia, onde trabalhou com
Michael Chance e os Fretwork.
Colabora regularmente com os
grupos de música antiga Coro de
Câmara Pravoslava, Concerto
Atlântico, La Batalla, Quantz
Consort, Ensemble Galhardia, Oriana Ensemble, Trio La Muzette e
L’Antica Musica, e já foi membro
do Coro de Câmara de Lisboa, do
Syntagma Musicum e do Coro
Gulbenkian; em Inglaterra trabalhou com os New London Singers,
os Corydon Singers e os Voces
Angelicæ e em Espanha e no
México com o Grupo Vocal Gregor.
Como solista tem actuado com a
Orquestra Sinfónica Juvenil, a
Orquestra Sinfonietta de Lisboa, a
Orquestra Sinfónica Portuguesa, a
Capela Real, etc. É membro do Coro
do Teatro Nacional de São Carlos
desde 1991, onde tem actuado
também como solista
Victor Gaspar tem o Curso Superior
de Canto do Conservatório Nacional, onde foi aluno de Wagner
Dinis, Elsa Saque e Fernando
Eldoro, entre outros. Actualmente
frequenta o último ano da licenciatura em Direcção Coral da Escola
Superior de Música de Lisboa.
Participou em várias master-classes
de Canto, tendo-se especializado,
como barítono solista, na interpretação de música medieval e
renascentista. Foi locutor e autor
de programas radiofónicos na
Antena 2. A partir de 2002 começou
a colaborar como director musical
na área do teatro. Iniciou em 1995 o
estudo do desenvolvimento musical de crianças a partir do nascimento, frequentando vários seminários sobre teoria de aprendizagem musical orientados por Edwin
Gordon, entre outros. Neste momento é membro do Coro Gulbenkian, Grupo Vozes Alfonsinas e
Ensemble Vocal Introitus. Dirige o
Coro da Escola Secundária Anselmo de Andrade e o Coro da Universidade Sénior de Almada. Lecciona
Prática Coral, Canto e coordena o
projecto de Música para Bebés no
Musicentro (Salesianos de Lisboa).
Programa
Música Cristã Medieval, Cantigas de Santa Maria (Século XIII)
Cantiga de Santa Maria n.º 159
Cantiga de Santa Maria n.º 7
Romances do Cativo: Tolerância e Fé
Romance do Cativo (Aljezur, Algarve)
Ya viene el cativo (tradicional andaluza)
Música Tradicional Portuguesa
Canto da Verónica: O vos omnes (Redondo, Évora)
Para o São João (Beira Baixa)
Moda das casadas (Beira Baixa)
Música Árabe e Música Contrafacta Judaica Hispânica (Al-Andalus)
Lamma badda (tradicional andaluza)
Ayyu-ha s-saqi (tradicional andaluza, século XII)
Gran consejo de los santos (Khlas núba reml, garnati de Argélia)
A Tí, Señor, rogaré (Anónimo, século XIV)
Dios me protegerá (tradicional judaico-marroquina)
Pájaro en vuelo (tradicional andaluza)
Música Cristã Medieval, Canto de Peregrinos do Llibre Vermell de
Montserrat (séculos XIV/XV)
Cuncti Simus Concanentes (Virelai)
Los Set Goyts (Balada)
DIOCESE
10 de Janeiro de 2008
Notícias de Beja – 5
A Igreja de Beja em marcha
Tomada de posse dos Órgãos Sociais
da Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém
Numa Eucaristia celebrada na igreja
da Misericórdia, sob a presidência
do Senhor Bispo de Beja, D.
António Vitalino Dantas, foi dada
e tomada posse aos novos Órgãos
Sociais da Santa Casa da Mise-
poral como espiritual,por exemplo,
que os provedores das Misericórdias tinham a função de avindouros, ou seja, punham de bem as
pessoas que estavam desavindas
e, nomeadamente na Quaresma, iam
ricórdia. Com poucas caras novas,
na prática, continuam os mesmos
responsáveis.
A Irmandade da Santa Casa da
Misericórdia é uma Associação de
Fiéis. Nasceu assim. E assim se tem
mantido ao longo dos séculos.
Rege-se por Normas Próprias aprovadas pela Autoridade Eclesiástica.
O Compromisso, que regula o
funcionamento da Instituição, é
elaborado para garantir a continuidade da intuição original com o
seu carisma próprio e tem de ser
aprovado pelo Bispo que designa
um sacerdote da Diocese, para seu
delegado, como Capelão.
A Santa Casa da Misericórdia tem
a seu cargo o exercício das obras
de Misericórdia, sobretudo as
corporais, sem excluir de modo
nenhum as espirituais. O Pe Melícias lembra que “entre outras
bonitas funções na prática de ‘toda
a obra de misericórdia’ tanto cor-
promover a paz junto de pessoas
ou famílias que estavam zangadas
ou em litígio, dispondo para o efeito
de um livro onde registavam as
‘amizades’ e as ‘pazes’ que tinham
sido feitas entre fulano e beltrano
ou cicrano”.
As circunstâncias fizeram com que
o rosto das Santas Casas, actualmente, seja mais de empresas do
que de Instituições de natureza
eclesial e da intervenção social da
Igreja. Importa evoluir sem degenerar. Na últina semana de pastoral
social, ficou bem marcado que as
insttituições de serviço social, de
origem ou natureza eclesial, têm
direito e devem afirmar o que lhes é
específico. Têm identidade própria
a que não devem renunciar. Alguém
falou até numa ‘carta de princípios’.
Os “Irmãos” a quem é confiada a
tarefa de dirigir a Instituição, terão
de fazer o equilíbrio entre a competência e o carisma. Terão de
Convívio com as crianças da Fundação
Manuel Gerardo
No dia 6 de Janeiro, várias famílias
de Lisboa, casais com seus filhos,
pertencentes ao movimento das equi-
pas de Nossa Senhora, de que sou
assistente espiritual desde há
vários anos, vieram até Beja para o
já tradicional encontro com as
meninas da Fundação Manuel
Gerardo, com momentos de oração,
de convívio e de partilha. A época
de Natal propicia os encontros em
família e apela à construção de
laços de família. Esta é também uma
maneira de celebrar e viver o Natal.
Chocados e apreensivos entrámos em 2008
Com muitas festas e preparativos nos
dias antes do Natal, parecia aproximar-se um tempo mais calmo de
eventos sociais e eclesiais, dedicado
em parte aos familiares e amigos.
Mas logo há acontecimentos que
nos fazem estremecer e nos tiram a
tranquilidade, como os muitos
acidentes na estrada com feridos
graves e mortes. Para nós, e não só,
o incêndio no lar da Misericórdia de
Serpa com algumas mortes e muitos
idosos desalojados deixou-nos
chocados e aqui deixamos a todos
os atingidos os nossos sentimentos
de solidariedade. A Caritas Diocesana acompanhou de perto as
pessoas e instituições responsáveis,
para encontrar as melhores soluções
de ajuda humanitária. Talvez seja
chegada a hora de providenciar a
construção do novo lar, há muito
pensada, para libertar as presentes
instalações provisórias, dando-lhes
outro destino.
conciliar a caridade e a eficiência,
que não se compadece com ambiguidades. De resto, a ineficiência é
pecado.
A dignidade humana da pessoa dos
idosos e dos deficientes de qualquer tipo exige respeito e qualidade
de vida. A melhoria da qualidade
do serviço é um sinal do nível do
respeito e do apreço pela história
de cada utente, do reconhecimento
dos seus direitos como pessoa e
cidadão, aquele homem ou aquela
mulher que gastaram a vida no
serviço social ou cívico, tantas
vezes anónimo.
Por isso, resta-me desejar que os
novos órgãos sociais consigam que
esta Instituição, antes de mais, seja
“CASA”, lugar de acolhimento e de
familiar convivência; depois, que
seja uma “casa da MISERICÓRDIA”,
lugar onde se apalpa a ternura e o
carinho, onde a preferência vá
efectivamente para os que mais
precisam, sendo atenta, pioneira e
criativa, pela força da solicitude
inspirada na mística do capítulo 25
de Mateus; e, finalmente, que
também seja “SANTA”, que quem lá
vive ou trabalha, se dê conta que
todo o homem e mulher foram feitos
à imagem e semelhança do Criador,
são filhos de Deus Pai. Que tudo,
nas relações de uns com os outros
tenha a marca do AMOR. Ser ‘santo’,
é imprimir ao que fazemos a marca
do humano, como pessoas e a marca
do divino como cristãos.
Votos de bom trabalho aos empossados, sabendo que Deus
recompensa sempre os generosos.
Há muita gente à vossa espera. Os
voluntários são sempre poucos
para o muito que há a fazer.
Padre Manuel Magalhães, Capelão
da Santa Casa da Misericórdia de
Santiago do Cacém
Agenda dos próximos dias:
Na semana de 7 a 11 de Janeiro
realiza-se mais uma ronda de reuniões arciprestais.
No dia 12 temos a reunião do
Conselho Pastoral e no dia 17 a do
Conselho Presbiteral. A revisão dos
nossos métodos pastorais em
ordem à construção de uma Igreja
de comunhão é o assunto principal
de ambos os órgãos colegiais.
De 18 a 20 de Janeiro têm lugar em
Fátima as jornadas sócio-pastorais
das migrações.
No dia 20 de Janeiro, com início às
15,30 horas, reunem-se os animadores de assembleias familiares de
Beja para um encontro de formação
com o Pe. António Gomes Dias,
missionário redentorista.
No dia 21 de Janeiro, pelas 12,30
horas, começa no Centro Pastoral
de Beja o curso de formação permanente do clero de Beja, Évora e
Algarve, que terminará depois do
almoço do dia 24.
† António Vitalino, Bispo de Beja
Paróquia do Carmo vestiu-se de
festa e juntou-se aos Reis
Auto de Natal
Foi no passado sábado, dia 5 de
Janeiro, (vésperas do Dia de Reis)
que a Paróquia de S. João Baptista
celebrou a Festa de Natal da Catequese, contrariando assim a forte
tendência de fazer as celebrações e
festas comemorativas durante o
tempo do Advento.
Cerca de 20 crianças, adolescentes
e jovens da paróquia ofereceram
aos mais pequenos e a toda a
comunidade o Auto de Natal composto por diferentes quadros
natalícios (Anunciação, Visitação,
Nascimento de João Baptista,
Nascimento de Jesus e Visita dos
Reis). De destacar que toda a
narração e diálogos foram cantados,
num texto e músicas com alguma
participação do Cónego Aparício e
do Pe. António Cartageno.
No final do Auto os mais pequenos
juntaram-se aos Reis na festa e nas
oferendas. As catequistas tinham
levado a cabo uma campanha de
sensibilização, promovendo nas
crianças o sentido de solidariedade
para com outras crianças que se
encontram institucionalizadas, e as
prendas recolhidas e levadas ao
presépio vivo, então formado no
Auto, destinam-se a diversas instituições da cidade.
O Concerto dos Reis
À noite, apesar da forte humidade
que se fez sentir, a Igreja do Carmo
voltou a encher-se para assistir ao
tradicional Concerto de Reis pelo
Coro do Carmo e Coro Infantil. O
Sr. Bispo D. António Vitalino deunos a alegria da sua presença. O
Coro do Carmo, que no último ano
esteve fortemente empenhado na
preparação e apresentação da
Oratória “Fátima, sinal de esperança para a humanidade”, não
quis deixar de cumprir esta tradição
que conta já 30 uns anos.
Além de temas clássicos (canto
gregoriano, Mozart, Schnabel,
Shubert, D. Pedro de Cristo…)
foram ainda interpretados temas
natalícios oriundos de diferentes
pontos do globo (Chile, Alemanha,
França, Itália, Estados Unidos e
República Checa).
O cante alentejano, acarinhado
desde sempre pelo Coro do Carmo,
também esteve presente, traduzindo a tradição bem portuguesa de
“Cantar ao Menino”, que contemplou ainda alguns temas natalícios
da Ilha da Madeira e de outras
regiões do país. Enfim, um repertório variado, original em muitos
casos e agradável de ouvir, como o
comprovaram a atenção e os calorosos aplausos do público.
O Coro do Carmo foi dirigido, como
habitualmente pelo Pe. António
Cartageno, e o Coro Infantil, que
interpretou 4 temas, alguns dos
quais em conjunto com o Coro
adulto, contou com a direcção da
Profª. Helena Almeida.
Este Concerto de Reis teve a
excelente colaboração dos instrumentistas prof. Jaime Branco e João
Cavaco (órgão) e Ana Manso
(flauta transversal). Parabéns a
todos!
Clara Palma
SOCIEDADE
6 – Notícias de Beja
O mal que as novelas fazem
Certa vez um amigo já falecido,
psicólogo, me disse que “as novelas fazem uma pregação sistemática de anti-valores”. Embora
isso já faça bastante tempo, eu
nunca esqueci esta frase. Meu
amigo Franz Victor me disse uma
grande verdade.
Enquanto a evangelização procura
incutir nas pessoas uma vida de
acordo com os valores do Evangelho, a maioria das novelas estraga o povo, incutindo nas pessoas anti-valores cristãos.
As novelas, em sua maioria, exploram as paixões humanas, muito
bem espelhadas nos chamados
pecados capitais: soberba, ganância, luxúria, gula, ira, inveja e
preguiça; e faz delas objeto dos seus
enredos, estimulando o erro e o
pecado, mas de maneira requintada.
Na maioria delas vemos a exacerbação do sexo; explora-se descaradamente este ponto, desvirtuando o seu sentido e o seu uso.
Em muitas cenas podem ser vistos
casais não casados vivendo a vida
sexual, muitas vezes de maneira
explícita, acintosa e provocante; e
isto em horário em que as crianças
e os jovens estão na sala. Aquilo
que um casal casado tem direito de
viver na sua intimidade, é colocado
a público de maneira despudorada,
ferindo os bons costumes e os
mandamentos de Deus.
Mas tudo isso é apresentado de
uma maneira “inteligente”, com uma
requintada técnica de imagens, som,
música, e um forte aparato de belas
mulheres e rapazes que prendem a
atenção do telespectador e os
transforma em verdadeiros viciados. Em muitas famílias já não se
faz nada na hora da novela, nem
mesmo se dá atenção aos que
chegam, aos filhos ou aos pais.
Assim, os valores cristãos vão
sendo derrubados um a um: a
humildade, o desprendimento, a
pureza, a continência, a mansidão,
a bondade, o perdão, etc. vão
sendo jogados por terra, mas de
maneira homeopática; aos poucos,
lentamente, para não chocar, os
valores morais vão sendo suprimidos. Faz-se apologia do sexo a
qualquer instante e sem compromisso familiar ou conjugal; aprovase e estimula-se o homossexualismo como se fosse algo natural e
legítimo, quando o Catecismo da
Igreja chama a prática homossexual
de “depravação grave” (§2357).
O roteiro e enredo dos dramas das
novelas são cuidadosamente escolhidos de modo a enfocar os
assuntos mais ligados às pessoas
e às famílias, mas infelizmente a
solução dos problemas é apresentada de maneira nada cristã. O
adultério é muitas vezes incentivado de maneira sofisticada e
disfarçada, buscando-se quase
sempre “justificar” um triângulo
amoroso ou uma traição. O telespectador é quase sempre envolvido
por uma trama onde um terceiro
surge na vida de um homem ou de
uma mulher casados que já estão
em conflito com seus cônjuges. A
cena é formada de modo a que o
telespectador seja levado a até
desejar que o adultério se consume
por causa da “maldade” do cônjuge traído.
E assim, a novela vai envolvendo e
“fazendo a cabeça” até mesmo dos
cristãos. A conseqüência disso é
que as elas passaram a ser a grande
formadora dos valores e da mentalidade da maioria das pessoas, de
modo que os comportamentos que
antes eram considerados absurdos,
agora já não o são, porque as
novelas tornaram o pecado palatável. O erro vai se transformando
em algo comum e perdendo a sua
conotação de pecado.
Por outro lado percebe-se que a
novela tira o povo da realidade de
sua vida difícil fazendo-o sonhar
diante da telinha. Nela ele é levado
a realizar o sonho que na vida real
jamais terá condições de realizar:
grandes viagens aéreas para lugares paradisíacos, casas superluxuosas com todo requinte de
comidas, bebidas, carros, jóias,
vestidos, luxo de toda sorte;
fazendas belíssimas onde mulheres
e rapazes belíssimos se disputam
entre si.
E esses modelos de vida recheados
de falsos valores são incutidos na
cabeça das pessoas. A conseqüência trágica disso é que a
imoralidade campeia na sociedade;
a família é destruída pelos divórcios, traições e adultérios; muitos
filhos abandonados pelos pais
carregando uma carência pode
desembocar na tristeza, depressão,
bebida e até coisas piores. A
banalização do sexo vai produzindo
uma geração de mães e pais solteiros que mal assumem os filhos...
é a destruição da família.
Por tudo isso, o melhor que se pode
fazer é proibir os filhos de acompanharem essas novelas; mas os
pais precisam ser inteligentes e
saber substituí-las por outras
atividades atraentes. Não basta
suprimir a novela; é preciso colocar
algo melhor em seu lugar. Esta é uma
missão urgente dos pais.
António Ferreira
A Cáritas em Sines
A Cáritas Paroquial de Sines,
através da sua Presidente Irmã
Conceição Martins, promoveu um
Encontro de Visitadores e solicitou
à Cáritas Diocesana formação para
o mesmo. No dia 05 a Dra Ana
Soeiro - Técnica de Serviço Social
da Cáritas e a Presidente Teresa
Chaves, deslocaram-se ao Centro
Paroquial de Sines para um Encontro de Formação de Visitadores,
onde foram recebidas pelo Pároco,
Sr. Pe. Pereira e pela Irmã Conceição.
Estiveram presentes 17 voluntárias
que, para além da formação recebida, tiveram ocasião de partilhar
algumas das suas experiências. No
final foi distribuido um Manual do
Visitador.
A solidão é sem dúvida uma das
mais graves formas de pobreza e
muito poderá ser feito para minorar
este sofrimento. Na nossa Diocese,
para além das pessoas pertencentes aos Movimentos que se
dedicam a este apostolado, existem
outras pessoas disponíveis para
serem voluntárias nesta área que
necessitam no entanto de receber
formação e serem enquadradas.
A Caritas Diocesana está disponivel para participar em outros
Encontros que alguma Paróquia
queira promover, pois estes momentos de partilha são ocasião de
enriquecimento para todos, para
além de que dessa forma, com o
contributo de todos, poderemos ir
aperfeiçoando o conteúdo da formação e do Manual.
Teresa Chaves
Cáritas Diocesana de Beja
Estaremos presentes na ERVANÁRIA SOLVITA, em Beja
Dia 21 de Janeiro - 2.ª feira, das 17h00 às 18h00
10 de Janeiro de 2008
REGISTADO
“Ó Portugal, hoje és nevoeiro...”
São já evidentes os sinais que o consulado Sócrates deixará na vida
nacional. O País está diferente, muito diferente. Mais sombrio, mais
confuso, mais medroso. Deve ser dito em seu abono que isto não vem
dos propósitos do Governo. Os ministros ficam confusos com o
escorregar insensível do sistema, empurrado não por políticas, mas
por danos colaterais.
José Sócrates, edição revista e
Discursos e estatísticas corrigida de António Guterres,
eliminou o aspecto bonacheirão
animam Portugal, mas e incompetente e introduziu um
os êxitos e perspectivas ar mais dinâmico e cuidadoso.
são tão artificiais Sob a obsessiva maquilhagem
mediática tem tomado medidas
quanto os sonhos do importantes e obtido resultados
plano tecnológico e a significativos. Mas sempre pecharada do novo rplexo com a teimosa paralisia da
causada por três
aeroporto. Só existem economia,
elementos que corroem o tecido
lucros sob o halogéneo nacional.
dos centros comerciais, Primeiro, a austeridade atabaporque a ilusão da lhoada. A derrapagem de Guterres e sucessores impunha o rigor
austeridade, a tentação financeiro, que o Governo abratotalitária e a deriva çou com coragem e sem concorporativa afundam a vicção. Foram conseguidos resultados no Orçamento, mas
economia no marasmo tratando os sintomas, não a
sorridente. doença. Cortou-se onde se podia, não onde se devia.
Enfrentaram-se os interesses instalados, sem os deslocar. O buraco está
só oculto. Ressurgirá. Entretanto sacrificam-se instituições, quebram-se
equilíbrios, mina-se a moral dos serviços. A administração ficou mais
rude, a solidariedade mais burocrática, a sociedade mais desigual.
O sinal está nos números. Declarações firmes, cortes arrojados e
protestos ruidosos apregoam que vivemos em abstinência. Mas em
quatro anos (de 2005 ao previsto para 2008) a despesa global da
administração pública aumentou um total acumulado de 15%, a despesa
corrente primária 21%, as receitas fiscais 26%. O défice desceu
espremendo a economia.
Segundo elemento, a tentação totalitária. Com a maioria absoluta e os
resultados das sondagens o atávico apetite dirigista dos socialistas
tornou-se irresistível. Os objectivos são meritórios, da luta contra a
evasão fiscal, aquecimento global e tabagismo à protecção da cultura,
sociedade laica e segurança nas estradas. O resultado é uma intolerável
intromissão regulamentar, maníaca inspecção e generalizada
desconfiança. Repetem-se as provocações patetas à Igreja e tradição.
O Governo sacrifica a liberdade no altar da esterilização. Está abafado
viver em Portugal.
O símbolo aqui é a homérica entrevista do director da ASAE ao
semanário Sol (29/12/2007). Julga-se funcionário zeloso mas é caricatura
alimentícia da Gestapo. Embriagado de estatísticas e regulamentação
europeia, ignorante da realidade económica e insensível às
consequências sociais, ergue-se como bloqueio fundamentalista e
arrogante ao progresso e iniciativa empresarial. Num país vivo seria
preso. Neste paroxismo boçal já se vê condecorado.
Terceiro elemento, a deriva corporativa. Fala-se de compadrios e
corrupções, acusa-se a influência surda da Maçonaria. Acima de tudo
é palpável o crescente senhorio de uma nomenklatura pós-moderna
instalada nos corredores do poder.
A saga do BCP manifesta este traço. O Governo é inocente na
calamidade daquela que permanece uma empresa por acções. Mas o
efeito final, qualquer que seja, significa a captura de um centro de
decisão nacional por quadros do PS ou PSD. Um dos poucos poderes
independentes da sociedade civil caiu na rede da actual nobreza
suburbana.
Discursos e estatísticas animam Portugal, mas os êxitos e perspectivas
são tão artificiais quanto os sonhos do plano tecnológico e a charada
do novo aeroporto. Só existem lucros sob o halogéneo dos centros
comerciais, porque a ilusão da austeridade, a tentação totalitária e a
deriva corporativa afundam a economia no marasmo sorridente.
Como símbolo global da legislatura ficará o Tratado de Lisboa. Um
diploma incompreensível e sem significado que embrulha a realidade
intrincada num consenso aparente. A presidência portuguesa, sem
nenhuma agenda fora do circo diplomático, ainda está convencida que
aquela grotesca palhaçada foi um sucesso. O sorriso tolo da foto de
família consagra a mediocridade europeia. Atrás vê-se “este fulgor
baço da terra que é Portugal a entristecer”.
João César das Neves, professor universitário
“Diário de Notícias”, 7 de Janeiro de 2008
SOCIEDADE
10 de Janeiro de 2008
Cuidados de saúde... sob protesto
«Seria importante que os portugueses percebessem para onde vai
o país em matéria de cuidados de
saúde. Poderiam, assim, avaliar
melhor aquilo que tem sido feito...
O acesso aos cuidados de saúde é
uma inquietação de muitos portugueses... O despovoamento e o
envelhecimento das populações é
um problema sério do interior do
país que os poderes públicos não
podem ignorar».
Foi com estas palavras incisivas
que o Presidente da República se
dirigiu aos responsáveis da saúde
em Portugal, na sua mensagem de
Ano novo.
Questões como a desigualdade na
distribuição dos rendimentos, o
problema da (baixa) natalidade ou
os acidentes rodoviários foram
ainda preocupações que o Chefe
de Estado não esqueceu bem como
a temática da justiça, as vertentes
económicas e a educação.
De facto, o sector da saúde tem
estado em ebulição social e política,
trazendo para a rua a contestação
ao fecho de maternidades, de
urgências (sobretudo nocturnas) e
de centros de saúde um pouco por
todo o país... sobretudo no interior.
* Tendencialmente gratuito ou
preventivo?
Tendo sido apresentada como
tendencialmente gratuita a saúde,
agora está sob o efeito dos custos
dos cuidados médicos, tanto em
pessoas qualificadas como em
material de rápido desgaste. Para
que possam ser prestados bons
cuidados exige-se qualidade. Ora
com o agravamento das dificuldades económicas têm vindo a
crescer as listas de espera, tanto
para os cuidados urgentes como
para as operações mais exigentes e
previstas.
Numa tentativa de racionalizar os
recursos temos assistido à concentração de serviços em localidades mais centrais ou influentes
no panorama social, económico e
(mesmo) político. Deste modo
foram sendo encerrados espaços
que anteriormente eram mais próximos – talvez com menor qualidade
é verdade – mas onde a vizinhança
reinava como lenitivo nas dores
mais repentinas.
Por outro lado, foram pululando
nos grandes centros populacionais
outros prestadores de serviços de
saúde – ligados a grupos económicos e aos sectores bancário/
segurador – pagos por quem é
atendido. O ‘serviço nacional de
saúde’ foi entrando nalguma decrepitude técnica, económica e até
social. Sendo um vector essencial
para a sobrevivência das pessoas,
a saúde tornou-se um negócio
rentável e um serviço de capital
importância para o bem-estar das
pessoas, das famílias e da sociedade em geral.
* Litoralização agrava desertificação
Com a deslocalização das pessoas
do interior para o litoral fomos
assistindo à tendência de ir fe-
chando hospitais e centros de
saúde em favor de clínicas – muitas
delas privadas – e de grandes
hospitais/empresa onde o anonimato cresce e as pessoas se
tornam números, que não podem
dar (muito) prejuízo ao Estado
providência. Com melhores meios
de transporte e estradas mais
acessíveis, temos sido confrontados com a deslocação para cerca
de cinquenta quilómetros de distância com a desculpa da concentração na qualidade dos serviços. Quantas vezes uma mão
amiga vale mais do que múltiplos
medicamentos sofisticados! Quantas vezes se pode encomendar mais
depressa a morte pela simples razão
de que te(re)mos melhores máquinas! Quantas vezes as falhas até
se podem desculpar se houver
compreensão e boa vontade em
pedir desculpa pelos erros... assumindo as consequências dos seus
actos!...
Como povo sabemos, normalmente,
interpretar quem gosta de nós. Ora,
o actual ministro da saúde tem dado
a entender que nos – povo simples
e fora da capital – detesta. Por isso,
venha outro que nos saiba compreender e seja capaz de nos explicar
que a saúde não é (só) um negócio.
Com a saúde não se brinca nem um
bocadinho... e muito menos por
tanto tempo!
Notícias de Beja – 7
O quarto Rei Mago
Todos conhecemos os três Reis
Magos. Mas nem todos sabem a
história de Artaban, o quarto mago,
que passou a vida à procura de
Jesus e só o encontrou quando Ele
estava a ser crucificado. É uma
lenda linda que nos revela uma
criatura cheia de bondade e fé que
também viu a estrela brilhar sobre
Belém, mas sempre chegava atrasado aos lugares onde Jesus poderia estar, porque encontrava
pobres e miseráveis a precisar da
sua ajuda.
Primeiro desencontrou-se de Melchior, Gaspar e Baltasar, porque lhe
apareceu um homem meio morto no
caminho, a quem o coração lhe
pediu para ajudar.
Chegado a Belém, teve de comprar
a vida de uma criança que estava
para ser assassinada, às ordens de
Herodes, dando ao soldado que a
encontrara uma das pérolas que
levava para oferecer ao Menino
Jesus.
Sabendo que José e Maria tinham
fugido para o Egipto, pôs-se a
caminho mas Jesus já havia regressado a Nazaré. Quis ir lá adorá-lO
mas um escravo ia ser levado à força
para as galés e Artaban achou que
era melhor oferecer-se para esse
trabalho.
Depois de trinta anos de trabalhos
forçados chega a Jerusalém. É tarde
demais, o menino já se transformou
em homem e está sendo crucificado
naquele dia.
O rei havia comprado pérolas para
Cristo, mas precisou vender quase
todas para ajudar as pessoas que
encontrou em seu caminho.
Sobrou apenas uma pérola – e o
Rei Mago pensa com ela comprar a
libertação de Jesus. Mas encontra
uma mulher aflita a ser levada por
uns homens. E salvou-a, oferendo
uma pérola aos atacantes.
Agora já nada mais pode fazer. Nem
uma pérola lhe resta para resgatar
Jesus.
– Falhei a missão da minha vida –
pensa o rei mago.
Mas neste momento, escuta uma
voz:
– Ao contrário do que pensas, tu
estiveste comigo durante toda a
tua vida. Eu estava a morrer e tu me
resgataste. Tu me livraste da morte
quando acudistes àquelas pessoas
necessitadas. A tua caridade para
com os pobrezinhos foi a melhor
pérola que me podias dar. Muito
obrigado por tantos presentes de
amor!
É provável que esta história não
passe de lenda. Mas revela-nos que
todos podemos ser Reis Magos se
vivermos em caridade para com os
irmãos necessitados.
Ventura Pinho
A. Sílvio Couto
Publ.
Cartório Notarial de Serpa
Certificado
Certifico para efeitos de publicação que no
dia 18 de Dezembro de 2007, lavrada a fls.
142 do livro de notas número 158 - D, deste
Cartório, foi efectuada uma escritura de Justificação, pela qual MARGARIDA DA CONCEIÇÃO CACHUCHO MALAGUETA MORENO, NIF 147.589.517, viúva, natural da
freguesia de Santa Maria, concelho de Serpa,
residente na Rua João Valente, n° 29, em
Serpa, que outorga por si e como
procuradora de MARIA DO CARMO MALAGUETA MORENO, NIF 147.110.653,
divorciada, natural da freguesia de Salvador,
concelho de Serpa, residente na Rua Cidade
de Leiria, n° 3 - 8-A, em Setúbal e ANTÓNIO
MARIA MALAGUETA MORENO, NIF 152.
858.326 e mulher Maria da Guadalupe
Madeira Ramos Moreno, casados no regime
da comunhão de adquiridos, naturais da
citada freguesia de Santa Maria, residentes
na Rua José Afonso, n° 10, em Serpa,
alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio
urbano de rés-do-chão, destinado a habitação, sito na “Rua João Valente”,
freguesia de Salvador, concelho de Serpa,
que confronta: do norte com Rua João
Valente, do sul com António Francisco
Mestrinho, pelo nascente com Maria da
Consolação Morgado, e pelo poente com
Cesário Jacinto d’Oliveira, descrito na
Conservatória do Registo Predial de Serpa
sob o número quinze mil e quatrocentos
do livro B - trinta e oito, inscrito na
respectiva matriz, sob o artigo 273, com o
valor patrimonial actual de 1.071,65 €, a
que atribuem o valor de cinco mil euros. Que
o citado imóvel encontra-se registado na
mencionada Conservatória a favor de Maria
de Guadalupe Cachucho, viúva; Policarpo
Francisco, casado com Augusta do Carmo
Poupinha, no regime da comunhão geral, e
de Deonilde Guadalupe Branco, solteira,
maior, em comum e sem determinação de
parte ou direito, pela inscrição doze mil
duzentos e oitenta do livro G - dezasseis,
bem como a transmissão de direito a favor
dos referidos primeiros outorgantes e
representada Margarida da Conceição
Cachucho Malagueta Moreno, António Maria
Malagueta Moreno, casado com a citada Maria
de Guadalupe Madeira Ramos Moreno, e
Maria do Carmo Malagueta Moreno pelo averbamento número três, apresentação quatro,
de vinte e oito de Setembro de dois mil e
seis, desconhecendo-se actualmente o seu
paradeiro, bem como dos respectivos herdeiros, sendo os mesmos notificados
editalmente através da notificação avulsa,
nos termos do artigo noventa e nove, do
Código do Notariado, já arquivada neste
Cartório como documento número cento e
vinte e oito do maço referente às notificações
avulsas do corrente ano. Que o mencionado
imóvel fazia parte do património comum do
casal formado por António Martins Moreno e
mulher Margarida da Conceição Cachucho
Malagueta Moreno, casados que foram um
com o outro em únicas núpcias de ambos e
no regime da comunhão geral, e o direito dos
referidos titulares inscritos, Maria de
Guadalupe Cachucho; Policarpo Francisco;
e Deonilde Guadalupe Branco, veio à sua
posse por haverem adquirido por compra o
quinhão hereditário a que os mesmos tinham
direito na herança ilíquida e indivisa por óbito
de Maria da Cruz Cachucho Paibento ou só
Maria da Cruz Cachucho e de José
Francisco, que para efeitos fiscais corresponde a um/quarto indiviso do aludido imóvel,
por volta do ano de mil novecentos e setenta
e um, não tendo sido celebrada a respectiva
escritura, tendo ele António Martins Moreno
falecido em dez de Março de dois mil e três,
tendo-lhe sucedido como herdeiros seu cônjuge sobrevivo, Margarida da Conceição
Cachucho Malagueta Moreno, e dois filhos,
Maria do Carmo Malagueta Moreno e António Maria Malagueta Moreno, já acima
identificados como primeiros outorgantes,
como tudo consta da escritura de habilitação
lavrada neste Cartório em oito de Agosto de
dois mil e seis, iniciada a folhas vinte e duas
do respectivo livro de notas número cento e
quarenta e dois - D. Que, porém, desde aquele
ano e sem interrupção, os mencionados
António Martins Moreno e mulher Margarida da Conceição Cachucho
Malagueta Moreno entraram na posse do
quinhão hereditário do citado imóvel,
usufruindo todas as suas utilidades e
suportando os respectivos impostos e
encargos, tendo adquirido e mantido a sua
posse sem a menor oposição de quem quer
que fosse e com conhecimento de toda a
gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública,
pacífica, contínua e de boa fé, que dura há
mais de vinte anos, pelo que o adquiriram
por usucapião, não tendo, todavia, dado o
modo de aquisição, documento algum que
lhes permita fazer a prova do seu direito de
propriedade. Que a posse do citado quinhão
hereditário do dito imóvel, após a sua morte,
com as características já indicadas, têm sido
mantidas por eles, justificantes, pelo que
desta forma, justificam a aquisição do
aludido direito predial por usucapião.
Cartório Notarial de Serpa, dezoito de
Dezembro de dois mil e sete.
A 2a ajudante,
(Maria da Conceição Vaz Martins Miguel)
Dr. Rui Miguel Conduto
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2008
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Editado em
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Tiragem
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ÚLTIMA PÁGINA
10 de Janeiro de 2008
Ditos e Feitos
Deste
Mundo
e do
Outro
TV generalista vai ter um novo canal
Portugal vai ter, no próximo ano, um quinto canal generalista de
televisão em sinal aberto. O anúncio foi feito, há dias, pelo ministro
dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, que disse
prever que isso possa acontecer “no Inverno ou Primavera de 2009,
um ano depois da abertura, em breve, do concurso para a plataforma
da Televisão Digital Terrestre (TDT)”.
A TDT é o sistema que vai substituir os televisores actuais
(analógicos) até 2012, baseando-se na difusão de sinal digital e que
permite melhor qualidade de imagem e som, receber a internet na TV
e programar o que se quer ver. O sistema também permite ver televisão
em tempo real num automóvel.
O ministro sublinhou a vantagem da concorrência: “É uma
ponderação positiva. Haver um novo canal significa aumentar a
escolha dos telespectadores e a oferta de televisão. É, além disso,
um incentivo à qualidade”.
Mais de cem jornalistas morreram em 2007
2007 foi um dos piores anos para o jornalismo com cerca de uma
centena de profissionais mortos em todo o mundo, mais de metade
dos quais no Iraque.
Desde a invasão norte-americana, em Março de 2003, pelo menos
207 profissionais dos media foram mortos no Iraque. Nem na guerra
do Vietname, nem nos conflitos da ex-Jugoslávia, nem mesmo nos
massacres da guerra da Argélia ou no genocídio no Ruanda houve
tantas vítimas entre os profissionais da imprensa.
A Somália e o Paquistão são os países que se seguem na lista,
respectivamente com oito e seis (sete, para a FIJ) jornalistas mortos
em 2007.
As detenções são outra das ameaças a que os jornalistas estão
expostos - 135 estão detidos, com o Paquistão e Cuba no topo da
lista, a que se juntam os sequestros, que atingiram 67 jornalistas em
2007, 14 dos quais continuam sob sequestro.
Preços aumentam
Os preços de diversos bens e serviços vão aumentar, este ano,
acima da inflação de 2,1 por cento prevista pelo Governo para 2008,
com destaque para o pão, com os industriais do sector a estimarem
uma evolução de dois dígitos.
A electricidade vai aumentar, de acordo com a proposta da Entidade
Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), aprovada pelo
Conselho Tarifário, 2,9 por cento, em média, em Portugal Continental,
2,6 por cento nos Açores e 4,9 por cento na Madeira.
Eslovénia na Presidência da UE
Portugal foi substituído, no dia 1, na presidência semestral rotativa da
União Europeia pela Eslovénia, uma nação independente há apenas 16
anos e o primeiro dos países ex-comunistas a assumir essa
responsabilidade.
Este país alpino com dois milhões de habitantes, que entrou no início
de 2007 na Zona Euro e a 21 de Dezembro último no espaço Shengen,
terá a grande responsabilidade de coordenar a política externa e de
segurança comum europeia numa altura em que o Kosovo se prepara
para declarar a independência da Sérvia.
O primeiro-ministro esloveno, Janez Jansa, anunciou há uma semana
que a estabilização da região dos Balcãs será a sua prioridade durante
o semestre em que assumirá a presidência da União Europeia.
Estradas fizeram 858 mortos em 2007
Em 2007 registaram-se 858 mortos em acidentes rodoviários no
continente, mais oito do que no ano anterior, mas este número
pode ainda ser maior porque estima-se que 14% dos feridos
hospitalizados acabem por falecer.
Cada vítima mortal em sinistralidade custa cerca de 200 mil contos
em moeda antiga ao Estado, segundo os dados que Portugal
comunica a Bruxelas.
O mês de Dezembro foi também o que registou menos vítimas desde
1998, com 63 mortos, quando em 2006 morreram 87.
A.B.
2008 - Ano Europeu do
Diálogo Intercultural
Por decisão do Parlamento e do
Conselho Europeu, é instituido
2008, como ano europeu do diálogo
intercultural.
Espera-se que o Ano Europeu:
- Promova o diálogo intercultural
como um instrumento de apoio aos
cidadãos europeus, para incentivar
o conhecimento e a abertura a um
ambiente cada vez mais complexo e
diverso;
- Promova a consciencialização de
cidadania europeia e dos que vivem
na Europa;
- Aumente o impacto dos programas comunitários em 2008,
fazendo potenciar o efeito
multiplicador.
Portugal,
país de migrantes
Todos os povos têm histórias de
migração. Sempre houve quem
partisse por motivos económicos,
culturais ou de segurança pessoal.
Portugal viveu de muitas formas
estes encontros interculturais: as
epopeias marítimas, o povoamento
das colónias, a emigração para a
Europa e os Estados Unidos, são
alguns exemplos, a que se juntam
hoje o turismo e os planos de
estudo como o Erasmus. Eis a
linguagem dos números:
Área: 92,391 km2
Fronteira: Espanha (1214 km)
População: 10 642 836 habitantes
(Julho 2007)
Idade: Dos 0 aos 14 anos - homens:
914 480; mulheres: 837 525.
Dos 15 aos 64 anos - homens: 3 501
206; mulheres: 3 551 706.
Mais de 65 anos - homens: 757 220;
mulheres: 1 080 699.
Esperança de vida: 77 anos (homens: 74 anos; mulheres: 81 anos).
Religião: Católicos: 84,5 por cento;
outros cristãos: 2,2 poe cento;
outras religiões: 0,3 por cento; sem
religião ou ateus: 13 por cento.
Nacionalidade: os Portugueses são
fruto de uma mistura de povos que
migraram para a Península Ibérica
no decorrer dos séculos. Primeiro
entre os Iberos - os habitantes
indígenas de Portugal - e Celtas,
oriundos do Sudoeste da Europa.
Formaram os Celtiberos, entre os
quais os Lusitanos. Vieram depois
os Romanos, povos germânicos Visigodos e Suevos -, e mouros.
Diáspora: Portugal tem cerca de dez
milhões de habitantes fora do país.
Após a expansão ultramarina no
século XV, durante o período
colonial, os Portugueses estabeleceram-se nas colónias de África,
América do Sul e Ásia. desde
meados do século XX, voltaramse para outros países europeus.
Na Ásia: A maior comunidade
encontra-se em Hong Kong, na
China: 20 000.
Na Oceânia: 55 000 portugueses
vivem na Austrália.
Em África: África do Sul alberga a
maior comunidade lusa de África:
500 000.
Na América: O Brasil recebeu
milhões de portugueses. Os Estados Unidos abrigam 1,3 milhões de
lusos; no Canadá e na Venezuela
são perto de 400 000.
Na Europa: A França é o destino
preferido: cerca de um milhão de
portugueses.
Estrangeiros (Imigrantes): cerca de
410 000.
Dez mandamentos da
relações humanas
1) Fale com as pessoas. Não há
nada tão agradável e animador
quanto uma palavra de saudação.
É muito importante para nós uma
palavra amiga.
2) Sorria para as pessoas. Lembrate que accionamos 72 músculos
para franzir a testa e apenas 14 para
sorrir. Então, pelo menos por questão de economia, sorri.
3) Chame as pessoas pelo nome. A
música mais suave para muitos é
ouvir o seu próprio nome.
4) Seja amigo e prestativo. Se
quiseres ter amigos, sê um amigo
leal.
5) Seja cordial. Fala e aje com
sinceridade. Tudo quanto fizeres,
faz com todo o prazer.
6) Interesse-se sinceramente pelos
outros. Lembra-te de que, sabes o
que sabes, mas não sabes o que os
outros sabem.
7) Seja generoso em elogiar e muito
cauteloso em criticar. Os líderes
elogiam, sabem encorajar, dar
confiança, elevando os outros.
8) Saiba considerar os sentimentos
e as opiniões dos outros. Existem
três lados numa controvérsia: o teu
lado, o lado do outro e o lado de
quem está certo e às vezes, este
alguém positivamente não és tu.
9) Preocupe-se com a opinião dos
outros. Três comportamentos para
o verdadeiro líder: ouça, aprenda e
saiba elogiar.
10) Procure “servir” e servir bem.
O que realmente vale na nossa vida
é aquilo que fazemos pelos outros.
Confusão dos diábos
O pároco duma linda aldeia transalpina estava doente, e, por isso,
não poderia celebrar a missa no
domingo seguinte.
Chamou o sacristão, que era novato no ofício, e disse-lhe:
- Quando o povo estiver na igreja,
fazes os seguintes avisos: “ 0
pároco está doente; por isso, não
é pecado não participar na missa
no próximo domingo.
Amanhã é dia de abstinência, por
ser véspera da Festa de São Pedro
e São Paulo.
O Fernando e a Luísa querem casar.
Quem souber de algum impedimento, avise a tempo.
Quinta-feira próxima é a véspera da
primeira Sexta-feira do mês; haverá
confissões na igreja. No último
domingo de Junho, vai fazerse a
colecta para o Papa. Na sacristia
está uma bolsa de senhora, encontrada na igreja”.
O sacristão apontou apenas os
tópicos dos avisos, e, no domingo,
meio atrapalhado, pois nunca tinha
enfrentado tantos olhares, socorreu-se dos apontamentos que tinha
tomado. Os avisos saíram assim:
O Pároco está doente, mas isso não
é pecado.
Terça-feira vão casar São Pedro e
São Paulo.
Aqueles que souberem de algum
impedimento do Fernando e da
Luísa, devem guardar abstinência.
Quinta-feira é a primeira Sexta-feira
do mês.
No último domingo de Junho, o
Papa é que vai fazer a colecta, com
uma bolsa de senhora que está
guardada na sacristia.
Humor
- Ó mamã, é o Jesus que nos dá o
pão de cada dia?
- É, meu filho!
- É a cegonha que nos traz os
brinquedos?
- É, meu filho!
- Então para que serve o papá?!...
*
Um padre repreendeu um velho
porque fumava. Disse-lhe:
- Com a idade que tem e ainda com
vícios! Já é tempo de se preparar
para morrer bem.
O velho respondeu:
- Senhor padre, é isso que eu faço
ao fumar. O fumo do cigarro recorda-me as vaidades desta vida que
passa. A cinza faz-me meditar na
morte. O fogo que queima faz-me
lembrar o inferno. E o prazer de
fumar ajuda-me a meditar no céu.
Alberto Batista

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