jornal - Trilha da Criança

Transcrição

jornal - Trilha da Criança
Informativo
ANO 2012 - nº 16 - Edição Especial
editorial
Nos caminhos da cidadania
O cenário educacional contemporâneo traz aos profissionais e instituições que atuam na área uma série de desafios.
O principal deles talvez seja assegurar um conteúdo diferenciado e de qualidade, elaborado segundo as especificidades
e necessidades de cada faixa etária e adequado a esse público, tendo como foco o desenvolvimento integral. A Trilha
da Criança trabalha atenta a essas questões e às exigências
que nos impõem um mundo em constante mudança.
Aliado ao conteúdo de qualidade, também temos o compromisso de formar nossos alunos para a cidadania, estimulando-os a serem agentes transformadores. Sendo assim, há
11 anos desenvolvemos o projeto Cidadão Mirim, norteador
das atividades pedagógicas da escola. O objetivo é promover análise e reflexão sobre valores e atitudes que são pilares
de uma sociedade mais justa e humana.
A Trilha da Criança acredita que a formação para a
cidadania é uma parceria entre a família e a escola. Por
isso, no ano de 2011 adotamos o tema Quem ama cuida,
trabalhando em três vertentes: quem ama cuida de si,
cuida do outro e cuida do planeta.
Um pouco desse trabalho destacamos nesta edição do
Trilhar. Além do Cidadão Mirim, o jornal também traz alguns
dos projetos desenvolvidos em sala de aula no ano de 2011.
Ações que estimularam a criatividade de nossos alunos, ao
mesmo tempo em que construíram conhecimento. E, assim,
de mãos dadas, caminhamos, certos de que ser cidadão é,
acima de tudo, amar e saber cuidar.
Ana Paula de Rezende Bartolomeu
Diretora
Fale com a Trilha:
(31)
3287-7884
Estímulos na medida certa
Berçário
Som, cor, movimento, encaixe, desafio, incentivo.
A indústria de produtos infantis conseguiu reunir
todas essas características nos brinquedos para
bebês. Pequenos ou grandes, todos eles possuem a
promessa de estimular o desenvolvimento da criança,
conceito que ganhou tanta força nos anos 1990 que
beirou o exagero. Por isso é que a Trilha da Criança
está sempre pesquisando mais sobre o assunto e se
atualizando para não errar na dosagem.
O boom dos discursos e cursos
de estimulação de bebês ocorreu em
todo o mundo após a comprovação,
por meio de estudos, de que o desenvolvimento sensorial e motor entre 0 e
2 anos de idade favorece o aprendizado em outras etapas da vida. Porém,
existem medida e técnicas corretas. “A
estimulação é importante, mas quando
realizada em excesso estressa o bebê”,
destaca Ana Paula de Rezende Bartolomeu, diretora
e psicóloga. Segundo ela, os estímulos devem ocorrer
durante a rotina da criança, de forma natural.
Na Trilha, as berçaristas são treinadas para a realização desse trabalho, além de serem acompanhadas
Infantil I
Estica aqui e ali
A turma do Intanfil I, da professora Flávia Medrado, explorou um material muito interessante, o elástico, em seu projeto
Estica aqui e ali. Por meio dele,
as crianças criaram um labirinto
de elásticos coloridos no pátio
e descobriram o corpo criando
estratégias para se movimentar e caminhar no espaço. Dessa forma, o
projeto possibilitou que a turma tivesse contato com diferentes situações
e novas experiências sensoriais.
Se eu fosse um peixinho
O projeto da turma de Infantil
I, da professora Lívia, surgiu
devido ao interesse das crianças
pelo livro Peixinhos, Peixinhos,
de Cláudia Bielinsky. Com atividades envolvendo formas e
cores, as crianças exploraram
a comparação de grandezas, a
descoberta de características,
as semelhanças e as diferenças,
entre outros. A turma produziu
um painel com móbiles de peixes feitos de papelão, visitou o aquário da
escola e observou ilustrações de livros com diferentes peixes. Além disso,
foi realizada uma votação para a escolha do nome do mascote da turma.
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por uma psicóloga e uma terapeuta ocupacional, que
possuem um olhar individualizado para cada bebê.
Situações que parecem simples, na verdade, são
respaldadas por treinamentos. Até mesmo a postura
da berçarista na hora de alimentar a criança faz diferença, bem como no banho e na troca da roupa. “Não
adianta jogar brinquedos na banheira. Os produtos de
higiene podem ser usados para estimular um bebê
sem que ele perceba e se canse. Ao vestir a blusa, é
importante incentivá-lo a levantar o braço, ‘ajudar’ na
tarefa. Além de autonomia, a criança ganha consciência corporal, espacial e de força própria”, explica a
vice-diretora e psicóloga Gislaine Carvalhar.
A estimulação não fica restrita apenas à área do
Berçário. Ela também ocorre nas áreas externas,
durante a musicalização e a roda de histórias. Tudo
isso com o objetivo de proporcionar aos bebês
crescimento e desenvolvimento sensorial e motor de
forma natural e na medida certa para cada um.
Conhecendo as borboletas
Estímulos decorrentes da presença de
figuras coloridas contribuem para o aprimoramento da capacidade motora e cognitiva,
raciocínio, entre outras funções. Com muita
cor, a turma do Infantil I da professora Petra desenvolveu um trabalho sobre as borboletas. Descobrindo as cores, as crianças
exploraram gravuras, fotos e também foram
presenteados com a visita de uma borboleta
que voava no pátio próximo à sala. A crianças
observaram-na, com olhinhos bem curiosos.
A partir de uma seleção de imagens de borboletas coloridas, a professora confeccionou quebra-cabeças. Várias experiências com tintas, papéis, transparências e
canetas enriqueceram o trabalho da turma. O estudo foi finalizado com a poesia As
borboletas, de Vinícius de Moraes, que ilustrou a variedade de cores que podemos
observar nas belas borboletas e também aquelas que podemos criar.
Cabeça, ombro,
joelho e pé
Para que as crianças pudessem conhecer
e explorar as partes do corpo, as diferentes
possibilidades de movimentos, desafiar seus
limites e receber noções de cuidado, a turma
de Infantil I, da professora Natália, realizou o
projeto Cabeça, ombro, joelho e pé. Durante os
trabalhos, as crianças pintaram os pés, carimbaram as mãos, ouviram diferentes sons, degustaram vários sabores e conheceram
cheiros. Um pé gigante feito de papelão foi produzido para o painel da sala, assim como um
dado com desenhos de partes do corpo, para que as crianças associassem as imagens a
ações: mandar beijos com as mãos, bater no chão com os pés etc.
Infantil III
Infantil II
Peixinhos, peixinhos
Sensibilizar as crianças sobre a importância
dos animais e a necessidade de preservar a
diversidade do planeta. Esses são os principais
objetivos do projeto da turma de Infantil II, da
professora Melissa. Além de pesquisas e contação de histórias, as crianças fizeram balas de
gelatina em formato de peixe, confeccionaram
um jogo da memória, montaram um mural com
as informações do projeto e ainda socializaram
ideias com as outras turmas da Trilha.
Brincadeiras
Brincar faz parte da vida da criança. Incluir a
brincadeira na escola pode contribuir para o desenvolvimento infantil, pois, além de ser uma fonte de
lazer, ela possibilita o conhecimento e o desenvolvimento cognitivo. Foi com esse objetivo que a turma
do Infantil II, da professora Isabela Pietra, elaborou
o projeto Brincadeiras. Os alunos aprenderam diversas brincadeiras na sala de aula, destacando a do
Peixinho e Tubarão.
Animais da fazenda:
trilhando suas curiosidades
A turma de Infantil II da professora Mariana
demonstrou um grande interesse pelos brinquedos de animais da fazenda existentes na sala.
A partir daí, foi desenvolvido o projeto Animais
da fazenda: trilhando suas
curiosidades, que possibilitou às crianças pesquisar
e descobrir os costumes, características e curiosidades de cinco
animais escolhidos pelo grupo. Com atividades de exploração
e conhecimento com texturas e informações, a turma produziu
registros por meio de colagens, desenhos, pinturas, entre outros.
Cadê Clarisse?
Cadê Clarisse? Psiu!, fala baixo que a Clarisse dormiu... A partir do livro da autora Sônia Rosa é que a
turma do Infantil II, da Adarléa, desenvolveu o projeto
Cadê Clarisse?. Ao longo do ano, os alunos levaram
o livro para casa junto com um diário no qual cada
família registrou por onde Clarisse passeou, brincou e
se escondeu. Todas as aventuras foram compartilhadas com a turma. A escola recebeu a visita da autora,
homenageada com uma música sobre Clarisse, composta pelo professor de música, Weber Lopes.
E no armário da vovó
Pensando na maior organização do dia de brinquedo do Infantil III – manhã, da
professora Fernanda, foi iniciado o projeto E no armário
da Vovó, que trabalhou a
classificação por meio de
comparações. A cada sextafeira foi proposto um atributo para organização dos
brinquedos no armário de
faz de conta da turma, como cores, tamanhos, formas, fichas do nome
ou letras móveis. Ao final, quando todos os brinquedos já estavam
guardados, um aluno era eleito para ser o responsável pela chave
mágica que tranca o armário.
Que bicho será que botou o ovo?
O livro Que bicho será
que botou o ovo? chamou
bastante atenção da turma do
Infantil III – tarde, da professora Fernanda Corrêa. A partir
do interesse das crianças em
saber como era o processo
do nascimento dos bichos
através dos ovos, a turma
selecionou cinco animais para
serem estudados: galinha,
avestruz, cobra, jacaré e ornitorrinco. Pesquisas realizadas em casa e na
biblioteca da escola, além de observações de alguns animais em sala,
possibilitaram a vivência e um aprendizado significativo para as crianças.
O fundo do mar
A turma de Infantil
III, da professora Nádia,
demonstrou muito interesse e curiosidade
pelos bichos que vivem
na água. Foi então
que começou o projeto No fundo do mar.
Buscando nutrir o olhar
das crianças, ampliar o
seu universo e descobrir sobre o fascinante mundo aquático, a
turma realizou diversas
atividades de pesquisa
e investigação em casa
e na escola.
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Infantil IV
A história dos
brinquedos
Investigar os brinquedos antigos a fim de
conservar a memória e o prazer proporcionado
por eles. Esse foi o objetivo do projeto da turma
do Infantil IV, da professora Fernanda Rodrigues.
Durante o projeto, as crianças aprenderam que
brincar pode não ser apenas manusear objetos
e jogos eletrônicos, mas também participar da
construção do brinquedo, interagindo com o
outro e desenvolvendo importantes valores para
a formação do ser humano. A turma também
visitou o Museu dos Brinquedos.
Mala da Informação
Guardiões na Trilha
A prática da
Coleta Seletiva na
Trilha é assunto
sério, e as crianças, desde muito
cedo, aprenderam
que cada lixo tem
o seu lugar. A
turma do Infantil
IV, da professora
Cristiane, resolveu
abraçar a ideia e
movimentar ainda mais o trabalho na escola, realizando
campanhas internas, fiscalizando as lixeiras e ensinando
as outras turmas a separar o lixo
de uma forma divertida. Foram
promovidas ações como rodas
de conversa, pesquisas, blitz nas
lixeiras, campanhas, confecção
de um "livrão" de coleta seletiva,
criação de um rap, entre outras.
O projeto Mala da Informação nasceu da curiosidade e vontade das crianças do Infantil IV, da professora Ana Cristina, em saber o que estava escrito
nos bilhetes, circulares, murais e informativos da
Trilha. Durante o primeiro semestre de 2011, toda
sexta-feira uma criança levava a mala para casa e a
trazia de volta na segunda-feira, com alguma informação nova. Em seguida, a turma realizava uma
roda dentro de sala para levantar hipóteses, contar
experiências e conversar. Além de ampliar o conceito de informação e possibilitar a distinção entre
seus diferentes tipos, o projeto encurtou a distância
entre futuros leitores e o mundo da escrita.
Infantil V
Autorretrato
Supertrilha
O Supertrilha é um projeto pedagógico interdisciplinar realizado com os
alunos do Infantil V da Juliana Otoni, no
qual atividades reproduzem o dia a dia
de um supermercado e de seus consumidores. Um destaque foi o Faz de conta que estamos no mercado: os alunos
montaram um supermercado, vivenciaram diversas situações matemáticas e,
consequentemente, exercitaram a prática social da leitura e da escrita.
O tema da Mostra de Artes de 2011 foi Pintores
Contemporâneos Brasileiros. A turma do Infantil V da
professora Isaura, junto aos alunos do 1º ano, abordou a
diversidade nas produções e contemplou o artista Vick
Muniz, que tem como característica marcante o trabalho
com retratos e autorretrato. No projeto Autorretrato, os
alunos investigaram este tipo de obra e descobriram
trabalhos de pintores renomados, como Van Gogh e Pablo Picasso. O objetivo da atividade foi ampliar e desenvolver a figuração humana, nutrindo o olhar das crianças
e propondo técnicas bastante diversificadas.
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Animais ameaçados
de extinção
Foi a partir de
um folheto sobre
extinção que a
turma do Infantil
V, da professora
Liderlane, iniciou
o projeto Animais
ameaçados de extinção. Ao longo
da atividade, as
crianças pesquisaram sobre o assunto, listaram dúvidas e traçaram estratégias
para encontrar as respostas, que, ao final, se tornaram uma
música e um "livrão" sobre os perigos da extinção. O projeto
ajudou as crianças a valorizar os
seres vivos e perceber que os
animais necessitam de liberdade
e cuidados, pois são importantes
para o equilíbrio ecológico e
para a manutenção da relação
entre homem e natureza.
Ensino Fundamental
Momento de descobertas
Para enriquecer e aprofundar os conhecimentos
sobre os sentidos, as turmas do 2º ano do Ensino
Fundamental visitaram o Instituto São Rafael, instituição pública que visa a educar, reabilitar e integrar o
deficiente visual.
Durante a ação, os alunos vivenciaram a alfabetização das crianças, o ensino da Matemática e conheceram
o método Braile (sistema de leitura realizado por meio
do tato, inventado pelo francês Louis Braille). A partir deste trabalho
em campo, as turmas foram incentivadas a desenvolver uma pesquisa
sobre os objetos em que é possível encontrar esse tipo de escrita.
A visita, que tinha como objetivo promover a troca de experiências entre os alunos e conhecer as atividades do Instituto, também
foi um momento de descobertas. “Aprendemos que as pessoas são
diferentes e, principalmente, como é importante respeitar o jeito de
cada uma”, afirma aluna Sofia Pantarotto.
Leitores e escritores do futuro
A construção do conhecimento, da leitura e da escrita é um processo e exige tempo. Foi com essa certeza que a professora Cleunice
realizou a sequência didática sobre parlendas com a turma de 1º ano
do Ensino Fundamental da Trilha, buscando planejar ações de leitura,
lidar com pequenos textos e envolver-se com rimas, num contexto
lúdico de trabalho.
A partir de exercícios e movimentos de leitura, recitação, cópia,
ilustração, diagramação e coprodução de parlendas selecionadas, cada
aluno se tornou um sujeito ativo do processo. “O segredo foi oferecer
condições para os alunos avançarem como leitores e escritores, ao se
confrontarem com textos simples e de fácil interpretação”, comentou a
professora.
Ao final do trabalho, foi lançado um desafio: produzir um livro tendo
como referência as parlendas originais trabalhadas ao longo do projeto.
Intitulado Refazendo Parlendas, o livro foi construído coletivamente e
seguiu um planejamento montado pela turma. As crianças escolheram
os textos que seriam reescritos e qual suporte seria utilizado para a
formatação do livro, além de escrever a dedicatória, analisar e avaliar o
produto final. “É por meio da interação que acontece a aprendizagem.
O envolvimento com o texto e a proposta do brincar e rimar são instrumentos imprescindíveis no dia a dia da sala de aula”, conclui Cleunice.
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Ensino Fundamental
Ciência é mágica?
Entender a ciência é importante para
ampliar o conhecimento intelectual dos
alunos e dar a eles a oportunidade de
indagar e buscar respostas. Foi pensando nisso que as turmas de Ensino Fundamental realizaram o projeto Pequenos
cientistas, grandes descobertas. A atividade teve como objetivo principal estimular os alunos a realizar pesquisas, descobrir os fenômenos que cercam o cotidiano e apresentar, de forma lúdica, por
meio de experimentos, os conhecimentos
científicos adquiridos.
Ao longo do projeto, cada turma investigou a biografia de um cientista brasileiro, analisando qual a sua contribuição
científica para o mundo. “Nossos pequenos cientistas provaram que ciência não
é mágica. Fazer experimentos, misturar
materiais e realizar pesquisas em laboratório parece truque de televisão, mas isso
não é verdade. A atividade possibilitou
às crianças trabalhar como os cientistas,
realizando pesquisas e análises, testando
hipóteses, desenvolvendo experimentos
e registrando suas conclusões”, comenta
a coordenadora do Ensino Fundamental,
Ana Carla Cabral.
E o resultado foi um sucesso! Todos
os trabalhos foram apresentados às crianças da Educação Infantil e aos pais na 1ª
Feira de Ciências do Ensino Fundamental.
O evento foi realizado nos dias 24 e 25
de novembro, na Trilha da Criança.
De olho na alimentação
No primeiro semestre, a turma do 3º
ano do Ensino Fundamental aprofundou
seus conhecimentos sobre a alimentação saudável. Realizado em parceria
com a nutricionista da Trilha, Juliana
Garzedin, o projeto Na trilha da boa
alimentação possibilitou a aprendizagem
por meio de observações e descobertas
relacionadas diretamente com a vida dos
alunos. “A contextualização dos conhecimentos científicos e a participação ativa
dos alunos na construção coletiva nas
aulas de Ciências são preocupações
constantes na turma”, comenta a professora Fernanda Rodrigues.
Bate-papos, investigação sobre as
pirâmides alimentares de outros paí-
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ses, a construção de pratos saudáveis,
higienização dos alimentos e dicas de
alimentação saudável foram algumas
das atividades realizadas pelo grupo do
3º ano. Mas o destaque ficou por conta
da brincadeira de desafio da roda de frutas e legumes, em que todos os alunos
tentaram reconhecer os alimentos selecionados utilizando os cinco sentidos.
Além disso, as crianças trabalharam
com uma apostila formulada pela nutricionista e prepararam uma deliciosa
receita de sanduíche natural. “Foram
atividades lúdicas, que fizeram com que
as crianças aprendessem o conteúdo
de forma divertida e prazerosa. Isso é o
nosso diferencial”, completa Fernanda.
Eventos
Festa da família e
homenagem às mães
Dia Mundial do Meio Ambiente
A data foi comemorada em grande estilo na
Trilha da Criança. Ao longo da semana, as turmas
desenvolveram projetos e realizaram as mais diversas atividades. Sacolas ecológicas confeccionadas
com camisas velhas pelos alunos do Infantil V foram
atração no Shopping Pátio Savassi, nos dias 4 e 5
de junho. Além disso, os alunos desenvolveram jogos
ecopedagógicos, utilizando materiais reaproveitáveis,
como sucata e papelão, e se divertiram com uma
animada gincana ecológica.
Dia Mundial da Boa Ação
O dia 7 de maio foi de comemoração para
alunos, pais e equipe da Trilha da Criança. Na
data, foi realizada a tradicional Festa da Família no
Teatro de Arena, no Parque das Mangabeiras. Os
presentes aproveitaram uma manhã especial, com
direito a piquenique, homenagem para as mães,
brincadeiras interativas, oficinas de pintura e vários
brinquedos.
Coral do Ensino
Fundamental
Em sintonia com o trabalho desenvolvido
na Festa Junina e na Mostra Cultural, que
priorizou as regiões e os artistas brasileiros,
o repertório musical do Coral do Fundamental
foi a história da música brasileira. A apresentação com o tema Viajando pela história, no
trem da música brasileira: de Villa Lobos à
atualidade foi realizada no dia 7 de dezembro, no Shopping Plaza Anchieta.
Foi com um mutirão para recolher material
reciclável pelo bairro Cruzeiro que as turmas de
Ensino Fundamental e Infantil IV comemoraram o Dia
Mundial da Boa Ação, em 28 de abril. Além disso,
os alunos distribuíram cartilhas contendo dicas sobre
a Coleta Seletiva e orientaram a comunidade sobre
a importância de destinar corretamente o lixo e de
preservar o meio ambiente.
Amanhecer na Trilha
Proporcionar o exercício da autonomia e contribuir para que as crianças se sintam mais seguras
diante de novas situações. Esses são os objetivos do
Amanhecer na Trilha, que, em 2011, contou com a
participação de todos os alunos do 1° ano. Realizada
nos dias 8 e 9 de julho, a atividade teve uma programação diversificada, com brincadeiras, desfile de
pijama, guerra de travesseiros e outras surpresas.
Mostra Cultural
Festa Junina
Com a proposta de possibilitar aos alunos perceber
a arte como objeto experimental, sensível, estimulante
e de reflexão, a Mostra Cultural 2011 homenageou
os artistas contemporâneos brasileiros. Para o evento,
que aconteceu em 17 de setembro, as crianças desenvolveram releituras e criações inspiradas em Adriana
Varejão, Cildo Meireles, Helio Oiticica, Marepe, Beatriz
Milhazes, Rochelle Costi e Vick Muniz.
O 21° Arraiá da Trilha foi um sucesso! Muita
animação, barraquinhas e brincadeiras agitaram
a comemoração. Durante o evento, os presentes
ainda se divertiram com as apresentações de dança
das crianças da Educação Infantil e do Ensino
Fundamental, a dança folclórica, o show da dupla
sertaneja Henrique e Léo e a tradicional quadrilha
dos colaboradores da Trilha.
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Entrevista
Pelo prazer de ler
Ana Raquel é ilustradora há mais de 30 anos.
Mineira, de Pitangui, ela tem a literatura infantil como
seu principal foco. Em todos esses anos de carreira,
ilustrou mais de 100 livros e algumas coleções de
didáticos. Alguns receberam prêmios, outros, menções. Hoje, ela fala um pouco para o Trilhar sobre a
importância da leitura e o prazer de ler.
Quando deve começar o incentivo à leitura?
Na barriga da mãe, se possível. Vou contar uma
coisa que me aconteceu, só pra ilustrar e não perder
o costume. Foi um dos episódios mais emocionantes
que vivi desde que ilustro livros para crianças. Há mais
de 10 anos, no Salão de Literatura Infantil no Rio de
Janeiro, tinha um recado para mim no estande da FNLIJ:
“Uma senhora e sua neta de 10 anos vieram de Volta
Redonda só pra te encontrar aqui.”
Fiquei curiosa. Quem seriam? A menina tinha o
meu nome, porque, ainda na barriga da mãe, que era
leitora "de carteirinha", ela foi ao lançamento de um
livro meu numa Biblioteca em Volta Redonda. A mãe
me pediu uma dedicatória especial para o bebê, porque ela queria passar esse gosto pelos livros para a
filha o quanto antes. Eu achei aquilo muito legal. Mas
essa mãe infelizmente morreu no parto. A avó, que
criou a neta, atendendo à vontade da mãe, batizou
a menina com meu nome. As duas acreditavam que
minha dedicatória seria o ponto de partida para fazer
dela uma criança leitora antes de saber ler.
E não é que a menina nasceu mesmo gostando de
ler? Segundo a avó, ela vivia com meu livro debaixo do
braço e queria muito me conhecer! Nem preciso dizer
que fiquei completamente emocionada.
Qual a importância de os pais incentivarem os filhos
desde cedo e que benefícios isso traz para as crianças?
Vivemos numa sociedade onde ainda não se prioriza
a formação cultural das crianças. Antes vem o consumo,
o trabalho, as viagens, os esportes, aula disso, aula
daquilo, e tudo isso fica caro, então se pensa que quando
a criança crescer, ela compra seus livros, tudo bem. Há
quem gaste os tubos em brinquedos mirabolantes para
que “nada que me faltou falte ao meu filho” e acha um
absurdo comprar mais de um livro por mês para o filhote...
A leitura, para mim, é uma saída honrosa e benéfi-
Ana Raquel ilustrou diversas obras infantis
ca para as carências culturais e espirituais que a vida
urbana tem trazido. Raramente se cria mania de ler
depois de velho.
No "tempo da Carochinha" (falo do meu tempo de
criança, nos anos 1950), as crianças tinham tempo
para criançar. Tinham mais elementos naturais para fantasiar e brincar com qualquer coisa. Ainda assim, quem
leu, cresceu mais apto para a vida do que quem não leu,
é só pesquisar biografias de gente bacana.
Aqui e agora, com tanta informação atravessando a
vida da gente em várias dimensões, tanta coisa nova no
ar 24 horas por dia, quem não lê se perde mais. Quem
não cria cedo intimidade com a leitura não lê-lendo, apenas soletra, passa os olhos. Quem não lê-lendo as palavras, também não lê a vida, vê a vida, passa raso por ela.
Como deve ser feito esse incentivo?
O ler traz a capacidade de conviver com culturas e
ideologias diversas, dá trabalho para os neurônios, prepara para a leitura da vida, na minha opinião. Penso que
quando a gente vive o que diz, convence a meninada
até a comer jiló. Se a criança nunca vê os adultos com
quem convive curtindo uma boa leitura, seja livro, jornal
ou revista, é mais difícil convencê-la de que ler, além
de ser divertido, é o melhor remédio para a ignorância,
para a falta de TV, autoconhecimento, falta de criativida-
de, contra o tédio e a
tristeza, e ainda promove o autoconhecimento.
Se em sua casa
não tem um cantinho
de leitura convidativo e
acessível como o baú
de brinquedos, caixa de
DVDs infantis ou gaveta
de meias, a criança não
vai se ligar em ler sozinha. A escola? Ela supre
essa convivência com
a literatura, sim. Mas o
livro de literatura infantil, muitas vezes e até
sem intenção, é cobrado como pesquisa, vira
coisa de escola.
Qual a importância das imagens para a leitura do livro?
Penso que estamos na idade da imagem e tudo
nos chega rápida e fortemente pelos olhos. É preciso
reaprender a ler o que as imagens estão nos dizendo,
especialmente no livro infantil, onde elas falam sua
língua com qualquer criança (ou adulto mais sensível),
contando a história que o texto esconde entre as palavras, e usar isso como chamariz para a criança.
Pensando bem, quem não percebe que a imagem
conta sua história e nos faz viajar tanto quanto o texto
está lendo o mundo pela metade.
Dicas de como os pais podem incentivar os filhos a ler.
Lendo e curtindo juntos, sem cobrança, por deleite e com muita calma nessa hora. Tem um livro que
ilustrei, do Flávio de Souza, superdivertido, que vale
a pena ler com as crianças. Eu ria sozinha do texto
enquanto ilustrava, é uma delícia. É o Chapeuzinho
adormecida no país das Maravilhas, da FTD. Ele
começa exatamente com um pai que é "coagido" pela
filha insone a contar uma história no meio da noite,
senão ela ligaria a TV. E ele, com sono e sem a menor
vontade, começa a contar, mistura Três Porquinhos
com Alice no país das Maravilhas, Chapeuzinho
Vermelho etc., até entrar de cabeça na contação.
Publicação da Trilha da Criança • Diretora: Ana Paula Rezende Bartolomeu • Rua Vitório Marçola, 105 - Cruzeiro - Tel. / fax.: (31) 3287-7884 • www.trilhadacrianca.com.br - [email protected]
• Edição: Prefácio Comunicação - Tel: 3292.8660 • Redação: Paula Völker, RMt 14.272 MG • Jorn. Resp.: Cristina Mota, RMt 8.071 JP - A Trilha da Criança integra o Grupo Base
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