Boletim N. 28, Abril de 2012 Rede de Mulheres
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Boletim N. 28, Abril de 2012 Rede de Mulheres
20720343 (Impresso), 20720335 (Online) Boletim N. 28, de 2012 de Mulheres IANSA Mulheres emAbril acção: Prevenindo a Violência Rede Armada Enfoque especial • Papua Nova Guiné: Mulheres exigem entrega e destruição completa das armas Notícias e perspectivas armas ligeiras • Filipinas: Governo consulta sociedade civil sobre o TCA • Tratado sobre o Comércio de Armas: na reta da meta para as negociações de Julho • 8 de Março: Dia Internacional da Mulher • Despesas militares globais 2011 • Comissões Nacionais sobre Armas de Pequeno Porte e Ligeiras: uma perspetiva feminina Anúncios • Processo da ONU sobre armas de pequeno porte e ligeiras: Rede de Mulheres • Convite à apresentação de candidaturas: Programa ‘Women PeaceMakers’ da IANSA celebra progressos • Agnès Marcaillou: Nova diretora do • Caraíbas: Entrevistas de rádio sobre o UNMAS Programa de Ação (PoA) • Paquistão: Relatório revela que armas de • Angela Kane: Nova Alta Representante fogo são usadas em 80% dos incidentes de para os Assuntos do Desarmamento violência contra as mulheres Recursos • Canadá: Indignação com a decisão de destruir o registo nacional de armas longas • Canadá: A Resolução 1325 e o controlo de Boletim N. 28, 17, Abril Janeiro de de 2012 2012 Rede Rede de de Mulheres Mulheres IANSA IANSA Papua Nova Guiné: Mulheres exigem entrega e destruição completa das armas Em 12 de Abril de 2012, mais de 1,000 mulheres de várias organizações de base no Norte de Bougainville marcharam em direção ao parque Bel Isi com cartazes exigindo a entrega e eliminação total das armas e apelando ao governo autónomo de Bougainville (GAB) para que lidere de forma ativa as iniciativas de controlo de armas. O evento foi organizado pela organização de mulheres Leitana Nehan, parte da Rede de Mulheres da IANSA e membro da Comissão ‘Mulheres e Armas de Pequeno Porte e Ligeiras’ da Papua Nova Guiné. Suzanne Jimbul. D urante duas semanas no mês de Abril, lideranças femininas reuniram e planearam o evento. Ministros e oficiais seniores da administração GAB participaram igualmente no fórum. Nesta ocasião as mulheres tiveram oportunidade de colocar questões aos oficiais e estes últimos apelaram à participação e inclusão de mulheres nos processos de tomada de decisão relativos ao controlo de armas. Em Fevereiro de 2012, na sequência do naufrágio de um navio na costa de Finschhafen, província de Morobe em que 229 pessoas foram dadas como desaparecidas, grupos rebeldes exigiram compensação pelas vítimas. Em virtude de as suas exigências não terem sido satisfeitas, os grupos de rebeldes queimaram três outras embarcações em Buka. Depois deste incidente e da escalada da violência armada que se lhe seguiu, as mulheres decidiram atuar. Grupos de mulheres, lideradas pela organização Leitana Nehan, mobilizaramse e apresentaram uma petição ao Ministério das Mulheres, liderado pela ministra Rose Pihei. A petição afirmava que as mulheres do norte de Bougainville estavam cansadas da violência e queriam que a paz prevalecesse. Elas declararam que “A paz chegou a Bougainville por causa das mulheres. As mulheres não negociaram a paz, mas desejaramna.” As mulheres apelaram ainda para que o governo as reconhecesse e disponibilizaramse para participar de forma significativa nos processos. Muitas das questões levantadas pelos grupos de mulheres foram ainda apoiadas por vários homens. A petição afirmava que as mulheres do norte de Bougainville estavam cansadas da violência e queriam que a paz prevalecesse. Depois do evento, as mulheres assistiram o governo no diálogo com os excombatentes. Os excombatentes têm visitado as organizações de mulheres com sugestões sobre a entrega e destruição das armas, enquanto que as mulheres estão a desempenhar um papel central na prevenção de futuros incidentes de violência armada e uso indevido de armas em Bougainville. International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 1 Boletim N. 28, Abril de 2012 Notícias e perspectivas Rede de Mulheres IANSA Comissões Nacionais sobre Armas de Pequeno Porte e Ligeiras: uma perspetiva feminina Helen Hakena, Presidente do Grupo de Trabalho ‘Mulheres e Armas de Pequeno Porte e Ligeiras’ da Papua Nova Guiné B ougainville, a região de onde sou oriunda na Papua Nova Guiné, está ainda a lidar com os impactos de 20 anos de conflito armado, que terminou em 2004 e provocou a morte de 15,000 a 20,000 pessoas. As mulheres, os homens e as crianças de sofreram de forma especialmente trágica. As jovens do sexo feminino e as mulheres foram frequentemente vítimas de violência sexual sob ameaça de arma de fogo às mãos de soldados estatais e do exército revolucionário de Bougainville. Serviços de saúde, educação e outros recursos essenciais eram praticamente inexistentes neste período. As infraestruturas, administração pública e serviços de apoio foram também desarticulados. Uma geração inteira perdeu a oportunidade de ter uma educação formal e a economia da ilha estagnou por completo. A disseminação de armas de fogo no país tornouse um problema grave, especialmente na região de Bougainville, devido ao legado de armas acessíveis e não reguladas. Na semana passada, dei uma entrevista à Radio Bougainville sobre comitês distritais de controlo de armas que trabalham para mobilizar a comunidade no apoio à entrega e destruição de armas. Este trabalho é extremamente útil e importante. Retirar de forma permanente armas de circulação é um ato que sinaliza o compromisso do governo para com a segurança humana. Bougainville precisa de apoio na redução do número de armas em circulação na comunidade e o Programa de Ação das Nações Unidas sobre armas de pequeno porte (PoA) proporciona à sociedade civil uma oportunidade para trabalhar em cooperação estreita com os governos nacionais em iniciativas como esta. O PoA recomenda que os Estados estabeleçam agências de coordenação nacionais e infraestruturas institucionais responsáveis pela definição e aconselhamento de políticas, pesquisa e monitorização dos esforços de prevenção, combate e erradicação do comércio ilícito de armas de pequeno porte e ligeiras em todos os seus aspetos. Boletim da Rede de Mulheres da IANSA, disponível em inglês, francês, espanhol e português. Compilado e editado pela Rebecca Gerome 2 Tal incluiria a produção, controlo, tráfico, circulação, intermediação (‘brokering’) e comércio ilícitos, bem como o rastreamento, financiamento, recolha e destruição de armas de pequeno porte e ligeiras e sugere que os Estados ‘estabeleçam (...) um ponto focal nacional para funcionar como articulador entre os Estados em matérias relacionadas com a implementação do Programa de Ação.’ A Papua Nova Guiné tem um ponto focal, mas não está ativo. Esta posição tem de ser visibilizada de forma a garantir o bom cumprimento das funções inerentes ao posto. É muito complicado para uma pessoa ou um grupo de pessoas agir de forma eficaz enquanto agência de coordenação para a implementação do PoA (entre outras coisas) sem um enquadramento sólido com que trabalhar. Tempo, recursos, competências, recursos humanos e motivação são necessários para garantir o bom funcionamento da Comissão Nacional e o cumprimento dos seguintes papéis: • Planeamento e implementação de Planos de Ação Nacionais; • Cooperação e coordenação; • Pesquisa/Investigação; • Sensibilização, gestão de informação e comunicação; • Mobilização de recursos e afetação. Entre as principais tarefas desta Comissão incluemse: • Facilitar coordenação a nível nacional; • Coordenar e interagir com a sociedade civil; • Coordenarse e interagir com os parlamentos nacionais; • Coordenarse com os níveis distritais e provinciais; • Coordenarse com instituições regionais de controlo de armas de pequeno porte e ligeiras; • Coordenar/articularse com as Comissões Nacionais de outros países. Nos debates sobre o PoA é dito frequentemente que a implementação total do Programa é a chave deste processo. Eu concordo com esta afirmação, mas também é necessário garantirmos que o que é implementado tem, de fato, impacto. Não basta criar uma Comissão Nacional. Esta Comissão tem de funcionar de forma eficaz e tem de ter capacidade para prevenir que o impacto da guerra de Bougainville continue a afetar de forma negativa as gerações vindouras. Programe de Ação das Nações Unidas sobre armas de pequeno porte e ligeiras (PoA) Segunda Conferência de Revisão (RevCon) 27 Agosto 7 Setembro de 2012 International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org Boletim N. 28, Abril de 2012 Processo da ONU sobre armas ligeiras: Rede de Mulheres da IANSA celebra progressos D epois de anos de incidência política e esforços de organizações e indivíduos membros da Rede de Mulheres da IANSA em todo o mundo, começamos a vislumbrar alguns resultados tangíveis do nosso trabalho no processo da ONU sobre armas de pequeno porte e ligeiras. Rede de Mulheres IANSA Canadá: Indignação com a decisão de destruir o registo nacional de armas No passado dia 15 de Fevereiro de 2012, o governo conservador do Canadá, maioritário, garantiu a aprovação na Casa dos Comuns, da iniciativa que visa desmantelar e destruir o registo nacional de armas longas. Esta decisão revela que o governo ignorou as Após a reunião do Comitê Preparatório (PrepCom) sobre o Programe recomendações de grande parte dos seus nacionais, de Ação das Nações Unidas sobre armas de pequeno porte e ligeiras incluindo vitimas de violência armada, grupos de mulheres, especialistas em prevenção de suicídios, (PoA), em Março de 2012, o Presidente divulgou um sumario dos elementos de discussão para a Conferência de Revisão (RevCon), no forças policiais e organizações laborais. qual se incluem: A Coligação para o Controlo de Armas, membro da 6. Os Estados sublinharam os impactos negativos continuados do comércio ilícito de armas de pequeno porte na vida de civis, incluindo IANSA, reiterou que esta decisão ia muito além do encerramento do registo de armas longas. Para a mulheres, crianças e idosos. Coligação esta decisão significa que os comerciantes Os Estados enfatizaram a necessidade de integrar perspetivas de de armas não têm a obrigação doravante de guardar género na implementação do Programa de Ação. registos das informações relativas às armas vendidas e 8. Os Estados membros mencionaram, entre outros aspetos, os respetivos compradores, “comprometendo assim de seguintes temas para a Segunda Conferência de Revisão: (i) Aumentar a participação de mulheres nos processos de decisão de forma grave as capacidades da polícia em rastrear as armas de fogo usadas em ocorrências criminais.”. Além políticas de controlo de armas ligeiras; disso, com o fim do registo de armas longas, os indivíduos poderão adquirir de forma ilimitada armas Este sumário constitui um bom ponto de partida para a nossa participação na RevCon de 2012, que terá lugar entre 27 de Agosto e longas, sem terem de comprovar de forma obrigatória que possuem licença válida para tal. 7 de Setembro de 2012. Caraíbas: Entrevistas de rádio sobre o Programa de Ação (PoA) N As notícias sobre esta decisão suscitaram indignação no Quebec, onde o apoio ao registo é forte. O líder do partido separatista ‘Parti Quebecois’ iniciou a sua uma entrevista radiofónica, o embaixador da Guiana George interpelação na Assembleia Nacional lendo o nome das Talbot explicou como o combate ao comércio ilícito de armas 14 mulheres atingidas por armas de fogo na Ecole de pequeno porte e ligeiras se tornou uma prioridade para os Polytechnique. O Quebec está disposto a prosseguir Estados do CARICOM. A organização WINAD, membro da Rede de iniciativas judiciais para bloquear em tribunal o plano Mulheres da IANSA tem sido particularmente ativa no lobby dos dos conservadores que visa destruir o registo assim Estados da região sobre o controlo de armas pequenas. que a legislação se torne lei. http://www.unmultimedia.org/radio/english/2012/03/combatingillicit http://www.guncontrol.ca/English/Home/Releases/Press tradeinsmallarmsandlightweaponsaprioritycaricom/ Feb1512.pdf Paquistão: Armas de fogo usadas em 80% de violência contra as mulheres U m estudo conduzido nos distritos do Sul de Punjab pela Fundação Awaz Paquistão, membro da rede IANSA, revela que em quase 80% dos casos de violência contra mulheres os perpetradores usaram armas de fogo para torturar ou matar as vitimas. Os resultados deste estudo foram divulgados num workshop de dois dias intitulado “Rumo à Revisão Periódica Universal no Paquistão (UPR, na sigla inglês). Relatório de 2012”, organizado pelo Ministério dos Direitos Humanos em colaboração com as Nações Unidas. Pelo menos 65% das inquiridas responderam que o seu companheiro/marido tinha uma arma de fogo em casa e que julgavam tratarse de uma arma ilegal; 33% afirmaram que a arma estava registada e era legal; e 2% não sabia. Algumas inquiridas referiram que apesar de o companheiro não possuir arma de fogo, tinha acesso facilitado a armas, através de amigos, familiares ou vizinhos. www.iansawomen.org/node/792 Canadá: A Resolução 1325 e o controlo de armas N o artigo 'A glaring omission: Landmark UN Resolution 1325 on women and peace makes no reference to small arms and light weapons' [‘Omissão gritante: a resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre mulheres e paz não refere as armas de pequeno porte e ligeiras’, em português], Maribel Gonzáles, do Projeto Ploughshares, Canadá, estabelece várias conexões entre a Resolução 1325 e iniciativas de controlo de armas ligeiras, como o Programa de Ação das Nações Unidas (PoA). A autora analisa o Plano de Ação Nacional do Canadá para a implementação da Resolução 1325 e apela ao governo que demonstre o seu compromisso para com as mulheres, paz e segurança nas futuras negociações do Tratado sobre o Comércio de Armas, que terão lugar em Julho, e na Conferência de Revisão do PoA, que ocorrerá em Agosto. Ler o artigo aqui: http://www.iansa women.org/node/795 International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 3 Boletim N. 28, Abril de 2012 Rede de Mulheres IANSA A Filipinas: Governo consulta sociedade civil sobre o TCA Rede de Mulheres da IANSA e a Rede Filipina de Ação para o Controlo de Armas foram invitadas pelas agências governamentais filipinas para uma consultadebate sobre o Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA) no passado dia 23 de Abril. A consulta foi organizada pelo Gabinete do Enviado Especial para o Crime Transnacional com o apoio do Centro para a Educação para a Paz (CPE). Wilnor Papa, da Anistia Internacional Filipinas, sublinhou a importância de incluir a ‘regra de ouro’ nos critérios do Tratado e integrar as munições no âmbito do acordo. Jasmin Nario Galace, do CPE e da Rede de Mulheres da IANSA, falou sobre a importância de um TCA com uma perspetiva de género. Jasmin propôs trechos específicos sobre vários aspectos do Tratado, nomeadamente sobre o preâmbulo, âmbito, critérios e implementação, dando exemplos dos efeitos da disseminação desregulamentada de armas de fogo a nível global e local, e em especial na vida das mulheres. Jasmin enfatizou ainda a importância de incluir as munições no âmbito do Tratado. e repercussões do comércio desregulado de armas ligeiras e sobre as razões pelas quais um Tratado sobre Comércio de Armas robusto é necessário. Cesar Villanueva, da Pax Christi Filipinas, defendeu a necessidade de um TCA humanitário através de perspetivas interreligiosas e de fé. Nikki Delfin, do Instituto para a Paz GZO, falou sobre os efeitos da proliferação desregulada de armas de fogo na vida dos jovens do sexo masculino e feminino. As agências governamentais responsáveis pela definição da posição filipina sobre o TCA estavam presentes na reunião, nomeadamente os representantes dos departamentos de Negócios Estrangeiros, Defesa, Justiça, Forças Armadas, Polícias Gabinete do Enviado Especial para o Crime Transnacional. Todos os presentes manifestaram o seu apoio ao paper do Presidente e a um Tratado sensível às questões de género. Afirmaram ainda que o tema das munições estava ainda a ser discutido e que estavam receptivos às sugestões enunciadas pelas organizações de sociedade civil presentes, Jennifer SantiagoOreta, da Universidade de Ateneo de Manila, tendo pedido versões escritas das propostas avançadas no compartilhou alguns aspetos da sua pesquisa sobre as causas encontro. Tratado sobre o Comércio de Armas: Na reta da meta para as negociações de Julho D e 13 a 17 de Fevereiro de 2013, vários colegas da Rede de Mulheres da IANSA estiveram em Nova Iorque a participar no Comitê Preparatório para o Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA), o último encontro antes da Conferência diplomática que terá lugar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre 2 e 27 de Julho de 2012. A Rede de Mulheres da IANSA tem trabalhado no seguimento dos seus feitos passados e na senda da sua última posição comum, intitulada ‘The Arms Trade Treaty: An Important Opportunity to Prevent Gender Based Violence at Gunpoint’, que explica o porque e como incluir medidas de prevenção de violência baseada no género e em especial violência sexual contra mulheres no texto do TCA. Para o TCA ser um instrumento legal eficaz na regulação do comércio internacional de armas ligeiras, tem de reconhecer os potenciais impactos específicos dos fluxos de armas na vida das mulheres e, para tal, tem de contemplar e respeitar os direitos humanos das mulheres. 4 Este tipo de abordagem seria coerente com a prática das Nações Unidas de promoção da inclusão de perspetivas de género nas políticas e práticas da organização. Seria ainda uma garantia de que os padrões internacionais incluídos no TCA para regular o comércio de armas convencionais têm de fato em conta todos os potenciais riscos associados ao comércio e transferências deste tipo de armas. A Rede de Mulheres da IANSA tem usado a posição comum para apoiar o lobby e incidência política dos delegados nas Nações Unidas, mas a posição pode ser utilizada igualmente no trabalho com outros interlocutores, tais como representantes governamentais e deputados nacionais. Por favor não hesitem em entrar em contato com a Rede de Mulheres se precisarem de apoio. International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org Boletim N. 28, Abril de 2012 8 de Março: Dia Internacional da Mulher Rede de Mulheres IANSA Despesas militares globais 2011 Em 2011 as despesas militares mundiais atingiram os 1,74 triliões de dólares, segundo o Instituto Internacional de As organizações membro da Rede de Mulheres da IANSA Investigação para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla assinalaram o Dia Internacional da Mulher de várias inglesa). O pequeno aumento de 0,3% em 2011 assinala o formas. fim de subidas contínuas nas despesas militares globais registadas entre 1998 e 2010. Consulte a atualização anual Kinshasa, República Democrática do Congo completa da base de dados do SIPRI sobre despesas Durante uma feira de empreendedorismo militares em www.sipri.org. Abaixo sumariamse as feminino, a organização principais tendências regionais: Mulheres dos Media pela Justiça no Congo (FMJC na EUA: As despesas militares nos EUA, o líder mundial de gastos sigla francesa) chamou a neste setor, caíram 1.2% em termos reais (ou 8.7 mil milhões atenção para a violência de dólares em preços de 2010). Esta tendência irá armada cometida contra as provavelmente continuar, segundo a opinião de especialistas do mulheres e a necessidade de SIPRI. integrar perpetivas de género nas iniciativas de controlo de Europa Ocidental: Os três países que mais gastam cm o setor armas, paz e segurança. A militar na Europa Ocidental – França, Alemanha e Reino Unido organização distribuiu várias publicações sobre o tema e – começaram a reduzir as despesas enquanto parte das debateu estas questões com representantes governamentais medidas de austeridade impostas para reduzir os seus déficits do Ministério de Género, Família e Infância, Ministério da orçamentais. Justiça e Assuntos Sociais e Ministério de Assuntos Internos, Rússia: A Rússia aumentou as despesas militares em 9,3% em agências da ONU (MONUSCO, 2011, atingindo um total de 71.9 mil milhões de dólares, o que o ONU Mulheres e Fundo de torna o terceiro país que mais gasta neste setor a nível mundial, População das Nações Unidas) ultrapassando o Reino Unido e a França. São esperados mais e organizações da sociedade aumentos das despesas militares em virtude dos planos de civil locais. Muitas mulheres substituição da maioria do equipamento militar nacional, da era vítimas de violência armada soviética, até 2020. estiveram presentes e partilharam as suas histórias. Ásia e Oceania: As despesas militares na Ásia e Oceania subiram 2.4%, devido, em grande medida, ao crescimento de 6.7% (8.2 mil milhões de dólares) verificado na China. O orçamento militar indiano sofreu um corte de 3.9% (1.9 mil A Rede de Mulheres da IANSA participou no encontro do milhões de dólares em termos reais), com a inflação alta a Arria Formula sobre "Os papéis das mulheres na mediação e cancelar o aumento nominal registado. resolução pósconflito”. O encontro representou uma oportunidade para o diálogo entre a sociedade civil e o África: No continente africano, grande parte do aumento de Conselho de Segurança das Nações Unidas, incluindo uma 8.6% devese ao crescimento de 44% das despesas militares discussão interativa sobre os desafios e progressos (2.5 mil milhões de dólares) registado na Argélia, em parte registados nesta importante área. produto das preocupações suscitadas em torno do conflito na Nova Iorque, sede das Nações Unidas Genebra, Suíça A Liga Internacional de Mulheres pela Paz e Liberdade (WILPF na sigla inglesa) fez uma declaração na Conferência sobre o Desarmamento, que está disponível em: http://www.reachingcriticalwill.org/resources/statements/2533 wilpfstatementtotheconferenceondisarmamenton internationalwomensday2012 Líbia. Médio Oriente: O Médio Oriente é a única região onde se registou um padrão claro de crescimento das despesas militares na maioria dos países, apesar da ausência de dados sobre atores chave como o Irão e Emirados Árabes Unidos dificultar o cálculo do volume total das despesas a nível regional. América Latina: Na América Latina os gastos militares diminuíram 3.3% em 2011. O principal líder das despesas militares na região, o Brasil,cortou o seu orçamento militar em 8.2% (2.8 mil milhões de dólares) enquanto parte dos esforços dirigidos a arrefecer a sua economia e reduzir a inflação. 19 de Abril, Dia de Ação Global Contra as Despesas MilitaresVideo com Oscar Arias Oscar Arias, antigo presidente da Costa Rica e laureado com o Nobel da Paz em 1987, figura num vídeo do Dia de Ação Global contra as Despesas Militares. Arias partilha as suas idéias sobre o que aconteceria se outros países compartilhassem da mesma visão de paz e justiça mundial da Costa Rica – sem exércitos e onde a segurança humana não é comensurável pelo número de mísseis. http://demilitarize.org/general/nobellaureatescarariasgdamspowerdemilitarization/ International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 5 Boletim N. 28, Abril de 2012 Rede de Mulheres IANSA Anúncios Convite à apresentação de candidaturas: Programa ‘Women PeaceMakers' Abertas as candidaturas ao processo de 2012 Período de residência: 10 de Setembro 2 de Novembro de 2012 Prazo: 15 de Maio de 2012 E sta é uma grande oportunidade para os e as membros da Rede de Mulheres da IANSA. O programa ‘Women PeaceMakers’ [Mulheres construtoras de paz, em português], do Instituto para a Paz e Justiça Joan B. Kroc, da Universidade de San Diego, Califórnia, convida a apresentação de candidaturas para uma residência de oito semanas durante o ano de 2012. O programa ’Women PeaceMakers’ documenta as histórias e boas práticas de lideres mulheres a nível internacional envolvidas na luta pelos direitos humanos e construção da paz nos seus países. O programa junta cada mulher selecionada com uma ou um escritor e uma equipa de filmagem especialista em documentários de forma a A documentar a sua história e as suas boas práticas. As candidatas selecionadas irão ainda fazer apresentações do seu trabalho em San Diego e ter oportunidade de trocar idéias e abordagens sobre construção da paz e justiça, aumentando assim a sua capacidade de participar em esforços de resolução de conflitos e construção da paz e na tomada de decisões em contextos de pósconflito. Os custos da participação na residência são cobertos inteiramente pelo Programa (vôos, despesas de visto, alojamento e seguro de saúde). As candidatas selecionadas recebem uma bolsa para cobrir despesas de subsistência e outras. As candidatas serão alojadas na Casa de la Paz, no campus da Universidade de San Diego. Para saber mais sobre o conteúdo do programa e requisitos das participantes, ver: http://www.sandiego.edu/peacestudies/ipj/programs/women_p eace_makers/women_peacemakers/index.php Agnès Marcaillou: Nova diretora do UNMAS gnès Marcaillou, uma aliada e apoiante de longa data da Rede de Mulheres da IANSA assumiu oficialmente o posto de diretora do Serviço de Luta contra as Minhas das Nações Unidas (UNMAS). Agnes Marcaillou, anteriormente diretora da Divisão Regional do Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento (UNODA), liderou e ajudou a definir as estratégias de ação do gabinete de Nova Iorque e de outros três centros para a Paz e Desarmamento em África, ÁsiaPacífico, América Latina e Caraíbas. Nestas funções, ele foi responsável por uma mudança substancial da agenda de atuação, reestruturando a arquitetura regional do UNODA; reposicionou as atividades do Gabinete de forma a catalisar atenção, financiamento, dialogo e confiança entre os países da mesma subregião e entre regiões; e promoveu e incrementou novas abordagens e métodos para fomentar a estabilidade subregional, melhorar a governação do setor de segurança e enraizar uma cultura de paz. Marcaillou tem trabalhado de forma próxima com a Rede de Mulheres da IANSA no terreno e na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, tendo inclusivamente presidido a vários eventos paralelos organizados pela IANSA e escrito o prefácio da publicação da IANSA 'Why Women? Effective Engagement for Small Arms Control', de Outubro de 2011. Em 2010, a IANSA e a Divisão Regional do Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento (UNODA) atualizaram em conjunto as “Diretrizes de Género do Programa de Ação das Nações Unidas sobre Armas de Pequeno Porte e Ligeiras (PoA) visando promover a inclusão das questões de Gênero e elementos específicos das mulheres na luta contra as armas de pequeno porte ilícitas. A IANSA felicita a Sra Marcaillou pelas suas realizações e desejalhe sorte no seu novo posto. Angela Kane: Nova Alta Representante para os Assuntos do Desarmamento O Secretário Geral das Nações Unidas nomeou Angela Kane como a nova Alta Representante para os Assuntos de Desarmamento. Angela Kane tem mais de 35 anos de experiência no sistema das Nações Unidas, incluindo enquanto relatora política e de desarmamento. Recentemente, foi assistente do Secretário Geral para os Assuntos Políticos e ViceRepresentante Especial do Secretário Geral numa missão de manutenção da paz. A nova Alta Representante também liderou a Campanha Mundial de Desarmamento, um esforço para 6 juntar os Estados Membros na promoção da agenda de desarmamento. Kane substitui Sergio Duarte que exerceu o cargo de Alto Representante para os Assuntos de Desarmamento durante quatro anos e meio. Estamos convictos de que todos os membros da Rede de Mulheres da IANSA se juntam a nós na felicitação e boasvindas a Angela Kane, na esperança de colaborações bem sucedidas no futuro com o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos de Desarmamento. International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org Boletim N. 28, Abril de 2012 Recursos 16 Dias de Ativismo 2011: Relatório analítico, Center for Women's Global Leadership (CWGL) Enquanto coordenadora global dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Género, a organização CWGL lançou o relatório analítico da Campanha. Como é visível na figura 4 do relatório, as iniciativas sobre proliferação de armas de pequeno porte e ligeiras levadas a cabo durante os 16 Dias de Ativismo geralmente interligaramse com ações e trabalhos sobre violência doméstica. Muitos grupos defenderam o controlo de armas pequenas ilícitas com base na utilização destas armas em situações de violência doméstica. As ações relacionadas especificamente com as áreas prioritárias variaram em termos regionais, como por exemplo, na África Subsariana a violência perpetrada por agentes estatais e a proliferação de armas de pequeno porte foram os temas mais abordados. http://16dayscwgl.rutgers.edu/ Site novo: ‘Women Under Siege’ [‘Mulheres sob Cerco’, em português], da organização Women's Media Center Rede de Mulheres IANSA Exposição online: ‘Tornar o militarismo visível’, lobal organização New Profile Semana de Ação G lência Contra a Vio Esta exposição foi pensada Armada 012 para dar ao visitante uma visão 1117 Junho de 2 de como a sociedade israelita te a edição des percebe e justifica a sua o está O logo para e lobal d Açã G a an em S militarização e sublinha as a ano d SA: o site da IAN formas através das quais a faction disponível n ee lobalw ko /g rg .o sa n presença de armas de fogo /ia http:/ materials. constitui parte da vida quotidiana, againstgunviolence eis para download o disponív nomeadamente nas esferas da como Também estã l e idéias de os os educação, paternidade, papéis de assinaturas de emai de Ação. Tod a an em S a d o base sexual e publicidade. utilizar o log em inglês, disponíveis o tã es is ia mater l. http://www.newprofile.org/english/? francês e espanho cat=11 'Femicide: A Global Problem', Small Arms Survey A nova publicação da coleção ‘Research Note’, da organização Small Arms Survey, examina de forma concisa as formas de violência letais praticadas contra as mulheres, tomando como ponto de partida os dados desagregados sobre femicídio produzidos pelo relatório “Global Burden of Armed Violence 2011”, publicado pela Geneva Declaration on Armed Violence and Development. Este projeto da organização Women’s Media Center documenta as formas através das quais a violação e outras formas de violência sexualizada têm sido usadas como instrumentos de guerra em situações de genocídio e conflito armado durante o século XX e início do século XXI. Este site constituirá um recursochave para o desenvolvimento de posições para as negociações do Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA), que terá lugar no mês de Julho de 2012, em Nova Iorque, especialmente no que diz respeito às medidas de prevenção de violência com base de género e violência sexual contra mulheres. www.smallarmssurvey.org/fileadmin/do cs/HResearch_Notes/SASResearch Note14.pdf http://www.intlawgrrls.com/2012/02/wo menundersiege.html www.genevadeclaration.org/?GBAV 2011 (Ver Capítulo 4: “When the Victim is a Woman.”) Tabela de países – os 25 países e territórios com maiores taxas de femicídio, 20042009 www.smallarmssurvey.org/fileadmin/im g/highlights/FemicideRN14fig2.pdf Gender and armed violence www.smallarmssurvey.org/?gender andarmedviolence Geneva Declaration – “Global Burden of Armed Violence 2011: Lethal Encounters” Novo Relatório do Secretário Geral das Nações Unidas sobre Violência Sexual em situações de conflito Este relatório abrange o período de Dezembro de 2010 a Novembro de 2011 e inclui informação sobre as partes em conflito suspeitas de cometer ou de serem responsáveis por violações e outras formas de violência sexual; sublinha os principais resultados das missões e reuniões políticas levadas a cabo pelo Representante Especial do Secretário Geral para a Violência Sexual em situações de conflito; e descreve iniciativaschave lideradas pela ONU para dar resposta à violência sexual em situações de conflito. http://www.iansawomen.org/node/754 Livro “antiMILITARISM: Political and gender dynamics of peace movements” Cynthia Cockburn analisa de forma cuidadosa as tensões e antagonismos dos vários movimentos para a paz usando uma lente de género. Este livro é o resultado de dois anos de investigação sobre vários aspectos e estudos de caso setoriais acerca do movimento antiguerra, antimilitarista e para a paz a nível global. O trabalho da Rede IANSA, e em especial dos membros do Uganda, é um dos estudos de caso presentes no livro, descrito no capítulo 8, que se centra na ação da Rede de Mulheres da IANSA. Para mais informações, ver: http://www.iansa women.org/node/791 International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org 7 Boletim N. 28, Abril de 2012 Rede de Mulheres IANSA A Rede de Mulheres da IANSA é a única rede internacional dedicada às conexões entre género, direitos das mulheres, armas de pequeno porte e violência armada. Foi estabelecida em 2001 enquanto um grupo de discussão de mulheres nos eventos da IANSA, tendo sido formalizada em 2005. Actualmente associa países tão diversos como as Ilhas Fiji, Senegal, África do Sul, Argentina, Canadá e Sudão. Agradecemos o apoio do governo norueguês e Oxfam Novib. 8 International Action Network on Small Arms (IANSA), Development House, 5664 Leonard Street, London, EC2A 4LT, UK T: +44 20 7065 0876 F: +44 20 7065 0871 E: [email protected] W: www.iansawomen.org
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