Revista Abrapneus - Notícias Sicopneus

Transcrição

Revista Abrapneus - Notícias Sicopneus
EDITORIAl
Grande vitória para o Setor!
“Não podíamos deixar de destacar nesta edição da Revista a grande vitória alcançada por
nosso setor: a decisão do Supremo Tribunal Federal em proibir a importação de pneus usados.
Uma discussão que se arrastou por mais de uma
década, com várias incursões nos Ministérios, Palácio do Planalto, Congresso, no Senado e na Organização Mundial de Comércio, e diversos fóruns
de debate providos pela Abrapneus e Anip. Finalmente, as autoridades brasileiras entenderam a
importância que a medida implica à preservação
do meio ambiente (muito bem colocado em artigo
do ministro Carlos Minc, na página 30), à manutenção da saúde e regulamentação do mercado
interno. Isto só vem comprovar que a reivindicação
da Abrapneus e do Sicop era correta e justa, e
mostrar o quanto vale a pena carregarmos uma
bandeira para defender o setor com o objetivo de promover o crescimento econômico através
do desenvolvimento sustentável e da consciência ecológica.
E por falar em consciência, entrevistamos a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane
Senna, que nos dá uma lição de responsabilidade social. Lembro-me de quando ela iniciou o trabalho social nos anos 90 distribuindo sopa aos menos favorecidos, ação que eu igualmente realizava nas entidades das quais participava através da colaboração de empresas de alimentação
e restaurantes e onde pude conhecer a grande pessoa que é Viviane. Inspirado num sonho de
Ayrton, a família tem transformado a vida de crianças e jovens brasileiros através da educação
e nos mostra como também vale a pena investir no social se quisermos ser uma grande nação.
Ainda nesta edição, abordamos a etiqueta empresarial, indispensável para aqueles que
desejam conquistar – e manter – o sucesso.
Boa leitura.”
Márcio O. Fernandes da Costa
Presidente
Índice
Entrevista: O trabalho social de Viviane Senna pág.04
Atualidade: Etiqueta empresarial é a chave do sucesso
pág.07
Pirelli 80 anos: Passado e futuro caminham juntos pág.12
Michelin: Anakee 2 chega mais econômico e ecológico
pág.18
BFGoodrich: Lançamento para utilitários esportivos pág.19
Bridgestone: Pesquisa revela impacto da baixa pressão
dos pneus ao meio ambiente
pág.22
Notícia: Camex aprova medida antidumping contra chineses
pág.25
Goodyear 90 anos: Registros de uma história
pág. 26
Notícia: Importação de pneus usados finalmente é proibida
pág. 29
Opinião: Pneus usados x preservação ambiental
pág. 30
Julho/Agosto 2009
Revista Abrapneus é uma publicação da Associação Brasileira dos Revendedores de Pneus e do Sicop - Sindicato
Intermunicipal do Comércio Varejista de Pneumáticos
- distribuída gratuitamente a revendedores, distribuidores e fabricantes de pneus, entidades de classe, órgãos
governamentais, empresas fornecedoras de produtos e
serviços às revendas e órgãos de imprensa
ABRAPNEUS
Presidente: Márcio Olívio Fernandes da Costa
Vice-presidentes: Walter Paschoal, Dirceu Delamuta,
Isac Moyses Sitnik, João Faria da Silva e Itamar Laércio
Grotti.
Secretário: Rodrigo F. Araújo Carneiro
Tesoureiro: Airton Scarpa
Diretores: Francisco F. Amaral Filho, Alexandre
Quadrado, Geraldo Gusmão Bastos Filho, José Manuel
Pedroso da Silva, Sérgio Carlos Ferreira, Gláucio Telles
Salgado, Horácio Franco Zacharias, Henrique Koroth,
Carlos Alberto D. P. Costa, João Ibrahim Jabur, Antônio
Augusto, Célio Gazire, Ivo Giunti Yoshioka.
SICOP
Presidente: Márcio Olívio Fernandes da Costa
Vice-presidentes: Walter Paschoal e
Carlos Henrique Baptista
Secretário: Rodrigo F. Araújo Carneiro
Tesoureiro: Dirceu Delamuta
Diretoria: Horácio Franco Zacharias, Itamar Laércio
Grotti, Isac Moyses Sitnik e João Faria da Silva.
Conselho Fiscal: Airton Scarpa, José Linhares, Felice
Perella, Mauro Luiz Barbato, Eduardo Fernandes e José
Roberto Nicolau
Representantes junto à Federação do Comércio SP:
Márcio Olívio Fernandes da Costa, Rodrigo Fernandes
da Costa, Dirceu Delamuta e Walter Paschoal
Secretária: Janecy Almeida de Lima
Revista Abrapneus
Conselho Editorial: Márcio Olívio Fernandes da Costa,
Dirceu Delamuta, Walter Paschoal e Silvana Coelho
Edição: Margarete Costa (Mtb 22.835)
Textos: Assessoria de Imprensa Abrapneus, Firestone,
Goodyear, Michelin e Pirelli
Produção Gráfica e Editorial:
GT Editora – (11) 4227-5188 / 2996
Atualização de endereço, solicitação de remessa da
revista ou envio de material de informações à redação,
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5º Andar, cj. 506, São Paulo, Capital, CEP: 01311-928
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Site: www.abrapneus.com.br
É permitida a reprodução de matérias e artigos, desde que
citada a fonte. As matérias e os artigos não refletem, necessariamente, a opinião e o pensamento da entidade.
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entrevista
Viviane Senna: uma vida
dedicada à causa social
Transformar a vida de crianças e jovens brasileiros através da educação tem sido a rotina de
Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna (IAS) desde a morte de seu irmão Ayrton
Senna, no autódromo de Ímola, em 1994
cialmente de crianças e jovens de baixa
renda. Minha família resolveu criar o
Instituto em novembro de 1994, primeiro para realizar esse desejo e, segundo,
como uma resposta carinhosa e grata
ao amor do povo brasileiro ao meu irmão.
Abrapneus – De onde vem os recursos para
realizar esse trabalho?
Após o acidente, Viviane concretizou
o sonho do piloto de transformar a realidade educacional do país, fundando
o Instituto Ayrton Senna. Até hoje mais
de 11 milhões de crianças e jovens foram atendidos pelos diversos programas educacionais desenvolvidos pela
entidade – que abrangem as áreas de
tecnologia, esportes, artes e trabalho –,
mostrando que é possível proporcionar
um ensino de qualidade e desenvolver
potenciais, transformando-os em competências pessoais, sociais, cognitivas e
produtivas.
Em virtude desse trabalho, Viviane,
que é viúva e tem três filhos, acabou
deixando a rotina de psicóloga e a vida
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discreta para tornar-se uma pessoa dedicada à causa social. Uma tarefa que
exige dedicação e amor ao próximo.
Em entrevista à Revista Abrapneus, Viviane faz uma análise dos problemas
educacionais brasileiros e mostra como
é possível a trajetória de vida das crianças e jovens que passam pelo IAS.
Abrapneus – Como surgiu o Instituto Ayrton
Senna?
Viviane Senna – O Instituto é a concretização do sonho de Ayrton. Ele se
incomodava com a desigualdade social
e queria realizar um trabalho que pudesse ajudar a melhorar a vida espe-
VS – Uma parte dos recursos para
os programas que o Instituto desenvolve vem dos 100% dos royalties sobre o
licenciamento da imagem do Ayrton e
do Senninha cedidos pela minha família
ao Instituto. Hoje temos 350 produtos
licenciados com a imagem de Ayrton
e personagem Senninha. Outra parte
é gerada pelas alianças com empresas socialmente responsáveis. Também
recebemos a doação de pessoas que
querem abraçar a causa. Elas acessam
o site www.institutoayrtonsenna.org.br e
se tornam Fãs de Carteirinha da Educação.
Abrapneus – O Instituto desenvolve diversos projetos, especialmente na área de educação. Por que a opção por essa área? Acredita
que é possível diminuir a grave desigualdade
social no Brasil com esses projetos?
VS – O Instituto trabalha com educação porque acredita que é a única
via capaz de transformar o potencial
de cada um em competências e habilidades para a vida. Se garantirmos
educação de qualidade à maioria da
população – o que hoje não acontece
Abrapneus
dar a garantir educação de qualidade
nas suas redes, disponibilizando infraestrutura e pessoal para realizar os
programas nas secretarias de ensino e
nas escolas. O Instituto oferece as soluções educacionais, o know-how, materiais didáticos, formação e dimensiona
a estrutura necessária para a implantação dos programas de acordo com
as necessidades de cada rede. Para a
implementação das soluções educacionais, analisamos o contexto do município ou estado, discutimos os problemas,
decidindo, juntos, o plano de ações a
ser executado. O principal desafio é
gerir a educação com estratégias bem
definidas, metas a serem alcançadas,
acompanhamento e avaliação constantes, tendo como objetivo o sucesso do
aluno. Isso para que possamos vencer
os maiores problemas que geram a má
qualidade de ensino: o analfabetismo
nas primeiras séries, a defasagem entre
a idade e a série cursada pelo aluno e a
evasão escolar.
– podemos melhorar o desenvolvimento
econômico e humano do país. Acredito que o trabalho que fazemos há 15
anos tem contribuído para a diminuição
da desigualdade social. No entanto, o
cenário atual ainda é de uma maioria
da população infanto-juvenil que sofre
as consequências de um País que ainda
não provê seu povo com oportunidades.
Não dá condições para que meninos e
meninas recebam formação de qualidade em escolas bem estruturadas e com
professores capacitados.
O que tem acontecido nos quatro
cantos do País é a repetição de ciclos
perversos: pais analfabetos, que trabalhavam desde pequenos em subempregos, passando essa herança aos seus
filhos. Por isso é tão fundamental trabalhar pela educação. Porque se esse
ciclo não for rompido, se ações de impacto não forem realizadas no âmago
do problema, uma pequena minoria é
que continuará tendo seus direitos gaJulho/Agosto 2009
rantidos, num País imenso, mas só para
poucos.
Abrapneus – Quantas crianças já foram
beneficiadas pelos programas do Instituto em
todo o País?
VS – Desde a fundação do Instituto, em 1994, atendemos mais de 11,5
milhões de crianças e jovens em 1.372
municípios de 26 estados e Distrito Federal. Para isso, capacitamos 553.512
educadores e estabelecemos parcerias
com secretarias de educação, prefeituras, governos estaduais, universidades
e ONGs.
Abrapneus – O sistema público tem participado efetivamente desses programas? Quais
os desafios para a educação brasileira?
VS – No caso do setor público, as
prefeituras e os governos estaduais assumem o compromisso político de aju-
Abrapneus – E o setor privado, está aberto
a investimentos sociais? Numa economia globalizada, qual deve ser o papel das empresas
privadas quanto às questões sociais?
VS – As empresas socialmente responsáveis têm representado um papel social
cada vez mais ativo, porque já entenderam que são fundamentais no tripé poder público, privado e sociedade civil.
Nossa experiência mostra que sem essa
sinergia, sem essa união de forças, não
conseguiríamos atuar em larga escala,
que é nosso propósito, para garantir
mudanças amplas e efetivas em todo o
País. Hoje contamos com cerca de 70
empresas aliadas, dentre elas Bradesco,
Credicard, Microsoft, Votorantim, Citigroup, HP, Martins, Neoenergia, Lide/
EDH, Lilly, Tribanco, IBM, Grendene, Suzano e Nívea.
Abrapneus – Quais os programas do Instituto que combatem os problemas da educação e
melhoram os índices de aprendizagem?
VS – Para qualificar a educação
formal, desenvolvemos e implementa5
entrevista
mos soluções educacionais que trabalham a aceleração de aprendizagem, o
combate ao analfabetismo de crianças
repetentes, a gestão escolar, a avaliação e o acompanhamento do aprendizado do aluno nas séries iniciais do
ensino fundamental (Programas Acelera Brasil, Se Liga, Gestão Nota 10 e
Circuito Campeão, respectivamente).
O Instituto faz o acompanhamento da
gestão dos programas e trabalha com
foco no resultado, que é o sucesso do
aluno. Temos indicadores de qualidade
internos que são avaliados sistematicamente para ver se atingimos as metas
propostas. Além disso, todos os nossos
programas implementados nas redes de
ensino passam por avaliações externas
da Fundação Carlos Chagas. Ou seja,
diagnosticamos o problema, estabelecemos metas e definimos as estratégias
e ações para se chegar a um resultado
positivo. Todo o nosso trabalho tem uma
perspectiva de escala, para atingir um
número cada vez maior de crianças. Os
dados que colhemos são reunidos no
SIASI (Sistema Instituto Ayrton Senna de
Informações), um programa on-line que
traça todo o cenário das escolas das
redes parceiras, interligando as secretarias ao Instituto, para que possamos
ajustar qualquer desvio de percurso durante o processo.
Abrapneus – E quando o aluno está fora da
escola ou nos horários alternados às aulas formais? Vocês também têm programas que trabalham com a inserção digital?
VS – Para qualificar o tempo em que
o aluno está fora da escola, oferecemos
soluções que utilizam o esporte, a arte e
o trabalho com a juventude (Programas
Educação pelo Esporte, Educação pela
Arte e SuperAção Jovem), oferecendo a
meninos e meninas mais subsídios para
terem melhor performance na escola.
Na área de educação e tecnologia,
temos os Programas Escola Conectada
e Comunidade Conectada, que qualificam a educação, promovem a inserção
digital e preparam jovens e adultos para
um melhor desempenho no mercado de
trabalho.
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Todos os nossos programas cumprem
o mesmo objetivo: desenvolver potenciais, transformando-os em competências pessoais, sociais, cognitivas e produtivas.
dos, ou seja, são repetentes. O tempo
médio para a conclusão do Ensino Fundamental tem sido de 10 anos, sendo
que o ideal é fazê-lo em oito. Há dois
anos aí desperdiçados.
Abrapneus – Quais os projetos do IAS para
o futuro?
Abrapneus – A senhora atuava como psicóloga e mantinha certa privacidade. Porém, após
a perda de seu irmão em Ímola, em 1994, envolveu-se com a causa social e tornou-se uma
pessoa pública. Foi difícil essa transição?
VS – Vamos continuar trabalhando
para ajudar a qualificar a educação,
ampliando nossa atuação no País,
porque muito ainda precisa ser feito.
A população de crianças e jovens sem
oportunidades educativas de qualidade
ainda é imensa. É só olhar os números:
9.300 milhões de alunos do ensino fundamental (1ª a 8ª série) estão defasa-
Programas desenvolvidos pelo IAS
• Acelera Brasil
• Se Liga
• Gestão Nota 10
• Circuito Campeão
• Comunidade Conectada
• Escola Conectada
• Educação pelo Esporte
• Educação pela Arte
• SuperAção Jovem
VS – Não diria que foi difícil. Na verdade, foi um grande desafio que abracei, sempre me inspirando nos valores
que meu irmão defendia na vida e nas
pistas: motivação, determinação, superação e orgulho de ser brasileiro.
15 anos de vitória
(dados de 1994 – 2009)
• 11.640.930 crianças e jovens
atendidos
• 553.512 educadores formados
• 1.372 municípios atingidos
• 26 estados e o Distrito Federal
• R$ 203.417.308,00 de
investimento acumulado
Abrapneus
atualidades
Tema muito em voga,
etiqueta corporativa é
uma das chaves para
o sucesso
Com a globalização e o avanço das
telecomunicações não basta ser um craque: é preciso também ter desenvoltura
para transitar nos diferentes ambientes
e culturas a que estamos expostos quando trabalhamos. E, ao fazê-lo com elegância, melhoramos o relacionamento
pessoal e profissional – já que este é um
requisito cada vez mais valorizado no
mundo dos negócios, além de nos diferenciarmos de maneira agradável.
Julho/Agosto 2009
De forma clara e objetiva, a jornalista Cláudia Matarazzo – atual chefe de
cerimonial do Governo Paulista e escritora de mais de uma dezena de livros
sobre etiqueta – aborda todos os aspectos relacionados à etiqueta empresarial
em “Negócios, negócios – etiqueta faz
parte”.
É interessante notar que faz parte do
sucesso no mundo corporativo desde
a elaboração correta de um cartão de
visitas, currículo ou e-mail até saber se
comportar como um líder, relacionarse como os colegas ou na comunidade
(networking) e não fazer feio na hora de
vestir-se ou se portar durante uma viagem de negócios.
Enfim, expressar-se e ser bem compreendido e aceito neste mundo globalizado significa ficar mais próximo do
sucesso.
Agora, só depende de você!
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atualidades
A palavra certa
O modo como você fala e se comunica com as outras pessoas pode ser
fundamental para o desenvolvimento de
sua carreira – por mais que a informalidade impere nos dias de hoje. E não
estamos falando de regras gramaticais
e do bom uso de nossa língua portuguesa, mas sim de tom de voz, intenção e
até mesmo da construção de um discurso que, por puro descuido, pode soar
agressivo ou fora de contexto.
Falar bem, muitas vezes está diretamente relacionado à educação e preparo. Porém, mesmo que se considere razoavelmente desenvolto para falar, trate
de se prevenir contra outras possíveis
armadilhas.
O simpático falador, profissionalmente, pode ser um desastre. Falar demais,
contando histórias longas ou “cases”
detalhadíssimos muitas vezes com pouco a ver com o que se está discutindo
no momento é uma armadilha. Pessoas
assim são cansativas e, pode reparar;
frequentemente são interrompidas –
ninguém tem tempo nem paciência para
ouvir sagas intermináveis.
Se você sabe que fala muito não precisa se refrear demais. Apenas edite seu
texto e procure começar pelo que há de
mais interessante ou importante no que
vai apresentar. Assim, se o discurso ficar
longo, o mais importante já terá
sido dito.
Não seja dono do mundo. Esse tipo de
pessoa não
fala, dita ordens. Suas
frases são sempre impera-
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tivas, com pontos de exclamação no final. E frequentemente, capazes de gerar
tensão desnecessária. Ou o contrário: é
do tipo bonachão com voz de trovão.
Só que poucos o/a levam a sério ou ouvem, uma vez que já se acostumaram
a dar o desconto aos seus decibéis extras.
Em tempo: lembre-se que ouvir é tão
importante quanto falar. Não faça apenas cara de interesse quando alguém
está falando.
Ouça mesmo e, sempre que puder,
pergunte e mostre interesse. Esse simples gesto o/a tornará infinitamente
mais simpático e interessante aos olhos
de quem está falando. Sem falar que o
diálogo ou os assuntos tratados na reunião, ficam muito mais fáceis e fluem
melhor.
Gíria e palavrão são como passar
o sinal vermelho. Aliás, gíria de uma
forma geral, pode ser uma coisa perigosa. Muita gente não conhece, outras
não gostam e, dependendo da tribo, a
sua expressão pode ser totalmente mal
interpretada. Profissionalmente, é o fim
da picada.
Use uma linguagem informal, porém
correta e conhecida por todos. O que
tem que ser coloquial é o tom – que emprestará mais ou menos simpatia e fará
você se aproximar mais ou menos das
pessoas.
A suavidade na Comunicação
A questão hoje, não é comunicar-se, pois nesta era de tantos avanços tecnológicos nunca
foi tão fácil e rápido fazer contato com qualquer pessoa em
qualquer parte do mundo. O
importante agora é a maneira
como o fazemos. E o seu futuro
profissional depende da forma
correta como você se comunica
– ou melhor, se relaciona com
as palavras.
• A agressividade não é – e nunca
foi uma demonstração de eficiência. A
figura do chefe que inspira medo já não
surte mais efeito. É uma técnica de comunicação totalmente ultrapassada.
• Aliás a própria palavra “chefe” é
antiga. Hoje o importante é o líder da
equipe, que transmite suas decisões com
clareza. E não impõe uma nova ideia,
mas conversa com os seus companheiros de trabalho.
• É perfeitamente possível, impor respeito e galgar degraus na hierarquia de
uma empresa comunicando-se de forma
cortês, sem invadir espaços, sem levantar a voz ou fazer carranca de monstro.
Aliás, é infinitamente mais agradável,
além de muito mais eficiente.
• Até para reclamar ou mesmo reivindicar, uma abordagem cuidadosa e
mais simpática pode render muito mais
frutos do que uma colocação dura e intempestiva.
• Lembre-se: em vez de “isso não funciona...” porque não usar: “e se nós tentássemos...” Ou então: “detesto que...”
pode se tornar mais simpático com “não
seria melhor...”.
• “Isto é bobagem”. Além de agressivo não acrescenta nada ao problema.
Já “Temos uma alternativa, o que vocês
acham de...” é mais diplomático e traz
uma sugestão de solução ao que você
considera uma besteira.
• Uma postura mais democrática
também dá mais espaço para que pequenos ajustes e erros sejam feitos ou
corrigidos. E não fará de você um ditador na rádio peão.
• Comunicar é uma questão de palavras e entonação. Mas que fazem toda
a diferença e até podem mudar a atitude de seus interlocutores com relação ao
que está sendo discutido.
• O melhor caminho é adotar uma
atitude positiva. Ao fazê-lo, você estará
automaticamente sendo mais receptivo.
Abrapneus
• Jamais responda sem pensar. Parece bobo, mas ainda existem muitas pessoas que na hora da adrenalina deixam
as palavras saírem da boca e não do
cérebro. Todo cuidado é pouco.
• Na hora de ouvir uma reclamação
deixe o interlocutor completar o seu pensamento. Neste momento interromper o
outro não é o melhor caminho. Ouça,
mas ouça mesmo o que a outra pessoa
está querendo dizer e só depois fale,
faça perguntas. Crie o clima de intimidade. Assim será uma conversa e não
uma discussão.
• Evite comparações de qualquer espécie. Nada pode ser mais indelicado
e contraproducente. “por que o computador dele está conectado na Internet e
o meu não”? Você corre o risco de parecer uma criança emburrada. Já com
um argumento preparado a situação é
outra: “se meu micro estivesse ligado na
Internet poderia fazer este trabalho em
apenas uma hora...
Cartão de Visitas
Um cartão de visitas é o aperto de
mão que deixamos com alguém. É a expressão visual da nossa identidade. E,
por isso mesmo, importante no momento que o entregamos a quem acabamos
de conhecer ou a uma pessoa que reencontramos com quem desejamos retomar contato. Profissionalmente, eles
identificam o portador indicando sua
ocupação, cargo, localizando em que
empresa trabalha etc. Fornecem dados
de contato e são como uma senha para
que, de posse dele, a pessoa sinta-se a
vontade para estabelecer contato.
• O visual do cartão deve ser o mais
limpo possível. Se você trabalha em
uma empresa, provavelmente ele levará
o logotipo da mesma, seu nome e cargo no centro. Embaixo, à esquerda, o
endereço com telefones e fax e a direita
seu e-mail e celular. Se você é autônomo, seu nome e ocupação com os dados
devem bastar.
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e telefone em um papel e entregá-lo a
pessoa em questão.
• Justamente por exigir que sejam
trocados, os cartões não devem ser distribuídos a torto e direito, mas apenas
entregues a pessoas com quem desejemos de fato desenvolver um relacionamento profissional ou de amizade.
• Atenção: nem pense em dobrar a
pontinha. É muito, mas muito deselegante mesmo.
• Não há nenhum motivo para exibir
cores exóticas em um cartão de visitas.
A não ser que sua profissão exija que,
de cara, você demonstre o quanto pode
ser criativo até mesmo no cartão de visitas.
• Todas as informações devem estar
atualizadas. Mudanças de telefones e emails exigem mudança de cartão e não
rabiscar a alteração às pressas no momento da entrega do mesmo.
• O melhor momento para trocar cartões – vai depender das circunstâncias.
Normalmente, em uma reunião com
mais de três participantes onde as pessoas acabam de se conhecer, os cartões
são trocados logo no início. Fica mais
fácil localizar quem é quem. Se, no entanto, são apenas duas pessoas em um
primeiro encontro e a conversa já está
fluindo bem, pode-se perfeitamente trocar cartões na hora da despedida.
• Se a ocasião é social, você conheceu alguém e lhe interessa continuar o
contato seja discreto/a: despeça-se e,
apenas na hora de ir embora, entreguelhe seu cartão. Ainda assim, sem chamar muita atenção, afinal, trata-se de
uma reunião social.
• Finalmente, se alguém lhe entrega
um cartão, o mais cortês seria retribuir o
gesto. Como muitas vezes não estamos
com eles à mão, ainda assim é gentil
mostrar boa vontade e anotar o nome
• Porta-cartões podem parecer supérfluos, mas não são: eles protegem,
evitando que as bordas fiquem sujas ou
gastas. Portanto, invista em um, liso, de
couro ou em um material mais resistente
como metal prateado ou escovado para
carregar os seus.
• Cartões sociais – ele pode ser duplo, com apenas o seu nome e sobrenome impressos na frente. Ou simples. Eles
servem para mandar flores, presentes,
pequenos recados acompanhados de
qualquer objeto que se queira mandar
ou devolver. E, nesse momento, o cartão profissional com toda a burocracia
de dados impressa, simplesmente não
serve.
Ser um líder
Cláudia Matarazzo nos conta que certo dia, tomando café em pleno shopping
center, ouviu de um garoto de uns nove
anos a seguinte frase: “Mamãe, quando
eu crescer quero ser um líder…”
Na hora achei graça, mas depois comecei a pensar: será que dá para “virar”
líder, ou já nascemos predestinados? E,
no caso de conseguirmos o intento, será
que há tantas vantagens assim no cargo, ou só é bom para alguns poucos,
com inegável e forte vocação?
Há quem diga que para liderar basta
acrescentar algumas habilidades inatas,
como organização, loquacidade e capacidade de administrar pessoas. Outros, baseados inclusive em pesquisas
científicas, afirmam que é preciso ter
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atualidades
nascido com determinadas características que lhes permitam liderar com mais
facilidade, entre elas a capacidade de
maior produção de certas substâncias
neurotransmissoras, como a serotonina.
Talvez o segredo da liderança seja
justamente um encontro desses vários
fatores – assim como não podemos esquecer que contexto e conjuntura histórica também desempenham um papel
importante.
Mas afinal de contas, o que é um líder? Segundo Daniel Goleman, autor
da teoria da Inteligência Emocional, um
líder deve dominar e transitar bem em
pelo menos duas áreas distintas e igualmente importantes:
Consciência de si próprio – manifestada de várias maneiras:
a. Consciência emocional – capacidade de entrar em contato com suas
emoções, detectar sentimentos e a maneira como eles podem afetar seu rendimento ou influência sobre os outros.
b. Confiança em si mesmo – capacidade de apoiar-se e usar seus pontos
fortes para transmitir segurança.
c. Transparência – saber expressar
de maneira sincera seus sentimentos de
maneira a não deixar dúvidas quanto
a suas posições e conquistar credibilidade.
d. Iniciativa – um líder vai atrás das
oportunidades ou acaba por criá-las jamais espera que caiam do céu. Além
de ser capaz de tomar as decisões mais
difíceis antes que seus companheiros.
Consciência Social – um líder sem
apoio do grupo não é um líder e, para
consegui-lo, é necessário ter ou desenvolver:
a. Empatia – capacidade para conhecer os sentimentos do outro ou do grupo
através de sinais de comportamento e/
ou mudanças sutis nas atitudes.
b. Percepção organizacional – talento para detectar as redes que se formam
entre seus liderados ou empregados e
situar cada um deles em uma posição
ou escala hierárquica, de maneira a otimizar o rendimento de cada um.
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c. Serviço – mesmo em uma posição
privilegiada e de comando, um líder
jamais deve esquecer que sua função é
oferecer e/ou defender um serviço, um
produto, uma ideia, uma corporação…
Talvez você esteja se perguntando se
não será uma enorme perda de tempo
e energia querer transformar-se em um
líder. Talvez até seja – ninguém é obrigado a nascer talhado para isso. E nem
é pecado querer ficar na sua ou ser
apenas um feliz liderado satisfeito com
o seu papel de observador, trabalhando
nas bases de apoio em vez de nas fileiras da frente – de qualquer que seja a
causa ou profissão abraçada.
Networking
Conversar, bater papo, ir a festas,
passeios, shows, coquetéis, eventos em
geral, também é trabalho. E muitas
vezes pode ser tão importante quanto
as horas passadas na empresa ou em
reuniões de negócios. Atualmente não
basta ser apenas profissional é preciso
conviver e circular.
Há também quem não goste muito ou
não saiba como se comportar em determinados tipos de situações. O mais
importante é estar preparado para agir
com elegância em qualquer que seja a
ocasião: um churrasco na casa do seu
chefe ou uma vernissage.
- Lembre-se: estas reuniões são fundamentais para o profissional que deseja crescer e mostrar o seu trabalho,
além dos corredores da empresa.
- Pelo menos no início da conversa
evite falar de religião e política. Até
conhecer melhor o chão onde está pisando. Comece com comentários sobre
fatos do dia, da cidade ou mesmo sobre
a campanha da seleção.
- Se perceber que o assunto profissional não é o tema dominante não insista.
Se for o caso, marque um encontro ou
avise que você liga para conversarem
melhor outra hora.
- Se for um evento entre políticos não
há como fugir do assunto – política – e
será preciso deixar clara sua opinião.
Mesmo assim vá com calma: seja firme
nas suas posições, marcando a sua posição, porém sem se inflamar demais deixando pouco espaço para conversas.
- Em noite de autógrafos, mesmo que
seja muito íntimo do autor, não tente furar a fila. Também não dá para chegar
até ele de mãos abanando. Compre o
livro, e não demore na conversa: seja
rápido, pois há outros na fila esperando.
- Você quer se apresentar a alguém
que admira há tempos. Ótimo. Apenas,
Abrapneus
tenha cuidado para não agir como um
fã adolescente. Apresente-se, manifeste
a sua admiração e, mais uma vez seja
rápido, para não ser lembrado como
um chato de galocha.
- Para aproveitar melhor o seu compromisso, qualquer que seja ele, não
passe a noite conversando com uma só
pessoa, circule e, na medida do possível
participe de mais de um grupo.
- O que fazer quando dá um branco
total? Qual é mesmo o nome dele? De
onde eu conheço? Onde ele trabalha?
Calma, desesperar jamais! Mostre-se
satisfeito pelo encontro, converse e preste atenção às deixas que possam dar
uma indicação com a qual você localize
melhor a pessoa.
- Se for o contrário e você perceber
que ele não o/a está reconhecendo
apresente-se novamente: “Eu sou a Ana
e nos conhecemos no ano passado naquela feira de informática”. Você já estará ganhando pontos ao simplesmente
evitar um constrangimento.
E-mails: mal usados, podem depor
contra.
E-mail: quem não tem, terá. Muitos
tem mais que um, o pessoal e o profissional. Mas é preciso usá-los corretamente
e ser elegante mesmo no mundo virtual.
A Internet é uma rede mundial de comunicação e, como tal, também há regras
de comportamento, seja no lazer ou no
trabalho, que devem ser respeitadas.
QUANDO VOCÊ ENVIA:
Piadas, correntes e arquivos com
imagens só atrapalham a vida de quem
recebe. Nada mais chato do que ficar
esperando minutos preciosos para abrir
o arquivo e, ao final, aparecer a imagem de uma velhinha vestida de Tiazinha ou mil piadas sobre loiras.
Use e aproveite todos os recursos.
Uma dica: use o recurso da cópia oculta para esconder todos os nomes para
quem você enviou uma mensagem. É
irritante receber um e-mail com mais
de cinqüenta endereços e depois duas
linhas de informação.
Julho/Agosto 2009
Evite abreviaturas e
“emotions”
(símbolos).
Eles acabam com qualquer possibilidade de
estilo no texto, além de
transmitir pressa ou um
tom de brincadeira. Useos quando muito na comunicação com amigos.
Na comunicação eletrônica palavras escritas
em maiúsculas funcionam
como se você estivesse
gritando. O que é considerado agressivo.
Caso a sua empresa trabalhe com o notes
ou similar, todo cuidado
é pouco. São várias as
histórias de mensagens
enviadas
erroneamente para o grupo “todos”
(todos os funcionários
da empresa, inclusive o
presidente da empresa),
quando na verdade eram
só para um departamento ou grupo restrito, com
uma piadinha ou convite de uma festa
particular.
Cuidado com as brincadeiras ou brigas através dos seus e-mails seja pessoal ou profissional. A segurança na rede
ainda não é totalmente perfeita, e além
disso, poderá ser usada contra você.
Lembre-se que um e-mail é um documento, um bilhete, uma carta assinada.
Seja breve. Lembre-se do telegrama quando for mandar um e-mail. É o
melhor caminho. Assine sempre a sua
mensagem - não custa nada um “Olá”
e “tchau”.
Evite e-mails para convites de casamentos e comunicações de falecimento,
por exemplo. Qualquer circunstância
com alguma formalidade não dispensa
a carta ou o convite reais.
QUANDO VOCÊ RECEBE:
Um e-mail deve ser respondido rapidamente, no máximo em 48 horas. Exceção para os e-mails com correntes ou
só para leitura.
Em empresas deixe mensagens automáticas caso as respostas sejam mais
demoradas e principalmente se você
estiver fora do local de trabalho por
muitos dias, e com indicação de quem a
pessoa deve procurar se for um assunto
urgente.
Se você receber e-mails com arquivos
com vírus é recomendável avisar quem
enviou, para que este de uma checada
em seus equipamentos.
Não repasse o e-mail recebido para
um enorme contingente de internautas
sem saber se quem te passou permite.
O melhor é copiar a mensagem, caso
queira repassar, e colar num novo email, antes de divulgar na rede. Assim
o nome de quem te enviou será preservado - o que significa que você não está
disponibilizando um endereço particular sem consentimento.
Não é necessário dizer que e-mails,
como qualquer correspondência, são
confidenciais. Quem compartilha computadores deve ter isso em mente, para
não invadir a privacidade alheia.
11
pirelli
Empresa completa
80 anos de atuação
industrial e um século de
história no Brasil
Tradição e inovação marcam a trajetória da Pirelli no Brasil. A empresa iniciou
suas atividades como indústria instalada
no País em 1929, com a aquisição da
sua primeira fábrica na cidade de Santo André, no estado de São Paulo. Era o
ano da quebra da Bolsa de Nova York,
que teve reflexos globais durante toda a
década de 1930. Mesmo num cenário
pouco convidativo a novos investimen-
12
tos, o grupo Pirelli acreditou no futuro do
País e adquiriu a Conac, uma pequena
fábrica de condutores elétricos no ABC
Paulista. Oitenta anos depois, a história
mostra que foi uma decisão correta para
a expansão dos negócios da empresa na
América Latina.
Com mais de oito mil funcionários nas
cinco unidades fabris instaladas nas cidades de Campinas, Santo André e Sumaré
(SP), Gravataí (RS) e Feira de Santana
(BA), o Brasil é o principal mercado e a
base da operação da empresa em toda a
região, que conta ainda com as fábricas
de Merlo (Argentina) e Guacara (Venezuela).
A duradoura relação com o Brasil, no
entanto, remonta há 100 anos quando,
no início do século XX, o italiano Alberto
Pirelli, filho do fundador da empresa, desembarcou na Amazônia para pesquisar
a borracha natural produzida na região.
Tal fato histórico é um exemplo da visão
pioneira da companhia, marcada desde
o seu surgimento em 1872, em Milão, na
Itália, pelo foco em Pesquisa e Desenvolvimento e na descentralização e internacionalização das suas operações.
Liderança em várias frentes
A Pirelli é hoje a fabricante de pneus
líder no fornecimento de Equipamento
Original para as montadoras instaladas
no Brasil, nos segmentos Carro, Caminhão, Ônibus e Moto, graças à agili-
dade e qualidade no desenvolvimento
de soluções para atender às demandas
específicas de cada uma das marcas de
automóveis.
No mercado de reposição, os 600
pontos de venda exclusivos que formam a
Rede Oficial de Revendedores Pirelli estão
presentes em todo o território nacional e
contam com mais de sete mil profissionais
treinados diretamente pela fabricante,
para oferecer serviços e atendimento diferenciados.
A Pirelli é também a marca de pneus
mais lembrada pelos brasileiros, com o
primeiro lugar em diversas pesquisas de
metodologia Top of Mind realizadas por
veículos de imprensa de diferentes regiões do Brasil.
Marcos históricos
A conquista da liderança no mercado
brasileiro e na lembrança do consumidor
se deve em grande parte ao pioneirismo
da companhia em investir em Pesquisa e
Desenvolvimento. Graças a esta diretriz,
4% da receita líquida anual é investida na
área. Tal filosofia, presente desde a criação da empresa, possibilitou já em 1955
um lançamento revolucionário para a
época: o primeiro pneu sem câmara para
motocicletas fabricado no Brasil.
Em 1983, a Pirelli inovou com o modelo P8, exclusivamente como Equipamento
Original, para contribuir na redução do
consumo de combustível, num mercado
Abrapneus
que ainda não tinha o foco voltado ao
tema.
Também em 1983, antevendo a geração de motos superesportivas que surgiriam e eram capazes de superar os 240
km/h, a companhia criou o primeiro
pneu com estrutura radial para motocicletas, o MP7.
Entre outros marcos históricos que caracterizam sua liderança, destaca-se a
construção, em 1988, do Campo Provas
Pneus Pirelli, em Sumaré (SP). A inauguração rendeu à empresa o título de primeira fabricante de pneus a ter uma pista
de testes na América Latina.
No ano de 1999, foi pioneira ao oferecer uma linha completa de pneus com
menos resistência ao rolamento, característica que hoje define os pneus verdes,
ao lançar a família P3000 em território
nacional.
Em 2008, os exigentes consumidores
nos Estados Unidos elegeram o pneu P4
Four Seasons, desenvolvido e fabricado
no Brasil, como melhor pneu de automóvel para todas as estações do ano.
Esportes a motor
Na América Latina, o apoio aos campeonatos teve início há mais de 50 anos
com as Mil Milhas Brasileiras, em Interlagos, na capital paulista. A partir de 2008,
a Pirelli aumentou o patrocínio a competições em toda a região, apoiando, ao
todo, 17 campeonatos, como o Mundial
de Superbike, o Brasileiro de Motovelocidade, o Brasileiro de Motocross, a Mitsubishi Cup, o GT3 Brasil, o Trofeo Maserati
e a Copa Renault Clio.
Cultura
A Pirelli é um importante patrocinador
da cultura. Nas décadas de 70 e 80, a
empresa incentivou jovens pintores com o
“Prêmio Pirelli de Pintura Jovem/MASP”.
Recentemente, destacaram-se os patrocínios à Semana Pirelli de Cinema Italiano, em 2008; a Coleção Pirelli/MASP de
Fotografia (que completou 18 anos em
2009); e o apoio há mais de 15 anos ao
Mozarteum Brasileiro.
Julho/Agosto 2009
Responsabilidade socioambiental
A companhia atua de forma
marcante nas comunidades próximas às fábricas, por meio de
projetos ligados à recuperação e
à inclusão de crianças e adolescentes, com base na educação,
como o “Programa Ame a Vida
Sem Drogas”, em Campinas (SP);
o Projeto Peteca, em Gravataí (RS);
a Fazenda Amparo ao Menor de
Feira de Santana (FAMFS), em Feira de Santana (BA) e o Projeto Guri,
em Santo André (SP).
No Acre, a Pirelli possui compromisso com o governo estadual para
a aquisição de toda a borracha natural extraída, de forma sustentável,
naquele estado.
A preocupação ambiental recebe
atenção especial da Companhia, que
apóia a Reciclanip, realiza processos
de otimização do consumo
de água nas fábricas com
reutilização de até 98% e gestão de refugos
industriais com índices de
reciclagem de acima de
75%.
A Pirelli é a única fabricante de pneus do
continente americano a
receber o Total Productivity Maintenance, prêmio
de excelência concedido
pelo Japan Institute of
Plant Maintenance (JIPM)
às melhores empresas
do mundo em eficiência
industrial. É a primeira
companhia no Brasil a
ter seu sistema de qualidade certificado pelas
normas ISO 9001 e,
além disso, todas as
cinco fábricas no Brasil possuem a certificação ISO 14001, que
atestam o compromisso da empresa com o
meio ambiente.
13
pirelli
Fábrica irá aumentar
capacidade produtiva no
Brasil no triênio 2009-2011
Em consonância com o Plano Industrial
2009-2011, anunciado pela matriz em
Milão, na Itália, em fevereiro de 2009, o
Grupo Pirelli investirá 200 milhões de dólares no Brasil, que se somam aos 100 milhões de dólares já investidos em 2008. A
estratégia de investimento leva em consideração a liderança do Grupo no mercado
sulamericano. Um terço dos investimentos
totais no período 2008-2011 são direcionados à pesquisa e desenvolvimento e o
restante, ao incremento da capacidade
produtiva.
O Brasil, onde a Pirelli está presente
desde 1929, é um dos países determinantes para as estratégias de crescimento do
grupo, porque é o primeiro mercado automobilístico e de veículos industriais do continente sulamericano e um dos maiores do
14
mundo. A forte presença neste mercado é,
portanto, especialmente estratégica numa
fase de crise mundial como a atual, seja
porque a região, auxiliada pela economia
emergente do Brasil, sente menos a queda
da demanda ou porque o País oferece uma
estrutura de custos mais eficiente e uma
base competitiva para a exportação.
Em 2008, a América do Sul representou
33% do faturamento total da Pirelli Pneus
no mundo. A posição de liderança absoluta no continente se expressa no Equipamento Original e em todos os principais
mercados de reposição, especialmente no
Brasil, onde a Pirelli conta com uma rede
de distribuição exclusiva de mais de 600
pontos de venda.
O Brasil concentra cerca de 90% da
produção da América do Sul da Pirelli
Pneus, dos quais mais de 35% são destinados à exportação, sobretudo para os
mercados da área da NAFTA (Estados
Unidos, Canadá, México), com foco em
produtos de alto nível tecnológico.
Também foram anunciados no Plano Industrial 2009-2011 os objetivos de
“performance verde”. Significa que todo o
Grupo Pirelli está empenhado no desenvolvimento sustentável, inclusive no Brasil,
onde se comprometeu com as autoridades
locais para adquirir toda a borracha natural produzida com métodos ecosustentáveis na região de Xapuri, contribuindo
desta forma não apenas para a preservação do meio ambiente, mas também ao
desenvolvimento econômico das populações nativas de acordo com as tradições
e cultura locais.
Abrapneus
Pirelli leva tecnologia ao
Campeonato Brasileiro de
Motocross
Em 2009 a Pirelli passou a ser a
fornecedora oficial de pneus do Campeonato Brasileiro de Motocross. Este
conceito, criado em comum acordo entre Confederação Brasileira de Motociclismo (CBM) e a marca, traz benefícios
a todos, principalmente aos pilotos, que
passam a ter acesso ao mesmo equipamento utilizado nas principais competições internacionais.
“Ser a fornecedora única de pneus
para o Campeonato Brasileiro de Motocross é muito importante estrategicamente, pois esta é a maior competição
Julho/Agosto 2009
da modalidade na América Latina e tem
atraído um público cada vez maior”, diz
Marcelo Natalini, diretor da Unidade de
Negócios Moto da Pirelli.
As equipes também passam a contar
com a vantagem do melhor custo/benefício e da equalização das condições
de disputa. Com essa determinação, as
oito categorias criadas este ano utilizarão pneus da linha Scorpion MX, que
acumula 51 troféus em competições internacionais. “Estamos fornecendo equipamento de primeira linha aos pilotos,
os mesmos pneus utilizados no Campe-
onato Mundial de Motocross e outros
campeonatos internacionais. São soluções de alta tecnologia, com produtos
fabricados no Brasil. As equipes também contarão com os nossos serviços
e suporte durante todo o campeonato”,
completa Natalini.
A Pirelli se tornou a maior fornecedora exclusiva de pneus para as mais importantes competições do motociclismo
no Brasil em 2008. A grande presença
no esporte de duas rodas é um reflexo
da liderança da marca no segmento de
motocicletas.
15
Michelin
Anakee 2: mais economia e
respeito ao meio ambiente
Maior durabilidade, mais aderência em pisos
molhados e escorregadios e
otimização da
forma de desgaste. Essas são
as principais
características
do Anakee 2,
novo pneu radial da Michelin destinado
às motocicletas
trail de 600
cc a 1200 cc,
e homologado
pela BMW para
a R1200 GS. Com
o lançamento, a empresa introduz no seg-
mento de duas rodas o conceito de ‘pneu
ecológico’: maior vida útil significa menos
pneus produzidos e, consequentemente,
preservação ambiental.
Disponível no Brasil nas dimensões
110/80 R19 59V TL/TT (dianteiro) e
150/70 R17 69V TL/TT (traseiro), o novo
pneu possui escultura traseira com 8 mm
de profundidade no centro da banda de
rodagem. Na lateral a medida é reduzida, para permitir desgaste mais uniforme.
E para melhor escoamento da água, a
largura dos sulcos aumenta progressivamente, do centro da banda de rodagem
para os ombros. A dianteira segue as características da escultura traseira, com 5
mm de profundidade no centro da banda
de rodagem.
Para garantir melhor performance, são
dois novos compostos de borracha (ver
quadro), com elastômeros provenientes
do Moto GP, novas gerações de sílica e
também de resinas. As características técnicas elencadas foram avaliadas em testes
internos, com grau de exigência alemão,
o mais rigoroso da Europa.
Comparado ao antecessor Anakee,
o pneu traseiro apresentou durabilidade
25% superior e o dianteiro, 6%. Referente
à aderência em solo molhado, o Anakee
2 mostrou-se 3,5s mais rápido. Em piso
seco, apresentou melhor estabilidade em
curvas. Já nos testes realizados pelo CERM
(Centre d’Essais Routiers Mécaniques), da
França, o MICHELIN Anakee 2 apresentou durabilidade 29% superior aos dois
principais concorrentes da categoria, com
a mesma aderência em piso molhado.
Com o lançamento do Anakee 2, a Michelin amplia sua gama de oferta para o
segmento de duas rodas, que tem no portfólio 25 modelos, que vão desde pneus
para as 90 cc até os projetados para motos esportivas.
Novos compostos:
• MRSE – Michelin Racing Synthetic Elastomers: Elastômeros 100% sintéticos
exclusivos da Michelin, que substituem a borracha natural, aumentando a aderência;
• HTSC – High Tech Synthetic Compound: Novas resinas 100% sintéticas que,
junto com
MRSE aumentam a aderência;
• Nova SÍLICA – proveniente dos pneus para chuva do MotoGP, que proporciona o equilíbrio ideal entre durabilidade e resistência, especialmente para piso
escorregadio e molhado;
• C-RAO – Compounds-RAcing Optimization: Composto de borracha específico usado nos pneus do MotoGP.
18
Abrapneus
BFGoodrich lança pneu
Long Trail T/A Tour
para utilitários esportivos
A BFGoodrich, marca pertencente a
Michelin, amplia a sua gama de pneus
para utilitários esportivos, com o lançamento da linha Long Trail T/A Tour. Respostas precisas na direção, maior tração
na chuva, maior estabilidade, rodagem
confortável, menor ruído e design moderno são os principais destaques do novo
pneu.
Desenvolvido para os consumidores
mais exigentes que procuram o equilíbrio entre conforto e alta performance, o
BFGoodrich Long Trail T/A Tour agrega
uma série de tecnologias exclusivas da
marca.
Para maior precisão na direção e controle em altas velocidades, mesmo em
veículos grandes e mais robustos, foi aplicado no pneu o sistema ETEC System™
(Equal Tension Containment/Estrutura
com equilíbrio de tensões), que permite
que o pneu mantenha a área de contato
constante com o solo durante todo o trajeto, resultando em mais estabilidade para
o veículo até em altas velocidades.
Visando a garantir mais segurança
e maior tração, seja em pisos secos ou
molhados, esse pneu dispõe de um sistema de absorção de água pela banda de
rodagem, com pequenos, mas essenciais
recortes na banda. Além disso, possui sulcos largos e profundos que facilitam a saída da água e mantêm o pneu em contato
com o solo, para que o motorista tenha o
máximo de controle da direção.
Outro destaque do BFGoodrich Long
Trail T/A Tour é o desenho otimizado
da sua escultura, que se prolonga, contornando a área do ombro, oferecendo
Julho/Agosto 2009
respostas mais precisas na direção, principalmente em curvas, excedendo às expectativas para um pneu deste segmento.
O BFGoodrich Long Trail T/A Tour é
‘para ser visto, e não ouvido’. O desenho diferenciado na banda de rodagem
oferece uma rodagem silenciosa. O talão
reforçado reduz a vibração do pneu e a
carcaça com duplo cinturão amortece os
choques em todos os tipos de terreno, permitindo uma direção suave.
Essa nova gama de pneus ganha estética moderna e design esportivo na banda
de rodagem e no flanco. Disponível nas
dimensões P205/70 R15 96T, P225/70
R15 100T, P225/70 R16 101T, P235/70
R16 104T e P255/70 R16 109T, o BFGoodrich Long Trail T/A é indicado para veículos como Chevrolet S10, Hyundai Santa Fé, Jeep Wrangler , Nissan Frontier e
Pathfinder e Ford Explorer. Além disso,
a gama de pneus BFGoodrich Long Trail
T/A poderá ser utilizada em crossovers da
marca Fiat, como Idea Adventure, Doblo
Adventure e Palio Weekend Adventure.
A BFGoodrich, que é reconhecida
mundialmente como referência no universo off-road, também oferece os modelos
All Terrain KO, Mud Terrain T/A KM2 e
Long Trail T/A para atender o segmento
de utilitários esportivos.
BFGoodrich: pioneirismo no desenvolvimento de produtos
O pioneirismo sempre foi uma das marcas registradas da BFGoodrich. A marca
foi a primeira a produzir, em 1947, um
pneu para rodar sem câmara e foi também responsável pelo desenvolvimento,
em 1965, do Lifesaver, o primeiro pneu
radial americano. Dez anos depois, em
1977, a marca foi escolhida pela NASA
para equipar o ônibus espacial Columbia.
A história da BFGoodrich também é
marcada pelo sucesso nas mais diversas
competições automobilísticas. Nas pistas
a marca é desde 1998 a provedora oficial das competições de Stock Car USAR
Hooters Pro Cup (Saloon Car) e da série
Trans-am (USA).
A marca já venceu nove vezes o Rally
do Sertões e, em 2008, a BFGoodrich
conquistou o oitavo título consecutivo no
Rally Dakar, o maior rali do mundo, realizado pela primeira vez em 2009 na
América do Sul.
19
bridgestone/firestone
Baixa pressão de pneus
gera poluição extra ao
meio ambiente
Pesquisa realizada pela Bridgestone na América Latina demonstra que um em cada seis motoristas dirige com a pressão dos pneus abaixo do recomendado, colocando em risco sua segurança.
O programa de pressão de pneus implementado pela Bridgestone na América Latina é parte da
campanha global “Torne Seu Carro Ecológico”
Um em cada três motoristas dos principais países latino-americanos dirige
habitualmente com baixa pressão em
pelo menos um dos pneus de seu carro
(ou seja, 7 psi abaixo do recomendado
pelo fabricante do veículo). Entre esses
motoristas, um em cada seis dirige em situação de risco por deixar os pneus com
pressão abaixo do limite mínimo de segurança (10 psi abaixo do recomendado).
Ainda como consequência da baixa
pressão de pneus, a cada ano os motoristas desperdiçam 660 milhões de litros
de combustível, o equivalente a US$ 645
milhões. Os números também refletem
na emissão extra de 1,552 milhões de
kg de CO2 na atmosfera.
A baixa pressão de pneus também
causa efeito extremamente negativo para
22
a durabilidade dos pneus, pois exige um
trabalho extra da banda de rodagem e
causa a flexão excessiva das paredes laterais. Juntos, esses dois fatores podem
causar uma falha nos pneus. Estas são
as conclusões das revisões gratuitas realizadas pela Bridgestone em 6.240 veículos em seis países da América Latina
em 2008 (Argentina, Brasil, Chile, Costa
Rica, México e Venezuela).
As revisões foram realizadas em
centros automotivos e estacionamentos
públicos. A ação é parte da campanha
“Torne Seu Carro Ecológico”, um programa global da Bridgestone em conjunto
com a FIA (Federação Internacional de
Automobilismo), iniciado em 2008 e que
tem como objetivo reduzir o impacto gerado pelos veículos no meio ambiente.
Um custo alto para o
meio ambiente
A pressão de pneus exerce uma grande influência na resistência ao rolamento
de um pneu, que tem uma grande representatividade no consumo de combustível de um veículo.
Dependendo do tipo de pista e estilo
de direção, a resistência ao rolamento
exerce uma influência que pode variar
entre 18% e 26% da energia consumida
por um veículo.
Assim, desencadeia-se um efeito dominó: pneus com baixa pressão geram
uma maior resistência ao rolamento,
o que, consequentemente, aumenta o
consumo de combustível e a emissão de
CO2.
Abrapneus
Bridgestone continuará
trabalhando para cuidar
do meio ambiente
Por meio da campanha “Torne Seu
Carro Ecológico”, a Bridgestone continuará realizando ações para preservar o
meio ambiente para as futuras gerações,
difundindo dez pontos importantes que
ajudam os motoristas a refletir sobre o
tema antes de dirigir. São eles:
• Compre produtos ecológicos
• Planifique sua viagem
• Verifique com frequência a pressão
dos pneus
• Evite cargas desnecessárias e o uso de
bagageiro
• Não esquente o motor do carro antes
de começar a dirigir
• Use o ar-condicionado somente quando necessário
• Acelere suavemente e mantenha uma
velocidade constante
• Use o freio-motor
• Não mantenha o motor ligado enquanto estiver parado
• Compense as emissões geradas de
CO2
Esta iniciativa contribui para gerar
consciência e demonstrar a importância
de cuidar dos pneus.
Assim, a Bridgestone continuará efetuando revisões de segurança em 2009.
Julho/Agosto 2009
As ações de comunicação e responsabilidade social têm como objetivo
convencer os consumidores de que os
pneus devem fazer parte de um projeto
de investimento em segurança, já que
sua correta manutenção não somente
salva vidas, como também contribui com
a economia financeira do consumidor e
com uma menor emissão de poluentes.
Principais dados e estatísticas
2008 – 6.240 veículos revisados – 6
países
Resultados 2008
Baixa pressão de pneus
• 18% dos pneus revisados estavam com
a pressão abaixo do recomendado pelo
fabricante dos veículos;
• Um em cada seis condutores coloca
em risco sua segurança devido à baixa
pressão dos pneus;
• 12% dos pneus revisados estavam com
a pressão 38% abaixo do recomendado.
Consequências para o meio ambiente
devido à baixa pressão de pneus
• De 18% a 26% da energia consumida
por um veículo vem da resistência ao rolamento dos pneus;
• 26% dos veículos revisados consomem
combustível desnecessariamente devido
à pressão indevida dos pneus;
• 660 milhões de litros de combustível
é o total desperdiçado devido à baixa
pressão de pneus, o que representa cerca de US$ 645 milhões;
• Isto gera a emissão extra de 1,552 milhão de kg de CO2.
Bridgestone: uma empresa
comprometida
A Bridgestone Corporation atua em
diferentes projetos relacionados à segurança e meio ambiente, a exemplo das
ações de singular importância desenvolvidas junto com a Fundação FIA.
A primeira delas foi o lançamento
da campanha “Pense Antes de Dirigir”,
relacionada à segurança nas estradas,
que continua vigente.
A segunda é a campanha “Torne Seu
Carro Ecológico”, fortemente vinculada
à ecologia e ao meio ambiente. A segurança nas estradas e a consciência
ambiental são, sem dúvida, os dois objetivos centrais para a Bridgestone em
nível global.
A Bridgestone, com sede em Tóquio
(Japão), é a maior fabricante mundial
de pneus.
Emprega 134 mil funcionários no
mundo e mantém operações em 25 países. No Brasil, a empresa gera 3.300
empregos diretos e produz pneus para
todos os segmentos em suas fábricas de
Santo André (SP) e de Camaçari (BA).
23
bridgestone/firestone
Inovação e qualidade
2º Bridgestone Music Festival é reverenciado pelo público e crítica
cos gravados, estiveram ao lado de Cobb
em uma apresentação que certamente
entrou para a história dos espetáculos já
realizados no Brasil.
Astros do Jazz e Soul em shows
inéditos
Um marco na história do calendário
cultural do País. Assim a mídia cultural
definiu a segunda edição do Bridgestone
Music Festival, que levou 4.500 pessoas
em três noites de show com ingressos esgotados ao Citibank Hall, em São Paulo,
de 14 a 16/05.
Depois do sucesso confirmado pelo
público paulistano, na primeira edição
em 2008, o Bridgestone Music retornou
este ano com força total e com atrações
musicais inéditas do jazz e soul music.
O festival se diferenciou pelo seu caráter
inovador e pela alta qualidade do elenco,
proporcionando uma enorme cobertura
da mídia, unânime em elogiar a iniciativa.
“Com o mesmo compromisso de alta qualidade em seus produtos e paixão como
marca registrada de tudo o que faz, a
Bridgestone proporcionou um evento que
prima pela excelência e diversidade musical, ampliando os horizontes de um público tão apaixonado por música como o
brasileiro”, explica Márcio Furlan, gerente
de Marketing da Bridgestone do Brasil.
Com um formato semelhante ao de
24
alguns dos mais charmosos festivais europeus, chamado double bill (programa
duplo), o Bridgestone Music ofereceu duas
atrações musicais por noite, todas elas reverenciadas nos mais altos círculos do jazz
contemporâneo e da soul music.
50 anos de Kind of Blue
Este ano, o festival optou em oferecer
um ambiente sonoro mais “jazzístico”,
para atender a demanda do público interessado na comemoração dos 50 anos
da gravação do Kind of Blue, de Miles Davis, o álbum mais consagrado de jazz do
mundo, com mais de 3 milhões de cópias
vendidas. O espetáculo, estrelado pelo veterano baterista Jimmy Cobb e a So What
Band, levou os fãs de jazz ao delírio nos
dias 14 e 15.
Muito bem sucedidas também são as
carreiras de Wallace Roney (trompete),
Larry Willis (piano), Buster Williams (baixo), Javon Jackson (sax tenor) e Vincent
Herring (sax alto). Estes brilhantes instrumentistas, todos solistas e com vários dis-
O produtor e diretor artístico do festival,
Toy Lima, chamou atenção ainda para as
presenças de alguns dos músicos de jazz
mais elogiados pela crítica especializada nos últimos anos. Um deles é o jovem
Robert Glasper, premiado como melhor
“astro do piano em ascensão” pela revista Down Beat, espécie de bíblia do jazz.
O evento foi aberto com primor por este
grande talento ao lado de Vicente Archer
e Chris Dave.
Outro músico homenageado pela Down
Beat, o trompetista Jeremy Pelt fez impecável apresentação na noite seguinte. Eleito
melhor “astro do trompete em ascensão”
durante cinco anos seguidos, Pelt encantou o público ao lado de René Marie, que,
com sua sublime voz, mostrou por que é
considerada uma das melhores intérpretes
do jazz contemporâneo.
Já na noite de encerramento do festival
permaneceu o conceito original de criar
conexões entre diferentes gêneros musicais. A apresentação foi aberta por Tokunbo Akinro & Morten Klein, que comandam
a banda de jazz e soul Tok Tok Tok, com
ritmos dançantes que contagiaram o público.
E a grande atração da noite ficou por
conta da norte-americana Bettye LaVette,
estrela consagrada da soul music, que estreou nos palcos brasileiros. Surpreendente e contagiante são alguns adjetivos que
podem definir o verdadeiro espetáculo
desta diva da soul music, que deixou o público maravilhado, confirmando o mesmo
prestígio do marcante show da posse do
presidente Barack Obama.
Abrapneus
notícia
Camex restabelece
concorrência leal para
pneus de carga
Câmara do Comércio Exterior aprova direito a antidumping sobre as importações de pneus
chineses de carga. Resolução tenta conter a invasão do produto, vendido no Brasil a um custo
30% inferior aos fabricados no País
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aceitou a acusação de dumping feita
pela Associação Nacional da Indústria de
Pneumáticos (Anip) com o apoio da Abrapneus, e colocou um ponto final na concorrência desleal exercida pelos pneus chineses frente à indústria brasileira. De acordo
com a resolução n° 33 de 9 de junho de
2009, a empresa brasileira que quiser importar pneus do país asiático terá que pagar uma taxa, como forma de igualar os
preços entre os produtos dos dois países. A
resolução da Camex estabelece a taxa antidumping para os pneus de carga, ônibus
e caminhão, aros 20”, 22” e 22,5”.
Há um ano, as entidades do setor entraram com o pedido de abertura de investigação antidumping contra pneus de carga
e de passeio provenientes do China para
defender a indústria brasileira de pneumáticos e, deste modo, garantir a concorrência justa dentro do setor. “A importação
de pneus chineses a preços dumping foi
um dos principais responsáveis pelo fraco
desempenho da indústria nos últimos três
anos”, afirma Eugênio Carlos Deliberato,
presidente da Anip, entidade que reúne a
indústria de pneumáticos do Brasil, entre
eles, Bridgestone, Goodyear, Michelin e
Pirelli.
Os pneus chineses, até então, entravam
no Brasil com preços que caracterizavam
dumping. Esta prática ocorre quando empresas de determinado país vendem para
outro seus produtos por preços muito baiJulho/Agosto 2009
xos, visando conquistar mercado de forma
considerada desleal pelos mecanismos e
normas que regem a atividade de comércio
exterior.
Para averiguar a pertinência da solicitação da Anip, e decidir sobre a questão, a
Secretaria de Comércio Exterior (Secex) fez
uma pesquisa de mercado, com dados retroativos de cinco anos, concluindo que as
importações de pneus chineses realmente
causaram dano à indústria local. Conforme
o relatório da Camex publicado no Diário
Oficial, “as importações chinesas provocaram o deslocamento da parcela de mercado ocupada pela indústria doméstica”.
Os pneus da China, declarados como de
fabricação similar aos brasileiros e desenvolvidos para as mesmas aplicações estavam
sendo vendidos por um preço 30% inferior
aos fabricados no Brasil, o que resultou em
uma perda de 20% do mercado pelos fabricantes brasileiros de pneus novos.
A participação da China no consumo
brasileiro de pneus de carga subiu de 0,3%
para 9,6% entre abril de 2003 e março de
2008, período considerado na investigação. Além disso, foi verificado que o preço
médio do produto doméstico caiu enquanto
houve expansão das exportações da China para o Brasil. O relatório da Camex
diz ainda que “a indústria doméstica, buscando evitar perda mais acentuada de sua
participação, deprimiu seus preços, o que
gerou efeitos negativos em suas margens”.
A medida já está em vigor e é valida por
cinco anos. O valor fixado pela Câmara de
Comércio Exterior (Camex) para a taxa antidumping varia de US$ 1,12 a US$ 2,59
por quilo do produto, conforme o fabricante e a empresa exportadora. Em dezembro
do ano passado, a Camex já havia aplicado direito antidumping provisório por seis
meses, fixando uma taxa de US$ 1,33 por
quilo.
25
goodyear
Goodyear rumo ao futuro
Com orgulho de tudo o que construímos e com os olhos voltados para o futuro, apresentamos neste livro a história dos
nossos primeiros 90 anos no Brasil. É uma
história em que podem ser reconhecidos
valores e princípios que se mantêm ao
longo do tempo e que continuarão a caracterizar a Goodyear, pois fazem parte
do seu DNA.
O cuidado com as pessoas que aqui
trabalham e a oportunidade para que se
desenvolvam e cresçam são valores fundamentais cultivados pela companhia, que se
26
refletem no elevado grau de profissionalismo da nossa equipe e na identificação que
tem com a Goodyear. Na nossa trajetória,
as pessoas foram, são e serão chave.
A vocação para o pioneirismo e a inovação é outra marca da companhia, que
resultou na liderança tecnológica e na
preocupação constante com a melhoria
da qualidade – responsáveis, em grande
parte pelo prestígio e reputação de que a
Goodyear desfruta. A utilização dos processos e tecnologias mais avançados e dos
mais modernos métodos de gestão vem
nos proporcionando excelentes resultados
em termos de qualidade, produtividade e
adequação dos produtos às necessidades
do mercado.
A valorização da segurança é outro princípio que rege a nossa atuação,
estando ligado à imagem da empresa,
assim como à de seus produtos. Sempre
buscamos e utilizamos os mais modernos
conceitos e técnicas de segurança, incorporando-os aos produtos da marca.
Da mesma forma, a postura responsável
diante do meio ambiente e da sociedade
Abrapneus
é um compromisso da Goodyear, que está
integrado às suas estratégias de negócios.
O investimento constante na imagem da
marca Goodyear e na formação de uma
forte rede de revendedores oficiais é um
fator que merece destaque nesta história
de sucesso. Os laços que estabelecemos
com a revenda permitem incorporar novas
formas de atender o cliente, adiantandonos às necessidades do mercado.
Esta história vitoriosa de 90 anos tem
como protagonistas os profissionais que
aqui trabalharam e trabalham: uma equipe engajada, comprometida com os valores e os objetivos da companhia, com um
perfil de alta performance como o que imprimimos à companhia.
Todos esses elementos tiveram importância capital na nossa história e são a
base sobre a qual estamos construindo a
Goodyear do futuro. A experiência acumulada nestas nove décadas não pode ser
encarada como uma garantia de perenidade, mas certamente nos fornece subsídios para seguir o caminho que traçamos
e que estamos trilhando, de forma sustentável.
Julho/Agosto 2009
Estamos ampliando nosso compromisso
para com as futuras gerações e stakeholders, discutindo e incorporando cada vez
mais os conceitos de Sustentabilidade no
dia a dia da Goodyear. Sabemos que a
caminhada é longa e necessária, mas juntos construiremos as soluções e atingiremos
nossos objetivos comuns de construir uma
sociedade melhor.
Os próximos desafios, nesta trajetória em
direção ao futuro, estão ligados à consolidação das nossas conquistas, tendo como
referência nossos valores e o know-how
adquirido para, cada vez mais, afirmar a
Goodyear como uma organização de alta
performance e com a marca da Sustentabilidade.
Por acreditar nisso, continuaremos investindo para estar sempre à frente, antecipando-nos às transformações pelas quais o
mundo continuará a passar, cada vez mais
velozmente.
Giano Artur Agostini
Diretor-Presidente
Goodyear Brasil
27
goodyear
Livro registra os 90 anos
da Goodyear no Brasil
O conteúdo histórico traz também fatos importantes sobre a indústria automobilística nacional
A linha do tempo da Goodyear no
Brasil Os primórdios – Goodyear: um
nome em homenagem ao inventor
da vulcanização. Frank Seiberling funda nos Estados
Unidos The Goodyear Tire &
Rubber Company.
1919-1938 – Primeiros passos no
Brasil – A Goodyear começa sua
trajetória no Brasil, com a abertura de escritório de vendas no Rio
de Janeiro, para a comercialização
de produtos importados. A Goodyear
dos EUA e o governo brasileiro negociam a instalação de uma fábrica da
companhia no Brasil.
Uma das ações para marcar a comemoração dos 90 anos da Goodyear no
Brasil é o lançamento do livro que conta
a trajetória da empresa e os principais
fatos históricos no país e no mundo nos
últimos anos. Com o título Goodyear do
Brasil – 90 anos rumo ao futuro, a obra
mostra a trajetória da companhia desde a
instalação do escritório de vendas no Rio
de Janeiro, em 1919, até os dias atuais.
Cada capítulo retrata uma década da
história da Goodyear com destaque para
os produtos, tecnologias, inauguração de
fábricas, formas de operação e comunicação, tendo como cenário os grandes acontecimentos históricos que influenciaram o
mundo e a empresa.
Com a utilização de fotos e informações históricas, o livro também poderá ser
acessado pela internet no www.goodyear.
com.br.
28
1939-1948 – Fábrica em São Paulo abre
uma nova etapa – A Goodyear inaugura a
primeira fábrica de pneus do Brasil, no
bairro do Belenzinho, em São Paulo. A
companhia inicia a produção de pneus
de avião no país, da qual se tornaria líder absoluta.
1949-1958 – O despertar da indústria
automotiva brasileira – É lançado o pneu
Papaléguas, que em cinco décadas conquistaria sucessivas gerações de profissionais do transporte. A Goodyear cria
o departamento de Equipamento Original, para atender às montadoras que
iniciavam a produção no país.
1959-1968 – Um país sobre rodas – A
Goodyear atinge a marca de 8 milhões
de pneus produzidos no Brasil, acompanhando a crescente demanda.
Na fábrica do Belenzinho, iniciamse as operações de recauchutagem de
pneus de avião.
1969-1978 – Fábrica de Americana: um
grande salto – A Goodyear inaugura sua
segunda fábrica no Brasil, em Americana (SP), a maior da América Latina, incorporando as mais avançadas tecnologias. A companhia produz os primeiros
pneus radiais de aço para caminhões e
ônibus do Brasil, da linha Unisteel.
1979-1988 – Crises e oportunidades – É
lançado o Grand Prix S, primeiro pneu
radial de aço para veículos de passeio
do Brasil. Tem início a implantação de
AutoCentros, um novo conceito em atendimento e serviços ao consumidor de
pneus.
1989-1998 – Mundo em transformação – É
inaugurado o primeiro Centro de Montagem, introduzindo um novo conceito
no trabalho conjunto com as montadoras. A Goodyear começa a utilizar seu
primeiro blimp no país, o Spirit of the
Americas, fortalecendo sua marca e visibilidade.
1999-2008 – Foco em pneus e na inovação – A Goodyear inaugura sua Fábrica
de Materiais para Recauchutagem, em
Santa Bárbara D’Oeste. No ano seguinte, é aberto o Campo de Provas, o mais
completo da América Latina. A companhia redefine seu foco de atuação, concentrando suas atividades em pneus e
retirando-se de outros negócios.
2009 – Sustentabilidade, rumo ao futuro – A Goodyear continuará liderando
o processo de inovação tecnológica e
pneus com a sua marca, cada vez mais
avançados e sustentáveis, rodarão pelas
vias do Brasil e do mundo.
Abrapneus
notícia
Pneus usados não
entram mais no Brasil
A proibição, aprovada pelo STF por oito votos a um, foi justificada por questões ambientais
Em 24 de junho, o Supremo Tribunal
Federal (STF) acabou com a polêmica
sobre a importação de pneus usados,
proibindo a entrada desses produtos no
mercado brasileiro. A decisão atendeu
ao pedido do Governo Federal, que
contestou decisões judiciais anteriores
autorizando a importação. O presidente
Luis Inácio Lula da Silva defendeu a proibição com a alegação de que os pneus
usados geram riscos ao meio ambiente
e à saúde pública. Fica assim atendida,
então, uma reivindicação das entidades
Abrapneus e Anip debatida em Fóruns
durante mais de uma década.
A maioria dos juízes que participou
da votação concluiu que a Constituição
Brasileira estabelece que o Estado tem
de zelar pela saúde e pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado. “Os
pneus usados não passam de um lixo
ambiental, fazendo do Brasil uma espécie de quintal do mundo, com graves
danos para a saúde pública”, afirmou
o ministro do Supremo Tribunal Federal,
Carlos Ayres Britto.
O julgamento havia sido iniciado
em 11 de março, mas foi interrompido
por um pedido de vista do ministro Eros
Grau. Na ocasião, o advogado geral da
União, José Antônio Dias Toffoli, foi favorável à proibição. Como argumento,
ele afirmou que a importação de pneus
usados é inconstitucional. Conforme
disse, o Brasil importou 10 milhões de
pneus usados em 2005, 7,2 milhões em
2006 e 7 milhões em 2008.
A decisão do STF também encerra um
problema que o Brasil tinha com a Organização Mundial do Comércio (OMC).
A União Europeia representou contra o
Brasil na OMC porque a importação de
pneus usados dos países europeus era
Julho/Agosto 2009
proibida, mas permitida aos países do
Mercosul. “Está proibida toda e qualquer importação, mesmo que baseada
em decisão judicial, inclusive de países
do Mercosul”, resumiu o advogado-geral da União, José Antônio Dias Toffoli,
logo após o julgamento.
O ministro Celso de Mello, decano
do STF, reconheceu que as empresas
possuem o direito de atuar num mercado sem vetos à livre concorrência. Por
outro lado, ele ressaltou que “a defesa
do meio ambiente é um dos postulados
estruturantes da ordem econômica ao
lado da livre concorrência”. Ele afirmou
ainda que “a preservação do meio ambiente é um dos mais significativos direitos constitucionais”.
O ministro Marco Aurélio foi o único
que votou contra a ação do Presidente da República, argumentando que os
pneus usados ainda são aptos para serem utilizados, e isso favoreceria as camadas mais pobres da população. Essa
posição é alinhada ao que defende a
Associação Brasileira de Reformadores
de Pneus, que é favorável à importação
alegando que a proibição pode diminuir o número de empregos. A entida-
de divulga que o desemprego no setor
pode atingir 200 mil pessoas com a
proibição, sendo 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos.
Essa alegação não sensibilizou a
relatora do processo, ministra Carmen
Lúcia Antunes Rocha.
“Parece inegável a conclusão de que,
em nome da garantia do pleno emprego, não está autorizado o descumprimento dos preceitos constitucionais fundamentais relativos à saúde e ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado”,
registrou ela.
Conforme defendem a Associação
Nacional da Indústria de Pneumáticos
(Anip) e Abrapneus, não há perspectiva
de que a proibição resulte em desemprego aos reformadores, pois a quantidade de carcaças existentes no País é
suficiente para não prejudicar o setor.
Os ministros do STF definiram que
a única exceção para a proibição se
aplica nos casos em que a decisão judicial for irreversível, ou seja, quando a
importação já tiver sido concluída e o
processo não puder mais ser revertido.
“O pneu que já entrou, rodou”, afirmou
o ministro Carlos Ayres Britto.
29
opinião
Fim da importação de
pneus usados é vitória
ambiental para o País
Carlos Minc*
A decisão do Supremo Tribunal Federal, em 24/06/09, a favor da ADPF-101
(Arguição de Descumprimentos dos Preceitos Fundamentais) representa uma vitória ambiental em que ganha toda a sociedade, o Brasil e o mundo. Foi um aviso
para os países desenvolvidos e um alerta
para os países em desenvolvimento.
A decisão cassou as ações judiciais
que permitiam a importação de pneus
usados e também considerou que essa
importação viola a proteção constitucional ao meio ambiente. Apenas em
2005, ingressaram no território nacional 10,5 milhões de pneus usados de
passeio. Com as ações que o governo
vem empreendendo, essas importações
diminuíram em 2008 para 3,7 milhões,
mas mesmo assim, um valor altíssimo em
relação aos 40 milhões de pneus usados
nacionais disponíveis anualmente para
darmos uma destinação adequada.
Os benefícios ambientais dessa decisão são inúmeros. Iremos reduzir a quantidade de pneus usados a ser destinada,
minimizando seus impactos negativos.
O pneu não é um resíduo perigoso, mas
pelas suas características torna-se de difícil gestão. É um resíduo volumoso com
tempo de decomposição indeterminado
e alto poder calorífico. Sua composição
faz com que seja de fácil combustão e
de difícil extinção, além de liberar substâncias tóxicas e cancerígenas, como
as dioxinas, controladas inclusive pela
Convenção de Estocolmo e, contamina
também o solo e a água.
Por estas razões, em muitos países,
inclusive no Brasil, é proibida a disposição de pneus em aterros. Quando abandonado nos cursos d’água, os pneus
obstruem canais, galerias de águas
pluviais contribuindo para as enchentes,
que causam ao administrador público
e à população prejuízos incalculáveis.
Pneus também são locais ideais para a
proliferação de mosquitos transmissores
de doenças sérias como febre amarela e
dengue e, na importação, podem transportar ovos de um país para outro.
Além da dificuldade da coleta e transporte, toda destinação dos pneus usados
gera um impacto ambiental. Não existe
hoje no mundo uma tecnologia em que
seja zero de resíduo. Nós destinamos
os pneus para: co-processamento em
fornos de cimenteiras, que necessita de
um controle de emissões rigoroso devido
à geração das dioxinas; fabricação de
artefatos, tapetes, solas de sapato, cintas de sofás; co-processamento de xistobetuminoso, que gera 40% de rejeito; e
o uso em manta asfáltica e construção
civil (ainda experimental).
Em uma visão global, com a decisão
do STF aliada à decisão do contencioso
da União Européia, reconhecendo que
a proibição de importação de pneus reformados adotada pelo Brasil é medida
necessária à proteção da saúde humana
e do meio ambiente, temos um marco
na história do país nas questões ambientais. Demonstra o esforço feito pelo
Governo em fomentar o desenvolvimento sustentável e mostra para o mundo a
força da nossa Constituição que inovou
ao incluir o Art. 225, que diz: “Todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”.
Por fim, saliento o voto do Ministro
Ayres Britto: “a importação refere-se a
um lixo ambiental e que o Brasil seria
uma espécie de quintal do mundo”. Esta
é a nossa posição. Nós não permitiremos que o Brasil torne-se a lixeira do
mundo. Defendemos sim, que cada país
trate seus próprios resíduos e, principalmente, não aceitamos a exportação de
nossos resíduos como uma forma adequada de destinação.
Carlos Minc Baumfeld é formado em Economia, com doutorado em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de Paris I – Sorbonne. Foi fundador do Partido Verde,
tendo sido eleito Deputado Estadual pelo Rio de Janeiro (1986). Foi Secretário de Estado do Meio Ambiente (2007) e, em maio de 2008, foi empossado como Ministro de
Estado do Meio Ambiente.
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Abrapneus